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Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB

Profs. Edgard Borba e Fábio Milhomens | Processo Civil

SUMÁRIO ANOTAÇÕES
Capítulo 1. Normas Fundamentais do Processo Civil ................................................................... 3
Capítulo 2. Ação ............................................................................................................................. 9
Capítulo 3. Pressupostos Processuais ................................................................................................ 15
Capítulo 4. Competência ............................................................................................................... 16
Capítulo 5. Jurisdição ............................................................................................................................. 22
Capítulo 6. Litisconsórcio ............................................................................................................... 24
Capítulo 7. Intervenção de Terceiros ................................................................................................. 27
Capítulo 8. Juízo Arbitral ............................................................................................................... 32
Capítulo 9. Comunicação dos Atos Processuais .................................................................................. 35
Capítulo 10. Procedimento Comum ................................................................................................ 38
Capítulo 11. Julgamento Antecipado da Lide .................................................................................. 44
Capítulo 12. Organização e Saneamento do Processo .................................................................... 46
Capítulo 13. Audiência de Instrução ................................................................................................. 47
Capítulo 14. Sentença .............................................................................................................................. 49
Capítulo 15. Coisa Julgada ................................................................................................................ 54
Capítulo 16. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) ........................................ 55
Capítulo 17. Ação Rescisória ............................................................................................................... 56
Capítulo 18. Incidente de Assunção de Competência (IAC) ...................................................... 57
Capítulo 19. Tutelas Provisórias ............................................................................................................... 58
Capítulo 20. Recursos em Espécies ................................................................................................. 61
Capítulo 21. Execução .............................................................................................................................. 66
Capítulo 22. Das Provas .............................................................................................................................. 70
Capítulo 23. Execução de Alimentos .................................................................................................. 71
Capítulo 24. Ação Possessória ................................................................................................................ 73
Capítulo 25. Ação Monitória ................................................................................................................. 76

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CAPÍTULO 1. NORMAS ANOTAÇÕES


FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL.

Previstas, basicamente, do art. 1º ao 12, do CPC.

 Art. 1º, CPC. O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as
normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-
se as disposições deste Código.
• Não basta ter um processo que realize o seu procedimento.
• O processo precisa estar conjugado ao viés constitucional.
• O CPC traz um elenco de princípios que irão colaborar com a visão prática do processo.
• O processo busca a pacificação social.
• Conjunto de princípios e regras que disciplinam o processo, conjugado com o viés constitucional.

 Art. 2º, CPC. O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as
exceções previstas em lei.
• A jurisdição estatal é exercida pelo Poder Judiciário, composto pelos Juízes e Tribunais,
conhecendo e decidindo sobre os conflitos submetidos a si.
• A petição inicial está disciplinada no art. 319, do CPC.
• A partir do momento que a petição inicial é distribuída ou registrada, considera-se proposta a ação,
conforme o art. 312, do CPC.

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• O réu precisa ser citado para ingressar no processo e


gerar seus efeitos, nos moldes do art. 240, do CPC, constituindo, assim, a estabilização subjetiva da
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lide pela determinação dos sujeitos participantes da lide. Existem exceções que permitem que
pessoas que não fazem parte do processo, inicialmente, participem.
• Por impulso oficial significa dizer que compete ao Estado dar prosseguimento à resolução do
mérito e sua efetivação.
• Existem casos em que o processo surge por ato de ofício, à exemplo do conflito de competência
(art. 951, CPC), do IRDR (art. 976, CPC), do IAC (art. 947, CPC)

 Art. 3º, CPC. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
• § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
o A arbitragem tem natureza privada.
o Juiz não pode conhecer as questões de ordem privada de ofício.
o A existência da convenção de arbitragem deve ser alegada através de preliminar de
contestação (art. 337, CPC).
o Ao final, o arbitro profere a sentença arbitral, que é um titulo executivo judicial, conforme o
art. 515, inciso VII, CPC.
o Se a parte não cumpre com a sentença arbitral, inicia-se o cumprimento de sentença, que
será realizado perante o Estado.
o O arbitro pode conceder tutela provisória, comunicada para ser executada através da carta
arbitral.
• § 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.

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• § 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de


solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores
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públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
o Os Estado e as partes devem fomentar as formas consensuais de resolução de conflito.

 Art. 4º, CPC. As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída
a atividade satisfativa.
• Instaurado o processo, o objetivo é alcançar a decisão de mérito, pois, somente a decisão de mérito
transitada em julgado pode gerar a coisa julgada material.
• A sentença terminativa ou sem resolução de mérito transitada em julgado faz apenas coisa julgada
formal, conforme art. 486, do CPC. A coisa julgada formal não impede ajuizamento da ação
novamente.
• Só cabe recurso enquanto a decisão judicial não transitar em julgado. Após transitar em julgado,
somente caberá ação rescisória.

 Art. 5º, CPC. Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com
a boa-fé.
• Trata do princípio da boa-fé objetiva.
• Quando a parte viola o princípio da boa-fé, será considerada litigante de má-fé.
• A multa por litigância de má-fé pode ser determinada de ofício pelo magistrado ou estabelecida
mediante requerimento das partes. A multa está no art. 80 e 81, do CPC. Essa multa, por ato
atentatório à justiça, tem que ser superior a 1% e superior a 10%, não excluindo eventuais perdas e
danos que decorram em razão da má-fé praticada pela parte.

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 Art. 6º, CPC. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
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razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
• Trata do princípio da cooperação.
• As partes capazes, em se tratando de litígios que admitem autocomposição poderão dispor a
respeito do ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, levando ao juízo, que deverá
submeter-se à convenção estabelecida pelas partes. Esse instituto é chamado de negócios jurídicos
processuais, disposto no art. 190, do CPC. Porém, o negócio pode ser rejeitado pelo juiz se (i) for
excessivamente oneroso para uma das partes, (ii) se constatar-se como contrato de adesão e (iii) se
desrespeitar os requisitos de validade do ato jurídico.
• O juiz deve incentivar que o processo seja cooperativo.

 Art. 7º, CPC. É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.

 Art. 8º, CPC. Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade,
a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência

 Art. 9º, CPC. Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I. à tutela provisória de urgência;

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II. às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II


e III ;
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III. à decisão prevista no art. 701.

 Art. 10, CPC. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
Esses artigos contemplam o princípio da isonomia e paridade de armas. Nosso código
proíbe as chamadas decisões surpresas. Antes proferir uma decisão, o juiz precisa
oportunizar o conhecimento e a defesa à parte.
- A 1ª exceção ao princípio do contraditório substancial é a tutela de urgência.
- A 2ª exceção é a tutela de evidência (art. 311, incisos II e III, CPC).
- A 3ª exceção é a decisão que se extrai da decisão monitória.

 Art. 11, CPC. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
• Trata do princípio da fundamentação.
• O art. 489, § 1º, do CPC, define os elementos essenciais da sentença, que o juiz precisará observar.
• Decisão que não é fundamentada é considerada uma decisão omissa, e, da decisão omissa caberá
embargos de declaração (artigos 1.022 a 1.026, do CPC).

 Art. 11, parágrafo único, CPC. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente
das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.

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 Art. 12, CPC. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão
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para proferir sentença ou acórdão.

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CAPÍTULO 2. AÇÃO. ANOTAÇÕES

 Violação a direito ou tentativa de violação possibilitam a busca pela tutela jurisdicional do Estado para
obter a prestação que seja adequada e suficiente a tutelar o direito ao qual o individuo seja o legitimo
titular.
 A ação representa um direito subjetivo, público e abstrato de requerer a tutela jurisdicional estatal, para,
desta forma, obter uma prestação capaz de resolver o mérito e assim obter a tão sonhada pacificação
social.
o O mérito representa a própria relação jurídica material/substancial que está sendo discutido em
juízo.
 O papel da ação é permitir que a discussão da tentativa ou violação a direito seja conhecido pelo órgão
jurisdicional competente. São os pedidos que tratarão da procedência.
 Encontra-se delineado no art. 5º, inciso XXXV, CRFB/88, e no art. 3º, do CPC.

1) PRESSUPOSTOS DA DEMANDA (ART. 17, CPC):


▪ O código atual não usa mais a expressão condições da ação.
▪ Os pressupostos da demanda ou da ação são requisitos necessários para obtenção de uma decisão
de mérito.
▪ Os pressupostos da demanda (antiga condições da ação) são questões de ordem pública que devem
ser analisadas para que o juiz possa ingressar no mérito.
▪ O art. 17, do CPC, que prevê os pressupostos da demanda, também informa que para postular em
juízo é necessário ter legitimidade e interesse de agir (interesse processual).

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▪ Vejamos:
a) Legitimidade “ad causam”: Só pode postular em juízo quem detém a legitimidade para o
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pedido. A legitimidade é questão de ordem pública, razão pela qual deverá ser apreciada e
constatada pelo juízo, independentemente de provocação. A propositura da ação cabe ao
titular do direito material que foi violado. A legitimidade contempla a relação das partes com o
direito que está sendo discutido.
o A legitimidade é uma via de mão dupla, ou seja, tanto o autor como o réu devem ser
partes legítimas para estar no processo.
o Questão de ordem pública pode ser conhecida a qualquer tempo e em qualquer grau
de jurisdição.
o Legitimidade em face do autor e do réu ➜ o juiz pode constatar de ofício ➜
indeferimento por ilegitimidade (não é inépcia da inicial).
o Se o juiz acolher a ilegitimidade, ele irá extinguir o processo sem resolução de mérito.
o Ao receber a petição inicial, se o juiz constatar a ausência de legitimidade, deverá
indeferir a mesma, nos termos do art. 330, II, CPC. Ao indeferir a petição inicial em razão
da ausência de legitimidade, o juiz irá proferir sentença sem resolução de mérito,
conforme o art. 485, do CPC.
o A legitimidade pode ser ordinária (art. 17, CPC) ou extraordinária (art. 18, CPC).
- A legitimidade ordinária representa a condição de que só quem pode postular
em juízo é o titular do direito material a ser discutido.
- A legitimidade extraordinária dispõe que determinadas pessoas podem propor
ação em nome próprio para defender direito de terceiro.

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o Legitimidade extraordinária não se confunde com


representação. A representação é um instituto que objetiva a regularização da
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capacidade processual.
o Direitos alheio em nome próprio (art. 18, CPC) ➜ Ministério Público, Defensoria Pública,
Sindicatos, etc.
b) Interesse de agir ou interesse processual: A tutela jurisdicional do Estado é necessária para
ao demandante. Sendo assim, o interesse de agir, também denominado de interesse
processual, traduz a ideia de que a tutela jurisdicional seja necessária e traga ao autor alguma
utilidade.
o Em síntese, a análise do interesse desagua no binômio necessidade e utilidade.
o A falta do interesse de agir é matéria de ordem pública, podendo ser constatada pelo
juízo a qualquer tempo.
o Se o juiz perceber que o autor não detém de interesse de agir, deverá indeferir a petição
inicial quando a receber, nos termos do art. 330, inciso III, CPC.
o Para a comprovação do interesse processual, primeiramente, é preciso a demonstração
de que sem o exercício da jurisdição, por meio do processo, a pretensão não pode ser
satisfeita, já que a via administrativa foi esgotada sem resolução do fato.

2) ELEMENTOS DA AÇÃO:
▪ Os elementos da ação permitem a identificação e individualização de uma ação diante de outras.
Esses elementos representam o DNA da demanda.
▪ Para serem iguais, as ações precisam ter as mesmas partes, causa de pedir e pedidos.
▪ Os elementos da ação congregam três requisitos, quais sejam:

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PARTES CAUSA DE PEDIR PEDIDO


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- As partes representam o - Representa os fatos e - O pedido representa o bem almejado
elemento subjetivo da demanda, fundamentos jurídicos do pelo autor na sua petição inicial.
ou seja, o autor e o réu. pedido. - É o que se pretende obter ao final do
- O juiz não é parte, sendo o Estado - É o motivo pelo qual processo.
investido de jurisdição, devendo você ingressa no poder - É no pedido que o juiz enfrentará o
ser imparcial (não pode ser parcial, judiciário e o que objetiva. mérito, ou seja, a questão substancial
impedido ou suspeito). - A causa de pedir precisa discutida em juízo.
- O juiz, em face do seu encargo, contempla os elementos - O limite objetivo da sentença é o
deve ser imparcial, não podendo fáticos e os elementos de pedido. Assim sendo, o juiz não poderá
ser impedido (art. 144, CPC) ou direito que embasam o proferir sentença ultra petita (mais do
suspeito (art. 145, CPC), sob pena pedido. que foi pedido), citra petita (menos do
de comprometer a validade da sua - A ausência da causa de que foi pedido), e nem extra petita (fora
decisão. pedir vai ocasionar o do que foi pedido), conforme o art. 492,
- A imparcialidade é pressuposto indeferimento da petição do CPC. O juiz deverá decidir a lide nos
processual de validade do inicial sem resolução do limites propostos pelas partes.
processo. mérito, em razão da sua - Adota-se a teoria da adstrição ou
- O impedimento ou suspeição inépcia (art. 330, I, CPC). congruência, onde o juiz só pode julgar
deve ser arguida através de de acordo com o que é pedido.
simples petição específica, no - Ao enfrentar o pedido, o juiz resolve o
prazo de quinze dias, a contar da mérito.

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ciência acerca do impedimento ou - A ausência do pedido gera o


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suspeição. indeferimento da petição inicial, por
- O juiz poderá reconhecer que é conta da inépcia (art. 330, I, CPC).
impedido ou suspeito, remetendo - O pedido tem que ser certo e explicito,
o processo para seu substituto mas cabe exceção para o pedido
(não é modificação de genérico (art. 322, CPC).
competência). Se entender que é - Os pedidos devem ser compatíveis
imparcial, poderá criar um entre si, o juízo competente para todos
incidente e remeter para o e com procedimento compatível >
Tribunal, que julgará. cumulação de pedidos (art. 327, § 1,
- A arguição de impedimento ou CPC).
suspeição representa uma das - O autor só poderá alterar o pedido e a
hipóteses de suspensão do causa de pedir antes da citação.
processo (art. 313 a 315, do CPC). - O autor pode desistir da ação se for (i)
- Eventual reconhecimento do antes da citação ou (ii) após a ação, se o
impedimento ou suspeição não réu concordar (art. 485, CPC).
tem o condão de alterar a
competência do juízo.

3) JUÍZO DE RETRATAÇÃO:
▪ Revisão feita pelo juiz, da própria decisão, quando ocorre a interposição de recurso.

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▪ Em casos de improcedência liminar e indeferimento da


inicial, se o autor recorrer antes de chegar no Tribunal, o juiz pode se retratar da sua decisão, no prazo
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de cinco dias.
▪ Princípio do duplo grau de jurisdição: Uma decisão desfavorável proferida no 1º grau pode ser
reapreciada por órgão hierarquicamente superior se houver interposição de recurso.

4) DESISTÊNCIA DA AÇÃO:
▪ É possível desistir da ação, independente da anuência do réu, enquanto não for apresentada
contestação (art. 485, CPC).
▪ Após a apresentação da contestação, a desistência só é possível se houver a concordância do réu,
antes de proferida a sentença.

5) ALTERAÇÃO DO PEDIDO OU DA CAUSA DE PEDIR:


▪ O autor pode alterar o pedido ou a causa de pedir até a citação.
▪ Após citado, o pedido ou a causa de pedir pode ser alterada se o réu concordar.
▪ O réu só poderá concordar com a alteração até o efetivo saneamento. Após o saneamento, não será
permitida qualquer alteração do pedido ou causa de pedir, por conta da estabilização objetiva da lide.

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CAPÍTULO 3. PRESSUPOSTOS ANOTAÇÕES


PROCESSUAIS.

➢ Quem possui capacidade para ser parte?


 Quem tem personalidade jurídica (nascido com vida até a morte).
 A capacidade processual pode ser plena ou limitada (necessário representação).
o Capacidade plena: A pessoa possui capacidade de direito e de fato.
o Capacidade limitada: A pessoa tem a capacidade de direito, mas não tem a capacidade de
fato ou exercício (já que a capacidade de direito sempre terá).

➢ Que tem capacidade postulatória?


 Advogado, Ministério Público e Defensoria Pública.

➢ Capacidade Processual de Pessoas Casadas


 Ação real imobiliária exige a presença dos dois ou da autorização de um para que o outro demande
sozinho (exceção separação total de bens).
• Recusa injustificada ou impossibilidade de consentimento, o cônjuge pode buscar o judiciário para
suprir essa vontade que não foi declara. (ação de suprimento judicial de consentimento).
• Todo esse regramento de capacidade processual de pessoas casadas também se enquadra para
união estável.

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CAPÍTULO 4. COMPETÊNCIA. ANOTAÇÕES

 O juízo ser competente significa dizer que é competente para exercer sua função jurisdicional.
 A Constituição Federal de 1988 é fonte primária de competência, por determinar a competência de
todos os entes.
o A competência também é disciplinada por leis especiais, códigos estaduais, etc.

1) CLASSIFICAÇÃO:
1.1. Competência Internacional:
a) Concorrente (art. 21 e 22, CPC): Permite que a ação seja proposta tanto no Brasil como
perante autoridade judiciária estrangeira. Essa competência concorrente tem suas hipóteses
descritas nos artigos 21 e 22, do CPC.

Observação: A ação proposta perante autoridade ou Tribunal estrangeiro


não induz litispendência e nem obsta que autoridade judiciária brasileira
conheça da mesma e de suas conexas, salvo Tratados, Acordos e
Convenções Internacionais. Ou seja, o fato de ter uma ação no exterior não
impede que a mesma ação seja proposta no Brasil. Em regra, prevalece
a ação proposta no Brasil, desde que, no Brasil, tenha existido decisão
antes da homologação da sentença estrangeira pelo Supremo Tribunal de
Justiça (art. 105, inciso I, alínea “i”, da CRFB/88). O STJ pode homologar
ou não a sentença estrangeira.

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b) Exclusiva (art. 23, CPC): A ação só poderá ser proposta


no Brasil, com exclusão de qualquer outra autoridade.
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1.2. Competência Interna (art. 42, CPC): Competência exercida dentro dos limites do território
nacional.

2) CRITÉRIOS QUE DETERMINAM A COMPETÊNCIA INTERNA (ART. 62 E 63, CPC):


I. Competência em razão da matéria: Critério que é definido pelo objeto da ação. A matéria servirá
para determinar se a causa é de natureza cível, penal, trabalhista, eleitoral ou militar. A Justiça do
Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar são denominadas justiças especiais.
II. Competência em razão da pessoa: Determinada pelos sujeitos do processo. As qualidades
inerentes às pessoas envolvidas na lide podem fazer com que se fixe a competência absoluta de
determinado órgão jurisdicional. Toda vez que pessoas públicas federais intervirem no processo
que tramita na justiça Estadual, a ação será remetida para justiça Federal, com exceção das ações
de insolvência civil, recuperação judicial, falência e acidente de trabalho, quando não haverá
deslocamento de competência (art. 45, I, CPC). Também não se aplica tal regra em se tratando de
competência da justiça eleitoral e da justiça do trabalho (art. 45, II, CPC).
III. Competência em razão funcional ou hierárquica: A primeira delas seria a competência funcional
pelas fases do procedimento. O juízo será competente para praticar ato processual subsequente
que já estivesse previsto ao praticar o que o antecedeu. A segunda seria a competência funcional
levando em conta a relação entre ação principal e as acessórias e incidentais, fixando-se a
competência do foro que apreciou a primeira para conhecer das demais. A terceira se baseia no
grau de jurisdição, podendo ser tanto recursal quanto originária.

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IV. Território: É uma espécie de competência relativa a partir da


qual se define que o juízo de determinado foro é competente para apreciar a demanda. O CPC traz
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como regra o foro do domicílio do réu, conhecido também como foro comum, geral ou ordinário
(art. 46, CPC), porém, existem exceções a essa regra geral no próprio CPC - por exemplo, o art. 47
impõe a competência do foro onde se localiza o imóvel objeto da lide - e em outras leis.
V. Valor da causa: A competência pode ser definida pelo valor dado à causa (art. 291, CPC). É
classificada como uma espécie de competência relativa. A importância em dinheiro atribuída à
causa pode determinar qual órgão será o responsável por sua apreciação. A competência dos
Juizados Especiais Federais, disciplinados pela Lei nº 10.259, é absoluta, a despeito de se basear
no valor da causa.

3) DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA (ART. 43, CPC):


▪ Art. 43, CPC. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente,
salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
o Após a distribuição da inicial, quando a competência for determinada, qualquer alteração que
venha a surgir não terá o condão de modificar a competência, salvo se houver supressão do
órgão judiciário ou se houver alteração decorrente da própria competência absoluta.

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4) COMPETÊNCIA ABSOLUTA E COMPETÊNCIA RELATIVA:


ANOTAÇÕES

Competência Absoluta Competência Relativa


- Matéria de ordem pública. - Matéria de ordem privada.
- Não é passível de prorrogação, por tratar-se - Passível de prorrogação e modificação, por
de interesse público. tratar-se de interesse privado (inter partes).
- Não pode ser derrogada por vontade das - Pode ser modificada por vontade das
partes, pois, é inderrogável. partes, pois, é derrogável.
- Pode ser declarada de ofício pelo juiz. - Não pode ser declarada de ofício pelo Juiz.
- Impositiva pela lei. - Em regra, é determinada pelos critérios do
- Em regra, é determinada pelos critérios da território e valor da causa.
matéria, pessoa e função.

5) FORMA DE ARGUIÇÃO DA INCOMPETÊNCIA:


▪ Se não for declarada de ofício pelo juiz, a incompetência absoluta deve ser arguida em preliminar
de contestação (art. 337, II, CPC).
▪ A incompetência relativa não pode ser conhecida de ofício pelo juiz, logo, deve ser arguida pelo réu,
em preliminar de contestação (art. 337, II, CPC).
▪ As incompetências absolutas e relativas devem ser arguidas em preliminar de contestação (art. 337,
II, CPC).

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▪ A incompetência absoluta pode ser alegada depois, por


ser matéria de ordem pública, podendo ser alegada em qualquer tempo ou grau de jurisdição. A
ANOTAÇÕES
incompetência relativa, por sua vez, não pode ser alegada depois, por preclusão, já que é matéria de
ordem privada.

6) DECISÃO DO JUÍZO INCOMPETENTE (ART. 64, CPC):


▪ A decisão proferida pelo juízo incompetente será eficaz, salvo decisão em sentido contrário proferida
pelo juízo competente.

7) MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA RELATIVA (ART. 84, CPC):


▪ A competência absoluta não pode ser modificada.
▪ A competência relativa é derrogável, podendo ser modificada pela conexão (art. 55, CPC), pela
continência (art. 56, CPC), pelo foro de eleição (art. 63, CPC), e se o réu não arguir a incompetência
relativa.
▪ A diferença entre a conexão e a continência reside no fato de que, enquanto na conexão as causas
veiculam segmentos diversos de uma mesma relação jurídica de direito material, na continência a
causa contida veicula apenas uma parte da relação jurídica de direito material veiculada na causa
continente.
▪ Foro de eleição (art. 63, CPC) ocorre quando as partes elegem o foro onde serão propostas as ações
oriundas de direitos e obrigações. Nota-se que se elege o foro, não o juízo. Trata-se de um caso de
prorrogação voluntária da competência. Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva,
pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de
domicílio do réu, salvo exceção (art. 63, § 3, CPC).

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▪ Ausência da arguição de foro incompetente gera a


prorrogação de competência, tornando o atual juízo competente.
ANOTAÇÕES

8) CONFLITO DE COMPETÊNCIA (ART. 66, CC/02, E ART. 951, CPC):


▪ O conflito de competência pode ser positivo ou negativo.
o Positivo: Dois ou mais juízes se declaram competentes para mesma ação.
o Negativo: Dois ou mais juízes se declaram incompetentes para mesma ação.
▪ O conflito de competência poderá ser suscitado de ofício pelo juiz, bem como, a requerimento do
Ministério Público ou das partes.
▪ Esse conflito é julgado pelo órgão ou Tribunal hierarquicamente superior aos conflitantes.

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CAPÍTULO 5. JURISDIÇÃO. ANOTAÇÕES

Se há conflitos de interesse, deve ser levado ao


Poder Judiciário, para que o mesmo dê uma solução
definitiva para tal problema.

1) CARACTERÍSTICAS:
▪ O judiciário só se manifesta quando for provocado, através da petição inicial.
a) Princípio da Inafastabilidade: Uma vez provocado o judiciário não poderá se recursar
qualquer tipo de problema.
Art. 5º, XXXV, CF: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça
de lesão a direito”
b) Princípio da Indelegabilidade: O Poder Judiciário não pode delegar a função de solucionar
conflitos de interesses aos demais Poderes (Executivo e Legislativo);
c) Princípio da Boa-fé: Todos os integrantes do processo devem agir sob a prática da boa-fé.

▪ Mérito: O conflito de interesse é levado ao judiciário para que ele solucione o mérito, ou seja, para
que resolva o pedido, mediante o julgamento definitivo do pedido/mérito.
o Temos a coisa julgada quando uma decisão se torna definitiva e não cabe mais recurso.

*Decisão terminativa é uma decisão sem resolução de mérito. *


*Decisão definitiva é uma decisão com resolução do mérito. *

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Observações:
ANOTAÇÕES
➢ A ausência das condições da ação implica na extinção do processo sem
resolução de mérito.
➢ O juízo deve incentivar, a todo momento, a relação consensual entre as partes.

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CAPÍTULO 6. LITISCONSÓRCIO. ANOTAÇÕES

É a pluralidade de partes na mesma lide. Ou seja, quando


duas ou mais pessoas, na parte ativa ou passiva, dividem o
mesmo lado, ou lados opostos, no processo.

1) EM RELAÇÃO AS PARTES, O LITISCONSÓRCIO PODE SER:


1.1. Ativo: É a existência de mais de um integrante na parte autora.
1.2. Passivo: Há mais de um integrante no polo passivo da demanda > mais de um réu na mesma ação.
1.3. Misto: Pluralidade for de autores e réus.

2) EM RELAÇÃO A DECISÃO, O LITISCONSÓRCIO PODE SER:


2.1. Litisconsórcio Simples: A decisão pode atingir as partes de forma diferente.
• Um ato benéfico por um litisconsorte apenas beneficia o autor do ato.
• Um ato prejudicial por um litisconsorte só prejudica o próprio.
• A atitude de um no processo não impacta o outro em nada > “cada qual no seu quadrado”.
2.2. Litisconsórcio Unitário: A decisão será uniforme.
• Se o ato praticado por um for beneficiado, atinge os outros de formas igualitária.
• Um ato prejudicial praticado por um só, não produz efeito nenhum no processo.

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3) EM RELAÇÃO A OBRIGAÇÃO, O LITISCONSÓRCIO PODE SER:


ANOTAÇÕES
3.1. Facultativo: Ocorre quando há opção entre formá-lo ou não. Via de regra, tal decisão incumbe ao
autor, pois é ele quem apresenta a lide, indicando quais são as partes da relação processual.
3.2. Necessário: Pode ser necessário por força de lei ou para decisão fazer efeito perante todos os
envolvidos. A lei obriga a presença na ação de todas as pessoas titulares da mesma relação jurídica,
sob pena de nulidade e posterior extinção do feito sem análise do mérito.
o Ex.: Usucapião.
3.3. Inicial: Surge com a formação inicial da relação processual.
3.4. Ulterior: Forma-se no curso do processo. Existem três hipóteses que podem gerar a formação de
um litisconsórcio ulterior, quais sejam, a conexão, a sucessão e a intervenção de terceiros.
3.5. Multitudinário: Vários litisconsortes. Ocorre quando um número excessivamente elevado de
partes, autores ou réus, integram um dos polos da ação. Quando o juiz se depara com um caso de
litisconsórcio multitudinário, poderá limitar a quantidade de participantes.
o Não há quantidade mínima ou máxima.

➢ O juiz pode limitar o número de litigantes no processo quando:


a) A quantidade de participantes possa comprometer a rápida solução do litigio; ou
b) A quantidade de participantes possa comprometer a defesa.

Observações:
• O juiz só pode limitar o número de litigantes quando o litisconsórcio
multitudinário for facultativo.

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• Os litisconsortes que tiverem advogados diferentes,


de escritórios de advocacia diferentes, terão direito ao prazo em
ANOTAÇÕES
dobro, desde que o processo seja físico.

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CAPÍTULO 7. INTERVENÇÃO DE ANOTAÇÕES


TERCEIROS.

A Intervenção de Terceiros é o fenômeno processual em que um terceiro, sendo ele pessoa física ou jurídica,
ingressa como parte ou auxiliar na relação jurídica processual.

Aquele que não é parte originaria no processo, ou seja, não é autor nem é réu, ingressa no processo que já
está em curso.

Observações:
➢ A nomeação a autoria não é mais modalidade de intervenção de
terceiros > foi excluída do ordenamento jurídico no CPC/15 (não existe
mais).
➢ A oposição não é mais modalidade de intervenção de terceiros > se
tornou um procedimento especial no CPC/15.

1) MODALIDADES:
1.1. Assistência:
• Prevista no art. 119, CPC.
• Terceiro = assistente.
• Modalidade espontânea > o assistente se apresenta ao processo.

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• O assistente (terceiro) possui interesse jurídico na lide >


possibilidade de sofrer reflexivamente os efeitos de uma decisão.
ANOTAÇÕES
• O terceiro somente será admitido como assistente se demonstrar que será afetado
juridicamente com a decisão a ser proferida no processo.
• Temos dois tipos de assistência: a simples e a litisconsorcial.
o Simples (adesiva): O terceiro tem que demonstrar que a decisão poderá afetar a esfera
dos seus direitos, não se tratando de alegação de prejuízo econômico ou de qualquer
outra natureza. Atuará como auxiliar da parte principal, sujeitando-se aos mesmos ônus
processuais. Ele não é parte processual e não pode agir de maneira contrária aos
interesses do assistido.
o Litisconsorcial: Prevista no artigo 124 do CPC. Caracteriza-se pela relação que o
assistente tem com o assistido e a parte contrária. O assistente ingressa para discutir e
defender direito próprio (o direito também é do assistente). Possível apenas nos casos
de litisconsórcio facultativo.
• O ingresso do assistente no processo é cabível em qualquer tempo, grau de jurisdição, fase e
tipo de procedimento.

1.2. Denunciação da lide:


• A denunciação a lide encontra amparo no direito regressivo da parte que traz o terceiro
eventualmente responsável pelo ressarcimento dos danos ocasionados pelo processo.
o Está atrelada ao direito de regresso > busca de ressarcimento de algum valor.
• Sempre é facultativa.
• Prevista em lei ou contrato.

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 Características:
a) Incidental, pois é instaurada em processo já existente;
ANOTAÇÕES
b) Regressiva, eis que fundada no direito de regresso da parte;
c) Eventual, por relaciona-se com a demanda originária e, no caso de se constatar que não
houve dano ao denunciante, a denunciação não terá sentido; e
d) Antecipada, considerando a economia processual.
 O terceiro terá qualidade de parte, sendo vinculado à relação jurídica, se sua participação for
requerida tempestivamente pelo Autor ou Réu e desde que citado regularmente.
 A denunciação tem cabimento em duas hipóteses, previstas no artigo 125 do CPC:
a) Denunciação a lide pelo comprador evicto:
b) Denunciação do obrigado por lei ou contrato a indenizar regressivamente a parte:
• A evicção é a possibilidade da perda de coisa para terceiro através de ação judicial.
• Não cabe denunciação da lide coletiva e “per saltum”, apenas do alienante imediato.

1.3. Desconsideração da personalidade jurídica:


 Em regra, o patrimônio da pessoa jurídica não se confunde com o patrimônio dos seus sócios.
 Única modalidade que é cabível no juizado especial cível.
 Excepcionalmente, o patrimônio pessoal dos sócios poderá ser invadido para quitar as dividas
da pessoa jurídica.
 Modalidade condicionada ao pedido da parte ou do Ministério Público, devendo preencher os
pressupostos previstos em lei, tais como quando houver (i) confusão patrimonial e (ii) desvio de
finalidade.

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 A desconsideração inversa é possível > invasão do


patrimônio da pessoa jurídica para quitar as dívidas do sócio.
ANOTAÇÕES
 Poderá ser requerida no início do processo ou de forma incidental (no curso do processo).

1.4. Chamamento ao processo:


• Não depende de concordância > modalidade coercitiva.
o A mera citação válida será suficiente para parte integrar o chamado ao processo.
• Deve ser feita dentro do prazo legal, previsto no artigo 131 do CPC, sob pena de preclusão.
• Três as hipóteses de cabimento, previstas no art. 130, CPC:
a) Chamamento do devedor, quando acionado o fiador, que serão responsáveis
solidariamente pelo cumprimento da obrigação principal;
b) Chamamento dos demais fiadores, quando a ação for proposta apenas contra um deles;
c) Chamamento dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de
alguns o pagamento da dívida.
• Constitui uma obrigação solidária.
• Quando o fiador é demandando sozinho, pode promover o chamamento ao processo do
demandado.

1.5. Amicus Curiae:


 Conhecido como o “amigo da corte”.
 O amicus curiae é pessoa física ou jurídica, que possua notório conhecimento sobre
determinada área/objeto/conteúdo, oferecendo subsídios para o juiz decidir.
 Modalidade que pode ser provocada, espontânea ou determinada de oficio pelo juiz.

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 A decisão do juiz referente ao ingresso do amicus curiae


no processo é irrecorrível.
ANOTAÇÕES
 Terceiro que contribui com o juízo na formação do seu convencimento, atuando para melhorar
a qualidade da prestação jurisprudencial, considerando seus conhecimentos da matéria tratada,
não havendo interesse jurídico na solução da demanda, mas sim o auxílio para que seja
proferida a melhor decisão.
 Não recebe para atuar, por ter interesse institucional.
 Poderá atuar em todos os graus de jurisdição, e sua participação não gera modificação de
competência.
 O amicus curiae não pode recorrer da decisão por não ter interesse recursal, manifestando-se
comumente de forma escrita ou sustentando oralmente.
o Excepcionalmente, poderá recorrer de decisões relativas a um incidente de resolução
de demandas repetitivas e opor embargos de declaração.

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CAPÍTULO 8. JUÍZO ARBITRAL. ANOTAÇÕES

➢ Espécie de heterocomposição > conflito resolvido por decisão de terceiro imparcial.


➢ As partes necessitam aceitar o procedimento arbitral através da convenção de arbitragem ou
compromisso arbitral.
o Ao aceitar o compromisso, as partes renunciam a possibilidade de discutir a demanda em
procedimento judicial.
o Caso uma das partes ingresse em juízo, após assinar o compromisso, o juiz poderá alegar a
existência da convenção de forma preliminar, nos moldes do art. 337, CPC.
- Caso o juiz rejeite a alegação da convenção, a parte poderá usar o agravo de
instrumento (art. 1.015, CPC).
- Caso o juiz acolha a alegação da convenção, o processo será extinto sem resolução de
mérito > da sentença, é cabível a apelação.
➢ A sentença arbitral é um título executivo judicial (art. 515, VII, CPC).
o Não precisa ser homologada pelo juiz de direito.
➢ Caso a parte se recuse a cumprir a sentença arbitral, a parte prejudicada poderá executar a sentença
no poder judiciário, na forma de cumprimento de sentença.
o A parte será citada para cumprir a sentença arbitral.
➢ O juízo arbitral poderá conceder tutela provisória, mas para executar, precisa expedir uma carta
arbitral para o poder judiciário, solicitando efetivação para o juiz de direito.

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Conciliação Mediação Arbitragem


ANOTAÇÕES
Participação mais efetiva O mediador facilita o diálogo As partes indicam árbitros
do conciliador que pode entre as partes, mas são elas que irão dar a solução para o
sugerir soluções. que apresentam as soluções. caso ao invés de levá-lo ao
Judiciário.

1) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM:


▪ Disposto no art. 334, CPC.
▪ Não existe no juizado especial > o juizado segue um rito especial.
▪ Ato no qual as partes se reúnem com um conciliador ou mediador para juntos, acharem uma solução
ou acordo que ponha fim ao conflito.
▪ Realização obrigatória, só não se realiza em duas situações:
a) Se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
b) Quando não se admitir a autocomposição.
▪ O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado
ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem
econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
▪ As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.
▪ A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para
negociar e transigir.

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2) CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM:
ANOTAÇÕES
▪ Se o réu não alegar a convenção de arbitragem na contestação, significa que o réu está tacitamente
renunciando ao juízo arbitral e aceitando que a ação continue a tramitar perante o poder judiciário que
não pode negar a apreciá-lo. (Princípio da Inafastabilidade da jurisdição.)
▪ De todas as defesas preliminares, o juiz só não pode declarar de ofício duas:
a) Incompetência relativa
b) Convenção de arbitragem

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CAPÍTULO 9. COMUNICAÇÃO DOS ANOTAÇÕES


ATOS PROCESSUAIS.

Artigos 237 e ss., CPC. A citação sofreu algumas alterações pela


Lei 14.195/2021.

➢ A citação é um pressuposto processual de existência e validade.


➢ Não há citação do réu em duas hipóteses, somente, sendo elas:
I. Indeferimento da petição inicial; e
II. Improcedência liminar do pedido do autor.
➢ Em determinadas situações, o ato citatório não poderá ser realizado se o réu:
I. estiver acometido de doença grave;
II. estiver participando de culto religioso;
III. falecimento do ascendente, descendente, cônjuge, na linha reta colateral até 2º grau > da
data do falecimento até 7 dias;
IV. nos 3 dias da lua de mel.

Nessas situações, o réu só poderá ser citado para evitar ocorrência de dano irreparável
ou de difícil reparação (art. 243, CPC).

➢ Em regra, réu é citado somente para integrar o processo. Excepcionalmente, poderá ser citado para
integrar o processo e se defender/contestar (art. 231, CPC).

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➢ A citação poderá ser:


ANOTAÇÕES
I. Citação eletrônica: No processo eletrônico, todas as citações, intimações e notificações,
inclusive da Fazenda Pública, serão feitas por meio eletrônico, na forma desta Lei”
II. Citação postal: Se a Lei não dispor em contrário, a citação deve ocorrer pelo Correio. Pode
ser realizada em qualquer comarca do país, desde que observados os requisitos legais
previstos no art. 248 do Código de Processo Civil.
III. Citação por oficial de justiça: A citação por meio de oficial de justiça será feita nas hipóteses
expressamente previstas no Código ou em lei especial, ou quando frustrada a citação pelo
correio (art. 249 do CPC).
IV. Citação por hora certa: No dia e na hora designados, o oficial de justiça,
independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do
citando a fim de realizar a diligência (art. 253, caput, CPC). Considerada citação ficta >
suspeita de ocultação.
o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões
da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em
outra comarca, seção ou subseção judiciárias (art. 253, § 1º, CPC).
o A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho
que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família
ou o vizinho se recusar a receber o mandado (art. 253, § 2º, CPC).
o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa
da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome (art. 253, § 3°, CPC).

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V. Citação por edital: Hipótese de citação ficta. A citação por edital


será feita: a) quando desconhecido ou incerto o citando; b) quando ignorado, incerto ou
ANOTAÇÕES
inacessível o lugar em que se encontrar o citando; e c) nos casos expressos em lei.

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CAPÍTULO 10. PROCEDIMENTO ANOTAÇÕES


COMUM.

➢ Caminho trilhado pelo processo.


➢ Disposto nos artigos 318 e ss., do CPC.

1) PETIÇÃO INICIAL (ART. 319 E 320, CPC):


▪ Ato postulatório do autor.
▪ Objetiva instaurar a marcha do processo.
▪ A petição inicial precisa preencher alguns requisitos:
i. Juízo competente;
ii. Qualificação das partes (nome, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço);
iii. Fatos e fundamentos jurídicos do pedido;
iv. Pedido e suas especificações;
v. Valor da causa;
vi. As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
vii. A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
▪ A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II,
for possível a citação do réu.
▪ A petição inicial não poderá ser indeferida de imediato, caso tenha vícios sanáveis > o juiz deve citar
a parte para emendar a inicial, no prazo de quinze dias.
o Citação do réu não é mais requisito da inicial.

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▪ O juiz poderá indeferir a inicial pela inépcia, pela


ilegitimidade, pela ausência do interesse processual do autor, por falta de emenda da inicial ou por
ANOTAÇÕES
inobservância do art. 106, CPC.

1.1. Indeferimento da petição inicial (art. 330, CPC)


 A petição inicial será indeferida quando:
a) Inépcia;
b) Parte manifestamente ilegítima;
c) Autor carente de interesse processual;
d) Não atendidas as prescrições dos artigos 106 e 321, do CPC.
 O prazo para emenda da inicial é de 15 dias. Caso não seja feito em tempo determinado por lei, a
inicial será indeferida.

1.2. Inépcia da petição inicial (art. 330, § 1, CPC)


 Considera-se inepta a petição inicial quando:
a) lhe faltar pedido ou causa de pedir;
b) o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido
genérico;
c) da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
d) contiver pedidos incompatíveis entre si.

1.3. Improcedência liminar

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 Decisão que resolve o mérito da demanda nos casos em


que a improcedência possa ser verificada desde já, mesmo antes da citação do réu (art. 332, CPC).
ANOTAÇÕES
 Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará
liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
a) enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça
em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
d) enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

1.4. Deferimento da inicial


 Com deferimento da inicial, o réu será citado.
 Ocorrerá a audiência de conciliação e mediação.

2) AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO (ART. 334, CPC):


▪ Instituto que não incide no juizado especial.
▪ Não ocorrerá se (i) ambas as partes informarem que não querem e se (ii) o litigio não admitir
autocomposição.
o O autor informa se deseja na petição inicial.
o O réu informa se deseja em petição nos autos.
▪ Essa audiência é feita com conciliador e/ou mediador.
▪ As partes precisam estar acompanhadas dos seus advogados ou defensores públicos.

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▪ A partes poderão ser representadas por procurador


(pode ser terceiro ou o advogado) com poderes para transigir.
ANOTAÇÕES
o No juizado especial não cabe representação.
▪ Se houver litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência tem que ser manifestado por
todos.

3) CONTESTAÇÃO (ART. 335 AO 342, CPC):


▪ Potencializa a ampla defesa e o contraditório, atacando todos os fatos, direitos e provas.
▪ Prazo de quinze dias úteis, salvo se for uma contestação de tutela cautelar, que possui prazo de 5 dias.
o Prazo em dobro para entes públicos.

3.1. Princípio do ônus específico: A contestação deve atacar os pilares apresentados de forma
específica (art. 341, CPC).
o A contestação genérica pode ser apresentada pela defensoria pública, pelo advogado dativo e
pelo curador especial.

3.2. Princípio da concentração: Conhecido como princípio da eventualidade > a contestação deve
conter toda matéria de defesa, sob pena de preclusão (art. 342, CPC).
o Esse principio poderá ser relativizado, como por exemplo, (i) nas questões de ordem pública,
(ii) quando houver expressa autorização legal (prescrição e decadência) e (iii) relativas a fato e
direito superveniente.

3.3. Matérias de defesa: São o coração da contestação.

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a) Defesas processuais: Defesas relativas ao processo, que


antecedem o exame de mérito > são as preliminares (art. 337, CPC).
ANOTAÇÕES
o As preliminares podem ser dilatórias (postergando o andamento do processo >
não extingue o processo) ou peremptórias (se acolhida, extingue o processo).
b) Defesa de mérito: Fundamento na norma material. Poderão ser diretas (ataca-se o fato
constitutivo do direito do autor) ou indiretas (apresenta-se elemento impeditivo,
modificativo ou extintivo > não ataca o direito do autor).
o Se o réu apresenta uma defesa de mérito indireta, o juiz deverá intimar o autor
para se manifestar, no prazo de 15 dias > réplica.

4) RECONVENÇÃO (ART. 343, CPC):


▪ É o contra-ataque do réu ao autor, dentro do mesmo processo.
▪ Particularidades:
a) Em regra, deve ser apresentada dentro da contestação, como se fosse um capítulo próprio.
o Apresentada ao final.
o Reconvenção incidente.
b) A reconvenção independe de contestação.
o Reconvenção autônoma.
c) Natureza jurídica de ação.
o Contra ataque no mesmo processo.
d) É possível reconvir contra terceiro e contra o substituto processual.
e) A desistência da ação não obsta o prosseguimento da reconvenção.
▪ A ação e a reconvenção serão julgadas na mesma sentença.

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▪ Não cabe reconvenção nos juizados especiais. Caberá o


pedido contraposto, que é mais limitado.
ANOTAÇÕES
▪ Não cabe reconvenção em ação possessória, já que possui ação dúplice por conta própria.
▪ Eventualmente, é cabível reconvenção de reconvenção.

5) REVELIA (ART. 344 AO 346, CPC):


▪ Em regra, ocorre pela (i) ausência de contestação ou pela (ii) apresentação da contestação fora do
prazo, de forma intempestiva.
▪ No juizado especial, a revelia também ocorre pela ausência do comparecimento do réu a audiência
designada.
▪ Gera presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor (principal efeito material).
▪ Gera (i) autorização do julgamento antecipado de mérito e o (ii) réu revel, sem advogado nos autos,
os prazos começam a fluir a partir da publicação do ato decisório no órgão de imprensa oficial (efeitos
processuais).

6) PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES (ART. 347 AO 353, CPC):


▪ Atitudes que o juiz pode adotar, após o decurso do prazo da resposta > não está obrigado.
a) Intimar o autor para especificar a prova que pretende produzir em audiência de instrução > só
ocorre quando houver revelia sem efeito;
b) Réplica > ocorre se a contestação tiver defesas processuais (art. 347 ao 349, CPC) e/ou defesa
indireta por fato impeditivo, modificativo ou extintivo (art. 350 ao 352, CPC).

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CAPÍTULO 11. JULGAMENTO ANOTAÇÕES


ANTECIPADO DA LIDE.

Julgamento Antecipado de Mérito Julgamento Antecipado Parcial de Mérito


- Previsto no art. 355, CPC. - Previsto no art.
- O julgamento antecipado não é mérito > - Permite que o juiz julgue parcialmente o mérito
antecipa a fase decisória. quando um dos pedidos ou parte deles for
- Hipóteses em que pode ocorrer: incontroverso ou estiver em condições de imediato
i. revelia com efeito; julgamento.
ii. quando a questão discutida for - O eventual recurso para atacar a decisão do
exclusivamente de direito; magistrado será o agravo de instrumento.
iii. quando a questão discutida for de - A decisão que julga de forma antecipada e parcial o
direito e de fato, mas não houver mérito pode reconhecer a existência de uma obrigação
necessidade de produção de líquida ou ilíquida.
provas. - Se a decisão for ilíquida, terá que se submeter ao
- Ao julgar antecipadamente, o juiz vai procedimento de liquidação de sentença.
proferir uma sentença com resolução de - Se a decisão for líquida, a parte poderá iniciar o
mérito (art. 487, I, CPC). cumprimento provisório da decisão (art. 520, CPC).
- Se a decisão não for agravada, o cumprimento da
mesma será definitivo.

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Observação: Instituto completamente diferente da tutela


provisória ou tutela antecipada. Tutela antecipada é concedida à luz de
ANOTAÇÕES
uma cognição sumária, vez que o julgamento antecipado é concedido à
luz da cognição exauriente.

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CAPÍTULO 12. ORGANIZAÇÃO E ANOTAÇÕES


SANEAMENTO DO PROCESSO.

Artigo 357, CPC.

➢ O papel do juiz é manter o processo bem saneado.


➢ O saneamento do processo é a providência tomada pelo juiz, a fim de eliminar os vícios,
irregularidades ou nulidades processuais e preparar o processo para receber a sentença.
➢ Em regra, o saneamento é feito pelo juiz sem a presença das partes.
o As partes devem ser intimadas posteriormente para manifestação, no prazo de 5 dias.
➢ O saneamento poderá ocorrer de duas formas, quais sejam:
I. Dinâmico: Feito pelo juiz, sem a presença das partes.
II. Cooperativo: O juiz efetiva o saneamento do processo juntamente com as partes. As partes
colaboram com a construção da decisão.

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CAPÍTULO 13. AUDIÊNCIA DE ANOTAÇÕES


INSTRUÇÃO.

Artigo 358, CPC.

➢ Destina-se, apenas, a colheita de prova oral.


o Depoimento pessoal (requerido pela parte ou de ofício pelo juiz), depoimento de testemunhas,
esclarecimentos do perito (se houve perícia), etc.
➢ Antes de iniciar a instrução, o juiz poderá buscar a conciliação (autocomposição).
➢ Nesta audiência, a ordem preferencial para produção de provas é (art. 361, CPC):
I. Esclarecimento do perito;
II. Depoimento pessoal das partes, sob pena de confissão;
III. Oitiva de testemunhas > primeiro do autor, depois do réu;
➢ A audiência de instrução pode ser adiada (art. 362, CPC):
I. Convenção das partes;
II. Ausência justificada de quem tenha que nela participar;
III. Atraso injustificado do seu início por mais de 30 minutos;

➢ Encerrada a audiência de instrução, o juiz deve abrir prazo para apresentação das razões finais >
primeiro autor (20 min, prorrogável por mais 10) e depois réu (20 min, prorrogável por mais 10) – art.
354, CPC.

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o Em regra, são orais, mas se o juiz entender que as razões


serão melhor delineadas de forma escrita, abrirá prazo de 15 dias para que sejam feitas por
ANOTAÇÕES
escrito na forma de memorias, de forma sucessiva para as partes (totalizam 30 dias).

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CAPÍTULO 14. SENTENÇA. ANOTAÇÕES

➢ Conforme § 1º do artigo 203 do CPC, sentença é o pronunciamento em que o juiz encerra a fase de
conhecimento do procedimento comum, ou seja, encerra o processo na 1ª instância, analisando ou
não o mérito – a questão principal da ação.
➢ De acordo com o CPC, por meio da sentença, o juiz decide a questão trazida ao seu conhecimento,
pondo fim ao processo na primeira instância > decisão do juiz.
➢ A sentença não extingue o processo, apenas encerra a fase de conhecimento ou o processo de
execução.
o Possibilidade de recurso.

1) ESPÉCIE (ART. 485 AO 487, CPC):


I. Terminativa: Não enfrenta o mérito > sentença sem resolução de mérito. Prejudicial para o autor.
o Só é capaz de gerar o efeito da coisa julgada formal.
o Não obsta que a parte possa propor a ação novamente, salvo se a sentença contemplou
os pressupostos processuais negativos (litispendência, coisa julgada, perempção e
convenção de arbitragem).
II. Definitiva: Enfrenta o mérito > sentença com resolução de mérito. Acolhe ou rejeita a pretensão
do autor.

2) ELEMENTOS (ART. 489, CPC):


▪ A sentença deve ter três partes como elementos essenciais:

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I. Relatório: Resumo de tudo que ocorreu no processo. Capítulo


da sentença com o nome das partes, identificação do caso, com a suma do pedido e da
ANOTAÇÕES
contestação, e o registro das principais ocorrências do processo. É relevante na medida em
que permite o exame da regularidade procedimental — se tudo o que ocorreu no processo
estava alinhado ao ordenamento jurídico — e as correlações entre as manifestações das
partes e do juiz.
II. Fundamentação: O juiz vai expor as razões pelas quais formou seu convencimento acerca
de como os fatos ocorreram (com base nas provas e presunções) e de quais consequências
jurídicas são aplicáveis. Concentram-se todos os elementos que devem ser levados em conta
(ônus, provas, presunções, alegações das partes, dispositivos legais etc.). É aqui que devem
ser resolvidas as questões (pontos controvertidos) de fato e de direito, expondo-se os
motivos que orientam a solução correlata. Há verdadeiro ônus argumentativo do juiz, que
não pode deixar de examinar todos os elementos que lhe são apresentados: o § 1º do art.
489 é todo dedicado à fundamentação, estabelecendo parâmetros que devem orientar a
tarefa de arrazoar a sentença.
III. Dispositivo: É o capítulo da sentença em que se estabelece o resultado do julgamento,
resolvendo ou não o mérito (arts. 485 ou 487 do CPC). É preciso lembrar aqui que a sentença
terá de abordar também aqueles pedidos implícitos (juros moratórios, correção monetária,
verbas sucumbenciais etc.), independentemente da prévia provocação das partes.

3) FUNDAMENTAÇÃO:
▪ Toda sentença deve ser fundamenta, sob pena de nulidade.

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▪ Não se considera fundamentada qualquer decisão


judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que não se enquadre nos moldes do art. 489, §
ANOTAÇÕES
1º, CPC.

4) LIMITE OBJETIVO:
▪ O limite objetivo da sentença é o pedido.
▪ O juiz não pode proferir sentença ultra petita, citra petita ou extra petita > deve julgar de acordo com
o que se pede.

5) POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO:
▪ Proferida a sentença, em regra, o juiz não poderá modificá-la > preclusão inerente a decisão judicial.
▪ Todavia, o juiz poderá modificar a sua decisão > retratação.
▪ Publicada a sentença, o juiz poderá alterá-la:
a) Para corrigir de ofício ou a requerimento das partes inexatidões materiais ou erros de cálculo;
b) Através de embargos de declaração > esses embargos que permitem a alteração da decisão
são denominados de embargos declaratórios com efeitos infringentes (modificativos,
retificativos e integradores).

6) REMESSA NECESSÁRIA:
▪ Também conhecido como reexame necessário > não é recurso.
▪ Condição de eficácia da sentença proferida contra a Fazenda Pública, que reclama a sua confirmação
pelo órgão hierarquicamente superior.

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o Toda vez que a Fazenda é vencida, a sentença precisa ser


submetida a confirmação pelo Tribunal, para que tenha eficácia (art. 496, CPC) > não é recurso!
ANOTAÇÕES
▪ É possível que a Fazenda Pública seja vencida e não tenha remessa necessária.

7) SENTENÇA OBSCURA / CONTRADITÓRIA / OMISSA / COM ERRO MATERIAL:


▪ Embargos de declaração é o recurso cabível para atacar essa sentença (art. 1022 ao 1026, CPC).
▪ Opostos os embargos, o prazo é interrompido para o próximo recurso.
o Esse prazo é interrompido para ambas as partes.

8) RECURSO DE SENTENÇA:
▪ O recurso cabível para atacar a sentença é a apelação (art. 1009 ao 1014, CPC).

9) LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA:
▪ Fase de um processo > pré etapa do cumprimento.
▪ Objetiva determinar o valor da condenação ou a identificação do objeto.
▪ Só ocorre liquidação se a sentença ou a decisão parcial for ilíquida.
▪ Tipos de liquidação:
a) Liquidação por arbitramento: Necessidade de apresentação de uma prova técnica para que
seja determinado o valor.
b) Liquidação pelo procedimento comum: Necessidade de alegar e provar fato novo para
determinar o valor.
▪ Liquidação por cálculos não existe mais.

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▪ A decisão que julga liquidação é decisão interlocutória,


e, contra essa decisão cabe agravo de instrumento.
ANOTAÇÕES

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CAPÍTULO 15. COISA JULGADA. ANOTAÇÕES

➢ Previsão no art. 502, do CPC. A coisa julgada é a eficácia da sentença que se torna imutável.
➢ A coisa julgada pode ser:
a) Material: Deriva de uma decisão de mérito transitada em julgado > decisão se torna imutável.
b) Formal: Obtida através do trânsito em julgado de uma sentença sem julgamento de mérito (art.
485, CPC).
➢ A parte dispositiva da sentença é que faz a coisa julgada.
➢ Questão prejudicial poderá fazer coisa julgada, de forma excepcional, nos termos do art. 503, do CPC,
desde que:
I. Ela possa influir no julgamento do mérito;
II. Seja assegurado o contraditório efetivo;
III. Se o juiz for competente em razão da pessoa e da matéria;

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CAPÍTULO 16. INCIDENTE DE ANOTAÇÕES


RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS (IRDR).

➢ Instaurado perante um tribunal, quando em sua jurisdição registra-se repetição de processos em torno
de uma igual questão de direito, ensejando risco de soluções conflitantes que possa ofender a isonomia
e a segurança jurídica (CPC, art. 976), risco esse que se coíbe mediante fixação, pelo tribunal, de tese
jurídica aplicável, dentro de sua área de jurisdição, a todos os processos pendentes e futuros que versem
sobre a mesma questão de direito resolvida no IRDR (CPC, art. 985).
➢ Provocado com base em processo pendente em juízo de primeiro grau, este ficará suspenso, para
aguardar a fixação da tese de direito a ser posteriormente observada na solução da causa (art. 982, I).
➢ A admissão do incidente no tribunal não elimina a competência do juiz natural, apenas paralisa
temporariamente a marcha processual na instância de origem.
➢ Não tem como objetivo o julgamento da causa originária. O provimento visado, e que não pode faltar, é a
fixação da tese de direito, cuja incerteza põe em risco a isonomia e a segurança jurídica. Tanto é assim
que a eventual desistência ou o abandono do processo originário não impede o exame de mérito do
incidente, como dispõe o art. 976, § 1º do CPC.
➢ O IRDR envolve questão de interesse público, a ser perseguido e tutelado por meio de estabelecimento
de tese de eficácia normativa erga omnes. Esse caráter eminente do IRDR se manifesta, entre outros
detalhes, pela autorização da intervenção obrigatória do Ministério Público (CPC, art. 976, §2º) e da
participação de amicus curiae, com poderes ampliados para recorrer da decisão que julgar o incidente
(art. 138, §3º).

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CAPÍTULO 17. AÇÃO RESCISÓRIA. ANOTAÇÕES

➢ Ação de competência originária do Tribunal, que deverá ser proposta no 2º grau.


➢ Permite que mesmo após a finalização de um processo – resolução da lide – as partes demandem o
juízo.
➢ Ação rescisória não é regra > é cabível somente nas hipóteses delineadas no art. 966, do CPC.
➢ Objetiva reincidir uma decisão de mérito transitada em julgado.
➢ Conforme Fred Didier Jr., a ação rescisória é uma “ação autônoma de impugnação, que tem por
objetivos a desconstituição de decisão judicial transitada em julgado e, eventualmente, o rejulgamento
da causa”. Portanto, tem como objetivo anular uma decisão judicial. E pode, desse modo, reformar o
que já foi decidido, desconstituindo a decisão, mas também incidir em rejulgamento da causa através
de novo processo.
➢ Quando é cabível ação rescisória?
i. Corrupção do julgador;
ii. Incompetência ou impedimento do juiz;
iii. Coação ou colusão entre as partes;
iv. Ofender a coisa julgada;
v. Violar norma jurídica;
vi. Fundada em prova falsa;
vii. Prova que altera o resultado;
viii. Fundada em erro de fato.

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CAPÍTULO 18. INCIDENTE DE ANOTAÇÕES


ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA (IAC).

➢ O Incidente de Assunção de Competência - IAC, regulamentado pelos artigos 947 ao 950 do CPC,
revela-se admissível quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de
competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem
repetição.
➢ Sua finalidade é a constituição de um precedente que será obrigatoriamente aplicado para todos
os juízes e órgãos fracionários do Tribunal.
➢ Os legitimados para requerer a instauração do IAC são o relator, as partes, o Ministério Público e a
Defensoria Pública.
o Não existe IAC requisitado pelo juiz.
➢ O IAC é cabível no julgamento de recurso, remessa necessária e nas ações de competência originária
do Tribunal.
➢ Requisitos para cabimento do IAC:
i. A questão discutida em um dos institutos contemple relevância jurídica;
ii. Seja de repercussão geral;
iii. Sem multiplicidade de demandas.
➢ Também é cabível para prevenção e composição de divergência de Turmas e Câmaras.
➢ O IAC também será cabível diante de manifesto interesse público do seu julgamento.

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CAPÍTULO 19. TUTELAS ANOTAÇÕES


PROVISÓRIAS.

Artigos 294 ao 311, do CPC.

➢ A tutela definitiva é a mesma coisa que solução definitiva, onde o objeto foi analisado de forma
exauriente > faz coisa julgada.

➢ As tutelas provisórias, por sua vez, são tutelas diferenciadas, concedidas à luz de uma cognição
sumária, que tem por finalidade antecipar, do todo ou em parte, a pretensão de mérito a ser obtida
com uma tutela definitiva ou proteger, resguardar, conservar, um direito que já está sendo discutido
ou que ainda vai vir a ser discutido, garantindo assim, a efetividade e utilidade do processo.
➢ A tutela provisória não faz coisa julgada, podendo ser modificada.
o Para modificar essa decisão estável, pode-se propor uma nova ação, num prazo decadencial de
2 anos.

➢ A tutela provisória pode ser de:


I. Urgência: Para que possa ser concedida exige a (i) fumaça do bom direito e o (ii) perigo da
demora (art. 300, CPC). O autor deve demonstrar que existe uma probabilidade do seu direito,
que não pode esperar.
o Pode ser concedida de forma antecedente e incidental.
o Pode ser cautelar (não tem natureza meritória) e antecipada / satisfativa (tem natureza
meritória).

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- Antecipada/Satisfativa: O autor busca a satisfação de seu direito


desde logo. Não pode haver risco de irreversibilidade (cabe flexibilização).
ANOTAÇÕES
- Cautelar: Visa preservar o resultado útil do processo.
II. Evidência: Para que possa ser concedida exige somente a demonstração da fumaça do bom
direito.
o Sempre será concedida de forma incidental, somente.
o Ação reipersecutória.
o O juiz pode conceder tutela toda vez que as alegações do autor estiverem comprovadas
por documentos e o pedido do autor estiver de acordo com súmula vinculante do STF.
o Está atrelado à prova documental.
o A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo
de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e
houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada
do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do
objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar
dúvida razoável.

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➢ A tutela antecipada antecedente tem previsão no art.


303, do CPC. Essa tutela será requerida quando a urgência for contemporânea a propositura da ação.
ANOTAÇÕES
Diante deste caso, poderá o autor requerer a concessão da tutela indicando apenas o pedido de tutela
final, a lide e o direito que visa realizar, bem como, a existência do perigo da demora.
o Se concedida, deverá a parte contrária se insurgir contra a mesma através da interposição do
recurso de agravo de instrumento.
o Se a parte contrária não recorrer e se o autor não aditar ao seu pedido de tutela no prazo
determinado pelo juiz, não inferior a 15 dias, o juiz extinguirá o processo sem resolução do
mérito, todavia, a tutela concedida irá conservar a sua eficácia.
o O recurso cabível é o agravo de instrumento.

➢ A tutela cautelar antecedente está prevista no art. 305, do CPC. Possui nítido viés conservativo, ou
seja, serve para proteger o direito, diante de uma situação de emergência que assim a exija, antes
mesmo da propositura da ação judicial na qual haverá a efetiva discussão acerca do mérito da questão
conflitiva que atinja aquele direito.
o Uma vez concedida, o autor tem o prazo de 30 dias para executar a medida cautelar.
o Pode ser concedida liminarmente, ou seja, antes da citação do réu, dependendo das provas
que instruíram a petição inicial, bem como do perigo de que o réu, uma vez citado, possa
comprometer a eficácia da providência acautelatória.

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CAPÍTULO 20. RECURSOS EM ANOTAÇÕES


ESPÉCIES.

➢ É preciso saber identificar qual a decisão prolatada, para saber qual tipo de recurso será cabível.
➢ Toda vez que o juiz finalizar o processo com ou sem decisão de mérito, será proferida uma sentença.

Observações:
❖ Contra sentença, cabe apelação.
❖ Contra sentença em juizado especial, cabe o recurso inominado.

➢ O que é decisão interlocutória?


 Decisão proferida no curso do processo, sem colocar fim ao mesmo.
 Combatida por agravo de instrumento.

➢ Teoria da Causa Madura (Art. 1.013, § 3, CPC)


 A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. Se o processo estiver em
condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - Reformar sentença fundada no art. 485;
II - Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da
causa de pedir;
III - Constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

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“Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o


tribunal deve decidir desde logo o mérito quando (...)”.
ANOTAÇÕES

Observação: No julgamento do recurso prevalece a decisão colegiada.

1) APELAÇÃO (ART. 1.009 AO 1.014, CPC):


▪ Recurso cabível para atacar uma sentença, terminativa ou definitiva, bem como, discutir decisões
interlocutórias proferidas pelo juízo que outrora não eram passiveis de agravo.
▪ Único recurso que manteve o efeito suspensivo > impede a eficácia da decisão.
▪ O pagamento das custas deve ser comprovado no momento do protocolo da apelação, havendo
possibilidade de complementação posterior.
▪ Prazo de 15 dias, a contar da publicação da decisão que se pretende recorrer.
▪ Hipóteses onde a apelação será recebida apenas com efeito devolutivo (permite a execução
provisória) > art. 1.012, 1º, CPC:
a) Apelação que ataca sentença homologatória de demarcação e divisão;
b) Apelação que ataca sentença que condena a prestação de alimentos;
c) Apelação que ataca a sentença que julga procedente pedido de instituição de arbitragem;
d) Apelação que ataca sentença que concede, confirma ou revoga tutela provisória;
e) Apelação que ataca sentença que extingue sem julgamento de mérito ou improcedente
embargos à execução;
f) Apelação que ataca sentença que decreta interdição.

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2) AGRAVO DE INSTRUMENTO:
▪ Disposto no art. 1.015, CPC.
ANOTAÇÕES
▪ Em regra, decisão do juiz de 1º grau não é agravável de imediato.
▪ Deve vir acompanhado dos documentos obrigatórios do agravo.
o Os documentos não serão obrigatórios se os autos forem eletrônicos.
o Documentos como cópia da decisão inicial, certidão de intimação, cópia das procurações, etc.
▪ Em regra, possuem apenas o efeito devolutivo, mas é possível requerer que se conceda efeito
suspensivo sob a alegação de plausibilidade do recurso e perigo de danos irreparáveis.
▪ É julgado enquanto o processo em primeiro grau corre.
▪ É cabível contra solução de mérito em liquidação de sentença.
▪ Possui prazo de 15 dias.
▪ Retratação: quando a parte entrar com o agravo, deve comunicar ao juiz que o fez. Quando
comunicado, o juiz pode se retratar da decisão interlocutória e mudá-la, prejudicando o objeto do
agravo.

3) AGRAVO REGIMENTAL (INTERNO):


▪ Recurso cabível para fazer com que a decisão monocrática seja apreciada pelo colegiado.
▪ Se de forma unânime não for conhecido, aplica-se uma multa ao agravante, que vai de 1% a 5 % sobre
o valor atualizado da causa.
▪ O recolhimento das custas pode variar de acordo com o tribunal.
▪ Possui prazo de 15 dias.

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4) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
▪ Tem cabimento toda vez que a decisão judicial for obscura, contraditória, tiver erro material, ou
ANOTAÇÕES
quando for omissa.
o Presta esclarecimento toda vez que for obscura, contraditória ou conter erro material.
o Integrará a decisão toda vez que houver omissão.
▪ Toda vez que do julgamento dos embargos de declaração, reflexamente, indiretamente, causar a
reforma do ato decisório, o embargo será chamado de embargo com efeito infringente ou
modificativo.
▪ Isento do recolhimento de custas do preparo.
▪ Prazo de 5 dias.
▪ A interposição dos embargos de declaração interrompe o prazo para interposição do recurso
principal.
▪ Embargos de declaração com fins meramente protelatório, aplica-se ao embargante multa de até 2 %
sob o valor da causa. Reiterou tal embargo, a multa passa a ser de até 10% por cento. E se reiterar
novamente, o embargo não será mais conhecido.

5) RECURSO EXTRAORDINÁRIO:
▪ Recurso cabível para provocar o STF sobre violação da Constituição.
▪ Possui prazo de 15 dias.
▪ Há o recolhimento de custas.

6) RECURSO ESPECIAL:
▪ Recurso cabível para provocar o STJ sobre violação de Lei Federal.

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▪ Há o recolhimento de custas.
▪ Prazo de 15 dias.
ANOTAÇÕES
▪ Requisitos de Admissibilidade:
a) Prequestionamento da matéria;
b) Esgotamento dos recursos nas instâncias ordinárias;
c) Repercussão geral (específico do Recurso extraordinário).

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CAPÍTULO 21. EXECUÇÃO. ANOTAÇÕES

➢ O processo de conhecimento é a certificação do direito.


➢ O processo de execução é a busca pelo direito já efetivado.

➢ Para iniciar a execução, deve ser apresentado o título executivo, que pode ser judicial ou
extrajudicial.

➢ A execução obedece a alguns princípios:


a) Princípio da patrimonialidade: Quem garante o pagamento da dívida é o seu patrimônio.
Exceção: Casos impenhoráveis.
b) Princípio da menor onerosidade ao devedor: Se o credor dispor de mais de um meio para
pagar seu débito, deverá ser feito de forma menos gravosa.
c) Princípio da disponibilidade da execução: Não obrigatoriedade de promoção da ação, bem
como se começar, posso desistir, uma vez que a execução será sempre disponível.

➢ Requisitos de Execução.
I. Exigibilidade: Apenas posso executar se a obrigação estiver vencida ou se a
contraprestação estiver adimplida.
II. Certeza: Aquele que uma simples leitura consiga identificar com precisão qual é a obrigação
e quem é o credor e devedor.
III. Liquidez: O título deve dizer o quanto é devido.

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➢ O processo sincrético é quando se tem a fusão do


processo de execução no processo de conhecimento, de sorte que se tem o processo de
ANOTAÇÕES
conhecimento com uma nova fase, denominada de fase de cumprimento de sentença.
o Se o cumprimento de sentença é dentro de um mesmo processo quando eu promover o
cumprimento de sentença deve ser por simples petição

1) TITULO EXECUTIVO JUDICIAL:


▪ Efetivado no cumprimento de sentença.
o Exceções: Vão como ação autônoma.
I. Decisão estrangeira homologada pelo STJ é título Judicial, mas é ativada como ação autônoma.
II. Sentença penal condenatória transitada em julgado é título judicial, mas é ativada como ação
autônoma.
III. Sentença arbitral transitada em julgado é título judicial, mas é ativada como ação autônoma.

2) TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL:


▪ Efetivada em ação autônoma de execução.

Liquidação de sentença:
 Quando a sentença é ILÍQUIDA (não define o valor), para efetivá-la deverá passar pela
liquidação de sentença. A finalidade da liquidação de sentença é apuração do valor.
 É proibido na liquidação de sentença rediscutir sentença. (Regra da fidelidade do título
executivo) - A legitimidade da liquidação de sentença é do devedor e do credor.

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Modalidades de Liquidação de Sentença.


a) Arbitramento: Necessidade de Perícia.
ANOTAÇÕES
b) Procedimento Comum: Necessidade de alegação e comprovação de fato novo (fato que
surge depois da sentença).

3) PAGAMENTO DA QUANTIA:
▪ Só pode ter esse cumprimento de sentença se houver requerimento expresso do exequente, não
podendo ser declarada de ofício através de simples petição.
▪ Cumprimento de sentença deve ter planilha de cálculo, obedecendo aos requisitos:
I. O prazo será de 15 dias para cumprimento voluntário de sentença.
II. Caso não pague, incidirá multa de 10 % sobre o valor total, 10 % de honorários sucumbenciais
e expedição de mandado de penhora e avaliação. Ocorre tanto no cumprimento provisório
quanto no definitivo.
III. Transcorrido 15 dias para pagamento voluntário, flui prazo (automático) de mais 15 dias para o
executado apresentar impugnação.

Observações:
➢ Havendo o pagamento parcial da dívida, incidirá multa e honorários
sobre o saldo.
➢ Protesto de decisão e inclusão do nome em órgão de proteção ao
crédito só existe quando se tratar de cumprimento de sentença
definitivo.

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4) REQUISITOS DA SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO:


a) Requerimento expresso do executado;
ANOTAÇÕES
b) Prévia garantia de juízo;
c) Fumaça do bom direito;
d) Perigo da demora.

Observações:
➢ Caso seja alegado excesso de execução, deverá indicar o valor correto
e a planilha de cálculo, caso contrário será rejeitada. Se além do
excesso de execução e outro argumento e não apresentar o valor e
planilha de cálculo, o outro fundamento será processado.
➢ Direito protestativo - Interferir na situação jurídica de uma terceira
pessoa sem esta pessoa poder dizer nada.
➢ O executado no prazo de embargos deve fazer o deposito prévio de
30 % e requerer o parcelamento em 6 vezes. O credor será ouvido para
se manifestar sobre os requisitos formais (Art. 916, CPC).
➢ O pedido de parcelamento só cabe se tratando de título extrajudicial.

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CAPÍTULO 22. DAS PROVAS. ANOTAÇÕES

➢ Princípio da comunhão da prova garante que a prova é do processo, e não de uma das partes.
➢ Os meios da prova são típicos e atípicos.

1) ÔNUS DA PROVA - QUEM ALEGA TEM QUE PROVAR:


▪ Direito do consumidor pode inverter o ônus da prova do autor para o réu.
o A inversão tem previsão legal no CPC.
▪ Quando cabe a inversão:
1. critério ope legis,
2. ope judicis,
3. convencional.

2) O ÔNUS DA PROVA INCUMBE:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

3) ANTECIPAÇÃO DAS PROVAS:


• Ação Probatória Autônoma
Ata Notarial - Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos
eletrônicos poderão constar da ata notarial.

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CAPÍTULO 23. EXECUÇÃO DE ANOTAÇÕES


ALIMENTOS.

❖ Pode ser proposta em três ritos, quais sejam, o rito da expropriação, rito da prisão civil ou rito do
desconto em folha.

I) Expropriação: A execução segue como se fosse uma execução de dívida de valor


qualquer, contraída através de empréstimo. O exequente invade o patrimônio do
executado, transformando em pecúnia e convertendo para o pagamento da dívida.
Prazo prescricional de 2 anos para cobrar a dívida alimentar.
 A prescrição não corre contra o absolutamente incapaz, fazendo com que ele
possa cobrar a dívida toda.

II) Prisão Civil: O devedor será intimado para, no prazo de três dias, para pagar, comprovar
o pagamento ou apresentar sua justificativa.
 A justificativa que afasta a prisão civil é a impossibilidade absoluta.
 Se nenhuma das hipóteses for utilizada, haverá o decreto prisional do devedor de
alimentos pelo prazo de um a três meses, em regime fechado, onde o executado
deve ficar separado dos presos comuns. O pagamento parcial da dívida não
exime a obrigatoriedade do devedor de cumprir a pena (só é solto se o valor for
pago de forma integral).
 O rito da prisão civil não permite a cobrança da dívida toda (só é possível
cobrança de até as três últimas). O restante é cobrado pelo rito da expropriação.

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 A pena de prisão não extingue a obrigação de pagar a


dívida. O executado é solto, mas a dívida continua.
ANOTAÇÕES
 A dívida alimentar que autoriza a prisão civil do devedor de alimentos é aquela
que compreende as três ultimas prestações em atraso, bem como, aquelas que
se vencerem no curso do processo (Súmula 309, STJ).

III) Desconto em Folha: A lei processual admite que o credor de prestação alimentícia
possa requerer o desconto das prestações vincendas e vencidas em folha de pagamento
do alimentante, desde que a soma delas não ultrapasse o limite de 50%, conforme o art.
529, § 3º, do Código de Processo Civil.
 Utilizada quando o devedor trabalha de carteira assinada.
 O próprio empregador desconta o valor da pensão direto dos rendimentos do
devedor.
 A pensão será enviada para a conta bancária da mãe ou do próprio filho.

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CAPÍTULO 24. AÇÃO POSSESSÓRIA. ANOTAÇÕES

❖ A ação possessória discute posse. ➜ Não discute propriedade!

❖ Os tipos de agressão possessória dividem-se em:


I) Esbulho: Ocorre a perda total da posse.
II) Turbação: Ocorre a perda parcial da posse.
III) Ameaça de Violação à Posse: Cria-se um justo receio de que a posse será molestada.

Esbulho Reintegração de Posse

Ação de Manutenção de
Turbação
Posse

Ameaça de
Interdito Proibitório
Violação à Posse

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❖ Em aplicação ao princípio da fungibilidade, o juiz pode conceder medida possessória diversa da


ANOTAÇÕES
solicitada, vez que, a situação fática pode ter se alterado.

❖ Tratando de bem móvel, a regra é que a ação seja proposta no foro de domicílio do réu. Tratando-se
de ação possessória de bem imóvel, a ação deve ser proposta no foro de situação da coisa (imóvel).
 Não cabe escolha de foro pelas partes.

❖ As ações possessórias possuem natureza dúplice, pois, o réu pode pedir proteção para ele dentro do
mesmo processo, independentemente de reconvenção (faz na própria contestação).

❖ A exceção de domínio é admitida quando a pretensão possessória for deduzida em face de terceiro.
Art. 557, CPC. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor
quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a
pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.

Posse Nova X Posse Velha


- Proposta dentro de 1 ano e 1 dia da X - Proposta depois de 1 ano e 1 dia da agressão possessória.
agressão possessória. - Tramitará pelo procedimento comum (não perde o caráter
- Tramitará pelo procedimento especial. possessório).

Observação: A contagem se dá a partir da efetiva data de


agressão à posse.

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❖ A petição inicial possessória deve conter a comprovação da posse, demonstração da data da


ANOTAÇÕES
agressão possessória, e demonstração de qual tipo de agressão foi praticada.

❖ Contra pessoa jurídica de direito público não cabe liminar possessória antes da oitiva dos seus
representantes legais.

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CAPÍTULO 25. AÇÃO MONITÓRIA. ANOTAÇÕES

❖ A ação monitória é um procedimento especial de cobrança, previsto nos art. 700 a 702, do CPC.

❖ Essa ação faz com que um credor de um bem ou quantia de dinheiro possa cobrar a dívida de uma
forma mais célebre. Ou seja, sem que precise aguardar todo o trâmite processual do processo de
conhecimento.

❖ A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia
de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz.

❖ A ação monitória pode ser proposta buscando cobrar qualquer objeto, sem restrições (obrigação de
fazer, não fazer, entrega de coisa e pagamento de quantia).

❖ Cabe ação monitória contra a Fazenda Pública.

❖ Cabe qualquer modalidade citatória no âmbito das ações monitórias.

❖ A ação monitória deve ser instruída, obrigatoriamente, com a prova escrita sem eficácia de título
executivo.
 O réu é citado para cumprir a obrigação, e não para apresentar defesa.
 A prova escrita precisa ser idônea para aparelhar o ajuizamento da ação monitória.
 Há possibilidade de emenda da petição inicial na monitória, caso a prova escrita não seja
considerada idônea pelo magistrado.

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 Uma vez citado, o réu pode apresentar os embargos


monitórios para se defender, no prazo de quinze dias, nos mesmos autos,
ANOTAÇÕES
independentemente de prévia garantia do juízo. O efeito suspensivo dos embargos
monitórios é automático.
 Se os embargos do réu não forem acolhidos, a prova escrita sem eficácia de título se
transforma, automaticamente, em título judicial, efetivando-se através do cumprimento de
sentença.

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PARABÉNS PELO EMPENHO! ANOTAÇÕES

NÓS ACREDITAMOS
EM VOCÊ!!

Família CEJAS: Líderes em aprovação em todo o Brasil!

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