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DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
NEGÓCIO JURÍDICO
LICENCIATURA EM DIREITO
2ºANO – LABORAL
Chimoio, 2022
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
NEGÓCIO JURÍDICO
Realizado por:
Docente:
LICENCIATURA EM DIREITO
Chimoio, 2022
ÍNDICE
I. Introdução......................................................................................................................................4
1. Objectivo geral..........................................................................................................................5
2. Objectivos específicos...............................................................................................................5
3. Metodologia...............................................................................................................................5
3. Vontade funcional......................................................................................................................9
III. Conclusão................................................................................................................................15
Bibliografia..........................................................................................................................................16
I. Introdução
O presente trabalho vai tratar acerca do negócio jurídico, dada sua amplitude teórica e sua
íntima relação com o manejo de interesses de natureza privada, é, sem sombra de dúvidas, um
dos institutos centrais do Direito Civil.
Desta forma, vai se estudar em torno do negócio jurídico com a pretensão de analisar o
conteúdo em geral.
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1. Objectivo geral
2. Objectivos específicos
i. Expor a teoria do facto jurídico.
ii. Definir negócio jurídico;
iii. Descrever a classificação e os elementos do negócio jurídico.
3. Metodologia
Para o efeito da elaboração deste trabalho recorreu-se a pesquisa bibliográfica, neste caso,
foi-se em busca de artigos científicos já publicados e fez-se o uso do Decreto-Lei n° 47 344,
de 25 de Novembro de 1966.
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II. Contextualização teórica – Negócio Jurídico
1. Teoria do facto jurídico
O Direito é uma invenção humana. Como tal retrata, em tempos e forma diferenciadas, as
vontades e interesses humanos. Ao longo da história o direito vem agregando novos factos ao
rol de suas preocupações. Assim, define-se facto jurídico como todo evento, ou
acontecimento, que, de forma direta ou indireta, traz algum tipo de consequência jurídica: em
outros termos provoca a aquisição, modificação ou extinção de um direito subjectivo.
O cair da chuva, o rolar de uma pedra, a queda de uma árvore, enfim, eventos naturais, de
forma geral, seriam apenas eventos afectos à dinâmica e existência naturais dos seres, sem
quaisquer repercussões na esfera humana. E de facto, ainda, por óbvio assim o são. Porém,
quando uma chuva torrencial destrói uma propriedade, quando uma pedra que rola morro
abaixo acaba por destruir uma residência e, eventualmente, matando ou ferindo seus
moradores, quando uma árvore cai e provoca a perda de um automóvel, todos estes eventos,
de apenas eventos que a natureza produz em razão de seus ciclos e desdobramentos naturais,
acabam por trazer consequências jurídicas importantes ao homem, as quais estão
disciplinadas pelo direito. Quando assim se dá, diz-se que são factos jurídicos.
De outra monta, também, incluem-se nesta ampla categoria de fato jurídico, os eventos
produzidos pelo próprio homem: construção de uma casa, confecção de uma roupa, produção
de um espetáculo, todos são actos humanos que possuem, em maior ou menor grau,
consequências jurídicas.
O que define e caracteriza, pois, um facto jurídico, em seu sentido mais amplo, é o porvir,
é o seu desdobramento, é a sua consequência: se esta consequência é juridicamente relevante,
se esta consequência está amparada e albergada em um sistema jurídico dado, diz-se que há,
aí, um facto jurídico, em seu sentido amplo.
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O mundo jurídico confina com o mundo dos factos (materiais, ou enérgicos, econômicos,
políticos, de costumes, morais, artísticos, religiosos, científicos) donde as múltiplas
interferências de um no outro. O mundo jurídico não é mais do que o mundo dos factos
jurídicos, isto é, daqueles suportes fácticos que logram entrar no mundo jurídico. A soma,
tecido ou aglomerado de suportes fácticos que passaram à dimensão jurídica, ao jurídico, é o
mundo jurídico. Nem todos os factos jurídicos são idênticos. Donde o problema de os
distinguir e os classificar.
A primeira classificação dos factos jurídicos é a que se pode estabelecer entre factos
voluntários ou actos jurídicos, resultam da vontade como elemento juridicamente relevante,
são manifestação ou actuação de uma vontade; são acções humanas tratadas pelo direito
enquanto manifestação de vontade. Os factos jurídicos involuntários ou naturais, são
estranhos a qualquer processo volitivo – ou porque resultam de causas de ordem natural ou
porque a sua eventual voluntariedade não tem relevância jurídica.
Mas, há factos humanos não voluntários, porque a vontade do Homem não é determinante
nem na sua produção nem nos efeitos que lhes são correspondentes (análise casuística dos
efeitos que a norma lhes atribuí, excepto o decurso do tempo - art. 276º CC).
i. Acto jurídico
É uma manifestação de vontade e que como tal, a norma atribuí efeitos de Direito. Nos
diversos actos humanos existe sempre uma manifestação de vontade, sendo que esta é o
elemento relevante do acto jurídico, que é entendida e considerada pelo direito.
O professor Castro Mendes, diz que só estamos na presença de um acto jurídico quando
pensamos num facto voluntário a que a Ordem Jurídica liga efeitos de Direito, em atenção à
sua voluntariedade.
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A simples conjugação destes elementos permite a formulação de actos jurídicos, entendendo-
se aqui, a manifestação de vontade como tal, a norma jurídica atribuí efeitos de Direito.
Os negócios jurídicos, são factos voluntários, cujo núcleo essencial é integrado por uma
ou mais declarações de vontade a que o ordenamento jurídico atribui efeitos jurídicos
concordantes com o conteúdo da vontade das partes, tal como este é objectivamente (de fora)
apercebido.
Os simples actos jurídicos, são factos voluntários cujos efeitos se produzem, mesmo que
não tenham sido previstos ou queridos pelos seus autores, embora muitas vezes haja
concordância entre a vontade destes e os referidos efeitos. Os efeitos dos simples actos
jurídicos ou actos jurídicos “sirito senso” produzem-se “ex. lege” e não “ex. voluntate”.
Dentro dos simples actos jurídicos é usual fazer-se uma distinção entre:
O negócio jurídico, como uma espécie de acto jurídico lícito, é fruto de acto humano e
possui como característica marcante a declaração de uma vontade atinente à promoção de
uma relação jurídica, com o fito de produzir efeitos jurídicos.
Mais do que a vontade em si, é uma vontade declarada. Exteriorizada, com o propósito
prévio de se tornar uma relação jurídica que traga vínculos entre sujeitos, a fim de produzir
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determinada consequência jurídica, notadamente para adquirir, resguardar, transferir,
modificar ou extinguir direitos.
Vale, sobre o tema, o registro das palavras de Miguel Reale (1981, pp. 206-207):
Negócio jurídico é aquela espécie de acto jurídico que, além de se originar de um acto de
vontade, implica a declaração expressa da vontade, instauradora de uma relação entre dois ou
mais sujeitos tendo em vista um objectivo protegido pelo ordenamento jurídico. Tais actos,
que culminam numa relação intersubjectiva, não se confundem com os actos jurídicos em
sentido estrito, nos quais não há acordo de vontade, como, por exemplo, se dá nos chamados
actos materiais, como os da ocupação ou posse de um terreno, a edificação de uma casa no
terreno apossado etc. Um contrato de compra e venda, ao contrário, tem a forma específica de
um negócio jurídico.
3. Vontade funcional
O regime do erro ou vício de direito, relativo aos efeitos do próprio negócio, faz com que
hajam efeitos de contrato do negócio que sejam efeitos essenciais e que importa a violação de
normas imperativas, ou de efeitos secundários que importam a violação de normas supletivas.
O Código Civil, não distingue entre erro de facto e de direito, enquadrando os dois erros, no
art. 251º CC. O negócio só é anulável se o erro dever ignorar a essencialidade para o
declarante do motivo sobre que caiu o erro (art. 247º CC).
Só há negócio jurídico quando a vontade seja determinante dos efeitos produzidos pelo
acto, sendo por isso que se fala de vontade determinante desses efeitos, bastando
simplesmente que o autor tenha consciência de que se pretende vincular juridicamente quanto
ao conjunto das consequências económicas e sociais que ele quer quando realiza o tal acto;
portanto os efeitos correspondentes a esse negócio jurídico produzem-se, por um lado, tendo
em atenção a vontade funcional do agente tal como o Direito os define, e enquanto esses
efeitos estiveram também eles ajustados àquele tipo de negócio concreto, por outro.
Um dos critérios clássicos é o que atende ao número de pessoas que intervêm nesses
negócios. O negócio diz-se singular, se apenas intervém uma pessoa, se intervierem mais de
que uma pessoa, o negócio diz-se plural.
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Na nossa Ordem Jurídica, há negócios que são obrigatória e necessariamente singulares: é
o caso do testamento, só uma pessoa pode testar o acto.
Por outro lado, há negócios que são necessariamente plurais, e nalguns casos, os negócios
além de serem plurais, envolvem contraposição de interesses entre as várias partes
intervenientes. O negócio plural será bilateral ou plurilateral, sendo que o contrato é a figura
paradigmática deste tipo de negócios. Não se deve confundir nunca parte com pessoas:
podem intervir várias pessoas constituindo uma só parte.
O negócio unilateral, pode ser singular ou plural, mas o negócio singular é necessariamente
unilateral.
Os negócios formais ou solenes, são aqueles para os quais a lei prescreve a necessidade da
observância de determinada forma, o acatamento de determinado formalismo ou de
determinadas solenidades. Os negócios não solenes (consensuais, tratando-se de contratos),
são os que podem ser celebrados por quaisquer meios declarativos aptos a exteriorizar a
vontade negocial, a lei não impõe uma determinada roupagem exterior para o negócio.
São aqueles negócios em que se exige, além das declarações de vontade das partes,
formalizadas ou não, prática anterior ou simultânea de um certo acto material.
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4.4. Negócios patrimoniais e negócios não patrimoniais ou pessoais
Os negócios entre vivos, destinam-se a produzir efeitos em vida das partes, pertencendo a
esta categoria quase todos os negócios jurídicos e na sua disciplina tem grande importância,
por força dos interesses gerais do comércio jurídico, a tutela das expectativas da parte que se
encontra em face da declaração negocial.
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como a divergências entre a vontade e a declaração, os vícios da vontade, a interpretação,
etc., negócios “mortis causa” é, inequivocamente, o testamento.
Os negócios jurídicos que podem ser tanto gratuitos como onerosos são chamados de
negócios bifrontes. Exemplos: mandato, depósito e mútuo.
CARLOS ROBERTO GONÇALVES 1 entende que existe uma quarta espécie de negócio,
além de gratuito, oneroso e bifronte: os negócios neutros, que são aqueles desprovidos de
atribuição patrimonial, nos quais se estabelece a destinação de bens. Os exemplos seriam as
cláusulas de inalienabilidade, de impenhorabilidade e de incomunicabilidade, e a instituição
do bem da família voluntário. Esse entendimento é criticável porque esses exemplos não
configuram negócio jurídico, mas sim ato jurídico stricto sensu, já que os seus efeitos
decorrem da lei.
São uma subespécie dos negócios onerosos. Caracterizam-se pelo facto de uma pessoa
prometer certa prestação em troca, de uma qualquer participação nos proventos que a
contraparte obtenha por força daquela prestação (ex. art. 1121º CC).
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GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Parte geral. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. v. 1.
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Rigorosamente, elementos do negocio deveriam ser as realidades sem as quais o negócio não
chegaria sequer a ter existência material não chegaria sequer a constituir-se. Nesta
perspectiva, elementos do negócio seriam a declaração, os sujeitos (na medida em que não
estejam e parece não estarem implícitos na própria noção de declaração) e o conteúdo.
i. Elementos essenciais
São aqueles que faziam com que o negócio tivesse humanidade própria, é essencial ao
negócio, fazendo existir o negócio tal como ele é, a sua falta gera a nulidade;
Sendo o negócio jurídico um acto que só desempenha a sua função na medida em que for
valido, não vemos razão para afastar a sistematização tradicional que considera elementos
essenciais de todo e qualquer negócio jurídico os requisitos ou condições gerais de validade
de qualquer negócio. São eles a capacidade das partes (e a legitimidade, quando a sua falta
implique invalidade e não apenas ineficácia), a declaração de vontade sem anomalias e a
idoneidade do objecto.
São os efeitos negociais derivados de disposições legais supletivas. Não é necessário que as
partes configurem qualquer cláusula para a produção destes efeitos, podendo, todavia, ser
excluídos por estipulação adrede formulada.
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iii. Elementos acidentais
São as cláusulas acessórias dos negócios jurídicos. Trata-se das estipulações, que não
caracterizam o tipo negocial em abstrato. Mas se tornam imprescindíveis para que o negócio
concreto produza os efeitos a que elas tendem.
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III. Conclusão
Findando este trabalho, entendeu-se que o negócio jurídico prossegue, para a sua
realização, princípios legais e que, de acordo com o art. 405° do CC os sujeitos tem uma
liberdade contratual mas, contudo, desde que estejam dentro dos procedimentos legais.
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Bibliografia
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Parte geral. 8. ed. São Paulo:
Saraiva, 2010. v. 1.
MIRANDA, Pontes. Tratado de Direito Privado. tomos I – III. Campinas: Bookseller, 1999-
2000.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 8ª ed. São Paulo: Saraiva. 1981.
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