Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RAZÕES RECURSAIS
DOS FATOS
A ADBPP foi procurada por diversas pessoas em janeiro de 2022 e todas elas,
de forma idêntica, reclamaram que seus planos de saúde passaram por
uma grande mudança, sendo a carteira de pessoas mais idosas (todas acima
de 55 anos) integralmente assumida por outra empresa e sob a condição de
que obrigatoriamente se submetessem a novas cláusulas contratuais para que
permanecessem sendo atendidas, sob pena de imediata cessação de todos os
benefícios.
Todas essas pessoas eram beneficiárias de planos da empresa “Acém Health”
e passaram a compor de forma automática o novo plano
“SemHelp”, que pertence ao mesmo grupo econômico, mas que conta com
uma rede de atendimento muito inferior àquela inicialmente contratada, sem
hospitais importantes que constavam na rede anterior e com um diminuto
número de médicos que se encontram exclusivamente nos hospitais próprios
do plano, localizados exclusivamente na capital do estado, mesmo tendo o
plano a promessa de um amplo atendimento nacional.
Os beneficiários ainda foram obrigados a aderir a um novo contrato em que há
cláusula de permanência máxima de 15 dias de internação em UTI e carência
para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de
emergência por 90 dias a contar da migração para o “SemHelp”.
Essas pessoas são associadas da Associação de Defesa de Beneficiários de
Planos de Saúde de Pernambuco (ADBPP), e pediram para que fosse
tomada uma medida judicial urgente a fim de que todos fossem protegidos
contra essas atitudes da empresa.
Ocorre, no entanto, que o magistrado de primeiro grau, afastando-se de seu
costumeiro acerto, equivocou-se, negando a liminar:
“Não vislumbro a presença do periculum in mora no
presente caso, uma vez que as pessoas continuam beneficiadas pelo novo plano
de saúde, não havendo nada além de um possível ocorrência de perigo que
poderá ser melhor analisado após o exercício de defesa das rés e a dilação
probatória. Assim, julgo improcedente o pedido liminar e ordeno a citação das
rés para que, querendo, apresentem contestação em 15 dias úteis”.
Merece reforma a decisão do magistrado de primeiro grau, como veremos:
DO MÉRITO RECURSAL
Recife, data.