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EPD - Semestre: 7º - Noturno

Grupo:

1. Larissa Freitas de Moraes – RA 201920835


2. Juliana Fonseca - RA 202100503
3. Giovanna de Oliveira Nascimento - RA 201921117
4. Renata Cristina do Nascimento Prada - RA 202010127
5. Jorge Sales Rodrigues dos Santos - RA 202010161
6. Marcos Rogério dos Santos - RA 202100925
7. Flavia Yurika Ishiba - RA 201921075
8. Carlos dos Santos Ferreira - RA 202100502
9. Juliane Sena Moreno - RA 201920834
10. Daniel Ponzoni de Souza - RA 2052278
11. Matheus Souza Vieira dos Santos
12. Carolina Barbosa dos Santos - RA 2040016174

Exercício 1: Os princípios constitucionais


do Processo Penal brasileiro
Conceito:
Contraditório

É uma essência do princípio do devido processo legal. Consiste no direito do réu de ser ouvido
e na proibição de que haja decisão sem que se tenha ouvido os interessados;

Considerações doutrinárias:

Ada Pellegrini Grinover: [...] com inteira razão, traz subsídios importantes, especialmente sobre
o “contraditório” como condição de validade das provas”, enfatizando, nesse particular e para
esse fim, a necessidade da presença das partes e do juiz quando da coleta de provas.

Joaquim Canuto Mendes de Almeida: Em 1937, ensinava que o princípio do contraditório é a


“ciência bilateral dos atos e termos processuais e a possibilidade de contrariá-los”.

Bastos: O contraditório é, pois, a exteriorização da própria defesa. A todo ato produzido caberá
igual direito da outra parte de opor-lhe ou de dar-lhe a versão que lhe convenha, ou ainda de
fornecer uma interpretação jurídica diversa daquela feita pelo autor. Daí o caráter dialético do
processo, que caminha através de contradições a serem finalmente superadas pela atividade
sintetizadora do juiz.

Cretela Neto: Inseparável da noção moderna de processo, consiste o princípio do contraditório


em garantia fundamental da distribuição de justiça pelo Estado: não se admite, em qualquer
espécie de processo, que às partes seja concedido tratamento desigual, do qual resulte qualquer
tipo de favorecimento ou vantagem a uma delas, em prejuízo da outra ou de terceiros
Ampla Defesa

É um direito constitucional atribuído ao réu e irrecusável significa a plena e completa


possibilidade de o réu produzir provas contrárias a da acusação, e participar ativa ou
passivamente no processo por meio de representante técnico.

Celso Ribeiro Bastos: diz que, com esse dispositivo, a Constituição assegura aos litigantes,
indiciados, ou acusados, “condições que lhe[s] possibilitem trazer para o processo todos os
elementos tendentes a esclarecer a verdade”

Bulos: diz que se trata do princípio constitucional “que fornece aos acusados em geral o amparo
necessário para que levem ao processo (...) os argumentos necessários para esclarecer a
verdade, ou, se for o caso, faculta-lhes calar-se, não produzindo provas contra si mesmos”.

Fernando Capez: Implica o dever de o Estado proporcionar a todo acusado a mais completa
defesa, seja pessoal (autodefesa), seja técnica (efetuada por defensor), e o de prestar assistência
jurídica integral e gratuita aos necessitados (CF, art. 5º, LXXIV). Desse princípio também decorre
a obrigatoriedade de se observar a ordem natural do processo, de modo que a defesa se
manifeste sem em último lugar. Assim, qualquer que seja a situação que dê ensejo a que, no
processo penal, o Ministério Publico se manifeste depois da defesa (salvo, é obvio nas hipóteses
de contrarrazões de recurso, de sustentação oral ou de manifestação dos procuradores de
justiça, em segunda instância), obriga sempre, seja aberta vista dos autos à defensoria do
acusado, para que possa exercer seu direito de defesa na amplitude que a lei consagra. O pacto
internacional de Direitos Civis e Políticos, em seu art. 14, 3, d, assegura a toda pessoa acusada
de infração penal o direito de se defender pessoalmente por meio de um defensor constituído
ou nomeado peça Justiça, quando lhe faltarem recursos suficientes área contratar algum.

Bulos: insere-se no conteúdo “do princípio constitucional da ampla defesa a chamada defesa
técnica – aquela exercida pela atuação profissional de um advogado”, a qual, segundo ele, “Além
de ser um direito, (...) é, também, uma garantia, porque tem por escopo atingir uma solução
justa”.

De acordo com a doutrina, os princípios da ampla defesa e do contraditório são


complementares, o que significa que, na prática, eles convergem para um mesmo objetivo de
natureza constitucional: garantir ao réu a chance de se defender contra as acusações feitas pelo
autor e de refutar os argumentos apresentados por este último.

Fundamentos:
Contraditório – art. 5º, inc. LV

Ampla defesa – art. 5º, inc. LV

Jurisprudência
Não observância dos princípios do Contraditório e Ampla Defesa
ACESSO: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-rs/1231670251/inteiro-teor-
1231670535

Nº 70084532258 (Nº CNJ: XXXXX-46.2020.8.21.7000 )

APELAÇÃO CRIMINAL. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ROUBO MAJORADO PELO EMPREGO


DE ARMA E CONCURSO DE PESSOAS. crime de CORRUPÇÃO DE MENORES.

PRELIMINAR DE NULIDADE ABSOLUTA DO PROCESSO POR UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA.


HABEAS CORPUS CONCEDIDO DE OFÍCIO POR IMPERATIVO DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DO
DEVIDO PROCESSO LEGAL E DA IMPARCIALIDADE SUBJETIVA DO JUIZ.

Fatos: O relatório refere-se a uma denúncia oferecida pelo Ministério Público contra Jonas
Manuel Santos Mattos por crimes como roubo, corrupção de menor e posse de drogas. No
primeiro fato, ele roubou dinheiro, objetos e ameaçou a vítima com um simulacro de arma de
fogo. No segundo fato, corrompeu ou facilitou a corrupção de um menor de idade. E no terceiro
fato, foi encontrado com drogas em sua casa sem autorização legal.

Defesa: A defesa do réu apelou em seu favor, levantando a nulidade do processo a partir da
decisão de fl. 213. A defesa alega que o juiz acolheu o pedido do Ministério Público para juntar
depoimentos sem ouvir a Defensoria Pública. A defesa pede a anulação do processo a partir
dessa decisão, além da reabertura da instrução criminal. Quanto ao mérito, a defesa afirma que
não há suporte probatório para a condenação do réu, pedindo sua absolvição. A Procuradoria
de Justiça defende o desprovimento do recurso.

Decisão: O relator, Des. José Conrado Kurtz de Souza, anulou o processo a partir da decisão que
determinou a juntada dos depoimentos de Nathan Jordão dos Santos Mattos e sua mãe, Vera
Solange, em outro processo. Isso porque os depoimentos não foram submetidos ao crivo do
contraditório e da ampla defesa no processo penal, ou seja, o réu e sua defesa não participaram
da produção da prova.

A prova emprestada só deve ser utilizada em casos excepcionais, sendo imperioso o respeito
aos princípios do contraditório e da ampla defesa para que ela seja considerada válida.

No presente caso, a prova trasladada do processo judicial nº 010/5.13.00001566-6 depoimento


do adolescente Nathan e de sua genitora Vera Solange, não teve a participação do réu,
tampouco da sua defesa. Assim sendo, tratando-se de prova que poderia ter sido produzida nos
autos, há evidente prejuízo ao réu na utilização dos depoimentos prestados no procedimento
de apuração de ato infracional como fundamentação da sentença condenatória.

Destarte, não tendo sido ouvidos o adolescente e sua mãe pelo juízo de primeiro grau
responsável pelo julgamento do presente caso, deve ser afastada e desentranhada a prova
emprestada e anulado o feito a partir da decisão que determinou a juntada dos respectivos
depoimentos aos autos.

Considerando que o Magistrado sentenciante já expôs sua convicção em face da prova coletada
durante a instrução criminal, eventual determinação para que prolate nova sentença importará
violação do princípio do livre convencimento motivado do Juiz. Portanto, sob o imperativo do
princípio do devido processo legal e da inarredável imparcialidade do Magistrado, é concedido
habeas corpus de ofício para que o processo, a partir de seu retorno ao primeiro grau, esteja
sob a presidência de outro Magistrado.
PRELIMINAR DE NULIDADE ACOLHIDA EM FACE DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA E DEVIDO PROCESSO LEGAL. HABEAS CORPUS CONCEDIDO
DE OFÍCIO. POR MAIORIA.

Observância dos princípios do Contraditório e Ampla Defesa

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.562.024 - PR (2019/0244460-1)

RELATOR: MINISTRO RIBEIRO DANTAS AGRAVANTE: GERALDO ATSUMI YAMADA


ADVOGADOS: ANDRÉ LUÍS PONTAROLLI E OUTRO(S) - PR038487 ADRIANO SÉRGIO NUNES
BRETAS - PR038524 ADRIANO AUGUSTO DE ANDRADE COLLE - PR089304 AGRAVADO:
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO
EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSO PENAL. REVISÃO CRIMINAL. CRIME DE INSERÇÃO DE
DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES (ART. 313-A, DO CP) ALEGADA NULIDADE POR
AUSÊNCIA DE CITAÇÃO E DE APRESENTAÇÃO DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO. AMPLA DEFESA E
CONTRADITÓRIO ASSEGURADOS. DEFESA PRELIMINAR JUNTADA AOS AUTOS PRINCIPAIS. PAS
DE NULLITÉ SANS GRIEF. AGRAVO NÃO PROVIDO.

Fatos: Trata-se de uma decisão judicial que negou um pedido de anulação de um processo penal
feito por um réu que alegava ter havido irregularidades na citação e na falta de resposta à
acusação. O ministro relator afirmou que não havia fundamentos suficientes para infirmar o
julgamento anterior. Ele enfatizou que o princípio do contraditório e da ampla defesa é um
corolário do Estado Democrático de Direito e da dignidade da pessoa humana, e é dever dos
operadores do direito respeitar esses princípios para condenar ou absolver um réu de maneira
justa e legítima.

Defesa: O relator destacou ainda que, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), a vigência do princípio pas de nullité sans grief no campo das nulidades exige a
manutenção do ato impugnado que, embora praticado em desacordo com a formalidade legal,
atinge sua finalidade, cabendo à parte demonstrar a ocorrência de efetivo prejuízo. Em relação
ao caso em questão, o Tribunal de origem afirmou que não houve prejuízo para a parte, já que
o requerente tomou ciência da acusação que pendia contra si, não havendo nenhuma
irregularidade na citação.

Decisão: Por fim, o relator citou um precedente para fundamentar sua decisão e afirmou que o
acórdão recorrido estava em consonância com o entendimento jurisprudencial do STJ. Sendo
assim, a decisão anterior deveria ser mantida, não havendo motivos para acolher o pedido de
anulação do processo penal. O réu não demonstrou ter sofrido prejuízo em decorrência da falta
de resposta à acusação, e a defesa preliminar foi apresentada oportunamente, em
conformidade com os ditames processuais penais.

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