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Adilson Antunes Pinto

Advogado – OAB/SC 20.181


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DE
FRAIBURGO – ESTADO DE SANTA CATARINA

SONIA ALVES DOS SANTOS, já devidamente qualificado,


nos autos da Ação Trabalhista Indenizatória – 00659-2008-049-12-00-2, movido contra
FISCHER FRAIBURGO AGRÍCOLA LTDA, através de seu advogado infra-assinado, vem
respeitosa e tempestivamente à presença de Vossa Excelência, apresentar

IMPUGNAÇÃO AO LAUDO TÉCNICO PERICIAL

aos esclarecimentos de fls. , passando, daí, a expender as


razões, além de as comprovar, para produzir todos os efeitos legais

1. DOS ESCLARECIMENTOS:

data vênia, os esclarecimentos do Perito do Juízo não se


sustentam e são contraditórios; pois,

A avaliação do risco da atividade em escadas nos pomares não


foi efetivada, considerando que:

Houve apenas preocupação em dizer que a culpa foi da autora


que deveria ter avisado o encarregado da gravidez.

Já restou comprovado nos autos que a empresa foi avisada do


estado gravídico da autora.

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Restou ainda comprovado que no exame admissional a
empresa solicita informações de quando foi a última menstruação das mulheres que são
contratadas, conforme depoimento do preposto.

E ainda, se a afirmação é positiva as candidata não é


contratada.

Ou seja, a empresa tinha conhecimento da gravidez da autora.

Ademais o pedido de perícia foi bastante limitado, ou seja, o


Sr. Perito deveria apenas sobre o risco de atividades em escadas, e não emitir parece sobre o caso
sub judice.

Não cabe ao Sr. Perito faltar com respeito às partes, posto que
por inúmeras vezes disse em seu laudo que a culpa foi da autora em não comunicar que estava
grávida.

Aliás, ateve-se mais a este fato do que ao laudo propriamente


dito.

Tal conclusão é absurda e tendenciosa.

Ademais, sequer respondeu aos quesitos apresentados, pois


conforme se constata dos quesitos apresentado pela autora a mesma apresentou 09 (nove)
quesitos, sendo que o Sr. Perito respondeu apenas 07 (sete).

E ainda, ao responder ao quesito “e”, assim respondeu o Sr.


Perito:

“Não é recomendado o trabalho com escada, aqui fica uma


dúvida muito grande, quando da admissão, a reclamante
não informou que estava grávida de 03 (três) meses, até
porque, com este tempo não aparece a barriga de
gravidez.”

O perito tem sua especialidade como engenheiro, então


concluísse que tal alegação é de leigo e não de perito já que sua especialidade é de Segurança no
Trabalho, e não obstetrícia, portanto tal conclusão é irrelevante e leiga.

E prossegue:

“Se ela tivesse informado o médico de trabalho quando da


sua admissão, no máximo, ficaria em pé junto ao bins,
recolhendo aquelas maçãs com furo, machucadas, com
batidas e com defeitos.”

Ao que tudo indica o Sr. Perito não leu os depoimentos, pois se


assim o fizesse, teria percebido que o preposto da reclamada, afirma que são feitas perguntas as
candidatas que tentam ingressar na empresa, no que concerne a possibilidade de gravidez.
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Ou seja, a reclamada tinha conhecimento do estado gravídico
da autora.

Portanto deve ser acolhida a seguinte conclusão do Sr. Perito,


conforme item 02 da “CONCLUSÃO”:

Caso haja confirmação, de que a reclamada, sabia das


condições de gravidez da reclamante, e não teve o cuidado,
de recolocar em atividade segura, neste caso para o feto,
aceitou o risco de acidente da perda do feto, e assim, a
reclamada é culpada da perda

Os depoimentos demonstram que outras pessoas já caíram das


escadas, inclusive a testemunha da autora.

Tais provas foram colhidas na presença do Juízo e, portanto,


são irrefutáveis.

2. DA IMPUGNAÇÃO:

o Perito do Juízo, data vênia, contraria frontalmente toda a


prova documental e testemunhal carreada aos autos.

Data vênia, da conclusão pericial, os documentos e


depoimentos, positivam situação de dano causado pela reclamada, inclusive no que diz respeito a
responsabilidade em colocar trabalhadoras grávidas em condições de risco.

Resta, portanto, impugnada a pericia realizada, por não retratar


a verdade dos autos, estar incompleta, ser inconclusiva, além de não ter o Sr. Perito respondido
todos os quesitos elencados pela autora.

3. DO REQUERIMENTO FINAL.

Do exposto, data vênia, de ser reconhecida a


necessidade de complementação da prova, inclusive, com

a - desprezo total das conclusões periciais, inclusive,


destituição do Perito e, ainda, determinação de realização da prova por profissional outro e
da confiança do Juízo, com as verificações objeto do Check-List aplicável ao caso e resposta
aos quesitos já formulados, fornecendo em qualquer resposta detalhes elucidativos, bem
como, após afirmar e considerando referida apuração ter ou não nexo causal e/ou ter ou não
concausa a perda do feto pela queda de escada nas atividades exercidas junto a empresa ré;

Ademais o livre convencimento do Juízo não está atrelado ao


laudo pericial uma vez que reconhecida a atividade desenvolvida pela obreira em condição de
risco.

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4. Do Requerimento Final
Do exposto, requer se digne Vossa Excelência, seja
desconsiderado o Laudo Técnico Pericial, na sua totalidade, devido as contradições apresentadas e
pela falta de objetividade bem como por ser inconclusivo.

Espera o julgamento pela procedência do pedido, por ser de


direito e de Justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

Fraiburgo (SC), 09 de março de 2009.

Adilson Antunes Pinto


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