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Centro Universitário FTC

Disciplina : Direito Administrativo I


Docente: Sergio
Discente: Danielle Santos Ferreira

Análise de requisitos de atos administrativos presentes em Decreto

O decreto é ato administrativo de competência exclusiva do chefe do executivo


e embasado em lei. O Decreto Nº 32256 DE 16/03/2020 assinado pelo Prefeito
Antônio Carlos Magalhães, Chefe do Executivo Municipal da Cidade do
Salvador, configura-se Ato Administrativo com características próprias da
Administração pública.

É válido conceituar os atos administrativos que são atos praticados durante o


exercício da função administrativa, em regime público, representando a
vontade estatal. Possui como finalidades adquirir, resguardar, transferir,
modificar, extinguir e declarar direitos, ou, ainda, impor obrigações aos
particulares e constituir limitações ao próprio Estado quando este exerce o
Poder Público

Quanto à classificação do Ato Administrativo, no caso dos decretos referidos


trata-se de ato vinculado, tendo em vista que encontram previstos em lei todos
os seus requisitos e elementos, de forma bastante objetiva. Sendo assim, não
dá margem ao administrador para agir conforme a sua manifestação livre de
vontade, é obrigatório seguir a lei. Ato válido por estar de acordo com o
ordenamento jurídico. Ato geral por ser extensivo a toda a população, inclusive
ao particular. Ato ampliativo por se estender ao setor privado com a
possibilidade de suspensão das atividades escolares, faculdades, academias e
estabelecimentos comerciais pelo prazo de 15 dias.

O decreto mencionado possui os requisitos dos Atos Administrativos sendo


eles: competência, forma, finalidade, motivo e objeto .
A competência se define pelo fato de existir sempre um agente público ao qual
a lei dá competência para prática de ato específico. Ela é um elemento
irrenunciável, imprescritível, improrrogável e intransferível. Em regime de
excepcionalidade, há a avocação, que é quando um ente toma para si a
competência de agente inferior, somente. Já a delegação, acontece quando um
órgão de mesma ou inferior hierarquia toma para si as atribuições de algum
órgão, não a titularidade. A competência, dessa forma, é um elemento sempre
vinculado, mesmo que o ato seja discricionário, pois ela se origina da lei. Neste
caso se configura pela competência do Chefe do Executivo.

Em se tratando da forma como elemento do ato administrativo, é o meio pelo


qual o ato se apresenta. Em geral, é escrito. Ele não busca sempre a forma,
como traz o princípio da instrumentalidade das formas, pois mesmo que ele
tenha sido editado de forma incorreta, se alcançar o objetivo para o qual foi
criado, ele será válido. A forma é um elemento sempre vinculado, por isso,
passível de controle judiciário. Defeito de forma é geralmente possibilita
convalidação, a menos que a lei estabeleça diferente. Conforme o Decreto é
escrito e convalidado.

A finalidade do ato administrativo é aquilo que ele procura quando é editado, a


finalidade que pretende alcançar, para afirmar a busca pelo interesse público,
mas além disso, sempre há uma finalidade prevista na lei. Tal elemento é
sempre vinculado, vez que está sempre previsto em lei (também passível de
controle pelo Judiciário). Qualquer falta de atendimento à finalidade configura
vício insanável, sendo obrigatória a anulação do ato, sem poder ser
convalidado. No caso do decreto emergencial, tem a finalidade de resguardar
a saúde pública em caráter emergencial, conter em caráter emergencial uma
proliferação maior de contaminação da população, portanto ato válido.

Motivo é o elemento do ato que dá base e fundamento à sua edição. É a


relação entre o motivo e o resultado objeto e finalidade. O fato e o direito que
dá origem à pratica do ato sempre se correlaciona com o motivo.

O motivo, porém, tem que ser diferenciado da motivação. O primeiro, constitui-


se no motivo pelo qual o ato nasce, seu propósito. Já a motivação, é a
exposição do motivo, sua explicitação e fundamentação. Com base nisso, foi
criada a teoria dos motivos determinantes que sustenta, em suma, que a
validade dos atos administrativos sempre se ligará aos motivos indicados como
seu fundamento. O motivo é a calamidade em saúde pública instaurada com a
real necessidade de intervenção e a adoção de medidas de combate a
pandemia.

O objeto constitui aquilo que se pode traduzir no conteúdo, matéria do ato. Por
meio dele, a administração manifesta a sua vontade ou trata sobre situações
preexistentes. Consiste, em outras linhas, na alteração que esse elemento
causa no universo jurídico, que é imediato. Todas as medidas utilizadas
descritas no contexto do Decreto que manifestem a vontade da Administração
pública e convalidadas em lei e portaria do Ministério da Saúde.

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