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INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 2
REVISÃO ............................................................................................................................................... 3
TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO ................................................................................ 3
FATOS JURÍDICOS ..................................................................................................................... 3
ATOS JURÍDICOS ....................................................................................................................... 5
DO NEGÓCIO JURÍDICO ........................................................................................................... 7
Elementos Constitutivos do Negócios Jurídicos ...................................................................... 7
Vícios ou Defeitos do Negócio Jurídico .................................................................................. 11
Teoria das Nulidades do Negócio Jurídico ............................................................................. 18
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................ 24
REFERÊNCIA ..................................................................................................................................... 29
Caro(a) Aluno(a),
Com base nos últimos concursos para Procuradoria em todo o Brasil, um tema
da disciplina Direito Civil bastante frequente nas provas, e que certamente estará no
edital do próximo concurso da PGE/SC, é Negócio Jurídico. Portanto, tendo em vista
a relevância do tema, é importante o aluno revisá-lo. Bons estudos!!!
FATOS JURÍDICOS
▪ Lícitos
▪ Ilícitos
Os Fatos Jurídicos Lícitos são os que a lei defere os efeitos almejados pelo
agente. Praticados conforme determina o Ordenamento Jurídico, produzindo efeitos
voluntários, queridos pelo agente.
Todas as ações das pessoas que são juridicamente relevantes para o Direito
são consideradas como Fatos Jurídicos e, por isso, são também denominados Fatos
Jurídicos em sentido amplo.
Caio Mário da Silva Pereira clarifica que dois fatores constituem o fato jurídico:
um fato, isto é uma eventualidade que atue sobre o direito subjetivo; e uma
declaração da norma jurídica que confere efeitos jurídicos àquele fato. Maria Helena
Diniz (2003, p. 248) salienta: “É o acontecimento, previsto em norma jurídica, em
razão do qual nascem, se modificam, subsistem e se extinguem relações jurídicas.”
▪ Ordinários
▪ Extraordinários
▪ Força Maior
▪ "Factum Principis"
ATOS JURÍDICOS
Diante disso, o ato jurídico pode ser entendido como sendo na verdade um
acontecimento oriundo da vontade de uma pessoa física ou jurídica, que produz
efeitos de ordem jurídica.
Mas é importante frisar que para tal aplicação da vontade se faz imprescindível
que exista a ocorrência de um acontecimento lícito fundado em direito, que não esteja
em desacordo com o nosso então ordenamento jurídico.
O ato ilícito produz efeitos jurídicos, sendo estes por sua vez não desejados
pelo agente, mas impostos pela lei, conforme os artigos 186 e 187 do CC/2002:
Contudo não causam direitos, mas sim deveres, como o dever de reparar o
dano: “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (artigos. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.”
Vale frisar que boa parte da nossa doutrina vigente não recepciona como
jurídico o ato ilícito, por se apresentar de forma contraria ao dispositivo normativo,
embora este produza efeitos que ensejam responsabilidade civil.
Porém, hoje se admite que estes atos integrem a categoria dos atos jurídicos,
tomando como base os efeitos que eles geram ou produzem.
DO NEGÓCIO JURÍDICO
Faz-se mister ainda discorrer acerca dos requisitos necessários para que um
objeto seja qualificado para ser matéria de um negócio jurídico, conforme estabelecido
pela legislação. São elencados três (03) condições: licitude, determinável, possível.
Logo, o indivíduo que celebra o negócio jurídico tem que atender ao requisito
mínimo para ser considerado plenamente capaz, na esfera civil, ou seja, maior de
dezoito (18) anos e sem nenhuma restrição determinada pela legislação.
▪ Elementos Particulares:
▪ Elementos Naturais:
▪ Elementos Acidentais:
▪ Vícios de Consentimento
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- Erro ou Ignorância
- Dolo
- Coação
- Lesão
- Estado de perigo
- Erro ou Ignorância
O erro consiste falsa ideia da realidade, do real estado ou situação das coisas.
A pessoa supõe que é uma coisa, mas na verdade se trata de outra, podendo tornar
o negócio anulável. Neste caso, o agente erra sozinho, não sendo induzido a errar,
pois se fosse, caracterizar-se-ia como dolo.
A atual codificação, diz em seu artigo 138, que são anuláveis os negócios
celebrados com erro, desde que este seja substancial.
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Um exemplo simples de erro é quando uma pessoa vai a uma relojoaria com
o intuito de comprar um relógio de ouro, mas ao chegar à loja não especifica, não
diz à vendedora que deseja e um relógio de ouro. Então compra um relógio
acreditando que é de ouro maciço, mas que na verdade é folheado a ouro.
- Dolo
Quanto aos tipos de dolo, o código civil trata de duas classificações: dolo
principal e dolo acidental. Entretanto, no artigo 145 do CC, diz que o negócio jurídico
só é anulado por dolo quando este for a sua causa, isto é, o negócio só é anulável
se este foi celebrado em consequência de que o agente foi induzido pela outra parte.
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Dolo por Terceiro: é outro tipo de dolo, mas não muito importante, que ocorre
quando a parte que se aproveitar da outra tiver ciência ou não dos fatos. Se o autor
do dolo tinha conhecimento acerca dos fatos, o negócio torna-se anulável, mas se
não tiver conhecimento, o negócio não é anulável, entretanto a parte prejudicada
poderá requer perdas e danos.
- Coação
Coação absoluta: que surge quando há violência física, isto é, o coator utiliza
de força física para obrigar uma pessoa a realizar certo ato ou negócio jurídico, e,
portanto, não possui nenhum consentimento da vítima, tornando o negócio ou ato
nulo, invalido.
- Estado de Perigo
- Lesão
A lesão está preconizada, no Código Civil de 2002, em seu artigo 157. Para
que haja a lesão numa relação jurídica, é preciso que existam dois requisitos, sendo
um objetivo e o outro subjetivo.
▪ Vícios Sociais
- Simulação
É importante deixar claro que insolvente, é aquela pessoa que já não possui
patrimônio, condições econômicas de adimplir, de pagar o que deve.
- Da Simulação
- A nulidade pode ser arguida por qualquer interessado, pelo MP e pelo juiz de
ofício; a anulabilidade só poderá ser alegada pelos prejudicados ou seus
representantes, não podendo ser decretada de ofício pelo juiz;
- A absoluta não pode ser suprida pelo juiz, nem ratificada; a relativa pode ser
suprida e ratificada;
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Ato jurídico inexistente é aquele que contém grau de nulidade tão relevante,
que nem chega a entrar no mundo jurídico, independendo de ação para ser declarado
como tal; é inconvalidável.
Ato jurídico ineficaz é o ato jurídico perfeito, válido somente entre as partes,
mas que não produz efeitos perante terceiros (ineficácia relativa) ou então não produz
efeito perante ninguém (ineficácia absoluta).
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Direito Civil – Negócio Jurídico. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=bImvWWt8HOA> Acesso em: 29 de Dezembro de
2017.
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3
Invalidade do negócio jurídico. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8611>
Acesso em: 29 de Dezembro de 2017.
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Origem: STJ
Ementa Oficial
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE
TERCEIRO.
ALIENAÇÃO DE IMÓVEL POR SÓCIO DA PESSOA JURÍDICA ANTES DO
REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA. FRAUDE À EXECUÇÃO NÃO CONFIGURADA.
1. Cinge-se a controvérsia em determinar se a venda de imóvel realizada por sócio de
empresa executada, após a citação desta em ação de execução, mas antes da
desconsideração da personalidade jurídica da empresa, configura fraude à execução.
2. A fraude à execução só poderá ser reconhecida se o ato de disposição do bem for
posterior à citação válida do sócio devedor, quando redirecionada a execução que
fora originariamente proposta em face da pessoa jurídica.
3. Na hipótese dos autos, ao tempo da alienação do imóvel corria demanda executiva
apenas contra a empresa da qual os alienantes eram sócios, tendo a desconsideração
da personalidade jurídica ocorrido mais de três anos após a venda do bem. Inviável,
portanto, o reconhecimento de fraude à execução.
4. Recurso especial não provido.
(REsp 1391830/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado
em 22/11/2016, DJe 01/12/2016)
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Ementa Oficial
RECURSOS ESPECIAIS. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE. 1.
ALTERAÇÃO CONTRATUAL REALIZADA MEDIANTE FALSIFICAÇÃO DA
ASSINATURA DO SÓCIO CONTROLADOR DA EMPRESA. CONVALIDAÇÃO
ADMITIDA PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. 2. NEGÓCIO JURÍDICO NULO DE
PLENO DIREITO. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO DA VONTADE DO
DECLARANTE. ILICITUDE DA OPERAÇÃO REALIZADA. INTELIGÊNCIA DO ART.
166, II, DO CÓDIGO CIVIL. 3.
IMPOSSIBILIDADE DE RATIFICAÇÃO (CONVALIDAÇÃO). ART. 169 DO CÓDIGO
CIVIL. NORMA COGENTE. NULIDADE ABSOLUTA (EX TUNC). VIOLAÇÃO AO
INTERESSE PÚBLICO. NEGÓCIO REALIZADO POR MEIO DE COMETIMENTO DE
CRIME PREVISTO NO CÓDIGO PENAL. SUPRIMENTO DA NULIDADE PELO JUIZ.
INVIABILIDADE. ART. 168, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CC/02. 4. A MANUTENÇÃO
DO ARQUIVAMENTO, PERANTE A JUNTA COMERCIAL, DE DECLARAÇÃO CUJA
ASSINATURA DE UM DOS SIGNATÁRIOS É SABIDAMENTE FALSA REVELA,
AINDA, OFENSA AO PRINCÍPIO DA VERDADE REAL, NORTEADOR DOS
REGISTROS PÚBLICOS. 5. SOMENTE COM A RENOVAÇÃO (REPETIÇÃO) DO
NEGÓCIO, SEM OS VÍCIOS QUE O MACULARAM, SERIA POSSÍVEL VALIDAR A
TRANSFERÊNCIA DO CONTROLE SOCIETÁRIO DA EMPRESA, O QUE NÃO
OCORREU NO CASO CONCRETO.
6. RECURSOS PROVIDOS.
1. Hipótese em que as instâncias ordinárias concluíram que, embora tenha havido a
falsificação da assinatura do sócio majoritário nas alterações contratuais arquivadas
na Junta Comercial, em que se transferiu o controle societário da empresa Servport -
Serviços Portuários e Marítimos Ltda. para os réus, o referido negócio foi convalidado,
pois o autor lavrou escritura pública ratificando o ocorrido e dando ampla, geral e
irrevogável quitação.
2. A questão posta em discussão trata de nulidade absoluta, pois o art. 166, inciso II,
do Código Civil proclama ser nulo o negócio quando for ilícito o seu objeto, valendo
ressaltar que essa ilicitude não é apenas do bem da vida em discussão, mas, também,
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Origem: STJ
Ementa Oficial
RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE CUMULADA COM
AÇÃO CONDENATÓRIA - COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA FIRMADO COM
CLÁUSULA DE RETROVENDA - AO CONCLUIR QUE O NEGÓCIO JURÍDICO FOI
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BECCARIA, Cesare Bonesana. Dos delitos e das penas. Tradução Maurício Barca;
revisão da tradução Camila de Souza Olivetti. Diadema. SP: Germape, 2003.
DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 15ª ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva,
2010, p. 867 e 873.
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PINTO, Antonio Luiz de Toledo; WINDT, Márcia Cristina Vaz dos Santos; CÉSPEDES,
Lívia. Códigos: Civil, Comercial, Processo Civil e Constituição Federal (ed. 3ª).
São Paulo: Editora Saraiva, 2007.
REALE. Miguel. Nova Fase do Direito Moderno. São Paulo: Editora Saraiva, 1998.
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VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: responsabilidade civil. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2004. p. 49.
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