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LÍLIA DE FÁTIMA RAMOS PEREIRA CURY, brasileira, solteira, recepcionista, RG n.13.748.201, CPF
n.073.194.746-03, residente e domiciliada à rua Geralda Pinto Coelho, nº100, Imaculada Conceição –
Varginha/MG, CEP 37070-150, vem, por intermédio de seus advogados, Leila Maria Ramos Pereira
Cury, OAB/MG 191.600 e Euler Gabriel Saraiva Alcino, OAB/MG 198.281, assinantes digitais desta
ação, que têm endereço eletrônico alcinocury.adv@gmail.com e profissional à Rua Delfim Moreira,
154, Centro – Varginha/MG, onde poderão receber intimações, ajuizar, pelo rito especial cível, nos
termos da lei 9099/95
1. FATOS
Em 03.10.2019 a autora deu entrada nas instalações da ré, queixando-se de fortes dores na perna
direita, vez que sofreu queda momentos antes. Foi atendida prontamente pelo clinico geral de plantão, 1
Dr. Robertson R.P. Junior- Pneumatologista (CRM-MG 48093), que abriu seu prontuário e requereu
os exames pertinentes (Raio-x e sangue etc).
Rua Delfim Moreira, n° 154, Centro – Varginha/MG, CEP.: 37002-070, fone (35) 98849-8497 / (35) 98836-2693, e-mail: alcinocury.adv@gmail.com
Após 02 (duas horas) de sua entrada e ulterior a troca de turno, a autora foi informada que
seus exames já estavam prontos, todavia, deveria a paciente aguardar a chegada do médico
ortopedista, que no momento não se encontrava nas dependências do hospital.
Desta forma, a autora permaneceu à espera do especialista por mais duas horas e meia
(totalizando assim um tempo de espera de quase cinco horas), até que foi comunicada pelo médico
de plantão, Dr. Frederico Chiesse Ferreira (CRM-MG 62705), que é o especialista em fraturas não
retornaria ao hospital, porém o ortopedista já havia realizado a análise do exame de Raio-x (DOC 1)
por meio eletrônico (Whatsapp), e que fora descartado qualquer fratura.
Assim, após a liberação do diagnostico que não constatou a fratura, a autora foi liberada pelo
hospital quando não deveria, pelas razões que se seguem.
Fato é que o ortopedista fez análise errônea das lâminas de raio-x que lhe foram enviadas.
Segundo os registros, o profissional identificou, sim, uma fissura na região onde a paciente/autora se
queixava das dores, contudo, concluiu que a deformidade óssea se travava de evento mais antigo,
que teria acontecido há anos, e não era oriunda da queda/tombo mais recente. O profissional que
recebeu o exame, então, deu alta à paciente, receitando-a apenas alguns remédios para dor e um
atestado lhe determinando a inatividade por dois dias. (DOC 2)
1.2 Percepção póstuma do erro por análise de profissionais da Clínica Fort – fratura da rótula
[patela]
A autora, Excelência, após cumprir os dois ou três dias de atestado e se beneficiar ainda do
sábado e domingo, visivelmente ainda muito mal e com dores fortíssimas, retornou dia 08.10.2019 à
sua atividade laboral. Todavia, foi dispensada por sua empregadora e prontamente levada por esta
até a clínica de Fraturas e Ortopedia de Varginha – Clinica Fort.
Ao dar entrada na respectiva clínica, a autora, que já sofre de uma paralisia física na perna e
mão esquerda, logo foi colocada em uma cadeira de rodas, pois, nem se quer conseguia permanecer
de pé, já que usa da perna direita (a fraturada) para se equilibrar e sustentar grande parte de seu peso.
Assim, foi remetida à sala de exame Raio-x (DOC 4), e em seguida, encaminhada para a sala
do médico Dr. João Alexandre Giordano- Especialista em ortopedia e traumatologia (CRM-MG 7944),
quem a comunicou que o motivo das dores intensas continuarem era oriundo da real e recente fissura,
que por óbvio, se deu na queda ocorrida no dia 03.10.2019. É o que demonstra o novo laudo emitido
pela Clínica de Fraturas e Ortopedia de Varginha- Clínica Fort, através do médico especialista
supracitado, quando determina 13 (treze) dias de afastamento do trabalho em razão de doença 2
registrada no CID, Código Internacional de Doenças, com a sigla S82.0, significando FRATURA DA
RÓTULA [patela]. (DOC 3)
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Os novos profissionais, de forma certeira e prontamente, submeteram a paciente ao
procedimento correto para este caso, engessando a perna que se quebrou e determinando o
afastamento do trabalho por 13 (treze) dias, repita-se.
É claro que após a notícia dos novos médicos, a paciente, frustrada, desejou esclarecimentos
dos profissionais da ré. A gerência foi comunicada e o Sr. Reginaldo, temeroso, se apresentou em
sala fechada para este procurador e a mãe da paciente, que acompanhou tudo. Ele nos questionou
sobre o ocorrido. O que se fez foi narrar-lhe os fatos. Também lhe apresentamos as lâminas de raio-
x do exame feito no próprio hospital da ré. Isso porque nestas, nitidamente visualizava-se a fissura e,
mesmo sendo leigos, todos na sala se assustaram com as imagens. E é claro: não entendemos o
porquê de a paciente ter recebido alta, mesmo sendo leigos, repita-se. O gerente, então, sem saber o
que fazer e notoriamente envergonhado, disse que haveria investigação e nos convidou a retornar em
outra data.
A intenção da paciente era simplesmente entender as causas do erro e obter algum tipo de
reparação, que fosse “um pedido formal de desculpas”, segundo ela. Quando este procurador retornou
ao hospital, foi atendido por superior hierárquico ao gerente. Demonstrando ciência e convencimento,
tanto do ocorrido quanto de que houve erro, o superior não apresentou qualquer óbice a alguma forma
de reparação. Surgiu, então, um acordo, que será narrado a seguir.
Como a paciente prontamente recorreu a nova análise, o erro médico parece não ter lhe
acometido complicações físicas, apesar de lhe ter atrasado o tratamento correto e render-lhe, portanto,
fortes dores por mais tempo. Sob esse espeque, o pedido feito ao superior que se apresentou foi o
estorno dos valores do plano de saúde (Serpram) que são descontados mensalmente da paciente.
Nada mais. Essa negociação ocorreu em meados do mês de novembro, do ano passado. A promessa
era de que no mês seguinte os valores seriam estornados, o que não se cumpriu.
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inserida como prova nestes autos). Reginaldo, dessa vez, se mostrou bem menos preocupado do que
de início. Seu teatro de representante dócil e aberto a qualquer nova necessidade da autora não se
repetiu. Simplesmente, de forma “seca”, disse que iria “olhar”, e finalizou a ligação.
Em suma, desde o início as imagens de raio-x sempre evidenciaram uma fissura recente, que
quase “gritavam” por urgência de tratamento, isso sob a análise de qualquer leigo. E não foi diferente
após a análise do bom profissional, do segundo hospital. O tratamento deveria ter sido feito urgente,
quando na primeira análise, o que não ocorreu. Na tentativa de se resolver o constrangimento de forma
rápida, buscando-se a reparação mínima, tentou-se acordo, que foi descumprido.
2. DIREITO
Frise-se que há vínculo contratual prévio entre as partes, em que participa a provedora de
planos de saúde SERPRAM, como é conhecida. Neste contrato, a autora vincula-se como beneficiária
dos serviços oferecidos pela provedora por meio de convênio realizado entre esta e a empresa onde
a requerente labora. Daí a razão da inclusão da segunda ré no polo passivo.
Neste sentido, deve ser feito um adendo: o caso não trata de prestação de serviços direta pelo
profissional liberal, vez que este foi elegido e oferecido pelo primeiro réu. É nada além de tornar ainda
mais nítida a culpa dos réus.
4
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[...]
A imperícia do ortopedista lhe fez errar, prolongando as dores da paciente e a frustração de,
além de constatar ter sido mal atendida, ter se submetido a risco enorme com a falta de tratamento
correto.
Dados os fatos, dispensa-se profundo saber jurídico para se saber que as previsões legais
relativas ao dano moral são claras: aquele que comete ato ilícito, é obrigado a repará-lo, ainda mais
quando a culpa se faz nítida. A simples liberação da paciente escancara erro médico, já que, em
contrapartida e logo em sequência, as análises realizadas na paciente por outro hospital,
demonstraram que ela jamais deveria ter sido liberada. (DOC 3)
Como dito, não houve comprovação de que a liberação errônea tenha causado danos físicos
à autora, apesar de lhe permitir sentir fortes dores por mais tempo. Mas isso não significa que o erro
médico possa ser eximido. Também não significa que não tenha lhe causado dano moral. A frustração
por pagar por um serviço mal prestado e a consequente submissão a alto risco de lesão permanente
causa abalo. Fato é que a autora sofreu por 02 (dois) dias, com dores intensas, até que decidira ir a
outro profissional. E se não tivesse ido, poderia ter lesões gravíssimas. Também é fato que a
consumidora está sempre adimplente com o plano de saúde, vez que o pagamento é por meio de
desconto em folha, e mesmo assim foi atendida da forma narrada.
O que fora exposto no parágrafo antecedente, é pra se atestar que aqui não se busca
reparação pelo que poderia ter acontecido, mas, sim, pelo que aconteceu: o abalo moral em razão
da frustração pela má prestação de serviços e a submissão a risco de dano grave, com um
agravante: apesar de o erro ter sido reconhecido pela gerência e esta ter se incumbido de
estornar os valores pagos por este mal serviço, não foi assim que a primeira ré procedeu.
Como narrado na exposição fática, houve o descumprimento do acordo verbal realizado entre 5
a autora, representada por este procurador, e o primeiro réu. O que se estabeleceu foi o estorno dos
valores referentes ao mês em que o erro médico ocorreu e, se possível, um pedido de desculpas
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formal à autora, tão somente. Nada disso ocorreu. A primeira ré simplesmente não agiu de boa-fé,
certamente não tinha intenções de cumprir.
Insta reiterar que o contrato benéfico se deu de forma verbal e sem estipulação de cláusulas
penais. Por esta razão, Excelência, e pelo que fora exposto, a autora requer que este juízo
considere a conduta maliciosa da primeira ré no arbitramento da indenização, caso entenda ser
de direito. É notório que não seria nenhum esforço, por parte desta requerida cumprir com sua
palavra, e mesmo assim não cumpriu.
Infelizmente acordos verbais são difíceis de serem comprovados. Contudo, a fim de evidenciar
sua existência, junta-se registros das cobranças feitas pela requerente, quais sejam prints de e-mails
enviados e que não foram respondidos, bem como ligação realizada por este procurador ao gerente,
Sr. Reginaldo.
- PROVA DOCUMENTAL -
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A ligação foi gravada e o acesso ao conteúdo está disponível para este juízo. Basta clicar no
link que se segue:
- PROVA AUDITIVA -
https://drive.google.com/file/d/1t0Uw4NYrlhqkYT-V7AGVeiC_CsnUrJZn/view?usp=sharing
Aqui está a prova de pagamento pelos serviços médicos (DOC 5), realizado por descontos em
folha, conforme demonstram os contracheques:
- PROVA DOCUMENTAL -
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Como a primeira ré não honrou com sua palavra, bem como prestou um mal serviço,
necessário é que, minimamente, a requerente receba de volta o que pagou ao hospital. E é também
o que estabelece o CDC:
Custos
Fator de
PLANTAO HOSPITAL VARGINHA 124,29 Juros de mora: Valor devido
atualização TJMG
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM/HO 16,77 10/2019 a 04/2020 atualizado
10/2019
SERLAB LABORATÓRIOS LTDA 6,05
147,11 x 1,021
TOTAL 147,11 6% R$ 159,21
150,19931
8
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2.5 Valor indenizatório – critérios de justiça
Excelência, considerando o todo, a maior medida possível de justiça seria considerar, sem
exceção, os já conhecidos critérios para o cálculo indenizatório, que este magistrado bem conhece,
especialmente o critério “punição e exemplaridade”, bem como a “situação econômica do ofendido e
do ofensor”. Os réus, acima de tudo, devem ser penalizados para que busquem sempre acertar no
futuro, evitando que outros consumidores/pacientes vivam o que a autora viveu nesta situação.
Pensando assim, entende-se como razoável e justa uma indenização de R$15.000,00 (quinze
mil reais).
Infelizmente não foi possível obter o documento por via administrativa. O problema é que este
deve ser requerido presencialmente nas dependências da primeira requerida, por meio de formulário
assinado pela paciente e, esta, após frustrar-se com todo o ocorrido, não quis comparecer no hospital.
O que é totalmente compreensível. (DOC 8)
Por esta razão, Excelência, requer-se que Vossa Senhoria determine que a primeira requerida
exiba, nestes autos, nos termos do art.396, CPC, o prontuário de atendimento da requerente, do dia
03.10.2019, e assim, poderá constatar que houve a liberação da paciente sem o devido tratamento.
PEDIDOS
Rua Delfim Moreira, n° 154, Centro – Varginha/MG, CEP.: 37002-070, fone (35) 98849-8497 / (35) 98836-2693, e-mail: alcinocury.adv@gmail.com
c. Sejam reconhecidos O ERRO MÉDICO e a responsabilidade dos réus como
fornecedores de serviços e, por conseguinte, condenar os requeridos a indenizarem
a autora pelos danos morais e sofrimento físico em R$15.000,00 (quinze mil reais);
2. Requer ainda:
a. Sejam os réus citados nos endereços constantes nesta inicial, para que, querendo,
apresentem resposta, nos termos da lei;
Dá-se a causa o valor de R$15.159,00 (quinze mil, cento e cinquenta e nove reais).
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