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Adilson Antunes Pinto

Advogado – OAB/SC 20.181


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DE
FRAIBURGO – ESTADO DE SANTA CATARINA.

Autos: 00599-2009-049-12-00-9

ROSANE APARECIDA RISSO, já devidamente


qualificada, nos autos da AÇÃO TRABALHISTA acima informada, movida contra
COZINHA INDUSTRIAL FRAIBURGO LTDA, através de seu procurador infra-
assinando, vem respeitosamente e tempestivamente à presença de Vossa Excelência,
apresentar

IMPUGNÇÃO AO LAUDO PERICIAL


apresentado pelo expert nomeado pelo Juízo.

A perícia apresentada nos autos supra não merece


credibilidade, eis que eivada de erro substancial quanto as observações a que deveria ter
se atido o Sr. Perito quando da feitura da perícia in loco e principalmente aos
documentos juntados aos autos com relação dos EPI’s fornecidos pelo demandado,
senão vejamos:

O Sr. Perito no corpo do laudo, as fls. 185, deixou


claro que as funções exercidas pela autora são insalubres em grau médio, se não
vejamos:

“Nas tarefas desenvolvidas pela autora quando


realizava a limpeza da cozinha e do piso, com uso
de balde, mangueira e máquina de pressão dágua,
limpeza das bandejas e talheres, esteve exposta a
umidade proveniente do uso de água para tal tarefa.

Avenida Rio das Antas, 622, Centro, CEP 89.580.000, Fraiburgo - SC, 0727 e 9992-2345.
E-mail: intimatrt@gmail.com
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Ficando as superfícies do piso e equipamentos
encharcados. Enquadrando-se tal tarefa como
insalubre em grau médio 20%.”

Entretanto as fls. 185, o Sr, Perito elenca todos os


EPI’s entregues a autora e conclui:

“Portanto, conclui-se de que tais equipamentos


neutralizam a insalubridade pelo agente físico
umidade.”

Ora Excelência, ao analisar-se o laudo pericial


anexado pela autora as fls. 128, onde as funções exercidas eram as mesmas, e
consequentemente os EPI’s utilizados também, verifica-se que estes não elidiram a
umidade a que esteve exposta a autora, e sendo assim, como bem argumentou o Sr.
Perito, nomeado pelo Juízo naqueles autos, os EPI’s que são entregues pela reclamada
são insuficientes, se não vejamos:

“A reclamante executava diariamente a lavação de


bandejas de metal. Neste serviço, trabalhava junto
às pias da cozinha. Apesar de utilizar avental de
plástico e luvas de látex, é inequívoco o extenso
contato com elevada umidade. Relatou a reclamante
que sendo as luvas de cano curto, logo as mãos
ficavam encharcadas, já que inclusive era
necessário mergulhar as bandejas no interior da
pia. Já o eventual plástico além de não proteger os
braços da obreira; aparenta certa fragilidade para
o manuseio de bandejas metálicas.”

(...)

Frise-se Excelência, as luvas citadas pelo Sr. Perito,


são as mesmas utilizadas pela autora, assim como demonstram as fls. 188, as luvas são
de cano curto, comprovando assim a insuficiência destas para elidir o agente insalubre
umidade.

E ainda, no mesmo sentido o Sr. Perito nomeado


naqueles autos continua:

“Evidenciamos durante a inspeção pericial, a


grande possibilidade de a reclamante laborar boa
parte da jornada diária, com as roupas, braços e
mãos encharcadas em água. Constituindo-se sem
dúvida, risco a sua saúde física. Ainda mais, que
trabalhou em horários noturnos e em períodos de
frio (outono/inverno).

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A reclamante, portanto laborava exposta a umidade
excessiva considerada insalubre em virtude de
análise realizada diretamente nos locais de trabalho
(insalubridade em grau médio).”

Nesta acepção Excelência, não há o que se falar em


neutralização de agentes insalubres, pois os equipamentos que a reclamada entrega a
seus funcionários continuam sendo os mesmos, inclusive as luvas de látex, e ainda a
autora também exerceu suas funções durante outono e inverno e durante a
noite,conforme já relatado na inicial.

A reclamada juntou laudo que trouxe divergência a


respeito da insalubridade no local de trabalho da autora, entretanto, conforme
demonstram as fls. 152, no primeiro laudo anexado, a função não é a mesma, pois a
autora naqueles autos não era auxiliar de serviços gerais e sim auxiliar administrativa,
trabalhando apenas no escritório, circulando esporadicamente no local de trabalho da
autora e nunca em contato direto com umidade.

Ademais, o segundo laudo pericial anexado pela


reclamada, nos permite elucidar os fatos, se não vejamos o que diz o Sr. Perito nomeado
naqueles autos, as fls. 165/166:

“Anexo 10, locais úmidos: Não exposta de forma


insalubre.
COPLEMENTAÇÃO DA INSPEÇÃO PERICIAL:
Na segunda inspeção notamos que a umidade é
menor que as visualizadas nas fotos anexadas
anteriormente, já que as fotos foram tiradas no
momento da limpeza.

(...)

Ora Excelência, evidente é a falta de observação do


Sr. Perito nomeado naqueles autos, pois é incontroverso que no momento em que é feito
a limpeza do local, consequentemente haverá mais água, não podendo ser consideradas
tais perícias.

Se a perícia tivesse sido feita em momento oportuno,


qual seja, durante a lavação do local de trabalho, certamente o Sr. Perito perceberia uma
maior quantidade de água e consequentemente observaria a exposição ao agente
insalubre umidade.

Desta forma as duas perícias anexadas pelo


demandado não devem ser consideradas, bem como a presente, pois ambas são eivadas e
erros e faltas de observações dos Srs. Peritos.

Desta forma, restará provado durante a instrução


processual que a autora permanecia em boa parte de sua jornada diária com as roupas,
braços e mãos encharcadas em água, constituindo assim risco a sua saúde.

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Ademais, restará provado durante a instrução que as
funções exercidas pela autora são aquelas expostas na inicial, e que a mesma tem direito
a insalubridade em grau médio.
Assim, espera com a maior confiança, que a
demandada seja condenada ao pagamento das verbas pleiteadas na inicial, posto que
ficou evidenciado e mais uma vez demonstrado, a culpa da demandada no que concerne
à falta de condições de trabalho adequada, pondo em risco a saúde de seus funcionários.

QUESITOS COMPLEMENTARES:

1. Queira o Sr. Perito elucidar qual a diferença dos


equipamentos de proteção individual fornecidos pela
reclamada entre a autora da perícia anexada as fls.
121 e a autora dos presentes autos?

2. Queira o Sr. Perito elencar se as luvas de látex


eram diferentes, qual a diferença, e se esta é
comprovada visualmente?

3. Queira o Sr. Perito elucidar se as luvas utilizadas


pela autora são as mesmas da foto de fls. 188, e se
está é capaz de manter as mãos e os braços da autora
secos, durante todo o período em que há labor com
água, inclusive nos momentos em que há imersão
para lavar as bandejas?

4. Queira o Sr. Perito, esclarecer em que horário


especificamente foi realizada a perícia no local de
trabalho da autora, tendo em vista o maior acúmulo
de água no momento da lavagem do local.

5. Queira o Sr. Perito informar se no momento da


lavagem do local de trabalho da autora, esta está ou
não exposta a agentes insalubres?

6. Queira o Sr. Perito e Assistente, diante das respostas


atribuídas aos quesitos formulados e, outras informações
colhidas, indicar de forma clara e objetiva, se segundo
avaliação, se está diante de serviço prestado sob
condições insalubres?

Termos em que,
Pede deferimento.

Fraiburgo (SC), 17 de dezembro de 2009.

Adilson Antunes Pinto


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