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Consulta Jurisprudência

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0001125-78.2018.8.08.0032
Classe: Apelação Criminal
Órgão: SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL
Data de Julgamento: 11/03/2020
Data da Publicação no Diário: 16/03/2020
Relator: SÉRGIO LUIZ TEIXEIRA GAMA
Relator Substituto : PAULO CESAR DE CARVALHO
Origem: MIMOSO DO SUL - 2ª VARA
Ementa
 
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. RECURSO DA DEFESA. ARTIGO 157, CAPUT, DO
CÓDIGO PENAL. 1. PLEITO ABSOLUTÓRIO. NÃO ACOLHIDO. AUTORIA E
MATERIALIDADE COMPROVADAS. 2. REDUÇÃO DA PENA-BASE. IMPOSSIBILIDADE.
DUAS CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAIS DEVIDAMENTE FUNDAMENTADAS. 3. REDUÇÃO DA
PENA DE MULTA. POSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE PROPORCIONALIDADE EM
RELAÇÃO À PENA CORPÓREA. 4. FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO
DE PENA MAIS BENÉFICO. IMPOSSIBILIDADE. RÉU REINCIDENTE. 5. PEDIDO PARA
RECORRER EM LIBERDADE. NÃO ACOLHIDO. RÉU QUE ESTEVE PRESO DURANTE
TODA A INSTRUÇÃO. AUSÊNCIA DE MOTIVOS SUPERVENIENTES PARA SUA SOLTURA.
6. CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA. INOPORTUNIDADE.
COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. 7. RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO.
1. No caso, os elementos fáticos probatórios constantes nos autos, consubstanciados nas provas
documentais e testemunhais, demonstram a presença de elementos de autoria e de materialidade do delito
previsto no artigo 157, caput , do CP. Ressalta-se que, em crimes patrimoniais como este, que são
praticados na clandestinidade e, muitas vezes, sem a presença de testemunhas, a palavra da vítima ganha
especial relevância, mormente quando firme e harmônica, bem como quando corroborada pelas demais
provas existentes nos autos. Ademais, salienta-se que as disposições insculpidas no art. 226 do CPP,
configuram uma recomendação legal, e não uma exigência absoluta, não se cuidando, portanto, de
nulidade quando praticado o ato processual (reconhecimento pessoal) de modo diverso. (STJ. AgRg no
AREsp 960.388/MS).
2. O réu não faz jus à redução da pena-base no que tange à pena privativa de liberdade quando presentes
circunstâncias judiciais que lhe são desfavoráveis, devidamente fundamentadas em elementos concretos
dos autos. Ressalta-se que o efeito devoluto do recurso de Apelação Criminal permite que o órgão ad
quem realize nova ponderação das circunstâncias judiciais, revalorando-as, sem incorrer em reformatio in
pejus , desde que a pena final não seja agravada. Precedentes.
3. A pena de multa a ser fixada deve ser proporcional à pena privativa de liberdade, tendo em vista que
são consideradas as mesmas circunstâncias judiciais, circunstâncias agravantes e atuantes e causas de
diminuição e de aumento para valorá-la (sistema trifásico), não sendo possível sua fixação de modo
desproporcional em relação à pena privativa de liberdade se os critérios seguidos para fixá-la são
idênticos. Portanto, quando a pena de multa fixada em primeiro grau não guarda proporcionalidade à
pena privativa de liberdade, deve ser redimensionada.
4. O regime inicial de cumprimento de pena deve ser mantido no aberto quando, em que pese a pena
definitiva fixada seja inferior a 08 (oito) anos de reclusão, tratar-se de réu reincidente.
5. Demonstrada a periculosidade do acusado, especialmente por possuir condenação anterior com trânsito
em julgado, além de ser investigado por outros delitos de mesma natureza, há necessidade de se
resguardar a ordem pública. Além do mais, se acusado permanece recluso durante toda a instrução
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processual e não há nenhum fato superveniente capaz de justificar a revogação de sua prisão, não se
mostra adequada sua soltura depois da condenação em segundo grau, se permanecem os motivos que
fundamentaram a cautelar.
6. A concessão da Assistência Judiciária Gratuita, com a consequente isenção das custas processuais, só
poderá ser examinada pelo Juízo da Execução Criminal, tendo em vista que é naquela etapa processual
que se deve analisar a real situação financeira do réu, diante da possibilidade de alteração deste quadro
após a data do trânsito em julgado da condenação, havendo, inclusive, a possibilidade de parcelamento
dos pagamentos das custas processuais e da multa atinente ao tipo penal. Inteligência do artigo 98, §3°,
do CPC c/c art. 3° do CPP.
7. Recurso conhecido e parcialmente provido.
 
Conclusão
À unanimidade: Conhecido o recurso de JOSUEL ALVES DUARTE e provido em parte.
 

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