Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
“Habeas Corpus substitutivo de Revisão Criminal”, que será ministrado pelo professor e Advoga-
do Criminalista, Caio Domingues!
Diante disso, preparamos um conteúdo especial: as 5 melhores decisões de Habeas Cor-
pus substitutivo de Revisão Criminal. Vamos a algumas delas!
A 2ª Turma do Supremo Tribunal já firmou orientação, há algum tempo, sobre a possibi-
lidade de impetrar Habeas Corpus em substituição à Revisão Criminal, porque o remédio consti-
tucional é muito mais célere e eficaz, como podemos ver no julgamento do Recurso Ordinário em
Habeas Corpus 146.327/RS, de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, assim ementado:
Uma condenação não prescinde de provas concretas e objetivas de que o agente tenha
praticado ou concorrido para a prática do crime. Com efeito, o princípio da presunção
de inocência, que tem sua origem no direito romano pela regra do in dubio pro reo, foi
consagrado no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal. Trata-se de princípio vetor
do processo penal brasileiro, orientado pelo sistema acusatório e que tem, dentre as
suas características, o ônus da prova da culpa atribuído acusação. Indissociável dos pos-
tulados do contraditório e da ampla defesa, a presunção de inocência impõe tanto um
dever de tratamento quanto um dever de julgamento. O dever de tratamento exige que a
pessoa acusada seja tratada, durante todo o curso da ação penal, como presumidamente
inocente; por outro lado, o dever de julgamento significa que recai exclusivamente sobre
o órgão de acusação o ônus de comprovar de maneira inequívoca a materialidade e a
autoria do crime narrado na denúncia – e não sobre o acusado o ônus da demonstra-
ção de sua inocência –, de sorte que, ao final da instrução processual, a dúvida deve
inexoravelmente gerar decisão favorável ao réu. Além disso, por força da presunção de
inocência, é necessário que os tribunais explicitem não apenas as conclusões obtidas em
sentença, como também os elementos de prova que foram considerados para se chegar
a essas conclusões e para se ter como comprovado os fatos constitutivos do delito. Essa
explicitação é essencial para que se possa avaliar a racionalidade e coerência do proces-
so mental adotado pelo julgador e verificar se houve prova da acusação capaz de afastar
o direito à presunção de inocência. (VEGAS TORRES, Jaime. Presunción de Inocencia y
Prueba en el Proceso Penal. Madrid (España). Editorial La Ley. 1933, p. 137-138). No
caso dos autos, a leitura dos fundamentos exarados pelas instâncias ordinárias revela
verdadeiro quadro de incerteza quanto à autoria delitiva e, portanto, em homenagem ao
princípio do in dubio pro reo, a absolvição do recorrente é medida que se impõe.
Outro caso interessante, que discutia nulidade da busca pessoal, foi decidido recente-
mente pelo Ministro Sebastião Reis Júnior, e foi em sede de Habeas Corpus substitutivo de Revi-
são Criminal:
E não pense que o esse manejo (do Habeas Corpus substitutivo de Revisão Criminal), ser-
ve para questionar apenas absolvições. Nesses casos, também é possível a discussão a respeito
da dosimetria da pena, quando, por exemplo, há afastamento do tráfico privilegiado.
No Habeas Corpus 786.386/SP, de relatoria do Ministro Ribeiro Dantas, o paciente cum-
pria pena de 5 anos e 10 meses de reclusão, em regime inicial fechado, de caso já transitado em
julgado. O tráfico privilegiado foi afastado por conta da quantidade de drogas apreendidas. A
defesa, então, impetrou Habeas Substitutivo de Revisão Criminal no STJ, a ordem foi concedida
para aplicação do tráfico privilegiado, com a redução da pena para o patamar de 1 ano, 11 meses
e 10 dias de reclusão.
Mas a decisão mais importante sobre o tema foi publicada recentemente, em voto-vista
do Ministro Rogério Schietti no Agravo Regimental no Habeas Corpus 761.799/SP, em que tam-
bém se discutia a aplicação de tráfico privilegiado em processo transitado em julgado. No caso, o
Ministro entendeu que:
Como podem verificar, apesar de a jurisprudência ainda não ser pacífica quanto a possi-
bilidade de se conhecer Habeas Corpus impetrado em substituição à Revisão Criminal, existem
entendimentos importantíssimos que deve ser de conhecimento da defesa. Primeiro, porque o
Habeas Corpus é o remédio Constitucional mais célere para corrigir constrangimentos ilegais.
Segundo, porque muitas vezes, muito embora o Habeas Corpus não seja cabível (conhecido), é
possível que as cortes superiores concedam a ordem de ofício (Art. 654, parágrafo 2º do CPP),
desde que alguns requisitos sejam preenchidos.