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Relação jurídica: Fato jurídico

1.Introdução
Este trabalho apresenta uma proposta de sequência didáctica investigativa e
contextualizada para o conteúdo de Relação jurídica, cujo tema norteador é fato
jurídico, Está organizado em paginas contendo capa, índice, introdução, objectivos,
abordagem do tema, conclusão e referencia bibliográfica, A metodologia utilizada foi de
pesquisa por obras.

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Relação jurídica: Fato jurídico

1.1 Objectivos
O trabalho tem como objectivos

 Objectivos gerais
 Falar da relação jurídica
 Objectivos específicos
 Abordar o Fato jurídico
 Noção
 Classificação
 Fato Humano
 Fato Natural

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2. FATO JURÍDICO

NOÇÃO

Segundo João Castro Mendes (Pg.178,) fato jurídico define-se como todo o
acontecimento ou evento que produz efeitos jurídicos

Segundo Miguel Reale (Pg.330) podemos definir o fato jurídico, em sentido amplo,
como sendo todo o acontecimento, natural ou humano, que por corresponder ao modelo
configurado pela norma jurídica implica consequências de direito, a atribuição de
direitos e deveres.

Portanto:

a) O fato jurídico repete, no plano concreto dos comportamentos, aquilo que esta
genericamente previsto a hipótese normativa;
b) A ocorrência dele importa em consequência de direito, seja dando origem e
constituindo, seja modificado e extinguindo direitos e obrigações.
Essa repercussão na orbita jurídica, produzindo consequências de direito, é a sua
característica fundamental.

Sob esse prisma, um mesmo acontecimento pode ser ‘’jurídico’’ ou ‘’material’’,


diferenciando se um do outro pela produtividade de efeitos jurídicos, peculiar ao
primeiro e inexistente no segundo, na observação de José Abreu.

E exemplifica: um raio que atinge uma casa causando prejuízos de ordem material, esse
acontecimento originário da natureza pode ser um fato jurídico ou um fato meramente
material. Se o proprietário, precavido, segurou sua casa contra danos resultantes de tais
eventos, o acontecimento será um fato jurídico, uma vez que desencadeou
consequências de direito, permitindo lhe cobrar da companhia seguradora o premio
respectivo, estipulado no contrato.

Caso, contudo, o proprietário não tenha feito seguro algum, estaremos diante de um fato
bruto ou material, uma vez que arcara com os prejuízos que sofreu.

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3.CLASSIFICAÇÃO
A divisão dos fatos jurídicos é uma controvérsia e discussão
Doutrinaria. Preferimos a seguinte classificação, pela sua ocorrência e
simplicidade, segundo o esquema:

1. FATO JURÍDICO – ordinários e extraordinários


FATO JURÍDICO NATURAL 2.1.ATO JURÍDICO LICITO

(LATO SENSU)
2.FATO JURÍDICO
HUMANO 2.2 NEGOCIO JURÍDICO ILÍCITO

3.1. FATO JURÍDICO NATURAL

Se o fato jurídico, em sentido amplo, abrange tanto os acontecimentos naturais


como as acções humanas, que se revelam importantes para o equilíbrio social,
quando se trata de acontecimentos oriundos das forcas da natureza, cuja
ocorrência não depende da vontade humana, ou esta só concorre
indirectamente (como no nascimento), temos o fato jurídico natural.

Na verdade, o fato natural produz, as vezes, consequências de direito, criando,


modificando ou extinguindo direitos e obrigações, por assim estar previsto na
norma. Por exemplo: o simples decurso do tempo, que pode extinguir direitos;
uma inundação que pode transportar porções de terra de uma para outra margem
do rio, alterando assim relações de propriedade; a queda ocasional de um objecto
que produza ferimentos em um transeunte;

A investida de um animal contra uma pessoa ocasionando-lhe dano poderá


operar consequências de direito, determinando a responsabilidade civil do dono
para com a vítima; o nascimento de uma criança é um fato biológico que implica
situações jurídicas, como a existência de uma pessoa, sendo-lhe atribuídos
direitos e deveres, ainda que não os possa exercer pessoalmente; já antes do
nascimento, o fato biológico da gestação tem a sua repercussão no mundo
jurídico através das leis protectoras do nascituro; a morte eh outro fato natural

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cuja ocorrência importa em consequências de direito; uma doença que positiva a


invalidez perante a instituição providenciaria e também exemplo de fato jurídico
gerado por forças naturais.

3.2. FATO JURÍDICO VOLUNTARIO

O fato jurídico voluntario é todo e qualquer acontecimento decorrente da


vontade humana, ao qual a norma jurídica confere consequências de direito,
quer haja ou não a intenção precípua de ocasionar efeitos jurídicos. O fato,
então, não é mero acontecimento natural, mais, ao contrário, algo que se prende
a deliberação volitiva do homem. É uma acção humana.

O fato jurídico voluntario pode ser lícito, ou seja, praticando em conformidade


com a regra jurídica; ou ilícita, quando em desacordo com ela, violando direito
ou causando dano a alguém. Tal colocação supera a falsa sinonímia entre
‘’jurídico’’ e ‘’licito’’, acolhida pelo nosso código civil de 1916, no artigo 81,
quando dispunha: ‘’todo acto lícito que tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar, ou extinguir direitos, se denomina ato
jurídico’’. Falsa sinonímia, pois o ato ilícito pode causar dano a outrem, como
dispõe o art. 186 do código civil vigente: ‘’aquele que, por acção ou omissão
voluntaria, negligencia ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
cria o dever de reparar tal prejuízo, como já se lia no artigo 159 do código
revogado e, expressamente, no artigo 927 do código civil em vigor ‘’ aquele que,
por ato ilícito (artigos 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repara-
lo’’. Aqui, o art.927 amarra expressamente o ato ilícito a obrigação de
indemnizar os danos causados. Ora, se do ato ilícito resultam consequências de
direito (a reparação do dano causado), não apenas o ato licito mais também o ato
ilícito devem ser considerados jurídicos. Ambos são, pois, espécies de fatos
jurídicos voluntários.

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4. ATO JURÍDICO E NEGOCIO JURÍDICO

Na grande classe dos fatos jurídicos voluntários, como actos decorrentes de uma acção
humana, devem ser destacadas duas categorias: a dois ‘’atos jurídicos’’ e a dos
“negócios jurídicos’’. É bem verdade que há uma corrente de pensamentos, denominado
unitarista, que não admite diferença entre ato e negócio jurídico. Eles, assim,
significariam a mesma coisa, contudo, a corrente, hoje, merecedora das preferências da
doutrina é a corrente dualista, que afirma a existência de traços diferencias entre ato e
negócio jurídico, embora ambos se originem da actividade volitiva do homem. São
figuras autónomas, com característica próprias. Qual a diferença?

a) Os atos jurídicos são aqueles praticados pelo homem cujos efeitos jurídicos não
determinados pela vontade do agente, mas, sim, por determinação da lei. No ato
jurídico, a vontade do agente, dirige-se apenas para a pratica de um ato que cria
uma situação a que alei de efeito jurídico. Nele, portanto, quanto aos efeitos, é
irrelevante o elemento ‘’vontade’’, por que eles advêm da lei. Os seus efeitos se
produzem mesmo que não tenha não tenham sido previsto ou queridos pelos ses
autores, embora muitas vezes haja concordância entre a vontade destes e os
referidos efeitos. A consequência é produzida ex lege. Os efeitos ocorrem
independentemente da vontade de quem age.

Por exemplo, se alguém reconhece um filho, as repercussões estão preestabelecidas,


não podendo o autor do reconhecimento delimitar as consequências de seu ato, por
que elas estão catalogadas na lei. Quem encontra e recolhe objecto perdido esta
obrigado a devolver ao dono (art.1233 do CC).

No negócio jurídico, porem, a vontade do agente é decisiva tanto para produzir o ato
como para determinar-lhe os efeitos jurídicos.

Assim, enquanto a consequência do ato jurídico é produzida ex lege (depene da lei,


na qual já esta prevista), a do negocio jurídico é produzida ex voluntate: os
efeitos são, intencionalmente, queridos pelo agente e reconhecidos e
admitidos pelo ordenamento jurídico. Dai a sua definição como sendo a
manifestação de vontade que instaurando uma relação intersubjectiva
procura produzir determinado efeito jurídico, protegido pelo direito (n. 68. 1)

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O negócio jurídico, portanto, é aquela espécie de fato jurídico que, alem de


originar de um ato de vontade, implica a declaração expressa da vontade,
instauradora de uma relação entre dois ou mais sujeitos tendo em vista um
objectivo protegido pelo ordenamento jurídico. A relação resulta directamente
da vontade manifestada na forma da lei. Vejamos, como exemplo, alguns
casos em que a vontade do homem se proteja, deliberada conscientemente,
objectivando a obtenção de um resultado que direito reconhece como
legitimo. Se desejo auferir credito, sirvo me da hipoteca, dando meu imóvel,
valho-me da locação; e se desejo transferi-lo para outra pessoa, sirvo-me da
venda ou doação.

Uma declaração de vontade, como nos casos de doação, testamento ou


renúncia. São negócios jurídicos unilaterais.

Em suma, os negócios jurídicos são aqueles atos que produzem efeitos


jurídicos em que a vontade tem de ser negocial, ou seja, uma vontade que,
devidamente qualificada, permita que se lhe de um conteúdo próprio, que nem
sempre esta tipificado na legislação (caso de contratos inominados, por
exemplo). Os atos jurídicos, por sua vez, não exigem vontade negocial por
que os efeitos são unicamente os que estão previstos na legislação.

Por que um menino de 5 anos que pesca um peixe ou compra um refrigerante


torna-se proprietário destes, embora não sejam negócios jurídicos, ma vez
que, para serem validos, deveriam ter agente capaz? A resposta é que são
‘’atos jurídicos’’ cuja eficácia é apenas a daqueles efeitos previstos na lei, e,
consequentemente, não há necessidade de vontade qualificada, bastando
somente a consequência, e a criança tem essa consciência. Por isso é que o
novo código jurídico (art. 185).

O negócio jurídico teve origem na doutrina alemã e foi assimilado pela Itália
e posteriormente por outros países. O direito civil brasileiro ate a vigência do
novo código civil, não adoptava a teoria do negócio jurídico, exteriormente
estava preso a terminologia francesa sobre a matéria, não utilizando, portanto,

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a expressão ‘’negocio jurídico’’, embora sua definição de ‘’ato jurídico’’


(art.81) fosse rigorosamente a de negocio jurídico, sem falar que tratava de
diferentes modalidades de atos unilaterais e de contratos que nada mais que
eram negócios jurídicos.

__O novo código civil já disciplina especificamente negocio jurídico,


devendo-se salientar a opção do legislador pelos negócios jurídicos como
disciplina preferida para regrar as relações sócias. Preferiu-se a espécie
(negocio jurídico) ao género (fatos jurídicos).

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5.Conclusão

Neste trabalho aborda sobre a relação jurídica, Fato jurídico, sua classificação e
concluímos que o fato jurídico, em sentido amplo, como sendo todo o acontecimento,
natural ou humano, que por corresponder ao modelo configurado pela norma jurídica
implica consequências de direito, a atribuição de direitos e deveres. O fato jurídico
repete, no plano concreto dos comportamentos, aquilo que esta genericamente previsto a
hipótese normativa;

A ocorrência dele importa em consequência de direito, seja dando origem e


constituindo, seja modificado e extinguindo direitos e obrigações. Essa repercussão na
orbita jurídica, produzindo consequências de direito, é a sua característica fundamental.
Sob esse prisma, um mesmo acontecimento pode ser ‘’jurídico’’ ou ‘’material’’,
diferenciando se um do outro pela produtividade de efeitos jurídicos, peculiar ao
primeiro e inexistente no segundo. Este trabalho foi muito importante para a nossa
compreensão e o aprofundamento deste tema, pois uma vez que porque permitiu-nos
ficar a conhecer melhor compreender melhor além de ter permitido desenvolver e
aperfeiçoar competências de investigação

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6. Referência bibliográfica
Prof. Doutor João Castro Mendes

Introdução ao direito, Lisboa 1984

Betioli, António Bento

Introdução ao direito: lições de propedêutica jurídica tridimensional/ Betioli, António


Bento- 14. ed. – são Paulo: saraiva, actualizado em 2015

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