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Curso de Direito Civil

Teoria e Questões comentadas


Prof. Wangney Ilco

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Posse e propriedade

Sumário
1- Direito das coisas: conceito .........................................................3
1.1- Direitos pessoais x direitos reais ................................................. 4
2- Posse ..........................................................................................7
2.1- Classificações da posse ............................................................. 8
2.2- Aquisição, transmissão e perda da posse ................................... 10
2.3- Efeitos da posse ..................................................................... 13
2.4- Composse ou compossessão .................................................... 17
3- Propriedade ..............................................................................18
3.1- A função social da propriedade ................................................. 19
3.2- Limitações ao Direito de propriedade ......................................... 19
3.3- Características do direito de propriedade ................................... 21
3.4- Aquisição de propriedade imóvel ............................................... 21
3.4.1- Usucapião ........................................................................ 21
3.4.2- Registro do título .............................................................. 24
3.4.3- Acessão ........................................................................... 25
3.5- Aquisição de propriedade móvel ............................................... 27
3.6- Perda da propriedade .............................................................. 29
3.7- Condomínio ........................................................................... 30
3.7.1- Condomínio voluntário ....................................................... 30
3.7.2- Condomínio necessário ...................................................... 30
3.8- Direitos de Vizinhança ............................................................. 31
3.9- Propriedade Resolúvel ............................................................. 32
3.10- Parcelamento do solo urbano ................................................... 32
3.11- Propriedade em planos horizontais ............................................ 33
3.12- Da Propriedade Fiduciária ........................................................ 34
3.13- Fundo de Investimento............................................................ 38
4- Questões Comentadas ...............................................................41
5- Lista de Exercícios ....................................................................75
6- Gabarito ....................................................................................91

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1-Direito das coisas: conceito

Olá, pessoal! Nesta aula, iremos estudar o direito das coisas!


Segundo definição de Paulo Nader, “O Direito das Coisas é a parte
do Direito Civil que regula os poderes da pessoa sobre bens materiais
– móveis e imóveis – e imateriais.”.
Em termos de nomenclatura, alguns autores chamam este assunto
apenas de Direitos Reais. Porém, o termo “Direito das Coisas” mostra-se mais
abrangente, pois, segundo classificação do legislador do CC/2002, vem tratar
tanto dos direitos de posse (art. 1.196) quando dos direitos reais (art.
1.225). Entre os direitos reais, destacamos o direito de propriedade (de bens
móveis e imóveis).

Direito das Coisas

Direitos Reais Posse


(art. 1.225) (art. 1.196)

Sobre a própria coisa


Sobre coisas alheias
- Propriedade e Vizinhança

E os direitos reais sobre coisas alheias:

Direitos REAIS
Coisas Alheias

DE GOZO DE De De
(ou fruição) GARANTIA aquisição interesse
social

- Enfiteuse
-Penhor - Concessão
- Superfície Compromisso de uso
- Servidão - Hipoteca especial
ou promessa
Predial - Anticrese irretratável de para fins de
- Alienação compra e moradia
- Usufruto
Fiduciária venda - Concessão
- Uso
de direito
- Habitação real de uso

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1.1-Direitos pessoais x direitos reais

Pois bem, inicialmente, vamos diferenciar os direitos pessoais dos


direitos reais. Os direitos pessoais estão fundamentados na relação
jurídica estabelecida entre duas (ou mais) pessoas, os sujeitos de direito –
sua eficácia é inter partes; enquanto que os direitos reais recaem sobre
uma coisa, possuindo natureza jurídica atributiva (os direitos são atribuídos
a um só sujeito sem a necessidade de participação ou cooperação de outros
sujeitos) e permanente (em regra, não há prazo quando alguém adquire um
bem, por exemplo: uma casa)– sua eficácia é erga omnes. Além disso, o
direito é real quando o seu detentor se encontrar em posição de privilégio.
Exemplo de direito pessoal seria uma obrigação; e de direito real, a
propriedade.

Direitos

pessoais reais

relação jurídica
recaem sobre
estabelecida entre
uma coisa.
duas (ou mais)
Exemplo:
pessoas. Exemplo:
propriedade.
obrigação.

• Diferença entre os Direitos Reais e Pessoais:

o Quanto à Relação: Direitos reais envolvem uma pessoa e uma


coisa, já um direito pessoal discute uma obrigação entre pessoas;

o Quanto à Eficácia: Direito Pessoal só vale entre as partes –


inter partes (contrato faz lei entre as partes), enquanto que o
Direito Real é absoluto, possui eficácia erga omnes;

o Quanto ao Sujeito Passivo: No direito tido como Real a


identificação do Sujeito Passivo só se dá no momento da violação
do direito, oportunidade em que o sujeito passivo indeterminado
se torna determinável (há uma obrigação passiva universal).
Já nos Direitos Pessoais, os sujeitos (passivo e ativo) são, em
regra, definidos no momento em que se constitui a obrigação;

- Quanto ao Objeto: O objeto dos Direitos Pessoais é a


PRESUNÇÃO de dar fazer ou não fazer. O objeto dos Direitos

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Reais, por sua vez, é uma COISA corpórea ou tangível ou sem


apropriação;

- Quanto ao momento da aquisição do direito: Enquanto que


nos Pessoais o momento se dá com o acordo de manif. de
vontade, nos Direitos Reais, se dá com a tradição.

Ainda sobre o confronto Direito Pessoal x Direito Real, vejamos um


quadro resumo para fixarmos bem as diferenças entre eles:

Quanto à (ao): Pessoal Real


Relação Interpessoal (2 ou + Recai s/ uma coisa e uma
pessoas): obrigação entre pessoa. É atributivo, pois
as partes. É cooperativo por atribui o direito a uma só
causa disso. pessoa.
Eficácia Interpartes Erga omnes (é absoluto)

Sujeitos Conhecidos desde o Sujeito passivo só é


momento de constituir a conhecido quando o direito
obrigação. é violado (obrigação
passiva universal).
Objeto Presunção de dar, de fazer Coisa corpórea, tangível ou
ou de não fazer – a sem apropriação
prestação.
Momento aquisição Se dá com o acordo de Se dá com a tradição.
do direito manifestação de vontade

Tipicidade Atípicos (contratos, art. Típicos: criados pela lei


425, CC). somente.
Duração Transitório: é extinto Permanente: existe
quando cumprido ou por mesmo sem ser usado.
outros meios, como ação Extinto somente nos casos
judicial legais (desapropriação).

Assim, o direito real e o obrigacional guardam relação entre si. Por


exemplo, no caso de penhor, hipoteca ou anticrese: Quando falamos em
“Garantia Real”, queremos dizer que alguma coisa ou algum objeto será dado
como garantia de pagamento de uma dívida (obrigação), beleza? Assim,
determinada coisa/objeto pode ser dado em garantia de um crédito.

Obs.: Direito de SEQUELA: é o direito que o seu titular possui de “perseguir


a coisa” onde quer que ela esteja e em poder de quem quer que se encontre.
Portanto, é a coisa que responde pelo débito, sendo sua garantia de
pagamento. É consequência da oponibilidade erga omnes dos direitos reais.
Então, se um bem que foi dado em garantia for vendido, caberá ação contra a

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pessoa que detenha o bem, posto que o direito real sobre o bem se mantém.
Este é o chamado direito de sequela.

Conforme esquematizado a seguir, o art. 1.225 do CC fornece uma lista


taxativa e expressa do que são considerados direitos reais.

a propriedade

a superfície

as servidões

o usufruto

o uso

a habitação

Direitos o direito do promitente comprador do imóvel


reais
o penhor

a hipoteca

a anticrese

a concessão de uso especial para fins de moradia

a concessão de direito real de uso

a laje

Além disso, os artigos 1.226 e 1.227 do CC, trazem conceitos


importantes sobre a aquisição de direitos reais sobre coisas móveis e
imóveis.

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Só com o registro
no Cartório de
IMÓVEIS
Registro de
Imóveis
AQUISIÇÃO de
Dir. Real
SÓ COM A
MÓVEIS
TRADIÇÃO
constituídos ou
transmitidos por
atos entre vivos

2-Posse

Existem duas teorias para caracterizar a posse: a subjetiva (de


Savigny) e a objetiva (de Ihering). Na teoria subjetiva (de Savigny)
para se caracterizar a posse devem estar presentes dois elementos: o corpus,
que é o elemento material (físico), relacionado com a capacidade de dispor
fisicamente da coisa; e o animus, que é o elemento intelectual, relacionado
com a intenção ou propósito de possuir o bem.
Na teoria objetiva (de Ihering), para se caracterizar a posse há
necessidade apenas da presença do elemento material (físico), o corpus, pois
entende-se que o animus já estaria contemplado pela presença do corpus.

subjetiva (de Savigny)


objetiva (de Ihering)
elementos: corpus e elemento: corpus
animus

O Direito Brasileiro adora a objetiva (de Ihering), pois a definição


presente no art. 1.196 do CC considera “possuidor todo aquele que tem de
fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade”.
Não confunda posse com detenção! Conforme art. 1.198 do CC,
considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência
para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de
ordens ou instruções suas.
O parágrafo único acrescenta que aquele que começou a comportar-se
do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa,
presume-se detentor, até que prove o contrário.

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Exemplo de detentor seria o caso de um caseiro que cuida de um sítio


para seu proprietário. O caseiro conserva a posse em nome do proprietário e
em cumprimento de suas ordens ou instruções (art. 1.198 do CC: fâmulo da
posse).
Obs.: Conforme art. 1.225 do CC, a posse não é um direito real, apesar de ser
um assunto tratado no direito das coisas.

2.1-Classificações da posse

A posse pode ser classificada em direta (imediata) ou indireta


(mediata). Na posse direta, a pessoa tem a coisa em seu poder, ou seja,
dispõe fisicamente do bem. Na posse indireta, a pessoa entregou a coisa a
outrem, como por exemplo, na locação, em que o locador tem a posse indireta
e o locatário tem a posse direta. Conforme art. 1.197 do CC:

não anula a
indireta, de quem
de pessoa que tem a coisa aquela foi havida
em seu poder,
Posse
temporariamente, em
direta
virtude de direito podendo o
pessoal, ou real possuidor direto
defender a sua
posse contra o
indireto.

É importante destacar que tanto o possuidor direto, quanto o possuidor


indireto podem utilizar as ações possessórias para resguardar seus direitos.
A posse pode ainda ser classificada em justa, injusta, violenta,
clandestina ou precária.

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a posse é justa violenta


justa
quando NÃO for
clandestina
OU

precária

força física ou
violenta
Posse moral

clandestina oculta

precária abuso de confiança

Ao contrário da posse justa, a posse injusta seria aquela adquirida por


meio de violência, ato clandestino ou precário. A posse violenta é aquela que
se utiliza de força física ou moral. A posse clandestina é aquela feita de
forma a tentar ocultá-la. A posse precária se utiliza do abuso de confiança, de
forma que alguém que deveria restituir a coisa da qual tinha posse, não
restitui.
Conforme art. 1.208 do CC, não induzem posse os atos de mera
permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos
violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a
clandestinidade.
Essa hipótese é considerada uma exceção, pois em regra geral tem-se
o caráter contínuo da posse. Conforme art. 1.203 do CC, salvo prova em
contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi
adquirida.
A posse pode ainda ser classificada como sendo de boa-fé ou de má-
fé. O quadro abaixo apresenta as principais características presentes no CC
em relação à posse de boa-fé:

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Posse de boa-fé

• o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da


coisa.

•só perde este caráter no caso e desde o momento em que as


circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui
indevidamente.

O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo


prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta
presunção.
Podemos interpretar o justo título como o estado aparente que
autoriza a posse, presumido de boa-fé, que pode estar (ou não) materializado
em um título de propriedade, documento ou instrumento.
A posse pode ser com título ou sem título. Quando for com título
haverá um documento; quando for sem título não haverá o instrumento para
caracterizar a posse.

Posse de boa-fé → critério subjetivo


Posse justa → critério objetivo

Em resumo:
• Possuidor Pleno: Quem exerce com plenitude a posse do bem;
• Possuidor Direto: Contato direito com a coisa. Ex.: Locatário;
• Possuidor Indireto: Dono que cede o bem a outrem. Ex.: locador
(proprietário);
• Detentor: É o subordinado. Ex.: Caseiro

2.2-Aquisição, transmissão e perda da posse

Primeiramente, devemos notar que a aquisição da posse de um bem é


diferente da aquisição da propriedade desse bem. Mesmo porque, como já
percebemos, posse e propriedade são institutos que não se confundem.

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Conhecer o momento de início da posse é importante para definir os prazos


relacionados à posse do bem.
Mas, como podemos caracterizar a aquisição da posse de um bem? Qual
a característica fundamental que defini que alguém possui a posse de
determinada coisa? Conforme o art. 1.204 do CC, temos que:

Adquire-se desde o momento em que se torna possível o


a posse exercício, em nome próprio, de qualquer dos
poderes inerentes à propriedade.

Então, a doutrina costuma dividir a aquisição da posse de duas formas:


originária e derivada.

• POSSE ORIGINÁRIA: ocorre quando não é conhecida a posse anterior,


como no caso de bem abandonado ou sem dono, onde o bem é
apreendido. Também ocorre quando o dono da coisa não toma medida
alguma para ficar na sua posse. Logo, aquele que ocupa tais bens terá a
posse originária deles. Portanto, como na posse originária, não existe a
questão sucessores na posse, não podemos falar em direito de sequela,
que é característico de ocorrer quando há a transmissão do bem, ou
seja, a posse derivada.

POSSE DERIVADA: é resultado de uma intermediação pessoal ou negócio


jurídico. Exemplo: a tradição (entrega da coisa). Também pode ocorrer a
aquisição da posse por sucessão (inter vivos ou causa mortis). Portanto, a
posse poderá transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com
os mesmos caracteres. E, o sucessor universal continua de direito a posse do
seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do
antecessor, para os efeitos legais (art. 1.207 do CC).
Ainda, conforme o art. 1.205 do CC:

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A posse pode ser


adquirida

pela própria por terceiro sem


pessoa que a
mandato
pretende

ou por seu dependendo de


representante ratificação

Por fim, ainda quanto à aquisição da posse, dois institutos merecem


destaque:
• Constituto possessório: é uma cláusula que altera a titularidade da
posse, onde a pessoa que possuía o bem em seu nome próprio, passa a
possuir em nome do novo adquirente. Ex.: B adquire a propriedade do
imóvel de A, que permanece no imóvel como locatário.
• Traditio brevi manu: é o inverso do constituto possessório, pelo qual
uma pessoa que possuía determinado bem em nome alheio, passa a
possuir o bem em nome próprio. Ex.: A era locatário de um imóvel de
propriedade de B. A compra o imóvel de B, passando a possuir em
nome próprio.
Pois bem, fazendo uma relação entre a posse do bem imóvel e das
coisas, temos:

até prova contrária

A posse do imóvel a das coisas móveis


faz presumir que nele estiverem.

A perda da posse está prevista no art. 1.223 do CC, que dispõe que
“perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do possuidor, o
poder sobre o bem”.

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tendo notícia dele,


se abstém de
Só se retornar a coisa
para quem não
considera
presenciou o
perdida a
esbulho, quando
posse tentando recuperá-
la, é violentamente
repelido

Então, para a posse ser considerada perdida, se o possuidor não


presenciou o esbulho (retirada forçada do bem de seu possuidor legítimo), e
mesmo tendo notícia do esbulho, se abstém de reaver o bem, ou, ao tentar
recuperar o bem é violentamente repelido pelo detentor que se recusa a
devolvê-lo.

2.3-Efeitos da posse

Os efeitos da posse estão previstos nos artigos 1.210 a 1.222 do CC.


Entre os efeitos da posse, temos os interditos possessórios, que constituem
um direito de defesa, para proteger a posse do bem, por meio das ações
possessórias, o direito de percepção de frutos e de retenção sobre
benfeitorias.
Em relação aos direitos de defesa, para proteger a posse do bem, temos
o art. 1.210 do CC esquematizado a seguir.

Posse: direitos de defesa

O possuidor tem direito

a ser mantido segurado de


restituído
na posse violência iminente

no caso de no caso de se tiver justo receio


turbação esbulho de ser molestado

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A turbação é a conduta que impede ou atenta quanto à posse por seu


legítimo possuidor; no caso de turbação, tem-se direito a manter o possuidor.
O esbulho é a retirada forçada do bem de seu possuidor legítimo; no caso de
esbulho, tem-se o direito de restituição pelo possuidor.
O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se
por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de
desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição
da posse (§ 1o do art. 1.210 do CC).
Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa (§ 2 o do art. 1.210 do CC).
Em caso de dúvida, quando mais de uma pessoa se disser possuidora,
manter-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto
que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.
O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização,
contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era (art.
1.212 do CC). Portanto, no caso de esbulho, caberá a ação de esbulho para
reaver a posse do bem ou a ação indenizatória contra o terceiro de má-fé.
Em relação à percepção dos frutos, e em relação ao direito de
retenção sobre benfeitorias, deve-se observar se o possuidor é de má-fé
ou de boa-fé.
Inicialmente, vamos recordar o que são benfeitorias. Já estudamos esse
assunto quando estudamos os bens, lembra? As benfeitorias podem ser
entendidas como algo para conservar, embelezar ou melhorar o uso de um
bem. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.

são de mero deleite


ou recreio
voluptuárias o tornem
mais
não aumentam o uso agradável
habitual do bem,
ainda que
sejam de
elevado
aumentam ou valor
Benfeitorias úteis facilitam o uso do
bem

conservar o
bem
necessárias tem por fim
OU
evitar que se
deteriore

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As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao


ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem (art. 1.221 do CC). A
evicção é perda do bem para um terceiro que já possuía direito de posse em
relação à coisa.
O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de
má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao
possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual (art. 1.222 do CC).
Vamos, agora, ver as principais diferenças estabelecidas no CC quanto aos
direitos e deveres, em relação à percepção dos frutos, e em relação ao
direito de retenção sobre benfeitorias, do possuidor de má-fé e do
possuidor de boa-fé.

Possuidor de má-fé Possuidor de boa-fé

• responde por todos os frutos • tem direito, enquanto ela durar,


colhidos e percebidos, bem como aos frutos percebidos
pelos que, por culpa sua, deixou • não responde pela perda ou
de perceber, desde o momento deterioração da coisa, a que não
em que se constituiu de má-fé; der causa.
tem direito às despesas da • tem direito à indenização das
produção e custeio. benfeitorias necessárias e
• responde pela perda, ou úteis, bem como, quanto às
deterioração da coisa, ainda que voluptuárias, se não lhe forem
acidentais, salvo se provar que pagas, a levantá-las, quando o
de igual modo se teriam dado, puder sem detrimento da coisa, e
estando ela na posse do poderá exercer o direito de
reivindicante. retenção pelo valor das
• serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias e
benfeitorias necessárias; não úteis.
lhe assiste o direito de retenção
pela importância destas, nem o
de levantar as voluptuárias

Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser


restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem
ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação (Parágrafo único
do art. 1.214 do CC). Consideram-se:

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naturais e colhidos e percebidos, logo que são


industriais separados

Frutos

civis percebidos dia por dia

Portanto, os frutos naturais, como os de uma árvore, e os industriais,


como os de uma máquina, são considerados colhidos e percebidos quando são
separados do bem principal. Os frutos civis, como os aluguéis, são
considerados percebidos dia por dia.
Com efeito, os frutos são elementos que são produzidos peridocamente
pelo bem principal, sem provocar alteração em sua substância. Os frutos são
separáveis do bem principal, e possuem essa característica de serem
periódicos. Exemplo: os frutos que uma árvore produz.
Os frutos podem ser classificado quanto ao seu estado como:
pendentes, percebidos ou colhidos, estantes, percipiendos e
consumidos.

pendentes ainda não separados do bem principal

percebidos
já separados do bem principal
ou colhidos

Frutos
(quanto ao separados do principal e armazenados
estantes
estado) para venda

deveriam ter sido percebidos (ou


percipiendos
colhidos) mas não foram

perderam a existência com seu


consumidos
consumo

1. (FCC - Procurador Legislativo – Câmara Municipal


de São Paulo - 2014) Considere as afirmações abaixo referentes à
posse.
I. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, anula a indireta, de
quem aquela foi havida, por isso podendo o possuidor direto
defender a sua posse contra o possuidor indireto.

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II. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma
exercer sobre ela atos possessórios, desde que não excluam os dos
outros compossuidores.
III. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
IV. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo
que impede a aquisição da coisa.
V. Considera-se como possuidor somente aquele que tem de fato o
exercício pleno de todos os poderes inerentes à propriedade.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) II, III e IV.
b) III, IV e V.
c) I, II, e V.
d) II, IV e V.
e) I, II e III.
Comentários
Letra “a”. Gabarito.
O item I está errado. Conforme art. 1.197 do CC, a posse direta, de pessoa
que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito
pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o
possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
O item II está certo. Conforme art. 1.199 do CC, se duas ou mais pessoas
possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos
possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores.
O item III está certo. Conforme art. 1.200 do CC, é justa a posse que não for
violenta, clandestina ou precária. O item IV está certo. Conforme art. 1.201 do
CC, é de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que
impede a aquisição da coisa.
O item V está errado. Conforme art. 1.196 do CC, considera-se possuidor todo
aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes
inerentes à propriedade.
Gabarito1: A

2.4-Composse ou compossessão

Configura-se a composse quando duas ou mais pessoas são possuidoras


de determinado bem ao mesmo tempo, de forma simultânea. Então, temos

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uma posse em comum ou compossessão, onde cada pessoa exerce a sua


posse sem embaraçar a posse da outra pessoa.
Esta situação de composse pode decorrer de contrato ou de herança.
Exemplo: entre os herdeiros antes da partilha; entre os cônjuges casados no
regime de comunhão universal de bens.
Assim, é possível identificar dois requisitos para configurar a composse:

Pluralidade de sujeitos

COMPOSSE

Coisa Indivisa

Coisa indivisa é aquela que não pode ser fracionada sem prejuízo de
sua substância. Portanto, no caso de composse de coisa indivisa, cada pessoa
poderá exercer atos possessórios sobre a coisa, desde que não exclua os
outros possuidores. A composse está disciplinada no art. 1.199 do CC:
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá
cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não
excluam os dos outros compossuidores.

3-Propriedade

Embora o CC não defina popriedade, o art. 1.228 do CC, dispõe sobre


as faculdades e direito do proprietário, conforme ilustrado a seguir.

usar

a faculdade de
O proprietário
tem gozar

direito de reavê-la do
poder de quem quer que
injustamente a possua ou
dispor da coisa
detenha

O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas


finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas. Portanto, o direito de propriedade deve

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observar a sua função social e socioambiental. Estes também são limites ao


direito de propriedade, portanto.

3.1-A função social da propriedade

A Constituição Federal consagra a função social da propriedade nos


seguintes dispositivos:
• Art. 5º, XXIII: a propriedade atenderá a sua função social – como
um elemento a ser observado no exercício do direito fundamental à
propriedade privada;
• Art. 170, III: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios: função social da propriedade – como princípio da
ordem econômica;
• Art. 182, §2º: A propriedade urbana cumpre sua função social quando
atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas
no plano diretor – como princípio da política urbana tendo em vista a
dignidade da pessoa humana, representada pelo bem-estar de seus
habitantes;
• Art. 186: A função social é cumprida quando a propriedade rural
atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: (...) – como princípio
da política agrícola.
Portanto, numa concepção atual, a propriedade deve possuir um fim
social, se afastando da noção eminentemente individualista do passado, ok?

3.2-Limitações ao Direito de propriedade

O direito de propriedade encontra diversas limitações e restrições em


nosso ordenamento jurídico. Portanto, o direito de propriedade não é um
direito absoluto. Tais limitações são em razão de sua finalidade social.
Assim, há limitações de ordem constitucional, civil, administrativa e
militar. Vejamos:

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• Desapropriação por necessidade ou utilidade


pública e por interesse social mediante justa e
Constitucional prévia indenização em dinheiro (art. 5º, XXIV e
184, CF);
•Requisição por autoridade competente em caso de
perigo iminente (art. XXV);

•Direitos de vizinhança (art. 1.277, CC)


Civil •Direito de passagem forçada (art. 1.285, CC)

•O Código Florestal veda a derrubada de certas


árvores;
Administrativa •Tombamento;
•Limitações à contrução de prédio em
determinada região (altura, estética, etc.)

Militar •Regras relacionadas à faixa de fronteira.

Então, há diversas limitações ao direito de propriedade, ok? Assim, em


termos gerais, o CC em seu art. 1.228, §3º prevê que:

por necessidade

desapropriação utilidade pública

O proprietário pode interesse social


ser privado da coisa

em caso de perigo
requisição
público iminente

O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel


reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé,
por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela
houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços
considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. Neste
caso, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço,
valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos
possuidores.

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Por fim, a propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em


contrário (art. 1.231 do CC). Em relação à aquisição da propriedade, devemos
observar se a aquisição é de propriedade móvel ou imóvel.

3.3-Características do direito de propriedade

Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em


contrário.

O direito de propriedade apresenta três características essenciais: é


absoluto, exclusivo e irrevogável ou perpétuo.
• Absoluto: é o mais completo dos direitos reais; o seu titular pode
utilizar o bem como quiser, sujeitando-se apenas às limitações legais
impostas (interesse público) ou coexistência do direito de propriedade
de outros titulares;
• Exclusivo: a mesma coisa não pode pertencer com exclusividade
(portanto, ressalvado o condomínio) e simultaneamente a duas ou mais
pessoas; e
• Irrevogável ou perpétuo: a duração da propriedade é ilimitada, não
cessa pelo não-uso e é transmissível com a morte.

3.4-Aquisição de propriedade imóvel

A aquisição de propriedade imóvel se dará por:

-Ilhas
-Aluvião
-Avulsão
Acessão -Álveo
Originárias -Abandonado
-Plantações
Aquisição Usucapião -Construções
da
propriedade
imóvel Registro do
Título
Derivadas
Transmissão
Hereditária

3.4.1-Usucapião

Usucapião é quando o indivíduo adquire um imóvel, rural ou urbano,


de que não era proprietário, por ter habitado esse imóvel, sem oposição do
dono, por determinado tempo, conforme descrevemos na sequência, conforme
as modalidades de usucapião:
• Usucapião Ordinária: possuidor do imóvel por 10 (dez) anos, contínua
e incontestadamente, com justo título e boa-fé (art. 1.242, caput, CC).

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o Usucapião Ordinária com prazo reduzido: será de 5 (cinco)


anos se o imóvel foi adquirido onerosamente, registrado e
posteriormente cancelado, com o fim de moradia ou
investimentos de interesse social e econômico (art. 1.242, CC).
• Usucapião extraordinária: possuidor de imóvel por 15 (quinze) anos,
independente de título e boa-fé (1.238, caput, CC).
o Usucapião extraordinária com prazo reduzido: 10 anos se
for moradia habitual ou realizou-se obras ou serviços de caráter
permanente (1.238, §único, CC).
• Usucapião especial urbana: possuidor de área urbana até 250m2, por
5 anos ininterruptos e sem oposição, com o fim de sua moradia e desde
que não possua outro imóvel urbano ou rural (art. 1.240, CC).
• Usucapião especial rural: possuidor de área rural até 50 hectares,
por 5 anos ininterruptos e sem oposição, tornando-a produtiva por seu
trabalho ou de sua família, tendo nela moradia (art. 1.239, CC).

O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou


à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. Esse direito não
será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Agora, de forma mais especial, aquele que exercer, por 2 (dois) anos
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade,
sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados)
cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que
abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-
lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural (art. 1.240-A do CC). Esse direito previsto não será
reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Por fim, poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida,
mediante usucapião, a propriedade imóvel. Essa declaração obtida constituirá
título hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Obs.: Princípio da accessio possessionis: representa a soma dos tempos
na posse do possuidor com o seu antecessor, no intuído de atingir o lapso
temporal para fins de usucapião. Ressaltando-se que a posse deve ser
contínua, pacífica, com justo título e de boa-fé.
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido
pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus
antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas
e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.

Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que,


contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por
dez anos.

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Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o


imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro
constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que
os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado
investimentos de interesse social e econômico.

Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das


causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais
também se aplicam à usucapião (art. 1.244 do CC).

2. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRF 3ª –


2014) Considere as seguintes hipóteses:
I. Mariana, por onze anos, sem interrupção e nem oposição, possui,
como sua, uma casa de 300 metros quadrados, tendo estabelecido
no referido imóvel sua moradia habitual, realizando obras de
conservação e ampliação da casa.
II. Gleison não é proprietário de imóvel urbano ou rural, mas possui,
como sua, uma casa de 150 metros quadrados por sete anos
ininterruptos e sem oposição utilizando-a como sua moradia.
III. Benício, proprietário de um terreno rural de 10 hectares, possui,
como sua, uma casa de 70 metros quadrados, por oito anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a como sua moradia.
De acordo com o Código Civil brasileiro, em razão da posse, poderá adquirir a
propriedade dos imóveis acima mencionados
a) Mariana, apenas.
b) Mariana e Gleison, apenas.
c) Gleison, apenas.
d) Mariana, Gleison e Benício.
e) Gleison e Benício, apenas.
Comentários
Letra “b”. Mariana poderá adquirir a propriedade com base no parágrafo único
do art. 1.238 do CC (“Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem
interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a
propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz
que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste
artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a
sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter
produtivo”). Gleison poderá adquirir a propriedade com base no parágrafo
único do art. 1.240 do CC (“Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área
urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
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família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro


imóvel urbano ou rural”). Benício não possui direito a adquirir propriedade,
pois não se enquadra nas hipóteses de usucapião previstas no CC.
Gabarito2: B

3.4.2-Registro do título

A Lei nº 6.015/73 dispõe sobre os Registros Públicos no país,


conferindo autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos. O Código
Civil também estabelece algumas regras concernentes ao registro de atos
jurídicos, como os relacionados ao registro da pessoa natural e jurídica, bem
como em relação ao registro de empresa.
Ainda, há clara distinção entre as regras acerca das aquisições de bens
imóveis e móveis. Objetivando maior segurança, o ordenamento jurídico
determina que a aquisição de bem imóvel se dê mediante título transcrito em
registro público. Para bem móvel, a aquisição ocorre por simples tradição, em
regra.
Em relação aos direitos reais, o Código Civil prevê algumas regras
dispostas nos arts. 289 e 1.245 em diante, que dão conta da importância dada
ao registro. O art. 1.245, §1º, estipula, por exemplo, que “Enquanto não se
registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do
imóvel”. Ou seja, somente mediante o registro e sua posterior publicidade é
que o negócio jurídico torna-se constituído, como no contrato de compra e
venda de imóvel.
Por outro lado, dada a relevância e eficácia do ato de registro público,
conferindo validade à transferência de propriedade entre vivos, o adquirente
continuará sendo dono do imóvel até a decretação da invalidade do registro e
seu posterior cancelamento, podendo o proprietário reivindicar o imóvel,
independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.
Isso quer dizer que o ato de registro público possui presunção juris
tantum, ou seja, representa uma presunção relativa de validade, até que
se prove o contrário. Veja que o registro poderá ser retificado ou anulado,
caso não exprima a verdade dos fatos. Assim, o registro é eficaz desde o
momento em que se apresentar o título e este for protocolado no registro
públicos de imóveis.
Observa-se que a Lei de registro público também denota essa
presunção juris tantum. Vejamos:
Art. 252 - O registro, enquanto não cancelado, produz todos os
efeitos legais ainda que, por outra maneira, se prove que o título está
desfeito, anulado, extinto ou rescindido.

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3.4.3-Acessão

Outra forma de aquisição da propriedade é por acessão; que pode dar-


se por:

A acessão pode dar-se por:

plantações
formação abandono
aluvião avulsão ou
de ilhas de álveo
construções

As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares


pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras
seguintes:
✓ as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos
sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens,
na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas
partes iguais;
✓ as que se formarem entre a referida linha e uma das margens
consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse
mesmo lado;
✓ as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio
continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais
se constituíram.

Aluvião consiste em acréscimos formados, sucessiva e


imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens
das correntes, ou pelo desvio das águas destas; e, conforme art. 1.250 do CC,
pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários
diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre
a antiga margem.
Avulsão, ao contrário do aluvião (que ocorre de forma sucessiva e
imperceptivelmente), ocorre quando por força natural violenta, uma
porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro.
Na avulsão, conforme art. 1.250 do CC, o dono deste adquirirá a
propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem
indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Recusando-se

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ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de


terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida.
O álveo (leito de rio) abandonado de corrente pertence aos
proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os
donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que
os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.
Em relação às plantações ou construções, o art. 1.253 do CC dispõe
que toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se
feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.
Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com
sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas
fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se
agiu de má-fé (art. 1.254 do CC).
Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em
proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de
boa-fé, terá direito a indenização (art. 1.255 do CC).
Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do
terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade
do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se
não houver acordo.
Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as
sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.
Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou
lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua. O disposto
anteriormente aplica-se ao caso de não pertencerem as sementes, plantas ou
materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio.
O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do
proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do
plantador ou construtor.
Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo
alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o
construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da
construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que
represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área
remanescente.
Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o
construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se
em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder
consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção
invasora sem grave prejuízo para a construção.

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Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a


vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e
responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer
à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área
remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu,
pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.

3.5-Aquisição de propriedade móvel

A aquisição de propriedade móvel se dará por:

Aquele que possuir coisa móvel como sua,


contínua e incontestadamente durante
três anos, com justo título e boa-fé,
adquirir-lhe-á a propriedade
usucapião
Se a posse da coisa móvel se prolongar
por cinco anos, produzirá usucapião,
independentemente de título ou boa-fé

Quem se assenhorear de coisa sem dono


ocupação para logo lhe adquire a propriedade, não
sendo essa ocupação defesa por lei.

O depósito antigo de coisas preciosas,


oculto e de cujo dono não haja memória,
será dividido por igual entre o
proprietário do prédio e o que achar o
tesouro casualmente

O tesouro pertencerá por inteiro ao


Aquisição achado do proprietário do prédio, se for achado por
de tesouro ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por
propriedade terceiro não autorizado.
móvel
Achando-se em terreno aforado, o tesouro
será dividido por igual entre o
descobridor e o enfiteuta, ou será deste
por inteiro quando ele mesmo seja o
descobridor.

A propriedade das coisas não se transfere


tradição
pelos negócios jurídicos antes da tradição

Aquele que, trabalhando em matéria-


prima em parte alheia, obtiver espécie
especificação
nova, desta será proprietário, se não
se puder restituir à forma anterior

As coisas pertencentes a diversos


donos, confundidas, misturadas ou
confusão, adjuntadas sem o consentimento
comissão e deles, continuam a pertencer-lhes,
adjunção sendo possível separá-las sem
deterioração

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Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir


pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição
da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já
está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.
Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a
propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou
estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao
adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono
(art. 1.268 do CC).
Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a
propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que
ocorreu a tradição. Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por
título um negócio jurídico nulo.
Em relação à especificação, se toda a matéria for alheia, e não se
puder reduzir à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie
nova. Exemplo seria a criação de uma obra de arte com matéria-prima alheia.
Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie
nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima. Em
qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escultura, escritura
e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a espécie nova
será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmente o da
matéria-prima.
Em relação à confusão, comissão e adjunção, não sendo possível a
separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o
todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa
com que entrou para a mistura ou agregado.
Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do
todo, indenizando os outros.
Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à outra
parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que
não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que
lhe pertencer, caso em que será indenizado.
Por fim, na aquisição por ocupação, ressalta-se que o CC trata da
descoberta, dispondo o art. 1.233 do CC que “Quem quer que ache coisa
alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor”. Não
conhecendo o dono, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar,
entregará a coisa achada à autoridade competente.
Aquele que restituir a coisa achada terá direito a uma recompensa não
inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas
que houver feito com a conservação e transporte da coisa, se o dono não
preferir abandoná-la.

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Na determinação do montante da recompensa, considerar-se-á o


esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou o legítimo
possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a situação
econômica de ambos.
O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprietário ou
possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo (art. 1.235 do CC).
Atenção! Só haverá responsabilidade pelos prejuízos causados se o
descobridor agiu de má-fé!
A autoridade competente dará conhecimento da descoberta através da
imprensa e outros meios de informação, somente expedindo editais se o
seu valor os comportar (art. 1.236 do CC).
Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela imprensa, ou do
edital, não se apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será
esta vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a
recompensa do descobridor, pertencerá o remanescente ao Município em
cuja circunscrição se deparou o objeto perdido (art. 1.237 do CC); e, sendo de
diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa em favor de quem a
achou.

3.6-Perda da propriedade

Além das causas consideradas no CC,


perde-se a propriedade por:

perecimento
alienação renúncia abandono desapropriação
da coisa

Nos casos de alienação e renúncia, os efeitos da perda da


propriedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo
ou do ato renunciativo no Registro de Imóveis.
O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não
mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de
outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos
depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas
respectivas circunscrições (art. 1.276 do CC).
O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas
circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos
depois, à propriedade da União, onde quer que ele se localize.
Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este artigo,
quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer os
ônus fiscais.

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3.7-Condomínio

Uma propriedade em condomínio ocorre quando a propriedade de um


bem pertence a mais de uma pessoa. Portanto, todos os proprietários
possuem direitos iguais sobre o bem. O condomínio pode ser classificado em:

Voluntário (ou
Acordo de vontades (art. 1.314)
convencional)

Condomínio Necessário Por força de lei (art. 1.327)

Alheio à vontade dos condôminos -


Incidente
doação e herança.

3.7.1-Condomínio voluntário

Alguns direitos dos condôminos:


• Usar a coisa conforme a sua destinação;
• Exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão;
• Reivindicar a coisa de terceiro e defender a sua posse;
• Requerer a divisão da coisa a qualquer momento.

Alguns deveres dos condôminos:


• Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum,
nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos
outros.
• Concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa e
suportar os ônus a que estiver sujeita, na proporção de sua parte.

Obviamente que os condôminos não são obrigados a se manter em


condomínio. Portanto, é dado a divisão da coisa quando divisível (amigável ou
judicial) e a adjudicação (um único condômino fica com a coisa e indeniza os
demais) ou venda quando a coisa for indivisível.

3.7.2-Condomínio necessário

Ocorre o condomínio necessário nos casos previstos em lei, como nas


hipóteses de paredes, muros, cercas e valas. Ou seja, o condomínio
necessário refere-se aos limites entre prédios e do direito de tapagem, bem
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como das paredes divisórias. Assim, haverá a meação das obras, conforme o
art. 1.328: O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com paredes,
cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação na
parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que
atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297).

3.8-Direitos de Vizinhança

O direito de vizinhança representa uma limitação ao direito de


propriedade, tendo em vista a “boa vizinhança”, o bom convívio entre
vizinhos. Assim, o código civil de 2002 dispõe do seguinte modo acerca dos
direitos de vizinhança:

Uso ANORMAL da propriedade: o proprietário tem o direito de


fazer cessar interferências anormais: segurança, sossego, saúde.
Interferências em razão de interesse público são justificadas, mas
geram indenização ao vizinho.

Arvores limítrofes: é um condomínio forçado. A árvore e seus


frutos pertencem aos dois vizinhos. Precisa da concordância de
ambos a derrubada de árvore limítrofe. Se apenas os ramos e
raízes ultrapassar linha provisória: o proprietário invadido
pode aparar, frutos caídos naturalmente percentem ao propritário
invadido.

Passagem forçada: ou servidão legal. Quando o prédio não tiver


acesso à via pública. O proprietário poderá exigir do vininho que
lhe dê passagem mediante pagamento de indenização. Pode ser
via judicial. Função social.
Direitos de
Vizinhança Passagem de cabos e tubulações: o proprietário é obrigado a
(art. 1.277) tolerar a passagem, mediante indenização, seja de utilidade
pública ou no interesse de vizinho, quando impossível adotar
outro meio ou for excessivamente oneroso.

Das águas: o proprietário de imóvel inferior é obrigado a receber


naturalmente as águas que correm de imóvel superior. Se for
artificial, cabe indenização ao proprietário de imóvel inferior.

Limites entre prédios e direito de tapagem: o proprietário


pode constranger o seu vizinho (confinante) a repartir
proporcionalmente as despesas com cercas, muros, valas e
tapagens.

Direito de construir: é livre, respeitando o direito dos vizinhos e


os regulamentos administrativos.

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3.9-Propriedade Resolúvel

A propriedade resolúvel é aquela tem fim mediante o implemento de


uma condição ou de um termo extintivo. Ela está prevista no art. 1.359
do CC e também pode ser conhecida como propriedade revogável.
Lembrando:
• Condição: evento futuro e incerto;
o Resolutiva: em ocorrendo, extingue-se os efeitos dos atos. Ou
seja, o negócio e os atos estão em vigor até que a condição seja
implementada. Ex.: O pai concede a propriedade de imóvel a sua
filha enquanto ela for solteira.
• Termo: evento futuro e certo. Uma data de término, final, é fixada. A
partir dela, a propriedade, no caso, é resolvida. Ex.: O pai concede a
propriedade de imóvel ao filho até os 30 anos de idade.

suspensivo
fixa a data de início
(inicial)
Termo
resolutivo
fixa a data de término
(final)

Em consequência à resolução da propriedade, os direitos reais


concedidos também são extintos. Assim, o proprietário beneficiado pela
resolução poderá reivindicar o bem (a coisa) de quem a possua.
Se a propriedade se resolver por qualquer outra causa superveniente,
por exemplo, a revogação de doação, aquele possuidor que tiver adquirido de
boa-fé a propriedade, será considerado proprietário perfeito. Ou seja, o
terceiro de boa-fé não poderá ser prejudicado. Assim, resta à pessoa
beneficiada pela resolução da propriedade, ação contra aquele cuja
propriedade se resolveu, com o fim de obter a coisa ou o seu valor.

3.10-Parcelamento do solo urbano

O parcelamento do solo urbano é regulado pela Lei Federal nº


6.766/79 e tem como objetivo ordenar e organizar a ocupação de áreas
urbanas dos municípios com fins de habitação. Os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios poderão estabelecer normas complementares conforme as
peculiaridades locais. Portanto, deve ser observado o Plano Diretor Municipal e
outras normas locais.
Assim, de acordo com a Lei nº 6.766/79, o parcelamento do solo urbano
é a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, podendo ocorrer de
duas maneiras: loteamento ou desmembramento.

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PARCELAMENTO
do solo urbano

LOTEAMENTO DESMEMBRAMENTO

Necessita abrir novos


Aproveita o sistema viário
logradouros, modificar e
existente
ampliar as vias existentes

No entanto, algumas áreas estão proibidas de serem objeto de


parcelamento de solo urbano, como em áreas de preservação ecológica (art.
3º da Lei nº 6.766/79).

3.11-Propriedade em planos horizontais

A propriedade em plano horizontal, ou simplesmente propriedade


horizontal, é “o que se forma em prédios que apresentam partes autônomas,
de domínio exclusivo, e outras de uso e propriedade comuns”, segundo o
Professor Paulo Nader (Curso de Direito Civil, vol.4). Portanto, o proprietário
de um apartamento, por exemplo, além de ser o proprietário de sua unidade
independente, é também comproprietário das partes comuns do prédio. O
Código Civil de 2002 trata desta parte no capítulo “Do Condomínio Edilício”.
Assim, o art. 1.331 do CC dispõe que pode haver, em edificações,
partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum
dos condôminos.
Obs.: A propriedade horizontal pode ser constituída, portanto, de duas
maneiras: pela incorporação e pela constituição ou divisão. A
incorporação ocorre quando as obrigações e direitos decorrentes de cada
unidade autônoma (fração ideal no terreno e coisas comuns) surgem a partir
do terreno nú em que o prédio será construído por um grupo de pessoas
interessadas. Já a constituição ou divisão, refere-se à constituição da
propriedade horizontal quando o prédio já estiver construído e o seu
proprietário coloca à venda as partes autônomas, ou seja, promove a divisão
do prédio.
Acerca das obras nos prédios, ressaltamos as seguintes disposições:

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Voto de dois terços dos


SE Voluptuárias
condôminos

SE Úteis Voto da maioria dos condôminos

Obras no
condomínio Realizadas independente de
autorização, pelo síndico ou
condômino

SE urgentes e despesas
NECESSÁRIAS excessivas - dar ciência
imediatamente à assembleia.

NÃO urgentes, mas despesas


excessivas - só com
autorização da assembleia

Vale destacar que os condôminos possuem direitos e deveres. Uma


importante obrigação é com relação ao pagamento da cota condominial.
Assim, o condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos
juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por
cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito. Caso a unidade
autônoma seja alienada, o adquirente de unidade responde pelos débitos do
alienante, em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
Por fim, é obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco
de incêndio ou destruição, total ou parcial.

3.12-Da Propriedade Fiduciária

No contrato de alienação fiduciária em garantia há duas partes: o


devedor fiduciante e o credor fiduciário. O fiduciante transfere a
propriedade de um bem móvel ou imóvel ao fiduciário com a finalidade de
garantir determinada obrigação prevista em contrato. O fiduciário, então,
tem a propriedade, mas a posse indireta do bem; a posse direita fica
com o fiduciante que pode usufruir do bem. Caso o fiduciante cumpra as
suas obrigações, o fiduciário devolverá a propriedade do bem (condição
resolutiva).
Abaixo, os normativos que regulam o contrato de alienação fiduciária:

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• Lei nº 4.728/65, art. 66-B – No âmbito do Mercado Financeiro e de


Capitais ou em garantia de créditos fiscais ou previdenciários;
• Lei nº 9.514/97 – Alienação fiduciária de coisa imóvel;
• Decreto-lei nº 911/69 – Normas processuais sobre alienação fiduciária;
• Código Civil, art. 1.361 – Propriedade fiduciária de bens móveis.

Art. 1.367. A propriedade fiduciária em garantia de bens móveis ou imóveis


sujeita-se às disposições do Capítulo I do Título X do Livro III da Parte Especial
deste Código e, no que for específico, à legislação especial pertinente, não
se equiparando, para quaisquer efeitos, à propriedade plena de que trata o art.
1.231. (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)

Art. 1.368-A. As demais espécies de propriedade fiduciária ou de titularidade


fiduciária submetem-se à disciplina específica das respectivas leis especiais,
somente se aplicando as disposições deste Código naquilo que não for
incompatível com a legislação especial. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004)

Fiduciante
Fiduciário
(devedor)
(credor)

Bem móvel ou
imóvel

É garantia de
pagamento da dívida
Propriedade pelo fiduciante
Fiduciária

Condição resolutiva - saldando


a dívida, a propriedade do bem
passa ao fiduciante

É contrato-meio

Portanto, a propriedade fiduciária é um direito real de garantia da


satisfação de crédito; é um direito acessório. Assim, o propriedade fiduciária
é considerado um contrato-meio (acessório), pois tem o objetivo de
garantir o direito ao crédito, que é o direito principal.
Nos termos do Código Civil (art. 1.361), a propriedade fiduciária decorre
da propriedade resolúvel, onde há a transferência do devedor ao credor de

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coisa móvel infungível, como forma de garantia de uma dívida. Neste caso,
o bem deve ser móvel, infungível, durável e inconsumível.
• Bem infungível: não podem ser substituídos, ainda que fossem por
outros de mesma espécie, qualidade e quantidade. Por exemplo, uma
obra de arte, que possui o atributo de ser única.

Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa


móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere
ao credor.

Do artigo acima, que traz a definição da propriedade fiduciária,


destacamos: propriedade resolúvel e objetivo de garantia. Lembrando que a
propriedade resolúvel é aquela que tem fim mediante o implemento de
uma condição ou de um termo extintivo. Ou seja, o implemento da
condição ou do termo põe fim à propriedade fiduciária e, consequentemente, a
propriedade do bem infungível fica em definitivo com devedor (fiduciante).
§1º Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato,
celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de
título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor,
ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o
licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.

§2º Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o


desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da
coisa.

§ 3 o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz,


desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária.

O registro do contrato é ato indispensável para constituição regular da


propriedade fiduciária. No caso de veículos, faz-se necessário tanto o registro
do instrumento no Registro de Títulos e Documentos quanto na repartição
competente para o licenciamento, ou seja, no certificado de registro do
veículo. Vejamos a súmula nº 92, STJ: “a terceiro de boa-fé não é oponível a
alienação fiduciária em garantia não anotada no Certificado de Registro de
veículo automotor”.

Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária,


conterá:

I - o total da dívida, ou sua estimativa;

II - o prazo, ou a época do pagamento;

III - a taxa de juros, se houver;

IV - a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos


indispensáveis à sua identificação.

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Além dos requisitos acima, o contrato da propriedade fiduciária deverá


também conter o valor do bem alienado.
Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco,
pode usar a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário:

I - a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza;

II - a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento.

Acima temos os deveres do devedor fiduciante, que, em suma, tem a


obrigação de conversar o bem, a suas expensas e risco.
Inadimplência: neste caso, o devedor fiduciante deve devolver a coisa
juntamente com eventuais acréscimos. A prévia notificação do devedor
fiduciante é necessária para caracterizar a sua mora (súmula 72, STJ). Ainda,
o não pagamento de qualquer prestação acarreta o vencimento antecipado das
demais, nos termos do §3º, art. 2º do 911 do Dec.-Lei nº 911/69, além da
possibilidade de busca e apreensão por decisão judicial.
§ 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais garantidas por
alienação fiduciária, ou a ocorrência legal ou convencional de algum dos casos
de antecipação de vencimento da dívida facultarão ao credor considerar, de
pleno direito, vencidas tôdas as obrigações contratuais, independentemente de
aviso ou notificação judicial ou extrajudicial.
Ao obter a posse direta do bem, o credor fiduciário deverá agir nos
termos do art. 1.364 do CC:
Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender,
judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no
pagamento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se
houver, ao devedor.
Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o pagamento
da dívida e das despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado pelo
restante.

Portanto, há a possibilidade concreta de que ainda haja algum valor


restante da dívida após a venda da bem dado em garantia. Assim, no caso de
venda pela via judicial, o saldo devedor poderá ser exigido em ação executiva
do devedor, dado que a dívida seria líquida e certa. Atualmente, não há que se
falar em prisão civil por conta do inadimplemento de dívida em razão do Pacto
de São José da Costa Rica.

Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a
coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.

Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito
eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta.

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O art. 1.365 veda expressamente o chamado Pacto Comissório, ou seja,


se o devedor fiduciante não pagar a dívida, o credor fiduciário não poderá ficar
com a coisa, como forma de pagamento da dívida. O legislador, com esta
medida, pretende evitar o desequilíbrio entre os valores da dívida e do crédito,
bem como o enriquecimento sem causa. Porém, o parágrafo único preconiza
que, após o vencimento da dívida, o devedor poderá dar seu direito eventual à
coisa como pagamento. Ou seja, é um outro instante: “após o vencimento”.

Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que pagar a dívida, se sub-


rogará de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária.

Por fim, aqui temos a possibilidade de terceiro pagar a dívida e, como


consequência, se sub-roga de pleno direito no crédito e na propriedade
fiduciária. Notemos que não necessita de anuência do credor.

3.13-Fundo de Investimento

O fundo de investimento é regulado pelo Código Civil e pela Lei nº


6.385/76, que dispõe sobre a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Lei de
Liberdade Econômica alterou as normas do Código Civil sobre o fundo de
investimento.
Art. 1.368-C. O fundo de investimento é uma comunhão de recursos,
constituído sob a forma de condomínio de natureza especial, destinado à
aplicação em ativos financeiros, bens e direitos de qualquer
natureza. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

§1º Não se aplicam ao fundo de investimento as disposições constantes


dos arts. 1.314 ao 1.358-A deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.874,
de 2019)

§2º Competirá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o disposto


no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§3º O registro dos regulamentos dos fundos de investimentos na
Comissão de Valores Mobiliários é condição suficiente para garantir a
sua publicidade e a oponibilidade de efeitos em relação a
terceiros. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

A definição de fundo de investimento está no artigo acima. Como novidade


trazida pela nova lei, temos uma ampliação da definição para englobar “bens e direitos
de qualquer natureza”. Portanto, o fundo de investimento representa a aplicação de
recursos em ativos financeiros, bens e direitos de qualquer natureza. Podem ser de
diversas espécies e tipos, como os Fundos de Investimento Imobiliário.

Com relação à natureza jurídica, o fundo de investimento é considerado um


condomínio especial. Porém, o fundo de investimento não está sujeito às regras do

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condomínio voluntário, edilício e de lotes (arts. 1.314 a 1.358-A). Aliás, é a CVM que
tem a competência de disciplinar os fundos de investimentos.

Art. 1.368-D. O regulamento do fundo de investimento poderá,


observado o disposto na regulamentação a que se refere o § 2º do art.
1.368-C desta Lei, estabelecer: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

I - a limitação da responsabilidade de cada investidor ao valor de


suas cotas; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

II - a limitação da responsabilidade, bem como parâmetros de sua


aferição, dos prestadores de serviços do fundo de investimento,
perante o condomínio e entre si, ao cumprimento dos deveres
particulares de cada um, sem solidariedade; e (Incluído pela Lei nº
13.874, de 2019)

III - classes de cotas com direitos e obrigações distintos, com


possibilidade de constituir patrimônio segregado para cada
classe. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

§1º A adoção da responsabilidade limitada por fundo de investimento


constituído sem a limitação de responsabilidade somente abrangerá
fatos ocorridos após a respectiva mudança em seu
regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

§2º A avaliação de responsabilidade dos prestadores de serviço deverá


levar sempre em consideração os riscos inerentes às aplicações nos
mercados de atuação do fundo de investimento e a natureza de
obrigação de meio de seus serviços. (Incluído pela Lei nº 13.874, de
2019)

§3º O patrimônio segregado referido no inciso III do caput deste artigo


só responderá por obrigações vinculadas à classe respectiva, nos termos
do regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

O regulamento do fundo de investimento poderá tratar da


responsabilidade de cada investidor limitada ao valor de suas cotas, bem como
da limitação da responsabilidade dos prestadores de serviços. Além disso, o
regulamento poderá ainda dividir o fundo de investimento em classes de conta
com direitos e obrigações distintos.

Art. 1.368-E. Os fundos de investimento respondem diretamente


pelas obrigações legais e contratuais por eles assumidas, e os
prestadores de serviço não respondem por essas obrigações, mas
respondem pelos prejuízos que causarem quando procederem com dolo
ou má-fé. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

§ 1º Se o fundo de investimento com limitação de responsabilidade não


possuir patrimônio suficiente para responder por suas dívidas,
aplicam-se as regras de insolvência previstas nos arts. 955 a 965
deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

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§ 2º A insolvência pode ser requerida judicialmente por


credores, por deliberação própria dos cotistas do fundo de
investimento, nos termos de seu regulamento, ou pela Comissão de
Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)

Eis, portanto, a parte teórica de hoje! Vamos treinar? Segue uma


bateria de questões.
Abraço!

Wangney

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4-Questões Comentadas

3. (FCC/ICMS-SC/2018) São considerados direitos reais:


(A) a concessão de uso especial para fins de moradia, o direito à sucessão
aberta e a doação.
(B) o penhor, a hipoteca, a anticrese e o aval.
(C) o uso, a habitação, o direito do promitente comprador do imóvel, a
concessão real de uso e a laje.
(D) a propriedade, a habitação, a posse e a detenção.
(E) as servidões, a superfície, o usufruto e o contrato de locação.
Comentários
Letra C. Conforme art. 1.225 do CC e a esquematização a seguir:

a propriedade

a superfície

as servidões

o usufruto

o uso

a habitação

Direitos o direito do promitente comprador do imóvel


reais
o penhor

a hipoteca

a anticrese

a concessão de uso especial para fins de moradia

a concessão de direito real de uso

a laje

A) Incorreta, pois o direito à sucessão aberta é bem imóvel e a doação é


contrato.

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B) Incorreta, pois o aval é um ato cambiário relacionado aos títulos de crédito.


D) Incorreta, pois a posse não é um direito real, apesar de ser estudada no
Direito das Coisas. Segundo a doutrina, trata-se de situação fática a ensejar a
possibilidade de aquisição da propriedade.
E) Incorreta, pois o contrato de locação não é direito real, mas uma obrigação
contratual.
Gabarito3: C

4. (FCC - Técnico Judiciário - Área Administrativa – TRF 3ª - 2014) A


posse
a) do imóvel não faz presumir a das coisas móveis que nele estiverem.
b) direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em
virtude de direito pessoal, ou real, anula a indireta, de quem aquela foi
havida.
c) pode ser adquirida pela própria pessoa que a pretende ou por seu
representante, bem como por terceiro sem mandato,
independentemente de ratificação.
d) não se transmite aos herdeiros ou legatários do possuidor em razão do
atributo da pessoalidade que lhe é inerente.
e) de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as
circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui
indevidamente.
Comentários
Letra “e”. Conforme art. 1.202 do CC, a posse de boa-fé só perde este caráter
no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o
possuidor não ignora que possui indevidamente.
A letra “a” está errada. Conforme art. 1.209 do CC, a posse do imóvel faz
presumir, até prova contrária, a das coisas móveis que nele estiverem.
A letra “b” está errada. Conforme art. 1.197 do CC, a posse direta, de pessoa
que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito
pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o
possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
A letra “c” está errada. Conforme art. 1.205 do CC, a posse pode ser
adquirida: pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; e por
terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
A letra “d” está errada. Conforme art. 1.206 do CC, a posse transmite-se aos
herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
Gabarito4: E

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5. (FCC - Analista de Procuradoria - Área Jurídico - PGE - BA - 2013) No


que se refere à posse e à propriedade, é correto afirmar:
a) A posse, por ser pessoal, não se transmite aos herdeiros ou legatários
do possuidor.
b) A propriedade do solo abrange as jazidas, minas e demais recursos
minerais, bem como os potenciais de energia hidráulica e os
monumentos arqueológicos.
c) A propriedade presume-se condominial, salvo prova de exclusividade.
d) Só se considera possuidor, no direito brasileiro, quem tiver a coisa em
seu poder diretamente.
e) Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em
cumprimento de ordens ou instruções suas.
Comentários
Letra “e”. Conforme art. 1.198 do CC, considera-se detentor aquele que,
achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em
nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.
A letra “a” está errada, pois, conforme art. 1.206 do CC, a posse transmite-se
aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.
A letra “b” está errada, pois, conforme art. 1.230 do CC, a propriedade do solo
não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de
energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por
leis especiais.
A letra “c” está errada, pois, conforme art. 1.231 do CC, a propriedade
presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário.
A letra “d” está errada, pois, conforme art. 1.196 do CC, considera-se
possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos
poderes inerentes à propriedade.
Gabarito5: E

6. (FCC - Juiz de Direito Substituto - TJAP/AP - 2014) Sobre a posse e os


direitos do possuidor, é correto afirmar:
I. O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se
por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou
de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou
restituição da posse.
II. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos,
logo que são separados; os civis reputam- se percebidos dia por dia.

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III. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias


necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância
destas, nem o de levantar as voluptuárias.
IV. As benfeitorias não se compensam com os danos e não dão direito ao
ressarcimento mesmo quando não mais existirem ao tempo da
evicção.
Considera-se possuidor aquele que, achando-se em relação de dependência
para com outro conserva a posse em nome deste e em cumprimento de
suas ordens ou instruções. Está correto o que consta APENAS em
a) III, IV e V.
b) I, II e III.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III e V.
Comentários
Letra “b”. Gabarito.
O item I está certo. Conforme § 1o do art. 1.210 do CC, o possuidor turbado,
ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
O item II está certo. Conforme art. 1.215 do CC, os frutos naturais e
industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são separados; os civis
reputam-se percebidos dia por dia.
O item III está certo. Conforme art. 1.220 do CC, ao possuidor de má-fé serão
ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de
retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
O item IV está errado. Conforme art. 1.221 do CC, as benfeitorias
compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da
evicção ainda existirem.
O item V está errado. Conforme art. 1.196 do CC, considera-se possuidor todo
aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes
inerentes à propriedade.
Gabarito6: B

7. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - Especialidade: Execução


de Mandados - TRF 1ª - 2011) Ana e Edgar possuem como seu um
imóvel urbano de trezentos metros quadrados, por doze anos e oito
meses, sem interrupção, nem oposição, local em que estabelecem a
moradia habitual da família. Neste caso, considerando que Ana e Edgar
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não possuem justo título e que ocuparam a área com ausência de boa-fé,
eles
a) não poderão adquirir a propriedade do imóvel, tendo em vista que o
prazo legal mínimo de posse estabelecido pela legislação civil é de vinte
anos.
b) não poderão adquirir a propriedade do imóvel, tendo em vista que o
prazo legal mínimo de posse estabelecido pela legislação civil é de
quinze anos.
c) poderão adquirir a propriedade do imóvel através da usucapião.
d) não poderão adquirir a propriedade do imóvel, tendo em vista que não
possuem justo título e não agiram com boa-fé.
e) não poderão adquirir a propriedade do imóvel, tendo em vista que o
imóvel em questão possui área que ultrapassa a metragem máxima
prevista na legislação civil.
Comentários
Letra “c”. Nessa situação, como Ana e Edgar estabeleceram a moradia habitual
da família no imóvel, o prazo será o estabelecido no parágrafo único do art.
1.238 do CC (“Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o
declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de
Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo
reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua
moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo”).
Gabarito7: C

8. (FCC - Analista Ministerial - Área Direito - MPE/AP – 2012)


Considere:
I. Clotilde é possuidora de um terreno na cidade de Macapá por quinze
anos, sem interrupção, nem oposição, não possuindo título e nem boa-fé.
II. Vera Lúcia é possuidora de área de terra em zona rural com cem
hectares, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, tornando-a produtiva
pelo seu trabalho e tendo nela sua moradia, não sendo proprietária de
imóvel rural ou urbano.
III. Tatiana exerce, por três anos ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, com exclusividade, sobre um apartamento de cem metros
quadrados na cidade de Mazagão que utiliza como sua moradia e cuja
propriedade dividia com seu ex-cônjuge, Lindoval, que abandonou o lar,
não sendo proprietária de outro imóvel urbano ou rural.

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De acordo com o Código Civil brasileiro, em regra, adquirirá o domínio


integral dos respectivos imóveis aquelas indicadas APENAS em
a) I e III.
b) II e III.
c) I e II.
d) I.
e) III.
Comentários
Letra “a”. Clotilde poderá adquirir a propriedade com base no art. 1.238 do
CC, que dispõe que “Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o
declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de
Registro de Imóveis”. Vera Lúcia não poderá adquirir a propriedade, pois o art.
1.239 do CC estabelece que “Aquele que, não sendo proprietário de imóvel
rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição,
área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a
produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia,
adquirir-lhe-á a propriedade”. Portanto, nessa situação, não poderia ser
superior a cinquenta hectares. Tatiana poderá adquirir a propriedade com base
no art. 1.240-A do CC, que estabelece que “Aquele que exercer, por 2 (dois)
anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade,
sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados)
cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o
lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio
integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural”.
Gabarito8: A

9. (FCC - Procurador Legislativo - Câmara Municipal de São Paulo -


2014) Em relação à propriedade, considere as afirmações abaixo.
I. São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer
comodidade ou utilidade, e sejam anima dos pela intenção de prejudicar
outrem.
II. A propriedade presume-se de modo absoluto plena e exclusiva.
III. A propriedade do solo abrange as jazidas, minas e demais recursos
minerais.
Está correto o que se afirma em:
a) I e III, apenas.
b) I e II, apenas.

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c) I, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Comentários
Letra “c”.
O item I está certo. Conforme § 2o do art. 1.228 do CC, são defesos os atos
que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam
animados pela intenção de prejudicar outrem.
O item II está errado. Conforme art. 1.231 do CC, a propriedade presume-se
plena e exclusiva, até prova em contrário. Portanto, não é uma presunção
absoluta, mas relativa.
O item III está errado. Conforme art. 1.230 do CC, a propriedade do solo não
abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de
energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por
leis especiais.
Gabarito9: C

10. (FCC - Procurador - Assembleia Legislativa/SP - 2010) Com relação


à posse, é correto afirmar:
a) O possuidor de boa-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, a
que não der causa.
b) A posse pode ser adquirida por terceiro sem mandato, dependendo de
ratificação.
c) Obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
d) Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias
necessárias, assistindo-lhe o direito de retenção pela importância
destas.
e) O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias
necessárias e úteis, mas somente poderá exercer o direito de retenção
pelo valor das benfeitorias necessárias
Comentários
Letra “b”. Conforme inciso II do art. 1.205 do CC, a posse pode ser adquirida:
por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
A letra “a” está errada, pois, conforme art. 1.217 do CC, o possuidor de boa-fé
não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.

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A letra “c” está errada, pois, conforme § 2 o do art. 1.210 do CC, não obsta à
manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro
direito sobre a coisa.
A letra “d” está errada, pois, conforme art. 1.220 do CC, ao possuidor de má-
fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o
direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as
voluptuárias.
A letra “e” está errada, pois, conforme art. 1.219 do CC, o possuidor de boa-fé
tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como,
quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder
sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das
benfeitorias necessárias e úteis.
Gabarito10: B

11. (FCC/ISS-Teresina/2016) No direito das coisas, conforme estabelece a


legislação vigente,
a) a servidão de passagem é instituto do direito de vizinhança e pode ser
imposta, mediante indenização, em caso de imóvel encravado.
b) em um contrato de locação, somente o locatário exerce a posse do bem,
enquanto o locador exerce a propriedade.
c) ao fâmulo da posse é assegurada a defesa da posse por meio da autotutela
ou de interditos possessórios.
d) o possuidor de má-fé tem o direito de invocar jurisdicionalmente a tutela
possessória contra terceiros.
e) a qualificação de posse como ad usu capionem pressupõe a prova da boafé.
Comentários
Letra “d”. Vamos em partes! O possuidor de má-fé é aquele possuidor que
tem ciência da ilegitimidade de sua condição. As circunstâncias poderão levar
a essa presunção (art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso
e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor
não ignora que possui indevidamente). A tutela possessória (ou interdições
possessórias) são ações que visam tutelar o direito de posse, no sentido de
seu exercício, apenas. As ações possessórias são: reintegração da posse,
manutenção da posse e interdito proibitório (art. 554 e seguintes, Novo CPC).
Não se pode confundir a tutela possessória com a ação petitória, que visa o
domínio ou o direito à posse. Assim, atualmente, considera-se que a
qualidade da posse (boa ou má-fé) é irrelevante para propor as ações
possessórias, pois não se estaria discutindo o direito à posse, mas o seu
exercício diante de determinada situação de fato. O art. 1.210 preceitua a
referida tutela da posse: “Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na

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posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência


iminente, se tiver justo receio de ser molestado”. Já o §2º do art. 1.210,
preconiza: “Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa”. Portanto, não existe
atualmente a chamada exceção de domínio, e, como consequência, as ações
possessórias têm prosseguimento normal sem que seja considerada as
questões atinentes ao domínio do bem, obstando a propositura de ação
petitória com o intuito de obter o reconhecimento do direito à posse – o que
se discute nas ações possessórias são os fatos ameaçadores do exercício da
posse. E, assim, há o entendimento de que estaria superada a Súmula 487 do
STF (“Será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o domínio, se com
base neste fôr ela disputada”). Pelo exposto, fica evidente que não se
considera os elementos subjetivos relativos à posse na propositura das
interdições possessórias, mas tão somente os elementos objetivos, que são
considerados relativos, apresentados no art. 561 do Novo CPC.
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;

II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção,


ou a perda da posse, na ação de reintegração.

Letra “a”. Incorreta, pois a servidão é um direito real de gozo ou fruição, onde
a indenização é devida se acordada entre as partes. A assertiva traz as
características da passagem forçada (art. 1.285, CC), que não se confunde
com a servidão de passagem (ou trânsito).
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública,
nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal,
constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente
fixado, se necessário.

Letra “b”. Incorreta, pois o locador também tem a posse do bem na forma
indireta.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da
coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a
possua ou detenha.

Letra “c”. O fâmulo da posse é o detentor, gestor da posse, conforme


definido no art. 1.198: “Considera-se detentor aquele que, achando-se em
relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e
em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que
começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao
bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário”.
Portanto, a posse do detentor não é em nome próprio, mas de terceiro
(exemplo: caseiro). Assim, ao fâmulo da posse é assegurada a defesa da

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posse por meio da autotutela, conforme o Enunciado nº 143 da Jornada de


Direito Civil, mas não lhe é assegurado os interditos possessórios, já que o
detentor não possui a posse em nome próprio. Neste caso, a autotutela está
presente no §1º do art.1.210 do CC. Por fim, neste sentido, o Prof. Flavio
Tartuce afirma que “O detentor exerce sobre o bem não uma posse própria,
mas uma posse em nome de outrem. Como não tem posse, não lhe assiste o
direito de invocar, em nome próprio, as ações possessórias” (Manual de direito
civil: volume único. 4. ed. rev. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2014, p. 643).
Assim, de fato, ao fâmulo da posse não é assegurada a defesa da posse por
meio de interditos possessórios.
1.210, §1º. O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de
defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à
manutenção, ou restituição da posse.
Enunciado nº 493. “O detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no
interesse do possuidor, exercer a autodefesa do bem sob seu poder ”.

Letra “e”. Incorreta. A posse por usucapião nem sempre pressupõe a posse de
boa-fé, visto que na modalidade extraordinária (art. 1.238) não se faz
necessária a prova de boa-fé do possuidor. Agora, na modalidade ordinária,
exige-se a boa-fé do possuidor (art. 1.242).
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz
que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro
no Cartório de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez


anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia
habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que,


contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir
por dez anos.

Gabarito11: D

12. (FCC/Analista Judiciário-Área Judiciária–TRE-CE/2012) Com


relação a Posse, considere:
I. As benfeitorias não se compensam com os danos, e só obrigam ao
ressarcimento se, ao tempo da evicção, ainda existirem.
II. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o
terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
III. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidos somente as benfeitorias
necessárias.
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IV. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos
percebidos.
De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma APENAS
em
a) II e IV.
b) I, II e III.
c) I e III.
d) III e IV.
e) II, III e IV.
Comentários
Letra “e”.
O item I está errado. Conforme art. 1.221 do CC, as benfeitorias compensam-
se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção
ainda existirem.
O item II está certo. Conforme art. 1.212 do CC, o possuidor pode intentar a
ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa
esbulhada sabendo que o era.
O item III está certo. Conforme art. 1.220 do CC, ao possuidor de má-fé serão
ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de
retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
O item IV está certo. Conforme art. 1.214 do CC, o possuidor de boa-fé tem
direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Gabarito12: E

13. (FCC/Analista Judiciário-Área Administrativa-TRE-CE/2012) A


respeito da aquisição da propriedade imóvel, considere:
I. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até 250 m 2, por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
II. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como
seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e
boa-fé.
III. O possuidor não pode, para o fim de contar o tempo exigido para
aquisição da propriedade através da usucapião, acrescentar à sua posse a dos
seus antecessores, havendo expressa vedação legal.
IV. Aquele que exercer, por um ano ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, sobre imóvel urbano de até 250 m2 cuja propriedade divida com ex-

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cônjuge que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia, adquirir-lhe-á o


domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano.
De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma APENAS
em:
a) II e III.
b) II, III e IV.
c) I e IV.
d) I, II e III.
e) I e II.
Comentários
Letra “e”. O item I está certo. Conforme art. 1.240 do CC, aquele que possuir,
como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por
cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.
O item II está certo. Conforme art. 1.238 do CC, aquele que, por quinze anos,
sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a
propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz
que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
O item III está errado. Conforme art. 1.243 do CC, o possuidor pode, para o
fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua
posse a dos seus antecessores, contanto que todas sejam contínuas, pacíficas
e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.
O item IV está errado. Conforme art. Art. 1.240-A do CC, aquele que exercer,
por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta
metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.
Gabarito13: E

14. (FCC/Direito-Eletrobrás-Eletrosul/2016) José é casado com Maria


com quem tem dois filhos. José e Maria não são proprietários de qualquer
imóvel urbano e rural, mas são possuidores de um imóvel urbano com 300 m2
de área total na periferia de uma determinada cidade e nele estabelecem a
moradia habitual de sua família, construindo uma casa e diversas benfeitorias.
Neste caso, à luz do Código Civil considerando que a posse se deu sem
qualquer interrupção e nem oposição, José e Maria poderão adquirir a

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propriedade imóvel pela usucapião após o decurso do prazo mínimo


ininterrupto de:
a) 20 anos.
b) 15 anos.
c) 5 anos.
d) 10 anos.
e) 3 anos.
Comentários
Letra “d”. Questão que aborda o usucapião, onde o prazo de 10 anos atende à
situação apresentada no enunciado, de acordo com o art. 1.238, CC.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que
assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez


anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia
habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

Gabarito14: D

15. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015)


Com relação ao direito de posse, julgue os itens subsequentes.
É assegurada ao possuidor de boa-fé a indenização pelas benfeitorias
realizadas em razão da posse, sendo-lhe vedada a retenção da coisa
enquanto não recebido o valor da indenização.
Comentários
O item está Errado. Conforme art. 1.219 do CC, o possuidor de boa-fé tem
direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto
às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das
benfeitorias necessárias e úteis.
Gabarito15: Errado

16. (CESPE/Delegado-PF/2013) A respeito da pessoa natural e da


propriedade, julgue o item que se segue.
Como causa de perda de propriedade de bem móvel, o abandono pode ser
presumido, desde que presente a intenção do proprietário; como causa de

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perda de propriedade de imóvel, será o abandono absolutamente presumido


ante o inadimplemento de ônus fiscais, depois de cessados os atos de posse.
Comentários
O item está certo. O abandono é uma das causas da perda da propriedade.
Assim, a questão está conforme o art. 1.276, §2º do CC.
Art. 1.276, CC. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a
intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não
encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago,
e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito
Federal, se se achar nas respectivas circunscrições.

§ 2o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este


artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de
satisfazer os ônus fiscais.

Por fim, importa observar o Enunciado nº 242 da Jornada de Direito


Civil: "A aplicação do art. 1.276 depende do devido processo legal, em que
seja assegurado ao interessado demonstrar a não cessação da posse.".
Gabarito16: Certo

17. (CESPE/Procurador-PGE-SE/2017) Aquele que receber, de forma


indevida, mas de boa-fé, pagamento relativo a um contrato
a) responderá pela deterioração da coisa.
b) não terá direito de retenção de valores relativos às benfeitorias necessárias.
c) estará desobrigado de restituir a coisa caso o indébito tenha natureza
objetiva.
d) fará jus aos frutos decorrentes da coisa recebida.
e) não terá direito à indenização por benfeitorias úteis.
Comentários
Letra “d”. Correta, conforme o art. 1.214, CC:
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos
percebidos.

Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem


ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem
ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.

Letra “a”. Incorreta, conforme o art. 1.217, CC:


Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da
coisa, a que não der causa.

Letra “b”. Incorreta, conforme o art. 1.219, CC:

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Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias


necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem
pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá
exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.

Letra “c”. Incorreta, conforme o art. 876, CC:


Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a
restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de
cumprida a condição.

Letra “e”. Incorreta, conforme o art. 1.219, CC:


Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias
necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem
pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá
exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.

Gabarito17: D

18. (CESPE/TJ-DFT/AJAJ/2015) Se um indivíduo possui como seu, por


doze anos, sem interrupção e sem oposição de terceiros, imóvel em que
estabeleceu a sua moradia habitual, então, nesse caso, está configurada a
usucapião extraordinária do imóvel e a aquisição da propriedade independe de
demonstração de justo título e de boa-fé.
Comentários
O item está certo. A situação descrita, por ter transcorrido mais de 10 anos,
representa uma hipótese de usucapião extraordinária (independente de título
e boa-fé) com prazo reduzido (moradia habitual), nos termos do art. 1238. §
único do CC.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição,
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim
o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório
de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez


anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia
habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

Gabarito18: Certo

19. (CESPE/TRF 5ª Região/Juiz Federal Substituto/2015) Roberto,


juntamente com sua família, ocupou, cercou e construiu uma casa, um curral
e um pequeno lago artificial em uma terra pública situada em área rural. O
poder público, ao tomar ciência da ocupação, ajuizou ação de reintegração de
posse. Em defesa, Roberto alegou que a posse se dera de boa-fé e que ele já

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havia feito um pedido administrativo requerendo a regularização da


propriedade. O réu ainda alegou que, caso o pedido do poder público fosse
procedente, ele deveria ser indenizado pelas benfeitorias erigidas, com direito
de retenção.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Com exceção do lago artificial, Roberto fará jus a indenização pelas demais
benfeitorias erigidas no imóvel.
b) Roberto terá direito à indenização pela casa, mas lhe será descontado o
valor correspondente ao tempo de permanência no imóvel.
c) O direito de retenção pelas benfeitorias necessárias não poderá ser
deferido.
d) A posse não pode ser considerada de má-fé, o que torna indenizáveis as
benfeitorias úteis e necessárias feitas por Roberto.
e) A indenização pelo curral depende de prova de utilidade pelo poder público
após a retomada do imóvel.
Comentários
Letra “c”. Questão elaborada conforme a jurisprudência nacional. Vejamos:

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 679.480 - SP (2015/0061423-9) RELATOR :


MINISTRO JOÃO OTÁVIO DE NORONHA AGRAVANTE : COMPANHIA PAULISTA DE
TRENS METROPOLITANOS - CPTM ADVOGADO : FABIANA PAULOVICH DE ALENCAR E
OUTRO (S) AGRAVADO : ANTONIO TERTULIANO DOS REIS ADVOGADO : AMARILIS
RAMONA BIANCHI ALVES AGRAVADO : JOSÉ LOURENÇO DA SILVA ADVOGADO : SEM
REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL.
OCUPAÇÃO DE BEM PÚBLICO. DESCONHECIMENTO DO VÍCIO. POSSE.
IMPOSSIBILIDADE. MERA DETENÇÃO. NATUREZA PRECÁRIA. ART. 1.219 DO CC.
INDENIZAÇÃO POR ACESSÕES HAVIDAS. IMPOSSIBILIDADE.

1. A ocupação de bem público não gera direitos possessórios, e sim mera


detenção de natureza precária.
2. Ainda que a parte desconheça o vício que inquine seu direito, gozando de boa-fé,
não é cabível o pagamento de indenização pelas acessões, nos termos do art.
1.219 do CC.

3. Agravo conhecido para se conhecer do recurso especial e dar-lhe parcial


provimento.

(STJ - AREsp: 679480 SP 2015/0061423-9, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE


NORONHA, Data de Publicação: DJ 01/06/2015)

Gabarito19: C

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20. (CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2015) Se João tiver ingressado no


terreno de Pedro há seis meses, pacificamente, sem ocultar a invasão, e lá
construído um barraco, não se terá caracterizado, nessa situação hipotética, o
esbulho, visto que não ocorreu violência, clandestinidade ou precariedade,
elementos caracterizadores da posse injusta.
Comentários
O item está errado. Questão formulada conforme a jurisprudência a seguir:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO POSSESSÓRIA. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. SENTENÇA DE


IMPROCEDÊNCIA. ESBULHO CARACTERIZADO. POSSE PRECÁRIA E DE MÁ-FÉ DO RÉU.
DIREITO DO AUTOR DE REAVER A POSSE. INEXISTÊNCIA DE BENFEITORIAS
NECESSÁRIAS. AUSENTE O DIREITO DE RETENÇÃO E O DEVER DE INDENIZAR.
FIXAÇÃO DE MULTA COMINATÓRIA PARA O CASO DE DESCUMPRIMENTO DA DECISÃO
JUDICIAL.
O juiz, sendo o destinatário das provas, tem o poder-dever de determinar as provas
necessárias à instrução do processo e apreciá-las conforme seu livre convencimento
motivado, indeferindo as desnecessárias e protelatórias, nos termos do artigo 130 do
Código de Processo Civil. Portanto, é possível ao órgão jurisdicional entender pela
desnecessidade do depoimento pessoal do autor sem que isto caracterize cerceamento
de defesa. Agrado retido conhecido e desprovido. Aquele que, pacificamente,
ingressa em terreno alheio, sem procurar ocultar a invasão, também pratica
esbulho, tendo em vista que a tomada da posse deu-se sem a permissão ou
autorização do antigo possuidor, tornando-a injusta. A perda da posse pelo
primitivo possuidor que não se encontrava presente no momento do esbulho não é,
pois, definitiva, e somente ocorrerá se permanecer inerte durante todo o tempo de
prescrição da ação possessória, o que não ocorreu no caso em tela. Quem sofre o
esbulho e é desapossado tem o direito de reaver a sua posse, que era melhor do que
a do esbulhador. E se o desapossado é repelido e não consegue retomar a posse, pode
recorrer às ações possessórias. Artigos 1.200, 1.210, 1.212 e 1.224 do Código Civil.
In casu, restou incontroversa a prática de esbulho por parte do réu, diante da sua
posse precária e de má-fé, eis que tinha consciência da invalidade do contrato de
compra e venda e da ilicitude do seu ato. Assim, o pedido autoral deve ser julgado
procedente para reintegrá-lo na posse do imóvel objeto da lide, devendo o réu
desocupar o imóvel no prazo de quinze dias da publicação deste acórdão, sob pena de
multa diária de R$500,00 (quinhentos reais), na forma do artigo 461, § 5º do CPC.
Tendo sido caracterizada a má-fé do réu desde o momento que contratou com
terceiro, não há que se falar em direito de retenção, nem tampouco de indenização
pela acessão feita no terreno, já que a mesma não era necessária. Artigo 1.219 e
1.220 do Código Civil. AGRAVO RETIDO CONHECIDO E DESPROVIDO. APELAÇÃO
CONHECIDA E PROVIDA para; i) decretar a reintegração de posse do autor no imóvel
objeto da lide, concedendo ao réu o prazo de quinze dias a partir da publicação deste
acórdão para a desocupação do imóvel, sob pena de multa diária de R$500,00
(quinhentos reais); ii) declarar a perda das benfeitorias e acessão em favor do autor;
e inverter os ônus sucumbenciais.

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(TJ-RJ - APL: 00132831720128190212 RJ 0013283-17.2012.8.19.0212, Relator: DES.


CEZAR AUGUSTO RODRIGUES COSTA, Data de Julgamento: 04/11/2014, OITAVA
CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 07/11/2014 13:08)

Gabarito20: Errado

21. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015)


Acerca de posse e de propriedade, julgue os itens que se seguem.
A transmissão da propriedade ou do domínio de bens imóveis, por meio de
atos entre pessoas vivas, somente se efetiva com a transcrição junto ao
registro no cartório de registro de imóveis em que o bem se encontra
registrado.
Comentários
O item está Certo. Conforme art. 1.227 do CC, os direitos reais sobre imóveis
constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o
registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos, salvo os
casos expressos no CC. E, conforme art. 1.245 do CC, transfere-se entre vivos
a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
Gabarito21: Certo

22. (CESPE - Analista Legislativo - Área Consultor Legislativo - Câmara


dos Deputados - 2014) Jorge, cidadão que não possui qualquer imóvel
registrado em seu nome, tem ocupado, de forma mansa e pacífica, um lote de
140 m² na cidade de Pirenópolis (GO), utilizando-o para sua moradia, pois
acredita tê-lo adquirido validamente. A partir dessa situação hipotética, julgue
os próximos itens.
Se Jorge ocupar o imóvel por mais de cinco anos, poderá requerer a usucapião
urbana.
Comentários
O item está Certo. Conforme art. 1.240 do CC, aquele que possuir, como sua,
área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
Gabarito22: Certo

23. (CESPE - Delegado de Polícia - Polícia Civil - BA - 2013) No que


concerne à usucapião e à prova, julgue os itens seguintes, com base no
Código Civil. Considere que Ana e João tenham vivido como companheiros em
determinado imóvel urbano de 100 m², cuja propriedade era dividida pelo

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casal e que João tenha abandonado o lar há dois anos. Nessa situação
hipotética, Ana poderá adquirir a propriedade do imóvel mediante usucapião,
desde que tenha exercido a posse direta sobre o bem ininterruptamente e sem
oposição e não seja proprietária de imóvel rural superior a 50 hectares.
Comentários
O item está Errado. Conforme art. 1.240-A do CC, aquele que exercer, por 2
(dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta
metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural. Portanto, nessa situação, Ana não poderia ser
proprietária de outro imóvel, urbano ou rural, independentemente do tamanho
do imóvel.
Gabarito23: Errado

24. (CESPE - Analista Processual – TJRR/RR - 2012) Julgue os itens


seguintes, relativos à posse e aos direitos reais.
O possuidor de má-fé tem direito ao ressarcimento apenas das benfeitorias
necessárias, não lhe sendo assegurado o direito de retenção pela
importância destas.
Comentários
O item está Certo. Conforme art. 1.220 do CC, ao possuidor de má-fé serão
ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de
retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Gabarito24: Certo

25. (CESPE/TJ-CE/AJAJ/2014) No que se refere à posse, assinale a opção


correta.
a) Configura-se constituto-possessório quando o proprietário da coisa aliena
esse direito e permanece na posse direta da coisa, de modo que aquele que
possuía em seu próprio nome, passa a possuir em nome de outrem.
b) A posse do imóvel não faz presumir a das coisas móveis que nele
estiverem.
c) A posse violenta ou clandestina é injusta, e a obtida a título precário pode
ser considerada justa.
d) O possuidor indireto é aquele que, achando-se em relação de dependência
para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de
ordens ou de instruções suas.

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e) Dada a existência de relação de subordinação, o possuidor direto de um


bem não pode defender a sua posse contra o possuidor indireto desse mesmo
bem.
Comentários
A) Correta. No constituto possessório, em que o possuidor possuía em
nome próprio e passa a possuir em nome alheio (ex: vender o seu imóvel
e continuar morando nele de aluguel). Vide art. 1267 do CC:
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios
jurídicos antes da tradição.

Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua


a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o
direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou
quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio
jurídico.

B) Incorreta. Em desacordo com o art. 1209 do CC:


Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das
coisas móveis que nele estiverem.

C) Incorreta. Em desacordo com o art. 1200 do CC:


Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.

D) Incorreta. A afirmativa descreve o conceito de detenção previsto no art.


1198 do CC, e não de posse indireta.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em
cumprimento de ordens ou instruções suas.

E) Incorreta. Em desacordo com o art. 1197 do CC:


Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a
indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto
defender a sua posse contra o indireto.

Gabarito25: A

26. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


acerca dos direitos de posse e de propriedade.
a) O possuidor de má-fé terá direito de ressarcimento pelas benfeitorias
necessárias, havendo, quanto a elas, o direito de retenção, sendo vedado, por
outro lado, o levantamento das benfeitorias voluptuárias.
Comentários
O item está errado, pois não observa o art. 1220 do CC:

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Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as


benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela
importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.

Gabarito26: Errado

27. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


acerca dos direitos de posse e de propriedade.
O compossuidor de coisa indivisa tem legitimidade para ajuizar ação
possessória contra atos de terceiros e contra atos dos demais compossuidores,
podendo, ainda, defender a posse do todo individualmente.
Comentários
O item está certo. Vejamos o art. 1.199 do CC:
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada
uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos
outros compossuidores.

Assim, quando a coisa é indivisível, o compossuidor tem o direito de


exercer a posse sobre o todo, não podendo um excluir a posse do outro.
Caso contrário, o compossuidor turbado ou esbulhado poderá mover
ação possessória contra o outro compossuidor para reapoderar-se da
coisa.
Gabarito27: Certo

28. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


acerca dos direitos de posse e de propriedade.
No momento em que é possível o exercício, em nome próprio, de quaisquer
dos poderes do proprietário, dá-se a aquisição da posse.
Comentários
O item está certo, nos termos do art. 1204 do CC:
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível
o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à
propriedade.

Gabarito28: Certo

29. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


acerca dos direitos de posse e de propriedade.
O proprietário pode opor-se a todas as atividades que sejam realizadas por
terceiros no espaço aéreo e no subsolo de sua propriedade.
Comentários

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O item está errado, pois o proprietário opor-se a atividades que sejam


realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele
interesse legítimo em impedi-las.
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo
correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não
podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas,
por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele
interesse legítimo em impedi-las.

Gabarito29: Errado

30. (CESPE/TJ-DFT/Juiz/2016) A respeito da posse e do direito das coisas,


assinale a opção correta.
a) A posse ad interdicta dá ensejo à prescrição aquisitiva originária pela
usucapião.
b) A propriedade, conforme disposição legal, incide exclusivamente sobre bens
corpóreos.
c) A resolução da propriedade determinada por causa originária, prevista no
título, produzirá efeitos ex nunc e inter partes.
d) A sentença que reconhece a usucapião tem natureza constitutiva.
e) A posse pode ser adquirida por terceiro, sem mandato do pretendente, caso
em que a aquisição depende de ratificação.
Comentários
E) Correta, nos termos do art. 1205 do CC:
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;

II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.

A) Incorreta. Usucapião é o modo originário de aquisição da propriedade,


independente da vontade do titular anterior. Ocorre quando alguém detém a
posse de uma coisa com ânimo de dono (posse ad usucapionem), por um
tempo determinado, sem interrupção e sem oposição. Como a usucapião
acarreta a aquisição da propriedade em decorrência da posse prolongada por
um período de tempo, ela também é chamada de prescrição aquisitiva.
B) Incorreta. O objeto da propriedade pode ser coisa corpórea (ex:
propriedade de um apartamento) ou incorpórea (ex: propriedade intelectual).
C) Incorreta. Em desacordo com o Enunciado 509 da Jornada de Direito Civil:
Enunciado 509 das Jornadas de Direito Civil: A resolução da
propriedade, quando determinada por causa originária, prevista no
título, opera ex tunc e erga omnes; se decorrente de causa
superveniente, atua ex nunc e inter partes.

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D) Incorreta. A sentença proferida na ação de usucapião tem natureza


meramente declaratória. Segue jurisprudência acerca deste assunto:

APELAÇÃO CÍVEL. RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL. DISSOLUÇÃO. PARTILHA.


IMÓVEL USUCAPIDO. REQUISITOS PARA USUCAPIÃO ANTERIOR À UNIÃO.
IMPOSSIBILIDADE. SENTENÇA UNICAMENTE DECLARATÓRIA. EFEITOS EX TUNC.
EXCLUSÃO DA PARTILHA DO BEM USUCAPIDO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.
DESPROVIMENTO.

Se à época que o companheiro adquiriu os requisitos legais para usucapir, ou seja,


quando foi considerado proprietário do imóvel objeto da lide, não convivia em união
estável com a companheira, não há partilha do bem usucapido, pois a sentença
proferida na Ação de Usucapião é de natureza declaratória, produzindo
efeitos ex tunc.

(TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00010938320148150011, 3ª Câmara


Especializada Cível, Relator DESA. MARIA DAS GRAÇAS MORAIS GUEDES , j. em 29-
03-2016)

Por meio do art. 1238 do CC, percebe-se que a propriedade é adquirida


quando se cumpre os requisitos que ensejam a usucapião.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem
oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que
assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis.

Gabarito30: E

31. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015)


Com relação ao direito de posse, julgue os itens subsequentes.
Para reaver a coisa cuja posse tenha sido esbulhada por ato de terceiro, o
possuidor deverá interpor a ação de imissão na posse.
Comentários
O item está Errado. Conforme § 1° do art. 1.210 do CC, o possuidor turbado,
ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Gabarito31: Errado

32. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Área Direito - TCE/ES -


2012) Com relação à posse e aos direitos reais, julgue os itens subsequentes.
É de boa-fé a posse que não for violenta, clandestina ou precária.

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Comentários
O item está Errado. Conforme art. 1.200 do CC, é justa a posse que não for
violenta, clandestina ou precária.
Gabarito32: Errado

33. (CESPE - Defensor Público - DPE/ES - 2009) Acerca da posse, da


prioridade e dos direitos reais sobre coisas alheias, julgue os itens a seguir.
Ao possuidor de má-fé cabe o direito ao ressarcimento das benfeitorias
necessárias, com direito de retenção pela importância delas.
Comentários
O item está Errado. Conforme art. 1.220 do CC, ao possuidor de má-fé serão
ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de
retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Gabarito33: Errado

34. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015) A


respeito da usucapião, julgue os itens que se seguem.
Para a aquisição da propriedade pela usucapião, faz-se necessário
demonstrar a posse, ininterrupta e pacífica, de um bem, móvel ou imóvel,
por determinado lapso temporal.
Comentários
O item está Certo. Vimos que usucapião é quando o indivíduo adquire um
imóvel, rural ou urbano, de que não era proprietário, por ter habitado esse
imóvel, sem oposição do dono, por determinado tempo, conforme arts. 1.238
a 1.244 do CC. Além disso, os arts. 1.260 a 1.262 tratam da aquisição da
propriedade móvel por usucapião.
Gabarito34: Certo

35. (CESPE - Analista Judiciário - Área Administrativa/Judiciária -


Especialidade: Direito – TJSE/SE – 2014) Acerca dos direitos reais, julgue
o item abaixo.
O titular do direito real não precisa ajuizar ação pauliana ou revocatória para
recuperar coisa de sua propriedade em poder de terceiros.
Comentários
O item está Certo. Conforme § 1° do art. 1.210 do CC, o possuidor turbado,
ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto
que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

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Gabarito35: Certo

36. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - TJDFT/DF - 2013) A


respeito do direito de família e de posse, julgue os itens a seguir.
O ordenamento jurídico brasileiro vigente, embora admita o exercício da
posse, não permite a sua transmissão por ato inter vivos nem por causa
mortis, já que a posse é considerada estado de fato, e não de direito.
Comentários
O item está Errado. Conforme art. 1.197 do CC, a posse direta, de pessoa
que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito
pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o
possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. E, conforme art.
1.206 do CC, a posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor
com os mesmos caracteres.
Gabarito36: Errado

37. (VUNESP - Analista Jurídico - Área Direito – Emplasa/SP - 2014)


Antonio possui, como seu, metade ideal de um imóvel urbano de 400
metros quadrados, utilizando-a para sua moradia. A outra metade é
possuída por seu irmão Alexandre. Desse modo, Antonio tem direito a
adquirir o domínio da área se nela exercer posse sem oposição durante
a) cinco anos ininterruptos e não ser proprietário de outro imóvel urbano
ou rural.
b) cinco anos ininterruptos, com justo título ou boa-fé.
c) dez anos ininterruptos independentemente de título e boa-fé.
d) quinze anos ininterruptos, com justo título ou boa-fé.
e) vinte anos ininterruptos, com justo título ou boa-fé.
Comentários
Letra “a”. Conforme art. 1.240 do CC, aquele que possuir, como sua, área
urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
Gabarito37: A

38. (VUNESP - Juiz de Direito Substituto - TJMG/MG - 2011) Analise as


afirmativas seguintes.

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I. Os atos violentos autorizam a aquisição da posse depois de cessar a


violência.
II. A posse pode ser adquirida por terceiro sem mandato, que fica
dependendo de ratificação.
III. A pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude
de direito real, anula a posse indireta, de quem aquela foi havida.
IV. Ao possuidor de má-fé assiste o direito de retenção pela importância
das benfeitorias necessárias.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV
Comentários
Letra “a” é o gabarito.
O item I está certo. Conforme art. 1.208 do CC, não induzem posse os atos de
mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os
atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a
clandestinidade.
O item II está certo. Conforme inciso II do art. 1.205 do CC, a posse pode ser
adquirida: por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
O item III está errado. Conforme art. 1.197 do CC, a posse direta, de pessoa
que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito
pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o
possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
O item IV está errado. Conforme art. 1.220 do CC, ao possuidor de má-fé
serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o
direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as
voluptuárias.
Gabarito38: A

39. (CONSULPLAN/Titular de Serviços de Notas e de Registros –


Remoção-TJ-MG/2015) Segundo a Lei nº 10.406/2002, são direitos reais,
EXCETO:
a) O uso.
b) A superfície.
c) Enfiteuse.

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d) Anticrese.
Comentários
Letra “c”. São direitos reais, conforme o art. 1.225 do CC:

a propriedade

a superfície

as servidões

o usufruto

o uso

a habitação

Direitos o direito do promitente comprador do imóvel


reais
o penhor

a hipoteca

a anticrese

a concessão de uso especial para fins de moradia

a concessão de direito real de uso

a laje

Portanto, a enfiteuse não se encontra neste rol acima. No mais, a


enfiteuse refere-se a um direito real de gozo, mediante contrato perpétuo,
alienável e transmissível aos herdeiros, onde o domínio útil de imóvel é
atribuído a alguém pelo proprietário, que receberá em contrapartida uma
pensão ou foro anual. No entanto, o atual Código Civil proíbe novas
enfiteuses, mantendo-se as existentes até a sua extinção (art. 2.038, CC).
Gabarito39: C

40. (CONSULPLAN/Juiz Leigo-TJ-MG/2015) “Amarildo, vendedor


profissional de veículos, vendeu um automóvel usado a Reinaldo, pelo valor de
R$ 20.000,00. Como Reinaldo não tinha a totalidade do preço, celebrou

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contrato com o ‘Banco BZ’, que emprestou‐lhe o valor de R$ 10.000,00 para a


quitação do veículo com Amarildo. No contrato com a instituição financeira foi
instituída alienação fiduciária em garantia do pagamento do empréstimo e dos
juros, que foi dividido em 20 parcelas de R$ 600,00.” A partir da situação
descrita e considerando‐se a legislação civil em vigor, assinale a alternativa
correta.
a) É lícita a cláusula que autoriza o Banco BZ a ficar com a coisa alienada em
garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
b) Com a constituição da propriedade fiduciária dá‐se o desdobramento da
posse, tornando‐se Reinaldo o possuidor indireto da coisa.
c) Para que seja constituída a propriedade fiduciária, é necessário o registro
do contrato junto ao cartório de notas do domicílio de Reinaldo.
d) O contrato celebrado por Reinaldo com o Banco BZ transfere a propriedade
resolúvel do automóvel para a instituição financeira, com o escopo de
garantir o pagamento do valor mutuado.
Comentários
Letra “d”. A propriedade resolúvel é aquela tem fim mediante o
implemento de uma condição ou de um termo extintivo. Ela está
prevista no art. 1.359 do CC e também pode ser conhecida como propriedade
revogável. Ainda, segundo o Art. 1.361, “Considera-se fiduciária a
propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo
de garantia, transfere ao credor”. Portanto, a posse direta fica com o devedor
fiduciante.
Letra “a”. Incorreta, pois esta cláusula é nula.
Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar
com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no
vencimento.
Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu
direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento
desta.

Letra “b”. Incorreta, pois Reinaldo torna-se possuidor direito da coisa.


Art. 1.361, §2º. Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o
desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da
coisa.

Letra “c”. Incorreta, pois no caso de veículo, o registro se dá na repartição


competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de
registro.
Art. 1.361, § 1o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do
contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve
de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor,

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ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o


licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro.

Gabarito40: D

41. (CONSULPLAN/Titular de Serviços de Notas e de Registro–TJ-


MG/2015) Sobre os efeitos da posse, segundo dispõe o Código Civil
brasileiro, é correto afirmar, EXCETO:
a) Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á
provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve
de alguma das outras por modo vicioso.
b) O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos
percebidos. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem
ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio;
devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
c) Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias
necessárias; assistindo-lhe o direito de retenção pela importância destas
d) Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que
são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Comentários
Letra “c”. Conforme o art. 1.220, “Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas
somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção
pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias”.
Letra “a”. Correta, conforme a literalidade do art. 1.211, CC.
Letra “b”. Correta, conforme a literalidade do art. 1.214, CC.
Letra “d”. Correta, conforme a literalidade do art. 1.215, CC.
Gabarito41: C

42. (CONSULPLAN/Titular de Serviços de Notas e de Registro-TJ-


MG/2015) Sobre penhor, anticrese e hipoteca, nos termos do Código Civil
brasileiro, considere as seguintes afirmações:
I. O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a
dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data
de sua constituição.
II. É anulável a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou
hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no
vencimento.
III. Os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a
hipoteca na proporção dos seus quinhões.

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Está correto apenas o que se afirma em:


a) I
b) II
c) I e II
d) I e III
Comentários
Letra “a”.
Item I. Correta, nos termos literais do art. 1.423, CC.
Item II. Incorreta, pois é nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício,
anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for
paga no vencimento (art. 1.428, CC).
Item III. Incorreta, pois os sucessores do devedor não podem remir
parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões;
qualquer deles, porém, pode fazê-lo no todo (art. 1.429, CC).
Gabarito42: A

43. (FGV/ISS-Recife-PE/Auditor-Fiscal/2014) As opções a seguir


apresentam direitos que ostentam a natureza jurídica de Direito Real, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) A concessão de uso especial para fins de moradia
b) Usufruto
c) Penhora
d) Direito do promitente comprador do imóvel
e) Habitação
Comentários
C) Incorreta. O art. 1.225 do CC elenca os direitos reais. Todas a alternativas
desta questão estão presentes nos incisos desse artigo, exceto a penhora.
Porém, nota-se que o inciso VIII deste artigo apresenta o penhor como direito
real. Porém, o penhor não se confunde com a penhora. São institutos jurídicos
diferentes: enquanto o penhor é uma garantia real dada pelo devedor,
espontaneamente ou por imposição legal, de obrigação assumida, a penhora é
um ato judicial, emitido por um juiz e promovido por um oficial de justiça
durante o processo de execução. Na penhora se apreende ou se tomam os
bens do devedor, para que nele se cumpra o pagamento da dívida ou a
obrigação executada.

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a propriedade

a superfície

as servidões

o usufruto

o uso

a habitação

Direitos o direito do promitente comprador do imóvel


reais
o penhor

a hipoteca

a anticrese

a concessão de uso especial para fins de moradia

a concessão de direito real de uso

a laje

Gabarito43: C

44. (FGV/ISS-Niterói-RJ/Fiscal de Tributos/2015) Maurício, residente e


domiciliado na cidade de São Paulo, é proprietário de uma casa situada no
Bairro de Camboinhas, Niterói, Estado do Rio de Janeiro, onde costuma passar
os feriados prolongados e as férias. Ao lado do imóvel de Maurício, há um
terreno que, por estar aparentemente abandonado, ele ocupou, cercou e
mantém como área de lazer. Com relação ao referido terreno, é correto
afirmar que Maurício é:
a) mero detentor;
b) possuidor pleno;
c) possuidor indireto, já que o utiliza apenas eventualmente;
d) possuidor direto, já que o utiliza apenas eventualmente;
e) possuidor direto, mas não pode utilizar-se das ações possessórias.
Comentários
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B) Correta. De fato, Maurício é possuidor pleno do terreno, tendo em vista


que, por estar aparentemente abandonado, ele ocupou, cercou e mantém
como área de lazer. Ou seja, ele mantém todas as características em relação
ao terreno como se dono fosse dele.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade

Gabarito44: B

45. (FGV/SEFAZ-MT/Auditor-Fiscal/2014) Acerca das disposições


expressas no Código Civil de 2002 sobre os direitos reais, analise as
afirmativas a seguir.
I. São formas de aquisição da propriedade imóvel: a usucapião, a transmissão
hereditária, a acessão e o registro.
II. O possuidor de boa-fé não tem direito aos frutos percebidos enquanto
durar a posse.
III. São considerados direitos reais: a superfície, a habitação, o uso, o penhor
e a benfeitoria necessária.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentários
A) Correta.
I. Correta. Conforme a doutrina, estas são as formas de aquisição. Vejamos o
seguinte gráfico:

-Ilhas
-Aluvião
-Avulsão
Acessão -Álveo
Originárias -Abandonado
-Plantações
Aquisição Usucapião -Construções
da
propriedade
imóvel Registro do
Título
Derivadas
Transmissão
Hereditária

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II. Incorreta, pois tem direito sim, conforme o art. 1214 do CC:
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos
frutos percebidos.

III. Incorreta, pois a benfeitoria necessária é considerada bem acessório.


Gabarito45: A

46. (FGV/DPE-MT/Advogado/2015) Rita, por 11 anos, sem interrupção


nem oposição de quem quer que seja, possui, como seu, imóvel no qual
estabeleceu a sua moradia habitual.
Considerando que Rita não possui qualquer título referente à titularidade
proprietária do imóvel, assinale a afirmativa correta.
a) Estando Rita de comprovada boa-fé, e somente nesse caso, poderá adquirir
a propriedade do bem imóvel por meio de ação de usucapião, na qual requeira
ao juiz declaração por sentença, que servirá como título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
b) Independentemente de comprovada boa-fé, Rita poderá adquirir a
propriedade do bem imóvel por meio de ação de usucapião, na qual requeira
ao juiz declaração por sentença, que servirá como título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis
c) Independentemente de agir com boa-fé, Rita não poderá adquirir a
propriedade do bem imóvel por não ter atingido ainda o tempo mínimo da
prescrição aquisitiva, qual seja, quinze anos.
d) Estando Rita de comprovada boa-fé, e somente nesse caso, poderá adquirir
o direito de superfície do bem imóvel por ter atingido o tempo mínimo para a
titularidade, qual seja, cinco anos.
e) Independentemente de agir com boa-fé, Rita não poderá adquirir a
propriedade do bem imóvel por não haver realizado nele obras ou serviços de
caráter produtivo.
Comentários
B) Correta. Conforme o §único do art. 1.238 do CC, o enunciado refere-se à
hipótese de usucapião extraordinária, pois não depende de título e boa-fé,
tratando-se, ainda, de moradia habitual.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição,
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim
o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório
de Registro de Imóveis.

Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez


anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia
habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.

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Gabarito46: B

47. (FGV/ISS-Niterói-RJ/Fiscal de Tributos/2015) Após vinte e três anos


exercendo posse mansa e pacífica, com animus domini, de área de trinta e
três mil metros quadrados, Irani ajuizou ação de usucapião do imóvel.
Considerando que foi proferida sentença julgando procedente o pedido, a qual
transitou em julgado, vindo a ser devidamente registrada junto ao registro de
imóveis, é correto afirmar que Irani:
a) continuará sendo mero possuidor por mais três anos, tornando-se
proprietário ao término do referido prazo;
b) tornou-se proprietário quando do registro da referida sentença;
c) tornou-se proprietário quando da prolatação da sentença;
d) tornou-se proprietário quando do trânsito em julgado da sentença;
e) já era proprietário do imóvel, antes mesmo de proferida a sentença de
usucapião.
Comentários
E) Correta. A sentença proferida na ação de usucapião tem natureza
meramente declaratória, produzindo efeitos ex tunc. Logo, Irani já era
proprietária do imóvel, antes da sentença de usucapião. A jurisprudência a
seguir trata deste tema:

APELAÇÃO CÍVEL. RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL.


DISSOLUÇÃO. PARTILHA. IMÓVEL USUCAPIDO. REQUISITOS PARA
USUCAPIÃO ANTERIOR À UNIÃO. IMPOSSIBILIDADE. SENTENÇA
UNICAMENTE DECLARATÓRIA. EFEITOS EX TUNC. EXCLUSÃO DA
PARTILHA DO BEM USUCAPIDO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.
DESPROVIMENTO.
Se à época que o companheiro adquiriu os requisitos legais para
usucapir, ou seja, quando foi considerado proprietário do imóvel objeto
da lide, não convivia em união estável com a companheira, não há
partilha do bem usucapido, pois a sentença proferida na Ação de
Usucapião é de natureza declaratória, produzindo efeitos ex tunc.
(TJPB - ACÓRDÃO/DECISÃO do Processo Nº 00010938320148150011,
3ª Câmara Especializada Cível, Relator DESA. MARIA DAS GRAÇAS
MORAIS GUEDES , j. em 29-03-2016)
Gabarito47: E

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5-Lista de Exercícios

1. (FCC - Procurador Legislativo – Câmara Municipal de São Paulo -


2014) Considere as afirmações abaixo referentes à posse.
I. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, anula a indireta, de
quem aquela foi havida, por isso podendo o possuidor direto defender a
sua posse contra o possuidor indireto.
II. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma
exercer sobre ela atos possessórios, desde que não excluam os dos
outros compossuidores.
III. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
IV. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que
impede a aquisição da coisa.
V. Considera-se como possuidor somente aquele que tem de fato o exercício
pleno de todos os poderes inerentes à propriedade.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) II, III e IV.
b) III, IV e V.
c) I, II, e V.
d) II, IV e V.
e) I, II e III.

2. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - TRF 3ª – 2014)


Considere as seguintes hipóteses:
I. Mariana, por onze anos, sem interrupção e nem oposição, possui, como
sua, uma casa de 300 metros quadrados, tendo estabelecido no referido
imóvel sua moradia habitual, realizando obras de conservação e
ampliação da casa.
II. Gleison não é proprietário de imóvel urbano ou rural, mas possui, como
sua, uma casa de 150 metros quadrados por sete anos ininterruptos e
sem oposição utilizando-a como sua moradia.
III. Benício, proprietário de um terreno rural de 10 hectares, possui, como
sua, uma casa de 70 metros quadrados, por oito anos ininterruptamente
e sem oposição, utilizando-a como sua moradia.
De acordo com o Código Civil brasileiro, em razão da posse, poderá adquirir
a propriedade dos imóveis acima mencionados
a) Mariana, apenas.

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b) Mariana e Gleison, apenas.


c) Gleison, apenas.
d) Mariana, Gleison e Benício.
e) Gleison e Benício, apenas.

3. (FCC/ICMS-SC/2018) São considerados direitos reais:


(A) a concessão de uso especial para fins de moradia, o direito à sucessão
aberta e a doação.
(B) o penhor, a hipoteca, a anticrese e o aval.
(C) o uso, a habitação, o direito do promitente comprador do imóvel, a
concessão real de uso e a laje.
(D) a propriedade, a habitação, a posse e a detenção.
(E) as servidões, a superfície, o usufruto e o contrato de locação.
Comentários
Letra C. Conforme art. 1.225 do CC e a esquematização a seguir:

4. (FCC - Técnico Judiciário - Área Administrativa – TRF 3ª - 2014) A


posse
a) do imóvel não faz presumir a das coisas móveis que nele estiverem.
b) direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em
virtude de direito pessoal, ou real, anula a indireta, de quem aquela foi
havida.
c) pode ser adquirida pela própria pessoa que a pretende ou por seu
representante, bem como por terceiro sem mandato,
independentemente de ratificação.
d) não se transmite aos herdeiros ou legatários do possuidor em razão do
atributo da pessoalidade que lhe é inerente.
e) de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as
circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui
indevidamente.

5. (FCC - Analista de Procuradoria - Área Jurídico - PGE - BA - 2013) No


que se refere à posse e à propriedade, é correto afirmar:
a) A posse, por ser pessoal, não se transmite aos herdeiros ou legatários
do possuidor.

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b) A propriedade do solo abrange as jazidas, minas e demais recursos


minerais, bem como os potenciais de energia hidráulica e os
monumentos arqueológicos.
c) A propriedade presume-se condominial, salvo prova de exclusividade.
d) Só se considera possuidor, no direito brasileiro, quem tiver a coisa em
seu poder diretamente.
e) Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em
cumprimento de ordens ou instruções suas.

6. (FCC - Juiz de Direito Substituto - TJAP/AP - 2014) Sobre a posse e os


direitos do possuidor, é correto afirmar:
V. O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se
por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou
de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou
restituição da posse.
VI. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos,
logo que são separados; os civis reputam- se percebidos dia por dia.
VII. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias
necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância
destas, nem o de levantar as voluptuárias.
VIII. As benfeitorias não se compensam com os danos e não dão direito ao
ressarcimento mesmo quando não mais existirem ao tempo da
evicção.
Considera-se possuidor aquele que, achando-se em relação de dependência
para com outro conserva a posse em nome deste e em cumprimento de
suas ordens ou instruções. Está correto o que consta APENAS em
a) III, IV e V.
b) I, II e III.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III e V.

7. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária - Especialidade: Execução


de Mandados - TRF 1ª - 2011) Ana e Edgar possuem como seu um
imóvel urbano de trezentos metros quadrados, por doze anos e oito
meses, sem interrupção, nem oposição, local em que estabelecem a
moradia habitual da família. Neste caso, considerando que Ana e Edgar

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não possuem justo título e que ocuparam a área com ausência de boa-fé,
eles
a) não poderão adquirir a propriedade do imóvel, tendo em vista que o
prazo legal mínimo de posse estabelecido pela legislação civil é de vinte
anos.
b) não poderão adquirir a propriedade do imóvel, tendo em vista que o
prazo legal mínimo de posse estabelecido pela legislação civil é de
quinze anos.
c) poderão adquirir a propriedade do imóvel através da usucapião.
d) não poderão adquirir a propriedade do imóvel, tendo em vista que não
possuem justo título e não agiram com boa-fé.
e) não poderão adquirir a propriedade do imóvel, tendo em vista que o
imóvel em questão possui área que ultrapassa a metragem máxima
prevista na legislação civil.

8. (FCC - Analista Ministerial - Área Direito - MPE/AP – 2012)


Considere:
I. Clotilde é possuidora de um terreno na cidade de Macapá por quinze
anos, sem interrupção, nem oposição, não possuindo título e nem boa-fé.
II. Vera Lúcia é possuidora de área de terra em zona rural com cem
hectares, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, tornando-a produtiva
pelo seu trabalho e tendo nela sua moradia, não sendo proprietária de
imóvel rural ou urbano.
III. Tatiana exerce, por três anos ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, com exclusividade, sobre um apartamento de cem metros
quadrados na cidade de Mazagão que utiliza como sua moradia e cuja
propriedade dividia com seu ex-cônjuge, Lindoval, que abandonou o lar,
não sendo proprietária de outro imóvel urbano ou rural.
De acordo com o Código Civil brasileiro, em regra, adquirirá o domínio
integral dos respectivos imóveis aquelas indicadas APENAS em
a) I e III.
b) II e III.
c) I e II.
d) I.
e) III.

9. (FCC - Procurador Legislativo - Câmara Municipal de São Paulo -


2014) Em relação à propriedade, considere as afirmações abaixo.

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IV. São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer


comodidade ou utilidade, e sejam anima dos pela intenção de prejudicar
outrem.
V. A propriedade presume-se de modo absoluto plena e exclusiva.
VI. A propriedade do solo abrange as jazidas, minas e demais recursos
minerais.
Está correto o que se afirma em:
a) I e III, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

10. (FCC - Procurador - Assembleia Legislativa/SP - 2010) Com relação


à posse, é correto afirmar:
a) O possuidor de boa-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, a
que não der causa.
b) A posse pode ser adquirida por terceiro sem mandato, dependendo de
ratificação.
c) Obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
d) Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias
necessárias, assistindo-lhe o direito de retenção pela importância
destas.
e) O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias
necessárias e úteis, mas somente poderá exercer o direito de retenção
pelo valor das benfeitorias necessárias

11. (FCC/ISS-Teresina/2016) No direito das coisas, conforme estabelece a


legislação vigente,
a) a servidão de passagem é instituto do direito de vizinhança e pode ser
imposta, mediante indenização, em caso de imóvel encravado.
b) em um contrato de locação, somente o locatário exerce a posse do bem,
enquanto o locador exerce a propriedade.
c) ao fâmulo da posse é assegurada a defesa da posse por meio da autotutela
ou de interditos possessórios.

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d) o possuidor de má-fé tem o direito de invocar jurisdicionalmente a tutela


possessória contra terceiros.
e) a qualificação de posse como ad usu capionem pressupõe a prova da boafé.

12. (FCC/Analista Judiciário-Área Judiciária–TRE-CE/2012) Com


relação a Posse, considere:
I. As benfeitorias não se compensam com os danos, e só obrigam ao
ressarcimento se, ao tempo da evicção, ainda existirem.
II. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o
terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
III. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidos somente as benfeitorias
necessárias.
IV. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos
percebidos.
De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma APENAS
em
a) II e IV.
b) I, II e III.
c) I e III.
d) III e IV.
e) II, III e IV.

13. (FCC/Analista Judiciário-Área Administrativa-TRE-CE/2012) A


respeito da aquisição da propriedade imóvel, considere:
I. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até 250 m 2, por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural.
II. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como
seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e
boa-fé.
III. O possuidor não pode, para o fim de contar o tempo exigido para
aquisição da propriedade através da usucapião, acrescentar à sua posse a dos
seus antecessores, havendo expressa vedação legal.
IV. Aquele que exercer, por um ano ininterruptamente e sem oposição, posse
direta, sobre imóvel urbano de até 250 m2 cuja propriedade divida com ex-
cônjuge que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia, adquirir-lhe-á o
domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano.

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De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma APENAS
em:
a) II e III.
b) II, III e IV.
c) I e IV.
d) I, II e III.
e) I e II.

14. (FCC/Direito-Eletrobrás-Eletrosul/2016) José é casado com Maria


com quem tem dois filhos. José e Maria não são proprietários de qualquer
imóvel urbano e rural, mas são possuidores de um imóvel urbano com 300
m2 de área total na periferia de uma determinada cidade e nele
estabelecem a moradia habitual de sua família, construindo uma casa e
diversas benfeitorias. Neste caso, à luz do Código Civil considerando que a
posse se deu sem qualquer interrupção e nem oposição, José e Maria
poderão adquirir a propriedade imóvel pela usucapião após o decurso do
prazo mínimo ininterrupto de:
a) 20 anos.
b) 15 anos.
c) 5 anos.
d) 10 anos.
e) 3 anos.

15. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015)


Com relação ao direito de posse, julgue os itens subsequentes.
É assegurada ao possuidor de boa-fé a indenização pelas benfeitorias
realizadas em razão da posse, sendo-lhe vedada a retenção da coisa
enquanto não recebido o valor da indenização.

16. (CESPE/Delegado-PF/2013) A respeito da pessoa natural e da


propriedade, julgue o item que se segue.
Como causa de perda de propriedade de bem móvel, o abandono pode ser
presumido, desde que presente a intenção do proprietário; como causa de
perda de propriedade de imóvel, será o abandono absolutamente presumido
ante o inadimplemento de ônus fiscais, depois de cessados os atos de posse.

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17. (CESPE/Procurador-PGE-SE/2017) Aquele que receber, de forma


indevida, mas de boa-fé, pagamento relativo a um contrato
a) responderá pela deterioração da coisa.
b) não terá direito de retenção de valores relativos às benfeitorias necessárias.
c) estará desobrigado de restituir a coisa caso o indébito tenha natureza
objetiva.
d) fará jus aos frutos decorrentes da coisa recebida.
e) não terá direito à indenização por benfeitorias úteis.

18. (CESPE/TJ-DFT/AJAJ/2015) Se um indivíduo possui como seu, por


doze anos, sem interrupção e sem oposição de terceiros, imóvel em que
estabeleceu a sua moradia habitual, então, nesse caso, está configurada a
usucapião extraordinária do imóvel e a aquisição da propriedade independe
de demonstração de justo título e de boa-fé.

19. (CESPE/TRF 5ª Região/Juiz Federal Substituto/2015) Roberto,


juntamente com sua família, ocupou, cercou e construiu uma casa, um
curral e um pequeno lago artificial em uma terra pública situada em área
rural. O poder público, ao tomar ciência da ocupação, ajuizou ação de
reintegração de posse. Em defesa, Roberto alegou que a posse se dera de
boa-fé e que ele já havia feito um pedido administrativo requerendo a
regularização da propriedade. O réu ainda alegou que, caso o pedido do
poder público fosse procedente, ele deveria ser indenizado pelas
benfeitorias erigidas, com direito de retenção.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) Com exceção do lago artificial, Roberto fará jus a indenização pelas demais
benfeitorias erigidas no imóvel.
b) Roberto terá direito à indenização pela casa, mas lhe será descontado o
valor correspondente ao tempo de permanência no imóvel.
c) O direito de retenção pelas benfeitorias necessárias não poderá ser
deferido.
d) A posse não pode ser considerada de má-fé, o que torna indenizáveis as
benfeitorias úteis e necessárias feitas por Roberto.
e) A indenização pelo curral depende de prova de utilidade pelo poder público
após a retomada do imóvel.

20. (CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2015) Se João tiver ingressado no


terreno de Pedro há seis meses, pacificamente, sem ocultar a invasão, e lá
construído um barraco, não se terá caracterizado, nessa situação
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hipotética, o esbulho, visto que não ocorreu violência, clandestinidade ou


precariedade, elementos caracterizadores da posse injusta.

21. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015)


Acerca de posse e de propriedade, julgue os itens que se seguem.
A transmissão da propriedade ou do domínio de bens imóveis, por meio de
atos entre pessoas vivas, somente se efetiva com a transcrição junto ao
registro no cartório de registro de imóveis em que o bem se encontra
registrado.

22. (CESPE - Analista Legislativo - Área Consultor Legislativo - Câmara


dos Deputados - 2014) Jorge, cidadão que não possui qualquer imóvel
registrado em seu nome, tem ocupado, de forma mansa e pacífica, um lote
de 140 m² na cidade de Pirenópolis (GO), utilizando-o para sua moradia,
pois acredita tê-lo adquirido validamente. A partir dessa situação
hipotética, julgue os próximos itens.
Se Jorge ocupar o imóvel por mais de cinco anos, poderá requerer a usucapião
urbana.

23. (CESPE - Delegado de Polícia - Polícia Civil - BA - 2013) No que


concerne à usucapião e à prova, julgue os itens seguintes, com base no
Código Civil. Considere que Ana e João tenham vivido como companheiros
em determinado imóvel urbano de 100 m², cuja propriedade era dividida
pelo casal e que João tenha abandonado o lar há dois anos. Nessa situação
hipotética, Ana poderá adquirir a propriedade do imóvel mediante
usucapião, desde que tenha exercido a posse direta sobre o bem
ininterruptamente e sem oposição e não seja proprietária de imóvel rural
superior a 50 hectares.

24. (CESPE - Analista Processual – TJRR/RR - 2012) Julgue os itens


seguintes, relativos à posse e aos direitos reais.
O possuidor de má-fé tem direito ao ressarcimento apenas das benfeitorias
necessárias, não lhe sendo assegurado o direito de retenção pela
importância destas.

25. (CESPE/TJ-CE/AJAJ/2014) No que se refere à posse, assinale a opção


correta.
a) Configura-se constituto-possessório quando o proprietário da coisa aliena
esse direito e permanece na posse direta da coisa, de modo que aquele que
possuía em seu próprio nome, passa a possuir em nome de outrem.

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b) A posse do imóvel não faz presumir a das coisas móveis que nele
estiverem.
c) A posse violenta ou clandestina é injusta, e a obtida a título precário pode
ser considerada justa.
d) O possuidor indireto é aquele que, achando-se em relação de dependência
para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de
ordens ou de instruções suas.
e) Dada a existência de relação de subordinação, o possuidor direto de um
bem não pode defender a sua posse contra o possuidor indireto desse mesmo
bem.

26. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


acerca dos direitos de posse e de propriedade.
b) O possuidor de má-fé terá direito de ressarcimento pelas benfeitorias
necessárias, havendo, quanto a elas, o direito de retenção, sendo vedado, por
outro lado, o levantamento das benfeitorias voluptuárias.

27. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


acerca dos direitos de posse e de propriedade.
O compossuidor de coisa indivisa tem legitimidade para ajuizar ação
possessória contra atos de terceiros e contra atos dos demais compossuidores,
podendo, ainda, defender a posse do todo individualmente.

28. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


acerca dos direitos de posse e de propriedade.
No momento em que é possível o exercício, em nome próprio, de quaisquer
dos poderes do proprietário, dá-se a aquisição da posse.

29. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os próximos itens,


acerca dos direitos de posse e de propriedade.
O proprietário pode opor-se a todas as atividades que sejam realizadas por
terceiros no espaço aéreo e no subsolo de sua propriedade.

30. (CESPE/TJ-DFT/Juiz/2016) A respeito da posse e do direito das coisas,


assinale a opção correta.
a) A posse ad interdicta dá ensejo à prescrição aquisitiva originária pela
usucapião.

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b) A propriedade, conforme disposição legal, incide exclusivamente sobre bens


corpóreos.
c) A resolução da propriedade determinada por causa originária, prevista no
título, produzirá efeitos ex nunc e inter partes.
d) A sentença que reconhece a usucapião tem natureza constitutiva.
e) A posse pode ser adquirida por terceiro, sem mandato do pretendente, caso
em que a aquisição depende de ratificação.

31. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015)


Com relação ao direito de posse, julgue os itens subsequentes.
Para reaver a coisa cuja posse tenha sido esbulhada por ato de terceiro, o
possuidor deverá interpor a ação de imissão na posse.

32. (CESPE - Auditor de Controle Externo - Área Direito - TCE/ES -


2012) Com relação à posse e aos direitos reais, julgue os itens
subsequentes.
É de boa-fé a posse que não for violenta, clandestina ou precária.

33. (CESPE - Defensor Público - DPE/ES - 2009) Acerca da posse, da


prioridade e dos direitos reais sobre coisas alheias, julgue os itens a seguir.
Ao possuidor de má-fé cabe o direito ao ressarcimento das benfeitorias
necessárias, com direito de retenção pela importância delas.

34. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários - FUB - 2015) A


respeito da usucapião, julgue os itens que se seguem.
Para a aquisição da propriedade pela usucapião, faz-se necessário
demonstrar a posse, ininterrupta e pacífica, de um bem, móvel ou imóvel,
por determinado lapso temporal.

35. (CESPE - Analista Judiciário - Área Administrativa/Judiciária -


Especialidade: Direito – TJSE/SE – 2014) Acerca dos direitos reais,
julgue o item abaixo.
O titular do direito real não precisa ajuizar ação pauliana ou revocatória para
recuperar coisa de sua propriedade em poder de terceiros.

36. (CESPE - Analista Judiciário - Área Judiciária - TJDFT/DF - 2013) A


respeito do direito de família e de posse, julgue os itens a seguir.

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O ordenamento jurídico brasileiro vigente, embora admita o exercício da


posse, não permite a sua transmissão por ato inter vivos nem por causa
mortis, já que a posse é considerada estado de fato, e não de direito.

37. (VUNESP - Analista Jurídico - Área Direito – Emplasa/SP - 2014)


Antonio possui, como seu, metade ideal de um imóvel urbano de 400
metros quadrados, utilizando-a para sua moradia. A outra metade é
possuída por seu irmão Alexandre. Desse modo, Antonio tem direito a
adquirir o domínio da área se nela exercer posse sem oposição durante
a) cinco anos ininterruptos e não ser proprietário de outro imóvel urbano
ou rural.
b) cinco anos ininterruptos, com justo título ou boa-fé.
c) dez anos ininterruptos independentemente de título e boa-fé.
d) quinze anos ininterruptos, com justo título ou boa-fé.
e) vinte anos ininterruptos, com justo título ou boa-fé.

38. (VUNESP - Juiz de Direito Substituto - TJMG/MG - 2011) Analise as


afirmativas seguintes.
I. Os atos violentos autorizam a aquisição da posse depois de cessar a
violência.
II. A posse pode ser adquirida por terceiro sem mandato, que fica
dependendo de ratificação.
III. A pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude
de direito real, anula a posse indireta, de quem aquela foi havida.
IV. Ao possuidor de má-fé assiste o direito de retenção pela importância
das benfeitorias necessárias.
Estão corretas apenas as afirmativas
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV

39. (CONSULPLAN/Titular de Serviços de Notas e de Registros –


Remoção-TJ-MG/2015) Segundo a Lei nº 10.406/2002, são direitos
reais, EXCETO:
a) O uso.
b) A superfície.
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c) Enfiteuse.
d) Anticrese.

40. (CONSULPLAN/Juiz Leigo-TJ-MG/2015) “Amarildo, vendedor


profissional de veículos, vendeu um automóvel usado a Reinaldo, pelo valor
de R$ 20.000,00. Como Reinaldo não tinha a totalidade do preço, celebrou
contrato com o ‘Banco BZ’, que emprestou‐lhe o valor de R$ 10.000,00
para a quitação do veículo com Amarildo. No contrato com a instituição
financeira foi instituída alienação fiduciária em garantia do pagamento do
empréstimo e dos juros, que foi dividido em 20 parcelas de R$ 600,00.” A
partir da situação descrita e considerando‐se a legislação civil em vigor,
assinale a alternativa correta.
a) É lícita a cláusula que autoriza o Banco BZ a ficar com a coisa alienada em
garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
b) Com a constituição da propriedade fiduciária dá‐se o desdobramento da
posse, tornando‐se Reinaldo o possuidor indireto da coisa.
c) Para que seja constituída a propriedade fiduciária, é necessário o registro
do contrato junto ao cartório de notas do domicílio de Reinaldo.
d) O contrato celebrado por Reinaldo com o Banco BZ transfere a propriedade
resolúvel do automóvel para a instituição financeira, com o escopo de
garantir o pagamento do valor mutuado.

41. (CONSULPLAN/Titular de Serviços de Notas e de Registro–TJ-


MG/2015) Sobre os efeitos da posse, segundo dispõe o Código Civil
brasileiro, é correto afirmar, EXCETO:
a) Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-á
provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve
de alguma das outras por modo vicioso.
b) O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos
percebidos. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem
ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio;
devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
c) Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias
necessárias; assistindo-lhe o direito de retenção pela importância destas
d) Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que
são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.

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42. (CONSULPLAN/Titular de Serviços de Notas e de Registro-TJ-


MG/2015) Sobre penhor, anticrese e hipoteca, nos termos do Código Civil
brasileiro, considere as seguintes afirmações:
I. O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a
dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data
de sua constituição.
II. É anulável a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou
hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no
vencimento.
III. Os sucessores do devedor podem remir parcialmente o penhor ou a
hipoteca na proporção dos seus quinhões.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I
b) II
c) I e II
d) I e III

43. (FGV/ISS-Recife-PE/Auditor-Fiscal/2014) As opções a seguir


apresentam direitos que ostentam a natureza jurídica de Direito Real, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) A concessão de uso especial para fins de moradia
b) Usufruto
c) Penhora
d) Direito do promitente comprador do imóvel
e) Habitação

44. (FGV/ISS-Niterói-RJ/Fiscal de Tributos/2015) Maurício, residente e


domiciliado na cidade de São Paulo, é proprietário de uma casa situada no
Bairro de Camboinhas, Niterói, Estado do Rio de Janeiro, onde costuma
passar os feriados prolongados e as férias. Ao lado do imóvel de Maurício,
há um terreno que, por estar aparentemente abandonado, ele ocupou,
cercou e mantém como área de lazer. Com relação ao referido terreno, é
correto afirmar que Maurício é:
a) mero detentor;
b) possuidor pleno;
c) possuidor indireto, já que o utiliza apenas eventualmente;
d) possuidor direto, já que o utiliza apenas eventualmente;

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e) possuidor direto, mas não pode utilizar-se das ações possessórias.

45. (FGV/SEFAZ-MT/Auditor-Fiscal/2014) Acerca das disposições


expressas no Código Civil de 2002 sobre os direitos reais, analise as
afirmativas a seguir.
I. São formas de aquisição da propriedade imóvel: a usucapião, a transmissão
hereditária, a acessão e o registro.
II. O possuidor de boa-fé não tem direito aos frutos percebidos enquanto
durar a posse.
III. São considerados direitos reais: a superfície, a habitação, o uso, o penhor
e a benfeitoria necessária.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

46. (FGV/DPE-MT/Advogado/2015) Rita, por 11 anos, sem interrupção


nem oposição de quem quer que seja, possui, como seu, imóvel no qual
estabeleceu a sua moradia habitual.
Considerando que Rita não possui qualquer título referente à titularidade
proprietária do imóvel, assinale a afirmativa correta.
a) Estando Rita de comprovada boa-fé, e somente nesse caso, poderá adquirir
a propriedade do bem imóvel por meio de ação de usucapião, na qual requeira
ao juiz declaração por sentença, que servirá como título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
b) Independentemente de comprovada boa-fé, Rita poderá adquirir a
propriedade do bem imóvel por meio de ação de usucapião, na qual requeira
ao juiz declaração por sentença, que servirá como título para o registro no
Cartório de Registro de Imóveis
c) Independentemente de agir com boa-fé, Rita não poderá adquirir a
propriedade do bem imóvel por não ter atingido ainda o tempo mínimo da
prescrição aquisitiva, qual seja, quinze anos.
d) Estando Rita de comprovada boa-fé, e somente nesse caso, poderá adquirir
o direito de superfície do bem imóvel por ter atingido o tempo mínimo para a
titularidade, qual seja, cinco anos.

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e) Independentemente de agir com boa-fé, Rita não poderá adquirir a


propriedade do bem imóvel por não haver realizado nele obras ou serviços de
caráter produtivo.

47. (FGV/ISS-Niterói-RJ/Fiscal de Tributos/2015) Após vinte e três anos


exercendo posse mansa e pacífica, com animus domini, de área de trinta e
três mil metros quadrados, Irani ajuizou ação de usucapião do imóvel.
Considerando que foi proferida sentença julgando procedente o pedido, a
qual transitou em julgado, vindo a ser devidamente registrada junto ao
registro de imóveis, é correto afirmar que Irani:
a) continuará sendo mero possuidor por mais três anos, tornando-se
proprietário ao término do referido prazo;
b) tornou-se proprietário quando do registro da referida sentença;
c) tornou-se proprietário quando da prolatação da sentença;
d) tornou-se proprietário quando do trânsito em julgado da sentença;
e) já era proprietário do imóvel, antes mesmo de proferida a sentença de
usucapião.

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6-Gabarito

Gabarito1: A Gabarito17: D Gabarito33: Errado


Gabarito2: B Gabarito18: Certo Gabarito34: Certo
Gabarito3: C Gabarito19: C Gabarito35: Certo
Gabarito4: E Gabarito20: Errado Gabarito36: Errado
Gabarito5: E Gabarito21: Certo Gabarito37: A
Gabarito6: B Gabarito22: Certo Gabarito38: A
Gabarito7: C Gabarito23: Errado Gabarito39: C
Gabarito8: A Gabarito24: Certo Gabarito40: D
Gabarito9: C Gabarito25: A Gabarito41: C
Gabarito10: B Gabarito26: Errado Gabarito42: A
Gabarito11: D Gabarito27: Certo Gabarito43: C
Gabarito12: E Gabarito28: Certo Gabarito44: B
Gabarito13: E Gabarito29: Errado Gabarito45: A
Gabarito14: D Gabarito30: E Gabarito46: B
Gabarito15: Errado Gabarito31: Errado Gabarito47: E
Gabarito16: Certo Gabarito32: Errado

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