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Curso de Direito Civil

Teoria e Questões comentadas


Prof. Wangney Ilco

Professor: Wangney Ilco

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Contratos em espécies

Sumário
1- Contratos em espécie: introdução ...............................................4
2- Compra e venda ..........................................................................4
2.1- Cláusulas Especiais à Compra e Venda ........................................ 9
3- Troca ou permuta ......................................................................11
4- Contrato Estimatório .................................................................12
5- Doação ......................................................................................12
6- Locação de Coisas .....................................................................13
7- Empréstimo: comodato e mútuo................................................16
8- Prestação de serviço .................................................................17
9- Empreitada ...............................................................................18
10- Depósito ...................................................................................22
11- Mandato ....................................................................................24
12- Comissão ..................................................................................25
13- Agência e Distribuição...............................................................26
14- Corretagem ...............................................................................27
15- Transporte ................................................................................28
15.1- Transporte de pessoas ............................................................ 28
15.2- Transporte de coisas ............................................................... 29
16- Seguro ......................................................................................30
17- Constituição de renda ...............................................................32
18- Jogo e aposta ............................................................................32
19- Fiança .......................................................................................33
20- Transação .................................................................................36
21- Compromisso ............................................................................37
22- Questões Propostas ..................................................................38
23- Gabarito ....................................................................................47
24- Questões Comentadas ...............................................................48

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Olá, pessoal! Tudo certinho?


Esperamos que sim!!!
Vamos para mais uma aula. Não esqueçam de usar o nosso fórum para
qualquer tipo de dúvida, seja da nossa disciplina ou não! Estaremos sempre
por lá!!!
Boa aula!!!

“Você não é obrigado a vencer. Você é obrigado a


continuar a tentar fazer o melhor que puder a cada dia”
(Marian Wright Edelman)

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1-Contratos em espécie: introdução

O tema relativo às várias espécies de contratos abrange uma grande


quantidade de dispositivos no CC (art. 481 a 853 do CC). Por ser um assunto
extremamente extenso, abordaremos alguns temas com mais detalhes, e os
outros destacando alguns artigos do Código Civil que proporcionem uma visão
geral do assunto. Agora, para consolidar de vez o aprendizado e saber quais
pontos são mais importantes, só fazendo muitas questões, beleza?

2-Compra e venda

Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a


transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em
dinheiro (art. 481, CC).
A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso,
o contrato ficará sem efeito se esta não vier a existir, salvo se a intenção das
partes era de concluir contrato aleatório.

Se houver contradição
ou diferença com a
Se a venda se entender-se-á que maneira pela qual se
realizar à vista o vendedor descreveu a coisa no
de amostras, assegura ter a coisa contrato
protótipos ou as qualidades que a
modelos elas correspondem prevalece a amostra, o
protótipo ou o
modelo

1. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária – TRF 3ª -


2014) Considere uma venda realizada à vista de amostras, protótipos ou
modelos. Neste caso, de acordo com o Código Civil brasileiro, em regra, a
referida venda é
a) amparada pela legislação sendo que, se houver contradição ou diferença com
a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato de compra e venda,
prevalecerá a amostra, o protótipo ou o modelo.
b) vedada em razão da proibição da celebração de contrato de compra e venda
com base em amostras, protótipos ou modelos.
c) amparada pela legislação sendo que, se houver contradição ou diferença com
a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato de compra e venda,
prevalecerá o contrato celebrado entre as partes.
d) vedada se a celebração do contrato for realizada entre pessoas físicas.

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e) amparada pela legislação sob a condição de que as amostras, protótipos ou


modelos tenham sido aprovados pelos órgãos de fiscalização administrativa,
bem como façam parte integrantes do contrato de compra e venda,
independentemente de descrição da coisa.
Comentários
Letra “a”. Conforme art. 484 do CC, se a venda se realizar à vista de amostras,
protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as
qualidades que a elas correspondem. E, conforme parágrafo único desse artigo,
prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou
diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
Gabarito1: A

A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os


contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não
aceitar a incumbência, o contrato ficará sem efeito, salvo quando acordarem
os contratantes designar outra pessoa. Também se poderá deixar a fixação do
preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros,
desde que suscetíveis de objetiva determinação (art. 487).
Se a venda for convencionada sem fixação de preço ou de critérios para
a sua determinação, e se não houver tabelamento oficial, entende-se que as
partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor. Na
falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.
O contrato de compra e venda é nulo, quando se deixa ao arbítrio
exclusivo de uma das partes a fixação do preço. Ou seja, essa condição não se
refere a um direito potestativo, que nada mais é que aquele direito que uma
das partes possui de aplicar unilateralmente determinada ação a outra parte,
que só pode aceitar, sem contestar, pois, é um direito que não cabe
contestação, é incontroverso.

Salvo de escritura e
a cargo do comprador
cláusula em registro
contrário,
ficarão as
despesas
da tradição a cargo do vendedor

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2. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários –


FUB - 2015) Julgue os itens seguintes, relativos a contratos preliminares,
de permuta, de doação e de compra e venda.
Caso não haja estipulação em contrário no contrato de compra e venda, as
despesas com a escrituração e o registro serão de responsabilidade do
comprador.
Comentários
O item está Certo. Conforme art. 490 do CC, salvo cláusula em contrário,
ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do
vendedor as da tradição.
Gabarito2: Certo

Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a


coisa antes de receber o preço.
Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do
vendedor, e os do preço por conta do comprador. Todavia, os casos fortuitos,
ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se
recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido
postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas,
se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo,
lugar e pelo modo ajustados.
A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á
no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda. Se a coisa for expedida
para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos,
uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele
se afastar o vendedor (art. 494 do CC). Portanto, caso o comprador determine
que a coisa seja expedida para local diverso, ele (o comprador) será responsável
pelos riscos, em regra geral.
Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o
comprador cair em insolvência, o vendedor poderá sobrestar na entrega da
coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.

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A venda de ascendente a
descendente

é anulável

salvo se os outros descendentes e o


cônjuge do alienante expressamente
houverem consentido.

Dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de


bens for o da separação obrigatória.

Destaca-se que é lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação


a bens excluídos da comunhão.

pelos tutores,
curadores, os bens confiados à sua guarda ou
testamenteiros e administração
administradores

os bens ou direitos da pessoa


pelos servidores jurídica a que servirem, ou que
públicos, em geral estejam sob sua administração
direta ou indireta
Sob pena de
nulidade, pelos juízes,
não podem secretários de os bens ou direitos sobre que se
ser tribunais, litigar em tribunal, juízo ou
comprados, arbitradores, peritos e conselho, no lugar onde servirem,
ainda que outros serventuários ou a que se estender a sua
em hasta ou auxiliares da autoridade
pública: justiça

pelos leiloeiros e seus os bens de cuja venda estejam


prepostos encarregados

Essas proibições estendem-se à cessão de crédito

Essa proibição não compreende os casos de compra e venda ou cessão entre


co-herdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já
pertencentes a essas pessoas.

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Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão,


ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos
casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento
da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou
abatimento proporcional ao preço (art. 500 do CC). Representa a venda
estipulada ad mensuram, em contraposição à estipulação ad corpus. Vejamos
as diferenças entre os dois institutos:
- Ad corpus: expressão latina que significa “por inteiro”, “assim como está”. O
preço da propriedade foi estipulado sobre o todo, da forma em que se encontra
diante do comprador, sem qualquer referência quanto a sua metragem. Então,
o imóvel é vendido como coisa certa e discriminada.
- Ad mensuram: o preço da propriedade foi estipulado conforme as suas
dimensões. Ou seja, a transação realizada levou em conta as medidas da área
da propriedade. Portanto, nesta modalidade, houve estipulação do preço por
medida de extensão ou determinou-se a respectiva área. Em caso de diferença
entre a área pactuada e a real, o comprador terá o direito de exigir o
complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a
resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha
motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à
sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.
Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o
imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas
enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo
expresso, ter sido a venda ad corpus (por inteiro, quando se estabelece um
preço pelo todo sem referência às medidas).
Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa,
quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total
enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais
circunstâncias, não teria realizado o negócio. O percentual de 1/20 significa
5%, ok? Portanto, se a diferença não exceder à 5% da área total, não há que
se falar em complemento da área, resolução do contrato ou abatimento
proporcional ao preço. Isso ocorre mesmo no caso de venda ad mensuram. A
ideia desta regra seria um “arredondamento” das dimensões da área. É como
fosse aplicado o princípio da insignificância. No entanto, fica ressalvado ao
comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o
negócio.
Decai do direito de propor essas ações o vendedor ou o comprador que
não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título. Se houver atraso
na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o
prazo de decadência.

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O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos


que gravem a coisa até o momento da tradição. Nas coisas vendidas
conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas.
Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a
estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem
não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si
a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias,
sob pena de decadência.
Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior
valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais,
haverá a parte vendida aos coproprietários, que a quiserem, depositando
previamente o preço.

2.1-Cláusulas Especiais à Compra e Venda

Na sequência, iremos tratar dos principais dispositivos do CC que se


referem às cláusulas especiais de compra e venda, em relação à retrovenda,
a venda a contento e sujeita à prova, a preempção ou preferência, a
venda com reserva de domínio e a venda sobre documentos.

Retrovenda

Venda sobre Venda a


documentos contento

Venda com Preempção


reserva de ou
domínio preferência

A retrovenda é a possibilidade de o vendedor recuperar o imóvel


vendido, no prazo decadencial de 3 anos, prevista no art. 505 do CC, que dispõe
que o vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no
prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e
reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período

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de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de


benfeitorias necessárias.
Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o
vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente.
Verificada a insuficiência do depósito judicial, o vendedor não será restituído no
domínio da coisa, até e enquanto o comprador não for integralmente pago.
A venda a contento possibilita que o comprador receba a coisa e a
recuse caso não seja do seu agrado. Está prevista no art. 509 do CC, que dispõe
que a venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição
suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará
perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
A venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de
que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para
o fim a que se destina. A diferença entre a venda sujeita a prova e a venda a
contento, é que na venda sujeita a prova, o comprador recebe a coisa para
verificar se possui as qualidades e destina-se ao fim proposto; e na venda a
contento o comprador recebe a coisa para verificar se é do seu agrado.
Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu a coisa
comprada, sob condição suspensiva, são as de mero comodatário, enquanto não
manifeste aceitá-la. Não havendo prazo estipulado para a declaração do
comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente,
para que o faça em prazo improrrogável.
A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de
oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento,
para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto (art.
513 do CC).
Portanto, havendo cláusula de preempção (ou preferência) no contrato,
o vendedor terá direito de preferência para adquirir a coisa vendida caso o
comprador resolva vender a coisa comprada. O direito de preferência não se
pode ceder nem passa aos herdeiros.
O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento
e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. Inexistindo prazo
estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se
exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias
subsequentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor.
O comprador responderá por perdas e danos se alienar a coisa sem ter
dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem.
Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.
A venda com reserva de domínio é a venda de coisa móvel, na qual o
vendedor pode reservar para si a propriedade, até que o preço esteja

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integralmente pago. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito


e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.
A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que
o preço esteja integralmente pago. Todavia, o comprador responde pelos riscos
da coisa, a partir de quando lhe foi entregue.

Pela cláusula da reserva de domínio, o


vendedor tem a garantia da propriedade da coisa móvel vendida a prazo
até que seja efetuado o pagamento integralmente do preço, momento em que
será transferido o domínio da coisa ao comprador. A obrigatoriedade da
forma escrita e registrada da cláusula de reserva de domínio também
representa uma proteção ao terceiro de boa-fé, evitando que seja prejudicado
por venda futura do bem sem a observância dessa cláusula. Exemplo é a
aquisição de automóvel comprado por meio de financiamento bancário. A
cláusula de reserva de domínio só poderá ser executada após constituir o
comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial.
Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e
depende de registro no domicílio do comprador para valer contra
terceiros.

Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela


entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo
contrato ou, no silêncio deste, pelos usos. Não havendo estipulação em
contrário, o pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da entrega dos
documentos.

3-Troca ou permuta

A troca ou permuta ocorre quando as partes acordam a transferência


de uma coisa de propriedade de uma das partes por uma coisa de propriedade
da outra parte. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda,
com as seguintes modificações:

Troca ou permuta

• salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por


metade as despesas com o instrumento da troca;

•é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes,


sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante

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4-Contrato Estimatório

O contrato estimatório é o contrato pelo qual ocorre a venda em


consignação. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis
ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço
ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa
consignada.
Logo, há duas partes envolvidas no contrato em consignação
(estimatório): o consignante e o consignatário.
O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a
restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por
fato a ele não imputável.
A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro pelos
credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço. O
consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser
comunicada a restituição.

5-Doação

Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade,


transfere bens ou vantagens do seu patrimônio para o de outra. O doador pode
fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde
que o donatário, ciente do prazo, dentro dele não faça a declaração, entender-
se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. A
doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor,
se a tradição lhe seguir incontinenti (sem interrupções).
A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante
legal (art. 542 do CC). Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se
a aceitação, desde que se trate de doação pura.
É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda
suficiente para a subsistência do doador. Nula é também a doação quanto à
parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia
dispor em testamento.
A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo
outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de
dissolvida a sociedade conjugal.
Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma
pessoa entende-se distribuída entre elas por igual. Se os donatários, em tal

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caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge


sobrevivo (sobrevivente).
A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver
constituída regularmente.
A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por
inexecução do encargo (art. 555 do CC).

Podem ser revogadas por


Não se revogam por ingratidão: ingratidão as doações:

• as doações puramente • se o donatário atentou contra a


remuneratórias; vida do doador ou cometeu crime
• as oneradas com encargo já de homicídio doloso contra ele;
cumprido; • se cometeu contra ele ofensa
• as que se fizerem em física;
cumprimento de obrigação • se o injuriou gravemente ou o
natural; caluniou;
• as feitas para determinado • se, podendo ministrá-los,
casamento. recusou ao doador os alimentos
de que este necessitava.

6-Locação de Coisas

Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por


tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa
retribuição.
Se, durante a locação, a coisa alugada se deteriorar, sem culpa do
locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o
contrato, caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava.

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O locador é obrigado: O locatário é obrigado:

a entregar ao locatário a coisa a servir-se da coisa alugada para os


alugada, com suas pertenças, em usos convencionados ou
estado de servir ao uso a que se presumidos, conforme a natureza
destina, e a mantê-la nesse estado, dela e as circunstâncias, bem como
pelo tempo do contrato, salvo tratá-la com o mesmo cuidado como
cláusula expressa em contrário se sua fosse

a pagar pontualmente o aluguel nos


a garantir-lhe, durante o tempo do prazos ajustados, e, em falta de
contrato, o uso pacífico da coisa ajuste, segundo o costume do lugar

a levar ao conhecimento do locador


as turbações de terceiros, que se
pretendam fundadas em direito

a restituir a coisa, finda a locação,


no estado em que a recebeu, salvas
as deteriorações naturais ao uso
regular

Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado, ou do a


que se destina, ou se ela se danificar por abuso do locatário, o locador poderá,
além de rescindir o contrato, exigir perdas e danos.
Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do vencimento o
locador não poderá reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário as
perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador, senão
pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato. O locatário gozará
do direito de retenção, enquanto não for ressarcido.
A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo
estipulado, independentemente de notificação ou aviso. Se, findo o prazo, o
locatário continuar na posse da coisa alugada, sem oposição do locador,
presumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo aluguel, mas sem prazo
determinado.

3. (CESPE - Defensor Público – DPE/PE - 2015) A respeito


da responsabilidade civil, da posse, do usufruto, do contrato de locação e das
práticas comerciais no âmbito do direito do consumidor, julgue os itens que
se seguem.
Se um contrato de locação de imóvel urbano residencial for estipulado com
prazo de duração de trinta e seis meses, findo esse prazo, deverá o locador
notificar o locatário para que se opere a resolução do contrato.
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O item está Errado. Conforme art. 573 do CC, a locação por tempo determinado
cessa de pleno direito findo o prazo estipulado, independentemente de
notificação ou aviso.
Gabarito3: Errado

Se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, enquanto a tiver


em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá pelo dano que ela
venha a sofrer, embora proveniente de caso fortuito. Se o aluguel arbitrado for
manifestamente excessivo, poderá o juiz reduzi-lo, mas tendo sempre em conta
o seu caráter de penalidade.
Morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus herdeiros a
locação por tempo determinado.
Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção, no
caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas
houverem sido feitas com expresso consentimento do locador.

4. (CESPE - Procurador do Distrito Federal – PGDF/DF -


2013) Acerca da locação de imóveis urbanos, julgue os próximos itens.
Nos contratos de locação, não é válida a cláusula de renúncia à indenização das
benfeitorias e ao direito de retenção, uma vez que tais garantias são fixadas no
Código Civil e na Lei de Locações, respectivamente.
Comentários
O item está Errado. Conforme art. 578 do CC, salvo disposição em contrário, o
locatário goza do direito de retenção, no caso de benfeitorias necessárias, ou
no de benfeitorias úteis, se estas houverem sido feitas com expresso
consentimento do locador. Portanto, o CC prevê a possibilidade de haver
disposição em contrário.
Gabarito4: Errado

Obs.: Contrato de Locação predial urbano (Lei nº 8.245/91 – Lei do


Inquilinato): as disposições do CC são aplicadas de forma supletiva. A lei do
inquilinato é aplicada à locação de imóveis urbanos para fins residenciais ou
comerciais. Conforme a lei do inquilinato, são os seguintes os tipos de contrato
de locação:

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Prazo certo ou >= 30 meses - escrito


Residencial
Prazo indeterminado ou <= 30 meses -
escrito ou verbal

Locação Locação comercial com ou sem direito à


Não-
(lei 8.245/91) renovatória. Também pode envolver a
residencial
prestação de serviços.

Especial Locação por temporada - máx. 90 dias

7-Empréstimo: comodato e mútuo

O empréstimo pode ser de:

comodato mútuo

empréstimo gratuito de empréstimo de coisas


coisas não fungíveis fungíveis

O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-


se com a tradição do objeto. O comodatário é obrigado a conservar a coisa
emprestada como se fosse sua própria, não podendo usá-la senão de acordo
com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos.
O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a
restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero,
qualidade e quantidade. Este empréstimo transfere o domínio da coisa
emprestada ao mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a
tradição.
O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento
o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica.

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se o mútuo for de
até a próxima produtos agrícolas,
colheita assim para o consumo,
como para semeadura
Não se tendo
convencionado de trinta dias, pelo
expressamente se for de dinheiro
menos
o prazo do mútuo
será:
do espaço de tempo
se for de qualquer outra
que declarar o
coisa fungível
mutuante

8-Prestação de serviço

A prestação de serviço é o contrato no qual uma das partes presta um


serviço mediante remuneração da outra parte. A prestação de serviço, que não
estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições
do CC.
Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode
ser contratada mediante retribuição (art. 594 do CC). A retribuição pagar-se-á
depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de
ser adiantada, ou paga em prestações.
Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo entre as partes, fixar-
se-á a retribuição por arbitramento, segundo o costume do lugar, o tempo de
serviço e sua qualidade.
No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não
souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito
por duas testemunhas.
A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro
anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o
presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra. Neste caso,
decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda que não concluída
a obra.
Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do
contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante
prévio aviso, pode resolver o contrato.

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Dar-se-á o aviso:

com antecedência com antecipação de


de véspera
de oito dias quatro dias

se o salário se houver se o salário se tiver quando se tenha


fixado por tempo de ajustado por contratado por
um mês, ou mais semana, ou quinzena menos de sete dias

Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de


serviço, por culpa sua, deixou de servir.
O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra
determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de
preenchido o tempo, ou concluída a obra.
Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte
será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que
lhe tocaria de então ao termo legal do contrato (art. 603 do CC).
Nem aquele a quem os serviços são prestados, nem o prestador de
serviços, poderá transferir a outrem o direito aos serviços ajustados, sem
aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste.
Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação, ou
não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, quem os prestou não
poderá cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho
executado.
Mas se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem
o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé;
porém, isso não se aplica quando a proibição da prestação de serviço resultar
de lei de ordem pública.
O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das
partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela
rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer
das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por
força maior.

9-Empreitada

O contrato de empreitada é aquele contratado para execução de uma


obra.

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O empreiteiro de uma obra pode


contribuir para execução da obra

só com seu com seu trabalho e


trabalho com os materiais

Quando o empreiteiro fornece


os materiais, correm por sua
Se o empreiteiro conta os riscos até o momento
só forneceu mão- da entrega da obra, a contento
de-obra, todos os de quem a encomendou, se
riscos em que não este não estiver em mora de
tiver culpa receber. Mas se estiver, por sua
correrão por conta conta correrão os riscos.
do dono.
A obrigação de fornecer os
materiais não se presume;
resulta da lei ou da vontade
das partes.

Destaca-se que o contrato para elaboração de um projeto não implica a


obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.
Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se
determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique
por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o
pagamento na proporção da obra executada.
Tudo o que se pagou presume-se verificado. O que se mediu presume-se
verificado se, em trinta dias, a contar da medição, os vícios ou defeitos não
forem denunciados pelo dono da obra ou por quem estiver incumbido da sua
fiscalização.
O empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que recebeu, se os
inutilizar por imperícia ou negligência.

durante o prazo
Nos contratos de irredutível de cinco
empreitada de anos
pela solidez e
edifícios ou outras
segurança do
construções
trabalho, assim em
consideráveis, o
razão dos materiais,
empreiteiro de
como do solo.
materiais e execução
responderá

Decairá desse direito o dono da obra que não propuser a ação contra o
empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou
defeito.

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Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de


executar uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não terá
direito a exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modificações
no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do dono da obra.
Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra é
obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for
arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas visitas, não podia
ignorar o que se estava passando, e nunca protestou.
Se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão-de-obra
superior a um décimo do preço global convencionado, poderá este ser revisto,
a pedido do dono da obra, para que se lhe assegure a diferença apurada.
Sem anuência de seu autor, o proprietário da obra não pode introduzir
modificações no projeto por ele aprovado, ainda que a execução seja confiada
a terceiros, a não ser que, por motivos supervenientes ou razões de ordem
técnica, fique comprovada a inconveniência ou a excessiva onerosidade de
execução do projeto em sua forma originária.
Essa proibição não abrange alterações de pouca monta, ressalvada
sempre a unidade estética da obra projetada.
Mesmo após iniciada a construção, o dono da obra pode suspendê-la,
desde que pague ao empreiteiro as despesas e lucros relativos aos serviços já
feitos, mais indenização razoável, calculada em função do que ele teria ganho,
se concluída a obra.
Suspensa a execução da empreitada sem justa causa, o empreiteiro
responde por perdas e danos.

por culpa do dono, ou por motivo de força maior

O quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem


empreiteiro dificuldades imprevisíveis de execução, resultantes de
poderá causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes, de
suspender modo que torne a empreitada excessivamente onerosa, e o
a obra: dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao
projeto por ele elaborado, observados os preços
se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e
natureza, forem desproporcionais ao projeto aprovado,
ainda que o dono se disponha a arcar com o acréscimo de
preço

O contrato de empreitada não se extingue pela morte de qualquer das


partes, salvo se ajustado em consideração às qualidades pessoais do
empreiteiro.

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5. (FCC - Técnico Judiciário - Área Judiciária e


Administrativa – TJAP/AP - 2014) A respeito do contrato de empreitada,
considere:
I. Em regra, extingue-se o contrato de empreitada em caso de falecimento de
quaisquer das partes.
II. Se o empreiteiro, por imperícia ou negligência, deteriorar os materiais que
recebeu do proprietário, inutilizando-os, é obrigado a pagar por eles.
III. O empreiteiro responde por perdas e danos se suspender a execução da
empreitada sem justa causa.
IV. O proprietário pode, como regra, alterar o projeto da obra, mesmo sem a
anuência de seu autor.
De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma em
a) I, II, III e IV.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) I e II, apenas.
Comentários
Letra “b”. O item I está errado. Conforme art. 626 do CC, não se extingue o
contrato de empreitada pela morte de qualquer das partes, salvo se ajustado
em consideração às qualidades pessoais do empreiteiro.
O item II está certo. Conforme art. 617 do CC, o empreiteiro é obrigado a pagar
os materiais que recebeu, se por imperícia ou negligência os inutilizar.
O item III está certo. Conforme art. 624 do CC, suspensa a execução da
empreitada sem justa causa, responde o empreiteiro por perdas e danos.
O item IV está errado. Conforme art. 621 do CC, sem anuência de seu autor,
não pode o proprietário da obra introduzir modificações no projeto por ele
aprovado, ainda que a execução seja confiada a terceiros, a não ser que, por
motivos supervenientes ou razões de ordem técnica, fique comprovada a
inconveniência ou a excessiva onerosidade de execução do projeto em sua
forma originária.
Gabarito5: B

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10-Depósito

O depósito pode ser voluntário ou necessário (obrigatório). Pelo


contrato de depósito o depositário recebe um objeto móvel, para guardar, até
que o depositante o reclame.
O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa
depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem
como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o depositante o
exija.
O contrato de depósito voluntário é gratuito, exceto se, se resultante
de atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão.

O contrato de depósito é gratuito, exceto se:

houver convenção em resultante de o depositário o praticar


contrário atividade negocial por profissão
OU

Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constar de


lei, nem resultar de ajuste, será determinada pelos usos do lugar, e, na falta
destes, por arbitramento.
Salvo disposição em contrário, a restituição da coisa deve dar-se no lugar
em que tiver de ser guardada. As despesas de restituição correm por conta do
depositante.
Se a coisa houver sido depositada no interesse de terceiro, e o depositário
tiver sido cientificado deste fato pelo depositante, não poderá ele exonerar-se
restituindo a coisa a este, sem consentimento daquele.
Ao depositário será facultado requerer depósito judicial da coisa,
quando, por motivo plausível, não a possa guardar, e o depositante não queira
recebê-la.
O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que
lhe valha a escusa, terá de prová-los.
O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com
a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem. O depositário poderá reter o
depósito até que se lhe pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas,
ou dos prejuízos que do depósito provierem, provando imediatamente esses
prejuízos ou essas despesas.

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Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não forem provados


suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução idônea
do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o Depósito Público,
até que se liquidem.
O depósito de coisas fungíveis, em que o depositário se obrigue a
restituir objetos do mesmo gênero, qualidade e quantidade, regular-se-á pelo
disposto acerca do mútuo.
O depósito voluntário provar-se-á por escrito.

o que se faz em desempenho de obrigação legal

É depósito
necessário: o que se efetua por ocasião de alguma calamidade,
como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o
saque

O depósito necessário não se presume gratuito. Na hipótese do depósito


das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem, a
remuneração pelo depósito está incluída no preço da hospedagem.
Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir
quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um
ano, e ressarcir os prejuízos.

6. (FCC - Analista Judiciário - Área Oficial de Justiça


Avaliador Federal – TRF 3ª - 2014) No tocante ao depósito, considere as
seguintes assertivas:
I. O depósito necessário não se presume gratuito.
II. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o
restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não
excedente a dois anos.
III. No depósito voluntário, em regra, a restituição da coisa deve dar-se
no lugar em que tiver de ser guardada. As despesas de restituição
correm por conta do depositante.
IV. No depósito voluntário, o depositante é obrigado a pagar ao
depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos que do
depósito provierem.
De acordo com o Código Civil brasileiro, está coreto o que consta APENAS
em

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a) III e IV.
b) I, II e III.
c) II e IV.
d) I.
e) I, III e IV.
Comentários
Letra “e”. O item I está certo. Conforme art. 651 do CC, o depósito necessário
não se presume gratuito. O item II está errado. Conforme art. 652 do CC, seja
o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir quando
exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, e
ressarcir os prejuízos. O item III está certo. Conforme art. 631 do CC, salvo
disposição em contrário, a restituição da coisa deve dar-se no lugar em que
tiver de ser guardada. As despesas de restituição correm por conta do
depositante. O item IV está certo. Conforme art. 643 do CC, o depositante é
obrigado a pagar ao depositário as despesas feitas com a coisa, e os prejuízos
que do depósito provierem.
Gabarito6: E

11-Mandato

Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em


seu nome, praticar atos ou administrar interesses. O instrumento do mandato
é a procuração.
Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante
instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi
passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da
outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. O terceiro com
quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma
reconhecida.
Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode
substabelecer-se (transferir os poderes) mediante instrumento particular.
O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito. A outorga do
mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se
admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito.
O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada
retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário
trata por ofício ou profissão lucrativa.

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Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista


em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos
do lugar, ou, na falta destes, por arbitramento.
A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de
execução.
O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente,
ou geral a todos os do mandante. O mandato em termos gerais só confere
poderes de administração. Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros
quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração
de poderes especiais e expressos.
Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem
poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram
praticados, salvo se este os ratificar. A ratificação há de ser expressa, ou
resultar de ato inequívoco, e retroagirá à data do ato.

pela revogação ou renúncia

pela morte ou interdição de uma das partes


Cessa o
mandato: pela mudança de estado que inabilite o
mandante a conferir os poderes, ou o mandatário
para os exercer

pelo término do prazo ou pela conclusão do


negócio

A revogação do mandato, notificada somente ao mandatário, não se


pode opor aos terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele trataram; mas
ficam salvas ao constituinte as ações que no caso lhe possam caber contra o
procurador.
Tanto que for comunicada ao mandatário a nomeação de outro, para o
mesmo negócio, considerar-se-á revogado o mandato anterior.
O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe dizem respeito,
constantes da legislação processual, e, supletivamente, às estabelecidas no CC.

12-Comissão

O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens


pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente. Caso não seja
estipulada a remuneração devida ao comissário, ela será arbitrada segundo os
usos correntes no lugar.

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No desempenho das suas incumbências, o comissário é obrigado a agir


com cuidado e diligência, não só para evitar qualquer prejuízo ao comitente,
mas ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente se podia esperar do
negócio. O comissário responderá, salvo motivo de força maior, por qualquer
prejuízo que, por ação ou omissão, ocasionar ao comitente.
Presume-se o comissário autorizado a conceder dilação do prazo para
pagamento, na conformidade dos usos do lugar onde se realizar o negócio, se
não houver instruções diversas do comitente.
Para reembolso das despesas feitas, bem como para recebimento das
comissões devidas, o comissário tem direito de retenção sobre os bens e valores
em seu poder em virtude da comissão.
São aplicáveis à comissão, no que couber, as regras sobre mandato.

13-Agência e Distribuição

Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual


e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra,
mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada,
caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa
a ser negociada. O proponente pode conferir poderes ao agente para que este
o represente na conclusão dos contratos.
Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais
de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência; nem pode o agente
assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de
outros proponentes.

Contratos de Agência
e de distribuição

Atuam de forma São consensuais,


não eventual ou onerosos, típicos. DESPESAS INDENIZAÇÃO
continuada para a O agente ou Com a agência ou Direito do
promoção dos distribuidor são distribuição são por agente ou
negócios do retribuídos conta do agente ou distribuidor se o
proponente conforme os distribuidor, embora proponente
(fornecedor) sem serviços prestados atuem por conta do cessar o
vínculo ao proponente no proponente, salvo contrato sem
empregatício e sentido de escoar a disposição em justa causa ou
dentro de zona sua produção ou contrário reduzí-lo.
determinada estoque

O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com toda
diligência, atendo-se às instruções recebidas do proponente. Salvo estipulação

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diversa, todas as despesas com a agência ou distribuição correm a cargo do


agente ou distribuidor.
Se o contrato for por tempo indeterminado, qualquer das partes poderá
resolvê-lo, mediante aviso prévio de noventa dias, desde que transcorrido
prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente.
No caso de divergência entre as partes, o juiz decidirá da razoabilidade do prazo
e do valor devido.
Aplicam-se ao contrato de agência e distribuição, no que couber, as
regras concernentes ao mandato e à comissão e as constantes de lei especial.

14-Corretagem

Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude


de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência,
obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções
recebidas.
O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e prudência,
e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o
andamento do negócio. Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor
prestará ao cliente todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do risco
do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que possam influir nos
resultados da incumbência.
A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada
entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais.
A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado
previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive em virtude
de arrependimento das partes.
Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes, nenhuma
remuneração será devida ao corretor; mas se, por escrito, for ajustada a
corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à remuneração
integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se
comprovada sua inércia ou ociosidade.
Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dispensar o
corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua mediação,
a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se o negócio se realizar
após a decorrência do prazo contratual, mas por efeito dos trabalhos do
corretor.
Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um corretor, a
remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário.

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Os preceitos sobre corretagem constantes no CC não excluem a aplicação


de outras normas da legislação especial.

15-Transporte

Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a


transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas.
Aos contratos de transporte, em geral, são aplicáveis, quando couber,
desde que não contrariem as disposições do CC, os preceitos constantes da
legislação especial e de tratados e convenções internacionais.
Nos contratos de transporte cumulativo, no qual há mais de um
transportador para um determinado percurso, cada transportador se obriga a
cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos
danos nele causados a pessoas e coisas.
O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será
determinado em razão da totalidade do percurso. Se houver substituição de
algum dos transportadores no decorrer do percurso, a responsabilidade solidária
estender-se-á ao substituto.

15.1-Transporte de pessoas

Bem, o transportador responde pelos danos causados às pessoas


transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula
qualquer cláusula excludente da responsabilidade. Ainda, é lícito ao
transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da
indenização.
Além disso, a responsabilidade contratual do transportador por acidente
com o passageiro não é elidida (afastada) por culpa de terceiro, contra o qual
tem ação regressiva.
Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito
gratuitamente, por amizade ou cortesia. Não se considera gratuito o transporte
quando, embora feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens
indiretas.
O transportador não pode recusar passageiros, salvo os casos previstos
nos regulamentos, ou se as condições de higiene ou de saúde do interessado o
justificarem.
O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte antes de
iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da passagem, desde
que feita a comunicação ao transportador em tempo de ser renegociada.

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Ao passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo depois de


iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente ao
trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido
transportada em seu lugar.
Não terá direito ao reembolso do valor da passagem o usuário que deixar
de embarcar, salvo se provado que outra pessoa foi transportada em seu lugar,
caso em que lhe será restituído o valor do bilhete não utilizado.
Nessas hipóteses, o transportador terá direito de reter até cinco por
cento da importância a ser restituída ao passageiro, a título de multa
compensatória.
Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à vontade do
transportador, ainda que em consequência de evento imprevisível, fica ele
obrigado a concluir o transporte contratado em outro veículo da mesma
categoria, ou, com a anuência do passageiro, por modalidade diferente, à sua
custa, correndo também por sua conta as despesas de estada e alimentação do
usuário, durante a espera de novo transporte.
O transportador, uma vez executado o transporte, tem direito de
retenção sobre a bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste, para
garantir-se do pagamento do valor da passagem que não tiver sido feito no
início ou durante o percurso.

15.2-Transporte de coisas

A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada pela sua


natureza, valor, peso e quantidade, e o mais que for necessário para que não
se confunda com outras, devendo o destinatário ser indicado ao menos pelo
nome e endereço.
Ao receber a coisa, o transportador emitirá conhecimento com a menção
dos dados que a identifiquem, obedecido o disposto em lei especial.
O transportador poderá exigir que o remetente lhe entregue,
devidamente assinada, a relação discriminada das coisas a serem
transportadas, em duas vias, uma das quais, por ele devidamente autenticada,
ficará fazendo parte integrante do conhecimento.
Em caso de informação inexata ou falsa descrição nesse documento, será
o transportador indenizado pelo prejuízo que sofrer, devendo a ação respectiva
ser ajuizada no prazo de cento e vinte dias, a contar daquele ato, sob pena
de decadência.
O transportador poderá recusar a coisa cuja embalagem seja
inadequada, bem como a que possa pôr em risco a saúde das pessoas, ou
danificar o veículo e outros bens.

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O transportador deverá obrigatoriamente recusar a coisa cujo transporte


ou comercialização não sejam permitidos, ou que venha desacompanhada dos
documentos exigidos por lei ou regulamento.
Até a entrega da coisa, o remetente pode desistir do transporte e pedi-la
de volta, ou ordenar seja entregue a outro destinatário, pagando, em ambos os
casos, os acréscimos de despesa decorrentes da contra-ordem, mais as perdas
e danos que houver.
A responsabilidade do transportador, limitada ao valor constante do
conhecimento, começa no momento em que ele, ou seus prepostos, recebem
a coisa; termina quando é entregue ao destinatário, ou depositada em juízo,
se aquele não for encontrado.
A coisa, depositada ou guardada nos armazéns do transportador, em
virtude de contrato de transporte, rege-se, no que couber, pelas disposições
relativas a depósito.
Havendo dúvida acerca de quem seja o destinatário, o transportador deve
depositar a mercadoria em juízo, se não lhe for possível obter instruções do
remetente; se a demora puder ocasionar a deterioração da coisa, o
transportador deverá vendê-la, depositando o saldo em juízo.
No caso de transporte cumulativo, todos os transportadores respondem
solidariamente pelo dano causado perante o remetente, ressalvada a
apuração final da responsabilidade entre eles, de modo que o ressarcimento
recaia, por inteiro, ou proporcionalmente, naquele ou naqueles em cujo
percurso houver ocorrido o dano.

16-Seguro

Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento


do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a
coisa, contra riscos predeterminados. Somente pode ser parte, no contrato
de seguro, como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.
O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete
do seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do
respectivo prêmio.
A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita com a
declaração dos elementos essenciais do interesse a ser garantido e do risco.
A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou ao
portador, e mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua validade,
o limite da garantia e o prêmio devido, e, quando for o caso, o nome do segurado
e o do beneficiário. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não podem ser
ao portador.

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Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato doloso


do segurado, do beneficiário, ou de representante de um ou de outro.
Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no
pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação (pagamento
da dívida).
O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na
execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito do
objeto como das circunstâncias e declarações a ele concernentes.
Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em
previsão do qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio.
Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações
inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta
ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar obrigado ao
prêmio vencido.
Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do
segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo
após o sinistro, a diferença do prêmio.
O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o
risco objeto do contrato.
O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo
incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de
perder o direito à garantia, se provar que silenciou de má-fé.
O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebimento
do aviso da agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe ciência,
por escrito, de sua decisão de resolver o contrato.
A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser
restituída pelo segurador a diferença do prêmio.
Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso do contrato
não acarreta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução do risco for
considerável, o segurado poderá exigir a revisão do prêmio, ou a resolução do
contrato.
O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o risco de
que o segurado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice, pagará
em dobro o prêmio estipulado.
A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante expressa
cláusula contratual, não poderá operar mais de uma vez.
O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultante do
risco assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa.

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O CC traz, ainda, disposições específicas acerca do seguro de dano (art.


778 a 788) e do seguro de pessoa (art. 789 a 802.)

17-Constituição de renda

Pelo contrato de constituição de renda, uma pessoa pode obrigar-se para


com outra a uma prestação periódica, a título gratuito. O contrato pode ser
também a título oneroso, entregando-se bens móveis ou imóveis à pessoa
que se obriga a satisfazer as prestações a favor do credor ou de terceiros.
O contrato de constituição de renda requer escritura pública. O contrato
de constituição de renda será feito a prazo certo, ou por vida, podendo
ultrapassar a vida do devedor mas não a do credor, seja ele o contratante, seja
terceiro.
É nula a constituição de renda em favor de pessoa já falecida, ou que,
nos trinta dias seguintes, vier a falecer de moléstia que já sofria, quando foi
celebrado o contrato.
Os bens dados em compensação da renda caem, desde a tradição, no
domínio da pessoa que por aquela se obrigou.
Se o rendeiro, ou censuário, deixar de cumprir a obrigação estipulada, o
credor da renda poderá acioná-lo, tanto para que lhe pague as prestações
atrasadas como para que lhe dê garantias das futuras, sob pena de rescisão do
contrato.
O credor adquire o direito à renda dia a dia, se a prestação não houver
de ser paga adiantada, no começo de cada um dos períodos prefixos.
Quando a renda for constituída em benefício de duas ou mais pessoas,
sem determinação da parte de cada uma, entende-se que os seus direitos são
iguais; e, salvo estipulação diversa, os sobrevivos não adquirirão direito à parte
dos que morrerem.

18-Jogo e aposta

As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se


pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha
por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou envolva
reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade resultante
não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé. Esse preceito tem aplicação, ainda

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que se trate de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas


legalmente permitidos.
Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos para o
vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou artística, desde
que os interessados se submetam às prescrições legais e regulamentares.
Não se pode exigir reembolso do que se emprestou para jogo ou aposta,
no ato de apostar ou jogar.

19-Fiança

Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma


obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra (art. 818 do CC).
Portanto, caso o devedor não cumpra a obrigação, caberá ao fiador cumpri-la.

A fiança

não admite
dar-se-á por E interpretação
escrito
extensiva

Pode ser estipulada, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a


sua vontade.

As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso,
não será demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do
principal devedor (art. 821 do CC). Portanto, se for referente a obrigação
futura, só se demandará o fiador quando a obrigação for líquida e certa.
A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída
em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais
onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada.

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todos os acessórios
da dívida principal

Não sendo a fiança


limitada compreenderá
inclusive as
despesas judiciais,
desde a citação do
fiador

As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade


resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor; o que não abrange o caso
de mútuo feito a menor.
Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor não pode ser
obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea, domiciliada no município onde
tenha de prestar a fiança, e não possua bens suficientes para cumprir a
obrigação.
Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, o credor poderá exigir que
seja substituído.

se ele o renunciou
expressamente
Não
O fiador demandado aproveita
pelo pagamento da este benefício se se obrigou como
dívida tem direito a ao fiador: principal pagador, ou
exigir, até a devedor solidário
contestação da lide,
que sejam primeiro se o devedor for
executados os bens insolvente, ou falido
do devedor

O fiador que alegar o benefício de ordem


deve nomear bens do devedor, sitos no
mesmo município, livres e desembargados,
quantos bastem para solver o débito

Obs.: BENEFÍCIO DE ORDEM => a dívida ser primeiro cobrada do devedor


principal, para, posteriormente, ser cobrada do fiador. É a regra.
Portanto, no contrato de fiança, a regra é o benefício de ordem, onde o
fiador seria executado após o devedor. Ou seja, o fiador responde
subsidiariamente pelas dívidas do seu afiançado. Esta é a regra. Porém, como
no esquema acima, o benefício de ordem poderá não ser aplicado ao fiador, que
passará a ser responsável solidário ao devedor. No caso específico da renúncia
ao benefício de ordem (art. 828, I, CC) em contrato de fiança, a cláusula de

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renúncia antecipada ao benefício de ordem quando inserida em contrato de


adesão é nula.
A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa
importa o compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não
se reservarem o benefício de divisão. Se for estipulado este benefício, cada
fiador responde unicamente pela parte que, em proporção, lhe couber no
pagamento.
O devedor responde também perante o fiador por todas as perdas e
danos que este pagar, e pelos que sofrer em razão da fiança.
O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação
de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da
fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor.
A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a responsabilidade da
fiança se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode
ultrapassar as forças da herança.

se, sem
o credor conceder
consentimento
moratória ao devedor
seu

O fiador, ainda for impossível a sub-


se, por fato do
que solidário, rogação nos seus direitos e
credor
ficará preferências
desobrigado:
aceitar amigavelmente do
se o credor, em devedor objeto diverso do
pagamento da que este era obrigado a lhe
dívida dar, ainda que depois venha
a perdê-lo por evicção

7. (VUNESP - Juiz Leigo – TJRJ/RJ - 2014) A fiança


a) admite interpretação extensiva.
b) pode ser concedida às obrigações nulas, ainda não declaradas.
c) dar-se-á de forma verbal ou escrita.
d) deve ser concedida apenas com o consentimento do devedor.
e) pode ser de valor inferior ao da obrigação principal.
Comentários
Letra “e”. Conforme art. 823 do CC, a fiança pode ser de valor inferior ao da
obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando

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exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao
limite da obrigação afiançada.
As letras “a” e “c” estão erradas, pois, conforme art. 819 do CC, a fiança dar-
se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
A letra “b” está errada, pois, conforme art. 824 do CC, as obrigações nulas não
são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapacidade
pessoal do devedor.
A letra “d” está errada, pois, conforme art. 820 do CC, pode-se estipular a
fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
Gabarito7: E

20-Transação

A transação está associada a um acordo entre as partes, de forma que


realizem concessões mútuas para extinguir a obrigação. Conforme art. 840
do CC, é lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante
concessões mútuas.
Destaca-se que só se permite a transação quanto a direitos patrimoniais
de caráter privado.

A transação far-se-
á por

escritura pública instrumento particular

nas obrigações em que a nas obrigações que a lei


lei o exige admite

Se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura


pública, ou por termo nos autos, assinado pelos transigentes e
homologado pelo juiz.

A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem,


apenas se declaram ou reconhecem direitos. A transação não aproveita, nem

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prejudica senão aos que nela intervierem, ainda que diga respeito a coisa
indivisível.
Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador. Se entre
um dos credores solidários e o devedor, extingue a obrigação deste para com
os outros credores. Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue
a dívida em relação aos co-devedores.
Se qualquer uma das cláusulas da transação for nula, ela será nula.
Quando a transação versar sobre diversos direitos contestados,
independentes entre si, o fato de não prevalecer em relação a um não
prejudicará os demais.
A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à
pessoa ou coisa controversa. A transação não se anula por erro de direito a
respeito das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes.
É nula a transação a respeito do litígio decidido por sentença passada em
julgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título
ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o
objeto da transação.

21-Compromisso

O compromisso é um acordo entre as partes para resolução de litígios.


Pode ser realizado judicial ou extrajudicialmente.

É vedado compromisso: É admitido compromisso:

• para solução de questões de • judicial ou extrajudicial, para


estado, de direito pessoal de resolver litígios entre pessoas que
família e de outras que não podem contratar
tenham caráter estritamente •Admite-se nos contratos a
patrimonial cláusula compromissória, para
resolver divergências mediante
juízo arbitral, na forma
estabelecida em lei especial

Então, meus amigos e minhas amigas! Aqui encerra-se a parte teórica da aula
de hoje!!! Que tal exercitarmos o que vimos hoje? Então, vamos lá!!!

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22-Questões Propostas

8. (VUNESP - Outorga de Delegações de Notas e de Registro - Área


Provimento – TJSP/SP - 2014) De acordo com o Código Civil, é correto
afirmar que
a) na venda de coisa móvel ou imóvel, com reserva de domínio, pode o
vendedor reservar para si a propriedade, sob condição resolutiva, até que o
preço esteja integralmente pago.
b) o vendedor de coisa imóvel ou móvel pode reservar-se o direito de recobrá-
la no prazo máximo de decadência de cinco anos, restituindo o preço
recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que,
durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita,
ou para a realização de benfeitorias necessárias.
c) no contrato de permuta, é nula de pleno direito a troca de imóveis com
valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos
outros descendentes e do cônjuge do alienante, ainda que casado sob o
regime da separação obrigatória.
d) em caso de preempção, responderá por perdas e danos o comprador, se
alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens
que por ela lhe oferecem, assim como o adquirente, solidariamente, se tiver
procedido de má-fé.

9. (FUNCERN - Advogado – IFRN - 2012) Conforme previsto no Código Civil,


a doação
a) feita a entidade futura caducará , em doze meses, se a entidade não estiver
constituída legalmente.
b) pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do
encargo.
c) feita a mais de uma pessoa, deve, expressamente, mencionar a distribuição
entre elas, sob pena de nulidade.
d) pode ser anulada pelo outro cônjuge, até dez anos depois de dissolvida a
sociedade conjugal, quando ela for feita do cônjuge adúltero ao seu
cúmplice.

10. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários – FUB - 2015)


Julgue os itens seguintes, relativos a contratos preliminares, de permuta,
de doação e de compra e venda.

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É permitida a doação de bens imóveis ao nascituro por instrumento público ou


particular, sendo necessária a anuência do respectivo representante legal.

11. (VUNESP - Advogado – Desenvolve/SP - 2014) Em caso de alienação


de bem móvel alugado, o adquirente
a) poderá notificar o locatário para devolução do bem em 90 (noventa) dias, se
houver cláusula de vigência em caso de alienação.
b) estará obrigado a respeitar o contrato de locação, se houver cláusula de
vigência em caso de alienação, independentemente de haver registro do
contrato no cartório competente.
c) deverá respeitar o contrato de locação, havendo ou não cláusula de vigência
em caso de alienação, na medida em que o locatário é parte estranha à
compra e venda.
d) estará obrigado a respeitar o contrato de locação, se houver cláusula de
vigência em caso de alienação, bem como registro no cartório competente.
e) poderá requerer a devolução do bem tão somente se o locatário foi
previamente notificação acerca da compra e venda e não apresentou
qualquer espécie de oposição.

12. (FCC - Analista Judiciário - Área Oficial de Justiça Avaliador Federal


– TRF 3ª - 2014) Marcia celebrará contrato de compra e venda de imóvel
com Isaías possuindo a intensão de estipular cláusula especial de
retrovenda. No tocante à retrovenda, Márcia
a) terá que respeitar o prazo decadencial máximo de dois anos previsto no
Código Civil brasileiro.
b) terá que respeitar o prazo prescricional máximo de doze meses previsto no
Código Civil brasileiro.
c) poderá estipular qualquer prazo uma vez que o Código Civil brasileiro não
limita o tempo para o exercício da retomada do imóvel.
d) terá que respeitar o prazo decadencial máximo de três anos previsto no
Código Civil brasileiro.
e) poderá estipular prazo não superior a cinco anos, sendo que este prazo, em
casos excepcionais, poderá ser aumentado conjuntamente pelas partes.

13. (FCC - Advogado – SABESP/SP - 2014) De acordo com o Código Civil


atual, na empreitada:
a) a obrigação de fornecer os materiais se presume.

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b) os riscos da obra correrão por conta do dono se este estiver em mora de a


receber, mesmo que o empreiteiro tenha fornecido os materiais.
c) o contrato para elaboração de um projeto implica, automaticamente,
obrigação de fiscalizar-lhe a execução.
d) o dono da obra possui o prazo prescricional de 180 dias do aparecimento do
vício ou defeito para requerer indenização em razão de fato relacionado com
a falta de solidez da obra.
e) se não tiver fornecido autorização escrita, o dono da obra não é obrigado a
pagar ao empreiteiro por aumentos e acréscimos, mesmo que, por
continuadas visitas, tenha estado sempre presente na obra, não ignorando
nem nunca protestando pelo que se passava.

14. (FCC - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Especialidade:


Oficial de Justiça Avaliador – TRT 16ª - 2014) A respeito do contrato
de compra e venda,
a) as despesas com transporte e tradição correm, em regra, por conta do
comprador.
b) as despesas com escritura e registro serão pagas, em regra, pelo vendedor.
c) é nula a venda de ascendente para descendente.
d) é lícita a compra e venda entre cônjuges, desde que o contrato seja
compatível com o regime de bens por eles adotado.
e) os bens confiados à guarda ou administração de tutores ou curadores só
podem ser por estes comprados em hasta pública.

15. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária – TRT 16ª - 2014) Lucius,
através de contrato de empreitada com preço global certo e ajustado no
respectivo instrumento, contratou o empreiteiro Petrus para reformar a sua
residência. Durante a reforma, o preço de mercado dos materiais sofreu
redução de 12% do preço global convencionado. Nesse caso, o preço global
convencionado, a pedido do dono da obra,
a) poderá ser revisto, para que se lhe assegure a diferença apurada.
b) não poderá ser revisto, porque o contrato faz lei entre as partes.
c) só poderá ser revisto, se a redução ocorrida no mercado for superior a 20%.
d) só poderia ser revisto se a redução ocorrida no mercado fosse do preço da
mão de obra.
e) só comporta redução se o preço do material e também da mão de obra for
superior a 30%.

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16. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária – TRT 16ª - 2014) A


respeito da compra e venda, é correto afirmar:
a) É licita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da
comunhão.
b) Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma autoriza a
rejeição de todas.
c) As despesas com a tradição da coisa móvel correrão por conta do comprador.
d) Nas vendas a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes
de receber o preço.
e) A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação em contrário, dar-se-á
no domicílio do comprador.

17. (FCC - Juiz do Trabalho Substituto – TRT 1ª - 2014) No contrato de


prestação de serviço,
a) se o serviço for prestado por quem não possuía título de habilitação, ainda
que deste resulte benefício para outra parte, não haverá direito à
remuneração contratada, nem se permite o arbitramento judicial a título de
remuneração.
b) a retribuição pagar-se-á parceladamente, à medida que o serviço tiver sido
prestado, salvo convenção em sentido contrário.
c) se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será
obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que
lhe tocaria de então ao termo legal do contrato.
d) o contrato não se extingue pela morte de qualquer das partes, porque ele
obriga os sucessores a cumpri-lo.
e) o prestador de serviço sempre poderá transferir a outrem suas obrigações,
se estas não forem personalíssimas, independentemente de autorização do
tomador dos serviços.

18. (VUNESP - Procurador do Município – Prefeitura de São José do Rio


Preto - SP - 2014) Pelo contrato de _______________ , uma pessoa, não
ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou qualquer
outra relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais
negócios, conforme as instruções recebidas.
De acordo com a redação do Código Civil, completa corretamente a lacuna
a) corretagem
b) agência
c) comissão

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d) compromisso
e) constituição de renda

19. (FCC - Assessor Técnico Legislativo – Assembleia Legislativa - PB -


2013) Paulo adquiriu uma máquina de beneficiar café, cuja descrição no
contrato de compra e venda era diferente da amostra apresentada pela
empresa vendedora por ocasião da celebração do contrato. Nesse caso,
prevalecerá
a) a praxe do mercado.
b) o contrato.
c) a amostra.
d) a vontade do comprador.
e) a vontade do vendedor.

20. (FCC - Assessor Técnico Legislativo – Assembleia Legislativa - PB -


2013) No que concerne à locação de coisas, considere:
I. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito, findo o prazo
estipulado, após ter sido o locatário notificado com prazo de quinze dias.
II. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado, ou do a que se
destina, poderá o locador, além de rescindir o contrato, exigir perdas e danos.
III. Morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus herdeiros a locação
por tempo determinado.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) I.
e) II.

21. (FCC - Assessor Técnico Legislativo – Assembleia Legislativa - PB -


2013) Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza
do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio,
mediante prévio aviso, poderá resolver o contrato. Dar-se-á o aviso
a) com antecedência mínima de trinta dias, se o salário tiver sido ajustado por
sessenta dias ou mais.

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b) com antecedência mínima de sete dias, se o salário tiver sido ajustado por
semana.
c) com antecedência mínima de oito dias, se o salário tiver sido ajustado por
quinzena.
d) com antecedência mínima de quinze dias, se o salário tiver sido ajustado por
um mês.
e) na véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.

22. (FCC - Procurador – Assembleia Legislativa - PB - 2013) No contrato


de compra e venda,
a) será nula a venda de ascendente a descendente, salvo consentimento
expresso do cônjuge do alienante e dos demais descendentes.
b) não podem as partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, em
razão do curso forçado da moeda.
c) até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do
comprador, e os do preço por conta do vendedor.
d) será ele anulável, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes
a fixação do preço.
e) seu objeto pode ser coisa atual ou futura, ficando sem efeito o contrato se
esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato
aleatório.

23. (CESGRANRIO - Assessor - Área Direito – BNDES - 2013) JS realiza


contrato de mútuo com o Banco do Povo. Antes do termo do contrato, o
mutuário sofreu manifesta modificação em sua situação econômica.
Nesse caso, de acordo com a legislação pertinente,
a) o mutuante pode exigir garantia da restituição.
b) o mutuante poderá arguir exceção do contrato não cumprido e resolver a
relação jurídica contratada.
c) o mutuante não pode resolver o contrato, pois houve adimplemento
substancial.
d) o mutuário é obrigado a antecipar a restituição.
e) a hipótese de inadimplemento anterior ao termo deve ser verificada,
resolvendo-se o contrato.

24. (FCC/ISS-Teresina/2016) Sobre o contrato de prestação de serviços,


considere:

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I. Caso pessoa obrigada por contrato escrito a prestar serviço a alguém


venha a prestar serviço a outrem mediante aliciamento de terceiro, caberá ao
prestador de serviços indenizar o tomador prejudicado, pois o terceiro é pessoa
estranha ao contrato.
II. A lei proíbe expressamente que a prestação de serviço seja
convencionada por prazo superior a quatro anos, de modo que caso haja fixação
de prazo superior, o contrato, não sendo de natureza empresarial, deve ser
reputado extinto em relação ao excesso, ocorrendo a redução temporal, ainda
que não concluída a obra.
III. O contrato de prestação de serviços é personalíssimo, de modo que nem
o tomador poderá transferir a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o
prestador de serviços, sem anuência da outra parte, apresentar substituto.
IV. É considerado serviço de consumo qualquer atividade fornecida no
mercado de consumo, mediante remuneração, salvo as de natureza bancária,
financeira, de crédito, securitária ou trabalhista.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.

b) II, III e IV.

c) I, II e III.

d) II e III.

e) I e III.

25. (FCC/DPE-PB/Defensor Público/2014) Arnaldo contratou, por


telefone, serviço de TV a cabo por meio do qual recebeu, em comodato, aparelho
de recepção de sinal. Passado algum tempo, informou, também por telefone,
que desejava realizar distrato, além de ser indenizado pelo que gastou nas
despesas com o uso da coisa, consistentes em aquisição de televisor compatível
com a tecnologia do aparelho de recepção de sinal. A prestadora de serviço
informou que, para realização do distrato, Arnaldo deveria assinar um
instrumento escrito. Além disto, recusou-se a indenizar Arnaldo e exigiu de volta
o aparelho de recepção de sinal. A prestadora de serviço
a) tem razão quanto à forma do distrato, que deve ser feito por escrito, quanto
a não indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa e pela exigência na
devolução ao aparelho.
b) tem razão quanto à forma do distrato, que deve ser feito por escrito, e
também quanto à exigência da devolução do aparelho, obrigando-se, contudo,
a indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa.
c) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito por telefone,
tampouco quanto a não indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa
ou quanto à exigência da devolução do aparelho.

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d) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito pelo telefone,
nem quanto a não indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa, mas
está correta quanto à exigência da devolução do aparelho.
e) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito por telefone,
mas possui quanto a não indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa
e pela exigência na devolução do aparelho.

26. (CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2015) No que se refere à


desconsideração da personalidade jurídica, aos contratos e aos títulos de
crédito, julgue o item seguinte, em consonância com a jurisprudência dominante
do STJ.
Considere a seguinte situação hipotética. Na promessa de compra e venda de
determinado imóvel, foi estipulada multa de mora para o caso de atraso na
entrega, o que de fato ocorreu, e, diante disso, o promitente comprador buscou
assistência da DP, que ingressou em juízo em seu favor para pleitear, além do
cumprimento da obrigação e do valor fixado como cláusula penal moratória
prevista no contrato, a indenização correspondente aos lucros cessantes pela
não fruição do imóvel durante o período de mora. Nessa situação, a DP atuou
de forma tecnicamente acertada em favor de seu assistido.

27. (CESPE/TELEBRÁS/Analista Superior/2015) O contrato de compra e


venda é o meio pelo qual uma pessoa transfere a outra determinado bem,
mediante o pagamento, em dinheiro, de determinado valor. Nesse tipo de
contrato, o bem deve ser revendido em determinado prazo pelo comprador, com
a possibilidade de devolução, caso a venda não seja realizada.

28. (CESPE/TJ-DFT/Juiz/2016) No que se refere ao contrato estimatório do


Direito Civil, assinale a opção correta.
a) Pode ter por objeto bem fungível, e a restituição, se for o caso, será por coisa
de igual gênero, qualidade e quantidade.
b) Os riscos são do consignante, que suporta a perda ou deterioração da coisa.
c) Após a entrega da coisa, a posse é exercida em nome do consignante, que a
mantém de forma mediata ou indireta.
d) O preço de estima é ato unilateral do consignatário e, se não alcançado em
determinado lapso temporal, emerge o dever de restituir a coisa.
e) Em decorrência da natureza própria do contrato, especialmente a obtenção
da posse e o poder de disposição, o Código Civil exige a forma escrita.

29. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) No contrato de prestação de


serviços, há dependência econômica, subordinação e obediência hierárquica

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entre o prestador ou locador e o tomador dos serviços ou comitente.

30. (CESPE/TCE-SC/Auditor de Controle Externo/2016) Em se tratando


de comodato celebrado verbalmente sem prazo determinado, admite-se a
presunção do tempo necessário à retomada do bem.

31. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) O comodato, empréstimo


gratuito de coisas infungíveis, é um contrato real, visto que só se completará
com a tradição do objeto ao comodatário, que passará a ter a posse direta da
coisa e o direito real de uso.

32. (CESPE/TCE-PR/Auditor Substituto de Conselheiro/2016) A respeito


dos contratos em geral e suas espécies, assinale a opção correta.
a) Em se tratando de venda ad mensuram de imóveis, há presunção relativa de
tolerância de variação de até 5% na extensão do imóvel.
b) O defeito oculto de uma coisa autoriza a rejeição de todas as outras vendidas
em conjunto com ela, dado o princípio da função social do contrato.
c) É anulável a permuta de bens de valores desiguais entre ascendentes e
descendentes sem o consentimento dos demais descendentes, ainda que o
ascendente receba o bem de maior valor.
d) É ilícita a compra e venda, entre cônjuges, de imóvel que pertença
exclusivamente a um deles.
e) O condômino de condomínio pro diviso não poderá vender a sua parte a
estranho se outro condômino a quiser em igualdade de condições.

33. (CESPE/TJDFT/AJOJ/2015) A cláusula de retrovenda, prevista nos


contratos de compra e venda, garante ao vendedor de coisa móvel ou imóvel o
direito de recobrá-la no prazo de cento e oitenta dias se a coisa for móvel, ou
de até dois anos, se imóvel.

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23-Gabarito

Gabarito1: A Gabarito12: D Gabarito23: A


Gabarito2: Certo Gabarito13: B Gabarito24: D
Gabarito3: Errado Gabarito14: D Gabarito25: E
Gabarito4: Errado Gabarito15: A Gabarito26: Certo
Gabarito5: B Gabarito16: A Gabarito27: Errado
Gabarito6: E Gabarito17: C Gabarito28: A
Gabarito7: E Gabarito18: A Gabarito29: Errado
Gabarito8: D Gabarito19: C Gabarito30: Certo
Gabarito9: B Gabarito20: B Gabarito31: Errado
Gabarito10: Errado Gabarito21: E Gabarito32: A
Gabarito11: D Gabarito22: E Gabarito33: Errado

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24-Questões Comentadas

8. (VUNESP - Outorga de Delegações de Notas e de Registro - Área


Provimento – TJSP/SP - 2014) De acordo com o Código Civil, é correto
afirmar que
a) na venda de coisa móvel ou imóvel, com reserva de domínio, pode o
vendedor reservar para si a propriedade, sob condição resolutiva, até que o
preço esteja integralmente pago.
b) o vendedor de coisa imóvel ou móvel pode reservar-se o direito de recobrá-
la no prazo máximo de decadência de cinco anos, restituindo o preço
recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que,
durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita,
ou para a realização de benfeitorias necessárias.
c) no contrato de permuta, é nula de pleno direito a troca de imóveis com
valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos
outros descendentes e do cônjuge do alienante, ainda que casado sob o
regime da separação obrigatória.
d) em caso de preempção, responderá por perdas e danos o comprador, se
alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens
que por ela lhe oferecem, assim como o adquirente, solidariamente, se tiver
procedido de má-fé.
Comentários
Letra “d”. Conforme art. 518 do CC, relativo à preempção, responderá por
perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor
ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá
solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.
A letra “a” está errada, pois, em relação à reserva de domínio, conforme art.
521 do CC, na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a
propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
A letra “b” está errada, pois, conforme art. 505 do CC, o vendedor de coisa
imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência
de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do
comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a
sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.
A letra “c” está errada, pois, conforme inciso II do art. 533 do CC, relativo à
permuta, é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e
descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do
alienante.
Gabarito8: D

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9. (FUNCERN - Advogado – IFRN - 2012) Conforme previsto no Código Civil,


a doação
a) feita a entidade futura caducará , em doze meses, se a entidade não estiver
constituída legalmente.
b) pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do
encargo.
c) feita a mais de uma pessoa, deve, expressamente, mencionar a distribuição
entre elas, sob pena de nulidade.
d) pode ser anulada pelo outro cônjuge, até dez anos depois de dissolvida a
sociedade conjugal, quando ela for feita do cônjuge adúltero ao seu
cúmplice.
Comentários
Letra “b”. Conforme art. 555 do CC, a doação pode ser revogada por ingratidão
do donatário, ou por inexecução do encargo.
A letra “a” está errada, pois, conforme art. 554 do CC, a doação a entidade
futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.
A letra “c” está errada, pois, conforme art. 551 do CC, salvo declaração em
contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída
entre elas por igual.
A letra “d” está errada, pois, conforme art. 550 do CC, a doação do cônjuge
adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus
herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Gabarito9: B

10. (CESPE - Tecnólogo - Área Negócios Imobiliários – FUB - 2015)


Julgue os itens seguintes, relativos a contratos preliminares, de permuta,
de doação e de compra e venda.
É permitida a doação de bens imóveis ao nascituro por instrumento público ou
particular, sendo necessária a anuência do respectivo representante legal.
Comentários
O item está Errado. Conforme art. 542 do CC, a doação feita ao nascituro
valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. No entanto, conforme art.
541 do CC, a doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Gabarito10: Errado

11. (VUNESP - Advogado – Desenvolve/SP - 2014) Em caso de alienação


de bem móvel alugado, o adquirente

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a) poderá notificar o locatário para devolução do bem em 90 (noventa) dias, se


houver cláusula de vigência em caso de alienação.
b) estará obrigado a respeitar o contrato de locação, se houver cláusula de
vigência em caso de alienação, independentemente de haver registro do
contrato no cartório competente.
c) deverá respeitar o contrato de locação, havendo ou não cláusula de vigência
em caso de alienação, na medida em que o locatário é parte estranha à
compra e venda.
d) estará obrigado a respeitar o contrato de locação, se houver cláusula de
vigência em caso de alienação, bem como registro no cartório competente.
e) poderá requerer a devolução do bem tão somente se o locatário foi
previamente notificação acerca da compra e venda e não apresentou
qualquer espécie de oposição.
Comentários
Letra “d”. Conforme art. 576 do CC, se a coisa for alienada durante a locação,
o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato, se nele não for
consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não constar de
registro. Portanto, caso haja cláusula de vigência em caso de alienação, bem
como registro no cartório competente, nesse caso, o adquirente estará obrigado
a respeitar o contrato de locação. Observe que o § 2 o desse artigo não se aplica,
pois o enunciado refere-se a um bem móvel e, o § 2o dispõe que em se tratando
de imóvel, e ainda no caso em que o locador não esteja obrigado a respeitar o
contrato, não poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo de
noventa dias após a notificação.
Gabarito11: D

12. (FCC - Analista Judiciário - Área Oficial de Justiça Avaliador Federal


– TRF 3ª - 2014) Marcia celebrará contrato de compra e venda de imóvel
com Isaías possuindo a intensão de estipular cláusula especial de
retrovenda. No tocante à retrovenda, Márcia
a) terá que respeitar o prazo decadencial máximo de dois anos previsto no
Código Civil brasileiro.
b) terá que respeitar o prazo prescricional máximo de doze meses previsto no
Código Civil brasileiro.
c) poderá estipular qualquer prazo uma vez que o Código Civil brasileiro não
limita o tempo para o exercício da retomada do imóvel.
d) terá que respeitar o prazo decadencial máximo de três anos previsto no
Código Civil brasileiro.

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e) poderá estipular prazo não superior a cinco anos, sendo que este prazo, em
casos excepcionais, poderá ser aumentado conjuntamente pelas partes.
Comentários
Letra “d”. Conforme art. 505 do CC, o vendedor de coisa imóvel pode reservar-
se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos,
restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador,
inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua
autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.
Gabarito12: D

13. (FCC - Advogado – SABESP/SP - 2014) De acordo com o Código Civil


atual, na empreitada:
a) a obrigação de fornecer os materiais se presume.
b) os riscos da obra correrão por conta do dono se este estiver em mora de a
receber, mesmo que o empreiteiro tenha fornecido os materiais.
c) o contrato para elaboração de um projeto implica, automaticamente,
obrigação de fiscalizar-lhe a execução.
d) o dono da obra possui o prazo prescricional de 180 dias do aparecimento do
vício ou defeito para requerer indenização em razão de fato relacionado com
a falta de solidez da obra.
e) se não tiver fornecido autorização escrita, o dono da obra não é obrigado a
pagar ao empreiteiro por aumentos e acréscimos, mesmo que, por
continuadas visitas, tenha estado sempre presente na obra, não ignorando
nem nunca protestando pelo que se passava.
Comentários
Letra “b”. Conforme art. 611 do CC, quando o empreiteiro fornece os materiais,
correm por sua conta os riscos até o momento da entrega da obra, a contento
de quem a encomendou, se este não estiver em mora de receber. Mas se
estiver, por sua conta correrão os riscos. A letra “a” está errada, pois, conforme
§ 1o do art. 610 do CC, a obrigação de fornecer os materiais não se presume;
resulta da lei ou da vontade das partes. A letra “c” está errada, pois, conforme
§ 2o do art. 610 do CC, o contrato para elaboração de um projeto não implica a
obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução. A letra “d” está errada,
pois o prazo previsto no parágrafo único do art. 618 é decadencial e não
prescricional. A letra “e” está errada, pois, conforme parágrafo único do art. 619
do CC, ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono da obra é
obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segundo o que for
arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas visitas, não podia
ignorar o que se estava passando, e nunca protestou.
Gabarito13: B

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14. (FCC - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Especialidade:


Oficial de Justiça Avaliador – TRT 16ª - 2014) A respeito do contrato
de compra e venda,
a) as despesas com transporte e tradição correm, em regra, por conta do
comprador.
b) as despesas com escritura e registro serão pagas, em regra, pelo vendedor.
c) é nula a venda de ascendente para descendente.
d) é lícita a compra e venda entre cônjuges, desde que o contrato seja
compatível com o regime de bens por eles adotado.
e) os bens confiados à guarda ou administração de tutores ou curadores só
podem ser por estes comprados em hasta pública.
Comentários
Letra “d”. Conforme art. 499 do CC, é lícita a compra e venda entre cônjuges,
com relação a bens excluídos da comunhão. E, conforme parágrafo único do art.
496 do CC, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o
da separação obrigatória.
As letras “a” e “b” estão erradas, pois, conforme art. 490 do CC, salvo cláusula
em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador,
e a cargo do vendedor as da tradição.
A letra “c” está errada, pois, conforme art. 496 do CC, é anulável a venda de
ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do
alienante expressamente houverem consentido.
A letra “e” está errada, pois, conforme inciso I do art. 497 do CC, sob pena de
nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: pelos tutores,
curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda
ou administração.
Gabarito14: D

15. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária – TRT 16ª - 2014) Lucius,
através de contrato de empreitada com preço global certo e ajustado no
respectivo instrumento, contratou o empreiteiro Petrus para reformar a sua
residência. Durante a reforma, o preço de mercado dos materiais sofreu
redução de 12% do preço global convencionado. Nesse caso, o preço global
convencionado, a pedido do dono da obra,
a) poderá ser revisto, para que se lhe assegure a diferença apurada.
b) não poderá ser revisto, porque o contrato faz lei entre as partes.
c) só poderá ser revisto, se a redução ocorrida no mercado for superior a 20%.

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d) só poderia ser revisto se a redução ocorrida no mercado fosse do preço da


mão de obra.
e) só comporta redução se o preço do material e também da mão de obra for
superior a 30%.
Comentários
Letra “a”. Conforme art. 620 do CC, se ocorrer diminuição no preço do material
ou da mão-de-obra superior a um décimo do preço global convencionado,
poderá este ser revisto, a pedido do dono da obra, para que se lhe assegure a
diferença apurada.
Gabarito15: A

16. (FCC - Analista Judiciário - Área Judiciária – TRT 16ª - 2014) A


respeito da compra e venda, é correto afirmar:
a) É licita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da
comunhão.
b) Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma autoriza a
rejeição de todas.
c) As despesas com a tradição da coisa móvel correrão por conta do comprador.
d) Nas vendas a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes
de receber o preço.
e) A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação em contrário, dar-se-á
no domicílio do comprador.
Comentários
Letra “a”. Conforme art. 499 do CC, é lícita a compra e venda entre cônjuges,
com relação a bens excluídos da comunhão.
A letra “b” está errada, pois, conforme art. 503 do CC, nas coisas vendidas
conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas.
A letra “c” está errada, pois, conforme art. 490 do CC, salvo cláusula em
contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a
cargo do vendedor as da tradição.
A letra “d” está errada, pois, conforme art. 491 do CC, não sendo a venda a
crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.
A letra “e” está errada, pois, conforme art.493 do CC, a tradição da coisa
vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se
encontrava, ao tempo da venda.
Gabarito16: A

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17. (FCC - Juiz do Trabalho Substituto – TRT 1ª - 2014) No contrato de


prestação de serviço,
a) se o serviço for prestado por quem não possuía título de habilitação, ainda
que deste resulte benefício para outra parte, não haverá direito à
remuneração contratada, nem se permite o arbitramento judicial a título de
remuneração.
b) a retribuição pagar-se-á parceladamente, à medida que o serviço tiver sido
prestado, salvo convenção em sentido contrário.
c) se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será
obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que
lhe tocaria de então ao termo legal do contrato.
d) o contrato não se extingue pela morte de qualquer das partes, porque ele
obriga os sucessores a cumpri-lo.
e) o prestador de serviço sempre poderá transferir a outrem suas obrigações,
se estas não forem personalíssimas, independentemente de autorização do
tomador dos serviços.
Comentários
Letra “c”. Conforme art. 603 do CC, se o prestador de serviço for despedido sem
justa causa, a outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição
vencida, e por metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato.
A letra “a” está errada, pois, conforme art. 606 do CC, se o serviço for prestado
por quem não possua título de habilitação, ou não satisfaça requisitos outros
estabelecidos em lei, não poderá quem os prestou cobrar a retribuição
normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas se deste resultar
benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma compensação
razoável, desde que tenha agido com boa-fé.
A letra “b” está errada, pois, conforme art. 597 do CC, a retribuição pagar-se-á
depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou costume, não houver de
ser adiantada, ou paga em prestações.
A letra “d” está errada, pois, conforme art. 607 do CC, o contrato de prestação
de serviço acaba com a morte de qualquer das partes. A
letra “e” está errada, pois, conforme art. 605 do CC, nem aquele a quem os
serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito aos serviços
ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar
substituto que os preste.
Gabarito17: C

18. (VUNESP - Procurador do Município – Prefeitura de São José do Rio


Preto - SP - 2014) Pelo contrato de _______________ , uma pessoa, não

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ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou qualquer


outra relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais
negócios, conforme as instruções recebidas.
De acordo com a redação do Código Civil, completa corretamente a lacuna
a) corretagem
b) agência
c) comissão
d) compromisso
e) constituição de renda
Comentários
Letra “a”. Conforme art. 722 do CC, pelo contrato de corretagem, uma pessoa,
não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por
qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais
negócios, conforme as instruções recebidas.
Gabarito18: A

19. (FCC - Assessor Técnico Legislativo – Assembleia Legislativa - PB -


2013) Paulo adquiriu uma máquina de beneficiar café, cuja descrição no
contrato de compra e venda era diferente da amostra apresentada pela
empresa vendedora por ocasião da celebração do contrato. Nesse caso,
prevalecerá
a) a praxe do mercado.
b) o contrato.
c) a amostra.
d) a vontade do comprador.
e) a vontade do vendedor.
Comentários
Letra “c”. Conforme art. 484 do CC, se a venda se realizar à vista de amostras,
protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as
qualidades que a elas correspondem. E, conforme parágrafo único desse artigo,
prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou
diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
Gabarito19: C

20. (FCC - Assessor Técnico Legislativo – Assembleia Legislativa - PB -


2013) No que concerne à locação de coisas, considere:

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I. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito, findo o prazo


estipulado, após ter sido o locatário notificado com prazo de quinze dias.
II. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado, ou do a que se
destina, poderá o locador, além de rescindir o contrato, exigir perdas e danos.
III. Morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus herdeiros a locação
por tempo determinado.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) II e III.
c) I e III.
d) I.
e) II.
Comentários
Letra “b”. O item I está errado. Conforme art. 573 do CC, a locação por tempo
determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado,
independentemente de notificação ou aviso.
O item II está certo. Conforme art. 570 do CC, se o locatário empregar a coisa
em uso diverso do ajustado, ou do a que se destina, ou se ela se danificar por
abuso do locatário, poderá o locador, além de rescindir o contrato, exigir perdas
e danos.
O item III está certo. Conforme art. 577 do CC, morrendo o locador ou o
locatário, transfere-se aos seus herdeiros a locação por tempo determinado.
Gabarito20: B

21. (FCC - Assessor Técnico Legislativo – Assembleia Legislativa - PB -


2013) Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza
do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio,
mediante prévio aviso, poderá resolver o contrato. Dar-se-á o aviso
a) com antecedência mínima de trinta dias, se o salário tiver sido ajustado por
sessenta dias ou mais.
b) com antecedência mínima de sete dias, se o salário tiver sido ajustado por
semana.
c) com antecedência mínima de oito dias, se o salário tiver sido ajustado por
quinzena.
d) com antecedência mínima de quinze dias, se o salário tiver sido ajustado por
um mês.
e) na véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.

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Comentários
Letra “e”. Conforme art. 599 do CC, não havendo prazo estipulado, nem se
podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das
partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato. E,
conforme inciso III do parágrafo único desse artigo, dar-se-á o aviso: de
véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.
Gabarito21: E

22. (FCC - Procurador – Assembleia Legislativa - PB - 2013) No contrato


de compra e venda,
a) será nula a venda de ascendente a descendente, salvo consentimento
expresso do cônjuge do alienante e dos demais descendentes.
b) não podem as partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, em
razão do curso forçado da moeda.
c) até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do
comprador, e os do preço por conta do vendedor.
d) será ele anulável, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes
a fixação do preço.
e) seu objeto pode ser coisa atual ou futura, ficando sem efeito o contrato se
esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato
aleatório.
Comentários
Letra “e”. Conforme art. 483 do CC, a compra e venda pode ter por objeto coisa
atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a
existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
A letra “a” está errada, pois, conforme art. 496 do CC é anulável a venda de
ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do
alienante expressamente houverem consentido.
A letra “b” está errada, pois, conforme art. 487 do CC, é lícito às partes fixar o
preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva
determinação.
A letra “c” está errada, pois, conforme art. 492 do CC, até o momento da
tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por
conta do comprador.
A letra “d” está errada, pois, conforme art. 489 do CC, nulo é o contrato de
compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a
fixação do preço.
Gabarito22: E

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23. (CESGRANRIO - Assessor - Área Direito – BNDES - 2013) JS realiza


contrato de mútuo com o Banco do Povo. Antes do termo do contrato, o
mutuário sofreu manifesta modificação em sua situação econômica.
Nesse caso, de acordo com a legislação pertinente,
a) o mutuante pode exigir garantia da restituição.
b) o mutuante poderá arguir exceção do contrato não cumprido e resolver a
relação jurídica contratada.
c) o mutuante não pode resolver o contrato, pois houve adimplemento
substancial.
d) o mutuário é obrigado a antecipar a restituição.
e) a hipótese de inadimplemento anterior ao termo deve ser verificada,
resolvendo-se o contrato.
Comentários
Letra “a”. Conforme art. 590 do CC, o mutuante pode exigir garantia da
restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua
situação econômica.
Gabarito23: A

24. (FCC/ISS-Teresina/2016) Sobre o contrato de prestação de serviços,


considere:
V. Caso pessoa obrigada por contrato escrito a prestar serviço a alguém
venha a prestar serviço a outrem mediante aliciamento de terceiro, caberá ao
prestador de serviços indenizar o tomador prejudicado, pois o terceiro é pessoa
estranha ao contrato.
VI. A lei proíbe expressamente que a prestação de serviço seja
convencionada por prazo superior a quatro anos, de modo que caso haja fixação
de prazo superior, o contrato, não sendo de natureza empresarial, deve ser
reputado extinto em relação ao excesso, ocorrendo a redução temporal, ainda
que não concluída a obra.
VII. O contrato de prestação de serviços é personalíssimo, de modo que nem
o tomador poderá transferir a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o
prestador de serviços, sem anuência da outra parte, apresentar substituto.
VIII. É considerado serviço de consumo qualquer atividade fornecida no
mercado de consumo, mediante remuneração, salvo as de natureza bancária,
financeira, de crédito, securitária ou trabalhista.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.

b) II, III e IV.

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c) I, II e III.

d) II e III.

e) I e III.
Comentários
Letra “d”.
I – Incorreta, pois a obrigação do pagamento ao tomador do serviço é do
aliciador, conforme o art. 608 do CC.
Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a
prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de
serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos.

II – Correta, nos termos preconizados no art. 598 do CC. Em relação aos


contratos de serviços envolvendo empresas, há certa peculiaridade em relação
ao prazo do contrato, tendo em vista o caráter da atividade empresarial diversa
da pessoa natural. Por isso, é comum o acordo entre as partes acerca de uma
prazo maior que os quatro anos previsto no art. 598.
Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de
quatro anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida
de quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra.
Neste caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda
que não concluída a obra.

III – Correta. O caráter personalíssimo dos contratos de serviços está expresso


no art. 605 do CC.
Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir
a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços,
sem aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste.

IV – Incorreta, pois os serviços de natureza bancária, financeira, de crédito e


securitária, são considerados serviços de consumo, conforme previsão do
Código de Defesa do Consumidor.
Art. 3º, § 2°. CDC. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,
financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de
caráter trabalhista.

Gabarito24: D

25. (FCC/DPE-PB/Defensor Público/2014) Arnaldo contratou, por


telefone, serviço de TV a cabo por meio do qual recebeu, em comodato, aparelho
de recepção de sinal. Passado algum tempo, informou, também por telefone,
que desejava realizar distrato, além de ser indenizado pelo que gastou nas
despesas com o uso da coisa, consistentes em aquisição de televisor compatível
com a tecnologia do aparelho de recepção de sinal. A prestadora de serviço
informou que, para realização do distrato, Arnaldo deveria assinar um

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instrumento escrito. Além disto, recusou-se a indenizar Arnaldo e exigiu de volta


o aparelho de recepção de sinal. A prestadora de serviço
a) tem razão quanto à forma do distrato, que deve ser feito por escrito, quanto
a não indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa e pela exigência na
devolução ao aparelho.
b) tem razão quanto à forma do distrato, que deve ser feito por escrito, e
também quanto à exigência da devolução do aparelho, obrigando-se, contudo,
a indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa.
c) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito por telefone,
tampouco quanto a não indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa
ou quanto à exigência da devolução do aparelho.
d) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito pelo telefone,
nem quanto a não indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa, mas
está correta quanto à exigência da devolução do aparelho.
e) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito por telefone,
mas possui quanto a não indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa
e pela exigência na devolução do aparelho.
Comentários
Letra E. Correta. A questão poderá ser dividida em duas partes. A primeira
parte tem fundamento no art. 472, CC. Portanto, como o contrato foi por
telefone, o distrato também poderá ser via telefone. Já a segunda parte, tem
fundamento no art. 584, CC:
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as
despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
Gabarito25: E

26. (CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2015) No que se refere à


desconsideração da personalidade jurídica, aos contratos e aos títulos de
crédito, julgue o item seguinte, em consonância com a jurisprudência dominante
do STJ.
Considere a seguinte situação hipotética. Na promessa de compra e venda de
determinado imóvel, foi estipulada multa de mora para o caso de atraso na
entrega, o que de fato ocorreu, e, diante disso, o promitente comprador buscou
assistência da DP, que ingressou em juízo em seu favor para pleitear, além do
cumprimento da obrigação e do valor fixado como cláusula penal moratória
prevista no contrato, a indenização correspondente aos lucros cessantes pela
não fruição do imóvel durante o período de mora. Nessa situação, a DP atuou
de forma tecnicamente acertada em favor de seu assistido.
Comentários

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O item está certo. As razões para que esta assertiva esteja correta referem-se
à jurisprudência abaixo:

AgRg no REsp 1202506 / RJ AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL


2010/0123862-0 Relator(a) Ministro SIDNEI BENETI (1137) Órgão Julgador T3 -
TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 07/02/2012 Data da Publicação/Fonte DJe
24/02/2012 Ementa AGRAVO REGIMENTAL - COMPRA E VENDA. IMÓVEL. ATRASO NA
ENTREGA - LUCROS CESSANTES - PRESUNÇÃO - CABIMENTO - DECISÃO AGRAVADA
MANTIDA - IMPROVIMENTO.

1.- A jurisprudência desta Casa é pacífica no sentido de que, descumprido o


prazo para entrega do imóvel objeto do compromisso de compra e venda, é
cabível a condenação por lucros cessantes. Nesse caso, há presunção de
prejuízo do promitente-comprador, cabendo ao vendedor, para se eximir do
dever de indenizar, fazer prova de que a mora contratual não lhe é imputável.
Precedentes.

2.- O agravo não trouxe nenhum argumento novo capaz de modificar o decidido, que
se mantém por seus próprios fundamentos.

3.- Agravo Regimental improvido.

Gabarito26: Certo

27. (CESPE/TELEBRÁS/Analista Superior/2015) O contrato de compra e


venda é o meio pelo qual uma pessoa transfere a outra determinado bem,
mediante o pagamento, em dinheiro, de determinado valor. Nesse tipo de
contrato, o bem deve ser revendido em determinado prazo pelo comprador, com
a possibilidade de devolução, caso a venda não seja realizada.
Comentários
O item está errado, pois refere-se ao contrato estimatório e não ao contrato de
compra e venda como pretende. A assertiva começa bem, mas derrapa na curva
ao final.
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens
móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando
àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido,
restituir-lhe a coisa consignada.
Gabarito27: Errado

28. (CESPE/TJ-DFT/Juiz/2016) No que se refere ao contrato estimatório do


Direito Civil, assinale a opção correta.
a) Pode ter por objeto bem fungível, e a restituição, se for o caso, será por coisa
de igual gênero, qualidade e quantidade.

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b) Os riscos são do consignante, que suporta a perda ou deterioração da coisa.


c) Após a entrega da coisa, a posse é exercida em nome do consignante, que a
mantém de forma mediata ou indireta.
d) O preço de estima é ato unilateral do consignatário e, se não alcançado em
determinado lapso temporal, emerge o dever de restituir a coisa.
e) Em decorrência da natureza própria do contrato, especialmente a obtenção
da posse e o poder de disposição, o Código Civil exige a forma escrita.
Comentários
A) Correta. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao
consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço
ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa
consignada. Considera-se que as coisas fungíveis podem também ser objeto do
contrato estimatório.
B) Incorreta, pois os riscos são do consignatário.
Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço,
se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda
que por fato a ele não imputável.

C) Incorreta, 0 contrato estimatório não resulta em entrega plena da


propriedade, do consignante ao consignatário.
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída
ou de lhe ser comunicada a restituição.

D) Incorreta, pois o preço de estima é ato ajustado entre as partes, conforme


art. 534, CC.
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis
ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço
ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa
consignada.

E) Incorreta, já que não existe esta previsão legal em relação a forma escrita
no CC.
Gabarito28: A

29. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) No contrato de prestação de


serviços, há dependência econômica, subordinação e obediência hierárquica
entre o prestador ou locador e o tomador dos serviços ou comitente.
Comentários
O item está errado. O contrato de prestação de serviços possui natureza
residual, considerando o teor do art. 593 do CC. Logo, no caso do enunciado,
temos um contrato regido pela lei trabalhista.

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Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas
ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo.
Gabarito29: Errado

30. (CESPE/TCE-SC/Auditor de Controle Externo/2016) Em se tratando


de comodato celebrado verbalmente sem prazo determinado, admite-se a
presunção do tempo necessário à retomada do bem.
Comentários
O item está certo, conforme disposto no art. 581 do CC.
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o
necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo
necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e
gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se
determine pelo uso outorgado.

Gabarito30: Certo
31. (CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) O comodato, empréstimo
gratuito de coisas infungíveis, é um contrato real, visto que só se completará
com a tradição do objeto ao comodatário, que passará a ter a posse direta da
coisa e o direito real de uso.
Comentários
O item está errado. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não
fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto. O comodatário é obrigado a
conservar a coisa emprestada como se fosse sua própria, não podendo usá-la
senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por
perdas e danos. Logo, não há que se falar em direito real de uso (art. 1.412,
CC).
Art. 1.412. O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o
exigirem as necessidades suas e de sua família.

§ 1o Avaliar-se-ão as necessidades pessoais do usuário conforme a sua


condição social e o lugar onde viver.

§ 2o As necessidades da família do usuário compreendem as de seu cônjuge,


dos filhos solteiros e das pessoas de seu serviço doméstico.

Gabarito31: Errado

32. (CESPE/TCE-PR/Auditor Substituto de Conselheiro/2016) A respeito


dos contratos em geral e suas espécies, assinale a opção correta.
a) Em se tratando de venda ad mensuram de imóveis, há presunção relativa de
tolerância de variação de até 5% na extensão do imóvel.
b) O defeito oculto de uma coisa autoriza a rejeição de todas as outras vendidas
em conjunto com ela, dado o princípio da função social do contrato.

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c) É anulável a permuta de bens de valores desiguais entre ascendentes e


descendentes sem o consentimento dos demais descendentes, ainda que o
ascendente receba o bem de maior valor.
d) É ilícita a compra e venda, entre cônjuges, de imóvel que pertença
exclusivamente a um deles.
e) O condômino de condomínio pro diviso não poderá vender a sua parte a
estranho se outro condômino a quiser em igualdade de condições.
Comentários
A) Correta. Na venda Ad mensuram, o preço da propriedade foi estipulado
conforme as suas dimensões. Ou seja, a transação realizada levou em conta as
medidas da área da propriedade. Portanto, nesta modalidade, houve estipulação
do preço por medida de extensão ou determinou-se a respectiva área. Em caso
de diferença entre a área pactuada e a real, o comprador terá o direito de exigir
o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a
resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço. Então,
conforme §1º do art. 500 do CC, quando a diferença encontrada não exceder
de um vigésimo (1/20 = 5%), presume-se que a referência às dimensões foi
apenas enunciativa, ou seja, trata-se de venda ad mensuram. Ressalta-se que
esta presunção é relativa, pois há a garantia ao comprador o direito de provar
que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§ 1o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente
enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da
área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em
tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.

B) Incorreta, conforme o art. 503 do CC.


Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não
autoriza a rejeição de todas.

C) Incorreta, conforme o art. 533 do CC, pois não existe a disposição


apresentada na alternativa:
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda,
com as seguintes modificações:

I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por


metade as despesas com o instrumento da troca;

II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e


descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do
alienante.

D) Incorreta, conforme o art. 499 do CC:


Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens
excluídos da comunhão.

E) Incorreta, conforme o art. 504 do CC. O correto seria “pro indiviso”:

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Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte
a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a
quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço,
haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento
e oitenta dias, sob pena de decadência.

Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver


benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior.
Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que
a quiserem, depositando previamente o preço.

Gabarito32: A

33. (CESPE/TJDFT/AJOJ/2015) A cláusula de retrovenda, prevista nos


contratos de compra e venda, garante ao vendedor de coisa móvel ou imóvel o
direito de recobrá-la no prazo de cento e oitenta dias se a coisa for móvel, ou
de até dois anos, se imóvel.
Comentários
O item está errado. A retrovenda só pode ser aplicada quando o bem for
imóvel. Neste caso, é de três anos o prazo decadencial para recobrar o bem.
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-
la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço
recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que,
durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita,
ou para a realização de benfeitorias necessárias.

Gabarito33: Errado

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