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Matéria: Residência Multiprofissional

Professora: Mariani Costa de Aguiar


SUMÁRIO

1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 02


2. BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. 06
3. BRASIL. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2001. 19
4. BRASIL. Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990 e Controle Social 28
5. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. 42
6. Política Nacional de Humanização 69
7. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde 87
8. Sistemas de Informação do Sus 94
9. Apontamentos sobre historia do SUS no Brasil 109
10. Exercícios 113

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – Arts. 196/200

CAPÍTULO II 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº


DA SEGURIDADE SOCIAL 20, de 1998)
Seção I III - sobre a receita de concursos de
DISPOSIÇÕES GERAIS prognósticos.
Art. 194. A seguridade social compreende um IV - do importador de bens ou serviços do
conjunto integrado de ações de iniciativa dos exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito
e à assistência social. Federal e dos Municípios destinadas à seguridade
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, social constarão dos respectivos orçamentos, não
nos termos da lei, organizar a seguridade social, com integrando o orçamento da União.
base nos seguintes objetivos: § 2º A proposta de orçamento da seguridade
I - universalidade da cobertura e do social será elaborada de forma integrada pelos
atendimento; órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e
II - uniformidade e equivalência dos benefícios assistência social, tendo em vista as metas e
e serviços às populações urbanas e rurais; prioridades estabelecidas na lei de diretrizes
III - seletividade e distributividade na orçamentárias, assegurada a cada área a gestão
prestação dos benefícios e serviços; de seus recursos.
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; § 3º A pessoa jurídica em débito com o
V - eqüidade na forma de participação no sistema da seguridade social, como estabelecido em
custeio; lei, não poderá contratar com o Poder Público nem
VI - diversidade da base de financiamento; dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
VII - caráter democrático e descentralizado da creditícios.
administração, mediante gestão quadripartite, com § 4º A lei poderá instituir outras fontes
participação dos trabalhadores, dos empregadores, destinadas a garantir a manutenção ou expansão da
dos aposentados e do Governo nos órgãos seguridade social, obedecido o disposto no art. 154,
colegiados. (Redação dada pela Emenda I.
Constitucional nº 20, de 1998) § 5º Nenhum benefício ou serviço da
Art. 195. A seguridade social será financiada seguridade social poderá ser criado, majorado ou
por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos estendido sem a correspondente fonte de custeio
termos da lei, mediante recursos provenientes dos total.
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito § 6º As contribuições sociais de que trata este
Federal e dos Municípios, e das seguintes artigo só poderão ser exigidas após decorridos
contribuições sociais: noventa dias da data da publicação da lei que as
I - do empregador, da empresa e da entidade houver instituído ou modificado, não se lhes
a ela equiparada na forma da lei, incidentes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº § 7º São isentas de contribuição para a
20, de 1998) seguridade social as entidades beneficentes de
a) a folha de salários e demais rendimentos do assistência social que atendam às exigências
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à estabelecidas em lei.
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o
vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem
Constitucional nº 20, de 1998) como os respectivos cônjuges, que exerçam suas
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela atividades em regime de economia familiar, sem
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) empregados permanentes, contribuirão para a
c) o lucro; (Incluído pela Emenda seguridade social mediante a aplicação de uma
Constitucional nº 20, de 1998) alíquota sobre o resultado da comercialização da
II - do trabalhador e dos demais segurados da produção e farão jus aos benefícios nos termos da
previdência social, não incidindo contribuição sobre lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime 20, de 1998)
geral de previdência social de que trata o art.
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§ 9º As contribuições sociais previstas no § 1º O sistema único de saúde será financiado,
inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas nos termos do art. 195, com recursos do orçamento
ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da da seguridade social, da União, dos Estados, do
atividade econômica, da utilização intensiva de mão- Distrito Federal e dos Municípios, além de outras
de-obra, do porte da empresa ou da condição fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela
estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e
de recursos para o sistema único de saúde e ações serviços públicos de saúde recursos mínimos
de assistência social da União para os Estados, o derivados da aplicação de percentuais calculados
Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
os Municípios, observada a respectiva contrapartida de 2000)
de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº I - no caso da União, a receita corrente líquida
20, de 1998) do respectivo exercício financeiro, não podendo ser
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada
anistia das contribuições sociais de que tratam os pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em II – no caso dos Estados e do Distrito Federal,
montante superior ao fixado em lei o produto da arrecadação dos impostos a que se
complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os
nº 20, de 1998) arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II,
§ 12. A lei definirá os setores de atividade deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
econômica para os quais as contribuições incidentes respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não- Constitucional nº 29, de 2000)
cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº III – no caso dos Municípios e do Distrito
42, de 19.12.2003) Federal, o produto da arrecadação dos impostos a
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na que se refere o art. 156 e dos recursos de que
hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e §
contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído 2000)
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 3º Lei complementar, que será reavaliada
Seção II pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído
DA SAÚDE pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do I - os percentuais de que tratam os incisos II e
Estado, garantido mediante políticas sociais e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda
econômicas que visem à redução do risco de doença Constitucional nº 86, de 2015)
e de outros agravos e ao acesso universal e II – os critérios de rateio dos recursos da
igualitário às ações e serviços para sua promoção, União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao
proteção e recuperação. Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados
Art. 197. São de relevância pública as ações e destinados a seus respectivos Municípios,
serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, objetivando a progressiva redução das disparidades
nos termos da lei, sobre sua regulamentação, regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
fiscalização e controle, devendo sua execução ser 29, de 2000)
feita diretamente ou através de terceiros e, também, III – as normas de fiscalização, avaliação e
por pessoa física ou jurídica de direito privado. controle das despesas com saúde nas esferas
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela
integram uma rede regionalizada e hierarquizada e Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
constituem um sistema único, organizado de acordo IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda
com as seguintes diretrizes: Constitucional nº 86, de 2015)
I - descentralização, com direção única em § 4º Os gestores locais do sistema único de
cada esfera de governo; saúde poderão admitir agentes comunitários de
II - atendimento integral, com prioridade para saúde e agentes de combate às endemias por meio
as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços de processo seletivo público, de acordo com a
assistenciais; natureza e complexidade de suas atribuições e
III - participação da comunidade. requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído
pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
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§ 5º Lei federal disporá sobre o regime § 4º A lei disporá sobre as condições e os
jurídico, o piso salarial profissional nacional, as requisitos que facilitem a remoção de órgãos,
diretrizes para os Planos de Carreira e a tecidos e substâncias humanas para fins de
regulamentação das atividades de agente transplante, pesquisa e tratamento, bem como a
comunitário de saúde e agente de combate às coleta, processamento e transfusão de sangue e seus
endemias, competindo à União, nos termos da lei, derivados, sendo vedado todo tipo de
prestar assistência financeira complementar aos comercialização.
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o Art. 200. Ao sistema único de saúde compete,
cumprimento do referido piso salarial. (Redação além de outras atribuições, nos termos da lei:
dada pela Emenda Constitucional nº 63, de I - controlar e fiscalizar procedimentos,
2010) Regulamento produtos e substâncias de interesse para a saúde e
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do participar da produção de medicamentos,
art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e
o servidor que exerça funções equivalentes às de outros insumos;
agente comunitário de saúde ou de agente de II - executar as ações de vigilância sanitária e
combate às endemias poderá perder o cargo em epidemiológica, bem como as de saúde do
caso de descumprimento dos requisitos específicos, trabalhador;
fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela III - ordenar a formação de recursos humanos
Emenda Constitucional nº 51, de 2006) na área de saúde;
Art. 199. A assistência à saúde é livre à IV - participar da formulação da política e da
iniciativa privada. execução das ações de saneamento básico;
§ 1º As instituições privadas poderão V - incrementar, em sua área de atuação, o
participar de forma complementar do sistema único desenvolvimento científico e tecnológico e a
de saúde, segundo diretrizes deste, mediante inovação; (Redação dada pela Emenda
contrato de direito público ou convênio, tendo Constitucional nº 85, de 2015)
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins VI - fiscalizar e inspecionar alimentos,
lucrativos. compreendido o controle de seu teor nutricional,
§ 2º É vedada a destinação de recursos bem como bebidas e águas para consumo humano;
públicos para auxílios ou subvenções às instituições VII - participar do controle e fiscalização da
privadas com fins lucrativos. produção, transporte, guarda e utilização de
§ 3º - É vedada a participação direta ou substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
indireta de empresas ou capitais estrangeiros na radioativos;
assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos VIII - colaborar na proteção do meio
em lei. ambiente, nele compreendido o do trabalho.

DICA DA MARI: Estude a CF/1988 por Artigos pois fica mais fácil no momento de responder.

EXERCÍCIOS

1)RMULTI UFSM/2019: A Constituição Federal do Brasil, de 1988, em seu Art. 196, define a saúde como direito
de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas, bem como acesso a ações e
serviços de saúde. Selecione a alternativa que, de acordo com o artigo referido, apresenta questões
relacionadas ao acesso e às características dos serviços.
A) Acesso restrito para os serviços especializados de alta complexidade, independentemente das necessidades de
saúde de uma pessoa.
B) Acesso universal e igualitário a ações e serviços destinados à promoção, proteção e recuperação da saúde.

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C) Acesso discriminado por risco pessoal e vulnerabilidade social aos serviços de proteção e recuperação da saúde.
D) Acesso a programas de saúde ofertados pelos serviços privados, por linhas de cuidado e redes temáticas.
E) Acesso a serviços públicos disponíveis no município de origem e restrição para utilização de serviços privados
contratados.

2) RMULTI UFSM/2019: De acordo com o Art. 198 da Constituição Federal do Brasil, de 1988, as ações e os
serviços de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado
de acordo com diretrizes. Qual a alternativa que corresponde às diretrizes previstas nesse artigo?
A) Participação da comunidade, atendimento integral
e descentralização.
B) Regionalização, universalização e controle social.
C) Humanização, trabalho em rede e descentralização.
D) Prevenção, trabalho em rede e complementariedade.
E) Atendimento integral, governança regional e municipalização.

3) (RESID. MULT. PROF. SAÚDE/UFPE/ENFERMAGEM/2015) A Constituição Federal estabelece ao Sistema Único


de Saúde:
1) A descentralização, com direção única em cada esfera de governo.
2) O atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais.
3) O financiamento será com recurso do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
4) A participação da comunidade.
5) As ações e serviços públicos de saúde são vetados à iniciativa privada com fins lucrativos.
Assinale a alternativa CORRETA.
a. Todos os itens estão corretos.
b. Existem, apenas, 3 itens corretos.
c. O item 3 está incorreto.
d. Os itens 3 e 5 estão incorretos.
e. O item 5 está incorreto.

4) (UPE/2017/RESID. MULT. PROF. SAÚDE ENFERMAGEM) Segundo o artigo 199, da Constituição da República
Federativa do Brasil, a assistência à saúde é livre à iniciativa privada. Sobre esse artigo, analise as afirmativas
abaixo:
I – As instituições privadas poderão participar, de forma complementar, do Sistema Único de Saúde (SUS),
segundo as diretrizes deste.
II – É possível a destinação de recursos públicos na forma de auxílios ou subvenções às instituições privadas com
fins lucrativos.
III – Os hospitais e as clínicas particulares poderão participar do Sistema Único de Saúde, direta ou
indiretamente, por meio dos planos de saúde.
IV – O capital estrangeiro só pode participar do SUS n. setor de medicamentos e equipamentos.
Está CORRETO o que se afirmar em
a. I, II, III e IV.
b. I, II e IV, apenas.
c. III, apenas.
d. I, apenas.
e. I e II, apenas.

GABARITO
1) B 2) A 3) E 4) D

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LEI ORGÂNICA DA SAÚDE – Lei 8.080/1990

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. Art. 4º O conjunto de ações e serviços de
saúde, prestados por órgãos e instituições públicas
Dispõe sobre as condições federais, estaduais e municipais, da Administração
para a promoção, direta e indireta e das fundações mantidas pelo
Mensagem de veto Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde
proteção e recuperação
da saúde, a organização e (SUS).
Regulamento § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo
o funcionamento dos
Regulamento as instituições públicas federais, estaduais e
serviços correspondentes
e dá outras providências. municipais de controle de qualidade, pesquisa e
produção de insumos, medicamentos, inclusive de
sangue e hemoderivados, e de equipamentos para
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que saúde.
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a § 2º A iniciativa privada poderá participar do
seguinte lei: Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR complementar.
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território CAPÍTULO I
nacional, as ações e serviços de saúde, executados Dos Objetivos e Atribuições
isolada ou conjuntamente, em caráter permanente Art. 5º São objetivos do Sistema Único de
ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de Saúde SUS:
direito Público ou privado. I - a identificação e divulgação dos fatores
TÍTULO I condicionantes e determinantes da saúde;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS II - a formulação de política de saúde
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do destinada a promover, nos campos econômico e
ser humano, devendo o Estado prover as condições social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º
indispensáveis ao seu pleno exercício. desta lei;
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde III - a assistência às pessoas por intermédio de
consiste na formulação e execução de políticas ações de promoção, proteção e recuperação da
econômicas e sociais que visem à redução de riscos saúde, com a realização integrada das ações
de doenças e de outros agravos e no assistenciais e das atividades preventivas.
estabelecimento de condições que assegurem Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
para a sua promoção, proteção e recuperação. I - a execução de ações:
§ 2º O dever do Estado não exclui o das a) de vigilância sanitária;
pessoas, da família, das empresas e da sociedade. b) de vigilância epidemiológica;
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a c) de saúde do trabalhador; e
organização social e econômica do País, tendo a d) de assistência terapêutica integral, inclusive
saúde como determinantes e condicionantes, entre farmacêutica;
outros, a alimentação, a moradia, o saneamento II - a participação na formulação da política e
básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a na execução de ações de saneamento básico;
educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o III - a ordenação da formação de recursos
acesso aos bens e serviços essenciais. (Redação humanos na área de saúde;
dada pela Lei nº 12.864, de 2013) IV - a vigilância nutricional e a orientação
Parágrafo único. Dizem respeito também à alimentar;
saúde as ações que, por força do disposto no artigo V - a colaboração na proteção do meio
anterior, se destinam a garantir às pessoas e à ambiente, nele compreendido o do trabalho;
coletividade condições de bem-estar físico, mental e VI - a formulação da política de
social. medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e
TÍTULO II outros insumos de interesse para a saúde e a
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE participação na sua produção;

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VII - o controle e a fiscalização de serviços, IV - avaliação do impacto que as tecnologias
produtos e substâncias de interesse para a saúde; provocam à saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, V - informação ao trabalhador e à sua
água e bebidas para consumo humano; respectiva entidade sindical e às empresas sobre os
IX - a participação no controle e na fiscalização riscos de acidentes de trabalho, doença profissional
da produção, transporte, guarda e utilização de e do trabalho, bem como os resultados de
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e fiscalizações, avaliações ambientais e exames de
radioativos; saúde, de admissão, periódicos e de demissão,
X - o incremento, em sua área de atuação, do respeitados os preceitos da ética profissional;
desenvolvimento científico e tecnológico; VI - participação na normatização, fiscalização
XI - a formulação e execução da política de e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas
sangue e seus derivados. instituições e empresas públicas e privadas;
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um VII - revisão periódica da listagem oficial de
conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou doenças originadas no processo de trabalho, tendo
prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas na sua elaboração a colaboração das entidades
sanitários decorrentes do meio ambiente, da sindicais; e
produção e circulação de bens e da prestação de VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores
serviços de interesse da saúde, abrangendo: de requerer ao órgão competente a interdição de
I - o controle de bens de consumo que, direta máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente
ou indiretamente, se relacionem com a saúde, de trabalho, quando houver exposição a risco
compreendidas todas as etapas e processos, da iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
produção ao consumo; e CAPÍTULO II
II - o controle da prestação de serviços que se Dos Princípios e Diretrizes
relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica os serviços privados contratados ou conveniados que
um conjunto de ações que proporcionam o integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são
conhecimento, a detecção ou prevenção de desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas
qualquer mudança nos fatores determinantes e no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com ainda aos seguintes princípios:
a finalidade de recomendar e adotar as medidas de I - universalidade de acesso aos serviços de
prevenção e controle das doenças ou agravos. saúde em todos os níveis de assistência;
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, II - integralidade de assistência, entendida
para fins desta lei, um conjunto de atividades que se como conjunto articulado e contínuo das ações e
destina, através das ações de vigilância serviços preventivos e curativos, individuais e
epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis
proteção da saúde dos trabalhadores, assim como de complexidade do sistema;
visa à recuperação e reabilitação da saúde dos III - preservação da autonomia das pessoas na
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos defesa de sua integridade física e moral;
advindos das condições de trabalho, abrangendo: IV - igualdade da assistência à saúde, sem
I - assistência ao trabalhador vítima de preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
acidentes de trabalho ou portador de doença V - direito à informação, às pessoas assistidas,
profissional e do trabalho; sobre sua saúde;
II - participação, no âmbito de competência do VI - divulgação de informações quanto ao
Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, potencial dos serviços de saúde e a sua utilização
pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos pelo usuário;
potenciais à saúde existentes no processo de VII - utilização da epidemiologia para o
trabalho; estabelecimento de prioridades, a alocação de
III - participação, no âmbito de competência recursos e a orientação programática;
do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, VIII - participação da comunidade;
fiscalização e controle das condições de produção, IX - descentralização político-administrativa,
extração, armazenamento, transporte, distribuição e com direção única em cada esfera de governo:
manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas a) ênfase na descentralização dos serviços
e de equipamentos que apresentam riscos à saúde para os municípios;
do trabalhador; b) regionalização e hierarquização da rede de
serviços de saúde;
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X - integração em nível executivo das ações de órgãos competentes e por entidades representativas
saúde, meio ambiente e saneamento básico; da sociedade civil.
XI - conjugação dos recursos financeiros, Parágrafo único. As comissões intersetoriais
tecnológicos, materiais e humanos da União, dos terão a finalidade de articular políticas e programas
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na de interesse para a saúde, cuja execução envolva
prestação de serviços de assistência à saúde da áreas não compreendidas no âmbito do Sistema
população; Único de Saúde (SUS).
XII - capacidade de resolução dos serviços em Art. 13. A articulação das políticas e
todos os níveis de assistência; e programas, a cargo das comissões intersetoriais,
XIII - organização dos serviços públicos de abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
modo a evitar duplicidade de meios para fins I - alimentação e nutrição;
idênticos. II - saneamento e meio ambiente;
XIV – organização de atendimento público III - vigilância sanitária e
específico e especializado para mulheres e vítimas farmacoepidemiologia;
de violência doméstica em geral, que garanta, entre IV - recursos humanos;
outros, atendimento, acompanhamento psicológico V - ciência e tecnologia; e
e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade VI - saúde do trabalhador.
com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013. Art. 14. Deverão ser criadas Comissões
(Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017) Permanentes de integração entre os serviços de
CAPÍTULO III saúde e as instituições de ensino profissional e
Da Organização, da Direção e da Gestão superior.
Art. 8º As ações e serviços de saúde, Parágrafo único. Cada uma dessas comissões
executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja terá por finalidade propor prioridades, métodos e
diretamente ou mediante participação estratégias para a formação e educação continuada
complementar da iniciativa privada, serão dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde
organizados de forma regionalizada e hierarquizada (SUS), na esfera correspondente, assim como em
em níveis de complexidade crescente. relação à pesquisa e à cooperação técnica entre
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde essas instituições.
(SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Art. 14-A. As Comissões Intergestores
Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros de
de governo pelos seguintes órgãos: negociação e pactuação entre gestores, quanto aos
I - no âmbito da União, pelo Ministério da aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde
Saúde; (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Parágrafo único. A atuação das Comissões
Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou Intergestores Bipartite e Tripartite terá por
órgão equivalente; e objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva I - decidir sobre os aspectos operacionais,
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente. financeiros e administrativos da gestão
Art. 10. Os municípios poderão constituir compartilhada do SUS, em conformidade com a
consórcios para desenvolver em conjunto as ações e definição da política consubstanciada em planos de
os serviços de saúde que lhes correspondam. saúde, aprovados pelos conselhos de saúde;
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
intermunicipais o princípio da direção única, e os II - definir diretrizes, de âmbito nacional,
respectivos atos constitutivos disporão sobre sua regional e intermunicipal, a respeito da organização
observância. das redes de ações e serviços de saúde,
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de principalmente no tocante à sua governança
Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de institucional e à integração das ações e serviços dos
forma a integrar e articular recursos, técnicas e entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de
práticas voltadas para a cobertura total das ações de 2011).
saúde. III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde,
Art. 11. (Vetado). distrito sanitário, integração de territórios,
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais referência e contrarreferência e demais aspectos
de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho vinculados à integração das ações e serviços de
Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e saúde entre os entes federados. (Incluído pela
Lei nº 12.466, de 2011).
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Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários IX - participação na formulação e na execução
de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de da política de formação e desenvolvimento de
Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são recursos humanos para a saúde;
reconhecidos como entidades representativas dos X - elaboração da proposta orçamentária do
entes estaduais e municipais para tratar de matérias Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade com
referentes à saúde e declarados de utilidade pública o plano de saúde;
e de relevante função social, na forma do XI - elaboração de normas para regular as
regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de atividades de serviços privados de saúde, tendo em
2011). vista a sua relevância pública;
§ 1o O Conass e o Conasems receberão XII - realização de operações externas de
recursos do orçamento geral da União por meio do natureza financeira de interesse da saúde,
Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de autorizadas pelo Senado Federal;
suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar XIII - para atendimento de necessidades
convênios com a União. (Incluído pela Lei nº coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de
12.466, de 2011). situações de perigo iminente, de calamidade pública
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais ou de irrupção de epidemias, a autoridade
de Saúde (Cosems) são reconhecidos como competente da esfera administrativa
entidades que representam os entes municipais, no correspondente poderá requisitar bens e serviços,
âmbito estadual, para tratar de matérias referentes tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-
à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao lhes assegurada justa indenização;
Conasems, na forma que dispuserem seus XIV - implementar o Sistema Nacional de
estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de Sangue, Componentes e Derivados;
2011). XV - propor a celebração de convênios,
CAPÍTULO IV acordos e protocolos internacionais relativos à
Da Competência e das Atribuições saúde, saneamento e meio ambiente;
Seção I XVI - elaborar normas técnico-científicas de
Das Atribuições Comuns promoção, proteção e recuperação da saúde;
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal XVII - promover articulação com os órgãos de
e os Municípios exercerão, em seu âmbito fiscalização do exercício profissional e outras
administrativo, as seguintes atribuições: entidades representativas da sociedade civil para a
I - definição das instâncias e mecanismos de definição e controle dos padrões éticos para
controle, avaliação e de fiscalização das ações e pesquisa, ações e serviços de saúde;
serviços de saúde; XVIII - promover a articulação da política e dos
II - administração dos recursos orçamentários planos de saúde;
e financeiros destinados, em cada ano, à saúde; XIX - realizar pesquisas e estudos na área de
III - acompanhamento, avaliação e divulgação saúde;
do nível de saúde da população e das condições XX - definir as instâncias e mecanismos de
ambientais; controle e fiscalização inerentes ao poder de polícia
IV - organização e coordenação do sistema de sanitária;
informação de saúde; XXI - fomentar, coordenar e executar
V - elaboração de normas técnicas e programas e projetos estratégicos e de atendimento
estabelecimento de padrões de qualidade e emergencial.
parâmetros de custos que caracterizam a assistência Seção II
à saúde; Da Competência
VI - elaboração de normas técnicas e Art. 16. A direção nacional do Sistema Único
estabelecimento de padrões de qualidade para da Saúde (SUS) compete:
promoção da saúde do trabalhador; I - formular, avaliar e apoiar políticas de
VII - participação de formulação da política e alimentação e nutrição;
da execução das ações de saneamento básico e II - participar na formulação e na
colaboração na proteção e recuperação do meio implementação das políticas:
ambiente; a) de controle das agressões ao meio
VIII - elaboração e atualização periódica do ambiente;
plano de saúde; b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de
trabalho;
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III - definir e coordenar os sistemas: XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações
a) de redes integradas de assistência de alta e os serviços de saúde, respeitadas as competências
complexidade; estaduais e municipais;
b) de rede de laboratórios de saúde pública; XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico
c) de vigilância epidemiológica; e Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica
d) vigilância sanitária; com os Estados, Municípios e Distrito Federal;
IV - participar da definição de normas e XIX - estabelecer o Sistema Nacional de
mecanismos de controle, com órgão afins, de agravo Auditoria e coordenar a avaliação técnica e
sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que financeira do SUS em todo o Território Nacional em
tenham repercussão na saúde humana; cooperação técnica com os Estados, Municípios e
V - participar da definição de normas, critérios Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de
e padrões para o controle das condições e dos 1995)
ambientes de trabalho e coordenar a política de Parágrafo único. A União poderá executar
saúde do trabalhador; ações de vigilância epidemiológica e sanitária em
VI - coordenar e participar na execução das circunstâncias especiais, como na ocorrência de
ações de vigilância epidemiológica; agravos inusitados à saúde, que possam escapar do
VII - estabelecer normas e executar a controle da direção estadual do Sistema Único de
vigilância sanitária de portos, aeroportos e Saúde (SUS) ou que representem risco de
fronteiras, podendo a execução ser complementada disseminação nacional.
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; Art. 17. À direção estadual do Sistema Único
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e de Saúde (SUS) compete:
métodos para o controle da qualidade sanitária de I - promover a descentralização para os
produtos, substâncias e serviços de consumo e uso Municípios dos serviços e das ações de saúde;
humano; II - acompanhar, controlar e avaliar as redes
IX - promover articulação com os órgãos hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS);
educacionais e de fiscalização do exercício III - prestar apoio técnico e financeiro aos
profissional, bem como com entidades Municípios e executar supletivamente ações e
representativas de formação de recursos humanos serviços de saúde;
na área de saúde; IV - coordenar e, em caráter complementar,
X - formular, avaliar, elaborar normas e executar ações e serviços:
participar na execução da política nacional e a) de vigilância epidemiológica;
produção de insumos e equipamentos para a saúde, b) de vigilância sanitária;
em articulação com os demais órgãos c) de alimentação e nutrição; e
governamentais; d) de saúde do trabalhador;
XI - identificar os serviços estaduais e V - participar, junto com os órgãos afins, do
municipais de referência nacional para o controle dos agravos do meio ambiente que tenham
estabelecimento de padrões técnicos de assistência repercussão na saúde humana;
à saúde; VI - participar da formulação da política e da
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, execução de ações de saneamento básico;
produtos e substâncias de interesse para a saúde; VII - participar das ações de controle e
XIII - prestar cooperação técnica e financeira avaliação das condições e dos ambientes de
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios trabalho;
para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional; VIII - em caráter suplementar, formular,
XIV - elaborar normas para regular as relações executar, acompanhar e avaliar a política de insumos
entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços e equipamentos para a saúde;
privados contratados de assistência à saúde; IX - identificar estabelecimentos hospitalares
XV - promover a descentralização para as de referência e gerir sistemas públicos de alta
Unidades Federadas e para os Municípios, dos complexidade, de referência estadual e regional;
serviços e ações de saúde, respectivamente, de X - coordenar a rede estadual de laboratórios
abrangência estadual e municipal; de saúde pública e hemocentros, e gerir as unidades
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o que permaneçam em sua organização
Sistema Nacional de Sangue, Componentes e administrativa;
Derivados; XI - estabelecer normas, em caráter
suplementar, para o controle e avaliação das ações e
serviços de saúde;
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XII - formular normas e estabelecer padrões, Art. 19-A. As ações e serviços de saúde
em caráter suplementar, de procedimentos de voltados para o atendimento das populações
controle de qualidade para produtos e substâncias indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou
de consumo humano; individualmente, obedecerão ao disposto nesta
XIII - colaborar com a União na execução da Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
vigilância sanitária de portos, aeroportos e Art. 19-B. É instituído um Subsistema de
fronteiras; Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema
XIV - o acompanhamento, a avaliação e Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei,
divulgação dos indicadores de morbidade e e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com
mortalidade no âmbito da unidade federada. o qual funcionará em perfeita integração.
Art. 18. À direção municipal do Sistema de (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Saúde (SUS) compete: Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde
ações e os serviços de saúde e gerir e executar os Indígena. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
serviços públicos de saúde; Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do
II - participar do planejamento, programação e Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos
organização da rede regionalizada e hierarquizada responsáveis pela Política Indígena do País.
do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
com sua direção estadual; Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras
III - participar da execução, controle e instituições governamentais e não-governamentais
avaliação das ações referentes às condições e aos poderão atuar complementarmente no custeio e
ambientes de trabalho; execução das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836,
IV - executar serviços: de 1999)
a) de vigilância epidemiológica; Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar
b) vigilância sanitária; em consideração a realidade local e as
c) de alimentação e nutrição; especificidades da cultura dos povos indígenas e o
d) de saneamento básico; e modelo a ser adotado para a atenção à saúde
e) de saúde do trabalhador; indígena, que se deve pautar por uma abordagem
V - dar execução, no âmbito municipal, à diferenciada e global, contemplando os aspectos de
política de insumos e equipamentos para a saúde; assistência à saúde, saneamento básico, nutrição,
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao habitação, meio ambiente, demarcação de terras,
meio ambiente que tenham repercussão sobre a educação sanitária e integração institucional.
saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
estaduais e federais competentes, para controlá-las; Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde
VII - formar consórcios administrativos Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado,
intermunicipais; hierarquizado e regionalizado. (Incluído pela Lei
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e nº 9.836, de 1999)
hemocentros; § 1o O Subsistema de que trata o caput deste
IX - colaborar com a União e os Estados na artigo terá como base os Distritos Sanitários
execução da vigilância sanitária de portos, Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº 9.836,
aeroportos e fronteiras; de 1999)
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, § 2o O SUS servirá de retaguarda e referência
celebrar contratos e convênios com entidades ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena,
prestadoras de serviços privados de saúde, bem devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura
como controlar e avaliar sua execução; e organização do SUS nas regiões onde residem as
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos populações indígenas, para propiciar essa integração
serviços privados de saúde; e o atendimento necessário em todos os níveis, sem
XII - normatizar complementarmente as ações discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de
e serviços públicos de saúde no seu âmbito de 1999)
atuação. § 3o As populações indígenas devem ter
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e
atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios. de centros especializados, de acordo com suas
CAPÍTULO V necessidades, compreendendo a atenção primária,
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) nº 9.836, de 1999)
11
Art. 19-H. As populações indígenas terão estabelecido no caput deste artigo. (Incluído
direito a participar dos organismos colegiados de pela Lei nº 12.895, de 2013)
formulação, acompanhamento e avaliação das Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº
políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de 11.108, de 2005)
Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de CAPÍTULO VIII
Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
9.836, de 1999) DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO
CAPÍTULO VI DE TECNOLOGIA EM SAÚDE”
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a
DOMICILIAR que se refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) em: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do I - dispensação de medicamentos e produtos
Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar e de interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em
a internação domiciliar. (Incluído pela Lei nº conformidade com as diretrizes terapêuticas
10.424, de 2002) definidas em protocolo clínico para a doença ou o
§ 1o Na modalidade de assistência de agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do
atendimento e internação domiciliares incluem-se, protocolo, em conformidade com o disposto no art.
principalmente, os procedimentos médicos, de 19-P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de II - oferta de procedimentos terapêuticos, em
assistência social, entre outros necessários ao regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar,
cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no
§ 2o O atendimento e a internação território nacional por serviço próprio, conveniado
domiciliares serão realizados por equipes ou contratado.
multidisciplinares que atuarão nos níveis da Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art.
medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora. 19-M, são adotadas as seguintes definições:
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) I - produtos de interesse para a saúde:
§ 3o O atendimento e a internação órteses, próteses, bolsas coletoras e equipamentos
domiciliares só poderão ser realizados por indicação médicos;
médica, com expressa concordância do paciente e II - protocolo clínico e diretriz terapêutica:
de sua família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de documento que estabelece critérios para o
2002) diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o
CAPÍTULO VII tratamento preconizado, com os medicamentos e
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO demais produtos apropriados, quando couber; as
DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS- posologias recomendadas; os mecanismos de
PARTO IMEDIATO controle clínico; e o acompanhamento e a
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) verificação dos resultados terapêuticos, a serem
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema seguidos pelos gestores do SUS. (Incluído pela
Único de Saúde - SUS, da rede própria ou Lei nº 12.401, de 2011)
conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as
junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante diretrizes terapêuticas deverão estabelecer os
durante todo o período de trabalho de parto, parto e medicamentos ou produtos necessários nas
pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à
11.108, de 2005) saúde de que tratam, bem como aqueles indicados
§ 1o O acompanhante de que trata o caput em casos de perda de eficácia e de surgimento de
deste artigo será indicado pela parturiente. intolerância ou reação adversa relevante,
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) provocadas pelo medicamento, produto ou
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno procedimento de primeira escolha. (Incluído
exercício dos direitos de que trata este artigo pela Lei nº 12.401, de 2011)
constarão do regulamento da lei, a ser elaborado Parágrafo único. Em qualquer caso, os
pelo órgão competente do Poder Executivo. medicamentos ou produtos de que trata o caput
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) deste artigo serão aqueles avaliados quanto à sua
§ 3o Ficam os hospitais de todo o País eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade
obrigados a manter, em local visível de suas para as diferentes fases evolutivas da doença ou do
dependências, aviso informando sobre o direito
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agravo à saúde de que trata o protocolo. quando cabível. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) 2011)
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a
diretriz terapêutica, a dispensação será alteração a que se refere o art. 19-Q serão efetuadas
realizada: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) mediante a instauração de processo administrativo,
I - com base nas relações de medicamentos a ser concluído em prazo não superior a 180 (cento e
instituídas pelo gestor federal do SUS, observadas as oitenta) dias, contado da data em que foi
competências estabelecidas nesta Lei, e a protocolado o pedido, admitida a sua prorrogação
responsabilidade pelo fornecimento será pactuada por 90 (noventa) dias corridos, quando as
na Comissão Intergestores Tripartite; (Incluído circunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 12.401, de 2011) 12.401, de 2011)
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito § 1o O processo de que trata o caput deste
Federal, de forma suplementar, com base nas artigo observará, no que couber, o disposto na Lei no
relações de medicamentos instituídas pelos gestores 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as seguintes
estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo determinações especiais: (Incluído pela Lei nº
fornecimento será pactuada na Comissão 12.401, de 2011)
Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº I - apresentação pelo interessado dos
12.401, de 2011) documentos e, se cabível, das amostras de produtos,
III - no âmbito de cada Município, de forma na forma do regulamento, com informações
suplementar, com base nas relações de necessárias para o atendimento do disposto no § 2o
medicamentos instituídas pelos gestores municipais do art. 19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401,
pactuada no Conselho Municipal de Saúde. de 2011)
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) III - realização de consulta pública que inclua
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a a divulgação do parecer emitido pela Comissão
alteração pelo SUS de novos medicamentos, Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS;
produtos e procedimentos, bem como a constituição (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz IV - realização de audiência pública, antes da
terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, tomada de decisão, se a relevância da matéria
assessorado pela Comissão Nacional de justificar o evento. (Incluído pela Lei nº 12.401,
Incorporação de Tecnologias no SUS. (Incluído de 2011)
pela Lei nº 12.401, de 2011) § 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de 12.401, de 2011)
Tecnologias no SUS, cuja composição e regimento Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei
são definidos em regulamento, contará com a nº 12.401, de 2011)
participação de 1 (um) representante indicado pelo Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas
Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) de gestão do SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401,
representante, especialista na área, indicado pelo de 2011)
Conselho Federal de Medicina. (Incluído pela Lei I - o pagamento, o ressarcimento ou o
nº 12.401, de 2011) reembolso de medicamento, produto e
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou
Incorporação de Tecnologias no SUS levará em de uso não autorizado pela Agência Nacional de
consideração, necessariamente: (Incluído pela Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela Lei
Lei nº 12.401, de 2011) nº 12.401, de 2011)
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a II - a dispensação, o pagamento, o
acurácia, a efetividade e a segurança do ressarcimento ou o reembolso de medicamento e
medicamento, produto ou procedimento objeto do produto, nacional ou importado, sem registro na
processo, acatadas pelo órgão competente para o Anvisa.”
registro ou a autorização de uso; (Incluído pela Lei nº Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo
12.401, de 2011) fornecimento de medicamentos, produtos de
II - a avaliação econômica comparativa dos interesse para a saúde ou procedimentos de que
benefícios e dos custos em relação às tecnologias já trata este Capítulo será pactuada na Comissão
incorporadas, inclusive no que se refere aos Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei nº
atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, 12.401, de 2011)
TÍTULO III
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DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE preferência para participar do Sistema Único de
CAPÍTULO I Saúde (SUS).
Do Funcionamento Art. 26. Os critérios e valores para a
Art. 20. Os serviços privados de assistência à remuneração de serviços e os parâmetros de
saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa cobertura assistencial serão estabelecidos pela
própria, de profissionais liberais, legalmente direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS),
habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado aprovados no Conselho Nacional de Saúde.
na promoção, proteção e recuperação da saúde. § 1° Na fixação dos critérios, valores, formas
Art. 21. A assistência à saúde é livre à de reajuste e de pagamento da remuneração aludida
iniciativa privada. neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de
Art. 22. Na prestação de serviços privados de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em
assistência à saúde, serão observados os princípios demonstrativo econômico-financeiro que garanta a
éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção efetiva qualidade de execução dos serviços
do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às contratados.
condições para seu funcionamento. § 2° Os serviços contratados submeter-se-ão
Art. 23. É permitida a participação direta ou às normas técnicas e administrativas e aos princípios
indireta, inclusive controle, de empresas ou de e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS),
capital estrangeiro na assistência à saúde nos mantido o equilíbrio econômico e financeiro do
seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº contrato.
13.097, de 2015) § 3° (Vetado).
I - doações de organismos internacionais § 4° Aos proprietários, administradores e
vinculados à Organização das Nações Unidas, de dirigentes de entidades ou serviços contratados é
entidades de cooperação técnica e de financiamento vedado exercer cargo de chefia ou função de
e empréstimos; (Incluído pela Lei nº 13.097, de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).
2015) TÍTULO IV
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, DOS RECURSOS HUMANOS
operacionalizar ou explorar: (Incluído pela Lei nº Art. 27. A política de recursos humanos na
13.097, de 2015) área da saúde será formalizada e executada,
a) hospital geral, inclusive filantrópico, articuladamente, pelas diferentes esferas de
hospital especializado, policlínica, clínica geral e governo, em cumprimento dos seguintes objetivos:
clínica especializada; e (Incluído pela Lei nº I - organização de um sistema de formação de
13.097, de 2015) recursos humanos em todos os níveis de ensino,
b) ações e pesquisas de planejamento inclusive de pós-graduação, além da elaboração de
familiar; (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) programas de permanente aperfeiçoamento de
III - serviços de saúde mantidos, sem pessoal;
finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento II - (Vetado)
de seus empregados e dependentes, sem qualquer III - (Vetado)
ônus para a seguridade social; e (Incluído pela IV - valorização da dedicação exclusiva aos
Lei nº 13.097, de 2015) serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
IV - demais casos previstos em legislação Parágrafo único. Os serviços públicos que
específica. (Incluído pela Lei nº 13.097, de integram o Sistema Único de Saúde (SUS) constituem
2015) campo de prática para ensino e pesquisa, mediante
CAPÍTULO II normas específicas, elaboradas conjuntamente com
Da Participação Complementar o sistema educacional.
Art. 24. Quando as suas disponibilidades Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção
forem insuficientes para garantir a cobertura e assessoramento, no âmbito do Sistema Único de
assistencial à população de uma determinada área, o Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em regime de
Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos tempo integral.
serviços ofertados pela iniciativa privada. § 1° Os servidores que legalmente acumulam
Parágrafo único. A participação complementar dois cargos ou empregos poderão exercer suas
dos serviços privados será formalizada mediante atividades em mais de um estabelecimento do
contrato ou convênio, observadas, a respeito, as Sistema Único de Saúde (SUS).
normas de direito público. § 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as também aos servidores em regime de tempo
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão
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integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou financiamento ou de origem externa e receita
função de chefia, direção ou assessoramento. própria das instituições executoras.
Art. 29. (Vetado). § 6º (Vetado).
Art. 30. As especializações na forma de CAPÍTULO II
treinamento em serviço sob supervisão serão Da Gestão Financeira
regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema
acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a Único de Saúde (SUS) serão depositados em conta
participação das entidades profissionais especial, em cada esfera de sua atuação, e
correspondentes. movimentados sob fiscalização dos respectivos
TÍTULO V Conselhos de Saúde.
DO FINANCIAMENTO § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros,
CAPÍTULO I originários do Orçamento da Seguridade Social, de
Dos Recursos outros Orçamentos da União, além de outras fontes,
Art. 31. O orçamento da seguridade social serão administrados pelo Ministério da Saúde,
destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de através do Fundo Nacional de Saúde.
acordo com a receita estimada, os recursos § 2º (Vetado).
necessários à realização de suas finalidades, § 3º (Vetado).
previstos em proposta elaborada pela sua direção § 4º O Ministério da Saúde acompanhará,
nacional, com a participação dos órgãos da através de seu sistema de auditoria, a conformidade
Previdência Social e da Assistência Social, tendo em à programação aprovada da aplicação dos recursos
vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de repassados a Estados e Municípios. Constatada a
Diretrizes Orçamentárias. malversação, desvio ou não aplicação dos recursos,
Art. 32. São considerados de outras fontes os caberá ao Ministério da Saúde aplicar as medidas
recursos provenientes de: previstas em lei.
I - (Vetado) Art. 34. As autoridades responsáveis pela
II - Serviços que possam ser prestados sem distribuição da receita efetivamente arrecadada
prejuízo da assistência à saúde; transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de
III - ajuda, contribuições, doações e donativos; Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de deste artigo, os recursos financeiros
capital; correspondentes às dotações consignadas no
V - taxas, multas, emolumentos e preços Orçamento da Seguridade Social, a projetos e
públicos arrecadados no âmbito do Sistema Único de atividades a serem executados no âmbito do Sistema
Saúde (SUS); e Único de Saúde (SUS).
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e Parágrafo único. Na distribuição dos recursos
industriais. financeiros da Seguridade Social será observada a
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá mesma proporção da despesa prevista de cada área,
metade da receita de que trata o inciso I deste no Orçamento da Seguridade Social.
artigo, apurada mensalmente, a qual será destinada Art. 35. Para o estabelecimento de valores a
à recuperação de viciados. serem transferidos a Estados, Distrito Federal e
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Municípios, será utilizada a combinação dos
Único de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente seguintes critérios, segundo análise técnica de
em contas especiais, movimentadas pela sua programas e projetos:
direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas. I - perfil demográfico da região;
§ 3º As ações de saneamento que venham a II - perfil epidemiológico da população a ser
ser executadas supletivamente pelo Sistema Único coberta;
de Saúde (SUS), serão financiadas por recursos III - características quantitativas e qualitativas
tarifários específicos e outros da União, Estados, da rede de saúde na área;
Distrito Federal, Municípios e, em particular, do IV - desempenho técnico, econômico e
Sistema Financeiro da Habitação (SFH). financeiro no período anterior;
§ 4º (Vetado). V - níveis de participação do setor saúde nos
§ 5º As atividades de pesquisa e orçamentos estaduais e municipais;
desenvolvimento científico e tecnológico em saúde VI - previsão do plano qüinqüenal de
serão co-financiadas pelo Sistema Único de Saúde investimentos da rede;
(SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, VII - ressarcimento do atendimento a serviços
além de recursos de instituições de fomento e prestados para outras esferas de governo.
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§ 2º Nos casos de Estados e Municípios direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS
sujeitos a notório processo de migração, os critérios ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja
demográficos mencionados nesta lei serão circunscrição administrativa se encontrem, mediante
ponderados por outros indicadores de crescimento simples termo de recebimento.
populacional, em especial o número de eleitores § 7º (Vetado).
registrados. § 8º O acesso aos serviços de informática e
§ 3º (Vetado). bases de dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e
§ 4º (Vetado). pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social,
§ 5º (Vetado). será assegurado às Secretarias Estaduais e
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como
prejudica a atuação dos órgãos de controle interno e suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a
externo e nem a aplicação de penalidades previstas gerencia informatizada das contas e a disseminação
em lei, em caso de irregularidades verificadas na de estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico-
gestão dos recursos transferidos. hospitalares.
CAPÍTULO III Art. 40. (Vetado)
Do Planejamento e do Orçamento Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação
Art. 36. O processo de planejamento e das Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do
orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) será Câncer, supervisionadas pela direção nacional do
ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão como
órgãos deliberativos, compatibilizando-se as referencial de prestação de serviços, formação de
necessidades da política de saúde com a recursos humanos e para transferência de
disponibilidade de recursos em planos de saúde dos tecnologia.
Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da Art. 42. (Vetado).
União. Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de
§ 1º Os planos de saúde serão a base das saúde fica preservada nos serviços públicos
atividades e programações de cada nível de direção contratados, ressalvando-se as cláusulas dos
do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu contratos ou convênios estabelecidos com as
financiamento será previsto na respectiva proposta entidades privadas.
orçamentária. Art. 44. (Vetado).
§ 2º É vedada a transferência de recursos para Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais
o financiamento de ações não previstas nos planos universitários e de ensino integram-se ao Sistema
de saúde, exceto em situações emergenciais ou de Único de Saúde (SUS), mediante convênio,
calamidade pública, na área de saúde. preservada a sua autonomia administrativa, em
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde relação ao patrimônio, aos recursos humanos e
estabelecerá as diretrizes a serem observadas na financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites
elaboração dos planos de saúde, em função das conferidos pelas instituições a que estejam
características epidemiológicas e da organização dos vinculados.
serviços em cada jurisdição administrativa. § 1º Os serviços de saúde de sistemas
Art. 38. Não será permitida a destinação de estaduais e municipais de previdência social deverão
subvenções e auxílios a instituições prestadoras de integrar-se à direção correspondente do Sistema
serviços de saúde com finalidade lucrativa. Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS atuação, bem como quaisquer outros órgãos e
Art. 39. (Vetado). serviços de saúde.
§ 1º (Vetado). § 2º Em tempo de paz e havendo interesse
§ 2º (Vetado). recíproco, os serviços de saúde das Forças Armadas
§ 3º (Vetado). poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde
§ 4º (Vetado). (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de esse fim, for firmado.
propriedade do Inamps para órgãos integrantes do Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS),
Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a estabelecerá mecanismos de incentivos à
preservá-los como patrimônio da Seguridade Social. participação do setor privado no investimento em
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo ciência e tecnologia e estimulará a transferência de
anterior serão inventariados com todos os seus tecnologia das universidades e institutos de pesquisa
acessórios, equipamentos e outros bens móveis e aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e
ficarão disponíveis para utilização pelo órgão de Municípios, e às empresas nacionais.
16
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação direta ou indireta de empresas ou de capitais
com os níveis estaduais e municipais do Sistema estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 13.097, de
Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois 2015)
anos, um sistema nacional de informações em
saúde, integrado em todo o território nacional, Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua
abrangendo questões epidemiológicas e de publicação.
prestação de serviços. Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de
Art. 48. (Vetado). setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de
Art. 49. (Vetado). 1975, e demais disposições em contrário.
Art. 50. Os convênios entre a União, os Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da
Estados e os Municípios, celebrados para Independência e 102º da República.
implantação dos Sistemas Unificados e FERNANDO COLLOR
Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à Alceni Guerra
proporção que seu objeto for sendo absorvido pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 51. (Vetado).
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções
cabíveis, constitui crime de emprego irregular de
verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a
utilização de recursos financeiros do Sistema Único
de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas
nesta lei.
Art. 53. (Vetado).
Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de
saúde, as atividades de apoio à assistência à saúde
são aquelas desenvolvidas pelos laboratórios de
genética humana, produção e fornecimento de
medicamentos e produtos para saúde, laboratórios
de analises clínicas, anatomia patológica e de
diagnóstico por imagem e são livres à participação

17
DICA DA MARI: Mapa mental da Lei 8080/1990 é um ótimo método de memorização.

EXERCÍCIOS

1) (2013) Entende-se por vigilância sanitária:


A) as ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou
mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e
hierarquizada em níveis de complexidade crescente
B) entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à
saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos
C) o conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas
sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de
interesse da saúde
D) a universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência

2) (2013) 0 SUS define como responsabilidade do governo municipal na área da saúde:

I. o principal responsável pela saúde de sua população

II. que desde o Pacto pela Saúde de 2010, o governo municipal pode se comprometer apenas com as
questões ligadas aos atendimentos básicos de saúde de sua população
III. que o gestor municipal deve aplicar exclusivamente recursos próprios na atenção a saúde de sua
população
IV. que o governo municipal formula suas próprias políticas de saúde, assim como, é parceiro nas políticas
nacionais e estaduais de saúde.

Estão corretos os itens.

3) 3) (2015) Conforme a Lei 8.080/90 disciplina no artigo 2°. a saúde pode ser considerada:
a) Direito fundamental do ser humano, devendo a iniciativa privada prover as condições indispensáveis ao
seu pleno exercício.
b) Direito fundamental do ser humano, devendo a Família prover as condições indispensáveis ao seu pleno
exercício.
c) Direito fundamental do ser humano, devendo a Sociedade prover as condições indispensáveis ao seu
pleno exercício.
d) Direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
exercício.
e) Existem duas respostas corretas.

4) (UPE/2015/RESID. MULT. PROF. SAÚDE ENFERMAGEM) A Lei n. 8080/1990 aborda e regulamenta, em


vários itens, a participação da iniciativa privada na saúde. Sobre essa participação, todas as afirmativas
abaixo são verdadeiras, EXCETO:
a. A preferência é para as instituições filantrópicas.
b. Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos princípios e
diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).
c. A participação complementar da iniciativa privada também deve ser organizada de forma regionalizada
e hierarquizada.
d. Os dirigentes de entidades contratadas não podem exercer cargo de chefia no SUS.
e. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população
de uma determinada área, o SUS poderá recorrer à iniciativa privada.
18
5) (UFRJ /2015/RESID. MULT. PROF. SAÚDE ENFERMAGEM) As ações e serviços públicos de saúde
integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único. Não faz parte dos
princípios e diretrizes dispostos pela Lei n. 8080/1990:
a. Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo.
b. Conjugação dos recursos das três esferas de gestão na prestação de serviços de assistência à saúde da
população;
c. Participação da comunidade.
d. Direção única centralizada no governo federal.

GABARITO

1) C 2) I e IV 3) D 4) C 5)D

DECRETO 7.508/2011

REGULAMENTA A LEI 8080/90


DISPÕE SOBRE:
Organização do Sus
Planejamento em Saúde
Assistência a Saúde
Articulação Inter federativa

PRINCIPAIS CONCEITOS

REGIÃO DE SAÚDE

CONTRATO ORGANIZATIVO

PORTAS DE ENTRADA

COMISSÕES INTERGESTORAS

MAPA DA SAÚDE
 O que deve conter uma Região em Saúde?
REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE ❖ ATENÇÃO PRIMÁRIA
❖ URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
SERVIÇOS ESPECIAOS EM SAÚDE ❖ ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
❖ ATENÇÃO AMBULATORIAL
PROTOCOLO CLINÍCO ❖ VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Anotações:

19
DECRETO 7508/2011 instalada existente, os investimentos e o
desempenho aferido a partir dos indicadores de
Regulamenta a Lei no saúde do sistema;
8.080, de 19 de setembro VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de
de 1990, para dispor sobre ações e serviços de saúde articulados em níveis de
a organização do Sistema complexidade crescente, com a finalidade de
Único de Saúde - SUS, o garantir a integralidade da assistência à saúde;
planejamento da saúde, a VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto -
assistência à saúde e a serviços de saúde específicos para o atendimento da
articulação pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral,
interfederativa, e dá necessita de atendimento especial; e
outras providências. VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica -
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da documento que estabelece: critérios para o
atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no tratamento preconizado, com os medicamentos e
8.080, 19 de setembro de 1990, demais produtos apropriados, quando couber; as
DECRETA: posologias recomendadas; os mecanismos de
CAPÍTULO I controle clínico; e o acompanhamento e a
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES verificação dos resultados terapêuticos, a serem
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no seguidos pelos gestores do SUS.
8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre CAPÍTULO II
a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
planejamento da saúde, a assistência à saúde e a Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação
articulação interfederativa. das ações e serviços de promoção, proteção e
Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera- recuperação da saúde executados pelos entes
se: federativos, de forma direta ou indireta, mediante a
I - Região de Saúde - espaço geográfico participação complementar da iniciativa privada,
contínuo constituído por agrupamentos de sendo organizado de forma regionalizada e
Municípios limítrofes, delimitado a partir de hierarquizada.
identidades culturais, econômicas e sociais e de Seção I
redes de comunicação e infraestrutura de Das Regiões de Saúde
transportes compartilhados, com a finalidade de Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas
integrar a organização, o planejamento e a execução pelo Estado, em articulação com os Municípios,
de ações e serviços de saúde; respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se
Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes refere o inciso I do art. 30.
federativos com a finalidade de organizar e integrar as § 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde
ações e serviços de saúde na rede regionalizada e interestaduais, compostas por Municípios limítrofes,
hierarquizada, com definição de responsabilidades, por ato conjunto dos respectivos Estados em
indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de articulação com os Municípios.
desempenho, recursos financeiros que serão § 2o A instituição de Regiões de Saúde
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua situadas em áreas de fronteira com outros países
execução e demais elementos necessários à deverá respeitar as normas que regem as relações
implementação integrada das ações e serviços de internacionais.
saúde; Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde
III - Portas de Entrada - serviços de deve conter, no mínimo, ações e serviços de:
atendimento inicial à saúde do usuário no SUS; I - atenção primária;
IV - Comissões Intergestores - instâncias de II - urgência e emergência;
pactuação consensual entre os entes federativos III - atenção psicossocial;
para definição das regras da gestão compartilhada IV - atenção ambulatorial especializada e
do SUS; hospitalar; e
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da V - vigilância em saúde.
distribuição de recursos humanos e de ações e Parágrafo único. A instituição das Regiões de
serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela Saúde observará cronograma pactuado nas
iniciativa privada, considerando-se a capacidade Comissões Intergestores.
20
Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência modalidades, nos serviços, hospitais e em outras
para as transferências de recursos entre os entes unidades integrantes da rede de atenção da respectiva
federativos. região.
Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão Parágrafo único. As Comissões Intergestores
compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, pactuarão as regras de continuidade do acesso às
ou de várias delas, em consonância com diretrizes ações e aos serviços de saúde na respectiva área de
pactuadas nas Comissões Intergestores. atuação.
Parágrafo único. Os entes federativos Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso
definirão os seguintes elementos em relação às universal, igualitário e ordenado às ações e serviços
Regiões de Saúde: de saúde do SUS, caberá aos entes federativos, além
I - seus limites geográficos; de outras atribuições que venham a ser pactuadas
II - população usuária das ações e serviços; pelas Comissões Intergestores:
III - rol de ações e serviços que serão I - garantir a transparência, a integralidade e a
ofertados; e equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde;
IV - respectivas responsabilidades, critérios de II - orientar e ordenar os fluxos das ações e
acessibilidade e escala para conformação dos serviços. dos serviços de saúde;
Seção II III - monitorar o acesso às ações e aos
Da Hierarquização serviços de saúde; e
Art. 8o O acesso universal, igualitário e IV - ofertar regionalmente as ações e os
ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas serviços de saúde.
Portas de Entrada do SUS e se completa na rede Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre
regionalizada e hierarquizada, de acordo com a critérios, diretrizes, procedimentos e demais
complexidade do serviço. medidas que auxiliem os entes federativos no
Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos cumprimento das atribuições previstas no art. 13.
serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os CAPÍTULO III
serviços: DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
I - de atenção primária; Art. 15. O processo de planejamento da
II - de atenção de urgência e emergência; saúde será ascendente e integrado, do nível local até
III - de atenção psicossocial; e o federal, ouvidos os respectivos Conselhos de
IV - especiais de acesso aberto. Saúde, compatibilizando-se as necessidades das
Parágrafo único. Mediante justificativa políticas de saúde com a disponibilidade de recursos
técnica e de acordo com o pactuado nas Comissões financeiros.
Intergestores, os entes federativos poderão criar § 1o O planejamento da saúde é obrigatório
novas Portas de Entrada às ações e serviços de para os entes públicos e será indutor de políticas
saúde, considerando as características da Região de para a iniciativa privada.
Saúde. § 2o A compatibilização de que trata o caput
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os será efetuada no âmbito dos planos de saúde, os
ambulatoriais especializados, entre outros de maior quais serão resultado do planejamento integrado
complexidade e densidade tecnológica, serão dos entes federativos, e deverão conter metas de
referenciados pelas Portas de Entrada de que trata o saúde.
art. 9o. § 3o O Conselho Nacional de Saúde
Art. 11. O acesso universal e igualitário às estabelecerá as diretrizes a serem observadas na
ações e aos serviços de saúde será ordenado pela elaboração dos planos de saúde, de acordo com as
atenção primária e deve ser fundado na avaliação da características epidemiológicas e da organização de
gravidade do risco individual e coletivo e no critério serviços nos entes federativos e nas Regiões de
cronológico, observadas as especificidades previstas Saúde.
para pessoas com proteção especial, conforme Art. 16. No planejamento devem ser
legislação vigente. considerados os serviços e as ações prestados pela
Parágrafo único. A população indígena iniciativa privada, de forma complementar ou não ao
contará com regramentos diferenciados de acesso, SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde
compatíveis com suas especificidades e com a regional, estadual e nacional.
necessidade de assistência integral à sua saúde, de Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na
acordo com disposições do Ministério da Saúde. identificação das necessidades de saúde e orientará
Art. 12. Ao usuário será assegurada a o planejamento integrado dos entes federativos,
continuidade do cuidado em saúde, em todas as suas
21
contribuindo para o estabelecimento de metas de Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão
saúde. competente para dispor sobre a RENAME e os
Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em
estadual deve ser realizado de maneira regionalizada, a âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas
partir das necessidades dos Municípios, considerando o pela CIT.
estabelecimento de metas de saúde. Parágrafo único. A cada dois anos, o
Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Ministério da Saúde consolidará e publicará as
Bipartite - CIB de que trata o inciso II do art. 30 atualizações da RENAME, do respectivo FTN e dos
pactuar as etapas do processo e os prazos do Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.
planejamento municipal em consonância com os Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o
planejamentos estadual e nacional. Município poderão adotar relações específicas e
CAPÍTULO IV complementares de medicamentos, em consonância
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE com a RENAME, respeitadas as responsabilidades
Art. 20. A integralidade da assistência à dos entes pelo financiamento de medicamentos, de
saúde se inicia e se completa na Rede de Atenção à acordo com o pactuado nas Comissões
Saúde, mediante referenciamento do usuário na Intergestores.
rede regional e interestadual, conforme pactuado Art. 28. O acesso universal e igualitário à
nas Comissões Intergestores. assistência farmacêutica pressupõe,
Seção I cumulativamente:
Da Relação Nacional de Ações e Serviços de I - estar o usuário assistido por ações e
Saúde - RENASES serviços de saúde do SUS;
Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços II - ter o medicamento sido prescrito por
de Saúde - RENASES compreende todas as ações e profissional de saúde, no exercício regular de suas
serviços que o SUS oferece ao usuário para funções no SUS;
atendimento da integralidade da assistência à saúde. III - estar a prescrição em conformidade com
Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes
RENASES em âmbito nacional, observadas as diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica
pactuadas pela CIT. complementar estadual, distrital ou municipal de
Parágrafo único. A cada dois anos, o medicamentos; e
Ministério da Saúde consolidará e publicará as IV - ter a dispensação ocorrido em unidades
atualizações da RENASES. indicadas pela direção do SUS.
Art. 23. A União, os Estados, o Distrito § 1o Os entes federativos poderão ampliar o
Federal e os Municípios pactuarão nas respectivas acesso do usuário à assistência farmacêutica, desde
Comissões Intergestores as suas responsabilidades que questões de saúde pública o justifiquem.
em relação ao rol de ações e serviços constantes da § 2o O Ministério da Saúde poderá
RENASES. estabelecer regras diferenciadas de acesso a
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os medicamentos de caráter especializado.
Municípios poderão adotar relações específicas e Art. 29. A RENAME e a relação específica
complementares de ações e serviços de saúde, em complementar estadual, distrital ou municipal de
consonância com a RENASES, respeitadas as medicamentos somente poderão conter produtos
responsabilidades dos entes pelo seu financiamento, com registro na Agência Nacional de Vigilância
de acordo com o pactuado nas Comissões Sanitária - ANVISA.
Intergestores. CAPÍTULO V
Seção II DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA
Da Relação Nacional de Medicamentos Seção I
Essenciais - RENAME Das Comissões Intergestores
Art. 25. A Relação Nacional de Art. 30. As Comissões Intergestores
Medicamentos Essenciais - RENAME compreende a pactuarão a organização e o funcionamento das
seleção e a padronização de medicamentos ações e serviços de saúde integrados em redes de
indicados para atendimento de doenças ou de atenção à saúde, sendo:
agravos no âmbito do SUS. I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao
Parágrafo único. A RENAME será Ministério da Saúde para efeitos administrativos e
acompanhada do Formulário Terapêutico Nacional - operacionais;
FTN que subsidiará a prescrição, a dispensação e o
uso dos seus medicamentos.
22
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Do Contrato Organizativo da Ação Pública da
Secretaria Estadual de Saúde para efeitos Saúde
administrativos e operacionais; e Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, federativos para a organização da rede interfederativa
no âmbito regional, vinculada à Secretaria Estadual de atenção à saúde será firmado por meio de Contrato
de Saúde para efeitos administrativos e Organizativo da Ação Pública da Saúde.
operacionais, devendo observar as diretrizes da CIB. Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os Ação Pública da Saúde é a organização e a integração
gestores públicos de saúde poderão ser das ações e dos serviços de saúde, sob a
representados pelo Conselho Nacional de responsabilidade dos entes federativos em uma
Secretários de Saúde - CONASS, pelo Conselho Região de Saúde, com a finalidade de garantir a
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - integralidade da assistência aos usuários.
CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias Parágrafo único. O Contrato Organizativo de
Municipais de Saúde - COSEMS. Ação Pública da Saúde resultará da integração dos
Art. 32. As Comissões Intergestores planos de saúde dos entes federativos na Rede de
pactuarão: Atenção à Saúde, tendo como fundamento as
I - aspectos operacionais, financeiros e pactuações estabelecidas pela CIT.
administrativos da gestão compartilhada do SUS, de Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação
acordo com a definição da política de saúde dos Pública da Saúde definirá as responsabilidades
entes federativos, consubstanciada nos seus planos individuais e solidárias dos entes federativos com
de saúde, aprovados pelos respectivos conselhos de relação às ações e serviços de saúde, os indicadores
saúde; e as metas de saúde, os critérios de avaliação de
II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, desempenho, os recursos financeiros que serão
integração de limites geográficos, referência e disponibilizados, a forma de controle e fiscalização
contrarreferência e demais aspectos vinculados à da sua execução e demais elementos necessários à
integração das ações e serviços de saúde entre os implementação integrada das ações e serviços de
entes federativos; saúde.
III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, § 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores
regional e interestadual, a respeito da organização nacionais de garantia de acesso às ações e aos serviços
das redes de atenção à saúde, principalmente no de saúde no âmbito do SUS, a partir de diretrizes
tocante à gestão institucional e à integração das estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde.
ações e serviços dos entes federativos; § 2o O desempenho aferido a partir dos
IV - responsabilidades dos entes federativos na indicadores nacionais de garantia de acesso servirá
Rede de Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte como parâmetro para avaliação do desempenho da
demográfico e seu desenvolvimento econômico- prestação das ações e dos serviços definidos no
financeiro, estabelecendo as responsabilidades Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde em
individuais e as solidárias; e todas as Regiões de Saúde, considerando-se as
V - referências das regiões intraestaduais e especificidades municipais, regionais e estaduais.
interestaduais de atenção à saúde para o Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação
atendimento da integralidade da assistência. Pública de Saúde conterá as seguintes disposições
Parágrafo único. Serão de competência essenciais:
exclusiva da CIT a pactuação: I - identificação das necessidades de saúde
I - das diretrizes gerais para a composição da locais e regionais;
RENASES; II - oferta de ações e serviços de vigilância em
II - dos critérios para o planejamento saúde, promoção, proteção e recuperação da saúde
integrado das ações e serviços de saúde da Região em âmbito regional e inter-regional;
de Saúde, em razão do compartilhamento da gestão; III - responsabilidades assumidas pelos entes
e federativos perante a população no processo de
III - das diretrizes nacionais, do financiamento regionalização, as quais serão estabelecidas de forma
e das questões operacionais das Regiões de Saúde individualizada, de acordo com o perfil, a organização e
situadas em fronteiras com outros países, a capacidade de prestação das ações e dos serviços de
respeitadas, em todos os casos, as normas que cada ente federativo da Região de Saúde;
regem as relações internacionais. IV - indicadores e metas de saúde;
Seção II V - estratégias para a melhoria das ações e
serviços de saúde;
23
VI - critérios de avaliação dos resultados e Pública de Saúde, em relação ao cumprimento das
forma de monitoramento permanente; metas estabelecidas, ao seu desempenho e à
VII - adequação das ações e dos serviços dos aplicação dos recursos disponibilizados.
entes federativos em relação às atualizações Parágrafo único. Os partícipes incluirão
realizadas na RENASES; dados sobre o Contrato Organizativo de Ação Pública
VIII - investimentos na rede de serviços e as de Saúde no sistema de informações em saúde
respectivas responsabilidades; e organizado pelo Ministério da Saúde e os
IX - recursos financeiros que serão encaminhará ao respectivo Conselho de Saúde para
disponibilizados por cada um dos partícipes para sua monitoramento.
execução. CAPÍTULO VI
Parágrafo único. O Ministério da Saúde DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
poderá instituir formas de incentivo ao cumprimento Art. 42. Sem prejuízo das outras providências
das metas de saúde e à melhoria das ações e legais, o Ministério da Saúde informará aos órgãos
serviços de saúde. de controle interno e externo:
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação I - o descumprimento injustificado de
Pública de Saúde observará as seguintes diretrizes responsabilidades na prestação de ações e serviços
básicas para fins de garantia da gestão participativa: de saúde e de outras obrigações previstas neste
I - estabelecimento de estratégias que Decreto;
incorporem a avaliação do usuário das ações e dos II - a não apresentação do Relatório de
serviços, como ferramenta de sua melhoria; Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4º da Lei no
II - apuração permanente das necessidades e 8.142, de 1990;
interesses do usuário; e III - a não aplicação, malversação ou desvio de
III - publicidade dos direitos e deveres do recursos financeiros; e
usuário na saúde em todas as unidades de saúde do IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver
SUS, inclusive nas unidades privadas que dele conhecimento.
participem de forma complementar. Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de
Art. 38. A humanização do atendimento do todas as ações e serviços de saúde que na data da
usuário será fator determinante para o publicação deste Decreto são ofertados pelo SUS à
estabelecimento das metas de saúde previstas no população, por meio dos entes federados, de forma
Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde. direta ou indireta.
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde
Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde estabelecerá as diretrizes de que trata o § 3o do art.
serão pactuados pelo CIT, cabendo à Secretaria de 15 no prazo de cento e oitenta dias a partir da
Saúde Estadual coordenar a sua implementação. publicação deste Decreto.
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data
Avaliação do SUS, por meio de serviço especializado, de sua publicação.
fará o controle e a fiscalização do Contrato Brasília, 28 de junho de 2011; 190o da
Organizativo de Ação Pública da Saúde. Independência e 123o da República.
§ 1o O Relatório de Gestão a que se refere o DILMA ROUSSEFF
inciso IV do art. 4o da Lei no 8.142, de 28 de Alexandre Rocha Santos Padilha
dezembro de 1990, conterá seção específica relativa
aos compromissos assumidos no âmbito do Contrato
Organizativo de Ação Pública de Saúde.
§ 2o O disposto neste artigo será
implementado em conformidade com as demais
formas de controle e fiscalização previstas em Lei.
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e
avaliar a execução do Contrato Organizativo de Ação

EXERCÍCIOS

1) UFSM/2017: O Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, versa sobre as matérias a seguir, EXCETO
a) financiamento da saúde.
b) planejamento da saúde.
24
c) condições de acesso ao SUS.
d) articulação interfederativa.
e) organização da assistência à saúde.

2) UFSM/2017: Relacione os itens presentes na coluna à esquerda, contidos no Decreto nº 7.508, de 28


de junho de 2011, com as definições apresentadas na coluna à direita.
(1) Região de Saúde
(2) Mapa da Saúde
(3) Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde
(4) Comissão Intergestores
(5) Rede de Atenção à Saúde

( ) Descrição geográfica da distribuição de recursos humanos, de ações e serviços de saúde ofertados pelo
SUS e pela iniciativa privada
( ) Conjunto de ações e serviços articulados em níveis de atenção
( ) Espaço geográfico contínuo, constituído por agrupamentos de municípios limítrofes, segundo
identidades culturais e socioeconômicas.

A sequência correta é

3) UFSM/2015: Sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a


assistência à saúde e a articulação interfederativa, assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada
afirmativa a seguir. ( ) Rede de Atenção à Saúde é o conjunto de ações e serviços de saúde articulados
em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à
saúde.
( ) Serviços Especiais de Acesso Aberto são serviços de saúde específicos para o atendimento da
pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento especial.
( ) Portas de Entrada são caracterizadas como o espaço geográfico contínuo constituído por
agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e
sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade
de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.
A sequência correta é

4) UFSM/2015: No Sistema Único de Saúde (SUS), para ser instituída a Região de Saúde, deve conter, no
mínimo, ações e serviços de
I. atenção primária.
II. urgência e emergência.
III. atenção psicossocial.
IV. atenção ambulatorial especializada e hospitalar.
V. vigilância em saúde.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas IV.
c) apenas I, II, III e V.
d) apenas II, III e IV.
e) I, II, III, IV e V.

5) 5) FCC/2017: Considerando os preceitos constitucionais do Sistema Único de Saúde − SUS, o principal


responsável pelo atendimento ao usuário e pela saúde da população deve ser o
a) Comitê Gestor de Saúde.
b) Conselho Estadual de Saúde.
c) Centro Regulador de Vagas.
d) Conselho Nacional de Saúde.
e) Município.

25
6) FCC/2012: O Sistema Único da Saúde - SUS aponta como característica do modelo de Gestão:
a) Centralização da gestão entre as três esferas de governo.
b) Comando único da gestão do sistema de saúde por meio das agências reguladoras.
c) Focalização do Estado no atendimento das demandas sociais básicas, conforme interesse definido
pelas agências reguladoras.
d) Financiamento da esfera federal a partir da capacidade de endividamento do município e estado.
e) Hierarquização dos serviços, conforme a complexidade da atenção à saúde, sob comando único.

7) FCC/2017: De acordo com o princípio de hierarquização do Sistema Único de Saúde − SUS, são Portas
de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde,
a) as redes interestaduais de alta complexidade.
b) os serviços de atenção hospitalar secundário e terciário.
c) os serviços especiais de acesso aberto.
d) os ambulatórios especializados.
e) os centros de operações de resposta em saúde.

GABARITO

1. A 2. 2,5,1 3.VVF 4.E 5.E 6.E 7.C

RESOLUÇÃO CIT Nº 1, DE 29 DE SETEMBRO DE 2011

Estabelece diretrizes gerais para a instituição de Regiões de Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS), nos termos do Decreto Nº 7.508, de 28 de junho de 2011.

A COMISSÃO INTERGESTORES TRIPARTITE, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 14-A da Lei Nº 8.080, de
19 de setembro de 1990, e o art. 4º do Decreto Nº 7.508, de 28 de junho de 2011, e considerando a deliberação
ocorrida em 29 de setembro de 2011, resolve:

Art. 1º Esta Resolução estabelece diretrizes gerais para a instituição de Regiões de Saúde no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS), nos termos do Decreto Nº 7.508, de 28 de junho de 2011.

Art. 2º As Regiões de Saúde serão instituídas pelos Estados em articulação com os Municípios, nos termos do
disposto no Decreto Nº 7.508, de 2011, e conforme o disposto nesta Resolução.
§ 1º Considera-se Região de Saúde o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamento de Municípios
limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e
infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a
execução de ações e serviços de saúde.
§ 2º As Regiões de Saúde interestaduais, compostas por Municípios limítrofes de mais de um Estado, serão
instituídas por ato conjunto dos respectivos Estados em articulação com os Municípios. § 3º Cada Município
poderá compor apenas uma única Região de Saúde.

Art. 3º Constituem-se objetivos para organização das Regiões de Saúde, sem prejuízo de outros que venham a ser
definidos, os seguintes:
I - garantir o acesso resolutivo da população, em tempo oportuno e com qualidade, a ações e serviços de
promoção, proteção e recuperação, organizados em redes de atenção à saúde, assegurando-se um padrão de
integralidade;
II - efetivar o processo de descentralização de ações e serviços de saúde entre os entes federados, com
responsabilização compartilhada, favorecendo a ação solidária e cooperativa entre os gestores, impedindo a
duplicação de meios para atingir as mesmas finalidades; e

26
III - buscar a racionalidade dos gastos, a otimização de recursos e eficiência na rede de atenção à saúde, por meio
da conjugação interfederativa de recursos financeiros entre outros, de modo a reduzir as desigualdades locais e
regionais.

Art. 4º Constituem-se diretrizes gerais para organização das Regiões de Saúde, sem prejuízo de outras que venham
a ser definidas, as seguintes:
I - avaliação do funcionamento das atuais Regiões de Saúde por Estados e Municípios, a ser pactuada na Comissão
Intergestores Bipartite (CIB), no tocante aos requisitos previstos no art. 5º do Decreto Nº 7.508, de 2011, devendo
a CIB levar as conclusões ao conhecimento da Comissão Intergestores Tripartite (CIT);
II - delimitação das Regiões de Saúde a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e redes de
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, de modo a imprimir unicidade ao território regional;
III - observância das políticas de saúde na organização e execução das ações e serviços de saúde de atenção básica,
vigilância em saúde, atenção psicossocial, urgência e emergência, atenção ambulatorial especializada e hospitalar,
além de outros que venham a ser pactuados, que garantam o acesso resolutivo e em tempo oportuno;
IV - reconhecimento de necessidades econômicas, sociais e de saúde da população da região para o processo de
pactuação dos fluxos assistenciais;
V - instituição, quanto à composição político-administrativa, de Regiões de Saúde intraestaduais, quando dentro
de um mesmo Estado, e interestaduais, quando os partícipes se situarem em 2 (dois) ou mais Estados; e
VI - constituição da Comissão Intergestores Regional (CIR) como foro interfederativo regional de negociação e
pactuação de matérias relacionadas à organização e ao funcionamento das ações e serviços de saúde integrados
em rede de atenção à saúde, composta por todos os gestores municipais da Região de Saúde e o gestor(es)
estadual(is) ou seu(s) representante(s).

Art. 5º A CIR reunir-se-á ordinariamente, mediante cronograma previamente definido em consenso, para pactuar
aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, que compõem o Contrato
Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP).

Art. 6º Compete à CIR:


I - pactuar sobre:
a) rol de ações e serviços que serão ofertados na respectiva Região de Saúde, com base na Relação Nacional de
Ações e Serviços de Saúde (RENASES);
b) elenco de medicamentos que serão ofertados na respectiva Região de Saúde, com base na Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais (RENAME);
c) critérios de acessibilidade e escala para a conformação dos serviços;
d) planejamento regional de acordo com a definição da política de saúde de cada ente federativo, consubstanciada
em seus Planos de Saúde, aprovados pelos respectivos Conselhos de Saúde;
e) diretrizes regionais a respeito da organização das redes de atenção à saúde, de acordo com a Portaria No-
4.279/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010, principalmente no tocante à gestão institucional e à integração das
ações e serviços dos entes federativos na Região de Saúde;
f) responsabilidades individuais e solidárias de cada ente federativo na Região de Saúde, a serem incluídas no
COAP, definidas a partir da Rede de Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e seu
desenvolvimento econômicofinanceiro;
g) diretrizes complementares às nacionais e estaduais para o fortalecimento da cogestão regional;

II - monitorar e avaliar a execução do COAP e em particular o acesso às ações e aos serviços de saúde;
III - incentivar a participação da comunidade, em atenção ao disposto no art. 37 do Decreto No- 7.508, de 2011;
IV - elaborar seu regimento interno; e
V - criar câmaras técnicas permanentes para assessoramento, apoio e análise técnica dos temas da pauta da CIR.

Art. 7º Compete à CIB pactuar sobre:


I - realização de processos de avaliação do funcionamento das Regiões de Saúde, de acordo com as diretrizes
previstas nesta Resolução, devendo-se informar à CIT qualquer mudança na conformação regional;
II - diretrizes estaduais sobre Regiões de Saúde e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de
saúde dos entes federativos, de acordo com as diretrizes nacionais;
III - a conformação das Regiões de Saúde no Estado, com posterior ciência à CIT;
27
IV - as regras de continuidade do acesso às ações e aos serviços de saúde da rede de atenção à saúde, mediante
referenciamento em regiões de saúde intraestaduais, para o atendimento da integralidade da assistência.

Art. 8º Compete à CIT:


I - pactuar as diretrizes nacionais para a organização das Regiões de Saúde no SUS;
II - decidir sobre casos específicos, omissos e controversos relativos à instituição de Regiões de Saúde; e III -
pactuar as regras de continuidade do acesso, para o atendimento da integralidade da assistência, às ações e aos
serviços de saúde integrantes da rede de atenção à saúde, mediante referenciamento em Regiões de Saúde
interestaduais.

Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA Ministro de Estado da Saúde

LEI 8.142/1990

- Participação da Comunidade na Gestão do Sus


CONTEÚDO DA LEI
- Transferências intergovernamentais de Recursos Financeiros na
área da Saúde
- Outras Providencias

CONFERÊNCIA DE SAÚDE:
Reuniões –

INSTÂNCIAS Vários segmentos sociais; convocada pelo Poder Executivo


COMPETÊNCIA: Avaliar
COLEGIADAS
Propor
DO SUS
CONSELHO DE SAÚDE
Caráter permanente e deliberativo
Composição: representantes do governo, prestadores de serviço,
profissionais de saúde, usuários (50%) - __________________

EM CADA ESFERA DE GOVERNO Competências: Formular estratégias, controle da execução da politica


em saúde, Aspectos Econômicos e financeiros, Fiscaliza a movimentação
dos recursos.
DECISÕES:_______________________________________
Tem regimento próprio (organização e funcionamento)

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE

TEM REPRESENTAÇÃO:

CONASS

CONASEMS 28
RECURSOS DO FUNDO NACIONAL SAÚDE – FNS

Destinação dos Recursos

1) Custeio MS e administração Direta e Indireta;


2) Investimentos;
3) Investimentos do Plano Quinquenal
4) Cobertura de Ações e Serviços

❖ Para RECEBER os recursos os M, E e DF devem ter:

1. FUNDO DE SAÚDE
2. CONSELHOS DE SAÚDE
3. PLANO DE SAÚDE
4. RELATÓRIO DE GESTÃO
5. CONTRAPARTIDA
6. COMISSÃO DE PLANO DE CARREIRA

NÃO CUMPRIU OS REQUISITOS? Serão administrados pelos Estados e União

LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990.

Dispõe sobre a participação da comunidade


na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e
sobre as transferências intergovernamentais
de recursos financeiros na área da saúde e dá
outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em
cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:
I - a Conferência de Saúde; e
II - o Conselho de Saúde.
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos
sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por
representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de
estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos
econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada
esfera do governo.
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais
de Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde.
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao
conjunto dos demais segmentos.
§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento
definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como:
I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta
e indireta;
II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo
Congresso Nacional;
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério da Saúde;

29
IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito
Federal.
Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar-se-ão a investimentos na rede de
serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.
Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão repassados de forma regular e automática
para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19
de setembro de 1990.
§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de
setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1° do
mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990)
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos setenta por cento, aos Municípios,
afetando-se o restante aos Estados.
§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde,
remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei.
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito
Federal deverão contar com:
I - Fundo de Saúde;
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de
1990;
III - plano de saúde;
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de
setembro de 1990;
V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos
para sua implantação.
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos
requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados,
respectivamente, pelos Estados ou pela União.
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Estado, autorizado a estabelecer
condições para aplicação desta lei.
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independência e 102° da República.
FERNANDO COLLOR
Alceni Guerra

EXERCÍCIOS

1)UFSM/2015: Sistema Único de Saúde (SUS) contará, em cada esfera de governo, com as instâncias colegiadas: a
Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde. Analise as alternativas a seguir e assinale verdadeira (V) ou falsa (F).
( ) A Conferência de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado, composto por representantes
do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no
controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e
financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do
governo.
( ) O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de
Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde.
( ) As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas
em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
A sequência correta é

2)UFSM/2015: Para receberem os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), os Municípios, os Estados e o
Distrito Federal deverão contar com:
I. o Fundo de Saúde.
II. o Conselho de Saúde.
30
III. o Plano de Saúde.
IV. a Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS).
Está(ão) correta(s)
a) apenas II e III.
b) apenas I, II e IV.
c) apenas I e III.
d) apenas IV.
e) I, II, III e IV.

3)UFSM/2016: Os fundamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) estão expressos na seção II do capítulo II do
título VIII da Constituição Federal de 1988, que trata da Seguridade Social. Tais fundamentos foram
regulamentados por meio de Leis complementares, Leis ordinárias, Decretos, entre outros expedientes legais.
Associe a coluna à esquerda com as respectivas Leis e Decretos da coluna à direita.
(1) Regulamenta a Lei 8.080/ 1990 nos aspectos da organização do SUS, do planejamento da saúde, da assistência
à saúde e da articulação interfederativa.
(2) Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde e a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e regula em todo o território nacional as ações e os serviços de
saúde executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou
jurídicas de direito público ou privado.
(3) Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.
( )Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990.
( )Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990.
( )Decreto n. 7.508, 28 de junho de 2011.
A sequência correta é

4. PREF. TERESINA/2016: Segundo a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação da
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), analise as assertivas a seguir:
I - A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada dois anos com a representação dos vários segmentos sociais,
para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis
correspondentes.
II - A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao
conjunto dos demais segmentos.
III - O Conselho de Saúde, em caráter temporário e deliberativo, é um órgão colegiado composto por
representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários.
Assinale a alternativa CORRETA.

a) Somente a afirmativa I é verdadeira.


b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente a afirmativa III é verdadeira.
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
e) As afirmativas I, II e III são verdadeiras.

5. RESIDENCIA UFPI/2016: A Lei 8.142/1990 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema
Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.
Acerca da participação popular no SUS, é CORRETO afirmar que:
a) A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos
segmentos, isto é, será 25% gestores do SUS, 50% profissionais do SUS e 25% usuários do Sistema.
b) A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos gestores do SUS, para avaliar a
situação de saúde, convocada, exclusivamente, pelo Poder Executivo.
c) O Conselho de Saúde, em caráter permanente e consultivo, atua na formulação de estratégias e no controle da
execução da política de saúde, na instância correspondente, e tem como presidente o gestor da saúde, na esfera
correspondente.
d) A Conferência de Saúde terá representação paritária em relação ao conjunto dos segmentos, isto é, será 50%
gestores do SUS, 25% profissionais do SUS e 25% usuários do Sistema.
31
e) O Conselho de Saúde e as Conferências de Saúde são instâncias colegiadas de participação popular no Sistema
Único de Saúde, sem prejuízo das funções do Legislativo

6. PREF. SALGUEIRO/2016: Os Conselhos de Saúde não são órgãos responsáveis pela gestão ou execução de
serviços e, por isso, não têm responsabilidade direta sobre a prestação dos serviços de saúde. Essa tarefa cabe
diretamente ao Poder Público, nas três esferas de governo. Um Conselho de Saúde é um órgão:
I colegiado, ou seja, é composto por pessoas que representam grupos paritários da sociedade, sendo 40% delas
representantes de usuários do SUS.
II permanente, isto é, tem sua existência garantida em qualquer circunstância. Para ser extinto é preciso haver
uma lei.
III - deliberativo, ou seja, toma decisões que devem ser cumpridas pelo poder público.
Está CORRETO o que se afirma em:
a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.

GABARITO

1) F,V,V 2)E 3)2,3,1 4)B 5) E 6)C

LEI COMPLEMENTAR Nº 141, DE 13 DE JANEIRO DE 2012

Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição destinados aos seus respectivos Municípios, visando
Federal para dispor sobre os valores mínimos a à progressiva redução das disparidades regionais;
serem aplicados anualmente pela União, Estados, IV - normas de fiscalização, avaliação e
Distrito Federal e Municípios em ações e serviços controle das despesas com saúde nas esferas
públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio federal, estadual, distrital e municipal.
dos recursos de transferências para a saúde e as CAPÍTULO II
normas de fiscalização, avaliação e controle das DAS AÇÕES E DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; Art. 2o Para fins de apuração da aplicação dos
revoga dispositivos das Leis nos 8.080, de 19 de recursos mínimos estabelecidos nesta Lei
setembro de 1990, e 8.689, de 27 de julho de 1993; Complementar, considerar-se-ão como despesas
e dá outras providências. com ações e serviços públicos de saúde aquelas
voltadas para a promoção, proteção e recuperação
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que da saúde que atendam, simultaneamente, aos
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a princípios estatuídos no art. 7o da Lei no 8.080, de 19
seguinte Lei Complementar: de setembro de 1990, e às seguintes diretrizes:
CAPÍTULO I I - sejam destinadas às ações e serviços
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES públicos de saúde de acesso universal, igualitário e
Art. 1o Esta Lei Complementar institui, nos gratuito;
termos do § 3o do art. 198 da Constituição Federal: II - estejam em conformidade com objetivos e
I - o valor mínimo e normas de cálculo do metas explicitados nos Planos de Saúde de cada ente
montante mínimo a ser aplicado, anualmente, pela da Federação; e
União em ações e serviços públicos de saúde; III - sejam de responsabilidade específica do
II - percentuais mínimos do produto da setor da saúde, não se aplicando a despesas
arrecadação de impostos a serem aplicados relacionadas a outras políticas públicas que atuam
anualmente pelos Estados, pelo Distrito Federal e sobre determinantes sociais e econômicos, ainda
pelos Municípios em ações e serviços públicos de que incidentes sobre as condições de saúde da
saúde; população.
III - critérios de rateio dos recursos da União Parágrafo único. Além de atender aos
vinculados à saúde destinados aos Estados, ao critérios estabelecidos no caput, as despesas com
Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados ações e serviços públicos de saúde realizadas pela
32
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos I - pagamento de aposentadorias e pensões,
Municípios deverão ser financiadas com recursos inclusive dos servidores da saúde;
movimentados por meio dos respectivos fundos de II - pessoal ativo da área de saúde quando em
saúde. atividade alheia à referida área;
Art. 3o Observadas as disposições do art. 200 III - assistência à saúde que não atenda ao
da Constituição Federal, do art. 6º da Lei nº 8.080, princípio de acesso universal;
de 19 de setembro de 1990, e do art. 2o desta Lei IV - merenda escolar e outros programas de
Complementar, para efeito da apuração da aplicação alimentação, ainda que executados em unidades do
dos recursos mínimos aqui estabelecidos, serão SUS, ressalvando-se o disposto no inciso II do art. 3o;
consideradas despesas com ações e serviços públicos V - saneamento básico, inclusive quanto às
de saúde as referentes a: ações financiadas e mantidas com recursos
I - vigilância em saúde, incluindo a provenientes de taxas, tarifas ou preços públicos
epidemiológica e a sanitária; instituídos para essa finalidade;
II - atenção integral e universal à saúde em VI - limpeza urbana e remoção de resíduos;
todos os níveis de complexidade, incluindo VII - preservação e correção do meio
assistência terapêutica e recuperação de deficiências ambiente, realizadas pelos órgãos de meio ambiente
nutricionais; dos entes da Federação ou por entidades não
III - capacitação do pessoal de saúde do governamentais;
Sistema Único de Saúde (SUS); VIII - ações de assistência social;
IV - desenvolvimento científico e tecnológico IX - obras de infraestrutura, ainda que
e controle de qualidade promovidos por instituições realizadas para beneficiar direta ou indiretamente a
do SUS; rede de saúde; e
V - produção, aquisição e distribuição de X - ações e serviços públicos de saúde
insumos específicos dos serviços de saúde do SUS, custeados com recursos distintos dos especificados
tais como: imunobiológicos, sangue e na base de cálculo definida nesta Lei Complementar
hemoderivados, medicamentos e equipamentos ou vinculados a fundos específicos distintos daqueles
médico-odontológicos; da saúde.
VI - saneamento básico de domicílios ou de CAPÍTULO III
pequenas comunidades, desde que seja aprovado DA APLICAÇÃO DE RECURSOS EM AÇÕES E
pelo Conselho de Saúde do ente da Federação SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
financiador da ação e esteja de acordo com as Seção I
diretrizes das demais determinações previstas nesta Dos Recursos Mínimos
Lei Complementar; Art. 5o A União aplicará, anualmente, em
VII - saneamento básico dos distritos ações e serviços públicos de saúde, o montante
sanitários especiais indígenas e de comunidades correspondente ao valor empenhado no exercício
remanescentes de quilombos; financeiro anterior, apurado nos termos desta Lei
VIII - manejo ambiental vinculado Complementar, acrescido de, no mínimo, o
diretamente ao controle de vetores de doenças; percentual correspondente à variação nominal do
IX - investimento na rede física do SUS, Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior
incluindo a execução de obras de recuperação, ao da lei orçamentária anual.
reforma, ampliação e construção de § 1o (VETADO).
estabelecimentos públicos de saúde; § 2o Em caso de variação negativa do PIB, o
X - remuneração do pessoal ativo da área de valor de que trata o caput não poderá ser reduzido,
saúde em atividade nas ações de que trata este em termos nominais, de um exercício financeiro para
artigo, incluindo os encargos sociais; o outro.
XI - ações de apoio administrativo realizadas § 3o (VETADO).
pelas instituições públicas do SUS e imprescindíveis à § 4o (VETADO).
execução das ações e serviços públicos de saúde; e § 5o (VETADO).
XII - gestão do sistema público de saúde e Art. 6o Os Estados e o Distrito Federal
operação de unidades prestadoras de serviços aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos
públicos de saúde. de saúde, no mínimo, 12% (doze por cento) da
Art. 4o Não constituirão despesas com ações arrecadação dos impostos a que se refere o art.
e serviços públicos de saúde, para fins de apuração 155 e dos recursos de que tratam o art. 157, a alínea
dos percentuais mínimos de que trata esta Lei “a” do inciso I e o inciso II do caput do art. 159,
Complementar, aquelas decorrentes de:
33
todos da Constituição Federal, deduzidas as parcelas § 4o A movimentação dos recursos
que forem transferidas aos respectivos Municípios. repassados aos Fundos de Saúde dos Estados, do
Parágrafo único. (VETADO). Distrito Federal e dos Municípios deve realizar-se,
Art. 7o Os Municípios e o Distrito Federal exclusivamente, mediante cheque nominativo,
aplicarão anualmente em ações e serviços públicos ordem bancária, transferência eletrônica disponível
de saúde, no mínimo, 15% (quinze por cento) da ou outra modalidade de saque autorizada pelo
arrecadação dos impostos a que se refere o art. Banco Central do Brasil, em que fique identificada a
156 e dos recursos de que tratam o art. 158 e sua destinação e, no caso de pagamento, o credor.
a alínea “b” do inciso I do caput e o § 3º do art. 159, Art. 14. O Fundo de Saúde, instituído por lei e
todos da Constituição Federal. mantido em funcionamento pela administração
Parágrafo único. (VETADO). direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Art. 8o O Distrito Federal aplicará, dos Municípios, constituir-se-á em unidade
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, orçamentária e gestora dos recursos destinados a
no mínimo, 12% (doze por cento) do produto da ações e serviços públicos de saúde, ressalvados os
arrecadação direta dos impostos que não possam ser recursos repassados diretamente às unidades
segregados em base estadual e em base municipal. vinculadas ao Ministério da Saúde.
Art. 9o Está compreendida na base de cálculo Art. 15. (VETADO).
dos percentuais dos Estados, do Distrito Federal e Art. 16. O repasse dos recursos previstos nos
dos Municípios qualquer compensação financeira arts. 6o a 8o será feito diretamente ao Fundo de
proveniente de impostos e transferências Saúde do respectivo ente da Federação e, no caso da
constitucionais previstos no § 2º do art. 198 da União, também às demais unidades orçamentárias
Constituição Federal, já instituída ou que vier a ser do Ministério da Saúde.
criada, bem como a dívida ativa, a multa e os juros § 1o (VETADO).
de mora decorrentes dos impostos cobrados § 2o (VETADO).
diretamente ou por meio de processo administrativo § 3o As instituições financeiras referidas no §
o
ou judicial. 3 do art. 164 da Constituição Federal são obrigadas
Art. 10. Para efeito do cálculo do montante a evidenciar, nos demonstrativos financeiros das
de recursos previsto no § 3o do art. 5o e nos arts. 6o e contas correntes do ente da Federação, divulgados
7o, devem ser considerados os recursos decorrentes inclusive em meio eletrônico, os valores globais das
da dívida ativa, da multa e dos juros de mora transferências e as parcelas correspondentes
provenientes dos impostos e da sua respectiva destinadas ao Fundo de Saúde, quando adotada a
dívida ativa. sistemática prevista no § 2o deste artigo, observadas
Art. 11. Os Estados, o Distrito Federal e os as normas editadas pelo Banco Central do Brasil.
Municípios deverão observar o disposto nas § 4o (VETADO).
respectivas Constituições ou Leis Orgânicas sempre Seção III
que os percentuais nelas estabelecidos forem Da Movimentação dos Recursos da União
superiores aos fixados nesta Lei Complementar para Art. 17. O rateio dos recursos da União
aplicação em ações e serviços públicos de saúde. vinculados a ações e serviços públicos de saúde e
Seção II repassados na forma do caput dos arts. 18 e 22 aos
Do Repasse e Aplicação dos Recursos Mínimos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
Art. 12. Os recursos da União serão observará as necessidades de saúde da população,
repassados ao Fundo Nacional de Saúde e às demais as dimensões epidemiológica, demográfica,
unidades orçamentárias que compõem o órgão socioeconômica, espacial e de capacidade de oferta
Ministério da Saúde, para ser aplicados em ações e de ações e de serviços de saúde e, ainda, o disposto
serviços públicos de saúde. no art. 35 da Lei no 8.080, de 19 de setembro de
Art. 13. (VETADO). 1990, de forma a atender os objetivos do inciso II do
§ 1o (VETADO). § 3o do art. 198 da Constituição Federal.
§ 2o Os recursos da União previstos nesta Lei § 1o O Ministério da Saúde definirá e
Complementar serão transferidos aos demais entes publicará, anualmente, utilizando metodologia
da Federação e movimentados, até a sua destinação pactuada na comissão intergestores tripartite e
final, em contas específicas mantidas em instituição aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde, os
financeira oficial federal, observados os critérios e montantes a serem transferidos a cada Estado, ao
procedimentos definidos em ato próprio do Chefe Distrito Federal e a cada Município para custeio das
do Poder Executivo da União. ações e serviços públicos de saúde.
§ 3o (VETADO).
34
§ 2o Os recursos destinados a investimentos para transferência do Estado para os Municípios com
terão sua programação realizada anualmente e, em base no Plano Estadual de Saúde.
sua alocação, serão considerados prioritariamente Art. 20. As transferências dos Estados para os
critérios que visem a reduzir as desigualdades na Municípios destinadas a financiar ações e serviços
oferta de ações e serviços públicos de saúde e públicos de saúde serão realizadas diretamente aos
garantir a integralidade da atenção à saúde. Fundos Municipais de Saúde, de forma regular e
§ 3o O Poder Executivo, na forma automática, em conformidade com os critérios de
estabelecida no inciso I do caput do art. 9o da Lei transferência aprovados pelo respectivo Conselho de
no 8.080, de 19 de setembro de 1990, manterá os Saúde.
Conselhos de Saúde e os Tribunais de Contas de cada Parágrafo único. Em situações específicas, os
ente da Federação informados sobre o montante de recursos estaduais poderão ser repassados aos
recursos previsto para transferência da União para Fundos de Saúde por meio de transferência
Estados, Distrito Federal e Municípios com base no voluntária realizada entre o Estado e seus
Plano Nacional de Saúde, no termo de compromisso Municípios, adotados quaisquer dos meios formais
de gestão firmado entre a União, Estados e previstos no inciso VI do art. 71 da Constituição
Municípios. Federal, observadas as normas de financiamento.
Art. 18. Os recursos do Fundo Nacional de Art. 21. Os Estados e os Municípios que
Saúde, destinados a despesas com as ações e estabelecerem consórcios ou outras formas legais de
serviços públicos de saúde, de custeio e capital, a cooperativismo, para a execução conjunta de ações
serem executados pelos Estados, pelo Distrito e serviços de saúde e cumprimento da diretriz
Federal ou pelos Municípios serão transferidos constitucional de regionalização e hierarquização da
diretamente aos respectivos fundos de saúde, de rede de serviços, poderão remanejar entre si
forma regular e automática, dispensada a celebração parcelas dos recursos dos Fundos de Saúde
de convênio ou outros instrumentos jurídicos. derivadas tanto de receitas próprias como de
Parágrafo único. Em situações específicas, os transferências obrigatórias, que serão administradas
recursos federais poderão ser transferidos aos segundo modalidade gerencial pactuada pelos entes
Fundos de Saúde por meio de transferência envolvidos.
voluntária realizada entre a União e os demais entes Parágrafo único. A modalidade gerencial
da Federação, adotados quaisquer dos meios referida no caput deverá estar em consonância com
formais previstos no inciso VI do art. 71 da os preceitos do Direito Administrativo Público, com
Constituição Federal, observadas as normas de os princípios inscritos na Lei nº 8.080, de 19 de
financiamento. setembro de 1990, na Lei no 8.142, de 28 de
Seção IV dezembro de 1990, e na Lei no 11.107, de 6 de abril
Da Movimentação dos Recursos dos Estados de 2005, e com as normas do SUS pactuadas na
Art. 19. O rateio dos recursos dos Estados comissão intergestores tripartite e aprovadas pelo
transferidos aos Municípios para ações e serviços Conselho Nacional de Saúde.
públicos de saúde será realizado segundo o critério Seção V
de necessidades de saúde da população e levará em Disposições Gerais
consideração as dimensões epidemiológica, Art. 22. É vedada a exigência de restrição à
demográfica, socioeconômica e espacial e a entrega dos recursos referidos no inciso II do § 3º do
capacidade de oferta de ações e de serviços de art. 198 da Constituição Federal na modalidade
saúde, observada a necessidade de reduzir as regular e automática prevista nesta Lei
desigualdades regionais, nos termos do inciso II do § Complementar, os quais são considerados
3º do art. 198 da Constituição Federal. transferência obrigatória destinada ao custeio de
§ 1o Os Planos Estaduais de Saúde deverão ações e serviços públicos de saúde no âmbito do
explicitar a metodologia de alocação dos recursos SUS, sobre a qual não se aplicam as vedações
estaduais e a previsão anual de recursos aos do inciso X do art. 167 da Constituição Federal e
Municípios, pactuadas pelos gestores estaduais e do art. 25 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio
municipais, em comissão intergestores bipartite, e de 2000.
aprovadas pelo Conselho Estadual de Saúde. Parágrafo único. A vedação prevista
§ 2o O Poder Executivo, na forma no caput não impede a União e os Estados de
estabelecida no inciso II do caput do art. 9º da Lei nº condicionarem a entrega dos recursos:
8.080, de 19 de setembro de 1990, manterá o I - à instituição e ao funcionamento do Fundo
respectivo Conselho de Saúde e Tribunal de Contas e do Conselho de Saúde no âmbito do ente da
informados sobre o montante de recursos previsto Federação; e
35
II - à elaboração do Plano de Saúde. Art. 25. Eventual diferença que implique o
Art. 23. Para a fixação inicial dos valores não atendimento, em determinado exercício, dos
correspondentes aos recursos mínimos recursos mínimos previstos nesta Lei Complementar
estabelecidos nesta Lei Complementar, será deverá, observado o disposto no inciso II do
considerada a receita estimada na lei do orçamento parágrafo único do art. 160 da Constituição Federal,
anual, ajustada, quando for o caso, por lei que ser acrescida ao montante mínimo do exercício
autorizar a abertura de créditos adicionais. subsequente ao da apuração da diferença, sem
Parágrafo único. As diferenças entre a receita prejuízo do montante mínimo do exercício de
e a despesa previstas e as efetivamente realizadas referência e das sanções cabíveis.
que resultem no não atendimento dos percentuais Parágrafo único. Compete ao Tribunal de
mínimos obrigatórios serão apuradas e corrigidas a Contas, no âmbito de suas atribuições, verificar a
cada quadrimestre do exercício financeiro. aplicação dos recursos mínimos em ações e serviços
Art. 24. Para efeito de cálculo dos recursos públicos de saúde de cada ente da Federação sob
mínimos a que se refere esta Lei Complementar, sua jurisdição, sem prejuízo do disposto no art. 39 e
serão consideradas: observadas as normas estatuídas nesta Lei
I - as despesas liquidadas e pagas no Complementar.
exercício; e Art. 26. Para fins de efetivação do disposto
II - as despesas empenhadas e não liquidadas, no inciso II do parágrafo único do art. 160 da
inscritas em Restos a Pagar até o limite das Constituição Federal, o condicionamento da entrega
disponibilidades de caixa ao final do exercício, de recursos poderá ser feito mediante exigência da
consolidadas no Fundo de Saúde. comprovação de aplicação adicional do percentual
§ 1o A disponibilidade de caixa vinculada aos mínimo que deixou de ser aplicado em ações e
Restos a Pagar, considerados para fins do mínimo na serviços públicos de saúde no exercício
forma do inciso II do caput e posteriormente imediatamente anterior, apurado e divulgado
cancelados ou prescritos, deverá ser, segundo as normas estatuídas nesta Lei
necessariamente, aplicada em ações e serviços Complementar, depois de expirado o prazo para
públicos de saúde. publicação dos demonstrativos do encerramento do
§ 2o Na hipótese prevista no § 1o, a exercício previstos no art. 52 da Lei Complementar
disponibilidade deverá ser efetivamente aplicada em nº 101, de 4 de maio de 2000.
ações e serviços públicos de saúde até o término do § 1o No caso de descumprimento dos
exercício seguinte ao do cancelamento ou da percentuais mínimos pelos Estados, pelo Distrito
prescrição dos respectivos Restos a Pagar, mediante Federal e pelos Municípios, verificado a partir da
dotação específica para essa finalidade, sem prejuízo fiscalização dos Tribunais de Contas ou das
do percentual mínimo a ser aplicado no exercício informações declaradas e homologadas na forma do
correspondente. sistema eletrônico instituído nesta Lei
§ 3o Nos Estados, no Distrito Federal e nos Complementar, a União e os Estados poderão
Municípios, serão consideradas para fins de restringir, a título de medida preliminar, o repasse
apuração dos percentuais mínimos fixados nesta Lei dos recursos referidos nos incisos II e III do § 2º do
Complementar as despesas incorridas no período art. 198 da Constituição Federal ao emprego em
referentes à amortização e aos respectivos encargos ações e serviços públicos de saúde, até o montante
financeiros decorrentes de operações de crédito correspondente à parcela do mínimo que deixou de
contratadas a partir de 1o de janeiro de 2000, ser aplicada em exercícios anteriores, mediante
visando ao financiamento de ações e serviços depósito direto na conta corrente vinculada ao
públicos de saúde. Fundo de Saúde, sem prejuízo do condicionamento
§ 4o Não serão consideradas para fins de da entrega dos recursos à comprovação prevista
apuração dos mínimos constitucionais definidos no inciso II do parágrafo único do art. 160 da
nesta Lei Complementar as ações e serviços públicos Constituição Federal.
de saúde referidos no art. 3o: § 2o Os Poderes Executivos da União e de
I - na União, nos Estados, no Distrito Federal e cada Estado editarão, no prazo de 90 (noventa) dias
nos Municípios, referentes a despesas custeadas a partir da vigência desta Lei Complementar, atos
com receitas provenientes de operações de crédito próprios estabelecendo os procedimentos de
contratadas para essa finalidade ou quaisquer outros suspensão e restabelecimento das transferências
recursos não considerados na base de cálculo da constitucionais de que trata o § 1o, a serem adotados
receita, nos casos previstos nos arts. 6o e 7o; caso os recursos repassados diretamente à conta do
II - (VETADO). Fundo de Saúde não sejam efetivamente aplicados
36
no prazo fixado por cada ente, o qual não poderá constitucionais vinculadas a fundos ou despesas, por
exceder a 12 (doze) meses contados a partir da data ocasião da apuração do percentual ou montante
em que ocorrer o referido repasse. mínimo a ser aplicado em ações e serviços públicos
§ 3o Os efeitos das medidas restritivas de saúde.
previstas neste artigo serão suspensos Art. 30. Os planos plurianuais, as leis de
imediatamente após a comprovação por parte do diretrizes orçamentárias, as leis orçamentárias e os
ente da Federação beneficiário da aplicação planos de aplicação dos recursos dos fundos de
adicional do montante referente ao percentual que saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal e
deixou de ser aplicado, observadas as normas dos Municípios serão elaborados de modo a dar
estatuídas nesta Lei Complementar, sem prejuízo do cumprimento ao disposto nesta Lei Complementar.
percentual mínimo a ser aplicado no exercício § 1o O processo de planejamento e
corrente. orçamento será ascendente e deverá partir das
§ 4o A medida prevista no caput será necessidades de saúde da população em cada
restabelecida se houver interrupção do região, com base no perfil epidemiológico,
cumprimento do disposto neste artigo ou se for demográfico e socioeconômico, para definir as
constatado erro ou fraude, sem prejuízo das sanções metas anuais de atenção integral à saúde e estimar
cabíveis ao agente que agir, induzir ou concorrer, os respectivos custos.
direta ou indiretamente, para a prática do ato § 2o Os planos e metas regionais resultantes
fraudulento. das pactuações intermunicipais constituirão a base
§ 5o Na hipótese de descumprimento dos para os planos e metas estaduais, que promoverão a
percentuais mínimos de saúde por parte dos equidade interregional.
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, as § 3o Os planos e metas estaduais constituirão
transferências voluntárias da União e dos Estados a base para o plano e metas nacionais, que
poderão ser restabelecidas desde que o ente promoverão a equidade interestadual.
beneficiário comprove o cumprimento das § 4o Caberá aos Conselhos de Saúde deliberar
disposições estatuídas neste artigo, sem prejuízo das sobre as diretrizes para o estabelecimento de
exigências, restrições e sanções previstas na prioridades.
legislação vigente. CAPÍTULO IV
Art. 27. Quando os órgãos de controle DA TRANSPARÊNCIA, VISIBILIDADE, FISCALIZAÇÃO,
interno do ente beneficiário, do ente transferidor ou AVALIAÇÃO E CONTROLE
o Ministério da Saúde detectarem que os recursos Seção I
previstos no inciso II do § 3º do art. 198 da Da Transparência e Visibilidade da Gestão da
Constituição Federal estão sendo utilizados em Saúde
ações e serviços diversos dos previstos no art. Art. 31. Os órgãos gestores de saúde da
3o desta Lei Complementar, ou em objeto de saúde União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
diverso do originalmente pactuado, darão ciência ao Municípios darão ampla divulgação, inclusive em
Tribunal de Contas e ao Ministério Público meios eletrônicos de acesso público, das prestações
competentes, de acordo com a origem do recurso, de contas periódicas da área da saúde, para consulta
com vistas: e apreciação dos cidadãos e de instituições da
I - à adoção das providências legais, no sociedade, com ênfase no que se refere a:
sentido de determinar a imediata devolução dos I - comprovação do cumprimento do disposto
referidos recursos ao Fundo de Saúde do ente da nesta Lei Complementar;
Federação beneficiário, devidamente atualizados por II - Relatório de Gestão do SUS;
índice oficial adotado pelo ente transferidor, visando III - avaliação do Conselho de Saúde sobre a
ao cumprimento do objetivo do repasse; gestão do SUS no âmbito do respectivo ente da
II - à responsabilização nas esferas Federação.
competentes. Parágrafo único. A transparência e a
Art. 28. São vedadas a limitação de empenho visibilidade serão asseguradas mediante incentivo à
e a movimentação financeira que comprometam a participação popular e realização de audiências
aplicação dos recursos mínimos de que tratam os públicas, durante o processo de elaboração e
arts. 5o a 7o. discussão do plano de saúde.
Art. 29. É vedado aos Estados, ao Distrito Seção II
Federal e aos Municípios excluir da base de cálculo Da Escrituração e Consolidação das Contas da
das receitas de que trata esta Lei Complementar Saúde
quaisquer parcelas de impostos ou transferências
37
Art. 32. Os órgãos de saúde da União, dos § 2o Os entes da Federação deverão
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios encaminhar a programação anual do Plano de Saúde
manterão registro contábil relativo às despesas ao respectivo Conselho de Saúde, para aprovação
efetuadas com ações e serviços públicos de saúde. antes da data de encaminhamento da lei de
Parágrafo único. As normas gerais para fins diretrizes orçamentárias do exercício
do registro de que trata o caput serão editadas pelo correspondente, à qual será dada ampla divulgação,
órgão central de contabilidade da União, observada inclusive em meios eletrônicos de acesso público.
a necessidade de segregação das informações, com § 3o Anualmente, os entes da Federação
vistas a dar cumprimento às disposições desta Lei atualizarão o cadastro no Sistema de que trata o art.
Complementar. 39 desta Lei Complementar, com menção às
Art. 33. O gestor de saúde promoverá a exigências deste artigo, além de indicar a data de
consolidação das contas referentes às despesas com aprovação do Relatório de Gestão pelo respectivo
ações e serviços públicos de saúde executadas por Conselho de Saúde.
órgãos e entidades da administração direta e § 4o O Relatório de que trata o caput será
indireta do respectivo ente da Federação. elaborado de acordo com modelo padronizado
Seção III aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde,
Da Prestação de Contas devendo-se adotar modelo simplificado para
Art. 34. A prestação de contas prevista no Municípios com população inferior a 50.000
art. 37 conterá demonstrativo das despesas com (cinquenta mil habitantes).
saúde integrante do Relatório Resumido da § 5o O gestor do SUS apresentará, até o final
Execução Orçamentária, a fim de subsidiar a emissão dos meses de maio, setembro e fevereiro, em
do parecer prévio de que trata o art. 56 da Lei audiência pública na Casa Legislativa do respectivo
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000. ente da Federação, o Relatório de que trata o caput.
Art. 35. As receitas correntes e as despesas Seção IV
com ações e serviços públicos de saúde serão Da Fiscalização da Gestão da Saúde
apuradas e publicadas nos balanços do Poder Art. 37. Os órgãos fiscalizadores examinarão,
Executivo, assim como em demonstrativo próprio prioritariamente, na prestação de contas de recursos
que acompanhará o relatório de que trata o § 3o do públicos prevista no art. 56 da Lei Complementar nº
art. 165 da Constituição Federal. 101, de 4 de maio de 2000, o cumprimento do
Art. 36. O gestor do SUS em cada ente da disposto no art. 198 da Constituição Federal e nesta
Federação elaborará Relatório detalhado referente Lei Complementar.
ao quadrimestre anterior, o qual conterá, no Art. 38. O Poder Legislativo, diretamente ou
mínimo, as seguintes informações: com o auxílio dos Tribunais de Contas, do sistema de
I - montante e fonte dos recursos aplicados auditoria do SUS, do órgão de controle interno e do
no período; Conselho de Saúde de cada ente da Federação, sem
II - auditorias realizadas ou em fase de prejuízo do que dispõe esta Lei Complementar,
execução no período e suas recomendações e fiscalizará o cumprimento das normas desta Lei
determinações; Complementar, com ênfase no que diz respeito:
III - oferta e produção de serviços públicos na I - à elaboração e execução do Plano de Saúde
rede assistencial própria, contratada e conveniada, Plurianual;
cotejando esses dados com os indicadores de saúde II - ao cumprimento das metas para a saúde
da população em seu âmbito de atuação. estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;
§ 1o A União, os Estados, o Distrito Federal e III - à aplicação dos recursos mínimos em
os Municípios deverão comprovar a observância do ações e serviços públicos de saúde, observadas as
disposto neste artigo mediante o envio de Relatório regras previstas nesta Lei Complementar;
de Gestão ao respectivo Conselho de Saúde, até o IV - às transferências dos recursos aos Fundos
dia 30 de março do ano seguinte ao da execução de Saúde;
financeira, cabendo ao Conselho emitir parecer V - à aplicação dos recursos vinculados ao
conclusivo sobre o cumprimento ou não das normas SUS;
estatuídas nesta Lei Complementar, ao qual será VI - à destinação dos recursos obtidos com a
dada ampla divulgação, inclusive em meios alienação de ativos adquiridos com recursos
eletrônicos de acesso público, sem prejuízo do vinculados à saúde.
disposto nos arts. 56 e 57 da Lei Complementar nº Art. 39. Sem prejuízo das atribuições próprias
101, de 4 de maio de 2000. do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas de cada
ente da Federação, o Ministério da Saúde manterá
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sistema de registro eletrônico centralizado das informatizado, bem como os prazos para o registro e
informações de saúde referentes aos orçamentos homologação das informações no Siops, conforme
públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e pactuado entre os gestores do SUS, observado o
dos Municípios, incluída sua execução, garantido o disposto no art. 52 da Lei Complementar nº 101, de
acesso público às informações. 4 de maio de 2000.
§ 1o O Sistema de Informação sobre § 4o Os resultados do monitoramento e
Orçamento Público em Saúde (Siops), ou outro avaliação previstos neste artigo serão apresentados
sistema que venha a substituí-lo, será desenvolvido de forma objetiva, inclusive por meio de indicadores,
com observância dos seguintes requisitos mínimos, e integrarão o Relatório de Gestão de cada ente
além de outros estabelecidos pelo Ministério da federado, conforme previsto no art. 4o da Lei
Saúde mediante regulamento: no 8.142, de 28 de dezembro de 1990.
I - obrigatoriedade de registro e atualização § 5o O Ministério da Saúde, sempre que
permanente dos dados pela União, pelos Estados, verificar o descumprimento das disposições
pelo Distrito Federal e pelos Municípios; previstas nesta Lei Complementar, dará ciência à
II - processos informatizados de declaração, direção local do SUS e ao respectivo Conselho de
armazenamento e exportação dos dados; Saúde, bem como aos órgãos de auditoria do SUS, ao
III - disponibilização do programa de Ministério Público e aos órgãos de controle interno e
declaração aos gestores do SUS no âmbito de cada externo do respectivo ente da Federação, observada
ente da Federação, preferencialmente em meio a origem do recurso para a adoção das medidas
eletrônico de acesso público; cabíveis.
IV - realização de cálculo automático dos § 6o O descumprimento do disposto neste
recursos mínimos aplicados em ações e serviços artigo implicará a suspensão das transferências
públicos de saúde previstos nesta Lei Complementar, voluntárias entre os entes da Federação, observadas
que deve constituir fonte de informação para as normas estatuídas no art. 25 da Lei
elaboração dos demonstrativos contábeis e Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
extracontábeis; Art. 40. Os Poderes Executivos da União, dos
V - previsão de módulo específico de controle Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
externo, para registro, por parte do Tribunal de disponibilizarão, aos respectivos Tribunais de Contas,
Contas com jurisdição no território de cada ente da informações sobre o cumprimento desta Lei
Federação, das informações sobre a aplicação dos Complementar, com a finalidade de subsidiar as
recursos em ações e serviços públicos de saúde ações de controle e fiscalização.
consideradas para fins de emissão do parecer prévio Parágrafo único. Constatadas divergências
divulgado nos termos dos arts. 48 e 56 da Lei entre os dados disponibilizados pelo Poder Executivo
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, sem e os obtidos pelos Tribunais de Contas em seus
prejuízo das informações declaradas e homologadas procedimentos de fiscalização, será dado ciência ao
pelos gestores do SUS; Poder Executivo e à direção local do SUS, para que
VI - integração, mediante processamento sejam adotadas as medidas cabíveis, sem prejuízo
automático, das informações do Siops ao sistema das sanções previstas em lei.
eletrônico centralizado de controle das Art. 41. Os Conselhos de Saúde, no âmbito de
transferências da União aos demais entes da suas atribuições, avaliarão a cada quadrimestre o
Federação mantido pelo Ministério da Fazenda, para relatório consolidado do resultado da execução
fins de controle das disposições do inciso II do orçamentária e financeira no âmbito da saúde e o
parágrafo único do art. 160 da Constituição Federal e relatório do gestor da saúde sobre a repercussão da
do art. 25 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio execução desta Lei Complementar nas condições de
de 2000. saúde e na qualidade dos serviços de saúde das
§ 2o Atribui-se ao gestor de saúde declarante populações respectivas e encaminhará ao Chefe do
dos dados contidos no sistema especificado Poder Executivo do respectivo ente da Federação as
no caput a responsabilidade pelo registro dos dados indicações para que sejam adotadas as medidas
no Siops nos prazos definidos, assim como pela corretivas necessárias.
fidedignidade dos dados homologados, aos quais se Art. 42. Os órgãos do sistema de auditoria,
conferirá fé pública para todos os fins previstos controle e avaliação do SUS, no âmbito da União,
nesta Lei Complementar e na legislação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
concernente. deverão verificar, pelo sistema de amostragem, o
§ 3o O Ministério da Saúde estabelecerá as cumprimento do disposto nesta Lei Complementar,
diretrizes para o funcionamento do sistema além de verificar a veracidade das informações
39
constantes do Relatório de Gestão, com ênfase na saúde, programa permanente de educação na saúde
verificação presencial dos resultados alcançados no para qualificar sua atuação na formulação de
relatório de saúde, sem prejuízo do estratégias e assegurar efetivo controle social da
acompanhamento pelos órgãos de controle externo execução da política de saúde, em conformidade
e pelo Ministério Público com jurisdição no território com o § 2º do art. 1º da Lei nº 8.142, de 28 de
do ente da Federação. dezembro de 1990.
CAPÍTULO V Art. 45. (VETADO).
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 46. As infrações dos dispositivos desta
Art. 43. A União prestará cooperação técnica Lei Complementar serão punidas segundo o Decreto-
e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Municípios para a implementação do disposto no Penal), a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950,
art. 20 e para a modernização dos respectivos o Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967,
Fundos de Saúde, com vistas ao cumprimento das a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, e demais
normas desta Lei Complementar. normas da legislação pertinente.
§ 1o A cooperação técnica consiste na Art. 47. Revogam-se o § 1o do art. 35 da Lei
o
implementação de processos de educação na saúde n 8.080, de 19 de setembro de 1990, e o art. 12 da
e na transferência de tecnologia visando à Lei no 8.689, de 27 de julho de 1993.
operacionalização do sistema eletrônico de que trata Art. 48. Esta Lei Complementar entra em
o art. 39, bem como na formulação e vigor na data de sua publicação.
disponibilização de indicadores para a avaliação da Brasília, 13 de janeiro de 2012; 191o da
qualidade das ações e serviços públicos de saúde, Independência e 124o da República.
que deverão ser submetidos à apreciação dos
respectivos Conselhos de Saúde.
§ 2o A cooperação financeira consiste na
entrega de bens ou valores e no financiamento por
intermédio de instituições financeiras federais.
Art. 44. No âmbito de cada ente da
Federação, o gestor do SUS disponibilizará ao
Conselho de Saúde, com prioridade para os
representantes dos usuários e dos trabalhadores da

EXERCÍCIOS

1.(UNIFESP – Residência Multiprofissional-2014) Segundo a Lei Complementar nº. 141, os percentuais


mínimos das receitas brutas correntes dos munícios e estados destinados obrigatoriamente a saúde
são, respectivamente, de
a) 10% e 9%
b) 13% e 15%
c) 15% e 12%
d) 18% e 20%
e) 20% e 10%

2. (Iniciativa global-2016) Todas as despesas com ações e serviços públicos de saúde, abaixo citadas,
foram consideradas pela Lei Complementar nº. 141, EXCETO:
a) Saneamento básico dos distritos sanitários especiais indígenas e de comunidades remanescentes de
quilombos.
b) Investimentos na rede física do SUS, exclusivamente na construção de novos estabelecimentos de saúde;
c) Ações de apoio administrativo realizadas pelas instituições públicas de SUS e imprescindíveis a execução
de saúde.
d) Gestão do sistema público de saúde e operação de unidades prestadoras de serviços públicos de saúde.
e) Nenhuma das alternativas.

40
GABARITO
1) C
2) B

PARA ENTENDER O CONTROLE SOCIAL NA SAÚDE BRASÍLIA - DF 2014

 Manual de orientação aos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde sobre encaminhamento de


demandas do Controle Social.
 Buscar por um Controle Social atuante e contributivo na construção das políticas públicas de saúde.
 Participação da sociedade no setor Saúde
 Principais espaços para o exercício da participação e do controle social: conselhos de saúde e as
conferências de saúde

✓ HISTÓRIA DOS CONSELHOS DE SAÚDE NO BRASIL

 1937, Getúlio Vargas –1º CNS, fruto desse regime autoritário -composto exclusivamente por conselheiros
de perfil técnico ou membros da elite - foco do setor voltava-se para as questões de controle de endemias
e de higiene pública - portos e em regiões ligadas ao escoamento da produção agrícola
 1941 - a Primeira Conferência Nacional de Saúde - “Situação sanitária assistencial dos estados e
municípios”
 1953 - criação do Ministério da Saúde (MS) - recursos financeiros destinados à saúde eram escassos –
muitas doenças e atendimento hospitalar de natureza privada, com fins lucrativos.
 CNS - recebeu a atribuição de auxiliar o Ministro da Saúde na determinação das bases gerais dos
programas de proteção à saúde no país – 17 conselheiros
 1962 - 27 conselheiros - Não era permitida a representação de usuários e de profissionais de saúde.
 1950 e 1960 - foram promovidas apenas duas Conferências Nacionais de Saúde
 1964 - Regime Militar - O setor Saúde passou a ter como foco, de um lado, a medicalização da sociedade e
a incorporação das modificações tecnológicas vindas do exterior, e, de outro, a estratégia sanitarista
tradicional, herdada da antiga estrutura das campanhas → MEDICINA PREVIDENCIÁRIA
 1970 e início dos 1980 – movimento sanitário
 1985 Brasil viveu a transição do regime militar para a redemocratização
 1986 - 8ª Conferência Nacional de Saúde - Pela primeira vez na história do país, a sociedade civil foi
convocada e participou de forma ampla de um debate sobre políticas e programas de governo.
 A 8ª Conferência foi de fato o grande evento fundador do SUS.

✓ 8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE – 1986


• Saúde para todos
• Garantia de participação da sociedade na formulação da política e no planejamento, gestão, execução e
avaliação das ações de saúde;
• Formação de conselhos de saúde nas esferas municipal, regional e estadual, compostos por
representantes eleitos pela comunidade.

✓ ENTENDA O CONTROLE SOCIAL ATRIBUIÇÕES DOS CONSELHOS NACIONAL, ESTADUAIS, DISTRITAL E


MUNICIPAIS DE SAÚDE:

 Receber informação do Ministério da Saúde sobre o descumprimento dos dispositivos da LC141/2012


 Avaliar a repercussão da LC141/2012 sobre as condições de saúde e na qualidade dos serviços de saúde
da população
 Deliberar sobre prioridades para as ações e serviços públicos de saúde pelo respectivo gestor
 Avaliar a gestão do SUS quadrimestralmente e emitir parecer conclusivo sobre o cumprimento dos
dispositivos da LC 141/2012
 Assessorar o Poder Legislativo de cada ente da Federação, quando requisitados, no exercício da
fiscalização do cumprimento dos dispositivos da LC141/2012, especialmente, a elaboração e a execução

41
do Plano de Saúde, o cumprimento das metas estabelecidas na LDO, a aplicação dos recursos mínimos
constitucionalmente estabelecidos, as transferências financeiras Fundo-a-Fundo, a aplicação de recursos
vinculados e a destinação dos recursos oriundos da alienação de ativos vinculados ao SUS
 Receber informação do Ministério da Saúde sobre os recursos previstos para transferência

✓ CARACTERÍSTICAS DOS CONSELHOS DE SAÚDE

1) COLEGIADO - é composto por pessoas que representam diferentes grupos da sociedade, sendo 50% delas
representantes de usuários do SUS
2) PERMANENTE - tem sua existência garantida em qualquer circunstância.
3) DELIBERATIVO- toma decisões que devem ser cumpridas pelo poder público.
4) O Conselho de Saúde não é subordinado ao Poder Executivo.
5) Criados por Lei
6) Possuí regimento interno e estrutura administrativa

✓ CRITÉRIOS PARA COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE SAÚDE

 Constituídos por conselheiros, que se responsabilizam pela proposição, discussão, acompanhamento,


deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da política de saúde, inclusive em seus aspectos
econômicos e financeiros.
 REPRESENTATIVIDADE - para que o Conselho de Saúde represente a sociedade, cada conselheiro, apesar
de defender os interesses de toda a sociedade, atua como interlocutor de um segmento específico.
 PARIDADE - o número de conselheiros que representam os usuários dos serviços de saúde (50%) deve ser
igual ao número de conselheiros que representam outros segmentos da sociedade (50%).
 Como são escolhidos? Entidades e movimentos sociais indicam, por escrito, representantes para atuarem
como conselheiros de saúde, de acordo com o número de vagas existentes.
 Para assegurar a independência entre os poderes, os conselheiros não devem pertencer aos Poderes
Legislativo e Judiciário, ou ao Ministério Público. Sendo assim, não devem integrar o Conselho de Saúde:
vereador, deputado, juiz, senador, promotor público, promotor de justiça, etc

42
✓ DOCUMENTOS PRODUZIDOS PELOS CONSELHOS DE SAÚDE

✓ PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS DOS CONSELHOS DE SAÚDE

1) Implementar mobilização e articulação contínuas da sociedade, na defesa dos princípios constitucionais


que fundamentam o SUS, para controle social na saúde.
2) Elaborar o regimento interno do Conselho e outras normas de funcionamento.
3) Examinar propostas e denúncias de indícios de irregularidades.
4) Deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos a serem encaminhados ao Poder Legislativo.
5) Avaliar a organização e o funcionamento do SUS.
6) Fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e dos serviços de saúde e encaminhar os indícios de
denúncias aos respectivos órgãos, conforme legislação vigente.
7) Definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e deliberar sobre eles.
8) Apoiar e promover a educação para o controle social.
9) Promover Conferências de Saúde.

✓ COMISSÕES INTERSETORIAIS

 Previstas na Lei Orgânica da Saúde e no Regimento Interno do CNS, as Comissões são organismos de
assessoria ao Plenário que resgatam e reiteram os princípios do SUS e do controle social.

43
 Compostas por até 22 membros, 12 titulares e dez suplentes, que podem ser conselheiros do CNS, ou
especialistas e representantes de instituições, de entidades e de movimentos sociais.

DICA DA MARI: Dê uma olhada com calma em cada uma das 23 comissões Inter gestoras apenas para saber que elas existem.

EXERCÍCOS

1) UFSM/2014: Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.


I. O controle social no SUS é um dos principais instrumentos para promover a democratização da saúde.
II. A Constituição Federal de 1988 é omissa em relação ao controle social no SUS.
III. O controle social no SUS é uma forma de controle da sociedade civil organizada nas esferas da ação do
Estado na área da saúde.
IV. As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde são mecanismos formais de controle social.
A) Apenas I, II e III.
B) Apenas I, III e IV.
C) Apenas I e III.
D) Apenas I e IV.
E) I, II, III e IV.

2) Sobre o controle social no SUS, assinale a alternativa incorreta:


A) O Conselho de Saúde tem caráter permanente, mas não deliberativo, devendo suas decisões ser
analisadas pelo secretário de saúde da instância correspondente.
B) As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento
definidas em regimento próprio e aprovadas pelo respectivo Conselho.
C) A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos
sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos
níveis correspondentes.
D) A participação da comunidade é um dos princípios do SUS.

3) Sobre o controle social no SUS, assinale a alternativa incorreta:


A) A participação da comunidade no SUS é regulamentada por lei, mas não é um dos princípios ou diretrizes
do sistema, definidos pela lei 8080/90.
B) A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências de Saúde será paritária em relação
ao conjunto dos demais segmentos.
C) O Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional de Secretários Municipais
de Saúde CONASEMS não contam com a participação paritária de usuários
D) Prestadores de serviço privados podem ter assentos nos Conselhos de Saúde.
E) Duas assertivas estão incorretas.

4) CESPE/2018: No que concerne ao controle social no SUS, julgue o item subsequente.


As decisões tomadas pelos conselhos deverão ser homologadas pelo presidente do Conselho Nacional de Saúde,
após deliberação.
CERTOU ou ERRADO

5) CESPE/2016: Julgue o item a seguir, relativo ao controle social no SUS.


Na ausência de número suficiente de entidades, instituições e movimentos organizados para compor o conselho
de saúde de um município, a representação desse órgão será definida pelo conselho estadual de saúde.
CERTO ou ERRADO

GABARITO

44
1) B 2) A 3) A 4) ERRADO 5) ERRADO

PORTARIA Nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010

PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010

Estabelece diretrizes para a organização da Rede de das ações e serviços de saúde e a organização da
Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Rede de Atenção à Saúde;
Saúde (SUS). Considerando a necessidade de definir os
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso da fundamentos conceituais e operativos essenciais ao
atribuição que lhe confere o inciso II do parágrafo processo de organização da Rede de Atenção à
único do art. 87 da Constituição, e Considerando a Saúde, bem como as diretrizes e estratégias para sua
Lei Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe implementação;
sobre as condições para a promoção, proteção e Considerando a decisão dos gestores do SUS na
recuperação da saúde, a organização e o reunião da Comissão Intergestores Tripartite,
funcionamento dos serviços correspondentes; realizada no dia 16 de dezembro de 2010, resolve:
Considerando a Portaria GM/MS Nº 399, de 22 de Art. 1º Estabelecer diretrizes para a organização da
fevereiro de 2006, que divulga o Pacto pela Saúde Rede de Atenção à Saúde, no âmbito do SUS, na
2006 - Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes forma do Anexo a esta Portaria.
Operacionais do referido Pacto; Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua
Considerando a Portaria GM/MS Nº 699, de 30 de publicação.
março de 2006, que regulamenta as Diretrizes JOSÉ GOMES TEMPORÃO
Operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão;
Considerando que a Regionalização é uma diretriz do ANEXO
Sistema Único de Saúde e um eixo estruturante do
Pacto de Gestão e deve orientar a descentralização

45
DIRETRIZES PARA ORGANIZAÇÃO DA REDE DE O modelo de atenção à saúde vigente
ATENÇÃO À SAÚDE DO SUS fundamentado nas ações curativas, centrado no
cuidado médico e estruturado com ações e serviços
O presente documento trata das diretrizes de saúde dimensionados a partir da oferta, tem se
para a estruturação da Rede de Atenção à Saúde mostrado insuficiente para dar conta dos desafios
(RAS) como estratégia para superar a fragmentação sanitários atuais e, insustentável para os
da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde e enfrentamentos futuros.
aperfeiçoar o funcionamento político-institucional O cenário brasileiro é caracterizado pela
do Sistema Único de Saúde (SUS,) com vistas a diversidade de contextos regionais com marcantes
assegurar ao usuário o conjunto de ações e serviços diferenças sócio econômicas e de necessidades de
que necessita com efetividade e eficiência. saúde da população entre as regiões, agravado pelo
Esse documento estabelece os fundamentos elevado peso da oferta privada e seus interesses e
conceituais e operativos essenciais ao processo de pressões sobre o mercado na área da saúde e pelo
organização da RAS, entendendo que o seu desafio de lidar com a complexa inter-relação entre
aprofundamento constituirá uma série de temas acesso, escala, escopo, qualidade, custo e
técnicos e organizacionais a serem desenvolvidos, efetividade que demonstram a complexidade do
em função da agenda de prioridades e da sua processo de constituição de um sistema unificado e
modelagem. integrado no país.
O texto foi elaborado a partir das discussões internas Consequentemente, a organização da
das áreas técnicas do Ministério da Saúde e no atenção e da gestão do SUS expressa o cenário
Grupo de trabalho de Gestão da Câmara Técnica da apresentado e se caracteriza por intensa
Comissão Intergestores Tripartite, composto com fragmentação de serviços, programas, ações e
representantes do Conselho Nacional de Secretarias práticas clínicas demonstrado por: (1) lacunas
Municipais de Saúde (CONASEMS), do Conselho assistenciais importantes; (2) financiamento
Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do público insuficiente, fragmentado e baixa eficiência
Ministério da Saúde (MS). no emprego dos recursos, com redução da
O conteúdo dessas orientações está capacidade do sistema de prover integralidade da
fundamentado no arcabouço normativo do SUS, com atenção à saúde; (3) configuração inadequada de
destaque para as Portarias do Pacto pela Saúde, a modelos de atenção, marcada pela incoerência
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a Política entre a oferta de serviços e a necessidade de
Nacional de Promoção a Saúde (PNPS), na atenção, não conseguindo acompanhar a tendência
publicação da Regionalização Solidária e de declínio dos problemas agudos e de ascensão
Cooperativa, além das experiências de apoio à das condições crônicas; (4) fragilidade na gestão do
organização da RAS promovidas pelo Ministério da trabalho com o grave problema de precarização e
Saúde (MS) e Conselho Nacional de Secretários de carência de profissionais em número e alinhamento
Saúde (CONASS) em regiões de saúde de diversos com a política pública; (5) a pulverização dos
estados. serviços nos municípios; e (6) pouca inserção da
O documento está organizado da seguinte Vigilância e Promoção em Saúde no cotidiano dos
forma: justificativa abordando por que organizar serviços de atenção, especialmente na Atenção
rede de atenção à saúde, os principais conceitos, Primária em Saúde (APS).
fundamentos e atributos da rede de atenção à Considera-se, ainda, o atual perfil
saúde, os elementos constitutivos da rede, as epidemiológico brasileiro, caracterizado por uma
principais ferramentas de microgestão dos serviços tripla carga de doença que envolve a persistência de
e, diretrizes com algumas estratégias para a doenças parasitárias, infecciosas e desnutrição
implementação da rede de atenção à saúde. características de países subdesenvolvidos,
importante componente de problemas de saúde
1. POR QUE ORGANIZAR REDE DE reprodutiva com mortes maternas e óbitos infantis
ATENÇÃO À SAÚDE NO SUS por causas consideradas evitáveis, e o desafio das
Embora sejam inegáveis e representativos doenças crônicas e seus fatores de risco como
os avanços alcançados pelo SUS nos últimos anos, sedentarismo, tabagismo, alimentação inadequada,
torna-se cada vez mais evidente a dificuldade em obesidade e o crescimento das causas externas em
superar a intensa fragmentação das ações e serviços decorrência do aumento da violência e dos acidentes
de saúde e qualificar a gestão do cuidado no de trânsito, trazendo a necessidade de ampliação do
contexto atual. foco da atenção para o manejo das condições

46
crônicas, mas atendendo, concomitantemente, as A construção dessa forma de relações
condições agudas. intergovernamentais no SUS requer o cumprimento
Superar os desafios e avançar na das responsabilidades assumidas e metas pactuadas,
qualificação da atenção e da gestão em saúde requer sendo cada esfera de governo corresponsável pela
forte decisão dos gestores do SUS, enquanto gestão do conjunto de políticas com
protagonistas do processo instituidor e organizador responsabilidades explicitadas.
do sistema de saúde. Essa decisão envolve aspectos Em sintonia com o Pacto pela Saúde, foi
técnicos, éticos, culturais, mas, principalmente, aprovada a Política Nacional de Atenção Básica
implica no cumprimento do pacto político (PNAB) e a Política Nacional de Promoção à Saúde
cooperativo entre as instâncias de gestão do (PNPS), ambas voltadas para a configuração de um
Sistema, expresso por uma "associação fina da modelo de atenção capaz de responder as condições
técnica e da política", para garantir os investimentos crônicas e as condições agudas e promover ações de
e recursos necessários à mudança. vigilância e promoção a saúde, efetivando a APS
A solução está em inovar o processo de como eixo estruturante da RAS no SUS.
organização do sistema de saúde, redirecionando No campo das políticas públicas,
suas ações e serviços no desenvolvimento da RAS comprometida com a garantia de oferecer acesso
para produzir impacto positivo nos indicadores de equânime ao conjunto de ações e serviços de saúde,
saúde da população. a organização do Sistema em rede possibilita a
Experiências têm demonstrado que a organização da construção de vínculos de solidariedade e
RAS tendo a APS como coordenadora do cuidado e cooperação. Nesse processo, o desenvolvimento da
ordenadora da rede, se apresenta como um Rede de Atenção à Saúde é reafirmado como
mecanismo de superação da fragmentação estratégia de reestruturação do sistema de saúde,
sistêmica; são mais eficazes, tanto em termos de tanto no que se refere a sua organização, quanto na
organização interna (alocação de recursos, qualidade e impacto da atenção prestada, e
coordenação clínica, etc.), quanto em sua representa o acúmulo e o aperfeiçoamento da
capacidade de fazer face aos atuais desafios do política de saúde com aprofundamento de ações
cenário socioeconômico, demográfico, efetivas para a consolidação do SUS como política
epidemiológico e sanitário. pública voltada para a garantia de direitos
No Brasil, o debate em torno da busca por constitucionais de cidadania.
maior integração adquiriu nova ênfase a partir do
Pacto pela Saúde, que contempla o acordo firmado 2. CONCEITOS
entre os gestores do SUS e ressalta a relevância de
aprofundar o processo de regionalização e de A Rede de Atenção à Saúde é definida como
organização do sistema de saúde sob a forma de arranjos organizativos de ações e serviços de saúde,
Rede como estratégias essenciais para consolidar os de diferentes densidades tecnológicas, que
princípios de Universalidade, Integralidade e integradas por meio de sistemas de apoio técnico,
Equidade, se efetivando em três dimensões: logístico e de gestão, buscam garantir a
Pacto Pela Vida: compromisso com as integralidade do cuidado
prioridades que apresentam impacto sobre a O objetivo da RAS é promover a integração
situação de saúde da população brasileira; sistêmica, de ações e serviços de saúde com provisão
Pacto em Defesa do SUS: compromisso com a de atenção contínua, integral, de qualidade,
consolidação os fundamentos políticos e princípios responsável e humanizada, bem como incrementar o
constitucionais do SUS. desempenho do Sistema, em termos de acesso,
Pacto de Gestão: compromisso com os equidade, eficácia clínica e sanitária; e eficiência
princípios e diretrizes para a descentralização, econômica.
regionalização, financiamento, planejamento, Caracteriza-se pela formação de relações
programação pactuada e integrada, regulação, horizontais entre os pontos de atenção com o centro
participação social, gestão do trabalho e da de comunicação na Atenção Primária à Saúde (APS),
educação em saúde. pela centralidade nas necessidades em saúde de
O Pacto de Gestão estabeleceu o espaço uma população, pela responsabilização na atenção
regional como lócus privilegiado de construção das contínua e integral, pelo cuidado multiprofissional,
responsabilidades pactuadas, uma vez que é esse pelo compartilhamento de objetivos e
espaço que permite a integração de políticas e compromissos com os resultados sanitários e
programas por meio da ação conjunta das esferas econômicos.
federal, estadual e municipal.
47
Fundamenta-se na compreensão da APS Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o
como primeiro nível de atenção, enfatizando a crescimento das despesas de origem pública com a
função resolutiva dos cuidados primários sobre os saúde;
problemas mais comuns de saúde e a partir do qual Alcançar maior eficiência gestora no uso de recursos
se realiza e coordena o cuidado em todos os pontos escassos, maximizando o nível de bemestar;
de atenção. Coordenar as atividades das partes envolvidas;
Os pontos de atenção à saúde são Assegurar a produção de um excedente cooperativo;
entendidos como espaços onde se ofertam Distribuir os frutos da cooperação;
determinados serviços de saúde, por meio de uma Assegurar que os compromissos sejam cumpridos; e
produção singular. Disponibilizar, em tempo útil, a informação de
São exemplos de pontos de atenção à saúde: os produção, financiamento, desempenho, qualidade e
domicílios, as unidades básicas de saúde, as acesso, de forma a garantir adequados níveis de
unidades ambulatoriais especializadas, os serviços informação ao cidadão.
de hemoterapia e hematologia, os centros de apoio Para atingir esses objetivos as partes
psicossocial, as residências terapêuticas, entre adotam em três áreas de aplicação que são:
outros. Os hospitais podem abrigar distintos pontos cuidados primários, atenção especializada
de atenção à saúde: o ambulatório de pronto (ambulatorial e hospitalar) e cuidados de urgência e
atendimento, a unidade de cirurgia ambulatorial, o emergência.
centro cirúrgico, a maternidade, a unidade de A inovação desse modelo de contrato de
terapia intensiva, a unidade de hospital/dia, entre gestão está em "contratualizar a saúde e não apenas
outros. cuidados de saúde, obtendo macroeficiência para o
Todos os pontos de atenção a saúde são conjunto do sistema" - e para a superação de
igualmente importantes para que se cumpram os problemas cruciais como:
objetivos da rede de atenção à saúde e se Passar de uma abordagem populacional
diferenciam, apenas, pelas distintas densidades isolada (hospitais ou centros de saúde) para uma
tecnológicas que os caracterizam. contratualização de âmbito da região de saúde,
Para assegurar seu compromisso com a melhora de seguindo critérios de adscrição da população
saúde da população, integração e articulação na estratificada por grau de risco, e abordando os
lógica do funcionamento da RAS, com qualidade e diversos estabelecimentos de saúde em termos de
eficiência para os serviços e para o Sistema, faz-se uma rede de cuidados;
necessária a criação de mecanismos formais de O contínuo aumento dos gastos para a
contratualização entre os entes reguladores / prestação de serviços de alto custo devido ao
financiadores e os prestadores de serviço. tratamento tardio de condições e agravos sensíveis à
Quando esses contratos abrangem todos os pontos APS, pela introdução de ferramentas de microgestão
de atenção da rede o Sistema passa a operar em e incentivos financeiros para pagamento por
modo de aprendizagem, ou seja, a busca contínua desempenho individual e institucional;
por uma gestão eficaz, eficiente e qualificada, de Promover a participação efetiva do cidadão
forma a proporcionar a democratização e a e da comunidade no processo de contratualização,
transparência ao SUS. nomeadamente através da participação organizada e
A contratualização/contratos de gestão, permanente dos utentes.
nesse contexto, pode ser definida como o modo de Considerando a necessidade de
pactuação da demanda quantitativa e qualitativa na fortalecimento da APS vigente, no que se refere à
definição clara de responsabilidades, de objetivos de prática dos seus atributos essenciais, a
desempenho, incluindo tanto os sanitários, quanto contratualização das ações de saúde a partir do
os econômicos, resultando dessa negociação um primeiro nível de atenção, tem sido apontada como
compromisso explícito entre ambas as partes. Esse instrumento potente para induzir responsabilização
processo deve resultar, ainda, na fixação de critérios e qualidade, sempre no sentido de alcançar
e instrumentos de acompanhamento e avaliação de melhores resultados em saúde.
resultados, metas e indicadores definidos. Dentre os Adicionalmente, estratégias de articulação
objetivos da contratualização destacam-se: como a análise da situação de saúde; a
Melhorar o nível de saúde da população; interoperabilidade entre os vários sistemas de
informação; a existência de complexos reguladores;
Responder com efetividade às necessidades em as ações de educação permanente e de educação
saúde; popular em saúde e o planejamento participativo
são igualmente importantes para superar para a
48
implementação de um modelo de atenção de saúde
pautado na defesa da vida. 3.1 Economia de Escala, Qualidade, Suficiência,
Os problemas vivenciados na área de Acesso e Disponibilidade de Recursos Economia de
educação e da gestão do trabalho necessitam de escala, qualidade e acesso são a lógica fundamental
ações estratégicas. Nesta concepção, o trabalho na organização da rede de atenção à saúde.
deve ser visto como uma categoria central para uma
política de valorização dos trabalhadores de saúde. É →A Economia de Escala - ocorre quando os custos
necessário visualizar o trabalho como um espaço de médios de longo prazo diminuem, à medida que
construção de sujeitos e de subjetividades, um aumenta o volume das atividades e os custos fixos se
ambiente que tem pessoas, sujeitos, coletivos de distribuem por um maior número dessas atividades,
sujeitos, que inventam mundos e se inventam e, sendo o longo prazo, um período de tempo
sobretudo, produzem saúde. suficiente para que todos os insumos sejam
Portanto, o trabalho é um lugar de criação, variáveis. Desta forma, a concentração de serviços
invenção e, ao mesmo tempo, um território vivo em determinado local racionaliza custos e otimiza
com múltiplas disputas no modo de produzir saúde. resultados, quando os insumos tecnológicos ou
Por isso, a necessidade de implementar a práxis humanos relativos a estes serviços inviabilizem sua
(ação-reflexão-ação) nos locais de trabalho para a instalação em cada município isoladamente.
troca e o cruzamento com os saberes das diversas
profissões. →Qualidade - um dos objetivos fundamentais do
É importante ressaltar que na disputa dos sistema de atenção á saúde e da RAS é a qualidade
interesses, o que deve permanecer é o interesse do na prestação de serviços de saúde. A qualidade na
usuário cidadão. Portanto, os problemas de saúde da atenção em saúde pode ser melhor compreendida
população e a busca de soluções no território com o conceito de graus de excelência do cuidado
circunscrito devem ser debatidos nas equipes que pressupõe avanços e retrocessos nas seis
multiprofissionais. dimensões, a saber: segurança (reconhecer e evitar
Além da valorização do espaço do trabalho, situações que podem gerar danos enquanto se
há necessidade de buscar alternativas para os tenta prevenir, diagnosticar e tratar); efetividade
problemas relacionados a não valorização dos (utilizar-se do conhecimento para implementar
trabalhadores de saúde. Assim, todos os ações que fazem a diferença, que produzem
profissionais de saúde podem e devem fazer a clínica benefícios claros aos usuários); centralidade na
ampliada, pois escutar, avaliar e se comprometer na pessoa (usuários devem ser respeitados nos seus
busca do cuidado integral em saúde são valores e expectativas, e serem envolvidos e pró-
responsabilidades de toda profissão da área de ativos no cuidado à saúde); pontualidade (cuidado
saúde. no tempo certo, buscando evitar atrasos
Além disso, é preciso considerar e valorizar potencialmente danosos); eficiência (evitar
o poder terapêutico da escuta e da palavra, o poder desperdício ou ações desnecessárias e não
da educação em saúde e do apoio matricial a fim de efetivas), e equidade (características pessoais,
construir modos para haver a correponsabilização do como local de residência, escolaridade, poder
profissional e do usuário. aquisitivo, dentre outras, não devem resultar em
O trabalho vivo reside principalmente nas desigualdades no cuidado à saúde).
relações que são estabelecidas no ato de cuidar. É o
momento de se pensar o projeto terapêutico →Suficiência - significa o conjunto de ações e
singular, com base na escuta e na responsabilização serviços disponíveis em quantidade e qualidade para
com o cuidado. O foco do trabalho vivo deve ser as atender às necessidades de saúde da população e
relações estabelecidas no ato de cuidar que são: o inclui cuidados primários, secundários, terciários,
vínculo, a escuta, a comunicação e a reabilitação, preventivos e paliativos, realizados com
responsabilização com o cuidado. Os equipamentos qualidade.
e o conhecimento estruturado devem ser utilizados
a partir desta relação e não o contrário como tem →Acesso - ausência de barreiras geográficas,
sido na maioria dos casos. financeiras, organizacionais, socioculturais, étnicas e
de gênero ao cuidado. Deverão ser estabelecidas
3. FUNDAMENTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE alternativas específicas na relação entre acesso,
escala, escopo, qualidade e custo, para garantir o
Para assegurar resolutividade na rede de atenção, acesso, nas situações de populações dispersas de
alguns fundamentos precisam ser considerados: baixa densidade populacional, com baixíssima oferta
49
de serviços. O acesso pode se analisado através da atenção certa, no lugar certo, com o custo certo e no
disponibilidade, comodidade e aceitabilidade do tempo certo.
serviço pelos usuários: A substituição pode ocorrer nas dimensões da
A disponibilidade diz respeito à obtenção da atenção localização, das competências clínicas, da tecnologia
necessária ao usuário e sua família, tanto nas e da clínica. Ex: mudar o local da atenção prestada
situações de urgência/emergência quanto de do hospital para o domicílio; transição do cuidado
eletividade. profissional para o auto-cuidado; delegação de
A comodidade está relacionada ao tempo de espera funções entre os membros da equipe
para o atendimento, a conveniência de horários, a multiprofissional, etc.
forma de agendamento, a facilidade de contato com
os profissionais, o conforto dos ambientes para 3.4 Região de Saúde ou Abrangência
atendimento, entre outros.
A aceitabilidade está relacionada à satisfação dos A organização da RAS exige a definição da região de
usuários quanto à localização e à aparência do saúde, que implica na definição dos seus limites
serviço, à aceitação dos usuários quanto ao tipo de geográficos e sua população e no estabelecimento
atendimento prestado e, também, a aceitação dos do rol de ações e serviços que serão ofertados nesta
usuários quanto aos profissionais responsáveis pelo região de saúde. As competências e
atendimento. responsabilidades dos pontos de atenção no cuidado
integral estão correlacionadas com abrangência de
→Disponibilidade de Recursos - é outro fator base populacional, acessibilidade e escala para
importante para o desenvolvimento da RAS. conformação de serviços.
Recursos escassos, sejam humanos ou físicos, devem A definição adequada da abrangência dessas regiões
ser concentrados, ao contrário dos menos escassos, é essencial para fundamentar as estratégias de
que devem ser desconcentrados. organização da RAS, devendo ser observadas as
pactuações entre o estado e o município para o
3.2 Integração Vertical e Horizontal processo de regionalização e parâmetros de escala e
acesso.
Na construção da RAS devem ser observados os 3.5 Níveis de Atenção
conceitos de integração vertical e horizontal, que Fundamentais para o uso racional dos recursos e
vêm da teoria econômica e estão associados à para estabelecer o foco gerencial dos entes de
concepções relativas às cadeias produtivas. governança da RAS, estruturam-se por meio de
Integração Vertical - consiste na articulação de arranjos produtivos conformados segundo as
diversas organizações ou unidades de produção de densidades tecnológicas singulares, variando do
saúde responsáveis por ações e serviços de natureza nível de menor densidade (APS), ao de densidade
diferenciada, sendo complementar (agregando tecnológica intermediária, (atenção secundária à
resolutividade e qualidade neste processo). saúde), até o de maior densidade tecnológica
Integração Horizontal: consiste na articulação ou (atenção terciária à saúde).
fusão de unidades e serviços de saúde de mesma
natureza ou especialidade. É utilizada para otimizar a 4. ATRIBUTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
escala de atividades, ampliar a cobertura e a
eficiência econômica na provisão de ações e serviços Considera-se que não há como prescrever um
de saúde através de ganhos de escala (redução dos modelo organizacional único para as RAS, contudo as
custos médios totais em relação ao volume evidências mostram que o conjunto de atributos
produzido) e escopo (aumento do rol de ações da apresentados a seguir são essenciais ao seu
unidade). funcionamento:
1. População e território definidos com amplo
3.3 Processos de Substituição conhecimento de suas necessidades e preferências
que determinam a oferta de serviços de saúde;
São definidos como o reagrupamento contínuo de 2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que
recursos entre e dentro dos serviços de saúde para presta serviços de promoção, prevenção,
explorar soluções melhores e de menores custos, em diagnóstico, tratamento, gestão de casos,
função das demandas e das necessidades da reabilitação e cuidados paliativos e integra os
população e dos recursos disponíveis. programas focalizados em doenças, riscos e
Esses processos são importantes para se alcançar os populações específicas, os serviços de saúde
objetivos da RAS, no que se refere a prestar a individuais e os coletivos;
50
3. Atenção Primária em Saúde estruturada como A Rede de Atenção à Saúde organiza-se a
primeiro nível de atenção e porta de entrada do partir de um processo de gestão da clínica associado
sistema, constituída de equipe multidisciplinar que ao uso de critérios de eficiência microeconômica na
cobre toda a população, integrando, coordenando o aplicação de recursos, mediante planejamento,
cuidado, e atendendo as suas necessidades de gestão e financiamento intergovernamentais
saúde; cooperativos, voltados para o desenvolvimento de
4. Prestação de serviços especializados em lugar soluções integradas de política de saúde.
adequado; É preciso ampliar o objeto de trabalho da
5. Existência de mecanismos de coordenação, clínica para além das doenças, visando compreender
continuidade do cuidado e integração assistencial os problemas de saúde, ou seja, entender as
por todo o contínuo da atenção; situações que ampliam o risco ou a vulnerabilidade
6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família das pessoas.
e na comunidade, tendo em conta as Os problemas ou condições de saúde estão
particularidades culturais, gênero, assim como a em sujeitos, em pessoas, por isso, a clínica do sujeito
diversidade da população; é a principal ampliação da clínica, que possibilita o
7. Sistema de governança único para toda a rede aumento do grau de autonomia dos usuários,
com o propósito de criar uma missão, visão e cabendo uma decisão compartilhada do projeto
estratégias nas organizações que compõem a região terapêutico.
de saúde; definir objetivos e metas que devam ser → A gestão da clínica aqui compreendida
cumpridos no curto, médio e longo prazo; articular implica "a aplicação de tecnologias de micro-gestão
as políticas institucionais; e desenvolver a dos serviços de saúde com a finalidade de: a)
capacidade de gestão necessária para planejar, assegurar padrões clínicos ótimos; b) aumentar a
monitorar e avaliar o desempenho dos gerentes e eficiência; c) diminuir os riscos para os usuários e
das organizações; para os profissionais; d) prestar serviços efetivos; e
8. Participação social ampla; e) melhorar a qualidade da atenção à saúde".
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio Como subsídio à gestão da clínica utiliza-se
administrativo, clínico e logístico; a análise da situação de saúde em que o objetivo é a
10. Recursos humanos suficientes, competentes, identificação e estratificação de riscos em grupos
comprometidos e com incentivos pelo alcance de individuais expostos a determinados fatores e
metas da rede; condições que os colocam em situação de prioridade
11. Sistema de informação integrado que vincula para a dispensação de cuidados de saúde, sejam eles
todos os membros da rede, com identificação de preventivos, promocionais ou assistenciais.
dados por sexo, idade, lugar de residência, origem A gestão clínica dispõe de ferramentas de
étnica e outras variáveis pertinentes; microgestão que permitem integrar verticalmente os
12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, pontos de atenção e conformar a RAS. As
alinhado com as metas da rede; ferramentas de microgestão partem das tecnologias-
13. Ação intersetorial e abordagem dos mãe, as diretrizes clínicas, para, a partir delas,
determinantes da saúde e da equidade em saúde; e desenhar a RAS e ofertar outras ferramentas como a
14. Gestão baseada em resultado. gestão da condição de saúde, gestão de casos,
A integração dos sistemas de saúde deve ser auditoria clínica e as listas de espera.
entendida como um contínuo e não como uma
situação de extremos opostos entre integração e não →Diretrizes clínicas - entendidas como
integração. Dessa forma, existem graus de recomendações que orientam decisões assistenciais,
integração, que variam da fragmentação absoluta à de prevenção e promoção, como de organização de
integração total. Por sua vez, a integração é um meio serviços para condições de saúde de relevância
para melhorar o desempenho do sistema, de modo sanitária, elaboradas a partir da compreensão
que os esforços ampliada do processo saúde doença, com foco na
justificam-se na medida em que conduzam a serviços integralidade, incorporando as melhores evidências
mais acessíveis, de maior qualidade, com melhor da clínica, da saúde coletiva, da gestão em saúde e
relação custo-benefício e satisfaçam aos usuários da produção de autonomia. As diretrizes
(OPAS, 2009). desdobram-se em Guias de Prática
Clínica/Protocolos Assistenciais, orientam as Linhas
5. PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MICRO GESTÃO de Cuidado e viabilizam a comunicação entre as
DOS SERVIÇOS equipes e serviços, programação de ações e
padronização de determinados recursos.
51
eliminação e o desencadeamento das ações. Os
→Linhas de Cuidado (LC) - uma forma de problemas podem se manifestar através de doenças
articulação de recursos e das práticas de produção transmissíveis, doenças crônicas não transmissíveis,
de saúde, orientadas por diretrizes clínicas, entre as agravos à saúde como as violências, exposição a
unidades de atenção de uma dada região de saúde, produtos danosos à saúde, alterações do meio
para a condução oportuna, ágil e singular, dos ambiente, ou ambiente de trabalho, entre outros.
usuários pelas possibilidades de diagnóstico e
terapia, em resposta às necessidades →Gestão de caso - é um processo que se
epidemiológicas de maior relevância. Visa à desenvolve entre o profissional responsável pelo
coordenação ao longo do contínuo assistencial, caso e o usuário do serviço de saúde para planejar,
através da pactuação/contratualização e a monitorar e avaliar ações e serviços, de acordo com
conectividade de papéis e de tarefas dos diferentes as necessidades da pessoa, com o objetivo de
pontos de atenção e profissionais. Pressupõem uma propiciar uma atenção de qualidade e humanizada.
resposta global dos profissionais envolvidos no Seus objetivos são: a) atender às necessidades e
cuidado, superando as respostas fragmentadas. A expectativas de usuários em situação especial; b)
implantação de LC deve ser a partir das unidades da prover o serviço certo ao usuário no tempo certo; c)
APS, que têm a responsabilidade da coordenação do aumentar a qualidade do cuidado; e d) diminuir a
cuidado e ordenamento da rede. Vários fragmentação da atenção. É, portanto, uma relação
pressupostos devem ser observados para a personalizada entre o profissional responsável pelo
efetivação das LC, como garantia dos recursos caso e o usuário de um serviço de saúde.
materiais e humanos necessários à sua → Auditoria clínica - segundo BERWICK E
operacionalização; integração e co-responsabilização KNAPP, 1990, há três enfoques principais de
das unidades de saúde; interação entre equipes; auditoria clínica: auditoria implícita, que utiliza
processos de educação permanente; gestão de opinião de experts para avaliar a prática de atenção
compromissos pactuados e de resultados. Tais à saúde; a auditoria explícita, que avalia a atenção
aspectos devem ser de responsabilidade de grupo prestada contrastando-a com critérios prédefinidos,
técnico, com acompanhamento da gestão regional. especialmente nas diretrizes clínicas; e a auditoria
por meio de eventos- sentinela. A auditoria clínica
→Gestão da condição da saúde - é a consiste na análise crítica e sistemática da qualidade
mudança de um modelo de atenção à saúde focada da atenção à saúde, incluindo os procedimentos
no indivíduo, por meio de procedimentos curativos e usados no diagnóstico e tratamento, o uso dos
reabilitadores, para uma abordagem baseada numa recursos e os resultados para os pacientes em todos
população adscrita, que identifica pessoas em risco os pontos de atenção, observada a utilização dos
de adoecer ou adoecidas, com foco na promoção da protocolos clínicos estabelecidos. Essa auditoria não
saúde e/ou ação preventiva, ou a atenção adequada, deve ser confundida com a auditoria realizada pelo
com intervenção precoce, com vistas a alcançar Sistema Nacional de Auditoria (SNA).
melhores resultados e menores custos. Sua premissa
é a melhoria da qualidade da atenção à saúde em →Lista de espera - pode ser conceituada
toda a RAS. Para tanto, engloba o conjunto de como uma tecnologia que normatiza o uso de
pontos de atenção à saúde, com o objetivo de serviços em determinados pontos de atenção à
alcançar bons resultados clínicos, a custos saúde, estabelecendo critérios de ordenamento por
compatíveis, com base em evidência disponível na necessidades e riscos, promovendo a transparência,
literatura científica. Pode ser definida como a gestão ou seja, constituem uma tecnologia de gestão da
de processos de uma condição ou doença que clínica orientada a racionalizar o acesso a serviços
envolve intervenções na promoção da saúde, na em que exista um desequilíbrio entre a oferta e a
prevenção da condição ou doença e no seu demanda.
tratamento e reabilitação.
6. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA REDE DE
→A gestão dos riscos coletivos e ambientais ATENÇÃO À SAÚDE
passa pela vigilância, prevenção e controle das
doenças, agravos e fatores de risco, onde o foco é a A operacionalização da RAS se dá pela
identificação oportuna de problemas de saúde na interação dos seus três elementos constitutivos:
população, a identificação das causas e fatores população/região de saúde definidas, estrutura
desencadeantes, a descrição do comportamento, a operacional e por um sistema lógico de
proposição de medidas para o controle ou
52
funcionamento determinado pelo modelo de de trabalho em equipe, dirigidas a populações de
atenção à saúde. territórios bem delimitados, pelas quais assume a
responsabilidade sanitária, considerando a
6.1 População e Região de Saúde dinamicidade existente no território em que vivem
Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das essas populações.
pessoas e da comunidade, as RAS deve ser capazes Cabe a APS integrar verticalmente os
de identificar claramente a população e a área serviços que, normalmente são ofertados de forma
geográfica sob sua responsabilidade. O Pacto pela fragmentada, pelo sistema de saúde convencional.
Saúde define as regiões de saúde como espaços Uma atenção primária de qualidade, como parte
territoriais complexos, organizados a partir de integrante da Rede de atenção à saúde estrutura-se
identidades culturais, econômicas e sociais, de redes segundo sete atributos e três funções:
de comunicação e infra-estrutura de transportes Atributos - Primeiro Contato;
compartilhados do território. Assim, a população sob Longitudinalidade; Integralidade; Coordenação;
responsabilidade de uma rede é a que ocupa a Centralidade na Família; Abordagem Familiar e
região de saúde definida pelo Plano Diretor de Orientação Comunitária.
Regionalização e Investimentos (PDRI). O Primeiro Contato: evidências demonstram
A região de saúde deve ser bem definida, que o primeiro contato, pelos profissionais da APS,
baseada em parâmetros espaciais e temporais que leva a uma atenção mais apropriada e a melhores
permitam assegurar que as estruturas estejam bem resultados de saúde a custos totais mais baixos.
distribuídas territorialmente, garantindo o A Longitudinalidade: deriva da palavra
tempo/resposta necessário ao atendimento, melhor longitudinal e é definida como "lidar com o
proporção de estrutura/população/território e crescimento e as mudanças de indivíduos ou grupos
viabilidade operacional sustentável. no decorrer de um período de anos" (STARFIELD,
2002). É uma relação pessoal de longa duração entre
6.2 Estrutura Operacional profissionais de saúde e usuários em suas unidades
A estrutural operacional da RAS é de saúde, independente do problema de saúde ou
constituída pelos diferentes pontos de atenção à até mesmo da existência de algum problema. Está
saúde, ou seja, lugares institucionais onde se associada a diversos benefícios: menor utilização dos
ofertam serviços de saúde e pelas ligações que os serviços; melhor atenção preventiva; atenção mais
comunicam. oportuna e adequada; menos doenças evitáveis;
Os componentes que estruturam a RAS melhor reconhecimento dos problemas dos
incluem: APS - centro de comunicação; os pontos de usuários; menos hospitalizações; custos totais mais
atenção secundária e terciária; os sistemas de apoio; baixos. Os maiores benefícios estão relacionados ao
os sistemas logísticos e o sistema de governança. vínculo com o profissional ou equipe de saúde e ao
APS - Centro de Comunicação manejo clínico adequado dos problemas de saúde,
A Atenção Primária à Saúde é o centro de através da adoção dos instrumentos de gestão da
comunicação da RAS e tem um papel chave na sua clínica - diretriz clínica e gestão de patologias.
estruturação como ordenadora da RAS e A Integralidade da Atenção: a integralidade
coordenadora do cuidado. exige que a APS reconheça as necessidades de saúde
Para cumprir este papel, a APS deve ser o da população e os recursos para abordá-las. A APS
nível fundamental de um sistema de atenção à deve prestar, diretamente, todos os serviços para as
saúde, pois constitui o primeiro contato de necessidades comuns e agir como um agente para a
indivíduos, famílias e comunidades com o sistema, prestação de serviços para as necessidades que
trazendo os serviços de saúde o mais próximo devam ser atendidas em outros pontos de atenção.
possível aos lugares de vida e trabalho das pessoas e A integralidade da atenção é um mecanismo
significa o primeiro elemento de um processo importante porque assegura que os serviços sejam
contínuo de atenção. ajustados às necessidades de saúde da população.
Deve exercer um conjunto de ações de A Coordenação: é um "estado de estar em
saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange harmonia numa ação ou esforço comum" (SARFIELD,
a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de 2002). É um desafio para os profissionais e equipes
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação de saúde da APS, pois nem sempre têm acesso às
e a manutenção da saúde. informações dos atendimentos de usuários
A coordenação do cuidado é desenvolvida realizados em outros pontos de atenção e, portanto,
por meio do exercício de práticas gerenciais e a dificuldade de viabilizar a continuidade do cuidado.
sanitárias democráticas e participativas, sob forma A essência da coordenação é a disponibilidade de
53
informação a respeito dos problemas de saúde e dos Organização: visa organizar os fluxos e
serviços prestados. Os prontuários clínicos contra-fluxos dos usuários pelos diversos pontos de
eletrônicos e os sistemas informatizados podem atenção à saúde, no sistema de serviços de saúde;
contribuir para a coordenação da atenção, quando Responsabilização: visa responsabilizar-se pela saúde
possibilitam o compartilhamento de informações dos usuários em qualquer ponto de atenção à saúde
referentes ao atendimento dos usuários nos diversos em que estejam.
pontos de atenção, entre os profissionais da APS e Pontos de Atenção Secundários e Terciários:
especialistas. Somente os serviços de APS não são suficientes para
A Centralidade na Família: remete ao atender às necessidades de cuidados em saúde da
conhecimento pela equipe de saúde dos membros população. Portanto, os serviços de APS devem ser
da família e dos seus problemas de saúde. No Brasil, apoiados e complementados por pontos de atenção
atualmente, tem se adotado um conceito ampliado e de diferentes densidades tecnológicas para a
a família é reconhecida como um grupo de pessoas realização de ações especializadas (ambulatorial e
que convivam sobre o mesmo teto, que possuam hospitalar), no lugar e tempo certos.
entre elas uma relação de parentesco Sistemas de Apoio
primordialmente pai e/ou mãe e filhos São os lugares institucionais da rede onde
consanguíneos ou não, assim como as demais se prestam serviços comuns a todos os pontos de
pessoas significativas que convivam na mesma atenção à saúde. São constituídos pelos sistemas de
residência, qualquer que seja ou não o grau de apoio diagnóstico e terapêutico (patologia clínica,
parentesco. imagens, entre outros); pelo sistema de assistência
A centralização na família requer mudança farmacêutica que envolve a organização dessa
na prática das equipes de saúde, através da assistência em todas as suas etapas: seleção,
abordagem familiar. A equipe de saúde realiza várias programação, aquisição, armazenamento,
intervenções personalizadas ao longo do tempo, a distribuição, prescrição, dispensação e promoção do
partir da compreensão da estrutura familiar. uso racional de medicamentos; e pelos sistemas de
A Abordagem Familiar: deve ser empregada informação em saúde.
em vários momentos, como, por exemplo, na Sistemas Logísticos
realização do cadastro das famílias, quando das Os sistemas logísticos são soluções em
mudanças de fase do ciclo de vida das famílias, do saúde, fortemente ancoradas nas tecnologias de
surgimento de doenças crônicas ou agudas de maior informação, e ligadas ao conceito de integração
impacto. Estas situações permitem que a equipe vertical.
estabeleça um vínculo com o usuário e sua família de Consiste na efetivação de um sistema eficaz
forma natural, facilitando a aceitação quanto à de referência e contrarreferência de pessoas e de
investigação e intervenção, quando necessária. trocas eficientes de produtos e de informações ao
A Orientação Comunitária: a APS com longo dos pontos de atenção à saúde e dos sistemas
orientação comunitária utiliza habilidades clínicas, de apoio na rede de atenção à saúde. Estão voltados
epidemiológicas, ciências sociais e pesquisas para promover a integração dos pontos de atenção à
avaliativas, de forma complementar para ajustar os saúde. Os principais sistemas logísticos da rede de
programas para que atendam às necessidades atenção à saúde são: os sistemas de identificação e
específicas de saúde de uma população definida. acompanhamento dos usuários; as centrais de
Para tanto, faz-se necessário: regulação, registro eletrônico em saúde e os
Definir e caracterizar a comunidade; sistemas de transportes sanitários.
Identificar os problemas de saúde da comunidade; Sistema de Governança
Modificar programas para abordar estes problemas; A governança é definida pela Organização
Monitorar a efetividade das modificações do das Nações Unidas como o exercício da autoridade
programa. política, econômica e administrativa para gerir os
negócios do Estado. Constitui-se de complexos
Funções - Resolubilidade, Organização e mecanismos, processos, relações e instituições
Responsabilização. através das quais os cidadãos e os grupos sociais
A Atenção Primária à Saúde deve cumprir articulam seus interesses, exercem seus direitos e
três funções essenciais (MENDES, 2002): obrigações e mediam suas diferenças (RONDINELLI,
Resolução: visa resolver a grande maioria 2006).
dos problemas de saúde da população; A governança da RAS é entendida como a
capacidade de intervenção que envolve diferentes
atores, mecanismos e procedimentos para a gestão
54
regional compartilhada da referida rede. Nesse O processo de Planejamento Regional,
contexto, o Colegiado de Gestão Regional discutido e desenvolvido no CGR, estabelecerá as
desempenha papel importante, como um espaço prioridades de intervenção com base nas
permanente de pactuação e co-gestão solidária e necessidades de saúde da região e com foco na
cooperativa onde é exercida a governança, a garantia da integralidade da atenção, buscando a
negociação e a construção de consensos, que maximização dos recursos disponíveis.
viabilizem aos gestores interpretarem a realidade Esse planejamento deverá ainda seguir a
regional e buscarem a conduta apropriada para a mesma sistemática do processo de elaboração do
resolução dos problemas comuns de uma região. planejamento municipal/estadual, considerando os
Exercer uma governança solidária nas pressupostos e características do Sistema de
regiões de saúde implica o compartilhamento de Planejamento do SUS, no tocante à construção de
estruturas administrativas, de recursos, sistema seus instrumentos básicos. Os planos municipais de
logístico e apoio, e de um processo contínuo de saúde do conjunto de municípios da região, e o
monitoramento e avaliação da Rede de Atenção à plano estadual de saúde são subsídios essenciais ao
Saúde. Assim, a governança da RAS é diferente da processo de planejamento regional respectivo e são
gerência dos pontos de atenção à saúde, dos influenciados pelo resultado deste.
sistemas de apoio e dos logísticos. O produto do processo de planejamento
O exercício da governança implica, ainda, o regional deverá ser expresso no PDRI, o que
enfrentamento de questões políticas e estruturais do permitirá o monitoramento e a avaliação das metas
processo de regionalização, como as relações acordadas entre os gestores, bem como, a definição
federativas, as relações públicoprivadas, as dos recursos financeiros necessários.
capacidades internas de gestão, a sustentabilidade Como parte intrínseca à governança da RAS, seu
financeira, a regulação da atenção e o financiamento é atribuição comum aos gestores das
estabelecimento de padrões de qualidade para a três esferas de governo, sendo orientado no sentido
provisão de serviços (públicos e privados), bem de reduzir a fragmentação, estimular o
como os padrões de gestão e desempenho das compartilhamento de responsabilidades, a
unidades de saúde, entre outros. continuidade do cuidado, a eficiência da gestão e a
No processo de governança são utilizados equidade.
instrumentos e mecanismos de natureza As modalidades de repasses financeiros
operacional, tais como: roteiros de diagnóstico, devem estar alinhadas com o modelo de atenção e
planejamento e programações regionais, sistemas de ao planejamento regional, fortalecendo as relações
informação e identificação dos usuários, normas e de complementaridade e interdependência entre os
regras de utilização de serviços, processos conjuntos entes envolvidos, na organização da atenção.
de aquisição de insumos, complexos reguladores, A alocação dos recursos de custeio da Rede de
contratos de serviços, sistemas de Atenção à Saúde deve ser pautada por uma
certificação/acreditação, sistema de monitoramento combinação de critérios de necessidades de saúde
e avaliação, comissões/câmaras técnicas temáticas, envolvendo variáveis demográficas, epidemiológicas
etc. e sanitárias e, ainda, ao desempenho no
Alguns desses mecanismos podem ser cumprimento dos objetivos e das metas fixadas. A
viabilizados por intermédio de consórcio público de construção de programação pactuada e integrada -
saúde, que se afigura como uma alternativa de apoio PPI consiste em uma estratégia para orientar a
e fortalecimento da cooperação interfederativa para definição de alocação compartilhada de recursos.
o desenvolvimento de ações conjuntas e de Além do modelo de alocação, torna-se
objetivos de interesse comum, para melhoria da necessário também o dimensionamento e a garantia
eficiência da prestação dos serviços públicos e de um volume de recursos compatível com as
operacionalização da Rede de Atenção à Saúde. necessidades de investimento na Rede de atenção à
No que tange ao Controle Social, as saúde.
estruturas locais e estaduais devem desenvolver Da mesma forma, é necessário buscar a
mecanismos e instrumentos inovadores de unificação dos processos decisórios relativos aos
articulação, tais como fóruns regionais, pesquisas de investimentos, que se devem pautar pelos critérios
satisfação do usuário, entre outros, cujas de ampliação do acesso, integralidade e equidade na
informações podem ser transformadas em subsídios organização da estrutura regional de atenção à
de monitoramento e avaliação das políticas de saúde saúde e sustentabilidade, materializados nos Planos
no espaço regional. Diretores de Regionalização e Investimentos.

55
6.3 Modelo de Atenção à Saúde responsáveis por 60% de todo o ônus decorrente de
O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico doenças no mundo. No ano 2020, serão
que organiza o funcionamento da RAS, articulando, responsáveis por 80% da carga de doença dos países
de forma singular, as relações entre a população e em desenvolvimento e, nesses países, a aderência
suas sub populações estratificadas por riscos, os aos tratamentos chega a ser apenas de 20% (OMS,
focos das intervenções do sistema de atenção à 2003). Por este motivo, no sistema integrado, a
saúde e os diferentes tipos de intervenções Atenção Primária deve estar orientada para a
sanitárias, definido em função da visão prevalecente atenção às condições crônicas, com o objetivo de
da saúde, das situações demográficas e controlar as doenças/agravos de maior relevância,
epidemiológicas e dos determinantes sociais da através da adoção de tecnologias de gestão da
saúde, vigentes em determinado tempo e em clínica, tais como as diretrizes clínicas e a gestão de
determinada sociedade. Para a implantação da RAS, patologias.
é necessária uma mudança no atual modelo de No SUS, a Estratégia Saúde da Família,
atenção hegemônico no SUS, ou seja, exige uma representa o principal modelo para a organização da
intervenção concomitante sobre as condições APS. O seu fortalecimento tornase uma exigência
agudas e crônicas. para o estabelecimento da RAS.
O modelo de atenção definido na
regulamentação do SUS preconiza uma 7. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS PARA
contraposição ao modelo atual que é centrado na IMPLEMENTAÇÃO DA RAS
doença e em especial no atendimento à demanda
espontânea e na agudização das condições crônicas. A transição entre o ideário da RAS e a sua
Aponta para a necessidade de uma organização que concretização ocorre através de um processo
construa a intersetorialidade para a promoção da contínuo e perpassa o uso de estratégias de
saúde, contemple a integralidade dos saberes com o integração que permitam desenvolver
fortalecimento do apoio matricial, considere as sistematicamente o conjunto de atributos que
vulnerabilidades de grupos ou populações e suas caracteriza um sistema de saúde organizado em
necessidades, fortalecendo as ações sobre as rede.
condições crônicas. Este processo contínuo deve refletir
A diferença entre RAS baseada na APS e coerência e convergência entre o Pacto pela Saúde
rede de urgência e emergência está no papel da APS. como diretriz institucional tripartite, as políticas
Na rede de atenção às condições crônicas ela vigentes (PNAB, Políticas específicas voltadas a
funciona como centro de comunicação, mas na Rede grupos populacionais que vivem em situação de
de atenção às urgências e emergências ela é um dos vulnerabilidade social, Política de Vigilância e
pontos de atenção, sem cumprir o papel de Promoção a Saúde, Política de Urgência e
coordenação dos fluxos e contra fluxos dessa Rede. Emergência, e outras) e a necessidade de responder
Um dos problemas contemporâneos de maneira eficaz aos atuais desafios sanitários.
centrais da crise dos modelos de atenção à saúde Com base nisso, propõe-se abaixo diretrizes
consiste no enfrentamento das condições crônicas orientadoras e respectivas estratégias para o
na mesma lógica das condições agudas, ou seja, por processo de implementação da RAS:
meio de tecnologias destinadas a responder aos I. Fortalecer a APS para realizar a coordenação do
momentos agudos dos agravos - normalmente cuidado e ordenar a organização da rede de atenção
momentos de agudização das condições crônicas, Estratégias:
autopercebidos pelas pessoas -, através da atenção à
demanda espontânea, principalmente, em unidades Realizar oficinas macrorregionais sobre RAS e
de pronto atendimento ou de internações planificação da APS com a participação dos estados e
hospitalares de urgência ou emergência. É municípios, com vistas ampliar a compreensão sobre
desconhecendo a necessidade imperiosa de uma a organização da RAS e qualificar o planejamento do
atenção contínua nos momentos silenciosos dos Sistema a partir da APS.
agravos quando as condições crônicas Rever e ampliar a política de financiamento da APS
insidiosamente evoluem. com base na programação das necessidades da
Segundo a Organização Mundial da Saúde população estratificada.
(OMS, 2003), um sistema de Atenção Primária Propor novas formas de financiamento para a APS
incapaz de gerenciar com eficácia o HIV/Aids, o dos municípios, desde que cumpram os seguintes
diabetes e a depressão irá tornar-se obsoleto em atributos: Primeiro Contato; Longitudinalidade;
pouco tempo. Hoje, as condições crônicas são Integralidade; Coordenação; Centralidade na Família;
56
Estratégias:
Abordagem Familiar e Orientação Comunitária. Organizar a gestão e planejamento das variadas
Criar condições favoráveis para valorização dos ações intersetoriais, como forma de fortalecer e
profissionais de saúde, visando à fixação e retenção promover a implantação da Política Nacional de
das equipes nos postos de trabalho, em especial o Promoção da Saúde (PNPS) na RAS de modo
médico. transversal e integrado, compondo Rede de
Ampliar o escopo de atuação das APS e apoio compromisso e coresponsabilidade para reduzir a
matricial, incentivando a reorganização do processo vulnerabilidade e os riscos à saúde vinculados aos
de trabalho no território da APS, desenvolvendo determinantes sociais;
ações como: Incorporar a análise de situação de saúde como
Incentivar a organização da porta de entrada, subsídio à identificação de riscos coletivos e
incluindo acolhimento e humanização do ambientais e definição de prioridades de ações;
atendimento; Implantar do apoio matricial na dimensão regional.
Integrar a promoção e vigilância em saúde na APS
(território único, articulação dos sistemas de IV. Fortalecer a política de gestão do trabalho e da
informação, agentes de vigilância em saúde); educação na saúde na RAS
Incorporar a prática de gestão da clínica para prover Estratégias:
um contínuo de qualidade e segurança para o Elaborar proposta de financiamento tripartite para
usuário; criação ou adequação do Plano de Cargos, Carreira e
Induzir a organização das linhas de cuidado, com Salários (PCCS), desprecarização dos vínculos de
base nas realidades locorregionais, identificando os trabalho e contratação de pessoal;
principais agravos e condições; Incentivar a implementação da política de educação
Planejar e articular as ações e serviços de saúde a permanente em saúde como dispositivo de
partir dos critérios de acesso e/ou temporesposta; mudanças de práticas na APS;
Ampliar o financiamento e o investimentos em Ampliar o Pró-Saúde / Programa de Educação pelo
infraestrutura das unidades de saúde para melhorar Trabalho para a Saúde (PET SAÚDE) para todas as
a ambiência dos locais de trabalho. instituições de ensino superior visando à mudança
Implementar as ações voltadas às políticas de curricular e à formação de profissionais com perfil
atenção às populações estratégicas e às prioridades voltado às necessidades de saúde da população;
descritas no Pacto pela Vida. Estimular o estabelecimento de instrumentos
contratuais entre a gestão e os profissionais de
II. Fortalecer o papel dos CGRs no processo de saúde que contemplem a definição de metas e
governança da RAS avaliação de resultados;
Estratégias: Promover articulação política junto ao Congresso
Assegurar a institucionalidade dos CGR como o Nacional visando à busca de soluções para os
espaço de tomada de decisão e de definição de problemas advindos da Lei Responsabilidade Fiscal
ações estratégicas no âmbito da região de saúde; na contratação da força de trabalho para o SUS.
Incentivar o papel coordenador das Secretarias
Estaduais de Saúde (SES) na organização dos CGR V. Implementar o Sistema de Planejamento da RAS
visando à implantação da RAS; Estratégia:
Qualificar os gestores que integram os CGR, sobre os Fortalecer a capacidade de planejamento integrado
instrumentos e mecanismos do processo de entre municípios e estado, a partir da realidade
governança da RAS; sanitária regional;
Incorporar permanentemente nas pautas das CIBs o Atualizar o PDRI, considerando a ampliação do
apoio à organização da RAS; acesso, integralidade e equidade na organização da
Fortalecer a gestão municipal tendo em vista que a estrutura regional de atenção à saúde e
governabilidade local é pressuposto para qualificar o sustentabilidade da RAS.
processo de governança regional.
VI. Desenvolver os Sistemas Logísticos e de Apoio da
III. Fortalecer a integração das ações de âmbito RAS
coletivo da vigilância em saúde com as da assistência Estratégias:
(âmbito individual e clínico), gerenciando o Estabelecer os parâmetros de regulação do acesso
conhecimento necessário à implantação e do sistema de saúde;
acompanhamento da RAS e o gerenciamento de risco Ampliar o financiamento para os complexos
e de agravos à saúde reguladores com vistas à implementação da RAS;
57
Promover a comunicação de todos os pontos de
atenção da RAS com a Implementação de registro
eletrônico em saúde; VII. Financiamento do Sistema na perspectiva da RAS
Avançar no desenvolvimento de mecanismo único Estratégias:
de identificação dos usuários do SUS; Definir os mecanismos de alocação dos recursos de
Promover integração da RAS por meio de sistemas custeio e investimento para a implementação da
transporte sanitário, de apoio diagnóstico e RAS;
terapêutico, considerando critérios de acesso, escala Definir os critérios/índice de necessidades de saúde
e escopo; envolvendo variáveis demográficas, epidemiológicas
Promover a reorganização do Sistema Nacional de e sanitárias, com vistas à distribuição equitativa do
Laboratórios de Saúde Pública (SISLAB) à luz das financiamento para a RAS;
diretrizes estabelecidas para organização da RAS; Induzir a construção da Programação Pactuada e
Avançar no desenvolvimento da gestão da Integrada (PPI) de forma compartilhada para
tecnologia de informação e comunicação em saúde orientar a definição dos recursos da região de saúde;
na RAS; Propor novos mecanismos de financiamento das
Utilizar os sistemas de informação como políticas públicas de saúde com foco na garantia do
ferramentas importantes para construção do contínuo assistencial e na responsabilização das três
diagnóstico da situação de saúde, a fim de produzir esferas de governo;
intervenções baseadas nas necessidades das Redefinir e reforçar o financiamento da APS no
populações; sentido de aumentar a sua capacidade de coordenar
Ampliar a cobertura do Telessaúde visando apoio o cuidado e ordenar a RAS.
aos profissionais de saúde da "segunda opinião
formativa".

AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - Eugênio Vilaça Mendes (2011)

• CONCEITO: Arranjos produtivos híbridos que combinam a concentração de certos serviços com a
dispersão de outros.
• DISPERSOS - serviços de menor densidade tecnológica como os de APS
• CONCENTRADOS - os serviços de maior densidade tecnológica, como hospitais, unidades de
processamento de exames de patologia clínica, equipamentos de imagem etc.
• A organização das RASs, para ser feita de forma efetiva, eficiente e com qualidade, tem de estruturar-se
com base nos seguintes FUNDAMENTOS: economia de escala, disponibilidade de recursos, qualidade e
acesso; integração horizontal e vertical; processos de substituição; territórios sanitários; e níveis de
atenção.

58
✓ ATRIBUTOS

• Foco nas necessidades de saúde da população;


• Coordenação e integração do cuidado através de um contínuo de atenção;
• Sistemas de informação que ligam as pessoa usuárias, os prestadores de serviços e os gestores nesse
contínuo de cuidados;
• Informações sobre custos, qualidade e satisfação das pessoas usuárias;
• Uso de incentivos financeiros e estruturas organizacionais para alinhar governança,
• Gestores e profissionais de saúde em busca dos objetivos; e
• Contínua melhoria dos serviços prestados.

A Organização Mundial da Saúde considera que as RASs contêm seis modalidades de integração:
1) um conjunto amplo de intervenções preventivas e curativas para uma população;
2) os espaços de integração de vários serviços;
3) a atenção à saúde contínua, ao longo do tempo;
4) a integração vertical de diferentes níveis de atenção;
5) a vinculação entre a formulação da política de saúde e a gestão; e
6) o trabalho intersetorial

Pode-se definir as RASs como ORGANIZAÇÕES POLIÁRQUICAS de conjuntos de serviços de saúde,


vinculados entre si por uma missão única, por objetivos comuns e por uma ação cooperativa e interdependente,
que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população, coordenada pela atenção
primária à saúde – prestada no tempo certo, no lugar certo, com o custo certo, com a qualidade certa, de forma
humanizada e com equidade – e com responsabilidades sanitária e econômica e gerando valor para a população.

59
✓ OS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

1) A POPULAÇÃO – colocada sob sua responsabilidade sanitária e econômica. A população de responsabilidade das
RASs vive em territórios sanitários singulares, organiza-se socialmente em famílias e é cadastrada e registrada em
subpopulações por riscos sociosanitários.

2) ESTRUTURA OPERACIONAL DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE


✓ Nós das redes
✓ A estrutura operacional das RASs compõe-se de 5 componentes:
1) o centro de comunicação, a APS;
2) os pontos de atenção à saúde secundários e terciários;
3) Os sistemas de apoio (sistema de apoio diagnóstico e terapêutico, sistema de assistência farmacêutica e
sistema de informação em saúde);
4) os sistemas logísticos (cartão de identificação das pessoas usuárias, prontuário clínico, sistemas de acesso
regulado à atenção e sistemas de transporte em saúde); e
5) o sistema de governança.
✓ Os três primeiros correspondem aos nós das redes e, o quarto, às ligações que comunicam os diferentes
nós.

✓ O CENTRO DE COMUNICAÇÃO DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE: A ATENÇÃO PRIMÁRIA


À SAÚDE

• Nó intercambiador no qual se coordenam os fluxos e os contrafluxos do sistema de atenção à saúde e é


constituído pela APS (Unidade de APS ou equipe do PSF).
• O conceito consagrou-se a partir da Conferência Internacional sobre Atenção Primária à Saúde, realizada
pela Organização Mundial de Saúde, em 1978, em Alma-Ata
• “Constitui o primeiro contato de indivíduos, famílias e comunidades com o sistema de atenção à saúde,
trazendo os serviços de saúde o mais próximo possível aos lugares de vida e trabalho das pessoas e
significa o primeiro elemento de um processo contínuo de atenção”.
ATENÇÃO PRIMÁRIA = ATENÇÃO DE PRIMEIRO CONTATO

60
• ATRIBUTOS AP: primeiro contato, longitudinalidade, integralidade, coordenação, orientação familiar e
orientação comunitária.
• Tradicional função de resolução dos problemas de saúde mais comuns, desempenhe a função de
coordenação do sistema de atenção à saúde

3 FUNÇÕES ESSENCIAIS ATENÇÃO PRIMÁRIA


• Resolubilidade, inerente ao nível de atenção primária, significa que ela deve ser resolutiva, capacitada,
portanto, cognitiva e tecnologicamente, para atender mais de 85% dos problemas de sua população.
• Comunicação expressa o exercício, pela APS, de centro de comunicação das RASs, o que significa ter
condições de ordenar os fluxos e contrafluxos das pessoas, dos produtos e das informações entre os
diferentes componentes das redes.
• Responsabilização implica o conhecimento e o relacionamento íntimo, nos microterritórios sanitários, da
população adscrita e o exercício da responsabilização econômica e sanitária em relação a ela.

❖ PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA - serviços de atenção especializada


❖ SISTEMAS DE APOIO - lugares institucionais das redes em que se prestam serviços comuns a todos os
pontos de atenção à saúde, nos campos do apoio diagnóstico e terapêutico, da assistência farmacêutica e
dos sistemas de informação em saúde.
❖ SISTEMAS LOGÍSTICOS - Os sistemas logísticos são soluções tecnológicas, fortemente ancoradas nas
tecnologias de informação, que garantem uma organização racional dos fluxos e contrafluxos de
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informações, produtos e pessoas nas RASs, permitindo um sistema eficaz de referência e
contrarreferência das pessoas e trocas eficientes de produtos e informações, ao longo dos pontos de
atenção à saúde e dos sistemas de apoio, nessas redes. Ex: cartão de identificação das pessoas usuárias,
prontuários clínicos, sistemas de transporte em saúde
❖ SISTEMA DE GOVERNANÇA - arranjo organizativo uni ou pluri-institucional que permite a gestão de todos
os componentes dessas redes

EXERCÍCIOS

1.UFSM/2017: São atividades da Rede de Atenção à Saúde, segundo a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de
2010, EXCETO
a) população e território definidos.
b) participação social ampla.
c) financiamento bipartite (União e Estados) garantido e suficiente.
d) prestação de serviços especializados em lugar adequado.
e) gestão baseada em resultados.

2) UFSM/2017: A Rede de Atenção à Saúde é definida, na Portaria nº 4.279/10 e no Decreto nº 7.508/11, como o
conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de
garantir a integralidade da assistência à saúde. São portas de entrada às ações e aos serviços de saúde nas
Redes de Atenção à Saúde os serviços a seguir, EXCETO
a) de diagnóstico laboratorial de referência.
b) de atenção primária.
c) de atenção de urgência e emergência.
d) de atenção psicossocial.
e) especiais de acesso aberto.

3) UFSM/2016: A APS deve exercer um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que
abrange a promoção, a proteção, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde. Segundo a Portaria n. 4.279, de 30 de dezembro de 2010, a APS estrutura-se segundo
atributos e funções. Assinale a alternativa que contém somente atributos da APS.
a) Coordenação, abordagem familiar e orientação comunitária.
b) Coordenação, transversalidade e gestão orçamentária.
c) Contato, orientação comunitária e centralidade nas necessidades individuais.
d) Integralidade, centralidade na família e assessoria na política de educação permanente.
e) Integração comunitária, centralidade nas necessidades individuais e delimitação dos territórios de
abrangência.

4) UFSM/2015: As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são propostas com o objetivo de melhorar os resultados
sanitários e econômicos dos sistemas de atenção à saúde. De acordo com as orientações para construção de
RAS, é correto afirmar que
a) os serviços de maior densidade tecnológica devem ser dispersos no território de abrangência da RAS.
b) os serviços de menor densidade tecnológica devem ser concentrados em um só espaço do território.
c) as RAS são arranjos produtivos híbridos que combinam a concentração de serviços com diferentes
densidades tecnológicas.
d) as RAS devem ser organizadas entre serviços de igual densidade tecnológica.
e) a distribuição espacial dos serviços em uma RAS não é um elemento importante para garantir sua eficácia.

GABARITO

1) C 2) A 3)A 4)C

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MODELO ASSISTENCIAL EM SAÚDE: CONCEITOS E DESAFIOS PARA A ATENÇÃO BÁSICA BRASILEIRA

Hosanna Pattrig Fertonani, Denise Elvira Pires de Pires, Daiane Biff e Magda Duarte dos Anjos Scherer

RESUMO
Trata de uma reflexão teórica com objetivo de resgatar o debate conceitual sobre modelo assistencial em saúde e
os desafios para a atenção básica no Brasil. O estudo caracteriza diferentes conceitos e terminologias relativas à
expressão modelo assistencial e mostra que a saúde da família promoveu ampliação do acesso e incorporação do
acolhimento e humanização das práticas. No entanto, verifica-se a persistência da centralidade do tratamento de
patologias e dos cuidados ao corpo biológico, as dificuldades na implantação da integralidade e déficits na
formação das equipes e nas condições e relações de trabalho. Concluiu que o termo modelo assistencial é
polissêmico e que, embora existam propostas e políticas estruturantes de um modelo que avance em relação ao
paradigma biomédico, as dificuldades para sua implementação são significativas.
Palavras-Chave: Saúde da família; Políticas públicas de saúde; Atenção Primária à Saúde; Sistemas de saúde

INTRODUÇÃO
O debate sobre as formas de organização das práticas de saúde tem sido intenso, tanto no âmbito político
quanto acadêmico, e assumido dois enfoques principais. De um lado, o entendimento conceitual da expressão
“modelo assistencial” e das diversas terminologias utilizadas. De outro, as características do que poderia ser um
novo modelo orientado pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), assim como as dificuldades
apresentadas nas propostas e políticas estruturantes em implantação no Brasil, pós a promulgação das Leis
Orgânicas da Saúde n.8080 e n.8142, de 1990, que instituíram o SUS e o controle social.
O designado “modelo biomédico” tem influenciado a formação profissional, a organização dos serviços e
a produção de conhecimentos em saúde. A emergência deste modelo é frequentemente associada à publicação do
Relatório Flexner, em 1910, nos Estados Unidos da América (EUA), que criticava a situação das escolas médicas nos
EUA e Canadá. As diretrizes do relatório orientavam no sentido de ruptura com a ciência de base metafísica para a
sustentação no paradigma cartesiano , o qual assume destaque e firmase no campo da saúde.
A hegemonia do modelo biomédico passa, também, a gerar um movimento de críticas que assume
relevância internacional a partir dos anos de 1970, as quais também se expressam no Brasil, intensificando-se na
segunda metade dos anos de 1980. Por um lado, este modelo foi reconhecido e incorporado pelos serviços de
saúde, pelos seus benefícios para promover o alívio da dor e o tratamento de diversas doenças que afligem a
humanidade. Por outro, seus limites na atenção à saúde das pessoas são amplamente reconhecidos, destacando-
se: o foco no indivíduo indiferenciado e predominantemente com intervenções no seu corpo e na parte afetada ou
“não funcionante do corpo-máquina”; a ênfase nas ações curativas e no tratamento das doenças, lesões e danos; a
medicalização; a ênfase na atenção hospitalar com uso intensivo do aparato tecnológico do tipo material. Pode-se
mencionar, ainda, a pouca ênfase na análise dos determinantes do processo saúde-doença, a orientação para a
demanda espontânea, o distanciamento dos aspectos culturais e éticos implicados nas escolhas e vivências dos
sujeitos e a incapacidade de compreender a multidimensionalidade do ser humano.
Na década de 1980, no Brasil, face aos crescentes custos do setor e num contexto das lutas pelo fim da ditadura
militar, por democracia e por direitos de cidadania, ganha força a crítica ao modelo vigente, a qual se expressa
fundamentalmente na VIII Conferência Nacional de Saúde e na promulgação da Constituição de 1988, culminando
na conquista do SUS, em 1990.
Dentre os temas em discussão, no referido período, destaca-se o conceito de saúde, que passou a ser
entendido como resultado das condições sociais e de vida, o tema do direito à saúde e de acesso aos serviços de
saúde, ambos reconhecidos como direitos de cidadania. Os princípios do SUS passaram a ser um eixo de
orientação para as práticas assistenciais, contemplando o acesso universal e igualitário, a regionalização, a
hierarquização e a descentralização dos serviços de saúde, o atendimento na perspectiva da integralidade e a
participação popular.
Entretanto, no processo de construção e efetivação dos princípios do SUS, são diversos os desafios para
implementar um modelo assistencial que atenda o prescrito no arcabouço legal. Teixeira e Paim referem “a
necessidade de traduzir para a organização dos serviços de saúde os princípios delineados na reforma sanitária e
na VIII Conferência Nacional de Saúde”.
A disputa entre o modelo biomédico hegemônico e propostas de modelos alternativos, desencadeadas na
década de 1980, tem continuidade na década de 1990 e início dos anos 2000. O debate se ampliou nas

63
Conferências Nacionais de Saúde (CNS), colocando em pauta, na X CNS (1996), a necessidade de construção de um
modelo de atenção para a qualidade de vida, e na XI (2000), “esta questão reaparece como um dos subtemas de
discussão: modelos de atenção voltados para a qualidade, efetividade, equidade e necessidades prioritárias de
saúde”. Os temas e resoluções da XII CNS (2003), da XIII CNS (2008) e da XIV CNS (2012) abordaram questões
relativas à efetivação do direito à saúde e do acesso aos serviços e aspectos relativos a necessidade de
reorganização da atenção, das práticas e dos modos de prestar cuidados, os quais são elementos constituintes do
modelo assistencial.
Neste cenário, a partir de 1994, surge a formulação do Programa Saúde da Família, depois denominado de
Estratégia Saúde da Família (ESF) pelo Ministério da Saúde, o qual se constitui em uma das principais tentativas de
superação dos problemas decorrentes do modelo biomédico e também de busca da implementação dos princípios
do SUS. A ESF apresenta-se como eixo estruturante do processo de reorganização do sistema de saúde, baseado
na Atenção Primária à Saúde (APS).
As diretrizes prescritas na ESF configuram um “novo” modelo assistencial, no qual as práticas devem estar
orientadas pelos determinantes do processo saúde-doença, considerando o indivíduo no seu contexto familiar,
como parte de grupos e de comunidades sócio-culturais e contemplando ações importantes no campo da
Vigilância em Saúde (VS) e da Promoção da Saúde (PS).
Em 2012, a ESF e o papel da Atenção Básica (AB) na ordenação das redes de atenção são fortalecidos na
Política Nacional da Atenção Básica (PNAB). “A nova política articula a AB com importantes iniciativas do SUS,
como a ampliação das ações intersetoriais e de promoção da saúde, com a universalização do Programa Saúde na
Escola”. A AB deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação
da Rede de Atenção à Saúde. Cabe salientar que na PNAB os termos “Atenção Básica” e “Atenção Primária à
Saúde” são equivalentes.
A PNAB reafirma que a Saúde da Família é a estratégia prioritária para expansão e consolidação da
atenção, sendo responsabilidade do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais o apoio à atenção básica e o
estímulo à adoção da ESF como estruturante para a organização dos sistemas municipais de saúde.
Contudo, estudos demonstram fragilidades no potencial da PNAB para promover mudanças nas práticas
assistenciais, evidenciando que as ações continuam predominantemente centradas no médico, no tratamento e
reabilitação de doenças e com deficiências no trabalho em equipe.
Além disso, identifica-se que não há uniformidade no emprego do termo “modelo assistencial”. Neste
contexto, dois pontos se destacam: a polissemia da expressão modelo-assistencial e suas variações, e os desafios
dos movimentos de crítica ao paradigma hegemônico.
Neste sentido, o presente artigo teve como objetivo resgatar o debate acerca das formulações conceituais de
modelo assistencial em saúde e dos desafios para a atenção básica no Brasil.

Modelo assistencial: denominações e conceitos

O termo “modelo assistencial” é utilizado com diversas variações terminológicas: “modalidades


assistenciais ou modelos tecnológicos” , “modos de produzir saúde”, “modelos assistenciais” , “modelo técnico ou
tecnoassistencial e modelo técnico-assistencial”, “modos de intervenção”, “modelos de atenção”, ou “modelos de
cuidado”. A diversidade de denominações e de abordagens torna complexa a tarefa de conceituar o modelo
assistencial.
A denominação de “modelo tecnoassistencial” é utilizada por Merhy para designar um processo
composto por “tecnologias do trabalho em saúde” e a assistência, como uma “tecnologia do cuidado” operada por
três tipos de arranjos tecnológicos: tecnologias leves, leve-duras e duras. Este autor contribui para o debate acerca
da necessidade de mudança do modelo assistencial hegemônico defendendo que para isso é necessário impactar o
núcleo do cuidado, do “trabalho vivo sobre o trabalho morto”. Neste sentido, é preciso investir nas tecnologias
leves do tipo relacionais, centradas nas necessidades dos usuários, invertendo o investimento nas tecnologias
duras ou leve-duras, traduzidas nas normas, equipamentos e materiais.
Modelos assistenciais, modelos de atenção ou modos de intervenção em saúde são entendidos por
Paim como diferentes combinações tecnológicas com diferentes finalidades, como resolver problemas e atender
necessidades de saúde, em determinada realidade e população adstrita (indivíduos, grupos, ou comunidades),
organizar serviços de saúde ou intervir em situações, em função do perfil epidemiológico e da investigação dos
danos e riscos à saúde.

64
Para Campos, modelo assistencial, modelo tecnológico ou modalidade assistencial não deve ser entendido
apenas como o desenho organizacional e técnico dos serviços, mas inclui o modo como são produzidas as ações
assistenciais e como o Estado se organiza para dar conta deste processo.
Mendes, ao analisar o Sistema de Saúde brasileiro dialogando com preceitos internacionais e tratando dos
desafios da implantação dos princípios do SUS, diz que “os modelos de atenção à saúde são sistemas lógicos que
organizam o funcionamento das RAS [Redes de Atenção à Saúde], articulando, de forma singular, as relações entre
os componentes da rede e as intervenções sanitárias, definidos em função da visão prevalecente da saúde, das
situações demográfica e epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado tempo e
em determinada sociedade”. Entretanto, “no SUS, ainda que o discurso oficial seja da APS [Atenção Primária de
Saúde] como estratégia de saúde da família, ela, na realidade, ainda mistura elementos culturais, técnicos e
operacionais das duas outras interpretações mais restritas: a APS seletiva e a APS como nível primário de atenção
à saúde”. Apesar da importância da mudança semântica de Programa Saúde da Família para Estratégia Saúde da
Família, é necessário “aprofundar a transformação para que alcance uma mudança de paradigma”. Segundo o
autor, o novo paradigma incorpora preceitos da Atenção Primária de Saúde, reportando-se a resolução da
Conferencia de Alma Ata (1978) e a definição de Cuidados Primários de Saúde. Defende que “a institucionalização
da APS do SUS como estratégia de saúde da família (ESF) significará dois grandes movimentos de mudanças: a
superação do ciclo da atenção básica à saúde pelo ciclo da atenção primária à saúde, e a consequente superação
do programa de saúde da família (PSF) pela consolidação da estratégia de saúde da família (ESF)”.
Rosa e Labate ressaltam, com base em um dos primeiros documentos do Ministério da Saúde, publicado
em 1997, sobre a ESF, que o objetivo da mesma é de reorganizar a prática assistencial, ampliando o foco para a
família e suas relações sociais e condições de vida, articulando um conjunto de ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde. As autoras pontuam ainda, fundamentadas em Levcovitz e Garrido, que a ESF consiste em
“um modelo de atenção que pressupõe o reconhecimento da saúde como um direito de cidadania, expresso na
melhoria das condições de vida”, com serviços mais resolutivos, integrais e principalmente humanizados.
Lucena et al. e Mendes pontuam que o conceito e a conformação de modelo assistencial estão
fortemente associados ao cenário históricosocial de interesses de classes e à evolução dos sistemas de saúde e das
políticas de saúde. No Brasil, a partir do século XX, podem ser identificados quatro modelos assistenciais ,: o
sanitário campanhista do início do século; o modelo clínico liberal ou médico assistencial privatista (baseado na
concepção de saúde como uma mercadoria e não em função das necessidades de saúde da população); o modelo
racionalizador/reformista (que previa a reorganização e racionalização dos serviços sem mudança de concepção de
saúde e de modo de intervenção no processo saúde-doença); e um modelo ainda em construção, que resgata os
ideários da VIII Conferência Nacional de Saúde, de 1986, e do SUS, de 1990.
Considerando as formulações teóricas resgatadas é possível concluir que “modelo assistencial” é um
termo polissêmico, utilizado para designar diferentes aspectos de um fenômeno complexo. No entanto, todos se
referem a como, em um determinado contexto histórico-social, são organizados os serviços de saúde, como são
realizadas as práticas, os valores que orientam o modo como a sociedade define saúde e os direitos dos seres
humanos em relação à vida. Entendemos que no processo de configuração de um “modelo assistencial” vários
elementos interatuam entre si, influenciando a definição de diferentes práticas assistenciais, articuladas a
diferentes contextos históricos e culturais, o que está caracterizado na Figura 1.

65
Fonte: Construdo pelas autoras, 2014.

Figura 1 Elementos que interferem na constituio de um modelo assistencial, a partir das formulaes de Campos ,
Paim e Pires.

Desafios para a construção de um modelo assistencial na atenção básica

A ESF pode ser entendida como uma formulação que indica problemas e soluções modelares para uma
comunidade de praticantes, “no sentido de renovar e produzir novos instrumentos, alternativos aos existentes,
capazes de resolver os problemas de saúde da população brasileira, aparentemente sem respostas suficientes pelo
modelo biomédico flexneriano”. No entanto, a legitimidade e o alcance da condição de hegemonia do novo
paradigma dependem de forte apoio social, e a resolução dos problemas a que se propõe não deve se limitar à
esfera da ESF, mas englobar todo o sistema de saúde, nos seus diferentes níveis de complexidade, bem como a
efetivação de ações intersetoriais.
O modelo Saúde da Família (SF) ou Estratégia Saúde da Família (ESF) configura-se como uma proposta de
referência que emergiu na década de 1990, no Brasil, para incentivar mudanças no modelo assistencial em saúde,
com vistas a atender ao prescrito na constituição de 1988 e aos princípios do SUS. Assim, nas dimensões político-

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jurídico e político-institucional, o SUS já se constitui num novo paradigma. Entretanto, é na dimensão político-
operacional, ou seja, no plano das práticas de atenção, onde se situa a ESF, que se encontra o grande desafio.
Atualmente, a ESF está incorporada na PNAB e o seu conteúdo resgata referências internacionais, como o
desenvolvimento conceitual dos Cuidados Primários de Saúde e os ideais e experiências de medicina de família
acumuladas em países como o Canadá, Cuba, Suécia e Inglaterra.
A Atenção Primária à Saúde ou Cuidados Primários de Saúde consistem em um conjunto de estratégias
formuladas na Conferência Internacional de Alma-Ata, ocorrida na cidade Russa do mesmo nome, em 1978. Os
Cuidados Primários de Saúde foram assumidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como estratégia para
atingir a meta de “saúde para todos”, considerando o reconhecimento da importância de práticas culturais em
saúde e da utilização de modos de atenção resolutivos e a custos suportáveis pelos diversos países.
A ESF inspira-se nas resoluções de Alma-Ata e reafirma os princípios e diretrizes do SUS, prescrevendo
assistência integral e contínua às famílias e comunidades, em seu espaço social, entendidas e atendidas a partir do
local onde vivem, trabalham e se relacionam. Inclui ainda ações multiprofissionais em uma perspectiva
interdisciplinar, a construção de relações acolhedoras e de vínculo de compromisso e de corresponsabilidade entre
os profissionais de saúde e a população da região de abrangência da unidade de saúde, intervindo sobre os fatores
de risco, com ênfase na Vigilância em Saúde (VS) e na Promoção da Saúde (PS).
O Quadro 1 apresenta as características do modelo biomédico e do prescrito na ESF e na Política Nacional
da Atenção Básica, de 2012, destacando os elementos que sinalizam para a construção de um novo paradigma
para pensar e produzir saúde, orientado pelos princípios do SUS.
No processo de construção deste “novo” modelo assistencial na atenção básica, após 20 anos de
implantação, verifica-se verifica-se que ainda persistem muitos desafios. O primeiro, diz respeito ao trabalho em
equipe considerado essencial para o alcance dos objetivos da ESF. No entanto, o trabalho mantém-se em geral
fragmentado, com persistência de práticas hierarquizadas e da desigualdade entre as diferentes categorias
profissionais, geralmente com subordinação de diversas profissões aos saberes e práticas da medicina. Essa
realidade opõe-se ao entendimento de equipe multiprofissional que deveria atuar na perspectiva interdisciplinar,
integrando diferentes saberes com vistas a propiciar uma atenção mais qualificada às necessidades dos usuários.
Ainda nesta perspectiva, cabe destacar a centralidade das ações nos cuidados ao corpo biológico, no diagnóstico e
tratamento de patologias, e na medicalização. Apesar destes aspectos consistirem em um grande desafio, cabe
reconhecer a existência de uma heterogeneidade de configurações no trabalho das equipes de Saúde da Família
(SF), que variam conforme o contexto social e da região onde se desenvolvem.
O segundo desafio referido na literatura diz respeito às dificuldades na implantação da integralidade , seja
na perspectiva do entendimento da multidimensionalidade do ser humano, seja no que diz respeito à relação de
referência e contra referência no âmbito do SUS e de integração entre os níveis de atenção. Neste âmbito,
destaca-se, positivamente, a recente implantação das redes de atenção, as quais configuram-se em arranjos
organizativos de ações e serviços com vistas à integralidade do cuidado. As redes preveem ações orientadas a
atender as necessidades de saúde da população, prestadas de modo contínuo e integral por equipes
multiprofissionais que compartilham objetivos e compromissos com os resultados sanitários e econômicos.
Em terceiro lugar, destaca-se o problema da formação inadequada ou insuficiente para o trabalho na
Saúde da Família, seja por problemas na educação profissional, seja pelos déficits na educação permanente.
Outro importante desafio é a necessidade de superação de significativos déficits nas condições de
trabalho, incluindo a instabilidade dos vínculos trabalhistas, salários precários e jornada excessiva, problemas na
relação quantitativa de equipe/população e déficits nos instrumentos e ambiente de trabalho.
Como quinto desafio cabe mencionar a importância de enfrentar o problema da relação assimétrica entre
profissionais e usuários. As dificuldades no envolvimento dos profissionais com a comunidade, do estabelecimento
de vínculo de respeito mútuo e corresponsabilidade entre profissionais e usuários dos serviços de saúde.
A incompreensão acerca do que seja a intersetorialidade, os problemas na estrutura dos serviços e nos
processos de gestão também se constituem em grandes desafios na construção do modelo prescrito para a
atenção básica. Ainda são incipientes os espaços para a construção coletiva de novas práticas de saúde, pois as
instâncias formais de pactuação entre gestores, trabalhadores e usuários, ainda se dedicam mais ao debate da
organização e financiamento do sistema do que ao debate sobre a organização da atenção.

Considerações Finais

A busca de um modelo assistencial que esteja orientado para a integralidade e às necessidades ampliadas
de saúde, em sintonia com os princípios do SUS e que supere os problemas decorrentes da hegemonia do
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paradigma da biomedicina é um dos grandes desafios do sistema de saúde brasileiro na atualidade. Este cenário
está fortemente refletido nas produções acadêmicas, nas políticas, conferências e congressos nacionais e
internacionais.
A literatura mostra que o termo modelo assistencial é polissêmico, utilizado com diversas variações
terminológicas e para designar diferentes aspectos de um fenômeno complexo. Entretanto, com base na produção
sobre o tema, é possível afirmar que a conformação de um dado modelo assistencial resulta de um processo
histórico-social, que é dinâmico e multifatorial e que sofre influências de uma rede de fatores das esferas macro e
microssocial, de uma dada sociedade. Essa conformação envolve valores que orientam a concepção de saúde e de
direito à saúde, é influenciada pelos conhecimentos acumulados e pelo paradigma hegemônico de ciência, de
modo que diferentes modelos consistem em respostas políticas produzidas frente aos problemas de saúde de uma
dada sociedade, considerando custos, demandas e a capacidade dos diferentes agentes em fazer valer seus
interesses e direitos.
Os movimentos de definição de um ou outro modelo caminham ora no sentido de conservação do
modelo tradicional, ora no sentido de um novo modelo, ora na convivência conflitiva ou complementar entre eles.
Destacam-se, neste processo, os movimentos do cotidiano do trabalho em saúde, como as relações entre pessoas,
o envolvimento e a corresponsabilização (dos gestores, profissionais de saúde e dos usuários) na atenção à saúde,
bem como o vínculo, acolhimento e humanização das práticas assistenciais.
No cenário micro de trabalho, ocorrem disputas entre interesses de diferentes sujeitos. Assim, para
construção de um novo modelo assistencial com potencial para romper com o paradigma da biomedicina, é
necessário considerar dois principais aspectos: o cotidiano das práticas assistenciais e as necessidades de saúde
dos usuários. As diferentes contribuições teóricas sobre o tema deste estudo conduzem ao entendimento de que
é, a arena de interesses, construídos no cotidiano dos serviços de saúde, que definirá o desenho assistencial.
Identificam-se avanços positivos na consolidação da ESF, principalmente com relação a ampliação do
acesso, dos cuidados domiciliares, da atenção à saúde da mulher e da criança, especialmente no pré-natal de baixo
risco e puericultura e no cuidado especial com idosos e com as doenças crônicas. Contudo, identifica-se, também,
a significativa influência do modelo biomédico hegemônico nas práticas assistenciais e que apesar de existirem
propostas e políticas estruturantes de um modelo que rompa com o paradigma biomédico, as dificuldades para
sua implementação são significativas. As perspectivas teóricas e políticas de implementação de um novo modelo
assistencial, no Brasil, são desafios que necessitam ser assimilados no cotidiano dos serviços de saúde, pelos
profissionais/equipes de saúde, pelos usuários e suas instâncias de controle social e pelos gestores da saúde.

EXERCÍCIOS

1) VUNESP - 2019 - Prefeitura de Valinhos - SP - Fisioterapeuta – SS: A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é um
modelo alternativo de saúde que se contrapôs ao modelo biomédico. Que característica a seguir diferencia o
modelo da ESF do modelo biomédico?
a) O território de adscrição da ESF é o município onde o paciente se localiza.
b) Avaliar que as doenças são sempre causadas por um agente causal.
c) Dar ênfase na cura das doenças.
d) Considerar que o hospital é o melhor ambiente para tratar doenças porque tem todos os exames
acessíveis e se administram medicamentos nos horários certos.
e) Considerar a família como foco de atenção.

2) FCC - 2015 - TRT - 3ª Região (MG) - Analista Judiciário Psicologia: No Brasil, a criação do Programa Estratégia
de Saúde da Família – ESF transformou o modelo tradicional de atenção à saúde e valorizou o trabalho
a) transacadêmico.
b) disciplinar.
c) intermensurável.
d) plurimensurável.
e) multidisciplinar.

3) A Estratégia Saúde da Família teve seu início no Brasil no ano de 1994, sendo um modelo de organização dos
serviços de atenção primária à saúde e mantém coerência com os princípios organizativos do Sistema Único de
Saúde (SUS). Entre as características da organização do Programa de Saúde da Família (PSF), encontra-se

68
a) cadastramento de famílias com adscrição de clientela.
b) ampliação da necessidade de leitos hospitalares.
c) ampliação de agendas e encaminhamento para consultas emergenciais.
d) priorização de ações curativas.
e) funcionamento com base demanda espontânea.

4) FUNDATEC/PROCESSO UNIFICADO RESIDENCIA 2018: – No encontro entre profissional de saúde e usuário, o


profissional utiliza “caixas de ferramentas tecnológicas” para agir nesse processo de interseção, sendo elas: as
tecnologias duras, as leve-duras e as leves. Com base nessa afirmativa, assinale a alternativa correta.
A) As tecnologias duras são as relações envolvidas no encontro entre trabalhador e usuário, mediante a escuta, o
interesse, a construção de vínculo e de confiança.
B) São exemplos de tecnologias leves: máquinas, equipamentos, regulamentos e protocolos.
C) As tecnologias leve-duras são construídas a partir de saberes bem definidos, como a clínica e a epidemiologia, e
a mediação imposta pela incerteza e pela situação específica trazida pelo usuário, podendo predominar a dureza
ou a leveza.
D) A propedêutica e os procedimentos são considerados tecnologias leve-duras.
E) Os saberes são considerados tecnologias leves.

GABARITO

1) E 2)E 3)A 4)C

POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO.

✓ Humanização → a VALORIZAÇÃO DOS DIFERENTES SUJEITOS implicados no processo de produção de


saúde: usuários, trabalhadores e gestores.
✓ Valores → autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, o estabelecimento
de vínculos solidários, a construção de redes de cooperação e participação coletiva no processo de
gestão.
✓ Humanização é uma política pública
✓ Princípios da PNH : TRANSVERSALIDADE (aumento da comunicação entre grupos, INDISSOCIABILIDADE
ENTRE ATENÇÃO E GESTÃO e PROTAGONISMO, CO-RESPONSABILIDADE E AUTONOMIA DOS SUJEITOS E
DOS COLETIVOS
✓ Atendimento acolhedor e resolutivo

Palavras mágicas do PNH

➢ ACOLHIMENTO - responsabilização do trabalhador/equipe pelo usuário, desde a sua chegada até a sua
saída.
➢ ESCUTA QUALIFICADA – ouvir todas as queixas
➢ AUTONOMIA - Pensar os indivíduos como sujeitos autônomos é considerá-los como protagonistas nos
coletivos de que participam, co-responsáveis pela produção de si e do mundo em que vivem.
➢ EQUIDADE = Justiça Social
➢ EQUIPE DE REFERÊNCIA/EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
➢ PROTAGONISMO
➢ VINCULO - processo que ata ou liga, gerando uma ligação afetiva e ética entre ambos, numa convivência
de ajuda e respeito mútuos.

➔ Humaniza SUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de
atenção e gestão em todas as instâncias do SUS (2004)

69
JUSTIFICATIVA PARA A IMPLEMENTAÇÃO POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO E DA GESTÃO
DA SAÚDE?

 Fragmentação, baixo investimento dos trabalhadores, poucos dispositivos de fomento à co-gestão, à


valorização e à inclusão dos trabalhadores e usuários no processo de produção de saúde, com forte
desrespeito aos seus direitos.
 Olhar somente para a doença
 Direito a saúde não é favor → Atividade Humanitária X Humanização
 Humanizar é, então, ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com
acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais.
 Não as relações VERTICAIS
 Política transversal, entendida como um conjunto de princípios e diretrizes que se traduzem em ações
nos diversos serviços, nas práticas de saúde e nas instâncias do sistema, caracterizando uma construção
coletiva,
 PNH DEVE ESTAR INSERIDO EM TODAS AS POLITICAS E PROGRAMAS DO SUS;
 Operar no conjunto das relações entre os diferentes envolvidos: profissionais, usuários, unidades de
saúde, serviços de saúde e instâncias do SUS
 CONSTRUÇÃO DE TROCAS SOLIDÁRIAS E COMPROMETIDAS COM A PRODUÇÃO DE SAÚDE
 Troca de saberes (usuário e profissionais, equipes) construção coletiva
 Levar em conta as necessidades sociais, os desejos e os interesses dos diferentes atores envolvidos no
campo da saúde constitui a política em ações materiais e concretas.
 NOVO TIPO DE INTERAÇÃO ENTRE OS SUJEITOS
 ATITUDES ÉTICO-ESTÉTICO-POLÍTICAS
 Ética – defesa da vida como eixo, reconhecimento do outro na atitude de acolher
 Estética – normas que regulam a vida
 Política – é na polis, na relação entre os homens que elas ocorrem

REGRA: olhar cada sujeito em sua especificidade, sua história de vida, mas também de olhá-lo como sujeito de
um coletivo, sujeito da história de muitas vidas.

➔ PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PNH

1. Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão


2. Estímulo a processos comprometidos com a produção de saúde e com a produção de sujeitos
3. Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional
4. Atuação em rede com alta conectividade
5. Utilização da informação, da comunicação, da educação permanente e dos espaços da gestão na
construção de autonomia e protagonismo de sujeitos e coletivos.

➔ Marcas/Prioridades

1. Serão reduzidas as filas e o tempo de espera com ampliação do acesso e atendimento acolhedor e
resolutivo baseados em critérios de risco.
2. Todo usuário do SUS saberá quem são os profissionais que cuidam de sua saúde, e os serviços de saúde
se responsabilizarão por sua referência territorial.
3. As unidades de saúde garantirão as informações ao usuário, o acompanhamento de pessoas de sua rede
social (de livre escolha) e os direitos do código dos usuários do SUS.
4. As unidades de saúde garantirão gestão participativa aos seus trabalhadores e usuários, assim como
educação permanente aos trabalhadores.

Humaniza SUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde (2010)

 O QUE É HUMANIZAÇÃO:

70
É a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários,
trabalhadores e gestores.

➢ VALORES:

o Autonomia e o protagonismo dos sujeitos,


o A co-responsabilidade entre eles,
o O estabelecimento de vínculos solidários,
o A construção de redes de cooperação e
o A participação coletiva no processo de gestão.

Avanços

 Rede dando certo


 Serviços inovadores
 Impacto na qualidade de vida
 Produção de cidadania
 Novos arranjos de gestão
 Fortalecimento do processo de descentralização

DESAFIOS

➢ Qualificar o sistema de co-gestão do SUS


➢ Fortalecer e qualificar a atenção básica
➢ Fortalecer os processos de regionalização cooperativa e solidária
➢ Considerar a diversidade cultural e a desigualdade socioeconômica presente no território nacional
➢ Considerar o complexo padrão epidemiológico do povo brasileiro
➢ Superar o entendimento de saúde como ausência de doença
➢ Garantir recursos suficientes para o financiamento do SUS

Humanização do SUS é

 Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários,


trabalhadores e gestores;
 Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos e dos coletivos;
 Aumento do grau de co-responsabilidade na produção de saúde e de sujeitos;
 Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão;
 Mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde;
 Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo brasileiro e a todos oferece a mesma atenção à
saúde, sem distinção de idade, raça/ cor, origem, gênero e orientação sexual;

A PNH se estrutura a partir de

71
Princípios da PNH

 Transversalidade: Aumento do grau de comunicação intra e intergrupos, PNH deve estar presente em
tudo no SUS (politicas e programas) estando em todos os pontos da RAS
 Indissociabilidade entre atenção e gestão: Inseparabilidade entre clínica e política, entre produção de
saúde e produção de sujeitos
 Protagonismo, co-responsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos - contratam entre si
responsabilidades compartilhadas nos processos de gerir e de cuidar (Construção em Conjunto)

Método da PNH

 INCLUSÃO, nos processos de produção de saúde, dos diferentes agentes implicados nestes processos.
Podemos falar de um “método de tríplice inclusão:

1) Inclusão dos diferentes sujeitos (gestores, trabalhadores e usuários)


2) Inclusão dos analisadores sociais – análise de conflitos
3) Inclusão do coletivo – modo de fazer em Rede

Diretrizes da PNH

1) Clínica Ampliada – considera a singularidade do sujeito e complexibilidade do processo doença, preconiza


o afeto nas relações, qualificação do diálogo e decisões compartilhadas
2) Co-gestão – (Gestão Participativa) – Espaço de conversação, todos envolvidos no processo
3) Acolhimento – Reconhecer o outro, escuta qualificada, e criação de vínculos entre os envolvidos
4) Valorização do trabalho e do trabalhador – Incluir na tomada de decisões
5) Defesa dos Direitos do Usuário – Incentivo ao conhecimento
6) Fomento das grupalidades, coletivos e redes
7) Construção da memória do SUS que dá certo

Dispositivos da PNH = atualização das diretrizes de uma política

 Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e Câmara Técnica de Humanização (CTH)


 Colegiado Gestor
 Contrato de Gestão
 Sistemas de escuta qualificada para usuários e trabalhadores da saúde: gerência de “porta aberta”;
Ouvidorias, grupos focais e pesquisas de satisfação, etc. –
 Visita Aberta e Direito à Acompanhante
 Programa de Formação em Saúde do Trabalhador (PFST) e Comunidade Ampliada de Pesquisa (CAP)

72
 Equipe Transdisciplinar de Referência e de Apoio Matricial
 Projetos Co-Geridos de Ambiência
 Acolhimento com Classificação de Riscos
 Projeto Terapêutico Singular e Projeto de Saúde Coletiva
 Projeto Memória do SUS que dá certo

Objetivos PNH

1. Ampliar o diálogo – trabalhadores, população, administração e gestão


2. Implantar, estimular e fortalecer os Grupos de Trabalho
3. Estimular práticas de atenção compartilhadas e resolutivas
4. Reforçar o conceito de clínica ampliada: compromisso com o sujeito e seu coletivo, estímulo a diferentes
práticas terapêuticas e co-responsabilidade de gestores, trabalhadores e usuários no processo de
produção de saúde;
5. Sensibilizar as equipes de saúde para o problema da violência em todos os seus âmbitos de manifestação
6. Adequar os serviços ao ambiente e à cultura dos usuários
7. Viabilizar a participação ativa dos trabalhadores nas unidades de saúde
8. Implementar sistemas e mecanismos de comunicação e informação que promovam o desenvolvimento, a
autonomia e o protagonismo das equipes e da população
9. Promover ações de incentivo e valorização da jornada de trabalho integral no SUS

PALAVRAS CHAVE:

❖ Acolhimento: responsabilização do trabalhador/equipe pelo usuário, desde a sua chegada até a sua saída,
escuta qualificada.
❖ Ambiência - Ambiente físico, social, profissional e de relações interpessoais que deve estar relacionado a
um projeto de saúde voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana.
❖ Atenção especializada/serviço de assistência especializada: Unidades ambulatoriais de referência,
compostas por equipes multidisciplinares de diferentes especialidades que acompanham os pacientes,
prestando atendimento integral a eles e a seus familiares.
❖ Vínculo: compartilhamento de experiências e estabelecendo relações mediadas por instâncias,
aproximação entre usuário e trabalhador de saúde promove um encontro,

 Clínica ampliada: Ampliar a clínica, implica:

1) tomar a saúde como seu objeto de investimento, considerando a vulnerabilidade, o risco do sujeito em
seu contexto;

2) ter como objetivo produzir saúde e ampliar o grau de autonomia dos sujeitos;

3) realizar a avaliação diagnóstica considerando não só o saber clínico e epidemiológico, como também a
história dos sujeitos e os saberes por eles veiculados;

4) definir a intervenção terapêutica considerando a complexidade biopsíquicossocial das demandas de


saúde.

 Colegiado gestor: modelo de gestão participativa, centrado no trabalho em equipe e na construção


coletiva (planeja quem executa)
 Controle social (participação cidadã)
 Protagonismo: É a idéia de que a ação, a interlocução e a atitude dos sujeitos ocupam lugar central nos
acontecimentos.
 Usuário (aquele que usa) X cliente (comprador de um bem ou serviço) X paciente (aquele que sofre)

73
EXERCÍCIOS

1) UFEPEL/2015: Considerando a Política Nacional de Humanização (PNH), considere as afirmativas a seguir:


I) A implementação da PNH tem por objetivo reduzir as filas e o tempo de espera com ampliação do acesso e
atendimento acolhedor e resolutivo baseados em critérios de risco.
II) Entende-se por Humanização a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de
saúde: usuários, trabalhadores e gestores.
III) A PNH existe desde 2003 para efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão.
Está(ão) correta(s)

A) as afirmativas I, II e III, apenas.


B) a afirmativa II, apenas.
C) a afirmativa III, apenas.
D) as afirmativas I e II, apenas.
E) a afirmativa I, apenas.

2) EBSERH/IADES: Uma instituição de saúde pode apresentar diversos problemas referentes à organização. Por
outro lado, sabe-se que o Ministério da Saúde possui novas políticas de gestão que têm como nome Política
Nacional de Humanização (PNH). As diretrizes do PNH expressam o método da inclusão.

Assinale a alternativa que está em desacordo com as diretrizes do PNH:

A) Clínica ampliada.
B) Gestão verticalizada.
C) Acolhimento.
D) Valorização do trabalho e do trabalhador.
E) Fomento das grupalidades, coletivos e redes.

3) COMPEVE/2018: Diante do cenário de dificuldades para concretização dos princípios do SUS e do


questionamento sobre a qualidade da assistência à saúde oferecida a seus usuários, formulou-se, em 2003, a
Política Nacional de Humanização do SUS. A PNH tem como um dos seus objetivos

A) permitir aos usuários o acesso às informações gerais sobre saúde, como o serviço responsável pelo seu
atendimento que, independentemente do nível complexidade, deve ser no seu território.
B) garantir, nas unidades de saúde, educação permanente aos trabalhadores do SUS e gestão participativa,
que inclui os trabalhadores e os usuários nas decisões.
C) reduzir filas e o tempo de espera, com atendimento acolhedor e resolutivo, considerando a
vulnerabilidade social e extinguindo o atendimento por livre demanda.
D) valorizar a dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão do SUS, enfatizando a
determinação biológica do processo saúde-doença.

4)UERJ: Uma das diretrizes de maior relevância política, ética e estética da Política Nacional de Humanização
(PNH) do SUS é o acolhimento. A opção que melhor define o entendimento da PNH para o Acolhimento nas
Práticas de Produção de Saúde, é a:

A) ação pontual e isolada, com os processos de produção de vínculo e responsabilização


B) recepção administrativa e ambiente confortável, ou seja, um significado de dimensão espaciaL
C) ação de aproximação, um “estar com” e um “estar perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão
D) ação de triagem administrativa e repasse de encaminhamentos para serviços especializados

5) FGV/2015: Lançada em 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH) aplica os princípios do SUS no
cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar. As estratégias construídas
no âmbito da PNH envolvem

74
A) apenas os trabalhadores.
B) apenas os usuários e os trabalhadores.
C) apenas os trabalhadores e os gestores dos serviços de saúde.
D) apenas os usuários e os gestores dos serviços de saúde.
E) os trabalhadores, os usuários e os gestores dos serviços de saúde.

6) FUNCAP/2016: Vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, a PNH – Política Nacional
de Humanização - conta com equipes regionais de apoiadores que se articulam às secretarias estaduais e
municipais de saúde. A partir dessa articulação se constroem planos de ação para promover e disseminar
inovações nos modos de fazer saúde, de forma:

A) centralizada.
B) assistencial.
C) autônoma.
D) ecológica.
E) compartilhada.

7) FAEL/2017: A Política Nacional de Humanização (PNH), lançada em 2003, busca colocar em prática os
princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos
modos de gerir e cuidar. Sobre os princípios, diretrizes e métodos desta política, assinale a alternativa
INCORRETA.

A) O HumanizaSUS, como também é conhecida a PNH, aposta na inclusão de trabalhadores, usuários e


gestores na produção e gestão do cuidado e dos processos de trabalho.
B) Transversalidade, indissociabilidade entre atenção e gestão, protagonismo e corresponsabilidade e
autonomia dos sujeitos e coletivos são algumas das Diretrizes da PNH.
C) O acolhimento na PNH entra como valor. É construído de forma coletiva, a partir da análise dos processos
de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as
equipes/serviços, trabalhador/ equipes e usuário com sua rede socioafetiva.
D) Cogestão entra como uma diretriz da PNH e expressa tanto a inclusão de novos sujeitos nos processos de
análise e decisão quanto a ampliação das tarefas da gestão.

8) RJ/2008: Assinale a alternativa que não indica uma orientação estratégica para a implementação da Política
Nacional de Humanização (PNH):

A) fortalecer grupos de trabalho de humanização a fim de desestimular o conceito de clínica ampliada e


estimular diferentes práticas terapêuticas;
B) articular os programas e os projetos do Ministério da Saúde com a PNH, com vistas a diminuir a
verticalização implicando a co-responsabilidade dos gestores estaduais e municipais
C) incentivar a construção de protocolos para Serviços com perfil humanizador;
D) selecionar e apoiar experiências na rede SUS com função multiplicadora;
E) propor que os planos estaduais e municipais de saúde contemplem os componentes da PNH (Agenda de
Compromissos).

GABARITO

1) A 2)B 3)B 4)C 5)E 6)E 7)B 8)A

75
ACOLHIMENTO NA GESTÃO E O TRABALHO EM SAÚDE – 2016

 ACOLHIMENTO - representa uma resposta aos desafios de superar e inverter o Modelo de Atenção à
Saúde hegemônico centrado no hospital, no médico e na doença, para um modelo que priorize a escuta
e o cuidado do sujeito
 Organização do processo de trabalho e seus efeitos no cotidiano de vida local (serviço de saúde,
comunidade, trabalhadores, gestores e usuários)
 Novas formas de gestão nos serviços de saúde → maior participação dos trabalhadores na definição da
organização dos processos de trabalho
 PNH defende a inclusão de todos os atores interessados nas diversas etapas - gestores, trabalhadores e
usuários
 Tríplice finalidade: trabalha-se para o outro e com o outro, mas também para si mesmo e, por fim,
trabalha-se para uma instituição
 NEOARTESANATO, ou seja, colocar o trabalho como possibilidade criativa, como realização de uma obra;
 Método Paideia, a PNH trabalha com o reconhecimento dos poderes, saberes e afetos que estão em
jogo nas relações de trabalho – TODOS PARTICIPAM DA TOMADA DE DECISÕES
 Construir coordenações que compartilhem decisões
 Acolhimento = mudar a forma como o trabalho está organizado nos diferentes serviços de saúde e em
suas conexões, a rede de atenção
 Acolhimento não deve ser implementado de forma autoritária, prescritiva, tampouco há um único modo
de acolher

Diretriz de Acolhimento

 É uma das diretrizes de maior relevância ética/estética/política:

o Ética no que se refere ao compromisso com o reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas
diferenças, suas dores, suas alegrias, seus modos de viver, de sentir e de estar na vida.
o Estética porque traz para as relações e os encontros do dia a dia a invenção de estratégias que
contribuem para a dignificação da vida e do viver e, assim, para a construção de nossa própria
humanidade.
o Política porque implica o compromisso coletivo de envolver-se neste “estar com”, potencializando
protagonismos e vida nos diferentes encontros.

A proposta do Acolhimento tem como principal foco:

1) Atender as necessidades do usuário dos serviços de saúde,


2) Privilegiando a organização das ofertas dos serviços a partir das demandas de saúde apresentadas.
3) A partir das pessoas que procuram os serviços, vivenciar o cuidado em uma disposição singular,
4) Profissional e usuário se encontram no cuidado para construir a inclusão, um cuidado compartilhado
5) Abrindo espaços inclusive para partilhar sobre a organização do próprio serviço.

REGRA: valorização dos sujeitos

76
TRÍPLICE INCLUSÃO:

1) Diversos atores que compõem determinado processo de trabalho em saúde;

2) Analisadores sociais (acontecimentos)

3)Coletivos, redes e movimentos sociais.

77
POLÍTICAS PÚBLICAS DE HUMANIZAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA (2015)

❖ A humanização pode ser compreendida como um vínculo entre profissionais e usuários, alicerçado em
ações guiadas pela compreensão e pela valorização dos sujeitos, reflexo de uma atitude ética e humana.
❖ Em outro sentido, a humanização é associada à qualidade do cuidado, que incluiria a valorização dos
trabalhadores e o reconhecimento dos direitos dos usuários.

Tríplice inclusão: dos sujeitos, dos coletivos e dos analisadores sociais

 PNH (2003) é entendida não como programa, mas como política que atravessa as diferentes ações e
instâncias gestoras do SUS
 A nova humanização é um resultado de novas práticas no modo de se fazer o trabalho em saúde,
levando-se em conta o trabalho em equipe adicionado a uma troca de saberes, incluindo os usuários e os
profissionais
 Caracterizar a produção científica sobre Políticas Públicas de Humanização, disponibilizada em periódicos
online, no período de 2009 a 2012 (30 PUBLICAÇÕES, sendo que área da psicologia foi a que mais
pesquisou)
 Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) é a primeira fonte dos princípios da humanização
 O tema da humanização nasceu como programa do Ministério da Saúde, voltado para a atenção
hospitalar, em 2001, com o escopo de elevar o atendimento ao usuário e ao trabalhador de Saúde.
 Em 2003, a humanização deixou de ser programa e tornou-se uma política nacional, cujo cerne se volta
para a busca pela materialização dos princípios e das diretrizes da Lei Orgânica da Saúde
 Visa traçar um plano comum e transversal através da valorização da dimensão humana das práticas de
saúde
 Método de trabalho em saúde que privilegia a cogestão, fazendo conexão com a força dos coletivos nas
práticas nos serviços de saúde

78
 RAS é a ferramenta de implementação da PNH
 A PNH articula suas ações com base em 3 eixos centrais

1)Direito à saúde,

2) Trabalho criativo e valorizado e

3) Produção e disseminação do conhecimento.

 PNH surge da convergência de 3 objetivos centrais:

1) Enfrentar desafios enunciados pela sociedade brasileira, quanto à qualidade e à dignidade no cuidado em
saúde;
2) Redesenhar e articular iniciativas de humanização do SUS e
3) Enfrentar problemas no campo da organização e da gestão do trabalho
4) PNH privilegia a discussão e a apresentação de proposições por todos os atores envolvidos nas ações –
trabalhadores, gestores e usuários
5) Gerir e cuidar são ações que se complementam.
6) Enfatiza a necessidade de ter alguns profissionais envolvidos no processo de humanização: Enfermeiro,
psicólogo, assistente social
7) Pode-se perceber que o conceito de humanização, na perspectiva dos profissionais, encontra-se
extremamente arraigado às questões mais relacionais do ser humano, bem como àquelas que envolvem a
sensibilidade, o respeito, a empatia e a responsabilidade do/no ato de cuidar. No entanto, é premente
ressaltar e problematizar o fato de que a política de humanização projeta-se para além desses aspectos
do humanismo, uma vez que ela considera a necessidade não só de melhorar o acesso, o acolhimento e o
cuidado prestado, mas também o modo de gerir e de administrar as práticas de saúde.

DESAFIO DA MARI → COMPLETE:

79
A EXPERIÊNCIA DA DIRETRIZ DE AMBIÊNCIA NA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO

MINISTÉRIO DA SAÚDE. PNH - Brasília, DF, 2017

O que é Ambiência na Saúde?

• TRATAMENTO DADO AO ESPAÇO FÍSICO entendido como espaço social, profissional e de relações
interpessoais que deve proporcionar atenção acolhedora, resolutiva e humana” (BRASIL, 2006).
• Uma das diretrizes da Política Nacional de Humanização no SUS
• REPENSAR O ESPAÇO FÍSICO NA SAÚDE - tornando-se insuficiente o olhar normativo, tecnicista e
regulador para a produção das Ambiências
• Valorização da Ambiência, como organização de ESPAÇOS SAUDÁVEIS E ACOLHEDORES DE TRABALHO,
tendo, como um dos seus dispositivos, a elaboração de Projetos Cogeridos de Ambiência.
• HUMANIZAÇÃO DOS TERRITÓRIOS DE ENCONTROS DO SUS

• NOVA LÓGICA NA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL.


• Ambiência na Saúde é o espaço físico, social, profissional e de relações, sempre articulado a um projeto
de saúde e sintonizado a um modo de fazer: o método da tríplice inclusão da PNH;
• A diretriz da Ambiência propõe uma ampliação do olhar sobre a produção do espaço físico na saúde e
possibilita afirmar que diferentes fatores atuam e interferem na composição de territórios de encontros
no SUS, entre eles: modelos de atenção e gestão, processos de trabalho, relações de poder, etc

3 EIXOS PRINCIPAIS

1) A AMBIÊNCIA COMO ESPAÇO DE ENCONTROS ENTRE OS SUJEITOS, A PRODUÇÃO DE SAÚDE E DE


SUBJETIVIDADES:

• Espaço deve propiciar a reflexão e garantir que as ações sejam construídas com integralidade do cuidado,
a inclusão das pessoas e de suas singularidades, na perspectiva da equidade;
• As áreas de trabalho, além de mais adequadas funcionalmente, deverão também proporcionar espaços
prazerosos de vivência coletiva, convivência.
• Considerar a opinião de enfermeiros, médicos, recepcionistas, entre outros no Projeto de Ambiência;
• Exemplo: espaços para separar pacientes graves dos demais
• Trazer para a discussão a opinião dos trabalhadores e usuários do SUS, suas reclamações e a indicação
do tipo de ambiente em que se sentem melhor.

2) O ESPAÇO COMO FERRAMENTA FACILITADORA DO PROCESSO DE TRABALHO.

• Ferramentas facilitadoras que propiciem um processo de mudança; como instrumento de construção do


espaço desejado pelos profissionais de saúde e pelos usuários

3) O ESPAÇO QUE VISA À CONFORTABILIDADE

• CONFORTO: conjunto de valores ambiental, social, cultural e de experiência das pessoas, não se limitando
à supressão dos fatores indesejáveis
• Otimização do espaço – COMPONENTES:
• Morfologia - formas, dimensões e volumes dos espaços
• Luz - natural ou artificial - iluminação natural deve ser garantida a todos os ambientes, DIREITO DA
PESSOA A NOÇÃO DE TEMPO
• Cor, cheiro, som (pode música?)
• Sinestesia (texturas)
• Arte: painéis, peças teatrais, música e dança?
• Implantação e entorno - sistema viário e de transporte
80
• Tratamento das áreas externas
• Privacidade e individualidade: divisórias ou cortinas

• Ambiências acolhedoras e harmônicas que contribuam na promoção do bem-estar, desfazendo o “mito”


de que espaços que abrigam serviços de saúde são necessariamente frios e hostis.
• Inclusão dos diferentes sujeitos.
• Desenho Universal e Acessibilidade: propõe o espaço com um uso democrático para os diferentes
usuários.
• SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: Ecogestão - captação e o reaproveitamento de água, a utilização
de áreas verdes e brisas que contribuem para o conforto térmico, os sistemas de resfriamento que não
necessitem de energia elétrica e a utilização de painéis ou outros meios de captação de energia solar.

A AMBIÊNCIA E SUAS INTERFACES COM OUTROS DISPOSITIVOS DA PNH

1) Trabalho com equipe de referência: pensar todos os espaços

• Na Atenção Básica, os espaços devem ser pensados de maneira a integrar as equipes de trabalho que
atuam em uma mesma unidade, criando áreas que, além de multifuncionais, possam ser compartilhadas
pelas equipes, como, por exemplo, o acolhimento na entrada, as áreas de encontros entre trabalhadores
e entre eles e os usuários.
• É importante criar/adaptar espaços coletivos destinados a reuniões, orientações, palestras, oficinas e
outros equivalentes.

ATENÇÃO:

Visita aberta

Faz-se necessário a incorporação de espaços que sejam capazes de acolher os visitantes.

• Recepção + ambiente de escuta.


• Acompanhante
• Não basta garantir o direito ao acompanhante, é preciso que existam espaços capazes de acolhê-los, nos
diversos ambientes das unidades de saúde

O trabalhador nos serviços de saúde

• As áreas de apoio para o trabalhador – como espaço de estar, copa e banheiros – devem estar bem
alocadas, em número suficiente e para todos os profissionais.
• Espaços de trabalho prazerosos e confortáveis.

Respeito à cultura e às diferenças

• É preciso considerar os valores e os costumes da comunidade em que se está atuando.

ACOLHIMENTO – O acolhimento pressupõe a criação de ESPAÇOS DE ENCONTROS ENTRE OS SUJEITOS.

• Espaços de escuta e de recepção proporcionam a interação entre usuários e trabalhadores, entre


trabalhadores e trabalhadores – equipes – e entre os próprios usuários.
• Espera-se que sejam acolhedores também no sentido de conforto produzido pela introdução de
vegetação, iluminação e ventilação naturais, cores, artes e demais questões já destacadas.

81
PROJETOS COGERIDOS DE AMBIÊNCIA

• Como? Oficina de Ambiência - modo proposto pela PNH para se produzir coletivamente os espaços físicos
na Saúde
• Momentos de encontros coletivos com objetivo de construção de projetos para alterações no espaço
físico

Elementos:

1) Grupo
2) Facilitador de Grupo
3) Discussão
4) Normatização
5) Descrição dos Espaços
6) Problematizar e discutir

CONCLUSÃO

• Ambiência é uma diretriz da Política Nacional de Humanização;


• Entender as peculiaridades de cada situação, local e diferentes demandas;
• Objetivo é criar um Projeto Cogerido de Ambiência;
• Discussão com usuários e trabalhadores, além dos gestores e arquitetos;
• As Oficinas de Ambiência fazem parte de um modelo de gestão participativa em que a elaboração dos
projetos arquitetônicos de estabelecimentos de saúde está baseada na construção coletiva, no encontro
de saberes, na democratização dos poderes corporativos, no protagonismo dos sujeitos, no
compartilhamento de experiências etc.

EXERCÍCIOS

1) IBFC/2013: A Humanização é uma das políticas de Saúde no Brasil, na qual a recepção do usuário, desde sua
chegada, responsabilizando-se integralmente por ele, ouvindo sua queixa, permitindo que ele expresse suas
preocupações e angústias, corresponde ao que se chama
a) Ambiência.
b) Apoio matricial.
c) Acolhimento.
d) Logística.
e) Gestão de caso

2)OACP/2015: O termo Ambiência, preconizado pelo Sistema Único de Saúde, refere-se


a) às modificações ambientais no ambiente domiciliar;
b) à ambivalência dos sujeitos com relação à adesão ao tratamento de saúde.
c) às transformações positivas em saúde no âmbito estrutural, motivacional e profissional que transformem
qualitativamente os serviços assistenciais.
d) à ampliação das habilidades sociais e de trabalho dos pacientes.
e) à equidade da assistência prestada aos pacientes hipertensos e diabéticos.

3) FGV/2015: Um paciente cadeirante procurou atendimento em uma unidade de saúde inaugurada há pouco
tempo em seu bairro. Ao chegar à unidade, ficou surpreso com o espaço físico. Havia rampas de acesso
adequadas, banheiros apropriados, portas mais largas e macas reguláveis. A situação descrita acima é um
exemplo de observância da seguinte diretriz norteadora da Política Nacional de Humanização
a) Cogestão;
b) Acolhimento
c) Transversalidade
d) Ambiência
82
e) gestão participativa.

4) UFG/2017: As políticas e ações em saúde devem ter como eixo norteador a


a) Humanização
b) Institucionalização
c) Equidade
d) Seguridade
e) Ambiência

5) IBFC/2013: Conforme a Política Nacional de Humanização e Acolhimento podemos afirmar por humanização
a) a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo paliativo de saúde: com ênfase nos
trabalhadores.
b) a valorização dos iguais sujeitos implicados no processo de prevenção de saúde: usuários e trabalhadores.
c) a valorização da gestão responsável pelo processo de saúde.
d) a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários,
trabalhadores e gestores.
e) a valorização da ambiência como peça fundamental.

GABARITO

1) C 2) C 3)D 4) A 5)D

A CLÍNICA AMPLIADA NA ATENÇÃO BÁSICA: CONTRIBUIÇÕES DO NASF NA CONSTITUIÇÃO DE LINHAS DE


CUIDADO

o Apresentar e discutir sobre o trabalho dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs), junto às
Estratégias de Saúde da Família (ESFs) na Atenção Básica em Saúde
o Aplicaram a Clínica Ampliada - Espiral da Clínica Ampliada → ferramentas Projeto Terapêutico e o
Ecomapa
o ATENÇÃO PRIMÁRIA => ATENÇÃO BÁSICA – 1978 - I Conferência Internacional sobre Cuidados Primários
em Saúde - Alma-Ata no Cazaquistão, passando a ser reconhecida
o BRASIL - Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) – 2006 - Portaria n° 648/2006, do Ministério da
Saúde.
o Transforma o Programa Saúde da Família (PSF) em Estratégia Saúde da Família (ESF)
o ATENÇÃO BÁSICA - primeiro contato e a porta de entrada do sistema de saúde.
o Suas principais características são: a integralidade, a coordenação do cuidado, a longitudinalidade, a
participação comunitária e a atenção centrada na família

o O NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) é criado pela Portaria GM n° 154, de 2008, visando
apoiar a inserção da ESF na rede
o Deve ser composto por profissionais de diferentes áreas, formando uma equipe multiprofissional atua de
forma compartilhada com os profissionais das ESFs
o APOIO às ESFs
o Os NASFs devem planejar e definir as ações que serão desenvolvidas junto às equipes de Saúde da Família
de forma a apoiá-las em seu fazer cotidiano.
o FERRAMENTAS: o Matriciamento, a Clínica Ampliada, o Projeto Terapêutico Singular (PTS), o Projeto de
Saúde no Território.(PST) e a Pactuação do Apoio com as ESFs
o APOIO MATRICIAL - intervenção técnico-pedagógica e assistencial, junto às equipes

O que é Clinica Ampliada?

1) Compromisso radical com o sujeito singular


2) Assumir a responsabilidade sobre os usuários dos serviços de saúde;
3) Trabalhar a intersetorialidade;
83
4) Reconhecer os limites dos conhecimentos dos profissionais de saúde e das tecnologias por eles
empregadas e buscar outros conhecimentos;
5) Assumir um compromisso ético profundo
6) Formação de Vinculos - compromissos dos profissionais com os usuários

➔ Para que se realize uma clínica adequada é preciso saber, além do que o sujeito apresenta de igual, o que
ele apresenta de diferente, de singular, inclusive um conjunto de sinais e sintomas que somente nele se
expressam de determinado modo.

EQUIPE DE REFERÊNCIA

❖ Deve responsabilizar-se pela saúde de uma comunidade (entre 3 e 4 mil pessoas)


❖ Identificar os casos que necessitam de atenção individual
❖ Avaliar riscos
❖ Concentrar atenção em famílias e pessoas com maior vulnerabilidade
❖ Diálogo interativo, compartilhado e corresponsável – entre as diferentes equipes
❖ Primamos pelas tecnologias leves

Necessitamos inverter e superar a lógica da centralidade na tecnologia dura e primar pela leve.

▪ Trabalhar o contexto de vida de quem atendemos

▪ Como proposta, estamos trabalhando com equipe NASF, Referência e CAPS para atuarem mais com as
ESFs e realizar reuniões na UBS com as equipes, contemplando o apoio matricial também, de saúde
mental na Atenção Básica, potencializando ainda mais, articular a rede intra e intersetorial.

CONCLUSÃO

▪ Clínica e a gestão sejam pensadas juntas


▪ Entendendo que não só a medicina faz clínica, mas todos os profissionais de saúde a fazem, o desafio é o
fazer junto, reconhecer os usuários enquanto sujeitos, partícipes no seu Projeto Terapêutico.
▪ Trabalho vivo em ato e no território vivo
▪ Incluir a população em todos os processos de produção de saúde.

EXERCÍCIOS

1) UFRJ/2016: Uma das diretrizes para a implementação da Política Nacional de Humanização (PNH) é reforçar o
conceito de clínica ampliada. Ampliar a clínica, por sua vez, implica, entre outras ações:
a) realizar a avaliação diagnóstica, reduzindo-a à objetividade positivista epidemiológica
b) tomar a doença e o sintoma como seu objeto, comprometendo-se tão somente com seu enfrentamento
c) definir a intervenção terapêutica, considerando predominantemente ou exclusivamente os aspectos
orgânicos
d) realizar a avaliação diagnóstica, considerando não só o saber clínico e epidemiológico, como também a
história dos sujeitos e os saberes por eles veiculados
e) duas assertivas estão corretas

2) Considere as proposições a seguir, quanto a proposta da Clínica Ampliada no âmbito do Sistema Único de
Saúde, e assinale a opção correta.
I. A proposta da Clínica Ampliada constitui-se como uma ferramenta de articulação e inclusão dos diferentes
enfoques e disciplinas.
II. A Clínica Ampliada busca construir sínteses singulares, tensionando os limites de cada matriz disciplinar.
III. A Clínica Ampliada convida a uma ampliação do objeto de trabalho, da doença para o sujeito.
IV. Entre os aspectos operativos e filosóficos da Clínica Ampliada encontram-se as equipes de referência, o apoio
especializado matricial, responsabilidade clínica e sanitária.

84
V. O objeto de trabalho da clínica e da saúde coletiva são intimamente semelhantes em relação ao tipo de sujeito
com que trabalham, e também quanto aos problemas de saúde de que se encarregam.

a) Todas as assertivas estão corretas.


b) Todas as assertivas estão erradas
c) Apenas uma assertiva esta errada.
d) Apenas três assertivas proposições estão corretas
e) Apenas duas assertivas estão corretas

GABARITO

1) D 2)C 3)2,1,4,3 4)D

CADERNO 39 – ATENÇÃO BÁSICA

NÚCLEO DE APOIO À SAUDE DA FAMÍLIA (2014)

O que é a NASF
o Núcleos de Apoio à Saúde da Família
o Equipes multiprofissionais, compostas por profissionais de diferentes profissões ou especialidades,
o Atuar de maneira integrada e apoiando os PROFISSIONAIS DAS EQUIPES de Saúde da Família
o e das equipes de Atenção Básica para populações específicas (Consultórios na Rua, equipes ribeirinhas e
fluviais),
o Compartilhando práticas e saberes em saúde, auxiliar no manejo ou resolução de problemas clínicos e
sanitários, bem como agregando práticas, na atenção básica, que ampliem o seu escopo de ofertas.

Apoio matricial (duas ou mais equipes/profissionais operam em uma intervenção pedagógico-terapêutica


compartilhada)
▪ Estratégia de organização do trabalho em saúde
▪ Integração de equipes de Saúde da Família com equipes ou profissionais com outros núcleos de
conhecimento diferentes dos profissionais das equipes de AB.
▪ A partir de demandas e das necessidades de saúde
▪ Retaguarda especializada para as equipes de Atenção Básica/Saúde da Família

❖ Duas dimensões:
▪ Clínico-assistencial - incide sobre a ação clínica direta com os usuários
▪ Técnico-pedagógica- ação de apoio educativo com e para as equipes

❖ Dois principais públicos-alvo:


▪ As equipes de referência apoiadas (eSF, eAB para populações específicas – Consultórios na Rua, equipes
ribeirinhas e fluviais) e
▪ Diretamente os usuários do Sistema Único de Saúde.

Que diretrizes orientam este trabalho?

Mesmas da Atenção Básica


▪ Cuidado continuado, longitudinal, próximo da população
▪ Integralidade
▪ Territorialização e responsabilidade sanitária - responsabilidade de uma equipe sobre a saúde da
população a ela vinculada
▪ Trabalho em equipe - trabalho colaborativo, múltiplo e interdependente
▪ Autonomia dos indivíduos e coletivos - capacidade dos sujeitos
▪ de governar a própria vida

85
Quais atividades o Nasf pode desenvolver

▪ A partir das demandas e necessidades identificadas a cada momento, o Nasf pode atuar tanto para apoiar
as equipes na análise dos problemas e na elaboração conjunta de propostas de intervenção, quanto
diretamente na realização de ações clínicas ou coletivas com os usuários, quando se fizer necessário, de
modo integrado e corresponsável. Além disso, o Nasf também pode (e às vezes precisa) apoiar a
organização do processo de trabalho das equipes.

• Planejar reuniões, construir agendas compartilhadas e equilibrar de forma dinâmica o conjunto de


atividades a serem desenvolvidas a partir do rol de demandas que se apresentam.
• Discussões de casos, atendimento em conjunto com profissionais das equipes apoiadas, atendimentos
individuais e posteriormente compartilhados com as equipes, construção conjunta de Projetos
Terapêuticos Singulares, educação permanente, intervenções no território, etc...

• Recomendações para a implantação do Nasf


• Projeto - análise do território e das necessidades identificadas população
• Análise da realidade local

FERRAMENTAS/ESTRATÉGIAS DOS PROFISSIONAIS DO NASF

1)Práticas grupais - grupos abertos de acolhimento, grupos temáticos relacionados a determinadas patologias
(hipertensão, obesidade, diabetes), oficinas temáticas (geração de renda, artesanato), grupos de medicação,
grupos terapêuticos etc.
2)Terapia comunitária: espaço e suporte para que as pessoas possam dividir suas dores e sofrimentos
3)Grupos de convivência: usuários da terceira idade
4)Grupos de mulheres: grupos de apoio e suporte, possibilitando espaços de acolhida e escuta, promovendo
reflexão e reforço da autoestima e fortalecendo o vínculo com a equipe.
5)Projeto Terapêutico Singular constitui-se, então, em um conjunto de propostas de condutas terapêuticas
articuladas, para um sujeito individual ou coletivo, resultado da discussão de uma equipe interdisciplinar, que
pode ser apoiada pela equipe Nasf. É uma variação da discussão de “caso clínico” e geralmente é dedicado às
situações mais complexas.

86
6) Genograma - organizar os dados referentes à família e seus processos relacionais. Possibilita analisar a estrutura
da família, sua composição, problemas de saúde, situações de risco e padrões de vulnerabilidade. Retrata a
história familiar, identificando sua estrutura, funcionamento, relações e conflitos entre os membros.
7) Ecomapa: retratam graficamente constituição e dinâmicas relacionais de um grupo social, com foco na família.
Representa as interações da família com pessoas, instituições ou grupos sociais em determinado momento.
8) Atendimento domiciliar compartilhado: aprofundar o conhecimento a respeito dos casos
9)Atendimento individual compartilhado: CONSULTA - Ao ser solicitado a apoiar, uma das primeiras
oportunidades desse profissional de conversar diretamente com o paciente ou família em questão costuma ser
atendimento compartilhado entre a equipe de ESF e do Nasf.
10)Atendimento individual específico: NEGOCIAÇÃO

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE

Aborda as responsabilidades das três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), relativas à gestão da
Educação na Saúde. O seu objetivo é orientar a construção e o acompanhamento dos Termos de Compromisso de
Gestão dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
O artigo 200, da Constituição Federal de 1988, em seu inciso III, atribui ao SUS a competência de ordenar a
formação na área da Saúde (BRASIL, 1988). Portanto, as questões da educação na saúde passam a fazer parte do
rol de atribuições finalísticas do sistema. Para observá-lo e efetivá-lo, o Ministério da Saúde tem desenvolvido, ao
longo do tempo, várias estratégias e políticas voltadas para a adequação da formação e qualificação dos
trabalhadores de saúde às necessidades de saúde da população e ao desenvolvimento do SUS.

Portaria GM/MS nº 1.996, de 20 de agosto de 2007

Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e dá
outras providências.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições legais, conferidas pelo inciso II, do artigo 87, da
Constituição Federal de 1988 e Considerando a responsabilidade do Ministério da Saúde na consolidação da
Reforma Sanitária Brasileira, por meio do fortalecimento da descentralização da gestão setorial, do
desenvolvimento de estratégias e processos para alcançar a integralidade da atenção à saúde individual e coletiva
e do incremento da participação da sociedade nas decisões políticas do Sistema Único de Saúde (SUS);
Considerando a responsabilidade constitucional do Sistema Único de Saúde (SUS) de ordenar a formação de
recursos humanos para a área de saúde e de incrementar, na sua área de atuação, o desenvolvimento científico e
tecnológico; Considerando o artigo 14 da lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, que trata da criação e funções
das comissões permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino;
Considerando que para a formação dos trabalhadores de nível médio da área da Saúde é necessário observar
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação profissional de Nível Técnico estabelecidas pelo Ministério da
Educação conforme Parecer nº. 16/1999, Resolução nº. 04/1999 e Decreto nº. 5.154/2004.
Considerando que a Educação Permanente é o conceito pedagógico, no setor da saúde, para efetuar relações
orgânicas entre ensino e as ações e serviços, e entre docência e atenção à saúde, sendo ampliado, na Reforma
Sanitária Brasileira, para as relações entre formação e gestão setorial, desenvolvimento institucional e controle
social em saúde;
Considerando a pactuação da proposta do Ministério da Saúde “Política de Educação e Desenvolvimento para
o SUS: Caminhos para a Educação Permanente em Saúde - Pólos de Educação Permanente em Saúde” pela
Comissão Intergestores Tripartite, em 18 de setembro de 2003;
Considerando a Resolução do Conselho Nacional de Saúde - CNS nº. 330, de 04 de novembro de 2003, que
resolve aplicar os Princípios e Diretrizes para a Gestão do Trabalho no SUS - NOB/RH – SUS, como Política Nacional
de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde no âmbito do SUS; Considerando a Resolução do Conselho
Nacional de Saúde - CNS nº. 335, de 27 de novembro de 2003 que aprova a “Política de Educação e
Desenvolvimento para o SUS: Caminhos para a Educação Permanente em Saúde” e a estratégia de “Pólos de
Educação Permanente em Saúde” como instâncias regionais e interinstitucionais de gestão da Educação
Permanente;

87
Considerando a Portaria nº. 2.474, de 12 de novembro de 2004 que institui o repasse regular e automático de
recursos financeiros na modalidade fundo a fundo, para a formação profissional dos Agentes Comunitários de
Saúde; Considerando a Portaria nº. 399/GM de 22 de fevereiro de 2006 que institui as diretrizes operacionais do
Pacto pela Saúde;
Considerando a Portaria nº. 598/GM de 23 de março de 2006 que estabelece que os processos administrativos
relativos à Gestão do SUS sejam definidos e pactuados no âmbito das Comissões Intergestores Bipartite – CIB;
Considerando a Portaria nº. 699/GM de 30 de março de 2006 que regulamenta as diretrizes operacionais dos
Pactos pela Vida e de Gestão; Considerando a Portaria nº. 204/GM de 29 de janeiro de 2007 que define que o
financiamento das ações de saúde é de responsabilidade das três esferas de gestão do SUS, observado o disposto
na Constituição Federal e na lei orgânica do SUS;
Considerando a Portaria nº. 372/GM de 16 de fevereiro de 2007 que altera a portaria 699/GM, de
30/03/2006;
Considerando a Portaria nº. 3.332/GM, de 28 de dezembro de 2006 que aprova orientações gerais relativas
aos instrumentos do Sistema de Planejamento do SUS; Considerando as deliberações da 3ª. Conferência Nacional
de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; e
Considerando, as decisões da Reunião da CIT do dia 21 de junho de 2007, resolve:
Art. 1º Definir novas diretrizes e estratégias para a implementação da Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde adequando-a às diretrizes operacionais e ao regulamento do Pacto pela Saúde.
Parágrafo Único. A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde deve considerar as especificidades
regionais, a superação das desigualdades regionais, as necessidades de formação e desenvolvimento para o
trabalho em saúde e a capacidade já instalada de oferta institucional de ações formais de educação na saúde.
Art. 2º A condução regional da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde se dará por meio dos
Colegiados de Gestão Regional, com a participação das Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço
(CIES).
§ 1º Os Colegiados de Gestão Regional, considerando as especificidades locais e a Política de Educação
Permanente em Saúde nas três esferas de gestão
(federal, estadual e municipal), elaborarão um Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde
coerente com os Planos de Saúde estadual e municipais, da referida região, no que tange à educação na saúde.
§ 2º As Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES) são instâncias intersetoriais e
interinstitucionais permanentes que participam da formulação, condução e desenvolvimento da Política de
Educação Permanente em Saúde previstas no Artigo 14 da lei 8080/90 e na NOB/RH - SUS.
Art. 3º Os Colegiados de Gestão Regional, conforme a portaria 399/GM, de 22/02/2006, são as instâncias de
pactuação permanente e cogestão solidária e cooperativa, formadas pelos gestores municipais de saúde do
conjunto de municípios de uma determinada região de saúde e por representantes do(s) gestor(es) estadual(ais).
Parágrafo Único. O Colegiado de Gestão Regional deve instituir processo de planejamento regional para a
Educação Permanente em Saúde, que defina as prioridades, as responsabilidades de cada ente e o apoio para o
processo de planejamento local, conforme as responsabilidades assumidas nos Termos de Compromissos e os
Planos de Saúde dos entes federados participantes.
Art. 4º São atribuições do Colegiado de Gestão Regional, no âmbito da Educação Permanente em Saúde:
I – Construir coletivamente e definir o Plano de Ação Regional de Educação Permanente em Saúde para a região, a
partir das diretrizes nacionais, estaduais e municipais (da sua área de abrangência) para a educação na saúde, dos
Termos de Compromisso de Gestão dos entes federados participantes, do pactuado na Comissão Intergestores
Bipartite (CIB) e das necessidades de formação e desenvolvimento dos trabalhadores da saúde;
II – Submeter o Plano Regional de Educação Permanente em Saúde à Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para
homologação;
III – Pactuar a gestão dos recursos financeiros no âmbito regional, que poderá ser realizada pelo Estado, pelo
Distrito Federal e por um ou mais municípios de sua área de abrangência;
IV – Incentivar e promover a participação nas Comissões de Integração Ensino-Serviço, dos gestores, dos serviços
de saúde, das instituições que atuam na área de formação e desenvolvimento de pessoal para o setor saúde, dos
trabalhadores da saúde, dos movimentos sociais e dos conselhos de saúde da sua área de abrangência;
V – Acompanhar, monitorar e avaliar as ações e estratégias de educação em saúde implementadas na região; e
VI – Avaliar periodicamente a composição, a dimensão e o trabalho das Comissões de Integração Ensino-Serviço e
propor alterações caso necessário.
Art. 5º As Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço (CIES) deverão ser compostas pelos gestores
de saúde municipais, estaduais e do Distrito Federal e ainda, conforme as especificidades de cada região, por:
88
I – Gestores estaduais e municipais de educação e/ou seus representantes;
II – Trabalhadores do SUS e/ou suas entidades representativas;
III – Instituições de ensino com cursos na área da Saúde, por meio de seus distintos segmentos; e
IV – Movimentos sociais ligados à gestão das políticas públicas de saúde e do controle social no SUS.
Parágrafo Único: A estruturação e a dinâmica de funcionamento das Comissões de Integração Ensino-Serviço, em
cada região, devem obedecer às diretrizes do Anexo II desta portaria.
Art. 6º São atribuições das Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço:
I – Apoiar e cooperar tecnicamente com os Colegiados de Gestão Regional para a construção dos Planos Regionais
de Educação Permanente em Saúde da sua área de abrangência;
II – Articular instituições para propor, de forma coordenada, estratégias de intervenção no campo da formação e
desenvolvimento dos trabalhadores, à luz dos conceitos e princípios da Educação Permanente em Saúde, da
legislação vigente, e do Plano Regional para a Educação Permanente em Saúde, além do estabelecido nos Anexos
desta Portaria;
III – Incentivar a adesão cooperativa e solidária de instituições de formação e desenvolvimento dos trabalhadores
de saúde aos princípios, à condução e ao desenvolvimento da Educação Permanente em Saúde, ampliando a
capacidade pedagógica em toda a rede de saúde e educação;
IV – Contribuir com o acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações e estratégias de Educação
Permanente em Saúde implementadas; e
V – Apoiar e cooperar com os gestores na discussão sobre Educação Permanente em Saúde, na proposição de
intervenções nesse campo e no planejamento e desenvolvimento de ações que contribuam para o cumprimento
das responsabilidades assumidas nos respectivos Termos de Compromisso de Gestão.
Art. 7º A abrangência do território de referência para as Comissões Permanentes de Integração Ensino-
Serviço deve seguir os mesmos princípios da regionalização instituída no Pacto pela Saúde.
Parágrafo Único. Nenhum município, assim como nenhum Colegiado de Gestão Regional – CGR, deverá ficar
sem sua referência a uma Comissão Permanente de Integração Ensino-Serviço.
Art. 8º As Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço deverão contar com uma secretaria
executiva para encaminhar as questões administrativas envolvidas na gestão dessa política no âmbito regional,
devendo estar prevista no Plano de Ação Regional da Educação Permanente em Saúde.
Art. 9º A Comissão Intergestores Bipartite - CIB deverá contar com o apoio de uma Comissão Permanente de
Integração Ensino-Serviço, formada por:
I – Representantes das Comissões de Integração Ensino-Serviço no estado;
II – Gestores e técnicos (municipais, estaduais e do Distrito Federal) indicados pela CIB para compor esse espaço; e
III – Um representante de cada segmento que compõe as Comissões de Integração Ensino-Serviço, conforme
artigo 5º desta portaria.
Art. 10. São atribuições dessa Comissão Permanente de Integração Ensino-Serviço, vinculada à Comissão
Intergestores Bipartite:
I – Assessorar a CIB nas discussões sobre Educação Permanente em Saúde, na elaboração de uma Política Estadual
de Educação Permanente em Saúde;
II – Estimular a cooperação e a conjugação de esforços e a compatibilização das iniciativas estaduais no campo da
educação na saúde, visando a integração das propostas; e
III – Contribuir com o acompanhamento, monitoramento e avaliação da implementação da Política de Formação e
Desenvolvimento no âmbito do SUS e das ações e estratégias relativas à educação na saúde, constante do Plano
Estadual de Saúde.
Art. 11. São atribuições da Comissão Intergestores Bipartite - CIB, no âmbito da Educação Permanente em
Saúde:
I – Elaborar e pactuar o Plano Estadual de Educação Permanente em Saúde;
II – Definir o número e a abrangência das Comissões de Integração Ensino-Serviço, sendo no mínimo uma e no
máximo o limite das regiões de saúde estabelecidas para o estado;
III – Pactuar os critérios para a distribuição, a alocação e o fluxo dos recursos financeiros no âmbito estadual;
IV – Homologar os Planos Regionais de Educação Permanente em Saúde;
V – Acompanhar e avaliar os Termos de Compromisso de Gestão estadual e municipais, no que se refere às
responsabilidades de educação na saúde; e
VI – Avaliar periodicamente a composição, a dimensão e o trabalho das Comissões de Integração Ensino-Serviço e
propor alterações caso necessário.

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Parágrafo Único. Os recursos financeiros serão transferidos aos Fundos Estaduais, do Distrito Federal ou de
um ou mais municípios conforme as pactuações estabelecidas nos órgãos de gestão colegiada.
Art. 12. São atribuições do Conselho Estadual de Saúde no âmbito da Educação Permanente em Saúde:
I – Definir as diretrizes da Política Estadual e do Distrito Federal de Educação Permanente em Saúde;
II – Aprovar a Política e o Plano de Educação Permanente em Saúde Estadual e do Distrito Federal, que deverão
fazer parte do Plano de Saúde Estadual e do Distrito Federal; e
III – Acompanhar e avaliar a execução do Plano de Educação Permanente em Saúde Estadual e do Distrito Federal.
Art. 13. A formação dos trabalhadores de nível médio no âmbito do SUS deve seguir as diretrizes e
orientações constantes desta portaria.
Parágrafo Único. As diretrizes e orientações para os projetos de formação profissional de nível técnico
constam do anexo III.
Art. 14. Anualmente a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde,
poderá propor indicadores para o acompanhamento da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde
dentro do Processo da Pactuação Unificada de Indicadores, que serão integrados aos Indicadores do Pacto pela
Saúde após a necessária pactuação tripartite.
Art. 15. O acompanhamento das responsabilidades de educação na saúde será realizado por meio dos Termos
de Compromisso de Gestão das respectivas esferas de gestão.
Art. 16. As Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios manterão à disposição da
Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde - SGTES, do Ministério da Saúde e dos órgãos de
fiscalização e controle, todas as informações relativas à execução das atividades de implementação da Política de
Educação Permanente em Saúde.
Art. 17. O financiamento do componente federal para a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde
se dará por meio do Bloco de Gestão do SUS, instituído pelo Pacto pela Saúde, e comporá o Limite Financeiro
Global do Estado, Distrito Federal e Município para execução dessas ações.
§ 1º. Os critérios para alocação dos recursos financeiros federais encontram-se no anexo I desta portaria.
§ 2º. O valor dos recursos financeiros federais referentes à implementação da Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde no âmbito estadual e do Distrito Federal, constantes do Limite Financeiro dos Estados e do
Distrito Federal, será publicado para viabilizar a pactuação nas CIBs sobre o fluxo do financiamento dentro do
estado.
§ 3º. A definição deste repasse no âmbito de cada unidade federada será objeto de pactuação na CIB,
encaminhado à Comissão Intergestores Tripartite - CIT para homologação.
Art. 18. Os recursos financeiros de que trata esta portaria, relativos ao Limite Financeiro dos Municípios, dos
Estados e do Distrito Federal, serão transferidos pelo Fundo Nacional de Saúde, de forma regular e automática, aos
respectivos Fundos de Saúde.
§ 1º. Eventuais alterações no valor do recurso Limite Financeiro dos Municípios, dos Estados e do Distrito
Federal, devem ser aprovadas nas Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e encaminhada ao Ministério da Saúde
para publicação.
§ 2º. As transferências Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Estaduais, do Distrito Federal e dos Municípios
poderão ser alteradas conforme as situações previstas na portaria 699/GM, de 30/03/2006.
Art. 19. O financiamento do componente federal da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde,
consignados no orçamento do ano de 2007, prescindirá das assinaturas dos Termos de Compromisso do Pacto pela
Saúde.
§ 1º. Para viabilizar o repasse fundo a fundo dos recursos financeiros de 2007, as CIBs deverão enviar o
resultado do processo de pactuação sobre a distribuição e alocação dos recursos financeiros da educação
Permanente em Saúde para a homologação na CIT.
§ 2º. A partir do ano de 2008 os recursos financeiros seguirão a dinâmica estabelecida no regulamento do
Pacto pela Saúde e serão repassados apenas aos estados, Distrito Federal e municípios que tiverem assinado seus
Termos de Compromisso de Gestão.
Art. 20. O Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais de Saúde garantirão cooperação e assessoramento
técnicos que se fizerem necessários para:
I – A organização de um Sistema Nacional de Informação com atualização permanente, com dados referentes à
formação (técnica/graduação/especialização);
II – Elaboração do Plano de Ação Regional para Educação Permanente em Saúde;
III – A orientação das ações propostas à luz da Educação Permanente em Saúde e da normatização vigente;

90
IV – A qualificação técnica dos Colegiados de Gestão Regional e das Comissões Intergestores Bipartite para a
gestão da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde; e
V – A instituição de mecanismos de monitoramento e de avaliação institucional participativa nesta área.
Art. 21. O Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde serão responsáveis por:
I – Planejar a formação e a educação permanente de trabalhadores em saúde necessários ao SUS no seu âmbito
de gestão, contando com a colaboração das Comissões de Integração Ensino-Serviço;
II – Estimular, acompanhar e regular a utilização dos serviços de saúde no seu âmbito de gestão para atividades
curriculares e extracurriculares dos cursos técnicos, de graduação e pós-graduação na saúde; e
III – Articular, junto às Instituições de Ensino Técnico e Universitário, mudanças em seus cursos técnicos, de
graduação e pósgraduação de acordo com as necessidades do SUS, estimulando uma postura de co-
responsabilidade sanitária.
Art. 22. Reativar a Comissão Nacional de Acompanhamento da Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde com a atribuição de formular políticas nacionais e definir as prioridades nacionais em educação na saúde.
Esta Comissão será composta por gestores das três esferas de governo, além de atores do controle social, das
instituições de ensino e de trabalhadores dos serviços e suas respectivas representações.
Art. 23. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

o Critérios para Alocação Orçamentária

→ 1º GRUPO: adesão às políticas setoriais de saúde


 C1: Cobertura das Equipes de Saúde da Família (10%) - adesão às políticas setoriais de saúde
 C2: Cobertura das Equipes de Saúde Bucal (10%)
 C3: Cobertura dos Centros de Atenção Psicossocial – 1Caps/100.000hab. (10%)
→ 2º GRUPO: população total do estado e do quantitativo de profissionais de saúde que prestam serviços
para o SUS
 C4: Número de profissionais de saúde que presta serviço para o SUS (20%)
 C5: População total do estado (10%)
 → 3º GRUPO: conjunto de critérios busca dar conta das iniqüidades regionais - o IDH-M e o inverso da
concentração
de instituições de ensino com cursos de saúde.
 C6: IDH-M 2000 (20%)
 C7: Inverso da Concentração de Instituições de Ensino (Instituições de Ensino Superior com Curso de
Saúde (MEC/INEP) e Escolas Técnicas do SUS (MS/RETSUS) (20%).

1) CONCEITO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE e RELAÇÃO COM O TRABALHO E COM AS PRÁTICAS DE FORMAÇÃO E


DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
✓ A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao
COTIDIANO das organizações e ao trabalho.
 Baseia na aprendizagem significativa e na possibilidade de TRANSFORMAR as práticas profissionais.
 Pode ser entendida como APRENDIZAGEM-TRABALHO, ou seja, ela acontece no cotidiano das pessoas e
das organizações. Ela é feita a partir dos problemas enfrentados na realidade e leva em consideração os
conhecimentos e as experiências que as pessoas já têm
 PROBLEMATIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO
 Objetivo: a transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho.
 Proposta é de ruptura com a lógica da compra e pagamento de produtos e procedimentos Educacionais
orientados pela oferta desses serviços; e ressalta as demandas por mudanças e melhoria institucional
baseadas na análise dos processos de trabalho, nos seus problemas e desafios.
 A PNEP explicita a relação da proposta com:
 Os princípios e diretrizes do SUS,
 Da Atenção Integral à Saúde e a
 Construção da Cadeia do Cuidado Progressivo à Saúde.
 Uma cadeia de cuidados progressivos à saúde supõe a ruptura com o conceito de sistema verticalizado
para trabalhar com a ideia de REDE.

91
2. RELAÇÃO DO COLEGIADO DE GESTÃO REGIONAL COM AS COMISSÕES DE INTEGRAÇÃO ENSINO-
SERVIÇO PARA O SUS

 O Colegiado de Gestão Regional deverá coordenar a estruturação/reestruturação das Comissões de


Integração Ensino-Serviço;
 Discussão sobre Educação Permanente em Saúde, contribuindo para o desenvolvimento da educação em
serviço como um recurso estratégico para a gestão do trabalho e da educação na saúde.
 Essa política é feita baseada em um plano por região.

o Diretrizes para a formação de Trabalhadores de nível Técnico no âmbito do SUS

o Formação dos trabalhadores de nível técnico é Componente decisivo paras as politicas;


o A formação deve ser produto de cooperação técnica, articulação e diálogo entre as três esferas de
governo, as instituições de ensino, os serviços de saúde e o controle social.
o Explicações – Projetos Pedagógicos de formação profissional de nível técnico
o O Plano de Formação Pedagógica para Docentes, por sua vez, deverá apresentar carga horária mínima de
88h, sendo o módulo inicial de no mínimo 40h,

CONCLUSÃO

 Capacitação
 Fortalecer conhecimentos, habilidades, atitudes e práticas;
 Melhorar o desempenho do pessoal em todos os níveis de atenção e funções do respectivo processo de
produção;
 Contribuir para o desenvolvimento de novas competências, como a liderança, a gerência descentralizada,
a auto-gestão, a gestão de qualidade etc.;
 Servir de substrato para transformações culturais de acordo com as novas tendências, como a geração de
práticas desejáveis de gestão, a atenção e as relações com a população etc.
 NÃO ao “modelo escolar”,
 Adulto como sujeito de educação
 Incorporar o ensino e o aprendizado à vida cotidiana das organizações e às práticas sociais e laborais, no
contexto real em que ocorrem;
 Reflexão na ação
 Voltado para Equipes de trabalho
 Projeto
 Prática como fonte de conhecimento

92
EXERCÍCIOS

1) UFSM/2017: Numere os parênteses, associando as descrições apresentadas na coluna à esquerda aos


seus respectivos conceitos na coluna à direita.
(1) Educação Permanente
(2) Projeto Terapêutico Singular
(3) Educação Continuada
( ) Ocorre quando a prática profissional viabiliza a aprendizagem durante a atuação, assumindo
como metodologia a interação entre os envolvidos e as disciplinas que permeiam seu saber.
( ) É uma ferramenta que estimula a reflexão sobre o que se pretende fazer, o que se faz e como
melhorar a ação, peculiar a um grupo.
( ) Pressupõe contiguidade ao ensino acadêmico e seus modelos didático-pedagógicos, como
apresentações orais, avaliações e conceitos, visando à preparação para a prática profissional.

2) UFSM/2016: A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde deve considerar as necessidades de


formação e desenvolvimento para o trabalho em saúde, de acordo com as especificidades regionais. Sua condução
dá-se por meio de Colegiados de Gestão Regional (CGR), com a participação das Comissões Permanentes de
Integração Ensino-Serviço (CIES). Considerando as atribuições da CIES, assinale a alternativa correta.
A) Avaliar periodicamente a composição, a dimensão e o trabalho das Comissões de Integração Ensino-
Serviço, bem como propor alterações, caso necessário.
B) Pactuar a gestão dos recursos financeiros no âmbito regional, a qual poderá ser realizada pelo Estado,
pelo Distrito Federal e por um ou mais municípios de sua área de abrangência.
C) Contribuir com o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação da implementação da política de
formação e desenvolvimento das ações e estratégias de educação na saúde, constante no Plano Estadual
da Saúde.
D) Submeter o Plano Regional de Educação Permanente em Saúde à Comissão Intergestores Bipartite
(CIB), para homologação.
E) Acompanhar, monitorar e avaliar as ações e estratégias de educação em saúde implementadas na
região.

3) PREFEITURA DE PAU D’ ARCO/2015: O principal objetivo da Política Nacional de Educação Permanente em


Saúde é:
A) Promover a interlocução entre os diferentes atores que fazem o cuidado em saúde
B) Priorizar as ações de educação em saúde junto às equipes de saúde da família
C) Incentivar os gestores quanto ao uso de tecnologias leves no cuidado em saúde
D) Fortalecer o controle social para o trabalho de capacitação em saúde
E) Disseminar as práticas pedagógicas com a descentralização de recursos para construção de uma política,
considerando os espaços locorregionais de atuação

4) IBFC/2017: A Educação Permanente em Saúde é um importante instrumento para a consolidação do Sistema


Único de Saúde (SUS), uma vez que no campo de atuação do SUS está incluída a ordenação da formação de
recursos humanos na área de saúde. Assinale a alternativa que não seja compatível com a educação permanente
em saúde.
a) Ela acontece no cotidiano das pessoas e das organizações
b) Deve servir para preencher lacunas e transformar as práticas profissionais e a própria organização do trabalho
c) Parte do desafo central de que a formação e o desenvolvimento devem ocorrer de modo centralizado para que
seja mais efetivo
d) Ela é feita a partir dos problemas enfrentados na realidade, e leva em consideração os conhecimentos e as
experiências que as pessoas já tem
e) Pode ser entendida como um processo aprendizagem-trabalho

GABARITO

1)1,2,3 2)C 30e 4)C


93
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: O QUE SE TEM PRODUZIDO PARA O SEU
FORTALECIMENTO? (2018)

• 2003 Marco do Surgimento da PNEPS - Criação da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na


Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde
• 2004 – instituída a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS)
• Reflexões dos 15 anos PNEPS
• Retomar a discussão sobre a PNEPS

• Conceito de EDUCAÇÃO NA SAÚDE - produção e sistematização de conhecimentos relativos à formação e


ao desenvolvimento para a atuação em saúde, envolvendo práticas de ensino, diretrizes didáticas e
orientação curricular = EDUCAÇÃO NO TRABALHO EM SAÚDE
• DUAS MODALIDADES:
• 1) EDUCAÇÃO CONTINUADA - período definido para execução e utilização, em sua maior parte, os
pressupostos da metodologia de ensino tradicional aquisição sequencial e acumulativa de informações
técnico-científicas pelo trabalhador por meio de práticas de escolarização de caráter mais formal
• 2) EPS - aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das
organizações e ao trabalho.

PNEPS: o debate sobre a necessidade da sua atualização

• Foram compilados diversos dados e a partir deles foi realizada uma reunião em maio de 2017 com
OFICINAS REGIONAIS que apontaram alguns problemas:
1) Gestão da Política de EPS: planejamento e CIES
• Financiamento - descontinuidade dos repasses financeiros do MS (desde 2011),
1) Modelo de formação - reflexão sobre métodos inovadores de ensino
2) Infraestrutura da CIES
3) Conceito EPS -
4) Monitoramento e avaliação das ações de EP

Retomada da discussão da PNEPS: uma proposta necessária e ousada

• Necessária – pois tem sido difícil pautar e priorizar a discussão e as ações de Educação em Saúde
• Ousada – momento é difícil
• Oficinas Regionais - com aproximadamente 10 participantes por estado – 6 oficinas

Programa para o Fortalecimento das Práticas de Educação Permanente em Saúde no SUS (PRO EPS-SUS)

• Necessidade de retomar o financiamento e o processo de planejamento das ações de EPS no nível


estadual e local, a Gestão Federal, lançou o PRO EPS-SUS, via Portaria GM/MS nº 3.194, de 28 de
novembro de 2017, com o objetivo de estimular, acompanhar e fortalecer a qualificação profissional dos
trabalhadores da área da saúde, para a transformação das práticas de saúde.
• OBJETIVO: Repasse financeiro do MS diretamente aos municípios para que realizem ações de EPS nos
territórios

Características do PRO EPS-SUS


Repasse financeiro direto aos municípios e DF, para ações de EPS;
• Incentivo por repasse de parcela única:
• Valor de R$ 11.000,00 para o Distrito Federal e municípios com 1 a 3 (três) equipes de Atenção Básica
inscritas;
• Valor acrescido de R$ 1.000,00 a cada intervalo entre 1 e 5 equipes de Atenção Básica inscritas que
superarem o número de 3.

Objetivos do PRO EPS-SUS


94
• Promover a formação e desenvolvimento dos trabalhadores no SUS, a partir dos problemas cotidianos,
referentes à atenção à saúde e à organização do trabalho em saúde;
• Contribuir para a identificação de necessidades de Educação Permanente em Saúde dos trabalhadores e
profissionais do SUS, para a elaboração de estratégias que visam qualificar a atenção e a gestão em
saúde;
• Fortalecer as práticas de Educação Permanente em Saúde nos territórios;
• Estimular o planejamento, execução e avaliação dos processos formativos.

✓ Todos os estados da federação e o Distrito Federal aderiram ao programa, cujo valor repassado foi
calculado conforme o número de regiões de saúde:
• R$ 150 mil para os estados com até 10 regiões de saúde;
• R$ 200 mil para os estados com 11 a 20 regiões;
• R$ 300 mil para aqueles com 21 a 30;
• R$ 400 mil para aqueles com mais de 31 regiões.

DICA DA MARI: Faça um quadro com esses valores toda a boa prova adora números e valores!

LABORATÓRIO DE INOVAÇÃO EM EDUCAÇÃO NA SAÚDE: A ESTRATÉGIA DOS LABORATÓRIOS DE


INOVAÇÃO

✓ 2008 é criada a estratégia dos Laboratórios de Inovação, por meio da cooperação técnica entre a
Representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde no Brasil e o MS,
envolvendo parceiros em nível nacional e internacional, que objetiva disponibilizar uma ferramenta
flexível, útil e colaborativa de intercâmbio de informações e conhecimentos para a análise descritiva e de
produção de evidências de experiências que, empiricamente, são qualificadas como exitosas e inovadoras.
✓ Feito por meio de ambientes virtuais, ciclos de debates, publicações de materiais técnicos,
desenvolvimento de estudos de caso e visitas de intercâmbio técnico-científico;
✓ 2010 - Portal da Inovação na Gestão –compartilhamento de soluções, de instrumentos, de práticas
inovadoras
✓ Ao longo desses anos, diversos temas foram abordados por meio dos Laboratórios de Inovação, como, por
exemplo, Redes de Atenção à Saúde; Atenção Primária à Saúde (APS); Gestão Participativa dos Serviços de
Saúde; Atenção Domiciliar; e Manejo das Doenças Crônicas na APS, identificando soluções inovadoras e
desenvolvendo mecanismos para compartilhá-las.

EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL EM SAÚDE (EIP)

• EIP consiste em “ocasiões onde membros ou estudantes de duas ou mais profissões aprendem com os
outros, entre si e sobre os outros para aprimorar a colaboração e qualidade dos cuidados e serviços”
• Também é conhecida como uma atividade que envolve 2 ou + profissionais que aprendem juntos, de
modo interativo, com a finalidade de valorizar a qualidade da atenção à saúde
• Membros de mais de uma profissão da saúde aprendem em conjunto, de forma interativa, com o
propósito explícito de melhorar a colaboração interprofissional
• Hoje Busca: Plano de Ação para Implementação da EIP no País.

• LINHAS DE AÇÃO
1) Fortalecimento da EIP como dispositivo para a reorientação dos cursos de graduação em saúde
2) Levantamento das iniciativas de EIP no Brasil
3) Desenvolvimento docente para a EIP
4) Fortalecimento dos espaços de divulgação e produção do conhecimento em EIP
5) EIP nos espaços de EPS

95
CONTRATO ORGANIZATIVO DE AÇÃO PÚBLICA ENSINO-SAÚDE (COAPES

• COAPES é um instrumento destinado ao fortalecimento da integração entre ensino, serviços e


comunidade no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
• OBJETIVO: a produção de conhecimento, a partir dos problemas construídos na experiência do cotidiano
dos cenários de formação
• Como iniciar e desenvolver o processo de contratualização?
1) Delimitar o território do COAPES
2) Convocar os atores para a pactuação
3) Elaborar planejamento inicial da integração ensino serviço
4) Definir os cenários de práticas
5) Elaborar o Plano de Contrapartida
6) Constituir e definir o funcionamento do Comitê Gestor Local do COAPES
7) Assinar e formalizar o COAPES
8) Pactuar singularmente o Plano de Atividades

EDUCAÇÃO EM SAÚDE E EDUCAÇÃO NA SAÚDE: CONCEITOS E IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE COLETIVA


MIRIAN BENITES FALKENBERG E OUTROS

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo analisar os conceitos-chave relativos à Educação em Saúde e Educação na
Saúde e suas interfaces no campo da Saúde Coletiva. Embora apresentem diferenças, é frequente na prática dos
serviços, a utilização das diversas variantes a elas relacionadas de forma indistinta. Dessa forma busca-se, também,
distinguir dentro desses conceitos-chave as variantes da primeira, tais como, educação sanitária, educação e
saúde, educação para a saúde e educação popular em saúde que significa um conjunto de práticas de educação
para indivíduos e comunidade a fim de aumentar a autonomia das pessoas e da comunidade para que possam
fazer escolhas e adotar hábitos saudáveis de vida e as variantes da segunda, tais como educação permanente em
saúde e educação continuada ministrada para profissionais de saúde a fim de aprimorar o conhecimento destes e
a atenção dispensada à população.

Palavras-Chave: Educação em saúde; Educação continuada

INTRODUÇÃO

Os trabalhadores da área da saúde coletiva sabem que o uso de neologismos é comum e, inevitavelmente, passam
a usar os novos termos que surgem, atribuindo a eles significados diferentes, ou não. Neologismo significa "palavra
ou expressão nova, ou antiga com sentido novo"1. As expressões saúde pública e saúde coletiva, atenção básica e
atenção primária, educação em saúde e educação popular em saúde, educação continuada e educação
permanente são exemplos que ilustram essa ideia.

O presente artigo tem como objetivo discutir os conceitos de educação em saúde e educação na saúde e suas
interfaces, visto serem áreas de conhecimento e práticas relacionadas ao campo da saúde. Na prática dos serviços
o uso dos termos educação e saúde, educação para a saúde, educação popular em saúde, educação sanitária,
educação permanente e educação continuada têm sido utilizados de forma indistinta pelos profissionais.

A fim de reduzir equívocos e facilitar o entendimento de tais termos entre profissionais e estudantes da área da
saúde sugere-se adotar os termos utilizados pelo Ministério da Saúde (MS) em sua Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS).
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Educação em saúde

O MS define educação em saúde como:

Processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que visa à apropriação temática pela
população [...]. Conjunto de práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu
cuidado e no debate com os profissionais e os gestores a fim de alcançar uma atenção de saúde de acordo com
suas necessidades .

As práticas de educação em saúde envolvem três segmentos de atores prioritários: os profissionais de saúde que
valorizem a prevenção e a promoção tanto quanto as práticas curativas; os gestores que apoiem esses
profissionais; e a população que necessita construir seus conhecimentos e aumentar sua autonomia nos cuidados,
individual e coletivamente. Embora a definição do MS apresente elementos que pressupõem essa interação entre
os três segmentos das estratégias utilizadas para o desenvolvimento desse processo, ainda existe grande distância
entre retórica e prática.

A educação em saúde como processo político pedagógico requer o desenvolvimento de um pensar crítico e
reflexivo, permitindo desvelar a realidade e propor ações transformadoras que levem o indivíduo à sua autonomia
e emancipação como sujeito histórico e social, capaz de propor e opinar nas decisões de saúde para cuidar de si,
de sua família e de sua coletividade.

A temática deve envolver a compreensão de projetos de sociedades e visões de mundo que se atualizam nas
formas de conceber e organizar os discursos e as práticas educativas no campo da saúde.

As práticas de educação em saúde são inerentes ao trabalho em saúde, mas muitas vezes estão relegadas a um
segundo plano no planejamento e organização dos serviços, na execução das ações de cuidado e na própria
gestão.

O termo educação em saúde vem sendo utilizado desde as primeiras décadas do século XX e para sua melhor
compreensão faz-se necessário o entendimento da história da saúde pública no Brasil. A expansão da medicina
preventiva para algumas regiões do país, a partir da década de 1940, com o Serviço Especial de Saúde Pública
(SESP), apresentava estratégias de educação em saúde autoritárias, tecnicistas e biologicistas, em que as classes
populares eram vistas e tratadas como passivas e incapazes de iniciativas próprias5. As ações do Estado se davam
por meio das chamadas campanhas sanitárias.

Outras formas de educação em saúde eram caracterizadas por ações verticais de caráter informativo com o intuito
de transformar hábitos de vida, colocando o indivíduo como o responsável pela sua saúde. Um trabalho realizado
por Alves e Aerts em 20116 afirma:

[...] com o apogeu do paradigma cartesiano e da medicina científica, as responsabilidades referentes às ações de
educação em saúde foram divididas entre os trabalhadores da saúde e os da educação. Aos primeiros, cabia
desenvolver os conhecimentos científicos capazes de intervir sobre a doença, diagnosticando-a e tratando-a o mais
rapidamente possível. Ao educador, cabia desenvolver ações educativas capazes de transformar comportamentos.
Essa lógica, além de fragmentar o conhecimento, não levava em consideração os problemas cotidianos vivenciados
pela população.

O termo educação e saúde, utilizado ainda hoje como sinônimo de educação em saúde, pode ter se originado
dessa prática, indicando um paralelismo entre as duas áreas, com separação explícita dos seus instrumentos de
trabalho: a educação ocupando-se dos métodos pedagógicos para transformar comportamentos e a saúde dos
conhecimentos científicos capazes de intervir sobre as doenças.

Exemplo clássico de como se davam as práticas educativas em saúde na época ficou registrado na obra do escritor
infanto-juvenil Monteiro Lobato, que criou em seu livro Urupês, obra publicada em 1918, o personagem Jeca Tatu,

97
trabalhador rural do Vale do Paraíba (SP), um caboclo que sofria do amarelão, doença posteriormente
diagnosticada como ancilostomose ou ancilostomíase, denunciando as precárias condições de vida da população.
À época, as campanhas sanitárias utilizaram a figura do personagem indicando que as origens dos problemas de
saúde eram de responsabilidade individual, não contextualizando os problemas sanitários de forma crítica a partir
de mudanças coletivas.

Na década de 1990 ainda era comum o uso do termo educação e saúde, e o conceito apresentava-se como uma
área de saber técnico voltada para instrumentalizar o controle dos doentes pelos serviços e a prevenção de
doenças pelas pessoas7.

O desenvolvimento da educação sanitária, iniciada nos Estados Unidos, deu-se de forma associada à saúde
pública, tendo sido instrumento das ações de prevenção das doenças, caracterizando-se pela transmissão de
conhecimento. Mesmo que realizada de forma massiva, como no caso das campanhas sanitárias no Brasil, a
perspectiva não contemplava a dimensão histórico-social do processo saúde-doença4. No Brasil o termo foi e ainda
é utilizado, como sinônimo de educação em saúde, mantendo a conotação de práticas educativas verticalizadas.

Educação para a saúde também é outro termo usual ainda hoje nos serviços de saúde. Aqui se supõe uma
concepção mais verticalizada dos métodos e práticas educativas, que remete ao que Paulo Freire8 chamou
de educação bancária. Nesse sentido, é como se os profissionais de saúde devessem ensinar uma população
ignorante o que precisaria ser feito para a mudança de hábitos de vida, a fim de melhorar a saúde individual e
coletiva.

Muitas práticas educativas nos serviços de saúde ainda são feitas com esta visão, apesar da participação
comunitária estar presente na retórica de muitos gestores, profissionais de saúde e educadores e preconizada nos
princípios e diretrizes do SUS.

Movimentos sociais, tais como o Movimento de Educação Popular, protagonizado pelo educador Paulo Freire, na
década de 1960, influenciaram o campo de práticas da educação em saúde, incorporando a participação e o saber
popular à área, dando lugar a processos educativos mais democráticos. Exemplo dessa influência foi verificado no
Movimento de Educação Popular em Saúde que se formou nos últimos 40 anos, por meio de reflexão, produção de
conhecimentos e militância em diversas organizações criadas ao longo deste tempo, tais como a Articulação
Nacional de Educação Popular em Saúde, a Rede de Educação Popular e Saúde, a Articulação Nacional de
Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde e a Rede de Estudos sobre Espiritualidade no Trabalho em
Saúde e na Educação Popular.

A educação popular em saúde é um movimento histórico de mudanças, inicialmente propostas por profissionais de
saúde insatisfeitos com as práticas mercantilizadas e repetitivas dos serviços de saúde, que não atendiam às
camadas mais necessitadas da população brasileira. Vasconcelos5 considera que a educação popular em saúde
passou a se constituir em uma estratégia de enfrentamento aos problemas de saúde encontrados, procurando
fortalecer os movimentos sociais e criar vínculos entre a ação médica e o pensar cotidiano da população.

A educação popular em saúde tem uma concepção diferenciada da hegemônica da educação em saúde. Organiza a
partir da aproximação com outros sujeitos no espaço comunitário, privilegiando os movimentos sociais locais, num
entendimento de saúde como prática social e global e tendo como balizador ético-político os interesses das classes
populares. Baseia-se no diálogo com os saberes prévios dos usuários dos serviços de saúde, seus saberes
"populares", e na análise crítica da realidade.

A educação em saúde, então, é prática privilegiada no campo das ciências da saúde, em especial da saúde coletiva,
uma vez que pode ser considerada no âmbito de práticas onde se realizam ações em diferentes organizações e
instituições por diversos agentes dentro e fora do espaço convencionalmente reconhecido como setor saúde .

98
A educação popular em saúde continua sendo hoje um desafio aos gestores e profissionais na busca por práticas
integrais, mais voltadas às reais necessidades das populações e considerando, como suporte para essas práticas,
tanto processos de informação e comunicação como de participação popular e participação social.

Para promover a educação em saúde, também é necessário que ocorra a educação voltada para os profissionais de
saúde, e se fala, então, em educação na saúde.

Educação na saúde

Educação na saúde, de acordo com o glossário eletrônico da BVS, consiste na produção e sistematização de
conhecimentos relativos à formação e ao desenvolvimento para a atuação em saúde, envolvendo práticas de
ensino, diretrizes didáticas e orientação curricular.

Os cenários de atuação dos profissionais da saúde são os mais diversos e com o rápido e constante
desenvolvimento de novas tecnologias. Além de exigências diárias envolvendo inteligência emocional e relações
interpessoais se faz necessário que haja algo para além da graduação, que possa tornar os profissionais sempre
aptos a atuarem de maneira a garantir a integralidade do cuidado, a segurança deles próprios como trabalhadores
e dos usuários e a resolubilidade do sistema.

Nesse processo de múltiplas determinações e relações torna-se fundamental o papel das instituições de serviço
para o desenvolvimento das capacidades dos profissionais, de maneira a contribuir para essa formação.

Nesse contexto o traço original da educação deste século é a colocação do indivíduo nos contextos social, político
e ético-ideológico. A educação no século XX tornou-se permanente e social e as ideias universalmente difundidas
entre elas é a de que não há idade para se educar, de que a educação estende-se pela vida e ela não é neutra, mas
engajada.

Para tanto, há duas modalidades de educação no trabalho em saúde: a educação continuada e a educação
permanente.

A educação continuada envolve as atividades de ensino após a graduação, possui duração definida e utiliza
metodologia tradicional, tais como as pós-graduações, enquanto a educação permanente estrutura-se a partir de
dois elementos: as necessidades do processo de trabalho e o processo crítico como inclusivo ao trabalho.

Para o Glossário eletrônico da BVS, educação continuada, consiste no processo de aquisição sequencial e
acumulativa de informações técnico-científicas pelo trabalhador, por meio de escolarização formal, de vivências,
de experiências laborais e de participação no âmbito institucional ou fora dele.

O primeiro grande marco da educação continuada aconteceu na década de 1950, com a reunião de Elsinor,
ocorrida na Dinamarca em 1959, patrocinada pela Unesco, em que se discutiram os fins e os métodos da educação
de adultos e o papel da cooperação internacional, na reconstrução do pós-guerra. O enfoque desse encontro era a
compreensão de que todo conhecimento sofre transformações, sendo necessário aprender a capacitar-se. O lema
vigente na época era "Há de ajustar-se a um mundo novo em mutação".

O segundo momento histórico manifesta-se na década de 1960 e tem como princípio aceitar o adulto como
passível de aprender, mas de maneira diferente da criança e do adolescente. O enfoque é técnico institucional,
devido a isso, aparecem projetos multinacionais de incentivo à capacitação de mão-de-obra.

Na década de 1970, o terceiro marco histórico, caracteriza-se pelo pensamento de que o homem "educa-se a
partir da realidade que o cerca e, em interação com outros homens, coeduca-se". É uma fase que coloca o homem
consciente, dentro da realidade onde vive, interagindo como sujeito transformador.

99
Complementando o pensamento acima, "o aprendizado adulto é pessoal, é ter a vida como educação, pois é um
processo que dura a vida toda, que todos nós temos em comum e que alimenta o ciclo da mudança de
comportamento, é, portanto, um processo de evolução". A educação continuada caracteriza-se por alternativas
educacionais mais centradas no desenvolvimento de grupos profissionais, seja por meio de cursos de caráter
seriado, seja por meio de publicações específicas em determinado campo.

Já a educação permanente consiste em ações educativas embasadas na problematização do processo de trabalho


em saúde e que tenham como objetivo a transformação das práticas profissionais e da própria organização do
trabalho, tomando como referência as necessidades de saúde das pessoas e das populações, a reorganização da
gestão setorial e a ampliação dos laços da formação com o exercício do controle social em saúde.

O desafio da educação permanente é estimular o desenvolvimento da consciência nos profissionais sobre o seu
contexto, pela sua responsabilidade em seu processo permanente de capacitação. Assim, é necessário que os
serviços de saúde revejam os métodos utilizados em educação permanente, de forma que esta seja um processo
participativo para todos. Ela tem como cenário o próprio espaço de trabalho, no qual o pensar e o fazer são
insumos fundamentais do aprender e do trabalhar. Essa seria uma educação muito mais voltada para a
transformação social do que para a transmissão cultural.

Para a construção do SUS é fundamental a reorientação do modelo assistencial vigente e hegemônico no país. Este
modelo, que resulta de uma combinação complementar e, ao mesmo tempo, antagônica do modelo médico
privatista e do modelo assistencial "sanitarista" dicotomiza a assistência e a prevenção. Acrescentaríamos que ele
ainda ignora a promoção da saúde, a qual extrapola o sistema de saúde para uma abordagem mais ampla que
envolve a integração intersetorial e o entendimento abrangente da saúde como um fenômeno também social que
"empodera" indivíduos e comunidade.

Faz-se essencial compreender o que traduz um modelo assistencial e, sobretudo, o que implica sua reorientação. O
modelo de atenção ou modelo assistencial "[...] é uma dada forma de combinar técnicas e tecnologias para
resolver problemas e atender necessidades de saúde individuais e coletivas. É uma razão de ser, uma
racionalidade, uma espécie de lógica que orienta a ação".

É possível perceber, voltando o olhar para o cenário atual, que há necessidade de complementação do atual
modelo de atenção assistencialista, centrado na doença, excessivamente especializado e ainda prioritariamente
hospitalar, por um modelo integral, que priorize a promoção da saúde e a prevenção de agravos, e que utilize a
educação em saúde de forma participativa e dialógica. Contudo, alterações no processo de formação profissional e
reflexão sobre suas práticas podem auxiliar nessa mudança de paradigma.

É importante, então, a utilização de metodologias de ensino-aprendizagem participativas e dialógicas, tais como as


utilizadas nas ações de educação popular em saúde, inseridas nos currículos de educação continuada e nas ações
de educação permanente em saúde, visando uma formação profissional em saúde mais adequada às necessidades
de saúde individuais e coletivas, na perspectiva da equidade e da integralidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considera-se importante distinguir e caracterizar os conceitos-chave de educação em saúde e educação na saúde,


visto que são práticas fundamentais nesse campo. Apesar de suas distinções apresentam conexões que devem ser
alvo de reflexão por parte dos atuais e futuros profissionais de saúde.

Na educação em saúde deve ser enfatizada a educação popular em saúde, que valoriza os saberes, o
conhecimento prévio da população e não somente o conhecimento científico. Na educação na saúde deve ser
enfatizada a educação permanente em saúde, de maneira a buscar nas lacunas de conhecimento dos profissionais,
ações direcionadas a qualificação dos processos de trabalho em saúde considerando as especificidades locais e as
necessidades do trabalho real.

100
POLÍTICA NACIONAL DE INFORMAÇÃO E INFORMÁTICA EM SAÚDE - PNIIS

▪ Norteie as ações de tecnologia da informação e comunicação (TIC) de todo o sistema de saúde


▪ Em 2011, o Ministério da Saúde (MS) redefiniu o Comitê de Informação e Informática em Saúde (CIINFO)
- funções diretivas, normativas e fiscalizadoras
▪ OBJETIVO: Sistema Nacional de Informação em Saúde (SNIS) articulado e que produza informações para
os cidadãos, a gestão, a prática profissional, a geração de conhecimento e o controle social

▪ Política Nacional de Informação e Informática em Saúde deve capaz de subsidiar os processos de


produção e difusão do conhecimento, gestão, organização da atenção à saúde e controle social, tornou-
se um objetivo setorial do Ministério da Saúde e de suas vinculadas.
▪ As informações em saúde são INSUMOS potenciais para usuários e profissionais de saúde, bem como
também servem para subsidiar processos de gestão, vigilância e atenção à saúde.
▪ São importantes para usuários, Profissionais de saúde, Atenção à saúde (identificar problemas
individuais e coletivos), Assistência à saúde, Vigilância à saúde (Analisar, diagnosticar e realizar
monitoramento epidemiológico) e Gestão
▪ As três esferas de governo, em articulação com seus gestores da área de informação e informática em
saúde e demais atores, deverão congregar e coordenar esforços institucionais, bem como definir fontes
de financiamento no sentido de concretizar a implementação desta Política no sistema de saúde
brasileiro.

CONCEITOS IMPORTANTES

▪ Cartão Nacional de Saúde - Sistema de identificação comum, integrando usuários, profissionais e


estabelecimentos de saúde.
▪ Controle Social - Práticas de participação e fiscalização da população nos processos deliberativos
relacionados à formulação de políticas de saúde e de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).
▪ e-Gov → Governo Eletrônico
▪ e-Saúde → Qualquer aplicação de Internet, utilizada em conjunto com outras tecnologias de informação,
focada na melhoraria do acesso, da eficiência, da efetividade e da qualidade dos processos clínicos e
assistenciais necessários a toda a Cadeia de Atendimento à Saúde

101
▪ Telessaúde - Uso de tecnologias de informação e comunicação para prestar serviços de saúde a distância,
passar conhecimentos e informações, quebrando as barreiras geográficas, temporais, sociais e culturais.
Engloba os sistemas de internet ou de e-saúde, e também as aplicações baseadas em vídeo.

GESTÃO PÚBLICA EM SAÚDE - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE APOIO À GESTÃO EM SAÚDE


(2016)

▪ Apresentação do Sistemas de Informação em Saúde (SIS)


▪ Sistemas de Informação em Saúde – é um conjunto de componentes que atuam de forma integrada, por
meio de mecanismos de coleta, processamento, análise e transmissão da informação necessária e
oportuna para implementar processos de decisões no Sistema de Saúde.

Principais categorias de informação que devem estar ao alcance das gerências das três esferas
de gestão

1) Demográfico/econômico-social e cutural – censo


2) Eventos vitais - registro de nascimentos vivos, nascimentos mortos, óbitos etc.
3) Morbidade - Permite o registro de doenças por sexo, idade, procedimentos médicos, raça, nacionalidade,
procedência e outras variáveis de interesse clínico, epdemiológico, social, econômico e cultural.
4) Classificação Internacional de Doenças – Agrupa as doenças ou eventos segundo as características
semelhantes apresentadas, criando-se a nomeclatura de doenças e sua classificação
5) Avaliação hospitalar - % de ocupação
6) Produção dos serviços – numero de consultas
7) Qualidade – sistemas de avaliação
8) Administrativo - Gestão financeira/orçamento

102
Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI)

• Permite a avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou epidemias, a partir do registro dos
imunobiológicos aplicados e do quantitativo populacional vacinado, agregados por faixa etária, período
de tempo e área geográfica.
• Controle do estoque

Sistemas de Informações para a Gestão do Trabalho em Saúde

o Banco de dados dos Conselhos Profissionais (CONPROF) dispõe de informações sobre os conselhos
federais e regionais de saúde dos conselhos das profissões que compõem a equipe de saúde.

103
o O Sistema de Informação e Gestão de Recursos Humanos (SIG-RHS)

Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops)

▪ Subsidia o planejamento, a gestão, a avaliação e o controle social do financiamento e do gasto público em


saúde nas três esferas de governo

Sistema de Informações em Saúde da Atenção Básica (SISAB) e o e-SUS

▪ Dados de produção, realizado pela equipe das Unidades de Saúde, e sistematizar dados coletados nas
visitas às comunidades, realizadas pelos agentes comunitários de saúde e Equipe de Saúde da Família.
▪ O sistema de software público e-SUS AB é um sistema de apoio à gestão do processo de trabalho.

Sala de Apoio à Gestão Estratégica - SAGE/SUS – agrupa indicadores de vários sistemas de


informação.

Sistema de Pactuação dos Indicadores – SISPACTO - sistema que permite o registro de metas
pactuadas por municípios, regiões de saúde, estados e Distrito Federal

Sistema de Apoio à Construção do Relatório de Gestão – SARGSUS - Trata-se de uma ferramenta


eletrônica fundamental ao ciclo de planejamento vigente no SUS - elaboração e envio do Relatório Anual
de Gestão (RAG) ao Conselho de Saúde.

EXERCÍCIOS
1) AOCP - 2018 - Prefeitura de Belém - PA - Agente de Vigilância Sanitária - No Sistema de Informação Hospitalar
do SUS (SIH-SUS), qual é o instrumento de registro padrão?
a) Documento de Entrada Hospitalar.
b) Registro Informativo Hospitalar.
c) Autorização de Internação Hospitalar.
d) Ficha de Cadastro Hospitalar.
e) Boletim Informativo Hospitalar.

2) FUNCAB - 2016 - EMSERH – Psicólogo - O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES é um dos
sistemas de informação do SUS que possibilita acessar dados acerca da(o):
a) quantidade de internações hospitalares.
b) valor dos procedimentos ambulatoriais.
c) quantidade de leitos de um hospital.
d) total de procedimento de alta complexidade.
e) valor dos procedimentos hospitalares.

3) VUNESP - 2020 - EBSERH - Assistente Administrativo - O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM)
a) tem como fonte de dados os atestados de óbito.
b) fornece dados sobre óbitos, desde que decorrentes de causas naturais.
c) tem várias fontes de dados, entre as quais a dos hospitais.
d) se confunde com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
e) é alimentado por um órgão federal.

4) FUNCAB - 2015 - SES-MG - Vigilância em Saúde - Médico Veterinário - A Secretaria de Vigilância em Saúde -
SVS/MS é a gestora responsável pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) em todo o país. O
SINASC foi implantado oficialmente a partir de 1990, com o objetivo de coletar dados sobre os nascimentos
informados em todo o território nacional e fornecer dados sobre natalidade para todos os níveis do Sistema de
Saúde. Assinale a seguir a alternativa que apresenta algumas das principais variáveis presentes no SINASC:
a) tipo de parto (vaginal ou cesário) e local de residência do pai e da mãe.
b) Local de nascimento e profissional que realizou o parto.
c) estado civil e idade da mãe.
104
d) índice de APGAR e teste do pezinho.

5) CESPE - 2004 - TRE-AL - Técnico de enfermagem: O Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), o
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN)
e o Sistema de Informações sobre Ações Básicas (SIAB) são exemplos de sistemas de informação que interessam
à vigilância epidemiológica no Brasil
CERTO ou ERRADO

GABARITO

1) C 2)C 3)A 4)C 5)CERTO

SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (SNVE) PORTARIA CONSOLIDAÇÃO Nº 4/2017 –


ANEXO V

Anexo V
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) (Origem: PRT MS/GM 204/2016)

CAPÍTULO I
DA LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS, AGRAVOS E EVENTOS DE SAÚDE PÚBLICA

Seção I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, CAPÍTULO I)

Art. 1º Este Anexo define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de
saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do Anexo 1 do
Anexo V . (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 1º)

Art. 2º Para fins de notificação compulsória de importância nacional, serão considerados os seguintes
conceitos: (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º)

I - agravo: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas,
tais como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões decorrentes de violências
interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada; (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, I)

II - autoridades de saúde: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e
Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS);
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, II)

III - doença: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa
representar um dano significativo para os seres humanos; (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, III)

IV - epizootia: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde
pública; (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, IV)

V - evento de saúde pública (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a
ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão
clínicoepidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a
gravidade, a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de
desastres ou acidentes; (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, V)

105
VI - notificação compulsória: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos,
profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência
de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no Anexo 1 do Anexo V ,
podendo ser imediata ou semanal; (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, VI)

VII - notificação compulsória imediata (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro)
horas, a partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de
comunicação mais rápido disponível; (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, VII)

VIII - notificação compulsória semanal (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir
do conhecimento da ocorrência de doença ou agravo; (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, VIII)

IX - notificação compulsória negativa: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo


estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identificado
nenhuma doença, agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória; e (Origem:
PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, IX)

X - vigilância sentinela: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico para
a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação
facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS).
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 2º, X)

Seção II
DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, CAPÍTULO II)

Art. 3º A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de saúde ou


responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam assistência ao paciente, em conformidade
com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 3º)

§ 1º A notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo, de


acordo com o estabelecido no Anexo 1 do Anexo V , observando-se, também, as normas técnicas estabelecidas
pela SVS/MS. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 3º, § 1º)

§ 2º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à autoridade


de saúde competente também será realizada pelos responsáveis por estabelecimentos públicos ou privados
educacionais, de cuidado coletivo, além de serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais e instituições de
pesquisa. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 3º, § 2º)

§ 3º A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória pode ser
realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento. (Origem: PRT MS/GM
204/2016, Art. 3º, § 3º)

Art. 4º A notificação compulsória imediata deve ser realizada pelo profissional de saúde ou responsável
pelo serviço assistencial que prestar o primeiro atendimento ao paciente, em até 24 (vinte e quatro) horas desse
atendimento, pelo meio mais rápido disponível. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 4º)

Parágrafo Único. A autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata deverá informa-la,
em até 24 (vinte e quatro) horas desse recebimento, às demais esferas de gestão do SUS, o conhecimento de
qualquer uma das doenças ou agravos constantes no Anexo 1 do Anexo V . (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art.
4º, Parágrafo Único)

106
Art. 5º A notificação compulsória semanal será feita à Secretaria de Saúde do Município do local de
atendimento do paciente com suspeita ou confirmação de doença ou agravo de notificação compulsória. (Origem:
PRT MS/GM 204/2016, Art. 5º)

Parágrafo Único. No Distrito Federal, a notificação será feita à Secretaria de Saúde do Distrito Federal.
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 5º, Parágrafo Único)

Art. 6º A notificação compulsória, independente da forma como realizada, também será registrada em
sistema de informação em saúde e seguirá o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS
estabelecido pela SVS/MS. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 6º)

Seção III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
(Origem: PRT MS/GM 204/2016, CAPÍTULO III)

Art. 7º As autoridades de saúde garantirão o sigilo das informações pessoais integrantes da notificação
compulsória que estejam sob sua responsabilidade. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 7º)

Art. 8º As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação
compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral. (Origem: PRT MS/GM
204/2016, Art. 8º)

Art. 9º A SVS/MS e as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios divulgarão, em
endereço eletrônico oficial, o número de telefone, fax, endereço de e-mail institucional ou formulário para
notificação compulsória. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 9º)

Art. 10. A relação das doenças e agravos monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades
sentinelas e suas diretrizes constarão em ato específico do Ministro de Estado da Saúde. (Origem: PRT MS/GM
204/2016, Art. 11)

Art. 11. A relação das epizootias e suas diretrizes de notificação constarão em ato específico do Ministro de
Estado da Saúde. (Origem: PRT MS/GM 204/2016, Art. 12)

CAPÍTULO II
DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Art. 12. Fica instituído o serviço de notificação compulsória de violência contra a mulher. (Origem: PRT
MS/GM 2406/2004, Art. 1º)

§ 1º Os serviços de referência serão instalados, inicialmente, em municípios que possuam capacidade de


gestão e que preencham critérios epidemiológicos definidos. (Origem: PRT MS/GM 2406/2004, Art. 1º, § 1º)

§ 2º Os serviços de que trata o caput deste artigo serão monitorados e avaliados pela Secretaria de
Vigilância em Saúde/MS, sendo que, a partir desse processo, será programada sua expansão. (Origem: PRT MS/GM
2406/2004, Art. 1º, § 2º)

Art. 13. Fica aprovada, na forma do Anexo 2 do Anexo V , Ficha de Notificação compulsória de Violência
Contra a Mulher e Outras Violências Interpessoais, que será utilizada em todo o território nacional. (Origem: PRT
MS/GM 2406/2004, Art. 2º)

Art. 14. A notificação compulsória de violência contra a mulher seguirá o seguinte fluxo: (Origem: PRT
MS/GM 2406/2004, Art. 3º)

107
I - o preenchimento ocorrerá na unidade de saúde onde foi atendida a vítima; (Origem: PRT MS/GM
2406/2004, Art. 3º, I)

II - a Ficha de Notificação é remetida ao Serviço de Vigilância Epidemiológica ou serviço correlato da


respectiva Secretaria Municipal de Saúde, onde os dados serão inseridos em aplicativo próprio; e (Origem: PRT
MS/GM 2406/2004, Art. 3º, II)

III - as informações consolidadas serão encaminhadas à Secretaria de Estado de Saúde e, posteriormente, à


Secretaria de Vigilância em Saúde/MS. (Origem: PRT MS/GM 2406/2004, Art. 3º, III)

Art. 15. A Secretaria de Vigilância em Saúde, em conjunto com a Secretaria de Atenção à Saúde, do
Ministério da Saúde, definirão as diretrizes e os mecanismos de operacionalização dos serviços. (Origem: PRT
MS/GM 2406/2004, Art. 4º)

Art. 16. Fica delegada competência ao Secretário de Vigilância em Saúde para editar, quando necessário,
normas regulamentadoras deste Capítulo. (Origem: PRT MS/GM 2406/2004, Art. 5º)

CAPÍTULO III
DA RELAÇÃO DAS EPIZOOTIA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E SUAS DIRETRIZES PARA NOTIFICAÇÃO

Art. 17. Este Capítulo define a relação das epizootias de notificação compulsória e suas diretrizes para
notificação em todo o território nacional. (Origem: PRT MS/GM 782/2017, Art. 1º)

Art. 18. A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória à
autoridade de saúde competente será realizada por profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos
e privados de saúde, além de estabelecimentos públicos ou privados educacionais, unidades laboratoriais e
instituições de pesquisa. (Origem: PRT MS/GM 782/2017, Art. 2º)

Parágrafo Único. A comunicação de doença, agravo ou evento de saúde pública de notificação compulsória
pode ser realizada à autoridade de saúde por qualquer cidadão que deles tenha conhecimento ou por
estabelecimentos públicos ou privados relacionados ao manejo de animais, na forma do Anexo 3 do Anexo V .
(Origem: PRT MS/GM 782/2017, Art. 2º, Parágrafo Único)

Art. 19. As autoridades de saúde garantirão a divulgação atualizada dos dados públicos da notificação
compulsória para profissionais de saúde, órgãos de controle social e população em geral. (Origem: PRT MS/GM
782/2017, Art. 3º)

Art. 20. A SVS/MS, as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios divulgarão, em
endereço eletrônico oficial, o número de telefone, fax, endereço de e-mail institucional ou formulário para
notificação compulsória. (Origem: PRT MS/GM 782/2017, Art. 4º)

Art. 21. A SVS/MS publicará normas complementares relativas aos fluxos, prazos, instrumentos, definições
de casos suspeitos e confirmados, funcionamento dos sistemas de informação em saúde e demais orientações
técnicas para o cumprimento e operacionalização deste Capítulo. (Origem: PRT MS/GM 782/2017, Art. 5º)

DICA DA MARI: Como estudar conceitos? Escolhendo de cada coisa APENAS as palavras mais importantes, ou seja,
PALAVRAS CHAVE.

108
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) AOS 30 ANOS

Resumo: Com o objetivo de dialogar com alguns estudos e perguntas acerca do SUS, ao completar 30 anos, o
artigo apresenta um balanço de vetores positivos, obstáculos e ameaças, sublinhando a falta de prioridade pelos
governos, o subfinanciamento e os ataques perpetrados pelas políticas do capital. Ressalta a financeirização da
saúde vinculada à dominância financeira como uma das maiores ameaças ao SUS. Conclui que o SUS não está
consolidado, justificando alianças entre forças democráticas, populares e socialistas, com novas estratégias, táticas
e formas organizativas para enfrentar o poder do capital e de seus representantes na sociedade e no Estado.

Palavras-chave: Sistema Único de Saúde, Políticas de saúde, Reforma sanitária brasileira

Introdução

Os projetos Democrático-popular e Esperança e Mudança, formulados na transição democrática, não foram


privilegiados pelas forças políticas que tiveram a oportunidade histórica de ocupar o governo federal após a
promulgação da Constituição Cidadã1. O golpe do capital, urdido desde 2014 através da mídia, de segmentos da
classe média e do Parlamento, com a chancela do Judiciário, rompeu o pacto social estabelecido no final da
ditadura, atacou a democracia e suprimiu um conjunto de direitos civis, sociais e políticos.
A falta de prioridade ao SUS e os ataques visando ao seu desmonte foram reforçados pela crise econômica,
pelas políticas de austeridade fiscal e, especialmente, pela Emenda Constitucional 95 (EC-95/2016) que congela o
orçamento público durante vinte anos2. Assim, o governo Temer deu continuidade e aprofundou a hegemonia
contrária ao SUS, tornando-o ainda mais reduzido, com o risco de se tornar um simulacro.
O fato concreto é que o SUS foi implantado, mas não se encontra consolidado. Pesquisas recentes3-5 estão
apontando fenômenos mais complexos no âmbito da saúde do que as análises de conjunturas permitem indicar,
de modo a estimular diversas perguntas: a) quais os vetores positivos que têm sustentado o SUS? b) quais têm sido
os obstáculos e as ameaças? c) quais são as alternativas que se apresentam? d) como ampliar as bases de apoio
sociais e políticas? e) O SUS vai acabar? f) que estratégias e táticas podem ser acionadas para viabilizar a sua
consolidação?
O objetivo deste artigo de opinião é dialogar com alguns desses estudos e perguntas acerca do SUS ao
completar 30 anos.

Quais os vetores positivos que têm sustentado o SUS?

Inspirado em valores como igualdade, democracia e emancipação, o SUS está inserido na Constituição, na
legislação ordinária e em normas técnicas e administrativas. O Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB)
que lhe sustenta é composto por entidades com mais de quatro décadas de história e de compromisso com a
defesa do direito universal à saúde, a exemplo do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e da Associação
Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Conta com o apoio de outras organizações como a Associação Brasileira de
Economia da Saúde (Abres), a Rede-Unida, os conselhos de saúde (nacional, estaduais e municipais), a Associação
Nacional do Ministério Público em Defesa da Saúde (Ampasa), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(Conasems), o movimento popular de saúde, entre outras.
O SUS dispõe de uma rede de instituições de ensino e pesquisa como universidades, institutos e escolas de
saúde pública que interage com as secretarias estaduais e municipais, Ministério da Saúde, agências e fundações.
Essa rede contribui para a sustentabilidade institucional, pois possibilita que um conjunto de pessoas adquiram
conhecimentos, habilidades e valores vinculados aos princípios e diretrizes do SUS. Muitas dessas pessoas
sustentam o SUS, mesmo em conjunturas difíceis, tornando-se militantes de sua defesa. A formação de sanitaristas
e de outros trabalhadores em universidades e escolas assegura a reprodução e disseminação de informações e
conhecimentos, além da apropriação de poder técnico.
O Brasil empreendeu a descentralização de atribuições e de recursos, ampliando a oferta e o acesso aos
serviços e ações, com impacto nos níveis de saúde. Essa diretriz constitucional, com comando único em cada
esfera de governo, foi implementada em menos de uma década para 27 unidades da federação e quase 5.600
municípios, garantindo a participação da comunidade através de conferências e conselhos, bem como criando

109
instâncias de pactuação, a exemplo das comissões intergestoras tripartite e bipartite. Esse processo de construção
do SUS tem gerado entusiasmo e compromisso de trabalhadores da saúde vinculados às secretarias e ao
Ministério, apesar das limitações impostas pela gestão do trabalho nas três esferas de governo que geram
insatisfações nos serviços públicos.
Uma engenharia político-institucional criativa possibilitou a elaboração de normas operacionais básicas, pactos,
programação pactuada integrada, plano de desenvolvimento da regionalização e plano diretor de investimentos
que contribuíram para a sustentabilidade institucional do SUS e para a sua materialidade expressa em
estabelecimentos, equipes, equipamentos e tecnologias. Daí o legado de avanços no sistema de vigilância em
saúde, na vigilância sanitária, na assistência farmacêutica, nos transplantes, no SAMU e no controle do tabagismo,
do HIV/ AIDS e da qualidade do sangue. O Programa Nacional de Imunizações é o maior do mundo, induzindo a
autossuficiência de imunobiológicos.
Merece destaque a atenção primária em saúde, vinculando cerca de 60% da população brasileira às equipes de
Saúde da Família.
O país avançou no desenvolvimento de sistemas de informação em saúde, a exemplo dos referentes à
mortalidade, às internações hospitalares e aos agravos de notificação, importantes para o monitoramento e
avaliação de políticas, planos e programas.
Cabe, ainda, destacar o reconhecimento formal do direito à saúde que tem possibilitado a difusão dessa
conquista na sociedade, seja nas manifestações da cidadania e na mídia, seja nos processos de judicialização
relevantes do ponto de vista cultural, pois podem evoluir para uma consciência sanitária crítica.

Quais são os obstáculos e ameaças ao SUS?

Em termos ideológicos, os valores dominantes na sociedade brasileira tendem mais para a diferenciação, o
individualismo e a distinção do que para a solidariedade, a coletividade e a igualdade. Esse aspecto negativo é
agravado pelas limitadas bases sociais e políticas do SUS que não conta com a força de partidos, nem com o apoio
de trabalhadores organizados em sindicatos e centrais para a defesa do direito à saúde inerente à condição de
cidadania, tal como ocorrera em países europeus que optaram pelo Estado de Bem-Estar Social.
O SUS sofre resistências de profissionais de saúde, cujos interesses não foram contemplados pelas políticas de
gestão do trabalho e educação em saúde. Além da crítica sistemática e oposição da mídia, o SUS enfrenta grandes
interesses econômicos e financeiros ligados a operadoras de planos de saúde, a empresas de publicidade e a
indústrias farmacêuticas e de equipamentos médico-hospitalares.
O predomínio da doutrina do neoliberalismo justamente no período de implantação do SUS, com as limitações
do Welfare State nos países europeus e a crise econômica de 2008, representam um sério obstáculo para o
desenvolvimento de sistemas universais de saúde. Do mesmo modo, a proposta político-ideológica da Cobertura
Universal em Saúde, patrocinada por organismos internacionais, só faz reforçar tal doutrina e fragilizar os valores
civilizatórios do SUS.
Apesar de a Constituição proclamar a saúde como direito de todos e dever do Estado, o Estado brasileiro
através dos poderes executivo, legislativo e judiciário, não tem assegurado as condições objetivas para a
sustentabilidade econômica e científico-tecnológica do SUS. Problemas de gestão como a falta de
profissionalização, o uso clientelista e partidário dos estabelecimentos públicos, número excessivo de cargos de
confiança, burocratização das decisões e descontinuidade administrativa, têm sido destacados, embora as
alternativas acionadas impliquem a desvalorização dos trabalhadores de saúde, através das terceirizações e da
precarização do trabalho.
Outros aspectos negativos na construção do SUS podem ser identificados nas políticas de medicamentos e de
assistência farmacêutica, no controle do Aedes e na segurança e qualidade do cuidado. A insuficiência da
infraestrutura pública, a falta de planejamento ascendente, as dificuldades com a montagem de redes na regio-
nalização e os impasses para a mudança dos modelos de atenção e das práticas de saúde também comprometem
o acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde. Verifica-se a reprodução do modelo médico
hegemônico, centrado mais na doença que na saúde, no tratamento que na prevenção ou promoção, no hospital e
nos serviços especializados, e menos na comunidade, no território e na atenção básica.
Durante muito tempo o subfinanciamento crônico era identificado como um dos maiores obstáculos para o
SUS. Diversas iniciativas foram adotadas para contorná-lo, a exemplo da Contribuição Provisória de Movimentação
Financeira, da EC-29/2000 e do movimento Saúde+10, mas não alteraram, efetivamente, a estrutura do
financiamento, de modo que o gasto público, como percentagem do Produto Interno Bruto destinado a saúde,
continuou inferior à proporção do gasto privado.
110
Com insuficientes recursos o SUS enfrenta problemas na manutenção da rede de serviços e na remuneração de
seus trabalhadores, limitando os investimentos para a ampliação da infraestrutura pública. Diante dessa realidade,
a decisão de compra de serviços no setor privado torna-se fortalecida e a ideologia da privatização é reforçada.
Prevalece, assim, um boicote passivo através do subfinanciamento público e ganha força um boicote ativo, quando
o Estado premia, reconhece e privilegia o setor privado com subsídios, desonerações e sub-regulação. O executivo
assegura um padrão de financiamento para o setor privado com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social e da Caixa Econômica Federal, bastante distinto em relação às instituições públicas do SUS.
Essa ação estatal através dos boicotes pelas vias do executivo, do legislativo e do judiciário comprometeu a vigên-
cia da concepção de seguridade social, além de facilitar a privatização da saúde. Com a aprovação da EC-95/2016,
o subfinanciamento crônico do SUS fica constitucionalizado, cristalizando as dificuldades acumuladas desde 19884.
Os obstáculos acima mencionados geralmente se apresentam nas discussões sobre o SUS, negligenciando a
articulação público-privada predatória onde os interesses privados predominaram nesses 30 anos. Entretanto,
como essa ameaça do capital não é tão visível como as filas, a falta de profissionais ou o acesso aos medicamentos,
tem sido menos problematizada e investigada.
A privatização da saúde que esteve presente na evolução das políticas públicas, mesmo antes do SUS,
apresenta distintas configurações decorrentes dos movimentos e circuitos do capital no setor. Atualmente, a
articulação público-privada exibe novas facetas, sob a forma de financeirização da saúde vinculada à dominância
financeira 5. Pesquisas recentes3-5 dão conta da complexidade dessa nova fase da articulação público-privada,
com a venda de empresas, seus ativos e carteiras de clientes, aprofundando a intermediação entre prestadores e
consumidores, assim como novas relações entre aparelhos do Estado e o capital financeiro (inclusive
internacional)5. Essa determinação econômica representa a maior ameaça à consolidação do SUS.

Quais são as alternativas que se apresentam?

A defesa do SUS constitucional e do SUS proposto pela Reforma Sanitária Brasileira (RSB) indica alternativas
contrárias à segmentação e à americanização do sistema de saúde brasileiro. O SUS realmente existente, com
todas as suas dificuldades e fragilidades, produziu conquistas e resultados significativos nessas três décadas. A sua
institucionalidade pode ser realçada pelos seus gestores, pelo Ministério Público, conselhos de saúde e
trabalhadores, favorecendo a resistência contra o seu desmonte.
As alternativas a serem acionadas não são definidas no âmbito da técnica, reiterando-se a tese de que o maior
desafio do SUS é político. Desse modo, para além das ações que podem ser realizadas no interior da sociedade
civil, há que se reconhecer a necessidade de atuação na sociedade política, ou seja, no Estado e nos seus aparelhos
e instituições. Isso significa a possibilidade de atuar junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem
como nos aparelhos de hegemonia.
No caso do Executivo, independentemente da atuação de profissionais e trabalhadores nas instituições do SUS
nos níveis municipal, estadual e federal, a definição de alternativas pensadas para serem viabilizadas passam,
necessariamente, pelos propósitos e pela ação de governos. Assim, as eleições sempre representam uma
oportunidade de discutir as alternativas nos programas dos candidatos, a despeito das circunstâncias adversas,
seja no âmbito federal, seja no nível das unidades federadas.
Nessa perspectiva, é possível conceber algum diálogo em defesa do SUS constitucional e do SUS democrático
nas eleições junto às forças e candidaturas da esquerda e da centro-esquerda, com alguma incursão no centro do
espectro político. Já a centro-direita e a direita, sendo vitoriosas no nível federal ou estadual tendem a inviabilizar
alternativas, pois seu compromisso tem sido com o desmonte do SUS. Portanto, a construção de um amplo bloco
democrático, popular e socialista em defesa da RSB e do SUS merece ser incluída na agenda política das forças
progressistas.

Como ampliar as bases sociais e políticas para a sustentação do SUS?

Desde as origens do movimento sanitário sempre esteve presente a preocupação com as bases de
sustentação política para a RSB/SUS. O empenho no envolvimento das entidades de saúde, sindicatos e segmentos
populares foi muito debatido. Partidos políticos e parlamentares ligados às forças democráticas foram acionados
no processo constituinte e na elaboração e aprovação da Lei Orgânica da Saúde. A instalação e o funcionamento
da Plenária da Saúde representou um espaço de articulação entre essas forças, configurando um saldo
organizativo para a implantação do SUS.

111
O protagonismo exercitado pelo Conass e pelo Cosasems a partir da década de noventa, junto à instalação dos
conselhos estaduais e municipais, permitiu ampliar a base de apoio ao SUS. Presentemente, o Conselho Nacional
de Saúde (CNS) tem demonstrado um ativismo significativo, mobilizando grupos sociais e confrontando certas
iniciativas do governo. Do mesmo modo, a expansão dos gestores municipais de saúde tem reforçado essas bases
sociais e políticas.
Ainda assim, o golpe de 2016 incidiu sobre a correlação de forças a ponto de parte desses sujeitos passar a
apoiar iniciativas do Ministério da Saúde criticadas pelo movimento sanitário. Se não é conveniente jogá-los no
colo dos golpistas, também não é pertinente contar a priori com a suposição do seu apoio, apenas considerando a
parceria positiva do passado. Daí a necessidade de manter pontes de diálogo para que as contradições possam ser
explicitadas e os conflitos trabalhados.
Considerando as peculiaridades da revolução passiva no Brasil que invadiu o processo da RSB, torna-se
fundamental constituir sujeitos da práxis (sujeitos da resistência, novos servidores públicos, sujeitos
transformadores), individuais e coletivos, capazes de defender o SUS, e sujeitos da antítese aptos em desequilibrar
o binômio da conservação-mudança a favor das transformações, radicalizando a democracia e a RSB6.
A constituição de sujeitos não se restringe à dimensão pedagógica, podendo se realizar em diferentes níveis
(trabalho, militância e lutas sociais). Para além dos movimentos sociais progressistas e das entidades do MRSB
(Cebes, Abrasco, Rede Unida, Abres, etc.), a conjuntura pós-golpe de 2016 ensejou a construção da Frente Povo
sem Medo e da Frente Brasil Popular, entre outras iniciativas, que tem possibilitado mobilizações e articulação
política contra o retrocesso e os ataques à democracia, em torno da bandeira Nenhum Direito a Menos. Tais
movimentos tendem a se expressar no processo eleitoral e na configuração das forças políticas que conquistarem
espaços nos âmbitos federal e estadual.

O SUS vai acabar?

Esta é uma pergunta sempre presente em debates com interessados. Apesar dos ataques e golpes sofridos,
incluindo os boicotes do Estado Brasileiro, não é plausível a extinção do SUS. Além da força relativa dos seus
defensores e militantes, existe um conjunto de interesses vinculados ao capital, ao próprio Estado e às classes
dominantes que apontam para a sua manutenção, seja como meio de legitimação ou cooptação, seja como lócus
de acumulação, circulação e expansão do capital. A articulação público-privada no âmbito da saúde engendrada no
Brasil possibilitou um fortalecimento econômico e político das empresas privadas em detrimento do interesse
público e independente da Constituição e das leis.
Mesmo admitindo que não haja política irreversível, a agenda desses representantes do capital não contempla
a extinção do SUS. Pelo contrário, o SUS realmente existente tem sido orgânico aos seus negócios e não há porque
matar a galinha dos ovos de ouro. Este SUS real que em parte se apresenta como SUS para pobres já faz parte do
senso comum de gestores, políticos, mídia, profissionais de saúde e, até mesmo, da população. Ele pode se
reproduzir no presente e no futuro, mesmo que restrito, na dependência da dinâmica e da expansão do capital,
assim como das respostas do movimento sanitário.
Voltado fundamentalmente para a parte da população mais pobre que não tem acesso ao mercado e limitado na
atuação típica de saúde pública como a prevenção e o controle de riscos, danos e epidemias, trata-se de um SUS
reduzido. Assegurando a realização de procedimentos de alto custo para o setor privado5, distancia-se do SUS
constitucional e do SUS democrático proposto pela RSB1. Significa um arremedo ou simulacro do SUS.

Que estratégias e táticas que podem ser acionadas para viabilizar a consolidação do SUS?

Esta é uma pergunta das mais relevantes a exigir certa reflexão. Seguramente é uma das mais difíceis em
termos de resposta. Primeiro, porque não é qualquer sujeito ou ator capaz de definir um desenho estratégico. Essa
práxis – pensamento e ação – exige não só legitimidade de quem indica as estratégias e aponta as táticas, mas
especialmente a capacidade de realizar as análises concretas da situação e de ter o insight político acerca do
momento mais indicado para a organização e a intervenção sobre a realidade. A experiência e as habilidades
acumuladas são fundamentais para o alcance da efetividade da atuação. Segundo, porque não é qualquer
intelectual ou indivíduo isolado que se pode arvorar a responder essa questão, mas sim sujeitos coletivos como
partidos políticos ou outras organizações que disponham de acúmulos históricos e capacidade de iniciativa para a
ação. São eles que lidam com a dialética da transparência/opacidade e são capazes de escolher a dose adequada
de um e do outro termo da dicotomia, pois não cabe mostrar o jogo aos adversários.

112
No desenvolvimento do processo da RSB foram acionadas três vias estratégicas: a legislativo -parlamentar, a
técnico-institucional e a sociocomunitária. Presentemente, diante das limitações dos partidos e do protagonismo
dos movimentos sociais, a busca da hegemonia político-cultural e a luta pela radicalização da democracia implicam
a construção de equivalências entre agendas e sujeitos coletivos, para além da contradição capital-trabalho. Assim,
a atuação do Cebes desde a sua refundação em 2006 e, especialmente, o seu envolvimento nas Jornadas de Junho
e nas frentes populares depois do Golpe de 2016 recomenda a exploração de outras estratégias e táticas no pro-
cesso da RSB em defesa da democracia, do SUS e dos direitos sociais6.
Não bastam, porém, o proselitismo em defesa do SUS e a prática ideológica do movimento sanitário. Daí a
necessidade de reuniões periódicas do Fórum da RSB e a articulação progressiva com os conselhos nacional,
estaduais e municipais de saúde para o desenho de estratégias e o estabelecimento de táticas mais adequadas à
conjuntura, a despeito da participação limitada de partidos políticos.
Ao serem identificados movimentos do capital que articulam dimensões econômicas, políticas e ideológicas no
âmbito setorial, o arco de alianças e a unidade a serem perseguidos pelas forças democráticas, populares e
socialistas vão demandar instâncias organizativas de outra natureza para enfrentar o poder acumulado pelos
empresários e seus representantes na sociedade e nos aparelhos de Estado.
Portanto, unidade, agilidade e efetividade são fundamentais. A busca de formas organizativas mais orgânicas
pode sugerir a criação de uma secretaria executiva para que o Fórum da RSB possa atuar mais prontamente na
conjuntura, evitando que o movimento seja atropelado ou dirigido pelos fatos. Assim, alguns sinais recentes de
afastamento do Conass e do Conasems em relação ao movimento sanitário devem ser considerados e trabalhados,
politicamente, para que se recomponham pontes de diálogos em defesa da democracia, da RSB e do SUS.

Comentários finais

A retomada de um balanço sobre os vetores positivos, obstáculos e ameaças nesses 30 anos de SUS não
significa complacência com equívocos e descaminhos. Para além de fortalecer a motivação para a luta dos que
defendem o direito universal à saúde, a reflexão sobre estudos e perguntas poderá reforçar certas estratégias e
criar novas para a preservação do SUS.
Cumpre incidir sobre a correlação de forças, altamente desfavorável no presente, e acumular novas energias para
tempos mais propícios, sem desprezar a atuação aqui e agora, com novas formas organizativas. É esta prática
política que requer o melhor da militância e convoca para a ação em defesa do direito à saúde e do SUS. Se o
Estado sabota o SUS, resta à sociedade civil lutar pela RSB e por um sistema de saúde universal, público, de
qualidade e efetivo, cabendo ao movimento sanitário contribuir para imprimir um caráter mais progressista à
revolução passiva brasileira.

DICA DA MARI: FAÇA EXERCÍCIOS, POIS ELES FAZEM PARTE DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM!

EXERCÍCIOS MULTIPROFISSIONAL

2012 - 15) Lei 8142 dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde - SUS e sobre
as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. O Sistema Único de Saúde
contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias
colegiadas:
a) a câmara técnica e o colegiado gestor
b) o conselho de secretários e a câmara técnica
c) a conferência de saúde e o conselho de saúde
d) a conferência de saúde e os conselhos intersetoriais

16) A lei 8080 dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes. Estão incluídas no campo de atuação do Sistema Único de Saúde-

113
SUS a execução de ações de vigilância sanitária e epidemiológica. Entende-se por vigilância sanitária um conjunto
de ações capaz de:
a) proporcionar o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
e controle das doenças ou agravos
b) promover a proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa a recuperação e a reabilitação da saúde dos
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho
c) fiscalizar e controlar as condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio
de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentem riscos à saúde do trabalhador
d) eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.

17) O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto
sobre a situação de saúde da população brasileira. Entre as prioridades pactuadas encontram-se:
a) controle dos acidentes de trânsito
b) fortalecimento da atenção básica
c) reorganização da assistência especializada
d) combate as situações de violência

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


PROCESSO SELETIVO DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL E EM ÁREA – 2015
1 O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) em torno de prioridades
que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. As prioridades pactuadas são seis:
(A) Saúde do Idoso; Controle do câncer do colo do útero e da mama; Redução da mortalidade infantil e materna;
Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue,
hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da Saúde; Fortalecimento da Atenção Básica.
(B) Saúde do Idoso; Controle do câncer de próstata; Redução da mortalidade infantil e materna; Fortalecimento da
capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose,
malária e influenza; Promoção da Saúde; Fortalecimento da Atenção Básica e da vigilância sanitária.
(C) Saúde do Idoso; Controle do câncer do colo do útero e da mama; Redução da mortalidade infantil e materna;
Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue,
hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Controle do câncer de próstata; Fortalecimento da Rede Cegonha.
(D) Saúde do Idoso; Controle do câncer do colo do útero, da mama e de próstata; Redução da mortalidade infantil
e materna; Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue,
hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da Saúde; Fortalecimento da Atenção Básica.
(E) Saúde do Idoso e do Homem; Controle do câncer da mama e da próstata; Redução da mortalidade infantil e
materna; Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue,
hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da Saúde; Fortalecimento da Atenção Básica.

2 Um dos Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) é o(a)


(A) Integralidade de assistência, entendida como o acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência.
(B) Universalidade, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços curativos, coletivos,
exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema. (C) Conselho de Saúde.
(D) Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo.
(E) Universalidade, entendida como igualdade da assistência à saúde sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie.

3 A Direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o Inciso I do Art. 198 da Constituição Federal,
sendo exercida, no âmbito dos(da)
(A) União, Estado e Municípios, pelo Ministério da Saúde.
(B) Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou Órgão equivalente.
(C) Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou Órgão equivalente e Ministério Público. (D) Estados e do
Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou Órgão equivalente e Controle Social.
(E) Estados, do Distrito Federal e do Município pelo Ministério da Saúde.

114
4 A Lei n° 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema
Único de Saúde (SUS), sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá
outras providências. No Art. 4°, reza que, para receberem os recursos de que trata em seu Art. 3°, os Municípios,
os Estados e o Distrito Federal deverão contar com
(A) Fundo de Saúde; Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7de
agosto de 1990; plano de saúde; relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei
n° 8.080, de 19 de setembro de 1990; contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; comissão
de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.
(B) Fundo de Saúde; consórcio para execução de ações e serviços de saúde; contrapartida de recursos para a saúde
no respectivo orçamento; comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo
de dois anos para sua implantação.
(C) Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de
1990; contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; comissão de elaboração do Plano de
Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.
(D) Fundo de Saúde; Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de
agosto de 1990; plano de saúde; relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do Art. 33 da Lei
n° 8.080, de 19 de setembro de 1990; contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; comissão
de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação e
Consórcio para execução de ações e serviços de saúde.
(E) Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
plano de saúde; relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do Art. 33 da Lei n° 8.080, de 19
de setembro de 1990; contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; comissão de elaboração
do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.

5 A Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, institui que


(A) a representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será indicada pelo Secretário de Saúde.
(B) as Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e suas normas de funcionamento
definidas em nível Federal.
(C) o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de
Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde.
(D) a Conferência de Saúde reunir-se-á a cada dois anos com a representação dos vários segmentos sociais, para
avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
(E) o Conselho de Saúde, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço,
profissionais de saúde e usuários, atua, em caráter permanente e não deliberativo, na formulação de estratégias e
no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e
financeiros. As decisões desse Conselho serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada
esfera do governo.

GABARITO
15 – C 16 – D 17-B 1- A 2–D 3- B
4- A 5-C

PROVA UNIFRA RESIDENCIA REABILITAÇÃO FISÍCA – 2015/2016

6. O Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011 teve o importante papel de regular a estrutura organizativa do SUS,
o planejamento de saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, dentre outros aspectos, tão
necessários a sua consolidação e melhoria permanente. Sobre esse Decreto, assinale (V) verdadeiro ou (F) falso
nas alternativas a seguir:
( ) São consideradas Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os seguintes
serviços: atenção primária; atenção de urgência e emergência; atenção psicossocial; e especiais de acesso aberto.
( ) A Rede de Atenção à Saúde trata de um conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de
complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde.

115
( ) Entende-se por Região de Saúde o espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Estados
limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e
infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de organizar a distribuição dos serviços de saúde.
( ) O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde será ordenado pela atenção primária e deve ser
fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico, observadas as
especificidades previstas para pessoas com proteção especial, conforme legislação vigente. A sequência correta é
A) V - F - V - V. B) F - V - F - V. C) V - V - F - V. D) V - F - F - F. E) F - F - V - V.

9. São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS, especificamente no Capítulo I, Art. 5º, além de outras atribuições:
I. A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
II. A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a
realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
III. A formulação de políticas de saúde destinadas a promover nos campos econômico e social asseguram o acesso
universal e igualitária as ações e serviços de saúde.
Está(ão) correta(s)
A) apenas I.
B) apenas II.
C) apenas I e II.
D) I, II e III.
E) apenas II, III.

10. São princípios básicos do Sistema Única de Saúde, EXCETO:


A) Participação na comunidade
B) Integralidade
C) Universalização
D) Centralização
E) Equidade

11. O Pacto pela Saúde de 2006, expresso pela Portaria 399 de 2006, em seu componente Pacto de Gestão, prevê
blocos de financiamento para custeio das ações e serviços de saúde, os quais estão contemplados na alternativa:
A) Atenção básica, formação de recursos humanos em saúde, vigilância epidemiológica e atenção psicossocial.
B) Atenção básica, atenção de média e alta complexidade, vigilância em saúde, assistência farmacêutica e gestão
do SUS.
C) Vigilância em saúde, controle de endemias, urgência e emergência, assistência farmacêutica e gestão do SUS.
D) Promoção da saúde, controle de doenças emergentes e endêmicas, controle do câncer de colo uterino e de
mama e atenção básica.
E) Urgência e emergência, atenção básica, atenção de média e alta complexidade e educação em saúde.

12. No Decreto Presidencial n.º 7.508/2011, que regulamenta a Lei n.º 8.080/1990, está previsto que as ações e os
serviços de saúde estejam articulados em redes nas regiões de sa- úde. Sobre a definição de regiões de saúde,
assinale a opção correta.
A) Espaços descontínuos, definidos a partir das fronteiras geográficas de cada município, nos quais são
desenvolvidas ações de saúde.
B) Recortes territoriais inseridos em um espaço geográfico descontínuo, identificados pelos gestores municipais e
estaduais a partir de identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e infraestrutura de
transportes compartilhados do território.
C) Recortes territoriais identificados e definidos pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Saúde a
partir de identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e infraestrutura de transportes
compartilhados do território.
D) Espaços geográficos descontínuos identificados pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Saúde,
nos quais cada gestor estadual e municipal executa as ações de saúde que são de sua competência.
E) Recortes territoriais inseridos em um espaço geográ fico contínuo, identificados pelos gestores municipais e
estaduais a partir de identidades culturais, econômicas e sociais, de redes de comunicação e infraestrutura de
transportes compartilhados do território.

116
25. A Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema
Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Em
relação ao Conselho de Saúde, dentre as alternativas abaixo, assinale a alternativa INCORRETA.
A) O Conselho de Saúde consiste em um órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores
de serviço, profissionais de saúde e usuários.
B) A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos
demais segmentos.
C) O Conselho de Saúde consiste em um órgão deliberativo.
D) O Conselho de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para
avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis
correspondentes.
E) O Conselho de Saúde atua na formulação de estraté- gias e no controle da execução da política de saúde na
instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo
chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.

27. Considerando as atividades que garantem a saúde do trabalhador abordadas na Lei 8.080/90, assinale V
(verdadeiro) ou F (falso) em cada umas das afirmativas a seguir:
( ) Assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho.
( ) Avaliação do impacto que as tecnologias provocam à sa- úde do trabalhador.
( ) Participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos.
( ) Participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e
empresas públicas e privadas.
( ) A formulação e execução da política de sangue e seus derivados. A sequência correta é
A) V – V – F – V – V. B) V – V – V – F – F. C) V – V – F – V – F. D) F – F – V – F – V.
E) F – F – V – F – F.

28. Assinale a alternativa INCORRETA em relação aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS)
regulamentados pela Lei 8.080/90:
A) Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência.
B) Integralidade de assistência.
C) Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral.
D) Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
E) Os Municípios poderão constituir consórcios para desenvolver, em conjunto, as ações e os serviços de saúde
que lhes correspondam.

1) PETROBRAS- MÉDICO/2015: Segundo a NR 32, risco biológico é a(o)


A) presença de agentes biológicos no ambiente de trabalho
B) presença de microrganismos patogênicos no ambiente de trabalho
C) probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos
D) contato com agentes biológicos no ambiente de trabalho
E) contato com microrganismos patogênicos no ambiente de trabalho

GABARITO: 6-C 9-D 10-D 11-B 12-E 25-D 27-C 28-E 1-C

➔ EDITAIS 2019/2020 UFSM E FUNDATEC

117
ANEXO 2 – BIBLIOGRAFIA

‐ BIBLIOGRAFIA BLOCO A ‐

Temas comuns a todos os Programas de Residência em Área Profissional da Saúde, nas modalidades
Multiprofissional e Uniprofissional – Medicina Veterinária (1ª a 10ª questão)

1. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto nº. 7.508, de 28 de
junho de 2011. Dispõe sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a
assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. DOU, Brasilia, DF.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. ABC do SUS: Doutrinas e Princípios. 1990 Brasilia/DF.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização ‐ PNH. HumanizaSUS. 1ª Edição. 1ª
Reimpressão. Brasília‐DF, 2013.
4. CHARQUEIRO, L.T.P. et al. A Clínica Ampliada na Atenção Básica: contribuições do NASF na constituição de
linhas de cuidado. Boletim da Saúde, Porto Alegre, 25(2):77‐86, 2016.
5. FERTONANI, H.P. et al. Modelo assistencial em saúde: conceitos e desafios para a atenção básica
brasileira. Ciência & Saúde Coletiva, 20(6):1869‐1878, 2015.
6. PAIM, J.S. Reforma Sanitária Brasileira: expressão ou reprodução da revolução passiva? in: Sonia Fleury.
Teoria da Reforma Sanitária diálogos críticos. RJ, Ed. Fiocruz, 2018.
7. PAIM, J.S. Sistema Único de Saúde (SUS) aos 30 anos. Ciência & Saúde Coletiva, 23(6):1723‐1728, 2018.
8. TOASSI, R.F.C. (organizadora.) Interprofissionalidade e formação na saúde: onde estamos? 1. ed. – Porto
Alegre: Rede UNIDA, 2017.
9. VASCONCELOS, C.M.; PASCHE, D.F. O SUS em prespectiva; in: Tratado de Saúde Coletiva. Gastão Wagner de
Sousa Campos et al. 2ª ed. São Paulo: Hucitec, 2012.

‐ BIBLIOGRAFIA BLOCO B1 ‐

Temas transversais a todos os Programas da Residência em Área Profissional da Saúde, modalidade


Multiprofissional (11ª a 25ª questão)

1. BRASIL. Anexo V Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) (Origem: PRT MS/GM 204/2016) in
PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 4, DE 28 DE SETEMBRO DE 2017. Consolidação das normas sobre os
sistemas e os subsistemas do Sistema Único de Saúde.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Comissão Intergestores Tripartite. Resolução CIT n. 1, de
29 de setembro de 2011. Estabelece diretrizes gerais para a instituição de Regiões de Saúde no âmbito do
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3. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria Nº 1.208, DE 18 de junho de 2013. Dispõe
sobre a integração do Programa Melhor em Casa (Atenção Domiciliar no Âmbito do SUS) com o Programa
SOS Emergências, ambos inseridos nas Redes de Atenção às Urgências.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2.546, de 27 de outubro de 2011. Redefine
e amplia o Programa Telessaúde Brasil, que passa a ser denominado Programa Nacional Telessaúde Brasil
Redes (Telessaúde Brasil Redes). DOU, Brasília, DF.
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Nacional de Saúde. ‐ Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
7. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização ‐ PNH. HumanizaSUS. 1ª Edição. 1ª
Reimpressão. Brasília‐DF, 2013.
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2016.
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Gestão da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem
16
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Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
10. BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto nº. 7.508, de 28 de
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11. CARDOSO, M.L.M. et al. A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde nas Escolas de Saúde
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12. FLAKENBERG, M.B. et al. Educação em Saúde e Educação na Saúde: conceitos e implicações para a Saúde
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Isaías Cantóia Luiz; Maria Cristina Rodrigues Gil. ‐ São Luís, 2016.
14. Gestão pública em saúde: sistemas de informação de apoio à gestão em saúde/Paola Trindade Garcia;
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15. PAIM, J.S.; ALMEIDA‐FILHO, N. (orgs.). Saúde coletiva: teoria e prática 1.ed. 2014. Medbook, Rio de
Janeiro: 720pp.

‐ BIBLIOGRAFIA BLOCO B2 ‐

Temas transversais a todos os Programas da Residência em Área Profissional da Saúde, modalidade


Uniprofissional – Medicina Veterinária (11ª a 25ª questão)

1. BRASIL. Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde. Resolução CNRMS nº 2, de 13 de abril


de 2012. Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 16 abr. 2012. Seção I, p.24‐25.
2. BRASIL. Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde. Resolução CNRMS nº 2, de 13 de abril
de 2012. Dispõe sobre Diretrizes Gerais para os Programas de Residência Multiprofissional e em Profissional
de Saúde. Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 16 abr. 2012. Seção I, p.24‐25.
3. BRASIL. Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde. Resolução CNRMS nº5, de 7 de
novembro de 2014. Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 10 nov. 2014. Seção I, p.34.
4. BRASIL. Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde. Resolução CNRMS nº 3, de 17 de
fevereiro de 2011. Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 18 fev. 2011. Seção I, p.34.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Subsídios para a construção da Política Nacional
de Saúde Ambiental. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2007.
6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação‐Geral de Desenvolvimento da
Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume único. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
7. BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância Ambiental. Conselho Nacional de Saúde. Subsídios para construção
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Ministério da Saúde, 2009. 55p.
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estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS). Brasília, DF, 2017.
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ética do Médico Veterinário. 14p.
10.GREENE, C. E. Infectious diseases of the dog and cat. 4.ed. Saint Louis, Missouri : Elsevier, 2012. 1383p.
Chapter 20: Rabies and others Lyssavirus infections; Chapter 38: Canine brucellosis; Chapter 42:
Leptospirosis; Chapter 58: Histoplasmosis; Chapter 61: Sporotrichosis; Chapter 73: Leishmaniasis; Chapter 79:
Toxoplasmosis and Neosporosis.
11.MASTROENI, M. F. Biossegurança aplicada a laboratórios e serviços de saúde. 2ª edição, São Paulo: editora
Ateneu, 2005. 338p.
17
ANEXO V – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HUMANIZAÇÃO, SAÚDE COLETIVA; LEGISLAÇÃO, POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DO SUS


PROVA PARA TODAS AS PROFISSÕES

1. BONITA, R. BEAGLEHOLE, R. KJELLSTRÖM, T. Epidemiologia básica. [tradução e revisão científica Juraci A.


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implementação, Brasília, DF, 2018
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atenção à saúde / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2014. 171 p. – (CONASS
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articulação interfederativa e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/D7508.htm
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Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
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Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da
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Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cit/2017/res0023_18_08_2017.html
12. BRASIL. Ministério da Saúde. Núcleo de Apoio à Saúde da Família. v. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
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http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_39.pdf
13. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 1, de 28 de Setembro de 2017 – Consolidação das
normas sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde, a organização e o funcionamento do SUS. TÍTULO 1 –
Dos direitos e deveres dos usuários. TÍTULO II – Da organização: Capítulo II e Capítulo III (Art. 22 e 23). TÍTULO VII
– Dos sistemas de informação: Capítulo III - Seção I – Subseção I, II e V. Capítulo IV – Do cadastro Nacional de
estabelecimentos de Saúde – Seção I – Das disposições gerais. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0001_03_10_2017.htm
14. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de Setembro de 2017. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017_comp.html
15. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 3, de 28 de Setembro de 2017. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0003_03_10_2017_comp.html
16. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a
organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt4279_30_12_2010.html
17. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização.
Humaniza SUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção
à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – 4. ed. 4. reimp. – Brasília : Editora do Ministério da
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18. BRASIL. Ministério da Saúde.. RESOLUÇÃO Nº 32, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2017 – Estabelece as diretrizes para
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http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/janeiro/05/Resolu----o-CIT-n---32.pdf
19. BRASIL. Presidência da República. Lei complementar nº141, de 13 de janeiro de 2012. Regulamenta o §3º do art.
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22. CUNHA GT. A construção da clínica ampliada na atenção básica. São Paulo: Editora Hucitec; 2005.
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http://historico.redeunida.org.br/editora/biblioteca-digital/colecao-micropolitica-do-trabalho-e-o-cuidado-em-
saude/micropolitica-e-saude-pdf/view
24. GUIMARÃES, CF. O Coletivo na Saúde. Porto Alegre : Rede Unida, 2016. Disponível em:
http://historico.redeunida.org.br/editora/biblioteca-digital/serie-saude-coletiva-e-cooperacao-internacional/o-coletivo-
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26. MENDES, EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação
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Capítulo 5. Disponível em: http://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/livro_cronicas.pdf
27. MERHY, E.E. Saúde, a cartografia do trabalho vivo. São Paulo: Hucitec, 2002.
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https://ares.unasus.gov.br/acervo/bitstream/.../3con_ferra_epidemio_2016-2.pdf?
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Único de Saúde. Capítulo 2, itens 2.1, 2.2 e 2.3 e Capítulo 3. São Luiz, 2018.

PROFISSÃO: QUALQUER GRADUAÇÃO

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GESTÃO EM SAÚDE

1. ALMEIDA FILHO N, BARRETO ML (org). Epidemiologia & saúde: fundamentos, métodos, aplicações. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2011.
2. ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia sem números: uma introdução crítica à ciência epidemiológica. Rio de Janeiro:
Campus, 1989.
3. Amarante, Paulo (coord). Loucos pela vida – a trajetória da Reforma Psiquiátrica no Brasil. 2ª ed. 1995.
4. Arretche, M, 1995. Emergência e desenvolvimento do Welfare State: teorias explicativas. Disponível em:
http://anpocs.com/index.php/bib-pt/bib-39/452-emergencia-e-desenvolvimento-do-welfare-state-teorias-
explicativas/file
5. Ayres, J.R.C.M.. Sobre o risco: Para compreender a epidemiologia. São Paulo: Hucitec, 2002.
6. BARATA, R. B.; BARRETO, M.L.; ALMEIDA FILHO, N.; VERAS, R.P. (Orgs). Teoria epidemiológica hoje:
Fundamentos, interfaces e tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1998.
7. Baremblitt G. Compêndio de Análise Institucional e outras correntes. Teoria e Prática. Rio De Janeiro: 3a ed. Rosa
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8. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde (CNS). Resolução nº 617 de 22 de agosto de 2019.
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12. Ceccim, R. B.; Feuerwerker, L. C. M. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e
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14. Cecílio LCO, Carapinheiro G, Andreazza R, Souza ALM, Andrade MGG, Santiago SM, Meneses CS, Reis DO, Araújo
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16. Chioro dos Reis, A. A.; Soter, A. P. M. ; Furtado, L. A. C. ; Pereira, S. S. S. . Reflexões para a construção de uma

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