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ATOS DE ESTADO – Não devem se confundir com atos administrativos.

Classificação dos atos


II – Quanto à estrutura
a) Ato concreto -> Exaure-se em uma única aplicação.

b) Ato abstrato -> Comporta reiteradas aplicações, sempre que se apresente a


hipótese nele prevista. Ex: Decreto determinando punição a quem chega
atrasado.

Quanto às prerrogativas da administração ou quanto ao objeto


a) Ato de império -> Praticado no gozo de prerrogativas de autoridade; uma
imposição unilateral e coercitiva diante do particular. EX: apreensão de
mercadorias.

b) Ato de gestão -> Praticado sem uso de prerrogativas públicas em posição


de igualdade com o particular. São regidos pelo Direito Privado. Ex:
Contrato de locação de bem imóvel.

c) Ato de expediente -> Destinado a dar andamento aos processos. Atos de


rotina.
IV – Quanto aos destinatários/abrangência

a) Ato individual ou especial -> Dirigido a destinatário certo, produz efeitos


jurídicos no caso concreto. Ex: decreto de nomeação; decreto de desapropriação.

Os atos individuais ainda podem ser:


Singular: Quando tem apenas um destinatário certo.
Plúrimo ou múltiplo: Quando tem vários destinatários certos.

b) Ato geral -> Ato dirigido a pessoas indeterminadas. Possui finalidade


normativa e depende de publicação para produzir efeitos externos.

Ato geral prevalece sobre ato individual!!!

V – Quanto à formação da vontade


a) Ato simples -> decorre da declaração de vontade de uma pessoa ou de um
órgão, simples ou colegiado. Ex: Multa de trânsito; nomeação feita pelo
prefeito.

b) Ato complexo -> Decorre da manifestação de duas ou mais vontades


produzidas por mais de um órgão. Essas vontades estão no mesmo patamar,
tendo ambas a mesma força. Ex: decreto do Presidente, com referendo de
Ministros; portarias conjuntas; nomeação de dirigentes de agências
reguladoras (nomeado pelo Presidente e aprovado pelo Senado).

a) Ato composto -> Decorre da manifestação de duas ou mais vontades


produzidas dentro de um mesmo órgão, sendo uma instrumental a outra. O
ato embora formado pela vontade de um único órgão depende da ratificação
por outra autoridade (ambas dentro do mesmo órgão). Ex: Autorização
(vontade principal) que depende de visto (vontade acessória) da autoridade
superior. Um ato que depende de visto, de homologação.

Verdade dizer que no ato composto haverá a manifestação de dois órgãos, mas o
ato em si será praticado por um único órgão.

Obs. O STF entende que os atos de que dependam aprovação são atos
complexos, pois esta vontade (aprovação) é independente.

Súmula Vinculante nº. 3 - Nos processos perante o Tribunal de Contas da


União asseguram-se  o contraditório e a ampla defesa quando da decisão
puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Quando o Tribunal de Contas aprecia a legalidade de um ato concessivo de pensão,


aposentadoria ou reforma, ele não precisa ouvir a parte diretamente interessada,
porque a relação jurídica travada, nesse momento, é entre o Tribunal de Contas e a
Administração Pública.

VI – Quanto aos efeitos

Se ligar nessa diferença:

a) Ato extintivo ou desconstitutivo -> Põe fim a situação jurídica individual


existente. Ex: demissão de servidor.
b) Ato modificativo -> Altera situação preexistentes, mas sem provocar a
extinção de direitos ou obrigações. Ex: alteração de horários em uma
repartição.

VII – Quanto à natureza jurídica das situações jurídicas que criam


a) Ato-regra -> cria situações gerais, abstratas e impessoais e podem ser
modificadas pela vontade de quem os produziu, sem possibilidade de
oposição de direito adquirido. Ex: regulamento.

b) Ato-subjetivo -> Cria situações particulares, concretas e pessoais e é


imodificável gerando direitos adquiridos. Concessão de aposentadoria,
por exemplo, onde após ultrapassado o prazo de 5 anos para a administração
esta não pode vir a cassar o ato por vício de legalidade.

c) Ato-condição -> é o que alguém pratica incluindo-se, isoladamente ou


mediante acordo com outrem, debaixo de situações criadas pelos atos-regra.
Ex: ato de aceitação de cargo público.

VIII – Quanto ao objeto


a) Ato Normativo: Expedem normas gerais e abstratas dentro dos limites da
lei, sem inovar na ordem jurídica. (Regulamentos, IN´s)

Decreto Regulamentar são atos normativos dos chefes do poder executivo.

IN´s são atos normativos de outros órgãos.

Resolução são atos normativos expedidos por órgãos colegiados. CN, por
exemplo.

b) Atos ordinatórios: São atos internos de ordenação e não se dirige a


terceiros, como aqueles oriundos do poder normativo. Trata da estruturação
interna do órgão, ainda que se trate de norma geral e abstrata.

c) Atos Negociais são atos de consentimento expedido pela Administração. Nos


atos negociais a manifestação de vontade do Estado coincide com o pleito do
particular.

AUTORIZAÇÕES, PERMISSÕES E CONCESSÕES DE USO (IMPORTANTE)


Autorização de uso

- Ato administrativo
- Não necessita de licitação (Mas, se o administrador desejar, pode ser feita)
- Uso facultativo do bem pelo particular
- Interesse predominante do particular (mas há interesse público)
- Ato precário
- Prazo indeterminado (regra)
- Onerosa ou gratuita
- Revogação a qualquer tempo sem indenização, salvo se outorgada com
prazo ou condicionada.

Permissão de uso

- Ato administrativo
- Licitação prévia
- Utilização obrigatória do bem pelo particular, conforme a finalidade permitida.
- Interesse público e particular são equivalentes.
- Ato precário
- Prazo indeterminado (regra)
- Onerosa ou gratuita
- Revogação a qualquer tempo sem indenização, salvo se outorgada com
prazo ou condicionada.

Se ligar nesse bizú:

Permissão é contrato de adesão regulado por lei (situação das permissionárias de


serviço público, que para efeito do estudo aqui, entram na hipótese abaixo que é de
concessão). Mas possui uma ramificação que ainda tem natureza de ato, que se trata
da permissão de uso de bem público de modo anormal. Se difere da
autorização de uso na medida em que na permissão também há o interesse
público.
 
Concessão de uso

- Contrato administrativo. NÃO É ATO, É CONTRATO.


- Licitação prévia
- Utilização obrigatória do bem pelo particular, conforme a finalidade concedida.
- Interesse público e particular são equivalentes
- Prazo determinado
- Não há precariedade
- Onerosa ou gratuita
- Rescisão nas hipóteses previstas em lei. Cabe indenização, se a causa não for
imputável ao concessionário.

Cessão de direito real de uso

- Tem por objeto terrenos públicos e respectivo espaço aéreo;


- Destina-se à urbanização, à edificação, à industrialização, ao cultivo ou a qualquer
outro que traduza interesse social;
- Só se dá a título gratuito;
- Direito real, e não pessoal: pode ser transferido a terceiros;
- Pode ser por prazo certo ou por prazo indeterminado;
- Em regra, exige licitação na modalidade concorrência.
 
Cessão de uso
- Colaboração entre órgãos públicos ou entre estes e entidades privadas sem
fins lucrativos;
- Sempre gratuita e por prazo determinado;
- Não  exige licitação;
- Só pode ter objeto bens dominicais.

Licença é sempre ato de polícia. Licença para construir. Se difere da autorização


por se tratar de ato vinculado.

REQUISITOS DO ATO (COFIFOMOB)


Competência: irrenunciável, indelegável* e imprescritível, salvo as exceções.
Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de
competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a
medida judicial.

Agente Putativo: Teoria da aparência, os atos praticados são válidos. Segundo vi


numa prova, devem receber remuneração.

Agentes Necessários: São populares que atuam em situação de emergência em


defesa civil.

#APROFUNDAMENTO – EXCESSO DE PODER, FUNÇÃO DE FATO E USURPAÇÃO


DE FUNÇÃO
Ocorre EXCESSO DE PODER quando o agente público atua fora ou além de
sua esfera de competência, estabelecida em lei. O excesso de poder é uma das
modalidades de “abuso de poder” (a outra modalidade é o desvio de poder, que
corresponde a vício no elemento finalidade dos atos administrativos).
O VÍCIO DE COMPETÊNCIA (excesso e poder), entretanto, nem sempre
obriga a anulação do ato. O vício de competência admite convalidação, salvo se se
tratar de competência em razão da matéria ou de competência exclusiva.
A USURPAÇÃO DE FUNÇÃO é crime, e o usurpador é alguém que não foi por
nenhuma forma investido em cargo, emprego ou função pública; não tem nenhuma
espécie de relação jurídica funcional com a administração.

Vício de competência quanto à matéria, não admite a


convalidação.

Vício de competência com relação à pessoa, admite-se a convalidação.

Finalidade Pública

Forma Prescrita em lei: Via de regra, se materializarão por escrito. Sonoro (apito),
gestos (agente de trânsito), pictórico (placas de sinalização) e eletromecânico
(semáforo).

Art. 22 (formalismo temperado ou relativizado) -> Tem lugar nos processos


administrativos, onde se busca uma flexibilização do formalismo legal. Visa a
impedir que minúcias e pormenores não essenciais afastem a compreensão
da verdadeira finalidade da atuação.

Motivo: São as razões fáticas ou jurídicas que ensejaram atuação da Administração


Pública. Corrente majoritária entende que a ausência da explicitação da motivação só
será admitida em atos administrativos quando taxadas situações em lei.
Nesta oportunidade, ainda que a legislação dispense a motivação, mas
anunciado os motivos, estará o Administrador vinculado a esses
determinantes. A isso se dá o nome de TEORIA DOS MOTIVOS
DETERMINANTES.

ATENÇÃO – PEGADINHA

#Servidor efetivo exonerado sem motivação?

Vício de forma, pois na exoneração do servidor efetivo a lei ensina que deve haver
motivação.

#ATENÇÃO - Obs. Tredestinação é uma mudança de motivo permitida pelo


ordenamento. É lícita quando a desapropriação tem sua mudança de motivo
realizada, em razão da manutenção do interesse público. ex. desapropriei para
construir um hospital, mas acabo construindo uma escola.

Móvel é a vontade psíquica do agente, presente e analisável nos atos


discricionários. Se difere do motivo que é a explicitação real da situação que
ensejou determinado ato.

Objeto: É o efeito imediato do ato. Tem-se como verbo do ato.

Doutrina majoritária entende confundir-se com o próprio conteúdo do ato.


Obs’: Mérito administrativo -> Conveniência e oportunidade.

Obs’’: Controle de legalidade em sentido amplo -> Incide em atos discricionários,


conforme entendimento pacífico do STJ, na possibilidade de controlar o atuar
administrativo, quando ausente neste a razoabilidade e proporcionalidade. Princípio
da solução ótima.

Controle de legalidade em sentido estrito -> Os atos administrativos eivados


de vícios serão tidos como nulos (EX TUNC). Os que não são convenientes e
oportunos, mas juridicamente corretos, serão revogados (EX NUNC).

ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO

a) Presunção de legitimidade e veracidade. (relativa)

A presunção de legitimidade dá efeito automático de validade e eficácia ao ato


administrativo. Por essa razão o recurso administrativo não é dotado de efeito
suspensivo.

Tipicidade -> É o princípio da legalidade aplicado aos atos. Significa que todo ato
administrativo corresponde a um tipo legal previamente definido. É considerado
atributo por doutrina moderna.

#APROFUNDAMENTO #OUSESABER: Aplica-se o venire contra factum


proprium aos atos da Administração? Quais são os requisitos?
(Princípio da Boa Fé Objetiva e da Segurança Jurídica)
Primeiramente, há se destacar que se aplica o princípio venire contra factum
proprium contra os atos da Administração Pública, pois a boa-fé objetiva irradia
seus efeitos para todo o ordenamento jurídico. É esse, inclusive, o entendimento
do STJ, consoante divulgado no julgado do RMS 20572/DF, de Rel. Min Laurita Vaz.
Consoante Rafael Carvalho, possui 3 requisitos: a) identidade subjetiva e
objetiva: o ato anterior e o ato posterior emanam da mesma Administração e são
produzidos no âmbito da mesma relação jurídica; b) a conduta anterior é válida e
unívoca: capaz de gerar a confiança (expectativa legítima) na outra parte da relação
jurídica; e c) atuação contraditória: incompatibilidade do ato posterior com o ato
anterior. É possível mencionar alguns exemplos de aplicação da teoria dos atos
próprios no Direito Administrativo: nulidade da imposição de multa de trânsito por
irregularidade no veículo, constatada em fiscalização realizada pela Secretaria de
Trânsito na saída do pátio de DETRAN, logo depois de o veículo ser vistoriado e
devidamente licenciado;

b) Imperatividade (Poder Extroverso): O ato é imposto a terceiros e constitui o


particular em obrigação unilateralmente.
Obs. Nem todo ato administrativo será dotado de imperatividade.

c) Exigibilidade/Coercibilidade: Meios indiretos de coerção do Estado a


compelir o particular a obedecer determinado ato. (Multa por estacionamento
proibido)

d) Auto-executoriedade: O Estado se vale de meios diretos de execução do


ato. Dispensa o judiciário.
A doutrina entende que esse atributo não é inerente a todo ato, devendo a
Auto-executoriedade decorrer de ¹lei ou ²situação de urgência.
Nestas situações o contraditório é diferido.

Formas de Extinção do Ato Administrativo

Renúncia -> O beneficiário abre mão da vantagem que lhe foi concedida.

Desaparecimento do sujeito ou objeto -> Desaparecimento sobre a coisa ou


pessoa sobre a qual o ato recai. Ex: Nomeou o servidor que veio logo após a falecer.

Hipóteses de retirada

Anulação: ...

Revogação: ....

Reclamação – Busca a anulação de ato que afeta direito individual do


reclamante.

Representação – Busca a anulação de ato que afeta o interesse da coletividade.

Convalidação do ato administrativo: Decorre da aplicação do art. 55 da lei


9.784/99. Atos administrativos viciados no tocante a competência ou a forma são
passíveis de convalidação, uma vez supridos os requisitos necessários e posterior
ratificação por ente ou agente dotado de competência.
No tangente a forma, para que haja convalidação, necessário será que não haja
apenas uma forma prevista em lei para determinado ato administrativo.
Necessário também que a competência não seja exclusiva ou em situação de
matéria reservada.
De acordo com a Doutrina, a convalidação é obrigatória, segundo Celso Antônio
Bandeira de Melo. Já na Lei de Ação Popular, o ato não é passível de
convalidação.

Não se admite revogação de atos ¹vinculados ou ²consumados , que são aqueles


que já produziram todos os efeitos previstos.

Contraposição/Derrubada -> O ato é extinto em razão da prática de outro ato


antagônico ao primeiro. Ex: Exoneração (segundo ato) extingue a nomeação
(primeiro ato)
Cassação -> O ato é extinto em razão do particular não ter cumprido os seus
deveres que condicionara a realização do ato. É uma punição ao particular pela
Administração Pública. Ex: Fiscal da vigilância que cassa a licença de funcionamento
de restaurante.

Caducidade* -> O ato é extinto por lei nova não mais permitir a prática de
determinado ato. Aqui há uma alteração jurídica.

Obs. Não confundir com a caducidade decorrente de contratos administrativos por


força das cláusulas exorbitantes, onde nesse caso se trata de rescisão unilateral
por inadimplemento do particular.

Extinção natural, objetiva e subjetiva:


A extinção natural ocorre após transcorrido o prazo previsto para a duração do ato
administrativo.

A extinção objetiva ocorre após o desaparecimento do objeto do ato administrativo.

Já a extinção subjetiva ocorre após o desaparecimento do sujeito destinatário do


ato administrativo.

*#OUSESABER: Qual a diferença entre ato administrativo, ato político e ato de


gestão?
Os atos administrativos caracterizam-se como manifestações unilaterais do Estado
ou de quem lhe faça as vezes, sob o regime jurídico de direito público, voltado à
produção de efeitos jurídicos (criativos, modificativos ou extintivos), sendo tais atos
passíveis de controle pelo Poder Judiciário. Os atos praticados pela Administração
Pública podem ser atos administrativos, atos políticos ou atos de gestão. Os primeiros,
já conceituados acima, são praticados em fiel observância à lei, estando a ela
subordinados, sendo regidos pelo regime jurídico de direito público.

Os atos políticos são aqueles atos praticados com fundamento direto na


Constituição, com alto grau de discricionariedade, atinentes ao comando da nação,
representando muitas vezes opções ideológicas, como, por exemplo, se dá com o veto
de uma lei e a declaração de guerra.

Atos de gestão, por sua vez, são os praticados pela Administração em posição de
igualdade com os particulares, despindo-se, portanto, do poder de império. Podem
ser dados como exemplo, a alienação de um imóvel público inservível, ou a doação sem
encargo de determinado bem não destinado às finalidades do órgão.

“Para a doutrina majoritária, o silêncio administrativo não produz nenhum


efeito, salvo quando a lei – reconhecendo o dever da Administração de agir,
atribui esse resultado, admitindo-se, nesse caso, a possibilidade de uma anuência
tácita, ou até, de efeito denegatório do pedido, contrariando o interesse de
peticionário. Nessas hipóteses – em que a lei atribui efeito ao silêncio – o
mesmo não decorre do silêncio, e sim da previsão legal.
Não é ato jurídico e, por conseguinte, não é ato administrativo, porque
ambos dependem de uma declaração jurídica.

*#OUSESABER: O TCU tem competência para realizar o controle de legalidade


dos atos administrativos, desde que o faça dentro do prazo de cinco anos a
contar da emissão do ato pela administração pública federal. Certo ou Errado?
CERTO! Amigos, o TCU tem competência para fazer o controle de legalidade dos atos
administrativos. Ocorre que, segundo o entendimento do STJ, essas auditorias
realizadas pelo TCU tem um limite temporal de cinco anos.

#ATENÇÃO: Obs. Teoria das nulidades no Direito Administrativo. Teoria monista –


todos os atos eivados de ilegalidade são nulos, pelo interesse público existente. Teoria
dualista (Carvalho Filho) – há atos nulos e anuláveis (podem ser convalidados), mas a
regra deve ser a nulidade, pelo interesse público existente.
Obs.: a regra é que a adm. é obrigada a anular o ato ilegal. Exceções – decurso do
tempo (decadência de 5 anos) ou a consolidação dos efeitos produzidos (Teoria do fato
consumado).
Cargos Ad nutum são aqueles preenchidos com base na confiança, sendo
portanto, de livre nomeação e exoneração.

Fontes de Direito Administrativo

a) Leis e Princípios: Fonte primária. É a mais importante.

Súmula Vinculante é considerada fonte primária.

b) Jurisprudência e Doutrina: Fontes secundárias.

c) Costumes: Fontes indiretas. Inspiram criação de leis.

d) Precedentes administrativos: Para ser considerado fontes deverá


comportar reiteradas decisões em sentido único. Decisões isoladas não
podem ser consideradas fontes do direito administrativo.

FORMA DE ESTADO: Federação

FORMA DE GOVERNO: República (res publica)


SISTEMA DE GOVERNO: PRESIDENCIALISMO em contraposição ao parlamentarismo.

REGIME DE GOVERNO: Democracia. Nossa democracia é direta e indireta, e em outro


plano semidireta ou participativa.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA é definida no Brasil pelo critério


formal/subjetivo/orgânica. Será administração pública quando a lei assim
determinar. Compreende bens, órgãos e agentes.

REGIME JURÍDICO

Princípios

Supremacia do interesse Público

Primário -> É o interesse da coletividade, que é aquele que deve prevalecer


sobre o particular.

Secundário -> É o interesse da administração pública, ou até mesmo do


administrador, este não deve prevalecer sobre o interesse comum.

Indo além, vale dizer que conforme jurisprudência dominante, havendo colisão entre o
interesse particular e o interesse público secundário (máquina administrativa), a
solução virá a partir da análise do caso concreto, por vezes vencendo o interesse
particular.

Princípio da Subsidiariedade

Assim é concebido como uma forma de proteção da autonomia da vontade individual e


da coletividade contra a injustificada intervenção estatal.

Positiva: O aspecto positivo deste princípio está no dever de o Estado atuar nas
competências em que apenas ele pode ser capaz de realizar.

Negativa: O estado deve abster-se de atuar naquilo que o particular e a coletividade


podem realizar.

Princípio da legalidade

Subprincípio da juridicidade -> permite ao administrador furtar-se de atuar conforme


norma imoral ou ilegítima, quando esta contrarie princípios implícitos e explícitos da
Constituição Federal.

Legitimidade??

Representa um avanço ao conceito tradicional de legalidade estrita, na medida em que,


além de atuar conforme à lei, o administrador também deverá estar atento à
moralidade e à finalidade pública do seu ato. Assim, graças a mutação da noção clássica
de legalidade para a ideia de legitimidade, é possível o controle do ato
administrativo mesmo quando a conduta fosse aparentemente compatível com
a lei.

Exceções ao princípio da Legalidade (C. B de Mello)

a) Medidas Provisórias

b) Decretação do Estado de Defesa

c) Decretação do Estado de Sítio

Nesses três casos, deve a Administração atuar, mesmo que não haja lei
regulamentando sua atuação, o que revela a mitigação da obrigatoriedade do princípio
da legalidade.
Princípio da Impessoalidade

O princípio da impessoalidade está ligado ao princípio da igualdade ou isonomia


constitucional, enquanto que o princípio da moralidade relaciona-se com o princípio da
boa fé.

Segundo precedente do STF, é compatível com o princípio da impessoalidade,


dispositivo da Constituição Estadual que vede ao Estado e aos Municípios
atribuir nome de pessoa VIVA à avenida, praça, rua, obras públicas em geral
(ADI 307/CE, Min. Eros Grau).

Imputação do ato administrativo

DIVERGÊNCIA!!!

O STF entende que, embora possível a ação regressiva contra servidor que tenha
causado danos a terceiros, a ação reparatória intentada deve ser em face da Adm.
Pública.

O STJ, por sua vez, entende que deve se dar ao particular a opção de intentar a ação
contra o Estado ou contra o funcionário público. Pasmém!!!

Princípio da Moralidade

Este princípio passou a ser expresso na CF em 1988. Até então estava de forma
implícita no texto constitucional.

CNJ Proibiu também nepotismo nos servidores notariais.

Mas o STF VEIO E ...

*#OUSESABER: Para o STF, no julgamento do RE 678.574, a vedação ao nepotismo


não se aplica às contratações realizadas pelos serviços notariais – exercem
atividade estatal, mas não ocupam cargo público. Podem, assim, contratar parentes
pela CLT.

*#OUSESABER: O Plenário do STF, no RE 570392/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado


em 11/12/2014 (Info 771) decidiu que as leis que proíbam o nepotismo na
Administração Pública NÃO são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder
Executivo, podendo, portanto, ser propostas pelos parlamentares. Dessa
forma, não há vício de iniciativa! A vedação ao nepotismo tem por objetivo cumprir
os princípios constitucionais da isonomia, impessoalidade e moralidade na
Administração Pública. Ademais, vale lembrar a advertência do @dizerodireito,
“conforme entendeu o STF na edição da Súmula Vinculante 13, a proibição do
nepotismo não exige a edição de lei formal, considerando que essa vedação
decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF/88. Portanto, se o
STF já reconheceu que tal proibição sequer precisa de lei, não há vício de iniciativa em
lei editada com o objetivo de dar cumprimento aos princípios constitucionais”

Sumula Vinculante n° 13 – o que está proibido na vinculante n° 13?


Cônjuge, companheiro e o parente até o terceiro grau (linha reta colateral e por
afinidade, (linha reta colateral e por afinidade, inclusive o 3° grau). A proibição do
nepotismo serve para quem entrou pela facilidade, pela janela e não no caso de
concurso.

O STF já esclareceu que a súmula vinculante nº. 13 não esgotou as possibilidades de


configuração de nepotismo, sendo possível no caso concreto avaliar as circunstâncias
pertinentes.

Se um estiver no executivo e o outro no judiciário, pode? Não, é na administração


direta, indireta, executivo, judiciário, em TODOS OS PODERES. São todos a mesma
pessoa jurídica.

Hoje no Brasil, a função gratificada que temos é a função de confiança.

Quem pode receber? Somente quem tem cargo efetivo, ou seja, prestou concurso
público, mas se tiver parente, não pode receber a função gratificada. Continua
com o cargo efetivo o qual prestou concurso público, mas NÃO pode receber a
função gratificada.

Pode o parente da União, trocar o parente com o Estado? NÃO, isto é nepotismo
cruzado. NÃO PODE.

Agente político está fora, pois o STF entende que se trata de relação de
confiança. Assim, o irmão do prefeito pode ser nomeado para secretário de saúde, por
exemplo.

Exceção: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo


político caso fique demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação
por manifesta ausência de qualificação técnica ou inidoneidade moral do
nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
29/05/2018.

E os Conselheiros do Tribunal de Contas podem ser incluídos nessa exceção? Segundo


o STF, NÃO! Os Conselheiros de Tribunais de Contas são considerados cargos
administrativos, a eles então também é aplicado a vedação nepotismo – decisão
do STF na Rcl 6702.

INFO 815 STF: -Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no


órgão, mas sem influência hierárquica sobre a nomeação;

Lei estadual que vede a realização de processo seletivo para o recrutamento


de estagiários pelos órgãos e pelas entidades do poder público estadual fere o
princípio da impessoalidade.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: "Ementa: Administração Pública. Vedação


nepotismo. Necessidade de lei formal. Inexigibilidade. Proibição que decorre
do art. 37, caput, da CF. RE provido em parte. I - Embora restrita ao âmbito do
Judiciário, a Resolução 7/2005 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo
nos demais Poderes é ilícita. II - A vedação do nepotismo não exige a edição de lei
formal para coibir a prática. III - Proibição que decorre diretamente dos princípios
contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal." (RE 579951, Relator Ministro
Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgamento em 20.8.2008, DJe de 24.10.2008)

Transnepotismo é a troca de favores.

Princípio da Publicidade

Exceções ao princípio da publicidade estão no art. 5º da CF:

a) Quando o sigilo da informação seja imprescindível a segurança da sociedade e do


estado;

b) Quando a informação violar a intimidade, vida privada, honra e a imagem das


pessoas, haja vista serem invioláveis.

c) Quando a restrição advir de lei, que poderá, segundo o inciso LX, restringir a
publicidade dos atos processuais quando em defesa da intimidade ou do interesse
social.

O contrato não publicado pelo administrador. Este contrato é valido? Publicar o contrato
é condição de eficácia do contrato? Sim, publicar representa condição de eficácia.
Ele não publicado ele vai existir, MAS não vai produzir efeitos. Esta hipótese esta
expressa no art. 61 da lei 8666/93.

Publicidade também viabiliza controle e fiscalização.

Pergunta: Quero abrir uma empresa, vou ao órgão público e quero informações do
meu interesse sobre uma outra empresa. Estão me negando. Qual o remédio cabível?
Mandado de segurança. Direito líquido e certo para obter informações de outrem. HD é
para informações suas.

São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de


informações de interesse público.

* #OLHAOGANCHO: O IBGE está legalmente impedido de fornecer a quem quer


que seja as informações individualizadas que coleta, no desempenho de suas
atribuições, para que sirvam de prova em quaisquer outros procedimentos
administrativos. STJ. 1ª Turma. REsp 1.353.602-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia
Filho, julgado em 30/11/2017 (Info 617).

Princípio da Eficiência

Leva muito em consideração a relação de custo x benefício. “Gastar bem”!!

A efetividade administrativa é a soma da eficiência (emprego dos meios adequados) e


da eficácia (sucesso dos resultados obtidos).

Embora seja relevante vedar gastos desnecessários, o princípio da eficiência “nem


sempre significa o direcionamento da ação estatal a juízos puramente
econômicos, recomendando a utilização mais satisfatória dos recursos públicos
caso a caso”

(2) Racionalização da máquina administrativa. Art. 169, CF. Não dá para gastar tudo
que se arrecada com folha de pagamento. Isso seria ineficiente. O limite com pessoal é
disposto na lei de responsabilidade fiscal, que lá no art. 19 traz esse limite de 50%
para a União, 60% para estados e municípios sobre a receita corrente líquida.
 E se estiver acima do limite? Começa-se reduzindo os cargos em comissão e
funções e confiança em no mínimo 20%; na sequência, é possível a
exoneração de servidores não estáveis e; por fim, os servidores estáveis através
de exoneração, por não haver caráter de punição.

 Nesse último caso o cargo é extinto e só pode ser recriado com funções
idênticas ou assemelhadas quatro anos depois, para que o administrador não
utilize o instituto do 169 para tirar os inimigos políticos da Administração. A
sequência não pode ser desobedecida. Somente o servidor estável tem
direito à indenização.

Princípio da Isonomia

#SELIGANASÚMULA: limite de idade em concurso público. Súmula 683 STF: O


limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º,
XXX, da CF, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser
preenchido.
 Para exigir limite de idade - art. 7º, XXX – o limite de idade tem que está
previsto na lei da carreira. Esse raciocínio serve para tudo, altura, peso,
atividade jurídica. Para o requisito ir para o edital tem que está previsto na lei
da carreira e ser compatível com as atribuições do cargo. O limite de idade é
hoje possível e é acolhido pela Constituição, desde que obedecidos os requisitos.
 E se a previsão está em regulamentos, regimentos e não em lei? O STF discutiu
tal questão em relação às forças armadas, pois o limite de idade estava previsto
em regulamento (RE 600885). Embora tenha modulado seus efeitos (concursos
até 2012), o STF reafirma a exigência de que os requisitos estejam
previstos em lei em sentido estrito.
 #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O limite de idade, quando regularmente
fixado em lei e no edital de determinado concurso público, há de ser
comprovado no momento da inscrição no certame. STF. 1ª Turma. ARE
840.592/CE, Min. Roberto Barroso, julgado em 23/6/2015 (Info 791).

 TEMADEREPERCUSSÃOGERAL: SISTEMA DE COTAS PARA NEGROS E


CONSTITUCIONALIDADE:

 No mundo contemporâneo, a igualdade se expressa em três dimensões:
a) Igualdade formal - significa dizer que não pode haver privilégios e
tratamentos discriminatórios. Está relacionada ao chamado Estado liberal e
foi idealizada como uma forma de reação aos privilégios da nobreza e do clero.
b) Igualdade material - está ligada a demandas por redistribuição de riqueza
e poder e, em última análise, por justiça social.

O desenvolvimento da ideia de igualdade material surge a partir da constatação de que


não basta proibir que haja privilégios. É preciso atuar ativamente contra a
desigualdade econômica e em favor da superação da miséria.

c) Igualdade como reconhecimento: A igualdade como reconhecimento


significa o respeito que se deve ter para com as minorias, sua
identidade e suas diferenças, sejam raciais, religiosas, sexuais ou
quaisquer outras. A injustiça a ser combatida nesse caso tem natureza
cultural ou simbólica.

É legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios subsidiários de


heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e
garantidos o contraditório e a ampla defesa. STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (repercussão geral) (Info 868).

Princípio da Autotutela

A revogação necessita de fatos novos que a justifique.

Por outro lado, também pode a Administração no exercício da autotutela anular atos
ilegais, com efeitos ex tunc.

O controle externo feito pelo Judiciário (também pode ser feito pelo legislativo e pela
população), apenas anula (não revoga) atos ilegais com efeito ex tunc. Não
revoga, porque não cabe a Judiciário inferir no mérito administrativo (razões
de conveniência e oportunidade – excepcionalmente SIM).

A anulação pode recair sobre atos vinculados e discricionários.

A revogação só recai sobre atos discricionários.

Heterotutela é o controle feito por órgão ou ente de esfera diversa. É o caso,


por exemplo, de anulação de ato administrativo feita pelo Judiciário.

#ATENÇÃO #DEOLHONANOMENCLATURA: CONTROLE EXTERNO LINEAR 


aquele que é feito, por meio de auditoria, pelo Tribunal de Contas e os órgãos da
Administração. Esse controle não se sujeita a decadência e não ofende o princípio do
devido processo legal, ao não chamar todos os eventuais interessados, com reflexos, na
tomada de decisão.

Princípio da função cogente

O Princípio da Função Cogente infere que, havendo o interesse público, a


Administração Pública deverá agir. Poder-dever de agir.

LEMBRAR DA DIFERENÇA DOS DESVIOS DE FINALIDADE ESPECÍFICO E


GENÉRICO

Princípio da Razoabilidade

Em suma, trata-se de um princípio de vedação aos excessos.

Tal princípio comporta uma tríplice exigência para o desempenho da função


administrativa, devendo o ato ser adequado, necessário e proporcional.

Também conhecida na doutrina como a “Teoria dos Três Testes”

“As vantagens devem superar as desvantagens criadas”

Desconto do salário de servidor pelos dias de greve


"A Administração Pública, segundo o STF, tem a faculdade de decidir se efetua
ou não os descontos sobre os dias não trabalhados. O desconto será, contudo,
incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do
Poder Público".

Princípio da intranscendência das sanções

*#SÚMULA #STJ: Súmula 615 – STJ: Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição
do município em cadastros restritivos fundada em irregularidades na gestão anterior
quando, na gestão sucessora, são tomadas as providências cabíveis à reparação dos
danos eventualmente cometidos. (Súmula 615, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
09/05/2018, DJe 14/05/2018).

Princípio da segurança jurídica

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal


Federal, o princípio da proteção da confiança dos administrados constitui a face
subjetiva do princípio da segurança jurídica. Essa face subjetiva relaciona-se com o
caráter psicológico daquele que acreditou estar atuando conforme o direito. Assim, a
caracterização da confiança legítima do administrado para com a administração
depende necessariamente da boa-fé do administrado, que acreditou nas expectativas
geradas pela atuação estatal. Logo, não se admite a invocação do princípio da proteção
da confiança quando o administrado atua de má-fé perante a administração. Tampouco
se admite a invocação do princípio em comento nos casos em que o particular sabe que
está albergado por medida judicial precária, como nos casos de posse precária em
cargo público via decisão liminar.
Ainda nesse cenário de confiança e expectativa entre administração e administrado, os
tribunais superiores vem admitindo a aplicação do venire contra factum proprium
(proibição do comportamento contraditório) no âmbito do direito administrativo.
ATENÇÃO!! A jurisprudência dos Tribunais Superiores não admite a
aplicação deste princípio no caso de situações flagrantemente
inconstitucionais.

*#OUSESABER: O que significa princípio da reserva da Administração? A


“reserva de administração” é um instituto do direito constitucional e administrativo, que
envolve temas ligados à reserva de lei, à organização da Administração, à separação
de poderes, ao princípio da legalidade, às funções típicas e atípicas dos poderes, ao
poder regulamentar, etc. Canotilho conceitua “reserva de administração” como “um
núcleo funcional de administração ‘resistente’ à lei, ou seja, um domínio reservado à
administração contra as ingerências do parlamento”. A “reserva de administração”
possui duas espécies: a reserva de administração em sentido estrito e a reserva de
regulamento.
No Brasil, o STF já reconheceu a existência de um verdadeiro PRINCÍPIO
CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE ADMINISTRAÇÃO, com fulcro no princípio da
Separação dos Poderes, cujo conteúdo impediria a ingerência normativa do Legislativo
em matérias sujeitas à exclusiva competência administrativa do Executivo. Ex: É
inconstitucional declaração pelo Legislativo da nulidade de concurso público realizado
pelo Executivo por suposta violação às normas legais, pois uma declaração dessa
natureza revelaria o exercício de autotutela que só poderia ser exercida com
exclusividade por quem realizou o certame. (ADInMC 2.364/AL). Fonte: Rafael Rezende.

Fundamenta-se no princípio da separação de poderes e


significa que a atuação de cada órgão estatal não pode invadir
Reserva geral de ou cercear o “núcleo essencial” da competência dos outros
administração órgãos, cabendo exclusivamente à Administração executar as
leis, especialmente no exercício da discricionariedade
administrativa;

Reserva Quando a Constituição destaca determinadas matérias,


específica de submetendo-as à competência exclusiva do Poder Executivo
administração

PODERES ADMINISTRATIVOS

Poder hierárquico: Confere à administração capacidade para se auto-organizar,


distribuindo as funções dos seus órgãos. É utilizado para organização de relações
de coordenação e subordinação. Está ligado ao poder hierárquico de fiscalização dos
agentes públicos subordinados, ou quando há ordenanças, etc.

Delegação e Avocação:

A delegação precisa ser motivada e fundamentada... em caso de erro na


execução por parte do delegado, será este o responsável pelos seus atos e não
o delegante.

-> Só estará ligado ao poder hierárquico, quando a delegação ocorrer entre agentes
que guardem relação hierárquica entre si.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I - a edição de atos de caráter normativo;

Edições de Decretos Autônomos podem ser delegadas de acordo com a CF/88.

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar


as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV,
primeira parte, aos Ministros de Estado, ao
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.

VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando


vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

II - a decisão de recursos administrativos hierárquicos;

III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade dada por lei. Obs.
Competência PRIVATIVA pode ser delegada. Exclusiva NÃO!!

A Avocação é a prerrogativa do ente hierárquico superior de avocar para si


competência temporária de ente subordinado respaldada em motivações probas e
interessantes à Administração. Assim como a delegação é ato precário e parcial.

Diferentemente da delegação, para que haja avocação é necessário que haja relação
de subordinação. O poder hierárquico estará sempre presente na avocação, mas na
delegação nem sempre.

Poder disciplinar: É a prerrogativa pública de apurar infrações e aplicar penalidades


a quem está sujeito à disciplina administrativa.

Estão sujeitos à disciplina administrativa:

- Estudantes de escolas públicas;

- Doentes de hospitais públicos;

- Conscritos.

- Contratados pela Administração Pública

O poder de punir decorre do poder disciplinar.

Poder vinculado ou discricionário?

Apurar – Vinculado; Punir – Discricionário

É preciso ressaltar, contudo, que algumas penas são aplicadas de forma


vinculada (vide art. 132, da lei nº 8112/90).

Poder normativo e regulamentar: É a atribuição conferida aos chefes do poder


executivo para dar fiel cumprimento às normas ou regular matérias que não precisam
se sujeitar às iniciativas legais, por meio de atos normativos (resoluções, decretos...).

Regulamentos executivos (art. 84, IV, CF/88): Visam dar fiel execução às normas sem
inovação nenhuma no ordenamento jurídico.

Regulamentos autônomos (art. 84, VI, CF/88): É um regulamento independente. Inova


na ordem jurídica. Se inovar e for de caráter técnico, estaremos diante do
fenômeno da DESLEGALIZAÇÃO.

Poder regulamentar e poder regulatório

O poder regulamentar não se confunde com o poder regulatório. De um lado, o poder


regulamentar possui as seguintes características:

a) Competência privativa do chefe do Executivo (art. 84, IV, da CRFB);

b) Envolve a edição de normas gerais para fiel cumprimento da lei;


c) Conteúdo político.

Por outro lado, o poder regulatório apresenta as seguintes características:

a) Competência atribuída às entidades administrativas, com destaque para as


agências reguladoras (art. 174 da CRFB);

b) Engloba o exercício de atividades normativas, executivas e judicantes;

c) Conteúdo técnico.

Reserva da Administração

Veda a ingerência do parlamento no atuar administrativo acerca de determinadas


matérias postas na CF.

Fundamenta-se no princípio da separação de poderes e


significa que a atuação de cada órgão estatal não pode invadir
Reserva geral de ou cercear o “núcleo essencial” da competência dos outros
administração órgãos, cabendo exclusivamente à Administração executar as
leis, especialmente no exercício da discricionariedade
administrativa;

Reserva Quando a Constituição destaca determinadas matérias,


específica de submetendo-as à competência exclusiva do Poder Executivo
administração

PODER DE POLÍCIA

Poder de polícia: A atuação irá recair sobre bens e direitos, ao contrário da polícia
judiciária, cujas ações redundam em pessoas.

CURIOSIDADE: O poder de polícia pode ser exercido pela polícia judiciária.

Decorre da supremacia geral e do interesse público.

Diferentemente dos demais poderes estudados, tem como destinatário também


àqueles não vinculados à Administração Pública de forma direta.

Limita, restringe, frena direitos de liberdades individuais, propriedade e exercício


de atividade dos particulares, adequando-os ao interesse coletivo. Há
readequação de direitos, não há aniquilação de direitos.

Possibilidade de delegação: É indelegável aos particulares e pessoas jurídicas de


direito privado a fim de que não haja particulares punindo pares seus. De bom alvitre
se faz emergir o conhecimento de que a Administração Pública poderá delegar a
realização dos atos preparatórios para que a mesma, noutra oportunidade, desenvolva
o exercício punitivo. Sendo assim ficar que o poder de polícia em si não pode ser
delegado.

CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO POSSUI PODER DE POLÍCIA?

Segundo o STJ o poder polícia poder ser dividido em 04 grupos:

(1) Poder de legislar (é a legislação que define determinada situação); (2) Poder de
consentimento (a corporificação da vontade do Poder Público); (3)
Fiscalização; (4) Aplicação de sanção.
Segundo o STJ, podem ser transferidos ao particular somente os atos de consentimento
(como a concessão de CNH) e os atos de fiscalização (como instalação de equipamentos
eletrônicos de velocidade).

Recentemente o STF assim se posicionou: “(...) A fase de SANÇÃO pode ser delegada
para EMP e SEM desde que POR LEI, EXCLUSIVAMENTE PRESTADORAS DE SERVIÇO
PÚBLICO E EM REGIME NÃO CONCORRENCIAL.”

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO: O Departamento Nacional de Infraestrutura


de Transportes - DNIT detém competência para a fiscalização do trânsito nas
rodovias e estradas federais, podendo aplicar, em caráter não exclusivo,
penalidade por infração ao Código de Trânsito Brasileiro, consoante se extrai da
conjugada exegese dos arts. 82, § 3º, da Lei nº 10.233/2001 e 21 da Lei nº
9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro). STJ. 1ª Seção. REsp 1.588.969-RS, Rel.
Min. Assusete Magalhães, julgado em 28/02/2018 (recurso repetitivo) (Info 623)
#CONCURSOSFEDERAIS

A Administração Pública Direta detém o poder de polícia originário e a Administração


Pública Indireta detém o poder de polícia delegado.

 Conselhos Profissionais, de acordo com STF, tem como atividade primordial o


poder de polícia do Estado, ainda que minoritariamente preste algum serviço
público.

Indo além, os Conselhos Profissionais são pessoas de direito público de


natureza jurídica de autarquias, e por essa razão o poder de polícia exercido
por estes Conselhos é regular, uma vez que a delegação é para ente público e
não particular.

A decretação do estado de sítio permite a extensão excepcional do poder de polícia,


com possibilidade de restrições aos direitos de reunião, à liberdade de imprensa e à
própria inviolabilidade de domicílio.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O STF definiu a tese de que é constitucional a


atribuição às guardas municipais do exercício do poder de polícia de trânsito, inclusive
para a imposição de sanções administrativas legalmente previstas (ex: multas de
trânsito). STF. Plenário.RE 658570/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão
Min. Roberto Barroso, julgado em 6/8/2015 (Info 793).

Atributos do Poder de Polícia - DICA

Discricionariedade: Segue o mesmo raciocínio que o poder disciplinar. Sendo desta


feita, relativamente discricionário.

Exceção: O ato de conceder licença para construir é ato do poder de polícia


vinculado.

Imperatividade: É a imposição unilateral do Estado independente da concordância


do particular. Trata-se de meio indireto de coerção.

Coercibilidade: A Administração Pública goza de meios coercitivos quando as ações


preventivas (imperatividade) tornarem-se vencíveis. Trata-se de meio direto de
coerção.
Auto-executoriedade: Não necessita de permissão da esfera judiciária, sua atuação goza
de presunção de legitimidade e veracidade, onde o bom dessa é o que se nutre a partir
do seu exercício. Ex: Embargo de obra, apreensão de alimentos fora do prazo pela
vigilância.

Para maior parte da doutrina decorre de Lei que prevê o ato como auto executável
ou em caso de situação de urgência. Assim a auto-executoriedade não é atributo
inerente e obrigatório do Poder de Polícia.

(...)Logo, não é da atribuição do Banco Central a fiscalização das atividades do


Serasa. STJ. 4ª Turma. REsp 1.178.768-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti,
julgado em 1/12/2016 (Info 595).

* Se a ANVISA classificou determinado produto importado como "cosmético", a


autoridade aduaneira não poderá alterar essa classificação para defini-lo como
"medicamento". Incumbe à ANVISA regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e
serviços que envolvam risco à saúde pública (art. 8º da Lei nº 9.782/99). Assim, é da
Agência a atribuição de definir o que é medicamento e o que é cosmético. STJ. 1ª
Turma. REsp 1.555.004-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
16/2/2016 (Info 577).

Empresas constituídas no exterior são proibidas de atuar no setor de segurança privada.


• Todavia, empresas que sejam constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
sede e administração no País são consideradas “empresas brasileiras” (art. 1.126 do
Código Civil), sendo irrelevante que tenham na sua composição societária, direta ou
indiretamente, participação ou controle pelo capital estrangeiro.

*É obrigatória a prévia fiscalização do camarão in natura, ainda que na condição de


matéria-prima, antes do beneficiamento em outros Estados da Federação, podendo tal
atividade ser realizada no próprio estabelecimento rural onde se desenvolve a
carcinicultura. STJ. 1ª Turma. REsp 1.536.399-PI, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
08/02/2018 (Info 620).
A auto-executoriedade afasta o controle prévio do judiciário.

PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE PUNIR

As sanções decorrentes do Poder de Polícia prescrevem em 05 anos (Lei


9873/99).

De seu turno, embora o prazo prescricional para aplicação de sanções administrativas


seja de 05 anos, uma vez instaurado o processo administrativo para aplicação
das penalidades, se tal processo ficar parado por 03 anos, ocorre a prescrição
intercorrente.

ABUSO DE PODER OU DE AUTORIDADE

O abuso de poder existe em duas espécies:

a) Excesso de Poder: Ocorre quando a autoridade é competente, mas vai além de sua
competência.
b) Desvio de Poder ou de Finalidade: A autoridade é competente, não se excede, mas
pratica o ato com a finalidade diferente da prevista para o ato.

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Serviços como saúde, segurança pública, educação...são prestados diretamente pelos


entes federativos. É a prestação direta ou centralizada dos serviços públicos.

O Estado entende que sozinho não será bastante para fomentar serviços eficientes,
razão pela qual, determinadas atividades são prestadas por especialização, quando o
Estado transfere essa prestação de serviço a particulares ou a pessoas criadas pelo
próprio Estado (entes da Administração Indireta) em um fenômeno conhecido por
descentralização.

ENTES DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA


São entes dotados de capacidade política (criar leis)

Vale dizer que a desconcentração não é fenômeno exclusivo da Adm Direta.

CURIOSIDADE!!!

Vale também acrescentar a Súmula 525 do STJ: A Câmara de vereadores não


possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo
demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.

Na mesma esteira, José dos Santos Carvalho Filho, informa que, apesar dos órgãos
serem desprovidos de personalidade jurídica, aqueles representativos de poder
podem defender, em juízo, as suas prerrogativas constitucionais. É a chamada
personalidade judiciária.

Teoria da Representação -> Não é adotada no Brasil. A ADM. PUBLICA NÃO É


INCAPAZ.

Teoria do Mandato -> Não vigora tbm, pois a relação que une servidores e adm.
Pública não é de mandato, mas sim por regime estatutário.

Teoria da imputação volitiva ou do órgão -> A manifestação de vontade do agente


é a própria manifestação de vontade do Estado, estando este atuando quando o agente
ou órgão atuam. As vontades se confundem.

Em raras exceções, por razão de lei, atribui determinados órgãos de capacidade


processual. Ex: Quando a lei atribui ao MP promover Ação Civil Pública.

A doutrina entende que apenas órgãos independentes e autônomos podem vir, em


razão de lei, possuir capacidade processual.

Classificação dos órgãos

Quanto à hierarquia ou posição estatal

Órgãos independentes -> É aquele órgão que não está hierarquicamente subordinado
à ninguém. São órgãos representativos de poderes.

Órgãos autônomos -> São imediatamente subordinados aos órgãos independentes.


Estão logo abaixo, e embora não gozem de independência, conservam autonomia
administrativa e financeira (orçamento próprio).
Órgãos superiores -> Não tem independência, tampouco autonomia, e dependem de
decisões administrativas dos órgãos autônomos, e destes também dependem para gerir
suas finanças, mas ainda detém poder de decisão.

Órgãos subalternos -> São órgãos de mera execução da atividade.

Quanto a estrutura dos órgãos

Simples -> É o órgão em si próprio. (Câmara dos Deputados, Senado Federal)

Compostos -> É aquele que resulta da junção de outros órgãos simples (Congresso
Nacional)

Quanto as funções

Ativo -> É aquele órgão que exerce atividade pública diretamente na prestação de
serviço público, exerce poder de polícia. Exercem atividade administrativa típica.

Consultivos -> Atuam manifestando opinião acerca das atividades de outros órgãos.
Um órgão consultivo também tem atuação ativa dentro do seu órgão.

Controle -> Atua no exercício do controle de outros órgãos. Esses órgãos de


controle podem ser interno, quando o controle é exercido por órgão do mesmo
Poder, e externo, quando o controle é exercido por órgão de outro Poder.

Também não executa apenas atividade de controle, podendo atuar de forma ativa.

ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Características comuns das entidades da Adm Indireta

II - A criação e a extinção depende de lei específica que autorize a criação ou as


crie.

Sobre isso, vale dizer que lei cria autarquias, e autoriza criação das fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista.

Quando a lei cria não precisa registrar, onde a publicação da lei já torna
existente a autarquia. Por seu turno, quando a lei autoriza a criação, a criação só se
dá efetivamente no cartório de Pessoas Jurídicas com registro dos atos
constitutivos.

A lei que cria estipula por seu turno a finalidade do ente descentralizado. No
entanto, ao que compete as fundações, sua finalidade será estipulada com base
em rol lei complementar que trata das áreas de atuação das fundações. Mas é a
lei específica que cria que define a finalidade pública das fundações.

III - A finalidade terá que ser sempre pública, sem fins lucrativos.

O lucro é bem vindo, mas a finalidade precípua terá que ser pública, e nunca com
escopo essencial o lucro.

IV – Os entes descentralizados são controlados pelos entes da Administração


Pública Direta, onde tal controle ganha o nome de controle finalístico (tutela
administrativa/supervisão ministerial/vinculação), posto que esse controle se
presta a fiscalizar se a entidade da administração indireta cumpre a finalidade
pública para a qual foi criada.
Esse controle, por seu turno, não pode ser confundido com relação de
hierarquia e subordinação entre os entes da administração direta e os entes
descentralizados.

A manifestação do poder hierárquico só ocorre entre órgãos e administração


direta.

AUTARQUIAS

São pessoas jurídicas de direito público que exercem atividade típica de estado
(prestação de serviços públicos, exercício de Poder de Polícia).

Sobre essa primeira afirmação vale destacar: Se o estado pretende descentralizar


um serviço TÍPICO DE ESTADO, necessariamente irá ter que criar uma autarquia ou
entidade pública com natureza autárquica. No entanto, se o serviço não é
tipicamente estatal a Administração poderá optar pela autarquia ou qualquer
outra entidade pública.

Possuem imunidade tributária (imunidade condicionada) - entes da


administração pública direta não podem cobrar tributos uns dos outros), por
exemplo. Esse privilégio é estendido por lei às Autarquias, mas naquilo que for tocante
às suas finalidades essenciais. O STF entende que basta que uma renda seja
destinada as suas finalidades essências para que essa renda se torne imune.

 Sobre o tema vale destacar que o STF entende que incide IPTU em imóvel de
PJ de Direito Público cedido a PJ de Direito Privado, sendo esta a devedora do
tributo.

- Responsabilidade objetiva – Por ser Pessoa Jurídica de Direito Público prestadora


de serviço público segue a teoria do risco administrativo, respondendo objetivamente
pelos danos que seus agentes em exercício causarem a terceiros.

AUTARQUIAS ESPECÍFICAS

* Autarquias de Controle ou Corporativas -> São os conselhos de classe ou de


profissão onde a lei atribui como sendo pessoa jurídica de direito privado que presta
serviço público por delegação. O STF por sua vez, em sede de ADI, entendeu
serem entidades públicas autárquicas. Inclusive gozam de parafiscalidade para
cobrar tributos dos seus afiliados.

O TCU editou a súmula 277/2012 em que reafirmou a necessidade de concurso


público para admissão de pessoal em seus quadros, ainda que em certame
simplificado, mas que respeite os princípios constitucionais pertinentes.

Sobre essas autarquias de Controle o TCU e STF estão alinhados quanto a necessidade
de licitação para contratar com particulares.

OAB -> É um caso à parte, uma vez que o STF entendeu que a OAB dotada de
Poder de Polícia não está obrigada a realizar concurso público por ser entidade
privada.

EM sede de ADI o STF disse que o Poder de Polícia não pode ser delegado à
particulares. E AÍ?

* Autarquias em Regime Especial -> São autarquias que se diferenciam e se


destacam das demais autarquias.

1 - Universidades Públicas – Gozam de autonomia pedagógica, que significa maior


liberdade de atuação em relação ao ente da Administração Direta, não se submetendo
ao MEC no que diz respeito a metodologia didática. O MEC pode realizar provões, etc.
Aqui os dirigentes não são livremente nomeados e indicados pela Pessoa
Jurídica que criou a autarquia, sendo neste caso indicado pelo corpo docente e
discente.

Este dirigente é eleito, impassível de livre exoneração, pois cumpre mandato fixo,
possuindo maior liberdade de atuação o dirigente, o que redunda em maior
autonomia a universidade pública.

2 - Agências Reguladoras – (privatização...) tem como função regulamentar,


normatizar e fiscalizar a execução da atividade pública por particulares.

O poder normativo (resoluções) da agência reguladora obriga apenas os prestadores


de serviço público. Não afeta os particulares CONSUMIDORES FINAIS.

Os dirigentes são nomeados pelo Presidente da República mediante aprovação


do Senado.

São criadas por lei, e esta lei irá determinar o tempo de mandato. O cargo só pode
ser perdido em razão de processo administrativo respeitada a ampla defesa e
contraditório ou por renúncia.

Período de quarentena -> Salvo disposição em contrário em lei específica, será de 06


(SEIS MESES) o período em que o ex-dirigente FICA IMPEDIDO de prestar
serviço em qualquer empresa regulada por sua antiga agência reguladora. O
desrespeito ao prazo de quarentena configura o crime de advocacia administrativa e
pode configurar improbidade administrativa.

Enquanto mantido em quarentena o ex-dirigente recebe seus proventos integrais.

Novidade legislativa de 2019:

“Art. 8º-A. É vedada a indicação para o Conselho Diretor ou a


Diretoria Colegiada:

I - de Ministro de Estado, Secretário de Estado, Secretário


Municipal, dirigente estatutário de partido político e titular de
mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação,
ainda que licenciados dos cargos;

II - de pessoa que tenha atuado, nos últimos 36 (trinta e seis)


meses, como participante de estrutura decisória de partido
político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e
realização de campanha eleitoral;

III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical;

IV - de pessoa que tenha participação, direta ou indireta, em


empresa ou entidade que atue no setor sujeito à regulação
exercida pela agência reguladora em que atuaria, ou que tenha
matéria ou ato submetido à apreciação dessa agência reguladora;

V - de pessoa que se enquadre nas hipóteses de inelegibilidade


previstas no inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº
64, de 18 de maio de 1990;

VI -  (VETADO);

VII - de membro de conselho ou de diretoria de associação,


regional ou nacional, representativa de interesses patronais ou
trabalhistas ligados às atividades reguladas pela respectiva
agência.
Parágrafo único. A vedação prevista no inciso I do caput estende-
se também aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro
grau das pessoas nele mencionadas.”

As decisões das agências reguladoras não são submetidas a revisão de mérito pelo
Poder Executivo, mas somente ao controle de legitimidade feito pelo Judiciário.

Regime de Pessoal -> Seriam celetistas de acordo com a Lei 9986/2000, mas a
liminar em ADI do STF entendeu ser inconstitucional, devendo ser os servidores de
agências reguladoras sujeitos a regime estatutário.

3 - Agência Executiva – Resulta de uma autarquia vista como ineficiente pela


Administração criada por decreto do Chefe do Poder Executivo prestando serviços
públicos por meio de contrato de gestão com o ministério a que estão
vinculadas que terá período pré-determinado.

Os contratos serão celebrados com periodicidade mínima de 01 ano.

 É criada por ato discricionário do Presidente da República.

Embora para transformação da autarquia “ineficiente” em agência executiva depender


de lei/decreto, quando findo o contrato de gestão, voltará ao status de autarquia
sem necessidade de lei. Críticas da doutrina.

* Não há subordinação entre a agência executiva e o ministério a que está vinculada e


firmou contrato de gestão.

Por fim, de bom esclarecer que as agências executivas podem contratar


diretamente sem licitação até 20% do valor do convite (= ou o dobro do valor
estipulado para as autarquias e fundações públicas).

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

É uma pessoa jurídica formada pela destinação de um patrimônio público.

Ex: FUNAI, FUNASA, FIOCRUZ.

Se a lei específica criar a fundação, esta terá personalidade jurídica de direito


público e será considerada fundação autárquica, se submetendo a tudo que
dispõe sobre autarquias.

Lei Complementar irá dispor quais as áreas de atuação podem ser criadas fundações,
devendo a lei específica que cria estipular sua finalidade.

Se o legislador autorizar a criação de fundação, onde para sua criação ser


necessária a juntada de seus atos constitutivos na Junta Comercial, terá personalidade
jurídica de direito privado. Terá regime hibrido ou misto, posto que essas entidades
não gozam de nenhuma prerrogativa pública (imunidade tributária, prazo
processual diferenciado), mas terá que obedecer aos princípios da Administração
Pública.

Ex: Funcionários serão celetistas, mas se submetem a concurso público.

Os contratos celebrados serão particulares, mas necessária licitação.

a) Impenhorabilidade: O STF vem entendendo que seja qual for a fundação, seus
bens são impenhoráveis.
b) Imunidade quanto a impostos: Por expressa previsão da CF/88, seja qual for
a natureza jurídica da fundação, ela será imune.

c) Fiscalização do MP: Só incide em fundações privadas ou fundações


públicas de direito privado.

EMPRESAS ESTATAIS

São Pessoas Jurídicas de Direito Privado que podem ser empresas públicas, sociedades
de economia mista ou empresas privadas adquiridas por outras estatais que por
ausência de lei não foram legalmente criadas. São chamadas pela doutrina de
“empresa estatal de fato”.

São criadas para o desempenho de serviço público não estatal ou para


exploração de atividade, neste último caso, por previsão da CF/88, só poderá
ocorrer quando indispensável à Segurança Nacional ou a Relevante Interesse
Público.

I - Principais diferenças

a) Quanto ao capital

No caso das empresas públicas o capital é 100% público, não admitindo compra de
ações por particulares. Ex. Caixa Econômica Federal

Esse capital pode ser composto de vários entes públicos. Autarquia + União, por
exemplo.

No caso das sociedades de economia mista, o capital é misto, desde que a maioria
do capital VOTANTE pertença ao poder público. Assim, admite investimento de
particulares. Ex: Banco do Brasil, Petrobrás.

O controle acionário é do Estado.

b) Quanto à forma societária

Se empresa pública poderá ser constituída por qualquer forma societária


admitidas pelo Código Civil.

Se sociedade de economia mista, só poderá ser constituída sob a forma de


sociedade anônima.

c) Quanto ao deslocamento de competência

Essa terceira diferença toma por base o art. 109, I da CF (competência da justiça
federal quanto as pessoas pertencentes a Administração Pública, exceto a sociedade de
economia mista).

A sociedade de economia mista, ainda que federal, não desloca competência,


sendo processada a ação perante a Justiça Estadual. EXCEÇÃO: MS em face de
ato da Petrobrás...irá para a Justiça Federal por força de entendimento do STF.

Não gozam de nenhuma prerrogativa de fazenda pública, mas fazem parte do Estado, e
por isso, se sujeitam a todas as limitações impostas ao Estado.

Seguem o mesmo regime aplicável as empresas privadas no que tange:

Obrigações fiscais -> Não goza de privilégio não extensível ao setor privado. Se
houver beneplácito fiscal que alcance empresas privadas, alcançará a empresa estatal.

Obrigações Trabalhistas -> Os empregados destas empresas são celetistas, não


gozando de estabilidade, por exemplo, onde as controvérsias trabalhistas são
resolvidas na Justiça do Trabalho. A contratação se dá por meio de concurso
público.

Obrigações Civis e Comerciais -> São contratos privados onde há igualdade de


partes, regidos pelo direito civil. Mas depende de licitação e se dão por prazo
determinado.

Lei de falência e recuperação judicial não se aplica as Sociedades de Economia


Mista e Empresa Pública.

A doutrina, por sua vez, entende que se a empresa estatal explora atividade
econômica, segue o mesmo regime das empresas privadas no que tange as obrigações
comerciais, podendo gozar da aplicação da Lei de Falência e Recuperação Judicial.

Exceção Jurisprudência do STF -> A empresa pública de correio e telégrafos atua no


serviço exclusivo de estado, sendo indelegável essa atividade pública a pessoa
jurídica de direito privado, possuindo regime de fazenda pública, gozando de
todas as garantias e privilégios inerentes ao Estado.

O STF decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT goza de


imunidade tributária  recíproca mesmo quando realiza o transporte de bens e
mercadorias.  Assim, não incide o ICMS sobre o serviço de transporte de bens e
mercadorias realizado pelos Correios.

Infraero -> Não tem regime de fazenda pública, mas goza de imunidade tributária.

* A vedação a acumulação de cargos também se estende aos empregados das


empresas estatais, no entanto, estes funcionários empregados não se
submetem ao teto de remuneração do serviço público, desde que essa empresa
estatal não receba dinheiro público para formação do capital e custeio de
pagamento de pessoal.

* A CF permite que as empresas estatais criem empresas subsidiárias para auxiliar a


empresa estatal com dispensa de licitação.

A criação dessas subsidiárias depende de autorização por lei específica, mas segundo o
STF, a própria lei específica que autoriza a criação da estatal já pode prever a
criação de subsidiárias, suprindo a necessidade de lei específica para a criação de
cada subsidiária.

DA NECESSIDADE DE LICITAR

Com o advento da Lei 13.303/2016, tornou-se dispensada a licitação nos seguintes


casos:

a) Comercialização, prestação ou execução, de forma direta, de produtos,


serviços ou obras especificamente relacionados com seus objetivos
sociais;

b) Nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a suas


características particulares, vinculada a “oportunidades de negócio”
definidas e específicas, justificada a inviabilidade de procedimento
competitivo.

DA NOMEAÇÃO DE DIRIGENTE

O STF vem entendendo inconstitucional a exigência de lei que obrigue a prévia


aprovação pelo poder legislativo do profissional indicado pelo Chefe do Executivo.

DO PAGAMENTO VIA PRECATÓRIO


O STF entendeu que além das empresas públicas, as Sociedades de Economia Mista que
não pratique atividade concorrencial quitam seu débitos mediante RPV´s e Precatórios.

Ademais o STF vem reconhecendo a impenhorabilidade e a imunidade de


impostos para as empresas públicas e as Soc. De Econ. Mista que prestam
serviço público relevante ou explore atividade econômica com
EXCLUSIVIDADE.

BENS PÚBLICOS

Conceito: Corrente 01 adota o Art. 98. “São públicos os bens do domínio nacional


pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são
particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”. (é o posicionamento mais
seguro)

No entanto, por essa classificação seria passível de penhora os bens particulares


afetados ao serviço público por pessoa jurídicas de direito privado. O STF rechaça
essa possibilidade.

Corrente 02 – É bem público os bens de domínio público e aquele afetado à prestação


de serviço público.

Conceito: São todas as coisas materiais ou imateriais, móveis ou imóveis, cujos titulares
são as pessoas jurídicas de direito público ou as pessoas jurídicas de direito
privado prestadoras serviços públicos quando estes bens se encontrem vinculados
à prestação de serviços públicos. (Celso Antônio)

O Domínio Eminente é o Poder Político pelo qual o Estado submete à sua vontade
todas as coisas em seu território. Justifica a desapropriação, por exemplo.

O Domínio Patrimonial do Estado sobre seus bens é Direito de Propriedade


(pública) sujeito a um regime administrativo especial.

(Empresas Privadas. Estão fora da Administração), não podem dar em garantias os bens
que irão comprometer a serviço público. O fundamento é o mesmo: continuidade do
serviço público.

#COMOFOICOBRADO²: Bem de empresa pública prestadora de serviço público é


penhorável – correto
#COMOFOICOBRADO³: Bem de empresa pública prestadora de serviço público que
esteja diretamente ligado à prestação do serviço é penhorável – ERRADO.
OBS. Bicicleta da ECT? Em razão da exclusividade do serviço postal ganhou tratamento
de Fazenda Pública. STF na ADPF 46 fixou esse posicionamento. Dessa forma, no caso
na ECT não precisamos buscar saber se o bem está diretamente ligado à prestação de
serviços públicos.
#SELIGA: O STF fez a distinção entre exclusividade e monopólio. Se estiver falando de
serviço público deve usar o termo exclusividade. Se for atividade econômica o termo é
monopólio.

Classificação

Quanto à destinação
Bens de uso comum do povo -> São os bens destinados ao uso comum e geral com
uma destinação especifica. De bom alvitre se faz externar que pedágios e zona azul
não fazem o bem perder a o status de público.

OBS. não precisa de autorização para uso normal. No entanto, o poder Público pode
regulamentar, disciplinar a sua utilização. Ex. praça que fecha às 22h devido à
violência.

Bens de uso especial -> São os bens, cuja destinação está vinculada a prestação de
serviço administrativo. São impenhoráveis e inalienáveis.

Exemplo curioso são as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

A alienação de tais bens somente será possível com sua transformação, via
desafetação, em bens dominicais.

STF entende que não perde a característica de bem de uso especial aqueles que,
objetivando a prestação de serviços públicos, estejam sendo utilizados por particulares,
sobretudo sob regime de delegação. Caso de bens da CODESP (Porto de Santos) –
imunidade recíproca – IPTU.

PS.: Há a possibilidade de alienação entre entes públicos, embora o bem de uso


especial esteja afetado ao interesse público.

Bens dominicais -> São bens públicos não afetados que constituem o patrimônio
disponível das pessoas jurídicas de direito público.

As terras devolutas, os terrenos de marinha, os prédios públicos desativados etc.

AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO

Se a afetação é feita por lei, a desafetação segue de igual modo.

Se a afetação ocorreu por processo administrativo, a desafetação segue de igual modo.

Doutrina outra, defende que a desafetação ocorre, necessariamente, por lei ou por
ato do chefe do executivo. Alguns autores defendem que existem outros meios de
desafetação, exemplo: hospital que pega fogo e não tem mais como ser utilizado, logo,
um evento provocou a desafetação do bem de forma tácita.

Características

Inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade, não onerabilidade.

Não recai penhora judicial sobre a figura dos bens públicos, independente de afetação
ou não. Neste caso a referência é dos bens de titularidade do ente da administração
direto ou indireta. Uma análise mais restritiva daquilo que seriam bens públicos.

Imprescritibilidade - Os bens públicos não podem ser usucapidos. Art. 102 do


CC/2002. Mas a Administração Pública pode adquirir bens por usucapião.

Além disso, não são indenizáveis acessões e benfeitorias realizadas sem


autorização do poder público.

IMPORTANTE!!!Deve-se se ter atenção a recente posicionamento do STJ, onde


manteve a vedação a usucapião de bens dominicais, no entanto, ao particular que,
por exemplo passou a ocupar imóvel abandonado pelo Poder Público, dando a
este função social, caberá a proteção da posse por meio dos interditos
possessórios contra particulares. Vale esclarecer que contra o Poder Público
não caberá proteção, pois com relação a este o particular exerce mera
DENTENÇÃO.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO: Em ação possessória entre particulares é
cabível o oferecimento de oposição pelo ente público, alegando-se
incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração da posse.
STJ. Corte Especial. EREsp 1.134.446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
21/03/2018 (Info 623) #IMPORTANTE

*#SÚMULANOVA #SAINDODOFORNO: enunciado de súmula nº 619-STJ: A


ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza
precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.

*#OUSESABER: Qual o prazo prescricional para a cobrança de foro de enfiteuse em


Terreno de Marinha? O prazo prescricional do foro anual dos terrenos de marinha
é de 5 anos!

Enfiteuse é direito real em contrato perpétuo, alienável e transmissível para os


herdeiros, pelo qual o proprietário atribui a outrem o domínio útil de imóvel, contra o
pagamento de uma pensão anual certa e invariável; aforamento.

Aforamento deve ser precedido de licitação.

SÚMULA Nº 477 STF: AS CONCESSÕES DE TERRAS DEVOLUTAS SITUADAS NA FAIXA


DE FRONTEIRA, FEITAS PELOS ESTADOS, AUTORIZAM, APENAS, O USO,
PERMANECENDO O DOMÍNIO COM A UNIÃO, AINDA QUE SE MANTENHA INERTE OU
TOLERANTE, EM RELAÇÃO AOS POSSUIDORES.
#ATENÇÃO - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União (art.
20, XI, da CF/88) e, portanto, não podem ser consideradas como terras devolutas de
domínio do Estado-membro. STF. Plenário. ACO 362/MT e ACO 366/MT, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgados em 16/8/2017 (Info 873).
Terras devolutas são, em regra, de propriedades dos Estados Membros. As da
faixa de fronteira é que em tese pertence à União.

Não onerabilidade

Não pode ser direito real de garantia. Não pode sofrer penhor, hipoteca e anticrese.

Inalienabilidade é relativa: É necessário desafetar o bem público, e preencher os


requisitos do art. 17 da Lei de Licitações.

 Quando se tratar de bens imóveis da Administração Direta, Entidades


Autárquicas e Fundacionais dependerá de autorização legislativa.

 Quando bens imóveis de outros entes, inclusive entidades paraestatais,


dependerá de avaliação prévia e licitação na modalidade de
concorrência.

A modalidade licitatória é a concorrência. Exceção: decisão judicial ou de dação em


pagamento, poderá ser o LEILÃO.

 Obs. SEM e EP – os bens, em regra, são privados. Não precisa de autorização


legislativa para alienar, mas por se submeterem a 8666 é necessária a
motivação, avaliação e modalidade concorrência.

 Quando bens móveis, dependerá, via de regra, de avaliação prévia e


licitação.

 #OUSESABER
 Obs. retrocessão = entidade que processou a desapropriação do bem oferece-o
de volta ao ex proprietário, pagando o preço atual. O expropriado também
pode exigir o bem de volta caso o estado não dê destino público ao bem
expropriado.
 Obs. Incorporação – transferência de bem do Estado para pessoa jurídica de
direito privado da administração indireta (SEM e empresa pública). Autorização
legal. Precisa de Lei.

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta


nos seguintes casos:

Até R$ 1.430.000,00 a modalidade é de leilão. Acima disso será concorrência.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Teorias adotadas pela nossa Constituição

a) teoria objetiva -> Segundo a qual a responsabilidade do estado depende da


comprovação de apenas três requisitos: ação, dano e nexo de causalidade. Não há
necessidade de comprovar culpa.

b) teoria do risco administrativo -> É uma variação da responsabilidade objetiva


que trabalha com excludentes do dever de indenizar, quando ocorrendo
determinadas situações. Quais sejam:

i – Culpa exclusiva vítima. Ex: Particular que atravessa o sinal vermelho e bate em
uma ambulância/particular de carro andando na contramão bate em um carro da
polícia.

ii – Força maior – Acontecimento da natureza incontrolável. Ex: Erupção de um


vulcão.

iii – Fato de terceiros – Ocorre quando o dano não ocorre em razão do agir do agente
público.

c) teoria da imputação volitiva – Só se pode atribuir ao Estado responsabilidade


quando o comportamento danoso praticado pelo agente público se der no
exercício de sua função pública.

Se o agente público está fora do exercício da função, o Estado não é obrigado a


indenizar. Ex: Policial de folga, com arma própria, atira e mata vizinho.

O STF entende que se o Policial atira, mesmo de folga, mas com arma da corporação
(pública) há dever de indenizar do Estado.

Se o policial está fardado, há quem sustente que o Estado responde em razão da teoria
da aparência.

Delegado prende o sujeito e dá uma surra. Essa é uma conduta ilícita. Se essa conduta
é ilegal, gera dano, tendo o Estado que se responsabilizar. Sempre que se pensar em
atos ilegais fundamento da indenização está no princípio da legalidade.

Estado decidiu construir presídio ao lado da sua casa. É lícito/legal? é legal, mas o
vizinho está no prejuízo. Há responsabilidade? Sim. Mas qual será o fundamento? A
sociedade ganha e o vizinho perde. Isso é tratamento isonômico? Não. Essa sociedade
que ganha deve indenizar (através do dinheiro público) o prejuízo sofrido pelo vizinho,
para recompor a isonomia.
Aqui temos a Administração Pública tendo que indenizar particular por um ato
lícito.

 Conduta ilícita – o fundamento é o princípio da legalidade.

 Conduta lícita – o fundamento é o princípio da isonomia – o dano é


consequência.

 Conduta de sacrifício de um direito amparada pelo ordenamento – não há


indenização – o dano é o principal.

Responsabilidade subjetiva na culpa do serviço – Teoria da culpa


administrativa– culpa anônima – faute du service.

Basta que a vítima prove que o serviço não foi prestado, não foi prestado de forma
eficiente ou foi prestado de forma atrasada. Essa responsabilidade surgiu entre os
franceses. Não preciso mais achar a pessoa culpada. Foi chamada também de culpa
anônima.

Não é modalidade de responsabilidade objetiva. Em alguns casos, é bem verdade,


na culpa do serviço, esta culpa é presumida, mas isso não a reveste de
responsabilidade objetiva.

Qual a responsabilidade civil do Estado em acidente de trânsito decorrente de


má conservação em rodovia administrada por autarquia? A jurisprudência do STJ
é no sentido de que a autarquia responsável pela conservação das rodovias
responde pelos danos causados a terceiros em decorrência da má conservação,
contudo remanesce ao Estado a responsabilidade subsidiária, não havendo que se
falar em responsabilidade solidária deste.

- Culpa concorrente? Não afasta a responsabilidade, mas a jurisprudência diz que a


indenização deve ser reduzida de acordo com a participação de cada um.

Qual a regra no Brasil? Teoria do Risco Administrativo.

Exceção – Risco integral. Quando? Dano nuclear, material bélico e dano


ambiental.

O valor a ser arbitrado como dano moral em caso de danos ambientais deverá
incluir um caráter punitivo?
NÃO. É inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter
punitivo imediato, pois a punição é função que incube ao direito penal e administrativo.
#OUSESABER: Muito se fala hoje na teoria do risco social (apenas um aspecto
específico da teoria do risco integral) – o foco da responsabilidade seria a vítima e não o
autor do dano, de modo que a reparação estaria a cargo de toda sociedade –
socialização dos riscos. Sempre no intuito de que a vítima não deixe de receber a
indenização.

Tipos de responsabilidades

Pro crime funcional: Se houver condenação, necessariamente irá repercutir na esfera


administrativa.

Obs.: Resíduo Administrativo: nomenclatura utilizada pelo STF para caracterizar


situação na qual as provas que não foram suficientes para a CONDENAÇÃO PENAL
podem ser residualmente suficientes para condenação na ESFERA ADMINISTRATIVA. É
o que ocorre nas hipóteses de ABSOLVIÇÃO por FALTA DE PROVAS.
Súmula 18, STF: Pela FALTA RESIDUAL, não compreendida na absolvição pelo juízo
criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público.

Por crime não funcional

Condenação: só repercutirá nos casos em que a pena impuser a perda da


liberdade. Se por tempo inferior a 4 anos, o servidor ficará afastado do cargo,
recebendo o benefício de auxilio-reclusão. Se superior a 4 anos, perderá o
cargo (CP, art. 92.I, b).

Obs. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista exploradoras de atividade


econômica não estão sujeitas as normas de responsabilidade civil do Estado.

Obs.: no caso de contratos administrativos, a empresa que executa a obra responde


subjetivamente e diretamente. Não há responsabilidade do Estado.

O art. 22 da Lei nº 8.935/94 foi novamente alterado, agora com o objetivo de instituir a
responsabilidade SUBJETIVA para os notários e registradores.

*#DEOLHONAJURIS#DIZERODIREITO#STF: O Estado responde, objetivamente,


pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas funções,
causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos
casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. O Estado possui
responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos danos que notários e
oficiais de registro, no exercício de serviço público por delegação, causem a
terceiros. STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019
(repercussão geral) (Info 932). #IMPORTANTE

Responsabilidade por Conduta OMISSIVA

Doutrina tradicional encara como sendo caso de responsabilidade subjetiva,


necessitando da comprovação de dolo ou culpa.

Todavia, de acordo com o atual entendimento do STF acerca da matéria, o dever de


indenizar os danos resultantes de omissão estatal submete-se à teoria objetiva,
quando constatada a inobservância de dever legal específico de agir para
impedir a ocorrência do resultado danoso.

Responsabilidade Subjetiva pressupõe necessariamente ato ilícito.

Responsabilidade em caso de morte de detento

É objetiva, salvo o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar
que a morte do detento não podia ser evitada. (Repercussão Geral – INFO 819)

“Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico 1, é de
sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de
ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos
em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de
encarceramento. STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/
o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).”

1
#FICADEOLHO: Caiu na 2ª fase da DPU – 2017 (CESPE).
Diante do exposto temos que:

STJ – entende que a responsabilidade decorrente de omissão estatal é


subjetiva.

STF – em julgados mais recentes (STA 223-AgR, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello,
julgamento em 14-4-08, Informativo 502 e RE 573.595-AgR, Rel. Min. Eros Grau,
julgamento em 24-6-08, 2ª Turma, DJE de 15-8-08) tem-na entendido como
responsabilidade objetiva.

*#DICACICLOS #OLHAOGANCHO: Tema curioso é a responsabilidade civil do


Estado por atos de multidões. Será que há dever de indenizar? De acordo com
Rafael Carvalho (2015), “em regra, os danos causados por atos de multidões não geram
responsabilidade civil do Estado, tendo em vista a inexistência do nexo de causalidade,
pois tais eventos são praticados por terceiros (fato de terceiro) e de maneira
imprevisível ou inevitável (caso fortuito/força maior). Não há ação ou omissão estatal
causadora do dano.

#OUSESABER #SELIGANAJURISPRUDÊNCIA #VAICAIR: O STF entendeu que o


preso tem direito a indenização do Estado por danos morais quando submetido
a situação degradante e a superlotação na prisão. No que pese a divergência
quanto à reparação a ser adotada, majoritariamente a Corte decidiu que a indenização
deve se dar em dinheiro e em parcela única.

Ação judicial de reparação civil

A vítima vai ajuizar a ação contra o Estado. O posicionamento hoje no STF, acolhido
pelo STJ, é que a ação deve ser ajuizada contra a pessoa jurídica. O Estado foi
condenado a pagar. Ele entra com uma ação regressiva contra o agente –
responsabilidade subjetiva.

A ação regressiva é imprescritível. * Exceção – Haverá prescrição quando a ação


regressiva for proposta por Pessoa Jurídica de Direito Privado (empresa pública ou
sociedade de economia mista), que neste caso obedecerá o prazo prescricional do
Código Civil que é de 03 anos.

*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: Concessionária de rodovia não


responde por roubo e sequestro ocorridos nas dependências de estabelecimento
por ela mantido para a utilização de usuários. A segurança que a concessionária
deve fornecer aos usuários diz respeito ao bom estado de conservação e sinalização da
rodovia. Não tem, contudo, como a concessionária garantir segurança privada ao longo
da estrada, mesmo que seja em postos de pedágio ou de atendimento ao usuário. O
roubo com emprego de arma de fogo é considerado um fato de terceiro equiparável a
força maior, que exclui o dever de indenizar.(STF)

#ATENÇÃO INFORMATIVO 532 STJ

Responsabilidade civil do Estado: possibilidade de ajuizamento da ação


diretamente contra o servidor público causador do dano2.

Na hipótese de dano causado a particular por agente público no exercício


de sua função, a vítima tem a possibilidade de ajuizar a ação de
indenização diretamente contra o agente, contra o Estado ou contra ambos.
Obs.: existe precedente do STF em sentido contrário.

Que é possível a vítima acionar o Estado não há divergência.


2
A prova do TF3/2016 (banca própria) reconheceu a divergência desta temática e considerou correta a
seguinte alternativa: “Doutrina e jurisprudência divergem sobre a possibilidade de acionamento do
servidor público diretamente pelo terceiro prejudicado (“per saltum”), havendo precedentes das
Cortes Superiores em ambos os sentidos.”
Cabe denunciação da lide nessa hipótese? O Estado pode denunciar a lide e
trazer o agente para o processo? Para a doutrina não cabe, pois acaba
prejudicando a vítima, pois traz discussão nova que não existia no processo.
STJ diz que é aconselhável, mas não é obrigatório. A decisão seria do Estado.
Ou seja, a não denunciação não gera nulidade nem compromete a ação de
regresso – MAIORIA.

IMPORTANTE!! O anistiado político que obteve, na via administrativa, a reparação


econômica prevista na Lei nº 10.559/2002 (Lei de Anistia) não está impedido de
pleitear, na esfera judicial, indenização por danos morais pelo mesmo episódio
político. julgado em 5/4/2016 (Info 581 STJ).

Prescrição

Termo inicial é deflagrado com a constatação da lesão.

Prazo Prescricional

O prazo prescricional pode ser suspenso e interrompido nas mesmas situações


aplicáveis às ações em geral, previstas no Código de Processo Civil. No entanto, por
força dos arts. 8 e 9 do Decreto 20.910/1932, a interrupção da prescrição só pode
ocorrer uma vez e, cessada a causa da interrupção, o recomeço do prazo está
sujeito a regra especial; em vez de a contagem – como ocorre nas situações
ordinárias de interrupção da prescrição – reiniciar da “estaca zero”, o prazo
prescricional contra a autarquia recomeça a ocorrer pela metade (dois anos e
meio).

É oportuno consignar que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que essa regra
especial de reinício da contagem do prazo prescricional interrompido não pode
resultar em um prazo total, somados os períodos anterior e posterior à
interrupção, inferior a cinco anos (súmula 383 do STF).

Sobre o regresso

Administrativo -> Só é possível o desconto em folha quando houver anuência,


previsão legal com percentual máximo de desconto e contraditório e ampla defesa.

JURISPRUDÊNCIA

A Corte asseverou também que A FIXAÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL DE 5


ANOS PARA OS PEDIDOS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS CAUSADOS POR
AGENTES DE PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO E DE PESSOAS
JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS,
CONSTANTE DO ART. 1º-C DA LEI 9.494/1997, IGUALMENTE NÃO VIOLARIA
DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. A equiparação entre pessoas jurídicas de DIREITO
PÚBLICO e de DIREITO PRIVADO se justificaria em razão do que disposto no § 6º do
art. 37 da CF, que expressamente equipara essas entidades às pessoas de direito
público relativamente ao regime de responsabilidade civil pelos atos praticados por seus
agentes.

Responsabilidade por ATOS LEGISLATIVOS

A MODERNA DOUTRINA admite a responsabilidade nos casos de

 LEIS DE EFEITO CONCRETO

 OMISSÃO LEGISLATIVA (quando foge dos padrões de razoabilidade)

 Nos casos de LEIS DECLARADAS INCONSTITUCIONAIS em controle


concentrado.
O STJ por sua vez entende que somente cabe responsabilidade do Estado por
ato do legislativo quando a lei for declarada inconstitucional pelo STF em sede
de controle concentrado (INf. 297, 18 a 22/09/2007).

NOVIDADE!!! É prescritível ação de reparação por danos à Fazenda Pública


decorrentes de ilícito CIVIL. O STF manteve a tese de que se o prejuízo ao erário
decorreu de improbidade administrativa, a ação é imprescritível.

JULGADOS SOBRE O TEMA

Informativo n. 413 – STJ

DEMISSÃO. SERVIDOR PÚBLICO. ABANDONO. CARGO. A Seção concedeu o “writ” ao


entendimento de que a ausência do servidor público por mais de trinta dias
consecutivos ao serviço, sem o animus abandonandi não basta para sua demissão por
infrigência ao art. 138, c/c o 132, II, da Lei n.º 8.112/90, visto que seu não
comparecimento ao local de trabalho deveu-se à restrição a seu direito de ir e vir
originária de órgão judicial. MS 12.424-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
28/10/2009.

STJ: Deve ser aplicada a penalidade de demissão ao servidor público federal que obtiver
proveito econômico indevido em razão do cargo, independentemente do valor auferido.
Isso porque não incide, na esfera administrativa; ao contrário do que se tem
na esfera penal, o princípio da insignificância quando constatada falta disciplinar
prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990. MS 18.090-DF, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 8/5/2013. 1ª SEÇÃO. INFO 523.

SERVIÇO PÚBLICO

A doutrina moderna conceitua serviço público dentro da existência de três requisitos:

¹Substrato material -> Prestação contínua de comodidade ou utilidade pelo Estado


ao particular.

²Trato Formal -> Prestado sob o regime de direito público, ainda que parcialmente
(permissionárias, concessionárias).

³Elemento Subjetivo -> O serviço deve ser prestado pelo estado direta ou
indiretamente (contratos de concessão ou permissão).

Por esse espeque não é serviço público:

Obra;

Estado explorando atividade econômica

Por fim, não pode se confundir serviço público com o exercício de poder de polícia do
estado, pois este impõe limitação a direitos e não oferecendo comodidade ou
utilidade. PODER DE POLÍCIA NÃO É SERVIÇO PÚBLICO.

Princípios

1 – Princípio do Dever de Prestar Serviço Público pelo Estado: O estado deve


prestar serviço público, exercendo seu monopólio, ainda que o preste indiretamente.

2 – Universalidade: Ou generalidade, e significa que o serviço deve ser prestado a


todos, ou a maior parte de pessoas possíveis (limite do possível).

3 – Modicidade das tarifas: Significa que a prestação do serviço público deve ser
prestada a custo baixo, o mais baixo possível, ao usuário.
Fonte Alternativa de Receita -> A empresa permissionária consegue manter
obediência ao princípio da modicidade através busca de fontes alternativas de
receitas. Ex: Publicidade no fundo dos ônibus.

#OUSESABER #JURIS - A interferência judicial para invalidar a estipulação das tarifas de transporte público
urbano viola a ordem pública, mormente nos casos em que houver, por parte da Fazenda estadual,
esclarecimento de que a metodologia adotada para fixação dos preços era técnica.

#OUSESABER: O que se entende por princípio da mutabilidade? O Princípio da


Mutabilidade do Regime Jurídico é um dos princípios que norteiam os serviços públicos,
autorizando mudanças no regime de execução do serviço para adaptá-lo ao interesse
público, como ocorre na encampação.

4 – Cortesia: O serviço público deve ser prestada de maneira urbana, gentil.

5 – Adaptabilidade (Atualização): O prestador do serviço público deve manter-se


atualizado, adaptando-se à técnicas modernas afins do serviço prestado. Não se exige
do estado que vá em busca da última geração, mas apenas que se mantenha
razoavelmente atualizado, buscando a eficiência do serviço público.

6 – Isonomia: O serviço público deve ser prestado de modo a garantir igualdade no


trato com os usuários. Ex: Cotas.

7 – Continuidade: O serviço público não pode parar, é inadmissível, salvo


determinadas exceções:

Não viola a continuidade do serviço público a interrupção por razões de ordem


técnica e por inadimplência do usuário, com urgência ou prévio aviso. Essa
paralisação não pode ocorrer em serviços essências e de atendimento coletivo, como
por exemplo, se um hospital não paga a conta de energia, não pode ser interrompida
o serviço público de energia.

#JURIS#A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica por


meio de emissoras de rádio, dias antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso
prévio, prevista no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. STJ. 1ª Turma. REsp 1.270.339-
SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 15/12/2016 (Info 598).

Teses do STJ sobre corte de energia elétrica

É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando


inadimplente pessoa jurídica de direito público, desde que precedido de
notificação e a interrupção não atinja as unidades prestadoras de serviços
indispensáveis à população.

É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica quando puder afetar o


direito à saúde e à integridade física do usuário.

É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica em razão de débito


irrisório, por configurar abuso de direito e ofensa aos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, sendo cabível a indenização ao consumidor
por danos morais.

É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando a


inadimplência do usuário decorrer de débitos pretéritos, uma vez que a
interrupção pressupõe o inadimplemento de conta regular, relativa ao mês do
consumo.

É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando o


débito decorrer de irregularidade no hidrômetro ou no medidor de energia
elétrica, apurada unilateralmente pela concessionária.
Classificação

Quanto a utilização

Serviços Individuais -> É aquele prestado a toda coletividade, mas é possível


verificar quanto cada usuário utiliza desse serviço individual. Ex: energia,
Telefonia, Transporte Público.

Esses serviços são cobrados por meio de taxas ou tarifas proporcionais a utilização.

Podem ser:

Compulsórios: não podem ser recusados. São mantidos pelo pagamento de taxa
(tributo vinculado).

Facultativos: podem ser recusados. São mantidos pelo pagamento de tarifa (preço
público não é tributo).

Serviços Gerais ->...

Serviços Exclusivos -> Devem ser prestados pelo Estado diretamente, mas alguns
podem ou não ser delegados. Segurança Pública, Serviço Postal não pode. Serviço
Exclusivo só pode ser executado por particular se houver delegação.

* Serviço de delegação obrigatória: Os meios de comunicação e radiodifusão de


sons e imagens devem ser concedidos a particulares sob regime de concessão.
Rádio e TV – não podem ficar exclusivamente na órbita do poder público.

Serviços não exclusivo -> São aqueles serviços em que o estado tem o dever de
prestar, mas o particular pode prestá-lo sem necessidade de delegação. Ex:
Educação, Saúde.

Tanto não é serviço público que o Estado não pode deixar de construir escolas só pq os
particulares já o fizeram.

Segundo STF não é considerado serviço público, mas serviço público impróprio,
ou “de utilidade pública”.

IMPORTANTE

Diferença entre outorga e delegação de serviço.

Na outorga (descentralização por serviço) o Estado transfere além do poder de


prestar o serviço, a titularidade do serviço. O ente torna-se titular do serviço
público.

Na delegação (descentralização por colaboração) o Estado mantém a


titularidade do serviço, mas entrega à outra pessoa jurídica a competência
para prestar o serviço público.

Doutrina majoritária entende que a outorga só pode ser feita à Pessoa Jurídica de
Direito Público.

A outorga depende de lei.

DELEGAÇÃO (DESCENTRALIZAÇÃO POR COLABORAÇÃO)

Será por concessão ou permissão. Pessoas Jurídica que atuam em próprio nome.

Concessão

Pode ser Pessoa Jurídica ou com um Consórcio de Empresas. O consórcio não


precisa existir na data da realização da licitação, sendo dado às empresas prazo para a
criação do consórcio.
Não pode com Pessoa Física.

Na concessão a PJ de Direito Privado se remunera pela cobrança de uma tarifa aos


usuários.

Concessão de Serviço Público precedida de obra: A administração pública contrata


uma empresa para a prestação de determinado serviço público, mas é necessário a
realização de obra anterior ou simultânea que viabilize a prestação. Em troca a
empresa pública irá se remunerar pela tarifa do usuário explorada durante
determinado período estipulado em contrato.

Dentro deste tema, vale salientar que incumbe à concessionária promover as


desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente,
conforme previsto no edital e no contrato

Se houver subconcessão será necessária nova licitação, além de previsão em edital,


autorização do Estado e só poder ser feita parcialmente.

Cláusula de Fiscalização

A cláusula de fiscalização traz regras mais amplas e de maior ingerência, onde, por
exemplo, havendo indícios de irregularidades a Administração pode decretar a
intervenção na concessionária, acarretando o afastamento do seu dirigente e
em seu lugar coloca-se o agente público, interventor.

A empresa segue sua atividade regular, tendo como dirigente o interventor.

Depois de decretada a intervenção na empresa concessionária a Administração tem


30 dias para instaurar o processo administrativo e mais 180 dias para concluir
o PAD.

Ao final da intervenção se se verificar a ausência de irregularidades o interventor


deverá promover a prestação de contas.

Se ao final da intervenção se verificar que houve irregularidades poderá haver a


rescisão unilateral por caducidade.

Ocupação Temporária e Reversão de Bens

Na reversão temos uma transferência de propriedade dos bens da contratada, no


tocante aqueles atrelados a prestação do serviço público (bens reversíveis). Na
ocupação temporária não há transferência de propriedade.

Ambas geram indenização à empresa concessionária e tem por objetivo a


manutenção do serviço público (princípio da continuidade).

Embora os contratos sejam mais longos, é vedada a contratação de concessionária


por prazo indeterminado.

*#DEOLHONAJURIS #STJ #DIZERODIREITO: A concessionária de fornecimento de energia elétrica não pode


exigir de órgão público, usuário do serviço, multa por inadimplemento no pagamento de fatura,
fundamentada no parágrafo único do art. 4º do Decreto-Lei nº 2.432/88. A multa prevista no parágrafo único
do art. 4º do DL 2.432/88 refere-se aos contratos de compra e venda de energia elétrica entre
concessionárias de serviço público de energia elétrica, não sendo aplicada para as relações entre a
concessionária e os usuários do seu serviço, ou seja, não é uma multa a ser cobrada dos clientes (usuários
finais). STJ. 1ª Turma. REsp 1.396.808-AM, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/08/2018 (Info 632).
#IMPORTANTE
Parceria Público Privada – Lei 11.079/04

É uma forma de concessão especial.

1 - Concessão Administrativa: A Administração contrata a empresa que é remunerada


pelo usuário do serviço por meio de tarifas, sendo que a administração pública é a
usuária direta ou indireta do serviço pagando 100% da remuneração da
empresa. Ex: Hospital construído por empresa que também presta o serviço de saúde
por concessão sendo sua remuneração paga pelo Estado.

2 - Concessão Patrocinada: A administração contrata a empresa que é remunerada pelo


usuário por meio de tarifas, onde o parceiro público também remunera a empresa
para garantir modicidade das tarifas, mantendo-se o equilíbrio financeiro do
contrato.

No máximo, a administração pode pagar a empresa 70% da sua remuneração, salvo


LEI ESPECÍFICA.

#ATENÇÃO# No caso da concessão administrativa não haverá por objeto


unicamente a prestação de serviço público, tendo sua combinação com a execução
de obras ou entrega de mão-de-obra. O objeto não pode ser simples nem único.
Deve misturar pelo menos 02 elementos entre serviço, obra e fornecimento.

Regime

Qualquer PPP terá prazo mínimo de 05 e máximo de 35 anos.

Antes do advento da Lei 13.529/2017 as parcerias público-privadas deveriam ser


firmadas com valor mínimo de 20 milhões.

Agora, “o valor não pode ser inferior a R$ 10.000.000,00”

A responsabilidade é solidária/ñ é subsidiária como a regra dos contratos


administrativos.

A decisão arbitral, a que também se sujeitam as PPP’s (concessão tbm), não vincula o
crédito à ordem de precatórios, sendo sua execução direta.

A contraprestação do parceiro público (100% ou 70%) pode se dar por ordem


bancária, outorga de direitos sobre o Estado ou sobre bens públicos
dominicais, cessão de créditos não tributários.

# Fundo garantidor da parceria público privada (tem natureza de direito


privado)

Visa evitar prejuízos ao Estado diante da sua responsabilidade civil solidária.

Lembrar da figura da Sociedade de Propósito Específico, criada para fiscalizar o


fluxo de dinheiro que ocorre. Vedado que o parceiro público detenha o controle
acionário, sob pena de perder a sociedade a sua imparcialidade.

Tbm lembrar da figura, no âmbito federal, dos órgãos gestores de parcerias em


geral, e difere-se da SPE por não estar atrelado a contrato determinado.

Permissão de Serviço Público

A doutrina sempre enxergou a permissão como ato administrativo unilateral (sem


natureza contratual), discricionário e precário (poderia ser desfeito a qualquer
tempo sem direito a indenização.

Por outro lado a CF/88 trata a permissão com natureza de contrato administrativo.
Obs.: a permissão foi criada como ato unilateral para prestação de serviço público ou
uso de bem público. Porém, com a Lei n. 8.987/95, foi positivado que a permissão de
serviço público seria formalizada por meio de contrato administrativo,
permanecendo, por outro lado, a permissão de uso de bem público como ato
unilateral (precário).

O STF já decidiu que tanto a concessão de serviço público quanto a permissão de


serviço público têm identidade natureza jurídica – contratual.

Tratando-se de contrato administrativo, faz-se necessária a realização de licitação em


qualquer modalidade, que será definida pelo valor do contrato. Se concessão,
modalidade será a concorrência.

#COMPARAÇÃO Apesar de terem a mesma natureza jurídica - contratual, os institutos


possuem diferenças:

Concessão de Serviço Público Permissão de Serviço Público

Pessoa Jurídica ou Consórcio Pessoa Física ou Jurídica

Licitação – Sempre Concorrência Licitação – qualquer modalidade

Solene. Precisa de Lei. Precária. Não precisa de lei.

Autorização de Serviço Público

É admitida por alguns doutrinadores, e trata-se ato administrativo unilateral,


discricionário e precário, onde o particular incumbe-se de prestar algum serviço público
mediante remuneração indireta. Ex: Empresa tem autorização para cuidar de praça
pública e em troca partida pode explorar publicidade nas edificações.

AGENTES PÚBLICOS

a) Políticos: Segundo Hely Lopes Meireles são aqueles que ocupam os cargos de
cúpula em cada poder. (Judiciário) Juiz, Desembargador, (Poder Executivo) Chefe do
Executivo e seus secretários imediatos ou ministros (no plano federal), (Poder
Legislativo) Deputados, Vereadores, Senadores e os membros do Ministério Público.

Doutrina moderna entende que juízes e promotores são agentes administrativos.


Atenção que a maioria das bancas adotam o posicionamento de Hely Lopes.

b) Administrativo: São empregados efetivos do governo. É o servidor público


propriamente dito, mas não apenas estes. Servidores temporários, ocupante de
cargo em comissão e empregados públicos, pois independente do modo como
ingressaram no serviço público, todos mantém vínculo “empregatício” com o
Estado.

Temporários: Dependem de regulação por lei, haja interesse público e seja em


caráter excepcional. Não ocupam cargo público, mas são investido em função pública.

Celetistas: Presentes nas Soc. De Econ. Mista e Emp. Púb. São contratados
mediante concurso.

Súmula 390 do TST se aplica apenas aqueles que ingressaram na


administração pública antes de EC 19/98.

“O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é


beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/88. (ex-OJ 265/TST-SDI-I -
Inserida em 27/09/2002 e ex-OJ 22/TST-SDI-II - Inserida em 20/09/2000).
Disto, regra geral, não tem estabilidade.

Obs. Não existe direito adquirido a Regime Jurídico Único.

Os estatutários se dividem em cargos efetivos e comissionados, estes de livre


nomeação e exoneração, aqueles podem vir a adquirir estabilidade.

O cargo comissionado aqui refere às funções de confiança que só podem vir a ser
exercidas por servidor efetivo.

Da estabilidade

a) 03 anos de exercício. No âmbito federal é o mesmo prazo do estagio


probatório.

b) Aprovação pela avaliação especial de desempenho

Adquirida a estabilidade, só pode perder o cargo (art. 41 da CF/88) em decorrência de:

¹ Avaliação periódica de desempenho;

² Mediante Processo Administrativo em que se assegure o contraditório e


ampla defesa;

³ Mediante sentença judicial transitada em julgado.

4 Por cortes de gastos (possibilidade implementada por EC que alterou o art.


169 da CF/88) quando a Administração extrapolar o limite de gastos com
pessoal.

1ª Medida: Exonerar pelo menos 20% dos servidores de cargos em comissão.

2ª Medida: Exonerar dos servidores efetivos, mas não estáveis.

3ª Medida: Exonerar os servidores públicos estáveis.

Obs¹. Esses servidores estáveis exonerados fazem ius a uma indenização


especial que corresponda a uma remuneração dele por cada ano de serviço
público prestado.

Obs². Esses servidores estáveis exonerados tem a garantia de que seu cargo
será extinto e só poderá criar outro igual ou similar após 04 anos.

VITALICIEDADE

É uma garantia dos agentes vitalícios ainda maior que a estabilidade, só a perdendo
por meio de sentença judicial transitada em julgada.

É garantia de determinadas carreiras. São elas:

a) Ministério Público

b) Tribunal de Contas

c) Magistratura: Se o ingresso na magistratura ocorreu por concurso público haverá a


garantia da vitaliciedade em 02 anos.

Se o ingresso se der por indicação política, a vitaliciedade ocorre com o início


do exercício da função.

O candidato aprovado dentro do no número de vagas previsto no edital tem direito


subjetivo à nomeação.

# Cláusula de barreira?
Foi declarada constitucional pelo STF a norma do edital que estipula que
passam para a segunda fase do concurso aqueles que atingiram a quantidade
mínima de pontuação, bem como o limite de “tantas vezes o número de
vagas”.

c) Honorífico: É aquele que desenvolve uma função pública em decorrência de sua


honra ou de seu alto conhecimento técnico-científico de forma gratuita e temporária.

Não recebe remuneração. Recebe verbas de caráter indenizatório.

Ex: Mesários, Jurados

d) Delegado: É aquele que exerce uma função pública por sua conta e
risco/responsabilidade. Ex: Concessionárias/Permissionárias de Serviço Público.
Tabelionatos.

Credenciado: É aquele que exerce uma função pública por conta e risco do
Estado. Ex: Médico credenciado pelo SUS.

CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS

Não se tratam de expressões sinônimas.

Cargos públicos são criados e extintos mediante lei.

Se o cargo estiver vago, pode ser extinto mediante decreto.

LEI 8.112

Requisitos para o ingresso no serviço público trazidos no art. 5º.

a) Aprovação em concurso público;

b) Ter no mínimo 18 anos;

c) Quitação militar e eleitoral;

d) Gozo dos direitos políticos;

e) Nível de escolaridade exigido para o cargo;

f) Ser brasileiro, nato ou naturalizado.

Obs. As Universidades Públicas e Instituições de Pesquisas podem prover seus quadros


com servidores estrangeiros.

g) Aptidão física e mental para o exercício do cargo.

Súmula vinculante nº 44 diz que é possível exame psicotécnico em concurso público


desde que haja previsão legal. A jurisprudência ainda exige que sejam estabelecidos no
edital critérios objetivos para aferição da aptidão.

Afrodescendentes não tem garantia às cotas, tendo que ser efetivamente negro ou
pardo.

Provimento

NOMEAÇÃO é o provimento originário em cargo público.

# Editada a portaria de nomeação o candidato já é servidor?

Não, pois a investidura do cargo só ocorre no momento em que toma posse com
assinatura do termo de posse.
O candidato tem que tomar posse em 30 dias da nomeação.

A posse pode se dar por meio de procuração específica.

15 dias para entrar em exercício a contar da data da posse.

Provimento derivado

Ocorre dentro da carreira em que o servidor ingressou mediante concurso público.


Antigamente era possível fora da carreira pelo fenômeno chamado de ascensão.

É vedado provimento derivado fora da carreira do servidor.

Súmula Vinculante 43

É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor


investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
investido.

 Provimento derivado vertical: É a promoção.

Critérios de promoção são antiguidade e merecimento, sempre havendo sua


alternância.

# Progressão funcional???

É uma forma de a Administração Pública aumentar a remuneração do servidor sem


necessidade de novo provimento, e por tal razão não necessita de cargo vago.

 Provimento derivado horizontal é a readaptação.

Obs¹. Não havendo cargo vago o servidor tem direito a readaptação e irá
prestar seu serviço como excedente até que surja um cargo vago compatível.

Obs². Não havendo cargo compatível o servidor será aposentado.

PROVIMENTO DERIVADO POR REINGRESSO

 Reversão ocorre quando o servidor aposentado retorna ao cargo público, e


pode ocorrer:

a) Quando cessados os motivos da aposentadoria por invalidez a qualquer


tempo.

b) Por interesse da administração, desde que em caso de aposentadoria


voluntária até os 70 anos:

O servidor tenha solicitado a reversão;

Esteja aposentado a no máximo 05 anos;

Quando se aposentou já era estável, e;

Que existe cargo vago.

ATENÇÃO!!! O STF entende impossível a reversão EM CASO DE


APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA por configurar fraude ao concurso público, pois
a aposentadoria voluntária quebra o vínculo com a administração pública.

#ATENÇÃO!! A lei determina que cargos, ocupados ou não, podem ser extintos
caso haja interesse público.

Só para os estáveis as próximas hipóteses!!!!


Reintegração – Anulação do ato de demissão.

Recondução - é o retorno ao cargo público sem direito a indenização e ocorrerá nas


hipóteses:

a) Quando ocorrer reintegração do cargo por servidor demitido, sendo o atual


ocupante reconduzido ao antigo cargo.

Se o cargo anteriormente ocupado pelo servidor reconduzido estiver ocupado, este


servidor será posto em disponibilidade com remuneração.

b) Quando servidor estável é aprovado em concurso público em nova carreira


pública e nessa nova carreira no período de estágio probatório for considerado
inapto a nova função/cargo, será reconduzido, sem direito a indenização,
ao antigo cargo ocupado e no qual já era ESTÁVEL.

Sobre a alínea B, essa recondução é via de mão dupla, tbm possível caso o servidor
queira retornar ao antigo cargo, desde que o faça antes de se tornar estável no
novo cargo.

 Aproveitamento é o retorno ao cargo público do servidor que estava em


disponibilidade.

Disponibilidade não tem prazo.

Havendo cargo público vago compatível com o servidor em disponibilidade, a


administração pública é obrigada a aproveitá-lo nesse cargo antes de nomear
outro servidor aprovado em concurso público.

Obs. Se o servidor se negar ao aproveitamento será cassada sua disponibilidade.

Remoção

Conforme o art. 36 da Lei 8.112/1990, a remoção de servidor público federal, a


pedido, por motivo de saúde de dependente, é modalidade de remoção que se
efetiva independentemente do interesse da Administração (ato vinculado),
desde que atendidos os requisitos legais. 

VACÂNCIA

São hipóteses em que o cargo público ocupado volta ao status de vago e ocorre nas
hipóteses:

I – Morte

II – Aposentadoria

III – Exoneração (é a perda do cargo em caráter não punitivo)

IV – Demissão (é a perda do cargo em caráter punitivo)

V – Readaptação

VI – Promoção

VII – Posse em cargo inacumulável com cargo público anterior

DAS CONCESSÕES

Regra do 1, 2 e 8.
Um dia para doar sangue;

Dois dias para alistamento ou recadastramento eleitoral, e;

Oito dias para casamento ou falecimento do CADI (enteado e menor sob


guarda tbm)

A regra do janeleiro se estende também aos filhos (enteados e menor sob


guarda), cônjuge e companheiro.

DAS PENALIDADES

Advertência

Suspensão

Demissão

Cassação de Aposentadoria

Destituição de cargo em comissão ou função comissionada

Serão casos de suspensão:

PE RE RE CO

a) Exercer atividades incompatíveis com o emprego ou função

b) Reincidência em faltas cuja penalidade seja a de advertência

c) Recusa a se submeter a inspeção médica (15 dias)

d) Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa,


salvo em caso de emergência e em caráter transitório.

Com exceção da alínea c, as demais suspensões podem perdurar até 90 dias, ou


serem, no interesse público, convertida em multa de até 50% por dia de
vencimento ou remuneração.

Demissão

Acumulação de cargos

Inassiduidade Habitual

Abandono de cargo...

Inassiduidade habitual estará configurada quando o servidor, no intervalo de 12 meses,


faltar 60 dias ao trabalho.

Abandono de cargo estará configurado quando o servidor faltar por mais de 30 dias
consecutivos, sem causa justificada, ao trabalho.

Cancelamento de Registro de Faltas e da Prescrição

O cancelamento do registro de faltas em caso de advertência e suspensão correrá,


respectivamente em 03 anos e 05 anos.

Prescrição do direito de punir

Advertência: 180 dias


Suspensão: 02 anos

Demissão e demais cassações: 05 anos

Processo administrativo Disciplinar

O processo disciplinar será julgado, regra geral, em até 20 dias do recebimento do


processo pela autoridade julgadora.

Em se tratando de penalidade de demissão aplicada em caso de acumulação de cargos,


a autoridade julgadora terá apenas 05 dias para proferir julgamento, e o
processo deverá se encerrar em até 30 dias, podendo ser prorrogado uma
única vez por 15 dias.

Esse mesmo rito será utilizado no caso de PAD para apuração de inassiduidade
habitual e abandono de cargo.

O rito ordinário ensina que o PAD deverá durar até 60 dias, admitindo sua
prorrogação por igual prazo quando as circunstâncias assim exigirem.

STJ - para que haja aplicação dos prazos


prescricionais do Código Penal nas infrações administrativas também descritas
como crime é necessária a prévia instauração de inquérito ou ação penal pelos
mesmos fatos. 

O servidor sindicante que realiza as investigações e exara juízo preliminar


acerca de
possível responsabilidade administrativa e determina a instauração do PAD
não pode
aprovar o relatório final produzido pela Comissão de Inquérito. (STJ)

Questão

Suponha-se que Pedro já fosse estável quando foi aprovado em novo concurso público e
que tenha iniciado novo período de estágio probatório. Nesse caso, durante o período
do estágio probatório, Pedro poderá figurar validamente, desde que atendidos outros
requisitos legais, como membro de processo administrativo disciplinar.

Correto, pois para ser membro de comissão de processo administrativo


disciplinar o requisito é ser servidor estável. Assim, como a estabilidade se dá no
serviço público e não no cargo, Pedro poderia ser membro.

A Hierarquia Disciplinar é o fundamento para abertura de PAD.

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada


a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

Os instrumentos de apuração são 02: PAD propriamente dito e a Sindicância.

INFRAÇÕES PENA DE ADVERTÊNCIA


SINDICÂNCIA
DE NATUREZA LEVE PENA DE SUSPENSÃO ATÉ 30 DIAS
PENA DE SUSPENSÃO SUPERIOR A 30 DIAS
INFRAÇÕES
CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE
PAD DE NATUREZA
DESTITUIÇÃO DE CC
GRAVE
DESTITUIÇÃO DE FC
Na sindicância meramente preparatória não haverá contraditório e ampla defesa (é
tipo um I.P.), pois tais garantias serão oportunizadas em eventual PAD.

A sindicância preparatória é obrigatória? Não. Consoante doutrina e jurisprudência, uma vez havendo
comprovação de autoria e materialidade...
A instauração pode se dar ¹de ofício ou por ²pedido de um interessado.
*Súmula 611-STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é
PERMITIDA A INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR com base em DENÚNCIA
ANÔNIMA, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração. Primeira Seção, aprovada em
09/05/2018, DJe 14/05/2018.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A instauração de processo disciplinar contra servidor efetivo cedido deve

ocorrer, preferencialmente, no órgão em que tenha sido praticada a suposta irregularidade. O


julgamento e a eventual aplicação de sanção só podem ocorrer no órgão ao qual o servidor efetivo estiver
vinculado.
Quem conduzirá a sindicância e o processo disciplinar propriamente dito? Depende:

SINDICÂNCIA Servidor ou comissão


PROCESSO DISCIPLINAR PROPRIAMENTE DITO Comissão

Comissão: 03 servidores estáveis.


Presidente da Comissão: o Presidente da Comissão além de ser servidor estável deverá ser ocupante de cargo
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
Quais são os impedidos de atuarem na comissão (de sindicância e de PAD)? Cônjuge, companheiro ou
parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau (art. 149, parágrafo
2º, Lei 8.112/90).
VERDADE SABIDA: A punição do servidor por meio da chamada “verdade sabida” não pode mais ser
realizada considerando que viola a garantia do devido processo legal, em especial o contraditório e a ampla
defesa, sendo, portanto, incompatível com a CF/88.

 O IBGE não pode fornecer elementos de sua coleta para funcionar em PAD.
 A revelia no PAD não leva à presunção de veracidade.
 Mesmo na fase recursal é possível acrescentar novas alegações e juntar novos
documentos.
 A preclusão do direito de recorrer, pela perda do prazo ou por estar exaurida a
instância administrativa, não é absoluta, tendo em vista que a Administração
ainda pode rever o ato ex officio, mesmo que não conhecendo do recurso

DA SINDICÂNCIA
Se a autoridade competente, após sindicância, concluir que a infração
configura também um ilícito penal? Além de instaurar imediatamente PAD, deverá
remeter cópia dos autos ao Ministério Público.
Afastamento Preventivo do Servidor será de até 60 dias, prorrogáveis por igual
período, sem prejuízo da remuneração.

A sindicância administrativa, prevista na Lei 8.112/90, não está sujeita ao rigor


procedimental a que se submete o processo disciplinar administrativo. o STF
entende que não se aplica à sindicância administrativa o direito ao amplo
acesso aos elementos de provas que digam respeito ao exercício do direito de
defesa, como ocorre nos procedimentos investigatórios realizados pela polícia
judiciária. Assim, a súmula vinculante nº. 14 não se aplica aos PAD´s e
Sindicâncias.

DO PAD
Prazo para conclusão 60+60 dias.
É possível se fazer uso de prova coletada em interceptação telefônica para fins
de processo disciplinar? “A jurisprudência desta Corte admite o uso de prova
emprestada em processo administrativo disciplinar, em especial a utilização de
interceptações telefônicas autorizadas judicialmente para investigação criminal”
(STF, RMS 28774 / DF, Recurso Ord. em Mandado de Segurança, Ministro Marco
Aurélio, 1ª Turma, publicação em 25-08-2016).
*#OLHAOGANCHO #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: É possível o
compartilhamento, para outros órgãos e autoridades públicas, das provas
obtidas no acordo de leniência.
Segundo entende o STJ, NÃO é obrigatória a intimação do interessado para apresentar
alegações finais após o relatório final de processo administrativo disciplinar. Isso porque
não existe previsão legal nesse sentido. STJ. 1ª Seção. MS 18.090-DF, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 8/5/2013.
Prazo para defesa: dependerá do número de acusados (art. 161, §1º, §2º e §3º, lei 8.112/90).

APENAS UM ACUSADO 10 + 10 dias


MAIS DE UM ACUSADO 20 dias
(prazo comum)

Prazo para julgamento: o prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias,


independentemente da complexidade do processo ou do número de indiciados. Não há
previsão de prorrogação desse prazo.
* #SELIGANASÚMULA: Súmula 592-STJ: O excesso de prazo para a conclusão do
processo administrativo disciplinar só causa nulidade se houver demonstração de
prejuízo à defesa.

Poderá a autoridade julgadora aplicar penalidade mais severa do que a


sugerida no relatório da comissão? A autoridade decisória não está vinculada à
apreciação opinativa da comissão processante, do que poderá aplicar uma penalidade
mais grave (reformatio in pejus). Nesse sentido, STJ, MS 8.184-DF, 3ª Seção, Relator
Paulo Medina, julgado em 10.03.2004).

Em caso de nulidade de julgamento, é possível que a 2ª comissão seja formada


pelos mesmos membros que formaram a 1ª? Não há qualquer impeditivo legal.
PODE SIM. STF - 2016

Proibição temporária de exoneração a pedido ou aposentadoria: o servidor que


estiver respondendo a PAD apenas poderá ser exonerado a pedido ou aposentado
voluntariamente após conclusão do respectivo processo disciplinar (art. 172, lei
8.112/90).

DO PROCESSO DISCIPLINAR SUMÁRIO


Não excederá 30 dias, prorrogável por mais 15 dias. 45 no total.

Hipóteses de cabimento do PAD sob rito sumário:

1 - Procedimento sumário de acumulação ilegal


Feita a escolha (10 dias), reconhece-se a boa-fé do servidor e ele é exonerado (e não
demitido) do cargo que não quer mais. Não tem de devolver nada e não há processo.
Caso não faça a escolha, terá até o prazo da defesa para fazer a opção e sair ileso.

Caso seja teimoso e insista, será demitido de todos os cargos que ocupa.
Qual a autoridade competente nesse caso? Aquela que tomar conhecimento da
irregularidade primeiro.
2 - Procedimento sumário de abandono de cargo: o abandono de cargo exige que
o servidor fique ausente, pelo prazo de mais de 30 dias consecutivos, sem qualquer
justificativa e com o animus de abandonar (art. 138, lei 8.112/90).

3 - Procedimento sumário de inassiduidade habitual: a inassiduidade habitual


acontece quando há ausência do servidor, não justificada, pelo prazo superior a 60
dias, interpoladamente (pulando/não consecutivamente), durante doze meses
(art. 139, lei 8.112/90).

DA REVISÃO DO PROCESSO
Da revisão não pode haver agravamento da sanção aplicada.
Pressupostos da Revisão:
Primeiro, só se tiver havido condenação com alguma sanção.

PEDIDO DE REVISÃO Fatos novos capazes de provar a inocência do acusado ou a


inadequação da penalidade aplicada.

Próprio servidor punido;

INTERESSADOS EM Seu curador  em caso de incapacidade mental;

AJUIZAR PEDIDO Qualquer pessoa de sua família  caso o servidor tenha

REVISIONAL falecido ou se encontre ausente (art. 22, CC);


A própria Administração Pública  de ofício.

Julgamento do processo de revisão: o julgamento deverá ser realizado no prazo


máximo de 20 (vinte) dias contados do recebimento do processo, conforme previsão
do art. 181, parágrafo púnico, lei 8.112/90.
Quem é a autoridade competente para julgar o pedido de revisão? Será a
mesma autoridade que aplicou a penalidade (art. 141, lei 8.112/90).

Como se dá a contagem do prazo prescricional para instauração de processo administrativo disciplinar?


5 ANOS Quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
2 ANOS Quanto à suspensão;
180 DIAS Quanto à advertência;
Mesmo prazo da Se a infração administrativa praticada for prevista como CRIME.
prescrição penal
(art. 109, CP) *#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A regra geral do prazo prescricional para a
punição administrativa de demissão é de 5 anos... Desse modo, a pretensão
punitiva da Administração Pública em relação à infração administrativa que
também configura crime em tese, somente se sujeita ao prazo prescricional
criminal quando instaurada a respectiva ação penal. STJ. 1ª Turma. REsp
1.116.477-DF, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 16/8/2012.

O prazo passa a fluir a partir do conhecimento da autoridade COMPETENTE. Não é


qualquer autoridade.

Se a prova falar em STJ, alguns julgados entendem que pode ser qualquer
autoridade.

Prescrição Intercorrente: Iniciado o processo, a administração pública terá 05 anos


para concluir o processo sob pena de prescrição intercorrente.

Extinta a punibilidade pela prescrição, é possível consignar nos assentos


funcionais do servidor a referida infração disciplinar cometida? Nos termos do
art. 170, da lei 8.112/90, sim. Contudo, o STJ e o STF consideraram
INCONSTITUCIONAL!!!

JURISPRUDÊNCIAS

Instaurado o competente processo administrativo disciplinar, fica superado o exame de


eventuais irregularidades ocorridas durante a sindicância. RMS 037871/SC, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em 07/03/2013, DJE 20/03/2013;

A decretação de nulidade no processo administrativo depende da demonstração do


efetivo prejuízo para as partes, à luz do princípio pas de nullité sans grief. AgRg no
REsp 1186672/DF, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, Julgado em
05/09/2013,DJE 13/09/2013;

O prazo da prescrição no âmbito administrativo disciplinar, havendo sentença penal


condenatória, deve ser computado pela pena em concreto aplicada na esfera
penal. RMS 032285/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
Julgado em 08/11/2011, DJE 17/11/2011.

Quando o fato objeto da ação punitiva da administração também constituir crime e


enquanto não houver sentença penal condenatória transitada em julgado, a prescrição
do poder disciplinar reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal para pena
cominada em abstrato. EDcl no RMS 021641/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES,
SEXTA TURMA, Julgado em 02/05/2013,DJE 14/05/2013;

O prazo prescricional interrompido com a abertura do Processo Administrativo


Disciplinar - PAD voltará a correr por inteiro após 140 dias (60+60+20), uma
vez que esse é o prazo legal para o encerramento do procedimento. MS
015859/DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, Julgado
em 22/05/2013,DJE 05/06/2013;

É possível que a sanção aplicada em PAD seja desde logo executada mesmo
que ainda esteja pendente recurso administrativo?

É possível o cumprimento imediato da penalidade imposta ao servidor logo após o


julgamento do PAD e antes do julgamento do recurso administrativo cabível.

Em outras palavras, não há qualquer ilegalidade na imediata execução de


penalidade administrativa imposta em PAD a servidor público, ainda que a decisão
não tenha transitado em julgado administrativamente. STJ. 1ª Seção. MS 19.488-DF,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/3/2015 (Info 559).

As informações obtidas por monitoramento de e-mail corporativo de servidor público não configuram prova
ilícita quando relacionadas com aspectos "não pessoais" e de interesse da Administração Pública e da própria
coletividade, especialmente quando exista, nas disposições normativas acerca do seu uso, expressa menção
da sua destinação somente para assuntos e matérias afetas ao serviço, bem como advertência sobre
monitoramento e acesso ao conteúdo das comunicações dos usuários para cumprir disposições legais ou
instruir procedimento administrativo. STJ. 2ª Turma. RMS 48.665-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
15/9/2015 (Info 576).

O STJ decidiu que o servidor que participou das investigações na sindicância e concluiu que o sindicado
havia cometido a infração disciplinar, tanto que determinou a instauração do PAD, não pode,
posteriormente, ser a autoridade designada para aprovar o relatório final produzido pela comissão no
processo administrativo, uma vez que ele já formou seu convencimento no sentido da culpabilidade do
acusado. STJ. 3ª Seção. MS 15.107-DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 26/9/2012.

DIREITO DE GREVE E DESCONTOS

O STF fixou o entendimento, com repercussão geral, de que 'A administração


pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do
exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da
suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em
caso de acordo.

Porém, se tiver havido uma ação ilícita por parte da Administração Pública, o
desconto é indevido, já que, nesse caso, a greve foi uma ação legítima da
categoria, com o intuito de impulsionar o Poder Público a promover as
mudanças exigidas pelo movimento grevista.

Em outra decisão[3], corroborando o tema, o Superior Tribunal de Justiça –


STJ, já decidiu que não é razoável o desconto em parcela única sobre a
remuneração do servidor público, lembrando que a razoabilidade [4] é um
dever de observação da Administração Pública. O mais adequado, segundo o
STJ, no caso de desconto da remuneração dos servidores grevistas, é o
parcelamento do desconto, promovendo-o mês a mês , para que não haja uma
abrupta queda da remuneração do servidor.

LICITAÇÃO

CF ensina que UNIÃO legisla privativamente sobre normas gerais.

Finalidades da licitação

Seleção de proposta mais vantajosa ao interesse público.

Garantir a isonomia nas contratações.

Forma de desenvolvimento nacional sustentável, a partir de privilégios a micro


e pequenas empresas, por exemplo.

Princípios

Todos os já estudados se aplicam...além deles temos:

Publicidade -> Publicidade não é sinônimo de publicação. Lembrar que na


modalidade convite não há publicação.

Sigilo das propostas – É crime violar.

Vinculação ao instrumento convocatório

Julgamento objetivo

Tipos de licitação -> Não se confunde com modalidade, pois dizem respeito ao
critério de escolha do vencedor.

a) menor preço

b) melhor técnica

c) técnica e preço
d) maior lance -> Quando a Administração está alienando bens públicos.

Via de regra, as licitações serão do tipo menor preço e não poderão restringir o
certame à escolha de uma marca.

Só será possível exigir técnica quando o serviço contratado for de natureza intelectual
ou aquisição de produtos e serviços de informática.

Ainda sim os critérios para escolha de melhor técnica devem ser objetivos e constar
do Edital.

EM CASO DE EMPATE

Estes critérios não tomam por base a proposta e são sucessivos e não alternativos.
A opção será por bens ou serviços:

1) Produzidos no Brasil;

2) Ofertado por empresa brasileira, não importando a nacionalidade do capital;

3) Ofertado por empresa que investe em tecnologia e pesquisa no Brasil;

4) Ofertado pela empresa que comprove o cumprimento do mínimo percentual de


reserva de vagas para portadores de deficiência e reabilitados da Previdência Social.
(Estatuto do Portador de Deficiência)

Se nenhum critério resolver? Sorteio.

Obs. (segredo) Se a prova não perguntar, segue a regra geral dos 4 critérios
acima + sorteio.

Mas se a prova salientar que uma das empresas empatadas é micro ou


pequena empresa, por força da LC 123/2006, terá preferência no desempate
PODENDO diminuir a proposta, ANTES DE PARTIR PARA OS CRITÉRIOS DE
DESEMPATE.

A preferência das Micro ou Pequena Empresas é ainda maior, pois, nas modalidades
licitatórias previstas na Lei 8.666, se a proposta destas pessoas jurídicas for
superior em até 10% da menor proposta é considerado empate.

Nas licitações da modalidade pregão, se for 5% maior do que a vencedora


também será considerado empate.

Intervalo Mínimo

A LEI estabelece um prazo mínimo, podendo a administração escolher por um maior.

Comissão de Licitação

É composta por no mínimo 03 membros, onde pelo menos dois deverão ser
servidores efetivos do órgão que está licitando.

Obs. Há responsabilidade solidária entre os membros da comissão licitante.


Responsabilidade solidária não se presume. Mas a princípio a responsabilidade é
solidária, devendo o membro que for voto vencido em determinada decisão constar
isso em ata para se desonerar da responsabilidade futura.

Existem as Comissões Especiais e as Comissões Permanentes. Funciona pelo período


de um ano, sendo vedada a recondução de todos os membros, sendo
obrigatória a mudança de um dos membros.

Obs. Basta mudar um membro (omitir) pra estar conforme a lei.


Obs. Vedada a recondução de todos os membros e acrescentar um ou outro. Isso é
ilegal.

Quem atua com dinheiro público deve licitar.

Lei 8.666 diz que por meio de Decreto pode ser criado um procedimento
licitatório específico.

O Tribunal de Contas da União entende que para contratação de atividade fim


(econômica) essas empresas estatais não precisam licitar dado que a
burocracia para contratar serviria de âncora ao desenvolvimento desta pessoa
jurídica, sendo inviável concorrer com as empresas privadas.

MODALIDADES GERAIS DE LICITAÇÃO

CONCORRÊNCIA

1 - Execução de obras ou serviços de engenharia acima de 3,3 milhões de reais.

2 - Aquisição de bens e outros serviços acima R$ 1,43 milhões de reais.

Via de regra é tomada com base no valor, salvo exceções em que é modalidade
obrigatória em razão do objeto.

1 – Concessão de Serviço Público: Telefonia, energia elétrica...

Exceção: Se for concessão em virtude da Política Nacional de Desestatização a


modalidade será LEILÃO.

2 – Contratos de Concessão de Direito Real de Uso: É quando o Estado permite ao


particular usufruir determinado bem público.

3 – Empreitada integral: Pouco importa o valor do contrato. A contratada entrega o


objeto do contrato pronto para uso.

Empreitada global não se confunde, e diz respeito ao modo como será pago a
empreiteira para conclusão da obra, caso em que será de uma só vez no início da
contratação. Difere da empreitada por tarefa.

Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos


próprios meios.

Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob


qualquer dos seguintes regimes:                       

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do


serviço por preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou


do serviço por preço certo de unidades determinadas;
4 – Aquisição e alienação de bens imóveis.

Exceção da exceção: Em caso de alienação de imóvel adquirido por dação em


pagamento ou mediante decisão judicial haverá espaço também para a modalidade
leilão.

Alienação de imóvel de Sociedade de Economia Mista e Empresa Pública não será


necessária autorização legislativa.

5 – Licitação Internacional – É aquela licitação que permite a participação de


empresas estrangerias sem sede no país.

Exceção da exceção¹: Se o órgão tiver um cadastro internacional de licitantes, poderá


ser utilizada a modalidade tomada de preço desde que o valor da licitação não
extrapole o limite de valor desta modalidade.

Exceção da exceção²: Se o órgão comprovar que não há fornecedor do bem ou


serviço no país, poderá valer-se da modalidade convite, desde que o valor da licitação
não extrapole o limite de valor desta modalidade.

Intervalo Mínimo de 45 – 30 dias.

TOMADA DE PREÇO

É tomada com base no valor do contrato a ser celebrado.

A Lei limita a participação de licitantes, diminuindo a concorrência.

Via de regra, participam da tomada de preço:

a) Licitantes cadastrados no órgão;

b) Licitantes que cumpram os requisitos para cadastro com pelo menos


três dias antes do certame;

O cadastro nada mais é do que uma habilitação prévia e tem validade de um ano.

Esse cadastro é útil em qualquer modalidade licitatória, mas é obrigatório na


modalidade tomada de preço.

1 - Execução de obras ou serviços de engenharia até 3,3 milhões de reais.

2 - Aquisição de bens e outros serviços até R$ 1,43 milhões de reais.

Intervalo Mínimo

30 – 15.

CONVITE

É tomada com base no valor do contrato a ser celebrado.

É a mais restrita de todas. Só participa do certame-convite os licitantes


convidados cadastrados ou NÃO, no mínimo 03, salvo comprovada restrição de
mercado.

Se não for convidado:

Pode participar o licitante que já esteja ¹cadastrado no órgão e ²manifeste


interesse na participação do certame pelo menos 24h antes do início da
abertura dos envelopes.

1 - Execução de obras ou serviços de engenharia até 330 mil reais.


2 - Aquisição de bens e outros serviços até R$ 176 mil reais.

Intervalo Mínimo

Sempre será de 05 dias úteis.

 A princípio existe comissão nos mesmos moldes já vistos. No entanto,


excepcionalmente, por motivo de interesse público, pode haver dispensa
da comissão e se fazer a licitação-convite com apenas um membro,
desde que seja servidor efetivo.

Ex: Não há como o órgão dispensar três servidores para promover o certame, sob pena,
de ferir o princípio da continuidade e eficiência do serviço público.

Obs. O órgão licitante não é obrigado a convidar todos os licitantes


cadastrados. No entanto, enquanto houver cadastrados não convidados, a cada
novo convite feito para o mesmo objeto, a administração pública deverá
convidar um licitante a mais, não obrigatoriamente os cadastrados que não
foram chamados anteriormente.

Escolha com base no objeto do contrato e não com base no valor são:

CONCURSO

contratação de um trabalho técnico, artístico ou científico mediante pagamento


de prêmio ou remuneração ao vencedor.

Não se trata da contratação de pessoa, mas sim de um trabalho.

A Lei 8.666 não estabelece o processo licitatório do concurso, que estará disciplinado
em regulamento próprio.

A comissão (especial) será composta por três membros, não necessariamente


servidores públicos, desde que pessoas ¹idôneas e ² com conhecimento na área
do concurso.

Intervalo Mínimo: 45 dias.

LEILÃO

a) Modalidade licitatória para alienação de bens públicos (venda de bens pela


Administração Pública).

É possível para alienação de bens móveis e imóveis.

-> Os imóveis, pela modalidade leilão, só podem ser alienados se adquiridos pela
administração pública por ¹por dação em pagamento ou ²por decisão judicial.

Lembrar que também tem lugar em contratos de concessão se no contexto da


POLÍTICA NACIONAL DE DESESTATIZAÇÃO.

-> Os móveis públicos podem ser alienados pela modalidade leilão desde que
¹desafetados pelo serviço público, ²bens apreendidos e ³bens penhorados
(empenhados), que se trata de penhor, mediante processo administrativo,
desde que esses móveis NÃO ultrapassem R$ 1,43 milhões.

Não há comissão, sendo o Leiloeiro o responsável pelo leilão que pode ser um
leiloeiro oficial ou um servidor público designado.

O intervalo mínimo é de 15 dias.


Por fim, a lei estabelece que a licitação será sempre do tipo maior lance igual ou
superior ao valor da avaliação.

PREGÃO

Surgiu com a criação de Leis que foram editadas para criação de agências reguladoras
em 1998 (ANT e ANATEL). Trouxe para regime de contratação novas modalidades, a
consulta e o pregão.

 Tem lugar para adquirir bens e serviços comuns.

Bens e serviços comuns são aqueles que podem ser designados no edital com
expressão usual de mercado.

Na prática todo bem e serviço são comuns, razão pela qual o pregão tem sido a
modalidade mais utilizada desde sua criação.

 Não há limite de valor na modalidade pregão.


 Há ato normativo que dá preferência a modalidade pregão sempre que tiver
lugar em detrimento das demais.

 O responsável será o pregoeiro.

 Há uma comissão, mas atua apoiando o pregoeiro, mas não tem poder de
ingerência. É uma comissão de apoio logístico sem poder de decisão.

Intervalo Mínimo será de 08 dias úteis.

No âmbito da modalidade pregão será sempre do TIPO MENOR PREÇO, pouco


importa a natureza do bem ou serviço, ainda que de informática, por exemplo.

PROCEDIMENTO DA LICITAÇÃO – ANÁLISE A PARTIR DA CONCORRÊNCIA

Fase interna

Obrigatório nesta fase a ¹exposição de motivos, a Administração justifica a


necessidade de contratação.

Outro aspecto a ser observado é a ²declaração de adequação orçamentária.

O terceiro aspecto obrigatório é a necessária elaboração da minuta do edital e


minuta do contrato.

Por fim deve ser designada a comissão (especial ou permanente).

O contrato é enviado a procuradoria do órgão para que seja emitido parecer jurídico. O
parecer não vincula, mas é obrigatório.

Fase externa

1 - Inicia com a publicação do edital em Diário Oficial e Jornal de grande


circulação.

Impugnação do edital: Até o 5º dia útil anterior à abertura dos envelopes.

Havendo alteração do edital publica-se de novo. Sempre que houver alteração


deve ser publicada novamente a errata (apenas a parte alterada) nos mesmos
moldes da publicação primária.

Alterado o edital, reabre-se o prazo do intervalo mínimo, salvo se a alteração não


modificar o conteúdo das propostas.
2 – Abertura dos envelopes

Primeiro analisa-se os envelopes acerca da habilitação.

1 - Habilitação jurídica

2 - Qualificação técnica: Não se deve exigir nem mais técnica necessária nem menos
técnica. Por outro lado, o STJ entende possível exigência de experiência
anterior em contrato de objeto similar.

3 - Qualificação econômica

A empresa não pode explorar trabalho infantil.

4 - Regularidade Fiscal

5 - Por fim a comprovação de regularidade trabalhista

Se microempresa ou empresa de pequeno porte, gozam do privilégio de poder


seguir no certame mesmo em caso da existência de debito fiscal ou irregularidade
TRABALHISTA, e ao final deste, passa a ter 05 dias úteis para regularizar sua
situação junto ao fisco (saneamento).

“§ 1º Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal e


trabalhista, será assegurado o prazo de cinco dias úteis, cujo termo inicial
corresponderá ao momento em que o proponente for declarado vencedor do
certame, prorrogável por igual período, a critério da administração pública,
para regularização da documentação, para pagamento ou parcelamento do
débito e para emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito
de certidão negativa.”

Mesmo prazo (05 dias úteis) é dado para interposição de recurso, e este tem efeito
suspensivo.

Se todos os licitantes forem inabilitados a Administração pode (doutrina entende ser


DEVER) abrir um PRAZO DE 08 dias úteis para que se adequem.

Findada essa fase, inicia-se a fase de classificação e julgamento com a abertura do


2º envelope.

A administração pública pode determinar preferência por serviços manufaturados ou


nacional que obedeça as normas técnicas até 25% mais caro que outro
licitante.

Preferência adicional para serviços manufaturados ou nacional que decorra de


inovação tecnológica criada no país.

A soma das preferências não podem extrapolar 25%.

Finalizado essa fase, abrirá prazo para recurso administrativo cuja interposição deverá
ocorrer em 05 dias úteis.

 Se forem todos os licitantes desclassificados a Administração pode abrir


prazo de 08 duas úteis para que adequem as propostas ao edital.

Finda essa fase, passa a homologação/verificação do certame por autoridade


superior.

a) Anular o procedimento licitatório em caso de vício no certame;

b) Revoga o procedimento licitatório em caso de não mais existir interesse


público.
Em caso de anulação ou revogação a lei garante o prazo de 05 dias úteis para
recurso, que neste caso não terá efeito suspensivo.

Mesmo depois da adjudicação a administração não está obrigada a celebrar o


contrato.

A adjudicação vincula o poder público, pois caso decida contratar aquele objeto,
deverá ocorrer com o vencedor. Princípio da adjudicação compulsória.

O particular vencedor estará obrigado a contratar com a Administração se for


convocado dentro do prazo de 60 (sessenta) dias a contar da abertura das propostas.
Fora desse prazo o particular que não quiser contratar não sofre nenhuma penalidade.

Caso o vencedor desista, convidado será a contratar os licitantes em sua devida ordem,
devendo estes aderir à proposta vencedora.

TOMADA DE PREÇO

* A única diferença é que na tomada de preço não há fase de habilitação, pois os


licitantes já são cadastrados no órgão.

CONVITE

Não possui, também, fase de habilitação e tem que levar a documentação dentro
do prazo ou já eram cadastrados.

No convite o prazo para recursos será de 02 dias úteis (o efeito suspensivo


permanece).

Se todos forem desclassificados o prazo será de 03 dias úteis para se adequar as


propostas ao edital.

PREGÃO

O PREGÃO é caracterizado por uma inversão nas fases do certame e sempre será
menor preço, mesmo em caso de produto ou serviço de informática.

Primeiro se classificam as propostas, para depois passar a fase de habilitação. É


mais prático, pois se analisa apenas a habilitação do vencedor.

Outra inversão ocorre no fato de que a adjudicação ocorre antes da homologação.

No pregão vigora o princípio da oralidade, uma vez que selecionadas as propostas


escritas é aberta a fase de lances verbais.

Passa para fase dos lances verbais a melhor proposta e aquelas que não a ultrapassem
em 10%, respeitado o mínimo de 03 propostas, sendo mitigado o percentual de 10%
se necessário à garantia da concorrência mínima de 03.

Se o vencedor for declarado inabilitado, a Administração chamará o segundo para


negociar o preço, não havendo a necessidade de este segundo colocado aderir ao
preço vencedor.

No pregão não se admite recurso entre as fases do procedimento licitatório,


sendo aberto prazo para manifestação de desejo de recorrer, sendo as razões de
recurso apresentadas em até 03 dias úteis. O prazo para recurso será aberto pelo
pregoeiro após a adjudicação.

DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

1. Inexigibilidade (art. 25)

Será inexigível a licitação sempre que for inviável competir.


I – Para aquisição de produto singular ou se o fornecedor do bem for
exclusivo;

II – Para a contratação de serviços técnicos de natureza singular, com


profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade
para serviços de publicidade e divulgação;

III – Artistas consagrados pela mídia.

O rol de inexigibilidade é meramente exemplificativo.

A jurisprudência entende perfeita a possibilidade de competição quando o


produtor for exclusivo, mas exista mais de um fornecedor.

O contrato administrativo de fornecimento é sujeito à obrigatoriedade de


procedimento licitatório prévio.

2. Dispensa (art. 17 e 24)

A competição é possível, estão presentes todos os pressupostos, mas por política


legislativa dispensou-se o dever de licitar.

O art. 17 traz situações de licitações dispensadas e o art. 24 traça situações


dispensáveis, e seus róis são taxativos.

Alguns exemplos:

Em razão do valor: É dispensável a licitação para qualquer contratação de até 10%


do valor do convite (até R$ 17.600,00 em caso de bens e serviços e R$
33.000,00 para execução de obras).

Exceção: Dispensa em dobro -> Empresas públicas, sociedades de economia mista,


Consórcios Públicos e Agências Executivas podem dispensar a licitação até 20% do valor
do convite.

Em caso de guerra e grave perturbação da ordem: Nessas situações é dispensável


a licitação.

Em casos de contratações emergenciais: Desde que seja para celebração de


contratos diretamente ligados à situação de urgência e não ultrapassem o
prazo de 180 dias, improrrogáveis.

Licitação deserta: quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,


justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas,
neste caso, todas as condições preestabelecidas;

Não confundir com licitação fracassada, onde os licitantes aparecem e são todos
declarados inabilitados ou fracassados.

Se deserta, a administração irá contratar diretamente com o particular que pratique


valor de mercado.

OS´s: As OS´s não precisam licitar para contratar com os particulares.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do
art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente
justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8 o desta Lei
deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como
condição para a eficácia dos atos.          (Redação dada pela Lei nº 11.107, de
2005)
Parágrafo único.  O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento,
previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I -  caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e iminente risco


à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o
caso;                (Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)

II - razão da escolha do fornecedor ou executante;

III - justificativa do preço.

IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão


alocados.

A autoridade superior é quem ratifica a dispensa ou inexigibilidade.

LC 147

 Nas contratações públicas de até R$ 80.000,00 deve se estabelecer a


participação única e exclusiva de micro e pequenas empresas.

 Nas contratações superiores a R$ 80.000,00, cujo objeto seja divisível, a


administração deve garantir uma cota de até 25% a ser contratada com
microempresas e pequenas empresas.

 A administração pode determinar que em caso de subcontratações, esta deverá ser


feita com micro ou pequenas empresas preferencialmente. Não é dever, é uma
faculdade do edital.

LICITAÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS

É possível a licitação pela administração pública para registro de preços no órgão,


sem a necessidade obrigatória de contratar.

O preço fica registrado pelo período de um ano no órgão licitante.

Obs. Se a licitação for para registrar preço de 10 mil resmas de papel, a


administração pública não é obrigada a comprar as dez mil resmas, podendo
contratar menos, e mais de uma vez durante um ano, vedado contratar mais de
10 mil resmas.

* Licitação Carona ou Adesão à Ata de Registro de Preços é a possibilidade de


outra entidade ou órgão da administração pública contratar com base no registro de
preço da licitação realizada por outro órgão licitante.

Doutrina critica, mas TCU admite.

O decreto 7.892 regulamenta a licitação carona, por outro lado, estabelece que
a UNIÃO não pode aderir à Ata de Registro de Preços de órgãos estaduais ou
municipais. Assim, a UNIÃO pode aderir à ata de registro de preços de órgãos e
entidades vinculados à UNIÃO.

O quantitativo não pode ultrapassar o quíntuplo.

PS. A lei veda a criação de novas modalidades licitatórias, bom como a


combinação de modalidades licitatórias já existentes.

NECESSIDADE DE AUDIÊNCIA PÚBLICA

Sempre o que valor for superior a 100 vezes R$ 1.500.000,00 a licitação ou conjunto de
licitações sucessivas ou simultâneas deverá ser precedida de audiência pública com
antecedência de mínima de 15 dias úteis da data prevista para publicação do
edital.
PREAMBULO DO EDITAL

O preâmbulo de um edital deve conter, entre outros itens, o nome da repartição


interessada e de seu setor, o local, o dia e a hora para recebimento da
documentação. Além disso, deverá conter a proposta e o horário para abertura
dos serviços.

“O Número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor,


a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida
por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem
como para início da abertura dos envelopes”.

DOS CRIMES DA LEI 8.666/93

Art. 83.  Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os
seus autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo,
emprego, função ou mandato eletivo.

§ 2o  A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes
previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de
confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente
pelo Poder Público.

Crimes (só DETENÇÃO)

Art. 89.  Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de


observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:

Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único.  Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente


concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou
inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

Art. 90.  Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro


expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter,
para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 91.  Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração,


dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação
vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 92.  Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem,


inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos
contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório
da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com
preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121
desta Lei:             (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.                (Redação dada pela Lei nº


8.883, de 1994)
Parágrafo único.  Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente
concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia,
injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.

Art. 93.  Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento


licitatório:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 94.  Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou


proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 95.  Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça,


fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à


violência.

Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar,


em razão da vantagem oferecida.

Art. 96.  Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou


venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:

I - elevando arbitrariamente os preços;

II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

III - entregando uma mercadoria por outra;

IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;

V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução


do contrato:

Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 97.  Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional


declarado inidôneo:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único.  Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha


a licitar ou a contratar com a Administração.

Art. 98.  Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado


nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou
cancelamento de registro do inscrito:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 99.  A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento
de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base
corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível
pelo agente.

§ 1o  Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por
cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou
celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.

§ 2o  O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda


Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Contrato Administrativo é uma espécie de Contratos da Administração, onde naqueles


há a prerrogativa de supremacia do interesse público.

Características

CFCA

Consensual -> Aperfeiçoa com o consenso entre as partes, independendo da entrega


do bem.

Adesão -> Chama-se de adesão prévia porque o particular adere o contrato quando
apresenta a proposta no certame antes mesmo de celebrá-lo.

Comutativo -> Pré-definidas as obrigações. Não há alea.

Instável

Desequilibrado

Personalíssimo. Pode haver subcontratação? Sim, desde que haja previsão no


contrato, pois a lei (art. 78) fala que se não houver a autorização no contrato,
estar-se diante de hipótese de rescisão.

Formal

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade


do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de


observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica;

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores


das multas;

VIII - os casos de rescisão;

IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão


administrativa prevista no art. 77 desta Lei;

X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão,


quando for o caso;

XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao


convite e à proposta do licitante vencedor;

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;


XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato,
em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições
de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

# Sempre irá precisar de contrato?

Acima de 150 mil para obra.

Acima de 80 mil para serviços.

Em se tratando de contratações de valor inferior ao parâmetro acima, o contrato pode


ser substituído pela carta convite, nota de empenho, etc.

Em quaisquer das hipóteses acima, haverá contrato documentado/escrito. É vedado


por lei, nulo e de nenhum efeito contratações verbais celebradas com a
administração, salvo em caso de pequenas compras de até 5% do valor do
convite (até R$ 4.000,00) desde que não gere obrigações futuras ( pronta
entrega ou pronto serviço/pagamento). Disto APRENDEMOS QUE
É POSSÍVEL CONTRATO VERBAL ENTRE A ADMINISTRAÇÃO E O PARTICULAR.

A publicação do contrato é condição de EFICÁCIA.

Regra do 5º útil + 20 dias corridos.

# Se a administração não publicar o contrato?

O contrato será válido, pois respeitou todas as cláusulas necessárias ao certame, mas
não será eficaz, não estando apto a produzir efeitos.

SUBCONTRATAÇÃO

# É possível a subcontratação em Direito Administrativo?

A Lei 8.666 admite a subcontratação parcial desde que haja ¹previsão no edital do
contrato e ²autorização do Poder Público.

Em se tratando de concessão de serviço público a subcontratação recebe o nome de


subconcessão, mas exige a abertura de licitação na modalidade concorrência
(modalidade obrigatória nesses casos).

Em caso de subcontratação, necessário que o particular preste garantia:

a) A garantia não pode ser superior a 5% do valor do contrato;

Se...grande vulto, alta complexidade técnica ou riscos financeiros


consideráveis, a garantia pode chegar até 10%.

Grande vulto – 25x 1,5mi

Obs. Se a contratação envolver cessão de bens públicos ao particular, ao valor


da garantia acrescesse o valor do bem dado em depósito ao particular.

a) Em dinheiro;

b) Títulos da dívida Pública;

c) Meio de fiança;

d) Meio de seguro garantia.

Quem define é o particular (acima)

Particular adimplente – Adm. Devolve o dinheiro corrigido.


CLÁUSULAS EXORBITANTES

I – Alteração unilateral

É vedada a alteração do objeto do contrato, mas se admite alterações quantitativas


e qualitativas. O contrato pode ser suprimido ou acrescido até 25%.

Acima desse percentual só bilateralmente.

Exceção: Nos contratos de reforma (equipamento ou edifício) o acréscimo pode


(APENAS ACRÉSCIMO) chegar em até 50%.

II – Rescisão Unilateral -> Ocorre em determinadas situações, sendo assegurado o


contraditório e ampla defesa nas seguintes situações:

a) Inadimplemento – Seja parcial ou total;

b) Por motivo de interesse público – Se houver prejuízo da rescisão


unilateral o particular deve ser ressarcido.

Nos contratos de concessão temos a previsão de duas nomenclaturas:

Caducidade – Rescisão unilateral por inadimplemento do particular.

Encampação – Rescisão unilateral por motivo de interesse público, e depende de Lei


Autorizativa Específica.

III – Fiscalização e Controle

Responsabilidade da Administração Pública

Não há na esfera trabalhista, tributária e cível.

O STF entendeu que a administração pública só responde pelos débitos trabalhistas se


houver culpa (dever de fiscalização) que gerou dano aos trabalhadores.

Solidariamente – PREVIDENCIÁRIO

IV – Poder de ocupação temporária de bens da contratada

Princípio da Continuidade do Serviço Público

Havendo a necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas


contratuais pelo contratado ou de rescisão do contrato administrativo, é
admitida a ocupação provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços
vinculados ao objeto do contrato.

V – Poder de aplicação de penalidades

Decorre do Poder Disciplinar -> Vínculo especial com a Administração Pública.

a) Advertência – Sempre escrita.

b) Multa – De natureza pecuniária.

Multa difere de ressarcimento. Pode inclusive ser cumulada.

c) Suspensão de contratar com o poder público pelo prazo máximo de 02


anos.
Obs. Se entende na doutrina majoritária que a suspensão de contratar não
extrapola o ente federativo.
d) Declaração de inidoneidade -> É a pena mais grave de todas (prazo
máximo de 02 anos) - Ministro de Estado (União) ou Secretário de
Estado (Estado-Membro).

ATENÇÃO Sobre o prazo da penalidade! Observando provas, temos que para a


declaração de idoneidade costuma-se entender como correto que a mesma
“perdura enquanto perdurarem os motivos que ensejaram a penalidade”. (ficar
atento)

Prazo para recorrer: 10 dias úteis.

Se a empresa for declarada inidônea, para retornar, independente do prazo, ao


status a quo DEVE RESSARCIR O ERÁRIO DOS PREJUÍZOS CAUSADOS.

Extrapola o Ente Federativo.

*#OUSESABER #DEOLHONAJURISPRUDENCIA: Segundo o Superior Tribunal de Justiça, a


declaração de inidoneidade só produz efeito para o futuro (efeito ex nunc), sem interferir
nos contratos já existentes e em andamento. 

As penalidades já possuem previsão específica, não sendo aplicadas sucessivamente.

ATENÇÃO!!! Diferentemente das demais cláusulas exorbitantes, no caso das


penalidades, estas devem constar do contrato para que seja possível punir.

EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO DIFERIDA

Inadimplência do Estado for superior a 90 dias. Neste caso opera-se a suspensão


do contrato, que não precisa de qualquer medida judicial.

# O ESTADO QUANDO CONSUMIDOR DE BENS E SERVIÇOS ESTÁ ALBERGADO


PELO CDC?

Doutrina Majoritária não admite.

Obs. STJ decidiu que não incide o CDC – Contrato de obra ECT x EMPREITEIRA.

PRAZO DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Não existe contrato administrativo por tempo indeterminado.

Todo contrato administrativo, a princípio, tem a duração do crédito orçamentário, ou


seja, 01 (um) ano.

* #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #IMPORTANTE: A concessionária não tem


direito adquirido à renovação do contrato de concessão de usina hidrelétrica. A União

possui a faculdade de prorrogar ou não o contrato. STF. 2ª Turma. RMS 34203/DF e AC

3980/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 21/11/2017 (Info 885)

Exceções

I – Todos os contratos previstos no plano plurianual...despesas continuadas...até


04 anos.
II - Contratos de Prestação de Serviços continuados, após as sucessivas
prorrogações, podem chegar até 60 meses. Se houver situação excepcional de
relevante interesse público, poderá ainda ser acrescido por mais de 12 meses
(72 meses no total).

III - Aluguel de Equipamentos e Programas de informática poderá chegar ao


máximo de 48 meses.

IV - Hipóteses do Art. 24, inciso IX, XIX, XXVIII e XXXI.

“IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos


casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de
Defesa Nacional; 

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de


materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e
terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que


envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,
mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do
órgão.

Obs¹. Os contratos que não vinculam ciclo orçamentário tem prazo de vigência
mais longo como 10, 15, 20 anos.

* Contrato de Concessão de Serviço Público onde a remuneração pelo serviço


prestado é paga pelo usuário. Transporte, energia elétrica, etc...

EQUILÍBRIO ECONÔMICO FINANCEIRO

Garantia do particular.

a) Correção Monetária – Atualização para manter o valor real. Não adianta


manter o valor nominal.

b) Reajustamento de preços – É uma espécie de pagamento definida


previamente no contrato para fazer frente ao aumento do valor dos
custos, dos insumos e matéria prima.

# E quando o aumento vai além do reajuste definido em contrato?

Recomposição ou revisão de preços!

c) Recomposição ou revisão de preços – Visa reequilibrar o contrato quando


situações inesperadas não regulamentadas no contrato extrapolam
a previsão de aumento estipulada em contrato.

Hipóteses:

Caso Fortuito ou Força Maior

Interferência Imprevista – É uma situação preexistente ao contrato que vem a


tona durante a execução do contrato desequilibrando a relação do contrato. Ex:
Empresa é contratada para construir um túnel. . .

Fato da Administração – O desequilíbrio na relação contratual é gerado pela


própria Administração quando esta se torna inadimplente. Ex: Administração
contratou uma empresa para executar uma obra, mas não desapropriou os terrenos
necessários à execução da obra.
Fato do Príncipe - O desequilíbrio na relação contratual é gerado pela própria
Administração, mas ao contrário, aquele não se dá em virtude de sua atuação dentro
do contrato, mas fora do contrato. Ex: Administração contrata empresa.
Durante sua execução altera e aumenta determinado imposto que afeta diretamente a
empresa contratada.

#DEOLHONAJURISPRUDENCIA. O STJ assentou que aumento salarial ou inflação não


podem ser considerados fatos imprevisíveis ensejadores da revisão contratual.

# Se esse imposto tiver sido alterado por ente federativo diverso (UNIÃO
AUMENTA IMPOSTO QUE AFETA CONTRATO FEITO PELO ESTADO DO RN)?

Nesse caso haverá necessidade de reequilibrar o contrato, mas para doutrina


majoritária será considerado caso fortuito e força maior.

EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

Formas de extinção

a) Conclusão do objeto

b) Advento do termo final do contrato

c) Anulação

d) Pelo desaparecimento do contratado

e) Rescisão definida por lei

I – Unilateral – Feita pela Administração Pública por interesse público ou por


inadimplemento do particular.

# Se a Administração for inadimplente o particular pode rescindir o contrato


unilateralmente?

Não. Não devemos confundir com a exceção de contrato não cumprido que é uma
suspensão do contrato. Neste caso não há rescisão, mas suspensão do contrato.

Se o particular quiser rescindir o contrato terá que recorrer as vias JUDICIAIS.

II – Rescisão Amigável -> Não precisa de homologação judicial

III – De Pleno Direito – Situação alheia a vontade das partes que obriga a rescisão
por se tornar inviável a manutenção do contrato. Ex: Empresa contratada para fazer
limpeza de escola. Escola pega fogo e é destruída. Não há mais o que limpar.

CONTRATOS EM ESPÉCIE DA LEI 8.666

 Prestação de Serviços

Não se confunde com concessão de serviço público, pois esta tem sua remuneração
retirada pela tarifa paga pelo usuário. Neste caso quem paga a empresa é a própria
Administração Pública. Ex: Empresa contratada para limpeza da cidade.

12 meses – até 60 meses.

 Contrato de entrega de objeto/BENS

A administração necessita fazer pesquisa de mercado definindo um orçamento


para a aquisição do bem ou serviço.
 A administração não define o prazo de duração do contrato, mas sim o prazo
que o Estado irá esperar pela entrega do bem. Se o objeto for entregue
antes, o contrato irá se finalizar antes. Contrato de execução de obra

Primeiro Passo: Administração irá contratar uma empresa para fazer o projeto básico
(projeto arquitetônico e planilha orçamentária). LICITAÇÃO 01

Segundo Passo: Depois irá contratar uma empresa para entregar o projeto
executivo, QUE CONSISTE NUM PROJETO QUE TRAZ UM ARCABOUÇO
CRONOLÓGICO.

Terceiro Passo: Em uma terceira licitação a Adm. irá contratar a obra do projeto.

Quem fez o projeto básico e o projeto executivo NÃO PODE LICITAR PARA
EXECUÇÃO DA OBRA. É, contudo, possível que a administração pule o segundo passo,
e na licitação para execução da obra se faculte ao vencedor a confecção do projeto
executivo (segundo passo).

Entregue a obra a administração faz um recebimento provisório no prazo de 15


dias da comunicação do particular. Aceita a obra provisoriamente, a
administração tem 90 dias para o recebimento definitivo.

Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:

I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;

II -  serviços profissionais;

III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a",
desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e
instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade. (Obras e
serviços até R$ 80 mil).

§  2o    O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil


pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela
perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo
contrato. (vícios ocultos)

#DEOLHONAJURISPRUDENCIA # INFO 554, STJ – 2015: Consessão de rodovia. Possibilidade


de cobrança de valores pela concessionária de rodovia no caso de instalação de postes e
cabos aéreos. Concessionária de rodovia pode cobrar de concessionária de energia elétrica
pelo uso de faixa de domínio de rodovia para a instalação de postes e passagem de cabos
aéreos efetivada com o intuito de ampliar a rede de energia, na hipótese em que o contrato
de concessão da rodovia preveja a possibilidade de obtenção de receita alternativa
decorrente de atividades vinculadas à exploração de faixas marginais. (STJ. 1ª Seção. EREsp
985.695-RJ, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 26/11/2014)

CONVÊNIO X CONTRATO ADMINISTRATIVO

Enquanto no contrato administrativo os interesses dos contratantes são opostos e


diversos, no convênio administrativo, os interesses são paralelos e comuns,
tendo como elemento fundamental a cooperação e não o lucro.

SERVIÇOS PÚBLICOS
A doutrina moderna conceitua serviço público dentro da existência de três requisitos:

¹Substrato material -> Prestação contínua de comodidade ou utilidade pelo Estado


ao particular.

²Trato Formal -> Prestado sob o regime de direito público, ainda que parcialmente
(permissionárias, concessionárias).

³Elemento Subjetivo -> O serviço deve ser prestado pelo estado direta ou
indiretamente (contratos de concessão ou permissão).

Por esse espeque não se confunde serviço público com outras determinadas
prestações do Estado, a exemplo da obra pública que não é contínua. Muitas vezes a
obra é necessária ao serviço público, mas com este não se confunde. Ex: Construção
de hospital (obra) vs. Prestação de Saúde (serviço público).

Não é serviço público quando o estado explora atividade econômica ou quando atua
com poder de polícia, pois não oferta comodidade, mas sim limitação.

Princípios (Lei 8987/95)

Princípio do Dever de Prestar Serviço Público pelo Estado: O estado deve prestar
serviço público, exercendo seu monopólio, ainda que o preste indiretamente.

Universalidade

Modicidade das tarifas: Significa que a prestação do serviço público deve ser
prestada a custo baixo, o mais baixo possível, ao usuário.

Fonte Alternativa de Receita -> A empresa permissionária consegue manter


obediência ao princípio da modicidade através busca de fontes alternativas de
receitas. Ex: Publicidade no fundo dos ônibus.

#OUSESABER #JURIS - A interferência judicial para invalidar a estipulação das tarifas de


transporte público urbano viola a ordem pública, mormente nos casos em que houver, por
parte da Fazenda estadual, esclarecimento de que a metodologia adotada para fixação dos
preços era técnica. Segundo a “doutrina Chenery”, o Poder Judiciário não pode anular um ato
político adotado pela Administração Pública sob o argumento de que ele não se valeu de
metodologia técnica. Isso porque, em temas envolvendo questões técnicas e complexas, os
Tribunais não gozam de expertise para concluir se os critérios adotados pela Administração são
corretos ou não. Assim, as escolhas políticas dos órgãos governamentais, desde que não sejam
revestidas de reconhecida ilegalidade, não podem ser invalidadas pelo Poder Judiciário. STJ.
Corte Especial.AgInt no AgInt na SLS 2.240-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 7/6/2017 (Info
605).

#OUSESABER: O que se entende por princípio da mutabilidade? O Princípio da


Mutabilidade do Regime Jurídico é um dos princípios que norteiam os serviços públicos,
autorizando mudanças no regime de execução do serviço para adaptá-lo ao interesse
público, conforme ocorre com a encampação.

Cortesia
Adaptabilidade (Atualização): (...) não vá em busca da última geração, mas
apenas que se mantenha razoavelmente atualizado, buscando a eficiência do
serviço público.

Isonomia

Continuidade: O serviço público não pode parar, é inadmissível, salvo determinadas


exceções:

Não viola a continuidade do serviço público a interrupção por razões de ordem


técnica e por inadimplência do usuário, com urgência ou prévio aviso. Essa
paralisação não pode ocorrer em serviços essências e de atendimento coletivo, como
por exemplo, se um hospital não paga a conta de energia, não pode ser interrompida
o serviço público de energia.

Se a concessionária de energia elétrica divulga, por meio de aviso nas emissoras de rádio do
Município, que haverá, daqui a alguns dias, a interrupção do fornecimento de energia elétrica
por algumas horas em virtude de razões de ordem técnica, este aviso atende a exigência da Lei
nº 8.987/95? SIM. A divulgação da suspensão no fornecimento de serviço de energia elétrica
por meio de emissoras de rádio, dias antes da interrupção, satisfaz a exigência de aviso prévio,
prevista no art. 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95. STJ. 1ª Turma. REsp 1.270.339-SC, Rel. Min. Gurgel
de Faria, julgado em 15/12/2016 (Info 598).

Teses do STJ sobre corte de energia elétrica

É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando


inadimplente pessoa jurídica de direito público, desde que precedido de
notificação e a interrupção não atinja as unidades prestadoras de serviços
indispensáveis à população.

É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica quando puder afetar o


direito à saúde e à integridade física do usuário.

É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica em razão de débito


irrisório, por configurar abuso de direito e ofensa aos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, sendo cabível a indenização ao
consumidor por danos morais.

É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando a


inadimplência do usuário decorrer de débitos pretéritos, uma vez que a
interrupção pressupõe o inadimplemento de conta regular, relativa ao mês
do consumo.

É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando o


débito decorrer de irregularidade no hidrômetro ou no medidor de energia
elétrica, apurada unilateralmente pela concessionária.

CLASSIFICAÇÃO

Quanto a utilização
Serviços Individuais -> É aquele prestado a toda coletividade, mas é possível
verificar quanto cada usuário utiliza desse serviço individual. Ex: energia,
Telefonia, Transporte Público. Taxas ou tarifas

Serviços Gerais -> É aquele prestado a todos, e usufruído por todos simultaneamente,
onde o estado não pode mensurar a utilização individual. Impostos!

A prova pode trazer outra divisão:

compulsórios: não podem ser recusados. São mantidos pelo pagamento de taxa
(tributo vinculado).

Facultativos: podem ser recusados. São mantidos pelo pagamento de tarifa (preço
público não é tributo).

Serviços exclusivos -> Só o estado pode prestá-lo, e podem ser indelegáveis


(necessidade de prestação direta) ou delegáveis.

Serviço postal, segurança pública são exemplos de indelegáveis.

* Serviço de delegação obrigatória: Os meios de comunicação e radiodifusão de


sons e imagens devem ser concedidos a particulares sob regime de concessão.
Rádio e TV – não podem ficar exclusivamente na órbita do poder público.

Serviços não exclusivo -> São aqueles serviços em que o estado tem o dever de
prestar, mas o particular pode prestá-lo sem necessidade de delegação. Ex:
Educação, Saúde.

Segundo STF não é considerada serviço público, mas


serviço público impróprio, ou “de utilidade pública”.
IMPORTANTE

Diferença entre outorga e delegação de serviço.

Na outorga (descentralização por serviço) o Estado transfere além do poder de


prestar o serviço, a titularidade do serviço. O ente torna-se titular do serviço
público.

Na delegação (descentralização por colaboração) o Estado mantém a


titularidade do serviço, mas entrega a outra pessoa jurídica a competência
para prestar o serviço público.

Doutrina majoritária entende que a outorga só pode ser feita à Pessoa Jurídica de
Direito Público.

DELEGAÇÃO (DESCENTRALIZAÇÃO POR COLABORAÇÃO)

Caso de concessão ou permissão. A PJ de Direito Privado exerce serviço público em


nome próprio.

¹ Concessão de Serviço Público (simples): A remuneração da PJ vem da cobrança


de tarifas aos usuários.

Não há remuneração primordial pelo Estado.

² Concessão de Serviço Público precedida de obra: A administração pública


contrata uma empresa para a prestação de determinado serviço público, mas é
necessário a realização de obra anterior ou simultânea que viabilize a prestação. Em
troca a empresa pública irá se remunerar pela tarifa do usuário explorada
durante determinado período estipulado em contrato.
Dentro deste tema, vale salientar que incumbe à concessionária promover as
desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente,
conforme previsto no edital e no contrato

Na licitação (concorrência) os critérios de escolha são outros, como melhor tarifa, por
exemplo.

I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; 

II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente


pela outorga da concessão; 

III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos


I, II e VII;  

IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital; 

V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de


menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de
melhor técnica; 

VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de


maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica;
ou 

VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação


de propostas técnicas

Poder concedente: Podem ser os entes da Administração DIRETA, por Agências


Reguladoras e Consórcios Públicos.

Concessionária: Pode ser Pessoa Jurídica ou com um Consórcio de Empresas.

Não se admite a celebração de contrato de concessão com Pessoa Física.

O que muda em relação aos contratos administrativos em geral?

¹ Subcontratação ou subconcessão: Na concessão de serviço público a subconcessão,


além de ser feita parcialmente e ter previsão em edital e autorização do Estado
(regras gerais), é necessária a realização de procedimento licitatório na
modalidade concorrência.

Por outro lado, a cláusula de fiscalização traz regras mais amplas e de maior
ingerência, onde, por exemplo, havendo indícios de irregularidades a
Administração pode decretar a intervenção na concessionária, acarretando o
afastamento do seu dirigente e em seu lugar coloca-se o agente público,
interventor.

A empresa segue sua atividade regular, tendo como dirigente o interventor.

Depois de decretada a intervenção na empresa concessionária a Administração tem


30 dias para instaurar o processo administrativo e mais 180 dias para concluir
o PAD.

Ocupação temporária de bens difere da REVERSÃO DE BENS.

Na reversão temos uma transferência de propriedade dos bens da contratada, no


tocante aqueles atrelados a prestação do serviço público (bens reversíveis).

Ambas geram indenização a empresa concessionária e tem por objetivo a


manutenção do serviço público (princípio da continuidade).
No entanto, é vedada a contratação de concessionária por prazo
indeterminado.

NOVIDADE!! Controvérsias decorrentes desses contratos de concessão podem


ser resolvidas por meio de arbitragem.

*#DEOLHONAJURIS #STJ #DIZERODIREITO: A concessionária de fornecimento de energia


elétrica não pode exigir de órgão público, usuário do serviço, multa por inadimplemento no
pagamento de fatura, fundamentada no parágrafo único do art. 4º do Decreto-Lei nº
2.432/88. A multa prevista no parágrafo único do art. 4º do DL 2.432/88 refere-se aos
contratos de compra e venda de energia elétrica entre concessionárias de serviço público de
energia elétrica, não sendo aplicada para as relações entre a concessionária e os usuários do
seu serviço, ou seja, não é uma multa a ser cobrada dos clientes (usuários finais). STJ. 1ª
Turma. REsp 1.396.808-AM, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 14/08/2018 (Info 632).
#IMPORTANTE

Parceria Público Privada – Lei 11.079/04

As PPP’s são hipóteses de concessões especiais de serviço público que visam a


desoneração do Estado na prestação de serviço público. Aquilo que foi ensinado
acima se aplica aqui, o esquema de remuneração segue a regra já estudada.

1 - Concessão Administrativa: A Administração contrata a empresa que é remunerada


pelo usuário do serviço por meio de tarifas, sendo que a administração pública é a
usuária direta ou indireta do serviço pagando 100% da remuneração da
empresa. Ex: Hospital construído por empresa que também presta o serviço de saúde
por concessão sendo sua remuneração paga pelo Estado.

No caso da concessão administrativa não haverá por objeto unicamente a


prestação de serviço público, tendo sua combinação com a execução de obras
ou entrega de mão-de-obra. O objeto não pode ser simples nem único. Deve
misturar pelo menos 02 elementos entre serviço, obra e fornecimento.

2 - Concessão Patrocinada: A administração contrata a empresa que é remunerada pelo


usuário por meio de tarifas, onde o parceiro público também remunera a empresa
para garantir modicidade das tarifas, mantendo-se o equilíbrio financeiro do
contrato.

No máximo, a administração pode pagar a empresa 70% da sua remuneração, salvo


LEI ESPECÍFICA.

Regime

Qualquer PPP terá prazo mínimo de 05 e máximo de 35 anos.

“o valor não pode ser inferior a R$ 10.000.000,00”


Necessariamente, também, tem que haver a prestação de serviço público ainda que o
contrato preveja outros objetos.

Pode haver compartilhamento dos riscos (ainda que imprevisíveis) e dos ganhos.
Importante!!! A decisão arbitral, a que também se sujeitam as PPP’s, não vincula o
crédito à ordem de precatórios, sendo sua execução direta.

Também é obrigatória a modalidade concorrência.

SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO

Em razão do fluxo de dinheiro em mão dupla, é necessária a criação de


sociedade de propósito específico com personalidade jurídica de Direito
Privado.

A contraprestação do parceiro público (100% ou 70%) pode se dar por ordem


bancária, outorga de direitos sobre o Estado ou sobre bens públicos
dominicais, cessão de créditos não tributários.

ÓRGÃOS GESTOR DAS PARCERIAS

No âmbito federal é obrigatória a criação de um órgão gestor das parcerias em


geral e não se confunde com a criação de sociedade de propósito específico que é
atrelada a determinado contrato.

PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO

A doutrina sempre enxergou a permissão como ato administrativo unilateral (não há


contrato), discricionário e precário (poderia ser desfeito a qualquer tempo sem
direito a indenização.

Por outro lado a CF/88 trata a permissão com natureza de contrato administrativo.

A lei 8987 diz que a permissão de serviço público é contrato de


adesão...Remuneração pelo usuário, e PRECÁRIO.

É contrato ou é precário?! (divergência)

Se vier na prova o texto da lei, “ok”, mas diante da natureza contratual da


permissão a natureza precária será mitigada.

Obs.: a permissão foi criada como ato unilateral para prestação de serviço público ou
uso de bem público. Porém, com a Lei n. 8.987/95, foi positivado que a permissão de
serviço público seria formalizada por meio de contrato administrativo,
permanecendo, por outro lado, a permissão de uso de bem público como ato
unilateral (precário).

O STF já decidiu que tanto a concessão de serviço público quanto a permissão


de serviço público têm identidade natureza jurídica – contratual.

Tratando-se de contrato administrativo, faz-se necessária a realização de


licitação em qualquer modalidade, que será definida pelo valor do contrato.

Diferenças entre permissionárias e concessionárias

1 – A permissão de serviço público deve ser feita mediante licitação, mas não precisa
ser mediante modalidade concorrência.

2 – O particular contratado pode ser pessoa física.

3 – Não precisa de lei específica autorizando, regra geral. No caso das concessionárias
vimos que é necessária a previsão de lei.

4 – Não há previsão legal sobre a possibilidade de a permissão ser firmada com


Consórcio Público.

Concessão de Serviço Público Permissão de Serviço Público


Pessoa Jurídica ou Consórcio Pessoa Física ou Jurídica
Licitação – Sempre Concorrência Licitação – qualquer modalidade
Solene Precária

Autorização de Serviço Público


Trata-se ato administrativo unilateral, discricionário e precário, onde o particular
incumbe-se de prestar algum serviço público mediante remuneração indireta.

Ex: Empresa tem autorização para cuidar de praça pública e em troca partida pode
explorar publicidade nas edificações.

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