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Os atos administrativos, diferente de contratos administrativos, são

unilaterais, e dependem unicamente da vontade da Administração Pública


ou dos particulares que estejam exercendo prerrogativas públicas. Os
atributos do ato administrativo são: presunção de veracidade dos atos
administrativos, autoexecutoriedade, tipicidade e imperatividade.

A presunção de veracidade é atributo segundo o qual o ato administrativo


é presumivelmente legal, verdadeiro e conforme o direito, até prova em
contrário.

A auto-executoriedade é atributo segundo o qual a Administração Pública


pode praticar os atos administrativos sem precisar recorrer previamente ao
Poder Judiciário. Com a auto-executoriedade o Estado pode se valer de
meios indiretos de coerção.

Tipicidade, assim como a presunção de legitimidade, todos os atos


administrativos possuem a tipicidade. Ou seja, cada situação concreta
possui um tipo específico de ato administrativo a ser utilizado, razão pela
qual não existem atos administrativos inominados. O atributo da tipicidade
está alinhado com a função dogmática do ato administrativo, qual seja
controlar as ações do Estado no estado de direito.

Imperatividade é a qualidade pela qual os atos administrativos se impõem


a terceiros, independemente de sua concordância - decorre do "poder
extroverso" que permite ao Poder Público editar provimentos que vão além
da esfera jurídica do sujeito emitente, ou seja, que interferem na esfera
jurídica de outras pessoas, constituindo-as unilateralmente em obrigações.

De acordo com o escritor Hely Lopes Meirelles: “Ato administrativo é toda


manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,
modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos
administrados ou a si própria”. Além disso, eles têm o condão de gerar
efeitos jurídicos, independentemente de qualquer interpelação. Mas estão
sujeitos ao controle do Poder Judiciário. Eles também possuem como
finalidade o interesse público e se sujeitam ao regime jurídico de direito
público.

A nomeação é o ato discricionário da Administração Pública, submetido ao


juizo de conveniencia e oportunidade, não podendo o Judiciário imiscuir-se
nesta esfera de atuação, sob pena de ofença ao princípio da Separação dos
Poderes. Os atos administrativos são presumidos como verdadeiros e
legais até que seja provado o contrário. Deste modo, a Administração não é
incumbida do ônus de provar a legalidade de seus atos e a existência da
necessidade de sua prática. Este encargo cairia sobre destinatário do ato
que tenha interesse em provar que a administração pública agiu de forma
ilegítima. Este atributo tem por objetivo garantir a rapidez e agilidade na
execução dos atos administrativos.

Os atos administrativos podem ser executados pela própria Administração


Pública diretamente, sendo desnecessária a autorização de outros poderes.
Este atributo não está presente em todos os atos administrativos, segundo
a doutrina majoritária, mas somente: Quando lei estabelecer; Em casos de
urgência. O ato administrativo deve corresponder a figuras previamente
definidas pela lei como aptas a produzir determinado efeito. Este atributo
existe como forma de garantia ao particular, pois impede a Administração
de agir de forma absolutamente discricionária. Somente está presente nos
atos unilaterais.

Os atos administrativos são impostos a todos, independendo da vontade


de seus destinatários. Por meio do ato administrativo a Administração
pode, unilateralmente, criar obrigações para os administrados, ou impor-
lhes restrições.

Os elementos do ato administrativo são, sujeito decompetência ou


competência, forma, finalidade, motivo e objeto ou conteúdo

É o poder que decorre da lei conferida ao agente administrativo para o


desempenho regular de suas atribuições. Existe a necessidade de que o
agente do ato administrativo esteja investido de competência para realiza-
lo, caso contrário poder-se-á incorrer-lhe pena por abuso de poder, sob a
espécie excesso de poder.

Os atos devem respeitar a forma exigida para sua prática, a sua


materialização. A regra na Administração Pública é que todos os atos
devem ser formados, contrapondo-se ao direito privado, onde aplica-se a
liberdade das formas. Segundo a doutrina majoritária, é um elemento
sempre vinculado. Por via de regra todos os atos devem ser escritos e
motivados. Excepcionalmente podem existir atos verbais ou até por gestos,
como por exemplo um sinal de trânsito ou uma instrução momentânea.

A finalidade é o resultado que a Administração pretende alcançar com a


prática do ato. É o seu objetivo. De acordo com o princípio da finalidade, é
dever da Administração Pública sempre buscar o interesse público, isto é,
em uma análise mais restrita, a finalidade determinada pela lei, explícita ou
implicitamente. É um elemento sempre vinculado. São nulos os atos que
descoincidam com sua finalidade.

É a situação de fato e de direito que gera a necessidade da Administração


em praticar o ato administrativo. Tem-se como pressuposto de direito a lei
que embasa o ato administrativo, enquanto o pressuposto de fato
representa as circunstâncias, situações ou acontecimentos que levam a
Administração a praticar o ato. Não se deve confundir motivo com
motivação. Esta é a demonstração dos motivos, isto é, a justificativa por
escrito da existência dos pressupostos de fato.

É a modificação fática realiada pelo ato no mundo jurídico, as inovações


trazidas pelo ato na vida de seu destinatário. Segundo Fernanda Marinela, o
objeto é o efeito jurídico imediato do ato, isto é, o resultado prático
causado em uma esfera de direitos, seja a criação, modificação ou
comprovação de situações concernentes a pessoas, coisas ou atividades
sujeitas à ação do Poder Público.

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