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Teoria Geral do Direito

– Parte Geral
Material Teórico

Teoria Geral do Direito Civil / Parte Geral

Responsável pelo Conteúdo e


Revisão Textual:
Prof. Dr. André V. L. de Freitas
Aula/ 18/05 – Dos Atos e Fatos Jurídicos

• Introdução

• Atos jurídicos

• Fatos Jurídicos

• Espécies

··Dos fatos jurídicos;


··Diferença entre Fato e Fato Jurídico;
··Classificação dos Fatos;
Fato Jurídico Strictu Sensu;
·Ato Jurídico.

Pedimos atenção especial aos materiais complementares da unidade. Procure, na


medida do possível, efetuar as leituras recomendadas. As atividades propostas, também,
são extremamente importantes!!!
É importante que você leia, atentamente, o material teórico. Além disso, procure ler os
livros indicados na seção material complementar. Há também indicação de vídeos,
procure assisti-los.

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Unidade: Dos Atos e Fatos Jurídicos

Contextualização

Aplica-se a ato jurídico a mesma denominação que se dá para toda ação ou


conduta humana, podendo ser caracterizada como: lícita ou ilícita que tenha por finalidade
eminente alcançar, transferir, resguardar, modificar ou extinguir direitos.

Para que os atos jurídicos ocorram é fundamental ressaltar que a sua aplicação
ocorra independe da vontade humana, já para os atos qualificados como tipicamente
ilícitos o feito se dá independe da vontade do agente, que, ao agir com dolo ou culpa e
ocasionar dano a outrem.

Mas em se tratando de atos que apresentam a dependência da vontade humana


como é o caso dos atos lícitos, tidos também como ato Jurídico ou lícito, o efeito jurídico
deriva da vontade direta do agente (contratos, testamentos).

Assim uma conduta típica do indivíduo, seja ela positiva ou negativa é capaz de
realizar atos e ocasionando diversas implicações jurídicas. Mas importante se faz
mencionar, que dentre todas as ações humanas independente da forma voluntária ou
involuntárias desse consentimento algumas dessas ocorrências não resultam apenas em
impactos jurídicos, podendo resultar num mero ato de recorrente de uma conduta
humana.

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Introdução

Para pensar
Você já se perguntou como se classifica os fatos jurídicos??? Ou ainda:
O que é ato jurídico???

Em sentido amplo, fato jurídico é o acontecimento, previsto em norma jurídica, em


razão da qual nascem, se modificam, subsistem e se extinguem relações jurídicas.

Em sentido estrito, fato jurídico vem a ser aquele que advém, em regra, de
fenômeno natural, sem intervenção da vontade humana e que produz efeito jurídico.

Classifica-se em ordinário e extraordinário.

Já o ato jurídico é aquele que depende da vontade humana.

O fato, para ser fato jurídico, tem que estar inserido num conceito normativo, isto é,
numa estrutura normativa.

A diferenciação conceitual entre fato jurídico e ato jurídico,


na concepção de Washington Barros Monteiro, é que “em
sentido amplo, o primeiro compreende o segundo, aquele
é o gênero de que este é a espécie. Em sentido restrito,
porém, fato jurídico é acontecimento natural, independente
da vontade”.

Esclarecidos esses pontos, vamos entender diferença entre Fato e Fato Jurídico.
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Dos Fatos Jurídicos

DIFERENÇA ENTRE FATO E FATO JURÍDICO

Existe uma correlação muito grande entre os fatos e o Direito que alguns juristas
são levados a estabelecer uma falsa sinonimia entre fato e fato jurídico.

Costuma-se dizer que o Direito, segundo uma velha lição que vem dos romanos,
nasce do fato: ex facto oritur jus, mas é preciso entender qual o sentido exato desse
brocardo que é invocado, muitas vezes, fora de propósito.

Devemos entender, pois, que o Direito se origina do fato porque, sem


que haja um acontecimento ou evento, não há base para que se
estabeleça um vínculo de significação jurídica. Isto, porém, não implica
a redução do Direito ao fato, tampouco em pensar que o fato seja mero
fato bruto, pois os fatos dos quais se origina o Direito, são fatos
humanos ou fatos naturais, objetos de valoração humana.

Quando falamos, todavia, em fato jurídico, não nos referimos ao fato como algo
anterior ou exterior ao Direito, e de que o Direito se origine, mas sim a um fato
juridicamente qualificado, um evento ao qual as normas jurídicas já atribuíram
determinadas conseqüências, configurando-o e tipificando-o objetivamente.

Entendemos por fato jurídico todo e qualquer fato, de ordem física ou social,
inserido em uma estrutura normativa.

Fatos jurídicos são, na definição da Savigny, os acontecimentos em virtude


dos quais as reações de Direito nascem e se extinguem. A expressão fatos
jurídicos, em seu sentido amplo, engloba todos aqueles eventos, provindos
da atividade humana ou provindos de fatos naturais, capazes de ter
influência na órbita do Direito, por criarem, transferirem, conservarem,
modificarem ou extinguirem relações jurídicas.

O fato, numa estrutura normativa, dá origem ao fato jurídico, mas também pode
pôr termo a ele, como acontece, por exemplo, com a morte que extingue a relação jurídica
penal.

Outra distinção fundamental é a que faz entre o fato em sentido estrito, como
acontecimento natural não volutivo , e ato, como fato resultante da ação da volição
humana (comportamento).

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Unidade: Dos Atos e Fatos Jurídicos

Vê-se, pois que o fato é dimensão essencial do Direito, mas, tal como a teoria
tridimensional o reconhece, só uma de suas dimensões.

O fato que pode alterar um fato jurídico, em primeiro lugar pode ser uma
acontecimento natural que, em virtude de certas circunstâncias, acarreta conseqüências de
Direito, por assim estar previsto na norma.

Só são fatos, do ponto de vista jurídico, o evento ou comportamento que sejam


fatos jurídicos possíveis.

É o motivo pela qual não há em Direito, fato bruto, pois o fato já deve conter
algumas das notas valorativas que permitam a sua correspondência ao fato-tipo previsto
na regra de Direito.

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Unidade: Dos Atos e Fatos Jurídicos

CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS

Um fato jurídico é um acontecimento que se dá proveniente de uma origem seja


ela natural ou humana que ao seu surgimento repercute conseqüências jurídicas.

Mas nem todos os atos são de grande relevância para o


direito, uma vez que nem todos exercem a função de criar,
extinguir ou modificar alguma situação prevista na ordem
jurídica. Segundo a teoria tridimensional do direito de
Miguel Reale o fato é elemento constitutivo do direito por
si só.

Os fatos jurídicos vistos sob um sentido mais amplo dividem-se em:

a) Fatos jurídicos em sentido estrito (fatos naturais)

b) Ato jurídico (fatos humanos).

É o que diz Monteiro Barros,1967 acerca da conceitualização de


fato jurídico classificando este como sendo: “fatos jurídicos
seriam acontecimentos, previstos em norma de direito, em
razão das quais nascem, se modificam, substituem e se
extinguem as relações jurídicas”.

Em sentido estrito, fato jurídico é aquele oriundo, por via de regra, de uma ordem
de fenômenos naturais, sem a presença afirmativa da intervenção da vontade humana e
que produz efeito jurídico. Classifica-se em ordinário e extraordinário.

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O fato jurídico lato sensu é o elemento que dá origem aos direitos subjetivos,
impulsionando a criação da relação jurídica, concretizando as normas jurídicas.

Realmente, do direito objetivo não surgem diretamente os direitos subjetivos.

É necessário uma “força” de propulsão ou causa, que se denomina


“fato jurídico”. Assim, fatos jurídicos seriam os acontecimentos,
previstos em norma de direito, em razão dos quais nascem, se
modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas, como
definiu Barros Monteiro.

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FATO JURÍDICO STRICTU SENSU

É o acontecimento independente da vontade humana, que produz efeitos jurídicos.

Podem ser classificados em:

1. ORDINÁRIO - Como a morte, nascimento, maioridade, menoridade, álveo


abandonado, decurso do tempo, que, juridicamente, se apresenta sob a forma de prazo, ou
seja, intervalo entre dois termos: o inicial e o final, pois termo é o momento no qual se
produz, se exerce ou se extingue determinado direito.

De usucapião, que é a aquisição da propriedade posse da


coisa durante certo tempo previsto em lei; de prescrição,
que é a extinção de uma ação ajuizável, em virtude da
inércia de seu titular durante um certo lapso de tempo, na
ausência de cláusulas preclusivas de seu curso; de
decadência, que é a extinção do direito pela inação de
seu titular, que deixar escoar o prazo legal ou
voluntariamente fixado para seu exercício.

2. EXTRAORDINÁRIO - Como o caso fortuito e a força maior, que se caracterizam


pela presença de dois requisitos:

a) O objetivo, que se configura na inevitabilidade do evento;


b) O subjetivo, que é a ausência de culpa na produção do acontecimento.

Na força maior, conhece-se a causa que dá origem ao evento, pois se trata de um


fato da natureza.

No caso fortuito, acidente, que gera o dano, advém de causa desconhecida. Pode
ser ocasionado por terceiro. Acarreta a extinção das obrigações, salvo se convencionou
pagá-los ou se a lei impõe esse dever, como nos casos da responsabilidade objetiva.

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FATO JURÍDICO STRICTU SENSU (FATO HUMANO)

Divide-se em:

A) voluntário, aquele que vigora no campo da licitude, como o testamento,


adoção, perdão e confissão, dentre outros;

B) involuntário, ilícitos, ocasionando indenização por perdas e danos.

ATO JURÍDICO

É definido pelo artigo 81 do Código Civil que “Todo o ato


lícito que tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
transferir, modificar ou extinguir direitos, se denomina ato
jurídico”.

Miguel Reale diz que a análise dos dispositivos do Código vai demonstrar que o
ato jurídico abrange também o ato ilícito.

Do ato ilícito resultam conseqüências de direito, sendo assim, parece-nos


inadmissível considerar-se jurídico apenas o ato lícito.

Podemos considerar duas teorias quando se trata do ato ilícito:

1. Teoria da culpa subjetiva - somente consagra a responsabilidade do


causador do dano, quando se verifica culpa ou dolo por parte do agente.

2. Teoria da culpa objetiva - constata a ocorrência do fato, fixando-se a


responsabilidade patronal sem indagação de culpa por parte da vítima.

Já Maria Helena Diniz vai classificar ato jurídico e ato ilícito. O primeiro
como sendo o “ato jurídico strictu sensu que surge como mero
pressuposto de efeito jurídico, preordenado pela lei, sem função e
natureza de auto-regulamento”.

O ato ilícito (CC, art. 159) produz efeito jurídico, só que este não é desejado pelo
agente, mas imposto por lei.

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Paulo Nader traz o ato jurídico lato sensu como qualquer acontecimento
decorrente da vontade humana, com repercussão no mundo dos direitos.

Divide-se em:

a) LÍCITO
Os atos lícitos se subdividem em ato jurídico strictu sensu e em negócio
jurídico.
O primeiro corresponde à realização da vontade humana. Os efeitos que provoca
são definidos pela lei, e não pela vontade.

Negócio Jurídico (como melhor trabalharemos em seguida) caracteriza-se por ser


humano e pelo fato de se concretizar pela declaração da vontade e serem admitidos pelo
ordenamento jurídico.

b) ILÍCITO
Ato ilícito é aquele não admitido pelas regras jurídicas.

Várias outras classificações se fazem presentes:

Os atos jurídicos podem ser unilaterais quando dependem de uma


só manifestação de vontade, como o testamento; bilaterais, quando
decorrem de acordo entre duas vontades, ou seja, de consenso,
perseguindo fins e interesses diversos, como o contrato de compra e
venda, e complexos ou coletivos, que se supõe a união de vontades de
mais de uma pessoa para alcançar fim comum, como, por exemplo, a
constituição de uma sociedade.

Levando em conta as vantagens que podem resultar do ato jurídico,


pode-se distinguir o ato a título oneroso do ato a título gratuito. No
primeiro há vantagens patrimoniais recíprocas, estando cada parte
obrigada em relação a outra a uma prestação (prestação de uma e
contraprestação de outra), como, por exemplo, no contrato de compra-
e-venda (venda por parte de uma e pagamento do preço por parte de
outra), enquanto no ato a “título gratuito” só uma das partes é
beneficiada patrimonialmente, não tendo qualquer vantagem o
celebrante, como no caso da doação.

Distinguem-se também os atos jurídicos “inter vivos”, cujos são


produzidos em vida de seus autores, como a locação de imóvel, dos
atos “mortis causa”, quando os efeitos devem ocorrer depois da
morte do celebrante, como o testamento.

Podem ser ainda consensuais, se dependerem exclusivamente do


consenso (ex.: contrato de compra-e-venda ou de locação),
independentemente de qualquer formalidade, e não consensuais ou
solenes, quando a manifestação de vontade deve observar forma
prescrita por lei para sua validade (casamento, por exemplo).

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Material Complementar

Vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=vOyncM7hJM8&list=PLdarqF3CDzWFBMgnX5J3kAb7vBYw-
sEA-x&index=1

https://www.youtube.com/watch?v=NFLq6G4pBBk&list=PLdarqF3CDzWFBMgnX5J3kAb7vBYw-
sEA-x&index=2

https://www.youtube.com/watch?v=n_svJpUbY4g&list=PLdarqF3CDzWFBMgnX5J3kAb7vBYw-
sEA-x&index=3

https://www.youtube.com/watch?v=KR6h-
1MIHZ4&list=PLdarqF3CDzWFBMgnX5J3kAb7vBYwsEA-x&index=4

Livros:
https://direitouninovest.files.wordpress.com/2016/03/direito-civil-brasileiro-2012-
vol-1-parte-geral-carlos-roberto-gonc3a7alves.pdf

https://estudeidireito.files.wordpress.com/2016/03/pedro-lenza-direito-civil-
esquematizado.pdf
Referências

GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: volume 1 : parte geral. 19. ed. São
Paulo, SP: Saraiva, 2017 1 Livro Eletrônico

LÔBO, Paulo. Direito civil: parte geral. 6. ed. São Paulo, SP: Saraiva, 2017 Livro Eletrônico

NADER, Paulo. Curso de direito civil, v.1 parte geral. 10. Rio de Janeiro Forense 2016 Livro
Eletrônico

TARTUCE, Flávio. Direito civil: volume 1 : Lei de Introdução e parte geral. 13. ed. Rio de
Janeiro, RJ: Forense, 2017 Livro Eletrônico

MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil 1 parte geral. 45. São Paulo
Saraiva 2015 Livro Eletrônico

ATIVIDADES PROPOSTAS

As unidades são interativas, portanto, o estudante deve aprimorar seus estudos


aproveitando os desafios, assistindo aos vídeos, complementando leituras disponíveis nas
atividades complementares, e criando vínculos e discussões através dos fóruns de
discussão da disciplina.

Ao realizar as tarefas, procurem escrever de forma simples, clara, conforme os conteúdos


estudados.

Abra-se para questionar, fazer reflexões, trocar vivências, aproveitar mesmo os estudos.

Reservem tempo para assistir aos vídeos completos sugeridos que são esclarecedores e de
grande sensibilidade.
Estaremos juntos nesse trabalho e , para isso, teremos canais abertos às discussões,
duvidas e aprofundamentos, como o seu SGA e pelo CHAT da disciplina.

Esperamos que você aproveite os estudos!

Bom estudo a todos!!!

Prof. André

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