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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

NEGÓCIO JURÍDICO

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – LABORAL

CADEIRA:TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

Chimoio, 2022
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE CHIMOIO

NEGÓCIO JURÍDICO

Realizado por:

Jéssica da Luz M. Gimo

Docente:

Dra. Felícia Luís de Almeida

LICENCIATURA EM DIREITO

2ºANO – PERÍODO LABORAL

CADEIRA: TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

Chimoio, 2022
ÍNDICE

I. Introdução......................................................................................................................................4

1. Objectivo geral..........................................................................................................................5

2. Objectivos específicos...............................................................................................................5

3. Metodologia...............................................................................................................................5

II. Contextualização teórica – Negócio Jurídico.............................................................................6

1. Teoria do facto jurídico..............................................................................................................6

1.2. Classificação dos factos jurídicos......................................................................................7

2. Negócio Jurídico – Conceito......................................................................................................8

3. Vontade funcional......................................................................................................................9

4. Classificação dos negócios jurídicos..........................................................................................9

4.1. Negócios jurídicos unilaterais e contratos ou negócios jurídicos bilaterais......................10

4.2. Negócios consensuais ou não solenes e negócios formais e solenes................................10

4.3. Negócios reais..................................................................................................................10

4.4. Negócios patrimoniais e negócios não patrimoniais ou pessoais.....................................11

4.5. Negócios recepiendos e não recepiendos.........................................................................11

4.6. Negócios entre vivos e negócios “mortis causa”..............................................................11

4.7. Negócios onerosos e negócios gratuitos...........................................................................12

4.8. Negócios parciários..........................................................................................................12

5. Elementos do negócio jurídico.................................................................................................12

III. Conclusão................................................................................................................................15

Bibliografia..........................................................................................................................................16
I. Introdução

O presente trabalho vai tratar acerca do negócio jurídico, dada sua amplitude teórica e sua
íntima relação com o manejo de interesses de natureza privada, é, sem sombra de dúvidas, um
dos institutos centrais do Direito Civil.

Desta forma, vai se estudar em torno do negócio jurídico com a pretensão de analisar o
conteúdo em geral.

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1. Objectivo geral

Analisar negócio jurídico.

2. Objectivos específicos
i. Expor a teoria do facto jurídico.
ii. Definir negócio jurídico;
iii. Descrever a classificação e os elementos do negócio jurídico.

3. Metodologia

Para o efeito da elaboração deste trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica, neste caso,
foi-se em busca de artigos científicos já publicados e fez-se o uso do Decreto-Lei n° 47 344,
de 25 de Novembro de 1966.

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II. Contextualização teórica – Negócio Jurídico
1. Teoria do facto jurídico

O Direito é uma invenção humana. Como tal retrata, em tempos e forma diferenciadas, as
vontades e interesses humanos. Ao longo da história o direito vem agregando novos factos ao
rol de suas preocupações. Assim, define-se facto jurídico como todo evento, ou
acontecimento, que, de forma direta ou indireta, traz algum tipo de consequência jurídica: em
outros termos provoca a aquisição, modificação ou extinção de um direito subjectivo.

O cair da chuva, o rolar de uma pedra, a queda de uma árvore, enfim, eventos naturais, de
forma geral, seriam apenas eventos afectos à dinâmica e existência naturais dos seres, sem
quaisquer repercussões na esfera humana. E de facto, ainda, por óbvio assim o são. Porém,
quando uma chuva torrencial destrói uma propriedade, quando uma pedra que rola morro
abaixo acaba por destruir uma residência e, eventualmente, matando ou ferindo seus
moradores, quando uma árvore cai e provoca a perda de um automóvel, todos estes eventos,
de apenas eventos que a natureza produz em razão de seus ciclos e desdobramentos naturais,
acabam por trazer consequências jurídicas importantes ao homem, as quais estão
disciplinadas pelo direito. Quando assim se dá, diz-se que são factos jurídicos.

De outra monta, também, incluem-se nesta ampla categoria de fato jurídico, os eventos
produzidos pelo próprio homem: construção de uma casa, confecção de uma roupa, produção
de um espetáculo, todos são actos humanos que possuem, em maior ou menor grau,
consequências jurídicas.

1.1. Definição de facto jurídico

O que define e caracteriza, pois, um facto jurídico, em seu sentido mais amplo, é o porvir,
é o seu desdobramento, é a sua consequência: se esta consequência é juridicamente relevante,
se esta consequência está amparada e albergada em um sistema jurídico dado, diz-se que há,
aí, um facto jurídico, em seu sentido amplo.

Pontes de Miranda (1999), no esteio desta compreensão, reforçar o conceito de que o


mundo jurídico é o mundo dos factos que são alçados à condição de jurídico (ou, jurígeno).
Em suas próprias palavras (MIRANDA, 1999):

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O mundo jurídico confina com o mundo dos factos (materiais, ou enérgicos, econômicos,
políticos, de costumes, morais, artísticos, religiosos, científicos) donde as múltiplas
interferências de um no outro. O mundo jurídico não é mais do que o mundo dos factos
jurídicos, isto é, daqueles suportes fácticos que logram entrar no mundo jurídico. A soma,
tecido ou aglomerado de suportes fácticos que passaram à dimensão jurídica, ao jurídico, é o
mundo jurídico. Nem todos os factos jurídicos são idênticos. Donde o problema de os
distinguir e os classificar.

1.2. Classificação dos factos jurídicos

A primeira classificação dos factos jurídicos é a que se pode estabelecer entre factos
voluntários ou actos jurídicos, resultam da vontade como elemento juridicamente relevante,
são manifestação ou actuação de uma vontade; são acções humanas tratadas pelo direito
enquanto manifestação de vontade. Os factos jurídicos involuntários ou naturais, são
estranhos a qualquer processo volitivo – ou porque resultam de causas de ordem natural ou
porque a sua eventual voluntariedade não tem relevância jurídica.

Classifica-se, os factos humanos em voluntários, e os factos naturais em


extraordinários/involuntários.

Mas, há factos humanos não voluntários, porque a vontade do Homem não é determinante
nem na sua produção nem nos efeitos que lhes são correspondentes (análise casuística dos
efeitos que a norma lhes atribuí, excepto o decurso do tempo - art. 276º CC).

Os factos jurídicos humanos (caracterizam-se por acções que atingem um determinado


fim) podem também ser, não voluntários, integrando-se estes naqueles comportamentos
caracterizados por se dirigirem a um fim que o Homem mentalmente antecipa e quer realizar.

i. Acto jurídico

É uma manifestação de vontade e que como tal, a norma atribuí efeitos de Direito. Nos
diversos actos humanos existe sempre uma manifestação de vontade, sendo que esta é o
elemento relevante do acto jurídico, que é entendida e considerada pelo direito.

O professor Castro Mendes, diz que só estamos na presença de um acto jurídico quando
pensamos num facto voluntário a que a Ordem Jurídica liga efeitos de Direito, em atenção à
sua voluntariedade.

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A simples conjugação destes elementos permite a formulação de actos jurídicos, entendendo-
se aqui, a manifestação de vontade como tal, a norma jurídica atribuí efeitos de Direito.

ii. Factos voluntários ou actos jurídicos

Estes podem, segundo outra classificação de caracter fundamental, distinguir-se em


negócios jurídicos e simples actos jurídicos ou actos jurídicos “sirito sensu”. Estamos no
domínio dos factos voluntários, apesar disso nem sempre os efeitos jurídicos respectivos são
produzidos por terem sido queridos e na medida em que o foram.

Os negócios jurídicos, são factos voluntários, cujo núcleo essencial é integrado por uma
ou mais declarações de vontade a que o ordenamento jurídico atribui efeitos jurídicos
concordantes com o conteúdo da vontade das partes, tal como este é objectivamente (de fora)
apercebido.

Os simples actos jurídicos, são factos voluntários cujos efeitos se produzem, mesmo que
não tenham sido previstos ou queridos pelos seus autores, embora muitas vezes haja
concordância entre a vontade destes e os referidos efeitos. Os efeitos dos simples actos
jurídicos ou actos jurídicos “sirito senso” produzem-se “ex. lege” e não “ex. voluntate”.
Dentro dos simples actos jurídicos é usual fazer-se uma distinção entre:

i. Quase-negócio jurídicos ou actos jurídicos quase-negócio, traduzem-se na


manifestação exterior da vontade (ex. art. 471º Código Comercial - art. 808º CC);

ii. Operações jurídicas, também designada na doutrina estrangeira pelas expressões


actos materiais, actos reais ou actos exteriores, traduzem-se na efectivação ou
realização de um resultado material ou factual a que a lei liga determinados efeitos
jurídicos.

2. Negócio Jurídico – Conceito

O negócio jurídico, como uma espécie de acto jurídico lícito, é fruto de acto humano e
possui como característica marcante a declaração de uma vontade atinente à promoção de
uma relação jurídica, com o fito de produzir efeitos jurídicos.

Mais do que a vontade em si, é uma vontade declarada. Exteriorizada, com o propósito
prévio de se tornar uma relação jurídica que traga vínculos entre sujeitos, a fim de produzir

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determinada consequência jurídica, notadamente para adquirir, resguardar, transferir,
modificar ou extinguir direitos.

Vale, sobre o tema, o registro das palavras de Miguel Reale (1981, pp. 206-207):

Negócio jurídico é aquela espécie de acto jurídico que, além de se originar de um acto de
vontade, implica a declaração expressa da vontade, instauradora de uma relação entre dois ou
mais sujeitos tendo em vista um objectivo protegido pelo ordenamento jurídico. Tais actos,
que culminam numa relação intersubjectiva, não se confundem com os actos jurídicos em
sentido estrito, nos quais não há acordo de vontade, como, por exemplo, se dá nos chamados
actos materiais, como os da ocupação ou posse de um terreno, a edificação de uma casa no
terreno apossado etc. Um contrato de compra e venda, ao contrário, tem a forma específica de
um negócio jurídico.

3. Vontade funcional

O regime do erro ou vício de direito, relativo aos efeitos do próprio negócio, faz com que
hajam efeitos de contrato do negócio que sejam efeitos essenciais e que importa a violação de
normas imperativas, ou de efeitos secundários que importam a violação de normas supletivas.

O Código Civil, não distingue entre erro de facto e de direito, enquadrando os dois erros, no
art. 251º CC. O negócio só é anulável se o erro dever ignorar a essencialidade para o
declarante do motivo sobre que caiu o erro (art. 247º CC).

Só há negócio jurídico quando a vontade seja determinante dos efeitos produzidos pelo
acto, sendo por isso que se fala de vontade determinante desses efeitos, bastando
simplesmente que o autor tenha consciência de que se pretende vincular juridicamente quanto
ao conjunto das consequências económicas e sociais que ele quer quando realiza o tal acto;
portanto os efeitos correspondentes a esse negócio jurídico produzem-se, por um lado, tendo
em atenção a vontade funcional do agente tal como o Direito os define, e enquanto esses
efeitos estiveram também eles ajustados àquele tipo de negócio concreto, por outro.

4. Classificação dos negócios jurídicos

Um dos critérios clássicos é o que atende ao número de pessoas que intervêm nesses
negócios. O negócio diz-se singular, se apenas intervém uma pessoa, se intervierem mais de
que uma pessoa, o negócio diz-se plural.

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Na nossa Ordem Jurídica, há negócios que são obrigatória e necessariamente singulares: é
o caso do testamento, só uma pessoa pode testar o acto.

Por outro lado, há negócios que são necessariamente plurais, e nalguns casos, os negócios
além de serem plurais, envolvem contraposição de interesses entre as várias partes
intervenientes. O negócio plural será bilateral ou plurilateral, sendo que o contrato é a figura
paradigmática deste tipo de negócios. Não se deve confundir nunca parte com pessoas:
podem intervir várias pessoas constituindo uma só parte.

O negócio unilateral, pode ser singular ou plural, mas o negócio singular é necessariamente
unilateral.

4.1. Negócios jurídicos unilaterais e contratos ou negócios jurídicos bilaterais

O critério classificativo é o do número e modo de articulação das declarações integradoras


do negócio. Nos negócios unilaterais, há uma declaração de vontade ou várias declarações,
mas paralelas formando um só grupo. Nos contratos ou negócios bilaterais, há duas ou mais
declarações de vontade, de conteúdo oposto, mas convergentes, ajustando-se na sua comum
pretensão de reduzir resultado jurídico unitário, embora com um significado para cada parte.

4.2. Negócios consensuais ou não solenes e negócios formais e solenes

Os negócios formais ou solenes, são aqueles para os quais a lei prescreve a necessidade da
observância de determinada forma, o acatamento de determinado formalismo ou de
determinadas solenidades. Os negócios não solenes (consensuais, tratando-se de contratos),
são os que podem ser celebrados por quaisquer meios declarativos aptos a exteriorizar a
vontade negocial, a lei não impõe uma determinada roupagem exterior para o negócio.

4.3. Negócios reais

São aqueles negócios em que se exige, além das declarações de vontade das partes,
formalizadas ou não, prática anterior ou simultânea de um certo acto material.

Assim, o negócio é real, obrigacional, familiar, sucessório, consoante dele resulte a


constituição, a modificação ou a extinção de uma qualquer relação jurídica real, obrigacional,
familiar ou sucessória. A importância desta classificação resulta da diversa extensão que o
princípio da liberdade contratual (art. 405º CC) reveste em cada uma das categorias.

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4.4. Negócios patrimoniais e negócios não patrimoniais ou pessoais

O critério distintivo é, também, o de natureza da relação jurídica a que o negócio se fere.

Os negócios pessoais são negócios cuja disciplina, quanto a problemas como o da


interpretação do negócio jurídico e o da falta ou dos vícios da vontade, não têm que atender
às expectativas dos declaratários e os interesses gerais da contratação, mas apenas à vontade
real, psicológica do declarante. Esta prevalência da vontade real sobre a sua manifestação
exterior exprime-se, por vezes quanto aos negócios pessoais, em textos especiais que se
afastam da doutrina geral dos negócios jurídicos; na ausência de textos directos é um
princípio, inferido da natureza dos interessados em jogo, que se impõe ao intérprete. Na
disciplina dos negócios patrimoniais, por exigência da tutela da confiança do declaratário e
dos interesses do tráfico, a vontade manifestada ou declarada triunfa sobre a vontade real,
assim se reconhecendo “o valor social da aparência”.

4.5. Negócios recepiendos e não recepiendos

A distinção atende às diferentes modalidades pelas quais o negócio ganha eficácia. Os


negócios não recepiendos, são os negócios em que os efeitos se produzem por meros efeitos
do acto sem ter de o negócio ser levado ao conhecimento de outrem. Os negócios
recepiendos ou dirigidos a outrem, são os negócios cuja eficácia depende da circunstância de
a declaração negocial ser dirigida ou levada ao conhecimento de outra pessoa (n° 1 do art.
224º CC).

4.6. Negócios entre vivos e negócios “mortis causa”

Os negócios entre vivos, destinam-se a produzir efeitos em vida das partes, pertencendo a
esta categoria quase todos os negócios jurídicos e na sua disciplina tem grande importância,
por força dos interesses gerais do comércio jurídico, a tutela das expectativas da parte que se
encontra em face da declaração negocial.

Os negócios mortis causa, destinam-se a só produzir efeitos depois da morte da


respectiva parte ou de alguma delas. Os negócios desta categoria, são negócios “fora do
comércio jurídico”, no sentido de que, na sua regulamentação, os interesses do declarante
devem prevalecer sobre o interesse na protecção da confiança do destinatário dos efeitos
respectivos. Tal diversidade dos interesses prevalecentes manifestar-se-á quanto a problemas,

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como a divergências entre a vontade e a declaração, os vícios da vontade, a interpretação,
etc., negócios “mortis causa” é, inequivocamente, o testamento.

4.7. Negócios onerosos e negócios gratuitos

Esta distinção tem como critério o conteúdo e finalidade do negócio. Os negócios


onerosos ou a título oneroso, pressupõem atribuições patrimoniais de ambas as partes,
existindo, segundo a perspectiva destas, um nexo ou relação de correspectividade entre as
referidas atribuições patrimoniais.

Os negócios gratuitos ou a título gratuito, caracterizam-se ao invés, pela intervenção de


uma intenção liberal (animus domandi, animus beneficiandi). Uma parte tem a intenção
devidamente manifestada, de efectuar uma atribuição patrimonial a favor de outra, sem
contrapartida ou correspectivo. A outra parte procede com a consequência e vontade de
receber essa vantagem sem um sacrifício correspondente.

Os negócios jurídicos que podem ser tanto gratuitos como onerosos são chamados de
negócios bifrontes. Exemplos: mandato, depósito e mútuo.

CARLOS ROBERTO GONÇALVES 1 entende que existe uma quarta espécie de negócio,
além de gratuito, oneroso e bifronte: os negócios neutros, que são aqueles desprovidos de
atribuição patrimonial, nos quais se estabelece a destinação de bens. Os exemplos seriam as
cláusulas de inalienabilidade, de impenhorabilidade e de incomunicabilidade, e a instituição
do bem da família voluntário. Esse entendimento é criticável porque esses exemplos não
configuram negócio jurídico, mas sim ato jurídico stricto sensu, já que os seus efeitos
decorrem da lei.

4.8. Negócios parciários

São uma subespécie dos negócios onerosos. Caracterizam-se pelo facto de uma pessoa
prometer certa prestação em troca, de uma qualquer participação nos proventos que a
contraparte obtenha por força daquela prestação (ex. art. 1121º CC).

5. Elementos do negócio jurídico

1
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Parte geral. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1.

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Rigorosamente, elementos do negocio deveriam ser as realidades sem as quais o negócio não
chegaria sequer a ter existência material não chegaria sequer a constituir-se. Nesta
perspectiva, elementos do negócio seriam a declaração, os sujeitos (na medida em que não
estejam e parece não estarem implícitos na própria noção de declaração) e o conteúdo.

i. Elementos essenciais

São aqueles que faziam com que o negócio tivesse humanidade própria, é essencial ao
negócio, fazendo existir o negócio tal como ele é, a sua falta gera a nulidade;

Sendo o negócio jurídico um acto que só desempenha a sua função na medida em que for
valido, não vemos razão para afastar a sistematização tradicional que considera elementos
essenciais de todo e qualquer negócio jurídico os requisitos ou condições gerais de validade
de qualquer negócio. São eles a capacidade das partes (e a legitimidade, quando a sua falta
implique invalidade e não apenas ineficácia), a declaração de vontade sem anomalias e a
idoneidade do objecto.

Pode igualmente falar-se de elementos essenciais no sentido de elementos essenciais de cada


negocio típico ou nominado (venda, locação, doação, mutuo, etc.). Trata-se, agora, das
cláusulas que contradistinguem um certo tipo negociai dos restantes tipos. São as
características próprias de cada modalidade negocial, que a separam dos tipos vizinhos.
Assim, ex. na locação, a obrigação de proporcionar a outra parte o gozo temporário de uma
coisa e a obrigação desta de pagar a correspondente retribuição (renda ou aluguer).

ii. Elementos Naturais

São os efeitos negociais derivados de disposições legais supletivas. Não é necessário que as
partes configurem qualquer cláusula para a produção destes efeitos, podendo, todavia, ser
excluídos por estipulação adrede formulada.

Na disciplina dos vários negócios de tipo obrigacional abundam as disposições supletivas —


abunda o jus disposi Mmin. Já os negócios familiares pessoais — sabemo-lo — contem na
sua regulamentação quase somente normas imperativas (jus cogens).

São exemplos de normas supletivas, e, consequentemente. De efeitos correspondentes a


elementos naturais dos respectivos tipos de negócio jurídico. Os artigos do Código Civil,
1022º CC (Locação), 874° CC (Compra e venda) e 940° CC (Doação).

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iii. Elementos acidentais

São as cláusulas acessórias dos negócios jurídicos. Trata-se das estipulações, que não
caracterizam o tipo negocial em abstrato. Mas se tornam imprescindíveis para que o negócio
concreto produza os efeitos a que elas tendem.

É o caso das cláusulas de juros, da cláusula condicional, submetendo os efeitos do negócio a


um evento futuro e incerto, da estipulação de lugar e tempo para o cumprimento da
obrigação. Da cláusula modal, na qual se impõe um encargo ao beneficiário de uma doação
ou de um testamento, etc.

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III. Conclusão

Findando este trabalho, entendeu-se que o negócio jurídico prossegue, para a sua
realização, princípios legais e que, de acordo com o art. 405° do CC os sujeitos tem uma
liberdade contratual mas, contudo, desde que estejam dentro dos procedimentos legais.

Tanto que, viu-se a classificação do negócio jurídico e é classificado quanto ao número e


ele pode ser singular – Unilateral – quando existe a manifestação de vontade de uma só das
partes, por exemplo em um testamento; e plural – bilateral – quando há a manifestação de
vontade de ambas as partes dentro da relação.

E também vimos os elementos do negócio jurídicos que são: naturais, acidentais e


essenciais.

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Bibliografia

Decreto-Lei n° 47 344, de 25 de Novembro de 1966 (Código Civil).

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Parte geral. 8. ed. São Paulo:
Saraiva, 2010. v. 1.

MIRANDA, Pontes. Tratado de Direito Privado. tomos I – III. Campinas: Bookseller, 1999-
2000.

REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 8ª ed. São Paulo: Saraiva. 1981.

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