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1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Por volta de 02 (dois) anos atrás, o requerente sofreu uma queda de cima de uma
escada, e com isso fraturou o úmero esquerdo, necessitando ficar de tipoia para fixação
do ombro fraturado. Em tratamento para recuperação da lesão sofrida, o requerente
percebeu que o seu quadro de saúde não estava bem, pois, a partir de então, além de
passar a sentir fortes dores na região do fígado, qualquer alimento que comia lhe fazia
mal, levado a exaustão de tanto se contrair com as fortíssimas dores que sentia, e, ainda
não conseguindo se alimentar adequadamente, o requerente procurou atendimento
médico no Hospital Municipal de Pontalina-GO, oportunidade em que, ao relatar o que
lhe estava ocorrendo, apenas lhe foram prescritas injeções de Voltarem, as quais passou
a torná-las diariamente, por um período de 30 (trinta) dias, inclusive ocorrendo
situações de ter que torná-las 02 (duas) vezes ao dia. Não surtindo qualquer efeito o
inadequado tratamento a base de Voltarem, procurou atendimento médico junto ao
HOSPITAL SANTA GENOVEVA, oportunidade em que, o requerido médico que já o
atendera anteriormente, solicitou exames de endoscopia e ultrassonografia, e ao analisar
referidos exames, diagnosticou-se colelitiase (pedras na vesícula). Diante da constatação
de "pedras na vesícula", ou seja, a causa de todo o agravamento do estado de saúde do
requerente, após a lesão do úmero, solicitou ao hospital, exames de risco cirúrgico
(ergometria, coagulograma, eletrocardiograma, etc...) os quais, ressalta-se foram todos
normais, razão pela qual, foi agendada a cirurgia de Colecistectomia, ou seja, retirada
cirúrgica da vesícula biliar. Assim, em 06 de novembro de 2019, o Autor fora
submetido a procedimento cirúrgico a fim de eliminar "pedras na vesícula" realizado
pelo querido, nas dependências do HOSPITAL SANTA GENOVEVA. De acordo com
a literatura médica, colecistectomia é um procedimento cirúrgico, cujo tempo máximo
operatório varia entre 100 (cem) a 150 (cento e cinquenta) minutos, ou seja, pouco mais
de 02 (duas) horas de duração. Ocorre que, no caso em comento, referido procedimento
demorou cerca de 05 (cinco) horas, e, uma vez indagado o médico sobre o motivo que
tinha levado a cirurgia demorar todo aquele tempo, ele lhe respondeu que havia sido
porque a vesícula biliar estava infeccionada e cheia de secreção, e, por isso, teve que
drená-la com uma seringa, para só depois retirá-la. Todavia, o requerente acredita que o
referido álibi foi arquitetado pelo requerido, para tentar justificar a falta de perícia na
realização do procedimento cirúrgico em questão, pois, conforme atesta Parecer
Médico-Legal-Científico, elaborado pelo renomado expert no assunto, Dr.
LEONARDO MENDES CARDOSO, CRM-GO 5.065/ABML 1.046. O requerido fora
vítima de " erro técnico durante os atos procedimentais cirúrgicos pertinentes a uma
necessária colecistectomia, cuja configuração do referido erro, se deu pela "LESÃO DE
DUCTO HEPÁTICO DIREITO, COM CONSEQÜENTE DRENAGEM DE BILE POR
MEIO DE DRENO INSTALADO E QUE EVOLUIU COM FISTULA ENTRE O
DUCTO LESADO E O DUODENO". Agrava-se a situação, uma vez que, mesmo com
todas essas sucessões de erros ocorridas durante o procedimento de intervenção
cirúrgica, na época em que fora realizada a cirurgia, o HOSPITAL SANTA
GENOVEVA, não dispunha de Unidade de Tratamento Intensivo — UTI, nem de Sala
de Recuperações Pós-Anestésica - SRPA, (Resolução CFM nº.1.802/2006, art.4°16),
razão pela qual, realizada a operação, ao sair do Centro Cirúrgico já com um dreno
abdominal, o requerente foi encaminhado diretamente para um quarto. O dreno
abdominal eliminava cerca de 03 (três) litros de secreção a cada 24 horas. Como já era
de se esperar, dado o erro médico ocorrido durante os atos procedimentais da cirurgia,
permaneceu o dreno eliminando intenso volume de secreções, por mais de 06 (seis)
meses de sofrimento (dores e constante apresentação de febre). Restando agravado o
quadro clínico de saúde do requerente , não só pelas consequências do erro médico o
qual fora vítima, mas também pela negligência e falta de assistência médica pós-
operatório, este, após 06 (seis) longos meses de sofrimento pós cirúrgico, procurou
recurso em Goiânia. novamente se submeteu a exames de ultrassonografia e tomografia
computadorizada. Feitos os exames na forma solicitada, este após análise dos mesmos,
constatou-se que a lesão que o requente apresentava era gravíssima e que deveria
urgentemente se submeter a uma reoperação, a fim de que fosse feito uma reconstituição
dos danos sofridos.
3. DO DIREITO
6. DO DANO MORAL
Parece mais razoável, assim, caracterizar o dano moral pelos seus próprios
elementos; portanto, ‘como a privação ou diminuição daqueles bens que têm um
valor precípuo na vida do homem e que são a paz, a tranquilidade de espírito, a
liberdade individual, a integridade individual, a integridade física, a honra e
demais sagrados afetos’; classificando-se, desse modo, em dano que afeta a
‘parte social do patrimônio moral’ (honra, reputação etc) e dano que molesta a
‘parte afetiva do patrimônio moral’ (dor, tristeza, saudade etc); dano moral que
provoca direta ou indiretamente dano patrimonial (cicatriz deformante etc) e
dano moral puro (dor, tristeza etc.). “ (CAHALI, Yussef Said. Dano moral. 4ª
Ed. São Paulo: RT, 2011, pp. 20-21)
Dessa forma cabe o dano moral do requerente, em seu próprio nome, um dano a
sua saúde que veio a prejudicar em diversas esferas de sua vida.
No que tange ao arbitramento da condenação, mister registrar que essa deve ter
um conteúdo didático, visando tanto compensar a vítima pelo dano – sem, contudo,
enriquecê-la – quanto punir o infrator, sem arruiná-lo.
Anote-se, por oportuno, que não se pode olvidar que a presente ação, nos dias
atuais, não se restringe a ser apenas compensatória; vai mais além, é verdadeiramente
sancionatória, na medida em que o valor fixado a título de indenização reveste-se de
pena civil.
7. DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
8. DO VALOR DA CAUSA
Termos em que,
Pede deferimento.