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A inconstitucionalidade é a desconformidade de um acto do poder politico em relação ao

disposto na constituição.

Com isso, o problema da inconstitucionalidade é, pois, uma consequência lógica e necessária


do princípio da hierarquia das normas jurídicas, sendo a constituição o topo dessa hierarquia e
o garante da harmonia e da justiça do sistema.

O art. 226.º, n.º 1 da Constituição dispõe que “a validade das leis e dos demais actos do
Estado, da administração pública e do poder local depende da sua conformidade com a
constituição”.

TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE

Nestes termos, “são inconstitucionais as leis e actos que violem os princípios e normas
consagrados” na constituição (conforme o disposto no art. 226, n.º 2).

De tal forma como já referimos, o incumprimento da constituição pode verificar-se por Acção
ou por Omissão, sendo estes os dois tipos principais de inconstitucionalidade e vamos
apresentar de forma sumaria a seguir.

Inconstitucionalidade por acção, que também é chamada por inconstitucionalidade passiva,


traduz-se na produção pelo poder político de uma norma violadora da constituição, isto é,
contrária às normas e regras constitucionais. Vide art. 226.º da CRA.

Inconstitucionalidade por omissão, conhecida igualmente por inconstitucionalidade negativa,


consiste na violação da constituição por falta de norma, ou seja, resulta do silêncio ou da
inércia de um órgão politico, o qual deixa de praticar em certo tempo um determinado acto
exigido pela constituição. Ver art. 232.º da CRA.

Estes são os dois tipos essenciais de inconstitucionalidade.

Portanto, a inconstitucionalidade por Acção pode assumir varias modalidades, a saber:

Inconstitucionalidade Material: que se traduz na contradição entre o conteúdo de um acto do


poder politico (uma norma legal) e os comandos da constituição. Reporta-se ao conteúdo do
acto jurídico.

Inconstitucionalidade formal: refere-se ao processo de formação de uma norma e consiste na


pratica de um acto do poder politico em desrespeito dos tramites impostos pela constituição
para a elaboração das normas. Reporta-se, portanto a forma do acto jurídico.

Inconstitucionalidade orgânica: refere-se a origem da norma e consiste na emanação de um


acto do poder politico por órgão que não tinha poderes para a sua pratica, de acordo com os
ditames constitucionais.

RELAÇÃO JURIDICA

Noção de relação jurídica


Em sentido amplo, a relação jurídica é todo e qualquer relação da vida social disciplinada pelo
Direito, isto é, juridicamente relevante.

Já em sentido restrito, a relação jurídica é a relação social, disciplinada pelo Direito, mediante
a atribuição a um sujeito de um direito e a imposição de outro de um dever jurídico.

As relações jurídicas podem ser distinguidas em:

Abstracta: que é a relação jurídica com referencia a um modelo, contido na lei. Ex.: O
comprador tem o dever de pagar e o vendedor estipular o preço.

Concretas: a relação jurídica entre pessoas determinadas, sobre um certo objecto em


procedendo de um facto jurídico determinado. Ex.: comprador tem o dever de pagar ao
vendedor o preço estipulado no âmbito do negócio que realizaram.

A estrutura da relação jurídica é o seu conteúdo e integra um direito subjectivo e um dever


jurídico ou uma sujeição. Falaremos então dessas duas estrutura.

Direito subjectivo e dever Jurídico

O direito subjectivo apresenta-se sempre como uma relação. Onde existe o Sujeito activo da
relação é o portador do direito subjectivo, já o passivo é o titular do dever jurídico.

O direito subjectivo ocupa duas esferas:

Licitude que é legal ou esta em conforme a lei, legalidade.

Pretensão: que é a aptidão que o direito subjectivo oferece ao seu titular de recorrer a via
judicia, para obter do sujeito passivo a prestação que lhe é devida.

Com isso, pode se dizer que o direito subjectivo é a possibilidade de agir e de exigir aquilo que
as normas de direito atribuem a alguém como próprio.

Obedece três situações subjectivas:

Legitimidade da parte ou interesse legítimo: Titularidade do direito.

Interesse de agir ou faculdade jurídica: o interessado manifesta para o juiz a relevância do


objecto questionado para si.

Possibilidade jurídica ou poder: é a situação subjectiva que retrata a condição da pessoa que
esta obrigada por força da lei a fazer algo em beneficio de outrem.

Elementos externos da relação jurídica

Sujeitos

Que é o titular do direito, que pode exercer ou não a faculdade que lhe cabe, pode ou não
exercer o direito subjectivo que lhe é conferido por lei, ao passo que o sujeito passivo é o
titular do dever, que não tem a faculdade, mas sim o dever de cumprir o que é devido ao
titular do direito.
Os sujeitos dividem se em duas categorias: 1- sujeito activo, e o titular do direito violado e 2-
sujeito passivo: é adstrito a vinculação.

Objecto

É o elemento sobre o qual recaem os direitos e deveres.

Diferente do objecto, é o conteúdo do direito subjectivo, que se traduz no conjunto de


poderes ou faculdades que este comporta.

Um ex: no direito de propriedade, o conteúdo é o conjunto de poderes ou faculdade que


cabem ao proprietário. O objecto é o bem sobre o qual recaem esses mesmos poderes.

Facto Jurídico

É todo acto humano ou acontecimento natural juridicamente relevante, ou seja que produz
efeitos jurídicos. Que pode criar, modificar e extinguir direitos nas relações jurídicas.

Os factos jurídicos constituem o elemento gerador da relação jurídica.

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