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APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA

LEI PROC. PENAL


APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA LEI
PROC. PENAL.

• Há quem diga que o ordenamento jurídico é


perfeito(dogma). Mas se existir lacunas, há métodos
para o seu preenchimento.

A analogia
Princípios Gerais do Direito
Costumes
• ANALOGIA é forma de autointegração da Lei. Consiste em
aplicar o regramento a uma hipótese semelhante não prevista
em lei.

• Analogia legal – ocorre qdo. existir um preceito legal que


rege um caso semelhante ao ser aplicado a um caso não
previsto em lei.

• Ex.: No caso da autoridade policial necessitar ouvir


testemunha fora de sua circunscrição, deverá requerer oitiva
por via precatória por analogia ao art. 222 do CPP, que trata
exclusivamente da precatória realizada pelo juiz.
CONT.

Analogia jurídica – ocorre qdo. se aplica preceito


consagrado pela doutrina, jurisprudência e Princípios
Gerais do Direito.
Ex.: O juiz criminal se depara com o pedido de restituição de um veículo
com adulteração de chassis, mas sem possibilidade de identificação do
chassis original. Não há prova de da adulteração pelo agente criminoso e
nem prova da receptação. Nesse caso não há documento do veículo, e,
baseando-se no princípio da prevalência do interesse do réu, em razão da
lacuna e nada havendo para disciplinar o caso, deve o juiz liberar o
veículo.
• HERMENEUTICA PROCESSUAL PENAL é a
atividade de identificar o alcance e significado
da norma processual. Onde o juiz deve
sempre atender aos fins sociais a que ele se
dirige e às exigências do bem comum. (art. 5º
da Lei de Introdução ao CCB).
MODALIDADES DE INTERPRETAÇÃO
• Interpretação penal qto. ao sujeito:
Autêntica – originária do próprio órgão encarregado de
elaborar a Lei. Ex.: Art. 150, §4º do CP que define casa.

Doutrinária – é feita por estudiosos, professores e autores


de livros do DPP. Ex.: A lei nº 10.792/2003, que alterou a redação do
art. 360 do CPP, ordenando a citação do réu requisitado. Grande influencia da
doutrinadora Ada Pellegrini, na obra “As Nulidades no Processo Penal”.

Jurisprudencial ou Judicial – É feita pelos tribunais, com a


reiteração de seus julgamentos. Ex.: Crime de furto com a
qualificadora de escalada. Para a jurisprudência, muro baixo não configura a
qualificadora só muro alto.
MODALIDADES DE INTERPRETAÇÃO
• Interpretação da lei penal quanto ao modo:
Gramatical (liberal, verbal)- fundada nas regras
gramaticais e no sentido liberal das palavras.
Ex.: Crime de bigamia previsto no art. 235do CP “Contrair alguém, sendo casado,
novo casamento”.

Lógica ou teleológica – busca a finalidade da Lei.


EX.: A Norma do art. 594 do CPP foi revogada, permitindo-se a apelação do réu
independente do recolhimento à prisão.
Todavia, a norma do art. 595 do CPP que prevê a deserção da apelação em caso de
fuga do réu não foi revogada. Pela interpretação teleológica e considerando a
finalidade da reforma processual penal de 2008, entende-se que tal norma do art.
595 estaria revogada tacitamente.
MODALIDADES DE INTERPRETAÇÃO

• Interpretação da lei proc. penal qto. ao


resultado:
Declarativa – dá a Lei o seu sentido literal
sem aumentar nem diminuir.
Ex.: Pratica do crime de furto, aquele que se enquadra no tipo.
Restritiva – restringe o limite da norma.
Ex.: Roubo com emprego de arma, que restringe a arma de brinquedo.
Extensiva – quando o caso requer ampliação.
Ex.: Casos de suspeição do juiz, art. 254 do CPP que, por interpretação extensiva,
inclui o jurado.
PRINCIPIOS DO
DIREITO
PROCESSUAL PENAL
Princ. da verdade real
• Hoje melhor seria tratar como verdade processual, até porque por
mais que o juiz procure fazer a reconstrução histórica do fato
objeto do processo, muitas e muitas vezes o material que dispõe
não é suficiente, para conceitos absolutos.

Princ. da Imparcialidade do Juiz


• Se o Estado chamou a si a tarefa de dar a cada um o que é seu,
esta missão não seria cumprida, se no processo, fosse admitido juiz
parcial.

• Para a pratica da imparcialidade o Juiz possui garantias conferidas


a magistratura pela CF como: vitaliciedade, inamovibilidade e
irredutibilidade de vencimentos.

• Se a pratica da imparcialidade estiver abalada , qualquer pode


excepcionar-lhe o impedimento, incompatibilidade ou suspeição
(arts.252,253 e 112 do CPP) se ele próprio não se abster de atuar
no feito.
Princ. da Igualdade das partes
• Embora em pólos opostos estão num mesmo
plano, com iguais direitos, ônus, obrigações e
faculdades. (Funções acusar, defender e julgar
num mesmo nível – técnico). Todos são iguais
perante a lei levados ao processo.

Princ. da Paridade das Armas


• Os direitos e poderes que se confere à acusação
não podem ser negados á defesa, e vice-versa. É
bem verdade que se concede um pouco mais à
defesa. Ex: recursos como protesto por novo
júri, embargos infringentes e revisão criminal.
Principio da Persuasão Racional ou do Livre Convencimento
• Vale o artigo 157 do CPP, impede que o juiz possa julgar com o
conhecimento que eventualmente tenha extra-autos. O que não estiver
dentro do processo é como se não existisse. Dá garantia para impedir
julgamentos parciais. ( Motivação da sentença).

Princ. da Publicidade

• Os atos processuais são públicos. (art. 792 do CPP). Quando não a CF


art. 5, LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

Princ. do Contraditório

• Muito claro no art. 5º LV da CF – O acusado goza do direito primário e


absoluto da defesa. Implica no direito de contestar a acusação.
• No IP não tem contraditório porque o delegado não acusa, investiga.
Princ. Da iniciativa das partes.
• Aqui cabe a parte provocar a prestação jurisdicional. O Juiz não
dar início ao processo sem a provocação da parte.

Princ. do “ne eat judez ultra petita partium” O juiz não pode ir
além dos pedidos das partes.
• O juiz deve pronunciar-se sobre aquilo que lhe foi pedido, o que foi
exposto na inicial pela parte. ( art. 383, 408,§4,)

Princ. da identidade física do juiz.


• Nenhuma regra nesse sentido. Nem sempre o juiz que recebe a
Denuncia no PPenal é o mesmo que sentencia.

Princ. do devido Processo Legal.


• Disposto na CF, art. 5º LIV – ninguém será privado da liberdade ou
de seus bens sem o devido processo legal. Há a necessidade da
tramitação de um processo nos termos legais, para a privação da
liberdade ou de seus bens.
Princ. da Inadmissibilidade das Provas Obtidas por Meios Ilícitos.
• Art. 233 CPP – provas obtidas através de transgressões a norma de um
direito material.
• Sumula 50 USP – podem ser utilizadas no Proc. Penal as provas
ilicitamente colhidas, que beneficie a defesa.

Princ. da presunção da inocência


Sugerir a leitura do livro dos delitos e das penas. Beccaria.
• Enquanto não definitivamente condenado , presume-se o réu
“inocente”.

Princ. do ‘favor rei’ (benefício do réu).


• (art. 617,607, 609, 621 e seguintes, 615 §1º, 386,VI, do CPP).
• É o principio base de toda a legislação proc. penal.

Princ. do Duplo Grau de Jurisdição.


• Considerando que os juízes são passíveis de erros, o Estado criou
órgãos jurisdicionais a eles superiores.
PROCESSO PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO
NORMA PROCESSUAL NO TEMPO E NO
ESPAÇO.
► A norma proc. penal é norma formal que regula a
atuação da jurisdição penal.
► Elementos da Norma: Uma regra de conduta
Uma ordem
Uma garantia

A norma processual penal pode ser de organização


judiciária, pode regular a capacidade das partes,
disciplinar o ato processual, a relação e o
procedimento.
NORMA PROC. PENAL NO TEMPO
► Aplica-se o principio da aplicação IMEDIATA das
normas processuais. É o chamado tempus regit
actum ou princ. do efeito imediato da norma proc.
penal.
► Não há retroatividade. (efeito ex nunc).
► A norma processual sobre jurisdição e competência
aplica-se imediatamente.
► Atos processuais: Submete-se o ato judicial à lei
em cuja vigência foi praticado.
► Medidas coercitivas-cautelares: aqui vigora o
princípio da aplicação imediata, abrangendo fiança,
liberdade provisória e a prisão preventiva.
Como proceder?
► Analisar a data da entrada em vigor da lei –
publicada em 23.06.08 + 60 dias para o período
vocatio legis (adaptação).
► Ver art. 8º da Lei Complementar 95/1998.
► Data em que entrou em vigor - 22.08.08.
ASSIM:
Quanto aos processos não iniciados NÃO TEMOS DUVIDA
QUANTO A APLICAÇÃO.
 Se o proc. já iniciou  se houve denuncia durante a vigência
do procedimento velho, então este subsistirá.
 Se iniciada a fase processual no rito antigo  ele se findaria
tão-somente em relação a fase em que estava. Nova fase
novo procedimento.
 Se considerar ato proc. isolado  se adota o art. 2º do CPPB.
NORMA PROCESSUAL PENAL NO
ESPAÇO
►A lei proc. penal aplica-se a todas as infrações
cometidas em território brasileiro. (princ. da
territorialidade).
► Teoria da ubiquidade ou mista: Art. 6º do CP

OBS.: A lei processual aplica-se a todas as


infrações cometidas em território brasileiro. Aos
processos realizados no Brasil, aplica-se a lei
processual nacional (lex fori), como exercício da
soberania.
Conceito:
É um procedimento administrativo persecutório, conjunto
de diligencias realizadas pela policia judiciária, para
apuração de um ilícito penal e sua autoria, com o fim de
possibilitar ao titular da ação penal ingressar em juízo.
INQUERITO POLICIAL
• NJ – procedimento administrativo persecutório.
• Características:
Procedimento escrito (art. 9 CPP);
Sigiloso (Art. 20 CPP),não podendo ser oposto o sigilo
aos advogados;
Oficialidade (art. 144 da CR);
Oficiosidade (art. 5, I CPP);
Autoritariedade (art. 4 CPP);
Indisponibilidade, ou obrigatoriedade, ou legalidade
(art. 17 CPP);
Procedimento inquisitivo.
INQUERITO POLICIAL
• Atribuição:
É de competência da Policia Judiciária a instauração do IP.
Policias: Administrativa (Policia Rodoviária).
De segurança (Policia Militar)
Judiciária ou investigativa (Policia Civil)
Policia Federal – funções art. 144 da CR.
POLICIA JUDICIÁRIA
• CIRCUNSCRIÇÃO é o espaço territorial que a
autoridade policial exerce suas atividades. Art. 4
CPP e art. 22

• INDICIAMENTO é a apuração formal da pratica de


infração penal a alguém no IP.

• INDICIADO- é a pessoa que sofre referida


imputação formal da pratica de uma infração
penal a alguém, no IP.
INQUERITO POLICIAL

INSTAURAÇÃO

NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA:

 de ofício;

 por requisição de autoridade judiciária;

 por requisição do MP;

 por requerimento da vitima ou seu representante legal.


NOS CRIMES DE AÇÃO PENAL PÚBLICA
CONDICIONADA

Mediante representação do ofendido ou de seu


representante legal. Hoje a maioria TCO. Ver art. 5º § 4
do CPP.
Mediante requisição do ministro da justiça.

NOS CRIMES DE AÇÃO PRIVADA

Requerimento do ofendido ou de seu representante


legal. Art. 5º §5 do CPP. (queixa crime).

OBS: São essas as peças iniciais do IP.


• PRAZOS
 (Não contando o dia do inicio e sim o do fim).
Regra – 10 dias para o réu preso e 30 dias para o
réu solto. Art. 10 CPP.
Na Justiça Federal – 15 dias para o réu preso
podendo ser prorrogado por mais 15 e 30 dias
para o réu solto.
Ver caso especial da Lei 11.343/06 LAD – 30dias
indiciado preso, 90 dias se solto, podendo
serem duplicados pelo juiz, ouvindo-se o MP.
PROVIDENCIAS DA AUTORIDADE POLICIAL
Art. 6 do CPP – roteiro investigativo.

 providencias de isolamento do local do crime


apreensão de objetos
colher provas de todas as circunstancias
 ouvir o ofendido, testemunhas,
 ouvir o indiciado
proceder reconhecimento de pessoas e coisas.
fazer acareações
 identificação dactiloscópica do réu
juntar a folha e antecedentes criminais
 averiguar a vida pregressa do indiciado.
 proceder a reprodução simulada dos fatos;

•OBS: Menor com defensor dispensa a nomeação de um curador


(defensor-curador) – art. 194 revogado pela lei 10.729/03.
INQUERITO POLICIAL
• VALOR PROBATÓRIO E DISPENSABILIDADE
Ver art. 12, 27, 39 §5º e 46, § 1 do CPP.

• CONTRADITÒRIO: Não tem no IP – art. 5º LV CR.

• VICIOS DE IRREGULARIDADE: Não constituem nulidade


processual.

• INCOMUNICABILIDADE: Não existe mais.

• SIGILO
Deve ser necessário a elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da sociedade (art. 20 do CPP).
Corrobora o art. 5 LX da CR
• ENCERRAMENTO (art. 10 §1º CPP)
 A autoridade policial faz um relatório de todo o apurado,
indica seus pontos cruciais, tem requisitos específicos lei
antidrogas-11.343/06- art. 52 I.

ARQUIVAMENTO

• Em hipótese alguma o delegado pode arquivar o IP.


 A atribuição de requerer o arquivamento é do MP na 1ª
instancia. Se o juiz discordar recorre para o procurador geral de
justiça.
 O juiz pode rejeitar a denúncia ou queixa- art. 395CPP.
 O despacho do juiz de arquivamento é irrecorrível, entretanto
há exceções.
 Nas ações penais privadas, com a decadência do dir. de queixa
que ocorre em 6 meses. Se pedir o arquivamento do IP sabendo
quem é o réu, o juiz apenas determina o arquivamento físico dos
autos.
Cont.

DESARQUIVAMENTO

• O despacho de arquivamento não faz coisa


julgada material, pois o delegado pode
providenciar novas pesquisas e se de outras
provas tiver notícia, poderá o IP ser
desarquivado. ( art. 18 CPP). PROVA NOVA –
produzem alteração ao que já foi apurado
dando condição diversa ao motivo do
arquivamento.
INQUERITO POLICIAL
• PROVIDENCIAS DO MP NO IP
 Devolver os autos à autoridade policial para a realização de
novas diligencias (art.16)
 Requerer que os autos aguardem em cartório iniciativa do
ofendido. ( art. 19)
 Alegar incompetência do juízo.
 Requerer a declaração de extinção da punibilidade (art. 43II).
 Requerer arquivamento.
 Oferecer a denuncia (art. 41)

• JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS.


 Infrações penais de menor potencial ofensivo, tem
procedimento especial. TCO (art. 69 caput –Lei 9.099/95).
ANALISE de IP e TCO
• Identifique os autos do IP e TCO. (vitima, indiciado,
infração penal, tempo, número/ano).

• Qual a peça inaugural do IP?


• Relacione as diligencias realizadas pela autoridade
policial.
• Prazo inicial e de conclusão do IP e do TCO.
• Distinção entre os autos do IP e do TCO. (diligencias,
remessa ...)
• Nome, bloco e turno do aluno responsável pela
análise.
DIREITO DE AÇÃO

• Toda e qualquer pessoa tem o direito de invocar a prestação


jurisdicional do Estado, sendo que este, no interesse da
sociedade, resolve os conflitos de interesse através da
jurisdição, evitando, destarte, a auto-defesa do particular.

• Assim surge o Direito de AÇÃO. “ na estrutura da pretensão


acusatória, circunscreve-se a um poder jurídico uma
declaração petitória (acusação formalizada) de que existe o
direito potestativo de acusar e que procede a aplicação do
poder punitivo estatal.” (Aury Lopes Jr)
DA AÇÃO PENAL
• É o direito de exigir do Estado a prestação da tutela
jurisdicional, em face daquele que praticou um fato infringente
da norma penal.

• O instrumento da ação penal é o PROCESSO.

• A ação penal é direito público; é subjetivo;é autônomo; é


abstrato; é instrumentalmente conexo a um caso concreto.
CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL
Segundo a tutela jurisdicional:
AÇÃO DE CONHECIMENTO (Condenatória, constitutiva e
declaratória).

AÇÃO CAUTELAR

AÇÃO DE EXECUÇÃO
CLASSIFICAÇÃO SUBJETIVA DA AÇÃO PENAL

• Qto. Ao autor da Ação Penal:

• AÇÂO PUBLICA
• AÇÂO PRIVADA  esta pode ser iniciada pelo ofendido,
seu representante legal, procurador com poderes
especiais ou curador especial.
Se Func. Público – nos crimes contra a honra – a
legitimidade ad causam é alternativa, podendo ser a ação
privada ou pública condicionada
OBS: Origem dir. romano.
CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL (ou Condições de
procedibilidade)

Condições genéricas:
 A legitimidade ad causam
 O interesse de agir
 Possibilidade jurídica do pedido.
Condições específicas:
 A representação da vitima
 A entrada do agente criminoso em território
nacional nos crimes em que se admite a
extraterritorialidade condicionada a requisição do
ministro da justiça.
LEGITIMIDADE AD CAUSAM
• É a pertinência subjetiva da ação. (pólo ativo e passivo).

o Legitimidade ATIVA (autor)  a regra geral é que a ação penal


é publica (CP, art. 100caput), tendo como titular o MP
(legitimação ordinária). Como exceção é a ação penal privada,
tendo como titular o próprio ofendido. (legitimação
extraordinária para a ação penal).

o Legitimidade PASSIVA (réu)  Hipóteses em que há


imunidade ao processo penal: menores de 18 anos;
imunidades diplomáticas instituídas pela Convenção de Viena
em 1961 (exceto para terrorismo, contrabando de arma de
fogo e trafico de drogas).
INTERESSE DE AGIR
• Refere-se a IDONEIDADE DO PEDIDO.

• Há necessidade para atingir o status libertatis da chamada


fumaça do bom direito

 Interesse-necessidade, o qual se relaciona com a


obrigatoriedade de devido processo legal;

 Interesse-utilidade, baseado na potencialidade do Estado de


exercer o jus puniendi. ( se houver prescrição NÃO HÀ ESSE
INTERESSE).

 Interesse- adequação, exigindo que o órgão de acusação


promova a ação nos moldes preestabelecidos.
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

• O pedido deve está previsto no ordenamento


jurídico.
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

•Pressupostos de existência, pressupostos de


constituição da relação processual, pressupostos
processuais positivos.

•Impedimentos processuais ou pressupostos


processuais negativos;
• Pressupostos de validade, pressupostos de validez,
pressuposto de desenvolvimento válido, e regular do
processo.

• Pressupostos subjetivos – os relativos aos sujeitos do processo

• Pressupostos objetivos – os relativos a outros aspectos do


processo.

• Pressupostos de existência- pedido, jurisdicional e existência


das partes.
• Pressupostos de Validade:

• Requisitos subjetivos – qto ao juiz, partes


• Requisito objetivo - inexistência de fatos
impeditivos(coisa julgada, férias forense, falta
de compromisso arbitral ( Art. 301 V, IX,)
subordinação do procedimento a Lei:
petição com os requisitos legais –
arts. 282, 283, 276 do CPC)
AÇÃO PENAL PUBLICA
INCONDICIONADA
• Não há dependência da vontade do ofendido.
• Princípios da ação penal pública:
Oficialidade – O MP é órgão oficial do Estado.
Indisponibilidade – O MP não pode desistir da ação.
Legalidade ou Obrigatoriedade – não existe critério de
conveniência ou oportunidade.
Indivisibilidade – Todos os que participaram do crime ou
concorreram de qualquer forma devem se situar no polo
passivo da ação.
Intranscendência – a pena se limita a atingir a pessoa que
infringiu a lei.
INICIO DA AÇÃO PENAL PUBLICA

• Cota de oferecimento da DENÚNCIA feita pelo


MP.

• Conclusão dos autos ao juiz que, se não rejeitar


a denúncia liminarmente, recebê-la-á e
ordenará a CITAÇÃO do acusado para responder
a acusação, por escrito, no prazo de 10 dias.
DENÚNCIA

• DENÚNCIA  é a petição da ação penal pública.( è a


peça que formaliza a acusação). Prazo: 5d réu preso
e 15d réu solto. (art. 46CPPB).
• Requisitos: art. 41 do CPP.
Exposição do fato criminoso, com todas as suas
circunstancias;
Individualização do acusado;
Classificação do crime;
Rol de testemunha, qdo. necessário.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA

• Exige uma condição: manifestação do


ofendido ou da requisição do Ministro da
Justiça.
• A REPRESENTAÇÃO é condição de
procedibilidade. Pode ser feita por escrito ou
oralmente, sendo nesse caso reduzida a
termo. São destinatários: a autoridade
judiciária, a policia e o membro do MP.
SÚMULA
• Súmula 608 - STF: No crime de estupro,
praticado mediante violência real, a ação
penal é pública incondicionada. A partir de
então, em regra, o crime de estupro, em
qualquer de suas formas, desafia ação penal
pública condicionada à representação.

• O QUE QUER DIZER


AÇÃO PENAL PUBLICA CONDICIONADA

• Legitimidade para representação:


 Pessoa física maior de 18 anos;(ver art. 24 e 34 CPPB)
 O representante legal sendo o ofendido menor de 18
anos, ou sendo maior mentalmente enfermo;
 Curador especial; (ver art. 33 do CPP)
 Cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADIC);
(ver art. 31, 38 do CPP e 103 do CP)
 Pessoa jurídica; (ver art. 37 do CPP)
 Procurador com poderes especiais.(ver at. 39 caput do CPP)
RETRATAÇÃO na APPC
• A representação é irretratável após a
denúncia. (Art. 102 do CP e 25 do CPP).
• Se houve retratação, entende-se que o juiz
deve julgar extinta a punibilidade.

• Flagrante nos casos de APPC? Há, mas o APEF


somente poderá ser lavrado APÒS a
representação. Prazo: 24 horas
Requisição do Ministro da Justiça

• Ocorre em hipóteses como do crime contra a


honra do Presidente da República ( art. 23, I c.c art.
40, I da Lei nº 5.270/67). Nesse caso não há decadência,
mas tão somente prescrição . Não há previsão
de retratação.
Ação Penal Publica Subsidiária da
Pública.

• Nos casos de crimes comuns e crimes de


responsabilidade dos prefeitos ( Decreto Lei nº
201/67 – art. 2º, §2º) – se as providencias
para abertura de IP ou instauração da AP não
forem atendidas pela autoridade policial ou
pelo MP, poderão ser requeridas ao
Procurador-Geral da República.
AÇÂO PENAL PRIVADA

• Titularidade: Vitima ou seu Representante legal.


• Exige procurador habilitado (art. 32 CPP). Na procuração deve
conter o nome do Querelado e fato criminoso.
• Vitima pobre: juiz nomeará advogado para propor ação penal.
• Curador especial para o menor de 18 anos, que não pode
oferecer QC (art.33)
• A maioridade fixada aos 18 anos pelo CC gerou reflexos em
relação a APPrivada. Modificando os arts. 50 a 52 do CPP –
situações que são exercidas pessoalmente pelo mais de 18 anos.
AÇÃO PENAL PRIVADA
• PRINCIPIOS
• Da Oportunidade: cabe ao titular do dir. de agir a faculdade
de propor ou não da ação, de acordo com a sua conveniência.
• Da Disponibilidade: o ofendido pode prosseguir ou não com a
ação penal.
• Da Indivisibilidade: a queixa contra qualquer dos autores do
crime obrigará o processo contra todos os demais e o MP
zelará pela indivisibilidade da ação penal.
• Da Intranscendência: a ação penal é limitada ao réu, não
atingindo a seus familiares.
AÇÃO PENAL PRIVADA
ESPÈCIES

• APPExclusiva ou Principal: somente pode ser proposta pelo


ofendido ou seu Rep. Legal. A Parte especial do CP especificam esses
crimes “só se processa mediante queixa”.

• APPPersonalíssima: é aquela que só pode ser intentada pelo


ofendido, não havendo sucessão por morte ou ausência. (Art. 236 do CP -
só o contraente enganado)Art 240 ( só o cônjuge ofendido)
Se o ofendido morre ocorre perempção. Não se aplica o art. 100, §4 do CP.
A QC não pode ser apresentada por representante legal ou curador
especial.
AÇÃO PENAL PRIVADA
• APPSubsidiária da Pública: nos casos de APP, se o MP
não oferece a denúncia dentro do prazo, poderá a AP ser
instaurada mediante Q do Ofendido ou Rep Legal. Não afasta
a titularidade do MP podendo este aditar a QC, oferecer
denúncia substitutiva e funcionar em todo o processo,
retomando a ação.

Prazo para intentar a ação subsidiária: 6 meses a contar do dia


em que se esgotar o prazo para oferecimento de denúncia.
(art. 38CPP).
SÚMULAS
não se sobrepõe à lei
• Súmula 714 do STF - É concorrente a leg. do
ofendido, na queixa, e do MP, condicionada à rep.
do ofendido, na ação contra a honra de servidor
público no exercício de suas funções.

• Falaremos sobre a súmula 714 que aborda o seguinte: Concorrente à


legitimidade do ofendido mediante queixa e do ministério público condicionado
à representação do ofendido para a ação penal por crime contra...Só que o
supremo nessa súmula 714 que analisaremos que o supremo vai um pouco mais
além, porque ele vai dizer que seria não apenas à ação penal pública
condicionada à representação, como diz o Art. 145...É isso que a súmula tenta
passar para nos. Pelo menos em sua redação.
DO MP NA AÇÃO PENAL PRIVADA. (Art. 29
do CPP)

• 1. Aditar a queixa. 2. Repudiar a QC e oferecer denúncia substitutiva. 3.


Intervir em todos os termos do processo. 4. Fornecer elementos de prova.
5. Interpor recurso. 6. A qualquer tempo em caso de negligencia do
querelante. 7. Retomar a ação como parte principal.

• A não intervenção do MP é considerada a causa de nulidade relativa (art.


564, III CPP).

• Se o MP aditar a QC ( acrescentando ou corrigindo), passa a ser assistente


litisconsorcial pela qualidade de titular do direito material.(ius puniendi).

• Essa negligencia do ofendido – art. 60, I , II e III do CPP. NÃO HÁ


PEREMPÇÃO NA AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA.
• Na AP Exclusivamente Privada - o MP intervém como fiscal da
lei.

• O MP se manifesta depois do Querelante e antes do


Querelado que se manifesta por ULTIMO.

• Art. 45 – o aditamento da queixa é facultativo.

• Súmula 16 das mesas de proc. penal da USP- não é possível


aditamento da QC para inclusão de co-réu.

• A QC não pode ser recebida contra apenas um dos autores. Se


o MP verificar situação de renuncia tácita (deu para entender,
está provada por situações), deve requerer aditamento do
ofendido se não ocorrer é pelo reconhecimento da renúncia e
conseqüente extinção da punibilidade.
DENUNCIA E QC

• É petição inicial da ação penal pública e da ação penal


privada.

• Exposição por escrito dos fatos, com o pedido de


aplicação da sanção penal ao seu autor e a exposição das
provas.
Requisitos – Art. 41 do CPP confirmado pelo art. 395 I do CPP – requisitos
imperativamente da Denuncia ou Queixa crime.

1. DESCRIÇÃO DOS FATOS COM TODAS AS CIRCUNSTANCIAS.


Circunstancia elementares: deve ser feita a adequação típica. –
conduta de cada um dos autores – o liame de co-autoria e
participação - se for o caso indicação da modalidade da culpa.

• A AUSENCIA DESSAS CIRCUNSTANCIAS acarreta inépcia e, portanto,


rejeição da D ou QC.

Circunstancias identificadoras: são as situações que diferenciam


o fato, individualizando. São circunstancias de tempo e lugar.
Circunstancias identificadoras: são as situações que
diferenciam o fato, individualizando. São
circunstancias de tempo e lugar.
2. QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO.
3. CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA DO FATO.
IMPUTAÇÂO ALTERNATIVA – quando se descreve que
o acusado praticou uma ou outra conduta.
4. ROL DE TESTEMUNHAS – no máximo 8 no
procedimento comum, no procedimento sumário
basta 5.
5. PEDIDO DE CONDENAÇÂO.
PRAZOS

• Denúncia - 15 dias, se réu solto. 5 dias se réu preso. O


EXCESSO DE PRAZO NÃO ACARRETA NULIDADE, MAS
APENAS EVENTUAL RELAXAMENTO DE PRISÃO EM
FLAGRANT E.

• Queixa – em regra, prazo de 6meses contados do dia


em que a vitima vier a saber quem é o autor do fato
criminoso.
• Ou 6 meses do prazo que expirou para a denúncia, na
APPS.
REJEIÇÃO DA DENÙNCIA OU QUEIXA – art. 395
do CPP.

• A D ou QC será rejeitada quando:


 For manifestamente inepta;
 Faltar pressuposto processual ou condição para o
exercício da ação penal;
 Faltar justa causa para o exercício da ação penal.
• Deve ser fundamentada.
• RECURSOS – Da decisão que REJEITA a D ou Q cabe
Recurso em Sentido Estrito.
- Da decisão de recebimento da D ou Q
cabe Hábeas Corpus.

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