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PROCESSO PENAL

Ação Penal
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AÇÃO PENAL

AÇÃO PENAL

É o direito da sociedade, representada pelo Ministério Público, ou da vítima,


de ingressar em juízo, solicitando a aplicação de sanção penal a autor de crime.
• Ação é o direito subjetivo de exigir a prestação jurisdicional. Quando esse con-
ceito clássico de ação é transportado para o processo penal, sustenta-se que,
via de regra, tem o Estado o direito e o poder de exigir por meio do ofereci-
mento da ação penal (que na maior parte das vezes trata-se da ação penal
pública incondicionada) a aplicação da pena a alguém que comprovadamente
realizar um fato delituoso;
• Esse direito de exigir a aplicação da pena pode ser chamado de “satisfação
da pretensão punitiva do Estado”. Pretensão, no conceito clássico proces-
sualístico é a vontade de submeter o interesse alheio ao interesse próprio.
Assim, quando se fala em pretensão punitiva do Estado, refere-se à von-
tade (ou direito) do Estado, em razão de sua soberania, de aplicar a sanção
penal de maneira exclusiva a quem cometer a algum crime;
• A lide é o conflito de interesses que é qualificado por uma pretensão resis-
tida. A lide penal também pode ser classificada como um conflito de inte-
resses em que de um lado está o Estado que deseja fazer valer a sua
pretensão punitiva e do outro um cidadão que é acusado de cometer um
determinado crime e deseja manter íntegro o seu direito fundamental de
liberdade;
• A resistência diz respeito à tentativa que é assegurada pelo direito àquele
que é acusado de desvirtuar a acusação, afastar a possibilidade de restri-
ção ou mesmo privação do seu direito de liberdade por ter todos os meios
de provas admitidos em direito.

ESPÉCIES

I – Pública;
II – Privada.
ANOTAÇÕES

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CP, Art. 100. A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a
declara privativa do ofendido.

Atenção!
Em regra, a ação penal é pública. A exceção ocorre nas situações em que a
ação penal seja privada.

• Qual é a justificativa para que a maioria dos casos seja de ação penal
pública? Os interesses em conflito, normalmente, dizem respeito a interes-
ses indisponíveis. EsTes são interesses dos quais a sociedade não pode
abrir mão a fim de garantir uma convivência harmoniosa e pacífica entre as
pessoas;
• Excepcionalmente existem interesses que dizem respeito em maior grau à
própria vítima (o titular de um direito violado) do que à sociedade. Nesses
casos, conforme o entendimento do legislador, a situação justa para garan-
tir a convivência harmoniosa é que se confira ao próprio ofendido o direito
de oferecer a ação penal movimentando a máquina judiciária;
• É importante lembrar que a ação penal é a peça inaugural do processo
crime, que tem o seu encerramento caracterizado pela prolação da sen-
tença;
• A ação penal, em regra, é realizada e oferecida por meio do Ministério
Público, ou seja, é o Estado que movimenta a máquina judiciária estatal.
Excepcionalmente é garantido o direito de iniciar a ação penal à própria
vítima, nesses casos há a chamada ação penal privada;
• Nesse sentido, a queixa crime é a ação penal privada, ou seja, a faculdade
que o legislador confere à vítima de dar início ao processo criminal;
• Na ação penal privada o que é conferido à vítima é somente o direito de
ação e não o direito de punir. Esse mantém-se exclusivo do Estado em
razão de sua soberania.
ANOTAÇÕES

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AÇÃO PENAL PÚBLICA

I – Pública incondicionada: O Ministério Público age de ofício;


• Significa dizer que não se submete a verificação de qualquer condição
quando os interesses em conflito são de toda a comunidade. Exemplo:
crime de homicídio, furto, roubo, estelionato etc.

II – Pública condicionada: O Ministério Público somente estará autorizado a


agir a partir da representação do ofendido ou da requisição do Ministro da Justiça.
• Faz-se mediante à representação: evento futuro e incerto que condiciona a
ação do Ministério Público.

Atenção!
Ação penal pública condicionada:
Ministério Público → Representação (vítima).

PREVISÃO LEGAL

CP, Art. 100.

§ 1º A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a


lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.

Condições:

1. Representação da vítima;
2. Requisição do Ministro da Justiça.

CPP, Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo.
ANOTAÇÕES

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• Uma das características do sistema processualístico brasileiro é o chamado


princípio do devido processo legal ou due process of law (como é conhecido
em países como Inglaterra, EUA, Nova Zelândia, Austrália, dentre outros);
• O princípio do devido processo legal é aquele que prevê a existência de
uma sequencia de atos anteriores ao cometimento do delito e que regula-
menta, de modo geral, a atuação de todos os atores empregados tanto na
Constituição como na legislação ordinária para promover a justiça criminal.

Atenção!
O ajuizamento da ação penal é condição para o exercício da pretensão punitiva
do Estado. O não ajuizamento da ação penal importa na não satisfação da
pretensão punitiva, portanto na extinção da punibilidade. Assim, há a previsão
do instituto da ação penal também na legislação material e não exclusivamente
na legislação adjetiva, como é o caso do processo penal.

AÇÃO PENAL PRIVADA

O Estado, excepcionalmente, confere à vítima o direito de ação, embora man-


tenha o direito de punir.
• O legislador oferece ao ofendido o direito de ação penal quando o interesse
privado da vítima é mais importante, em relação ao interesse social, de
ver o autor do delito devidamente punido. Exemplo: crimes contra a honra
(calúnia, difamação e injúria).
• A honra é um atributo de natureza personalíssimo. Assim, a honra subjetiva
da vítima é, em muitos casos, superior ao interesse da sociedade.

CP, Art. 100.

§ 2º A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou


de quem tenha qualidade para representá-lo.
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Atenção!
A queixa é um denominador de natureza técnica que faz referência exclusiva
ao ajuizamento da ação penal privada. Já a denúncia é a ação penal pública
que é oferecida pelo Ministério Público.

CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL

I – Possibilidade jurídica do pedido;


II – Interesse de agir;
III – Legitimação para agir;
IV – Justa causa.

POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

É a previsão legal, em abstrato, da pretensão punitiva apresentada em juízo


(Tipo penal).
• Quando se fala em possibilidade jurídica do pedido referente a ação penal,
sustenta-se que alguém somente pode requerer, por meio do oferecimento
da ação penal, a aplicação de uma sanção penal (pena privativa de liber-
dade, restritiva de direitos ou multa) se identificada a conduta do agente
vinculada a um determinado tipo penal.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Flávio Milhomem.
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