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BANDEIROLAS
Fragmentariedade às avessas. Ocorre quando a conduta perde seu caráter penal. Em outras
palavras, o crime deixa de existir, pois a incriminação se torna desnecessária. Os demais ramos
do Direito já resolvem o problema. Ex.: Adultério.
Sobre Princípio da Proporcionalidade
Princípio da Insignificância
#OBS.:Autoridade policial pode aplicar o princípio da insignificância? Para o STJ só o juiz pode.
HC 154.949/MG. PENAL. HABEAS CORPUS. FURTO. IRRELEVÂNCIA PENAL. PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA. RESISTÊNCIA. ALEGAÇAO DE POSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇAO DO CRIME DE
RESISTÊNCIA ANTE A ATIPICIDADE DA CONDUTA DE FURTO. IMPOSSIBILIDADE. ATO LEGAL DE
AUTORIDADE.Para Kléber e para concursos policiais, a autoridade policial pode aplicar o
princípio da insignificância, principalmente para analisar a legalidade da prisão em
flagrante.
STF: a oferta de serviço de internet é concebida como serviço de valor adicionado e, portanto,
não pode ser considerada como atividade clandestina de telecomunicações, não
caracterizando o crime do art. 183 da Lei nº 9.472/97. (1ª Turma. HC 127978, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 24/10/2017, Informativo 883).
Para o STF é possível aplicar o novo limite (de 20 mil reais) mesmo que o fato tenha ocorrido
antes da Portaria 75/2012?
SIM. Para o STF, o limite imposto por essa portaria (20 mil reais) pode ser aplicado de forma
retroativa para fatos anteriores à sua edição considerando que se trata de norma mais
benéfica (STF. 2ª Turma. HC 122213, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgado
em 27/05/2014).Situação da irretroatividade do complemento da norma penal em branco,
posto que não se trata de complemento transitório, excepcional.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO. Princípio da
insignificância e crimes envolvendo tributos estaduais ou municipais. Para se aplicar o
princípio da insignificância aos crimes tributários envolvendo tributos estaduais ou municipais,
é necessário que exista lei estadual ou municipal dispensando a execução fiscal no caso de
tributos abaixo de determinado valor. Não é possível aplicar o patamar federal.
Crimes em que a jurisprudência reconhece a APLICABILIDADE do princípio da insignificância 1:
Crime de Furto:Furto insignificante (fato atípico) x Furto privilegiado (há crime art. 155,
§2º) - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor (até um salário mínimo –
jurisprudência) a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção,
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Não pode ter por
parâmetro o valor da res furtiva (coisa subtraída), devendo ser analisadas as
circunstancias do fato e o reflexo da conduta do agente no âmbito da sociedade.
o Não se aplica ao: Furto durante o repouso noturno; furto de água potável mediante
ligação clandestina; furto de coisas para trocá-las por drogas; a restituição do bem
à vítima não afasta o crime *; Furto qualificado.
NOVIDADE!!! STF passou a entender pela possibilidade de aplicação do princípio da
bagatela em caso de furto qualificado, ainda que reincidente o agente, a partir da
análise do CASO CONCRETO.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO. Segundo o art.
1o, Lei 6242/75, o exercício da profissão de guardador e lavador autônomo de veículos
automotores (“flanelinha”) depende de registro na Delegacia Regional do Trabalho
competente. Diante disso, caso a pessoa exerça a profissão de “flanelinha” sem estar
registrado na Superintendência Regional do Trabalho, ela poderá ser denuncia pela
prática de contravenção prevista no art. 47 da Lei de Contravenções penais? NÃO! O
STF entende que se aplica à hipótese, o princípio da insignificância, devendo ser
reconhecida a atipicidade material do comportamento do agente. Há mínima
ofensividade e reduzida reprovabilidade da conduta e a falta de registro no órgão
1
#FICADEOLHO: Caiu na 2ª fase da DPU – 2017 (CESPE).
competente não atinge de forma significativa o bem jurídico protegido. Se há algum
ilícito, este não é penal, mas de caráter administrativo. STF. 2 a turma. HC 115046/MG,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. em 19/3/2013. Info 699.
#NOVIDADE #SÚMULA #MAGISTRATURA #DEFENSORIA #MP
Súmula 574-STJ: Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a
comprovação de sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem
do produto apreendido, nos aspectos externos do material, e é desnecessária a
identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que os
representem.
o STF: APLICA
o STJ: NÃO APLICA. Optar em prova objetiva por esse posicionamento.
Subsidiariedade
Especialidade
Consunção
Alternatividade.
FATO TÍPICO
*#OBS.: INF STJ 566: Responsabilidade penal da pessoa jurídica. É possível a responsabilização
penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização
concomitante da pessoa física que agia em seu nome. A jurisprudência não mais adota a
chamada teoria da "dupla imputação"!
Teoria Bipartida: fato típico e ilicitude. A culpabilidade seria pressuposto para aplicação da
pena. Quem é bipartido obrigatoriamente é finalista.
O STF já adotou as duas. Sugestão: Não adotar nenhuma posição. Saber explicar as duas.
Já Roxin adota uma teoria bipartida diferente = injusto penal (fato típico + ilicitude) +
responsabilidade penal (entra no lugar da culpabilidade. É o grau de reprovabilidade +
necessidade de pena).
a) Conduta
b) Resultado. O resultado que funciona como elemento do fato típico é o chamado
resultado naturalístico.
c) Nexo causal/relação de causalidade
d) Tipicidade
Esses quatro elementos só estarão todos presentes simultaneamente nos crimes
materiais ou formais consumados. O STF os chama de crimes de resultado. Não falar em
aborto do anencéfalo, pois esse termo pressupõe vida. Falar em antecipação do parto. Em
todos os demais crimes, isto é, formais, de mera conduta e tentados, o fato típico só tem dois
elementos –conduta e tipicidade. E o que são crimes formais, de consumação antecipada ou
de resultado cortado? O tipo penal contém conduta e resultado naturalístico, mas dispensa
esse último para fins de consumação.Se o resultado ocorrer haverá o exaurimento, que
Zaffaroni chama de consumação material – crime exaurido – exemplo: extorsão mediante
sequestro. O resultado é o pagamento do resgate, que está no tipo, mas o crime é consumado
no momento da privação da liberdade.
TEORIA DA CONDUTA
O finalismo surge na Alemanha em 1930, sendo inaugurado por Hans Wetzel, no livro “o novo
sistema jurídico penal”. Ele transfere o dolo e culpa que estavam na culpabilidade e leva para a
conduta. Afora isso, a consciência da ilicitude ficou na culpabilidade e deixou de ser atual para
se transformar em potencial. Na conduta teremos a teoria finalista. Para o finalismo, conduta
é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim. O fato típico continua
com os mesmos elementos. Estruturalmente não muda nada.
ATENÇÃO!!!
Para Jakobs, crime segue com a noção hoje concebida de fato típico, ilícito e
culpável.
Crimes Omissivos
Próprios -> São comuns ou gerais. O sujeito ativo pode ser qualquer
pessoa. Não admite tentativa por ser unissubsistente.
ocorrer por culpa. Ex: Salva-vidas que deixa de prestar atenção nos banhistas porque
estava conversando no whatsapp, vindo um deles a morrer afogado.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem
a) tenha por lei (em SENTIDO AMPLO)obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (ex.: PAIS,
POLICIAIS).
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (GARANTE).
#OBS.: independem de vínculo jurídico, como ocorre com o professor de natação. Ex. pode ser
um amigo nadador experiente que convidou o outro para nadar. A responsabilidade subsiste
enquanto estiver no local, independentemente do fim da obrigação. Ex. enfermeira socorrer
idosos após a jornada de trabalho, ainda estando em sua residência.
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (INGERÊNCIA
OU SITUAÇÃO PRECEDENTE).O Comportamento pode ser doloso ou culposo.
1 – TEORIA NATURALÍSTICA
Exclusão da Conduta
Caso fortuito (ação humana) e força maior (natureza) são acontecimentos imprevisíveis e
inevitáveis, que escapam ao controle da vontade. Sem vontade não há conduta.
Movimentos reflexos: são reações fisiológicas, decorrentes da provocação dos sentidos. Falta
vontade. Atos reflexos previsíveis, como dedo no gatilho, e consequente disparo por ato
reflexo não exclui a conduta. Os movimentos reflexos não se confundem com as ações em
curto circuito, pois estas derivam de uma explosão emocional repentina. Nas ações em curto
circuito, portanto, existe conduta e crime.
Ex: Policial amarrado durante ação criminosa, o qual vê o delito, mas está incapacitado de agir
para evitar o resultado.
Resultado
1.1.2 Espécies de resultado
Resultado jurídico ou normativo: mera violação da norma penal como ofensa ao bem
jurídico protegido.
Existe crime sem resultado? Depende de qual resultado estamos tratando. Todo e
qualquer crime tem resultado jurídico (princípio da reserva legal, ofensividade, lesividade).
Agora somente os crimes materiaise formais consumados apresentam resultado material ou
naturalístico.
NEXO DE CAUSALIDADE
1.1.1 Teorias
causalidade.
#OBS.: STJ - exemplo de comissão de formatura que não foi responsabilizada por morte de
formando que ingeriu muita bebida e se afogou na piscina. Entendeu o Tribunal que, pela
teoria da imputação objetiva, a conduta seria ATÍPICA, já que pelo princípio da confiança a
comissão esperava que todos se comportassem dentro dos padrões sociais.
2
Caiu na primeira fase dos últimos concursos da banca, inclusive do MPMG 2017.
#OBS.: Qual ou quais dessas teorias o Brasil adota? A teoria da equivalência dos antecedentes
é a regra geral. Art. 13, caput. A Teoria da causalidade adequada é exceção prevista no art. 13,
§1º. A Teoria da imputação objetiva é uma proposta doutrinária, que já foi utilizada em alguns
julgados do STJ, por ser muito mais favorável ao réu.
A venda de uma arma de fogo a um homicida confesso. Aquele que vendeu a arma,
mesmo tendo conhecimento da prática do crime a ser realizado, não pode ser co-autor ou
partícipe do homicídio, certo que praticou uma conduta estereotipada e socialmente
adequada e permitida. Não incumbe ao mesmo custodiar as ações de todos os compradores
de armas vendidas legalmente.
#OBS: Nesses três casos, o agente responderá, tão somente, pela tentativa de
homicídio, e não pelo homicídio consumado. A concausa rompe com o nexo causal.
b.2)noutro pórtico, têm-se as concausas independentes relativas, que são aquelas que são
capazes de produzir por si sós o resultado e têm origem na conduta do agente. Não
existiriam sem a atuação criminosa. Elas podem ser: preexistentes, simultâneas ou
supervenientes.
#OBS: Nestes dois exemplos, o agente responderá pelo homicídio consumado. Isto porque,
as concausas preexistentes e simultâneas relativamente independentes não rompem o nexo
causal, de maneira que o agente responde pelo resultado produzido. Se retirar a ação do
autor o crime não ocorreria. O acima afirmado o observado devido à aplicação da teoria da
equivalência dos antecedentes, prevista no art. 13, caput, do CP.
Nesses casos, o agente responde pelo crime tentado, já que àqueles é aplicada a
teoria da causalidade adequada(exceção). As concausas supervenientes
relativamente independentes que produzem os resultados por si sós rompem o nexo causal.
Em juízo de prudência, bom saber que existem outras duas teorias
Tipicidade
Para esta teoria, menos radical, desenvolvida por Mayer, toda conduta típica e,
indiciariamente, ilícita. É a teoria adotada por nosso CP, pois existem outras
causas que podem excluir a ilicitude.
Qual é o efeito prático da teoria indiciária? Acarreta a inversão do ônus da prova no tocante as
excludentes da ilicitude. Então, para a acusação, basta provar que o fato é típico.
Teoria dos elementos negativos do tipo:As excludentes da ilicitude funcionam como
elementos negativos do tipo penal.
Adequação típica
É a tipicidade formal colocada em prática. Essa adequação pode ser de duas espécies:
imediata ou mediata. A adequação típica de subordinação imediata ocorre quando o fato se
encaixa diretamente no tipo penal. Não há necessidade de utilização de nenhuma outra norma
(exemplo: homicídio consumado).
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade. EXTENSÃO PESSOAL.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem; EXTENSÃO DA CONDUTA.
ITER CRIMINIS
O CP adota a objetivo-formal.
O crime tem um resultado previsto, mas ainda que não ocorra, o crime restará
consumado. Difere aí dos crimes de mera conduta, os quais não tem resultado
naturalístico previsto, só jurídico/normativo.Ex: Reingresso de estrangeiro
Consequências do exaurimento:
Só admite participação. Ex: Falso testemunho. Vale dizer que o STF entende
que o advogado que instrui testemunha a mentir é coautor. Nesse caso uma
exceção.
Obs. Não existe crime sem objeto jurídico. Algum bem a norma tem que tutelar.
Estudo do Dolo
Dolo alternativo ->O agente depois de prever dois ou mais resultados dirige sua
conduta para realizar um ou outro com a mesma intensidade e vontade. Ex: O
agente previu uma lesão e uma morte, dirigindo sua conduta para realizar a lesão
ou a morte. Matar ou ferir “tanto faz”.
Dolo eventual ->O agente depois de prever dois ou mais resultados dirige-se
sua conduta na busca de um, assumindo o risco de produzir o outro. O agente
prevê lesão e morte, dirige sua conduta para gerar lesão, mas assume o risco de
realizar a morte, com intensidade distinta.
Progressão criminosa -> O agente vai de um crime menos grave, mas no meio
do caminho passa a querer um resultado mais grave. TEMOS MUDANÇA DE
DOLO.
Estudo da culpa
Elementos da culpa
3 - Resultado
4 – Nexo Causal
6 – Tipicidade
→ Espécies de culpa:
a) Culpa Consciente: o agente prevê o resultado, mas espera que ele não
ocorra, supondo poder evitá-lo ou conta com a sorte (culpa com
previsão).
d) Culpa Própria: é aquela em que o agente não quer e não assumeo risco
de produzir o resultado.
Teorias da Tentativa
1 – SUBJETIVA
O Código Eleitoral também traz exceção em seu artigo 109: “Votar ou tentar votar
no lugar de outrem ou mais de uma vez”. A pena é a mesma.
2 – TEORIA SINTOMÁTICA
Visa limitar punição irrestrita da teoria subjetiva que alcança atos preparatórios.
Crime preterdoloso não admite tentativa, pois o resultado vem a título de culpa.
Doutrina minoritária admite no crime de estupro seguido de morte.
Crime Habitual
Crime Unissubsistente.
Admitem tentativa
Para ganhar tom de tentativa, a subtração ter sido efetivada não é relevante, mas
sim o resultado morte. Ocorrerá tentativa quando o agente no curso do roubo
emprega de violência que por si só seria capaz de matar a vítima, mas não
leva a vítima a óbito. Nesse contexto, como já dito, a subtração é irrelevante.
Também haverá tentativa caso a questão narre que a vítima tenha sofrido lesão
corporal, desde que o meio empregado para gerar violência seja capaz de
levar ao resultado morte.
Desistência voluntária ->O agente que, tendo iniciado a prática dos atos
executórios, mas antesde praticar todosos atos executórios do delito, impede
voluntariamente a consumação do delito.
ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Na mesma situação, caso o um dos agentes repare o dano de forma parcial com a
parte que lhe coube do proveito econômico, não aproveita o arrependimento
posterior.
Posicionamento confuso na doutrina, mas para fins de prova, deve-se adotar a ideia
de que a reparação feita por terceiros em favor dos meliantes, deve ser
reconhecido o arrependimento posterior.
Cheque sem fundo ao teor da súmula 554 do STF seria hipótese de arrependimento
posterior?
O crime ocorre quando o agente tem ciência de que o cheque será devolvido.
1 – TEORIA SINTOMÁTICA
2 – TEORIA SUBJETIVA
3 – TEORIA OBJETIVA
Se divide em:
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Estado de Necessidade
Visa salvar de perigo atual direito próprio ou de terceiro. Iminente não autoriza
o estado de necessidade.
O perigo não pode ter sido criado pela vontade do agente. Causador
culposo pode agir em estado de necessidade.
Garantidor não pode alegar estado de necessidade. Todos aqueles do art. 13,
§2º, a, b, c. Segurança particular, por exemplo.
O sacrifício do bem jurídico alheio não pode ser o meio mais cômodo e sim o
absolutamente necessário.
Est. Nec. Exculpante ->Quando o bem protegido vale igual ou menos que o bem
sacrificado. Exclui a culpabilidade.
Obs: se o bem protegido valer menos que o bem sacrificado haverá uma redução
de pena.
Requisito Subjetivo
Legítima Defesa
ii – Injusta -> Não há legitima defesa de condutas realizadas por um agressor que
esteja protegido por uma excludente de ilicitude. Não há legitima defesa de
legítima defesa (legítima defesa recíproca). De outro turno, há legítima
defesa contra o excesso do outrora legitimado (legítima defesa sucessiva).
No ataque de um animal, ele sendo abatido tem que se verificar se o ataque foi
espontâneo sendo um perigo atual, configurando assim o estado de necessidade, já
na hipótese de um ataque provocado por terceiro configura agressão injusta
sendo legitima defesa.
iii - Utilização de meios moderados -> A legítima defesa exige que o agente
atue nos estritos limites necessários para cessar a agressão, sendo que os
excessos serão punidos a título de dolo ou culpa.
Excesso Intensivo -> Diz respeito ao meio utilizado para afastar a agressão em
curso.A agressão está em curso.
Excesso Extensivo ->O excesso utilizado se deu após a cessação da injusta
agressão. Excesso na duração. O meio até era adequado, mas...
Igual a todos as excludentes, o agente precisa ter consciência de que está agindo em legítima
defesa.
a) Legítima defesa defensiva: a reação não constitui fato típico. Ex: desviar de um soco.
b) Legítima defesa agressiva: a reação constitui fato típico (mas não autoriza
indenização civil).
Desafio: Aquele que aceita o desafio não pode alegar legítima defesa.Ex: A
chama B para briga, B aceita, lhe desfere uma facada para se defender na briga. B
não pode alegar legítima defesa.
Obs: as obrigações de natureza social, moral ou religiosa, não determinadas por lei,
não se incluem na justificativa.
Exercício regular de direito “pro magistratu” ->O estado não pode estar
presente. São ações permitidas e incentivadas a ser praticadas pelo
cidadão. Ex: Flagrante facultativo; Direito de castigo no âmbito do poder familiar.
Proporcionalidade.
Ofendículo
Enquanto não acionado é um exercício regular de direito, quando acionado é
legítima defesa. É a que prevalece.
Consentimento do Ofendido
Descriminante supralegal.
Requisitos:
Descriminante Putativa
ERRO DE TIPO
ERROS ACIDENTAIS
Aberratio Criminis -> É o erro quanto ao bem jurídico afetado, e ocorre quando o
sujeito quer lesionar um patrimônio (dano doloso), porém atinge uma pessoa
gerando lesão corporal ou morte.
Na mão inversa, não há viabilidade jurídica, haja vista que o crime de dano não
admite a modalidade culposa.
Caso produza os dois resultados, o visado e o colateral, aplica-se
normalmente as regras do concurso formal perfeito, respondendo o
autor pelo crime de dano aumentado pela lesão a terceiros.
Erro sobre o objeto: Roubar relógio crendo ser de ouro. Para fins de punição e
aplicação de benefícios, levar em consideração o objeto alcançado, ou seja, a
bijuteria. Sanchez e Masson, por sua vez, admitem a aplicação do princípio
da bagatela ao caso, desde que os demais requisitos sejam preenchidos.
ESSENCIAIS
Recai sobre dados principais do tipo. Atirar em pessoa crendo ser animal. Exclui
o dolo e culpa quando invencível. Se vencível responde por crime culposo.
Ocorre nos crimes omissivos, onde o legislador impõe um dever de agir, mas o
agente por falsa percepção da licitude de sua conduta se omite. O agente
conhece a lei mas acha que a situação fática está correta.
Erro de tipo permissivo ->O agente conhece a norma e sua extensão, mas
supõe de modo errado os pressupostos fáticos que autorizariam sua ação
em face de uma excludente de ilicitude.
Recai sobre o conteúdo proibitivo da norma penal. O agente não conhece ou não
entende a lei.
CULPABILIDADE
TEORIAS DA CULPABILIDADE
Obs: a Teoria Extremada e a Teoria Limitada divergem apenas na natureza jurídica do erro
presente na descriminante putativa sobre situação ou pressupostos fáticos. Para a Teoria
Extremada, cuida-se de hipótese de erro de proibição. Já para a Teoria Limitada,
mais um caso de erro de tipo.
Sistemas
Não se exige juízo técnico, cabendo ao juiz valorar se o agente tinha ou não
potencial...
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, ¹inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de ²determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Co-cupabilidade
Criação de Zaffaroni.
Divisão da culpa entre o criminoso vulnerável e o Estado.
Co-culpabilidade às avessas.
1ª – O estado cria tipos penais que alcança em regra pessoas menos favorecidas. Ex:
Vadiagem
2ª – O legislador/estado traz penas mais brandas para crimes cometidos por detentores de
maior poder político, econômico e social. Ex: Extinção da punibilidade pelo pgto da dívida nos
crimes contra a ordem tributária.
Coação moral irresistível pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um
terceiro, somente respondendo o autor da coação. Ex: ameaçar uma mãe de matar seu
filho.
Dentro deste assunto temos a criação doutrinária de R. Grecco que fala da autoria por
convicção, que nada mais é do que o descumprimento da norma por questões de
consciência religiosa, filosófica ou política.
No nosso ordenamento jurídico, por adotar a teoria do direito penal do fato, o juízo de
culpabilidade não se amplia para analisar a personalidade do autor e seu
desenvolvimento.
CONCURSO DE PESSOAS
Teoria Monista Temperada é a adotada pelo nosso CP. Todo aquele que concorre para
prática de um crime, responde pelo mesmo tipo.
Autor é aquele que possui o domínio sobre os fatos, o controle da situação, podendo
alterar ou impedir o resultado.
Tal teoria não tem a pretensão de analisar a punibilidade de cada um (não visa traçar
responsabilidade penal), mas apenas delimitar, de forma mais substancial, a natureza de
cada uma das condutas delituosas.
A teoria do domínio do fato possui duas visões: Uma finalística, de Wetzel; Outra
funcionalista, de ClausRoxin.
Coautor tem domínio pleno do fato somentesobre sua tarefa na empreitada criminosa.
1 – Domínio da ação: É aquele que tem para si todos os elementos do tipo. É o autor
imediato da teoria objetiva.
Não alcança grandes empresas por essas não se dedicarem a atividades à margem da lei.
Diferentemente dos exemplos acima, este executor detém domínio e responde pela
conduta que praticar.
Nem sempre aquele que for hierarquicamente superior deterá o domínio do fato. “Não se
pode invocar a teoria do domínio do fato sem nenhuma outra prova” (STF).
ATENÇÃO!! Mandante que contrata pistoleiro para matar alguém não é coautor, mas sim
partícipe.
1 – Delitos de Dever (funcionais) -> Somente será autor aquele que possuir a qualidade
de servidor.
4 – Crimes de mão própria ->O agente é indicado expressamente pelo tipo penal.
Outras teorias:
Subjetiva ->Todos são autores, não existe a figura do partícipe. O que importa é o
“querer”.
Formal ->Autor é aquele que realiza o núcleo do tipo. Não alcança autoria mediata e
intelectual.É a teoria adotada pelo Código Penal.
Material ->Autor é aquele que concorre de forma mais efetiva, sem necessariamente
realizar o núcleo do tipo. Para esta teoria, autor intelectual é considerado partícipe.
Tipos de Concurso
1 – Concurso eventual ->O crime é unissubjetivo, mas por razões diversas vem a ser
praticado por mais de uma pessoa. Todos devem ser imputáveis para que haja
concurso de pessoas.
Participação Necessária Imprópria -> Presente nos delitos de concurso necessário que
reclame pelo menos 3 agentes.
Vínculo Subjetivo
O vínculo subjetivo não pressupõe acordo prévio, onde um agente pode aderir à vontade
de outro no curso da ação criminosa, inclusive, sem que este saiba da adesão. Onde
um responderá em concurso, e o outro por delito comum, sem concurso.
Para que haja punição o crime tem que ter sido pelo menos tentado.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) – Exceção a teoria
monista onde temos o dualismo.
Teoria Dualista ->Faz diferenciação entre a infração cometida pelo autor e a infração cometida
pelo partícipe.
Teoria Pluralista -> Cada agente responde por um delito autônomo; Haverá tantos crimes
quantos forem os partícipes.
Circunstâncias incomunicáveis
Para saber se é elementar, basta retirar a circunstância, onde o crime irá desaparecer ou
transformar-se em outro crime.
Para que a elementar se comunique, o participe ou coautor deverá ter conhecimento desta
circunstância. Por essa razão é possível particular cometendo crimes funcionais.
As circunstâncias de caráter real (objetiva) também se comunicam, onde também deverá ter
conhecimento desta circunstância o comparsa. Modo execução, tempo, lugar.
Autoria Colateral
Não há se falar em concurso de pessoas, pois ausente liame subjetivo entre os autores e suas
condutas.
Autoria Colateral Incerta -> Se dá quando, na autoria colateral, não se descobre quem
produziu o resultado ofensivo ao bem jurídico. Nesse caso, ambos autores responderão pelo
crime na forma tentada.
TEORIAS DA PARTICIPAÇÃO
1 – Acessoriedade Mínima ->Basta que o fato praticado seja típico, pouco importando
se ilícito.
2 – Acessoriedade Média ou LIMITADA ->O fato deve ser típico e ilícito. Foi a teoria
adotada pelo Código Penal.
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-
punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
A redução obrigatória da pena para o partícipe se dá apenas em face daquela que a Lei
chama de "menor importância" - o que já está a revelar que nem toda participação é de
menor importância e que, a princípio, a punição do partícipe é igual a do autor.
Num primeiro momento, a regra, é que a pena de autor e partícipes sejam iguais.
JURISPRUDÊNCIA do STJ
Portanto, pela teoria do domínio do fato, aquele que dá fuga aos comparsas em
crime de roubo é coautor.
CONCURSO DE CRIMES
1 – Sistema do (a)Cúmulo material -> Impõe a soma das penas dos crimes praticados.
Concurso Material
Crime Continuado
3 – Sistema da Absorção -> = o juiz aplica apenas a pena do crime mais grave, que
absorve as demais. Esse sistema não tem previsão legal. Foi adotado pela jurisprudência
quando do Decreto Leo 7661 – antiga lei de falências.
1 – Concurso Material
Ele pode ser homogêneo (mesmo crime. ex. dois homicídios) ou heterogêneo (crimes
diversos).
ATENÇÃO!! Se para um dos crimes o juiz aplicou uma pena privativa de liberdade, ou seja,
não substituiu nem suspendeu a sua execução? Ele foi preso. Para o outro crime não cabe
a pena restritiva de direito (como presta serviços à comunidade se está preso?). O
art. 69, § 1.º diz que não é possível, salvo se o crime A está com a pena suspensa pelo
sursis.
Art. 69, §1º e 2º - se as penas restritivas de direito forem compatíveis elas são cumpridas
simultaneamente. Já se não são compatíveis cumpre primeiro uma e depois outra. O juiz
aplicou duas penas de limitação de final de semana – cumpre primeiro uma e quando acabar
cumpre a outra.
Quando o agente, mediante uma única conduta, que não importa obrigatoriamente em
um ato único, pratica dois ou mais crimes.
Apontam-se, em doutrina, duas teorias acerca do concurso formal de crimes. Pela teoria
subjetiva, exige-se unidade de desígnios na conduta do agente para a configuração do
concurso formal. Já pela teoria objetiva, bastam a unidade de conduta e a pluralidade
de resultados para a caracterização do concurso formal.Pouco importa se o agente
agiu ounão com unidade de desígnios. Foi acolhida pelo CP, uma vez que o art. 70,
caput, 2a parte, admite o concurso formal imperfeito, em que despontam os desígnios
autônomos.
#OBS.: você deve relembrar que conduta é diferente de ato. Se “João” desfere várias
facadas em “Maria” com o intuito de matá-la, ele pratica vários atos, mas uma só conduta.
Concurso formal. Não é crime único, pois embora da mesma família, as vítimas possuem
patrimônio distinto uns dos outros. (STJ).
HOMOGÊNEO HETEROGÊNEO
O agente, com uma única conduta, pratica dois ou O agente, com uma única conduta, pratica dois ou
mais crimes idênticos. mais crimes diferentes.
Ex: o sujeito, dirigindo seu veículo de forma Ex: o sujeito, dirigindo seu veículo de forma
imprudente, avança na contramão e atinge outro carro imprudente, avança na contramão e atinge outro
matando as duas pessoas que lá estavam (dois carro matando uma pessoa que lá estava e ferindo a
homicídios culposos – art. 302 do CTB). outra (um homicídio culposo e uma lesão corporal
culposa – art. 302 e 303 do CTB).
Havendo roubos praticados mediante uma só ação (mas com vários atos) no mesmo
contexto fático contra várias vítimas, é hipótese de concurso formal próprio.
No concurso formal próprio ou perfeito surge o instituto do concurso material benéfico – Art.
70, parágrafo único. O concurso formal foi idealizado para beneficiar o réu. Se ele
prejudica, ele deve ser abandonado para se aplicar o concurso material.
O dolo eventual deve ser encarado como desígnio autônomo. Assim, no exemplo
acima, se A quer matar B, mas aceita matar C, então há desígnios autônomos, logo há
concurso formal, imperfeito.
STJ entende ser caso de concurso formal impróprio quando ocorre uma única subtração e
dois resultados morte, posto que o latrocínio é crime complexo que protege bens
jurídicos distintos (vida e patrimônio)
STF e doutrina entende ser crime único. “(...) 7. Caracterizada a prática de latrocínio
consumado, em razão do atingimento de patrimônio único. 8. O número de vítimas deve ser
sopesado por ocasião da fixação da pena-base, na fase do art. 59 do CP. (...)
Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-
lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada,
em qualquer caso, de um sexto a dois terços.Lembrar que no sistema da exasperação
comum a pena vai de 1/6 até a metade.
CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO - Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas
diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando
a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como
os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a
mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e
do art. 75 deste Código.
Teoria da Ficção Jurídica -> Apenas para efeito da pena, todos os crimes formam
um só delito. Foi a teoria adotada no Brasil.
O que seriam crimes da mesma espécie? Isso para fins de caracterizar Concurso
Homogêneo.
Doutrina Majoritária entende ser o mesmo tipo penal e apresentem a mesma estrutura
jurídica.
STJ e STF. Ex. roubo e latrocínio não apresentam a mesma estrutura jurídica, apesar de
estarem no mesmo tipo penal. Posto que os bens jurídicos são a vida e o patrimônio.
Conexão temporal: Entre um crime e outro não pode haver prazo superior a 30 dias,
mas nada impede que o prazo total ultrapasse isso.
Súmula 497 STF - Quando se tratar de crime continuado a prescrição regula-se pela
pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.