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O que é o BDI e como calculá-lo?

Alguns autores atribuem o BDI como originário do termo em inglês “Budget Difference
Income”.

No plano brasileiro o BDI significa “Benefício e Despesas Indiretas” e mais adiante


explicaremos com maiores detalhes o real significado desses termos.

Definição do BDI:
BDI é uma taxa que se adiciona ao custo de uma obra para cobrir as despesas indiretas
que tem o construtor, mais o risco do empreendimento, as despesas financeiras incorridas,
os tributos incidentes na operação , eventuais despesas de comercialização, o lucro do
empreendedor e o seu resultado é fruto de uma operação matemática baseados em dados
objetivos envolvidos em cada obra.
– Nas licitações públicas ou privadas, a empresa pode recorrer a dados históricos das
demonstrações contábeis relativas às despesas de sua sede central como parâmetro mais
próximo da realidade para o cálculo da taxa de BDI, optando por incluir ou excluir
determinados gastos de acordo com a avaliação dos riscos do empreendimento da qual vai
participar e levando em conta os interesses estratégicos de sua empresa na apresentação
de uma determinada proposta comercial. (Aqui, você pode ler um pouco mais
sobre alocação de custos).
– A Administração, ao estabelecer as taxas correspondentes a cada um dos componentes
do BDI, tem o dever de justificar a origem das mesmas em função dos diferentes tipos e
porte de obras e analisar a qualificação e a estrutura das empresas que participam de uma
licitação.

– Portanto, a taxa do BDI não pode estar sujeita a vontade subjetiva e arbitrária da
Administração, dos legisladores, dos órgãos de fiscalização e controle, como forma de
tabelar o preço final do serviço a ser contratado, sem uma clara demonstração de como foi
composto e calculado, com total transparência, garantida pela constituição, pela legislação
em vigor e pelas regras de conduta ética profissional, conforme iremos demonstrar mais
adiante.

– O BDI adotado pela Administração para o cálculo do “orçamento estimado” previsto nos
artigos 6º, 7º e 48º da Lei nº 8666/93 deve ser considerado apenas como um parâmetro
de avaliação para a obtenção do valor de referência para julgamento da licitação por parte
da Comissão Julgadora da licitação.

O cálculo, geralmente, leva em consideração 5 principais itens:


AC | Administração Central – Percentual incluído no contrato para suprir gastos gerais que
a empresa efetua com a sua administração, tais como: aluguel da sede, salários dos
funcionários da sede, material de expediente, entre outros.
DF | Despesas Financeiras – Despesas financeiras são gastos relacionados à perda
monetária decorrente da defasagem entre a data do efetivo desembolso e a data da
receita correspondente.
R | Garantias, Riscos, Seguros e Imprevistos – Percentual incluído no contrato para suprir
gastos com imprevistos, riscos etc.
L | Lucro – Percentual incluído no contrato referente ao lucro pretendido.
T | Tributos – Somatório do COFINS, PIS e ISS
A fórmula padrão é:
( ( ( (1 + AC) x (1 + DF) x (1 + R) x (1 + L) ) / ( 1 – T ) ) – 1 )
Pode parecer um pouco complicado, mas aqui nesse link há uma ferramenta gratuita que
pode te ajudar nesse cálculo, onde há necessidade apenas de se incluir os valores de cada
um dos itens acima e o BDI já é devidamente calculado. Restando apenas incluir esta taxa
aos custos diretos de seu orçamento(materiais e mão-de-obra).

BDI NA CONSTRUÇÃO CIVIL: O QUE É


E COMO USAR?

O índice BDI na Construção Civil – do Inglês Budget Difference


Income ou Benefícios e Despesas Indiretas em Português –
é um elemento orçamentário que ajuda o profissional responsável
pelos orçamentos da Construção Civil a compor o preço de venda
adequado levando em conta os custos indiretos (os não
relacionados a materiais, mão-de-obra, etc).

E tem mais:

Vale ressaltar que esse índice não é absoluto, cada obra ou


serviço deve ter um BDI próprio, pois as condições de cálculo e o
preço de venda são específicos para cada caso.

Nos orçamentos, dois componentes determinam o preço final de


um serviço: os custos diretos e o BDI (Benefícios e Despesas
Indiretas):
 Custos diretos são aqueles que ocorrem especificamente por causa da execução do serviço
objeto do orçamento em análise. Portanto, todos os insumos incluídos em uma composição de
custo unitário de serviço são considerados custos diretos;
 Custos indiretos são os que não são incorporados ao produto final, mas contribuem para a
formação do custo total:
– Administração Central da Empresa
– Custo financeiro do contrato
– Seguros
– Garantia
– Tributos sobre a Receita

O BDI ajuda as empresas a garantir um bom custo global e a


cobrir as despesas da administração central, custos financeiros,
impostos, garantias, seguros, tributos e a margem de incerteza.
Numa outra definição, o BDI é o rateio do Lucro mais os Custos
Indiretos aplicado aos Custos Diretos e também pode ser
admitido pela sigla LCI – Lucro e Custo Indireto.

CONTEÚDO ESCOLHIDO A DEDO PARA VOCÊ:


» Planilha de Viabilidade Econômica de Projeto

Inicialmente o BDI era um conceito apenas aplicado em


orçamentos de obras e empreendimentos de Engenharia Civil,
mas pode ser adaptado em outras oportunidades, como por
exemplo em licitações que envolvem postos de trabalho alocados.

Veja:

O BDI na Construção Civil é muito importante quanto se trata de


licitações. Para entender melhor o papel que o índice tem na
empresa contratante e na contratada, é importante conhecer
o Decreto Nº 7.983, de 8 de abril de 2013.

Como calcular o BDI na Construção Civil

Se você quiser um modelo para aplicar uma fórmula de BDI de


forma mais fácil, nós temos uma planilha desenvolvida pelos
especialistas em orçamento do Sienge que vai automatizar esse
cálculo para você, é só baixá-la gratuitamente aqui.
Existem várias formas de calcular BDI na Construção Civil, abaixo
está a fórmula sugerida pelo Instituto Brasileiro de Engenharia de
Custos – IBEC, com base em consenso internacional, para calcular
o BDI de serviços para uma empresa contratante. A fórmula para
uma empresa contratada é a mesma, apenas sem levar em conta
a Margem de Incerteza ou MI.

BDI = [( 1 + AC + CF +S +G + MI) -1] x 100


1 – (TM + TE +TF +MBC)

Sendo:

AC – Administração central:
É o rateio do custo da sede entre as obras da Construtora. Varia
de 7% a 15% (empresas com grande faturamento anual) e de
10% a 20% (empresas com pequeno faturamento anual)

CF – Custo Financeiro:
Caberá, principalmente em razão das condições de medição e
pagamento preconizadas no contrato, bem como, o programa de
desembolso verificar a necessidade de incluir o custo financeiro.

S – Seguros:
Representa os custos referentes aos seguros previstos no
contrato ou não, por exemplo: performance bond, garantia de
execução contra terceiros, etc

G – Garantias:

Refere-se ao custo para cumprir o contrato oferecendo as


garantias previstas, podem ser adotadas diversas formas: a
caução, o seguro garantia ou papéis selecionados.

MI- Margem de Incerteza


Deve ser levada em conta no cálculo do BDI apenas por
empresas contratantes. Visa melhorar eventuais distorções no
valor aproximado pelo cálculo estimado, devido ao seu caráter
genérico adotado pelos contratantes. Geralmente varia de 5% a
10%.

TM – Tributos Municipais:
Leva-se em contra tributos municipais como o ISS

TE – Tributos Estaduais:
Leva-se em contra tributos estaduais tais como o ICMS

TF – Tributos Federais:
Leva-se em conta tributos federais tais como PIS, COFINS, IRPJ,
CSLL e INSS

MBC – Margem Bruta de Contribuição (ou Lucro Bruto


Previsto):
A Margem Bruta de Contribuição é um valor aleatório, próprio de
cada empresa ou da proposta de preços, e é baseado
principalmente em função do mercado.

Como usar o BDI no orçamento

O BDI é a ferramenta ideal para fechar o preço final dos serviços


considerando a realidade econômica do momento e os
diferenciais da obra.

Para aplicá-lo no orçamento, utilize a fórmula abaixo:

Preço de venda = custo direto x (1 + BDI/100)

BDI: O QUE É E COMO


CALCULAR
O BDI é uma taxa que envolve uma série de variáveis existentes em uma obra. Apesar do
seu cálculo ser baseado em dados objetivos de cada obra, não existe uma normatização
para o cálculo de BDI.
Então, como calcular e inserir esta taxa nos custos de sua obra?

BDI: DEFINIÇÕES

A sigla BDI vem do inglês Budget Difference Income e significa Benefícios e Despesas
Indiretas (também identificado como Bonificação). É um elemento que compõe um
orçamento, normalmente calculado a partir de taxas que incidem sobre o custo do
empreendimento, definindo o custo total. Todas as despesas do projeto devem estar
inclusas neste cálculo, inclusive o lucro desejado. Nesta taxa, os benefícios relacionam-se
ao valor final estimado pelo empreendimento. Despesas Indiretas são todos os custos
assim classificados pela administração.
Nos orçamentos de obras da construção civil, a composição do BDI é feita de maneira
bastante livre. Não existem normas ou definições legais que determinem uma diretriz para
a formulação deste índice. Entre as referências mais populares, estão o Acórdão 325/2007,
do TCU (Tribunal de Contas da União), passível de larga variação, e a Lei nº 8.666, de
1993. Segundo o secretário geral da Secob (Secretaria de Fiscalização de Obras e
Patrimônio da União), André Luiz Mendes, em entrevista ao portal Construção
Mercado: “No Acordão existem critérios e diretrizes, mas é possível usar aquelas diretrizes
e chegar a 20% ou 32% [de BDI]”.
CUSTOS DA OBRA

Ainda que existam contradições no cálculo do Benefício e Despesas Indiretas, este não
pode ser feito de maneira arbitrária pela Administração, legisladores, órgãos de fiscalização
e controle. É necessário que exista uma demonstração transparente de como a taxa foi
composta e calculada.

Os custos de uma obra são calculados da seguinte maneira :

– Custos Diretos: compostos por mão de obra, materiais e tempo de uso de equipamentos
necessários a execução da obra,somados aos encargos. Em mão de obra, está inclusos
almoxarife, servente, pedreiro, bombeiro/encanador, eletricista, encarregados(s), mestre
de obras. Os materiais são cimento, areia, brita, aço, entre outros. O tempo de
equipamento usados no empreendimento refere-se a máquinas leves e pesadas, andaimes,
caminhões de fretes. São considerados encargos a perda e reaproveitamento de material e
equipamento, encargos trabalhistas e sociais. É um custo calculado de maneira objetiva,
uma vez que é resultado direto do projeto de arquitetura e projetos complementares da
obra.

– Custos Indiretos: calculados com base em fatores como impostos, (IR, PASEP, COFINS,
ISS, PIS), riscos do empreendimento, despesas financeiras, as taxas de negociação e lucro
da Construtora.

O QUE SÃO CUSTOS INDIRETOS

1) Despesas financeiras: empréstimos bancários ou recursos da construtora necessários ao


suprimento da obra. Caso as medições iniciais mantenham a obra em superávit, esta taxa
pode ser lançada em negativo.
2) Taxa de risco: tem a função de seguro. Deve ser lançada em caso de insegurança no
orçamento ou execução da obra por falta de especificações adequadas no projeto.
3) Reajuste ou diferença de reajuste: usado em obras licitadas que não preveem reajuste
ou que preveem reajuste abaixo do necessário no edital
4) Despesas do escritório central: totalidade das despesas do escritório central, diluída em
todas as obras ou fontes de faturamento. É uma taxa variável de acordo com a quantidade
de obras feitas pela empresa no momento do cálculo.
5)Bonificação: Lucro da obra esperado pela empresa. A taxa sugerida é uma média entre
4% a 5% dos valores totais da obra dependendo do porte da obra .
6) Imposto de renda: Esta taxa deve ser determinada pelo departamento financeiro da
empresa.
7) Taxa de desenvolvimento: taxa destinada a gerar um faturamento voltado
exclusivamente ao desenvolvimento da empresa.
MAS COMO CALCULAR O BDI?

Agora que você tem todas as informações sobre custos diretos e indiretos, é importante
saber como calcular o BDI. Por não haver uma determinação específica, existem várias
fórmulas possíveis.

Uma delas é calcular os custos diretos, a partir deles inferir o preço de venda. Com o preço
de venda em mãos, você faz a divisão Preço de Venda/Custos Diretos. O resultado é a
porcentagem de BDI que você precisa inferir no valor da obra. Lembre que o valor venal
da obra deve incluir o custo BDI.

Muitas empresas automatizam o cálculo de BDI, criando uma taxa fixa. Neste caso, sobre o
custo direto e valor de venda, incidem entre 20 e 32% , relativo ao BDI. Apesar de parecer
fácil, essa automatização pode trazer problemas a empresa. Neste cálculo, os orçamentos
podem ficar abaixo ou muito acima do esperado.

É muito importante que o cálculo de BDI, assim como os custos diretos de uma obra,
estejam corretamente calculados. Isso implica tanto em um orçamento seguro para obra
quanto evitar problemas administrativo-financeiros em caso de auditorias. Para ter certeza
de que os custos de sua construção ou reforma estejam corretos, conte sempre com um
especialista.

A Fórmula (Descomplicada) do BDI


Custo Direto e Custo Indireto

Em nosso primeiro artigo do blog “Como Fazer Orçamento de Obras


de Maneira Eficiente – O Guia Absolutamente Completo”, vimos:

Leitura e Interpretação de Projetos, depois, como identificar e


quantificar os serviços com a montagem das composições.

Nestas duas primeiras etapas definimos o Custo Direto da obra.

Agora, o próximo passo é compor o Custo Indireto, neste vídeo


abaixo, mostro dentro de uma obra, o que seria Custo Direto e Custo
Indireto, assista:

Assim, nosso custo relativo à administração, manutenção e suporte


das equipes no campo, ou seja, todos os custos não computados no
Custo Direto, agora são calculados no Indireto.

Antes de iniciar a fórmula em si, precisamos entender que existem


alguns custos que não estão ligadas diretamente com serviços
executados em obras, mas serão necessários para o perfeito
andamento do projeto, custos como:

 Administração Central – (rateio do custo da sede entre as obras


da construtora)
 Custo financeiro – (recomposição do dinheiro pelo fato de a
medição ser paga após a realização do serviço)
 Riscos/eventuais/imprevistos/contingências – (custos para
eventos imprevisíveis ou de difícil quantificação exata)
Aplicação do BDI descomplicado na Prática

Com estes conhecimentos em mãos, agora vamos para a


parte prática, aposto que você gostaria de ver um exemplo real de
como aplicar, CERTO?

E aplicar em uma obra real, passaremos de custos para preço de


venda da nossa obra!

Vejamos em exemplo simples, mas que funciona em qualquer


tamanho de projeto. Vamos simular uma obra com apenas 5 serviços:
Planilha de Serviços:

O Engenheiro de Custos, identificou os serviços e realizou as


composições, realizando o Custo Direto Total da obra:

Aqui preciso fazer uma observação importante, lembrar que nesta


composição de custos é necessário inserir os valores dos encargos
sociaistrabalhistas.

Essa porcentagem vai depender muito de cada construtora e sua


região, geralmente fica entre 105 a 135%.

E, significa se a hora homem de um carpinteiro é por exemplo:


R$ 5,00/h – custo direto, para o empregador o custo no mínimo sairá
por R$ 10,25/h, utilizando um encargo de 105%.

Essa alta porcentagem é resultado dos inúmeros impostos que


incidem sobre a hora homem e aos direitos dos
trabalhadores (férias, décimo terceiro, aviso prévio, etc.)

E neste exemplo apenas para simular melhor nossa fórmula, já estão


embutidos a tão famosa Leis Sociais, visto no dia a dia das
construtoras.

Voltando para nossa planilha, o valor de 8.000,00 que chegamos não


é o preço de venda e sim o Custo Direto.

Precisamos somar agora ao custo direto:

 O custo indireto;
 Custos de administração central;
 Custo financeiro, riscos/eventuais/imprevistos/contingências;
 Lucro e impostos.

Vamos simular que estes outros custos tenham os valores de:


Fórmula do Preço de Venda

Para calcular o preço de venda, a fórmula é:

Este valor de 11.500,00 é o seu preço de venda com uma planilha de


serviços com aqueles 5 serviços iniciais, caso você fosse mandar para
uma concorrência pública ou privada.
Agora, precisamos diluir este valor de preço de venda em cada um
dos 5 serviços, utilizamos um coeficiente.

Custo Direto = R$ 8.000,00

Preço de Venda = 11.500,00

11.500/8.000 = 1,4375

Este fator de 1,4375 significa que teremos um acréscimo de 43,75%


sobre cada serviço do custo direto para chegar no preço final de
venda.

Este percentual chama-se Bonificação e Despesas Indiretas (BDI).


Nossa planilha para o cliente ficaria assim:

A nossa fórmula então, ficaria assim:


Outros tipos de fórmulas do BDI
Sendo: i = taxa de Administração Central;

r = taxa de risco do empreendimento;

f = taxa de custo financeiro do capital de giro;

t = taxa de tributos federais;

s = taxa de tributo municipal – ISS;

c = taxa de despesas de comercialização;

l = lucro ou remuneração liquida da empresa.

Fonte: Metodologia de Calculo da Taxa do BDI e Custos Diretos para


Elaboração do Orçamento na Construção Civil- Maçahico Tisaka- Ex
Presidente do Instituto de Engenharia

Outro tipo de fórmula encontrada do Engenheiro Paulo Roberto Vilelas


Dias:

Onde:

AC = administração central;

CF = custo financeiro;

S = seguros;
G = garantias;

MI = margem de incerteza;

TM = tributos municipais;

TE = tributos estaduais;

TF = tributos federais;

MBC = margem bruta de contribuição.

Fonte: Livro “Novo Conceito de BDI” (Eng. Paulo Roberto Vilela Dias)

Conclusão

É possível entender o conceito de BDI de maneira bem simples e


objetiva, sem complicações e exageros na hora de passar este
conteúdo denso e muito importante para nossa área.
Realizei, em uma boa oportunidade um treinamento inteiro com a
lenda Maçahico Tisaka, sobre orçamento de obras públicas e análise
do BDI.

Na época quando terminei empolgado o curso, queria aplicar logo todo


conhecimento adquirido e dei de cara com um BDI “padrão” da
minha empresa, utilizava-se um percentual de 40% em todas as
obras.

Talvez por falta de tempo para calcular ou por ser mais ágil no
fechamento, confesso que fiquei um pouco frustrado mas pode ocorrer
em inúmeras construtoras Brasil afora.

Importante não desaminar, se você estiver na mesma situação, uma


hora será necessário rever estes cálculos e poucos saberão realizar
de maneira assertiva como você.

Parabéns por ter chego até aqui no artigo, vejo que está bem
interessado em aprender mais sobre Engenharia de Custos, portanto
dois recados importantes:

1. Não esqueça da nossa 1ª Visita na Obra – Edifício Vertical que


será nos dias 9-15 de janeiro de 2017, evento 100%
online e 100% gratuito, se ainda não cadastrou, acesse este
link: Acessar o cadastro do Visita na
Obra

2. Deixe um comentário logo abaixo, dizendo o que achou sobre o


artigo, é muito importante entender sua opinião para melhorar
cada dia mais os artigos e vídeos do blog.

Obrigado por seguir o blog, espero que esteja te ajudando de alguma


maneira.

Abraço,

Minhas Referências de sites e livros para o artigo:

http://paulorobertovileladias.com.br/wp/collection.html

http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-
construcao/95/especial-obras-publicas-como-calcular-o-bdi-281833-
1.aspx

http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/a-formula-do-bdi-
341256-1.aspx
Livro: Manual de BDI – Como incluir benefícios e despesas indiretas
em orçamentos de obras de construção civil

Livro: Orçamento de Obras em Foco – Um novo olhar sobre a


Engenharia de Custos – Roberto Sales Cardoso

por Paulo Roberto Vilela Dias

Orçamento de Obras e Cálculo do BDI

O IBEC – Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos, representante brasileiro no


ICEC – International Cost Engineering Council,desde 1981, vem atuando
em pesquisa e definindo orientação técnica sobre Orçamento de Obras e Cálculo do
BDI desde o ano de 2000.

O BDI é parte integrante da formação do preço de venda dos serviços de


engenharia.

Preço Unitário de Venda = Custo Unitário Direto x (1 + BDI)

É sabido que do aspecto de estimativa de custos de obras encontramos duas


situações bem distintas, uma que representa a ação do órgão público contratante e
a outra que é executada por parte da empresa prestadora de serviços. Assim, o
primeiro elabora o que entendemos ser o Preço de Referência da licitação e o
segundo calcula o custo do empreendimento. As características destas duas
situações citadas, são as seguintes:

PREÇO DE REFERÊNCIA (Contratante)

Custos unitários diretos genéricos multiplicados por BDI fixado.

As variáveis adotadas são médias de mercado, portanto, não são


especificadas para o projeto em questão.

Preço Unitário de Venda do Serviço = Custo Unitário Direto (*) x BDI (**)

(*) Obtidos em Tabelas Oficiais ou bancos de dados particulares


(**) BDI fixado pelo órgão público

ESTIMATIVA DE CUSTOS (Prestadora de Serviço)

Custos unitários diretos e Custo Indireto específico para o projeto em questão.


Todas as variáveis são definidas para a obra em análise.
As composições de custos unitários de serviços adotados pelos órgãos públicos e
privados representam o Custo Direto.

A definição de todas as variáveis é exclusivamente para o projeto que está sendo


calculado o custo (salários, encargos sociais, materiais, tributos e cálculo do BDI).

Ainda assim, e precisa ficar muito bem entendido, o preço de venda encontrado
pelo prestador de serviço é uma mera “Estimativa de Custos”, uma vez que a
assinatura do contrato precederá a execução da obra.

É muito importante que se estabeleçam os valores dos insumos do custo direto de


acordo com a ciência de custos, isto é, mão de obra (salários, encargos sociais,
benefícios, vale transporte e encargos complementares), materiais (fornecimento e
tributos), equipamentos (custo horário), transportes (veículos de passeio e de
carga) e taxas e tributos.

Fórmula de Cálculo do BDI:

BDI = ( ( 1 + CF + AC + S + G + MI ) -1 ) x 100
1 – ( T + LB )

1. CF é Custo Financeiro
2. AC é Administração Central
3. S é Seguros
4. G é Garantia
5. MI é Margem de Incerteza
6. T é Tributos sobre a Nota Fiscal
7. LB é Margem Bruta de Contribuição ou Lucro Bruto
Todas estas variáveis são definidas em percentuais e terão seus valores calculados
tecnicamente ou legalmente.

Tributos sobre a Construção

Salientamos a importância dos tributos nos custos dos empreendimentos de


engenharia e arquitetura, uma vez que a incidência destes nos insumos das obras é
muito elevada.

Assim, segundo estudo detalhado que elaboramos podemos dizer que


aproximadamente 41% do preço de um serviço de engenharia são tributos, de
acordo com o resumo apresentado a seguir:

Tributos sobre a Construção


Incidência
% sobre Carga
Insumos de
Preço Tributária
Impostos
Mão de Obra 39,0% 54,5% 21,3%
Materiais 40,6% 24,0% 9,7%
Equipamentos 4,0% 25,0% 1,0%
Tributos sobre a Receita 6,7% 100,0% 6,7%
Lucro / Tributos sobre o
9,7% 25,0% 2,4%
Lucro
Média dos Tributos sobre a
100,0% 41,1%
Construção
OBS: O Lucro Líquido é de 7,3%.

DEFINIÇÃO DE BDI

O BDI representa o rateio dos custos das obras não discriminados na Planilha de
Quantidades e Preços Unitários (definidos como Custos Indiretos) aplicado sobre os
Custos Unitários Diretos dos Serviços.

O BDI não tem percentual médio nem máximo, é calculado obra a obra.

Conclusões Importantes:

O preço de venda apresentado na proposta do prestador de serviço é uma mera


“Estimativa de Custos”.

As composições de Custos Unitários de Serviços devem ser constantemente


atualizadas, uma vez que é muito rápida a alteração dos procedimentos executivos
e das inovações tecnológicas e de materiais.

O BDI é um percentual proporcional à realidade da empresa ou às exigências do


contrato, ou ainda, função da localização do serviço, ou ainda, com o prazo
contratual. Portanto, não podem ser descolados destes fatores.

O BDI é variável caso a caso e só pode ser calculado após conhecido o projeto, sua
localização e com dados próprios de cada empresa.

O que é BDI?
Publicado em 24/01/2013por ricardo trevisan

15 Votes

A construção civil tem uma particularidade em relação a outras indústrias: seus


clientes exigem o detalhamento do orçamento item a item, mostrando o preço
de custo de cada um. E como não há quem sobreviva vendendo a preço de custo,
a incidência de indiretos e as margens devem ser, de alguma forma, adicionados
ao preço de custo para que o preço de venda ao cliente final apareça na própria
planilha orçamentária, pois esta é também a quantificação da proposta
comercial. Para resolver esse problema, foi estabelecida a prática de criar um
índice único aplicado a todos os itens do orçamento, agregando a incidência de
indiretos e as margens de forma global.

Há alguns problemas conceituais com o BDI. As duas últimas letras da sigla


significam Despesas Indiretas, porém o BDI inclui também os Custos Indiretos
(se você não conhece a diferença, veja o post anterior). Outro problema
terminológico é quando afirma que inclui “impostos”, quando inclui também
outros tipos de tributos. E há alguns tipos de tributos (impostos inclusive) que
NÃO estão incluídos no BDI. O Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) é um
exemplo. A letra B significa benefícios ou bonificação, no sentido de
margem de lucro (e não no do Lucro em si, como está em sua definição).
Mas é claro que o maior problema não é o terminológico com o BDI, e sim os
que trazem consequências práticas para a construtora. E calcular um índice
único para toda a produção com orçamento aberto ao cliente é o maior desafio.
Cada item tem características próprias criando fortes distinções e exigências da
administração central entre eles. Mas o BDI, em geral, deve ser único para todo
o orçamento. Portanto, para o cálculo do índice, a empresa tem que ter uma
estimativa razoavelmente precisa de seus gastos e dos retornos da obra como
um pacote fechado. E precisa conhecer bem suas despesas centrais a serem
diluídas entre diversas obras, assim como a margem de lucro possível frente a
seu mercado.

A definição do BDI (que não é necessariamente a forma como ele é efetivamente


calculado pelas construtoras) é a seguinte:
(1 + AC + DF + R) – 1 = BDI
1 – (TM + TE + TF+L)
onde:

AC = taxa de administração central


DF = taxa das despesas financeiras da obra
R = taxa de risco sistemático (não diversificável) aplicado ao empreendimento
TM, TE, TF = tributos municipais, estaduais e federais (exceto IR e CSLL)
L = margem de lucro

Por que alguns elementos estão no numerador e outros no


denominador?
Os itens do numerador aplicam-se diretamente aos custos diretos dos itens da
obra. Estes são fáceis de entender, basta majorá-los o suficiente para que estes
cubram as necessidades financeiras produzidas pela administração central,
pelas despesas financeiras da obra (taxas de juros dos credores, por exemplo) e
pelo risco sistemático.

Já os itens do denominador não se aplicam ao custo direto dos itens da obra,


e sim ao resultado da conta que estamos fazendo, pois se aplicam ao preço de
venda! O governo não tributa seus custos, e sim o valor de venda que é colocado
na Nota Fiscal. Se estes itens forem colocados no numerador, o preço de venda
não será suficiente para cobrir os tributos (faça uma simulação numérica e
perceberá isso).
O lucro também aparece aqui no denominador por ser uma taxa incidente sobre
o custo raso total do empreendimento. Se não for tratado assim, os tributos
reduzirão seu valor de forma inadequada, pois há tributos específicos para o
lucro (Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido) que não
compõem o BDI

Considerações sobre o cálculo do BDI


segundo a jurisprudência do Tribunal de
Contas da União

O BDI (taxa de Bonificações e Despesas Indiretas), também


denominada LDI (taxa de Lucro e Despesas Indiretas), é conceituado pelo
Instituto de Engenharia como “o resultado de uma operação matemática para
indicar a margem que é cobrada do cliente incluindo todos os custos indiretos,
tributos, etc. e logicamente sua remuneração pela realização de um
empreendimento”[1]. Já o TCU, na Decisão nº 255/1999 - Plenário, definiu o BDI
“como um percentual aplicado sobre o custo para chegar ao preço de venda a
ser apresentado ao cliente”.

A principal controvérsia relacionada ao BDI reside em definir quais


custos podem ser incluídos em seu cálculo, o que foi objeto de estudos
técnicos que subsidiaram os Acórdãos nº 325/2007 e nº 2.369/2011, ambos do
Plenário da Corte de Contas.

Em especial, destaca-se, de acordo com deliberações já proferidas


pelo TCU[2], a impossibilidade de comporem o BDI os seguintes tributos:
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), por incidirem sobre o preço dos materiais, não
estando incluídos, pois, na categoria de despesas indiretas; Contribuição
Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e
Direitos de Natureza Financeira (CPMF), que deixou de vigorar a partir de 1º de
janeiro de 2008; e Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição
Social sobre Lucro Líquido (CSLL), por se tratar de tributos de natureza
personalística.

A propósito, confira-se o entendimento consolidado na Súmula nº


254/2010 do TCU, verbis:

“SÚMULA Nº 254/2010 - TCU: O IRPJ – Imposto de Renda Pessoa


Jurídica – e a CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – não se
consubstanciam em despesa indireta passível de inclusão na taxa de
Bonificações e Despesas Indiretas – BDI do orçamento-base da licitação, haja
vista a natureza direta e personalística desses tributos, que oneram
pessoalmente o contratado.”
Por outro lado, na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2012 (Lei nº
12.465, de 12/08/2011), ficou estabelecido um norte mínimo para a composição
do BDI. Veja-se o teor do § 7º do art. 125 do referido diploma legal:

“Art. 125...

§ 7º O preço de referência das obras e serviços de engenharia será


aquele resultante da composição do custo unitário direto do sistema utilizado,
acrescido do percentual de Benefícios e Despesas Indiretas - BDI,
evidenciando em sua composição, no mínimo:

I - taxa de rateio da administração central;

II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos


aqueles de natureza direta e personalística que oneram o contratado;

III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento; e

IV - taxa de lucro.”
Além da discussão sobre o que pode ou não compor o BDI, há ainda a
questão da fórmula matemática a ser empregada em seu cálculo, a qual deve
refletir adequadamente a incidência de cada um de seus componentes sobre
os custos diretos.

No Acórdão TCU nº 2.369/2011 - Plenário (item 9.10 do voto do


Relator), propõe-se a adoção de fórmula matemática anteriormente trazida pelo
Acórdão nº 325/2007, porém com alguns ajustes. Confira-se:

9.10. A fórmula para obtenção da taxa de BDI proposta nestes autos, com
alguns ajustes em relação àquela adotada no âmbito do Acórdão n. 325/2007 –
Plenário, é a especificada a seguir, considerando-se que AC é a taxa de rateio
da administração central, S é uma taxa representativa de Seguros, R
corresponde aos riscos e imprevistos, G é a taxa que representa o ônus das
garantias exigidas em edital, DF é a taxa representativa das despesas
financeiras, L corresponde ao lucro bruto e I é a taxa representativa dos

impostos (PIS, COFINS e ISS).


Vale destacar que as taxas inseridas no numerador da fórmula recaem
sobre os custos diretos, ao passo que as contidas no denominador incidem
sobre o preço de venda (faturamento), como apontado no item 31 do citado
Acórdão nº 2.369/2011. Tal observação é reforçada no item 39 da mesma
decisão: “a taxa representativa da incidência de impostos constante do
denominador da fração da fórmula de cálculo do BDI é aplicada sobre o preço
da venda da prestação do serviço, enquanto que as demais taxas que figuram
no numerador são aplicadas sobre o custo.”

Especificamente no que tange aos valores referenciais para as taxas


de BDI explicitadas no Acórdão nº 2.369/2011 para cada tipo de obra, importa
observar que o intento do TCU, ao instituir valores referenciais, é o de oferecer
parâmetros para que tanto o gestor público como os órgãos de controle
possam avaliar os preços das obras, sem que se configurem os mesmos,
contudo, como “indicadores absolutos e fixos no tempo”. Nesse ponto, cabe
reproduzir esclarecedor trecho da mencionada decisão:

“234.O dever de licitar impõe à Administração Pública o dever de orçar


com critério e respeitar as peculiaridades de cada projeto. Não raro a
Administração utiliza um mesmo BDI para toda e qualquer obra. Esta
simplificação pode acarretar graves distorções no orçamento, com impacto na
contratação da obra. As peculiaridades de cada tipo de obra são os elementos
que melhor ilustram a impossibilidade de fixar taxas únicas de BDI.

235. Os percentuais variáveis dos elementos que compõem o BDI, com


exceção dos tributos, cujas alíquotas são definidas em lei, guardam estreita
relação com características particulares de cada obra, mas também com as de
cada empresa, em especial, com aquelas consideradas no momento em que
se realiza o orçamento, tais como porte e situação financeira da empresa,
número de obras em execução, representatividade do porte e da natureza da
obra para a empresa, logística necessária, necessidades operacionais,
atratividade estratégica do contrato, dentre outros aspectos.

236.Um valor de referência, contudo, não deve ser desconsiderado. Não


se trata de intervenção direta do Estado como produtor de bens e serviços,
mas de mediação na busca do equilíbrio entre a Administração Pública, a
sociedade e os prestadores de serviço. Uma referência é necessária para
possibilitar que o gestor, por exigência legal, estime o orçamento, já que não
possui as características das empresas e precisa se orientar por um padrão
que simule a estrutura de custos das licitantes. Isso não significa que não haja
discrepâncias nas propostas ofertadas. Porém, maiores divergências em
relação à referência adotada somente poderão ser justificadas caso
identificadas as características ou as causas que as originaram.

237.Por outro lado, não cumpre especialmente ao TCU estipular às


construtoras percentuais fixos para cada item que compõe a taxa de BDI,
ignorando as peculiaridades da obra e das empresas que contratam com a
Administração pública, e até mesmo da conjuntura econômica do país. Sobre o
tema, de forma muito incisiva no caso concreto de contratos da obra de
construção da Ferrovia Norte-Sul, trata o Acórdão 2.843/2008 - Plenário:

‘Sumário:

(...)

A negação de um limite para a remuneração das empresas em seus BDIs,


obtidos de valores comumente praticados em empreendimentos congêneres,
não somente pode propiciar um enriquecimento sem causa do particular, mas
violar uma série de princípios primordiais da Administração, mormente a
economicidade, eficiência, moralidade e finalidade, além de viciar a avença em
seus basilares de boa-fé e função social do contrato.
Voto

(...)

21. Adentro, agora, no questionamento do BDI utilizado na composição


dos custos de referência. Segundo o agravo, o percentual de 20,25% do
SICRO2 seria incompatível com a realidade das empresas e das
características da obra em questão. Esta parcela seria a verdadeira causa do
sobrepreço encontrado pela SECOB, a redundar na adoção da medida
cautelar.

22. Na alegação da especificidade do BDI para cada empresa e cada


empreendimento, assiste razão às contratadas; realmente, concordo que cada
construtora tenha o seu BDI específico, visto a estrutura organizacional distinta
de cada particular. De igual maneira, é verdade que cada obra exija nuanças
administrativas diferentes ou necessidades díspares a impactar diferentemente
em seus custos indiretos.

23. Entretanto, um BDI médio – aceitável – tomado a partir de obras de


tipologia semelhante, não é somente possível, mas indispensável. É bem
verdade que cada empresa alveja uma margem de lucro e que possui maior ou
menor estrutura, mas a negação de um limite não somente pode propiciar um
enriquecimento sem causa, mas violar uma série de princípios primordiais da
Administração, mormente a economicidade, eficiência, moralidade e finalidade.
Excessos na remuneração, provindos ou não do BDI, viciam a avença em seus
basilares de boa-fé e função social do contrato.

24. Ao estabelecer um BDI referencial, portanto, não se alvitra,


simplesmente, fixar um valor limite para o contratado. A utilização de um valor
médio, em associação a outros custos do empreendimento, propicia a
percepção de um preço esperado da obra – aceitável –, harmônico entre os
interesses da Administração e do particular.’

238.O objetivo do presente trabalho é oferecer parâmetros para que


gestores públicos e órgãos de controle possam avaliar os preços das obras,
com um BDI simplificado e razoável, permitindo maior concentração na análise
dos preços unitários para detectar com segurança possíveis
incompatibilidades. Esse procedimento facilita o acompanhamento dos serviços
executados na obra, evita repercussões indesejadas no seu preço total
decorrentes de eventuais aditamentos contratuais, além de minimizar as
eventuais distorções decorrentes da vinculação da variação de qualquer custo
direto à variação indiscriminada de todos os custos indiretos.

239.O que importa é estipular faixas de aceitabilidade para esses itens de


forma a coibir valores abusivos ou injustificados de preços, melhorar a
eficiência dos gestores, promover o uso mais racional dos recursos públicos,
bem como assegurar que o procedimento licitatório permita a seleção da
proposta o mais consistente sob o prisma do mercado, e assim,
verdadeiramente, a mais vantajosa para a Administração Pública.
240.A adoção de um BDI a ser observado na composição do preço de uma
obra ou serviço de engenharia encontra amparo na LDO. A Lei determina que o
preço de referência das obras e serviços será aquele resultante da composição
do custo unitário direto do Sinapi e do Sicro, acrescido do percentual de
Benefícios e Despesas Indiretas incidente, que deve estar demonstrado
analiticamente na proposta do fornecedor.

241.Observa-se que, assim como se deve determinar o detalhamento dos


custos unitários, deve-se exigir dos licitantes o detalhamento de sua
composição de BDI e dos respectivos percentuais praticados, não só para
realização de crítica dos componentes considerados pelos licitantes, mas
também para a formação de uma memória de valores que permita à
Administração pública, tendo em vista as peculiaridades de cada obra e
empresa, realizar orçamentos com precisão cada vez maior. Nesse contexto, é
importante considerar que qualquer variável de formação do BDI é passível de
ocorrer ou não, incluindo o lucro e os tributos sobre o lucro.

242.Entende-se, no entanto, que a análise de orçamentos de obras


públicas deve ser realizada com base nos preços dos serviços, isto é, deve ser
feita a comparação do preço orçado e/ou contratado com o preço paradigma de
mercado, pois a verificação de apenas um dos componentes do preço – custos
unitários dos serviços ou taxa de BDI – é insuficiente para constatação da
adequabilidade da planilha orçamentária de uma obra, conforme dispôs a
ementa do Acórdão n.1.551/2008 – Plenário:

‘9. Não se admite a impugnação da taxa de BDI consagrada


em processo licitatório plenamente válido sem que esteja cabalmente
demonstrado que os demais componentes dos preços finais estejam
superestimados, resultando em preços unitários completamente dissociados do
padrão de mercado. Na avaliação financeira de contratos de obras públicas, o
controle deve incidir sobre o preço unitário final e não sobre cada uma de suas
parcelas individualmente. (...), (grifo nosso).’

243.Cumpre ressaltar, também, que é dever do gestor zelar pelo Erário e,


portanto, cabe a ele garantir que, nos contratos firmados, os preços dos
serviços estejam adequados, isto é, sejam iguais ou inferiores aos preços
paradigma de mercado, não exista jogo de planilha no orçamento, o projeto
básico seja bem elaborado, contenha orçamento detalhado do custo global da
obra fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente
avaliados e em custos unitários de serviços menores ou iguais à mediana do
Sinapi e, no caso de obras e serviços rodoviários, à tabela do Sistema de
Custos de Obras Rodoviárias (Sicro) e exista a composição da taxa de BDI
adequada à obra.

244.Por fim, as variáveis envolvidas em cada item que compõe o BDI


estão em constante mutação, imprimem um caráter dinâmico ao processo de
parametrização, não se configurando como indicadores absolutos e fixos no
tempo. Em cada atividade que se lance, haverá variáveis que não encontrarão
conformidade no todo, mas a construção de um cenário em que o
planejamento orgânico e estruturado esteja presente deixará a Administração
Pública menos vulnerável aos erros, menos sujeita às contingências da impro-
visação e, por conseqüência, mais próxima aos êxitos e acertos.” (grifou-se)
Com isso, à exceção dos tributos, que possuem suas alíquotas fixadas
em lei, as demais taxas que compõem o BDI podem apresentar valores
distintos daqueles indicados como referência pelo TCU, desde que
devidamente justificadas e comprovadas pela licitante as causas que
originaram a divergência de valores.

Particularmente quanto à taxa relacionada ao lucro, esclarece o


multicitado Acórdão nº 2.369/2011 o seguinte:

“177. O lucro é um conceito econômico que pode ser descrito de diversas


formas para representar uma remuneração alcançada em consequência do
desenvolvimento de uma determinada atividade econômica. Complementa a
formação do Preço de Venda, sem que possa ser considerado como item de
custo, já que é uma parcela que contempla a remuneração do construtor.

178.Há uma grande indefinição quanto às margens de lucro competitivas.


Um procedimento cada vez mais utilizado para calcular o lucro de um
empreendimento toma como base a TIR – Taxa Interna de Retorno, que é a
taxa que iguala o investimento inicial ao fluxo de caixa de todo o período. A TIR
deve acompanhar as taxas de mercado para a remuneração do capital
acrescentando-se uma taxa de risco empresarial. Neste tipo de análise, a visão
do lucro deixa de se restringir ao um valor absoluto e passa a considerar o
tempo de retorno do investimento.

179.No entanto, seja qual for o procedimento de cálculo adotado, deve-se


lembrar que o lucro declarado no BDI é apenas uma meta, que, se alcançada,
torna possível a justa remuneração da empresa em decorrência da obra. Ainda,
como na maioria das vezes, sendo empresa de mercado, detentora de
informações e competências, utilizará de sua vantagem de forma a otimizar os
custos para maximizar seu lucro por meio da diferença entre a receita e o custo
de produção. Isto é lícito e aceitável.

180.A Constituição Federal, no seu art. 173, § 4º, condena o abuso do


poder econômico, exteriorizado pela ‘dominação dos mercados’, pela
‘eliminação da concorrência’ e pelo ‘aumento arbitrário dos lucros’. Observa-se
que não há condenação à prática de lucros ou qualquer definição que
considere o que seja lucro abusivo ou aceitável; o que se condena é o aumento
arbitrário, que caracterize abuso de poder econômico.

181.Também, a Lei 8.666/1993, no seu art. 43, inciso IV, ao estabelecer o


critério de julgamento dos preços praticados na licitação, tem como parâmetro
os preços correntes no mercado. Por conseguinte, sendo o preço proposto pelo
licitante, incluindo o BDI, compatível com o preço de mercado, não há que se
falar em lucro excessivo.

182.Ademais, ao utilizar os conceitos anteriormente mencionados e tendo


em vista que o lucro representa a remuneração de fatores como o custo de
oportunidade do capital aplicado, a capacidade administrativa, gerencial e
tecnológica adquirida ao longo de anos de experiência no ramo, a
responsabilidade pela administração do contrato e a condução da obra, a
estrutura organizacional da empresa e os investimentos na formação
profissional do seu pessoal, além de criar a capacidade de reinvestir no próprio
negócio, e não somente da atividade econômica da empresa, ficará evidente a
árdua tarefa de se definir um percentual máximo para a aceitação do lucro. Não
há, pela mera análise do percentual praticado, como caracterizá-lo como
excessivo ou abusivo, também não se pode limitar o lucro praticado pelo
empreendedor se não for constatado abuso de poder econômico decorrente de
seu aumento abusivo.

[...]

190. Embora o trabalho procure estabelecer, com base em números


indicativos do seguimento da construção civil, uma faixa de variação
considerada aceitável para o percentual de lucro praticado pelas empresas em
licitações públicas, vale ressaltar que trata-se de uma faixa de referência, não
havendo previsão legal para que essa seja fixada ou limitada.

191. Assim, seguindo o mesmo critério utilizado para o item Administração


Central, chega-se para as obras e serviços de engenharia a seguinte faixa de
variação de referência para o item Lucro:

Parcela de Lucro na Composição do BDI


Valores incidentes sobre Custo Direto

Obras e serviços de engenharia Mínimo Máximo Médio

Faixa de variação de referência 5,00% 12,00% 8,50%

Tabela 14 – Parcela de Lucro na composição da taxa de BDI.” (grifou-se)


Como visto do trecho acima transcrito, não há norma legal que limite o
lucro das empresas; o que se coíbe é o seu aumento arbitrário. Nesse
diapasão, cabe à Administração solicitar da contratada informações que
justifiquem o percentual adotado para a taxa de lucro, a fim de que consiga o
gestor, no caso concreto, compará-lo com a média do mercado e, em
consequência, apurar se há ou não abuso de poder econômico decorrente do
aumento excessivo do lucro.

Em relação aos tributos ISS, PIS e COFINS, insta frisar que suas
alíquotas são fixadas por lei, cabendo, no ponto, tecer apenas algumas
considerações.
De início, no que tange ao ISS, “destaca-se que os municípios gozam
de autonomia para fixar as alíquotas deste tributo, desde que respeitados
esses limites[3], e que, nos orçamentos, se deve adotar a alíquota de ISS do
município onde o empreendimento é realizado, e não aquela de onde fica a
sede da empresa construtora” (Acórdão nº 2.369/2011 – Plenário, item 170).

Ademais, convém destacar que, nos termos do art. 7º, inciso I, § 2º, da
Lei Complementar nº 116/2003, a base de cálculo do referido tributo é o preço
do serviço, excluído desse montante o custo dos materiais fornecidos.

Assim, deverá a Administração observar se a alíquota do ISS aplicada


pela contratada é a mesma adotada no Município onde os serviços estão
sendo prestados. Além disso, “É certo que a alíquota efetiva de ISS a
configurar na taxa de BDI será inferior à taxa prevista na legislação do
município onde será realizada a obra, pois deve ser desconsiderada a despesa
relativa aos materiais” (Acórdão nº 2.369/2011 – Plenário, item 175).

Já no que se refere ao PIS e à COFINS, suas alíquotas variam de


acordo com o regime de tributação do Imposto de Renda escolhido pela
empresa. Ou seja, para as empresas que optam pelo regime de incidência não-
cumulativa (lucro real), as alíquotas de contribuição para o PIS e para a
COFINS são, respectivamente, de 1,65% e 7,6%, ao passo que, para as que
optam pelo regime de incidência cumulativa (lucro presumido), tais alíquotas
são, respectivamente, de 0,65% e 3%.

Importante atentar ainda, como mencionado no item 164 do Acórdão nº


2.639/11 – Plenário, para o disposto no art. 8º da Lei nº 10.637/2002 e no art.
10 da Lei nº 10.833/2003, os quais prevêem hipóteses de sujeição ao regime
de incidência cumulativa, destacando-se, dentre elas, as seguintes: pessoas
jurídicas tributadas pelo Imposto de Renda com base no lucro presumido ou
arbitrado; pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES; e receitas decorrentes da
execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de
construção civil, até 31/12/2015 (Lei nº 12.375/2010).

Desse modo, de acordo com os dispositivos legais supracitados,


permanecem aplicáveis as alíquotas de 0,65% e 3%, respectivamente, para o
PIS e para a COFINS, nas hipóteses neles arroladas, o que inclui as obras de
construção civil. Contudo, também esclarece o TCU no item 166 do Acórdão nº
2.369/2011 que se excetuam dessa regra os serviços técnicos especializados
(projeto, consultoria, gerenciamento, fiscalização), aos quais permanecem
aplicáveis as alíquotas do regime não-cumulativo, de 1,65% e de 7,6%.

Desta feita, faz-se necessário que, em cada caso concreto, a


contratada comprove por meio de documentação seu regime de tributação, a
fim de que possa ser certificado pela Administração se as alíquotas do PIS e da
COFINS consignadas na planilha de formação do BDI conferem com sua
opção tributária. Ressalta-se ainda que, caso o serviço objeto da contratação
não se enquadre como serviço técnico especializado, deverá a Administração
solicitar a adequação das alíquotas ao regime cumulativo (0,65% e 3%), além
de providenciar o ressarcimento imediato das eventuais diferenças apuradas.
NOTAS
[1] Acórdão TCU nº 325/2007 – Plenário.

[2] Item 21 do Acórdão TCU nº 2.369/2011 - Plenário.

Alíquota mínima de 2% e máxima de 5%, conforme fixado,


[3]

respectivamente, pelo art. 88, inciso I, do Ato das Disposições Constitucionais


Transitórias da Constituição Federal e pelo art. 8º, inciso II, da Lei
Complementar nº 116/2003.

BDI: o que é e como calcular?


A precificação de obras é uma tarefa complexa e requer cuidado a detalhes
que, muitas vezes, passam despercebidos. O problema é que, quando isso
acontece, sua margem de ganho pode ser reduzida, comprometendo seu lucro
e até mesmo o andamento da construção. Além da margem de ganho, é
preciso considerar os custos diretos e indiretos. Uma forma eficiente de fazer
isso é calcular o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas).

O cálculo do BDI é o seu melhor aliado na composição de preços e organização


de projetos. Essa fórmula contribui para formação de valores justos e precisos.
Mas é preciso conhecer bem os itens que compõem o cálculo e como chegar ao
preço final. Neste artigo você vai entender o conceito e como colocar o BDI em
prática. Confira!

O que é BDI?
O termo BDI vem do inglês Budget Difference Income, que no Brasil foi
traduzido como Benefícios e Despesas Indiretas. No cálculo do preço final, o
BDI é um componente adicional aos custos diretos.

Para chegar ao BDI é preciso apurar uma série de elementos atrelados ao preço
da construção. Por isso é fundamental ter um boa gestão de obras, o que
assegura que não haja distorção de valores ou informações.

Os elementos necessários no cálculo do BDI são:

 Administração Central (AC) — despesas com a estrutura administrativa da


empresa, como aluguel, recursos humanos, serviços de telecomunicações etc;
 Custo Financeiro (CF) — é uma estimativa do quanto o capital investido na
obra renderia caso estivesse aplicado no mercado financeiro (uma das
referências usadas nesse caso é o rendimento do CDB);
 Seguros (S) — é o percentual (cerca de 0,6%) sobre o total da obra, que
deve ser reservado como seguro básico;
 Garantias (G) — é a taxa de caução, seguro garantia, fiança bancária ou
títulos da dívida pública;
 Margem de Incerteza (MI) — representa custos com imprevistos não
cobertos por seguros;
 Tributos Municipais (TM) — taxa relativa ao Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza (ISSQN) e outros tributos municipais;
 Tributos Estaduais (TE) — compreende o percentual dos tributos estaduais,
como o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), quando
houver;
 Tributos Federais (TF) — entram as contribuições para os Programas de
Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins),
por exemplo;
 Margem Bruta de Contribuição (MBC) — é a lucratividade prevista para o
projeto.

Como é feito o cálculo do BDI?


Todos os elementos apresentados acima são incluídos na fórmula usada para
chegar ao BDI, que resultará em um percentual a ser utilizado na composição
de preço. Confira a estrutura do cálculo:

BDI = (1 + (AC + MI + S + G)) (1 + CF) (1 + MBC) – 1


1 – (TM + TE + TF)

O item que nem sempre se aplica ao cálculo é a tributação estadual. No mais,


todos os outros elementos são imprescindíveis para chegar a um resultado
preciso. Antes de iniciar a composição de preço, portanto, é necessário
relacionar todos esses componentes, como no exemplo a seguir:

Item Percentual (%)

Administração Central 5,00%

Custo Financeiro 1,40%

Seguro 0,60%

Garantias 0,20%

Margem de Incerteza 1,50%

Tributos Municipais 3,00%

Tributos Estaduais –
Tributos Federais (PIS e Cofins) 4,00%

Margem de Contribuição 8%

BDI = (1 + (5 + 1,5 + 0,6 + 0,2)) (1 + 1,4) (1 + 8) – 1


1 – (3 + 0 + 4)

BDI = 26,35%

Esse percentual deve ser considerado no cálculo do preço de venda, obtido pela
fórmula:

PV = CD (1 + BDI/100)

Sendo:

PV: Preço de Venda

CD: Custos Diretos

BDI: Benefícios e Despesas Indiretas

Considerando uma obra que tenha custos diretos de R$ 10.000,00, o preço de


venda será o seguinte:

PV = 10.000 (1 + 26,35/100)

PV = R$ 12.635,00

Caso o cálculo tivesse sido feito considerando apenas os custos diretos e a


margem de ganho pelo serviço, o valor final seria R$ 10.800,00.

O BDI, portanto, assegura que o seu lucro não será comprometido com custos
indiretos, como imprevistos e tributos. Mas para não sofrer perdas mesmo
depois da composição do preço final, certifique-se de fazer o controle eficiente
dos gastos da obra.

Benefícios e Despesas Indiretas


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Benefícios e Despesas Indiretas (BDI[a]) é o elemento orçamentário destinado a cobrir


todas as despesas que, num empreendimento (obra ou serviço), segundo critérios
claramente definidos, classificam-se como indiretas (por simplicidade, as que não
expressam diretamente nem o custeio do material nem o dos elementos operativos sobre
o material — mão-de-obra, equipamento-obra, instrumento-obra etc.) e, também,
necessariamente, atender o lucro.
Na composição do BDI acham-se, segundo os critérios claramente definidos e de acordo
com metodologia matemática de cálculo precisamente estabelecida, os custos de (1)
administração central, em parcela rateada para o empreendimento em causa; (2) custo de
capital financeiro contraído ao mercado; (3) margem de incerteza (aceitável apenas para o
contratante, em razão de este desconhecer, a priori, o cenário de ofertantes e de ofertas
disponíveis no mercado); (4) carga tributária específica, nas várias esferas estatais) e (5)
lucro (lucro bruto ou margem de contribuição). Como se vê, todos são elementos de custo
indireto.[1]
BDI é a parcela de custo que, agregada ao custo direto de um empreendimento, obra ou
serviço, devidamente orçado, permite apurar o seu custo total.[2] Objetiva suportar os
custos que, conquanto não-diretamente incorridos na composição do binômio
"material versus elementos operativos sobre o material (tradicionalmente denominado
apenas mão-de-obra), todavia incorrem também na composição geral do custo total.[2]
Costuma-se expressá-lo em valor relativo ou percentual (mais usual), ou por
unidade (menos comum, porém muito mais útil em análise) relativamente ao custo direto.
O fato de ser assim expresso (relativamente ao custo direto, porém de modo indireto), é
uma justificativa adicional pela qual se diz elemento de custo indireto. Contudo, a razão
própria dessa qualificação acha-se na sua composição, conforme exposto.[1]

Origem do termo[editar | editar código-fonte]


BDI é sigla originária da cultura anglo-saxônica, a significar Budget Difference Income.
Costuma ser traduzido por Benefícios e Despesas Indiretas (mais usual) ou por Bônus
e Despesas Indiretas (menos usual).[3] Em Engenharia de custos, é o elemento
orçamentário destinado a cobrir todas as despesas que, numa obra ou serviço, segundo
critérios claramente definidos, classificam-se como indiretas (por simplicidade, as que não
expressam diretamente nem o custeio do material nem o dos elementos operativos sobre
o material — mão-de-obra, equipamento-obra, instrumento-obra etc.), como o custeio
da carga tributária nas várias esferas estatais, o das inversões financeiras havidas no
mercado de capitais, e, também, necessariamente, o lucro bruto (ou margem de
contribuição). É, pois, uma diferença de ingresso orçamentário.[2]

BDI: a polêmica[editar | editar código-fonte]


Nomenclatura[editar | editar código-fonte]
A nomenclatura Benefícios e Despesas Indiretas (tradução/adaptação por conveniência
direta e simplista), conquanto usual por algumas décadas nos meios orçamentários, tem
sido objeto de contestação e, mesmo, refutação, por se questionar (até em nível de
tribunais de contas) se seria ou não um item legitimo ou necessário de composição
orçamentária, ou se, ao menos em parte, não se destinaria a cobrir vantagens escusas
(ideia sugerida pelos substantivos benefícios ou bônus).

Função BDI[editar | editar código-fonte]


BDI, a despeito de alguma confusão conceitual e eventualmente também operativa, pode
entender-se como função que associa ao binômio "custo direto (às vezes chamado
simplesmente custo) versus custo total" um número (expresso em percentagem (%) ou
em por unidade (pu)) — que exprime quanto do custo total calculado sobre o custo direto a
este se agregou para compor o custo total do empreendimento.[1]
Isso pode ser assim expresso, em linguagem matemática simbólica[1]:

Nota-se, a bem do rigor matemático (imprescindível), que BDI não é simplistamente "um
percentual que multiplica o preço de custo tal que venha a resultar o preço de venda". A lei
de composição é diferente. É precisamente a que está expressa na relação de
equivalência acima.
Ademais, deve-se lembrar que a mesma relação de equivalência acima apresentada pode
ser expressa em por unidade (pu), como segue:

Por que isso é importante? Pelo fato de — ainda que o conceito mesmo
de BDI permaneça polêmico (tanto que se desvinculou da significação originária, anglo-
saxônica, sem, entretanto, perder-lhe a essência) — sim, pelo fato de, como quer que seja,
ele expressar, como expressa, uma "diferença" (difference) de ingresso (income)
orçamentário (budget). Noutros termos, para se compor o preço de venda de algo, o que
quer que seja, além do preço de custo (direto), outros custos (ditos indiretos) também
expressos em preços, somados ao lucro (outras vezes chamado de margem de
contribuição) necessariamente intervêm.

Custos versus despesas[editar | editar código-fonte]


Nos orçamentos, dois componentes determinam o preço final de uma obra: os custos
diretos e o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), onde:

 Custos diretos são aqueles que ocorrem especificamente por causa da execução do
serviço objeto do orçamento em análise; e
 Custos indiretos são os que, embora não incorporados ao produto final (v.g., os
impostos, imprevistos, mobilização e desmobilização, juros entre outros) todavia
contribuem para a formação do custo total.[1]

Composição do BDI[editar | editar código-fonte]


Em síntese, o BDI deve contemplar tão somente os custos que contabilmente se
classificam como despesas indiretas. Com efeito, o BDI responde pelos seguintes
elementos de custo do empreendimento:

 Elementos de composição direta (comparecem em numerador):

1. custo rateado da Administração Central, relativamente à obra em causa;


2. custo financeiro relativo a tomadas de recursos externos à empresa;
3. custo de risco relativo ao cenário de incertezas reinante no mercado;

 Elementos de composição inversa (comparecem em denominador):

1. Tributos municipais incidentes sobre o empreendimento;


2. Tributos estaduais incidentes sobre o empreendimento;
3. Tributos federais incidentes sobre o empreendimento;
4. Lucro a ser auferido pela empresa com o empreendimento.
Outros gastos devem ser incluídos analiticamente na planilha orçamentária como custo
direto.

Expressão de cálculo do BDI[editar | editar código-fonte]


Como se calculam os BDIs? Essa é uma questão importante, que tem merecido estudos
de especialistas e entidades especilizadas. A metodologia matemática, quer se trate de
contratante de uma obra/serviço, quer se trate de proponente licitante, eventualmente
contratado futuro, é a mesma, em essência. Contudo, algumas especificidades de cenário
conduzem a visões diferencicadas e, assim, a estimativas diferentes entre contratante e
licitante/contratado. A principal dessas especificidades diz respeito ao fato concreto de
que, para o contratante, o cenário de propontentes licitantes é, em princípio,
desconhecido, o que o leva a agregar uma variável chamada margem de incerteza (MI) à
sua expressão para sua estimativa do BDI. Já o licitante, cada qual por si, tem um cenário
em princípio conhecido, vez que a sua relação será unívoca com o contratante, razão pela
qual ele não agrega a margem de incerteza na sua estimativa do BDI. Naturalmente, ele, o
licitante, tem à sua frente as incertezas e os riscos de mercado, porém fá-los diluir noutras
variáveis, usualmente o custo financeiro (CF).
O Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos – IBEC (http://www.ibec.org.br), com base
em consenso internacional, sugere a seguinte expressão para a estimativa do BDI%, que
— ressalte-se — vale tanto para contratante como para licitante (a ser contratado):

expressão na qual:

 AC = Administração Central, custo da (%);


 CF = Custo Financeiro (%);
 MI = Margem de Incerteza (%);
 TM = Tributos Municipais (%);
 TE = Tributos Estaduais (%);
 TF = Tributos Federais (%);
 MC = Margem de Contribuição ou Lucro (%).
A composição do denominador variará conforme a ordem jurídico-política de cada
país. Alguns adotam Estados, outros, Províncias ou estrutura diversa. Porém, em
essência, o grupo (TM+TE+TF) comparece para representar a carga tributária
vigente.
O Instituto de Engenharia – IE (http://www.ie.org.br), apresenta uma
expressão conversível naquela utilizada pelo Instituto Brasileiro de Engenharia de
Custos – IBEC(http://www.ibec.org.br). Ambas são matematicamente quase-
equivalentes, com desvio mínimo (cerca de ±1%) no domínio dos valores
praticados no mercado. Ademais, a expressão praticada pelo IBEC é
estruturalmente muito mais simples.

 Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos e Instituto de Engenharia,


no Brasil;
 International Cost Engineering Council, no domínio internacional.
O Acórdão do TCU para BDI[editar | editar código-fonte]
No âmbito brasileiro, em 25 de setembro de 2013, o Tribunal de Contas da União,
em razão dos frequentes conflitos de entendimento acerca das regras e dos
valores paramétricos componentes do BDI, e, por consequência, das bem
frequentes demandas judiciais e seguimentos recursais, muitas vezes com atrasos
ou, mesmo de anulação ou impedimento de licitações e de contratações, resolveu
empreender um amplo estudo, que culminou com a promulgação de um Acórdão
(o "Acórdão TCU do BDI, Acórdão n.º 2622/2013 – TCU – Plenário, Processo
036.076/2011-2"), com a finalidade de pacificar tanto o entendimento como a
aplicação prática da função de BDI, fazendo tabelar valores mínimos, médios e
máximos por tipologia de obra.
Cautelarmente, deve ser esclarecido que a base conceitual de composição do
elemento de custo indireto BDI, conforme equacionada no tópico anterior, ainda
permanece válida com a publicação do Acórdão TC n.º 2622/2013. Apenas os
valores foram disciplinados.
"Trata-se do processo administrativo referente ao estudo desenvolvido por grupo de trabalho constituído por
membros de várias unidades técnicas especializadas deste Tribunal, com coordenação da Secretaria de
Fiscalização de Obras Aeroportuárias e de Edificação – SecobEdif, em atendimento ao Acórdão n. 2.369/2011 –
Plenário, objetivando efetuar a análise pormenorizada dos parâmetros que vêm sendo adotados por esta Corte de
Contas para definição de valores de referência para as taxas de Bonificações e Despesas Indiretas – BDI das obras
públicas, em especial no concerne ao exame da adequabilidade dos percentuais sugeridos em dois julgados deste
Tribunal (Acórdãos ns. 325/2007 e 2.369/2011, ambos do Plenário), com base em critérios contábeis e estatísticos e
na verificação da representatividade das amostras selecionadas."

Com a publicação desse Acórdão, efetivamente aquela matéria que, embora


bem estruturada conceitual e tecnicamente, propendia aos conflitos de
interesses e a entendimentos equivocados, foi de fato pacificada.

Definições da AESBE[editar | editar código-fonte]


A Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE, no
seu "Manual para Orçamentação de Obras de Saneamento", define:

 Os preços das unidades definidas na relação quantitativa serão os


orçados e aprovados, e cobrirão os custos previstos na composição e
regulamentação de preços e todas as despesas diretas e indiretas.
A medição dos serviços será feita de acordo com os critérios pré-
estabelecidos na regulamentação de preços e especificações.
Benefícios e Despesas Indiretas: é a taxa percentual determinada pela
contratante que incide sobre todos os preços unitários compostos pelos
materiais, como pela mão de obra, encargos sociais e trabalhistas, e
equipamentos, incluindo os tributos necessários e fretes. (É importante notar
aqui que incidir sobre preços e encargos, evidentemente, não significa conter,
ou, mesmo, ser tais encargos e preços)
Salvo condições contrárias expressas no contrato, remunera as despesas a
seguir relacionadas:

 Equipe administrativa da sede da empresa composta por: diretoria,


engenheiro, chefe de escritório, encarregado de compras, auxiliar de
escritório, contador, datilógrafo, etc;
 Equipe administrativa de campo, composta por: engenheiro, mestre de
obras, encarregados, apontador, vigia, fiscal de obras e etc.;
 Despesas na sede da empresa e no canteiro de obras com aluguéis,
impostos, taxas, licenças, tarifas de energia elétrica e de água,
telecomunicações, materiais de consumo e limpeza, transporte de pessoal
na obra, provisão e suprimentos de água e energia elétrica no canteiro,
transporte local, manuseio, guarda e administração na obra, ferramentas,
equipamentos de transportes para execução dos serviços, tais como,
andaimes, equipamentos de proteção individual e de segurança, higiene,
sinalização contra acidentes de trabalho e de trânsito, alojamento e
alimentação de pessoal e outras despesas não discriminadas e não
remuneradas à parte ou não remunerado como insumo na composição de
preço unitário;
 Acompanhamento topográfico da obra, exceto se previsto na composição
de preços unitários;
 Lucro, seguros e riscos.
Saiba o que é o BDI na Construção
Civil
O orçamento da obra é um dos documentos mais importantes a serem
elaborados antes da execução de um projeto. Ele é o documento
responsável por definir os custos da construtora, assim como o preço
de venda para o cliente, por isso é importante saber o que é o BDI na
construção civil.
Os custos estão divididos em diretos e indiretos. Os custos diretos são
aqueles relacionados à atividade de construção em si. Eles são os
custos de mão de obra, materiais e equipamentos. Já os indiretos se
referem a serviços necessários para se viabilizar a execução da obra.
Neles, estão os custos com instalação e manutenção do canteiro de
obras, escritório administrativo da empresa, despesas financeiras,
risco da obra, segurança do trabalho, transporte de cargas etc.

O orçamento da obra vai além dos


custos
A soma dos custos diretos e indiretos nos dá os custos totais. No
entanto, para elaborar o orçamento completo e chegar ao preço final
de venda, é preciso acrescentar a eles os Benefícios e Despesas
Indiretas (BDI).
Os benefícios se referem à margem de lucro que a construtora
pretende ter sobre o valor final da obra, incluindo os custos totais e as
despesas indiretas. Estas últimas se referem àquelas despesas que
não estão relacionadas com a realização da obra. Vejamos com mais
detalhes a seguir.

Elementos do BDI na construção


civil
 Administração central (AC): É um percentual dado pela parte do custo
da empresa que é devida à manutenção da sua sede, incluindo aí os
gastos com gestão de pessoas, marketing, contabilidade,
departamento jurídico etc. Este valor deve ser rateado entre todas as
obras executadas pela empresa.
 Custos financeiros (CF): É um percentual referente à tomada de
dinheiro no mercado financeiro, caso necessário para arcar com os
custos da obra. Neste valor, estão inclusos a taxa de juros e o tempo
entre a tomada de empréstimos e o primeiro pagamento feito pelo
cliente.
 Margem de incerteza (MI): Esta margem entra apenas no cálculo da
contratante, já que para ela os custos da obra são apenas estimados. O
valor deve variar entre 5% e 10% do total do custo da obra.
Estes três valores acima são chamados de elementos de composição
direta, que incidem sobre o custo e aparecem no numerador da função
BDI. Já os elementos de composição inversa incidem sobre o preço
final do projeto e ficam no denominador da função. São eles:
 Lucro (L): O percentual de lucro deve ser definido com base na
complexidade do projeto, na sua análise de risco e do que é praticado
pelo mercado.
 Tributos (T): Percentuais que incluem tributos municipais, estaduais
e federais, como ISS, COFINS, PIS, IRPJ etc.
Assim, o BDI em forma de percentual é definido por:
BDI (%) = { [ (1 + (AC + CF + MI)) / (1 – (T + L)) ] – 1} x 100%
Segue abaixo um exemplo de aplicação da fórmula:

BDI (%) =
BDI (%) = 51,21%

Variações no cálculo do BDI


Os elementos utilizados para compor o BDI na equação acima foram
baseados na cartilha do BDI do CREA-ES. Outros autores podem
acrescentar outros elementos, como seguros e garantias (que incidem
sobre os custos da empresa) e a taxa de despesas de
comercialização (incidente sobre o preço final). Apesar das variações,
o princípio é o mesmo e os elementos que incidem sobre os custos
devem ficar no numerador e os que incidem no preço final devem ficar
no denominador.
Preço de venda
Agora que as despesas indiretas e o lucro foram considerados, o
cálculo do preço final do projeto, ou preço de venda (PV), pode ser
calculado. Ele é dado pelo valor do custo direto (CD) acrescido pelo
percentual resultante do BDI sobre este próprio custo. Sua fórmula é:
PV = CD x (1 + BDI/100%)
Exemplo:

PV = R$ 75.605,00
A elaboração do orçamento da obra exige bastante atenção devido
aos seus detalhes. A exclusão dos benefícios e das despesas
indiretas do cálculo do preço de venda pode levar uma empresa a
vencer uma licitação por um preço muito menor ao valor que será
necessário gastar na obra. Assim, os prejuízos devidos à negligência
destes valores podem ser bastante significativos, desestruturando
a organização financeira da construtora.

Como calcular o BDI conforme recomendações do TCU


Publicado em 21 de Fevereiro de 2018
Hoje vamos ensinar passo a passo de como se calcula o BDI conforme
recomendações do Tribunal de Contas da União – TCU. No final do artigo vou
disponibilizar para download uma Planilha de Cálculo de BDI gratuita.
BDI – Bonificações e Despesas Indiretas, é um percentual aplicado sobre o custo
para chegar ao preço de venda a ser apresentado ao cliente.
Veja como se calcula o preço de venda:

PV = CD x (1 + BDI)
PV = Preço de venda

CD = Custo direto da obra

BDI = Despesas indiretas e lucro ou benefício

Existe diversas fórmulas de cálculo do BDI, no entanto a jurisprudência do TCU


entende que a equação que vou apresentar a seguir é a que melhor traduz a
incidência das rubricas do BDI no processo de formações do preço de venda da obra.
Formula de Cálculo do BDI:

Em que:

AC = é a taxa de rateio da administração central;


S = é uma taxa representativa de seguros;
R = corresponde aos riscos e imprevistos;
G = é a taxa que representa o ônus das garantias exigidas em edital;
DF = é a taxa representativa das despesas financeiras;
L = corresponde à remuneração bruta do construtor;
I = é a taxa representativa dos tributos incidentes sobre o preço de venda (PIS,
Cofins, CPRB e ISS).

Parâmetro referenciais das rubricas que compõem o BDI:

clique na imagem para ampliar (Fonte Acordão 2.622/2013 – Plenário)

clique na imagem para ampliar (Fonte Acordão 2.622/2013 – Plenário)


Estão sujeitos ao regime cumulativo para fins de incidência da contribuição para
o PIS-Pasep e da Cofins, às alíquotas de 0,65% e de 3%,
respectivamente. Quanto ao ISS, a alíquota e o local do recolhimento variará de
acordo com o sistema tributário da empresa, local e tipo do serviço.
A aquisição do BDI referencial que será empregado no orçamento-base da licitação
pode acontecer mediante a utilização das faixas de referência constantes do Acórdão
2.622/2013 – Plenário, reproduzidas na tabela a seguir.

Ressalta-se que os parâmetros apresentados nas tabelas não contemplam


a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), instituída pela Lei
12.844/2013, aplicável às empresas que estão sujeitas à desoneração da folha de
pagamento (FONTE: TCU).
Acesse: Como calcular o BDI em obras com desoneração da folha de pagamento?
Exemplo: Cálculo do BDI – Construção de Edifícios:

Como prometido, estamos disponibilizando gratuitamente uma Planilha de


Cálculo e Detalhamento do BDI, clique aqui para efetuar o download.

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Leis & Normas


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TCU fixa novos percentuais para o BDI


Tribunal revisa valores referenciais de taxas de Benefícios e Despesas
Indiretas para diferentes tipos de obras de engenharia e também para
insumos e equipamentos
Edição 33 - Dezembro/2013
O Tribunal de Contas da União (TCU) definiu novos valores máximos, mínimos e
medianos para taxas de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de obras públicas.
Publicados no Acórdão 2622/2013 - Plenário, os percentuais variam conforme o
tipo de obra, e de material e equipamento adquirido (veja tabelas), passando a
referenciar as análises de orçamentos feitas pelo tribunal, em substituição aos
parâmetros expressos nos Acórdãos 325/2007 e 2.369/2011.

Em geral, as taxas não apresentaram resultados tão distintos aos da jurisprudência


anterior, mas, no novo texto, as novas faixas de BDI não são diferenciadas por
valor contratado da obra. "Não é possível afirmar que o valor da obra seria o fator
mais relevante depois do tipo de obra, visto que são diversos e múltiplos os
parâmetros ou variáveis que influenciam a taxa de BDI", diz o texto do Acórdão.

Os tipos de obra foram definidos de acordo com a Classificação Nacional de


Atividades Econômicas (CNAE 2.0, versão mais atual). Aspecto importante do
novo Acórdão é a adoção de faixas referenciais de BDI diferenciado
especificamente para o fornecimento de materiais e equipamentos relevantes de
natureza específica, como é o caso de materiais betuminosos para obras
rodoviárias, tubos de ferro fundido ou PVC para obras de abastecimento de água,
elevadores e escadas rolantes para obras aeroportuárias, dentre outros que,
segundo o TCU, demandam a incidência de taxa de BDI própria e inferior à taxa
aplicável aos demais itens da obra.

"Nos casos em que esses materiais e equipamentos correspondam a um


percentual significativo no preço global da obra e se houver justificativa técnica
para comprovar que o fornecimento não possa ocorrer de forma parcelada, o
percentual de BDI deve ser menor do que aquele aplicado sobre o valor da
prestação de serviços, conforme estabelece a Súmula-TCU 253/2010." Os dados
de BDI diferenciado foram obtidos a partir da análise de 77 contratos da amostra.
Propostas desconsideradas
De acordo com o TCU, os parâmetros estabelecidos são resultado de longo estudo
estatístico, que leva em conta critérios técnicos oriundos de pesquisa de
jurisprudência, legislação e bibliografia especializada, além de contribuições de
instituições como Sinicon e CBIC. Apesar das referências às entidades, pleitos
importantes do setor não foram atendidos, como o cálculo da administração central
por método contábil ou direto, proposto pela CBIC. "O método não é uma técnica
apropriada para o cálculo da taxa de rateio da administração central de
orçamentos de obras públicas", informa o texto do recente Acórdão.

A sugestão da CBIC de considerar o lucro em função do valor de venda, e não em


função do custo direto, também não foi atendido. Procurada pela equipe de
jornalismo da revista, a entidade não se pronunciou sobre o caso.
BNDES investirá R$ 33 bilhões em infraestrutura
Previsão é para o ano de 2014

O presidente do Banco Nacional de


Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), Luciano Coutinho, anunciou que a
instituição financiou o montante de R$ 30
bilhões em infraestrutura neste ano. No ano
passado, o investimento foi de R$ 24,5
bilhões. Já em 2014, o volume do aporte
aumentará, e deve alcançar a marca de R$
33 bilhões.

De acordo com Coutinho, a expectativa do BNDES é de que a logística do País


amplie de 20,6% para 22,2% a taxa de investimento sobre o Produto Interno Bruto
(PIB) até 2018. Ainda segundo o executivo, até 2018 o plano é que a entidade
tenha "níveis mais baixos de participação nos investimentos". Mas, de acordo com
ele, esse processo será "gradual".

Sobre os fatores que ainda podem atrasar uma retomada mais forte da economia
do País nos próximos anos, Coutinho comenta:. "A grande discussão é quando
começará o fim do quantitative easing (relaxamento quantitativo). O fim do
quantitative easing dificilmente será retomado antes do fim do impasse do
Congresso com governo dos EUA, mas redução da liquidez nos EUA, que
acontecerá na primavera ou no verão (no Hemisfério Norte) provocará uma nova
onda de instabilidade."

Belo Horizonte seleciona projetos


para baixios de viadutos
Neste mês, a Prefeitura de Belo Horizonte
abrirá concurso público para a requalificação
urbana de baixios de viadutos da cidade. A
competição tem como objetivo encontrar
propostas para ocupação e uso das áreas
localizadas abaixo de quatro viadutos da
capital de Minas Gerais: viadutos Pedro
Aguinaldo Fulgêncio - Eixo da Av. Francisco Sales; Castelo Branco; Cinquenta e
Dois - Av. Silva Lobo sob Av. Amazonas; e Engenheiro Andrade Pinto. As
inscrições começaram no dia 18 de novembro e se encerram no próximo dia 13.
Destinado a arquitetos liberais ou a empresa ou escritório de arquitetura, o
concurso premiará o vencedor com R$ 8.000 por viaduto, totalizando R$ 32.000
em premiações. O valor da taxa de inscrição é de R$ 100,00 e habilitará o
candidato a concorrer ao número de viadutos que desejar.

Segundo o edital do concurso, as áreas poderão abrigar locais destinados à


prática de atividades esportivas, culturais e de lazer. As propostas serão julgadas
pelos quesitos: qualidade arquitetônica, urbanística e paisagística; conforto
ambiental; sistemas construtivos, materiais e técnicas; redução do impacto
ambiental; e viabilidade e sustentabilidade econômica.

BDI Construção Civil: Como a legislação


influencia no orçamento?
30 de agosto de 2017

Elaborar corretamente um orçamento de obras, fundamentado na legislação


vigente, com cálculo BDI para Construção Civil (Benefícios e Despesas
Indiretas ou Budget Difference Income, do inglês) e conceitos novos sobre a
formação dos preços de construção exige profissionais especializados. A
relevância disso está, simplesmente, nas constantes mudanças nas leis, que
têm interferido na qualidade dos orçamentos, principalmente naqueles
relacionados às obras públicas.

Portanto, um orçamento mal pesquisado, planejado e executado pode


acarretar na perda de licitação, no desperdício de dinheiro e no
comprometimento da credibilidade da empresa. Dessa maneira, elaborar
um roteiro financeiro coerente é muito importante para o sucesso de um
projeto, desde o mais simples até o mais complexo.

Que tal conferir algumas questões que podem ajudar a elucidar esse
assunto? Continue a leitura de nosso artigo!

O que é BDI na Construção Civil?

O BDI na Construção Civil auxilia na análise orçamentária dos lucros e na


descrição do que não está ligado ao custo direto da obra. Ou seja: ao custo
indireto relacionado a ela. Trata-se de uma taxa que é adicionada para cobrir
as despesas indiretas que o construtor tem e que costumam estar
relacionadas à:

 Administração do negócio;
 Manutenção do maquinário;
 Despesa extra com a equipe de campo;
 Solução imprevista ocorrida no canteiro de obras;
 Garantias;
 Taxa associada a seguros, tributos e impostos;
 Atenção dada ao suporte de todas as equipes presentes na obra.

Além disso, podemos incluir também o risco do empreendimento, as


despesas financeiras envolvidas, os tributos incidentes na operação,
eventuais despesas de comercialização e o lucro do empreendedor. Quer
dizer: são diversos itens calculados e descritos na planilha de BDI para
Construção Civil. Não à toa, especialistas tendem a apontar que esses gastos
indiretos tendem a totalizar cerca de 30% de todos os custos da obra.

Análise mais precisa de todos os custos

Antigamente, esses dados eram ocultos nos relatórios. Mas hoje, muitas
empresas já utilizam a planilha de BDI para Construção Civil para obter uma
análise mais precisa de todos os custos decorrentes de um projeto, o que se
traduz em um orçamento livre de erros.

Além disso, o BDI na Construção Civil ajuda as construtoras e empreiteiras a


garantirem um custo global mais atrativo, cobrindo todas as despesas do
projeto sem grandes sustos. Ainda que cada projeto tenha o seu BDI, o
exercício permite que os projetos seguintes sejam mais coesos e menos
arriscados, já que o orçamentista saberá com o que lidar.

Por que ele é importante?

Porque, com uma boa estratégia, é possível chegar a um preço de venda


sustentável, ou seja, a um preço que esteja dentro de uma faixa que cubra os
custos, dê lucro para a empresa e seja socialmente justo para a população. O
cálculo do BDI na Construção Civil é dinâmico e o preço de venda nunca se
repete.

Isso porque ele varia em função do planejamento do empreendimento, da


sua localização, das características administrativas diferenciadas das
empresas ou órgãos contratantes e contratados, do edital, do tamanho do
serviço e da época de execução do projeto. Enfim, de inúmeras variáveis que
evitam que ele se repita.
Qual é a relevância dos cálculos de BDI Construção Civil para um
orçamento?

Saber os macetes da elaboração do cálculo BDI na Construção Civil garante


menos riscos de perder dinheiro na execução. Neste caso, é importante
destacar que o domínio desse cálculo passa pelo treinamento e pelo amplo
conhecimento às leis existentes.

No Brasil, é importante considerar que a legislação está em constante


mudança, tanto na edição de leis novas quanto nas revisões das já
existentes. Realizar esse cálculo de forma coerente pode garantir uma
licitação, o lucro desejado e entregar o projeto dentro do prazo.

Vale lembrar ainda que o BDI na Construção Civil nunca será igual ao outro e,
por isso, quanto mais completo estiver o seu, mais chances a sua empresa
terá de minimizar os riscos e conferir um bom orçamento de obra. Por
exemplo: existem orçamentistas que podem utilizar alguns elementos que
outros não usam na planilha, como as garantias e os já mencionados seguros
— que costumam incidir sobre os custos da própria empresa. Ou as despesas
relacionadas à comercialização do produto que é incidente, normalmente,
sobre o preço final. Independente de uma ou outra variação, a fórmula
básica do BDI na Construção Civil é essa mesma, apresentada acima. Atente-
se apenas que todo tipo de elemento que incidir sobre os custos deve estar
no lado do numerador, enquanto os incidentes no preço final correspondem
ao denominador do BDI.

Quer obter um auxílio complementar na elaboração de orçamentos? Dê uma


conferida em nosso artigo sobre alguns tipos de fórmulas para a elaboração
de um orçamento de obra!

Como calcular o BDI na Construção Civil?

Para calcular o BDI na Construção Civil, é importante se atentar a uma


fórmula, mas cujo cálculo é simples. Existem planilhas disponíveis, inclusive
para a realização do trabalho e organização do plano de obra.

Cada projeto deve ter o seu BDI calculado, pois apresenta particularidades
específicas. Fizemos um post explicando exatamente como calcular a fórmula
do BDI (já deu uma conferida?).

Sabemos que erros acontecem ao elaborar um orçamento de obra, mas é


importante levar em consideração a resolução nº 361/91 do CONFEA, que
admite uma imprecisão de mais ou menos 15% na determinação do custo da
obra. Já a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2012) no seu art. 125,
alínea III, § 6º, admite um erro de 10% no valor do contrato. Portanto,
elaborar um bom plano exige conhecimento, técnica e é necessário que o
profissional tenha a devida atribuição de acordo com a lei nº 5.194/44, que
rege o exercício profissional de engenheiros, arquitetos ou agrônomos.

Como usá-lo em um orçamento?

O BDI na Construção Civil é a ferramenta ideal para fechar o preço final dos
serviços, considerando a realidade econômica do momento e os diferenciais
da obra. Para aplicá-lo no orçamento, utilize a fórmula abaixo:

 Preço de venda = custo direto x (1 + BDI/100)


O que deve ser respeitado em um orçamento?

Tudo. Ter uma planilha bem pensada elimina riscos de provocar


impugnações de seus concorrentes diretos, perder licitações, dinheiro e
atrasar a obra.

É muito importante considerar que o profissional que faz o planejamento


financeiro de uma obra tenha pleno conhecimento e fundamento para todas
as etapas, considerando as leis vigentes. Muitos órgãos ainda elaboram os
seus orçamentos estimativos baseados em leis que já estão completamente
superadas.

Alguns itens de gastos que antigamente eram considerados despesas


indiretas, passaram a ser custos diretos, devido a mudanças na lei. Por isso, o
orçamentista deve entender não só de técnica e metodologia de elaboração
de orçamentos, mas de leis.

Normas gerais sobre licitações e contratos administrativos

Mencionamos a relevância em conhecer detalhadamente a legislação vigente


porque é ela que leva ao orçamentista à constante revisão do seu trabalho.
Com ela, é mais provável que não ocorram imprevistos decorrentes de algum
ponto jurídico incorreto ou capaz de gerar dupla interpretação.

Para compreender melhor o assunto, entenda a lei nº 8.666/93. Ela


estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, no âmbito dos poderes da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.
Este artigo o ajudou a tirar as suas principais dúvidas sobre o BDI para
Construção Civil? Pode-se perceber que o assunto, em si, não é complexo. O
problema está na amplitude de questões relacionada aos custos diretos,
indiretos e como eles serão adicionados e calculados na planilha, no fim das
contas.

Quer manter os seus conhecimentos em dia, sempre com novidades


interessantes e dicas relevantes para melhorar a qualidade no desempenho
do seu trabalho? Curta a nossa página no Facebook. Assim, você saberá de
tudo o que postarmos em primeira mão!

Este post foi escrito por Noventa TI

Fórmula para composição do BDI


Publicado em fevereiro 22, 2011 por Portal de Licitações na categoria Outras
Questões, Questões sobre Licitações com Nenhum comentário em Fórmula para composição
do BDI

Há uma fórmula regulamentada para a composição do BDI (ex: algum Acórdão do TCU
estabelecendo a fórmula)?
O cálculo da rubrica BDI é sujeito às variações e peculiaridades de cada licitação (obra ou
serviço), portanto pode apresentar variações significativas entre uma licitação e outra. É
importante que, na avaliação da proposta, o pregoeiro ou a comissão certifiquem-se de que todas
as empresas efetuaram o cálculo utilizando os mesmos parâmetros (ou o seu equivalente, pois
há empresas que gozam de incentivos fiscais, etc., o que repercute no cálculo do BDI) a fim de
assegurar a isonomia na avaliação das propostas.

Recentemente, uma súmula do TCU excluiu a CSLL (contribuição sobre lucro líquido) e o IPRJ
(imposto de renda de pessoa jurídica) do cálculo do BDI.

A título de SUGESTÃO, há na internet uma planilha demonstrativa de cálculo do BDI (levando


em conta a orientação do TCU) disponível em: clique aqui
Recomendamos também a leitura da nota técnica 1/2007 – SCI do Supremo Tribunal Federal,
disponibilizada em: clique aqui (embora trate especificamente de locação de mão-de-obra), os
conceitos e exemplos de cálculo desenvolvidos no texto fornecem ótimos subsídios sobre a
formação do BDI).
(Colaborou Ariosto Mila Peixoto, advogado especializado em licitações públicas e contratos
administrativos).

* Alguns esclarecimentos foram prestados durante a vigência de determinada legislação e


podem tornar-se defasados, em virtude de nova legislação que venha a modificar a anterior,
utilizada como fundamento da consulta

Como calcular o BDI conforme recomendações do TCU


Publicado em 21 de Fevereiro de 2018

Hoje vamos ensinar passo a passo de como se calcula o BDI conforme


recomendações do Tribunal de Contas da União – TCU. No final do artigo vou
disponibilizar para download uma Planilha de Cálculo de BDI gratuita.
BDI – Bonificações e Despesas Indiretas, é um percentual aplicado sobre o custo
para chegar ao preço de venda a ser apresentado ao cliente.
Veja como se calcula o preço de venda:

PV = CD x (1 + BDI)
PV = Preço de venda

CD = Custo direto da obra

BDI = Despesas indiretas e lucro ou benefício

Existe diversas fórmulas de cálculo do BDI, no entanto a jurisprudência do TCU


entende que a equação que vou apresentar a seguir é a que melhor traduz a
incidência das rubricas do BDI no processo de formações do preço de venda da obra.
Formula de Cálculo do BDI:

Em que:

AC = é a taxa de rateio da administração central;


S = é uma taxa representativa de seguros;
R = corresponde aos riscos e imprevistos;
G = é a taxa que representa o ônus das garantias exigidas em edital;
DF = é a taxa representativa das despesas financeiras;
L = corresponde à remuneração bruta do construtor;
I = é a taxa representativa dos tributos incidentes sobre o preço de venda (PIS,
Cofins, CPRB e ISS).

Parâmetro referenciais das rubricas que compõem o BDI:

clique na imagem para ampliar (Fonte Acordão 2.622/2013 – Plenário)

clique na imagem para ampliar (Fonte Acordão 2.622/2013 – Plenário)

Estão sujeitos ao regime cumulativo para fins de incidência da contribuição para


o PIS-Pasep e da Cofins, às alíquotas de 0,65% e de 3%,
respectivamente. Quanto ao ISS, a alíquota e o local do recolhimento variará de
acordo com o sistema tributário da empresa, local e tipo do serviço.
A aquisição do BDI referencial que será empregado no orçamento-base da licitação
pode acontecer mediante a utilização das faixas de referência constantes do Acórdão
2.622/2013 – Plenário, reproduzidas na tabela a seguir.

Ressalta-se que os parâmetros apresentados nas tabelas não contemplam


a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), instituída pela Lei
12.844/2013, aplicável às empresas que estão sujeitas à desoneração da folha de
pagamento (FONTE: TCU).
Acesse: Como calcular o BDI em obras com desoneração da folha de pagamento?
Exemplo: Cálculo do BDI – Construção de Edifícios:

Como prometido, estamos disponibilizando gratuitamente uma Planilha de


Cálculo e Detalhamento do BDI, clique aqui para efetuar o download.

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Fonte: Orientações para Elaboração de Planilhas Orçamentárias de Obras Públicas


(TCU)

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