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Nos textos do professor não consta o recurso de correição parcial, mas, como eu lembro
dele ter falado em sala também vale a pena mencionar, assim como as ações autônomas de
impugnação, mencionadas adiante.
1. Conceito
A correição parcial é o recurso cabível em face de ato que caracterize erro ou abuso,
implicando em inversão tumultuária dos atos do processo (ex: juiz dispensa oi va de
testemunha arrolada pelo MP, sem pedido de dispensa por parte do MP). Visa, portanto,
corrigir error in procedendo. É um recurso subsidiário, cabível somente quando a decisão ou
despacho do juiz não for passível de ser impugnada mediante outro recurso.
2. Legitimidade
Somente as partes do processo.
3. Procedimento
O procedimento a ser adotado usualmente encontra-se previsto nos regimentos internos
dos tribunais, sendo que, em vários deles, o procedimento segue o rito do agravo de
instrumento.
4. Efeitos
Tem efeito devolu vo, assim como todo recurso. Não possui efeito suspensivo.
Compreendem ações contra decisões criminais transitadas em julgado (dis ntamente dos
recursos, os quais somente cabem contra decisões ainda não transitadas em julgado), assim
como em face de decisões contra as quais não há previsão de recurso (nesta hipótese, são
sucedâneas de recurso).
REVISÃO CRIMINAL
1. Conceito
É uma ação que permite o ques onamento de uma decisão judicial condenatória transitada
em julgado. Portanto, o obje vo precípuo é a descons tuição da coisa julgada material,
possuindo, assim, natureza cons tu va nega va. É um recurso exclusivo da defesa, visto que
não é permi do revisão criminal pro societate.
2. Cabimento
As hipóteses previstas no art. 621 são taxa vas, sendo impossível propor ação de revisão
criminal por fundamentos não expressamente ali previstos. Na revisão criminal ocorre a
inversão do ônus da prova, devendo o requerente produzir as provas com as quais pretende
demonstrar a ocorrência de uma das hipóteses do art. 621.
Essa hipótese não trata da mera rediscussão dos fatos e argumentos já discu dos no
processo. É necessário que a decisão seja contrária ao texto expresso da lei (ex: réu
condenado por furto sem exame de corpo de delito) ou que contrarie o conjunto probatório
acostado aos autos (ex: defesa comprovou que o réu estava em outra cidade no horário do
crime).
A comprovação da falsidade deve ser realizada por intermédio da denominada jus ficação
criminal. Não se produz provas durante a revisão criminal.
Como dito acima, não se produz provas durante a revisão criminal. Todas as provas devem
estar produzidas, mediante a jus ficação criminal, procedimento que possui natureza
jurídica de cautelar de produção antecipada de provas.
3. Legitimidade
A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou,
no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
4. Procedimento
A revisão criminal deve ser interposta mediante pe ção. O requerimento será instruído com
a cer dão de haver passado em julgado a sentença condenatória e com as peças necessárias
à comprovação dos fatos aduzidos.
A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da ex nção da pena ou após
(mesmo que já falecido o réu). Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado
em novas provas.
HABEAS CORPUS
1. Conceito
O CPP dispõe no art. 647 que não é possível habeas corpus em função de punição disciplinar.
Contudo, mesmo nessa hipótese é possível impetrar esse recurso a fim de ques onar
aspectos formais da punição.
2. Cabimento
É a hipótese mais abrangente. Em tese, todas outras estão con das aqui, mesmo as
situações não previstas nos demais incisos (ex: prisão cautelar ilegal). Em sen do estrito,
significa a ausência dos elementos que permitem a persecução penal (fato pico,
an jurídico e culpável). É possível também o trancamento do inquérito pelas mesmas
razões.
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
Trata-se das hipóteses de prisão cautelar decretadas no curso do inquérito policial. Não se
trata de decretação no curso do processo penal, porquanto nessa hipótese, se o juízo era
incompetente, não o era apenas em relação ao ato de prisão, mas sim, em relação a todo o
processo, tratando-se de nulidade prevista no art. 564 do CPP.
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
Nos casos em que a lei permi r a concessão da liberdade provisória com fiança, caso não
seja concedida pelo juiz ou delegado, é cabível o habeas corpus. Também é cabível quando o
valor arbitrado for exagerado.
É uma decorrência do princípio do devido processo legal, visto que o processo que
desobedece a esse princípio acarreta um constrangimento ilegal ao acusado. As nulidades
estão previstas no art. 564 do CPP.
Nessa hipótese, cessou o direito de punir do Estado, razão pela qual não pode iniciar,
prosseguir ou finalizar a persecução penal.
3. Legitimidade
Paciente: é quem sofre a coação.
Impetrante: É quem propõe a ação. Pode ser qualquer pessoa.
Autoridade coatora: é quem pra ca o ato de constrangimento ilegal que se quer atacar.
4. Procedimento
Deve ser impetrado perante a autoridade imediatamente superior à coatora. No caso de ato
ilegal pra cado por delegado de polícia, o juiz é considerado autoridade superior.
No caso de habeas corpus preven vo, o pedido deve ser de expedição de salvo-conduto em
favor do paciente.
Se a tese for rela va à nulidade, deve ser pedida a anulação do processo. Caso seja de
ex nção de punibilidade, deve ser requerida tal ex nção.
No caso de coação ilegal por excesso de prazo da prisão, bem como na hipótese de a prisão
ter sido decretada por autoridade incompetente, deve ser requerido o relaxamento da
prisão e a expedição de alvará de soltura.
Quando a prisão for ilegal por cessação do mo vo que a ensejou, deve ser requerido
somente alvará de soltura.
Na hipótese da negação da liberdade provisória com fiança, deve o pedido ser de concessão
de liberdade provisória com fiança.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BADARÓ, Gustavo Henrique. Manual dos Recursos Penais. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2016.
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 22.ed. São Paulo: Atlas, 2018.