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26/04/2023

UNIVERSIDADE CEUMA
CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV

UNIDADE V:
Principais procedimentos
de jurisdição voluntária
(arts. 719 a 770, CPC)

Prof. Me. Roberth Seguins Feitosa

Aula 6: 26/04 e 03/05/2023

A jurisdição voluntária
exerce uma função de
administração pública de
interesses privados
exercida pelo Poder
Judiciário

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Atualmente, a
tendência é
considerá-la como
uma verdadeira
jurisdição

O juiz não diz quem tem


razão
Apenas determina que
sejam tomadas
providências necessárias
para a proteção de um
ou de ambos os sujeitos
da relação processual

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Assim, podemos afirmar:

-O juiz não se é o autor ou o réu


que tem razão.
 Não há, portanto, autor e réu
(requerente x requerido) -
interessados.
-Não se aplica o critério da
legalidade escrita (artigo 723,
parágrafo único, do CPC)
 As sentenças definitivas não se
revestem da autoridade da coisa
julgada material.

Regras Gerais do Procedimento

 Artigos 720 a 724 do Código


de Processo Civil
 Essas regras serão aplicadas
desde que não haja norma
especial em contrário

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Procedimento Geral

1. Legitimidade
 Parte
 Ministério Público
(interdição)
 Juiz de Direito (de ofício:
abertura e cumprimento de
testamento)

2. Petição inicial e citação

Requisitos do art. 319, do CPC


Citação: pelos meios comuns e
deverá abranger todos os
interessados (art. 721, do CPC)
Adiantadas custas e despesas
processuais são pelo autor,
mas rateadas entre os
interessados (art. 88, do CPC)

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3. Ministério Público

 O Ministério Público não


intervirá em todos os
procedimentos de jurisdição
voluntária, mas apenas
naqueles em que estiverem
presentes as hipóteses do art.
178 do CPC. Caso isso ocorra,
ele será intimado para se
manifestar no prazo de 15 dias.

4. Resposta

 O interessado será citado


para apresentar resposta no
prazo de 15 dias. Não se pode
dizer que é contestação, mas
manifestação, visto que não há
interesses contrapostos.

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5. Instrução e julgamento
 O procedimento é concentrado
 Oferecida a resposta, suscitadas
preliminares ou juntados
documentos novos, ouvido o autor, o
juiz determinará as provas
necessárias, de ofício ou a
requerimento das partes, podendo
designar audiência de instrução e
julgamento, se necessárias
 Poderá proferir a sentença na
própria audiência, ou em dez dias

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6. Recursos
 Agravo de instrumento
 Apelação

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I - NOTIFICAÇÃO OU INTERPELAÇÃO

1. Conceito de notificação
 Notificação é a cientificação que
uma pessoa faz à outra com o
objetivo de que ela faça ou deixe de
fazer alguma coisa
 Exemplo: Notificação do locatário
para desocupar o prédio alugado

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2. Conceito de interpelação

 A interpelação é o
instrumento judicial
empregado pelo credor para
informar ao devedor que deve
cumprir sua obrigação, sob
pena de ficar constituído em
mora.
 Exemplo: Interpelação
enviado pelo locatário para o
locador com o objetivo de
pagar o aluguel atrasado, sob
pena de ficar constituído em
mora.

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Quando uma pessoa quiser dar


conhecimento formal a outra sobre
determinado assunto juridicamente
relevante poderá notificar pessoas
participantes da mesma relação
jurídica para que façam ou deixem de
fazer alguma coisa. (Artigo 726 do
Código de Processo Civil)
 Observação: O pedido de
notificação e da interpelação
constam dos artigos 726 a 729 do
Código de Processo Civil.

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3. Procedimento

Petição Inicial (arts. 319 e 320 do


CPC)
Descrição do fato e dos fundamentos
jurídicos do pedido e o pedido, inclusive
com o cálculo do débito, se for o caso
Despacho de recebimento, aditamento
ou complementação ou indeferimento
liminar
Notificação do requerido
Entrega dos autos ao requerente,
independentemente de traslado

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 Competência: A notificação judicial


deve ser ajuizada, em regra, no
domicílio do réu (Ler o art. 46 do CPC)

 Valor da Causa: Mesmo a simples


notificação deverá ser dado o valor da
causa (artigo 291 do CPC). No caso de
notificação de aluguéis, por exemplo, o
valor da causa será o débito.

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II - ALIENAÇÃO JUDICIAL

 Artigos 730 do Código de Processo


Civil

 A alienação judicial é considerada


modalidade cautelar nos casos em que
a constrição judicial recair sobre bens
de fácil deterioração, que se encontrem
avariados, que exijam grandes
despesas para sua guarda, ou, ainda,
em se tratando de semoventes.

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 Também pode visar à


segurança dos interesses de
incapazes, como forma de
disposição de seus bens, ou
mesmo não se tratando de
alienação no curso do
processo, pode ocorrer para
a venda de coisa indivisível,
existindo condomínio.
 Elaboração da petição
inicial (artigos 319 e 320 do
Código de Processo Civil)

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 Citação do requerido no prazo


de 15 dias para contestar,
acompanhar o procedimento
de alienação judicial da coisa
comum indivisível e participar
da hasta pública , onde
deverá exercer, querendo, a
preferência legal. Citação pelo
correio (artigo 246, inciso I, do
Código de Processo Civil).
 Contestação
 Réplica
 Sentença

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III - DIVÓRCIO E SEPARAÇÃO CONSENSUAL,


EXTINÇÃO DO CONTRATO DE UNIÃO ESTÁVEL E
ALTERAÇÃO DO REGIME DE BENS DO MATRIMÔNIO
 Artigos 731 a 734 do Código de Processo Civil

 Divórcio consensual
 O casal que deseja pôr fim
ao casamento deverá fazer uso da “ação de
divórcio consensual”
 Atenção: Não é necessária a previa
separação judicial nem separação fática por
certo tempo

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2. Base legal
 Artigo 226, § 6º, da Constituição
Federal. Artigos 731 a 734 do Código de
Processo Civil
3. Procedimento
 Elaborada a petição inicial, será ela
distribuída no foro competente, firmada
pelo casal.
 A ação de divórcio consensual será
ajuizada no domicílio de qualquer dos
requerentes

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3. Procedimento
A petição inicial deverá conter:
 descrição e partilha dos bens comuns;
 disposições relativas à pensão
alimentícia entre os cônjuges;
 acordo relativo à guarda dos filhos
incapaz e ao regime de visitas;
 o valor da contribuição para criar e
educar os filhos.

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3. Procedimento
 ATENÇÃO: Se os cônjuges não
acordarem sobre a partilha
dos bens, far-se-á esta depois
de homologado o divórcio,
na forma estabelecida nos
artigos 647 a 658 do Código
de Processo Civil
 A sentença homologará o
divórcio consensual, pondo
fim ao casamento

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IV - Ação de Alteração de Regime de Bens


 Os cônjuges podem alterar o regime de
bens, mas precisam de autorização judicial
por meio de petição conjunta.
 A jurisprudência tem firmado a
possibilidade da alteração do regime de
bens sob a égide do Código Civil de 1916.

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A jurisprudência também está confirmando


a autorização do regime de bens nestas
hipóteses:
Art. 1.641. É obrigatório o regime da
separação de bens no casamento: I - das
pessoas que o contraírem com inobservância
das causas suspensivas da celebração do
casamento; II - da pessoa maior de 70
(setenta) anos; III - de todos os que
dependerem, para casar, de suprimento
judicial.

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2. Base Legal (art. 1.639, § 2º, do CC)

Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de


celebrado o casamento, estipular, quanto
aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 2.º É admissível alteração do regime
de bens, mediante autorização judicial em
pedido motivado de ambos os cônjuges,
apurada a procedência das razões
invocadas e ressalvados os direitos de
terceiros.

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3. Procedimento
 A ação de alteração do regime de bens
obedece ao rito previsto na chamada
“jurisdição voluntária”, de acordo com os
arts. 719 a 725 do CPC, com as alterações
previstas no art. 734 do CPC.
 Petição inicial assinada por ambos os
cônjuges.
O casal deve expor as razões
do pedido e indicar os bens que
possuem atéo momento e, se for o
caso, poderá propor a partilha.
 O representante do Ministério
Público será intimado para se
manifestar na ação.

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 Credores:
 Requerer citação de interessados,
sobretudo as outras pessoas que
poderiam eventualmente ser
prejudicadas com a mudança do
regime de bem.
 Publicação de edital com o objetivo
de dar conhecimento ao pedido a
terceiros interessados não
identificados.
 Contestação no prazo de 15 dias.

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 Audiência de instrução e julgamento (quando


houver necessidade de produção de prova oral)
 Sentença (o juiz só pode sentenciar depois de
decorrido o prazo de 30 dias da publicação do
edital

4. Foro Competente
 Foro do domicílio do casal. Vara da Família e
Sucessões

5. Valor da Causa
 O valor da causa deve indicar o conteúdo
econômico envolvido

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Obrigado!

roberth005155@ceuma.com.br

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