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2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil


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2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil

Olá! Boas-Vindas!

Esse material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de
qualidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc.
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2ª FASE OAB | CIVIL | 39º EXAME

Revisão Turbo

Prof. Leonardo Fetter


Prof.ª Dra. Maitê Damé
Prof.ª Ma. Patrícia Strauss
Prof.ª Tatiane Kipper

Sumário

Levantamento de Prova.................................................................................4
Temas mais cobrados ...................................................................................5
1. Revisando Processo Civil ..............................................................................7
2. Revisando Parte Geral, Coisas, Família e Sucessões ....................................... 34
3. Revisando Obrigações, Contratos, Responsabilidade Civil e Consumidor ............. 69
4. Revisando Recursos e Procedimentos Especiais ............................................. 87

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas da Revisão Turbo do curso
preparatório para a 2ª Fase OAB. Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas
acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em janeiro de 2024.
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Levantamento de Prova

Iniciais
Ação de conhecimento com pedidos de declaração e condenação XXXIII
Ação de Conhecimento com Pedido de Antencipação de Tutela V
Ação indenizatória VII e 2010.3
Ação Pauliana XX-RO
Ação de Obrigação de Fazer XIII
Ação Ordinária com Pedido de Tutela Antecipada VI
Ação Rescisória XXIX
Ação de Usucapião VIII
Embargos à Execução XXXI e XXIV
Ação de indenização por danos materiais e obrigação de fazer 38º

Contestação
Contestação XVI e 35º
Contestação com reconvenção XXVIII

Recursos
Recurso de Apelação 36º, XXXIV, XXXII, XXIII, XXI, XIX e 2010.2
Recurso de Agravo de Instrumento XXII, XX e XIV
Recurso Especial XXV e XV

Procedimentos Especiais

Ação de consignação em pagamento XXX e XVII


Ação de Reintegração de Posse XXVI e XI
Embargos de Terceiro 37º, XXVII, XVIII e X
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Temas mais cobrados

TOP 10 : Temas mais cobrados nas questões!

1. Contratos

2. Obrigações

3. Direito do consumidor

4. Alimentos

5. Sucessões

6. Recursos

7. Locações

8. Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo

9. Dano

10. Negócio Jurídico


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TOP 10 : Temas mais cobrados nas peças!

1. Direito do consumidor

2. Tutela provisória

3. Alimentos

4. Dano

5. Responsabilidade civil

6. Negócio jurídico

7. Execução

8. Recursos

9. Contratos

10. Obrigações
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1. Revisando Processo Civil

Prof. Leonardo Fetter


@prof.fetter

A ação
O sistema processual brasileiro definiu dois tipos de ação:
• Ação de Conhecimento;
• Ação de Execução.

Ritos/procedimentos
São regras estabelecidas pela lei processual para o tramitar da ação perante o Poder
Judiciário. A lei define a soma de atos processuais que deverão acontecer entre o início (petição
inicial) e o fim da ação (sentença). Temos a seguinte divisão quanto aos ritos/procedimentos:
Procedimento Comum e Procedimentos Especiais. A forma de identificar o uso de um ou outro
é identificando o pedido (a pretensão que a parte vai levar ao Poder Judiciário), será possível
identificar o rito pelo qual este pedido vai tramitar perante o Poder Judiciário.

Mas qual a forma desta identificação?


A mais singela será simplesmente verificar o índice do CPC – lá consta (a partir do art.
539) o capítulo dos Procedimentos Especiais. Ou seja: todos os pedidos que vão tramitar
utilizando ou respeitando um rito/procedimento especial devem ter previsão expressa no CPC
(importante: ou em lei especial – Ex.: Lei de Alimentos prevê procedimento especial para o
pedido de alimentos).
E o Procedimento Comum? O uso deste também é definido pelo pedido, mas de uma
forma ainda mais simples: para todos os pedidos que não tiverem previsão de uso do
procedimento especial, será utilizado o procedimento comum.

Jurisdição
Todo o órgão do Poder Judiciário (juiz, desembargador, Ministro) tem jurisdição. No
entanto, o exercício desta jurisdição é limitado pelas regras de competência. Competência é,
então, o limite de atuação dos órgãos jurisdicionais. Dentro de seu campo de atuação é
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outorgado ao juiz poder para decidir sobre os conflitos. A grande divisão diz respeito a
competência ESTADUAL e FEDERAL.

Diante disso, para fixar a competência federal basta verificar o art. 109 da Constituição
Federal – ali ficou definido quais seriam as circunstâncias que acarretam a competência federal
(da Justiça Federal). Já a competência estadual (Justiça Estadual) é definida de forma residual
– o que não for de competência federal, será de competência estatual.

IMPORTANTE: as regras de competência fixadas pelo CPC são territoriais, ou seja,


definem o lugar onde deverá ser proposta a ação. Ainda, a competência do JEC, JEF e JEFP é
definida, também, pelo valor da causa (no estado causas de valor até 40 Salários-Mínimos e nos
juizados federais causas de até 60 Salários-Mínimos).

Incompetência
A incompetência é dividida em absoluta e relativa.
• Absoluta pode ser reconhecida de ofício e em qualquer grau de jurisdição (art. 64, §1ª
do CPC) - a competência absoluta trata dos casos de interesses públicos.
• Relativa não pode ser reconhecida de ofício (art. 337, §5º do CPC) e deve ser alegada
em preliminar da contestação (art. 337, II do CPC), sob pena de prorrogação (art. 65 do CPC) -
a competência relativa disciplina os casos de interesses privados. O reconhecimento da
incompetência (tanto relativa quando absoluta) gera a remessa dos autos para o juízo
competente (e não sua extinção) – art. 64, §3º do CPC.

ATENÇÃO!
O reconhecimento da incompetência no JEC acarreta a extinção do processo sem
resolução do mérito (artigo 51, inciso III, da Lei 9.099/95).

Acesso à Justiça
Custas e Despesas Processuais
Foi definido, no art. 82 do CPC, que o autor, ao propor uma ação, deverá fazer o
adiantamento das custas processuais (ou seja, a parte autora deverá fazer o recolhimento das
custas para ter sua ação distribuída).
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A sentença (ao final do processo – quando da sua extinção), condenará a parte vencida
ao pagamento (para a parte vencedora) das custas e despesas que esta (parte vencedora)
antecipou (art. 82, §2º do CPC).

Justiça gratuita
O próprio art. 82 do CPC prevê que no caso de Justiça Gratuita restará a parte isenta do
pagamento de custas e despesas processuais. Nesse sentido, o artigo 98 do CPC garante à
pessoa natural ou jurídica, tanto brasileira, quanto estrangeira, que tenha insuficiência de
recursos para o pagamento das custas, das despesas processuais e dos honorários
advocatícios, o direito à justiça gratuita.
O pedido ao benefício poderá ser feito em várias fases do processo, na inicial,
contestação, em recursos ou até mesmo na petição que traz um terceiro ao processo.
No caso da pessoa natural, basta a alegação de ser hipossuficiente, não podendo o juiz
indeferir o benefício sem que esteja evidenciado no processo o contrário. Nesse caso, ainda,
antes do indeferimento, a parte tem a oportunidade de provar o contrário (art. 99, §2º e 3º do
CPC). Diferentemente é a situação da pessoa jurídica, que para fazer jus à justiça gratuita deve
provar ser financeiramente hipossuficiente.

Honorários Advocatícios de Sucumbência


A parte vencida no processo é denominada de sucumbente – e deverá arcar com os ônus
desta derrota (da sucumbência). Dentre os ônus está o pagamento das custas (art. 82, §2º do
CPC) para a parte vencedora (como já referido anteriormente). E, por segundo, será também a
parte vencida condenada a pagar os honorários advocatícios ao ADVOGADO da parte
vencedora (conforme previsão expressa do art. 85 do CPC). Tal condenação deverá ser fixada
na forma estabelecida no art. 85, §2º do CPC.

Do Juiz
Suspeição e Impedimento
O magistrado, como órgão do Poder Judiciário, deve atuar com imparcialidade. No
entanto, existem circunstâncias que acarretam a sua parcialidade, as quais são definidas como
suspeição e impedimento. As causas que fundamentam o impedimento estão inseridas no art.
144 do CPC e as de suspeição no art. 145 do CPC.
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Verificada a parcialidade do juiz, através dessas duas hipóteses, não será declara
extinção do processo – deverá o magistrado ser afastado do processo e os autos encaminhados
ao seu substituto legal (sendo que os atos decisórios praticados até a substituição devem ser
invalidados).
No prazo de 15 dias, a contar do conhecimento do fato, a parte deverá alegar o
impedimento ou suspeição, em petição específica, dirigida ao juiz do processo, na qual deverá
ser indicada o fundamento da recusa, podendo instrui-la com documentos em que se fundar a
alegação e com rol de testemunhas (art. 146, CPC).
Se reconhecer o impedimento ou a suspeição, o juiz ordenará imediatamente remessa
dos autos a seu substituto legal, caso contrário (não reconhecendo sua parcialidade),
determinará a autuação em apartado e no prazo de 15 dias deverá apresentar suas razões,
acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando remessa ao
tribunal para que julgue o incidente (§1º, art. 146, CPC).
O juiz poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de
declarar suas razões (§1º, art. 145, CPC), protegendo a sua intimidade.

Intervenção de Terceiros
A intervenção de terceiros pode se dar através das seguintes formas:
• Assistência: Trata-se de uma intervenção voluntária, em que um terceiro interessado
no conteúdo da sentença intervém no processo a fim de assistir e ajudar a parte com a qual
tenha relação jurídica. Chama-se assistência simples. Existe, ainda, a assistência litisconsorcial,
que é quando o assistente e uma das partes tem um adversário em comum e o assistente visa
defender um direito seu.
• Denunciação da lide: Aqui a intervenção é originada pela iniciativa de uma das partes,
que será chamado de denunciante, cujo objetivo é garantir o direito de regresso no caso de
improcedência do processo. Somente acontece nos casos do art. 125 do CPC.

IMPORTANTE!
Esse direito de regresso somente será julgado pelo juiz se o denunciante perder a ação
principal.
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• Chamamento ao processo: Ocorre quando o réu chama a integrar o polo passivo da


demanda (apenas em processos de conhecimento) os demais devedores da mesma dívida,
configurando o litisconsórcio passivo.
• Incidente de desconsideração da personalidade jurídica: O incidente de
desconsideração da personalidade jurídica vem regulado nos art. 133 a 137 do Código de
Processo Civil.
• Amicus Curie: O amicus Curie está previsto no art. 138 do Código de Processo Civil e
sua finalidade é auxiliar na formação de convencimento do juiz. Para que seja admitido o Amicus
Curie, deverá ser observada a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da
demanda e a repercussão social da controvérsia.

Atos Processuais
Atos processuais das partes
Previsto no artigo 200 do CPC, se subdivide em declarações unilaterais, que são os atos
realizados apenas pela parte, como no caso da petição inicial, ou bilaterais, que requerem a
manifestação de ambas as partes, como no caso do acordo. São atos que geram imediatamente
a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.

Atos processuais do juiz


O pronunciamento do juiz poderá ser feito através de sentenças, decisões interlocutórias
e despachos. De acordo com art. 203, §1º do CPC, sentença é o meio pelo qual o juiz, através
dos artigos 485 e 487 do CPC, finaliza a fase cognitiva do procedimento comum, bem como
extingue a execução. Decisão interlocutória é toda decisão judicial que não se enquadra no
conceito de sentença (§2º). E despacho são os demais procedimentos do juiz realizados no
processo, de ofício ou a requerimento da parte (§3º).

IMPORTANTE!
A extinção do processo vai sempre acontecer por sentença (art. 316).

Nulidades dos atos processuais


Um ato processual será considerado nulo quando não observar todos os requisitos de
validade e acarretar algum prejuízo. Se o juiz identificar uma nulidade durante o processo,
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ordenará que seja corrigida, avaliando, inclusive, se os atos posteriores que dele dependam
também devem ser reparados (artigo 282 do CPC). A nulidade de um ato só poderá anular os
atos posteriores que dele dependam, não prejudicando os atos posteriores independentes,
conforme disciplina o artigo 281 do CPC.
De acordo com o artigo 277 do CPC, o ato será considerado válido pelo juiz, desde que
tenha alcançado a finalidade para o qual foi previsto, mesmo que tenha sido realizado de forma
contrária a lei. Isso porque adota-se o princípio da instrumentalidade das formas, que diz que a
forma é necessária apenas para que o ato alcance o seu objetivo, sendo que se atingir o objetivo
por outro meio não existirá o vício (exemplo: o réu é citado de forma incorreta, mas comparece
à audiência e se defende - o ato que inicialmente era nulo se tornará válido).

IMPORTANTE!
Identificando que o ato processual, mesmo nulo, não trouxe PREJUÍZO e alcançou a sua
FINALIDADE, não será decretada sua nulidade.

Prazos dos Atos Processuais


Os prazos, no direito processual civil, serão contados apenas em dias úteis (art. 219 do
CPC). Para contagem dos prazos, como regra, será identificado o dia do começo (art. 231 do
CPC), excluindo-se tal dia conforme o art. 224 do CPC (exclui-se o dia do começo e inclui-se o
do final). Na contagem de prazos quando a intimação acontecer via publicação no Diário da
Justiça Eletrônico, serão levados em consideração os §2º e 3º do art. 224 do CPC. Ocorrendo
uma causa interruptiva de prazo, terminada a interrupção, o prazo reiniciará na sua integralidade
(terminada a causa interruptiva a parte tem todo o prazo de volta). Emergindo uma causa
suspensiva, encerrada a mesma, a parte terá apenas o que restou (o saldo) do prazo.
São causas que geram a modificação do prazo – contagem em dobro – aquelas previstas
no art. 180 (MP), art. 186 (Fazenda Pública), art. 186 (Defensoria Pública) e art. 186, §3º
(escritórios de prática jurídica das faculdades de direito), todos do CPC.
Também incidirá o prazo em dobro no caso do art. 229 do CPC (litisconsórcio com
diferentes procuradores de escritórios distintos).
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IMPORTANTE!
Conforme o §2º do 229 do CPC, tal dispositivo não se aplica aos processos em autos
eletrônicos.
Para as partes, a consequência da não observância dos prazos processuais é a preclusão,
ou seja, a perda do direito de manifestação:
→ Suspensão do processo: Das causas de suspensão, elencadas no artigo 313 do CPC,
algumas são aplicáveis a todos os tipos (I, II, III e VI), outras são específicas do processo de
conhecimento (IV e V), já as do processo de execução são tratadas no artigo 921 do CPC.

Tutelas Provisórias
As tutelas provisórias são divididas em: Evidência e Urgência.
A tutela provisória de evidência somente poderá ser pedida (e concedida/deferida) nos
casos do art. 311 do CPC e sua análise será incidental. Por outro lado, a tutela de urgência exige,
para sua concessão, a presença dos requisitos do art. 300 (podendo ser requerida e analisada
de forma incidente ou antecedente).
A Tutela de Urgência ainda se subdivide em antecipada (garantir direitos materiais) e
cautelar (garantir direitos processuais). Especificamente as tutelas de urgência poderão ser
requeridas de forma antecedente – a antecipada antecedente está regulada nos arts. 303 e 304
do CPC, enquanto a cautelar antecedente tem sua regulação no art. 305 e seguintes do CPC.

O instituto da Estabilização da Tutela somente será aplicável nos pedidos de Tutela


Provisória de Urgência Antecipada Antecedente (art. 304 do CPC).

Ação de Conhecimento – Procedimento Comum


Petição Inicial
• Endereçamento: para quem, a competência.
• Qualificação das partes: O CPC traz uma inovação referente a qualificação das partes
na petição inicial, tratado no artigo 319, inciso II, que a petição agora deverá indicar além do
nome, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu, deverá
mencionar também a existência de união estável, o CPF ou CNPJ e o endereço eletrônico.
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Além do mais, a petição inicial deverá indicar se o autor deseja ou não de que lhe seja
designada audiência de conciliação ou mediação (art. 334 do CPC), bem como, deverá juntar a
procuração contendo nome do advogado, OAB, endereço completo (art. 105, §2º do CPC).
A não juntada será admitida somente, para evitar preclusão, decadência ou prescrição,
ou para praticar ato considerado urgente (art. 287, I c/c art. 104 do CPC).
Para as pessoas jurídicas deve ser indicado: nome da empresa, sede, número de
inscrição no CNPJ, endereço eletrônico, representante da pessoa jurídica (colocar a qualificação
do representante).

IMPORTANTE: Se o autor for absolutamente ou relativamente incapaz, deverá ser


indicado a pessoa que o representa ou assiste.

Emenda da Petição Inicial


Se a petição inicial estiver irregular, por faltar algum dos requisitos dos arts. 319 e 320 do
CPC, ou apresentar defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz
determinará que o autor emende ou a complete, no prazo de 15 dias (informando, com precisão,
o que deve ser corrigido ou completado - artigo 321, do CPC). Não cumprida tal diligência, a
petição inicial será indeferida (art. 321, parágrafo único, do CPC) – restando a ação extinta sem
resolução do mérito, na forma do art. 485, I do CPC.

Indeferimento da Petição Inicial


As hipóteses de indeferimento são aquelas previstas no art. 330, CPC. Identificada pelo
magistrado alguma das situações do art. 330 do CPC, deverá intimar o autor para
emendar/completar a inicial (art. 321, combinado com o art. 317, ambos do CPC).
A decisão que indefere a inicial, por gerar a extinção sem resolução do mérito, é uma
sentença (recorrível via apelação).
No caso de apelação, segundo o artigo 331, do CPC, o juiz poderá retratar-se de sua
decisão de indeferimento, no prazo de 05 dias, se não se retratar, o réu será citado para
responder ao recurso.
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Improcedência liminar do pedido


Quando o juiz verificar que a inicial preenche os requisitos, determinará a citação do réu
para que possa ser integrado ao processo, mas se verificar uma das hipóteses do artigo 332, do
CPC, estará autorizado a proferir decisão liminar de total improcedência, sentença com
resolução do mérito (art. 487, I do CPC).
Para que não viole o princípio da ampla defesa e do contraditório, o juiz deverá ouvir o
autor. No entanto, não é necessária a oitiva do réu pois as causas de improcedência liminar não
prejudicam o réu, apenas ao autor, ademais, essa decisão liminar ocorre antes da citação do
réu.

IMPORTANTE!
Também pode configurar causa/fundamento para a improcedência liminar dos pedidos a
identificação de prescrição ou decadência (art. 332, §1º do CPC) – neste caso, haverá extinção
com resolução de mérito conforme o art. 487, II do CPC.
Assim como no indeferimento, a improcedência liminar gera a extinção (mas com mérito)
– dessa forma, tal decisão será classificada como sentença (art. 316 do CPC), restando a
apelação como recurso adequado (art. 1.009 do CPC).
Vale recordar, ainda, que interposta a apelação o juiz poderá retratar-se no prazo de cinco
dias, se houve a retratação o juiz irá determinar o prosseguimento do processo, com a citação
do réu, contudo se não houver retratação, determinará que o réu apresente contrarrazões, no
prazo de 15 dias.

Audiência de mediação ou conciliação


De acordo com o artigo 334 do CPC, o juiz ao receber a petição e não for caso de
improcedência liminar ou indeferimento, deverá designar a audiência de conciliação ou mediação
com antecedência mínima de 30 dias, sendo que o réu terá que ser citado, pelo menos 20 dias
antes da audiência. Sua manifestação de desinteresse deverá ser apresentada até 10 dias antes
(§5º) da audiência, por simples petição.
Em caso de litisconsórcio, todos deverão manifestar o desinteresse (§6º).
Lembrando que, para não ocorrer a audiência ambas as partes deverão demonstrar
desinteresse.
O autor deverá demonstrar na petição inicial que tem interesse na audiência de mediação
e conciliação. Contudo, ainda que diga que não tem interesse, o juiz marcará audiência e
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mandará citar o réu, que também deverá se manifestar sobre o seu interesse na autocomposição,
somente não será designada quando o juiz entender que a autocomposição é inviável naquela
lide ou se AMBAS as partes disserem que não tem interesse.
Se o autor omitir na inicial seu interesse ou não pela audiência, o juiz entenderá sua
omissão como concordância com o ato, então, caso o réu venha a dizer que não tem interesse,
será designada audiência mesmo assim, ou ainda, se o autor disser que não quer, mas o réu se
manifestar pela realização da audiência de conciliação ou mediação, ela será designada pelo
juiz.
O comparecimento das partes é obrigatório, sob pena de ato atentatório contra à
dignidade da justiça e sob pena de multa de 2% da vantagem econômica pretendia ou do valor
da causa (art. 334, §8º do CPC).
As partes devem comparecer e estarem acompanhadas de seus respectivos advogados
ou defensores públicos (art. 334, § 9º do CPC)
Contudo, se a parte não puder comparecer, poderá ser representada por seu advogado,
desde que tenha procuração com poderes específicos (art. 334, §10 do CPC).

Contestação
Forma processual do réu/demandado apresentar sua defesa. Deverá ser protocolada no
prazo de 15 dias, obedecido o art. 335 do CPC.

Princípio da Eventualidade ou da concentração de defesa


Ao contrário do que ocorrer na petição inicial, a Contestação não possuí requisitos a serem
preenchidos obrigatoriamente.
Cabe ao réu alegar na contestação toda matéria de defesa, de forma específica, expondo
as razões de fato e de direito para impugnar o pedido do autor (art. 336, do CPC).

Ônus da impugnação especificada


O Réu não pode apresentar, como regra, contestação genérica, devendo enfrentar de
forma específica tudo aquilo que foi alegado pelo autor, na petição inicial (fato não contestado
será considerado presumidamente verdadeiro).
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Excepcionalmente, conforme previsão do art. 341, parágrafo único do CPC, será


autorizada e permitida a contestação genérica.
O réu pode então, na contestação, apresentar sua defesa processual (as denominadas
Preliminares, previstas no art. 337 do CPC) e de mérito (rebatendo de forma específica os fatos
– art. 341 do CPC – e os pedidos, art. 336 do CPC).

Reconvenção
Além da contestação, o réu poderá se valer da reconvenção para contra-atacar o autor,
isto é, através da reconvenção o réu poderá formular pretensões, assim como fez o autor na
petição inicial.
Segundo a expressa previsão do art. 343, deverá a reconvenção ser apresentada na
Contestação (entenda-se que não será em peça separada e no prazo da contestação).

Revelia
A revelia é configurada pela inércia do réu, que deixa de apresentar defesa em relação
aos fatos narrados na inicial – objetivamente, ocorrerá à revelia quando o réu não apresentar
contestação. A revelia do réu acarreta a presunção de veracidade dos fatos narrados na petição
inicial (art. 344, segunda parte do CPC) – os chamados efeitos da revelia; e a desnecessidade
de sua intimação para os demais atos do processo caso não tenha constituído procurador nos
autos. Importante recordar que os do art. 345 são hipóteses que afastam a aplicação dos efeitos
da revelia (o réu permanece revel, mas contra ele não se aplicam os efeitos, ou seja, a presunção
de veracidade dos fatos).

Julgamento conforme estado do processo


Extinção Parcial ou total do processo
Se já foram cumpridas as providências preliminares, o juiz procederá ao julgamento
conforme estado do processo, momento em que deverá analisar o destino da relação processual,
assim, ocorrendo qualquer hipótese prevista nos artigos 485 e 487, inciso II e III, o juiz proferirá
sentença, conforme artigo 354, do Código de Processo Civil, ainda, essa decisão poderá ser
apenas uma parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento,
conforme parágrafo único, do artigo 354, do CPC.
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Julgamento antecipado do mérito


O juiz reconhece a desnecessidade de produção de mais provas em audiência de
instrução e julgamento (provas orais, periciais e inspeção judicial), proferindo sentença com
resolução de mérito, segundo artigo 355 do CPC.

Julgamento antecipado parcial do mérito


O novo CPC também contempla a possibilidade de serem proferidas decisões parciais de
mérito – art. 356.

Ônus da prova
Caberá o ônus da prova ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito, e ao réu,
quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, essa é a regra
geral (art. 373, CPC).
Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo, ou quando, for mais fácil para
a outra parte provar fato contrário, o juiz poderá determinar, por decisão fundamentada, que o
ônus seja de forma diversa, ocasião em que deverá dar oportunidade a parte de se desincumbir
do ônus de que lhe foi atribuído. Além do mais, a distribuição diversa do ônus da prova poderá
ser determinada pelas próprias partes (através de um acordo antes ou durante o processo).

Sentença
A sentença pode ser tanto o ato que extingue o mérito da causa, resolvendo-o, como
também poderá ser sem resolução do mérito, apenas resolução processual (art. 485 e 487, do
CPC).
A sentença sem resolução do mérito não produz coisa julgada, o seu efeito é apenas de
coisa julgada formal, pois não impede que a parte renove sua propositura processual (art. 486
do CPC).
Contudo importante observar que a nova proposta de ação só poderá ocorrer se houve o
pagamento das custas e honorários referente a ação anterior (art. 92 e 486, §2º do CPC). Sobre
a fundamentação ou motivação da sentença, é importante observar que não se considera
fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão que (art.
489, §1º do CPC).
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Está sentença possui limites, que, se não respeitados, provocam sua nulidade, são as
chamadas sentenças ultra petita, citra petita e extra petita. Sentença extra petita é aquela que o
juiz julga pedido que não foi proposto pelo autor. Sentença ultra petita é aquela que o juiz
condena o réu em quantidade superior à pedida. A sentença infra ou citra petita é quando o juiz
deixa de apreciar algum pedido da parte, quando houver cumulação de pedidos.

Remessa necessária
Estarão sujeitos ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal, a sentença, conforme o art. 496 do CPC: I - proferida contra a União,
os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito
público; II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
Nestes casos, se não for interposta apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa
dos autos ao tribunal e se não fizer, deverá o presidente do respectivo tribunal avocá-los.
Não se aplicará a remessa necessária quando a condenação for de mil salários-mínimos
para a União e respectivas autarquias e fundações de direito público; de 500 salários-mínimos
para os Estados, DF e respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que
constituam capitais dos Estados e; 100 salários-mínimos para todos os demais Municípios e
respectivas autarquias e fundações de direito público.
Também não se aplicará o reexame necessário em casos em que a sentença estiver
fundada em:

I - súmula de tribunal superior;


II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo
do próprio ente público, consolidada em manifestação

Ação de Execução
A legitimidade ativa para propor a execução está prevista no art. 778 do CPC.
Os legitimados do polo passivo da execução, estão previstos no art. 779 do CPC.
Quanto a cumulação de dois ou mais títulos na mesma execução não há nenhum
impedimento legal, desde que os títulos apresentem os requisitos de cumulação previstos no art.
327 §1º e 780 do CPC.
Ceisc OAB
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Requisitos do título executivo: O art. 783 e 786 do CPC dispõe que “A execução para
cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível”.

Obrigação representada no título deve ter:


1) Liquidez: exata quantidade da obrigação. É o quantum.
2) Certeza: exposição da obrigação no título, com exposição do devedor, qual obrigação
e requisitos da lei.
3) Exigibilidade: a obrigação deve estar apta a ser exigida (art. 786 do CPC).

O rol dos bens impenhoráveis encontra-se no art. 833 do CPC.

ATENÇÃO!
− Poupança: art. 833, X, do CPC: A impenhorabilidade dos bens depositados na
caderneta de poupança é limitada a 40 salários-mínimos.
− Diversas cadernetas de poupança: Caso o devedor possua diversas cadernetas de
poupança, o limite de impenhorabilidade deve considerar a soma de todas elas.
− Dívida relativo ao próprio bem: Lembre-se que a impenhorabilidade não é oponível à
execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição, na
forma do art. 833, §1º.
− Box de estacionamento: Caso o box do estacionamento tenha matrícula individualizada
poderá ser objeto de penhora (ver súmula 449 do STJ).

O art. 833, §2º é categórico ao afirmar que a impenhorabilidade prevista nos incisos IV e
X não se aplica aos casos de penhora para pagamento de prestação alimentícia.
A segunda parte do inciso 2º do art. 833 refere-se à possibilidade de penhora dos ganhos
excedentes a 50 salários-mínimos mensais, seja qual for a origem da obrigação.

− Impenhorabilidade do bem de família: Previsão na Lei 8.009/90. O imóvel residencial


familiar é impenhorável por dívidas de qualquer natureza.
EXCEÇÃO: Pode haver penhora do bem de família nos casos previstos no art. 3º da Lei
8.009/90.
Ceisc OAB
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Súmulas importantes: Súmula 364 do STJ, súmula 449 do STJ e súmula 486 do STJ.

• Execução por quantia certa: A execução por quantia certa tem o objetivo de compelir
o devedor a pagar determinada quantia em dinheiro.
Na petição inicial, o exequente deverá juntar a memória de cálculo do débito atualizado,
por força do art. 798, I, “b” e parágrafo único e terá a opção de indicar os bens que deseja
penhorar, conforme art. 798, II, “c” do CPC.
Ao receber a petição inicial o juiz determinará a citação do devedor para pagar o débito
em três dias, sob pena de penhora, fixando desde já os honorários advocatícios.
No caso de execução por quantia certa, a citação implica no prazo de três dias para pagar
(a partir da efetiva citação do devedor) e o prazo de quinze dias para oferecer embargos
(contados da juntada do mandado aos autos), independentemente de realizada ou não a
penhora.

• Penhora: Não ocorrendo o pagamento em três dias, o oficial de justiça fará a penhora
dos bens indicados pelo credor na petição inicial e caso não haja indicação, fará a penhora sobre
os bens que localizar em diligência, observado o rol de bens impenhoráveis previsto no art. 833
do CPC e da Lei n. 8.009/90.
A expropriação dos bens é o meio pelo qual o credor alcançará a satisfação de seu crédito
na execução por quantia certa e consiste na adjudicação, alienação ou apropriação de frutos e
rendimentos de empresa ou estabelecimento e de outros bens.
A adjudicação ocorre quando o bem móvel ou imóvel penhorado é transferido para o
credor a fim de satisfazer seu crédito e nunca poderá ocorrer por valor inferior ao da avaliação.
Alienação do bem, que far-se-á por iniciativa particular (art. 866 do CPC) ou em leilão
judicial eletrônico ou presencial (art. 879, CPC).

• Execução contra fazenda pública: A execução contra fazenda pública fundada em


título extrajudicial está regulada no art. 910, do CPC, que determina sua citação para opor
embargos à execução em trinta dias.
Ceisc OAB
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Não havendo interposição de embargos ou rejeitados em decisão transitada em julgado,


será expedido precatório ou requisição de pequeno valor em favor do exequente, observado o
disposto no art. 100 da C.F.

Não existe expropriação de bens contra a Fazenda Pública.

Cumprimento de sentença
O cumprimento de sentença é utilizado quando o credor tem um título executivo judicial
(rol de títulos executivos judiciais no art. 515, CPC).
Para que seja iniciado o cumprimento de sentença é necessário a presença de três
requisitos: a) o título executivo judicial; b) inadimplemento do devedor; c) iniciativa do exequente
(513, §1º, do CPC).
É possível fazer o cumprimento de sentença de decisões interlocutórias (exemplo: fixação
liminar de alimentos), cumprimento de sentença provisório (quando a decisão exigida ainda pode
ser modificada) e, ainda, cumprimento de sentença definitivo (sentença já transitada em julgado).

Cumprimento de sentença de quantia certa


Para que o cumprimento de sentença seja iniciado é necessária a manifestação do credor,
através de petição nos mesmos autos, requerendo a intimação do devedor para que efetue o
pagamento do débito no prazo de quinze dias – art. 523 do CPC. O devedor será intimado na
forma do art. 513, §2º do CPC.

Cumprimento de Sentença contra Fazenda Pública


Constituído o título judicial contra a Fazenda Pública, o cumprimento de sentença deve
constar cálculo discriminado do valor do débito de acordo com os requisitos previstos no art. 534,
do CPC. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga,
remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de trinta dias e nos próprios autos,
impugnar a execução, podendo arguir as matérias elencadas nos incisos do art. 535, do CPC.
Se a Fazenda Pública não apresentar impugnação, será expedido o precatório ou requisição de
pequeno valor.
Ceisc OAB
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Extinção da execução
Os motivos que levam a extinção da execução estão previstos no art. 924 do CPC, o rol
apresentado é exemplificativo, já que existem outras formas que acarretam na extinção da
execução, como por exemplo, o acolhimento dos embargos.
O art. 925 determina a necessidade de sentença para que a extinção da execução produza
efeitos.

Embargos à execução
A propositura de embargos à execução é a forma que o executado ataca a ação de
execução fundada em título executivo extrajudicial. Trata-se de uma ação autônoma, mas
vinculada à execução (deve ser proposta no juízo da execução e a distribuição deve ser por
dependência com tramitação em autos apartados). Tem natureza de ação de conhecimento e se
presta para desconstituir ou declarar a nulidade ou inexistência do crédito.
O PRAZO para apresentação dos embargos é de quinze dias, conforme preceitua o art.
915 do CPC e observado o art. 231 do CPC que fixa as regras para a contagem do prazo.
Caso o executado reconheça o crédito do exequente no prazo dos embargos e comprove
o depósito de 30% do valor da execução (acrescido de custas e honorários), poderá requerer o
PARCELAMENTO do restante em até 6 parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e
juros de um por cento por mês (art. 916 CPC). Com o deferimento do pedido de parcelamento,
a execução ficará suspensa até a quitação integral do débito.
Importante destacar que o credor não poderá opor-se ao parcelamento, pois se trata de
um direito que a lei confere ao devedor, mas será intimado (art. 916 §1º do CPC) para manifestar-
se em 5 dias sobre o preenchimento dos pressupostos.
O inadimplemento de qualquer das prestações do parcelamento acarretará o vencimento
antecipado das prestações subsequentes e no prosseguimento do processo com o imediato
reinicio dos atos executivos, além de multa de 10% sobre o valor das prestações não pagas
(parágrafo quinto do art. 916).

Efeito suspensivo
O art. 919 do CPC prevê que os Embargos a Execução não terão efeito suspensivo (ou
seja, prossegue a execução).
Ceisc OAB
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Como forma de exceção, poderá ser concedida tal efeito (para suspender a execução,
desde que presentes os requisitos do art. 919, parágrafo primeiro).

Impugnação ao cumprimento de sentença


A impugnação é o meio adequado de defesa do devedor no cumprimento de sentença
(título executivo judicial), tratando-se de incidente da fase de cumprimento de sentença, julgado
por intermédio de decisão interlocutória.
O prazo para apresentação de impugnação ao cumprimento de sentença é de 15 dias
após o decurso do prazo para pagamento voluntário, independentemente de penhora ou nova
intimação, conforme art. 525 do CPC:
A impugnação ao cumprimento de sentença ocorre por intermédio de petição direcionada
ao juízo da execução, devendo seu mérito basear-se de acordo com os fundamentos do art. 525,
§1º, do CPC.
Além disso, caso o impugnante deseje, deverá formular o pedido do efeito suspensivo.
Caso a impugnação esteja de acordo com os requisitos legais, o juiz a receberá e
determinará a intimação do impugnado (exequente) para apresentar sua resposta no prazo de
quinze dias.
Petição de exceção de pré-executividade - A exceção de pré-executividade é feita através
de simples petição a ser juntada nos autos, alegando a nulidade da execução, conforme art. 803.

Estruturação da Petição Inicial


a) Forma de identificar a peça: justamente se é a peça que vai desencadear o processo.
Então de regra, a FGV vai narrar uma situação de fato e conforme o artigo 312 do CPC, a ação
considera-se proposta com o protocolo da petição inicial;
Cuidar na hora de identificar a peça: existem iniciais que vão ser propostas mesmo com
um processo em andamento – ex: embargos à execução, embargos de terceiro, oposição...

b) Base para estruturar a peça: Art. 319 do CPC. Esse artigo 319 do CPC será usado
como base para estruturar petição inicial, e vocês adaptam a petição inicial de acordo com o
procedimento.
Ceisc OAB
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Exemplo: na ação de consignação em pagamento que é um procedimento especial,


vocês fazem com base no artigo 319 do CPC, mas observam o artigo 542 do CPC, que traz os
requisitos da Petição Inicial da ação de consignação em pagamento. Ex: o réu é citado para
contestar ou levantar o depósito na consignação.

c) Requisitos da Petição Inicial:


Os elementos do art. 319 do CPC devem constar na Petição Inicial;
Requisitos devem ser preenchidos para que a Petição Inicial possa desencadear o
processo;
Assinada de forma genérica. Exemplo: Local..., Data..., Advogado...,OAB...

Exemplos de endereçamentos conforme a competência


CUIDAR SEMPRE O ENUNCIADO DA FGV PARA FAZER DE ACORDO COM AS
REGRAS DE COMPETÊNCIA E DE ACORDO COM OS DADOS DO ENUNCIADO:

→ No caso da Justiça Estadual quando tiver mais de uma vara: (É A REGRA GERAL)
DOUTO JUÍZO DA ...VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DE
PARANÁ.

→ No caso do Juizado Especial Cível Estadual:


DOUTO JUÍZO DO ... JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE SANTA CRUZ DO
SUL DO ESTADO RIO GRANDE DO SUL

→ No caso do Juizado Especial da Fazenda Pública:


DOUTO JUÍZO DO ... JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE
SANTA CRUZ DO SUL DO ESTADO RIO GRANDE DO SUL

→ No caso de Tribunal de Justiça: (não no caso de recursos e sim de petição inicial nos
casos de competência originária)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
Ceisc OAB
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→ No caso de Tribunal Federal: (não no caso de recursos e sim de petição inicial nos
casos de competência originária)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE
DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO (Como exemplo, o estado do
Rio Grande do Sul pertence à 4ª região, contudo, caso a problemática da FGV não informe a
região a que pertence o Estado, o examinando não deverá informar, a fim de evitar a identificação
de peça).

→ No caso do STJ:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

→ No caso do STF:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL

Após o endereçamento, dá-se um espaço e inicia-se a qualificação das partes, conforme


previsão do inciso II do artigo 319 do CPC.

Quanto à qualificação das partes


Neste caso, indica-se o polo ativo (quem pede) e o polo passivo (em face de quem se
pede). Ou seja, quem possui a legitimidade para ingressar com a ação e quem deve responder,
cumprindo, assim, um dos requisitos do artigo 17 do CPC, que impõe a legitimidade da parte
para postular em juízo.
Previsão do art. 319, II, do CPC: “os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de
união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu”.
→ Exemplo de qualificação das partes:

NOME DO FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil...(verificar no problema se há


menção sobre união estável), profissão..., portador da Cédula de Identidade..., do CPF..., com
endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., número..., bairro..., Cidade..., Estado...,
Ceisc OAB
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CEP..., por intermédio de seu advogado constituído (procuração em anexo), OAB..., endereço
eletrônico..., com endereço profissional na Rua..., número.., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP...,
onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar, pelo
procedimento comum (com fundamento no artigo...), a presente (....)

IMPORTANTE: representação das pessoas jurídicas e dos entes despersonalizados: art.


75 do CPC.

Dos fatos e fundamentos jurídicos


Descrever de acordo com o enunciado as razões pelas quais está ingressando com a
ação. O que ocorreu. Dica para realizar uma boa descrição dos fatos:

1º Descrever a relação jurídica, ou seja, o que liga o autor e réu;


2º Descrever o motivo pelo qual tem o conflito, o que originou o processo;
3º Descrever a conclusão, ou seja, o que pretende com a ação;

Os autores JOÃO AGUIRRE E RENATO MONTANS DE SÁ apresentam na sua obra


PRÁTICA CIVIL 7. Ed. Saraiva: São Paulo, 2017, p. 31, o seguinte esquema para uma boa
apresentação dos fatos na Petição Inicial, consoante segue em 3 passos:

1º Descrever a relação jurídica: descrever a relação fática jurídica mantida entre as


partes, da qual derivou o conflito. Assim, aqui deve ser descrita a situação de fato ou de direito
que antecedeu o conflito ou com ele foi concomitante. Os autores citam exemplos:
a) O fato de autor e réu estarem trafegando de automóvel na mesma via;
b) O casamento entre o autor e a Ré;
c) O contrato de compra e venda de determinado produto celebrado entre as partes;
d) A doação feita pelo autor ao Réu;
e) O fato de o Réu ter se obrigado a pintar um quadro;

2º Descrever o Fato Gerador: ou seja, o motivo principal que deu origem ao conflito. Aqui
deve ser descrito o fato em si que deu origem à pretensão ou ao direito potestativo do autor.
Exemplificam os doutrinadores acima:
Ceisc OAB
2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil

O fato de o réu ter, imprudentemente, abalroado a traseira do automóvel do autor;


O fato de ter se tornado insuportável a continuidade da vida em comum;
O fato de o produtor vendido conter um vício;
O fato de o autor ter incorrido em erro escusável no momento da doação;
O fato de o réu não ter entregue o quadro na data aprazada;

3º Descrever a conclusão: isto é, a consequência lógica e jurídica da união entre a


relação e fato gerador, o que levará aos objetivos que o autor pretende com a ação. Aqui deve
ser descrito o que se pretende com a ação.

Exemplificam Aguirre e Sá da Seguinte forma:

O autor deve ser indenizado pelo réu;


A separação do casal;
O réu deve trocar o produto viciado;
O negócio jurídico deve ser anulado;
O réu deve pintar o quadro, conforme pactuado;

Nos argumentos jurídicos, o examinando deverá fazer a fundamentação QUE ENSEJOU


O PEDIDO da ação, demonstrar os dispositivos legais aplicáveis, entendimento jurisprudencial,
se for o caso. NÃO BASTA APENAS LANÇAR O DISPOSITIVO, tem que contextualizar com a
fundamentação. Mera cópia de artigo não pontua.
Ceisc OAB
2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil

OBSERVAÇÃO: na petição inicial esses requisitos são cumpridos da seguinte forma:

Tipo de Peça Nomenclatura

Polo Ativo: Autor


Ação pelo procedimento comum Polo Passivo: Réu

Contestação Continua como autor e réu

Recursos (com exceção da apelação, Recorrente (quem interpoe)


agravo e embargos) Recorrido

Agravante (quem interpoe)


Agravos Agravado

Apelante (quem interpoe)


Apelação Apelado

Embargante (quem opõe)


Embargos Embargado

Polo Ativo:Exequente
Execução Polo Passivo: Executado

Impetrante (quem impetra)


Mandado de segurança Impetrado

I – DOS FATOS
ATENÇÃO: Os fatos devem ser narrados com o enunciado. É VEDADO inventar dados
sob pena de identificação de prova e atribuição de nota zero!
Ceisc OAB
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II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS


A partir dos fatos usar a nomenclatura correta para as partes, de acordo com o tipo de
peça;

III – DO PEDIDO COM AS SUAS ESPECIFICAÇÕES: o autor deve dentre outros pedidos
trazer o pedido de total procedência da ação para o fim de... (pedido certo e determinado,
conforme 322 e 324 do CPC);

IV – VALOR DA CAUSA
O valor da causa que deve constar na petição inicial e na reconvenção tem inúmeras
consequências para o processo.
Deste modo, SE A PEÇA FOR ESTRUTURA DE PEÇÃO INICIAL, o valor da causa
sempre constará na petição inicial, independentemente se for procedimento contencioso ou
voluntário, mesmo que a causa não tenha conteúdo econômico que seja imediatamente aferível,
conforme previsão do art. 291 do CPC.
Para fixar o valor da causa o examinando deve observar o enunciado da FGV, bem como
os critérios para fixação do valor da causa contidos no artigo 292 do CPC.

• Critérios para fixação da causa: Previsão no art. 292 do CPC:


IV. As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados:
Na petição inicial, tem o Autor dever de indicar as provas que pretende demonstrar a
veracidade dos fatos alegados.
Para FGV geralmente se faz o pedido genérico sempre: REQUER A PRODUÇÃO DE
TODOS OS MEIOS DE PROVA EM DIREITO ADMITIDOS. E caso conforme a ação ou o
enunciado da peça, se faz o pedido específico de alguma prova.

V. Manifestação do autor quanto à audiência de conciliação ou mediação:


Previsão do inciso VII: “a opção do autor pela realização ou não de audiência de
conciliação ou de mediação”.
Exemplo de como fazer esse pedido:
Em atendimento ao disposto no artigo 319, inciso VII do Código de Processo Civil, informa
o autor a opção pela realização da audiência de conciliação ou mediação.
Ceisc OAB
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Algumas outras situações que podem constar na peça:


→ Intervenção do Ministério Público: quando for situação do artigo 178 ou outra
situação prevista, como por exemplo, parágrafo único do artigo 698 do CPC; Cuidar previsão
legal se tiver intervenção do Ministério Público deve pedir;
→ Tramitação Preferencial: nos casos do artigo 1.048 do CPC. No que tange ao inciso
I do artigo 1.048 do CPC cuidar ainda o caput do artigo 71 do Estatuto do Idoso e o §5º do artigo
71 do Estatuto do Idoso. Cuidar ainda a previsão do artigo 4º da Lei de Alienação Parental.
→ Pedido De Tutela Provisória: conforme previsão dos artigos 294 a 311 do CPC. Pode
haver ainda a liminar, conforme (art. 9º, parágrafo único inciso I, II e III)

Outros Pedidos que vão constar na peça, mas observe:


→ Pedido de concessão do benefício da gratuidade da justiça ou pedido de
recolhimento de custas iniciais; CUIDANDO O ENUNCIADO DA FGV;
→ Pedido de condenação do réu em verbas sucumbênciais: Ou seja, condenação
em custas e honorários de advogado.
→ Pedido de citação: sempre cuidando o procedimento. Ex: no procedimento comum
de regra o réu é citado para comparecer à audiência de conciliação ou mediação na forma do
artigo 334 do CPC;
→ PEDIR A PROCEDÊNCIA DA AÇÃO PARA O FIM DE...

Verbos adequados:

• Petição Inicial ➙ Propor/Ajuizar


• Contestação e demais petições em andamento ➙ Apresentar/Oferecer
• Alegação de Suspeição/Impedimento/Preliminar ➙ Arguir
• Recursos (Com exceção dos embargos) ➙ Interpor
• Embargos ➙ Opor
• Mandado de Segurança, Injunção Habeas Corpus e Habeas Data ➙Impetrar
Ceisc OAB
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Emenda à petição inicial


Peça apresentada pelo Autor, na forma do artigo 321 do CPC, quando:

O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando
com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
(BRASIL, 2015)

Caso o juiz verifique que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos pelos artigos
319 e 320 do CPC, ou ainda, que a petição apresenta defeitos e irregularidades que dificultam o
julgamento de mérito, determinará que o autor emende ou complete a inicial no prazo de 15 dias.

Como verificar que é a emenda à petição inicial na hora da PROVA?


A peça processual será emenda a petição inicial quando o enunciado da FGV deixar
evidente que a petição inicial deixou de atender os requisitos dos artigos 319 e 320 do Código
de Processo Civil e o juiz intimou o Autor para emendar / completar a petição inicial.

Estruturação de contestação:
a) Como identificar que é contestação? É a peça de defesa do réu, sendo que é
apresentada de acordo com um dos termos do artigo 335 do CPC.
b) Prazo:
Fundamento Legal: 335, caput do CPC que estabelece o prazo legal de 15 dias a iniciar
de acordo com uma das hipóteses do art. 335 do CPC (ver enunciado da FGV).
− OBSERVAR QUE CONTAM SOMENTE DIAS ÚTEIS: ART. 219 DO CPC;
− OBSERVAR QUE EXCLUI O DIA DO INÍCIO E INCLUI O DIA DO VENCIMETO: ART.
224 DO CPC;
− OBSERVAR AS HIPÓTESES DE PRAZO EM DOBRO;

Trazer toda matéria de defesa na Contestação: IMPUGNAR TUDO!!!


c) Princípio da eventualidade (art. 336 do CPC).
d) Ônus da Impugnação Especificada (art. 341 do CPC).
e) Preliminares (art. 337 do CPC): Recebem este nome justamente por serem alegadas
antes da defesa de mérito.
Ceisc OAB
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f) Da Possibilidade de correção do polo passivo pelo autor (artigos 338 e 339 do CPC)
g) Da defesa quanto ao mérito: aqui o réu impugna os fatos, o direito trazido pelo autor;
h) Da existência de Prescrição e Decadência do Direito do Autor: são matérias de mérito,
elencadas no artigo 487 do CPC.
i) Demais questões: Denunciação à lide, Chamamento ao Processo.

Da estrutura da contestação com reconvenção


− Previsão legal:
A reconvenção hoje é prevista no artigo 343 do CPC e É OFERECIDA DENTRO DA
CONTESTAÇÃO. Ocorre a reconvenção quando o réu ele se utiliza do mesmo processo ajuizado
pelo autor para propor uma ação em face do autor.
− ENTÃO SE A CONTESTAÇÃO TIVER RECONVENÇÃO: NO CASO DA
RECONVENÇÃO: NÃO ESQUECER DE ABRIR O TÓPICO DA RECONVENÇÃO DEPOIS DA
IMPUGNAÇÃO QUANTO AO MÉRITO NA CONTESTAÇÃO e antes dos pedidos ➙ Abra os
fatos da reconvenção e os fundamentos jurídicos da reconvenção;

OBS: Como as partes são chamadas dentro da reconvenção? O réu continua sendo réu,
mas dentro da reconvenção será chamado de RÉU RECONVINTE. E o Autor dentro da
Reconvenção de AUTOR RECONVINDO! Mas isso na parte da reconvenção.

− OBSERVAR QUE A RECONVENÇÃO TEM VALOR DA CAUSA. ENTÃO SE FOR


SIMPLES CONTESTAÇÃO NÃO TEM VALOR DA CAUSA. SE FOR CONTESTAÇÃO COM
RECONVENÇÃO TEM VALOR DA CAUSA, PORQUE A RECONVENÇÃO TEM!!!

Da réplica à contestação: fundamento – artigo 350 e 351 do CPC. Constitui na resposta


do Autor às alegações que o Réu apresentou na sua contestação;
Das razões finais escritas: Oferecido depois da audiência de instrução e julgamento
quando não forem realizados os debates orais, ou seja, quando os debates orais forem
substituídos por alegações finais escritas. Pode ser tanto pelo autor, quanto pelo réu, a depender
quem vocês estão defendendo conforme o enunciado. Previsão do art. 364 do CPC/15.
São apresentadas quando a causa apresentar questões complexas de fato e de direito e
houver a substituição dos debates orais por razões finais escritas.
Ceisc OAB
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2. Revisando Parte Geral, Coisas, Família e Sucessões

Prof.ª Maitê Damé


@maitedame

Direitos garantidos desde a Capacidade de Direito - Capacidade de Fato -


concepção Todos têm Exercício

Nascituro Nascimento com vida Maioridade

Emancipação:
- escritura pública
- judicial (tutores)
- casamento
- exercício de emprego
público efetivo
- colação de grau em
curso superior
- independência
econõmica

Atenção:
Registro da emancipação voluntária e judicial no CRCPN
Casamento: divórcio não retorna à incapacidade.

Representação

Art. 3º, CC - Menores


Absoluta de 16 anos Se praticar sozinho =
negócio nulo - art.
166, I do CC

Incapacidades
Assistência

Art. 4º +16 e - 18 Se praticar sozinho =


anos, ébrios, não negócio anulável =
Relativa possam exprimir art. 171, I do CC -
vontade pródigos prazo de 4 anos a
contar do momento
em que cessar a
incapacidadd (art.
178 do CC).
Ceisc OAB
2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil

O art. 6º do Estatuto da pessoa com deficiência (Lei nº 13.146/2015) - deficiência não


afeta aplena capacidade civil, inclusive para gestão do plano familiar e existencial do indivíduo.
Apessoa com deficiência pratica o ato, podendo escolher dois apoiadores para lhe
auxiliarem natomada de decisão (art. 1.783-A, CC).
QUALIFICAÇÃO: Absolutamente incapaz, (qualificação conforme dados do enunciado +
319,CPC) representado por...; relativamente incapaz, (qualificação conforme dados do
enunciado +319, CPC) assistido por...

Tutela Menores de idade

Maiores de idade que não


Tutela e Curatela possam exercer atos da vida
civil - art. 4ª, II, III e IV

Necessidade de ação de
Curatela interdição

Art. 753, §2º, CPC/2015 -


Necessidade de Ação de Interdição perícia definirá a extensão da
interdição e quais atos o
interditado estará impedido.

Nesta ação haverá a fixação (por perícia) dos atos que podem ser praticados e nomeará
o curador.

Direitos de Personalidade
Ao lado dos direitos patrimoniais, existem direitos, não menos importantes, que estão fora
docomércio e encontram-se inseridos na personalidade do indivíduo. São direitos inerentes e
ligados àpessoa humana e a sua dignidade, de forma perpétua e permanente. Dentre estes
direitosdestacam-se a vida, liberdade, nome, próprio corpo, imagem e honra.
O rol exemplificativo
• Relação direta com o princípio da dignidade da pessoa humana
• Relação direta com os direitos fundamentais previstos na CF
• Proteção dos direitos de personalidade do nascituro (art. 2º, CC)
• Aplicável, no que couber, às pessoas jurídicas (art. 52, CC). Súmula 227, STJ: “A
pessoa jurídicapode sofrer dano moral”.
Ceisc OAB
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Direito ao próprio corpo: Artigos 13 – 15.


• Testamento vital
• Cirurgia de adequação sexual – possibilidade
• Crença religiosa – testemunhas de Jeová
Ex.: Art. 15, CC: “ Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de
vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.”

ATENÇÃO!
Enunciado 528, das Jornadas de Direito Civil, que autoriza o chamado testamento vital
ou biológico, que nada mais é do que uma autorização para a prática da suspensão do
tratamento médico:
“É válida a declaração de vontade expressa em documento autêntico, também chamado
"testamento vital", em que a pessoa estabelece disposições sobre o tipo de tratamento de saúde,
ou não tratamento, que deseja no caso de se encontrar sem condições de manifestar a sua
vontade”.

Direito ao nome: Artigos 16 – 19.


É admissível a alteração do nome, diretamente no Registro Civil, conforme art. 56º da Lei
nº 6.015/73 (LRP).
• Transgêneros: possibilidade de alteração independentemente de cirurgia de
adequação sexual – ADIN 4275 + Art. 56, LRP + Provimento 73, CNJ.
Havendo violação ao direito ao nome é cabível a reparação por danos.
Nesse sentido, há a Súmula 403, STJ que determina que “Independe de prova do prejuízo
a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou
comerciais”. Os responsáveis pelo ressarcimento serão tanto o autor da publicação quanto o
veículo de divulgação. É o que prevê a Súmula 221, STJ: “São civilmente responsáveis pelo
ressarcimento de dano, decorrente de publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto
o proprietário do veículo de divulgação”. O art. 19 protege, além do nome, o pseudônimo. Ex.:
Fafá de Belém (Maria de Fátima Palha de Figueiredo); Cazuza (Agenor de Miranda Araújo Neto).
Assim, o mau uso do pseudônimo de alguém também gera o dever de indenizar.
→ Arts. 20 e 21, CC – palavra, imagem, honra e vida privada:
Ceisc OAB
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A pessoa que tiver sua imagem ou voz utilizadas de forma indevida, sem autorização,
poderá acionar a justiça para impedir o uso e, ainda, receber indenização pelo uso indevido.
Contudo, o STJ julgou a ADIn 4815, que dá ao art. 20, CC interpretação conforme a
Constituição. Nesta ação, foi autorizada a publicação das “biografias não autorizadas”, ou seja,
a possibilidade de publicação de obras biográficas literárias ou audiovisuais, independentemente
do consentimento do biografado. O Presidente do STF a época (Ricardo Lewandowski) afirmou
que “não é possível que haja censura ou se exija autorização prévia para a produção e
publicação de biografias”, de forma que “a censura prévia está afastada, com plena liberdade de
expressão artística, científica, histórica e literária, desde que não se ofendam os direitos
constitucionais dos biografados”.

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:


I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a


que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu
funcionamento, pelas normas deste Código.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das
organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou
registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às
sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei
específica.
Ceisc OAB
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Atos constitutivos

Art. 45 Registro no CRCPJ

Registro no Registro Público de Se for pessoa


Empresas Mercantis jurídica empresária

Sócio
Personalidade
Jurídica Personalidade
separada
Pessoa jurídica

Confusão
patrimonial
Desconsideração Abuso da
Art. 50 da personalidade personalidade
Desvio de
finalidade

Desconsideração da Personalidade Jurídica


A pessoa física e a jurídica são separadas. Possuem patrimônios e responsabilidades
separados.
Contudo, podem haver casos de desvio de finalidade (atividades realizadas por meio da
pessoajurídica não são relacionadas com a atividade-fim dela, visando beneficiar seus
integrantes) ou deconfusão patrimonial (não se consegue distinguir o patrimônio particular e o
patrimônio da pessoajurídica).
Essa doutrina visa, em certos casos, desconsiderar a personalidade jurídica, a fim de
atingir opatrimônio pessoal dos sócios.
➙ Art. 50, CC + art. 133, CPC.

Não se trata de declarar nula a personalidade, mas sim de tornar a personalidade jurídica
ineficazem certos casos. Pode desconsiderar a pessoa jurídica para atingir bens dos sócios ou,
ao inverso,desconstituir a pessoa jurídica para atingir bens da empresa (desconsideração
inversa, art. 50, § 3º do CC)
Somente a requerimento da parte ou do MP (não pode ocorrer de ofício).
Ceisc OAB
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De se observar que para que ocorra a desconsideração, é necessário a presença do


requisito: abuso da personalidade jurídica, que se configure por confusão patrimonial ou
desvio de finalidade.

Bem de família
Voluntário: vários bens, até 1/3 do patrimônio líquido, escritura pública ou testamento,
registro noCRImóveis, enquanto o casal existir ou os filhos forem menores de 18 anos,
impenhorabilidadequanto a dívidas posteriores a instituição, salvo as derivadas do próprio bem
(impostos econdomínio).
Legal: Lei nº 8.009/90, único bem, regra é que seja impenhorável, exceção: art. 3º. A
banca costuma, quando cobra questões sobre a lei 8009/90, a exigir que aborde a regra -
impenhorabilidade pelo art. 1º - e as exceções do art. 3º (quando questiona sobre exceções).

Teses e Súmulas do STJ Sobre Bem de Família


• Súmula 449: A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis
não constitui bem de família para efeito de penhora. (Súmula 449, CORTE ESPECIAL, julgado
em 02/06/2010, DJe 21/06/2010)
• Súmula 549: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de
locação.(Súmula 549, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/10/2015, DJe 19/10/2015)
• Súmula 486: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado
a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a
moradia da sua família.
• Súmula 364: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o
imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
Ceisc OAB
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Planos de existência, validade e eficácia

Plano da Existência Plano da Validade Plano da eficacia

Uma vez que o negócio


O negócio jurídico, para seja existente, deve-se Quando está apto a
ser considerado como analisar se está perfeito produzis efeitos
tal, deve cumprir certos ou contém algum vício imediatos. A produção
requisitos mínimos. Os de efeitos pode estra
ou defeito inviabilizante.
elementos estruturais Os requisitos devem limitada por elementos
estão presentes. estar presentes acidentais

Vontade Vontade = livre + boa-fé Elementos acidentais

Agente = capaz +
Agente legitimado Condição

Objeto = lícito + possível


Objeto + determinado Termo

Forma = livre ou prescrita


Forma em lei Modo ou encargo

Consequência do
inadimplemento negocial
(juros, multa, perdas e
danos)
Ceisc OAB
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Anulável (art.
171, I), salvo em
Incapacidade hipóteses
Relativa (art. 4º Suprimento =
especiais (rts. assistência
do CC)
228, I, 666 e
Agente Capaz 1.860)

Incapacidade
Absoluta (art. 3º Nulidade (art. Suprimento =
do CC) 166, I do CC) representação

Livre
Manifestação da
vontade
Validade, art. 104 do CC

De boa-fé

Ilícito = herança de pessoa


Lícito Não é proibido pelo direito viva

Naturalmente possível de se
Possível realizar Impossível = terreno na lua
Objeto
Determinado Objeto descrito Imóvel "X"

Determinável Possível de se caracterizar Sacas de soja

Regra: forma livre (art. 107 do CC)


Prescrita
Exceção: formalismo (art. 166, IV e V, 221 do CC;
Forma 154, 366 do CPC)
Não defesa em lei

Capacidade dos negócios jurídicos gerarem efeitos. Pode depender de alguma


“situaçãoespecial” (elementos acidentais do negócio jurídico).
Públicos: pertencentes à pessoas de direitopúblico interno (art. 98, CC).
Ceisc OAB
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Suspensiva
Evento futuro e
Condição: art. 121 incerto
Resolutiva

Efcácia Termo Evento futuro e certo

Determinação que
Encargo ou modo impõe um dever ou
ônus ao beneficiário

Erro Art. 138, CC pessoa engana-se sozinha

Dolo Art. 145, CC artifício malicioso

ameaça ou pressão exercida sobre alguém, fundada


Coação Art. 151, CC em temor de dano iminente e considerável ao
paciente, seus familiares ou seus bens.

prejuízo resultante da enorme desproporção existente


entre as prestações de um contrato, no momento de
Defeitos

Lesão Art. 157, CC sua celebração, determinada pela premente


necessidade ou inexperiência de uma das partes

situação de perigo conhecida da outra parte (elemento


estado de perigo Art. 156, CC subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento
objetivo).

declaração enganosa da vontade, visando aparentar


Simulação Art. 167, CC negócio diverso do efetivamente desejado.

Art. 158, CC –
devedor desfalca o seu patrimônio, a ponto de se gratuita
Fraude contra tornar insolvente, com o intuito de prejudicar seus
credores credores. Art. 159, CC –
onerosa

Prazos de anulação – Decadência

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulaçãodo negócio
jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do diaem que se
realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, semestabelecer prazo
para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contarda data da conclusão do ato.
Ceisc OAB
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Efeitos de anulabilidade
• Não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
• Alegada pelo interessado (arts. 177 e 178, CC).
• Art. 172, CC - negócio jurídico anulável pode ser confirmado (convalidado), através
deconfirmação expressa (art. 173, CC).
• Menor púbere (16 a 18 anos) não pode alegar idade para eximir-se da obrigação,
quando, nacelebração do negócio, omitiu a informação (art. 180, CC).

Não convalesce pelo decurso do tempo

Não pode ser confirmada pelas partes

Absolutamente incapaz;

Invalidade
Absoluta Nulidade Objeto ilícito, impossível ou indeterminável;

Motivo for ilícito;

Não revestir a forma prescrita em lei;


Art. 166 e 167 do
CC
Não for observada solenidade essencial;

Objeto fraudar lei imperativa;

Lei o declarar nulo ou proibir-lhe a prática

Negócio simulado

Convalesce pelo decurso do tempo

Prazo de 4 anos, art. 178 do CC

Invalidade
Relativa Anulabilidade Pode ser confirmada pelas partes

Incapacidade relativa do agente;


Art. 171 do CC
Vício resultante de erro, dolo, coação, estado
de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Ceisc OAB
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Prescrição e Decadência

Prescrição Decadência

Há prática de um ato/negócio
Existe um direito - Pela parte
- Por terceiro

Este direito é violado


Em razão deste ano/negócio, nasce um
direito

Nasce para o titular uma pretensão


- Cobrança
- Reparação civil Deve ser exercício no prazo
- Indenização estabelecido

Deve ser exercida nos prazos dos arts. Geralmente o dispositivo que prevê o
205 e 206, CC. direito, já tras o prazo; Se não trouxer,
art. 179, CC = 2 anos.

Prescrição
A prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado, em razão da inércia
do titular,dentro do prazo previsto pela lei.
Não prescrevem: Aqueles referentes ao Direitos da Personalidade, referente ao Estado
das Pessoas:estado de filiação, qualidade de cidadania, condição conjugal. Ações referentes à
separação,interdição, investigação de paternidade etc.;
➙ Prazos: Art. 205 e 206, CC.

Decadência
Seria a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular, que não o exerceu dentro
do períododeterminado pela lei;
Refere-se a ações que visam a constituir positiva ou negativamente atos e negócios
jurídicos, comonos casos de ações anulatórias de negócios jurídicos.
Os prazos de decadência são definidos junto aos institutos. Prazo começa a fluir de
quando nasce odireito.
Ceisc OAB
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Posse

É o domínio fisíco que alguém tem sobre a coisa, que vem a ser protegido pelo Direito, sendo,
portanto, concedido efeitos jurídicos a este domínio.

É o exercício de fato de um dos poderes inerentes a propriedade.

Teoria subjetivista ou subjetiva - Savigny - poder fisíco sobre a


coisa (corpus) + vontade de ser dono desta coisa (animus domini)

Teorias justificadoras
Teoria objetivista - Jhering - exige apenas o poder físico/fático
sobre a coisa, dispensando o "animus domini", mas agindo, o
agente, com o intuito de explorar a coisa de forma econômica. Esta
é a teoria adotada pelo Brasil (art. 1,196, CC)
Posse

Posse - o sujeito que possui o domínio fisico da coisa age como se


dono fosse

Posse X Detenção Detenção - o sujeito possui o


domínio físio da coisa, mas O detentor tem a coisa em
sabe que a coisa não é sua e razão de uma situação de
pretende devolvê-la após o dependência econômica ou de
subordinação.
uso.

Direta e posse indireta - art. 1,197, CC

Justa e injusta - art. 1.200, CC

Classificação Boa e má-fé - art. 1,201, CC

Com título e sem título

Nova e posse velha

Atos que não induzem posse


“Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão outolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos,ou clandestinos, senão depois de cessar a violência
ou aclandestinidade.”
Os atos de permissão ou tolerância não induzem posse. Este é o caso do detentor, que
conserva aposse em nome do dono (art. 1.198, CC).
Ceisc OAB
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De igual forma, os atos clandestinos ou violentos não autorizam a aquisição da posse.


Significa quenos casos de conflitos de terra, por exemplo, em que haja a tomada violenta da
posse da área, estesnão poderão adquirir a posse, em razão da violência do ato. Contudo, depois
que cessar a violência ou a clandestinidade poderão eles adquirir a posse.
Assim, a proteção liminar nas ações possessórias, havendo violência e clandestinidade,
só ocorre quando estas datarem de menos de ano e dia, nos termos do art. 558, CPC/2015.
Os atos de permissão ou tolerância não induzem posse. Este é o caso do detentor, que
conserva aposse em nome do dono (art. 1.198, CC).
De igual forma, os atos clandestinos ou violentos não autorizam a aquisição da posse.
Significa que nos casos de conflitos de terra, por exemplo, em que haja a tomada violenta da
posse da área, estes não poderão adquirir a posse, em razão da violência do ato. Contudo,
depois que cessar a violência ou a clandestinidade poderão eles adquirir a posse.
Assim, a proteção liminar nas ações possessórias, havendo violência e clandestinidade,
só ocorre quando estas datarem de menos de ano e dia, nos termos do art. 558, CPC/2015.

Efeitos da posse
O Código Civil estabelece, dos arts. 1.210 ao 1.222 os efeitos da posse. Tais efeitos
podem ser de ordem material ou processual.
Os efeitos materiais dizem respeito a percepção dos frutos e suas consequências, ao
direito a indenização e retenção das benfeitorias, as responsabilidades e ao direito de usucapião.
Já os efeitos processuais dizem respeito a possibilidade de utilização dos interditos
possessórios, as ações possessórias e a legítima defesa da posse e do desforço imediato.

Percepção dos frutos


Quanto a percepção dos frutos, deve-se, por primeiro, considerar se a posse é de boa ou
má-fé. Assim, o Código Civil prevê os seguintes dispositivos quanto ao recebimento (ou não) dos
frutos.
Seria a perda do direito potestativo pela inércia do seu titular, que não o exerceu dentro
do período determinado pela lei.
Refere-se a ações que visam a constituir positiva ou negativamente atos e negócios
jurídicos, como nos casos de ações anulatórias de negócios jurídicos.
Ceisc OAB
2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil

Os prazos de decadência são definidos junto aos institutos. Prazo começa a fluir de
quando nasce o direito.

Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.

Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser
restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também
restituídos os frutos colhidos com antecipação.

Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que são
separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.

Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem
como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se
constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.

O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos (colhidos). Já os frutos pendentes
(ainda não colhidos) devem ser restituídos, assim como aqueles que tenham sido colhidos por
antecipação.
O possuidor de má-fé deve devolver todos os frutos colhidos ou pendentes, bem como
aqueles que deixou de colher por culpa sua (art. 1.216, CC), devendo, neste último caso, ser
responsabilizado no caso de perecimento dos frutos não colhidos por sua culpa (reparação de
danos – responsabilidade civil). Mas tem direito, o possuidor de má-fé a ser indenizado pelas
despesas de produção e custeio.
Os frutos naturais são aqueles provenientes da coisa principal (frutas, por exemplo).
Estes, tão logo sejam separados da coisa principal consideram-se colhidos.
Os frutos industriais são aqueles que derivam de uma atividade humana (tudo o que venha
a ser produzido em uma fábrica, por exemplo). Estes, assim, como os naturais, logo após
separados consideram-se colhidos.
Os frutos civis derivam de uma relação jurídica ou econômica (rendimentos de aplicações
financeiras, aluguel de imóveis, por exemplo). Estes são percebidos na data prevista para
vencimento do aluguel ou do “aniversário” da aplicação financeira.

Retenção e indenização das benfeitorias: Artigos 1.219 - 1.222.


Conforme estudado na parte geral, as benfeitorias são acessórios que se agregam a coisa
principal, ou seja, obras artificiais, realizadas pelo homem, na estrutura da coisa principal – já
existente – como propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. Estas benfeitorias podem
ser classificadas sem necessárias, úteis e voluptuárias. São necessárias as benfeitorias
realizadas para evitar um estrago iminente ou deterioração da coisa principal (reparos realizados
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na viga; troca do telhado). São úteis aquelas realizadas com o objetivo de facilitar a utilização da
coisa (abertura de uma nova entrada para servir de garagem para a casa). São voluptuárias
aquelas feitas para o mero prazer, sem aumento da utilidade da coisa (decoração do jardim). Art.
96, CC.
Benfeitorias necessárias: o possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a
estas benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas. O possuidor
de má-fé tem direito de ser ressarcido apenas quanto a estas benfeitorias (aquele que tiver o
dever de indenizar tem direito de optar entre o valor atual da coisa e o custo dela), não possuindo
direito de retenção.
Benfeitorias úteis: o possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a estas
benfeitorias (pelo valor atual) ou exercer o direito de retenção pelo valor delas.
Benfeitorias voluptuárias: o possuidor de boa-fé tem direito a ser indenizado quanto a
estas benfeitorias ou de retirá-las, desde que não haja detrimento da coisa (que não haja a
desvalorização do imóvel, por exemplo), caso não lhes sejam pagas. O possuidor de má-fé não
tem direito alevantar as benfeitorias voluptuárias.

Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa


Os arts. 1.217 e 1.218, CC tratam da responsabilidade do possuidor com relação a perda
ou deterioração da coisa:

Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a
que não der causa.

Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda
que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse
do reivindicante.

Pela redação dos dispositivos, percebe-se que essa responsabilidade é somente do


possuidor de má-fé, que deverá indenizar o proprietário em razão da perda ou da deterioração
da coisa, mesmo que acidentais. Essa responsabilidade somente será afastada havendo prova
de que a perda ou deterioração ocorreria mesmo que a coisa estivesse na posse do reivindicante
(art. 1.218, 2ª parte).
Ex.: João se apossa do cavalo de Pedro. Neste caso, se o cavalo morrer na posse de
João por teringerido veneno, ele deverá indenizar a Pedro. Contudo, se a morte do animal ocorrer
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por uma doença cardíaca grave, ou seja, mesmo que estivesse na posse de Pedro ele morreria,
não terá João o dever de indenizar. CUIDADO, pois, neste caso, depende de PROVA!

Usucapião
O principal efeito da posse é o direito de usucapião, ou seja, o exercício de posse de uma
coisa por certo tempo gera a chamada prescrição aquisitiva, que dá direito ao titular a pleitear a
propriedade da coisa através da pretensão de usucapião.

Proteção Possessória
Dentro dos efeitos da posse encontra-se a possibilidade que o possuidor tem de se utilizar
das ações possessórias (ou interditos possessórios) para proteção e defesa de sua posse.
Importante observar que as ações possessórias tanto podem ser exercidas pelo
proprietário detentor da posse, como também por aquele que, embora não tenha a propriedade,
se encontra na posse da coisa. Quanto a proteção possessória, o CC prevê os seguintes
dispositivos:

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se po rsua própria
força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do
indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de
outro direito sobre a coisa.

Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter -se-á
provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das
outras por modo vicioso.

Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o


terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.

Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes,
salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou
daqueles de quem este o houve.

Ações Possessórias
1. Interdito proibitório: caso de ameaça ou risco ao exercício da posse do titular. Proteção
de perigo iminente.
2. Ação de manutenção de posse: caso de turbação ou perturbação à posse, ou seja,
houve um atentado à posse, mas sem retirá-la do possuidor. Preservação da posse.
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3. Ação de reintegração de posse: caso de esbulho ou retirada da posse, quando o


atentado se concretiza e o possuidor é destituído da sua posse. Devolução da posse. Cabível
sempre que houver invasão, mesmo que parcial, do imóvel.

Perda da Posse: Artigos 1.223 – 1.224


A perda da posse ocorre quando alguém deixa de agir como se dono/proprietário fosse.
A perda pode ocorrer de várias formas, mas quatro delas são as principais:
• derrelicção, ou abandono voluntário da coisa;
• tradição, que é quando há a transmissão voluntária da posse a terceiro;
• esbulho, que é quando a posse é tomada/subtraída do seu possuidor, contra sua
vontade;
• destruição da coisa, ou seja, quando a coisa deixa de existir.

Propriedade
Atributos da propriedade
Estes quatro atributos da propriedade: Gozar, Reivindicar, Usar e Dispor, são resumidos
na expressão GRUD. Art. 1.228, CC. Se uma pessoa tiver todos estes atributos terá a
propriedade plena. Contudo, faltando algum deles ou, caso esses atributos sejam divididos entre
duas ou mais pessoas, haverá a propriedade restrita.

Direito de uso, ou seja, utilização da coisa conforme as permissões legislativas, ou seja,


existem limites ao uso como, por exemplo, o direito de vizinhança, a desapropriação ou o
tombamento.

Direito de gozo ou fruição, ou seja, a possibilidade de retirar da coisa os frutos que ela
produz (sejam eles naturais ou civis), como, por exemplo, a locação de um imóvel.

Direito de disposição, ou seja, sendo o proprietário da coisa, poder transmiti-la a terceiro,


seja por ato entre vivos (compra e venda) ou causa mortis (testamento), seja de forma onerosa
(mediante pagamento) ou gratuita (negócio benéfico, sem pagamento).
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Direito de reinvindicação, ou seja, possibilidade de, através de ação petitória, com


fundamento na propriedade, reivindicar a coisa de quem a detenha injustamente. A ação
reivindicatória é a ação petitória mais comum, tratando-se de ação real fundada no domínio.
Tartuce afirma que pode-se “afirmar que proteção da propriedade é obtida por meio dessa
demanda, aquela em que se discute a propriedade visando à retomada da coisa, quando terceira
pessoa, de forma injustificada, a tenha, dizendo-se dono”. O STJ tem entendido ser imprescritível
tal ação, tendo em vista seu caráter declaratório.

Usucapião de bens imóveis


Posse com a intenção de ser dono (posse ad usucapionem);
Posse deve ser mansa e pacífica, ou seja, sem oposição;
Lapso temporal prescrito em lei.

Extraordinária
• Art. 1.238
• 15 anos de posse
• Dispensa a existência de justo título e boa-fé.
• REDUÇÃO DE PRAZO: para 10 anos se o imóvel for utilizado para moradia habitual ou se tiver
sido realizado obra ou serviço de caráter produtivo.

Ordinária
• Art. 1.242
• 10 anos de posse
• Justo título e boa-fé.
• REDUÇÃO DE PRAZO: para 5 anos se o imóvel tiver sido adquirido, de forma onerosa,
devidamente registrado e, posteriormente, tiver o registro cancelado e desde que os
possuidores tenham estabelecido lá sua moradia ou realizado investimentos de interesse social
e econômico.

Especial Rural
• Art. 1.239
• 5 anos
• área rural de até 50hectares
• produtividade ou moradia
• não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Ceisc OAB
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Especial Urbana

• Art. 1.240
• 5 anos
• área urbana de até 250m²
• moradia
• não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural

Especial urbana por abandono do lar conjugal

• Art. 1.240-A
• 2 anos
• área urbana de até 250m²
• moradia (posse direta)
• usucapiente seja proprietário em conjunto com ex-cônjuge ou companheiro que tenha
abandonado o lar
• não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

Especial Urbana coletiva

• Art. 10, Lei 10.257/01


• núcleos urbanos informais
• 5 anos
• área por possuidor, inferior a 250m²
• não serem os possuidores proprietários de outro imóvel urbano ou rural.

Usucapião de bens móveis


• Usucapião ordinária: Prevista no art. 1.260, CC, exige posse ad usucapionem, lapso
temporal de 3 anos, justo título e boa-fé.
• Usucapião extraordinária: Prevista no art. 1.261, CC, exige posse ad usucapionem,
lapso temporal de 5 anos. Não exige justo título e nem boa-fé.

Perda da Propriedade: Artigo 1.275 do Código Civil.

Vizinhança
Uso da propriedade: Artigo 1.277 e 1.278 do Código Civil.
proprietário de uma coisa/prédio não pode usar de sua propriedade de forma a impedir
ou limitar o exercício da propriedade por parte do prédio vizinho. Desta forma, o art. 1.277, CC
permite que o proprietário de um prédio faça cessar as interferências prejudiciais a utilização da
sua propriedade.
Ceisc OAB
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Existe, portanto, uma proibição ao uso nocivo da propriedade, que importa em


perturbação da segurança, do sossego ou da saúde dos vizinhos.
De se observar que essa proteção trazida pelo art. 1.277, CC é conferida tanto ao
proprietário como, também, ao possuidor que podem se utilizar de medidas variadas
(responsabilidade civil, obrigação de não fazer, nunciação de obra nova, etc) para fazer cessar
a interferência. Estas proibições de interferências levarão em conta a utilização e localização do
prédio, limites ordinários e tolerância dos moradores da vizinhança.
O art. 1.278, CC, por sua vez, determina que não prevalece o direito de fazer cessar a
interferência, se as mesmas forem justificadas por interesse público. Em uma situação como
esta, haverá o dever, por parte do proprietário do prédio que causa o dano, de indenizar o vizinho.
Ex.: construção de açudes que invadem parte da propriedade vizinha, passagem de rede elétrica.
Sempre que for possível, o vizinho poderá exigir a redução ou eliminação das
interferências, ainda que por decisão judicial devam ser toleradas – art. 1.279, CC. Ex.: foi
tolerada a construção do açude, mas o mesmo secou e, neste caso, o proprietário pode recuperar
o uso da sua propriedade.
Quando o prédio ameaçar ruína, o proprietário o prédio vizinho pode exigir demolição ou
reparação, além de poder exigir caução pelo dano iminente. Art. 1.280, CC. Sempre que houver
iminência de dano, na construção sobre o prédio vizinho, poderá o outro exigir garantia de
eventual prejuízo (art. 1.281, CC).

Passagem forçada: Artigo 1.285 do Código Civil.


Acessibilidade do imóvel encravado – pode exigir do vizinho a passagem forçada.
Essa passagem será concedida pelo imóvel mais natural e que mais facilmente se preste
a passagem, mediante indenização cabal (conforme o valor da área da passagem + a
desvalorização) e o rumo (localização da passagem) será fixado judicialmente quando não
houver acordo entre as partes.
O enunciado 88 das Jornadas de Direito Civil prevê que esse direito a passagem forçada
“também é garantido nos casos em que o acesso à via pública for insuficiente ou inadequado,
consideradas, inclusive, as necessidades de exploração econômica”.
De se observar que a passagem forçada é diferente da servidão de passagem. Esta última
é direito real e se constitui por acordo entre os proprietários de prédios vizinhos, quando um
Ceisc OAB
2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil

deles seja encravado. Ademais, deve ser levado a registro no Cartório de Registro de Imóveis.
A passagem forçada é obrigatória e a servidão é facultativa.

Limites e direito de tapagem: Artigo 1.297 e 1.298 do Código Civil.


Despesas com divisas devem ser repartidas.
Permitido: cercas, muros, valas ou qualquer forma de separação entre prédios. Pode ser,
também, por cercas vivas, árvores ou plantas.
Tapumes para impedir passagem de animais: despesa por conta de quem deu causa.
Limites confusos: solução pela posse justa ou divisão em partes iguais.
Ação demarcatória: quando não houver demarcação de forma consensual. Procedimento
do art. 574, CPC.

Condomínio

Condomínio

Voluntário Necessário Edilício

Paredes, Unidades
Estabelecido cercas, muros autônomas + Convenção de
pelas partes Instituição condomínio Extinção
e valas partes comuns
divisórias dos
imóveis
Cada um Aquisição de
possui uma Ato entre Lei interna do todas as
quota ideal – Incidência das vivos condomínio unidades por
pro indiviso normas do uma só pessoa
direito de
Cada um vizinhança
possui um Deve ser
quinhão real – Testamento registrada Destruição do
pro diviso imóvel

Direito de
preferência – Identificação
art. 504, CC da fração ideal
Desapropriação

Finalidade
Ceisc OAB
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Direito Matrimonial
Espécies de casamento:
1. Puramente religioso
2. Puramente civil (habilitação + celebração – juiz de paz + registro)
3. Religioso com efeitos civil (Lei nº 1.110/1.950 + Art. 71 e ss. da Lei nº 6.015/1973)

Habilitação prévia: Artigo 1.515 do Código Civil.


Habilitação + celebração (ministro de confissão religiosa) + registro.

Habilitação posterior: Artigo 1.516, §2º do Código Civil.


Celebração (ministro de confissão religiosa) + habilitação + registro.

Capacidade para o casamento

• 16 a 18 anos: necessidade de autorização dos pais.


• Consentimento: se um dos pais permitir e o outro não, a solução é pedir autorização judicial.
Não deve casar. Pode ser retirado até a celebração.
• Indivíduo emancipado: não precisa da autorização dos genitores.
• Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil,
observado o disposto no art. 1.517 deste Código.(art. 1.520, CC).
• Todo aquele que precisar, para casar, de suprimento judicial de consentimento, ou autorização
judicial, o regime será o de separação obrigatória de bens (art. 1.641, III, CC).

Casamento nulo e anulável

• Nulo: celebrado com inobservância à impedimentos. Não prescreve.


• Anulável: situações do art. 1.550, CC. Prazos prescricionais exíguos.
• Enquanto estiver em vigência, produz efeitos.
• Depois da sentença: efeito retroativo (art. 1.563, CC) - dissolução do vínculo, como se nunca
tivesse ocorrido (volta a ser solteiro).

Habilitação

• Corre perante o Registro Civil.


• Momento de averiguar a capacidade e eventual impedimento.
• Definir o regime de bens.
Ceisc OAB
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Celebração

• No cartório: 2 testemunhas.
• Fora: 4 testemunhas + portas abertas.
• Casamento civil: celebração por juiz de paz.

Causa suspensiva

• Art. 1.523, CC: não deve casar.


• Matrimônio realizado com inobservância de causa suspensiva: imposição do regime de
separação obrigatória (art. 1.641, I, CC).

Impedimentos

• Art. 1.521, CC: não pode casar.


• Derivado do parentesco, vínculo ou prática de crime.
• Matrimônio realizado com inobservância de impedimento: nulo (art. 1.548, II, CC) -
interessados ou o MP poderão, a qualquer tempo, buscar a nulidade (art. 1.549, CC).

Mutabilidade do regime de bens


Pedido motivado ao juiz, feito por ambos os cônjuges e com a garantia do direito de
terceiros – art.1.639, § 2.º, CC.
Art. 734, CPC – necessidade de ambos firmarem a inicial.

Pacto antenupcial
Escritura pública; antes da habilitação (encaminha junto com a habilitação); dispor de
regras patrimoniais (art. 1.653, CC).
Não havendo convenção, ou sendo esta nula ou ineficaz (pelo estabelecimento de
cláusulas que não sejam possíveis) ➙ regime da CPB (art. 1.640, CC).
Sem o pacto antenupcial o regime que deve constar no casamento é o regime legal
(comunhão parcial de bens).

Outorga conjugal
Regra = necessidade de autorização conjugal. Arts. 1.647 a 1.650 do CC.
Exceção:
• No regime da separação convencional de bens.
• Na separação obrigatória a súmula 377, STF é aplicada.
Ceisc OAB
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• No regime da participação final nos aquestos, quando o casal convencionar a livre


disposição dos bens.

Bens incomunicáveis: Constituem o patrimônio pessoal dos consortes (arts. 1.659 e


1.661 do CC).
Bens comunicáveis: Integram o patrimônio comum (art. 1.660 do CC).

Comunhão universal de bens


Bens incomunicáveis: art. 1.668/CC
Os cônjuges, casados sob esse regime, não podem constituir sociedade entre si (art. 977,
CC).

Participação final nos aquestos


Existem cinco universalidades de patrimônios: 1. Os bens particulares que cada um
possuía antes de casar; 2. Os bens que o outro já possuía; 3. O patrimônio adquirido por um dos
cônjuges, em nome próprio, após o matrimônio; 4. Os adquiridos pelo outro, em seu nome, após
o casamento; 5. Os bens comuns, adquiridos pelo casal.
A participação ocorrerá sobre o patrimônio adquirido, de forma onerosa, pelo outro, mas
através de um crédito e não pela constituição de condomínio sobre o patrimônio. Significa dizer
que o direito não é sobre o patrimônio, mas sim sobre eventual saldo após as compensações
dos acréscimos de cada um. Há uma expectativa de crédito (que só configura-se ao final). Não
se trata de meação, mas de crédito a receber.

Separação dos bens


Cada um possui o seu patrimônio (bens e dívidas anteriores e posteriores ao matrimônio).
Existem dois patrimônios bem separados: o do marido e o da mulher.
Não há qualquer comunicação de bens.
Qualquer dos cônjuges pode alienar ou gravar seus bens sem anuência do outro cônjuge.

Separação obrigatória – incidência da súmula 377, STF.


Ceisc OAB
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União Estável
→ União estável = ato-fato jurídico = independe de vontade para que se configure. União
pública, contínua e duradoura, com a intenção PRESENTE de formar família.
→ Aplicabilidade das regras de impedimentos (art. 1.723, § 1.º, CC).
→ Não reconhecimento de uniões estáveis paralelas.
→ Regime de comunhão parcial de bens.
→ Concubinato = 1.727, CC – impedimento matrimonial.
→ Não necessita residir sobre o mesmo teto.
Dissolução do Vínculo Conjugal

Separação fática por


2 anos Divórcio direto

CC - Separação +
Divórcio Separação 1 ano de casamento
+ separação judicial + Divórcio por
1 ano de trânsito em conversão
julgado

Independentemente do tempo de casamento;


Constituição Federal Independentemente do tempo de separação cabe divócio para romper
vínculo (EC 66/2010)

→ A possibilidade de julgamentos parciais no divórcio – art. 356, CPC/2015.


→ Possibilidade de divórcio sem prévia partilha de bens.

Divórcio extrajudicial
• Consenso;
• Inexistência de filhos incapazes ou nascituros (novo CPC) – cabe, neste caso,
emancipar os filhos menores de idade para a realização do divórcio extrajudicial – o CPC/2015
retirou o termo menores, deixando os incapazes e incluindo os nascituros;
• Assistência de advogado.

Divórcio no estrangeiro
O divórcio consensual pode ser reconhecido no Brasil sem que seja necessário proceder
à homologação. Art. 961, §5.º CPC + Prov. 53 CNJ = Apenas para divórcios consensuais simples.
Havendo guarda, partilha, necessária a homologação do STJ.
Ceisc OAB
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Separação e Divórcio Extrajudiciais: Lei 11.441/2007 + art. 733, CPC/2015


Requisitos: Consenso; Inexistência de filhos incapazes ou nascituros; Assistência de
advogado.

Guarda
Unilateral ou exclusiva, quando exercida por apenas um dos pais;
Compartilhada, quando exercida por ambos em iguais condições;
A guarda pode ser modificada se ficar provado que o guardião ou pessoas de sua
convivência familiar não trata convenientemente a criança ou o adolescente.
A guarda pode ser estabelecida a terceira pessoa, desde o nascimento, se houver
abandono afetivo (art. 1584, §5.º, CC).
Com a lei 13.058/2014 a guarda compartilhada tornou-se a regra!
Residência base de moradia = art. 1.583, §3.º

Filiação e reconhecimento dos filhos: Artigo 1.597 do Código Civil

Voluntário: livre manifestação dos pais – art. 1.607


- Filho falecido: apenas se tiver deixado herdeiros – art. 1.609, § único.
- Ato irrevogável e irretratável (mesmo que em testamento declarado nulo) – art. 1.610.
- Formas de reconhecimento: art. 1.609.

Judicial: sentença em ação de investigação


- Sentença proferida em ação que busca o reconhecimento do filho – investigação de
paternidade ou maternidade.
- Qualquer pessoa que tenha interesse pode contestar a ação (art. 1.615).
- Investigação de paternidade = ação imprescritível.

Oficioso: art. 2.º, Lei 8.560/92


- Quando a mãe indica o nome do pai no Cartório. Pai é intimado para se manifestar no
prazo de 30 dias. Se não o fizer, JUIZ encaminha o procedimento ao MP para ajuizar ação de
investigação de paternidade.
Ceisc OAB
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Ações de Filiação
Ação negatória = presunção. Legitimidade ativa = Pai.
Ação anulatória = reconhecimento voluntário. Legitimidade ativa = Pai.
Investigatória = busca descobrir a paternidade. Legitimidade ativa = Filho.
- São imprescritíveis.

Ação de Alimentos – Procedimento Especial


- Fundamento: lei 5478/68 + art. 1694 e seguintes do CC
- Valor da causa: 12x o valor do pedido (cuidar se existe valor no enunciado). Art. 292, III,
CPC.
- Juiz, ao receber a inicial, deve fixar alimentos provisórios. Fazer pedido de alimentos
provisórios. Fundamentar no art. 4º, 5478/68 e, também, art. 300 e ss., CPC. Abrir tópico
específico.
- Gratuidade judiciária – observar que, se ficar evidente no enunciado que não há
condições de pagamento, a FGV cobra que faça o pedido. Também abrir tópico específico.
- Decisão de alimentos provisórios: cabe agravo. É executável/cumprimento decisão
interlocutória.
- Citação para audiência única. Não havendo acordo – apresentar contestação.
- Sentença: retroage a data da citação.

Execução da obrigação alimentar


Atualmente, em razão das previsões do CPC/2015, a prestação alimentar pode ser
cobrada judicialmente através de quatro maneiras:

➙Título executivo extrajudicial – ação de execução – rito da prisão (art. 911, CPC/2015);

➙Título executivo extrajudicial – ação de execução – rito da expropriação (art. 913,


CPC/2015);
➙Cumprimento de sentença ou decisão interlocutória (nos mesmos autos) – rito da prisão
(art. 528, CPC/2015);
➙ Cumprimento de sentença ou decisão interlocutória (nos mesmos autos) – rito da
expropriação (art. 530, CPC/2015);
Ceisc OAB
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Pena de prisão: até 3 prestações vencidas + vencíveis durante o processo. Intimação para
pagamento em 3 dias ou justificativa ou prova do pagamento. Se não pagar – protesto da
decisão. Determinação de prisão civil por até 90 dias – regime fechado.

Constrição de bens: Juiz intima para pagamento em 15 dias, acrescido de custas. Se não
pagar, multa de 10% + honorários de 10%. Se pagar parcial, multa e honorários incidem sobre o
que falta. Não havendo pagamento, expedição de mandado de penhora.

Sucessões
Extinção da Personalidade
Morte real
Morte presumida sem decretação de ausência: art. 7º CC; provável a morte de quem
estava em perigo de vida. Ação de justificativa após fim das buscas. Desaparecido ou prisioneiro
de guerra não encontrado até dois anos após o término da guerra. Ação de justificação só após
2 anos do término da guerra.
Morte presumida com decretação de ausência: art. 6º + art. 22, ambos do CC; alguém que
desaparece sem dar notícias. Três fases: curadoria dos bens do ausente, sucessão provisória +
sucessão definitiva (neste momento considera-se a morte).

+80 anos +5 anos sem notícias = suc definitiva

Comoriência: art. 8º, CC; morte simultânea – critério temporal. Morrem ao mesmo tempo
(mesmo que em lugares distintos).

Ausência
Ausente = art. 22 = aquele que desaparece de seu domicílio sem dar notícias, sem deixar
representante ou procurador para administrar-lhe o patrimônio.
A lei prevê três fases: curadoria dos bens do ausente, sucessão provisória e sucessão
definitiva. Art. 744 e ss. CPC/2015

Bens são arrecadados pelo curador (qualquer sucessor) ➙ publicação de edital na


internet, no site do Tribunal de Justiça e na plataforma de editais do CNJ, onde deverá
Ceisc OAB
2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil

permanecer por 1 ano. Não havendo site, a publicação deve ocorrer, de dois em dois meses, no
órgão oficial e na imprensa da Comarca ➙ após o prazo previsto no edital, contado da
arrecadação dos bens do ausente e da nomeação do curador ( será de 3 anos este prazo se o
ausente tiver deixado representante) ➙ abertura da sucessão provisória (sentença de abertura

da sucessão provisória só produz efeitos após 180 dias da sua publicação na imprensa) ➙
possível a abertura de eventual testamento e do inventário para partilha dos bens herdeiros
devem prestar garantia para ingressarem na posse dos bens ➙ após 10 anos da abertura da

sucessão provisória ➙ sucessão definitiva (A sucessão definitiva também pode ser requerida se
restar comprovado que o ausente conta com mais de 80 anos e que não há notícias dele há mais
de 5 anos) ➙ partilha dos bens.
Se o ausente reaparecer durante a sucessão provisória, o patrimônio lhe é devolvido.
Se o ausente retornar nos 10 anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, terá direito
aos bens no estado em que se encontram, os sub-rogados em seu lugar ou o preço que os
herdeiros tiverem recebido pelos bens alienados.

Morte Abertura da sucessão Capacidade hereditária

-Legítima: art. 1.798,


- Real Transmissão da CC.
- Presumida herança aos herdeiros. - Testamentária: arts.
1.798 + 1.799, CC.
Ceisc OAB
2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil
Lugar da abertura da sucessão

1. Falecido sem domicílio certo: situação dos bens (art. 48, §


Regra: último domicílio do único, I, CPC/2015).
falecido (art. 1.785, CC).

2. Falecido sem domicílio certo e com bens em lugares diferentes:


Exceções: local de qualquer dos bens (art. 48, § único, II, CPC/2015).

3. Falecido com pluralidade de domicílios: qualquer deles (art. 71,


CC).

Herdeiros necessários: descendentes, ascendentes e cônjuge ➙


Garantia da legítima (1/2 da herança).
Espécies de sucessão

Legítima
Herdeiros facultativos: colaterais ➙ Podem ser excluídos da
sucessão (liberdade plena de testar).

Herdeiro instituído: recebe % da herança.


Testamentária
Herdeiro legatário: recebe bem certo, descrito e caracterizado.

Liberdade de testar – art. 1.789/CC


Princípio da liberdade limitada de testar – existe um percentual que não está sujeito à
vontade do testador, quando existirem herdeiros necessários.

Havendo herdeiros necessários – art. 1.789 – dispõe da metade da herança.


Herdeiros necessários: art. 1.845 – descendentes, ascendentes e cônjuge.
Deve ser respeitada a metade disponível aos herdeiros necessários - art. 1846, CC
(herança ≠ legítima).
Valor da parte disponível definido pela avaliação – art. 1.847. Havendo excesso, redução
das disposições, nos termos dos arts. 1.966 a 1.968.

Herança ≠ meação.
Art. 1.850 – será plena a liberdade de testar se não houverem herdeiros necessários.
Ceisc OAB
2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil

• Decorre de lei.
• Hipóteses: art. 1.814, CC.
• Independe de manifestação.
• Alcança o herdeiro legítimo e o testamentário (instituído ou legatário).
Indignidade • A exclusão depende da Ação de Indignidade ou de sentença penal condenatória
transitada em julgado (art. 1815-A, CC).
• Prazo para a ação de indignidade: 4 anos (abertura da sucessão).
• Admite reabilitação, mediante perdão do ofendido.
• Nem sempre os fatos são anteriores à morte do autor da herança.

• Decorre da vontade do autor da herança.


• Hipóteses: art. 1.814 + art. 1.962 + art. 1.963, CC.
• Necessita de manifestação da vontade do autor da herança, em testamento.
• Deve indicar a causa da deserdação.
• Só atinge aos herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge).
Deserdação • A exclusão depende da Ação de Deserdação: confirma a causa alegada no
testamento.
• Prazo: 4 anos (abertura do testamento).
• Não comporta perdão, pois o ato correspondente é praticado em testamento (ato de
última vontade). Pode, contudo, novo testamento revogar o anterior.
• Os suportes fáticos são anteriores à morte do autor da herança.

Petição de Herança
Pode ocorrer, por qualquer razão, que algum herdeiro não seja relacionado no inventário
e na partilha. Nesse caso, sua condição jurídica de herdeiro não é reconhecida (filho a ser
reconhecido de uma relação extraconjugal do de cujus).
Nesse caso, para que esse herdeiro possa ter seu direito reconhecido e, então, receber
parcela que lhe cabia na universalidade, deverá ingressar com uma ação judicial. Esse é o caso
da petição de herança.
A ação visa, portanto, o reconhecimento da qualidade de herdeiro e a satisfação quanto
ao acervo hereditário, ou seja, contemplar o herdeiro – autor da ação – com sua quota parte na
herança.

Exemplos:
• Alguém que se aposse ilegalmente da herança ou de parte dela;
• Herança que é recolhida por parentes mais afastados do falecido e o interessado é de
grau mais próximo, de classe preferencial;
• A herança é distribuída entre os herdeiros legítimos, e aparece testamento do de cujus,
em que outra pessoa é nomeada herdeira;
Ceisc OAB
2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil

• O filho não reconhecido ingressa com ação de investigação de paternidade e, de forma


cumulada, com a petição de herança.

Sucessão Legítima

Falecido Solteiro

Descendentes
• Mais próximo excluem os mais remotos;
• Existe direito de representação;
• Filhos sucedem por cabeça;
• Outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.

Ascendentes
• Mais próximos excluem os mais remotos;
• Não há direito de representação;
• Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam
a metade, cabendo a outra aos da linha materna.

Colaterais
• Mais proximo excluem os mais remotos
• Ordem: Irmãos - Sobrainho - Tios - Demais colaterais
• Existe direito de representação - Filhos de Irmãos
• Irmão unilateral - peso 1
• Irmão bilateral - peso 2

Falecido casado Descendentes em Ascendentes em Sobrevivente


ou convivente em concorrência com concorrência com como herdeiro
união estável o sobrevivente o sobrevivente universal

• Condicionado ao regime de • Independentemente do • Não havendo


bens regime de bens descendentes, nem
• Regra: Ha concorrência • Meação sobre bens ascendentes
• Exceção: CUB, SOB, CPB, comuns • Direito real de
s/BP • Herda sobre a totalidade habitação sobre o
• Meação sobre bens comuns da herança (outra metade imóvel em que o casal
• Herança sobre bens dos bens comuns + residia
particulares totalidade de bens
• % de concorrência particulares)
• Divisão igualitária - até 3 • % de concorrência
filhos comuns • 1/3 se concorrer com Pai
• Divisão igualitária - qualquer e Mãe
número de filhos individuais • ½ se concorrer só com
• Reserva de 1/4 da herança - Pai ou só com Mãe ou se
mais de 3 filhos maior for o grau
Ceisc OAB
2ª Fase 39º Exame | Revisão Turbo | Direito Civil

Sucessão testamentária

Liberdade de dispor Formas ordinárias

Público:
Limitada a 50% da herança: - Tabelionato
- herdeironecessário. - 2 testemunhas

Plena: Particular:
- colaterais. - Próprio testador
- 3 testemunhas
- Possível não observar requisitos se houver
Disposições: riscode vida (juiz analisa).
1. Patrimoniais
2. Pessoais: reconhecimento de filho,perdão
indigno. Cerrado:
- Próprio testador
- 2 testemunhas
Capacidade: - Tabelião aprova
1. No ato de elaborar o testamento:pessoa - Costurado e lacrado
capaz maior de 16 anos.
2. Incapacidade superveniente não
retiravalidade

Codicilo: Disposições de pequeno valor.

Formas especiais

Marítimo e aeronáutico:
No diário de bordo
Deve ser entregue a autoridade no desembarque
Só tem validade se a pessoa falecer na viagem ou nãoconvalescer dentro de 90 dias após
desembarque

Militar:
Ao oficial responsável
Situação excepcional - aceito de viva voz.

Revogação do testamento
• Revogar: modificar ou desconstituir, através de novo ato de vontade.
• Caducar: o ato perde a validade por uma causa que o esvazia, ou em razão de um fato
que lhe retira o objeto.
Ceisc OAB
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• Nulidade: onde há um vício, embora as consequências sejam idênticas: deixa de existir


a disposição testamentária. Depende de declaração judicial, enquanto a revogação é ato
unilateral

Espécies de revogação:
→ Expressa: dá-se mediante a confecção de novo testamento, onde é indispensável
mencionar a revogação do anterior, ou parte dele. Observa-se a mesma solenidade pra a
celebração (art. 1.969 CC).
→ Tácita: decorre do surgimento de novo testamento, cujos dizeres e o conteúdo
apresentam-se incompatíveis com o anterior. Ante a contradição, permanece sempre a
disposição mais recente.

O simples fato de existir novo testamento não significa que tenha revogado o anterior.
Ambos podem coexistir, desde que não sejam contraditórios, ou seja, desde que se
complementem.

Formas de revogação
1) Total: revogação pura e simples: declara-se, em novo testamento, a revogação do
anterior, não fazendo qualquer limitação ou reserva.
2) Parcial: limita-se ao tópico atingido – art. 1.970 CC
3) A revogação do testamento de reconhecimento de filho é válida, mas a declaração de
reconhecimento permanece surtindo efeitos.
4) O novo testamento não atinge os legados, pois estes são especificações dos bens.
5) A superveniência de descendente revoga automaticamente o testamento – art. 1.973 –
este dispositivo pressupõe a inexistência, ou conhecimento, de qualquer descendente. Situação
irrelevante em face do teor do art. 1.974: “rompe-se também o testamento feito na ignorância de
existirem outros herdeiros necessários.”

Efeitos da revogação
→ Priva-se o testamento de qualquer eficácia, se total, ou da eficácia na parte atingida, se
parcial;
→ Passa a vigorar a sucessão (legítima) hereditária, em todos os seus efeitos.
Ceisc OAB
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Ação para anulação do testamento


• Proposta no juízo do inventário;
• Testamento viciado ou com cláusulas proibidas.

Ritos/Espécies de Inventários

Inventário judicial pelo rito tradicional - arts. 610 a 658 , CPC/2015

Inventário judicial pelo rito do arrolamento sumário - art. 659, CPC/2015 - herdeiros são maiores,
capazes e a partilha é amigável
Ritos

Inventário judicial pelo procedimento do arrolamento comum - art. 664, CPC/2015 - valor dos bens
do espólio for inferior a 1.000 salário mínimos

Inventários extrajudicial - Lei nº 11.441/2007 + art. 610, §1º, CPC/2015 - Todos capazes
(capacidade de todos os interessados) e de acordo (ausência de letigiosidade) - sem testamento.
Ceisc OAB
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3. Revisando Obrigações, Contratos, Responsabilidade


Civil e Consumidor

Prof.ª Patrícia Strauss


@prof.patriciastrauss

Direito das Obrigações


Estrutura:
• Modalidades de obrigações: 233 – 285 do Código Civil;
• Transmissão das obrigações: 286 – 302 do Código Civil;
• Adimplemento e extinção das obrigações: 303 – 388 do Código Civil;
• Inadimplemento: 389 – 420 do Código Civil.

Adimplemento e extinção das obrigações:


Do Pagamento
Para que se tenha a liberação do vínculo obrigacional, com a extinção da obrigação é
necessário que se cumpra o pagamento com seus 5 requisitos: quem paga, para quem se paga,
o que se paga, onde se paga e quando se paga. Uma vez cumpridas tais exigências, teremos a
extinção da obrigação através do pagamento. Se uma delas não for cumprida, poderá ser
aplicado o ditado de que: “quem paga mal, paga duas vezes”.

Quem paga;

Para quem se paga;

Qual o objeto do pagamento;

Lugar do pagamento;

Tempo do pagamento.

Requisitos:
De quem deve pagar: Artigos 304-307.
Outras pessoas, além do devedor, podem pagar e outras pessoas além do credor podem
receber.
Ceisc OAB
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Quem paga:
• Devedor
• Terceiro interessado. (por exemplo: fiador): Ao pagar, se sub-roga nos direitos do
credor primitivo.
• Terceiro não interessado: (amigo, por exemplo). Ao pagar, não se sub-roga, mas tem
direito de reembolso contra o devedor. Se fizer o pagamento em seu nome.
• Segundo o artigo 304 qualquer interessado poderá pagar a dívida e se o credor se
opuser poderá o terceiro ajuizar ação de consignação em pagamento.

Se houver pagamento por terceiro não interessado, sem que o devedor saiba ou em
oposição ao devedor não terá o terceiro direito de pedir o reembolso para o devedor, se este
último tinha meios para ilidir a ação.

Para quem se paga: Artigos 308 – 312.


O pagamento será feito ao credor ou a quem de direito represente este credor.
• Pagamento feito ao credor putativo terá validade se feito de boa-fé, ainda provado que
depois não era credor. Aplicação da teoria da aparência (artigo 309).
• Pagamento feito cientemente ao credor incapaz como regra não terá validade, mas se
provar que o pagamento reverteu em benefício do incapaz, então será válido (artigo 310).

Objeto de pagamento e sua prova: Artigos313 – 326.


Objeto do pagamento: Art. 313 a 318 do Código Civil
Prova: Art. 319 a 326 do Código Civil

Objeto
Com relação ao objeto de pagamento, o devedor e credor não são obrigados a pagar ou
receber um objeto diferente do contratado, ainda que sejam mais valiosos. Da mesma forma,
sendo a obrigação divisível, não podem credor/devedor partilhar a prestação se assim não se
estipulou. É permitida a cláusula de escala móvel ou cláusula de escolamento, de acordo com o
artigo 316: É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
Extremamente relevante o artigo 317 que trata sobre a revisão contratual por fato
superveniente: “Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta
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entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a
pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.”

Prova
O devedor que paga, tem direito à quitação regular e pode reter o pagamento, se não lhe
for entregue a quitação. Quitação é a prova efetiva do pagamento. Seus requisitos se encontram
no artigo 320.
Desta forma, preferencialmente se espera que a quitação preencha os requisitos do
“caput” do artigo 320. Contudo, caso não possua todos os requisitos, poderá ainda assim o
pagamento ser comprado por outros meios.

Do lugar de pagamento: Artigos 327 – 330.


Como regra geral, se nada for estipulado, o pagamento será feito no domicílio do devedor.
Assim, se nada for estipulado, o credor deverá ir até o devedor para buscar o pagamento.
Designados dois ou mais lugares, caberá ao credor escolher qual domicílio será efetuado
o pagamento.
“Artigo 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do
credor relativamente ao previsto no contrato”.
Temos uma importante relação com o Princípio da boa-fé objetiva. Temos aqui a aplicação
da “SUPRESSIO” e da “SURRECTIO”
“Supressio” significa supressão, por renúncia tácita, pelo não exercício com o passar do
tempo.
Já a “Surrectio” significa que, ao mesmo tempo em que o credor, por exemplo, perde o
direito do pagamento no domicílio estipulado, significa que o devedor ganha um novo domicílio
para efetuar o pagamento.

Do Tempo de Pagamento: Artigos.331 – 333.


Como regra, a dívida deve ser paga no vencimento (art. 331). No entanto, se não houver
data de pagamento, o cumprimento da obrigação poderá ser exigido à vista (cuidar o contrato de
mútuo, que tem regra própria no artigo 592 do Código Civil).
Já o artigo 333 trata sobre a possibilidade de vencimento antecipado da dívida. Isso
ocorre: no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; se os bens, hipotecados ou
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empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; se cessarem, ou se se tornarem


insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a
reforçá-las.

Da Consignação em Pagamento: Artigos 334 – 345.


Depósito feito pelo devedor ou terceiro de uma coisa devida, para que consiga se liberar
da obrigação. É um instituto misto, já que também é tratado no Código de Processo Civil, artigos
539 e seguintes do CPC.
O depósito pode ser feito de forma judicial ou em estabelecimento bancário da coisa
devida (neste caso, é chamado de consignação extrajudicial).
Uma vez julgada procedente a ação de consignação, teremos a liberação do devedor, que
não será inadimplente e, assim, não terá contra ele as consequências do inadimplemento.
As hipóteses do pagamento em consignação são trazidas no artigo 335.
Como a consequência da consignação é a liberação do devedor, como se tivesse
realizado o pagamento, para que a consignação tenha então FORÇA DE PAGAMENTO, é
necessário que concorram em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos
sem os quais não é válido o pagamento.

Do pagamento com sub-rogação: Artigos 346 – 351.


A sub-rogação pode ser entendida como a substituição de uma pessoa por outra,
realizada através do pagamento.
O exemplo que pode ser trazido é o caso do fiador que paga a dívida do devedor, para
que não seja responsabilizado pelo pagamento. Ao fazer isso, o credor sai da relação
obrigacional, já que recebeu o pagamento e o então fiador passa a ser o novo credor do devedor
(que não pagou e então continuará devendo, mas agora para o novo credor, que era seu antigo
fiador).
Importante destacar que na sub-rogação não há a EXTINÇÃO da dívida e sim a
substituição de uma pessoa por outra através do pagamento. Não há o surgimento de nova
dívida. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias
do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
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Há dois grandes tipos de sub-rogação: legal e convencional:

Sub-rogação legal ou automática (deriva da lei). Sugb-rogação convencional (deriva do


Está no artigo 346: contrato). Está no artigo 347:

I - do credor que paga a dívida do I - quando o credor recebe o pagamento


devedor comum; de terceiro e expressamente lhe
transfere todos os seus direitos;

II - do adquirente do imóvel hipotecado,


que paga a credor hipotecário, bem II - quando terceira pessoa empresta ao
como do terceiro que efetiva o devedor a quantia precisa para solver a
pagamento para não ser privado de dívida, sob a condição expressa de ficar
direito sobre imóvel; (alguém pode o mutuante sub-rogado nos direitos do
pagar a dívida para se afastar dde credor satisfeito.
eventual evicção).

III - do terceiro interessado, que paga a


dívida pela qual era ou podia ser
obrigado, no todo ou em parte.

Da imputação em Pagamento: Artigos 352 – 355.


Imputar significa escolher, eleger, indicar. Quando um devedor tiver várias dívidas com
um mesmo credor, sendo elas líquidas e vencidas, este mesmo devedor poderá escolher qual
delas ele quer pagar.
Requisitos para a imputação:
• Mesmo credor e devedor
• Plural de dívidas
• Líquidas e vencidas
• Débitos da mesma natureza.

Como regra, quem deverá escolher qual dívida será paga, é o devedor (artigo 352).
Se o devedor nada fizer, então se transfere o direito de escolha ao credor (Artigo 353).
Caso nem o devedor, nem credor se manifestem, então teremos a imputação legal, ou seja, a
lei, no seu artigo 355, que diz quais serão as dívidas a serem pagas. Se o devedor não fizer a
indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas
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líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo
tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. Assim:
1) Havendo capital e juros, primeiro se fará nos juros;
2) A imputação será feita na dívida vencida em primeiro lugar;
3) Se todas forem vencidas na mesma data, então a imputação deverá ser feita na mais
onerosa.

Dação em pagamento: Artigos 356 – 359.


A dação ocorre quando o credor consente em receber objeto diferente do contratado.
Assim, se exige uma obrigação previamente criada e um acordo posterior em que o credor aceita
receber objeto diverso do contratado.
Para que haja dação, podemos ter então a substituição de dinheiro por bens móvel ou
imóvel, de uma coisa por outra, de dinheiro por fato etc.
Muito importante: Artigo 359!
“Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a
obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.”

Novação: Artigos 360 – 367.


Através da novação temos a extinção da obrigação anterior, com a criação de uma nova.
O principal efeito é a extinção da dívida antiga, com todos os seus acessórios e garantias.
Como a novação extingue a obrigação primitiva, liberando as garantias, se o for feita
novação sem o consentimento do fiador, ele estará exonerado.
Além disso, é necessária a chamada “intenção de novar”. O animo de novar está expresso
no artigo 361.
Não é possível que haja novação de obrigações nulas e extintas (artigo 367). Assim, a
obrigação meramente anulável pode ser objeto de novação.

Compensação: Artigos 368 – 380.


Quando duas ou mais pessoas forem, ao mesmo tempo, credoras e devedora umas das
outras, extinguindo-se a obrigação até onde se compensarem.
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Confusão: Artigos 381 – 384.


A confusão ocorre quando na mesma pessoa se confunde as figuras de credor e devedor.

Remissão de dívidas: Artigos 385 – 388.


A remissão é o perdão da dívida que é concedida pelo credor ao devedor. No entanto,
para que se tenha a liberação do devedor, é necessário que ele ACEITE o perdão. Assim, é um
negócio jurídico bilateral. A remissão pode recair sobre a dívida inteira ou sobre parte dela. Há
formas de perdão expresso (escrito) e também tácito. Um exemplo de remissão tácita ocorre no
artigo 386, em que o credor devolve o título da obrigação (cheque, por exemplo) ao devedor. No
entanto, se devolver, restituir o objeto empenhado (garantia do penhor) não significa que perdoou
a dívida, mas sim que não quer mais a garantia – artigo 387.

Inadimplemento
Temos dois tipos de inadimplemento:

Inadimplemento relativo, parcial, ou mora Inadimplemento total ou absoluto

Descumprimento parcial Descumprimento total

Obrigação ainda pode ser adimplida Obrigação não pode mais ser cumprida

Cláusula penal: Artigos 408 – 416.


Cláusula penal é uma punição, penalidade de natureza civil e tem a ver com o
inadimplemento obrigacional.
Ela é contratada pelas partes e ocorre em caso de inadimplemento do contrato. É uma
obrigação acessória.
A cláusula penal pode ser classificada em: cláusula penal moratória e cláusula penal
compensatória.
Ceisc OAB
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Cláusula penal moratória


Caso de inadimplemento parcial, em que ainda é possível o cumprimento. Serve para a
punição de quem está em mora.
“Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança
especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena
cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.”
Assim, quando houver cláusula penal moratória, poderá o credor exigir o cumprimento
da obrigação e o cumprimento da cláusula penal moratória.

Cláusula penal compensatória


Caso de inexecução total da obrigação. Ela tem a função de antecipar as perdas e danos.
“Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da
obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.”
Se a cláusula penal tiver um valor muito alto, deverá o juiz reduzir.
“Art. 416. Para exigira pena convencional, não é necessário que o credor alegue
prejuízo.”

Direito Contratual
Estrutura:
• Teoria geral dos contratos: 421 – 480;
• Contratos em espécie: 481 – 853;
• Atos unilaterais de vontade: 854 – 886.

Evicção: Artigos 447 – 457.


Evicção é a perda total ou parcial de um bem, em regra, por meio de uma sentença judicial
ou ato administrativo.
A sentença judicial atribui a outra pessoa o bem. Funda‑se no mesmo princípio da garantia
em que se assentaa teoria dos vícios redibitórios.
Ceisc OAB
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Requisitos da Evicção
• Perda total ou parcial da propriedade;
• Aquisição realizada de forma onerosa;
• Anterioridade do direito daquele que ganhou a ação judicial.

Direitos do evicto
Lembrando que evicto é aquele que perdeu a coisa em virtude de sentença judicial.
A) Responsabilidade total (artigo 450 do Código Civil): Salvo estipulação em contrário, o
evicto tem direito:

Indenização Pelos prejuízos


Restituição dos frutos que Indenização que Custas judiciais
integral do tiver sido pelas despesas diretamente e honorários do
preço obrigado a dos contratos resultarem da advogado
restituir evicção

B) Responsabilidade parcial (artigo 449 do Código Civil): Podem as partes excluir a


responsabilidade pela evicção? Sim, expressamente. Contudo, mesmo com a existência de tal
cláusula, se a evicção se der, tem direito o evicto (aquele que perdeu a coisa) a recobrar o preço
que pagou pela coisa evicta, com algumas condições:

Se não soube do risco da evicção Se informado, não assumiu o risco da evicção

C) Isenção de responsabilidade pelo vendedor (artigo 457 do Código Civil): Quando o


comprador sabe que está adquirindo bem alheio ou litigioso, caso venha a perder, não poderá
demandar contra quem lhe vendeu.

Observar: Evicção parcial (artigo 455 do Código Civil)


O que ocorre se houver evicção parcial e não total da coisa?
1) Perda considerável: Poderá o evicto (quem perdeu parcialmente o bem) optar entre a
rescisão do contrato e a restituição da partedo preço do desfalque.
2) Perda não for considerável: Pode apenas pleitear a indenização e não a rescisão do
contrato.
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Contrato de compra e venda: Artigos 481 – 532.


São dois os elementos da compra e venda: coisa e preço:
Preço: Há vários modos pelos quais o preço pode ser estabelecido.
1) A fixação do preço pode ser dada a taxa de mercado ou bolsa, em certo e determinado
dia e lugar.
2) Pode ser estabelecido que terceiro fixe o preço.
3) Pode ser fixado em função dos índices ou parâmetros.

Observação: Preço que sua fixação fica ao livre arbítrio da outra parte - nulo, segundo
artigo 489 do Código Civil.

Coisa: Pode ser a venda de algo que já existe ou de bens que virão a existir (coisa futura)
conforme artigo 483 do Código Civil.

Atual
Coisa
Fatura

Terceiro
Elementos

Mercado/bolsa

Preço índices/parâmetros

Costumes

Outra parte

Limitações ao contrato de compra e venda


A) Venda de ascendente a descendente
“Art. 496. É anulávela venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjugedo alienante expressamente houverem consentido.”
Caso não tenha o consentimento, será passível de anulação. Os legitimados para a
propositura da ação anulatória são os outros descendentes e o cônjuge do alienante. Entende o
STJ que é necessária a prova do prejuízo dos demais herdeiros, para que se tenha a procedência
da ação de anulação.
Ceisc OAB
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O prazo para ajuizamento da ação anulatória é de 2 anos, segundo o artigo 179 do Código
Civil.

B) Venda de parte indivisa em condomínio


O condômino não pode alienar sua parte indivisa a terceira pessoa, se o outro condômino
a quiser, tanto por tanto. O condômino que quiser pode exercer seu direito de preferência ou
preempção, ajuizando ação no prazo decadencial de 180 dias contados da data em que teve
ciência da alienação. No momento do ajuizamento, deve o condômino, efetuar a consignação do
valor que deseja pagar. A ação pode ser ação adjudicatória, a fim de obter o bem para si.

Contrato estimatório: Artigos 534 – 537.


É um contrato que também é chamado de consignação. O consignante entrega bens
móveis à outra pessoa, chamado de consignatário, para que este os venda pelo preço ajustado.
Ao ser vendido, o consignatário deve pagar o preço ao consignante. Caso não venda, deverá
devolver o bem ao consignante.

Contrato de doação: Artigos 538 – 564.


É o contrato em que o doador transfere bens ou vantagens para o donatário.

Unilateral

• Somente um dos lados se obriga a alguma coisa.

Gratuito

• Há perda patrimonial para somente um dos lados.

Consensual

• É perfeito com a aceitação.

Solene

• É a regra. Em casos de bens móveis de pequeno valor e que a tradição ocorra de forma
imediata, será não solente (art. 541 do Código Civil).
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Restrições à doação
1) Doação da parte inoficiosa: é nula a parte que exceder ao que poderia dispor em
testamento, segundo o artigo 549 do CC.

A título de exemplo, se o doador tem o patrimônio de R$ 100.000,00 e faz uma doação de


R$ 70.000,00, o ato será válido até R$ 50.000,00 (parte disponível) e nulo nos R$ 20.000,00.

2) Doação de todos os bens do doador: é a chamada doação global, em que não pode
todos os bens do doador serem doados, sem que fique algo para a sua subsistência. Caso isso
aconteça, teremos nulidade.

3) Doação do cônjuge adultero a seu cúmplice – artigo 550 do CC: pode ser anulada a
doação pelo cônjuge ou pelos herdeiros necessários. Prazo de 2 anos depois de dissolvida a
sociedade conjugal.

Revogação da doação
Há duas razões pelas quais é possível a revogação da doação: ingratidão do donatário e
por descumprimento de encargo, conforme artigo 555 do CC.
Por ingratidão do donatário: As hipóteses se encontram nos arts 557 e 558 do CC.
A) Se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso
contra ele;
B) Ofensas físicas cometidas pelo donatário contra o doador;
C) Se o injuriou gravemente ou o caluniou;
D) Podendo o donatário auxiliar com alimentos ao doador, e não o faz.

Quando o ofendido não for o doador, mas cônjuge, ascendente, descendente, ou irmão
deste, ou descendente adotivo, também pode o doador pleitear a revogação da doação, de
acordo com o artigo 558 do CC.
Qual é o prazo para que se peça a revogação por ingratidão? Dentro de um ano, a contar
de quando chegue ao conhecimento do doador sobre o fato e que o donatário foi o autor.
Ceisc OAB
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Quem pode ajuizar a ação de revogação da doação? É personalíssima, ou seja, somente


o doador pode ajuizá‑la. Contudo, se a ação foi iniciada, e o doador morreu, os herdeiros e
sucessores podem prosseguir com a ação.
Mas e no caso de homicídio doloso? Se o doador morreu, como vai ajuizar? É uma
exceção, nesse caso, os herdeiros podem ajuizar a ação de revogação da doação.

De qualquer forma, só se admite a revogação da doação, por ingratidão, nas doações


puras. Não se admite, portanto: nas doações puramente remuneratórias, nas oneradas com
encargo já cumprido, nas que se fizerem em cumprimento de obrigação natural, e nas feitas para
determinado casamento.

Contrato de empréstimo: Artigos 579 – 585.


Duas são as espécies de empréstimos: mútuo e comodato.

Contrato de comodato
Comodato é o empréstimo para uso, gratuito de coisas infungíveis. Pode ser bens móveis
ou imóveis, mas precisa ser infungível. O contrato se perfectibiliza com a tradição da coisa.

Características do comodato:
a) Gratuidade do contrato. Se fosse oneroso, seria o contrato de locação;
b) Infungibilidade do bem: restituição do mesmo objeto recebido como empréstimo;
c) Contrato real, já que o aperfeiçoamento do contrato se dá com a tradição (e não com a
aceitação);
d) Contrato unilateral, já que após a tradição, só há obrigações para uma das partes, que
é o comodatário (restituir a coisa) e não há obrigações para o comodante;
e) Contrato não solene, já que não necessita forma especial para a sua celebração.

Obrigações do comodatário
a) Conservar a coisa – art. 582: o comodatário deve conservar a coisa como se fosse sua.
Deve responder pelas despesas de conservação;
b) O comodatário não pode nunca tentar cobrar do comodante as despesas comuns, feitas
com o uso e gozo da coisa emprestada;
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c) Uso da coisa de forma adequada: responde por perdas e danos se usar o bem fora do
que foi contratualmente previsto, além de, também poder ser causa de resolução do contrato;
d) Restituir a coisa: deve ser restituída a coisa no prazo convencionado e não havendo
este prazo, finda a razão pela qual ocorreu, o empréstimo deve ser restituído (empresta livros
para o trabalho de conclusão de curso, e quando passado o evento, deverão ser devolvidos, por
exemplo.

Contrato de mútuo
O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O bem é emprestado para consumo. O
mutuário se obriga a restituir ao mutante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero,
qualidade e quantidade. É empréstimo para consumo, pois o mutuário não está obrigado a
devolver o mesmo bem, do qual se torna dono. Ex.: dinheiro.
Neste tipo de empréstimo, o mutuante transfere o domínio, a propriedade, do bem ao
mutuário. Isso não acontece no comodato. Além disso, o mutuário se torna proprietário da coisa,
correndo por conta desse, todos os riscos da tradição.

Características do mútuo
O mútuo é temporário, se entende que em algum momento o que foi emprestado será
devolvido. Mas e se não houver prazo para a restituição do bem? O CC determina que:
• Até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas;
• De 30 dias, pelo menos, se o mútuo for de dinheiro;
• Do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.

Obs.: mútuo para um menor. O Código Civil protege o menor, dizendo que quem empresta
para um menor, não poderá reaver o que emprestou. Contudo, há várias exceções, de quando
o mutuante pode, portanto, reaver o que foi emprestado. São elas:
a) O representante do menor ratificar o empréstimo;
b) Se o menor, em caso de ausência do representante, se viu obrigado a contraí‑lo para
os seus alimentos habituais;
c) Se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho, caso em que a execução do credor
não lhes poderá ultrapassar as forças;
d) Se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
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e) Se este obteve o empréstimo maliciosamente.

Responsabilidade Civil
Estrutura:
• Parte geral: 186, 187, 188;
• Obrigação de indenizar: 927 – 943;
• Indenização: 944 – 954.

Iremos nos deter na responsabilidade objetiva e nos casos previstos no Código Civil.

Casos de Responsabilidade Objetiva


Responsabilidade civil por atos de terceiros ou responsabilidade civil indireta

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:


I- Os pais, pelos filhos menoresque estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II- O tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas
condições;
III- O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçaise prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV- Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro,mesmo para fins de educação,pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V- Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente
quantia.

O artigo 933 do Código Civil prevê expressamente que a responsabilidade é objetiva, já


que informa que os terceirosserão responsabilizados, ainda que não haja culpapor parte deles.
De acordo com o artigo 934 se o empregador, por exemplo, pagar a indenização, terá direito de
regresso contra oempregado que causou o dano. Há uma exceção: Relações entre ascendentes
e descendentes incapazes não haverá direito de regresso.
Assim, o ascendente não tem regresso contra o descendente, se este for incapaz.
Um ponto muito importante diz respeito à solidariedade entre todos os sujeitos do artigo
942, já que o parágrafo único informa que são solidariamente responsáveis com os autores os
co-autores e as pessoas designadas no artigo 932.

Observação: Responsabilidade do incapaz (art. 928 do Código Civil)


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De acordo com o referido artigo, a responsabilidade do incapaz é subsidiária. Assim,


primeiror espondem os responsáveis pelo incapaz. Se estas pessoas não tiverem condições
financeiras ou não forem obrigadas a tanto, então se irá responsabilizar o incapaz.
Mesmo assim, de acordo com o parágrafo único, a indenização deverá ser equitativa e,
se privar o incapaz ou as pessoas que dele dependam do seu sustento, então tal indenização
não terá lugar.
Devido ao parágrafo único do 942 do CC, ainda há discussões que tratam sobre a
responsabilidade do incapaz ser ou não subsidiária. No entanto, a jurisprudência e a doutrina
dizem que sim, em decorrência do artigo 928 do CC, ela será subsidiária, não tendo aplicação o
parágrafo único do art. 942 do CC.

Responsabilidade civil por fato de animal


“Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não
provar culpa da vítima ou força maior”.
Assim, há somente duas excludentes nas quais o dono/detentor não será
responsabilizado: culpa da vítima e força maior.

Responsabilidade civil do dono de edifício ou construção pela sua ruína


O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se
esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta, consoante artigo 937 do CC.
A responsabilidade é do dono do edifício ou da construção (construtora, por exemplo).

Responsabilidade por objetos caídos ou lançados do prédio


(defenestramento)
“Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das
coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.”

Ponto muito importante a ser verificado que a responsabilidade é de quem habita o prédio.
Assim, seriam responsáveis o locatário, comodatário, proprietário, enfim, quem estiver habitando
o prédio.
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Caso não se saiba de onde partiu o objeto caído ou lançado, os tribunais têm entendido
pela responsabilização do condomínio que, após (e caso) identificado o responsável, poderá
ajuizar regresso contra o ofensor.

Direito do Consumidor
Para que haja a aplicação do CDC é necessária a existência de uma relação de consumo:
Consumidor + fornecedor, cujo objeto é um produto ou um serviço.

Consumidor
Há 4 tipos de consumidores:
A) Consumidor standard (padrão): Art. 2° do CDC: “Consumidor é toda pessoa física ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”.
B) Consumidor equiparado: Parágrafo único do art. 2º do CDC: “Equipara-se a consumidor
a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de
consumo”.
C) Consumidor equiparado: art. 17 do CDC: “Para os efeitos desta Seção, equiparam-se
aos consumidores todas as vítimas do evento”.
D) Consumidor equiparado: art. 29 do CDC: “Para os fins deste Capítulo e do seguinte,
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas
nele previstas”.

Fornecedor:
Está no art. 3 º do CDC:
Pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional, estrangeira, ente despersonalizado.
Desenvolve atividade com habitualidade, como sendo o ofício, a profissão ou uma de suas
profissões. Temos aqui ideias de atividades profissionais, habituais e com finalidade econômica.
Lembrar que fornecedor se enquadra como sendo gênero. Desta forma, não somente o
fabricante, por exemplo, mas também transformadores, intervenientes e até comerciantes
poderão ser responsabilizados. Não importa se regularizado ou não, com CNPJ ou não.
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Objeto da relação de consumo:


São dois os objetos da relação de consumo: produto ou serviço e estão colocados nos
parágrafos do art. 3 º do CDC.

Produto: O produto pode ser todo bem móvel ou imóvel, material ou imaterial. Também
temos produtos duráveis (bens que não se extinguem após uso regular, ainda que sofram
desgastes, tais como carro, mesa, brinquedos etc.) e produtos não duráveis (tais como alimentos,
remédios, cosméticos, sabonetes etc).

Serviços: Conforme o §2º do art. 3º do CDC serviço é: “qualquer atividade fornecida no


mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de
crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.” Assim, as
atividades de serviço podem ser de natureza material, financeira ou intelectual, prestadas por
entidades públicas ou privadas, mediante remuneração.

O fornecedor de serviços tem um outro requisito (que não tem o fornecedor de produtos):
remuneração. Remuneração que pode ser direta ou indireta.
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4. Revisando Recursos e Procedimentos Especiais

Prof.ª Tatiane Kipper


@profetatiane_kipper

Dos recursos
a) Decisões Recorríveis:
Os recursos atacam decisão. A decisão precisa ser passível de recurso.
Observar nesse sentido o conceito trazido pelo artigo 203 do CPC/15, que estabelece
quais são os pronunciamentos do juiz:

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e


despachos.
§1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o
pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à
fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
§2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não
se enquadre no §1º.
§3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de
ofício ou a requerimento da parte.
§4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de
despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando
necessário. (BRASIL, 2015)

A sentença está definida no art. 203, §1º do CPC. O processo pode ser extinto com
resolução de mérito (art. 487) ou sem resolução de mérito (art. 485).
Já as decisões interlocutórias são decisões no curso do processo por meio das quais o
juiz resolve questões incidentes, como por exemplo: conceder ou não uma tutela provisória de
urgência.
Segundo Didier Junior e Cunha (2018, p. 123) as decisões que podem ser proferidas pelo
juízo singular são a decisão interlocutória e a sentença. Interlocutória é a decisão que não
encerra o procedimento em primeira instância, por sua vez, sentença é a decisão judicial que,
enquadrando-se em uma das hipóteses do artigo 485 ou 487 do CPC, encerra o procedimento
na primeira instancia, ultimando a fase de conhecimento ou de execução.
Em sede de Tribunal, as decisões podem ser classificadas a partir do órgão prolator.
Podem ser UNIPESSOAIS (monocráticas) ou acórdãos (colegiadas). AS DECISÕES
UNIPESSOAIS PODEM SER PROFERIDAS PELO RELATOR OU PELO PRESIDENTE OU
VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL. (DIDIER JUNIOR; CUNHA, 2018, p. 123).
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O artigo 204 do CPC traz o conceito de acórdão: “Art. 204. Acórdão é o julgamento
colegiado proferido pelos tribunais”. (BRASIL, 2015).
Constitui o acórdão, portanto, no extrato do julgamento proferido por um órgão colegiado
dos Tribunais, como por exemplo, uma turma, uma câmara, etc.

b) Objetivo dos recursos:


PARA FAZER O PEDIDO! Os recursos podem ser definidos como o meio processual com
o objetivo de ANULAR, REFORMAR, INTEGRAR ou ACLARAR uma decisão judicial dentro de
um mesmo processo, evitando que essa decisão seja acobertada pela preclusão ou coisa
julgada. (DONOSO; SERAU JUNIOR, 2017, p. 33).
No caso de recorrer com o fim de invalidar uma decisão, o recorrente deve justamente
apontar um erro procedimental, ou seja, um defeito que ocorreu e que afete a validade da
decisão. Exemplo: decisão não fundamentada.
Já quando se requerer a reforma da decisão, neste caso, deverá ser apontado um erro
no julgamento, ou seja, apontando que não foi dado o melhor julgamento acerca do dispositivo
legal apontado.
Porém, o recurso poderá requerer tanto a invalidação da decisão (erros no procedimento,
por exemplo), bem como a reforma da decisão por erro no julgamento.
É de se apontar ainda a possibilidade do Recorrente requerer que a decisão omissa,
contraditória ou obscura tenha o vício sanado. Neste caso, trata-se dos Embargos de declaração.

c) Requisitos gerais de admissibilidade:


• Pressupostos Objetivos (Extrínsecos): Recorribilidade da decisão, adequação do
recurso, tempestividade, preparo, forma e motivação.
• Pressupostos Subjetivos (Intrínsecos): Legitimidade, interesse e inexistência de fato
impeditivo.

d) Prazo para recorrer:


O legitimado a recorrer não pode interpor o recurso quando quiser, deve obedecer aos
prazos estabelecidos na lei. O recurso interposto fora do prazo é considerado intempestivo, não
sendo conhecido. No CPC/15, QUASE TODOS os recursos possuem prazo de 15 dias para
serem protocolados, conforme previsão do §5º do artigo 1.003 do CPC:
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Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados,
a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério
Público são intimados da decisão.
§1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audiência quando nesta
for proferida a decisão.
§2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso
pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.
§3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou
conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o disposto em regra especial.
§4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada
como data de interposição a data de postagem.
§5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para
responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
§6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do
recurso. (BRASIL, 2015)

Ou seja, a EXCEÇÃO é no caso dos Embargos de Declaração, cujo prazo para o recurso
é de 05 dias. O prazo é fatal e peremptório. Tratando-se de prazos fixados em dias, contam-se
apenas os dias úteis, de acordo com o CPC/15.

Prazo dos Recursos


→ Regra: 15 dias.
→ Exceção: Embargos de declaração ➙ 5 dias.

IMPORTANTE!
O prazo do §5º do art. 1003 do CPC é prazo para interposição dos recursos segundo o
CPC. Uma lei específica poderia prever um prazo específico. Ex: 10 dias para o recurso
inominado – art. 42 da Lei 9099/05: “Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias,
contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do
recorrente”. (brasil, 1995)
Caso seja hipótese de feriado local o que acaba por modificar o prazo final do recurso, o
recorrente deverá comprovar a sua ocorrência; De acordo com o caput do artigo 1.003 do
CPC/15, o início do prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados,
a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público
são intimados da decisão. Ou seja, a intimação será do advogado e não da parte, isso porque é
o advogado quem deverá praticar o ato em nome da parte, ou seja, interpor o recurso.
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e) Custas (preparo e porte de remessa e de retorno):


O preparo recursal significa o recolhimento das custas e despesas processuais referentes
ao processamento do recurso, consistindo, ainda, no pagamento de taxa pela prestação do
serviço jurisdicional.
No caso do porte de remessa e de retorno é o pagamento referente à despesa de
encaminhamento do recurso aos órgãos julgadores, sendo que se o processo for eletrônico é
dispensado o recolhimento, conforme previsão do §3º do artigo 1.007 do CPC/15.
Assim, cabe ao recorrente quando da interposição do recurso comprovar o recolhimento
do preparo recursal, juntado as guias de recolhimento. Caso haja o recolhimento errado do
preparo, bem como do porte de remessa e de retorno, o recorrente deve ser intimado na pessoa
do seu advogado para completá-lo no prazo de 05 dias.

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido


pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.
§1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos
interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos
Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
§2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará
deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri -lo no
prazo de 5 (cinco) dias.
§3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos
eletrônicos.
§4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do
preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu
advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
§5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte
de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.
§6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por
decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
§7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de
deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o
recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias. (BRASIL, 2015)

Recurso de Apelação
a) Fundamento legal:
→ Art. 994, I do CPC: prevê o recurso da Apelação;
→ Art. 1.009, CAPUT do CPC: prevê que da sentença cabe Apelação;
→ Art. 203, §1º do CPC: define o que é sentença;
→ Art. 485 e 487do CPC: estabelecem a extinção do processo sem e com resolução de
mérito; Ainda, 490 e 488 também do CPC no que se refere ao julgamento com e sem resolução
de mérito.
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b) Prazo: 15 dias
− Fundamento Legal: art. 1.003, §5º do CPC;
− Prazo para o Apelado oferecer contrarrazões: 15 dias art. 1.003, §5º e 1.010, §1º do
CPC;
− Contam-se dias úteis: art. 219 do CPC;
− Início da contagem na forma do artigo 224 do CPC;
− Conta de regra da intimação do advogado (CAPUT do artigo 1.003 do CPC), porém
cuidar N.E e se FGV mencionar e decisões proferidas em audiência.
− Aplicam-se as hipóteses de prazo em dobro.

c) Cabimento: DA SENTENÇA CABE APELAÇÃO. OBSERVAR AINDA:


− Preliminar de Apelação: decisões interlocutórias proferidas na fase de conhecimento
que não coube Agravo de Instrumento NÃO PRECLUEM e devem ser alegadas em preliminar
de Apelação;
− Qualquer matéria do artigo 1.015 se for decidida NA SENTENÇA IMPUGNO NO
RECURSO DE APELAÇÃO;
− OBS: Lembrar do artigo 1.013, §5º DECISÃO NA SENTENÇA QUE REVOGA,
CONFIRMA, CONCEDE TUTELA PROVISÓRIA IMPUGNA NA PRÓPRIA APELAÇÃO;

d) Efeitos:
Regra: devolutivo e suspensivo.
Efeito Suspensivo: art. 1.012 do CPC. “Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.”
Não terá efeito suspensivo: Hipótese do §1º do art. 1.012 do CPC:

§1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente
após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.

No entanto, poderá requerer o efeito suspensivo, mesmo nos casos do §1º do art. 1.012
do CPC, comprovando os requisitos do §4º do art. 1.012 do CPC. Por cautela, fundamentar no
art. 995, parágrafo único do CPC.Lembrar que uma lei especial pode prever que a apelação não
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terá efeito suspensivo automático. Cuidar o §3º do artigo 1.012 do CPC também quanto ao efeito
suspensivo.

ATENÇÃO! Efeito Regressivo ➙ Possibilidade do juiz se retratar nas hipóteses dos


artigos 331, 332, §3º e 485, §7º, todos do Código de Processo Civil.

IMPORTANTE!
1. Nos 03 casos acima (331, 332, §3º e 485, §7º) tem que fazer na petição de interposição
pedido para o juiz de primeiro grau se retratar;
2. Nos dois casos (331, 332, §3º) há previsão específica nos artigos de pedido de citação
para o apelado (réu) ser citado para oferecer contrarrazões no prazo de 15 dias. Então nesses
dois casos, o pedido para o apelado oferecer contrarrazões deve ser fundamentado no (332, §4º
+ 1.003, §5º do CPC – improcedência liminar do pedido) ou (331, §1º + 1.003, §5º) –
indeferimento da inicial.
Cuidar que lei especial pode prever a retratação;

e) Estrutura da Apelação:
O recurso de apelação é dividido em duas partes:
1º) PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO (Juiz de 1º grau)
2º) PETIÇÃO DE RAZÕES (Tribunal de Justiça OU Tribunal Regional Federal, conforme
for Justiça Estadual ou Federal)

Recurso de Agravo de Instrumento


a) Fundamento legal: art. 994, II e 1.015 a 1.020 do CPC/15.
b) Cabimento:
Tem cabimento contra as decisões interlocutórias, conforme disposição do caput do artigo
1.015 do CPC. Porém, é de se ressaltar que nem toda decisão interlocutória seria passível de
agravo de instrumento.
A decisão interlocutória está definida no artigo 203, §2º do CPC, e justamente é um
conceito por exclusão, ou seja, que não se enquadra em sentença.
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As decisões interlocutórias são aquelas proferidas no curso do processo pelo juiz, mas
que não implicam no seu encerramento, tampouco finalizam uma de suas fases.
No que tange à decisão interlocutória TARTUCE e DELLORE (2016, p. 351) esclarecem:
“como demonstra a própria formação da palavra, inter significa “entre” e “locutório” vem de
locutus, fala. A decisão interlocutória é a proferida entre falas: entre a primeira fala do processo
(que é do autor na petição inicial) e a última (que será do juiz, na sentença), muitas decisões
deverão ser proferidas”.
As decisões interlocutórias que não são recorríveis por agravo de instrumento deverão
ser impugnadas em sede de preliminar do recurso de Apelação ou nas contrarrazões, conforme
preceitua o art. 1.009, §1º, do CPC/15:

§1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não


comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou
nas contrarrazões. (BRASIL, 2015)

Nesse sentido, destaca ARAÚJO JUNIOR (2016, p. 35): “O agravo de instrumento é o


recurso cabível contra decisões interlocutórias, mas não todas. Com efeito, como muitas leis
antes, o novo CPC também promoveu alterações no antigo recurso de agravo, começando por
acabar com o ‘agravo retido” (...) As questões apreciadas por decisões judiciais, na fase de
conhecimento, que não sejam impugnáveis por meio do agravo de instrumento, podem, segundo
novo regime, ser reiteradas quando do recurso de apelação (art. 1.009, §1º, CPC).
− ATENÇÃO: QUANDO FOR POSSÍVEL INTERPOR AGRAVO DE INSTRUMENTO - E
NÃO FOR INTERPOSTO ➙ PRECLUI.
− SE NÃO FOR POSSÍVEL INTERPOR AGRAVO - MATÉRIA OBJETO DA DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA NÃO PRECLUI;

Segundo o artigo 1.015 cabe Agravo de Instrumento das seguintes decisões :

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem
sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua
revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
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VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;


IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias


proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo
de execução e no processo de inventário. (BRASIL, 2015)

Taxatividade mitigada: Entendimento do stj no sentido de que se for urgente e não der
para esperar até a sentença poderá ser interposto agravo de instrumento mesmo que a decisão
interlocutória proferida na fase de conhecimento não esteja no rol do artigo 1.015.

c) Efeitos do agravo de instrumento:


De acordo com a regra contida no artigo 995 do CPC/15, o Agravo de Instrumento possui
apenas, via de regra, o efeito devolutivo, ou seja, não possui o efeito suspensivo:

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou
decisão judicial em sentido diverso.

Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do
relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
(BRASIL, 2015)

Porém, o Agravante poderá, com base no artigo 1.019, I do CPC, requerer que o relator,
ao receber o Agravo de Instrumento, atribua efeito suspensivo ou deferir, em antecipação de
tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal:

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se


não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco)
dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total
ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; (BRASIL, 2015)
Ceisc OAB
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Antecipação de tutela recursal (também


Efeito Suspensivo chamada de efeito suspensivo ativo)

• Será requerido toda vez que o juiz der uma • Será requerida toda vez que o juiz der uma
decisão POSITIVA apta a prejudicar os decisão NEGATIVA apta a prejudicar os
interesses da parte a ser defendida. Há, na interesses da parte a ser defendida. Há, na
decisão, uma determinação no sentido de que decisão, uma denegação de algo que lhe é
algo seja cumprido; o magistrado concede algo necessário; o juiz nega algo que a parte por
que lhe trará prejuízos. Efeito suspensivo é você defendida precisa com urgência. O efeito
requerido porque a outra parte pleiteou algo e o ativo é concedido porque a própria parte
juiz concedeu. requereu algo que foi negado.

FONTE: AGUIRRE, João; SÁ, Renato Montans de. Prática Civil. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p.

d) Da petição de agravo de instrumento:


Previsão no artigo 1.016 e 1.017 do CPC/15:

Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por
meio de petição com os seguintes requisitos:
I - os nomes das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. (BRASIL,
2015)

Conforme o artigo 1.016 do CPC/15 o recurso DEVERÁ SER DIRIGIDO AO TRIBUNAL


competente.
O Artigo 1.016, inciso IV do CPC/15 exige que o Agravante indique no recurso de Agravo
de Instrumento o nome e endereço completo dos advogados do Agravante e do Agravado, a fim
de possibilitar a comunicação. (TARTUCE; DELLORE, 2016, p. 358).
Além do artigo 1.016 do CPC/15, o Agravante deve cumprir os requisitos do artigo 1.017
do CPC/15:
Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:
I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou
a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou
outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas
aos advogados do agravante e do agravado;
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita
pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
§1ºAcompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do
porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais. (BRASIL,
2015)
§5º Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças referidas nos incisos
I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros documentos que entender úteis
para a compreensão da controvérsia.
Ceisc OAB
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Recurso Especial
Cabimento:
• Previsto no artigo 105, inciso III da CF;
• Procedimento previsto no artigo 1.029 e seguintes do CPC;
• Exige: pré-questionamento, demonstração de que tenha sido violada lei federal;
• Ataca acórdão proferido pelo TJ ou TRF quando ocorrer situação do artigo 105, inciso
III da CF;
• Dividido em folha de interposição e folha das razões;
• Folha de interposição dirigida ao Presidente ou Vice- Presidente do Tribunal Recorrido
e folha das razões dirigida ao Superior Tribunal de Justiça;

Procedimentos Especiais
• Ação de consignação em pagamento: 539 a 549 do CPC;
• Embargos de terceiro: artigo 674 a 681 do CPC;
• Monitória: 700 a 702 do CPC meio de defesa (embargos monitórios – 702 do CPC);
• Oposição: 682 a 686 do CPC;
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Se você chegou até aqui é porque se dedicou, investiu em você e


na sua carreira profissional. Agora é chegada a hora de confiar na
sua capacidade de mudar a sua vida, nós acreditamos em você,
estamos juntos até a sua aprovação.

Nos vemos no Papo Ceisc, após a prova!

Com carinho,

Equipe Ceisc.
Ceisc OAB
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REFERÊNCIAS

ADEDE Y CASTRO, João Marcos. Novo código de processo civil comentado para
concursos: procedimentos especiais – arts. 539 a 770. Curitiba: Juruá, 2016.

AGUIRRE, João; MONTANS DE SÁ. Prática Civil. 7. Ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

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