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PENAL – PARTE GERAL

BANDEIROLAS

*#PERGUNTA: O que se entende por Neorretributivismo Penal?Uma vertente diferenciada do


Direito Penal surge nos Estados Unidos, com a denominação "lei e ordem" ou tolerância zero
(zero tolerance), decorrente da teoria das “janelas quebradas” (brokenwindowstheory). Alguns
a denominam realismo de direita ou neorretribucionismo. Parte-se da premissa de que os
pequenos delitos devem ser rechaçados, o que inibiria os mais graves (fulminar o mal em seu
nascedouro), atuando como prevenção geral (@vipjus).

#OBS.:O Direito Penal de 1ª (primeira) velocidade  ficou caracterizado pelo respeito às


garantias constitucionais clássicas. Aqui temos a pura e simples essência do Direito Penal que é
a aplicabilidade de penas privativas de liberdade, como última razão, combinadas com
garantias. O Direito Penal de 2ª (segunda) velocidade ou Direito Penal reparador se
caracterizou pela substituição da pena de prisão por penas alternativas (penas restritivas de
direito, pecuniárias etc.) que delimitam a vida do criminoso e impõe obrigações,
proporcionalmente ao mal causado. Aqui há uma relativização das garantias penais e
processuais penais. Observem que as duas tendências incorporadas ao presente modelo são
aparentemente antagônicas. O Direito Penal de 3ª (terceira) velocidade ficou marcado pelo
resgate da pena de prisão por excelência, além de flexibilizar e suprimir diversas garantias
penais e processuais penais. É O DIREITO PENAL DO INIMIGO DE GUNTER JAKOBS

Furto de sinal de tv à cabo. STF por razões de política criminal decidiu


que não é crime.

A taxatividade, já que a lei deve descrever com precisão o conteúdo


mínimo da conduta criminosa. Se fosse exigido o conteúdo total, os
crimes culposos, as normas penais em branco e os tipos abertos
seriam considerados inconstitucionais. Jamais seria possível que o
legislador esmiuçasse todos os detalhes.

#OBS.:Medidas Provisórias. Há duas posições. A primeira delas,


encabeçada pelo STF, diz que sim, desde que favoráveis ao réu. Ex.:
Estatuto do Desarmamento (entregava a arma e excluía o crime). A
segunda MAJORITÁRIA posição diz que, independentemente do
conteúdo legal, não havia a possibilidade que MP versasse sobre
Direito Penal, com base no art. 62, §1, “b” da CF.
*#OUSESABER #OLHAOGANCHO #NÃOCONFUNDA: A lei que diminui penalidade de infração
de trânsito NÃO retroage para alcançar pessoas que tenham cometido a citada infração antes
da sua entrada em vigor (Ex: diminuição de pontos em determinada infração de trânsito). Não
sendo caso de definição de ilícito penal, não há que se falar em retroação da lei mais benéfica.
Este, inclusive, é o entendimento do STJ. Vide AgRg nos EDcl no REsp 1281027-SP (Info 516). 

Fragmentariedade às avessas. Ocorre quando a conduta perde seu caráter penal. Em outras
palavras, o crime deixa de existir, pois a incriminação se torna desnecessária. Os demais ramos
do Direito já resolvem o problema. Ex.: Adultério.
Sobre Princípio da Proporcionalidade

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO.


O art. 273, § 1º-B do Código Penal prevê o seguinte:
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a
produtos em qualquer das seguintes condições:
I - Sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente;
II - Em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior;
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização;
IV - Com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade;
V - De procedência ignorada;
VI - Adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.
O § 1º-B foi inserido no art. 273 do CP por força da Lei 9.677/98. O objetivo do legislador foi o
de punir pessoas que vendem determinados “produtos destinados a fins terapêuticos ou
medicinais” e que, embora não se possa dizer que sejam falsificados, estão em determinadas
condições que fazem com que seu uso seja potencialmente perigoso para a população.
A pena prevista pelo legislador para o § 1º-B foi de 10 a 15 anos de reclusão.
Ocorre que essa pena é muito alta e, por conta disso, começou a surgir entre os advogados
que militam na área a constante alegação de que essa reprimenda seria inconstitucional por
violar o princípio da proporcionalidade.
A tese foi acolhida pelo STJ?
SIM. O STJ decidiu que o preceito secundário do art. 273, § 1º-B, inciso V, do CP é
inconstitucional por ofensa aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Então,
neste caso, qual pena deverá ser aplicada em substituição?
Deverá ser aplicada a pena abstratamente prevista para o tráfico de drogas (art. 33, caput, da
Lei 11.343/2006), qual seja, “reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa”. Além disso, será possível aplicar para o
réu que praticou o art. 273, § 1º-B do CP a causa de diminuição prevista no § 4º do art. 33 da
Lei 11.343/2006.
#DICA: Para fins de concurso, você deve estar atento para o modo como a pergunta será
formulada. Se indagarem a posição do STJ, é pela INCONSTITUCIONALIDADE. Se perguntarem
sobre o STF, este possui precedentes sustentando que o art. 273, § 1º-B, do CP é
CONSTITUCIONAL. Caso o enunciado não diga qual dos dois entendimentos está sendo
exigido, assinale a posição STJ porque esta foi divulgada em Informativo e é mais conhecida.
STJ. Corte especial. AI no HC 239.363-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
26/2/2015 (Info 559).

#OBS.: Reincidência – é uma agravante genérica. Será que não é um


resquício do DP do autor? RE 453.000/RS (informativo 700). O STF
decidiu por unanimidade que é constitucional, pois seria compatível
com o DP do fato, pois praticou um fato e foi condenado e agora
praticou outro fato, o que justifica uma punição mais severa. O STF
está estudando a possibilidade de súmula vinculante sobre o assunto.

*#OUSESABER: O que se entende por crimigração? A crimigração consiste na criminalização


de imigrantes e das questões relacionadas à imigração. Trata-se de um direcionamento das
normas penais em desfavor do fenômeno humano da imigração. Punir quem é imigrante
ilegal.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: A circunstância judicial “conduta social”, prevista


no art. 59 do Código Penal, representa o comportamento do agente no meio familiar, no
ambiente de trabalho e no relacionamento com outros indivíduos. Os antecedentes sociais do
réu não se confundem com os seus antecedentes criminais. São circunstâncias distintas, com
regramentos próprios. Assim, não se mostra correto o magistrado utilizar as condenações
anteriores transitadas em julgado como “conduta social desfavorável”. Não é possível a
utilização de condenações anteriores com trânsito em julgado como fundamento para
negativar a conduta social. STF. 2ª Turma. RHC 130132, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em
10/5/2016 (Info 825). STJ. 5ª Turma. HC 475.436/PE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
13/12/2018. STJ. 6ª Turma. REsp 1.760.972-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
08/11/2018 (Info 639).

Princípio da Responsabilidade Subjetiva

A Doutrina apresenta dois resquícios da responsabilidade penal


objetiva: (1) a rixa qualificada; e (2) embriaguez voluntária ou culposa.
Teoria da actio libera in causa (A teoria da actio libera in causa é
aquela em que o agente, conscientemente, põe-se em estado de
inimputabilidade, seja com intenção de cometer crime – preordenada
– ou não – voluntária. Considera-se como marco da imputabilidade
penal o período anterior à embriaguez.)

Princípio da Insignificância

1) mínima ofensividade da conduta do agente;

2) nenhuma periculosidade social da ação;

3) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;

4) inexpressividade da lesão jurídica provocada.

#OBS.:Autoridade policial pode aplicar o princípio da insignificância? Para o STJ só o juiz pode.
HC 154.949/MG. PENAL. HABEAS CORPUS. FURTO. IRRELEVÂNCIA PENAL.  PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA. RESISTÊNCIA. ALEGAÇAO DE POSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇAO DO CRIME DE
RESISTÊNCIA ANTE A ATIPICIDADE DA CONDUTA DE FURTO. IMPOSSIBILIDADE. ATO  LEGAL DE
AUTORIDADE.Para Kléber e para concursos policiais, a autoridade policial pode aplicar o
princípio da insignificância, principalmente para analisar a legalidade da prisão em
flagrante.

*#DIZERODIREITO #JURISPRUDÊNCIA #STF: Qual é o valor máximo considerado insignificante


no caso de crimes tributários federais e descaminho? 20 mil reais (tanto para o STF como para
o STJ)

STF: a oferta de serviço de internet é concebida como serviço de valor adicionado e, portanto,
não pode ser considerada como atividade clandestina de telecomunicações, não
caracterizando o crime do art. 183 da Lei nº 9.472/97. (1ª Turma. HC 127978, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 24/10/2017, Informativo 883).

Para o STF é possível aplicar o novo limite (de 20 mil reais) mesmo que o fato tenha ocorrido
antes da Portaria 75/2012?
SIM. Para o STF, o limite imposto por essa portaria (20 mil reais) pode ser aplicado de forma
retroativa para fatos anteriores à sua edição considerando que se trata de norma mais
benéfica (STF. 2ª Turma. HC 122213, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgado
em 27/05/2014).Situação da irretroatividade do complemento da norma penal em branco,
posto que não se trata de complemento transitório, excepcional.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO. Princípio da
insignificância e crimes envolvendo tributos estaduais ou municipais. Para se aplicar o
princípio da insignificância aos crimes tributários envolvendo tributos estaduais ou municipais,
é necessário que exista lei estadual ou municipal dispensando a execução fiscal no caso de
tributos abaixo de determinado valor. Não é possível aplicar o patamar federal.
Crimes em que a jurisprudência reconhece a APLICABILIDADE do princípio da insignificância 1:

 Crime de Furto:Furto insignificante (fato atípico) x Furto privilegiado (há crime art. 155,
§2º) - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor (até um salário mínimo –
jurisprudência) a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção,
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Não pode ter por
parâmetro o valor da res furtiva (coisa subtraída), devendo ser analisadas as
circunstancias do fato e o reflexo da conduta do agente no âmbito da sociedade.
o Não se aplica ao: Furto durante o repouso noturno; furto de água potável mediante
ligação clandestina; furto de coisas para trocá-las por drogas; a restituição do bem
à vítima não afasta o crime *; Furto qualificado.
NOVIDADE!!! STF passou a entender pela possibilidade de aplicação do princípio da
bagatela em caso de furto qualificado, ainda que reincidente o agente, a partir da
análise do CASO CONCRETO.
 *#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO. Segundo o art.
1o, Lei 6242/75, o exercício da profissão de guardador e lavador autônomo de veículos
automotores (“flanelinha”) depende de registro na Delegacia Regional do Trabalho
competente. Diante disso, caso a pessoa exerça a profissão de “flanelinha” sem estar
registrado na Superintendência Regional do Trabalho, ela poderá ser denuncia pela
prática de contravenção prevista no art. 47 da Lei de Contravenções penais? NÃO! O
STF entende que se aplica à hipótese, o princípio da insignificância, devendo ser
reconhecida a atipicidade material do comportamento do agente. Há mínima
ofensividade e reduzida reprovabilidade da conduta e a falta de registro no órgão

1
#FICADEOLHO: Caiu na 2ª fase da DPU – 2017 (CESPE).
competente não atinge de forma significativa o bem jurídico protegido. Se há algum
ilícito, este não é penal, mas de caráter administrativo. STF. 2 a turma. HC 115046/MG,
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. em 19/3/2013. Info 699.
 #NOVIDADE #SÚMULA #MAGISTRATURA #DEFENSORIA #MP

 Súmula 574-STJ: Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a
comprovação de sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem
do produto apreendido, nos aspectos externos do material, e é desnecessária a
identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que os
representem.

 Crimes cometidos por prefeitos:

o STF: APLICA
o STJ: NÃO APLICA. Optar em prova objetiva por esse posicionamento.

Os 4 princípios que devemos analisar quando estivermos diante de um


conflito de normas, basta lembrar da palavra SECA.

Subsidiariedade
Especialidade
Consunção
Alternatividade.

FATO TÍPICO

*#OBS.: INF STJ 566: Responsabilidade penal da pessoa jurídica. É possível a responsabilização
penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização
concomitante da pessoa física que agia em seu nome. A jurisprudência não mais adota a
chamada teoria da "dupla imputação"!

Contravenção Penal tbm tem como sinônimo crime vagabundo ou


liliputiano

Teoria Bipartida: fato típico e ilicitude. A culpabilidade seria pressuposto para aplicação da
pena. Quem é bipartido obrigatoriamente é finalista.

 O STF já adotou as duas. Sugestão: Não adotar nenhuma posição. Saber explicar as duas.
Já Roxin adota uma teoria bipartida diferente = injusto penal (fato típico + ilicitude) +
responsabilidade penal (entra no lugar da culpabilidade. É o grau de reprovabilidade +
necessidade de pena).

1.1 REQUISITOS OU ELEMENTOS

a) Conduta
b) Resultado. O resultado que funciona como elemento do fato típico é o chamado
resultado naturalístico.
c) Nexo causal/relação de causalidade
d) Tipicidade
Esses quatro elementos só estarão todos presentes simultaneamente nos crimes
materiais ou formais consumados. O STF os chama de crimes de resultado. Não falar em
aborto do anencéfalo, pois esse termo pressupõe vida. Falar em antecipação do parto. Em
todos os demais crimes, isto é, formais, de mera conduta e tentados, o fato típico só tem dois
elementos –conduta e tipicidade. E o que são crimes formais, de consumação antecipada ou
de resultado cortado? O tipo penal contém conduta e resultado naturalístico, mas dispensa
esse último para fins de consumação.Se o resultado ocorrer haverá o exaurimento, que
Zaffaroni chama de consumação material – crime exaurido – exemplo: extorsão mediante
sequestro. O resultado é o pagamento do resgate, que está no tipo, mas o crime é consumado
no momento da privação da liberdade.

Qual o ponto em comum entre um crime formal e de mera conduta? Ambos se


consumam com a prática da conduta, por essa razão o STF os chama de crimes sem
resultado. Qual a diferença? Nos crimes formais o resultado naturalístico, embora
desnecessário para a consumação, pode ocorrer. Nos crimes de mera conduta o resultado
naturalístico jamais ocorrerá, pois ele não existe; o tipo não o prevê.

TEORIA DA CONDUTA

1.1.1 Sistema Finalista:

O finalismo surge na Alemanha em 1930, sendo inaugurado por Hans Wetzel, no livro “o novo
sistema jurídico penal”. Ele transfere o dolo e culpa que estavam na culpabilidade e leva para a
conduta. Afora isso, a consciência da ilicitude ficou na culpabilidade e deixou de ser atual para
se transformar em potencial. Na conduta teremos a teoria finalista. Para o finalismo, conduta
é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim. O fato típico continua
com os mesmos elementos. Estruturalmente não muda nada.
ATENÇÃO!!!

No finalismo, a culpabilidade é vazia, pois foi esvaziada em relação aos elementos


psicológicos.
A conduta no CP é a da teoria finalista.

#OUSESABER - O Direito Penal não tolera os crimes de mera suspeita,


ao contrário do que acredita Vincenzo...o agente não é punido pela
sua conduta, e sim pela mera suspeita despertada pelo seu estilo de
vida (Direito Penal do Inimigo).

Há ainda que se conhecer a teoria funcionalista de ClausRoxin e Jakobs.

Funcionalismo Teleológico de Roxin, onde a conduta com base na missão


do direito penal, consubstanciada na proteção dos bens jurídicos.

No funcionalismo teleológico crime é fato típico, ilícito e reprovável.

Funcionalismo Sistêmico de Jakobs, onde a conduta com base na missão do


direito penal, consubstanciada na proteção da própria norma penal.

Para Jakobs, crime segue com a noção hoje concebida de fato típico, ilícito e
culpável.

Crimes Omissivos

Próprios -> São comuns ou gerais. O sujeito ativo pode ser qualquer
pessoa. Não admite tentativa por ser unissubsistente.

Impróprios, espúrios ou comissivos por omissão ->É crime próprio. A


norma prevê uma ação, mas a inércia do agente, que descumpre um
dever especial de agir, leva à produção de um resultado.

 Admite tentativa por ser plurissubsistente.

o crime de “olvido” ou de esquecimento se dará no caso em que a omissão do garantidor

ocorrer por culpa. Ex: Salva-vidas que deixa de prestar atenção nos banhistas porque
estava conversando no whatsapp, vindo um deles a morrer afogado.

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem
a) tenha por lei (em SENTIDO AMPLO)obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (ex.: PAIS,
POLICIAIS).
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (GARANTE).
#OBS.: independem de vínculo jurídico, como ocorre com o professor de natação. Ex. pode ser
um amigo nadador experiente que convidou o outro para nadar. A responsabilidade subsiste
enquanto estiver no local, independentemente do fim da obrigação. Ex. enfermeira socorrer
idosos após a jornada de trabalho, ainda estando em sua residência.
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (INGERÊNCIA
OU SITUAÇÃO PRECEDENTE).O Comportamento pode ser doloso ou culposo.

#OBS.: Outro caso de dever de agir – lei de crimes ambientais.

Teorias sobre Omissão

1 – TEORIA NATURALÍSTICA

A omissão é um nada, logo, nada produz. Essa teoria não admite


crime omissivo.

2 – TEORIA NORMATIVA OU JURÍDICA

A omissão consiste em não fazer o que a lei determina que se faça.É


a teoria adotada pelo CP.

Exclusão da Conduta

Caso fortuito (ação humana) e força maior (natureza) são acontecimentos imprevisíveis e
inevitáveis, que escapam ao controle da vontade. Sem vontade não há conduta.

Movimentos reflexos: são reações fisiológicas, decorrentes da provocação dos sentidos. Falta
vontade. Atos reflexos previsíveis, como dedo no gatilho, e consequente disparo por ato
reflexo não exclui a conduta. Os movimentos reflexos não se confundem com as ações em
curto circuito, pois estas derivam de uma explosão emocional repentina. Nas ações em curto
circuito, portanto, existe conduta e crime.

Coação física irresistível ou vis absoluta– não há vontade. Exclui tipicidade.

Ex: Policial amarrado durante ação criminosa, o qual vê o delito, mas está incapacitado de agir
para evitar o resultado.

Sonambulismo e hipnose: os atos são praticados em estado de inconsciência.

Resultado
1.1.2 Espécies de resultado

 Resultado jurídico ou normativo: mera violação da norma penal como ofensa ao bem
jurídico protegido.

 Resultado material ou naturalístico: é a modificação do mundo exterior, provocada


pela conduta do agente. É algo que pode ser sentido e constatado no mundo real.

Existe crime sem resultado? Depende de qual resultado estamos tratando. Todo e
qualquer crime tem resultado jurídico (princípio da reserva legal, ofensividade, lesividade).
Agora somente os crimes materiaise formais consumados apresentam resultado material ou
naturalístico.

NEXO DE CAUSALIDADE

O que vem a ser direito penal quântico?

Não basta a mera relação de causalidade física, exigindo ¹nexo


normativo da imputação objetiva e a ²tipicidade material.

O que seria nexo normativo?

É a ideia trazida por ClausRoxin.

Por sua vez, o nexo normativo é composto:


(i) da criação ou incremento de um risco não permitido (não tolerado pela sociedade) e;
(i) da ocorrência deste risco no resultado (resultado na linha de desdobramento causal normal
da conduta).

1.1.1 Teorias

 Teoria da equivalência dos antecedentes ou conditio sinequa non. Os penalistas dizem


que foi desenvolvida por um alemão chamado Glaser. Os responsáveis pela
sistematização foram Von Bue e Stuart Mill. Para essa teoria causa é todo e qualquer
acontecimento provocado pelo agente, sem o qual o resultado não teria ocorrido como
e quando ocorreu.
 Teoria da causalidade adequada. Do alemão Von Kries. Causa é todo e qualquer
comportamento humano eficaz para produzir o resultado. Essa teoria é mais restrita que
a primeira. Essa causa é entendida de acordo com um juízo estatístico – it quod
plerumqueaccidit – aquilo que normalmente acontece. Deve ser identificado pelas
máximas da experiência. Carro foi furtado. 5 min depois uma pessoa é encontrada
dirigindo o carro. Ela responderá por furto ou receptação? Furto. Essa teoria é escolhida

pelo CP no caso de concausa relativamente independente que por si só


poderia causar o resultado.
 Imputação objetiva2. ClausRoxin trouxe essa teoria em 70. A teoria adiciona ao nexo de
causalidade a criação de um risco proibido ou o aumento de um já existente e a
realização desse risco no resultado. A teoria finalista exige apenas o nexo de
causalidade. Veio complementar. Dessa forma nexo de causalidade seria formado por
três etapas: teoria da equivalência dos antecedentes, imputação objetiva e dolo ou
culpa. Trabalha com a noção de risco proibido. Se o risco for permitido não há fato típico
ex. lesão de boxe, pessoa que passa no sinal verde (princípio da confiança). Para existir o
nexo é necessário que o agente tenha criado um risco proibido ou aumentado um já
existente.Aqui está presente o direito penal quântico.
É criação doutrinária. Não tem previsão legal. O STJ já acolheu em alguns julgados por ser
mais favorável ao réu.

ex. a lesão de uma luta de boxe para a teoria finalista seria

abarcada por uma excludente de ilicitude (exercício regular de um

direito), enquanto que para a imputação objetiva o fato seria atípico,

pois o risco não é proibido pelo direito, não havendo nexo de

causalidade.
#OBS.: STJ - exemplo de comissão de formatura que não foi responsabilizada por morte de
formando que ingeriu muita bebida e se afogou na piscina. Entendeu o Tribunal que, pela
teoria da imputação objetiva, a conduta seria ATÍPICA, já que pelo princípio da confiança a
comissão esperava que todos se comportassem dentro dos padrões sociais.

#OUSESABER: A Teoria da Imputação Objetiva do Resultado nasceu para combater o regresso


infinito gerado pela teoria da equivalência dos antecedentes causais adotada pelo caput do
art. 13 do CP. Ela não substitui esta teoria, apenas a complementa introduzindo o nexo
normativo, evitando, assim, o regresso ao infinito.

2
Caiu na primeira fase dos últimos concursos da banca, inclusive do MPMG 2017.
#OBS.: Qual ou quais dessas teorias o Brasil adota? A teoria da equivalência dos antecedentes
é a regra geral. Art. 13, caput. A Teoria da causalidade adequada é exceção prevista no art. 13,
§1º. A Teoria da imputação objetiva é uma proposta doutrinária, que já foi utilizada em alguns
julgados do STJ, por ser muito mais favorável ao réu.
A venda de uma arma de fogo a um homicida confesso. Aquele que vendeu a arma,
mesmo tendo conhecimento da prática do crime a ser realizado, não pode ser co-autor ou
partícipe do homicídio, certo que praticou uma conduta estereotipada e socialmente
adequada e permitida. Não incumbe ao mesmo custodiar as ações de todos os compradores
de armas vendidas legalmente.

a) Concausa dependente é aquela que depende da conduta do agente para produzir o


resultado. Nas concausas dependentes, o agente responde pelo crime. Se insere no
curso normal do desenvolvimento causal.

b) Concausa independente é aquela idônea a produzir, por si só, o resultado. Essas


concausas se subdividem em absolutas e relativas. Foge da linha normal de
desdobramento da conduta.

b.1) a concausa independente absoluta é aquela que é capaz de produzir por si só


o resultado e não se origina da conduta do agente. É também chamada de causalidade
antecipadora. Elas podem ser: preexistentes, simultâneas ou supervenientes.

i. Concausas preexistentes absolutamente independentes: são aquelas que


ocorrem antes da conduta do agente. Exemplo: o sujeito atira no seu desafeto para matá-lo.
A vítima morre, mas não em razão do tiro. Ela morre em razão do veneno que havia
ingerido, anteriormente.
ii. Concausas simultâneas absolutamente independentes: são aquelas que
ocorrem concomitantemente à conduta do agente. Exemplo: o sujeito atira para matar o
desafeto. No mesmo instante que o projétil atinge o peito da vítima, ela é atingida por um
raio, que ocasiona a sua morte.
iii. Concausas supervenientes absolutamente independentes: são aquelas
que ocorrem após a conduta do agente. Exemplo: um sujeito, que está em um barco maior,
atira em seu desafeto, que está em um barco menor. Este morre. Todavia, sua morte não
decorreu do tiro, mas de uma tempestade, que afundou o barquinho.

#OBS: Nesses três casos, o agente responderá, tão somente, pela tentativa de
homicídio, e não pelo homicídio consumado. A concausa rompe com o nexo causal.

b.2)noutro pórtico, têm-se as concausas independentes relativas, que são aquelas que são
capazes de produzir por si sós o resultado e têm origem na conduta do agente. Não
existiriam sem a atuação criminosa. Elas podem ser: preexistentes, simultâneas ou
supervenientes.

i. Concausas preexistentes relativamente independentes: são aquelas que ocorrem


antes da conduta do agente. Exemplo: sujeito dá um tipo para atingir a cabeça de outro.
Contudo, o tiro atinge a perna, e, mesmo assim, o sujeito morre, já que era hemofílico.

ii. Concausas simultâneas relativamente independentes: são aquelas que ocorrem


concomitantemente à conduta do agente. Exemplo: o sujeito, em um dia de forte frio, atira
em outro querendo mata-lo. A vítima, ferida no joelho, pelo disparo, morre, em razão do
forte frio.

#OBS: Nestes dois exemplos, o agente responderá pelo homicídio consumado. Isto porque,
as concausas preexistentes e simultâneas relativamente independentes não rompem o nexo
causal, de maneira que o agente responde pelo resultado produzido. Se retirar a ação do
autor o crime não ocorreria. O acima afirmado o observado devido à aplicação da teoria da
equivalência dos antecedentes, prevista no art. 13, caput, do CP.

iii. Concausas supervenientes relativamente independentes: indiretamente, o


Código Penal leva ao entendimento de que existem as que não produzem, por si
sós, o resultado (art. 13, caput, do CP), e aquelas que produzem, por si sós, o
resultado (art. 13, §1º, do CP).

Na primeira hipótese, é possível visualizar os exemplos do erro médico e da


infecção hospitalar. Nesses casos, o agente responde pelo crime consumado,
porque a eles é aplicada a teoria da equivalência dos antecedentes. As concausas
supervenientes relativamente independentes que não produzem os resultados por
si sós não rompem com o nexo causal.

Na segunda hipótese, os grandes exemplos são os da ambulância e do incêndio no hospital.

Nesses casos, o agente responde pelo crime tentado, já que àqueles é aplicada a
teoria da causalidade adequada(exceção). As concausas supervenientes
relativamente independentes que produzem os resultados por si sós rompem o nexo causal.
Em juízo de prudência, bom saber que existem outras duas teorias

sobre nexo causal:


TEORIA DA QUALIDADE DO EFEITO

Para a Teoria da qualidade do efeito, causa é a condição da qual depende a


qualidade do resultado, havendo diferenciação entre condições estáticas e
dinâmicas, sendo que somente estas últimas seriam causa decisiva ou eficiente
para o efeito.

TEORIA DA RELEVÂNCIA CAUSAL

Para a Teoria da relevância causal, causa da produção de um resultado depende,


dentre outros critérios, da relevância jurídica da conexão causal do ato de vontade
com o resultado.
Roxin
O renomado doutrinador ainda traz outras hipóteses que rompem o nexo de
causalidade: A autocolocação em perigoeHeterocolocação em perigo
consentido (perigo gerado por terceiro).

Tipicidade

Tipicidade formal + Tipicidade Material


TEORIA DA RACIO ESSENDI

Todo fato típico é ilícito.

TEORIA DA RACIO COGNOSSENDI

Para esta teoria, menos radical, desenvolvida por Mayer, toda conduta típica e,
indiciariamente, ilícita. É a teoria adotada por nosso CP, pois existem outras
causas que podem excluir a ilicitude.

Qual é o efeito prático da teoria indiciária? Acarreta a inversão do ônus da prova no tocante as
excludentes da ilicitude. Então, para a acusação, basta provar que o fato é típico.
Teoria dos elementos negativos do tipo:As excludentes da ilicitude funcionam como
elementos negativos do tipo penal.

Teoria da tipicidade conglobante desenvolvida pelo argentino Eugenio Raul


Zaffaroni. A tipicidade conglobante é a tipicidade legal (para nós, a tipicidade penal,
só muda o nome) + antinormatividade. Para existir tipicidade não basta violar a
norma, é preciso violar o ordenamento jurídico como um todo
O Zaffaroni antecipa a análise da ilicitude. Ele fala que não se pode tratar como fato típico
conduta permitida pelo ordenamento.

Adequação típica

É a tipicidade formal colocada em prática. Essa adequação pode ser de duas espécies:
imediata ou mediata. A adequação típica de subordinação imediata ocorre quando o fato se
encaixa diretamente no tipo penal. Não há necessidade de utilização de nenhuma outra norma
(exemplo: homicídio consumado).

A adequação típica de subordinação mediata, também chamada de ampliada ou por


extensão, ocorre quando o fato praticado pelo agente não se encaixa diretamente no tipo
penal. Há necessidade de outra norma. São as normas de extensão ou complementares da
tipicidade (exemplo: art. 14, II, CP; art. 29, caput, CP, relativamente à participação; art. 13, §2º,
CP).

Art. 14 - Diz-se o crime: EXTENSÃO TEMPORAL.


II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade
do agente.

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade.  EXTENSÃO PESSOAL.
 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem; EXTENSÃO DA CONDUTA.

ITER CRIMINIS

Teorias do Iter Criminis

1 – Teoria Subjetiva ->Deve se analisar a vontade do agente, ele deve ser


punido pelo seu querer interno.

2 – Teoria Objetiva -> Necessária a exteriorização de atos idôneos e


inequívocos à realização do resultado.

3 – Hostilidade ao bem jurídico ->Deve haver início do ataque ao bem jurídico.

4 – Objetivo-Formal ->Execução tem início com a realização de um verbo


nuclear do tipo. Não analisa o animus do agente.

5 – Objetivo-Material ou UNIDADE MATERIAL->Necessária a realização do


verbo nuclear, mas também engloba a prática de atos imediatamente
anteriores à realização do núcleo do tipo na visão de um TERCEIRO
OBSERVADOR. Não analisa o animus do agente.

6 – Objetivo-Individual ou Subjetiva Limitada ou do Plano do Autor-


>Mesma coisa da anterior, mas na visão do “plano concreto do autor”.
Analisa o animus do Autor.

O CP adota a objetivo-formal.

STJ e STF acolhem a objetivo-individual, possibilitando assim punir os crimes


obstáculos. Teoria também defendida por Zaffaroni.

Cogitação/Preparação ou atos preparatórios. Ambos, via de regra impuníveis, pois


não se adentra a esfera do bem alheio. Exceções:

Associação Criminosa/Possuir petrecho para falsificar moeda/Maquinário


de Tráfico

No que diz respeito às fases do iter criminis, o auxílio à prática de crime,


salvo determinação expressa em contrário, não é punível se o crime não
chegar a ser, ao menos, tentado.
A terceira etapa é a execução, dando início ao crime, afetando bem jurídico alheio.

Consumação é a quarta etapa, onde se conclui o crime.

Crime material ->Se consuma com a ocorrência do resultado previsto na norma.

Crime formal -> Se consuma com a completa prática da conduta formalmente


proibida na norma, mesmo sem gerar o resultado previsto.

O crime tem um resultado previsto, mas ainda que não ocorra, o crime restará
consumado. Difere aí dos crimes de mera conduta, os quais não tem resultado
naturalístico previsto, só jurídico/normativo.Ex: Reingresso de estrangeiro

Exaurimento do crime se dá, apenas nos crimes formais, onde além da


realização da conduta proibida o agente alcança o resultado previsto na norma
penal.

Consequências do exaurimento:

1 – Circunstancia Judicial desfavorável na fixação da pena base.

2 – Qualificadora do crime, como ocorre no crime de resistência.

3 – Majorante, como no crime de corrupção passiva.

4 – Passar a configurar crime autônomo, como no art. 148, §1º, V do CP.

Crime Próprio -> Exige qualidade especial do agente ou da vítima. Crime


bipróprio é aquele que exige qualidade especial de ambos.

Admite coautoria e participação.

Crime de mão própria ->Além de exigir qualidade especial do sujeito ativo,


apenas ele pode cometer o fato típico.

Só admite participação. Ex: Falso testemunho. Vale dizer que o STF entende
que o advogado que instrui testemunha a mentir é coautor. Nesse caso uma
exceção.

 Infanticídio pode entrar aqui a depender da banca!!!Antes de cada


concurso observar o que pensa a banca.

Crime vago é aquele em que a vítima é ente despersonalizado. Ex: Tráfico de


drogas

Obs. Não existe crime sem objeto jurídico. Algum bem a norma tem que tutelar.

Estudo do Dolo

Lembrar que “Dolo Geral” pode ser duas coisas.

Elementos do dolo: Intelectivo (consciência do que faz) e volitivo (vontade de


fazer).

Teorias para explicar o dolo

1 – Teoria da Vontade ->É a utilizada para alcançar o dolo direto.

2 – Teoria do assentimento ou consentimento ->Usada para explicar o dolo


eventual.

3 – Teoria da Representação -> É usada para explicar a culpa consciente.


Furto de uso é fato atípico.

Dolo de 2º Grau ->Ocorre quando o agente quer determinado resultado, porém


tem certeza, convicção plena, de que outros resultados paralelos se produzirão, e
ainda assim, atua, gerando estes resultados colaterais.

 Responderá por estes resultados paralelos a título de dolo direto de


2º grau com as penas somadas. (concurso formal imperfeito). Ex:
Bomba no avião para matar desafeto.

Dolo de 3º Grau ->É o dolo de dupla consequência. É o efeito colateral do efeito


colateral previsto e certo. Ex: O feto que está no avião.

Dolo indireto ou Indeterminado ->O agente não busca um resultado específico,


determinado. São subgêneros o dolo alternativo e o dolo eventual.

Dolo alternativo ->O agente depois de prever dois ou mais resultados dirige sua
conduta para realizar um ou outro com a mesma intensidade e vontade. Ex: O
agente previu uma lesão e uma morte, dirigindo sua conduta para realizar a lesão
ou a morte. Matar ou ferir “tanto faz”.

Dolo eventual ->O agente depois de prever dois ou mais resultados dirige-se
sua conduta na busca de um, assumindo o risco de produzir o outro. O agente
prevê lesão e morte, dirige sua conduta para gerar lesão, mas assume o risco de
realizar a morte, com intensidade distinta.

Dolo cumulativo: o agente pretende alcançar dois resultados em sequência.Ex:


primeiro quer ferir para depois matar.

Obs: hipótese de crime progressivo.

Progressão criminosa -> O agente vai de um crime menos grave, mas no meio
do caminho passa a querer um resultado mais grave. TEMOS MUDANÇA DE
DOLO.

Crime Progressivo ->Não há mudança de dolo.

Dolo Geral ->Quando o agente querendo determinado resultado pratica uma


conduta e, acreditando ter alcançado o seu objetivo (resultado), realiza um
segundo ato, porém o resultado só se produz em razão desta segunda ação.

Neste caso o dolo da primeira conduta será geral e abrangente, alcançando


o segundo ato para que ele responda por um único crime doloso
consumado.

Ex: caso Nardone, caso Mércia.

Dolo de Ímpeto ->Ocorre no calor do momento, pode atenuar a pena.

O inimputável tem dolo, consciência e vontade dentro do seu precário mundo


valorativo.

Estudo da culpa

Elementos da culpa

1 - Conduta Voluntária: A vontade do agente se limita à realização da conduta, e


não à produção do resultado.

2 - Violação de um dever de cuidado objetivo


Imprudência, Negligência e imperícia.

ATENÇÃO!!!Inobservância de regra técnica: Causa especial de aumento de


pena. O agente tem conhecimento técnico e prático, mas relapso não observa no
momento da conduta.

Erro Profissional: O profissional age atento às regras, mas falível os postulados


científicos, torna-se possível a ocorrência de um resultado lesivo. Não há
punição.

ADENDO...QUESTÃO CESPE. Com relação aos médicos, “O erro de


diagnóstico não enseja culpa, porém o erro de conduta a caracteriza”, ou
seja, errar o diagnóstico quando se usa a técnica recomendada é
permitido, mas quando se erra o diagnóstico por não adotar a técnica
recomendada gera culpa e é punível.

Não há tentativa em crime culposo.

Voltando aos elementos;

3 - Resultado

Todo crime culposo é material.

4 – Nexo Causal

5 – Previsibilidade ->Possibilidade de conhecer o perigo ñ se confunde com


previsão, caso em que o perigo é conhecido.

A previsibilidade subjetiva não é elemento da culpa, sendo averiguada na


culpabilidade.

6 – Tipicidade

→ Espécies de culpa:

a) Culpa Consciente: o agente prevê o resultado, mas espera que ele não
ocorra, supondo poder evitá-lo ou conta com a sorte (culpa com
previsão).

b) Culpa Inconsciente: o agente não prevê o resultado que, entretanto, era


previsível (culpa sem previsão).

c) Culpa Presumida: também chamada de culpa “in reipsa”, era modalidade de


culpa admitida pela legislação penal antes do CP de 1940, e consistia na
simples inobservância de uma disposição regulamentar. Hoje, a culpa não
mais se presume, devendo ser comprovada.

d) Culpa Própria: é aquela em que o agente não quer e não assumeo risco
de produzir o resultado.

e) Culpa Imprópria (instituto do ERRO): Fantasia situação ...acobertado


por uma excludente de ilicitude, e, em razão disso, provoca
intencionalmente um resultado ilícito. Apesar de a ação ser dolosa, o
agente responde por culpa por razões de política criminal –
consequência para a descriminante putativa por erro evitável).

Obs: tem doutrina admitindo tentativa em culpa imprópria porque a estrutura do


crime é dolosa.
Estudo da Tentativa

Embora seja possível, não é punível tentativa em contravenções penais.

O fenômeno da extraterritorialidade da lei penal não alcança


contravenções penais.

Teorias da Tentativa

1 – SUBJETIVA

O que importa é o dolo, inexistindo diferenciação da pena no delito consumado e


tentado.

O CP, em via de exceção, adota esta teoria para o crime de atentado ou


empreendimento.

O Código Eleitoral também traz exceção em seu artigo 109: “Votar ou tentar votar
no lugar de outrem ou mais de uma vez”. A pena é a mesma.

2 – TEORIA SINTOMÁTICA

A punição tem lastro na periculosidade. Possibilita punir atos preparatórios.

3 – OBJETIVA OU REALÍSTICA (CP)

Embora completas, tentativa e consumação, subjetivamente falando, mas do ponto


de vista objetivo a tentativa é uma ação frustrada, inacabada, merecendo
punição menos rigorosa.

4 – TEORIA DA IMPRESSÃO OU OBJETIVO-SUBJETIVA

Visa limitar punição irrestrita da teoria subjetiva que alcança atos preparatórios.

Ouse saber: Tentativa Supersticiosa ou Irreal: Difere do crime impossível, haja


vista que o meio utilizado não apresenta defeito, mas simplesmente não é apto
em hipótese alguma de gerar o resultado. A pretende matar B com a força do
pensamento.

Existem crimes que só são punidos na modalidade tentada, e quando


consumados são fatos atípicos: Ex: Desmembrar parte do território nacional para
constituir país independente, ou o crime de tentativa de golpe.

Tentativa também chamada de conatuse crime penal manco.


REDUÇÃO DA PENA: De 1/3 a 2/3.

A redução será inversamente proporcional ao iter criminis percorrido pelo


agente (STF e STJ).

Lembrar:Tentativa branca ou incruenta/Tentativa vermelha ou cruenta

Tentativa abandonada ou qualificada: É o mesmo que desistência


voluntária.

Não é possível tentativa:

Crime preterdoloso não admite tentativa, pois o resultado vem a título de culpa.
Doutrina minoritária admite no crime de estupro seguido de morte.

Crime Habitual
Crime Unissubsistente.

Crime omissivo próprio

Crime de perigo abstrato

Admitem tentativa

Tentativa em crime de latrocínio? Sim, de acordo com jurisprudência dominante


do STJ, é possível o reconhecimento de tentativa no crime de latrocínio.

Para ganhar tom de tentativa, a subtração ter sido efetivada não é relevante, mas
sim o resultado morte. Ocorrerá tentativa quando o agente no curso do roubo
emprega de violência que por si só seria capaz de matar a vítima, mas não
leva a vítima a óbito. Nesse contexto, como já dito, a subtração é irrelevante.

Também haverá tentativa caso a questão narre que a vítima tenha sofrido lesão
corporal, desde que o meio empregado para gerar violência seja capaz de
levar ao resultado morte.

O latrocínio, segundo súmula do STF, resta consumado no momento da morte


da vítima, ainda que não exista subtração.

Tentativa em crime permanente -> Sim, pois o crime se consuma ao longo da


execução do delito. Extorsão mediante sequestro.

Tentativa em crime continuado -> Sim. O crime continuado é a ocorrência de


vários crimes idênticos em continuidade onde em algumas situações será possível
que dentre os delitos praticados, alguns sejam tentados.

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ

Prevalece que é causa excludente da tipicidade.

Excluem a responsabilização do agente por tentativa delituosa, só respondendo


pelos atos já praticados. Eliminam a tentativa.

Desistência voluntária ->O agente que, tendo iniciado a prática dos atos
executórios, mas antesde praticar todosos atos executórios do delito, impede
voluntariamente a consumação do delito.

“Só se desiste daquilo que não o fez ou que está fazendo”.

Fórmula de Frank diferencia desistência voluntária de tentativa.

Arrependimento eficaz ou Resipiscência->O agente, tendo iniciado a prática


dos atos executórios, após praticar todos os atos executórios, age
voluntariamente, em sentido contrário,para impedir a consumação do delito.

Ambos os institutos impedem que o agente responda pelo crime iniciado ou


praticado, mas apenas pelos atos já praticados.

Não precisa ser espontâneo.

ARREPENDIMENTO POSTERIOR

Não elimina a tentativa, tampouco isenta de pena. Apenas é causa de


redução de penaa ser arguida pelo juiz na terceira fase da dosimetria da pena.
Para que seja reconhecido, necessários alguns pressupostos:

a) O crime praticado não pode comportar violência ou grave ameaça.

b) Tem que ocorrer antes do recebimento da denúncia (sinônimo que


pode vir em prova: “Antes de iniciada a ação penal”) ou queixa.

c) O arrependimento ocorra a partir de conduta voluntária do agente (não


precisa ser espontânea).

d) Tem que haver a reparação do dano (total) ou restituição do bem .

Jurisprudência recente tem admitido em crimes contra a pessoa, desde que


CULPOSOS.

Esses pré-requisitos são cumulativos.

Se a reparação do bem não se der de forma integral, mas se a vítima aceitar a


reparação parcial, haverá a configuração do instituto do arrependimento
posterior?

Divergência: De acordo com o professor, para fins e prova, ante a realidade


legalista do exame, se adote o segundo posicionamento, ou seja, será reconhecido
o arrependimento posterior caso haja reparação integral do dano ou entrega do
objeto sem ônus gravado.

Caso o crime seja praticado em concurso de agentes, se um destes repare


totalmente o dano, a possibilidade de arrependimento posterior deve ser
estendida aos demais envolvidos. Posicionamento do STF.

Na mesma situação, caso o um dos agentes repare o dano de forma parcial com a
parte que lhe coube do proveito econômico, não aproveita o arrependimento
posterior.

 Se um terceiro reparar o dano de forma integral?

Posicionamento confuso na doutrina, mas para fins de prova, deve-se adotar a ideia
de que a reparação feita por terceiros em favor dos meliantes, deve ser
reconhecido o arrependimento posterior.

Cheque sem fundo ao teor da súmula 554 do STF seria hipótese de arrependimento
posterior?

Se o meliante quita o cheque sem fundo antes do recebimento da denúncia,


obsta o andamento da ação penal. Se pago, após o recebimento da
denúncia, a ação penal prosseguirá, conforme teor da súmula 554 do STF.

Emissão de Cheque sem Fundo dolosamente caracteriza crime de estelionato. Se


a emissão de cheque sem fundo é culposa, haverá apenas ilícito civil, sendo
atípica a conduta na esfera penal.

O crime ocorre quando o agente tem ciência de que o cheque será devolvido.

 No crime de peculato culposo, se o funcionário público ressarcir o prejuízo


antes da sentença transitada em julgada, haverá a extinção da
punibilidade.

Se após o trânsito, a pena será reduzida pela metade. Tecnicamente não há


arrependimento posterior.
Teorias do Crime Impossível

1 – TEORIA SINTOMÁTICA

O agente demonstra ser perigoso, devendo ser punido. Fundamenta-se no Direito


Penal do Autor.

2 – TEORIA SUBJETIVA

Sendo a conduta subjetivamente perfeita, deve o agente sofrer a mesma pena


cominada à tentativa, mesmo que objetivamente impossível de consumar o
crime.

3 – TEORIA OBJETIVA

Se divide em:

Pura: Não há tentativa, mesmo que a inidoneidade do meio seja relativa.

Objetiva Temperada: Não há tentativa quando a inidoneidade do meio seja


absoluta. É a teoria adotada pelo nosso CP.

EXCLUDENTES DE ILICITUDE

Teoria da indiciariedade (“ratiocognoscendi”).

Estado de Necessidade

Visa salvar de perigo atual direito próprio ou de terceiro. Iminente não autoriza
o estado de necessidade.

O perigo não pode ter sido criado pela vontade do agente. Causador
culposo pode agir em estado de necessidade.

Garantidor não pode alegar estado de necessidade. Todos aqueles do art. 13,
§2º, a, b, c. Segurança particular, por exemplo.

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir


para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; policiais,


bombeiros...

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

O perigo não tem destinatário certo. Perigo imaginário acarreta no estado de


necessidade putativo, não excluindo a ilicitude, mas pode afastar a culpabilidade.

A autorização do terceiro é necessária? Prevalece que não.

O sacrifício do bem jurídico alheio não pode ser o meio mais cômodo e sim o
absolutamente necessário.

Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado. Proporcionalidade entre o


bem protegido e o bem sacrificado.

Teoria diferenciadora: diferencia duas espécies do estado de necessidade e


deriva do direito alemão.
Est. Nec. Justificante ->Quando o bem protegido vale mais que o bem
sacrificado. Exclui a ilicitude.

Est. Nec. Exculpante ->Quando o bem protegido vale igual ou menos que o bem
sacrificado. Exclui a culpabilidade.

Nosso CP adotou a teoria unitária, onde o bem protegido deve valerigual ou


mais que o bem sacrificado. Só exclui a ilicitude.

Obs: se o bem protegido valer menos que o bem sacrificado haverá uma redução
de pena.

Requisito Subjetivo

Conhecimento da situação de fato justificante. O agente tem que conhecer o


perigo.

 Estado de necessidade defensivo: o agente sacrifica bem jurídico do


próprio causador do perigo.

 Estado de necessidade agressivo: o agente se vê obrigado a sacrificar


bem jurídico de terceiro que não criou a situação de perigo.Autoriza
indenização civil, com direito de regresso.

Legítima Defesa

i – Atual ou iminente ->Deve estar em curso (acontecendo) ou prestes a


acontecer. Não há legitima defesa de agressões passadas, nem da promessa
de agressão futura.

Legítima defesa antecipada ->Havendo certa agressão futura, se o agente se


antecipar e já atuar para se proteger não haverá exclusão da ilicitude, podendo se
falar em exclusão da culpabilidade e do crime a partir do caso concreto.

ii – Injusta -> Não há legitima defesa de condutas realizadas por um agressor que
esteja protegido por uma excludente de ilicitude. Não há legitima defesa de
legítima defesa (legítima defesa recíproca). De outro turno, há legítima
defesa contra o excesso do outrora legitimado (legítima defesa sucessiva).

No ataque de um animal, ele sendo abatido tem que se verificar se o ataque foi
espontâneo sendo um perigo atual, configurando assim o estado de necessidade, já
na hipótese de um ataque provocado por terceiro configura agressão injusta
sendo legitima defesa.

A agressão deve ser injusta, independente da consciência da ilicitude por parte do


agressor, e sim o agredido que deve ter esta consciência.

 A injusta agressão precisa corresponder a um fato típico? Não precisa,


como por exemplo, o furto de uso, sendo um fato atípico, mas é uma
agressão injusta.

iii - Utilização de meios moderados -> A legítima defesa exige que o agente
atue nos estritos limites necessários para cessar a agressão, sendo que os
excessos serão punidos a título de dolo ou culpa.

Excesso Intensivo -> Diz respeito ao meio utilizado para afastar a agressão em
curso.A agressão está em curso.
Excesso Extensivo ->O excesso utilizado se deu após a cessação da injusta
agressão. Excesso na duração. O meio até era adequado, mas...

Igual a todos as excludentes, o agente precisa ter consciência de que está agindo em legítima
defesa.

a) Legítima defesa defensiva: a reação não constitui fato típico. Ex: desviar de um soco.

b) Legítima defesa agressiva: a reação constitui fato típico (mas não autoriza
indenização civil).

Legítima defesa subjetiva: é o excesso exculpável da legítima defesa, hipótese em que


qualquer pessoa, nas mesmas circunstancias, se excederia (pode eliminar a culpabilidade).
Legitima defesa sucessiva: ocorre na repulsa contra o excesso do agente
primeiro agredido (temos duas legítimas defesas, uma depois da outra).

Não é possível legítima defesa contra estado de necessidade.

ATENÇÃO!! Por injusta agressão a doutrina entende a advinda de conduta


dolosa e culposa.
PROVOCAÇÃO E DESAFIO

O provocador pode agir em legítima defesa. Amante surpreendido pelo marido


pode repelir as injustas agressões.

Desafio: Aquele que aceita o desafio não pode alegar legítima defesa.Ex: A
chama B para briga, B aceita, lhe desfere uma facada para se defender na briga. B
não pode alegar legítima defesa.

Estrito Cumprimento de um Dever Legal

Prevalece que particular pode alegar estrito cumprimento de um dever


legal.

Ex: Advogado que se recusa a depor em juízo em razão do dever de sigilo


profissional.

Voltado para agentes públicos.

Obs: as obrigações de natureza social, moral ou religiosa, não determinadas por lei,
não se incluem na justificativa.

Adotada a tipicidade conglobante, o estrito cumprimento do dever legal deixa


de excluir a ilicitude para atuar como causa excludente da tipicidade, pois há ato
normativo no ordenamento jurídico que determina o atuar.

Como sua excludente está amparada em outra norma, é chamada na doutrina de


descriminante penal em branco.

De acordo com o CESPE, o único flagrante que autoriza a entrada forçada em


residência para captura do infrator é o próprio. Pouco importará se a residência é
do marginal ou de terceiros.

A execução de pena de morte feita pelo carrasco, em um sistema jurídico que


admita essa modalidade de pena, é exemplo clássico de estrito cumprimento de
dever legal. 

Exercício Regular de um Direito


Compreende ações do cidadão comum autorizadas pela existência de direito
definido em lei e condicionadas à regularidade do exercício desse direito.

Exercício regular de direito “pro magistratu” ->O estado não pode estar
presente. São ações permitidas e incentivadas a ser praticadas pelo
cidadão. Ex: Flagrante facultativo; Direito de castigo no âmbito do poder familiar.

Obs: são requisitos do exercício regular de direito:

 Indispensabilidade: impossibilidade de recurso último aos meios coercitivos


normais.

 Proporcionalidade.

 Conhecimento da situação de fato justificante.

→ Adotada a tipicidade conglobante, o exercício regular de direito incentivado deixa de excluir


a ilicitude para servir como causa excludente da tipicidade.

Ofendículo
Enquanto não acionado é um exercício regular de direito, quando acionado é
legítima defesa. É a que prevalece.

Ofendículo Defesa mecânica predisposta

É um aparato visível e configura Aparato oculto, configurando legítima


exercício regular de direito. defesa.

Consentimento do Ofendido

Descriminante supralegal.

Requisitos:

O dissentimento (não consentir) da vítima não pode integrar o tipo penal.

Se o não consentir integra o tipo, o fato de haver consentimento torna a conduta


atípico. Ex: Estupro, onde se o sexo é consentido, não há se falar em crime. O
mesmo para invasão de domicílio.

Por outro lado se o dissenso não é elementar do crime, havendo consentimento,


haverá exclusão supralegal de ilicitude. Ex: crime de Dano.

O consentimento deve ser dado antes ou durante a conduta. Se depois pode


caracterizar renúncia ou perdão.

Deve ser expresso o consentimento.

Descriminante Putativa

→ Espécies de descriminante putativa:

a) O agente imagina situação justificante em razão de erro quanto a existência


ou limites da descriminante. O agente sabe o que faz, domina a situação de
fato. Ex: imagina estar autorizado a revidar com disparos de arma de fogo,
um simples tapa no rosto. Configura o chamado erro de proibição
indireto ou erro de permissão.
b) O agente engana-se quanto aos pressupostos fáticos do evento. O agente
não conhece a situação de fato. Ex: imagina uma injusta agressão que não
existe. Existem duas correntes que discutem esta natureza jurídica: art.20,
§1º, CP:

 1ª corrente: Teoria Limitada da Culpabilidade – é um erro de


tipo, ou seja, se inevitável exclui dolo e culpa; se for evitável exclui
dolo punindo-se a culpa. EXCLUI A ILICITUDE/TIPICIDADE. Esta
é a que prevalece.

Excluindo-se dolo e culpa o agente fica “isento de pena”.

 2ª corrente: Teoria Extremada da Culpabilidade – é um erro de


proibição indireto, ou seja, se inevitável isenta de pena; se for
evitável há a diminuição de pena.EXCLUI A CULPA.

 De acordo com a teoria extremada da culpabilidade, todo e qualquer erro


que recaia sobre uma causa de justificação é erro de proibição.
Por fim, as descriminantes putativas relacionadas ao contexto fático são
erros de tipo, se relacionadas ao entender jurídico é erro de proibição,
quando escusável, isenta de pena - , se inescusável, haverá redução de pena.

ERRO DE TIPO

ERROS ACIDENTAIS

Erro sobre a pessoa (erro do irmão gêmeo)-> Trata-se de um erro de


valoração a respeito da identidade do sujeito passivo. É o famoso erro do
irmão gêmeo.

Neste caso, ignora-se as características da pessoa lesionada pelo resultado da ação,


e considera-se as características da pessoavisada para todos os fins.

Erro de execução (aberratio ictos)-> Famoso erro da bala perdida. Trata-se de


erro na execução da conduta, onde o agente acerta pessoa diversa da
inicialmente visada. Erra o alvo. Famoso erroda bala perdida.

Neste caso, ignora-se as características da pessoa lesionada pelo resultado da ação,


e considera-se as características da pessoavisada para todos os fins, inclusive
para aplicação de excludente de ilicitude de legítima defesa para que o
sujeito não responda pela lesão produzida no inocente em face do erro.

 Caso produza os dois resultados, o visado e o colateral, aplica-se


normalmente as regras do concurso formal perfeito.

Aberratio Criminis -> É o erro quanto ao bem jurídico afetado, e ocorre quando o
sujeito quer lesionar um patrimônio (dano doloso), porém atinge uma pessoa
gerando lesão corporal ou morte.

Neste caso afasta-se a tentativa de dano, imputando somente a lesão


corporal culposa ou o homicídio culposo.

Na mão inversa, não há viabilidade jurídica, haja vista que o crime de dano não
admite a modalidade culposa.
 Caso produza os dois resultados, o visado e o colateral, aplica-se
normalmente as regras do concurso formal perfeito, respondendo o
autor pelo crime de dano aumentado pela lesão a terceiros.

Erro sobre o nexo causal ->Dolo geral, caso Nardone.

Erro acidental não exclui o dolo nem a culpa.

Erro sobre o objeto: Roubar relógio crendo ser de ouro. Para fins de punição e
aplicação de benefícios, levar em consideração o objeto alcançado, ou seja, a
bijuteria. Sanchez e Masson, por sua vez, admitem a aplicação do princípio
da bagatela ao caso, desde que os demais requisitos sejam preenchidos.

ESSENCIAIS

Recai sobre dados principais do tipo. Atirar em pessoa crendo ser animal. Exclui
o dolo e culpa quando invencível. Se vencível responde por crime culposo.

Erro de tipoESSENCIAL sempre exclui o dolo. Ficar atento que as bancas


tratam que o “erro de tipo sempre exclui o dolo”...pode ser a assertiva correta, pois
algumas bancas tratam como sinônimos.

Erro de Mandato ou Mandamental – A lei MANDA E O CARA NÃO FAZ.

Ocorre nos crimes omissivos, onde o legislador impõe um dever de agir, mas o
agente por falsa percepção da licitude de sua conduta se omite. O agente
conhece a lei mas acha que a situação fática está correta.

A maioria entende ser erro de tipo, amparada na teoria limitada da culpabilidade.

Erro de tipo permissivo ->O agente conhece a norma e sua extensão, mas
supõe de modo errado os pressupostos fáticos que autorizariam sua ação
em face de uma excludente de ilicitude.

ERRO DE PROIBIÇÃO OU SOBRE A ILICITUDE DO FATO

Causa atenuantes genérica.

Exclui a culpa se escusável;

Diminui a pena de 1/6 a 1/3 se inescusável.

Diferentemente do erro de tipo, não se utiliza como parâmetros aquele


inerente ao homem médio, mas sim aspectos mais subjetivos como local em que
vive, idade, elementos culturais onde sua personalidade foi formada.

1 – Erro de proibição direto

Recai sobre o conteúdo proibitivo da norma penal. O agente não conhece ou não
entende a lei.

Ex: Achar que eutanásia não é alcançada pelo art. 121.

2 – Erro de Proibição Mandamental

O agente não compreende o caráter reprovável de sua conduta omissiva. Aqui,


diferentemente do erro de mandato ou mandamental que é erro de tipo, o agente
não faz ideia da norma ou a interpreta (a norma) equivocadamente.Está
presente nos crimes omissivos impróprios.
3 – Erro de Proibição Indireto ou de Permissão

É a suposição errônea de estar acobertado por uma causa excludente de


ilicitude.

Aqui o erro se dá quanto ao alcance da norma permissiva, e não quanto aos


pressupostos fáticos. O agente não domina a norma.

CULPABILIDADE

Para a doutrina majoritária, é substrato terceiro do crime (teoria tripartite).

TEORIAS DA CULPABILIDADE

Teoria Teoria Teoria Teoria Limitada


Psicológica Psicológica Normativa Pura da Culpabilidade
Normativa ou Extremada

Tem base Tem base Tem base Tem base


causalista. neocantista. finalista. finalista.

→Culpabilidade Obs: a Culpas: Culpas:


espécies: culpabilidade não pressupostos ou pressupostos ou
tem espécies. elementos: elementos:
a) dolo;
imputabilidade, imputabilidade,
b) culpa exigibilidade de exigibilidade de
conduta diversa e conduta diversa e
potencial potencial
consciência da consciência da
ilicitude. ilicitude.

→ Culpas: → Culpabilidade: Obs: o dolo e a Está é a que


pressuposto ou pressupostos ou culpa migram para prevalece.
elemento é a elementos: o fato típico, sendo
imputabilidade. imputabilidade, o dolo natural,
exigibilidade de constituído apenas
conduta diversa, de consciência e
culpa e dolo vontade.
(consciência,
vontade e
consciência atual
da ilicitude – dolo
normativo).

Dolo normativo – Consciência, vontade e consciência atual da ilicitude.

Obs: a Teoria Extremada e a Teoria Limitada divergem apenas na natureza jurídica do erro
presente na descriminante putativa sobre situação ou pressupostos fáticos. Para a Teoria
Extremada, cuida-se de hipótese de erro de proibição. Já para a Teoria Limitada,
mais um caso de erro de tipo.

Sistemas

O Brasil adota em regra o critério biopsicológico, excepcionalmente adotando-se o


critério biológico quando dos menores de idade, onde pouco importa se tinha ou não
capacidade de entendimento e autodeterminação.

O semi-inimputável, se condenado, terá a pena reduzida de 1/3 a 2/3.


Inimputável – absolvição imprópria/decisão não interrompe a prescrição/ñ é título
executivo judicial

Semi inimputável –Condenação/Interrompe a prescrição/É título executivo judicial.

Emoção e paixão não excluem a imputabilidade, podendo interferir na pena, como no


caso do homicídio privilegiado.

Para embriaguez adota-se a regra, o critério biopsicológico.

Embriaguez acidental Caso fortuito – o agente Completa – isento de pena


desconhece o caráter (art.28, §1º, CP).
inebriante da substância.
Incompleta – reduz a pena
Força maior – o agente é (art.28, §2º, CP).
obrigado a ingerir a
substância inebriante.

Embriaguez não acidental Voluntária – o agente quer Nunca exclui a


se embriagar. imputabilidade penal (art.28,
II, CP).Resquício da Resp.
Culposa – o agente é Penal Objetiva.
negligente na ingestão da
bebida.Resquício da Resp.
Penal Objetiva.

Embriaguez patológica Doentia. Pode ser tratada como


anomalia psíquica.

Embriaguez preordenada Embriaguez para praticar o É agravante de pena (art.61,


crime. II, l, CP).

Na embriaguez não acidental e na preordenada é aplicada a teoria da “actio libera in


causa”, ou seja, analisar a capacidade de entendimento da pessoa antes dela estar
embriagada.

VALORAÇÃO PARALELA NA ESFERA DO PROFANO (MEZGER)

Critério utilizado na análise da culpabilidade a fim de saber se o agente possuía


conhecimento potencial da ilicitude.

Não se exige juízo técnico, cabendo ao juiz valorar se o agente tinha ou não
potencial...

Fato típico – Homem médio

Ilicitude – Homem médio

Culpabilidade – Perfil subjetivo do agente.

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, ¹inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de ²determinar-se de acordo com esse
entendimento.

O que importa é ao tempo da ação ou omissão...os requisitos são cumulativos, onde


ausente um deles, o agente será considerado inimputável.

Potencial Conhecimento da Ilicitude


Ao lado da imputabilidade, é o segundo pressuposto da culpabilidade, onde necessário que o
agente tenha percepção de que seu comportamento contraria o direito. Não se exige um
juízo técnico.

Erro de tipo exclui a ilicitude;

Erro de proibição exclui a culpabilidade.

Co-cupabilidade

Criação de Zaffaroni.
Divisão da culpa entre o criminoso vulnerável e o Estado.

Co-culpabilidade às avessas.

Tem várias faces:

1ª – O estado cria tipos penais que alcança em regra pessoas menos favorecidas. Ex:
Vadiagem

2ª – O legislador/estado traz penas mais brandas para crimes cometidos por detentores de
maior poder político, econômico e social. Ex: Extinção da punibilidade pelo pgto da dívida nos
crimes contra a ordem tributária.

3ª Em homenagem à igualdade, o mais abastado criminoso tem pena agravada. Ex:


Circunstância Judicial Desfavorável.

Exigibilidade de Conduta Diversa

Terceiro pressuposto da culpabilidade.

Coação moral resistível não isenta de pena, podendo atenuá-la.

Coação moral irresistível pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um
terceiro, somente respondendo o autor da coação. Ex: ameaçar uma mãe de matar seu
filho.

ATENÇÃO!!! Subordinação doméstica ou eclesiástica não configura excludente de


culpabilidade com base em obediência hierárquica.

Subordinação Hierárquica ->Se não manifestamente ilegal, só é punido o superior.

Se ordem manifestamente ilegal, o executor responde com a pena atenuada.

ATENÇÃO!!! Configura coação física irresistível a situação do policial (que tem


dever legal de agir) que, amarrado pelos criminosos, não consegue impedir assalto
a banco, por exemplo.

Causa supralegais de exclusão da culpabilidade

a) Cláusula de Consciência:Nos termos da cláusula de consciência, estará isento de


pena aquele que, por motivo de consciência ou de crença, praticar algum injusto
penal, desde que não fira direitos fundamentais individuais.Ex: pai que impede
transfusão de sangue de filho.

Dentro deste assunto temos a criação doutrinária de R. Grecco que fala da autoria por
convicção, que nada mais é do que o descumprimento da norma por questões de
consciência religiosa, filosófica ou política.

b) Desobediência Civil– Comportamento que, apesar de contrário, é mais


inovador que destruidor. A desobediência precisa estar fundada ¹ na proteção
de direitos fundamentais e que ² o dano não seja relevante. Ex: Invasão dos
sem terra.
CURIOSIDADE:

DIREITO PENAL DO FATO X DIREITO PENAL DO AUTOR

No nosso ordenamento jurídico, por adotar a teoria do direito penal do fato, o juízo de
culpabilidade não se amplia para analisar a personalidade do autor e seu
desenvolvimento.

A culpabilidade pelo fato é contraposição ao direito penal do autor, e busca a análise do


fato típico e antijurídico, sem considerar a personalidade do agente no momento de definir
se é ou não crime.

CONCURSO DE PESSOAS

 Também há concurso de pessoas nas contravenções penais.

Teoria Monista Temperada é a adotada pelo nosso CP. Todo aquele que concorre para
prática de um crime, responde pelo mesmo tipo.

Autoria ->Maioria da doutrina e jurisprudência adotam a teoria do domínio do fato.

Autor é aquele que possui o domínio sobre os fatos, o controle da situação, podendo
alterar ou impedir o resultado.

TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO (TEORIA SUBJETIVA-OBJETIVA)

Tal teoria não tem a pretensão de analisar a punibilidade de cada um (não visa traçar
responsabilidade penal), mas apenas delimitar, de forma mais substancial, a natureza de
cada uma das condutas delituosas.

A teoria do domínio do fato possui duas visões: Uma finalística, de Wetzel; Outra
funcionalista, de ClausRoxin.

Visão de Wetzel: Conciliou as teorias objetiva e subjetiva, ampliando o conceito de


autor, sendo este aquele que controla finalisticamente o fato, forma de execução, seu
início, cessação.

Coautor tem domínio pleno do fato somentesobre sua tarefa na empreitada criminosa.

Visão de ClausRoxin: Possui predicados funcionalistas. Não possui conceito, mas


determina autor a partir de diretrizes.

“Autor é a figura central do acontecer típico.”

Autor pode ter:

1 – Domínio da ação: É aquele que tem para si todos os elementos do tipo. É o autor
imediato da teoria objetiva.

2 – Domínio da Vontade: Domina a vontade de terceiro que é utilizado como


instrumento. “Autor de escritório”. O dominado é chamado de autor imediato sem culpa
ou autor de frente. Também chamado na doutrina de autoria indireta ou mediata. Ex:
Coação Moral Irresistível, Erro determinado por terceiro, O uso do inimputável e Obediência
Hierárquica.

Dentro disso também há o aparato organizado de poder: Seria uma organização


criminosa marcada pela fungibilidade dos executores.

Não alcança grandes empresas por essas não se dedicarem a atividades à margem da lei.

Diferentemente dos exemplos acima, este executor detém domínio e responde pela
conduta que praticar.

Nem sempre aquele que for hierarquicamente superior deterá o domínio do fato. “Não se
pode invocar a teoria do domínio do fato sem nenhuma outra prova” (STF).
ATENÇÃO!! Mandante que contrata pistoleiro para matar alguém não é coautor, mas sim
partícipe.

3 – Domínio Funcional do FATO: Coautoria. Imputação recíproca, pautada na


divisão de tarefas. É o caso do motorista em um crime de roubo. Ele tem domínio funcional
do fato.

CRIMES QUE NÃO SE APLICA A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO

1 – Delitos de Dever (funcionais) -> Somente será autor aquele que possuir a qualidade
de servidor.

2 – Crimes Omissivos Impróprios ->Dever legal de agir. Mesmo raciocínio.

3 – Crimes Culposos ->Se não há vontade, não há liame subjetivo.

4 – Crimes de mão própria ->O agente é indicado expressamente pelo tipo penal.

Outras teorias:

Subjetiva ->Todos são autores, não existe a figura do partícipe. O que importa é o
“querer”.

Objetiva ou Restritiva ->Traz distinção entre autor e partícipe e se divide em:

Formal ->Autor é aquele que realiza o núcleo do tipo. Não alcança autoria mediata e
intelectual.É a teoria adotada pelo Código Penal.

Material ->Autor é aquele que concorre de forma mais efetiva, sem necessariamente
realizar o núcleo do tipo. Para esta teoria, autor intelectual é considerado partícipe.

Tipos de Concurso

1 – Concurso eventual ->O crime é unissubjetivo, mas por razões diversas vem a ser
praticado por mais de uma pessoa. Todos devem ser imputáveis para que haja
concurso de pessoas.

2 – Concurso Necessário de Pessoas ->É o crime plurissubjetivopor expressa previsão


legal.

2.1 – De condutas paralelas: Associação Criminosa

2.2 – De condutas convergentes: Bigamia

2.3 De condutas contrapostas: Rixa

Participação Necessária Imprópria -> Presente nos delitos de concurso necessário que
reclame pelo menos 3 agentes.

Basta que um agente seja imputável para configurar o concurso de pessoas.

3 – Concurso Eventualmente Plurissubjetivo ->São crimes unissubjetivos, mas que se


praticados por mais de uma pessoa gera aumento de pena específico. Ex: Furto

Tbm basta que um seja imputável.

Participação de Relevância Causal

Não haverá concurso de pessoas em caso de participação inócua ou ineficaz.

Participação necessária própria: crimes que são cometidos por um só autor, embora


o tipo penal exija a participação necessária de outra pessoa, que é o sujeito passivo e não
é punido. Ex.: tráfico de pessoa para fim de exploração sexual, o favorecimento da
prostituição ou outra forma de exploração sexual, o rufianismo, entre outros.
(Fonte: Nucci, 2019)

Participação Necessária Imprópria -> Presente nos delitos de concurso necessário


que reclame várias pessoas, ou pelo menos 3 agentes.

Vínculo Subjetivo

Os agentes precisam saber que estão participando de um mesmo evento.

O vínculo subjetivo não pressupõe acordo prévio, onde um agente pode aderir à vontade
de outro no curso da ação criminosa, inclusive, sem que este saiba da adesão. Onde
um responderá em concurso, e o outro por delito comum, sem concurso.

#Até que momento pode se aderir à vontade concorrente?

Até a consumação. Após isso poderá configurar crime autônomo.

Existência de fato punível

Para que haja punição o crime tem que ter sido pelo menos tentado.

Exceção: Punição ao ajuste, determinação, instigação ou auxílio

Ex: Associação Criminosa/incitação ao crime

Mesma Infração para Todos os agentes

Consequência da adoção da teoria monista.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a
um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A redução da pena de que trata o § 1º independe das condições pessoais do agente.

Colaboração Dolosamente Distinta

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) – Exceção a teoria
monista onde temos o dualismo.

Teoria Dualista ->Faz diferenciação entre a infração cometida pelo autor e a infração cometida
pelo partícipe.

Obs. Aplicada de forma excepcional ao CP -->participação de menor importância e desvio


subjetivo (§§ do art. 29 cp).

Teoria Pluralista ->  Cada agente responde por um delito autônomo; Haverá tantos crimes
quantos forem os partícipes.

Aplicada, excepcionalmente, ao CP --> aborto/e quem o realiza com consentimento da


gestante; corrupção ativa - corrupção passiva.

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando


elementares do crime.
A comunicabilidade das circunstâncias em regra não ocorre.

Para saber se é elementar, basta retirar a circunstância, onde o crime irá desaparecer ou
transformar-se em outro crime.

Para que a elementar se comunique, o participe ou coautor deverá ter conhecimento desta
circunstância. Por essa razão é possível particular cometendo crimes funcionais.

As circunstâncias de caráter real (objetiva) também se comunicam, onde também deverá ter
conhecimento desta circunstância o comparsa. Modo execução, tempo, lugar.

Autoria Colateral

Não há se falar em concurso de pessoas, pois ausente liame subjetivo entre os autores e suas
condutas.

Autoria Colateral Incerta ->  Se dá quando, na autoria colateral, não se descobre quem
produziu o resultado ofensivo ao bem jurídico. Nesse caso, ambos autores responderão pelo
crime na forma tentada.

TEORIAS DA PARTICIPAÇÃO
1 – Acessoriedade Mínima ->Basta que o fato praticado seja típico, pouco importando
se ilícito.

2 – Acessoriedade Média ou LIMITADA ->O fato deve ser típico e ilícito. Foi a teoria
adotada pelo Código Penal.

3 – Acessoriedade Máxima ->Típico, Ilícito e Culpável.

4 – Hiperacessoriedade ->Típico, Ilícito e Culpável e punível.

Agravantes no caso de concurso de pessoas

Artigo 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:

I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;

II - coage ou induz outrem à execução material do crime;

III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-
punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;

IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.

A redução obrigatória da pena para o partícipe se dá apenas em face daquela que a Lei
chama de "menor importância" - o que já está a revelar que nem toda participação é de
menor importância e que, a princípio, a punição do partícipe é igual a do autor.

Num primeiro momento, a regra, é que a pena de autor e partícipes sejam iguais.

Segundo Bitencourt nós temos dois fundamentos para punir o partícipe:

Teoria da culpabilidade da participação: a culpabilidade do partícipe é decorrente


da influência exercida por ele sobre o autor, ou seja, ele o corrompe. Por isso sua
culpabilidade depende da culpabilidade do autor.

2 - Teoria do favorecimento e da causação: a participação tem autonomia, já que


possui contribuição causal na realização do resultado típico. O partícipe responderá
penalmente por favorecer, induzir ou instigar a prática do crime, não importando se
houve corrupção ou não do autor, ou seja, mesmo que este já desejasse praticar o
crime. É a adotada no Brasil.

JURISPRUDÊNCIA do STJ

Este Tribunal Superior já se pronunciou quanto à inexistência de


participação de menor importância, quando haja divisão de tarefas
entre os agentes envolvidos na prática do crime, pois, cada qual
possui o domínio do fato a ele atribuído, bem como quando cada
conduta é necessária para a consumação do delito de roubo e no
caso, a direção da motocicleta pelo agravante para que o seu
comparsa pudesse dar "voz de assalto" à vítima foi imprescindível
para o sucesso do crime.

Portanto, pela teoria do domínio do fato, aquele que dá fuga aos comparsas em
crime de roubo é coautor.

Se por outro lado analisarmos sobre o prisma da teoria objetivo-formal (adotada


pelo CP), apenas quem realiza os núcleos do tipo é que podem ser considerados
autores. Logo, quem dá fuga dirigindo veículo é partícipe.

CONCURSO DE CRIMES

Sistemas de Aplicação da Pena

1 – Sistema do (a)Cúmulo material -> Impõe a soma das penas dos crimes praticados.

Concurso Material

Concurso Formal Impróprio ou Imperfeito

*No caso de Multa (posição Majoritária)

2 – Sistema da Exasperação ->Aplica a pena de um só crime acrescida de uma fração.

Concurso Formal Próprio

Crime Continuado

3 – Sistema da Absorção -> = o juiz aplica apenas a pena do crime mais grave, que
absorve as demais. Esse sistema não tem previsão legal. Foi adotado pela jurisprudência
quando do Decreto Leo 7661 – antiga lei de falências.

1 – Concurso Material

2 ou mais condutas = Dois ou mais crimes

Ele pode ser homogêneo (mesmo crime. ex. dois homicídios) ou heterogêneo (crimes
diversos).

#OBS.: se um crime é de detenção e o outro é de reclusão = ¹primeiro cumpre a pena de


reclusão e depois a de detenção. Não soma a quantidade de pena. São espécies
diferentes.“Consagra a ideia de que as penas mais graves devem ser executadas
primeiro”. Art. 69, caput, segunda parte. De igual forma executa-se primeiro a pena
do o crime e depois a da contravenção.

ATENÇÃO!! Se para um dos crimes o juiz aplicou uma pena privativa de liberdade, ou seja,
não substituiu nem suspendeu a sua execução? Ele foi preso. Para o outro crime não cabe
a pena restritiva de direito (como presta serviços à comunidade se está preso?). O
art. 69, § 1.º diz que não é possível, salvo se o crime A está com a pena suspensa pelo
sursis.

Art. 69, §1º e 2º - se as penas restritivas de direito forem compatíveis elas são cumpridas
simultaneamente. Já se não são compatíveis cumpre primeiro uma e depois outra. O juiz
aplicou duas penas de limitação de final de semana – cumpre primeiro uma e quando acabar
cumpre a outra.

O concurso material é considerado para efeitos de fiança?Sim, pois não se concede


fiança pela autoridade policial quando, em concurso material, a soma das penas máximas
for superior a 04 anos (art. 322 do CPP). É a posição do STJ.

Na mesma ideia: A suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95)


somente é admissível quando, no concurso material o somatório das penas mínimas
cominadas não suplantar um ano.

Súmula 243-STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações


penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a
pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o
limite de um (01) ano.

POR OUTRO LADO... No caso do concurso de crimes, a extinção da punibilidade


(prescrição) incidirá sobre a pena de cada um isoladamente.

2 – Concurso Formal ou Ideal

Quando o agente, mediante uma única conduta, que não importa obrigatoriamente em
um ato único, pratica dois ou mais crimes.

Apontam-se, em doutrina, duas teorias acerca do concurso formal de crimes. Pela teoria
subjetiva, exige-se unidade de desígnios na conduta do agente para a configuração do
concurso formal. Já pela teoria objetiva, bastam a unidade de conduta e a pluralidade
de resultados para a caracterização do concurso formal.Pouco importa se o agente
agiu ounão com unidade de desígnios. Foi acolhida pelo CP, uma vez que o art. 70,
caput, 2a parte, admite o concurso formal imperfeito, em que despontam os desígnios
autônomos.

JURISPRUDÊNCIA STF: roubo em ônibus, onde há vários crimes de roubo em


concurso formal. É a posição do STF. Há uma só conduta, constituída de vários atos
com pluralidade de crimes.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF – Roubo qualificado consistente na subtração de


dois aparelhos celulares pertencentes a duas pessoas distintas, no mesmo instante. A
jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de configurar-se concurso
formala ação única que tenha como resultado a lesão ao patrimônio de vítimas
diversas, e não crime único.

IMPORTANTÍSSIMO*#OUSESABER: Subtração de bens de propriedade de vítimas diferentes,


no mesmo contexto fático, é crime único?Segundo o STJ, nesses casos, em regra, estaremos
diante de concurso formal ou ideal de crimes. Nesse sentido: "As turmas especializadas em
direito penal desta Corte entendem que fica caracterizado o concurso formal ou ideal de
crimes quando, no mesmo contexto fático e circunstancial, o agente, por meio de uma única
ação, apodera-se de bens de propriedade de vítimas diferentes. In caso, o paciente praticou o
crime em um mesmo contexto fático e circunstancial, por meio de uma única ação, abordou
vítimas distintas, atingindo-lhes o patrimônio. Desse modo, não se pode falar em crime único,
mas em pluralidade de delitos, incidindo, no caso, a causa especial de aumento de pena
prevista no art. 70 do Código Penal" (STJ- HC 131.029). Vale ressaltar que o STJ, em recente
julgado, decidiu que em roubo praticado no interior de ônibus, o fato de a conduta ter
ocasionado violação de patrimônios distintos- o da empresa de transporte coletivo e o do
cobrador- não descaracteriza a ocorrência de crime único se todos os bens ‘subtraídos
estavam na posse do cobrador. O caso acima é bem específico e o entendimento só vale para
as situações em que os bens subtraídos, embora pertençam a pessoas distintas, estavam sob
os cuidados de uma mesma pessoa, a qual sofreu grave ameaça ou violência.Nos demais
casos, os roubos perpetrados com violação de patrimônios de vítimas diferentes, ainda que
em um único evento, configurará o concurso formal de crimes, e não crime único. (STJ-HC
204.316-RS e AgRG no Resp 1.396.144-DF).

#OBS.: você deve relembrar que conduta é diferente de ato. Se “João” desfere várias
facadas em “Maria” com o intuito de matá-la, ele pratica vários atos, mas uma só conduta.

# Vários roubos praticados no mesmo contexto cujas vítimas são da mesma


família?

Concurso formal. Não é crime único, pois embora da mesma família, as vítimas possuem
patrimônio distinto uns dos outros. (STJ).

O concurso ideal ainda pode ser homogêneo e heterogêneo

HOMOGÊNEO HETEROGÊNEO
O agente, com uma única conduta, pratica dois ou O agente, com uma única conduta, pratica dois ou
mais crimes idênticos. mais crimes diferentes.
Ex: o sujeito, dirigindo seu veículo de forma Ex: o sujeito, dirigindo seu veículo de forma
imprudente, avança na contramão e atinge outro carro imprudente, avança na contramão e atinge outro
matando as duas pessoas que lá estavam (dois carro matando uma pessoa que lá estava e ferindo a
homicídios culposos – art. 302 do CTB). outra (um homicídio culposo e uma lesão corporal
culposa – art. 302 e 303 do CTB).

Outra subdivisão traça o concurso ideal ou formal perfeito ou imperfeito

Concurso Formal Próprio ou Perfeito

Há só um desígnio. Ocorre entre crimes culposos ou entre um crime doloso e os


demais culposos.

O sistema é o da exasperação. o juiz aplica a pena mais grave (qualquer delas, se


idênticas), aumentada de 1/6 até metade. Segundo o STJ e STF, o aumento
se baseia exclusivamente no número de crimes.
JURIS -> O STF já entendeu que havendo dois crimes, o aumento deve ser de um
sexto e a partir daí vai-se aumentando gradativamente de acordo com a quantidade
de crimes.

Havendo roubos praticados mediante uma só ação (mas com vários atos) no mesmo
contexto fático contra várias vítimas, é hipótese de concurso formal próprio.

CONCURSO MATERIAL BENÉFICO

No concurso formal próprio ou perfeito surge o instituto do concurso material benéfico – Art.
70, parágrafo único. O concurso formal foi idealizado para beneficiar o réu. Se ele
prejudica, ele deve ser abandonado para se aplicar o concurso material.

Concurso Formal Impróprio ou Imperfeito

A pluralidade de crimes emana de pluralidade de desígnios.

O dolo eventual deve ser encarado como desígnio autônomo. Assim, no exemplo
acima, se A quer matar B, mas aceita matar C, então há desígnios autônomos, logo há
concurso formal, imperfeito.

O sistema é o do cúmulo material.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ Não há concurso formal, mas crime único, na hipótese em


que o contribuinte, numa única conduta declara Imposto de Renda de Pessoa Jurídica com a
inserção de dados falsos, ainda que tal conduta tenha obstado o lançamento de mais de um
tributo ou contribuição. STJ. 6 a turma. Resp 1294687/PE, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, j. em 15/10/2013.

*#CUIDADO #POLÊMICA #DIVERGÊNCIA:Se há uma única subtração patrimonial,mas com


dois resultados morte, haverá concurso formal de latrocínios ou um único crime de latrocínio?
Qual das duas teses é acolhida pela jurisprudência?

STJ entende ser caso de concurso formal impróprio quando ocorre uma única subtração e
dois resultados morte, posto que o latrocínio é crime complexo que protege bens
jurídicos distintos (vida e patrimônio)

STF e doutrina entende ser crime único. “(...) 7. Caracterizada a prática de latrocínio
consumado, em razão do atingimento de patrimônio único. 8. O número de vítimas deve ser
sopesado por ocasião da fixação da pena-base, na fase do art. 59 do CP. (...)

Concurso Formal e Pena de Multa

Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.

Crime Continuado ou Continuidade Delitiva

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-
lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada,
em qualquer caso, de um sexto a dois terços.Lembrar que no sistema da exasperação
comum a pena vai de 1/6 até a metade.
CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO - Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas
diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando
a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como
os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a
mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e
do art. 75 deste Código.

Difere do concurso formal, principalmente, por necessitar de pluralidade de condutas e


não só de atos.

ENTENDIMENTO DO STJ – ESTUPRO DE VULNERÁVEIS EM CONTINUIDADE


DELITIVA 

Em caso de estupro de vulnerável praticado contra duas ou mais vítimas, mediante


violência presumida, não há continuidade delitiva específica  (art. 71, parágrafo único,
do CP). Isso porque a violência de que trata a continuidade delitiva especial é a real,
não abarcando a violência presumida. STJ. 5ª Turma. HC 232.709/SP, Rel. Min. Ribeiro
Dantas, julgado em 25/10/2016.

Teorias do Concurso de Crimes

Teoria da Unidade Real -> Todos os crimes configuram um só delito.

Teoria da Ficção Jurídica -> Apenas para efeito da pena, todos os crimes formam
um só delito. Foi a teoria adotada no Brasil.

Teoria Mista: Todos os crimes formam um terceiro tipo de delito.

O que seriam crimes da mesma espécie? Isso para fins de caracterizar Concurso
Homogêneo.

Doutrina Majoritária entende ser o mesmo tipo penal e apresentem a mesma estrutura
jurídica.

STJ e STF. Ex. roubo e latrocínio não apresentam a mesma estrutura jurídica, apesar de
estarem no mesmo tipo penal. Posto que os bens jurídicos são a vida e o patrimônio.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO #MP Não há


continuidade delitiva entre os crimes do art. 6º da Lei 7.492/86 (Lei dos Crimes contra o
Sistema Financeiro Nacional) e os crimes do art. 1º da Lei 9.613/1998 (Lei dos Crimes de
"Lavagem" de Dinheiro). Não incide a regra do crime continuado na hipótese, pois os crimes
descritos nos arts. 6º da Lei 7.492/86 e 1º da Lei 9.613/98 não são da mesma espécie. STJ.
6ª Turma. REsp 1405989/SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 18/08/2015 (Info 569).

#OBS.:Crimes parcelares – são vários crimes da mesma espécie da série continuada.

Conexão temporal: Entre um crime e outro não pode haver prazo superior a 30 dias,
mas nada impede que o prazo total ultrapasse isso.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA A exceção se dá nos casos dos crimes contra a ordem


tributária, onde a continuidade pode se dá com intervalo temporal de até três anos entre as
condutas.

Conexão espacial: na mesma cidade ou, no máximo, cidades contíguas (próximas).

Conexão modal: modo de execução semelhante. Se um furto foi mediante escalada e o


outro mediante rompimento de obstáculo – não há continuidade.
*Conexão ocasional: o crime posterior foi praticado em razão da facilidade proporcionada
pelo primeiro. Não foi exigida pela lei mas é relatada por parte da doutrina e jurisprudência.

#OBS.:O crime continuado exige um quarto requisito? A unidade de desígnio?

1) Teoria objetiva pura ou puramente objetiva = o crime continuado não


depende da unidade de desígnios. Bastam os requisitos objetivos do art. 71,
caput. Foi adotada pela exposição de motivos do CP – parte geral.

2) Teoria objetiva subjetiva MAJORITÁRIA = o crime continuado reclama


um elemento subjetivo a mais, a unidade de desígnios. STF e STJ. Essa
teoria permite diferenciar o crime continuado do habitual. É
imprescindível que os vários crimes resultem de plano previamente elaborado
pelo agente (Teoria Objetivo-Subjetiva)

ATENÇÃO – Q – O CP adotou a teoria objetiva pura – CORRETO. Ela está expressa na


exposição de motivos. O STJ e STF é que se filiam à objetiva subjetiva.

*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO #IMPORTANTE!!!


Impossibilidade de aplicação concomitante da continuidade delitiva comum e específica: se
reconhecida a continuidade delitiva específica entre estupros praticados contra vítimas
diferentes, deve ser aplicada exclusivamente a regra do art. 71, parágrafo único, do Código
Penal, mesmo que, em relação a cada uma das vítimas, especificamente, também tenha
ocorrido a prática de crime continuado. STJ. 6ª Turma. REsp 1.471.651-MG, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 13/10/2015 (Info 573).

Súmula 497 STF - Quando se tratar de crime continuado a prescrição regula-se pela
pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.

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