PROVA EM PROCESSO PENAL

Prof.Dr.C Andrade gomes A.Dumba

Professor Auxiliar
 O VOCABULO PROVAː
 ORIGINA-SE DO LATIM PROBATIO, QUE POR SUA VEZ EMANA
DO VERBO PROBARE, COM O SIGNIFICADO DE DEMONSTRAR,
RECONHECER, FORMAR JUIZO, DEMOSTRAÇÃO QUE SE FAZ POR
MEIOS LEGAIS DA EXISTENCIA DE UM FACTO MATERIAL OU DE
UM ACTO JURÍDICO.
 A DEMONSTRAÇÃO DOS FACTOS EM QUE SE ASSENTA A
PRETENÇÃO DO AUTOR E DAQUILO QUE ALEGA O RÉU EM
RESISTENCIA A ESSA PRETENÇÃO É O QUE CONSTITUE A PROVA.
 O CONJUNTO DE ACTOS LEGALMENTE ORDENADOS PARA A
APURAÇÃO DOS FACTOS.
 A PROVA É ASSIM, ELEMENTO INSTRUMENTAL PARA QUE AS
PARTES INFLUAM NA CONVICÇÃO DO JUÍZ E O MEIO DE QUE
ESTE SE SERVE PARA AVERIGUAR SOBRE OS FACTOS QUE AS
PARTES ALEGAM.
 INSTRUÇÃO PROBATORIA
SEGUNDO O MAGISTERIO DE CARNELUTTI ‟DA-SE,
ASSIM, O PODER INSTRUTORIO AO JUÍZ, PARA QUE ELE
CONSTRUA A SUA DECISÃO”.
LECCIONA AÍNDA O INSIGNE PROCESSUALISTA AO
DEFINIRː
‟O COMPLEXO DE ACTOS PROCESSUAIS QUE INTEGRAM
A INSTANCIA PENAL CONDENATORIA, DA-SE O NOME
DE ACTOS DE INSTRUÇÃO; AQUELES DESTINADOS A
RECOLHA DE ELEMENTOS NECESSARIOS PARA A
DECISÃO DA LIDE. DIVINDO-OS EM ACTOS DE PROVA E
DE ALEGAÇÕES”.
 Explica o professor, Joaquim
Canuto Mendesː
‟A PROVA É: O PREPARO DA DECISÃO FINAL,
PRESSUPÕE A INSTRUÇÃO DO JUÍZ .”
 A INSTRUÇÃO PROPRIAMENTE DITA EM SENTIDO
ESTRITO, É A DISCUÇÃO CONTRADITORIA, DISCUÇÃO
SOBRE OS FACTOS COMO PREMISSA DA ESTRUCTURA
DA SENTENÇA.
 O OBJETO DA PROVA
 A COISA.
 OS FACTOS PERTINENTES AO PROCESSO.
 O ACONTECIMENTO OU CIRCUNSTANCIA QUE DEVA
SER DEMOSTRADO NO PROCESSO.
 EXCEPCIONALMENTE O DIREITO TAMBÉM PODE SER
OBJECTO DE PROVA SE ASSIM DETERMINAR O JUÍZ
PELA PARTE DE QUEM LHE APROVEITA.
 MEIOS, ELEMENTOS DE
PROVA, E FONTES.
MEIOS DE PROVAː SÃO AS FONTES PROBANTES, OS
MEIOS PELOS QUAIS O JUIZ RECEBE OS ELEMENTOS
OU MOTIVOS DE PROVA: OS DOCUMENTOS, AS
TESTEMUNHAS, OS DEPOIMENTOS DAS PARTES, ETC.
ELEMENTOS OU MOTIVOS DE PROVAː SÃO OS
INFORMES SOBRE FACTOS OU JULGAMENTOS SOBRE
ELES, QUE DERIVAM DO EMPREGO DAQUELES MEIOS.
FONTES DE PROVAː SÃO OS FACTOS PERCEBIDOS
PELO JUIZ.
 Distigue-se tambémː
NO DEZER DE GRINOVER, SCARANCE E GOMES FILHO QUE
FONTES DE PROVA SÃO “OS FACTOS PERCEBIDOS PELO JUIZ”
-E MEIOS DE PROVA “SÃO OS INSTRUMENTOS PELOS QUAIS
OS MESMO SE FIXAM EM JUÍZO”.
JÁ OS ELEMENTOS DE PROVA, CONFORME O MAGISTÉRIO DE
MANZINI, SÃOː “TODOS OS FACTOS OU CIRCUNSTÂNCIAS EM
QUE REPOUSA A CONVICÇÃO DO JUÍZ”.
“MEIOS DE PROVA”, CONCEITUA GRECO FILHO, “SÃO OS
INSTRUMENTOS PESSOAIS OU MATERIAIS APTOS A TRAZER
AO PROCESSO A CONVICÇÃO DA EXISTÊNCIA OU
INEXISTÊNCIA DE UM FACTO”.
 O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

ESPECIFICA ALGUNS MEIOS DE PROVA QUE

CONSTITUEM OS CHAMADOS MEIOS LEGAIS DE
PROVA. ( pessoal, declarações, testemunhal, periciais, o
reconhecimento, a recontituição).
 ESSA ENUMERAÇÃO, ENTRETANTO, NÃO É TAXATIVA.
OUTROS MEIOS DE PROVA SE ADMITEM, MAS DESDE
QUE COMPATÍVEIS COM OS PRINCÍPIOS DE RESPEITO
AO DIREITO DE DEFESA E À DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA. Explo: Aquelas adquiridas em laboratorios.
CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS. TRÊS
CRITÉRIOS
 DO OBJETOː AS PROVAS SÃO DIRETAS OU INDIRETAS. REFEREM-SE AS PRIMEIRAS,
DIRETA ESTAM IMEDIATAMENTE RELACIONADOS AO FACTO A SER PROVADO.
AS SEGUNDAS SÃO PROVAS INDIRETAS AS PRESUNÇÕES E INDÍCIOS, TAMBÉM
CHAMADAS DE CIRCUNSTANCIAL.

 DO SUJEITOː É A PESSOA OU COISA DE QUEM OU DE ONDE DIMANA A PROVA;

QUE AFIRMA OU ATESTA A EXISTÊNCIA DO FACTO PROBANDO.

 DA FORMAː É A MODALIDADE OU MANEIRA PELA QUAL SE APRESENTA EM JUÍZO.

EM RELAÇÃO À FORMA A PROVA É TESTEMUNHAL, DOCUMENTAL OU MATERIAL.

PROVA TESTEMUNHAL, EM SENTIDO AMPLO, É A AFIRMAÇÃO PESSOAL ORAL,
COMPREENDENDO AS PRODUZIDAS POR TESTEMUNHAS, DECLARAÇÕES DA
VÍTIMA E DO RÉU. DOCUMENTAL É A AFIRMAÇÃO ESCRITA OU GRAVADA.
 O ONUS DE PROVA
 SEGUNDO RECONHECEM OS DOUTRINADORES,
CONSTITUI UM DOS PROBLEMAS FUNDAMENTAIS DO
PROCESSO. O SABER QUEM É QUE DEVE PROVAR?

 QUAIS AS CONSEQÜÊNCIAS AO NÃO CUMPRIR A PARTE

DESSE ÔNUS.

 OU FAZÊ-LO DE MANEIRA INSUFICIENTE?

 SOBRE ESSAS QUESTÕES ASSENTA TODO O PROBLEMA

DO ONUS PROBANDI, SOBRE O QUAL SE TEM DEBRUÇADO
OS ESTUDIOSOS AO LONGO DOS SÉCULOS,
FORMULANDO TEORIAS E ORIENTAÇÕES DIVERSAS.
SEM PRETENDER RETROCESSO
HISTÓRICO DO TEMAː
ESTE PRINCIPIO ESTÁ CONSAGRADO NO ARTIGO
342 DO CÓDIGO CIVIL.

 OBRIGAÇÃO IMPOSTA A UM SUJEITO

PROCESSUAL DE OFERECER E FAZER PROVA DO
QUE AFIRMA, SOB PENA DE NÃO CONSEGUIR O
EFEITO QUE PRETENDE.
 PODERES INSTRUTÓRIOS DO JUIZ
O JUÍZ, NÃO PODE SER VISTO NO PROCESSO, COMO
UM CONVIDADO DE (PEDRA), QUE A TUDO ASSISTE
IMÓVEL E INERTE.
NÃO É OBRIGATORIO. MAS FACULTA-LHE, O ART. 327
DO CPP, DURANTE A INSTRUÇÃO E ANTES DA
SENTENÇA, DETERMINAR QUE SE FAÇAM
DILIGÊNCIAS DE PROVAS PARA DIRIMIR DÚVIDAS
SOBRE PONTOS ESSENCIAIS CONTROVERSIOS ENTRE
AS PARTES.
 SINTETIZA GRECO FILHOː

‟O JUIZ PODE ULTRAPASSAR A INICIATIVA DAS PARTES

DETERMINANDO PROVA NÃO REQUERIDA, MAS NÃO
DEVE TORNAR-SE ACUSADOR OU DEFENSOR, SOB
PENA DE VIOLAR O CHAMADO SISTEMA ACUSATÓRIO
DO PROCESSO PENAL, QUE É GARANTIA DO
JULGAMENTO JUSTO E A PRÓPRIA ESSÊNCIA DA
JURISDIÇÃO, QUE CONSISTE NO JULGAMENTO POR
ÓRGÃO NÃO INTERESSADO E NÃO ENVOLVIDO NA
ACTIVIDADE DE ACUSAÇÃO OU DEFESA”.
APRECIAÇÃO OU VALORAÇÃO
DA PROVA
O DIREITO À PROVA COMPREENDE, EVIDENTEMENTE,
O DIREITO À SUA APRECIAÇÃO, OU VALORAÇÃO,
PELO JULGADOR, NO MOMENTO DA SENTENÇA. POR
ISSO, TODAS AS PROVAS E ALEGAÇÕES DAS PARTES,
GARANTIDAS PELO CONTRADITÓRIO, DEVEM SER
OBJETO DE ANÁLISE E AVALIAÇÃO PELO JUIZ.
 BIBLIOGRAFÍA
1-Greco Filho, Vicente. “Manual de Processo Penal”. São
Paulo. Ed. Saraiva, 5ª ed., 1998.
2-Grinover, Ada P., Fernandes, Antônio Scarance, Gomes
Filho, Antônio Magalhães. As Nulidades no Processo Penal.
São Paulo: Ed. RT, 6ª ed.,1998.
3-Marques, José Frederico. “Elementos de Direito Processual
Penal”. Campinas: Bookseller, 1997. Vols. I e II.
4-Ramos, Vasco A. Grandão. Direito Processual Penal.
Noções fundamentais 3ª Edição. 2003, pag. 219 a 255.