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EXCELENTÍSSIMO (a) SENHOR (a) DR (a) JUIZ (a) DE DIREITO DA

xxxxxxxxxxxxxxCOMARCA DE xxxxxxxxxxxxxxxx.

Processo nº xxxxxxxxxxxxxx

Apelante: xxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxx, já devidamente qualificado


nos autos do processo em epígrafe em que lhe move a Justiça Pública, vem,
por meio de seu advogado infra-assinado, não se conformando com a sentença
que o condenou o apelante “condenado a pena de 08 (oito) anos de
reclusão e multa de 1700 (um mil e setecentos) dias-multa fixados em 1/30
do salário-mínimo. Em virtude do montante da pena e do julgamento proferido
pelo Supremo Tribunal Federal em 2012, apontando ain constitucionalidade do
§1º do artigo 2º da Lei nº 8072/90, por ferir o princípio constitucional da
individualização da pena, bem como a aprovação da Tese nº972, em novembro
de 2017, pela Corte Magna, no julgamento do Habeas Corpus nº 111.640/ES,
declarando que “É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, §1º,
da Lei nº 8072/90, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da
condenação, ater-se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal”,
além dos verbetes das Súmulas nºs. 269 e 440 do Superior Tribunal de Justiça
e 718 e 719 do Supremo Tribunal Federal, aplico o artigo 33, §2º, “a”, primeira
parte, do Código Penal, e fixo o regime inicial de cumprimento da pena de
GUIHATI ARAKI NETO no fechado. Consigno que deixo de promover a
eventual progressão de regime na fixação da pena nos termos do §2º do artigo ,
dela vem interpor, tempestivamente 387 do Código de Processo Penal,
devendo se dar a apreciação pelo juízo da execução, pela ausência de
elementos subjetivos nos autos relativos ao comportamento do sentenciado
durante o período de prisão provisória, bem como pela dinâmica que geraria
tratamento diferenciado – e inconstitucional -entre presos provisórios e
reeducandos, onde alguns sentenciados cumprindo apenas alguns meses, em
um período inferior a 1/6 (um sexto) ou outro previsto em Lei, seriam colocados
em regime semiaberto, v.g., o condenado a 06 (seis) anos e 05 (cinco) meses
no regime semiaberto e com aproximadamente dez meses de prisão provisória
iria para o regime aberto, enquanto o que se visse condenado pelo mesmo
período e com apenas dois meses de prisão provisória se veria no regime
fechado e com a necessidade de um lapso temporal muito maior para ser
inserido no regime mais benéfico. SUBSTITUIÇÃO DA PENA. O montante da
pena e os requisitos subjetivos não foram preenchidos pelo sentenciado
GUIHATI ARAKI NETO para a benesse da substituição da pena privativa de
liberdade pela restritiva de direitos, embora o Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do HC97256/RS, em novembro/2010, tenha declarado
inconstitucional o artigo 44 “caput” da Lei nº 11.343/2006. LIBERDADE PARA
APELAR. Estando o sentenciado GUIHATIARAKI NETO preso durante todo o
processo e persistindo os motivos que levam a manutenção da prisão
preventiva, ou seja, o abalo a ordem pública diante da gravidade concreta dos
crimes perpetrados, com alto potencial lesivo e em circunstâncias que
evidenciam a atuação de forma organizada no mundo do tráfico, preenchendo
assim o disposto no artigo 312, “caput”, parte final e §2º do Código de
Processo Penal, já com a redação imprimida pela Lei nº 13.964/2019,
INDEFIRO o direito de recorrer em liberdade, não se configurando qualquer
violação a lei quando presentes estas circunstâncias. Nesse sentido:
HABEASCORPUS LIBERATÓRIO. TRÁFICO DE DROGAS. SENTENÇA
CONDENATÓRIA.MODIFICAÇÃO DE REGIME. DETRAÇÃO PENAL.
DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE.PRISÃO PREVENTIVA.
MOTIVAÇÃO IDÔNEA. PACIENTE QUE RESPONDEU O
PROCESSORECOLHIDO AO CÁRCERE. REGIME SEMIABERTO.
EXPEDIÇÃO DE GUIA DERECOLHIMENTO PROVISÓRIA. 1- Tratando-se de
crime equiparado a hediondo, eventual desconto do tempo de prisão provisória
para determinação do regime inicial de resgate da pena(art. 387, § 2°, do CPP),
deve ser analisado em cotejo ao contexto fático-probatório, sendo inviável por
esta via de cognição sumária. 2- Incabível a concessão do direito de recorrer
em liberdade ao processado que permaneceu preso durante todo o tramitar
processual, máxime, quando persistem os motivos da segregação. 3- Não há
incompatibilidade entre a manutenção da prisão preventiva na sentença e o
regime expiatório inicial semiaberto, quando for determinada a expedição de
Guia de Recolhimento Provisória. 4- Ordem parcialmente conhecida e, nesta
extensão, denegada.(TJGO, Habeas Corpus 5687132-71.2019.8.09.0000,Rel.
J. PAGANUCCI JR., 1ª Câmara Criminal, julgado em 13/12/2019, DJe de
13/12/2019).Original sem destaque. Com o mesmo norte permissivo das
constrições cautelares, cito os seguintes julgados: (TJGO, Habeas Corpus
5675648-59.2019.8.09.0000, Rel.NICOMEDES DOMINGOS BORGES, 1ª
Câmara Criminal, julgado em 18/12/2019, DJe de18/12/2019);(TJGO, Habeas
Corpus 5682272-27.2019.8.09.0000, Rel. IVO FAVARO, 1ª Câmara Criminal,
julgado em 17/12/2019, DJe de 17/12/2019);(TJGO, Habeas Corpus 5639313-
41.2019.8.09.0000, Rel. Avelirdes Almeida Pinheiro de Lemos, 1ª Câmara
Criminal, julgado em17/12/2019, DJe de 17/12/2019); (TJGO, Habeas Corpus
5656335-15.2019.8.09.0000, Rel.ITANEY FRANCISCO CAMPOS, 1ª Câmara
Criminal, julgado em 16/12/2019, DJe de16/12/2019); (TJGO, Habeas Corpus
5663847-49.2019.8.09.0000, Rel. CARMECY ROSA MARIAALVES DE
OLIVEIRA, 2ª Câmara Criminal, julgado em 09/12/2019, DJe de 09/12/2019);
(TJGO,Habeas Corpus 5555294-05.2019.8.09.0000, Rel. LUIZ CLAUDIO
VEIGA BRAGA, 2ª Câmara Criminal, julgado em 09/12/2019, DJe de
09/12/2019);(TJGO, Habeas Corpus 5453696-08.2019.8.09.0000, Rel. J.
PAGANUCCI JR., 1ª Câmara Criminal, julgado em 27/11/2019, DJe de
27/11/2019); (TJGO, Habeas Corpus 5589393-98.2019.8.09.0000, Rel. J.
PAGANUCCI JR., 1ªCâmara Criminal, julgado em 08/11/2019, DJe de
08/11/2019); (TJGO, Habeas Corpus 5501619-30.2019.8.09.0000, Rel. JOÃO
WALDECK FELIX DE SOUSA, 2ª Câmara Criminal, julgado em16/10/2019,
DJe de 16/10/2019); (TJGO, Habeas Corpus 5530344-29.2019.8.09.0000,
Rel.LEANDRO CRISPIM, 2ª Câmara Criminal, julgado em 15/10/2019, DJe de
15/10/2019);(TJGO,Habeas Corpus 5401551-72.2019.8.09.0000, Rel.
LEANDRO CRISPIM, 2ª Câmara Criminal,julgado em 29/07/2019, DJe de
29/07/2019); (TJGO, Habeas Corpus 5083827-31.2019.8.09.0000, Rel.
LEANDRO CRISPIM, 2ª Câmara Criminal, julgado em 22/03/2019, DJede
22/03/2019);(RHC 117.997/RS, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA
PALHEIRO, SEXTATURMA, julgado em 10/12/2019, DJe 19/12/2019);(HC
534.463/MS, Rel. Ministro ROGERIOSCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 26/11/2019, DJe 02/12/2019); (HC 531.760/MG,Rel. Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 12/11/2019,
DJe20/11/2019); (HC 526.186/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ,
SEXTA TURMA, julgado em 05/11/2019, DJe 11/11/2019); (HC 528.815/MG,
Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTICRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
05/11/2019, DJe 11/11/2019);(HC n.413.447/SP, relatorMinistro ROGERIO
SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 3/10/2017, DJe de 9/10/2017)7.
Ordem denegada.(HC 525.502/RS, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA
PALHEIRO, SEXTATURMA, julgado em 15/10/2019, DJe 24/10/2019);(HC
513.748/MG, Rel. Ministro ROGERIOSCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 15/10/2019, DJe 21/10/2019); (HC 519.609/RS,Rel. Ministro
ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 19/09/2019,
DJe11/10/2019); e, (HC 510.839/MG, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA
PALHEIRO, SEXTATURMA, julgado em 27/08/2019, DJe
04/09/2019).Expeçam a guia provisória de execução da pena de GUIHATI
ARAKI NETO remetendo-a ao juízo da execução penal na Vara competente em
Goiânia-GO., onde deverão ser interpostos todos os futuros incidentes
referentes à execução penal, com a unificação de todas as eventuais
condenações, fixação de eventual novo regime de cumprimento depena a ser
imposto e decidido sobre eventual recambiamento, promovendo a detração do
tempo efetivamente preso provisoriamente, remições etc., possibilitando ao
sentenciado, agora reeducando provisório, auferir, caso já implantado os
requisitos objetivos e subjetivos, os benefícios inerentes ao cumprimento da
pena, dando vazão ao entendimento sufragado no verbete da Súmula nº 716
do Supremo Tribunal Federal. REPARAÇÃO DOS DANOS –ARTIGO 387,
INCISO IV – CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. Inexistindo pedido expresso na
denúncia com liquidez mínima e fenecendo o devido contraditório e a ampla
defesa nos autos, deixo de fixar o valor mínimo a título de reparação de
eventual dano a ser reclamado na esfera cível, sem olvidar que a vítima é a
sociedade e o pedido, em tese, se firma em prol de indenização a coletividade.
PROVIDÊNCIAS FINAIS. Determino a perda do (s) objeto(s) e/ou valor (es),
nos termos do artigo 63 da Lei nº 11.343/2006, apreendidos com o sentenciado
no momento da prática criminosa além da substância ilícita, autorizando a
venda/destruição/doação/incorporação, através da Diretoria do Foro da
Comarca. Consigno aos réus que qualquer pedido de restituição somente será
processado obedecido ao prescrito no artigo 63-A da Lei nº 11.343/2006.
Expeçam a guia provisória de execução da pena de GUIHATI ARAKI NETO
remetendo-a ao juízo da execução penal na Vara competente em Goiânia-GO.
Transitada em julgado a sentença, lancem o nome do sentenciado no rol dos
culpados, oficiando a justiça eleitoral para suspensão dos direitos políticos dos
mesmos e ao Instituto de Criminalística, além de transmutar a guia de
execução provisória em definitiva e oficiar nos termos do §4º do artigo 63 e 72
da Lei nº 11.343/2006. CUSTAS E HONORÁRIOS. Ante a aparente situação
financeira do sentenciado, deixo de condená-lo ao pagamento das custas
processuais, embora o correto fosse condená-lo e dispensar do pagamento sob
a condição rebus sic stantibus pelo prazo legal o que, todavia, representaria um
mero preciosismo técnico e formal absolutamente inócuo diante da realidade
vivenciada na seara processual criminal nacional, assim como as penas de
multa (às quais dedico atenção meramente formal e mínima na sentença, uma
vez que não soa de constitucionalidade escorreita o condenado sofrer sanções
além da já imposta à liberdade em virtude de sua incapacidade financeira).
Sequer as penas principais são cumpridas com a exatidão pretendida diante da
cristalina ineficácia estatal. RECURSOS: Recebo a apelação interposta pela
defesa de GUIHATI nos seus legais e jurídicos efeitos, conforme o disposto nos
artigos 593 e 596 do CPP. Fica intimado o recorrente a apresentar suas razões
no prazo de 08 (oito) dias(art. 600 do CPP). Com a juntada concedam vista ao
Ministério Público para suas contrarrazões no mesmo prazo. O Ministério
Público não recorreu. Aperfeiçoados os atos ligados ao recurso, remetam-nos
ao E. Tribunal de Justiça do Estado de Goiás para a apreciação. Dou os
presentes por intimados”. Do que, para constar, lavrou-se o presente termo, o
qual, lido e se mostrando conforme a audiência virtual, vai devidamente
assinado eletronicamente pelo MM. Juiz de Direito que presidiu o ato.”

Desta Sentença dela vem interpor:

RECURSO DE APELAÇÃO
Com fulcro no artigo 593, I, do CPP do
Código de Processo Penal, ao Egrégio Tribunal.

Termos em que, requerendo se digne


Vossa Excelência a processar a Apelação ora interposta, cujas razões seguem
anexas.

Pede e espera deferimento.

Goiânia, 13 de abril de 2021.

xxxxxxxxxxxxxxxx

Advogado

OAB/GO n° xxxx
RAZÕES DE APELAÇÃO

Processo nº xxxxxxxxxxxx

Apelante: xxxxxxxxxx

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE xxxxxxxxxx

COLENDA CÂMARA,

ÍNCLITOS JULGADORES,

Em que pese o ilibado saber jurídico da


MM Juiz de 1º grau, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida
contra o apelante, pelas razões a seguir aduzidas.

Pela respeitável sentença, entendeu o


preclaro Magistrado a quo pela condenação do Apelante à pena corporal
reclusiva de 08 (oito) anos de reclusão e multa de 1700 (um mil e
setecentos) dias-multa fixados em 1/30 do salário-mínimo, vigente à época
do fato delituoso, por infringência, segundo a sentença ora combatida, dos
artigos 33, caput e 34 da Lei n. 11.343/2006.

Ocorre que a sobredita sentença, data


máxima vênia, não merece prosperar, como será exaustivamente
demonstrado, sendo certo que sua reforma é medida que se impõe, uma vez
que os fundamentos ali entabulados são essencialmente desarrazoados e
desproporcionais, portanto, inidôneos do ponto de vista jurídico a lastreá-la.
SÍNTESE DOS FATOS E DA MARCHA PROCESSUAL

Que, no dia 05/02/2020, por volta das


16h01m, na Avenida São Paulo, no Setor Vila Brasília e na Rua Mateus Lemes,
quadra 91, lote 11, Jardim Maria Inês, ambos os endereços localizados neste
município de Aparecida de Goiânia/GO, o denunciado GUIHATI ARAM NETO
trazia consigo e mantinha em depósito, para fins de comercialização, 01 (uma)
porção de cocaína, composta de material pulverizado de cor branca,
acondicionado em saco plástico transparente, com massa bruta de 995g
(novecentos e noventa e cinco gramas) e 02 (duas) porções de cocaína,
compostas de material petrificado de coloração amarelada, acondicionada em
potes plásticos, sendo um transparente e o outro de cor rosa, com massa bruta
de 1.670g (mil e seiscentos e setenta gramas), substâncias esta entorpecente
que causa dependência química, fisica e psíquica, sem autorização e em
desacordo com determinação legal e regulamentar, nos termos da Portaria 344
de 12/05/1998, conforme termo de exibição e apreensão de fl. 11, laudo de
perícia criminal de constatação de drogas de fis. 12/14 e registro de
atendimento integrado n° 13733645 de fis. 16/24.

Consta, ainda, que, nas mesmas


circunstâncias de local, horário e dia, o denunciado xxxxxxxx possuía objeto
destinado à preparação de drogas, quais sejam, 04 (quatro) porções de
material pulverizado de coloração branca, acondicionados em plástico
transparente, com massa bruta de 3.410g (três mil e quatrocentos e dez
gramas), 01 (uma) balança eletrônica de plataforma, marca BD, 02 (duas)
prensas, sendo um com marca de peixe e a outra com suástica nazista, 06
(seis) potes plásticos de cores diversas e diversos plásticos para embalagem,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
de acordo com termo de exibição e apreensão de fl. 11, laudo de perícia
criminal de constatação de drogas de fis. 12/14 e registro de atendimento
integrado n° 13733645 de fis. 16/24.

Juntado ao feito os autos de Inquérito


Policial, iniciado em decorrência de Auto de Prisão em Flagrante, e
posteriormente realizada audiência de custódia, onde sua Prisãpo vou
convertida em preventiva.

Ato contínuo, o Ministério Público


apresentou Denúncia em desfavor do Acusado, imputando-lhe o delito
tipificado no artigos 33, caput e 34 da Lei n. 11.343/2006.

Devidamente citado, o Acusado


apresentou resposta à Acusação.

Realizada a oitiva de testemunhas aos


eventos, e. Oitiva do ofendido ao evento. Por fim, realizado o interrogatório do
Acusado, conforme contido aos autos.

As partes dispensaram a necessidade


de diligências decorrentes da fase instrutória.

Ao evento, o Ilustre representante do


Ministério Público apresentou alegações finais orais, pugnando, em síntese,
pela: (i) procedência da ação penal para o fim de condenar o Acusado na
sanção prevista nos artigos 33, caput e 34 da Lei n. 11.343/2006.

Em seguida, o defensor do Acusado


que esta subscreve, para a apresentação de suas Alegações Finais Orais.

E por fim a Sentença Condenatória.

São os fatos em sua brevidade


necessária.

É a síntese fático-processual necessária.

DO MÉRITO
Ínclito Desembargador-relator, nesta
primeira incursão no terreno de mérito, merece relevo abordar que a matéria
versada no presente Recurso de Apelação, e a ser reexaminada por essa E.
Corte, está dividida em apenas um ponto crucial do édito condenatório alvo de
combate e que carece ser enfrentado com a já conhecida e inseparável
sensibilidade judicante de Vossa Excelência!

Da Sentença

Eminente, nesta primeira incursão no


terreno de mérito, impende dizer que na Sentença ora atacada, no seu teor
possui o seguinte trecho “de 08 (oito) anos de reclusão e multa de 1700 (um
mil e setecentos) dias-multa fixados em 1/30 do salário-mínimo

Sendo que Ínclito Desembargador-


relator, artigo 33, §4º, da Lei de Drogas, pela quantidade de droga apreendida,
seus antecedentes criminais e a condenação anterior, além das circunstâncias
que fazem inferir a certeza de envolvimento no crime de forma organizada.
Resta a pena fixada definitivamente em 05 (cinco) anos de reclusão e multa.
Multa. Por imposição dada pela redação do dispositivo sancionatório
penal na legislação especial, analisando e levando-se em consideração a
condição financeira do sentenciado, condeno-a a pena pecuniária
equivalente a 500 (quinhentos) dias-multa, à razão de 1/30 sobre o salário-
mínimo vigente à época do fato (artigo 43 e parágrafo único da Lei nº
11.343/2006), que deverá ser atualizada até a data do efetivo pagamento
da condenação.

Pois bem em relação, à referida


condenação ao Art. 33 da Lei 11.343/2006, não há o que se falar, pois o
mesmo é réu confesso em relação à droga apreendida com o mesmo.
Em relação ao Art. 34 da Lei
11.343/2006, Doso-lhe a pena nos termos dos artigos 59 c/c 68, ambos do
Código Penal, além do artigo 42 da Lei nº 11.343/2006 e artigo 315 e seus
consectários do Código de Processo Penal: quanto à culpabilidade,
embora exista uma corrente que entenda cabível analisar a sua
intensidade nesta fase, tenho que esta se vê ligada ao tipo penal e já foi
aferida na tipicidade penal que levou a condenação pela ausência de
excludentes da mesma, uma vez que inexistem nos autos elementos que
indiquem a presença de transtornos mentais que justificassem o ato sem
a aplicação de pena stricto sensu, sendo o sentenciado plenamente
imputável. Destarte, tenho que a culpabilidade tratada nesta fase da
sentença é a que está jungida a reprovabilidade da conduta, sendo neutra
nesse momento, pois trata-se da calibração da pena-base pelos influxos
das demais circunstâncias judiciais; anoto que há que se censurar de
forma normal a conduta criminosa do sentenciado uma vez que as
circunstâncias são as normais impostas pelo tipo penal; quanto aos
antecedentes, em que pese o respeitável verbete da Súmula nº 444 do
STJ, que tem um entendimento que se encontra em constante discussão
e evolução, o sentenciado ostenta outras imputações, inclusive com
condenações, porém algumas ainda em fase recursal e uma com trânsito
em julgado, o que não será sopesado de forma a violar o princípio do non
bis in idem; em relação à sua conduta social e personalidade, são
desfavoráveis ao sentenciado na medida em que vem se envolvendo
habitualmente em condutas criminosas; os motivos estão ligados a
cupidez material e a não dedicação ao trabalho honesto; e o
comportamento da vítima em nada contribuiu para a ocorrência do fato,
até pela espécie do tipo penal que ostenta como objetividade jurídica a
incolumidade pública; por fim as consequências do crime, são
gravíssimas, anotando que hodiernamente o crime traz graves
consequências para a distopia de nossa sociedade. Pena Base. Isto
posto, analisando as circunstâncias judiciais gerais condensadas para a
mensuração da pena da primeira fase na culpabilidade (reprovabilidade),
tenho que o mínimo é o suficiente para a resposta estatal penal e,
portanto, fixo a pena-base em 03 (três) anos de reclusão e multa.
Onde a mesma é a matéria a ser
combatida nos referidos autos de apelação.

Da Ausência de nexo entre os materiais apreendidos (Art. 34 da


Lei 11.343/06.

Pois bem, em audiência, ficou


comprovado pelas testemunhas (policiais), que o mesmo não morava sozinho
no referido imóvel, e o acusado afirmou que morava com mais pessoas, no
referido ambiente.

Este imóvel seria como albergue, para


pessoas que saem do complexo prisional, e não possuem outro lugar pra
morar, e ali os mesmos se juntam, como albergue, para moradia.

Cabe salientar que o material


aprendido na referida residência, foi veemente negado pelo Apelante, pois não
pertencia ao mesmo, tanto que em relação o que foi aprendido com o mesmo,
o mesmo assumiu que o referido material entorpecente lhe pertencia.

Podemos perceber que o referido


material apreendido com o mesmo, não possui as mesmas características, com
o que foi apreendido no referido imóvel, como vamos citar abaixo.

Conforme Termo de Apreensão R.A.I


n° 13733645 , temos que destacar:
Como podemos observar, existem 02
prensas uma com marca de peixe e outra com uma suástica, que é para usar
para marcação de Drogas, que este material pertencia a outro morador desse
“albergue”.

Pois bem, para demonstrar, que este


referido material não pertencia ao Apelante, temos o termo do condutor do
flagrante onde o mesmo relata no seguinte trecho:

A marca do entorpecente, encontrada,


com o apelante não condiz com as referidas marcas encontradas nas prensas
no referido imóvel, como diz “um tablete de cocaína com a marca de um
raio”.

Pois, como já explicado o Apelante,


não teria que ser condenado pelo Art.34 da Lei 11.343/06, pois não existe
prova robusta que este material lhe pertencia.

Contrariamente ao que fora exposto


nas considerações fáticas, capitaneadas dos depoimentos prestados na fase
extrajudicial, temos que, em verdade, o Apelante jamais exerceu o refino de
cocaína.

Assim, a r. sentença esta totalmente


equivocada, dever ser cassada para outra ser prolatada, pois condenou o
mesmo no Art. 34 da Lei 11.343/06, por falta de robustez das provas
relacionados, além que o mesmo tem o direito do cumprimento no regime
semi- aberto.

A defesa, entende que a r. Sentença


deverá ser reparada, não tem fundamentação jurídica nem provas para dar
sustentação de manter o crime relacionado ao Art.34 da Lei 11.343/06.
Da assistência Judiciária Gratuita

O Apelante pede lhe seja


concedido o benefício da assistência judiciária gratuita, na forma da Lei no
1.060/50, mormente no art. 4º c/c art. 5º, § 4º, que preceituam: “A parte gozará
dos benefícios da assistência judiciária, mediante simples afirmação, na própria
petição inicial, de que não está em condições de pagar as custas do processo
e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família. “[...] Será
preferido para a defesa da causa o advogado que o interessado indicar e que
declare aceitar o encargo”, vez, atualmente, encontra-se sem saúde financeira
capaz de custear os valores processuais e os honorários de advogado.

Nessa senda, vale destacar


oportunamente, que a assistência judiciária, mecanismo de garantia do amplo
acesso ao Judiciário, pode ser requerida através de simples afirmação, na
própria petição inicial, de que a parte Apelante não tem condições de prover as
custas processuais e os honorários advocatícios, sem prejuízo da própria
manutenção. É esse o entendimento do Col. SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA, no julgamento do REsp no 151.943-GO, publicado no DJU de
29.06.98.
Motivos pelos quais pede o
Apelante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.

Do preparo recursal

Quanto ao recolhimento do
preparo com vistas a um dos requisitos do juízo de admissibilidade do presente
Recurso de Apelação, assim se posiciona o Conselho Nacional de Justiça:

“Não há amparo na Constituição


Federal para a exigência de recolhimento prévio de custas na ação penal
pública, incluindo-se nesta premissa toda a despesa processual, inclusive
verba para a condução do Oficial de Justiça. No curso da ação penal pública o
exercício do “jus puniendi” é dever do Estado. Assim, compreende-se que o
ônus relativo à ação e também a coleta de provas necessárias a decisão
acerca da viabilidade da demanda, compete àquele que tem a dever de
exercer a persecução penal nos crimes desta natureza. Ademais, ninguém
será considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória, portanto, com respaldo nas garantias constitucionais da
presunção da inocência, ampla defesa e devido processo legal, fica
inviabilizada a cobrança de qualquer taxa ou despesa que pode constituir
empecilho ao seu exercício. É manifestamente inconstitucional qualquer
decisão, lei ou ato administrativo que possa, mesmo que por vias transversas,
interferir prejudicialmente no exercício pleno do direito de defesa nas ações
penais. Ressalte-se que o artigo 806, parágrafos 1º, 2º e 3º do Código de
Processo Penal têm repercussão apenas nas ações penais privadas”.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer se digne


essa Egrégia Corte dar provimento ao presente Recurso de Apelação, para:

Seja julgado procedente o presente


recurso de apelação, para que seja retirado o art 34 da lei 11.343/06, por
absoluta falta de provas.

Seja remetido os autos ao Egrégio


Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, para que seja recebido, processado e
julgado procedente, e ao final provido.
Sendo assim conforme preceitua a
legislação processual penal, e demais normas, pois, assim, Ínclitos Julgadores
estará promovendo a mais lídima.

JUSTIÇA!
Neste Termos

Espera Deferimento.

Goiânia, 13 de abril de 2021.

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OAB/GO xxxxxxxxxx

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