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STJ INFORMATIVOS

1. Nos termos do § 1º do art. 155 do Código Penal, se o crime de furto é praticado durante o repouso
noturno, a pena será aumentada de um terço.

2. O repouso noturno compreende o período em que a população se recolhe para descansar, devendo o
julgador atentar-se às características do caso concreto.

3. A situação de repouso está configurada quando presente a condição de sossego/tranquilidade do período


da noite, caso em que, em razão da diminuição ou precariedade de vigilância dos bens, ou, ainda, da menor
capacidade de resistência da vítima, facilita-se a concretização do crime.

4. São irrelevantes os fatos das vítimas estarem, ou não, dormindo no momento do crime, ou o local de sua
ocorrência, em estabelecimento comercial, via pública, residência desabitada ou em veículos, bastando que
o furto ocorra, obrigatoriamente, à noite e em situação de repouso.

Obs:. Nos casos que mesmo nos furtos praticados no período da noite, mas em lugares amplamente
vigiados, tais como em boates e comércios noturnos, ou, ainda, em situações de repouso, mas ocorridas
nos períodos diurno ou vespertino não se poderá valer-se dessa causa de aumento!!!

742

É possível, na segunda fase da dosimetria da pena, a compensação integral da atenuante da confissão


espontânea com a agravante da reincidência, seja ela específica ou não. Todavia, nos casos de
multirreincidência, deve ser reconhecida a preponderância da agravante prevista no art. 61, I, do Código
Penal, sendo admissível a sua compensação proporcional com a atenuante da confissão espontânea, em
estrito atendimento aos princípios da individualização da pena e da proporcionalidade

A omissão na fiscalização e mitigação dos danos ambientais enseja a imposição judicial de obrigações
positivas para o Município a fim de solucionar o problema cuja extensão temporal e quantitativa revela
afronta à dimensão ecológica da dignidade humana.

É possível celebrar acordo de colaboração premiada em quaisquer condutas praticadas em concurso de


agentes.

13 de maio de 2022

736 STJ

Sobrevindo condenação por pena privativa de liberdade no curso da execução de pena restritiva de direitos,
as penas serão objeto de unificação, com a reconversão da pena alternativa em privativa de liberdade,
ressalvada a possibilidade de cumprimento simultâneo aos apenados em regime aberto e vedada a
unificação automática nos casos em que a condenação substituída por pena alternativa é superveniente.
REsp 1.918.287-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, Terceira Seção, por maioria,
julgado em 27/04/2022. ()

A mera afirmação de que o denunciado ocupa o cargo de desembargador é insuficiente para a incidência da
causa de aumento de pena prevista no art. 327, § 2º, do Código Penal. AgRg na APn 970-DF, Rel. Min.
Maria Isabel Gallotti, Corte Especial, por unanimidade, julgado em 04/05/2022.
No crime de estelionato, não identificadas as hipóteses descritas no § 4º do art. 70 do CPP, a competência
deve ser fixada no local onde o agente delituoso obteve, mediante fraude, em benefício próprio e de
terceiros, os serviços custeados pela vítima. CC 185.983-DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Terceira Seção,
por unanimidade, julgado em 11/05/2022, DJe 13/05/2022.

O indulto é instituto da execução penal, não se estendendo os benefícios da norma instituidora aos presos
cautelarmente com direito à detração penal.AgRg no AREsp 1.887.116-GO, Rel. Min. Olindo Menezes
(Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 03/05/2022, DJe
06/05/2022.

AMBIENTAL
737 STJ

Tese A) O direito de acesso à informação no Direito Ambiental brasileiro compreende: i) o dever de


publicação, na internet, dos documentos ambientais detidos pela Administração não sujeitos a sigilo
(transparência ativa); ii) o direito de qualquer pessoa e entidade de requerer acesso a informações
ambientais específicas não publicadas (transparência passiva); e iii) direito a requerer a produção de
informação ambiental não disponível para a Administração (transparência reativa);
Tese B) Presume-se a obrigação do Estado em favor da transparência ambiental, sendo ônus da
Administração justificar seu descumprimento, sempre sujeita a controle judicial, nos seguintes termos: i) na
transparência ativa, demonstrando razões administrativas adequadas para a opção de não publicar; ii) na
transparência passiva, de enquadramento da informação nas razões legais e taxativas de sigilo; e iii) na
transparência ambiental reativa, da irrazoabilidade da pretensão de produção da informação inexistente;

Tese C) O regime registral brasileiro admite a averbação de informações facultativas sobre o imóvel, de
interesse público, inclusive as ambientais;

Tese D) O Ministério Público pode requisitar diretamente ao oficial de registro competente a averbação de
informações alusivas a suas funções institucionais.

A caracterização da sucessão empresarial fraudulenta não exige a comprovação formal da transferência de


bens, direitos e obrigações à nova sociedade, admitindo-se sua presunção quando os elementos indiquem
que houve o prosseguimento na exploração da mesma atividade econômica, no mesmo endereço e com o
mesmo objeto social.AgInt no REsp 1.837.435-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 10/05/2022.

738 STJ

A causa de aumento prevista no § 1° do art. 155 do Código Penal (prática do crime de furto no período
noturno) não incide no crime de furto na sua forma qualificada (§ 4°).REsp 1.890.981-SP, Rel. Min. João
Otávio de Noronha, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 25/05/2022 (Tema 1087)

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1. Em razão da novatio legis in mellius engendrada pela Lei n. 13.654/2018, o emprego de arma branca,
embora não configure mais causa de aumento do crime de roubo, poderá ser utilizado como fundamento
para a majoração da pena-base, quando as circunstâncias do caso concreto assim justificarem.
2. O julgador deve fundamentar o novo apenamento ou justificar a não realização do incremento na basilar,
nos termos do que dispõe o art. 387, II e III, do CPP.

3. Não cabe a esta Corte Superior a transposição valorativa da circunstância para a primeira fase da
dosimetria ou mesmo compelir que o Tribunal de origem assim o faça, em razão da discricionariedade do
julgador ao aplicar a novatio legis in mellius.

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O credor não indicado na relação inicial de que trata o art. 51, III e IX, da Lei n. 11.101/2005 não está
obrigado a se habilitar, mas não terá o direito de receber seu crédito pelo valor integral, devendo se
submeter às condições estabelecidas no plano de recuperação judicial aprovado. REsp 1.655.705-SP, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Segunda Seção, por unanimidade, julgado em 27/04/2022, DJe 25/05/2022

A reclassificação do candidato para dentro do número de vagas oferecidas no edital de abertura de


concurso público, operada em razão de ato praticado pela Administração Pública, confere-lhe o direito
público subjetivo ao provimento no cargo público, ainda que durante a vigência do ato não tenha sido
providenciada a sua nomeação e que, em seguida, o ato de que derivada a reclassificação tenha sido
posteriormente anulado.

A investigação policial originada de informações obtidas por inteligência policial e mediante diligências
prévias que redunda em acesso à residência do acusado configura exercício regular da atividade
investigativa promovida pelas autoridades policiais.

Manifestações por parte da imprensa de natureza crítica, satírica, agressiva, grosseira ou deselegante não
autorizam, por si sós, o uso do direito penal para, mesmo que de forma indireta, silenciar a atividade
jornalística.

Presente o dolo específico de satisfazer à lascívia, própria ou de terceiro, a prática de ato libidinoso com
menor de 14 anos configura o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP), independentemente da
ligeireza ou da superficialidade da conduta, não sendo possível a desclassificação para o delito de
importunação sexual (art. 215-A do CP).REsp 1.959.697-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Terceira Seção, por
unanimidade, julgado em 08/06/2022. (Tema 1121)

A habilitação do crédito e a posterior homologação do plano de recuperação judicial não impede a


rediscussão do seu valor em ação revisional de contrato relativa à mesma dívida.

A situação decorrente da pandemia pela Covid-19 não constitui fato superveniente apto a viabilizar a
revisão judicial de contrato de prestação de serviços educacionais com a redução proporcional do valor das
mensalidades.
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR
A solução da controvérsia passa pela análise das regras e princípios em torno do inadimplemento contratual
(ainda que parcial), sobretudo no âmbito das relações de consumo, indagando-se se, em tal cenário, se é
possível ao consumidor invocar o direito subjetivo da revisão contratual diante dos efeitos advindos da
pandemia da Covid-19, como fundamento para autorizar a redução proporcional do valor das mensalidades
escolares.

Cabe anotar, inicialmente, que há consenso doutrinário no sentido de que as relações contratuais privadas
são regidas, em linha de princípio, por três vertentes revisionistas, quais sejam a) teoria da base objetiva do
contrato, aplicável, em regra às relações de consumo (art. 6º, inciso V, do CDC); b) a teoria da imprevisão
(art. 317 do CC) e; c) a teoria da onerosidade excessiva (art. 478 do CC)

Para a revisão do contrato com base na teoria da imprevisão ou da onerosidade excessiva, previstas no CC,
exige-se ainda que o fato (superveniente) seja imprevisível e extraordinário, e que deste fato, além do
desequilíbrio econômico e financeiro, decorra situação de vantagem extrema para uma das partes,
relacionando-se, portanto, à vedação do enriquecimento ilícito.

No caso da pandemia causada pelo coronavírus, dúvida não há quanto aos efeitos nefastos causados na
economia mundial e nas relações privadas.

Considerando o arcabouço normativo sobre o tema, embora os efeitos decorrentes da pandemia revelem-
se supervenientes e capazes de alterar as bases objetivas em que celebrado o contrato, não parece
evidenciado o desequilíbrio excessivo na relação jurídica apta a autorizar a redução do valor das
mensalidades.

Sobressai como ponto central a ideia de que a revisão dos contratos em razão da pandemia não consiste em
decorrência lógica ou automática, devendo-se levar em conta, sobretudo, a natureza do contrato e a
conduta, tanto no âmbito material como na esfera processual das partes envolvidas.

A análise do desequilíbrio econômico e financeiro deve ser realizada, portanto, com base no grau do
desequilíbrio e nos ônus a serem suportados pelas partes, na específica situação de o evento superveniente
não se encontrar na esfera de responsabilidade da atividade econômica do fornecedor, como ocorre no
caso em análise.

Ademais, como visto, os princípios da função social dos contratos e da boa-fé, deverão ser sopesados com
especial rigor, a fim de bem delimitar as hipóteses em que a onerosidade sobressai como fator de
inviabilidade absoluta do negócio - situação que deve ser reequilibrada, tanto pelas como pelo Poder
Judiciário - e aquelas que revelem ônus moderado ou mesmo situação de oportunismo para uma das
partes.

Nesse contexto, embora os serviços não tenham sido prestados da forma como contratado, não há se falar
em falha do dever de informação ou desequilíbrio econômico financeiro imoderado para a consumidora.

A mera alegação de redução de condições financeiras da recorrente, por sua vez, e o incremento dos gastos
com serviços de tecnologia, não inviabilizaram a continuidade da prestação dos serviços.

A afirmação de que teria havido diminuição dos custos da escola, por outro lado, além de não se evidenciar
como requisito à revisão com base na quebra da base objetiva do contrato, não é a tônica da revisão com
fundamento na quebra da base objetiva do negócio, não se compatibiliza com os princípios da boa-fé
objetiva e da função social do contrato, na especial conjuntura econômica e social que a todos assolava o
país à época.

A diretriz da boa-fé deveria ser observada, portanto, especialmente quando os ônus suportados pelo
consumidor não se revelaram desmesurados ou impeditivos do alcance da função do contrato.
É ainda a mesma diretriz responsável pela interpretação da situação da pandemia, no caso concreto, como
hipótese de fortuito externo, apto a afastar a responsabilidade da escola.

DESTAQUE
1. Nos termos do § 1º do art. 155 do Código Penal, se o crime de furto é praticado durante o repouso
noturno, a pena será aumentada de um terço.

2. O repouso noturno compreende o período em que a população se recolhe para descansar, devendo o
julgador atentar-se às características do caso concreto.

3. A situação de repouso está configurada quando presente a condição de sossego/tranquilidade do período


da noite, caso em que, em razão da diminuição ou precariedade de vigilância dos bens, ou, ainda, da menor
capacidade de resistência da vítima, facilita-se a concretização do crime.

4. São irrelevantes os fatos das vítimas estarem, ou não, dormindo no momento do crime, ou o local de sua
ocorrência, em estabelecimento comercial, via pública, residência desabitada ou em veículos, bastando que
o furto ocorra, obrigatoriamente, à noite e em situação de repouso.

Tema 1010 da RG: “a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de
direção, chefia e assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou
operacionais; b) tal criação deve pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante
e o servidor nomeado; c) o número de cargos comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a
necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente
federativo que os criar; e d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, de forma clara e
objetiva, na própria lei que os instituir.”

É constitucional a transferência da concessão e do controle societário das concessionárias de serviços


públicos, mediante anuência do poder concedente (Lei 8.987/1995, art.

É inconstitucional norma estadual que, de maneira genérica e abrangente, permite a convocação


temporária de profissionais da área da educação sem prévio vínculo com a Administração Pública para
suprir vacância de cargo público efetivo.

“Os processos administrativos sancionadores instaurados por agências reguladoras contra concessionárias
de serviço público devem obedecer ao princípio da publicidade durante toda a sua tramitação, ressalvados
eventuais atos que se enquadrem nas hipóteses de sigilo previstas em lei e na Constituição”.

É constitucional norma estadual que prevê o pagamento proporcional da remuneração devida a


conselheiro de Tribunal de Contas para auditor em período de substituição.

Em regra, não cabe ao Poder Judiciário anular cláusula de contrato de concessão de serviço público
que autoriza o reajuste de tarifa telefônica em percentual superior ao índice inflacionário.

É inconstitucional lei estadual que legitime ocupações em solo urbano de área de preservação
permanente (APP) fora das situações previstas em normas gerais editadas pela União.

São inconstitucionais as normas que, a pretexto de reestruturarem órgãos ambientais, afastam a


participação da sociedade civil e dos governadores do desenvolvimento e da formulação de políticas
públicas, bem como reduzem, por via de consequência, o controle e a vigilância por eles promovidos.

É constitucional a requisição, sem prévia autorização judicial, de dados bancários e fiscais


considerados imprescindíveis pelo Corregedor Nacional de Justiça para apurar infração de sujeito
determinado, desde que em processo regularmente instaurado mediante decisão fundamentada e baseada
em indícios concretos da prática do ato.

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