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O enunciado da questão requer abordagem, em primeiro plano, sobre a controvérsia existente na literatura e
jurisprudência brasileiras, a respeito da correta interpretação do art. 173, § 5º, e do art. 225, § 3º, todos da
Constituição Federal, que, segundo a ótica de constitucionalistas, contempla a previsão de responsabilidade
penal da pessoa jurídica em matéria ambiental, mas segundo a interpretação de especialistas em direito penal,
ao contrário, não contempla a previsão de responsabilidade penal da pessoa jurídica em matéria ambiental,
que, portanto seria inconstitucional.
Em adição, a abordagem sobre a controvérsia também passa pela análise fundamentada quanto ao fato de que
a estrutura legal da pessoa jurídica não comportaria as categorias conceituais da responsabilidade penal
pessoal de seres humanos, assim colidindo, portanto, (a) com os princípios constitucionais da legalidade e
da culpabilidade, que definem o conceito de crime, e (b) com os princípios constitucionais da
personalidade e da individualização da pena, que informam o conceito de pena, a demonstrarem a
impossibilidade de prática de crimes por parte da pessoa jurídica, superando, assim, a tese de reconhecimento
constitucional de sua responsabilidade penal em matéria ambiental.
Tal quadro adverso proporcionaria problemas para a operacionalização científico-dogmática da
responsabilidade penal da pessoa jurídica em matéria ambiental, na forma regulamentada pela Lei 9.605/98
(Lei de Crimes Ambientais), evidenciados pela análise de confronto entre (a) a definição do conceito de
pessoa jurídica e o conceito de crime, (b) a definição do conceito de pessoa jurídica e o conceito de tipo de
injusto, doloso, culposo e de omissão de ação, (c) a definição do conceito de pessoa jurídica e o conceito de
culpabilidade, e (d) a definição do conceito de pessoa jurídica e o conceito de pena {A respeito do tema,
SANTOS, Juarez Cirino dos, in Direito Penal – Parte Geral, 9ª Edição, Tirant lo Blanch, 2020, p. 683/711.}
como temas a serem enfrentados de forma fundamentada na resposta à questão.
Análise material e processual de sentença: nulidade, prova de furto qualificado e fixação da pena e de
seu cumprimento
(Analista Judiciário – Área Judiciária / TJAL / FGV / 2018)
José foi denunciado pela prática de um crime de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, na forma do
Art. 155, §4º, inciso I, do Código Penal (pena: 2 a 8 anos de reclusão e multa), pois teria ingressado em um
imóvel e subtraído uma televisão avaliada em R$ 4.000,00. Todavia, já do lado de fora da casa, foi
surpreendido por policiais militares, que realizaram sua prisão em flagrante. Após a denúncia, José, que havia
obtido liberdade provisória, não foi localizado em sua residência para ser citado, mas, como cumpria medidas
cautelares alternativas, tinha conhecimento do processo e compareceu a todos os atos processuais, além de
apresentar defesa. Durante a instrução, em termos de documentação, foram juntados apenas o laudo de
avaliação da TV subtraída e a folha de antecedentes criminais a demonstrar que José era reincidente específico
na prática de crimes de furto. Em audiência de instrução e julgamento, foram ouvidas a vítima e as
testemunhas, todos confirmando que José foi visto após sair do imóvel na posse da televisão subtraída,
destacando, ainda, que não sabem como ele ingressou no local, mas que acreditam que tenha sido arrombada a
porta porque viram que a fechadura estava com uma falha não antes percebida. José, por sua vez, confessa os
fatos, confirmando a subtração do bem, mas nada esclarece sobre a forma de ingresso na residência. Após
alegações finais orais, o juiz proferiu sentença, constando o seguinte da fundamentação:
“Inicialmente, não há que se falar em nulidade pela ausência de citação do réu, tendo em vista que esse
compareceu em juízo em todos os atos processuais, demonstrando ter conhecimento da ação penal proposta
contra si. Passo a analisar o mérito. Prova da materialidade e da autoria demonstradas a partir das declarações
da vítima, das testemunhas e do interrogatório do réu, que confirmaram que José ingressou na residência e
subtraiu coisa alheia móvel, somente sendo preso quando já do lado de fora do imóvel, ainda na posse do bem
subtraído. Não havendo causas de exclusão da ilicitude e sendo o réu culpável, a pretensão punitiva do estado
deve ser julgada procedente. Passo à aplicação da pena. Considerando as circunstâncias do Art. 59 do Código
Penal, a pena base deve ser fixada no mínimo legal. Na segunda fase, presente a agravante da reincidência e
ausentes atenuantes, a pena intermediária deve ser assentada em 2 anos e 4 meses de reclusão e 12 dias-multa.
Não há causas de aumento ou de diminuição de pena a serem reconhecidas. Diante da pena final de 2 anos e 4
meses de reclusão, inferior, então, a 4 anos, substituo a pena privativa de liberdade por duas restritivas de
direitos. Deixo de fixar o regime inicial de cumprimento da pena em razão da substituição realizada na forma
do Art. 44 do Código Penal...”.
Considerando a situação narrada, analise as questões processuais e materiais tratadas na sentença, avaliando:
a) a alegação de nulidade;
b) a prova da materialidade do crime de furto qualificado;
c) os aspectos relacionados à fixação da pena e forma de seu cumprimento (não informou o nº de
linhas; VC: 20 linhas).
No curso de investigação penal pela suposta prática de crimes contra a ordem tributária, a autoridade
judiciária, atendendo a requerimento do Ministério Público, decretou a prisão preventiva do sócio-
administrador da sociedade empresária investigada, Paulo Manoel, bem como determinou a busca e apreensão
no endereço do escritório da sociedade empresária, expedindo os respectivos mandados de busca e apreensão e
prisão. Em cumprimento da ordem respectiva, o Oficial de Justiça Avaliador, Júlio César, se dirigiu ao
endereço constante no mandado, na parte da tarde, e, lá chegando, encontrou anúncio de que a empresa mudou
de endereço. Informado pelo porteiro do prédio acerca do novo endereço, em cumprimento da ordem judicial,
Júlio César localizou então o prédio onde agora funciona a sociedade e chegou ao local por volta das 20h. Na
frente do prédio, se deparou com o sócio Paulo Manoel saindo e, diante disso, efetuou a prisão preventiva
pendente de cumprimento. Em seguida, ingressou no novo escritório da sociedade empresária e apreendeu
computadores e documentos, conforme constante do mandado, lavrando o termo respectivo.
Alguns dias após, o Ministério Público ofereceu denúncia em face de Paulo Manoel e também em face de
outro administrador da sociedade, José Carlos. Paulo Manoel foi pessoalmente citado, já que preso, enquanto a
citação de José Carlos foi por edital, pois, após diversas tentativas de localização, foi certificado que estava em
local incerto e não sabido. José Carlos, após o prazo do edital, não compareceu e nem constituiu advogado,
determinando o magistrado a suspensão do processo e do curso do prazo prescricional, o que gerou
preocupação do Ministério Público, tendo em vista que a única testemunha do fato era idosa e estava internada
em unidade hospitalar, com doença cardíaca em estado avançado.
Tópico 3 – Com a suspensão do processo em razão da citação por edital, poderia o magistrado
adotar alguma medida para resguardar a prova a ser produzida?
Com a suspensão do processo e do prazo prescricional em razão da citação por edital, o magistrado
poderia proceder à antecipação de provas consideradas urgentes. De acordo com o art. 366 do CPP, a
suspensão do processo e do prazo prescricional ocorreria se o acusado, citado por edital, não comparecer e
nem constituir advogado.
Como a única testemunha do fato era idosa e estava internada em unidade hospitalar, com doença
cardíaca em estado avançado, o magistrado poderia proceder na antecipação de provas consideradas
urgentes.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos
o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para
qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não
comunicar o novo endereço ao juízo.
Conceito 0: não abordou o tópico
Conceito 1: Indicou a o juiz poderia adotar medida para resguardar a prova a ser produzida, mas não
fundamentou com base no CPP.
Conceito 2: Indicou a o juiz poderia adotar medida para resguardar a prova a ser produzida E citou a
possibilidade de antecipação de provas da idosa E fundamentou com base no CPP.
XX
(Analista Judiciário – Área Judiciária / TJDFT / CESPE / 2015)
“Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma finalidade. A diferença entre elas reside no fato de que, em
se tratando de conduta dolosa, como regra, existe uma finalidade ilícita, ao passo que, tratando-se de conduta
culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse caso, os meios escolhidos e empregados pelo agente para
atingir a finalidade lícita é que são inadequados ou mal utilizados.”
Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p. 196 (com adaptações).
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo
acerca dos crimes culposos (30 linhas).
Seu texto deve conter, necessariamente,
os elementos do crime culposo e a descrição de pelo menos dois desses elementos; [valor: 12,00
pontos]
os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente e dolo eventual e suas diferenças; [valor:
12,00 pontos]
os conceitos de culpa imprópria e tentativa. [valor: 14,00 pontos]
Referência
Rogério Greco. Curso de Direito Penal – parte geral. p.195-210.
(Padrão de resposta da banca)
X
(Analista Judiciário – Execução de Mandados / TJRJ / FGV / 2014)
No dia 13 de novembro de 2014, Eduardo, Matheus e Francisco, unidos em ações e desígnios, praticaram um
crime de roubo na cidade de Niterói. Dirigiram-se, então, a São Gonçalo, onde praticaram dois furtos
qualificados, fato este presenciado por policiais militares, que conseguiram deter apenas Eduardo, com os
demais agentes empreendendo fuga. A prisão em flagrante de Eduardo foi devidamente convertida em
preventiva. O Ministério Público apresentou denúncia, perante o Juízo competente, pela prática em conexão
dos crimes dos artigos 157, §2º, inciso II (pena: 04 a 10 anos de reclusão, aumentada de 1/3 a 1/2 e multa); e
155, §4º, inciso IV – 2 vezes – (pena: 02 a 08 anos de reclusão e multa), todos do Código Penal. Recebida a
denúncia, determinou o magistrado que fossem os réus citados para apresentação de resposta à acusação,
designando, desde já, data para audiência. Compareceu o Executor de Mandados no dia 24 de novembro aos
endereços indicados nos autos como sendo os de Matheus e Francisco e, como os denunciados não foram
encontrados naquela oportunidade, certificou que estavam em local incerto e não sabido. Diante disso, foi
realizada a citação destes dois réus por edital. Passado o prazo fixado no edital publicado sem comparecimento
dos denunciados ou constituição de advogado, o juiz suspendeu o processo e o curso do prazo prescricional
em relação a estes dois acusados, inclusive determinando a produção antecipada de provas. Dois meses após
esta decisão, o processo voltou a correr normalmente em face de Matheus, pois foi descoberto que desde o dia
16 de novembro de 2014 ele estava preso no Estado do Rio de Janeiro pela prática de novo crime de roubo.
Por sua vez, o acusado Eduardo foi requisitado para o dia da audiência designada, somente sendo citado,
porém, no início deste ato da instrução, com apresentação de resposta à acusação oral pela Defensoria. Em
alegações finais, a Defensoria Pública alegou a nulidade absoluta da citação de Eduardo, pois realizada no dia
de seu interrogatório. Sobre essa situação hipotética, responda (máximo 20 linhas):
a) Qual o juízo territorialmente competente para julgar os crimes praticados em conexão pelos réus?
Justifique a resposta.
b) Quais as principais espécies de citação previstas no Código de Processo Penal? Justifique a resposta.
c) Os atos citatórios de Matheus, Francisco e Eduardo foram válidos? Justifique a resposta.
XX
(Analista Judiciário – Área Judiciária / TJDFT / CESPE / 2013)
“Fernando agrediu fisicamente sua ex-companheira, Olga, causando-lhe lesões que resultaram na perda de
vários dentes, além de uma pequena cicatriz no rosto. Ninguém presenciou o ocorrido, tendo a vítima
registrado ocorrência policial a respeito dos fatos. Posteriormente, profundamente arrependido, Fernando
custeou tratamento ortodôntico para a substituição dos dentes que Olga perdera. O casal reatou o
relacionamento, e a vítima compareceu à delegacia para retratar a representação ofertada.”
Em face dessa situação hipotética, redija um texto dissertativo, respondendo, de forma fundamentada, às
seguintes indagações (30 linhas).
Qual é a tipificação do crime praticado por Fernando? [valor: 5,50 pontos]
A retratação da representação pela vítima na delegacia de polícia obsta o prosseguimento da
persecução penal? Caso a vítima não manifestasse intenção de retratar a representação, poderia o juiz,
de ofício, determinar a designação de audiência de retratação? [valor: 2,00 pontos]
A palavra de Olga é suficiente para a condenação de Fernando? [valor: 1,00 ponto]
Caso Fernando seja condenado, é admissível a substituição da pena prevista para o crime por pena
restritiva de direitos? [valor: 1,00 ponto]
XX
(Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal / TJDFT / CESPE / 2013)
“Celso, oficial de justiça, ao cumprir mandado judicial expedido por autoridade judiciária superior
competente, no curso de ação judicial na qual fora ordenada a indisponibilidade de bens, busca e apreensão de
vultosas quantias de valores em espécie de moeda nacional corrente e estrangeira, títulos, documentos e bens
móveis e, ainda, o sequestro de diversos imóveis pertencentes aos réus, além da suspensão de contratos
firmados com o poder público, cumpriu estritamente os termos constantes na ordem judicial, tendo observado
rigorosamente os ditames legais de regência. No curso do cumprimento do mandado judicial, Jonas, um dos
réus, indignado com a conduta de Celso, o qual retirara do escritório dos acusados todo o dinheiro lá
encontrado, rasgou, de forma grosseira, as duas vias do mandado que lhe havia sido entregue, o que foi
certificado pelo oficial de justiça.”
Com base na situação hipotética apresentada, redija um texto dissertativo, respondendo, de forma
fundamentada, às seguintes indagações.
A conduta de Celso está amparada em causa excludente de ilicitude ou em causa excludente de
culpabilidade? [7,00 pontos]
Em que consistem a estrita obediência hierárquica e o estrito cumprimento de dever legal ou exercício
regular de direito e quais são os efeitos desses institutos? [14,50 pontos]
Que infração foi praticada por Jonas no momento da intimação? Considera-se cumprido o ato judicial
pelo oficial de justiça? [7,00 pontos]
Trata-se de análise da legalidade do cumprimento de mandado judicial pelo oficial de justiça Celso, no
qual foi ordenado a indisponibilidade de bens, a busca e apreensão, o sequestro de imóveis e a suspensão de
contratos.
Preliminarmente, verifica-se que a conduta de Celso está amparada em causa de excludente de
ilicitude. Segundo a doutrina, são causas legais para a exclusão da ilicitude a legítima defesa, o estado de
necessidade, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular do direito. No caso em análise, Celso,
atuando como oficial de justiça e cumprindo a determinação judicial, enquadra-se na excludente de ilicitude,
pois exercia estritamente o cumprimento do dever legal.
Nesse sentido, cabe destacar a diferença entre a estrita obediência hierárquica, o estrito cumprimento
de dever legal e o exercício regular de direito. No âmbito do Direito Penal, a estrita obediência hierárquica
consiste na prática de infração penal em decorrência de ordem, não manifestadamente ilegal, emitida pelo
superior hierárquico, o qual gera, como efeito, a exclusão da culpabilidade. Já o estrito cumprimento de dever
legal é a prática de fato típico, em razão do agente cumprir uma obrigação imposta por lei, logo, tem, como
efeito, a exclusão da ilicitude. Por fim, o exercício regular de direito consiste no desempenho de uma atividade
ou prática autorizada por lei, que torna lícito um fato típico, assim, o efeito também é a exclusão da ilicitude.
Por fim, vale ressaltar que a atitude de Jonas, um dos réus, de rasgar grosseiramente as duas vias do
mandado, pode ser enquadrada como crime de desacato. Conforme o Código Penal, desacatar servidor público
no exercício da função ou em razão dela configura um ilícito penal e enseja em pena, de seis a dois anos, ou
multa. Na situação hipotética, ao tratar de forma grosseira o oficial de justiça, o qual estava exercendo sua
função, pode configurar, portanto, desacato. Ademais, é importante frisar que, mesmo diante desse ato, o ato
judicial deve ser considerado cumprido pelo oficial, pois seguiu adequadamente os ditames legais.
(Resolução em texto do Você Concursado.)
Tópico 1: A conduta de Celso está amparada em causa excludente de ilicitude ou em causa excludente
de culpabilidade?
A conduta de Celso está amparada em uma causa excludente de ilicitude, qual seja, o estrito
cumprimento de dever legal.
Conceito 0: Não abordou o tema.
Conceito 1: Apresentou que a conduta de Celso estava amparada em uma causa excludente de ilicitude.
Conceito 2: Apresentou que a conduta de Celso estava amparada em uma causa excludente de ilicitude e
disse qual era.
Tópico 2: Em que consistem a estrita obediência hierárquica e o estrito cumprimento de dever legal ou
exercício regular de direito e quais são os efeitos desses institutos?
Estabelecida no art. 22 do Código Penal, trata-se a obediência hierárquica de uma causa de exclusão da
culpabilidade que está fundada na inexigibilidade de conduta diversa, o que ocorre quando um funcionário
subalterno pratica uma infração penal em decorrência de ordem, não manifestamente ilegal, emitida pelo
superior hierárquico.
São seus requisitos:
– ordem não manifestamente ilegal;
– ordem originária de autoridade competente;
– relação de direito público (não é admitida no campo privado, por falta de punição severa e
injustificada àquele que descumpre ordem não manifestamente ilegal emanada de seu superior).
– presença de pelo menos três pessoas;
– cumprimento estrito da ordem.
O estrito cumprimento de ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico exclui a
culpabilidade do executor subalterno, com base na inexigibilidade de conduta diversa. Entretanto, não
permanecerá impune, pois por ele responde o autor da ordem.
O estrito cumprimento do dever legal está disposto no art. 23, inc. III, 1ª parte do CP e trata-se de uma
causa de exclusão da ilicitude que consiste na prática de fato típico, em razão de cumprir o agente uma
obrigação imposta por lei, seja ela de natureza penal ou não.
Para se considerar dever legal é preciso que advenha de lei, ou seja, preceito de caráter geral, originário
de poder público competente, embora no sento lato (leis ordinárias, regulamentos, decretos, decisões judiciais
etc).
O exercício regular do direito está disposto no art. 23, inc. II, parte final, do Código Penal, e trata-se de
uma causa de exclusão da ilicitude. Nada mais é do que o desempenho de uma atividade ou a prática de uma
conduta autorizada por lei, que torna lícito um fato típico.
Tópico 3: Que infração foi praticada por Jonas no momento da intimação? Considera-se cumprido o
ato judicial pelo oficial de justiça?
A infração penal cometida por Jonas está capitulada no art. 331, do Código Penal, qual seja, o crime de
desacato, pois desacatou funcionário público no exercício de sua função.
Ainda assim, considera-se cumprido o ato judicial pelo oficial justiça, uma vez que seguiu
corretamente os ditames legais e tenha certificado corretamente o ocorrido.
Conceito 0: Não abordou o tema.
Conceito 1: Abordou corretamente a infração ou considerou cumprido o ato judicial pelo oficial de justiça.
Conceito 2: Abordou corretamente a infração e considerou cumprido o ato judicial pelo oficial de justiça.
Fonte: MASSON, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) ~ v. 1 – 14 ed. – Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: MÉTODO, 2020.
NUCCI, Guilherme de Souza Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120 do Código Penal / Guilherme
de Souza Nucci. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.
JUNQUEIRA, Gustavo; VANZOLINI, Patricia. Manual de direito penal: parte geral / Gustavo Junqueira,
Patricia Vanzolini. – 7 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2021.
(Padrão de Resposta do Você Concursado.)