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O texto trata especificamente de fato jurídico, estrutura e função do fato jurídico, efeito
jurídico, interpretação e qualificação do fato como fases de um procedimento unitário e
integração da eficácia.
Fatos são acontecimentos, mas nem todo fato é considerado um fato jurídico. Um
acontecimento só é um fato jurídico se ele for relevante para o direto. Uma vez ocorrido
um evento (ou seja, um fato) e caso tenha relevância jurídica, o ordenamento deverá
atribuir uma qualificação e disciplina. Embora o fato concreto seja juridicamente
relevante, não necessariamente a norma atribui uma consequência jurídica. Assim, o fato
juridicamente relevante não é somente aquele que produz consequências jurídicas.
A Teoria do Fato Irrelevante diz que nem todo fato concreto é jurídico. Ao contrário do
autor, que acredita que todo fato é relevante juridicamente.
Fato jurídico é qualquer fato que cria, modifica ou extingue o direito. Se for causado
pela natureza, temos um fato jurídico natural. Se for causado por um humano, temos
um fato jurídico humano.
Os fatos jurídicos humanos são divididos em: (i) ato ilícito; (ii) ato fato jurídico; (iii) ato
jurídico; (iv) negócio jurídico.
O ato fato jurídico é o fato jurídico humano que produz efeitos jurídicos
independentemente da vontade do ser humano (ocupação como aquisição originária da
posse).
O ato jurídico (emancipação) é o fato jurídico humano que os efeitos decorrem da Lei.
O negócio jurídico (contrato) é o fato jurídico humano que decorrem da vontade das
partes.
Crítica da teoria da irrelevância jurídica: O Autor faz uma crítica a Teoria do Fato
Juridicamente Indiferente, o qual considera o ordenamento como garantidor das
situações adquiridas. Para o autor, todo fato na realidade social, mesmo mais simples, e
aparentemente insignificante, tem juridicidade. A questão é que o fato é juridicamente
relevante apenas em relação a um único fim, tendo vários fins.
Fato lícito e ilícito: O fato pode ser conforme ou não ao direito. Quando é não conforme,
pode ser também ilícito. Também é ilícito quando é contrário a normas imperativas, à
ordem pública e ao bom costume. O que não é ilícito, é lícito para o ordenamento
jurídico.
Licitude e merecimento de tutela do ato: O autor explica que para merecer um juízo
positivo, o ato deve ser também merecedor de tutela. O autor cita, como exemplo, a
greve ato que constitui expressão constitucional garantido, é merecedor de tutela.
Atuação em positivo da constituição: O fato precisa ser representado como realização
prática da ordem jurídica dos valores, como coerente desenvolvimento de premissas
sistemáticas colocadas no Texto Constitucional. Ou seja, deve ser expresso à luz dos
principais fundamentais. Por isso, nem todo ato lícito é merecedor de tutela.
Fato, ato e negócio: Ato jurídico como sentido de ato voluntário, como sinônimo de
declaração de vontade. Separação de ato jurídico em sentido estrito, nos quais conta a
vontade e a consciência do ato, mas não a intenção de produzir efeitos jurídicos, dos
negócios jurídicos, nos quais a declaração e vontade é assumida pelo ordenamento
enquanto orientada, na intenção do seu ator, à produção de determinados efeitos
(contrato, testamento etc._)
Classificação dos fatos: Relaciona-se com a estrutura a distinção entre fato instantâneo
(conclusão do contrato), continuativo (realização de uma assembleia em uma sociedade
anônima) ou periódico (pagamento de salários ou aluguéis). Relaciona-se com a
estrutura perguntar quantas partes são necessárias para dar vida a um fato jurídico
idôneo a provocar um certo efeito.
Incidência da situação inicial: Todo sujeito que tenha um interesse que, segundo o
ordenamento, é merecedor de tutela em razão do efeito que um fato venha a produzir,
deve participar da estrutura daquele fato que produz aquele efeito. Uma mesma função
realiza-se através de várias estruturas. A variabilidade da estrutura negocial pode
depender da função do negócio.
Função como razão justificadora: Todo fato juridicamente relevante tem uma função, a
qual é predeterminada pelo ordenamento ou modelada pela iniciativa dos sujeitos.
Função, portanto, é a síntese causal do fato.
Efeito jurídico: Os efeitos que o ato produz podem ser classificados em efeitos
constitutivos, modificativos e extintivos. O ato é constitutivo se é idôneo para produzir
um efeito, uma nova situação jurídica. É modificativo, se é idôneo para modificar um
efeito, uma situação. É extintivo, se é idôneo para produzir a extinção de um efeito, de
uma situação.
Efeitos essenciais são imediatos ou diferidos: Podem ser produzidos de forma imediata
ou de modo diferido, e em ambas as hipóteses eles contribuem para a qualificação do
fato.
Efeitos diretos e reflexos: Efeitos diretos são aqueles que relaciona-se ao fato de
maneira direta, automática. Quando o efeito é produtivo de ulteriores efeitos, é
considerado um efeito reflexo.
Titularidade ocasional encontra-se em todas as hipóteses nas quais uma situação pode
pertencer ou tocar a um sujeito qualquer. O sujeito é ilimitadamente fungível.
Titularidade institucional caracteriza-se pela impossibilidade da aquisição, por outros
sujeitos, da situação subjetiva, já que vindo a faltar o titular originário, extingue-se
também a situação.
Sobre a indeterminação, são aquelas hipóteses nas quais o sujeito existe de um ponto
de vista material e da subjetividade, mas não é ainda determinado. Exemplo é a
promessa de recompensa.
Existência, titularidade e exercício das situações subjetivas: Essas noções dão lugar a
três perfis e momentos lógica e cronologicamente sucessivos, já que a titularidade
pressupõe a existência da situação e o exercício normalmente pressupõe titularidade.
Somente o titular da situação pode exerce-la (gozar e dispor) buscando a sua tutela
também em sede processual. As vezes existe a situação, mas faltam subjetividade e
titularidade.
Relação jurídica como relação entre sujeitos: A relação jurídica seria relação entre
sujeitos regulada pela norma, isto é, pelo ordenamento no seu complexo. Existem, por
outro lado, hipóteses de relação sem sujeito determinado ou individuado.
Segundo a teoria, a relação entre sujeitos dificilmente é concebível nas relações reais e
com estrutura absoluta. Embora não existe um sujeito individuado na questão de
propriedade, existe a coletividade.