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Curso de Direito Civil
RESUMO e Questões comentadas
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri

Direito das Sucessões.

Sumário
1- Introdução .................................................................................. 4
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2- Sucessão em Geral ...................................................................... 4


2.1- Abertura da Sucessão................................................................ 4
2.2- Da Herança e de sua Administração ............................................ 6
2.3- Da Vocação Hereditária ............................................................. 7
2.4- Da Aceitação e Renúncia da Herança ........................................... 7
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2.5- Dos excluídos da sucessão ......................................................... 8


2.6- Da Herança Jacente .................................................................. 9
2.7- Da petição da herança ............................................................... 9
3- Sucessão Legítima ..................................................................... 10
3.1- A Ordem de Vocação Hereditária............................................... 10
AVÔ............................................................................................... 14
AVÓ............................................................................................... 14
3.2- Sucessão na Vigência da União Estável ...................................... 15
3.3- Os Herdeiros Necessários ......................................................... 16
3.4- O Direito de Representação ...................................................... 17
4- Sucessão Testamentária ............................................................ 18
4.1- Capacidade para Testar ........................................................... 18
4.2- Testamento ............................................................................ 19
4.3- Testamentos Ordinários ........................................................... 19
4.4- Codicilos ................................................................................ 20
4.5- Testamentos Especiais............................................................. 21
4.6- Disposições Testamentárias ..................................................... 22
4.7- Legados ................................................................................. 22
4.8- Direito de Acrescer entre Herdeiros e Legatários ......................... 23
4.9- Substituições .......................................................................... 24
4.10- Deserdação ............................................................................ 24
4.11- Redução das Disposições Testamentárias ................................... 25
4.12- Revogação do Testamento ....................................................... 25
4.13- Rompimento do Testamento..................................................... 25

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4.14- Testamenteiro ........................................................................ 26


5- Inventário e Partilha ................................................................. 26
6- Questões Propostas ................................................................... 28
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"Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo


esforço."

(Dave Weinbaum)
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1- Introdução

.... assunto previsto no Livro V do CC, que encontra-se distribuído da


seguinte forma:

➢ Título I – Da Sucessão em Geral – arts. 1.784 a 1.828 do CC


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➢ Título II – Da Sucessão Legítima – arts. 1.829 a 1.856 do CC

➢ Título III – Da Sucessão Testamentária – arts. 1.857 a 1.990 do CC

➢ Título IV – Do Inventário e da Partilha – arts. 1.991 a 2.027 do CC

... o direito de herança é um direito e garantia fundamental, pois


está disciplinado no art. 5º, XXX da CF.
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Art. 5º, XXX da CF - é garantido o direito de herança;

2- Sucessão em Geral

2.1- Abertura da Sucessão

A sucessão se abre no exato instante da morte do de cujus acarretando


uma transmissão automática da herança aos herdeiros legítimos e
testamentários, sem haver descontinuidade.

Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos


herdeiros legítimos e testamentários.

O art. 1.784 do CC acolheu o princípio da “saisine”, segundo o qual o


próprio defunto transmite ao sucessor o domínio e a posse da herança.

A abertura da sucessão
PRINCÍPIO DA ocorre no exato
SAISINE momento da morte do
de cujus.

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.... o art. 1.785 do CC:

A sucessão
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dá-se por abre-se no lugar

disposição
do último domicílio do
lei OU de última
falecido
vontade
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Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.

• Sucessão Legítima → é a que decorre por força exclusiva da lei;


• Sucessão Testamentária → é a que toma por base as disposições de
última vontade feitas em testamento ou em codicilo pelo autor da
herança.
Estas são as duas formas de sucessão causa mortis causa reconhecidas
pelo direito brasileiro, entretanto, isso não significa que a sucessão seja sempre
legítima ou sempre seja testamentária.

Existem herdeiros
necessários?

SIM NÃO

O testamento só pode dispor, no Neste caso o testamento pode


máximo, de 50% do dispor da totalidade do
patrimônio que compõe a patrimônio que compõe a
herança, pois os outros 50% a herança; situação em que teremos
lei atribui aos herdeiros apenas a sucessão testamentária.
necessários.

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Quem são os herdeiros necessários:

Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes


e o cônjuge.

2.2- Da Herança e de sua Administração


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O art. 1.791 do CC consagra o princípio da indivisibilidade da


herança.
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários
sejam os herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à
propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas
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normas relativas ao condomínio.

O art. 1.793 do CC trata da cessão de direitos hereditários que


consiste na transferência que o herdeiro, legítimo ou testamentário faz a outrem
de todo o quinhão hereditário ou de parte dele.
Através do art. 1.794 do CC é regulado o direito de preferência do co-
herdeiro na cessão onerosa de herança a estranho. Ou seja, até a partilha,
o direito dos co-herdeiros é indivisível, regulando-se pelas normas relativas ao
condomínio. O co-herdeiro não pode ceder a sua quota hereditária a pessoa
estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.
O art. 1.795 do CC regula o exercício do direito de preferência do co-
herdeiro.
Até o compromisso do inventariante, a administração da herança
caberá, sucessivamente:

ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da


abertura da sucessão;

ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e,


se houver mais de um nessas condições, ao mais velho;

ao testamenteiro;

a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas


nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por
motivo grave levado ao conhecimento do juiz.

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2.3- Da Vocação Hereditária

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas


no momento da abertura da sucessão.
O art. 1.798 do CC trata da legitimação para suceder, ou seja, trata da
qualidade necessária para que alguém possa invocar a sua vocação hereditária
ou o seu direito de herdar por testamento.
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.... o nascituro, por já ter sido concebido, poderá participar da


sucessão, desde que nasça com vida.
os filhos, ainda não concebidos, de pessoas
indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao
abrir-se a sucessão

Na sucessão
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testamentária podem as pessoas jurídicas


ainda ser chamados a
suceder:
as pessoas jurídicas, cuja organização for
determinada pelo testador sob a forma de
fundação

O art. 1.799 do CC, no esquema acima, trata da capacidade


testamentária passiva.

a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu


cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e
irmãos

Não podem
ser as testemunhas do testamento
nomeados
herdeiros
nem
legatários: o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa
sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco
anos

o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão,


perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o
testamento

2.4- Da Aceitação e Renúncia da Herança

A aceitação da herança é o ato pelo qual o herdeiro concorda na


transmissão dos bens do de cujus, ocorrida por lei com a abertura da sucessão,
confirmando-a. Vide art. 1.804 do CC.

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Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por


declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos
próprios da qualidade de herdeiro.

O §1º pode ser assim esquematizado:

Não exprimem aceitação de herança


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os atos os de
oficiosos, como os meramente administração e
o funeral do conservatórios guarda
finado provisória

O art. 1.812 do CC prescreve o princípio da irrevogabilidade, tanto da


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aceitação quanto da renuncia da herança.

Art. 1.812. São irrevogáveis os atos de aceitação ou de renúncia da herança.

É possível, através do art. 1.813 do CC, que ocorra a aceitação da


herança pelos credores do herdeiro se este os prejudicar com a sua
renúncia.

2.5- Dos excluídos da sucessão

Este tema da aula trata da indignidade, ou seja, uma pena civil que
priva do direito de herança não só o herdeiro, bem como o legatário que
cometeu atos criminosos, ofensivos ou reprováveis, taxativamente enumerados
em lei, contra a vida, honra e liberdade do de cujus. Art. 1.814, CC:

que houverem sido autores, co-autores ou


partícipes de homicídio doloso, ou tentativa
deste, contra a pessoa de cuja sucessão se
tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente
ou descendente
São excluídos da
sucessão os que houverem acusado caluniosamente em
herdeiros ou juízo o autor da herança ou incorrerem em
legatários: crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou
companheiro

que, por violência ou meios fraudulentos,


inibirem ou obstarem o autor da herança de
dispor livremente de seus bens por ato de
última vontade

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Obs.: O rol de hipóteses acima está disposto no art. 1.814 do CC e é


considerado TAXATIVO ou numerus clausus, conforme o entendimento
majoritário.

Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do


herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da
abertura da sucessão.
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2.6- Da Herança Jacente

Diz-se jacente a herança quando o seu autor falece sem deixar


testamento e nem herdeiro legitimo notoriamente conhecido, conforme o art.
1.819 do CC.
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Por força do princípio da saisine, desde a morte do transmitente, a


herança se transmite aos herdeiros legítimos e testamentários.

Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança,


será esta desde logo declarada vacante.

Por fim, o art. 1.823 do CC prevê a possibilidade de declaração


imediata de vacância da herança, ou seja, a herança não passa pela fase da
jacência, que é preliminar à declaração de vacância.

Sobre as heranças jacente e vacante, temos, em regra, o seguinte

Não apareceram
HERANÇA herdeiros após HERANÇA
JACENTE serem feitas as VACANTE
diligências

2.7- Da petição da herança

A ação de petição de herança (petitio hereditatis) é a que utiliza o herdeiro


para que se reconheça e tome efetiva esta sua qualidade, e, consequentemente,
lhe sejam restituídos, total ou parcialmente, os bens da herança, com os frutos,
rendimentos e acessórios.

Os arts. 1.824 a 1.828 do CC tratam do assunto:

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3- Sucessão Legítima

3.1- A Ordem de Vocação Hereditária

O chamamento dos sucessores é feito de acordo com uma sequência


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denominada ordem de vocação hereditária. .... vide art. 1.829 do CC:

aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente,


salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão
universal, ou no da separação obrigatória de bens; ou se, no
regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver
deixado bens particulares
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aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

ao cônjuge sobrevivente

aos colaterais

HIPÓTESES EM QUE O CÔNJUGE NÃO CONCORRE NA HERANÇA

1. comunhão universal de bens;


Neste caso, o cônjuge já terá direito à meação (50% dos bens comuns do
casal) e, por essa razão, não concorre com os demais herdeiros.
2. separação obrigatória de bens; e
Neste caso o cônjuge não tem direito a nada, mas essa posição é discutida
na doutrina.
3. comunhão parcial, se não houver bens particulares do falecido.
Se não existirem bens particulares do falecido, então é porque existem, apenas,
bens comuns, onde os cônjuges eram co-proprietários. Desta forma, falecendo um
deles, o outro continua exercendo a propriedade.

Percebe-se que a sucessão do descendente pode ocorrer de duas formas:


a) Por cabeça: quando os descendentes estiverem no mesmo grau; e
b) Por estirpe: quando os descendentes estiverem em graus diferentes.

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• OS 4 FILHOS IRÃO HERDAR POR CABEÇA

PAI Falecido
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Filho 1 Filho 2 Filho 3 Filho 4

• Os filhos 1, 2 e 3 irão herdar por cabeça e os netos irão herdar


por estirpe (representação).
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PAI Falecido

Filho 4 pré-
Filho 1 Filho 2 Filho 3
falecido

NETO 1

NETO 2

2º) A sucessão do ascendente


Cabe ressaltar que na linha ascendente nunca haverá o direito de
representação.

a) Materna: ascendentes da mãe que dividirão 50 % dos bens deixados


pelo falecido; e

b) Paterna: ascendentes do pai que dividirão 50 % dos bens deixados pelo


falecido.

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• CADA UM DOS AVÔS FICARÁ COM 50% DA HERANÇA

MORTO
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MÃE (pré-falecida) PAI (pré-falecido)


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• O PAI FICARÁ COM 100% DA HERANÇA, pois ele é o ascendente


mais próximo que o avô.

MORTO

PAI
MÃE (pré-falecida)
100%

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a) Descendente concorrendo com o cônjuge:


a concorrência do cônjuge com descendente depende do tipo de regime
de bens do casamento. A tabela a seguir vai sanar qualquer dúvida ainda
existente:

HIPÓTESES DE NÃO HIPÓTESES DE


CONCORRÊNCIA CONCORRÊNCIA
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Comunhão universal de bens Participação final nos aquestos

Separação obrigatória de bens Separação convencional de bens

Comunhão parcial de bens se não Comunhão parcial de bens se


houver bens particulares houver bens particulares
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Segundo o art. 1.832 do CC, cabe ao cônjuge cota igual a dos


descendentes que sucederem por cabeça.

25% JOSÉ
MARIA
(de cujus)

25% FILHO 1 25% FILHO 2 25% FILHO 3

Entretanto, ainda no art. 1.832 do CC, percebe-se que existe uma


reserva legal para o cônjuge, ou seja, ele não pode receber menos de
25% do valor da herança.

25% JOSÉ
MARIA
(de cujus)

18,75% FILHO 1 18,75% FILHO 2 18,75% FILHO 3 18,75% FILHO 4

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b) Ascendente concorrendo com o cônjuge


Os ascendentes concorrem com o cônjuge sobrevivente, como já
anunciara o art. 1.829, II do CC, e essa concorrência não sofre as limitações,
quanto ao regime de bens do casamento, constantes no art. 1.829, I do CC,
que só se aplicam no caso de a concorrência ser entre descendentes e cônjuge
sobrevivente. Vide art. 1.836 do CC:
1a possibilidade: cônjuge concorrendo com um ascendente em 1o grau.
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MÃE PAI
1/2 (falecido)

ESPOSA MARIDO
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1/2 (morreu)

2a possibilidade: cônjuge concorrendo com 2 ascendentes em 1o grau.

MÃE PAI
1/3 1/3

ESPOSA MARIDO
1/3 (morreu)

3a possibilidade: cônjuge concorrendo com 2 ascendentes em 2o grau.

AVÔ AVÓ

1/4 1/4

MÃE PAI
(já falecida) (já falecido)

ESPOSA MARIDO
1/2 (morreu)

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4º) A sucessão dos colaterais


Na falta de herdeiros necessários, serão chamados a suceder os herdeiros
facultativos (parentes em linha colateral até o 4º grau). Os parentes de 2º grau
são os irmãos, os de 3º grau são os tios e sobrinhos, os de 4º grau são os
primos, os tios-avós e os sobrinhos-netos, atendendo-se ao princípio de que os
mais próximos excluem os mais remotos. Vide arts. 1.839 A 1.841 do CC.
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PAI MÃE 2º
(já (já MARIDO
falecido) falecida) DA MÃE
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IRMÃO 1 IRMÃO IRMÃO


(morreu) BILATERAL UNILATERAL

2/3 da 1/3 da
herança herança

Conclui-se que o irmão bilateral irá herdar o dobro do que herdar o irmão
unilateral

3.2- Sucessão na Vigência da União Estável

O art. 1.790 do CC trata da sucessão na vigência da união estável:

se concorrer com terá direito a uma quota


filhos comuns equivalente à que por
lei for atribuída ao filho
A companheira
ou o
companheiro se concorrer com tocar-lhe-á a metade
participará da descendentes só do (1/2) do que couber
sucessão do autor da herança a cada um daqueles
outro, quanto aos
bens adquiridos
onerosamente se concorrer com
na vigência da terá direito a um terço
outros parentes (1/3) da herança
união estável, sucessíveis
nas condições
seguintes:

não havendo terá direito à totalidade


parentes sucessíveis (100%) da herança

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3.3- Os Herdeiros Necessários

ascendentes
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Havendo herdeiros
Herdeiros
necessários, o testador Necessários
só poderá dispor da
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metade da herança.

descendentes cônjuge

Outra
Metade da
metade = Total da
herança =
parte herança
"legítima"
disponível

Os parentes em linha colateral até o 4º grau são chamados de


herdeiros facultativos. Os arts. 1.845 a 1.850 tratam do assunto.

inalienabilidade

Salvo se
houver justa o testador não pode impenhorabilidade
causa, estabelecer cláusula
declarada no de
testamento E

incomunicabilidade
sobre os bens da
legítima

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3.4- O Direito de Representação

Ocorre o direito de representação quando a lei chama alguém a suceder


em lugar de parente mais próximo (já falecido) do autor da herança, vide art.
1.851 do CC.
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas
nunca na ascendente.
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O direito de representação
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dá-se na linha
reta na linha transversal
descendente

somente se dá em favor
nunca na dos filhos de irmãos do
ascendente falecido, quando com
irmãos deste concorrerem

Imagine que João, pai de Mário e Zeca (falecido antes de João). Zeca, por
sua vez, deixou dois filhos que ainda estão vivos. O diagrama representa a
situação:

JOÃO

50% ZECA
MARIO
(já falecido) DIREITO DE
REPRESENTAÇÃO
EM LINHA RETA
DESCENDENTE

FILHO FILHO
25% 25%
1 2

Temos também o direito de representação em linha transversal, conforme


preconiza o art. 1.853 do CC:
Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação
em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste
concorrerem.

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Segue diagrama para visualizar a aplicação do art. 1853 do CC:

PAIS
(já falecidos)
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IRMÃO 2 IRMÃO 3
IRMÃO 1 1/3 1/3 IRMÃO 4
(morreu) sucessão sucessão (já
por cabeça por cabeça falecido)
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DIREITO DE FILHO 1 FILHO 2


REPRESENTAÇÃO
EM LINHA 1/6 1/6
TRANSVERSAL sucessão sucessão
OU COLATERAL por estirpe por estirpe

4- Sucessão Testamentária

A sucessão testamentária é aquela pela qual uma pessoa, ainda em vida,


dispõe de seus bens, no todo ou em parte, para que tal manifestação de última
vontade produza efeitos para depois de sua morte.

4.1- Capacidade para Testar

A capacidade testamentária ativa é o conjunto de condições necessárias


para que alguém possa, juridicamente, dispor de seu patrimônio por meio de
testamento. Para que o testador possa testar, será preciso discernimento e
compreensão do que representa o ato e manifestação exata do que pretende.

Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo,
não tiverem pleno discernimento.

Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.

Segundo o art. 1.861 do CC, a capacidade ou a incapacidade do testador


deve ser verificada na data em que foi outorgado o testamento, aplicando-se a
regra tempus regit actum.

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4.2- Testamento

Na sucessão testamentária o falecido expressa a sua vontade através de


um testamento ou codicílio.
Art. 1.862 do CC - São testamentos ordinários:
I - o público;
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II - o cerrado;
III - o particular.
Art. 1.886 do CC - São testamentos especiais:
I - o marítimo;
II - o aeronáutico;
III - o militar.
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Segue esquema gráfico:


- público
- ORDINÁRIO - cerrado ou secreto
- particular ou hológrafo
TESTAMENTO
- marítimo
- ESPECIAL - aeronáutico
- militar

As hipóteses de testamentos mencionadas no Código Civil estão no


gráfico acima. Entretanto, no art. 1.863 do CC, temos uma hipótese de
testamento proibido.
Art. 1.863 do CC - É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo,
recíproco ou correspectivo.

4.3- Testamentos Ordinários

São testamentos ordinários:

o público o cerrado o particular

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• Art. 1.864:

ser escrito por tabelião ou por seu substituto


legal em seu livro de notas, de acordo com as
declarações do testador, podendo este servir-se
de minuta, notas ou apontamentos
São requisitos lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo
essenciais do tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um
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testamento só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na


público: presença destas e do oficial

ser o instrumento, em seguida à leitura,


assinado pelo testador, pelas testemunhas e
pelo tabelião
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Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito manualmente ou


mecanicamente, bem como ser feito pela inserção da declaração de
vontade em partes impressas de livro de notas, desde que rubricadas todas
as páginas pelo testador, se mais de uma.

• Art. 1.876:

O testamento particular pode ser escrito

de próprio mediante processo


punho mecânico

são requisitos essenciais à não pode conter rasuras ou


sua validade seja lido e espaços em branco, devendo ser
assinado por quem o escreveu, assinado pelo testador, depois
na presença de pelo menos de o ter lido na presença de pelo
três testemunhas, que o menos três testemunhas, que o
devem subscrever subscreverão

4.4- Codicilos

O codicilo é um ato de última vontade pelo qual o disponente traça


diretrizes sobre assuntos pouco importantes, despesas e doações de
pequeno valor.
Art. 1.881. Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular
seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro,
sobre esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou,

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indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como legar móveis,


roupas ou jóias, de pouco valor, de seu uso pessoal.

4.5- Testamentos Especiais

São testamentos especiais:


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o marítimo o aeronáutico o militar


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O testamento especial é o permitido somente a certas e determinadas


pessoas, colocadas em circunstâncias particulares, designadas em lei.
Art. 1.888. Quem estiver em viagem, a bordo de navio nacional, de guerra
ou mercante, pode testar perante o comandante, em presença de duas
testemunhas, por forma que corresponda ao testamento público ou ao
cerrado.

Parágrafo único. O registro do testamento será feito no diário de bordo.


Art. 1.889. Quem estiver em viagem, a bordo de aeronave militar ou
comercial, pode testar perante pessoa designada pelo comandante,
observado o disposto no artigo antecedente.

O testamento militar é utilizável não apenas pelos militares, propriamente


ditos (ex: soldados, praças, oficiais, etc.), como, também, por todos os
assemelhados ou assimilados, por todos os que se acham a serviço das Forças
Armadas, ou que a elas se agregam, tais como voluntários, diplomatas,
correspondentes de guerra, capelães, pastores, médicos, enfermeiros,
domésticos, prisioneiros, reféns, etc. Todos estão mais ou menos expostos à
mesma situação dramática.
Art. 1.893. O testamento dos militares e demais pessoas a serviço das
Forças Armadas em campanha, dentro do País ou fora dele, assim
como em praça sitiada, ou que esteja de comunicações
interrompidas, poderá fazer-se, não havendo tabelião ou seu substituto
legal, ante duas, ou três testemunhas, se o testador não puder, ou não
souber assinar, caso em que assinará por ele uma delas.

Da mesma forma que o testamento marítimo e o aeronáutico possuem


“prazo de validade” o testamento militar também possui.
Este artigo mantém em nosso direito o testamento nuncupativo
militar, ou testamento de viva voz, oral.

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4.6- Disposições Testamentárias

As disposições patrimoniais do testador podem ordenar que o sucessor


receba a universalidade da herança ou quota-parte (ideal, abstrata) dela,
ou estabelecer que o sucessor ficará com um bem individualizado, definido,
destacado do acervo, ou quantia determinada.
No primeiro caso, a disposição é a título universal, e o nomeado é
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herdeiro; no segundo caso, a disposição é a título singular ou particular, e


o beneficiado é legatário. Arts. 1.900 e 1.901, CC:

É nula a disposição: Valerá a disposição:

• que institua herdeiro ou • em favor de pessoa incerta que


legatário sob a condição deva ser determinada por
terceiro, dentre duas ou mais
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captatória de que este disponha,


também por testamento, em pessoas mencionadas pelo
benefício do testador, ou de testador, ou pertencentes a uma
terceiro; família, ou a um corpo coletivo,
• que se refira a pessoa incerta, ou a um estabelecimento por ele
cuja identidade não se possa designado;
averiguar; • em remuneração de serviços
• que favoreça a pessoa incerta, prestados ao testador, por
cometendo a determinação de ocasião da moléstia de que
sua identidade a terceiro; faleceu, ainda que fique ao
• que deixe a arbítrio do herdeiro, arbítrio do herdeiro ou de outrem
ou de outrem, fixar o valor do determinar o valor do legado
legado;
• que favoreça as pessoas a que
se referem os arts. 1.801 e 1.802
(aquelas que não podem ser
nomeadas herdeiros nem
legatários e aquelas não
legitimadas a suceder)

4.7- Legados

Legado é a disposição testamentária a título singular pela qual o testador


deixa a pessoa estranha ou não à sucessão legítima um ou mais objetos
individualizados ou uma certa quantia em dinheiro.

Art. 1.912. É ineficaz o legado de coisa certa que não pertença ao testador
no momento da abertura da sucessão.

Através do legado de crédito um título de crédito, cujo devedor é


terceira pessoa, será transferido pelo testador ao legatário. Por outro lado,
através do legado de quitação de dívida ocorre o perdão desta por parte do
testador (credor) ao legatário (devedor) através da entrega do título ou da
quitação.

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O testador pode legar o usufruto, e o beneficiário adquirirá o direito à


posse, uso, administração e de fruir as utilidades e frutos do bem. Se o testador
não fixar o tempo, entende-se que o usufruto é vitalício.

No art. 1.924 do CC temos situações que causam a impossibilidade do


exercício do direito de petição (pedir o legado).

Caducidade dos Legados


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Não se deve confundir caducidade com invalidade. A caducidade inutiliza


disposição originariamente válida, atuando, pois, não no plano da validade, mas
no da eficácia. Caducidade do legado é a ineficácia do testamento ou de cláusula
testamentária por fato superveniente. Os arts. 1.939 e 1.940 do CC abordam o
tema:
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• Art. 1.939, CC:

se, depois do testamento, o testador modificar a coisa


legada, ao ponto de já não ter a forma nem lhe caber a
denominação que possuía

se o testador, por qualquer título, alienar no todo ou


em parte a coisa legada; nesse caso, caducará até onde
ela deixou de pertencer ao testador
Caducará o
legado: se a coisa perecer ou for evicta, vivo ou morto o
testador, sem culpa do herdeiro ou legatário incumbido
do seu cumprimento

se o legatário for excluído da sucessão, nos termos


do art. 1.815 (casos de indignidade)

se o legatário falecer antes do testador

4.8- Direito de Acrescer entre Herdeiros e Legatários

O direito de acrescer consiste no direito do co-herdeiro ou co-legatário


(quando há mais de um herdeiro ou legatário) receber o quinhão originário de
outro co-herdeiro ou co-legatário, que não quis ou não pode recebê-lo, desde
que sejam, pela mesma disposição testamentária, conjuntamente chamados a
receber a herança ou o legado.
Os arts. 1.941 a 1.946 do CC tratam do assunto:

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4.9- Substituições

Substituição é a disposição testamentária na qual o testador chama uma


pessoa para receber, no todo ou em parte, a herança ou o legado, na falta ou
para depois do herdeiro ou legatário nomeado em primeiro lugar.
a) Substituição Vulgar e Recíproca A substituição vulgar, também chamada
de direta ou ordinária, consiste na indicação da pessoa que deve ocupar o lugar
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do herdeiro ou legatário que não quer ou não pode aceitar o que lhe compete,
em razão de premoriência, renúncia da herança ou do legado, ou exclusão por
indignidade.
b) Substituição fideicomissária
Dá-se o fideicomisso (substituição fideicomissaria) quando o testador
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nomeia herdeiro ou legatário, determinando que, por ocasião da morte do


instituído, a certo tempo ou sob certa condição, a herança ou legado passará a
outra pessoa.

A faz um A morre e B morre e


testamento para transmite o transmite o
B com bem para B bem para C
substituição por força do
fideicomissária testamento
para C de A

É um fato
gerador do
ITCMD
É um fato
gerador do
ITCMD

4.10- Deserdação

Deserdação é o ato pelo qual o de cujus exclui da sucessão, mediante


testamento com expressa declaração da causa, herdeiro necessário privando-o
de sua legítima, por ter praticado qualquer ato taxativamente enumerado nos
arts. 1.814, 1.962 e 1.963 do CC.

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Autorizam a deserdação dos descendentes por seus


ascendentes

desamparo do
relações ilícitas
ascendente em
ofensa injúria com a madrasta
alienação mental
física grave ou com o
ou grave
padrasto
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enfermidade

Autorizam a deserdação dos ascendentes pelos


descendentes

relações ilícitas
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com a mulher ou desamparo do


injúria companheira do filho ou neto com
ofensa
grave filho ou a do neto, deficiência
física
ou com o marido mental ou grave
ou companheiro da enfermidade
filha ou o da neta

4.11- Redução das Disposições Testamentárias

Para garantir a intangibilidade da parte legítima pertencente ao herdeiro


necessário, a lei possibilitou-lhe o direito de pleitear a redução da liberalidade
até complementar a legítima, caso o testador disponha em testamento em
quantia superior à metade disponível. Os arts. 1.966 a 1.968 trama do tema:

4.12- Revogação do Testamento

A revogação é o ato pelo qual o testador, conscientemente, torna ineficaz


um testamento feito anteriormente, manifestando vontade contrária à que nele
se acha expressa. Os arts. 1.969 a 1.972 do CC tratam do assunto:

4.13- Rompimento do Testamento

O rompimento do testamento é também chamada revogação presumida,


ficta ou legal. Não haverá o rompimento do testamento se o testador dispuser
em testamento apenas sobre a metade disponível, pois, nesse caso, os
herdeiros necessários não estarão sendo prejudicados. Vide arts. 1.973 a 1.975
do CC.

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4.14- Testamenteiro

O testamenteiro é a pessoa encarregada de dar cumprimento às


disposições de última vontade do autor do testamento, exercendo os poderes
que lhe forem conferidos e as obrigações impostas pelo testador, desde que não
ultrapasse os limites legais. O testamenteiro pode ser de dois tipos:
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a) testamenteiro universal: é aquele que tem direito à posse e à


administração da herança, ou de parte dela, por não haver cônjuge
sobrevivente nem herdeiro necessário; e

b) testamenteiro particular: quando a função do testamento se restringir à


mera fiscalização da execução testamentária.
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Os arts. 1.976 a 1.990 do CC abordam o tema:

5- Inventário e Partilha

O inventário é a forma processual em que os bens do falecido passam


para o seus sucessores e a partilha é a forma processual legal para definir os
limites da herança que caberá a cada um dos herdeiros e legatários.
Para efeito de transferência de propriedade dos bens, inclusive imóveis,
o formal de partilha, que é o documento final resumo do inventário, equivale à
escritura.
Pelo fato do assunto ser abordado de forma mais detalhada no Código de
Processo Civil, arts.982 a 1.038, e, por isso, praticamente não ser cobrado em
provas de Direito Civil, nos limitaremos a transcrever os arts. 1.991 a 2.027 do
CC.

Assinatura do Homologação
compromisso da partilha

Administração da herança
exercída pelo inventariante

Se os bens sonegados não forem restituídos, devido ao sonegador já não


os ter em seu poder, ele pagará a importância dos valores que ocultou, mais as
perdas e danos.

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Só se pode arguir o inventariante de sonegação


depois de encerrada a descrição dos bens, com
a declaração, feita por ele, de não existirem
outros por inventariar e partir

assim como arguir o herdeiro, depois de


declarar-se no inventário que não os possui
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.................................................................................................

Terminamos a base teórica por aqui !!!!!


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Espero que tenham gostado e vamos às questões.

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6- Questões Propostas

A seguir temos diversas questões de provas anteriores, super recentes, para


você colocar em prática aquilo que foi aprendido na parte teórica.
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1. (CESPE/TJDFT/AJOJ/2015) A aceitação da herança pode se dar por


declaração expressa, tácita ou presumida. A renúncia, no entanto, deve constar
expressamente de instrumento público ou termo judicial.
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Comentários

A aceitação da herança é o ato pelo qual o herdeiro concorda na transmissão


dos bens do de cujus, ocorrida por lei com a abertura da sucessão, confirmando-
a. Vide art. 1.804 do CC:

Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao


herdeiro, desde a abertura da sucessão.

Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o


herdeiro renuncia à herança.

Pode ser de três tipos:

- expressa: quando ocorre por declaração escrita;

- tácita: quando resulta de uma conduta própria do herdeiro; e

Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por


declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de
atos próprios da qualidade de herdeiro.

§ 1o Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o


funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de
administração e guarda provisória.

§ 2o Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e


simples, da herança, aos demais co-herdeiros.

- presumida: quando o herdeiro permanece em silêncio após ser notificado,


nos termos do art. 1.807 do CC.

Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou


não, a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer
ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se
pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.

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Gabarito: CERTA.

2. (CESPE/TJDFT/AJOJ/2015) Isabela e Pedro, casados sob o regime de


comunhão universal de bens, tiveram dois filhos. Isabela, antes de contrair
matrimônio com Pedro, amealhou patrimônio no valor de R$ 600.000. Durante
o casamento, o casal constituiu vasto patrimônio. Assertiva: Nessa situação,
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com o falecimento de Isabela, Pedro não concorrerá com os descendentes e,


portanto, não terá direito à parcela da herança da falecida.

Comentários

Devemos perceber que o regime de bens do casamento era o da comunhão


universal de bens. Dessa forma, veja o art. 1829, I do CC:
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Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente,


salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão
universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da
herança não houver deixado bens particulares;

II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

III - ao cônjuge sobrevivente;

IV - aos colaterais.

Observando-se em detalhe o art. 1.829 do CC, percebemos que se deve


observar o regime de casamento para saber se o cônjuge sobrevivente
concorre com os descendentes do falecido na sucessão.

Para clarear o assunto, segue uma tabela:

HIPÓTESES EM QUE O CÔNJUGE NÃO CONCORRE NA HERANÇA

1. comunhão universal de bens;


Neste caso, o cônjuge já terá direito à meação (50% dos bens comuns do
casal) e, por essa razão, não concorre com os demais herdeiros.
2. separação obrigatória de bens; e
Neste caso o cônjuge não tem direito a nada, mas essa posição é discutida
na doutrina.
3. comunhão parcial, se não houver bens particulares do falecido.

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Se não existirem bens particulares do falecido, então é porque existem, apenas,


bens comuns, onde os cônjuges eram co-proprietários. Desta forma, falecendo um
deles, o outro continua exercendo a propriedade.

Gabarito: CERTA.
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3. (CESPE/TRE-GO/AJAJ/2015) Márcia, casada com Tito e proprietária de


grande fortuna, faleceu por causas naturais. Nessa situação, Tito poderá
administrar a herança até que um inventariante seja nomeado pelo juiz.

Comentários

Em conformidade com o art. 1797, I do CC:


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Art. 1.797. Até o compromisso do inventariante, a administração da


herança caberá, sucessivamente:
I - ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da
abertura da sucessão;
II - ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e, se
houver mais de um nessas condições, ao mais velho;
III - ao testamenteiro;
IV - a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas
nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por
motivo grave levado ao conhecimento do juiz.
Gabarito: CERTA.

4. (CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2015) Considerando que Luciana e


Carlos sejam casados em regime de comunhão parcial de bens há dez anos e
tenham um filho, julgue o seguinte item.

Se Carlos falecer sem deixar bens particulares, Luciana terá direito a uma quota
equivalente à que por lei for atribuída ao filho.

Comentários

Primeiramente devemos ter atenção ao regime de bens do casamento que é o


da comunhão parcial.

Dessa forma, voltemos ao art. 1829, I do CC, já comentado na questão 6:

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente,


salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão

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universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,


parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor
da herança não houver deixado bens particulares;

Percebe-se que Luciana não irá participar da sucessão.

Gabarito: ERRADA.
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(CESPE/CD/Analista Legislativo/2014) Julgue os itens subsequentes, a


respeito do direito das sucessões.
5. O direito de representação é possível na linha transversal em favor dos filhos
de irmão do falecido quando estes concorrerem com irmãos do de cujus.
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Comentários
O direito de representação em linha transversal, está previsto no art. 1.853 do
CC:

Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de


representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com
irmãos deste concorrerem.

Segue diagrama para visualizar a aplicação do art. 1853 do CC:

PAIS
(já falecidos)

IRMÃO 2 IRMÃO 3
IRMÃO 1 1/3 1/3 IRMÃO 4
(morreu) sucessão sucessão (já
por cabeça por cabeça falecido)

DIREITO DE FILHO 1 FILHO 2


REPRESENTAÇÃO
EM LINHA 1/6 1/6
TRANSVERSAL sucessão sucessão
OU COLATERAL por estirpe por estirpe

Gabarito: CERTA.

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6. testamento particular não pode ser escrito em língua estrangeira, uma vez
que é formalidade essencial ao mesmo sua leitura, pelo testador, às
testemunhas.

Comentários

Em desacordo com o art. 1880 do CC:


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Art. 1.880. O testamento particular pode ser escrito em língua


estrangeira, contanto que as testemunhas a compreendam.
Gabarito: ERRADA.

7. Limita-se a liberdade de testar à legítima, metade dos bens da herança,


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quando da existência de herdeiros necessários.

Comentários

Conforme o art. 1789 do CC:

Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá


dispor da metade da herança.

Gabarito: CERTA.

8. É válido o testamento celebrado por testador sem o pleno discernimento no


momento da lavratura, uma vez que não se exige a manifestação perfeita da
vontade, mas tão somente que o testador tenha a exata compreensão de suas
disposições.

Comentários

Em desacordo com o art. 1860 do CC:

Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de
fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.

Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.

Gabarito: ERRADA.

9. (CESPE – Defensor Público - DPE/AL – 2010) Considere que, com o


falecimento de João, tenha restado a seus dois únicos herdeiros, como herança,

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dois apartamentos de dois quartos localizados no mesmo andar de um prédio


residencial. Nessa situação, mesmo considerando a possibilidade de divisão
cômoda do acervo, é ineficaz a cessão onerosa do direito à sucessão de um
desses imóveis a terceiro, se realizada por qualquer dos co-herdeiros antes da
partilha.
Comentários
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O item está Certo. Conforme § 2o do art. 1.793 do CC, é ineficaz a cessão,


pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança
considerado singularmente.

10. (CESPE – Defensor Público - DPU – 2010) Se a irmã mais velha de uma
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família de três irmãos falecer e, após sua morte, for verificado que ela era
solteira e que não deixou descendentes ou ascendentes vivos, a herança
caberá a seus irmãos. Contudo, se estes forem pré-mortos, a herança
caberá aos sobrinhos, se houver, e, se um destes também tiver falecido
antes da tia, aos sobrinhos-netos em concorrência com seus tios, com base
no direito de representação.
Comentários

O item está Errado. Conforme art. 1.840 do CC, na classe dos colaterais, os
mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação
concedido aos filhos de irmãos. Portanto, os sobrinhos-netos não terão direito
à herança.

11. (CESPE - Analista Judiciário - Área Execução de Mandados – TRT 10ª


- 2012) No que concerne à sucessão no direito civil, julgue os itens
subsequentes.
A ofensa física é uma das causas que autorizam a deserdação, não sendo
necessário que haja condenação criminal ou que a lesão corporal seja grave
ou gravíssima.

Comentários

O item está Certo. Conforme inciso I do art. 1.962 do CC, além das causas
mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por
seus ascendentes: ofensa física. E, conforme inciso I do art. 1.963 do CC,
além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos
ascendentes pelos descendentes: ofensa física.

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12. (CESPE - Analista Judiciário - Área Execução de Mandados – TRT 10ª


- 2012) No que concerne à sucessão no direito civil, julgue os itens
subsequentes.
Considere a seguinte situação hipotética. Jorge, filho de Paulo, este recém-
falecido, providenciou o velório, tendo cuidado de toda a parte burocrática
para a realização do enterro de seu pai.
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Nessa situação hipotética, os atos praticados por Jorge caracterizaram a sua


aceitação da herança dos bens de seu pai.

Comentários

O item está Errado. Conforme art. 1.805, a aceitação da herança, quando


expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-
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somente de atos próprios da qualidade de herdeiro. E, conforme § 1o desse


artigo, não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral
do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda
provisória.

13. (CESPE - Defensor Público de Classe Inicial – DPE/BA – 2010) Em


cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação hipotética seguida
de uma assertiva a ser julgada com base na disciplina da comoriência e no
direito das sucessões.
Pedro, solteiro e sem filhos, celebrou testamento, deixando metade dos seus
bens ao seu sobrinho. Posteriormente ao testamento, Pedro, voluntariamente,
registrou como seu o filho de sua empregada doméstica. Nessa hipótese, caso
Pedro faleça antes do filho, não será rompido o testamento.

Comentários

O item está Errado. Conforme art. 1.973 do CC, sobrevindo descendente


sucessível ao testador, que não o tinha ou não o conhecia quando testou,
rompe-se o testamento em todas as suas disposições, se esse descendente
sobreviver ao testador. Além disso, conforme art. 1.974 do CC, rompe-se
também o testamento feito na ignorância de existirem outros herdeiros
necessários.

14. (CESPE - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado -


Especialidade: Direito – TJES/ES – 2011) Com referência a tutela,
curatela, ausência, casamento, relações de parentesco e sucessão, julgue
os próximos itens.
No que tange à capacidade para suceder, é correto afirmar que, com a
abertura da sucessão, a herança se transmite imediatamente aos herdeiros,

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que passam a ser titulares de direitos adquiridos, aplicando-se a lei vigente à


época da morte do autor da herança.

Comentários

O item está Certo. Conforme art. 1.784 do CC, aberta a sucessão, a herança
transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. E,
conforme art. 1.787 do CC, regula a sucessão e a legitimação para suceder a
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lei vigente ao tempo da abertura daquela.

15. (CESPE/ Promotor de Justiça-MPE-SE/2010) Se um dos devedores


solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes
a) será obrigado a pagar a dívida que corresponder ao devedor solidário
falecido, se a obrigação for divisível.
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b) será obrigado a pagar a totalidade da dívida, se a obrigação for divisível,


com direito de ação regressiva contra os demais devedores.
c) será desobrigado de qualquer pagamento, pois a responsabilidade pelo
pagamento não é transmitida aos herdeiros.
d) será obrigado a pagar apenas a cota que corresponder ao seu quinhão
hereditário, se a obrigação for divisível.
e) só será obrigado a pagar a totalidade da dívida se os demais herdeiros não
tiverem recursos e a obrigação for divisível.
Comentários

Letra “d”.

Conforme art. 276 do CC, se um dos devedores solidários falecer deixando


herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível;
mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação
aos demais devedores.

Em termos gráficos, para uma melhor assimilação:

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Se um dos devedores solidários falecer deixando


herdeiros

nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota


que corresponder ao seu quinhão hereditário
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salvo se a obrigação for indivisível

mas todos reunidos serão considerados como um


devedor solidário em relação aos demais devedores
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16. (CESPE/Juiz Substituto-TJ-PB/2015) No que se refere à exclusão da


herança por indignidade, assinale a opção correta.
a) A reabilitação, em testamento ou em outro ato autêntico, é ato
personalíssimo do ofendido.
b) O rol das causas enumeradas na lei civil para exclusão da herança por
indignidade é exemplificativo — numerus apertus.
c) O ato infracional equiparado ao homicídio doloso praticado por menor de
dezoito anos de idade contra ascendente não é causa de indignidade hábil à
exclusão da herança.
d) Como os efeitos da sentença que decreta a indignidade são pessoais, o
excluído terá direito ao usufruto e à administração dos bens que couberem
a seus filhos.
e) O direito de demandar a exclusão do herdeiro extingue-se em quatro anos,
contados a partir da data em que ocorrer o fato objeto da indignidade.
Comentários

Letra “a”. Os herdeiros ou legatários excluídos da sucessão por conta de


práticas previstas no art. 1.814 do CC (hipóteses de indignidade), poderão ser
reabilitados na referida sucessão. Ou seja, o ofendido (o hereditando) poderá
relevar o ato praticado que resultou na exclusão do herdeiro ou legatário. Para
tanto, o autor da herança deverá declarar a sua vontade expressamente em
testamento ou outro ato autêntico (Por exemplo: escritura pública ou codicilo),
conforme art. 1.818 do CC. Logo, a reabilitação é ato personalíssimo do
ofendido. Assim, ressalta-se que, apesar de certa controvérsia, não há a
chamada reabilitação tácita ou presumida do herdeiro ou legatário em face do
parágrafo único do art. 1.1818 do CC.

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Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão da


herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente
reabilitado em testamento, ou em outro ato autêntico.

Letra “b”. Incorreta. Apesar de alguma controvérsia, o rol previsto no art.


1.814 que apresenta as hipóteses de exclusão do herdeiro ou legatário por
indignidade é TAXATIVO ou numerus clausus, conforme o entendimento
majoritário. Afinal de contas, trata-se de matéria punitiva onde não é dado
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uma interpretação extensiva ou aplicação analógica.

Letra “c”. Incorreta. A matéria não é pacífica, pois para a configuração do


homicídio doloso há o requisito da capacidade do agente. Neste caso, a
assertiva menciona que o agente é menor de 18 anos de idade. No entanto,
outra parte da doutrina entende que a exclusão do menor da sucessão refere-
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se ao âmbito civil, não sendo moral que um menor que tenha matado o
próprio pai, por exemplo, continue a concorrer com a herança. Então, o
examinador, aparentemente, se alinha à hipótese de possibilidade de exclusão
do menor da herança por conta do art. 1.814, inciso I do CC.

Letra “d”. Incorreta, conforme o §único do art. 1.816 do CC:

Art. 1.816. Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao


usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores couberem
na herança, nem à sucessão eventual desses bens.

Letra “e”. Incorreta, conforme o art. 1.815, §único, o prazo é contado da


abertura da sucessão e não da ocorrência do fato.

Art. 1.815. Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do


herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura
da sucessão.

17. (CESPE/Defensor Público-DPE-PE/2015) Considerando que Luciana e


Carlos sejam casados em regime de comunhão parcial de bens há dez anos e
tenham um filho, julgue o seguinte item.
Se Carlos falecer sem deixar bens particulares, Luciana terá direito a uma
quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho.

Comentários

O item está Errado. Segundo o inciso I do art. 1.829, CC, a ordem da


sucessão legítima defere-se primeiramente em favor do descendentes, em
concorrência com o cônjuge sobrevivente. Esta regra é clara! No entanto,
o cônjuge sobrevivente estará excluído desta regra (prioridade na sucessão
legítima em concorrência com os descendentes) SE for casado com o falecido

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no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens,


BEM COMO SE, no regime de comunhão parcial, o autor da herança não
houver deixado. Portanto, como Carlos não deixou bens particulares e era
casado no regime de comunhão parcial de bens com Luciana, esta NÃO terá
direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho como
herança. Ressalta-se que, no regime de comunhão parcial de bens, o cônjuge
sobrevivente já tem direito a sua meação sobre os bens comuns, sendo
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herdeiro do falecido quando existir bens particulares. Em resumo, por conta do


regime de comunhão parcial:

- Luciana é MEEIRA, possuindo direito a metade de todos os bens adquiridos


na constância do casamento;

- Sobre os bens particulares (Ex: bens que o falecido já teria como solteiro),
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se existissem, Luciana seria também herdeira concorrendo com os


descendentes.

Logo, a viúva terá direito quanto à meação dos bens comuns e


participação como herdeira nos bens particulares, se existirem.

Por fim, vale notar a ambiguidade da afirmativa, já que não especifica a


quota equivalente: meação ou herança. Como não há bens particulares,
Luciana ficaria com 50% do bens devido à meação e o filho com os outros
50%. Apesar de presumirmos que quota diz respeito à herança (herdeiros) e
Luciana não teria direito à quota, mas à MEAÇÃO.

18. (CESPE/Analista Legislativo-Câmara dos Deputados/2014) Julgue os


itens subsequentes, a respeito do direito das sucessões.
O direito de representação é possível na linha transversal em favor dos filhos
de irmão do falecido quando estes concorrerem com irmãos do de cujus.

Comentários

O item está Certo. Conforme o art. 1.853, CC, na linha transversal, somente
se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido,
quando com irmãos deste concorrerem.

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19. (CESPE/Analista-Direito-FUNPRESP-JUD/2016) A respeito das


obrigações, dos contratos, dos atos unilaterais, do reconhecimento dos filhos e
da sucessão, julgue o item subsequente.
Embora os maiores de dezesseis anos de idade possam testar, esse ato será
passível de anulação se ausente a assinatura do representante legal.

Comentários

O Item está errado. Conforme o §único do art. 1.860, os maiores de 16 anos


podem testar. Esta regra não faz menção a qualquer condicionante, como ser
representado. Aliás, por ser um ato personalíssimo, o testamento não admite
representação. Logo, o erro está em afirmar que o maior de 16 anos deve ter
a assinatura de seu representante legal. Ressalta-se que alguns atos civis que
envolvam maiores de 16 anos e menores de 18 anos não necessitam de
representante legal, tais como ser mandatário (art. 666, CC) e fazer
testamento.

20. (CESPE – Analista Judiciário - Área Execução de Mandados - STF –


2008) A respeito do direito de família e das sucessões, julgue os itens a
seguir.
Renunciada a herança, em caráter irrevogável, a parte do herdeiro
renunciante acrescerá à dos outros herdeiros da mesma classe, uma vez que
sucedem por cabeça, ou seja, quando é deferida por direito próprio, o herdeiro
recebe a herança por si só. Todavia, se o renunciante for o único da sua classe
de herdeiros, a herança será devolvida aos herdeiros da classe subsequente.

Comentários

O item está Certo. Conforme art. 1.810 do CC, na sucessão legítima, a parte
do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe e, sendo ele o
único desta, devolve-se aos da subsequente.

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21. (CESPE – Oficial de Justiça - Área Judiciária - TJCE/CE – 2008)


Quanto à vigência da lei, à capacidade e ao direito sucessório, julgue os
próximos itens.
Considere a seguinte situação hipotética.

Carlos morreu e deixou dois filhos vivos, João e Pedro, e dois netos, José e
Moisés, descendentes de um terceiro filho, Tiago, pré-morto.
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Nessa situação, a herança deverá ser dividida em partes iguais para João,
Pedro, José e Moisés.

Comentários

O item está Errado. Conforme art. 1.835 do CC, na linha descendente, os


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filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por


estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau. Portanto, João e Pedro
sucedem por cabeça, cada um recebendo uma quota de um terço da herança
e José e Moisés sucedem por estirpe, recebendo uma quota de um terço da
herança (relativa à parte que caberia ao Tiago, pai deles, se fosse vivo) a ser
dividida entre eles.

22. (FGV/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas/2009) A respeito da sucessão


legítima, analise as afirmativas a seguir:

I. A sucessão legítima defere-se aos descendentes do de cujus, em concorrência


com o cônjuge sobrevivente quando casado este com o falecido no regime da
comunhão universal de bens.

II. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará 1/3 (um
terço) da herança ou a metade desta, caso haja um só ascendente, ou se maior
for aquele grau.

III. Se o cônjuge for ascendente dos herdeiros com que concorrer, sua quota
não poderá ser superior à quarta parte da herança.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.

b) se somente a afirmativa II estiver correta.

c) se somente a afirmativa III estiver correta.

d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

Comentários

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Análise das alternativas:

I. ERRADA. O ar. 1.829 do CC apresenta a ordem de vocação hereditária a ser


seguida na sucessão legítima.

Art. 1.829 do CC - A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente,


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salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão


universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da
herança não houver deixado bens particulares;

II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;


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III - ao cônjuge sobrevivente;

IV - aos colaterais.

A afirmativa está errada, pois na comunhão universal de bens o cônjuge já tem


direito à meação e, por isso, não irá concorrer com os descendentes. Ou seja,
os bens que compõem a herança do falecido podem ser comuns ou particulares.
Se forem bens comuns, como o falecido não é proprietário de 100%, mas de
apenas 50%, tendo o cônjuge sobrevivente a sua meação (50%), os outros
50% do patrimônio farão parte da herança;

II. CERTA. Conforme o art. 1.837 do CC.

Art. 1.837 do CC - Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao


cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se
houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.

III. ERRADA. Em desacordo com o art. 1.832 do CC.

Art. 1.832 do CC - Em concorrência com os descendentes (art. 1.829,


inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por
cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da
herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.

Ou seja, em decorrência do valor mínimo (reserva legal) para o cônjuge


sobrevivente ser 1/4 (25%), quando há mais de três filhos, o valor recebido
pelo cônjuge é diferente do valor recebido pelos filhos.

Gabarito: B

23. (FCC/Pref. de Campinas-SP/Procurador/2016) Quanto à sucessão


dos ascendentes:

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a) Não havendo descendentes, por consequência, são chamados a suceder os


ascendentes em concorrência com o cônjuge ou companheiro sobrevivente,
exceto se casado este com o falecido no regime da comunhão parcial de bens,
ou da separação obrigatória, desde que haja bens particulares.

b) Em todos os casos, concorrendo os descendentes, os em grau mais próximo


excluem os mais remotos, independentemente de haver ou não direito de
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representação.

c) Havendo concorrência com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge


consequentemente tocará a metade da herança, mas caber-lhe-á, de outro lado,
um quarto desta se houver um só ascendente ou se maior for aquele grau.

d) Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha


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paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna.

e) Não havendo descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes em


concorrência com o cônjuge sobrevivente, exceto se casado este com o falecido
no regime da comunhão universal, participação final nos aquestos, ou da
separação obrigatória de bens se, no regime da comunhão parcial, o autor da
herança houver deixado bens particulares.

Comentários

Análise das alternativas:

(A) ERRADA. Em desacordo com os arts. 1836 e 1929, I do CC.

Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os


ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§ 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais
remoto, sem distinção de linhas.
§ 2o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os
ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos
da linha materna.
O regime de bens do casamento só influencia na sucessão quando o cônjuge
concorre com descendentes. Não há influencia quando ele concorre com
ascendentes.

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente,


salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão
universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor
da herança não houver deixado bens particulares;

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Quanto ao fato da questão citar os companheiros (união estável), merece


destaque o Enunciado 525 das Jornadas de Direito Civil.

Enunciado 525 da 5ª Jornada de Direito Civil: Arts. 1.723, § 1º,


1.790, 1.829 e 1.830. Os arts. 1.723, § 1º, 1.790, 1.829 e
1.830 do Código Civil admitem a concorrência sucessória entre
cônjuge e companheiro sobreviventes na sucessão legítima, quanto
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aos bens adquiridos onerosamente na união estável.

(B) ERRADA. Em desacordo com o art. 1833 do CC.

Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem


os mais remotos, salvo o direito de representação.
(C) ERRADA. Em desacordo com o art. 1837 do CC.
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Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao


cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se
houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.
(D) CERTA. Conforme o art. 1836, § 2º do CC.

Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os


ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente.
§ 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais
remoto, sem distinção de linhas.
§ 2o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os
ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos
da linha materna.
(E) ERRADA. Vide comentários da alternativa A.

Gabarito: D

24. (FGV/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Alberto, filho de Felipe e


Gabriela, casou-se com Bruna sob o regime de comunhão universal de bens. O
casal teve uma única filha, Cecília. Cecília casou-se com Daniel sob o regime da
comunhão parcial de bens e teve com ele um filho, Edson, único neto de Alberto.
Alberto faleceu recentemente, sem deixar testamento. Além da viúva (Bruna),
sobreviveram a Alberto seu pai (Felipe), então já viúvo, sua filha (Cecília), seu
genro (Daniel) e seu neto (Edson).

Diante desses fatos, é correto afirmar que:

a) Cecília será a única herdeira de Alberto.

b) Cecília será herdeira de Alberto, em concorrência com Bruna.

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c) Cecília será herdeira de Alberto, em concorrência com Felipe.

d) Cecília será herdeira de Alberto, em concorrência com Edson.

e) Cecília será herdeira de Alberto, em concorrência com Bruna e Felipe.

Comentários
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Temos aqui uma questão bastante interessante que trata da ordem de vocação
hereditária citada no art. 1.829 do CC já reproduzido na questão anterior.

Inicialmente creio ser interessante ilustrarmos a árvore da família:

FELIPE GABRIELA → JÁ HAVIA FALECIDO


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ALBERTO BRUNA

CECÍLIA DANIEL

EDSON

Por ocasião do falecimento de Alberto deveriam concorrer na sucessão a


descendente (Cecília) e a cônjuge (Bruna). Entretanto, conforme o art. 1.829,
I do CC, em decorrência do regime de bens do casamento entre Alberto e Bruna
ser o da Comunhão Universal de Bens, a cônjuge Bruna não participará da
sucessão pois terá direito à meação em razão da dissolução da sociedade
conjugal.

Dessa forma, é correto afirmar que a única herdeira de Alberto será a sua filha
Cecília.

Gabarito: A

25. (FCC/TJ-SS/Juiz Substituto/2015) Na sucessão de colateral, não


existindo outros parentes que prefiram na ordem da vocação hereditária, mas
havendo do de cujus

a) sobrinho neto e primo-irmão, a herança será atribuída somente ao primo-


irmão.

b) sobrinho-neto, tio-avô e primo-irmão, a herança será partilhada entre eles,


por estirpe.

c) tio e sobrinho, a herança será dividida entre eles.

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d) tio e sobrinho, a herança será atribuída apenas ao tio.

e) sobrinho-neto, tio-avô e primo-irmão, a herança será partilhada entre eles,


por cabeça.

Comentários

Vejamos os arts. 1835 e 1843 do CC:


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Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os


outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem
ou não no mesmo grau.
Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os
havendo, os tios.
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Como sobrinho-neto, tio-avô e primo-irmão são parentes do mesmo grau (4º


grau). A sucessão se dá por cabeça.

Gabarito: E

26. (FGV/TJ-BA/Analista Judiciário-Direito/2015) Eduardo faleceu em


virtude de um acidente automobilístico. Não deixou descendentes ou
ascendentes, restando apenas quatro irmãos na qualidade de herdeiros
legítimos. Dois irmãos, André e Cláudio, são filhos do primeiro casamento do
pai de Eduardo, enquanto os outros dois, Valério e Gabriel, são resultantes do
casamento de seu pai com sua mãe. Para efeito de sucessão legítima, é correto
afirmar que:

a) André e Cláudio herdarão a metade do que Valério e Gabriel herdarem;

b) os bens serão transmitidos para a municipalidade;

c) Valério e Gabriel herdarão a metade do que André e Cláudio herdarem;

d) os quatros irmãos herdarão em igualdade de condições, por força das regras


da ordem da vocação hereditária prevista na lei civil;

e) os quatros irmãos herdarão em igualdade de condições, por força dos


princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da igualdade.

Comentários

Vejamos o art. 1841 do CC:

Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com


irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um
daqueles herdar.
Gabarito: A

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27. FGV/ICMS-MS/Fiscal de Rendas/2006) O Código Civil veda o


testamento:

a) nuncupativo militar.

b) marítimo.

c) hológrafo.
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d) conjuntivo.

e) militar.

Comentários

As hipóteses de testamentos mencionadas no Código Civil já foram debatidas


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no decorrer da aula. Entretanto, no art. 1.863 do CC, temos uma hipótese de


testamento vedada.

Art. 1.863 do CC - É proibido o testamento conjuntivo, seja


simultâneo, recíproco ou correspectivo.

Gabarito: D

28. (FGV/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas/2007) O testamento pode ser escrito


de próprio punho. São requisitos essenciais à sua validade que seja lido e
assinado por quem o escreveu, na presença de pelo menos:

a) duas testemunhas.

b) seis testemunhas.

c) quatro testemunhas.

d) cinco testemunhas.

e) três testemunhas.

Comentários

A questão tem como base o art. 1.876 do CC que trata do testamento


particular.

Art. 1.876 do CC - O testamento particular pode ser escrito de próprio


punho ou mediante processo mecânico.

§ 1o Se escrito de próprio punho, são requisitos essenciais à sua


validade seja lido e assinado por quem o escreveu, na presença de
pelo menos três testemunhas, que o devem subscrever.

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§ 2o Se elaborado por processo mecânico, não pode conter rasuras ou


espaços em branco, devendo ser assinado pelo testador, depois de o
ter lido na presença de pelo menos três testemunhas, que o
subscreverão.

O testamento particular, também chamado de hológrafo, é o de elaboração mais


ágil e fácil, podendo até ser escrito em língua estrangeira, desde que as
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testemunhas a compreendam.

Após ser escrito de próprio punho ou mediante processo mecânico, o testador


fará a sua leitura, assinando-o em seguida e passando-o para que as
testemunhas também o assinem.

Por ocasião de sua apresentação em juízo, essas testemunhas serão chamadas


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para a confirmação do ato de disposição de vontade, da leitura e da própria


assinatura.

Gabarito: E

Para que você não seja “pego” nessas questões sobre número de
testemunhas necessárias nos respectivos testamentos segue “tabela
esquema” sobre o assunto:

TESTAMENTOS ORDINÁRIOS TESTAMENTOS ESPECIAIS

- público: 2 testemunhas; - marítimo: 2 testemunhas;

- cerrado: 2 testemunhas; e - aeronáutico: 2 testemunhas; e

- particular: 3 testemunhas. - militar: 2 testemunhas (se assinar) ou


3 testemunhas (se não puder ou souber
assinar).

29. (FGV/ICMS-MS/Agente Tributário/2006) O testamento cerrado será


aberto:

a) pelo tabelião que o lavrou.

b) pela viúva-meeira.

c) por um dos herdeiros necessários.

d) pelo juiz.

e) pela pessoa designada pelo de cujus.

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Comentários

A questão tem como base o art. 1.875 do CC.

Art. 1.875 do CC - Falecido o testador, o testamento será apresentado


ao juiz, que o abrirá e o fará registrar, ordenando seja cumprido, se
não achar vício externo que o torne eivado de nulidade ou suspeito de
falsidade.
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Percebemos facilmente que o gabarito é a alternativa D. Entretanto, é


interessante tecermos alguns comentários sobre o testamento cerrado.

O testamento cerrado, também chamado de secreto ou místico, é aquele escrito


com caráter sigiloso, cujo conteúdo somente será desvendado por ocasião de
sua abertura. Dessa forma, o seu conteúdo é conhecido apenas pelo testador,
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que deseja ocultar sua última manifestação de vontade, que somente será
revelada após o seu óbito.

Trata-se de uma forma de evitar querelas familiares, enquanto o testador ainda


está vivo. Reveste-se de um procedimento notarial, contando com a presença
do oficial público, mas sem que a vontade do testador lhe seja declarada.

O testador deverá entregar o testamento ao tabelião, na presença de duas


testemunhas, declarando que aquele constitui seu testamento, o qual pretende
que seja aprovado. Nestes termos, o tabelião o receberá, exarando o seu auto
de aprovação, lançando-o no livro de notas e mantendo-o em sua posse, em
cartório, banco ou local de sua confiança, para depois ser apresentado ao juiz,
para abertura, registro e cumprimento.

Gabarito: D

30. (VUNESP/SAAE/Procurador/2009) O testamento

a) não poderá ser alterado depois de redigido e arquivado.

b) pode ser impugnado, no que diz respeito a sua validade no prazo de 15 anos.

c) será inválido se o testador tiver declarada a sua incapacidade superveniente.

d) pode ser realizado por maiores de 16 anos.

e) é negócio jurídico bilateral.

Comentários

Análise das alternativas:

(A) ERRADA. Em desacordo com o art. 1.858 do CC.

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Art. 1.858 do CC - O testamento é ato personalíssimo, podendo ser


mudado a qualquer tempo.

Uma das principais características do testamento é a de ser um ato revogável.


O testamento contém disposição de última vontade. O testador pode modificar,
livremente, alterar, quando lhe aprouver. o que declarou no testamento. A
última manifestação de vontade é a que vale, a que fica, e terá eficácia com a
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morte do declarante.

(B) ERRADA. Em desacordo com o art. 1.909 do CC.

Art. 1.909 do CC - São anuláveis as disposições testamentárias


inquinadas de erro, dolo ou coação.

Parágrafo único. Extingue-se em quatro anos o direito de anular a


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disposição, contados de quando o interessado tiver conhecimento do


vício.

O testamento deve de obedecer aos requisitos dos negócios jurídicos, e pode


ser válido e inválido. Como já foi estudado na aula 1, a invalidade possui dois
graus: nulidade absoluta e anulabilidade (nulidade relativa). O testamento
inteiro ou alguma de suas cláusulas pode ser nulo ou anulável. O artigo em
questão especifica que as disposições testamentárias podem ser anuladas por
vícios de vontade: erro, dolo ou coação. Além disso, o direito de anular se sujeita
ao prazo de caducidade, de quatro anos, contados de quando o interessado tiver
conhecimento do vício.

(C) ERRADA. Em desacordo com o art. 1.861 do CC. A capacidade do testador


é determinada pela data do testamento.

Art. 1.861 do CC - A incapacidade superveniente do testador não


invalida o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a
superveniência da capacidade.

A capacidade ou a incapacidade do testador deve ser verificada na data em que


foi outorgado o testamento, aplicando-se a regra tempus regit actum. Se era
capaz o testador no momento em que testou, se estava são de espírito,
apresentando o discernimento necessário para saber e compreender o que fazia,
o testamento não ficará prejudicado na sua validade se, depois, o testador vier
a sofrer de uma doença mental, perdendo completamente a razão.

(D) CERTA. É certo que a capacidade de fato ou de exercício é adquirida, em


regra, quando se completa 18 anos. Entretanto, existem alguns atos que podem
ser praticados pelos relativamente incapazes sem a necessidade de assistência.

Art. 1.860 do CC - Além dos incapazes, não podem testar os que, no


ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.

Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.

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Dentre esses atos encontra-se a possibilidade de fazer um testamento a partir


dos 16 anos, nos termos do art. 1.860, § único do CC.

(E) ERRADA. O testamento é ato unilateral, personalíssimo, porque só pode


emanar, única e exclusivamente. da vontade do testador, por ele próprio
declarada, pessoal, indelegável e diretamente, não se admitindo a sua
manifestação por meio de representantes.
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Gabarito: D

31. (FMP/MPE-AC/Promotor de Justiça/2005) No que toca à sucessão


testamentária, é correto afirmar que
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a) as deixas codicilares podem abranger imóveis situados em zona rural.

b) a deserdação pode ser, excepcionalmente, imotivada e prescinde de


testamento.

c) o testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade.

d) o testamento hológrafo pode ser escrito em língua estrangeira, contanto que


as testemunhas a compreendam.

Comentários

Análise das alternativas:

(A) ERRADA. Em desacordo com o art. 1.881 do CC. Um imóvel situado em


zona rural (ex: fazenda) é algo de grande valor e, por isso, não poderá ser
objeto de um codicilo.

Art. 1.881 do CC - Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante


escrito particular seu, datado e assinado, fazer disposições especiais
sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouca monta a certas e
determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo
lugar, assim como legar móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de
seu uso pessoal.

Codicilo é o ato de disposição de última vontade (causa mortis), em que o


outorgante determina providências sobre o seu enterro, dá esmolas de pouca
monta, lega bens de pequeno valor, nomeia ou substitui testamenteiros e
ordena despesas de sufrágio por sua alma. Ou seja, o codicilo parece um
testamento, entretanto trata de questões bem menos significativas.

(B) ERRADA. Em desacordo com os arts. 1.962, 1.963 e 1.814 do CC. O ato de
deserdação deve ser motivado.

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Art. 1.962 do CC - Além das causas mencionadas no art. 1.814,


autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes:

I - ofensa física;

II - injúria grave;

III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;


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IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave


enfermidade.

Art. 1.963 do CC - Além das causas enumeradas no art. 1.814,


autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes:

I - ofensa física;
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II - injúria grave;

III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do


neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;

IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave


enfermidade.

Art. 1.814 do CC - São excluídos da sucessão os herdeiros ou


legatários:

I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio


doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar,
seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;

II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da


herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu
cônjuge ou companheiro;

III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o


autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última
vontade.

Art. 1.964 do CC - Somente com expressa declaração de causa pode


a deserdação ser ordenada em testamento.

Deserdação é o ato pelo qual o autor da herança em testamento, e com


expressa declaração de causa ( art.1.964 do CC), priva herdeiros
necessários (descendentes - art. 1.962 do CC - e ascendentes - art. 1.963 do
CC) de sua legítima.

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(C) ERRADA. Conforme já mencionado na alternativa (C) da questão anterior,


a capacidade ou incapacidade do testador deve ser verificada na data em que
ocorreu o testamento.

Art. 1.861 do CC - A incapacidade superveniente do testador não


invalida o testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a
superveniência da capacidade.
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Desta forma, a ocorrência de fato superveniente não altera a validade do


testamento.

(D) CERTA. De acordo com o art. 1.880 do CC. O “pulo do gato” nesta
alternativa era saber que o testamento particular também pode ser chamado
de hológrafo.
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Art. 1.880 do CC - O testamento particular pode ser escrito em língua


estrangeira, contanto que as testemunhas a compreendam.

Todas as testemunhas devem entender a língua em que está redigido o


testamento, sob pena de nulidade absoluta, por vício de forma. O requisito da
leitura perante as testemunhas é substancial, e, caso elas não compreendam a
língua em que o documento foi escrito, não irão entendem o que se redigiu, não
havendo nenhuma utilidade de a leitura ser feita. Por que ouvir o que outra
pessoa está dizendo em língua estrangeira, se o interlocutor não sabe falar essa
língua? É a mesma coisa que não ouvir.

Gabarito: D

32. (FGV/ICMS-AP/Auditor-Fiscal/2010) Tício, próspero empresário, com


atividades no Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá, falece, sem deixar
testamento, possuindo três filhos do seu casamento com Mévia, com quem fora
casado, por cinquenta anos, pelo regime da comunhão universal de bens, sem
nunca ter dela se separado. O último domicílio de Tício foi a cidade de Macapá.
O de cujus deixou bens imóveis, móveis, semoventes em vários estados da
federação, além dos já referidos. O inventário foi distribuído ao Juízo da Vara
competente da Comarca de Macapá, sendo designada inventariante o cônjuge
supérstite.

A esse respeito, analise as seguintes afirmativas:

I. na situação atual o cônjuge sobrevivente é considerado herdeiro necessário.

II. o cônjuge supérstite não concorre com seus filhos na herança quando o
regime de bens for a comunhão universal.

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III. havendo separação de fato, por mais de dois anos, ou separação judicial,
na época do falecimento do cônjuge, impede o reconhecimento da herança ao
cônjuge sobrevivente.

IV. sendo a meação reconhecida a Mévia, os seus três filhos partilharão a


metade do patrimônio do de cujus remanescente.

V. Mévia tem direito aos bens que compõem a legítima.


Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Assinale:

a) se somente as afirmativas I, II, III e IV forem verdadeiras.

b) se somente as afirmativas I, III e V forem verdadeiras.

c) se somente as afirmativas II e III e V forem verdadeiras.


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d) se somente as afirmativas I, II e V forem verdadeiras.

e) se somente as afirmativas I e V forem verdadeiras.

Comentários

Essa questão trata do assunto sucessões de uma forma geral.

Vejamos a análise das afirmativas:

I. CERTA. Segundo o art. 1.845 do CC, são herdeiros necessários os


descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os


ascendentes e o cônjuge.

II. CERTA. No caso em questão o cônjuge tem direito à meação.

III. CERTA. Segundo o art. 1.830 do CC, como regra, somente é reconhecido
direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não
estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos.

Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge


sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados
judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo
prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem
culpa do sobrevivente.

IV. CERTA. Na comunhão universal de bens o cônjuge já tem direito à meação


e, por isso, não irá concorrer com os descendentes. Ou seja, 50% dos bens
ficam para o cônjuge a título de meação e os outros 50% serão rateados pelos
3 filhos.

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V. ERRADA. Mévia tem direito à meação e, por isso, não participará da sucessão
legítima.

Gabarito: A

33. (FCC/DPE-RS/Defensor Público/2011) Assinale a alternativa que


Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

contém a afirmação correta

a) Na sucessão universal, o direito de propriedade imobiliária transmite-se


quando do registro dos formais de partilha no Ofício do Registro de Imóveis.

b) Conforme regra expressa do Código Civil, são herdeiros necessários os


descendentes, os ascendentes, os cônjuges e os companheiros.
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c) O testador não pode, mesmo justificando, estabelecer cláusula de


impenhorabilidade sobre os bens da legítima.

d) O direito de representação, no direito sucessório, dá-se apenas na linha reta


descendente e ascendente.

e) O prazo de decadência para anular disposição testamentária inquinada de


coação é de quatro anos, contados de quando o interessado tiver conhecimento
do vício.

Comentários

Análise das alternativas:

(A) ERRADA. Segundo o princípio de saisine, a herança transmite-se aos


herdeiros e sucessores no momento da abertura da sucessão.

(B) ERRADA. Os companheiros não são considerados herdeiros necessários.

(C) ERRADA. O art. 1.848 do CC estabelece, de forma excepcional, a


possibilidade de cláusula de impenhorabilidade sobre bens da legítima.

(D) ERRADA. Não há direito de representação na linha ascendente, apenas na


linha descendente e na linha colateral ou transversal.

(E) CERTA. Conforme o art. 1.909, § único do CC.

Gabarito: E

34. (FGV/ISS-Niterói-RJ/Auditor-Fiscal/2015) Fernando, após sete anos


de matrimônio, separou-se de fato de Andréia e começou a viver maritalmente
com Virgília, com quem já mantém relação de união estável há seis anos,

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residindo o casal em imóvel de propriedade exclusiva dele. É correto afirmar


que, com o falecimento de Fernando, Virgília:

a) não tem o direito de habitação sobre o imóvel, por não ter contraído
matrimônio;

b) tem o direito de habitação sobre o imóvel, em virtude da relação de união


estável;
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c) não tem o direito de habitação sobre o imóvel, pelo fato de Fernando não ter
se separado judicialmente de sua esposa;

d) não tem o direito de habitação sobre o imóvel, pelo fato de Fernando não ter
se divorciado de sua esposa;
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e) tem o direito de habitação sobre o imóvel, pelo fato de Fernando não ter se
separado judicialmente de sua esposa.

Comentários

A questão é fruto da combinação do art. 1831 do CC com o Enunciado 525 das


Jornadas de Direito Civil.

Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de


bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na
herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel
destinado à residência da família, desde que seja o único daquela
natureza a inventariar.
Enunciado 525 da 5ª Jornada de Direito Civil: Arts. 1.723, § 1º,
1.790, 1.829 e 1.830. Os arts. 1.723, § 1º, 1.790, 1.829 e
1.830 do Código Civil admitem a concorrência sucessória entre
cônjuge e companheiro sobreviventes na sucessão legítima, quanto
aos bens adquiridos onerosamente na união estável.

Gabarito: B

35. (FCC/TJ-PE/Juiz Substituto/2015) Antônio, que possui três filhos, foi


condenado criminalmente pelo Tribunal do Júri, por tentativa de homicídio
contra seu pai, Serafim, que possui outro filho. Nesse caso, Antônio

a) não poderá ser admitido a suceder nos bens deixados por morte de Serafim,
ainda que este o tenha expressamente reabilitado em testamento, porque a
sentença criminal o impede de suceder.

b) será excluído da sucessão de Serafim, independentemente de demanda de


exclusão, porque a condenação criminal a supre, e os bens que lhe caberiam
serão distribuídos, em partes iguais, entre os filhos e o irmão de Antônio.

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c) será excluído da sucessão de Serafim, desde que procedente demanda de


exclusão, e os bens que lhe caberiam serão destinados aos filhos do excluído,
como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão

d) poderá ser deserdado, mas não excluído da sucessão de Serafim, porque o


crime se deu na modalidade tentada.

e) será excluído da sucessão de Serafim, desde que procedente demanda de


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exclusão, e os bens que lhe caberiam serão destinados ao irmão de Antônio.

Comentários

Análise das alternativas:

(A) ERRADA. A reabilitação é possível, nos termos do art. 1818 do CC:


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Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a exclusão


da herança será admitido a suceder, se o ofendido o tiver
expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato
autêntico.

Parágrafo único. Não havendo reabilitação expressa, o indigno,


contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao
testar, já conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da
disposição testamentária.

(B) ERRADA. A instância cível é independente da criminal.

(C) CERTA. Vide art. 1816 do CC:

Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do


herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da
abertura da sucessão.

(D) ERRADA. Em desacordo com o art. 1814 do CC:

Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:

I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio


doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar,
seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;

(E) ERRADA. Os bens que lhe caberiam vão para os filhos do excluído. É o único
caso de representação de pessoa viva.

Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do


herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da
abertura da sucessão.

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Gabarito: C

36. (FCC - Advogado Júnior – Metrô/SP - 2012) Agnaldo, solteiro, sem


filhos, empresário, proprietário de cinco imóveis, foi assassinado pelos seus
pais, Jair e Jaqueline, bem como pelo seu irmão Bruno. Considerando que o
processo criminal já transitou em julgado e foi considerado homicídio doloso
praticado por Jair na qualidade de autor, Jaqueline na qualidade de partícipe
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

e Bruno na qualidade de coautor, de acordo com o Código Civil brasileiro,


serão excluídos da sucessão de Agnaldo:
a) Jair e Jaqueline, apenas.
b) Jair, apenas.
c) Jaqueline e Bruno, apenas.
Cópia registrada para SILMARA CAETANO FELIPE (CPF: 048.828.513-50)

d) Jair e Bruno, apenas.


e) Jair, Jaqueline e Bruno.
Comentários

Letra “e”. Conforme inciso I do art. 1.814 do CC, são excluídos da sucessão os
herdeiros ou legatários: que houverem sido autores, co-autores ou partícipes
de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se
tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente. Portanto, Jair,
Jaqueline e Bruno serão excluídos da sucessão de Agnaldo.

37. (FCC - Defensor Público de Entrância Inicial – DPE/CE - 2014)


Morrendo a pessoa, sem testamento, a herança
a) transmite-se desde logo aos herdeiros necessários, em tantas frações
quantos forem os herdeiros.
b) é administrada, provisoriamente, pelo representante do espólio,
transmitindo-se aos herdeiros com a homologação da partilha.
c) transmite-se desde logo aos herdeiros legítimos, como um todo unitário,
ainda que vários sejam os herdeiros.
d) transmite-se desde logo aos herdeiros legítimos, em tantas frações quantos
forem os herdeiros.
e) transmite-se desde logo apenas aos herdeiros necessários, como um todo
unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.
Comentários

Letra “c”. Conforme art. 1.784 do CC, aberta a sucessão, a herança transmite-
se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. E, conforme art.
1.788 do CC, morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos

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herdeiros legítimos. E, conforme art. 1.791 do CC, a herança defere-se como


um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.

38. (FCC - Promotor de Justiça Substituto – MPE/AP - 2012) Ricardo


mantém relação de união estável com sua companheira Maria desde o ano
de 2005. Não tiveram filhos comuns. Neste ano de 2012, Maria, que já
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possuía três filhos (José, Antonio e Pedro), de 10, 13 e 15 anos de idade,


oriundos de um relacionamento amoroso anterior, faleceu vítima de um
acidente automobilístico. Não há testamento. Neste caso, Ricardo, na
condição de companheiro sobrevivente, participará legitimamente da
sucessão de Maria quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da
união estável e terá direito a
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a) 1/3 da herança.
b) metade do que couber a cada um dos filhos de Maria.
c) uma cota equivalente à que por lei for atribuída aos filhos de Maria.
d) metade da herança.
e) metade da herança mais 1/4 da outra parte, juntamente com os filhos de
Maria.
Comentários

Letra “b”. Conforme inciso II do art. 1.790 do CC, a companheira ou o


companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos
onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: se
concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do
que couber a cada um daqueles.

39. (FUMARC - Outorga de Delegações de Notas e de Registro - Área


Remoção – TJMG/MG – 2012) Um testador estabeleceu cláusula de
incomunicabilidade sobre os bens da legítima. Este testamento é
a) nulo.
b) ineficaz.
c) válido, se houver justa causa declarada no testamento.
d) nulo, somente se os herdeiros forem casados sob o regime de comunhão
universal de bens.
Comentários

Letra “c”. Conforme art. 1.848 do CC, salvo se houver justa causa, declarada
no testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade,
impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima.

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Portanto, o testamento com cláusula de incomunicabilidade sobre os bens da


legítima será válido apenas se houver justa causa, declarada no testamento.

40. (FUMARC - Outorga de Delegações de Notas e de Registro - Área


Remoção – TJMG/MG – 2012) Pelo Código Civil, a pessoa que estiver em
viagem, a bordo de navio nacional, pode testar perante o comandante.
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Sobre o testamento marítimo, é correto afirmar que


a) não necessita ser registrado no diário de bordo.
b) será feito na presença de duas testemunhas, por forma que corresponda ao
testamento público ou cerrado.
c) ficará sob a guarda de uma das testemunhas, que o entregará às autoridades
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administrativas do primeiro porto nacional.


d) será válido se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o
testador pudesse desembarcar e testar de forma ordinária.
Comentários

Letra “b”. Conforme art. 1.888 do CC, quem estiver em viagem, a bordo de
navio nacional, de guerra ou mercante, pode testar perante o comandante, em
presença de duas testemunhas, por forma que corresponda ao testamento
público ou ao cerrado. A letra “a” está errada, pois, conforme parágrafo único
do art. 1.888 do CC, o registro do testamento será feito no diário de bordo. A
letra “c” está errada, pois, conforme art. 1.890 do CC, o testamento marítimo
ou aeronáutico ficará sob a guarda do comandante, que o entregará às
autoridades administrativas do primeiro porto ou aeroporto nacional, contra
recibo averbado no diário de bordo. A letra “d” está errada, pois, conforme
art. 1.892 do CC, não valerá o testamento marítimo, ainda que feito no curso
de uma viagem, se, ao tempo em que se fez, o navio estava em porto onde o
testador pudesse desembarcar e testar na forma ordinária.

41. (MPE - BA – Promotor de Justiça Substituto - MPE/BA – 2010)


Bernardo, em 12 de maio de 2008, mediante testamento particular,
reconheceu a paternidade de Cecília, bem assim dispôs da metade de seu
patrimônio. Consta que o referido testamento foi celebrado em
circunstâncias excepcionais, devidamente declaradas na cédula, contudo,
sem testemunhas. Assinale a alternativa correta.
a) O testamento é anulável.
b) O testamento é inexistente.
c) O testamento é ineficaz.

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d) O testamento somente será válido no que concerne à disposição do


patrimônio.
e) O testamento poderá ser confirmado, a critério do Juiz.
Comentários

Letra “e”. Conforme art. 1.879 do CC, em circunstâncias excepcionais


declaradas na cédula, o testamento particular de próprio punho e assinado
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pelo testador, sem testemunhas, poderá ser confirmado, a critério do juiz.

42. (FUNRIO – Procurador - PGE/TO – 2007) Sobre as características


jurídicas do testamento podemos afirmar que:
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a) é um ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer tempo


b) é um ato personalíssimo, não podendo, contudo, ser mudado
c) o testamento não é um ato personalíssimo
d) o testamento pode ser um ato personalíssimo
e) pode ser ou não um ato personalíssimo, caso haja mudança
Comentários

Letra “a”. Conforme art. 1.858 do CC, o testamento é ato personalíssimo,


podendo ser mudado a qualquer tempo.

43. (ACEP – Advogado - BNB – 2006) Escolha a alternativa INCORRETA.


a) A deserdação só pode se efetivar quando a causa for expressamente
declarada em testamento.
b) São testamentos especiais: o marítimo, o aeronáutico, o militar e o cerrado.
c) Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da
sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em
seguida, o valor dos bens sujeito a colação.
d) Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais,
cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar.
e) Podem ser herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o
cônjuge.
Comentários

A alternativa incorreta é a letra “b”. Conforme art. 1.886 do CC, são


testamentos especiais: o marítimo; o aeronáutico; e o militar. A letra “a” está
certa, pois, conforme art. 1.964 do CC, somente com expressa declaração de
causa pode a deserdação ser ordenada em testamento. A letra “c” está certa,

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pois, conforme art. 1.847 do CC, calcula-se a legítima sobre o valor dos bens
existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do
funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação. A
letra “d” está certa, pois, conforme art. 1.841 do CC, concorrendo à herança
do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará
metade do que cada um daqueles herdar. A letra “e” está certa, pois,
conforme art. 1.845 do CC, são herdeiros necessários os descendentes, os
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ascendentes e o cônjuge.

44. (FCC – Procurador - Assembleia Legislativa - PB – 2013) Em relação


à sucessão legítima e à herança vacante, analise as seguintes afirmações:
I. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo
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notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão


sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor
devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.

II. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será


assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito
real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família,
desde que seja o único daquela natureza a inventariar.

III. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos,


salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos.

Está correto o que se afirma em

a) I e II, apenas.
b) I, II e III.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) III, apenas.
Comentários

Letra “b”. O item I está certo. Conforme art. 1.819 do CC, falecendo alguém
sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os
bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração
de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à
declaração de sua vacância. O item II está certo. Conforme art. 1.831 do CC,
ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será
assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito
real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família,
desde que seja o único daquela natureza a inventariar. O item III está certo.
Conforme art. 1.840 do CC, na classe dos colaterais, os mais próximos

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excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos


filhos de irmãos.

45. (FCC – Promotor de Justiça – MPE/CE – 2009) Na sucessão legítima o


direito de representação dá-se
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a) na linha reta descendente e, na transversal, em favor dos filhos de irmãos


do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.
b) apenas na linha reta ascendente.
c) na linha reta descendente e ascendente, mas nunca na transversal.
d) na linha reta ascendente e, na transversal, somente em favor dos filhos de
irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.
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e) apenas na linha reta descendente.


Comentários

Letra “a”. Conforme art. 1.852 do CC, o direito de representação dá-se na


linha reta descendente, mas nunca na ascendente. E, conforme art. 1.853 do
CC, na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor
dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.

46. (MSConcursos – Advogado - FSPSCE/RS – 2011) Acerca do Direito das


Sucessões, julgue os itens abaixo e assinale a alternativa CORRETA:
I – A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.

II – Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da


abertura daquela.

III – O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança;


incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a
escuse, demonstrando o valor dos bens herdados.

IV - Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde


a abertura da sucessão.

V – A aceitação da herança deve constar expressamente de instrumento


público ou termo judicial.

a) Todos os itens estão corretos.


b) Somente os itens II, III e IV estão corretos.
c) Somente os itens I, II, III e IV estão corretos
d) Somente os itens I, IV e V estão corretos.

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e) Somente os itens I, II, IV e V estão corretos.


Comentários

Letra “c”. O item I está certo. Conforme art. 1.785 do CC, a sucessão abre-se
no lugar do último domicílio do falecido. O item II está certo. Conforme art.
1.787 do CC, regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao
tempo da abertura daquela. O item III está certo. Conforme art. 1.792 do CC,
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o herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança;


incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a
escuse, demostrando o valor dos bens herdados. O item IV está certo.
Conforme art. 1.804 do CC, aceita a herança, torna-se definitiva a sua
transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão. O item V está errado.
Conforme art. 1.805 do CC, a aceitação da herança, quando expressa, faz-se
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por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos


próprios da qualidade de herdeiro.

47. (FCC – Assessor Jurídico de Gabinete de Juiz de Entrância Final -


TJPI/PI – 2010) João, viúvo, faleceu ontem deixando apenas dois filhos
vivos. Antes de seu falecimento, João celebrou testamento público
beneficiando em 50% de seus bens o seu neto, filho do seu primogênito,
ainda não concebido. Considerando que seu filho mais velho continua vivo
no momento da abertura da sucessão, mas o neto mencionado no
testamento ainda não foi concebido, este neto
a) não poderá ser chamado para suceder tendo em vista que não foi concebido
antes da celebração do testamento.
b) não poderá ser chamado para suceder tendo em vista que não foi concebido
até a abertura da sucessão.
c) poderá ser chamado para suceder, porém se decorridos dois anos após a
abertura da sucessão, e não for concebido o herdeiro esperado, os bens
reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros
legítimos.
d) poderá ser chamado para suceder, por ser o prazo para a sua concepção
limitado pelo Código Civil brasileiro em dez anos contados da abertura da
sucessão.
e) poderá ser chamado para suceder, porém se decorridos três anos após a
abertura da sucessão, e não for concebido o herdeiro esperado, os bens
reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros
legítimos.
Comentários

Letra “c”. Conforme inciso I do art. 1.799 do CC, na sucessão testamentária


podem ainda ser chamados a suceder: os filhos, ainda não concebidos, de

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pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão.
E, conforme § 4o do art.1.800 do CC, se, decorridos dois anos após a abertura
da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo
disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos.

48. (FUMARC – Outorga de Delegações de Notas e de Registro - Área


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Provimento - TJMG/MG – 2012) Sobre a aceitação e a renúncia da


herança, de acordo com o Código Civil Brasileiro, é correto afirmar
a) A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à
herança.
b) Importa aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança aos demais
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coerdeiros.
c) A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento
particular ou termo judicial.
d) Exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado,
os conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.
Comentários

Letra “a”. Conforme parágrafo único do art. 1.804 do CC, a transmissão tem-
se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança. A letra “b” está
errada, pois, conforme § 2o do art. 1.805 do CC, não importa aceitação a
cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros. A letra
“c” está errada, pois, conforme art. 1.806 do CC, a renúncia da herança deve
constar expressamente de instrumento público ou termo judicial. A letra “d”
está errada, pois, conforme § 1o do art. 1.805 do CC, não exprimem aceitação
de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente
conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.

49. (FUMARC – Outorga de Delegações de Notas e de Registro - Área


Remoção - TJMG/MG – 2012) Sobre a petição de herança, considerando
o Código Civil Brasileiro,
a) sendo exercida por um só dos herdeiros, poderá compreender todos os bens
hereditários.
b) são eficazes as alienações feitas, a título gratuito, pelo herdeiro aparente a
terceiro de boa-fé.
c) a partir da citação, a responsabilidade do possuidor se há de aferir pelas
regras concernentes à posse de boa-fé e à mora.

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d) o herdeiro aparente, que de boa-fé houver pago um legado, está obrigado a


prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de
proceder contra quem o recebeu.
Comentários

Letra “a”. Conforme art. 1.825 do CC, a ação de petição de herança, ainda que
exercida por um só dos herdeiros, poderá compreender todos os bens
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hereditários. A letra “b” está errada, pois, conforme parágrafo único do art.
1.827 do CC, são eficazes as alienações feitas, a título oneroso, pelo herdeiro
aparente a terceiro de boa-fé. A letra “c” está errada, pois, conforme
parágrafo único do art. 1.826 do CC, a partir da citação, a responsabilidade do
possuidor se há de aferir pelas regras concernentes à posse de má-fé e à
mora. A letra “d” está errada, pois, conforme art. 1.828 do CC, o herdeiro
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aparente, que de boa-fé houver pago um legado, não está obrigado a prestar
o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de proceder
contra quem o recebeu.

50. (FUNDATEC – Auditor Fiscal da Receita Estadual - SEFAZ/RS – 2014)


Analise as seguintes assertivas sobre o inventário e a partilha, conforme o
regramento previsto no Código Civil:
I. Desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha, a
administração da herança será exercida pelo inventariante.

II. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido, porém, após
realizada a partilha, a responsabilidade pelas dívidas em questão passa aos
herdeiros, de forma solidária, mas no limite da herança que lhe couber.

III. Se um dos herdeiros for devedor do espólio, sua dívida será extinta em
sua totalidade, face à ocorrência da confusão, não podendo a sua dívida ser
partilhada entre os herdeiros ou imputada no quinhão do devedor.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
Comentários

Letra “a”. O item I está certo. Conforme art. 1.991 do CC, desde a assinatura
do compromisso até a homologação da partilha, a administração da herança
será exercida pelo inventariante. O item II está errado. Conforme art. 1.997

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do CC, a herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita
a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que
na herança lhe coube. O item III está errado. Conforme art.2.001 do CC, se o
herdeiro for devedor ao espólio, sua dívida será partilhada igualmente entre
todos, salvo se a maioria consentir que o débito seja imputado inteiramente
no quinhão do devedor.
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51. (FCC/ISS-Teresina/2016) Na sucessão legítima e testamentária:


a) a renúncia abdicativa confere aos descendentes do renunciante participar da
herança por estirpe, em representação ao herdeiro renunciante, como se
morto fosse.
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b) a aceitação da herança pode ser expressa, tácita ou presumida, mas a


renúncia válida sempre deve ser expressa e por instrumento público ou por
termo judicial, de modo que a renúncia por instrumento particular é nula de
pleno direito.
c) a aceitação da herança somente se faz necessária na sucessão
testamentária, uma vez que na legítima vale a regra de saisine.
d) falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro necessário
notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão
sob a guarda e administração de um curador, até a entrega ao sucessor
devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.
e) a renúncia de todos os herdeiros de uma mesma classe, em favor do monte
hereditário, na verdade constitui forma renúncia in favorem ou translativa e,
assim, configura ato de transmissão inter vivos e incide o respectivo imposto.
Comentários

Letra “b”. De acordo com os arts. 1.805 e 1.807 do CC, a aceitação da


herança deve ser expressa, tácita ou presumida. Já o art. 1.806 do CC
preceitua que a renúncia da herança deve ser sempre expressa, visto que
representa uma renúncia de um direito. Assim, deve ser solene: por
instrumento público ou por termo judicial. Portanto, a renúncia por
instrumento particular é nula de pleno direito, por desrespeito à forma e à
solenidade, conforme as nulidades previstas ao negócio jurídico (art. 166).
Letra “b” é o gabarito.

Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por


declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos
próprios da qualidade de herdeiro.

Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a


herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz
prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o
herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.

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Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: IV - não revestir a forma


prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere
essencial para a sua validade;

Já a letra “a” está incorreta porque a renúncia da herança represente, em


consequência, que o renunciante seria um estranho à sucessão. Assim, não
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existe direito de representação por parte de seus descendentes. Ou seja, o


quinhão renunciado deve ser destinado aos demais herdeiros da mesma
classe. Agora, no caso específico onde o renunciante é o único de sua classe, o
seu quinhão será destinado à classe subsequente e, portanto, os seus
descendentes serão convocados a participar da sucessão por direito próprio e
por cabeça, e não por estirpe ou representação (art. 1.811).
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Art. 1.811. Ninguém pode suceder, representando herdeiro renunciante.

Se, porém, ele for o único legítimo da sua classe, ou se todos os outros da
mesma classe renunciarem a herança, poderão os filhos vir à sucessão, por
direito próprio, e por cabeça.

Em relação à letra “c”, o princípio da saisine está representado no art. 1.784,


pelo qual “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos
herdeiros legítimos e testamentários”, ou seja, há a transmissão da posse,
mesmo que indireta, aos herdeiros independentemente de qualquer condição.
Então, a regra da saisine refere-se tanto à sucessão legítima quanto à
testamentária, assim como a aceitação, que nada mais é do que o ato de
confirmação da transmissão da herança, pois ninguém pode ser herdeiro
contra a sua vontade. Portanto, o erro da assertiva está na expressão
“somente”.

Letra “d”. Incorreta, pois a chamada herança jacente ocorre quando não são
conhecidos os herdeiros testamentários e legítimos ou, quando conhecidos,
ocorrer a renúncia à herança sem deixar outros herdeiros, de acordo com o
art. 1.819 do CC: “Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro
legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados,
ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao
sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância”. Portanto,
ao substituir o termo “herdeiro legítimo” por “herdeiro necessário”, o
examinador torna a assertiva incorreta, já que além dos herdeiros
necessários, os herdeiros legítimos englobam também os herdeiros
facultativos (colaterais até o 4o grau e companheiro).

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Letra “e”. A renúncia abdicativa é aquela que ocorre em favor do monte, de


forma pura e simples, não incidindo imposto de transmissão intervivos. Já a
renúncia translativa ocorre em favor de determinada pessoa (in favorem),
incidindo o respectivo imposto de transmissão. Logo, esta assertiva está
incorreta.

52. (VUNESP – Analista Judiciário - Área Direito - TJ/MT – 2008) A


sucessão abre-se no lugar
a) do falecimento.
b) do domicílio do inventariante.
c) em que se encontrarem os bens do falecido.
d) do domicílio dos herdeiros.
e) do último domicílio do falecido.
Comentários

Letra “e”. Conforme art. 1.785 do CC, a sucessão abre-se no lugar do último
domicílio do falecido. Lembrando que o domicílio da pessoa natural é o lugar
onde ele estabelece a sua residência com ânimo definitivo (art. 70). Vale
destacar, em forma de complemento, o que preceitua o Novo Código de
Processo Civil sobre este assunto:

Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o


competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento
de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha
extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o
óbito tenha ocorrido no estrangeiro.

Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é


competente:

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I - o foro de situação dos bens imóveis;

II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;

III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do
espólio.
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53. (VUNESP - Analista Judiciário - Área Direito – TJ/MT – 2008) Na


sucessão testamentária,
a) o testamento é definitivo, não podendo ser alterado, ainda que pelo que
testou.
b) extingue-se em 2 anos o direito de impugnar a validade do testamento,
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contado o prazo da data do seu registro.


c) a incapacidade superveniente do testador invalida o testamento.
d) podem testar os maiores de 16 anos.
e) é permitido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou
correspectivo.
Comentários

Letra “d”. Conforme parágrafo único do art. 1.860 do CC, podem testar os
maiores de dezesseis anos. A letra “a” está errada, pois, conforme art. 1.858
do CC, o testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a qualquer
tempo. A letra “b” está errada, pois, conforme art. 1.859 do CC, extingue-se
em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contado o
prazo da data do seu registro. A letra “c” está errada, pois, conforme art.
1.861 do CC, a incapacidade superveniente do testador não invalida o
testamento, nem o testamento do incapaz se valida com a superveniência da
capacidade. A letra “e” está errada, pois, conforme art. 1.863 do CC, é
proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo.

54. (FGV - Analista Judiciário - Área Judiciária – TJ/BA - 2015) Eduardo


faleceu em virtude de um acidente automobilístico. Não deixou
descendentes ou ascendentes, restando apenas quatro irmãos na qualidade
de herdeiros legítimos. Dois irmãos, André e Cláudio, são filhos do primeiro
casamento do pai de Eduardo, enquanto os outros dois, Valério e Gabriel,
são resultantes do casamento de seu pai com sua mãe. Para efeito de
sucessão legítima, é correto afirmar que:
a) André e Cláudio herdarão a metade do que Valério e Gabriel herdarem;
b) os bens serão transmitidos para a municipalidade;
c) Valério e Gabriel herdarão a metade do que André e Cláudio herdarem;

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d) os quatros irmãos herdarão em igualdade de condições, por força das regras


da ordem da vocação hereditária prevista na lei civil;
e) os quatros irmãos herdarão em igualdade de condições, por força dos
princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da igualdade.
Comentários

Letra “a”. Conforme art. 1.841 do CC, concorrendo à herança do falecido


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irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do


que cada um daqueles herdar. Portanto, André e Cláudio (irmãos unilaterais)
herdarão a metade do que Valério e Gabriel (irmãos bilaterais) herdarem.

Então, aqui acabamos o nosso curso. Esperamos que


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tenha sido produtivo. Continuem firme na luta. Ao final,


valerá muito a pena!!!!!

Bons estudos!!!!!!!!

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