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CÓD: OP-035MR-23

7908403533749

PORTO ALEGRE-RS
PREFEITURA DE PORTO ALEGRE
RIO GRANDE DO SUL - RS

Agente de Combate às Endemias


CONTEÚDO DIGITAL:
LEGISLAÇÃO

EDITAL DE ABERTURA 013/2023


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ÍNDICE

Legislação
1. Constituição da República Federativa do Brasil: Artigos 196, 197, 198, 199 e 200................................................................... 5
2. Lei Federal nº 8.080/90, de 19 de setembro de 1990. ............................................................................................................. 6
3. Lei Federal nº 8.142/90, de 28 de dezembro de 1990.............................................................................................................. 16
4. Portaria Ministério da Saúde nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. ...................................................................................... 17
5. Portaria de Consolidação nº 1/2017 – Ministério da Saúde..................................................................................................... 39
6. Portaria de Consolidação nº 2/2017 – Ministério da Saúde..................................................................................................... 39
7. Portaria de Consolidação nº 3/2017 – Ministério da Saúde..................................................................................................... 73
8. Lei FederaI nº 12.288, de 20 de julho de 2010 - Estatuto Nacional da Igualdade Racial.......................................................... 145
9. Lei Federal nº 8.429, de 2 de junho de 1992 – Lei de Improbidade Administrativa. ............................................................... 151
10. Lei Orgânica do Município de Porto Alegre: Dos Princípios Gerais da Organização Municipal – arts. 1º ao 10, Dos Bens
Públicos Municipais – arts. 11 ao 16, Da Administração Pública – arts. 17 ao 29, Dos Servidores Municipais – arts. 30 ao 49,
Da Ordem Social e Cidadania – arts. 147 a 200........................................................................................................................ 160
11. Lei Complementar Municipal nº 133, de 31 de dezembro de 1985 - Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de
Porto Alegre. ............................................................................................................................................................................ 172
12. Lei Complementar Municipal 395 – Código Municipal de Saúde 26 de dezembro de 1996..................................................... 194
13. Código de Posturas do Município. ........................................................................................................................................... 213
14. Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente............................................................. 223
15. Lei Federal nº 11.340, de 07 de agosto de 2006 - Lei Maria da Penha. ................................................................................... 262
16. Lei Federal nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 - Estatuto do Idoso...................................................................................... 268
17. Lei Complementar nº 875, de 21 de janeiro de 2020 – Cria os cargos públicos de Agente Comunitário de Saúde (ACS) e
Agente de Combate às Endemias (ACE). .................................................................................................................................. 278
18. Lei Federal nº 11.350, de 05 de outubro de 2006.................................................................................................................... 283
LEGISLAÇÃO

II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à


CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
ARTIGOS 196, 197, 198, 199 E 200 e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivan-
do a progressiva redução das disparidades regionais;(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
SEÇÃO II III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das des-
DA SAÚDE pesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e munici-
pal;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti- IV -(revogado).(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do 86, de 2015)
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá- § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
rio às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saú- endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a
de, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específi-
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser cos para sua atuação.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51,
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa de 2006)
física ou jurídica de direito privado. § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:(Vide ADPF 672) agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos
I - descentralização, com direção única em cada esfera de go- da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao
verno; Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 2010)Regulamento
III - participação da comunidade. § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções
do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descum-
outras fontes.(Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda primento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exer-
Constitucional nº 29, de 2000) cício.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios § 7º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde re- agentes de combate às endemias fica sob responsabilidade da
cursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
sobre:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) estabelecer, além de outros consectários e vantagens, incentivos,
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo auxílios, gratificações e indenizações, a fim de valorizar o trabalho
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por desses profissionais.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120,
cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) de 2022)
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da ar- § 8º Os recursos destinados ao pagamento do vencimento dos
recadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às ende-
que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas mias serão consignados no orçamento geral da União com dotação
as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;(In- própria e exclusiva.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de
cluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 2022)
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da § 9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos agentes de combate às endemias não será inferior a 2 (dois) salá-
de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído rios mínimos, repassados pela União aos Municípios, aos Estados
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) e ao Distrito Federal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120,
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada de 2022)
cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº § 10. Os agentes comunitários de saúde e os agentes de com-
29, de 2000)Regulamento bate às endemias terão também, em razão dos riscos inerentes às
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Reda- funções desempenhadas, aposentadoria especial e, somado aos
ção dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) seus vencimentos, adicional de insalubridade.(Incluído pela Emen-
da Constitucional nº 120, de 2022)

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LEGISLAÇÃO

§ 11. Os recursos financeiros repassados pela União aos Esta- V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios para pagamento do ven- científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda
cimento ou de qualquer outra vantagem dos agentes comunitários Constitucional nº 85, de 2015)
de saúde e dos agentes de combate às endemias não serão objeto VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle
de inclusão no cálculo para fins do limite de despesa com pessoal. de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022) humano;
§ 12. Lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans-
para o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfer- porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
magem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas de tóxicos e radioativos;
direito público e de direito privado.(Incluído pela Emenda Constitu- VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreen-
cional nº 124, de 2022) dido o do trabalho.
§ 13. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
até o final do exercício financeiro em que for publicada a lei de que
trata o § 12 deste artigo, adequarão a remuneração dos cargos ou
dos respectivos planos de carreiras, quando houver, de modo a LEI FEDERAL Nº 8.080/90, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990
atender aos pisos estabelecidos para cada categoria profissional.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 124, de 2022) LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.
§ 14. Compete à União, nos termos da lei, prestar assistência
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu- Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recu-
nicípios e às entidades filantrópicas, bem como aos prestadores de peração da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60% (sessenta correspondentes e dá outras providências.
por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde, para o
cumprimento dos pisos salariais de que trata o § 12 deste artigo. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,faço saber que oCongresso Na-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 127, de 2022) cionaldecreta e eu sanciono a seguinte lei:
§ 15. Os recursos federais destinados aos pagamentos da assis-
tência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
aos Municípios e às entidades filantrópicas, bem como aos presta-
dores de serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60% Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações
(sessenta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde, e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em ca-
para o cumprimento dos pisos salariais de que trata o § 12 deste ráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de
artigo serão consignados no orçamento geral da União com dotação direito Público ou privado.
própria e exclusiva.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 127, de
2022) TÍTULO I
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma com-
plementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, de-
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferên- vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
cia as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. exercício.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formula-
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. ção e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redu-
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ção de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento
ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações
casos previstos em lei. e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facili- § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das
tem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins empresas e da sociedade.
de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, proces- Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização social e
samento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicio-
todo tipo de comercialização. nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bá-
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras sico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade
atribuições, nos termos da lei: física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013)
de interesse para a saúde e participar da produção de medicamen- Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que,
tos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros in- por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às
sumos; pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, social.
bem como as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das
ações de saneamento básico;

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LEGISLAÇÃO

TÍTULO II I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamen-


DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE te, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR processos, da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por ou indiretamente com a saúde.
órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de
Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Po- ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção
der Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de san- § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei,
gue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigi-
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de lância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção
Saúde (SUS), em caráter complementar. da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabi-
litação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos
CAPÍTULO I advindos das condições de trabalho, abrangendo:
DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho
ou portador de doença profissional e do trabalho;
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e de- de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos
terminantes da saúde; riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de tra-
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, balho;
nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único
do art. 2º desta lei; de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das con-
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promo- dições de produção, extração, armazenamento, transporte, distri-
ção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada buição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de
das ações assistenciais e das atividades preventivas. equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;
Único de Saúde (SUS): V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindi-
I - a execução de ações: cal e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença
a) de vigilância sanitária; profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações,
b) de vigilância epidemiológica; avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos
c) de saúde do trabalhador; e e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos
II - a participação na formulação da política e na execução de serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas pú-
ações de saneamento básico; blicas e privadas;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas
saúde; no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; das entidades sindicais; e
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compre- VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao
endido o do trabalho; órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco
imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substân- CAPÍTULO II
cias de interesse para a saúde; DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas
para consumo humano; Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços pri-
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, vados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoati- de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes pre-
vos, tóxicos e radioativos; vistas noart. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento seguintes princípios:
científico e tecnológico; I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus de- níveis de assistência;
rivados. II - integralidade de assistência, entendida como conjunto ar-
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações ticulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis
nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produ- de complexidade do sistema;
ção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
saúde, abrangendo: integridade física e moral;

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LEGISLAÇÃO

IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou pri- Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade
vilégios de qualquer espécie; de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos servi- Único de Saúde (SUS).
ços de saúde e a sua utilização pelo usuário; Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes ati-
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; vidades:
VIII - participação da comunidade; I - alimentação e nutrição;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única II - saneamento e meio ambiente;
em cada esfera de governo: III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; IV - recursos humanos;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saú- V - ciência e tecnologia; e
de; VI - saúde do trabalhador.
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio am- Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de inte-
biente e saneamento básico; gração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profis-
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, mate- sional e superior.
riais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finali-
Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da po- dade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e
pulação; educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à
de assistência; e pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar dupli- Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são
cidade de meios para fins idênticos. reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gesto-
XIV – organização de atendimento público específico e espe- res, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde
cializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, (SUS).(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psico- Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipar-
lógico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com aLei tite e Tripartite terá por objetivo:(Incluído pela Lei nº 12.466, de
nº 12.845, de 1º de agosto de 2013.(Redação dada pela Lei nº 2011).
13.427, de 2017) I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e ad-
ministrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade
CAPÍTULO III com a definição da política consubstanciada em planos de saúde,
DA ORGANIZAÇÃO, DA DIREÇÃO E DA GESTÃO aprovados pelos conselhos de saúde;(Incluído pela Lei nº 12.466,
de 2011).
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermu-
Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação nicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de
complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma re- saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e
gionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. à integração das ações e serviços dos entes federados;(Incluído pela
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de Lei nº 12.466, de 2011).
acordo com oinciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário,
exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos: integração de territórios, referência e contrarreferência e demais
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde en-
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva tre os entes federados.(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co-
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de nass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
Saúde ou órgão equivalente. (Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para de- entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes
senvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função
correspondam. social, na forma do regulamento.(Incluído pela Lei nº 12.466, de
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o 2011).
princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos dispo- § 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento
rão sobre sua observância. geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), po- no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar
derá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recur- convênios com a União.(Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
sos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Co-
saúde. sems) são reconhecidos como entidades que representam os entes
Art. 11. (Vetado). municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacio- à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na
nal, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos forma que dispuserem seus estatutos.(Incluído pela Lei nº 12.466,
Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas de 2011).
da sociedade civil.

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LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO IV I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;


DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES II - participar na formulação e na implementação das políticas:
SEÇÃO I a) de controle das agressões ao meio ambiente;
DAS ATRIBUIÇÕES COMUNS b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios III - definir e coordenar os sistemas:
exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação b) de rede de laboratórios de saúde pública;
e de fiscalização das ações e serviços de saúde; c) de vigilância epidemiológica; e
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros d) vigilância sanitária;
destinados, em cada ano, à saúde; IV - participar da definição de normas e mecanismos de con-
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde trole, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele
da população e das condições ambientais; decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;
IV - organização e coordenação do sistema de informação de V - participar da definição de normas, critérios e padrões para
saúde; o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa- a política de saúde do trabalhador;
drões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a as- VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância
sistência à saúde; epidemiológica;
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa- VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de
drões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador; portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser comple-
VII - participação de formulação da política e da execução das mentada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
ações de saneamento básico e colaboração na proteção e recupera- VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o con-
ção do meio ambiente; trole da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; consumo e uso humano;
IX - participação na formulação e na execução da política de IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fis-
formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; calização do exercício profissional, bem como com entidades repre-
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de sentativas de formação de recursos humanos na área de saúde;
Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde; X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução
XI - elaboração de normas para regular as atividades de servi- da política nacional e produção de insumos e equipamentos para a
ços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública; saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais;
XII - realização de operações externas de natureza financeira de XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência
interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal; nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e à saúde;
transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de ca- XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân-
lamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade com- cias de interesse para a saúde;
petente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao
bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo- Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua
-lhes assegurada justa indenização;(Vide ADIN 3454) atuação institucional;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componen- XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema
tes e Derivados; Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assis-
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos tência à saúde;
internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente; XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, prote- e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectiva-
ção e recuperação da saúde; mente, de abrangência estadual e municipal;
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacio-
exercício profissional e outras entidades representativas da socie- nal de Sangue, Componentes e Derivados;
dade civil para a definição e controle dos padrões éticos para pes- XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de
quisa, ações e serviços de saúde; saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Dis-
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscaliza- trito Federal;
ção inerentes ao poder de polícia sanitária; XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos es- avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional
tratégicos e de atendimento emergencial. em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Fede-
ral.(Vide Decreto nº 1.651, de 1995)
SEÇÃO II
DA COMPETÊNCIA

Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS)


compete:

9
LEGISLAÇÃO

§ 1ºA União poderá executar ações de vigilância epidemioló- III - participar da execução, controle e avaliação das ações refe-
gica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência rentes às condições e aos ambientes de trabalho;
de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da IV - executar serviços:
direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que repre- a) de vigilância epidemiológica;
sentem risco de disseminação nacional.(Renumerado do parágrafo b) vigilância sanitária;
único pela Lei nº 14.141, de 2021) c) de alimentação e nutrição;
§ 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem emergên- d) de saneamento básico; e
cia em saúde pública, poderá ser adotado procedimento simplifica- e) de saúde do trabalhador;
do para a remessa de patrimônio genético ao exterior, na forma do V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e
regulamento.(Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021) equipamentos para a saúde;
§ 3º Os benefícios resultantes da exploração econômica de pro- VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente
duto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patri- que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos
mônio genético de que trata o § 2º deste artigo serão repartidos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para contro-
nos termos daLei nº 13.123, de 20 de maio de 2015.(Incluído pela lá-las;
Lei nº 14.141, de 2021) VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
compete: IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilân-
I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços cia sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
e das ações de saúde;. X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contra-
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do tos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de
Sistema Único de Saúde (SUS); saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e execu- XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços priva-
tar supletivamente ações e serviços de saúde; dos de saúde;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públi-
serviços: cos de saúde no seu âmbito de atuação.
a) de vigilância epidemiológica; Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reserva-
b) de vigilância sanitária; das aos Estados e aos Municípios.
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador; CAPÍTULO V
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agra- DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA
vos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana; (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
VI - participar da formulação da política e da execução de ações
de saneamento básico; Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o aten-
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições dimento das populações indígenas, em todo o território nacional,
e dos ambientes de trabalho; coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei.(In-
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar cluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde; Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indí-
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e defi-
gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadu- nido por esta Lei, e pelaLei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990,
al e regional; com o qual funcionará em perfeita integração.(Incluído pela Lei nº
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública 9.836, de 1999)
e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua orga- Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, finan-
nização administrativa; ciar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.(Incluído pela Lei nº
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o con- 9.836, de 1999)
trole e avaliação das ações e serviços de saúde; Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema insti-
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suple- tuído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena
mentar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos do País.(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
e substâncias de consumo humano; Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governa-
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária mentais e não-governamentais poderão atuar complementarmen-
de portos, aeroportos e fronteiras; te no custeio e execução das ações.(Incluído pela Lei nº 9.836, de
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indica- 1999)
dores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. § 1º A União instituirá mecanismo de financiamento específi-
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) com- co para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sempre que
pete: houver necessidade de atenção secundária e terciária fora dos ter-
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços ritórios indígenas.(Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; § 2º Em situações emergenciais e de calamidade pública:(Inclu-
II - participar do planejamento, programação e organização ído pela Lei nº 14.021, de 2020)
da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde
(SUS), em articulação com sua direção estadual;

10
LEGISLAÇÃO

I - a União deverá assegurar aporte adicional de recursos não § 2oO atendimento e a internação domiciliares serão realiza-
previstos nos planos de saúde dos Distritos Sanitários Especiais In- dos por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da me-
dígenas (Dseis) ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena;(Incluí- dicina preventiva, terapêutica e reabilitadora.(Incluído pela Lei nº
do pela Lei nº 14.021, de 2020) 10.424, de 2002)
II - deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas nos pla- § 3oO atendimento e a internação domiciliares só poderão ser
nos emergenciais para atendimento dos pacientes graves das Secre- realizados por indicação médica, com expressa concordância do pa-
tarias Municipais e Estaduais de Saúde, explicitados os fluxos e as ciente e de sua família.(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
referências para o atendimento em tempo oportuno.(Incluído pela
Lei nº 14.021, de 2020) CAPÍTULO VII
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRA-
realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas BALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contem-
plando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nu- Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde -
trição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a
sanitária e integração institucional.(Incluído pela Lei nº 9.836, de presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante
1999) todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.(In- § 1oO acompanhante de que trata ocaput deste artigo será in-
cluído pela Lei nº 9.836, de 1999) dicado pela parturiente.(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 1oO Subsistema de que trata ocaputdeste artigo terá como § 2oAs ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos di-
base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas.(Incluído pela Lei nº reitos de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a
9.836, de 1999) ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.(Incluído
§ 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer o registro pela Lei nº 11.108, de 2005)
e a notificação da declaração de raça ou cor, garantindo a identi- § 3oFicam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em
ficação de todos os indígenas atendidos nos sistemas públicos de local visível de suas dependências, aviso informando sobre o direito
saúde. (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020) estabelecido nocaputdeste artigo.(Incluído pela Lei nº 12.895, de
§ 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de informação da 2013)
rede do SUS com os dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indí- Art. 19-L.(VETADO)(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
gena.(Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
§ 2oO SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de
CAPÍTULO VIII
Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as po-
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE
pulações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento
TECNOLOGIA EM SAÚDE”
necessário em todos os níveis, sem discriminações.(Incluído pela
Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere
§ 3oAs populações indígenas devem ter acesso garantido ao
a alíneaddo inciso I do art. 6oconsiste em: (Incluído pela Lei nº
SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de acor-
12.401, de 2011)
do com suas necessidades, compreendendo a atenção primária,
secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes
dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o agra-
avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de vo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade
Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for com o disposto no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
o caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domi-
ciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas
CAPÍTULO VI pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICI- território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado.
LIAR Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adota-
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) das as seguintes definições:(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de coletoras e equipamentos médicos;(Incluído pela Lei nº 12.401, de
Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar.(Incluído 2011)
pela Lei nº 10.424, de 2002) II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que
§ 1oNa modalidade de assistência de atendimento e interna- estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à
ção domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais
médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de as- produtos apropriados, quando couber; as posologias recomenda-
sistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos das; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e
pacientes em seu domicílio.(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos
gestores do SUS.(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

11
LEGISLAÇÃO

Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas de- Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se re-
verão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas fere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de proces-
diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que so administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 (cen-
tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia to e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o pedido,
e de surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, pro- admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, quando
vocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira as circunstâncias exigirem. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) § 1o O processo de que trata ocaputdeste artigo observará, no
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou pro- que couber, o disposto na Lei no9.784, de 29 de janeiro de 1999, e
dutos de que trata ocaputdeste artigo serão aqueles avaliados as seguintes determinações especiais:(Incluído pela Lei nº 12.401,
quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade de 2011)
para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível,
de que trata o protocolo.(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) das amostras de produtos, na forma do regulamento, com informa-
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêu- ções necessárias para o atendimento do disposto no § 2odo art.
tica, a dispensação será realizada:(Incluído pela Lei nº 12.401, de 19-Q;(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
2011) II -(VETADO);(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do
gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecno-
nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na logias no SUS;(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Comissão Intergestores Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de IV - realização de audiência pública, antes da tomada de deci-
são, se a relevância da matéria justificar o evento. (Incluído pela Lei
2011)
nº 12.401, de 2011)
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma
V - distribuição aleatória, respeitadas a especialização e a com-
suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas
petência técnica requeridas para a análise da matéria; (Incluído
pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo forneci-
pela Lei nº 14.313, de 2022)
mento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite;(Incluído VI - publicidade dos atos processuais. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 12.401, de 2011) 14.313, de 2022)
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com § 2o(VETADO).(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores mu- Art. 19-S.(VETADO).(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
nicipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pac- Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do
tuada no Conselho Municipal de Saúde.(Incluído pela Lei nº 12.401, SUS:(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
de 2011) I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medica-
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS mento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental,
de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sani-
constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz tera- tária - ANVISA;(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
pêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembol-
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.(Incluí- so de medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro
do pela Lei nº 12.401, de 2011) na Anvisa.(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo: (Inclu-
SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento, ído pela Lei nº 14.313, de 2022)
contará com a participação de 1 (um) representante indicado pelo I - medicamento e produto em que a indicação de uso seja dis-
Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, especialista tinta daquela aprovada no registro na Anvisa, desde que seu uso
na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina.(Incluído pela tenha sido recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação
Lei nº 12.401, de 2011) de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), demonstradas
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tec- as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e
nologias no SUS levará em consideração, necessariamente:(Incluído a segurança, e esteja padronizado em protocolo estabelecido pelo
pela Lei nº 12.401, de 2011) Ministério da Saúde; (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efeti- II - medicamento e produto recomendados pela Conitec e ad-
vidade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento quiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais,
para uso em programas de saúde pública do Ministério da Saúde e
objeto do processo, acatadas pelo órgão competente para o regis-
suas entidades vinculadas, nos termos do§ 5º do art. 8º da Lei nº
tro ou a autorização de uso;(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
9.782, de 26 de janeiro de 1999. (Incluído pela Lei nº 14.313, de
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos
2022)
custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de
se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimen-
quando cabível.(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) tos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão Interges-
§ 3º As metodologias empregadas na avaliação econômica a tores Tripartite.(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
que se refere o inciso II do § 2º deste artigo serão dispostas em
regulamento e amplamente divulgadas, inclusive em relação aos
indicadores e parâmetros de custo-efetividade utilizados em com-
binação com outros critérios. (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)

12
LEGISLAÇÃO

TÍTULO III § 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técni-


DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE cas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único
CAPÍTULO I de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do
DO FUNCIONAMENTO contrato.
§ 3°(Vetado).
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracteri- § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entida-
zam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, des ou serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou
legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).
promoção, proteção e recuperação da saúde.
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. TÍTULO III-A
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saú- (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
de, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas DA TELESSAÚDE
pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às
condições para seu funcionamento. Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de serviços
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusi- relacionados a todas as profissões da área da saúde regulamenta-
ve controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência das pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal e obede-
à saúde nos seguintes casos:(Redação dada pela Lei nº 13.097, de cerá aos seguintes princípios:(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
2015) I - autonomia do profissional de saúde;(Incluído pela Lei nº
I - doações de organismos internacionais vinculados à Organi- 14.510, de 2022)
zação das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de II - consentimento livre e informado do paciente;
financiamento e empréstimos;(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) III - direito de recusa ao atendimento na modalidade telessaú-
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou de, com a garantia do atendimento presencial sempre que solicita-
explorar:(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) do;(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, IV - dignidade e valorização do profissional de saúde;(Incluído
policlínica, clínica geral e clínica especializada; e(Incluído pela Lei nº pela Lei nº 14.510, de 2022)
13.097, de 2015) V - assistência segura e com qualidade ao paciente;(Incluído
b) ações e pesquisas de planejamento familiar;(Incluído pela pela Lei nº 14.510, de 2022)
Lei nº 13.097, de 2015) VI - confidencialidade dos dados;(Incluído pela Lei nº 14.510,
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por de 2022)
empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, VII - promoção da universalização do acesso dos brasileiros às
sem qualquer ônus para a seguridade social; e(Incluído pela Lei nº ações e aos serviços de saúde;(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
13.097, de 2015) VIII - estrita observância das atribuições legais de cada profis-
IV - demais casos previstos em legislação específica.(Incluído são;(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
pela Lei nº 13.097, de 2015) IX - responsabilidade digital.(Incluído pela Lei nº 14.510, de
2022)
CAPÍTULO II Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde a moda-
DA PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR lidade de prestação de serviços de saúde a distância, por meio da
utilização das tecnologias da informação e da comunicação, que en-
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes volve, entre outros, a transmissão segura de dados e informações
para garantir a cobertura assistencial à população de uma deter- de saúde, por meio de textos, de sons, de imagens ou outras formas
minada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos adequadas.(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
serviços ofertados pela iniciativa privada. Parágrafo único. Os atos do profissional de saúde, quando pra-
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços ticados na modalidade telessaúde, terão validade em todo o terri-
privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observa- tório nacional.(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
das, a respeito, as normas de direito público. Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a liberdade
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantró- e a completa independência de decidir sobre a utilização ou não da
picas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do telessaúde, inclusive com relação à primeira consulta, atendimento
Sistema Único de Saúde (SUS). ou procedimento, e poderá indicar a utilização de atendimento pre-
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços sencial ou optar por ele, sempre que entender necessário.(Incluído
e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela pela Lei nº 14.510, de 2022)
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de fiscalização do
Conselho Nacional de Saúde. exercício profissional a normatização ética relativa à prestação dos
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de serviços previstos neste Título, aplicando-se os padrões normati-
pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacio- vos adotados para as modalidades de atendimento presencial, no
nal do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato que não colidirem com os preceitos desta Lei.(Incluído pela Lei nº
em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva qua- 14.510, de 2022)
lidade de execução dos serviços contratados.

13
LEGISLAÇÃO

Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde, serão ob- TÍTULO V


servadas as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema DO FINANCIAMENTO
Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento, CAPÍTULO I
observada a competência dos demais órgãos reguladores.(Incluído DOS RECURSOS
pela Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a prestação Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema
de serviço de telessaúde deverá demonstrar a imprescindibilidade Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos
da medida para que sejam evitados danos à saúde dos pacientes. necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta
(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as seguintes de- da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as me-
terminações:(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) tas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
I - ser realizada por consentimento livre e esclarecido do pa- Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos prove-
ciente, ou de seu representante legal, e sob responsabilidade do nientes de:
profissional de saúde;(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) I -(Vetado)
II - prestar obediência aos ditames dasLeis nºs 12.965, de 23 II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assis-
de abril de 2014(Marco Civil da Internet),12.842, de 10 de julho de tência à saúde;
2013(Lei do Ato Médico),13.709, de 14 de agosto de 2018(Lei Geral III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
de Proteção de Dados),8.078, de 11 de setembro de 1990(Código IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
de Defesa do Consumidor) e, nas hipóteses cabíveis, aos ditames V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados
daLei nº 13.787, de 27 de dezembro de 2018(Lei do Prontuário Ele- no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
trônico).(Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária ou complemen- § 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita
tar do profissional de saúde que exercer a profissão em outra juris- de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual
dição exclusivamente por meio da modalidade telessaúde.(Incluído será destinada à recuperação de viciados.
pela Lei nº 14.510, de 2022) § 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais, movimen-
TÍTULO IV tadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
DOS RECURSOS HUMANOS § 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas
supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financia-
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será
das por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados,
formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas
Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro
de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos:
da Habitação (SFH).
I - organização de um sistema de formação de recursos huma-
§ 4º(Vetado).
nos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e
da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de
tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de
pessoal;
Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de
II -(Vetado)
recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem
III -(Vetado)
externa e receita própria das instituições executoras.
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema
Único de Saúde (SUS). § 6º(Vetado).
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema
Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e CAPÍTULO II
pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente DA GESTÃO FINANCEIRA
com o sistema educacional.
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessora- Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
mento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser (SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua
exercidas em regime de tempo integral. atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conse-
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou lhos de Saúde.
empregos poderão exercer suas atividades em mais de um estabe- § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do
lecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União,
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saú-
servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupan- de, através do Fundo Nacional de Saúde.
tes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento. § 2º(Vetado).
Art. 29.(Vetado). § 3º(Vetado).
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu siste-
sob supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, insti- ma de auditoria, a conformidade à programação aprovada da apli-
tuída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das cação dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada
entidades profissionais correspondentes. a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Mi-
nistério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.

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LEGISLAÇÃO

Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da re- Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxí-
ceita efetivamente arrecadada transferirão automaticamente ao lios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade
Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo lucrativa.
único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às do-
tações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS). Art. 39.(Vetado).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da § 1º(Vetado).
Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa § 2º(Vetado).
prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social. § 3º(Vetado).
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos § 4º(Vetado).
a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combina- § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps
ção dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita
e projetos: de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social.
I - perfil demográfico da região; § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inven-
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; tariados com todos os seus acessórios, equipamentos e outros bens
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo órgão de direção
na área; municipal do Sistema Único de Saúde - SUS ou, eventualmente,
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período pelo estadual, em cuja circunscrição administrativa se encontrem,
anterior; mediante simples termo de recebimento.
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos esta- § 7º(Vetado).
duais e municipais; § 8ºO acesso aos serviços de informática e bases de dados,
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede; mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e
outras esferas de governo. Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao pro-
§ 1º(Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012)(Vide cesso de gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada das
Lei nº 8.142, de 1990) contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório pro- médico-hospitalares.
cesso de migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei Art. 40.(Vetado)
serão ponderados por outros indicadores de crescimento popula- Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras
cional, em especial o número de eleitores registrados. Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela
§ 3º(Vetado). direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão
§ 4º(Vetado). como referencial de prestação de serviços, formação de recursos
§ 5º(Vetado). humanos e para transferência de tecnologia.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação Art. 42.(Vetado).
dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de pe- Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preser-
nalidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas vada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas
na gestão dos recursos transferidos. dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades priva-
das.
CAPÍTULO III Art. 44.(Vetado).
DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de
ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação
Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ao patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino, pesqui-
ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessi- sa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que este-
dades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em jam vinculados.
planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais
da União. de previdência social deverão integrar-se à direção correspondente
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e progra- do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação,
mações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.
e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamen- § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os servi-
tária. ços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para
de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações esse fim, for firmado.
emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde. Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanis-
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as dire- mos de incentivos à participação do setor privado no investimento
trizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia
função das características epidemiológicas e da organização dos das universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde
serviços em cada jurisdição administrativa. nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais.

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LEGISLAÇÃO

Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis es- § 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e delibe-
taduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, rativo, órgão colegiado composto por representantes do governo,
no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saú- prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na
de, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões formulação de estratégias e no controle da execução da política de
epidemiológicas e de prestação de serviços. saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econô-
Art. 48.(Vetado). micos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe
Art. 49.(Vetado). do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, § 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o
celebrados para implantação dos Sistemas Unificados e Descentrali- Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems)
zados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for terão representação no Conselho Nacional de Saúde.
sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). § 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e
Art. 51.(Vetado). Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais seg-
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui cri- mentos.
me de emprego irregular de verbas ou rendas públicas(Código Pe- § 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão
nal, art. 315)a utilização de recursos financeiros do Sistema Único sua organização e normas de funcionamento definidas em regimen-
de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei. to próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
Art. 53.(Vetado). Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão
Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as ati- alocados como:
vidades de apoio à assistência à saúde são aquelas desenvolvidas I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus
pelos laboratórios de genética humana, produção e fornecimento órgãos e entidades, da administração direta e indireta;
de medicamentos e produtos para saúde, laboratórios de analises II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do
clínicas, anatomia patológica e de diagnóstico por imagem e são Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
livres à participação direta ou indireta de empresas ou de capitais III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério
estrangeiros.(Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) da Saúde;
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem imple-
Art. 55. São revogadas aLei nº. 2.312, de 3 de setembro de mentados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
1954, aLei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste arti-
em contrário. go destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.
102º da República. Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei se-
rão repassados de forma regular e automática para os Municípios,
Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no
art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.
LEI FEDERAL Nº 8.142/90, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 § 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios
previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990,
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990. será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério
estabelecido no § 1° do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990)
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sis- § 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo
tema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergover- menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante
namentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras aos Estados.
providências. § 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execu-
ção de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na- de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei.
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta
lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° com:
8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de go- I - Fundo de Saúde;
verno, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as se- II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo
guintes instâncias colegiadas: com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
I - a Conferência de Saúde; e III - plano de saúde;
II - o Conselho de Saúde. IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a si- V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orça-
tuação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política mento;
de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Execu- VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Sa-
tivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. lários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos
Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste
artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam adminis-
trados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.

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LEGISLAÇÃO

Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro Considerando a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010,
de Estado, autorizado a estabelecer condições para aplicação desta que estabelece diretrizes para a organização da Rede de Aten- ção à
lei. Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS);
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Considerando a Resolução CIT Nº 21, de 27 de julho de 2017
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário. Consulta Pública sobre a proposta de revisão da Política Nacional de
Atenção Básica (PNAB). agosto de 2017; e
Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independência e Considerando a pactuação na Reunião da Comissão Intergesto-
102° da República. res Tripartite do dia 31 de agosto de 2017, resolve:

Art. 1º Esta Portaria aprova a Política Nacional de Atenção Bási-


ca - PNAB, com vistas à revisão da regulamentação de implantação
PORTARIA MINISTÉRIO DA SAÚDE Nº 2.436, DE 21 DE e operacionalização vigentes, no âmbito do Sistema Único de Saúde
SETEMBRO DE 2017 - SUS, estabelecendo-se as diretrizes para a organização do compo-
nente Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde - RAS.
Parágrafo único. A Política Nacional de Atenção Básica consi-
PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017 dera os termos Atenção Básica - AB e Atenção Primária à Saúde -
APS, nas atuais concepções, como termos equivalentes, de forma
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a a associar a ambas os princípios e as diretrizes definidas neste do-
revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âm- cumento.
bito do Sistema Único de Saúde (SUS). Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde indi-
viduais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção,
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos,
lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Cons- cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de
tituição, e práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com
equipe multiprofissional e dirigida à população em território defini-
Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro 1990, que dis- do, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.
põe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação §1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspon- de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora
dentes, e dá outras providências, considerando: das ações e serviços disponibilizados na rede.
Considerando a experiência acumulada do Controle Social da § 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratui-
Saúde à necessidade de aprimoramento do Controle Social da Saú- tamente a todas as pessoas, de acordo com suas necessidades e
de no âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos Es- demandas do território, considerando os determinantes e condicio-
taduais e Municipais referentes às propostas de composição, orga- nantes de saúde.
nização e funcionamento, conforme o art. 1º, § 2º, da Lei nº 8.142, § 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero,
de 28 de dezembro de 1990; raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identida-
Considerando a Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio de 2006, de de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolari-
que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Comple- dade, limitação física, intelectual, funcional e outras.
mentares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde; § 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º, serão adotadas
Considerando a Portaria nº 2.715/GM/MS, de 17 de novembro estratégias que permitam minimizar desigualdades/iniquidades, de
de 2011, que atualiza a Política Nacional de Alimentação e Nutrição; modo a evitar exclusão social de grupos que possam vir a sofrer
Considerando a Portaria Interministerial Nº 1, de 2 de janeiro estigmatização ou discriminação, de maneira que impacte na auto-
de 2014, que institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde nomia e na situação de saúde.
das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP) no Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem ope-
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); racionalizados na Atenção Básica:
Considerando as Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal; I - Princípios:
Considerando a Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013, que a) Universalidade;
Institui o Programa Mais Médicos, alterando a Lei no 8.745, de 9 de b) Equidade; e
dezembro de 1993, e a Lei no 6.932, de 7 de julho de 1981; c) Integralidade.
Considerando o Decreto nº 7.508, de 21 de junho de 2011, que II - Diretrizes:
regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor a) Regionalização e Hierarquização:
sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planeja- b) Territorialização;
mento da saúde, a assistência à saúde, e a articulação interfede- c) População Adscrita;
rativa; d) Cuidado centrado na pessoa;
Considerando a Portaria nº 204/GM/MS, de 29 de janeiro de e) Resolutividade;
2007, que regulamenta o financiamento e a transferência de recur- f) Longitudinalidade do cuidado;
sos federais para as ações e serviços de saúde, na forma de blocos g) Coordenação do cuidado;
de financiamento, com respectivo monitoramento e controle; h) Ordenação da rede; e
Considerando a Portaria nº 687, de 30 de março de 2006, que i) Participação da comunidade.
aprova a Política de Promoção da Saúde; Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritá-
ria para expansão e consolidação da Atenção Básica.

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LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. Serão reconhecidas outras estratégias de XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da Atenção
Atenção Básica, desde que observados os princípios e diretrizes Básica nos territórios;
previstos nesta portaria e tenham caráter transitório, devendo ser XII - estabelecer mecanismos de autoavaliação, controle, regu-
estimulada sua conversão em Estratégia Saúde da Família. lação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados
Art. 5º A integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Bá- pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo de planeja-
sica é condição essencial para o alcance de resultados que atendam mento e programação;
às necessidades de saúde da população, na ótica da integralidade XIII - divulgar as informações e os resultados alcançados pelas
da atenção à saúde e visa estabelecer processos de trabalho que equipes que atuam na Atenção Básica, estimulando a utilização dos
considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde, na pers- dados para o planejamento das ações;
pectiva da intra e intersetorialidade. XIV - promover o intercâmbio de experiências entre gestores
Art. 6º Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e entre trabalhadores, por meio de cooperação horizontal, e esti-
e serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS, de acordo com mular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que busquem o
esta portaria serão denominados Unidade Básica de Saúde - UBS. aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos
Parágrafo único. Todas as UBS são consideradas potenciais espaços voltados à Atenção Básica;
de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em XV - estimular a participação popular e o controle social;
serviço, inovação e avaliação tecnológica para a RAS. XVI - garantir espaços físicos e ambientes adequados para a for-
mação de estudantes e trabalhadores de saúde, para a formação
CAPÍTULO I em serviço e para a educação permanente e continuada nas Unida-
DAS RESPONSABILIDADES des Básicas de Saúde;
XVII - desenvolver as ações de assistência farmacêutica e do
Art. 7º São responsabilidades comuns a todas as esferas de go- uso racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e aces-
verno: so a medicamentos e insumos em conformidade com a RENAME,
I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a relação es-
gestão com base nos princípios e nas diretrizes contidas nesta por- pecífica complementar estadual, municipal, da união, ou do distrito
taria; federal de medicamentos nos pontos de atenção, visando a integra-
II - apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família lidade do cuidado;
- ESF como estratégia prioritária de expansão, consolidação e quali- XVIII - adotar estratégias para garantir um amplo escopo de
ficação da Atenção Básica; ações e serviços a serem ofertados na Atenção Básica, compatíveis
III - garantir a infraestrutura adequada e com boas condições com as necessidades de saúde de cada localidade;
para o funcionamento das UBS, garantindo espaço, mobiliário e XIX - estabelecer mecanismos regulares de auto avaliação para
equipamentos, além de acessibilidade de pessoas com deficiência, as equipes que atuam na Atenção Básica, a fim de fomentar as prá-
de acordo com as normas vigentes; ticas de monitoramento, avaliação e planejamento em saúde; e
IV - contribuir com o financiamento tripartite para fortaleci- XX -articulação com o subsistema Indígena nas ações de Educa-
mento da Atenção Básica; ção Permanente e gestão da rede assistencial.
V - assegurar ao usuário o acesso universal, equânime e orde- Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de
nado às ações e serviços de saúde do SUS, além de outras atribui- Atenção Básica no âmbito da União, sendo responsabilidades da
ções que venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores; União:
VI - estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, Estaduais e I -definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Co-
Nacional de Saúde, prioridades, estratégias e metas para a organi- missão Intergestores Tripartite (CIT), as diretrizes da Política Nacio-
zação da Atenção Básica; nal de Atenção Básica;
VII -desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organiza- II - garantir fontes de recursos federais para compor o financia-
cionais de qualificação da força de trabalho para gestão e atenção mento da Atenção Básica;
à saúde, estimular e viabilizar a formação, educação permanente e III - destinar recurso federal para compor o financiamento tri-
continuada dos profissionais, garantir direitos trabalhistas e previ- partite da Atenção Básica, de modo mensal, regular e automático,
denciários, qualificar os vínculos de trabalho e implantar carreiras prevendo, entre outras formas, o repasse fundo a fundo para cus-
que associem desenvolvimento do trabalhador com qualificação teio e investimento das ações e serviços;
dos serviços ofertados às pessoas; IV - prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, do Distri-
VIII - garantir provimento e estratégias de fixação de profissio- to Federal e dos municípios no processo de qualificação e de conso-
nais de saúde para a Atenção Básica com vistas a promover ofertas lidação da Atenção Básica;
de cuidado e o vínculo; V - definir, de forma tripartite, estratégias de articulação junto
IX - desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas de In- às gestões estaduais e municipais do SUS, com vistas à instituciona-
formação da Atenção Básica vigentes, garantindo mecanismos que lização da avaliação e qualificação da Atenção Básica;
assegurem o uso qualificado dessas ferramentas nas UBS, de acor- VI - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e dis-
do com suas responsabilidades; ponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o
X - garantir, de forma tripartite, dispositivos para transporte em processo de gestão, formação e educação permanente dos gestores
saúde, compreendendo as equipes, pessoas para realização de pro- e profissionais da Atenção Básica;
cedimentos eletivos, exames, dentre outros, buscando assegurar a VII - articular com o Ministério da Educação estratégias de
resolutividade e a integralidade do cuidado na RAS, conforme ne- indução às mudanças curriculares nos cursos de graduação e pós-
cessidade do território e planejamento de saúde; graduação na área da saúde, visando à formação de profissionais e
gestores com perfil adequado à Atenção Básica; e

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LEGISLAÇÃO

VIII -apoiar a articulação de instituições, em parceria com as III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas de
Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais e do Distrito Federal, cuidado, instituindo e garantindo os fluxos definidos na Rede de
para formação e garantia de educação permanente e continuada Atenção à Saúde entre os diversos pontos de atenção de diferentes
para os profissionais de saúde da Atenção Básica, de acordo com as configurações tecnológicas, integrados por serviços de apoio logís-
necessidades locais. tico, técnico e de gestão, para garantir a integralidade do cuidado.
Art. 9º Compete às Secretarias Estaduais de Saúde e ao Distrito IV -estabelecer e adotar mecanismos de encaminhamento res-
Federal a coordenação do componente estadual e distrital da Aten- ponsável pelas equipes que atuam na Atenção Básica de acordo
ção Básica, no âmbito de seus limites territoriais e de acordo com com as necessidades de saúde das pessoas, mantendo a vinculação
as políticas, diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsa- e coordenação do cuidado;
bilidades dos Estados e do Distrito Federal: V - manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes, pro-
I - pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e Colegia- fissionais, carga horária, serviços disponibilizados, equipamentos e
do de Gestão no Distrito Federal, estratégias, diretrizes e normas outros no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
para a implantação e implementação da Política Nacional de Aten- Saúde vigente, conforme regulamentação específica;
ção Básica vigente nos Estados e Distrito Federal; VI - organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica
II - destinar recursos estaduais para compor o financiamento atue como a porta de entrada preferencial e ordenadora da RAS;
tripartite da Atenção Básica, de modo regular e automático, pre- VII - fomentar a mobilização das equipes e garantir espaços
vendo, entre outras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e para a participação da comunidade no exercício do controle social;
investimento das ações e serviços; VIII - destinar recursos municipais para compor o financiamen-
III - ser corresponsável pelo monitoramento das ações de Aten- to tripartite da Atenção Básica;
ção Básica nos municípios; IX - ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde, e Secreta-
IV - analisar os dados de interesse estadual gerados pelos sis- ria Estadual de Saúde pelo monitoramento da utilização dos recur-
temas de informação, utilizá-los no planejamento e divulgar os re- sos da Atenção Básica transferidos aos município;
sultados obtidos; X - inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de servi-
V -verificar a qualidade e a consistência de arquivos dos sis- ços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica;
temas de informação enviados pelos municípios, de acordo com XI -prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo
prazos e fluxos estabelecidos para cada sistema, retornando infor- de implantação, acompanhamento, e qualificação da Atenção Bási-
mações aos gestores municipais; ca e de ampliação e consolidação da Estratégia Saúde da Família;
VI - divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da XII - definir estratégias de institucionalização da avaliação da
Atenção Básica, com intuito de assegurar o direito fundamental de Atenção Básica;
acesso à informação; XIII -desenvolver ações, articular instituições e promover aces-
VII - prestar apoio institucional aos municípios no processo de so aos trabalhadores, para formação e garantia de educação perma-
implantação, acompanhamento e qualificação da Atenção Básica e nente e continuada aos profissionais de saúde de todas as equipes
de ampliação e consolidação da Estratégia Saúde da Família; que atuam na Atenção Básica implantadas;
VIII - definir estratégias de articulação com as gestões munici- XIV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que
pais, com vistas à institucionalização do monitoramento e avaliação compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Básica, em con-
da Atenção Básica; formidade com a legislação vigente;
IX - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e peda- XV -garantir recursos materiais, equipamentos e insumos sufi-
gógicos que facilitem o processo de formação e educação perma- cientes para o funcionamento das UBS e equipes, para a execução
nente dos membros das equipes de gestão e de atenção; do conjunto de ações propostas;
X - articular instituições de ensino e serviço, em parceria com XVI - garantir acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial neces-
as Secretarias Municipais de Saúde, para formação e garantia de sário ao cuidado resolutivo da população;
educação permanente aos profissionais de saúde das equipes que XVII -alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência
atuam na Atenção Básica; e dos dados inseridos nos sistemas nacionais de informação a serem
XI -fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de serviços enviados às outras esferas de gestão, utilizá-los no planejamento
como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica. das ações e divulgar os resultados obtidos, a fim de assegurar o di-
Art. 10 Compete às Secretarias Municipais de Saúde a coorde- reito fundamental de acesso à informação;
nação do componente municipal da Atenção Básica, no âmbito de XVIII - organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia das re-
seus limites territoriais, de acordo com a política, diretrizes e priori- ferências a serviços e ações de saúde fora do âmbito da Atenção
dades estabelecidas, sendo responsabilidades dos Municípios e do Básica e de acordo com as necessidades de saúde das mesmas; e
Distrito Federal: IX - assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos
I -organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Aten- os profissionais que compõem as equipes que atuam na Atenção
ção Básica, de forma universal, dentro do seu território, incluindo as Básica, de acordo com as jornadas de trabalho especificadas no Sis-
unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União; tema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente e
II - programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base a modalidade de atenção.
territorial de acordo com as necessidades de saúde identificadas Art. 11 A operacionalização da Política Nacional de Atenção Bá-
em sua população, utilizando instrumento de programação nacio- sica está detalhada no Anexo a esta Portaria.
nal vigente; Art. 12 Fica revogada a Portaria nº 2.488/GM/MS, de 21 de ou-
tubro de 2011.
Art. 13. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
RICARDO BARROS

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LEGISLAÇÃO

ANEXO Atenção Básica nas UBS devem receber e ouvir todas as pessoas
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA OPERACIONALIZA- que procuram seus serviços, de modo universal, de fácil acesso e
ÇÃO sem diferenciações excludentes, e a partir daí construir respostas
para suas demandas e necessidades.
CAPÍTULO I - Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE nas condições de vida e saúde e de acordo com as necessidades
das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas dife-
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da renciações sociais e deve atender à diversidade. Ficando proibida
experiência acumulada por um conjunto de atores envolvidos his- qualquer exclusão baseada em idade, gênero, cor, crença, naciona-
toricamente com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema lidade, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, estado de
Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, população, tra- saúde, condição socioeconômica, escolaridade ou limitação física,
balhadores e gestores das três esferas de governo. Esta Portaria, intelectual, funcional, entre outras, com estratégias que permitam
conforme normatização vigente no SUS, que define a organização minimizar desigualdades, evitar exclusão social de grupos que pos-
em Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuida- sam vir a sofrer estigmatização ou discriminação; de maneira que
do integral e direcionado às necessidades de saúde da população, impacte na autonomia e na situação de saúde.
destaca a Atenção Básica como primeiro ponto de atenção e porta - Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela equi-
de entrada preferencial do sistema, que deve ordenar os fluxos e pe de saúde que atendam às necessidades da população adscrita
contrafluxos de pessoas , produtos e informações em todos os pon- nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da
tos de atenção à saúde. prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução
Esta Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Famí- de danos e dos cuidados paliativos. Inclui a responsabilização pela
lia sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da Aten- oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o reco-
ção Básica. Contudo reconhece outras estratégias de organização nhecimento adequado das necessidades biológicas, psicológicas,
da Atenção Básica nos territórios, que devem seguir os princípios ambientais e sociais causadoras das doenças, e manejo das diversas
e diretrizes da Atenção Básica e do SUS, configurando um processo tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins, além da
progressivo e singular que considera e inclui as especificidades lo- ampliação da autonomia das pessoas e coletividade.
corregionais, ressaltando a dinamicidade do território e a existência 1.2 - Diretrizes
- Regionalização e Hierarquização: dos pontos de atenção da
de populações específicas, itinerantes e dispersas, que também são
RAS, tendo a Atenção Básica como ponto de comunicação entre
de responsabilidade da equipe enquanto estiverem no território,
esses. Considera-se regiões de saúde como um recorte espacial es-
em consonância com a política de promoção da equidade em saú-
tratégico para fins de planejamento, organização e gestão de redes
de.
de ações e serviços de saúde em determinada localidade, e a hierar-
A Atenção Básica considera a pessoa em sua singularidade e
quização como forma de organização de pontos de atenção da RAS
inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral, incor-
entre si, com fluxos e referências estabelecidos.
porar as ações de vigilância em saúde - a qual constitui um processo
- Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o planeja-
contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e dissemina-
mento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de
ção de dados sobre eventos relacionados à saúde - além disso, visa ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específi-
o planejamento e a implementação de ações públicas para a pro- co, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes
teção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos, da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele es-
agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde. paço e estão, portanto, adstritos a ele. Para efeitos desta portaria,
Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões simplistas, considerase Território a unidade geográfica única, de construção
nas quais, entre outras, há dicotomia e oposição entre a assistência descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas destina-
e a promoção da saúde. Para tal, deve-se partir da compreensão de das à vigilância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da
que a saúde possui múltiplos determinantes e condicionantes e que saúde. Os Territórios são destinados para dinamizar a ação em saú-
a melhora das condições de saúde das pessoas e coletividades pas- de pública, o estudo social, econômico, epidemiológico, assisten-
sa por diversos fatores, os quais grande parte podem ser abordados cial, cultural e identitário, possibilitando uma ampla visão de cada
na Atenção Básica. unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção Básica, de
forma que atendam a necessidade da população adscrita e ou as
1 - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA populações específicas.
Os princípios e diretrizes, a caracterização e a relação de servi- III - População Adscrita: população que está presente no terri-
ços ofertados na Atenção Básica serão orientadores para a sua orga- tório da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações
nização nos municípios, conforme descritos a seguir: de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, ga-
1.1 - Princípios rantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade
- Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a do cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado.
serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como - Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimento
a porta de entrada aberta e preferencial da RAS (primeiro contato), de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pesso-
acolhendo as pessoas e promovendo a vinculação e corresponsabi- as a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a
lização pela atenção às suas necessidades de saúde. O estabeleci- confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre
mento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O
pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do serviço cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas neces-
de saúde que parte do princípio de que as equipes que atuam na sidades e potencialidades na busca de uma vida independente e

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LEGISLAÇÃO

plena. A família, a comunidade e outras formas de coletividade são Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é preciso reco-
elementos relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinan- nhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabi-
tes na vida das pessoas e, por consequência, no cuidado. lidade, organizando-as em relação aos outros pontos de atenção à
- Resolutividade: reforça a importância da Atenção Básica ser saúde, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde
resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cui-da- parta das necessidades das pessoas, com isso fortalecendo o plane-
do individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de jamento ascendente.
construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente A Atenção Básica é caracterizada como porta de entrada pre-
efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus ferencial do SUS, possui um espaço privilegiado de gestão do cui-
de autonomia dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de dado das pessoas e cumpre papel estratégico na rede de atenção,
resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população, servindo como base para o seu ordenamento e para a efetivação
coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quan- da integralidade. Para tanto, é necessário que a Atenção Básica
do necessário. tenha alta resolutividade, com capacidade clínica e de cuidado e
VI - Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade incorporação de tecnologias leves, leve duras e duras (diagnósticas
da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabili- e terapêuticas), além da articulação da Atenção Básica com outros
zação entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo pontos da RAS.
permanente e consistente, acompanhando os efeitos das interven- Os estados, municípios e o distrito federal, devem articular
ções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas , evi-
ações intersetoriais, assim como a organização da RAS, com ênfase
tando a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia
nas necessidades locorregionais, promovendo a integração das re-
que são decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da
ferências de seu território.
falta de coordenação do cuidado.
Recomenda-se a articulação e implementação de processos
VII - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar
o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando que aumentem a capacidade clínica das equipes, que fortaleçam
como o centro de comunicação entre os diversos pontos de aten- práticas de microrregulação nas Unidades Básicas de Saúde, tais
ção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer como gestão de filas próprias da UBS e dos exames e consultas des-
destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e inte- centralizados/programados para cada UBS, que propiciem a comu-
grada, com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da aten- nicação entre UBS, centrais de regulação e serviços especializados,
ção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de com pactuação de fluxos e protocolos, apoio matricial presencial e/
saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. ou a distância, entre outros.
VIII - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde Um dos destaques que merecem ser feitos é a consideração e
da população sob sua responsabilidade, organizando as necessi- a incorporação, no processo de referenciamento, das ferramentas
dades desta população em relação aos outros pontos de atenção de telessaúde articulado às decisões clínicas e aos processos de re-
à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações, assim gulação do acesso. A utilização de protocolos de encaminhamento
como, a programação dos serviços de saúde, parta das necessida- servem como ferramenta, ao mesmo tempo, de gestão e de cuida-
des de saúde das pessoas. do, pois tanto orientam as decisões dos profissionais solicitantes
IX - Participação da comunidade: estimular a participação das quanto se constituem como referência que modula a avaliação das
pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção solicitações pelos médicos reguladores.
Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar Com isso, espera-se que ocorra uma ampliação do cuidado clí-
sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde nico e da resolutividade na Atenção Básica, evitando a exposição
e das pessoas e coletividades do território. Considerando ainda o das pessoas a consultas e/ou procedimentos desnecessários. Além
enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, atra- disso, com a organização do acesso, induz-se ao uso racional dos
vés de articulação e integração das ações intersetoriais na organi- recursos em saúde, impede deslocamentos desnecessários e traz
zação e orientação dos serviços de saúde, a partir de lógicas mais maior eficiência e equidade à gestão das listas de espera.
centradas nas pessoas e no exercício do controle social. A gestão municipal deve articular e criar condições para que a
referência aos serviços especializados ambulatoriais, sejam realiza-
2 - A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE dos preferencialmente pela Atenção Básica, sendo de sua respon-
Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS, define
sabilidade:
a organização na RAS, como estratégia para um cuidado integral e
a) Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de atenção
direcionado às necessidades de saúde da população. As RAS cons-
da RAS;
tituem-se em arranjos organizativos formados por ações e serviços
b) Gerir a referência e contrarreferência em outros pontos de
de saúde com diferentes configurações tecnológicas e missões as-
sistenciais, articulados de forma complementar e com base terri- atenção; e
torial, e têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a Atenção c) Estabelecer relação com os especialistas que cuidam das
Básica estruturada como primeiro ponto de atenção e principal pessoas do território.
porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar
que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado e 3 - INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DA
atendendo as necessidades de saúde das pessoas do seu território. ATENÇÃO BÁSICA
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que regulamenta
a Lei nº 8.080/90, define que “o acesso universal, igualitário e orde- Este item refere-se ao conjunto de procedimentos que objetiva
nado às ações e serviços de saúde se inicia pelas portas de entrada adequar a estrutura física, tecnológica e de recursos humanos das
do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada”. UBS às necessidades de saúde da população de cada território.

21
LEGISLAÇÃO

3.1 Infraestrutura e ambiência b) Unidade Básica de Saúde Fluvial


A infraestrutura de uma UBS deve estar adequada ao quanti- Recomenda-se os seguintes ambientes:
tativo de população adscrita e suas especificidades, bem como aos a. consultório médico; consultório de enfermagem; área para
processos de trabalho das equipes e à atenção à saúde dos usuá- assistência farmacêutica, laboratório, sala de vacina; sala de proce-
rios. Os parâmetros de estrutura devem, portanto, levar em consi- dimentos; e, se forem compostas por profissionais de saúde bucal,
deração a densidade demográfica, a composição, atuação e os tipos será necessário consultório odontológico com equipo odontológico
de equipes, perfil da população, e as ações e serviços de saúde a completo;
serem realizados. É importante que sejam previstos espaços físicos b. área de recepção, banheiro público; banheiro exclusivo para
e ambientes adequados para a formação de estudantes e trabalha- os funcionários; expurgo; cabines com leitos em número suficiente
dores de saúde de nível médio e superior, para a formação em ser- para toda a equipe; cozinha e outro ambientes conforme necessi-
viço e para a educação permanente na UBS. dade.
As UBS devem ser construídas de acordo com as normas sanitá- c) Unidade Odontológica Móvel
rias e tendo como referência as normativas de infraestrutura vigen- Recomenda-se veículo devidamente adaptado para a finalida-
tes, bem como possuir identificação segundo os padrões visuais da de de atenção à saúde bucal, equipado com:
Atenção Básica e do SUS. Devem, ainda, ser cadastradas no Sistema Compressor para uso odontológico com sistema de filtragem;
de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), de aparelho de raios-x para radiografias periapicais e interproximais;
acordo com as normas em vigor para tal. aventais de chumbo; conjunto peças de mão contendo micro-motor
As UBS poderão ter pontos de apoio para o atendimento de com peça reta e contra ângulo, e alta rotação; gabinete odontológi-
populações dispersas (rurais, ribeirinhas, assentamentos, áreas co; cadeira odontológica, equipo odontológico e refletor odontoló-
pantaneiras, etc.), com reconhecimento no SCNES, bem como nos gico; unidade auxiliar odontológica; mocho odontológico; autocla-
instrumentos de monitoramento e avaliação. A estrutura física dos ve; amalgamador; fotopolimerizador; e refrigerador.
pontos de apoio deve respeitar as normas gerais de segurança sa- 3.3 - Funcionamento
nitária. Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde tenham seu
A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico (arquitetô- funcionamento com carga horária mínima de 40 horas/semanais,
nico), entendido como lugar social, profissional e de relações inter- no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, possi-
pessoais, que deve proporcionar uma atenção acolhedora e huma- bilitando acesso facilitado à população.
na para as pessoas, além de um ambiente saudável para o trabalho Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados
dos profissionais de saúde. através das instâncias de participação social, desde que atendam
Para um ambiente adequado em uma UBS, existem componen- expressamente a necessidade da população, observando, sempre
tes que atuam como modificadores e qualificadores do espaço, re- que possível, a carga horária mínima descrita acima.
comenda-se contemplar: recepção sem grades (para não intimidar Como forma de garantir a coordenação do cuidado, ampliando
ou dificultar a comunicação e também garantir privacidade à pes- o acesso e resolutividade das equipes que atuam na Atenção Bási-
soa), identificação dos serviços existentes, escala dos profissionais, ca, recomenda-se :
horários de funcionamento e sinalização de fluxos, conforto térmi- i) - População adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de
co e acústico, e espaços adaptados para as pessoas com deficiência Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro
em conformidade com as normativas vigentes. do seu território, garantindo os princípios e diretrizes da Atenção
Além da garantia de infraestrutura e ambiência apropriadas, Básica.
para a realização da prática profissional na Atenção Básica, é neces- Além dessa faixa populacional, podem existir outros arranjos
sário disponibilizar equipamentos adequados, recursos humanos de adscrição, conforme vulnerabilidades, riscos e dinâmica comu-
capacitados, e materiais e insumos suficientes à atenção à saúde nitária, facultando aos gestores locais, conjuntamente com as equi-
prestada nos municípios e Distrito Federal. pes que atuam na Atenção Básica e Conselho Municipal ou Local de
3.2 Tipos de unidades e equipamentos de Saúde Saúde, a possibilidade de definir outro parâmetro populacional de
São considerados unidades ou equipamentos de saúde no âm- responsabilidade da equipe, podendo ser maior ou menor do que
bito da Atenção Básica: o parâmetro recomendado, de acordo com as especificidades do
a) Unidade Básica de Saúde território, assegurando-se a qualidade do cuidado.
Recomenda-se os seguintes ambientes: ii) - 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou Saúde da
consultório médico e de enfermagem, consultório com sanitá- Família), para que possam atingir seu potencial resolutivo.
rio, sala de procedimentos, sala de vacinas, área para assistência iii) - Fica estipulado para cálculo do teto máximo de equipes de
farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala de procedimentos, sala Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF), com ou sem os
de coleta/exames, sala de curativos, sala de expurgo, sala de este- profissionais de saúde bucal, pelas quais o Município e o Distrito
rilização, sala de observação e sala de atividades coletivas para os Federal poderão fazer jus ao recebimento de recursos financeiros
profissionais da Atenção Básica. Se forem compostas por profissio- específicos, conforme a seguinte fórmula: População/2.000.
nais de saúde bucal, será necessário consultório odontológico com iv) - Em municípios ou territórios com menos de 2.000 habitan-
equipo odontológico completo; tes, que uma equipe de Saúde da Família (eSF) ou de Atenção Básica
a. área de recepção, local para arquivos e registros, sala mul- (eAB) seja responsável por toda população;
tiprofissional de acolhimento à demanda espontânea , sala de ad-
ministração e gerência, banheiro público e para funcionários, entre
outros ambientes conforme a necessidade.

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LEGISLAÇÃO

Reitera-se a possibilidade de definir outro parâmetro popula- com as necessidades apresentadas, articulando-se com outros ser-
cional de responsabilidade da equipe de acordo com especificida- viços de forma resolutiva, em conformidade com as linhas de cui-
des territoriais, vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitária res- dado estabelecidas.
peitando critérios de equidade, ou, ainda, pela decisão de possuir Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada da UBS:
um número inferior de pessoas por equipe de Atenção Básica (eAB) - Identificação e horário de atendimento;
e equipe de Saúde da Família (eSF) para avançar no acesso e na - Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe;
qualidade da Atenção Básica. - Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos
Para que as equipes que atuam na Atenção Básica possam atin- componentes de cada equipe da UBS;
gir seu potencial resolutivo, de forma a garantir a coordenação do - Relação de serviços disponíveis; e
cuidado, ampliando o acesso, é necessário adotar estratégias que - Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe.
permitam a definição de um amplo escopo dos serviços a serem
ofertados na UBS, de forma que seja compatível com as necessi- 3.4 - Tipos de Equipes:
dades e demandas de saúde da população adscrita, seja por meio 1 - Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estratégia prioritária
da Estratégia Saúde da Família ou outros arranjos de equipes de de atenção à saúde e visa à reorganização da Atenção Básicano país,
Atenção Básica (eAB), que atuem em conjunto, compartilhando o de acordo com os preceitos do SUS. É considerada como estratégia
cuidado e apoiando as práticas de saúde nos territórios. Essa oferta de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, por
de ações e serviços na Atenção Básica devem considerar políticas e favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior po-
programas prioritários, as diversas realidades e necessidades dos tencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de saúde
territórios e das pessoas, em parceria com o controle social. das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante re-
As ações e serviços da Atenção Básica, deverão seguir padrões lação custo-efetividade.
essenciais e ampliados: Composta no mínimo por médico, preferencialmente da espe-
Padrões Essenciais - ações e procedimentos básicos relaciona- cialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro, preferen-
dos a condições básicas/essenciais de acesso e qualidade na Aten- cialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de
ção Básica; e enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). Podendo fazer
- Padrões Ampliados -ações e procedimentos considerados es- parte da equipe o agente de combate às endemias (ACE) e os pro-
tratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados de acesso e fissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente es-
qualidade na Atenção Básica, considerando especificidades locais, pecialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.
indicadores e parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde. O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo
A oferta deverá ser pública, desenvolvida em parceria com o com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e
controle social, pactuada nas instâncias interfederativas, com finan- socioeconômicos, de acordo com definição local.
ciamento regulamentado em normativa específica. Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulne-
rabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população
Caberá a cada gestor municipal realizar análise de demanda do
com número máximo de 750 pessoas por ACS.
território e ofertas das UBS para mensurar sua capacidade resoluti-
Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade de carga
va, adotando as medidas necessárias para ampliar o acesso, a quali-
horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissio-
dade e resolutividade das equipes e serviços da sua UBS.
nais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os profissionais da
A oferta de ações e serviços da Atenção Básica deverá estar dis-
ESF poderão estar vinculados a apenas 1 (uma) equipe de Saúde da
ponível aos usuários de forma clara, concisa e de fácil visualização,
Família, no SCNES vigente.
conforme padronização pactuada nas instâncias gestoras.
2 - Equipe da Atenção Básica (eAB): esta modalidade deve aten-
Todas as equipes que atuam na Atenção Básica deverão garan-
der aos princípios e diretrizes propostas para a AB. A gestão munici-
tir a oferta de todas as ações e procedimentos do Padrão Essencial pal poderá compor equipes de Atenção Básica (eAB) de acordo com
e recomenda-se que também realizarem ações e serviços do Padrão características e necessidades do município. Como modelo priori-
Ampliado, considerando as necessidades e demandas de saúde das tário é a ESF, as equipes de Atenção Básica (eAB) podem posterior-
populações em cada localidade. Os serviços dos padrões essenciais, mente se organizar tal qual o modelo prioritário.
bem como os equipamentos e materiais necessários, devem ser ga- As equipes deverão ser compostas minimamente por médicos
rantidos igualmente para todo o país, buscando uniformidade de preferencialmente da especialidade medicina de família e comu-
atuação da Atenção Básica no território nacional. Já o elenco de nidade, enfermeiro preferencialmente especialista em saúde da
ações e procedimentos ampliados deve contemplar de forma mais família, auxiliares de enfermagem e ou técnicos de enfermagem.
flexível às necessidades e demandas de saúde das populações em Poderão agregar outros profissionais como dentistas, auxiliares de
cada localidade, sendo definido a partir de suas especificidades lo- saúde bucal e ou técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de
corregionais. saúde e agentes de combate à endemias.
As unidades devem organizar o serviço de modo a otimizar os A composição da carga horária mínima por categoria pro-fis-
processos de trabalho, bem como o acesso aos demais níveis de sional deverá ser de 10 (dez) horas, com no máximo de 3 (três)
atenção da RAS. profissionais por categoria, devendo somar no mínimo 40 horas/
Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus usuários, ofere- semanais.
cendo o registro de elogios, críticas ou reclamações, por meio de O processo de trabalho, a combinação das jornadas de trabalho
livros, caixas de sugestões ou canais eletrônicos. As UBS deverão dos profissionais das equipes e os horários e dias de funcionamento
assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, devem ser organizados de modo que garantam amplamente aces-
mesmo que não sejam da área de abrangência da unidade, com so, o vínculo entre as pessoas e profissionais, a continuidade, coor-
classificação de risco e encaminhamento responsável de acordo denação e longitudinalidade do cuidado.

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LEGISLAÇÃO

A distribuição da carga horária dos profissionais é de responsa- ção Básica). Devem, a partir das demandas identificadas no traba-
bilidade do gestor, devendo considerar o perfil demográfico e epi- lho con-junto com as equipes, atuar de forma integrada à Rede de
demiológico local para escolha da especialidade médica, estes de- Atenção à Saúde e seus diversos pontos de atenção, além de outros
vem atuar como generalistas nas equipes de Atenção Básica (eAB). equipamentos sociais públicos/privados, redes sociais e comunitá-
Importante ressaltar que para o funcionamento a equipe deve- rias.
rá contar também com profissionais de nível médio como técnico Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado de
ou auxiliar de enfermagem. Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf- AB):
3 - Equipe de Saúde Bucal (eSB): Modalidade que pode compor a. Participar do planejamento conjunto com as equipes que
as equipes que atuam na atenção básica, constituída por um cirur- atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas;
gião-dentista e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do
bucal. SUS principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxi-
Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes de liando no aumento da capacidade de análise e de intervenção so-
Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB) e de devem estar bre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos
vinculados à uma UBS ou a Unidade Odontológica Móvel, podendo quanto sanitários; e
se organizar nas seguintes modalidades: c. Realizar discussão de casos, atendimento individual, compar-
Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal tilhado, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuti-
(ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e; cos, educação permanente, intervenções no território e na saúde
Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro TSB. de grupos populacionais de todos os ciclos de vida, e da coletivida-
Independente da modalidade adotada, os profissionais de Saú- de, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde,
de Bucal são vinculados a uma equipe de Atenção Básica (eAB) ou discussão do processo de trabalho das equipes dentre outros, no
equipe de Saúde da Família (eSF), devendo compartilhar a gestão e território.
o processo de trabalho da equipe, tendo responsabilidade sanitária Poderão compor os NASF-AB as ocupações do Código Brasileiro
pela mesma população e território adstrito que a equipe de Saúde de Ocupações - CBO na área de saúde: Médico Acupunturista; Assis-
da Família ou Atenção Básica a qual integra. tente Social; Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêuti-
Cada equipe de Saúde de Família que for implantada com os co; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra;
profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir pela primei- Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Mé-
ra vez os profissionais de saúde bucal numa equipe já implantada, dico Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico
modalidade I ou II, o gestor receberá do Ministério da Saúde os Internista (clinica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário,
equipamentos odontológicos, através de doação direta ou o repas- profissional com formação em arte e educação (arte educador) e
se de recursos necessários para adquiri-los (equipo odontológico profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na
completo). área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou
4 - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica graduado diretamente em uma dessas áreas conforme normativa
(Nasf-AB) vigente. A definição das categorias profissionais é de autonomia do
Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar com- gestor local, devendo ser escolhida de acordo com as necessidades
posta por categorias de profissionais da saúde, complementar àse- do territórios.
quipes que atuam na Atenção Básica. É formada por diferentes ocu- 5 - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS):
pações (profissões e especialidades) da área da saúde, atuando de É prevista a implantação da Estratégia de Agentes Comunitá-
maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) rios de Saúde nas UBS como uma possibilidade para a reorganiza-
aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Aten- ção inicial da Atenção Básica com vistas à implantação gradual da
ção Básica (eAB). Estratégia de Saúde da Família ou como uma forma de agregar os
Busca-se que essa equipe seja membro orgânico da Atenção agentes comunitários a outras maneiras de organização da Atenção
Básica, vivendo integralmente o dia a dia nas UBS e trabalhando Básica. São itens necessários à implantação desta estratégia:
de forma horizontal e interdisciplinar com os demais profissionais, a.a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no SC-
garantindo a longitudinalidade do cuidado e a prestação de serviços NES vigente que passa a ser a UBS de referência para a equipe de
diretos à população. Os diferentes profissionais devem estabelecer agentes comunitários de saúde;
e compartilhar saberes, práticas e gestão do cuidado, com uma vi- b.o número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido de
são comum e aprender a solucionar problemas pela comunicação, acordo com base populacional (critérios demográficos, epidemioló-
de modo a maximizar as habilidades singulares de cada um. gicos e socioeconômicos), conforme legislação vigente.
Deve estabelecer seu processo de trabalho a partir de pro- c.o cumprimento da carga horária integral de 40 horas sema-
blemas, demandas e necessidades de saúde de pessoas e grupos nais por toda a equipe de agentes comunitários, por cada membro
sociais em seus territórios, bem como a partir de dificuldades dos da equipe; composta por ACS e enfermeiro supervisor;
profissionais de todos os tipos de equipes que atuam na Atenção d.o enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadastrados
Básica em suas análises e manejos. Para tanto, faz-se necessário o no SCNES vigente, vinculados à equipe;
compartilhamento de saberes, práticas intersetoriais e de gestão do e.cada ACS deve realizar as ações previstas nas regulamenta-
cuidado em rede e a realização de educação permanente e gestão ções vigentes e nesta portaria e ter uma microárea sob sua respon-
de coletivos nos territórios sob responsabilidade destas equipes. sabilidade, cuja população não ultrapasse 750 pessoas;
Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem como serviços f. a atividade do ACS deve se dar pela lógica do planejamen-
com unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre to do processo de trabalho a partir das necessidades do território,
acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando ne- com priorização para população com maior grau de vulnerabilidade
cessários, devem ser regulados pelas equipes que atuam na Aten- e de risco epidemiológico;

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LEGISLAÇÃO

g. a atuação em ações básicas de saúde deve visar à integralida- Os agentes comunitários de saúde, os auxiliares/técnicos de
de do cuidado no território; e h.cadastrar, preencher e informar os enfermagem extras e os auxiliares/técnicos de saúde bucal cumpri-
dados através do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção rão carga horária de até 40 (quarenta) horas semanais de trabalho e
Básica vigente. deverão residir na área de atuação.
3.5 - EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA PARA POPULAÇÕES ESPE- As eSFR prestarão atendimento à população por, no mínimo,
CÍFICAS 14 (quatorze) dias mensais, com carga horária equivalente a 8 (oito)
Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da Atenção horas diárias.
Básica são responsáveis pela atenção à saúde de populações que Para as comunidades distantes da UBS de referência, as eSFR
apresentem vulnerabilidades sociais específicas e, por consequên- adotarão circuito de deslocamento que garanta o atendimento a to-
cia, necessidades de saúde específicas, assim como pela atenção das as comunidades assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias,
à saúde de qualquer outra pessoa. Isso porque a Atenção Básica para assegurar a execução das ações de Atenção Básica. Caso ne-
possui responsabilidade direta sobre ações de saúde em determi- cessário, poderão possuir unidades de apoio, estabelecimentos que
nado território, considerando suas singularidades, o que possibilita servem para atuação das eSFR e que não possuem outras equipes
intervenções mais oportunas nessas situações específicas, com o de Saúde da Família vinculadas.
objetivo de ampliar o acesso à RAS e ofertar uma atenção integral Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades ri-
à saúde. beirinhas dispersas no território de abrangência, a eSFR receberá
Assim, toda equipe de Atenção Básica deve realizar atenção à incentivo financeiro de custeio para logística, que considera a exis-
saúde de populações específicas. Em algumas realidades, contudo,
tência das seguintes estruturas:
ainda é possível e necessário dispor, além das equipes descritas an-
a) até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas e
teriormente, de equipes adicionais para realizar as ações de saúde
informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vi-
à populações específicas no âmbito da Atenção Básica, que devem
gente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde será realizada
atuar de forma integrada para a qualificação do cuidado no terri-
tório. Aponta-se para um horizonte em que as equipes que atuam a atenção de forma descentralizada; e
na Atenção Básica possam incorporar tecnologias dessas equipes b) até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas
específicas, de modo que se faça uma transição para um momento para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s) vin-
em que não serão necessárias essas equipes específicas, e todas as culada(s)s ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica.
pessoas e populações serão acompanhadas pela eSF. Todas as unidades de apoio ou satélites e embarcações devem
São consideradas equipes de Atenção Básica para Populações estar devidamente informadas no Cadastro Nacional de Estabeleci-
Específicas: mento de Saúde vigente, a qual as eSFR estão vinculadas.
3.6 - ESPECIFICIDADES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): São equipes que
1 - Equipes de Saúde da Família para o atendimento da Popu- desempenham suas funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais
lação Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantaneira: Considerando as (UBSF), responsáveis por comunidades dispersas, ribeirinhas e per-
especificidades locorregionais, os municípios da Amazônia Legal e tencentes à área adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial.
Pantaneiras podem optar entre 2 (dois) arranjos organizacionais A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta
para equipes Saúde da Família, além dos existentes para o restante por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialida-
do país: de de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro, preferencialmente
a. Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): São equipes especialista em Saúde da Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de
que desempenham parte significativa de suas funções em UBS enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte
construídas e/ou localizadas nas comunidades pertencentes à área da equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde
adstrita e cujo acesso se dá por meio fluvial e que, pela grande dis- bucal:1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em
persão territorial, necessitam de embarcações para atender as co- saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal.
munidades dispersas no território. As eSFR são vinculadas a uma Devem contar também, com um (01) técnico de laboratório e/
UBS, que pode estar localizada na sede do Município ou em alguma ou bioquímico. Estas equipes poderão incluir, na composição míni-
comunidade ribeirinha localizada na área adstrita. ma, os profissionais de saúde bucal, um (1) cirurgião dentista, pre-
A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta ferencialmente especialista em saúde da família, e um (01) Técnico
por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialida- ou Auxiliar em Saúde Bucal.
de de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro, preferencialmente
Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais da área
especialista em Saúde da Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de
da saúde de nível superior à sua composição, dentre enfermeiros
enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte
ou outros profissionais previstos para os Nasf - AB
da equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde
Para as comunidades distantes da Unidade Básica de Saúde de
bucal:1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em
saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal. referência, a eSFF adotará circuito de deslocamento que garanta o
Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as ESFR po- atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos a cada
dem contar, ainda, com: até 24 (vinte e quatro) Agentes Comunitá- 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações de Atenção
rios de Saúde; até 12 (doze) microscopistas, nas regiões endêmicas; Básica.
até 11 (onze) Auxiliares/Técnicos de enfermagem; e 1 (um) Auxiliar/ Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades ribei-
Técnico de saúde bucal. As ESFR poderão, ainda, acrescentar até 2 rinhas dispersas no território de abrangência, onde a UBS Fluvial
(dois) profissionais da área da saúde de nível superior à sua com- não conseguir aportar, a eSFF poderá receber incentivo financeiro
posição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previstos nas de custeio para logística, que considera a existência das seguintes
equipes de Nasf-AB. estruturas:

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LEGISLAÇÃO

a. até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas e 1 - Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): São compostas
informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vi- por equipe multiprofissional que deve estar cadastrada no Sistema
gente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde será realizada Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, e com responsabi-
a atenção de forma descentralizada; e lidade de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas
b. até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas privadas de liberdade.
para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s) vin- Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de li-
culada(s)s ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica. berdade no sistema prisional ao cuidado integral no SUS, é previsto
1 - Equipe de Consultório na Rua (eCR) -equipe de saúde com na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Priva-
composição variável, responsável por articular e prestar atenção in- das de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), que os serviços de
tegral à saúde de pessoas em situação de rua ou com características saúde no sistema prisional passam a ser ponto de atenção da Rede
análogas em determinado território, em unidade fixa ou móvel, po- de Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualificando também a Atenção
dendo ter as modalidades e respectivos regramentos descritos em Básica no âmbito prisional como porta de entrada do sistema e or-
portaria específica. denadora das ações e serviços de saúde, devendo realizar suas ati-
São itens necessários para o funcionamento das equipes de vidades nas unidades prisionais ou nas Unidades Básicas de Saúde
Consultório na Rua (eCR): a que estiver vinculada, conforme portaria específica.
a. Realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolven-
do ações na rua, em instalações específicas, na unidade móvel e 4 - ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA
também nas instalações de Unidades Básicas de Saúde do territó-
As atribuições dos profissionais das equipes que atuam na
rio onde está atuando, sempre articuladas e desenvolvendo ações
Atenção Básica deverão seguir normativas específicas do Ministério
em parceria com as demais equipes que atuam na atenção básica
da Saúde, bem como as definições de escopo de práticas, proto-
do território (eSF/eAB/UBS e Nasf-AB), e dos Centros de Atenção
colos, diretrizes clínicas e terapêuticas, além de outras normativas
Psicossocial, da Rede de Urgência/Emergência e dos serviços e ins-
tituições componentes do Sistema Único de Assistência Social entre técnicas estabelecidas pelos gestores federal, estadual, municipal
outras instituições públicas e da sociedade civil; ou do Distrito Federal.
b. Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém 4.1 Atribuições Comuns a todos os membros das Equipes que
seu horário de funcionamento deverá ser adequado às demandas atuam na Atenção Básica:
das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em período diur- - Participar do processo de territorialização e mapeamento da
no e/ou noturno em todos os dias da semana; e área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indiví-
c. As eCR poderão ser compostas pelas categorias profissionais duos expostos a riscos e vulnerabilidades;
especificadas em portaria específica. - Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros
Na composição de cada eCR deve haver, preferencialmente, o dados de saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de infor-
máximo de dois profissionais da mesma profissão de saúde, seja mação da Atenção Básica vigente, utilizando as informações siste-
de nível médio ou superior. Todas as modalidades de eCR poderão maticamente para a análise da situação de saúde, considerando as
agregar agentes comunitários de saúde. características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epide-
O agente social, quando houver, será considerado equivalente miológicas do território, priorizando as situações a serem acompa-
ao profissional de nível médio. Entende-se por agente social o pro- nhadas no planejamento local;
-fissional que desempenha atividades que visam garantir a atenção, - Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita,
a defesa e a proteção às pessoas em situação de risco pessoal e so- prioritariamente no âmbito da Unidade Básica de Saúde, e quando
cial, assim como aproximar as equipes dos valores, modos de vida e necessário, no domicílio e demais espaços comunitários (escolas,
cultura das pessoas em situação de rua. associações, entre outros), com atenção especial às populações que
Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os seguintes apresentem necessidades específicas (em situação de rua, em me-
requisitos: dida socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial, etc.).
I - demonstração do cadastramento da eCR no Sistema de Ca- - Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de
dastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); e saúde da população local, bem como aquelas previstas nas priori-
II - alimentação de dados no Sistema de Informação da Atenção dades, protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, assim como, na
Básica vigente, conforme norma específica. oferta nacional de ações e serviços essenciais e ampliados da AB;
Em Municípios ou áreas que não tenham Consultórios na Rua,
V. Garantir a atenção à saúde da população adscrita, buscan-
o cuidado integral das pessoas em situação de rua deve seguir sen-
do a integralidade por meio da realização de ações de promoção,
do de responsabilidade das equipes que atuam na Atenção Básica,
proteção e recuperação da saúde, prevenção de doenças e agravos
incluindo os profissionais de saúde bucal e os Núcleos Ampliados à
e da garantia de atendimento da demanda espontânea, da realiza-
Saúde da Família e equipes de Atenção Básica (Nasf-AB) do territó-
rio onde estas pessoas estão concentradas. ção das ações programáticas, coletivas e de vigilância em saúde, e
Para cálculo do teto das equipes dos Consultórios na Rua de incorporando diversas racionalidades em saúde, inclusive Práticas
cada município, serão tomados como base os dados dos censos po- Integrativas e Complementares;
pulacionais relacionados à população em situação de rua realizados VI. Participar do acolhimento dos usuários, proporcionando
por órgãos oficiais e reconhecidos pelo Ministério da Saúde. atendimento humanizado, realizando classificação de risco, identi-
As regras estão publicadas em portarias específicas que disci- ficando as necessidades de intervenções de cuidado, responsabili-
plinam composição das equipes, valor do incentivo financeiro, dire- zando-se pela continuidade da atenção e viabilizando o estabeleci-
trizes de funcionamento, monitoramento e acompanhamento das mento do vínculo;
equipes de consultório na rua entre outras disposições.

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LEGISLAÇÃO

VII. Responsabilizar-se pelo acompanhamento da população tilhada reservada aos profissionais de nível superior, construção
adscrita ao longo do tempo no que se refere às múltiplas situações de Projeto Terapêutico Singular, trabalho com grupos, entre outras
de doenças e agravos, e às necessidades de cuidados preventivos, estratégias, em consonância com as necessidades e demandas da
permitindo a longitudinalidade do cuidado; população);
VIII. Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a pessoas, XXI. Participar de reuniões de equipes a fim de acompanhar
famílias e grupos sociais, visando propor intervenções que possam e discutir em conjunto o planejamento e avaliação sistemática das
influenciar os processos saúde-doença individual, das coletividades ações da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis, visan-
e da própria comunidade; do a readequação constante do processo de trabalho;
IX. Responsabilizar-se pela população adscrita mantendo a co- XXII. Articular e participar das atividades de educação perma-
ordenação do cuidado mesmo quando necessita de atenção em ou- nente e educação continuada;
tros pontos de atenção do sistema de saúde; XXIII. Realizar ações de educação em saúde à população ads-
X. Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica vigente trita, conforme planejamento da equipe e utilizando abordagens
para registro das ações de saúde na AB, visando subsidiar a gestão, adequadas às necessidades deste público;
planejamento, investigação clínica e epidemiológica, e à avaliação XXIV.Participar do gerenciamento dos insumos necessários
dos serviços de saúde;; para o adequado funcionamento da UBS;
XI. Contribuir para o processo de regulação do acesso a partir XIV. Promover a mobilização e a participação da comunidade,
da Atenção Básica, participando da definição de fluxos assistenciais estimulando conselhos/colegiados, constituídos de gestores locais,
na RAS, bem como da elaboração e implementação de protocolos profissionais de saúde e usuários, viabilizando o controle social na
e diretrizes clínicas e terapêuticas para a ordenação desses fluxos; gestão da Unidade Básica de Saúde;
XII. Realizar a gestão das filas de espera, evitando a prática do XXV. Identificar parceiros e recursos na comunidade que pos-
encaminhamento desnecessário, com base nos processos de regu- sam potencializar ações intersetoriais;
lação locais (referência e contrarreferência), ampliando-a para um XXVI. Acompanhar e registrar no Sistema de Informação da
processo de compartilhamento de casos e acompanhamento lon- Atenção Básica e no mapa de acompanhamento do Programa Bolsa
gitudinal de responsabilidade das equipes que atuam na atenção Família (PBF), e/ou outros pro-gramas sociais equivalentes, as con-
básica; dicionalidades de saúde das famílias beneficiárias;e
XIII. Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de atenção de XXVII. Realizar outras ações e atividades, de acordo com as
diferentes configurações tecnológicas a integração por meio de ser- prioridades locais, definidas pelo gestor local.
viços de apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir a integra- 4.2. São atribuições específicas dos profissionais das equipes
lidade do cuidado; que atuam na Atenção Básica:
XIV. Instituir ações para segurança do paciente e propor medi- 4.2.1 - Enfermeiro:
das para reduzir os riscos e diminuir os eventos adversos; I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas
XV. Alimentar e garantir a qualidade do registro das atividades às equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos
nos sistemas de informação da Atenção Básica, conforme normati- demais espaços comunitários (escolas, associações entre outras),
va vigente; em todos os ciclos de vida;
XVI. Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de no- II - Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar
tificação compulsória, bem como outras doenças, agravos, surtos, exames complementares, prescrever medicações conforme proto-
acidentes, violências, situações sanitárias e ambientais de impor- colos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras normativas téc-
tância local, considerando essas ocorrências para o planejamento nicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do
de ações de prevenção, proteção e recuperação em saúde no ter- Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão;
ritório; III - Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qua-
XVII. Realizar busca ativa de internações e atendimentos de ur- lificada e classificação de risco, de acordo com protocolos estabe-
gência/emergência por causas sensíveis à Atenção Básica, a fim de lecidos;
estabelecer estratégias que ampliem a resolutividade e a longitudi- IV - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados
nalidade pelas equipes que atuam na AB; para as pessoas que possuem condições crônicas no território, jun-
XVIII. Realizar visitas domiciliares e atendimentos em domicílio to aos demais membros da equipe;
às famílias e pessoas em residências, Instituições de Longa Perma- V - Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando neces-
nência (ILP), abrigos, entre outros tipos de moradia existentes em sário, usuários a outros serviços, conforme fluxo estabelecido pela
seu território, de acordo com o planejamento da equipe, necessida- rede local;
des e prioridades estabelecidas; VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos
XIX. Realizar atenção domiciliar a pessoas com problemas de técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS e ACE em conjunto com os
saúde controlados/compensados com algum grau de dependência outros membros da equipe;
para as atividades da vida diária e que não podem se deslocar até a VII - Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem
Unidade Básica de Saúde; e ACS;
XX. Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, inte- VIII - Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e
grando áreas técnicas, profissionais de diferentes formações e até fluxos relacionados a sua área de competência na UBS; e
mesmo outros níveis de atenção, buscando incorporar práticas de IX - Exercer outras atribuições conforme legislação profissional,
vigilância, clínica ampliada e matriciamento ao processo de traba- e que sejam de responsabilidade na sua área de atuação.
lho cotidiano para essa integração (realização de consulta compar- 4.2.2 - Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem:

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LEGISLAÇÃO

I - Participar das atividades de atenção à saúde realizando pro- VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos
cedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe;
e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuida-
espaços comunitários (escolas, associações, entre outros); dos para as pessoas que possuem condições crônicas no território,
II - Realizar procedimentos de enfermagem, como curativos, junto aos demais membros da equipe; e
administração de medicamentos, vacinas, coleta de material para IX - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade
exames, lavagem, preparação e esterilização de materiais, entre ou- na sua área de atuação.
tras atividades delegadas pelo enfermeiro, de acordo com sua área 4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB):
de atuação e regulamentação; e I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva das
III - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade famílias, indivíduos e a grupos específicos, atividades em grupo
na sua área de atuação. na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos
4.2.1 - Médico: demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros),
I - Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob sua res- segundo programação e de acordo com suas competências técnicas
ponsabilidade; e legais;
II - Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgi- II - Coordenar a manutenção e a conservação dos equipamen-
cos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, tos odontológicos;
no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, asso- III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à
ciações entre outros); em conformidade com protocolos, diretrizes saúde bucal com os demais membros da equipe, buscando aproxi-
clínicas e terapêuticas, bem como outras normativas técnicas es- mar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar;
tabelecidas pelos gestores (federal, estadual, municipal ou Distrito IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de pre-
Federal), observadas as disposições legais da profissão; venção e promoção da saúde bucal;
III - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados V - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saú-
para as pessoas que possuem condições crônicas no território, jun- de bucal e de agentes multiplicadores das ações de promoção à
to aos demais membros da equipe; saúde;
IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos
VI - Participar das ações educativas atuando na promoção da
de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sob sua responsa-
saúde e na prevenção das doenças bucais;
bilidade o acompanhamento do plano terapêutico prescrito;
VII - Participar da realização de levantamentos e estudos epide-
V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar,
miológicos, exceto na categoria de examinador;
mantendo a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa;
VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde
ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; e bucal;
VII - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indicação téc-
na sua área de atuação. nica definida pelo cirurgião-dentista;
4.2.2 - Cirurgião-Dentista: X - Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico exclusi-
I - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da vamente em consultórios ou clínicas odontológicas;
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, acompanha- XI - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontoló-
mento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a gicos na restauração dentária direta, sendo vedado o uso de mate-
todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, atividades em riais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista;
grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou XII - Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas interven-
nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre ou- ções clínicas e procedimentos demandados pelo mesmo;
tros), de acordo com planejamento da equipe, com resolubilidade e XIII - Realizar a remoção de sutura conforme indicação do Ci-
em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, rurgião Dentista;
bem como outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor XIV - Executar a organização, limpeza, assepsia, desinfecção e
federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as esterilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e
disposições legais da profissão; do ambiente de trabalho;
II - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epi- XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório,
demiológico para o planejamento e a programação em saúde bucal antes e após atos cirúrgicos;
no território; XVI - Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento,
III - Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da AB em manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos;
saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, pequenas ci- XVII - Processar filme radiográfico;
rurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com as fases XVIII - Selecionar moldeiras;
clínicas de moldagem, adaptação e acompanhamento de próteses XIX - Preparar modelos em gesso;
dentárias (elementar, total e parcial removível); XX - Manipular materiais de uso odontológico.
IV - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à pro-
XXI - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade
moção da saúde e à prevenção de doenças bucais;
na sua área de atuação.
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes
4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):
à saúde com os demais membros da equipe, buscando aproximar
I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal
saúde bucal e integrar ações de forma multidisciplinar;
VI - Realizar supervisão do técnico em saúde bucal (TSB) e auxi- para as famílias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local
liar em saúde bucal (ASB); e protocolos de atenção à saúde;

28
LEGISLAÇÃO

II - Executar organização, limpeza, assepsia, desinfecção e es- V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas
terilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do de informação da Atenção Básica vigente, por parte dos profissio-
ambiente de trabalho; nais, verificando sua consistência, estimulando a utilização para
III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções análise e planejamento das ações, e divulgando os resultados ob-
clínicas, tidos;
IV - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde VI - Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o
bucal; trabalho em equipe;
V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à VII - Potencializar a utilização de recursos físicos, tecnológicos e
saúde bucal com os demais membros da equipe de Atenção Básica, equipamentos existentes na UBS, apoiando os processos de cuida-
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidis- do a partir da orientação à equipe sobre a correta utilização desses
ciplinar; recursos;
VI - Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos (ma-
transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos odonto- nutenção, logística dos materiais, ambiência da UBS), zelando pelo
lógicos; bom uso dos recursos e evitando o desabastecimento;
VII - Processar filme radiográfico; IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas as ins-
VIII - Selecionar moldeiras; tâncias necessárias e articular com demais atores da gestão e do
IX - Preparar modelos em gesso; território com vistas à qualificação do trabalho e da atenção à saúde
X - Manipular materiais de uso odontológico realizando manu- realizada na UBS;
tenção e conservação dos equipamentos; X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação dos
XI - Participar da realização de levantamentos e estudos epide- profissionais na organização dos fluxos de usuários, com base em
miológicos, exceto na categoria de examinador; e protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, apoiando a referência
XII - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade e contrarreferência entre equipes que atuam na AB e nos diferentes
na sua área de atuação. pontos de atenção, com garantia de encaminhamentos responsá-
4.2.5 - Gerente de Atenção Básica veis;
Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica com o XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos sociais do ter-
objetivo de contribuir para o aprimoramento e qualificação do pro- ritório, e estimular a atuação intersetorial, com atenção diferencia-
cesso de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde, em especial ao da para as vulnerabilidades existentes no território;
fortalecer a atenção à saúde prestada pelos profissionais das equi- XII - Identificar as necessidades de formação/qualificação dos
pes à população adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A profissionais em conjunto com a equipe, visando melhorias no
inclusão deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a processo de trabalho, na qualidade e resolutividade da atenção,
necessidade do território e cobertura de AB. e promover a Educação Permanente, seja mobilizando saberes na
Entende-se por Gerente de AB um profissional qualificado, pre- própria UBS, ou com parceiros;
ferencialmente com nível superior, com o papel de garantir o plane- XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a participa-
jamento em saúde, de acordo com as necessidades do território e ção dos profissionais e usuários em instâncias de controle social;
comunidade, a organização do processo de trabalho, coordenação XIV - Tomar as providências cabíveis no menor prazo possível
e integração das ações. Importante ressaltar que o gerente não seja quanto a ocorrências que interfiram no funcionamento da unidade;
profissional integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua e
experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível superior, XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam designadas pelo
e dentre suas atribuições estão: gestor municipal ou do Distrito Federal, de acordo com suas com-
I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as dire- petências.
trizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito nacional, esta- 4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Com-
dual, municipal e Distrito Federal, com ênfase na Política Nacional bate a Endemias (ACE)
de Atenção Básica, de modo a orientar a organização do processo Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e Vigilância em
de trabalho na UBS; Saúde devem se unir para a adequada identificação de problemas
II - Participar e orientar o processo de territorialização, diagnós- de saúde nos territórios e o planejamento de estratégias de inter-
tico situacional, planejamento e programação das equipes, avalian- venção clínica e sanitária mais efetivas e eficazes, orienta-se que as
do resultados e propondo estratégias para o alcance de metas de atividades específicas dos agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser
saúde, junto aos demais profissionais; integradas.
III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de trabalho Assim, além das atribuições comuns a todos os profissionais da
das equipes que atuam na AB sob sua gerência, contribuindo para equipe de AB, são atribuições dos ACS e ACE:
implementação de políticas, estratégias e programas de saúde, bem a) Atribuições comuns do ACS e ACE
como para a mediação de conflitos e resolução de problemas; I - Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, ambiental,
IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo profissionais epidemiológico e sanitário do território em que atuam, contribuin-
envolvidos no cuidado e gestores assumem responsabilidades pela do para o processo de territorialização e mapeamento da área de
sua própria segurança de seus colegas, pacientes e familiares, enco- atuação da equipe;
rajando a identificação, a notificação e a resolução dos problemas II - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de preven-
relacionados à segurança; ção de doenças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes no
território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares

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LEGISLAÇÃO

regulares e de ações educativas individuais e coletivas, na UBS, no VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por le-
domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação gislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo
epidemiológica de casos suspeitos de doenças e agravos junto a ou- gestor federal, municipal ou do Distrito Federal.
tros profissionais da equipe quando necessário; Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente Comu-
III - Realizar visitas domiciliares com periodicidade estabelecida nitário de Saúde, a serem realizadas em caráter excepcional, assis-
no planejamento da equipe e conforme as necessidades de saúde tidas por profissional de saúde de nível superior, membro da equi-
da população, para o monitoramento da situação das famílias e indi- pe, após treinamento específico e fornecimento de equipamentos
víduos do território, com especial atenção às pessoas com agravos e adequados, em sua base geográfica de atuação, encaminhando o
condições que necessitem de maior número de visitas domiciliares; paciente para a unidade de saúde de referência.
IV - Identificar e registrar situações que interfiram no curso das I - aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o objeti-
doenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada vo de promover saúde e prevenir doenças e agravos;
aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de II - realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no domicí-
transmissão de doenças infecciosas e agravos; lio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes
V - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito pelas equipes que
transmissores de doenças e medidas de prevenção individual e co- atuam na Atenção Básica;
letiva; III - aferição da temperatura axilar, durante a visita domiciliar;
VI - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos, encami- IV - realizar técnicas limpas de curativo, que são realizadas com
nhar os usuários para a unidade de saúde de referência, registrar e material limpo, água corrente ou soro fisiológico e cobertura estéril,
comunicar o fato à autoridade de saúde responsável pelo território; com uso de coberturas passivas, que somente cobre a ferida; e
VII - Informar e mobilizar a comunidade para desenvolver me- V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar,
didas simples de manejo ambiental e outras formas de intervenção mantendo a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa;
no ambiente para o controle de vetores; VI - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos
VIII - Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; e
VII - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade
território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços de
na sua área de atuação.
saúde disponíveis;
4.2.2 - Cirurgião-Dentista:
IX - Estimular a participação da comunidade nas políticas públi-
I - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da
cas voltadas para a área da saúde;
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, acompanha-
X - Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam
mento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a
potencializar ações intersetoriais de relevância para a promoção da
todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, atividades em
qualidade de vida da população, como ações e programas de edu-
grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou
cação, esporte e lazer, assistência social, entre outros; e
nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre ou-
XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por le-
tros), de acordo com planejamento da equipe, com resolubilidade e
gislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas,
gestor federal, municipal ou do Distrito Federal. bem como outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor
b) Atribuições do ACS: federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as
I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em base disposições legais da profissão;
geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua área, man- II - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epi-
-tendo os dados atualizados no sistema de informação da Atenção demiológico para o planejamento e a programação em saúde bucal
Básica vigente, utilizando-os de forma sistemática, com apoio da no território;
equipe, para a análise da situação de saúde, considerando as carac- III - Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da AB em
terísticas sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemio- saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, pequenas ci-
lógicas do território, e priorizando as situações a serem acompa- rurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com as fases
nhadas no planejamento local; clínicas de moldagem, adaptação e acompanhamento de próteses
II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações que dentárias (elementar, total e parcial removível);
apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade; IV - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à pro-
III - Registrar, para fins de planejamento e acompanhamento moção da saúde e à prevenção de doenças bucais;
das ações de saúde, os dados de nascimentos, óbitos, doenças e V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes
outros agravos à saúde, garantido o sigilo ético; à saúde com os demais membros da equipe, buscando aproximar
IV - Desenvolver ações que busquem a integração entre a equi- saúde bucal e integrar ações de forma multidisciplinar;
pe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as caracte- VI - Realizar supervisão do técnico em saúde bucal (TSB) e auxi-
rísticas e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indiví- liar em saúde bucal (ASB);
duos e grupos sociais ou coletividades; VII - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos
V - Informar os usuários sobre as datas e horários de consultas ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe;
e exames agendados; VIII - Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuida-
VI - Participar dos processos de regulação a partir da Atenção dos para as pessoas que possuem condições crônicas no território,
Básica para acompanhamento das necessidades dos usuários no junto aos demais membros da equipe; e
que diz respeito a agendamentos ou desistências de consultas e IX - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade
exames solicitados; na sua área de atuação.

30
LEGISLAÇÃO

4.2.3 - Técnico em Saúde Bucal (TSB): V - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à
I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva das saúde bucal com os demais membros da equipe de Atenção Básica,
famílias, indivíduos e a grupos específicos, atividades em grupo buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidis-
na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos ciplinar;
demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros), VI - Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento,
segundo programação e de acordo com suas competências técnicas transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos odonto-
e legais; lógicos;
II - Coordenar a manutenção e a conservação dos equipamen- VII - Processar filme radiográfico;
tos odontológicos; VIII - Selecionar moldeiras;
III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à IX - Preparar modelos em gesso;
saúde bucal com os demais membros da equipe, buscando aproxi- X - Manipular materiais de uso odontológico realizando manu-
mar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar; tenção e conservação dos equipamentos;
IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de pre- XI - Participar da realização de levantamentos e estudos epide-
venção e promoção da saúde bucal; miológicos, exceto na categoria de examinador; e
V - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saú- XII -. Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade
de bucal e de agentes multiplicadores das ações de promoção à na sua área de atuação.
saúde; 4.2.5 - Gerente de Atenção Básica
VI - Participar das ações educativas atuando na promoção da Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica com o
saúde e na prevenção das doenças bucais; objetivo de contribuir para o aprimoramento e qualificação do pro-
VII - Participar da realização de levantamentos e estudos epide- cesso de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde, em especial ao
miológicos, exceto na categoria de examinador; fortalecer a atenção à saúde prestada pelos profissionais das equi-
pes à população adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A
VIII - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde
inclusão deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a
bucal;
necessidade do território e cobertura de AB.
IX - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indicação téc-
Entende-se por Gerente de AB um profissional qualificado, pre-
nica definida pelo cirurgião-dentista;
ferencialmente com nível superior, com o papel de garantir o plane-
X - Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico exclusi- jamento em saúde, de acordo com as necessidades do território e
vamente em consultórios ou clínicas odontológicas; comunidade, a organização do processo de trabalho, coordenação
XI - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontoló- e integração das ações. Importante ressaltar que o gerente não seja
gicos na restauração dentária direta, sendo vedado o uso de mate- profissional integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua
riais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista; experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível superior,
XII - Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas interven- e dentre suas atribuições estão:
ções clínicas e procedimentos demandados pelo mesmo; I - Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as dire-
XIII - Realizar a remoção de sutura conforme indicação do Ci- trizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito nacional, esta-
rurgião Dentista; dual, municipal e Distrito Federal, com ênfase na Política Nacional
XIV - Executar a organização, limpeza, assepsia, desinfecção e de Atenção Básica, de modo a orientar a organização do processo
esterilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e de trabalho na UBS;
do ambiente de trabalho; II - Participar e orientar o processo de territorialização, diagnós-
XV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, tico situacional, planejamento e programação das equipes, avalian-
antes e após atos cirúrgicos; do resultados e propondo estratégias para o alcance de metas de
XVI - Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, saúde, junto aos demais profissionais;
manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; III - Acompanhar, orientar e monitorar os processos de trabalho
XVII - Processar filme radiográfico; das equipes que atuam na AB sob sua gerência, contribuindo para
XVIII - Selecionar moldeiras; implementação de políticas, estratégias e programas de saúde, bem
XIX - Preparar modelos em gesso; como para a mediação de conflitos e resolução de problemas;
XX - Manipular materiais de uso odontológico. IV - Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo profissionais
XXI - Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade envolvidos no cuidado e gestores assumem responsabilidades pela
na sua área de atuação. sua própria segurança de seus colegas, pacientes e familiares, enco-
4.2.4 - Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): rajando a identificação, a notificação e a resolução dos problemas
I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal relacionados à segurança;
V - Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas
para as famílias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local
de informação da Atenção Básica vigente, por parte dos profissio-
e protocolos de atenção à saúde;
nais, verificando sua consistência, estimulando a utilização para
II - Executar organização, limpeza, assepsia, desinfecção e es-
análise e planejamento das ações, e divulgando os resultados ob-
terilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do
tidos;
ambiente de trabalho; VI - Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o
III - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções trabalho em equipe;
clínicas,
IV - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde
bucal;

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LEGISLAÇÃO

VII - Potencializar a utilização de recursos físicos, tecnológicos e IV - Identificar e registrar situações que interfiram no curso das
equipamentos existentes na UBS, apoiando os processos de cuida- doenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada
do a partir da orientação à equipe sobre a correta utilização desses aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de
recursos; transmissão de doenças infecciosas e agravos;
VIII - Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos (ma- V - Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes
nutenção, logística dos materiais, ambiência da UBS), zelando pelo transmissores de doenças e medidas de prevenção individual e co-
bom uso dos recursos e evitando o desabastecimento; letiva;
IX - Representar o serviço sob sua gerência em todas as ins- VI - Identificar casos suspeitos de doenças e agravos, encami-
tâncias necessárias e articular com demais atores da gestão e do nhar os usuários para a unidade de saúde de referência, registrar e
território com vistas à qualificação do trabalho e da atenção à saúde comunicar o fato à autoridade de saúde responsável pelo território;
realizada na UBS; VII - Informar e mobilizar a comunidade para desenvolver me-
X - Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação dos didas simples de manejo ambiental e outras formas de intervenção
profissionais na organização dos fluxos de usuários, com base em no ambiente para o controle de vetores;
protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, apoiando a referência VIII - Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu
e contrarreferência entre equipes que atuam na AB e nos diferentes território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços de
pontos de atenção, com garantia de encaminhamentos responsá- saúde disponíveis;
veis; IX.-Estimular a participação da comunidade nas políticas públi-
XI - Conhecer a rede de serviços e equipamentos sociais do ter- cas voltadas para a área da saúde;
ritório, e estimular a atuação intersetorial, com atenção diferencia- X - Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam
da para as vulnerabilidades existentes no território; potencializar ações intersetoriais de relevância para a promoção da
XII - Identificar as necessidades de formação/qualificação dos qualidade de vida da população, como ações e programas de edu-
profissionais em conjunto com a equipe, visando melhorias no cação, esporte e lazer, assistência social, entre outros; e
processo de trabalho, na qualidade e resolutividade da atenção, XI - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por le-
e promover a Educação Permanente, seja mobilizando saberes na gislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo
própria UBS, ou com parceiros; gestor federal, municipal ou do Distrito Federal.
XIII - Desenvolver gestão participativa e estimular a participa- b)Atribuições do ACS:
ção dos profissionais e usuários em instâncias de controle social; I - Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em base
XIV -Tomar as providências cabíveis no menor prazo possível geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua área, man-
quanto a ocorrências que interfiram no funcionamento da unidade; -tendo os dados atualizados no sistema de informação da Atenção
e Básica vigente, utilizando-os de forma sistemática, com apoio da
XV - Exercer outras atribuições que lhe sejam designadas pelo equipe, para a análise da situação de saúde, considerando as carac-
gestor municipal ou do Distrito Federal, de acordo com suas com- terísticas sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemio-
petências. lógicas do território, e priorizando as situações a serem acompa-
4.2.6 - Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Com- nhadas no planejamento local;
bate a Endemias (ACE) II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações que
Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e Vigilância em apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade;
Saúde devem se unir para a adequada identificação de problemas III - Registrar, para fins de planejamento e acompanhamento
de saúde nos territórios e o planejamento de estratégias de inter- das ações de saúde, os dados de nascimentos, óbitos, doenças e
venção clínica e sanitária mais efetivas e eficazes, orienta-se que as outros agravos à saúde, garantido o sigilo ético;
atividades específicas dos agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser IV - Desenvolver ações que busquem a integração entre a equi-
integradas. pe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as caracte-
Assim, além das atribuições comuns a todos os profissionais da rísticas e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indiví-
equipe de AB, são atribuições dos ACS e ACE: duos e grupos sociais ou coletividades;
a) Atribuições comuns do ACS e ACE V - Informar os usuários sobre as datas e horários de consultas
I - Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, ambiental, e exames agendados;
epidemiológico e sanitário do território em que atuam, contribuin- VI - Participar dos processos de regulação a partir da Atenção
do para o processo de territorialização e mapeamento da área de Básica para acompanhamento das necessidades dos usuários no
atuação da equipe; que diz respeito a agendamentos ou desistências de consultas e
II - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de preven- exames solicitados;
ção de doenças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes no VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por le-
território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares gislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo
regulares e de ações educativas individuais e coletivas, na UBS, no gestor federal, municipal ou do Distrito Federal.
domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente Comu-
epidemiológica de casos suspeitos de doenças e agravos junto a ou- nitário de Saúde, a serem realizadas em caráter excepcional, assis-
tros profissionais da equipe quando necessário; tidas por profissional de saúde de nível superior, membro da equi-
III - Realizar visitas domiciliares com periodicidade estabelecida pe, após treinamento específico e fornecimento de equipamentos
no planejamento da equipe e conforme as necessidades de saúde adequados, em sua base geográfica de atuação, encaminhando o
da população, para o monitoramento da situação das famílias e indi- paciente para a unidade de saúde de referência.
víduos do território, com especial atenção às pessoas com agravos e I - aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o objeti-
condições que necessitem de maior número de visitas domiciliares; vo de promover saúde e prevenir doenças e agravos;

32
LEGISLAÇÃO

II - realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no domicí- rentes elementos para a cartografia: ambientais, históricos, demo-
lio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes gráficos, geográficos, econômicos, sanitários, sociais, culturais, etc.
mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito pelas equipes que Importante refazer ou complementar a territorialização sempre que
atuam na Atenção Básica; necessário, já que o território é vivo. Nesse processo, a Vigilância
III - aferição da temperatura axilar, durante a visita domiciliar; em Saúde (sanitária, ambiental, epidemiológica e do trabalhador)
IV - realizar técnicas limpas de curativo, que são realizadas com e a Promoção da Saúde se mostram como referenciais essenciais
material limpo, água corrente ou soro fisiológico e cobertura estéril, para a identificação da rede de causalidades e dos elementos que
com uso de coberturas passivas, que somente cobre a ferida; e exercem determinação sobre o processo saúde-doença, auxiliando
V - orientação e apoio, em domicílio, para a correta adminis- na percepção dos problemas de saúde da população por parte da
tração da medicação do paciente em situação de vulnerabilidade. equipe e no planejamento das estratégias de intervenção.
Importante ressaltar que os ACS só realizarão a execução dos Além dessa articulação de olhares para a compreensão do ter-
procedimentos que requeiram capacidade técnica específica se de- ritório sob a responsabilidade das equipes que atuam na AB, a inte-
tiverem a respectiva formação, respeitada autorização legal. gração entre as ações de Atenção Básica e Vigilância em Saúde deve
c) Atribuições do ACE: ser concreta, de modo que se recomenda a adoção de um território
I - Executar ações de campo para pesquisa entomológica, mala-
único para ambas as equipes, em que o Agente de Combate às En-
cológica ou coleta de reservatórios de doenças;
demias trabalhe em conjunto com o Agente Comunitário de Saúde
II - Realizar cadastramento e atualização da base de imóveis
e os demais membros da equipe multiprofissional de AB na identifi-
para planejamento e definição de estratégias de prevenção, inter-
cação das necessidades de saúde da população e no planejamento
venção e controle de doenças, incluindo, dentre outros, o recensea-
mento de animais e levantamento de índice amostral tecnicamente das intervenções clínicas e sanitárias.
indicado; Possibilitar, de acordo com a necessidade e conformação do
III - Executar ações de controle de doenças utilizando as me- território, através de pactuação e negociação entre gestão e equi-
didas de controle químico, biológico, manejo ambiental e outras pes, que o usuário possa ser atendido fora de sua área de cobertu-
ações de manejo integrado de vetores; ra, mantendo o diálogo e a informação com a equipe de referência.
IV - Realizar e manter atualizados os mapas, croquis e o reco- II - Responsabilização Sanitária - Papel que as equipes devem
nhecimento geográfico de seu território; e assumir em seu território de referência (adstrição), considerando
V - Executar ações de campo em projetos que visem avaliar questões sanitárias, ambientais (desastres, controle da água, solo,
novas metodologias de intervenção para prevenção e controle de ar), epidemiológicas (surtos, epidemias, notificações, controle de
doenças; e agravos), culturais e socioeconômicas, contribuindo por meio de
VI - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por le- intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde da popu-
gislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo lação com residência fixa, os itinerantes (população em situação de
gestor federal, municipal ou do Distrito Federal. rua, ciganos, circenses, andarilhos, acampados, assentados, etc) ou
O ACS e o ACE devem compor uma equipe de Atenção Básica mesmo trabalhadores da área adstrita.
(eAB) ou uma equipe de Saúde da Família (eSF) e serem coordena- III - Porta de Entrada Preferencial - A responsabilização é fun-
dos por profissionais de saúde de nível superior realizado de forma damental para a efetivação da Atenção Básica como contato e porta
compartilhada entre a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Nas de entrada preferencial da rede de atenção, primeiro atendimento
localidades em que não houver cobertura por equipe de Atenção às urgências/emergências, acolhimento, organização do escopo de
Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), o ACS deve se ações e do processo de trabalho de acordo com demandas e neces-
vincular à equipe da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde sidades da população, através de estratégias diversas (protocolos e
(EACS). Já o ACE, nesses casos, deve ser vinculado à equipe de vi- diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos de encaminhamento
gilância em saúde do município e sua supervisão técnica deve ser para os outros pontos de atenção da RAS, etc). Caso o usuário aces-
realizada por profissional com comprovada capacidade técnica, se a rede através de outro nível de atenção, ele deve ser referencia-
podendo estar vinculado à equipe de atenção básica, ou saúde da do à Atenção Básica para que siga sendo acompanhado, asseguran-
família, ou a outro serviço a ser definido pelo gestor local.
do a continuidade do cuidado.
IV - Adscrição de usuários e desenvolvimento de relações de
5. DO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA
vínculo e responsabilização entre a equipe e a população do seu
A Atenção Básica como contato preferencial dos usuários na
território de atuação, de forma a facilitar a adesão do usuário ao
rede de atenção à saúde orienta-se pelos princípios e diretrizes do
SUS, a partir dos quais assume funções e características específicas. cuidado compartilhado com a equipe (vinculação de pessoas e/ou
Considera as pessoas em sua singularidade e inserção sociocultural, famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser re-
buscando produzir a atenção integral, por meio da promoção da ferência para o seu cuidado).
saúde, da prevenção de doenças e agravos, do diagnóstico, do tra- V - Acesso - A unidade de saúde deve acolher todas as pessoas
tamento, da reabilitação e da redução de danos ou de sofrimentos do seu território de referência, de modo universal e sem diferencia-
que possam comprometer sua autonomia. ções excludentes. Acesso tem relação com a capacidade do serviço
Dessa forma, é fundamental que o processo de trabalho na em responder às necessidades de saúde da população (residente e
Atenção Básica se caracteriza por: itinerante). Isso implica dizer que as necessidades da população de-
I - Definição do território e Territorialização - A gestão deve de- vem ser o principal referencial para a definição do escopo de ações
finir o território de responsabilidade de cada equipe, e esta deve co- e serviços a serem ofertados, para a forma como esses serão orga-
nhecer o território de atuação para programar suas ações de acordo nizados e para o todo o funcionamento da UBS, permitindo diferen-
com o perfil e as necessidades da comunidade, considerando dife- ciações de horário de atendimento (estendido, sábado, etc), formas

33
LEGISLAÇÃO

de agendamento (por hora marcada, por telefone, e-mail, etc), e equipe defina quais profissionais vão receber o usuário que chega;
outros, para assegurar o acesso. Pelo mesmo motivo, recomenda- como vai avaliar o risco e vulnerabilidade; fluxos e protocolos para
-se evitar barreiras de acesso como o fechamento da unidade du- encaminhamento; como organizar a agenda dos profissionais para
rante o horário de almoço ou em períodos de férias, entre outros, o cuidado; etc.
impedindo ou restringindo a acesso da população. Destaca-se que Destacam-se como importantes ações no processo de avalia-
horários alternativos de funcionamento que atendam expressa- ção de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica o Acolhimento
mente a necessidade da população podem ser pactuados através com Classificação de Risco (a) e a Estratificação de Risco (b).
das instâncias de participação social e gestão local. a) Acolhimento com Classificação de Risco: escuta qualificada e
Importante ressaltar também que para garantia do acesso é comprometida com a avaliação do potencial de risco, agravo à saú-
necessário acolher e resolver os agravos de maior incidência no ter- de e grau de sofrimento dos usuários, considerando dimensões de
ritório e não apenas as ações programáticas, garantindo um amplo expressão (física, psíquica, social, etc) e gravidade, que possibilita
escopo de ofertas nas unidades, de modo a concentrar recursos e priorizar os atendimentos a eventos agudos (condições agudas e
maximizar ofertas. agudizações de condições crônicas) conforme a necessidade, a par-
VI - O acolhimento deve estar presente em todas as relações de tir de critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis em diretri-
cuidado, nos encontros entre trabalhadores de saúde e usuários, zes e protocolos assistenciais definidos no SUS.
nos atos de receber e escutar as pessoas, suas necessidades, pro- O processo de trabalho das equipes deve estar organizado de
blematizando e reconhecendo como legítimas, e realizando avalia- modo a permitir que casos de urgência/emergência tenham priori-
dade no atendimento, independentemente do número de consul-
ção de risco e vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo
tas agendadas no período. Caberá à UBS prover atendimento ade-
que quanto maior o grau de vulnerabilidade e risco, menor deverá
quado à situação e dar suporte até que os usuários sejam acolhidos
ser a quantidade de pessoas por equipe, com especial atenção para
em outros pontos de atenção da RAS.
as condições crônicas.
As informações obtidas no acolhimento com classificação de
Considera-se condição crônica aquela de curso mais ou me-nos risco deverão ser registradas em prontuário do cidadão (físico ou
longo ou permanente que exige resposta e ações contínuas, proati- preferencialmente eletrônico).
vas e integradas do sistema de atenção à saúde, dos profissionais de Os desfechos do acolhimento com classificação de risco pode-
saúde e das pessoas usuárias para o seu controle efetivo, eficiente rão ser definidos como: 1- consulta ou procedimento imediato;
e com qualidade. 1. consulta ou procedimento em horário disponível no mesmo
Ressalta-se a importância de que o acolhimento aconteça du- dia;
rante todo o horário de funcionamento da UBS, na organização dos 2. agendamento de consulta ou procedimento em data futura,
fluxos de usuários na unidade, no estabelecimento de avaliações para usuário do território;
de risco e vulnerabilidade, na definição de modelagens de escuta 3. procedimento para resolução de demanda simples prevista
(individual, coletiva, etc), na gestão das agendas de atendimento em protocolo, como renovação de receitas para pessoas com condi-
individual, nas ofertas de cuidado multidisciplinar, etc. ções crônicas, condições clínicas estáveis ou solicitação de exames
A saber, o acolhimento à demanda espontânea na Atenção Bá- para o seguimento de linha de cuidado bem definida;
sica pode se constituir como: 4. encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS, median-
a. Mecanismo de ampliação/facilitação do acesso - a equipe te contato prévio, respeitado o protocolo aplicável; e
deve atender todos as pessoas que chegarem na UBS, conforme 5. orientação sobre territorialização e fluxos da RAS, com indi-
sua necessidade, e não apenas determinados grupos populacionais, cação específica do serviço de saúde que deve ser procurado, no
ou agravos mais prevalentes e/ou fragmentados por ciclo de vida. município ou fora dele, nas demandas em que a classificação de
Dessa forma a ampliação do acesso ocorre também contemplando risco não exija atendimento no momento da procura do serviço.
a agenda programada e a demanda espontânea, abordando as situ- b) Estratificação de risco: É o processo pelo qual se utiliza cri-
ações con-forme suas especificidades, dinâmicas e tempo. térios clínicos, sociais, econômicos, familiares e outros, com base
b. Postura, atitude e tecnologia do cuidado - se estabelece nas em diretrizes clínicas, para identificar subgrupos de acordo com a
relações entre as pessoas e os trabalhadores, nos modos de escuta, complexidade da condição crônica de saúde, com o objetivo de di-
na maneira de lidar com o não previsto, nos modos de construção ferenciar o cuidado clínico e os fluxos que cada usuário deve seguir
de vínculos (sensibilidade do trabalhador, posicionamento ético si- na Rede de Atenção à Saúde para um cuidado integral.
A estratificação de risco da população adscrita a determinada
tuacional), podendo facilitar a continuidade do cuidado ou facilitan-
UBS é fundamental para que a equipe de saúde organize as ações
do o acesso sobretudo para aqueles que procuram a UBS fora das
que devem ser oferecidas a cada grupo ou estrato de risco/vulne-
consultas ou atividades agendadas.
rabilidade, levando em consideração a necessidade e adesão dos
c. Dispositivo de (re)organização do processo de trabalho em
usuários, bem como a racionalidade dos recursos disponíveis nos
equipe - a implantação do acolhimento pode provocar mudanças serviços de saúde.
no modo de organização das equipes, relação entre trabalhadores VII - Trabalho em Equipe Multiprofissional - Considerando a di-
e modo de cuidar. Para acolher a demanda espontânea com equi- versidade e complexidade das situações com as quais a Atenção Bá-
dade e qualidade, não basta distribuir senhas em número limita- sica lida, um atendimento integral requer a presença de diferentes
do, nem é possível encaminhar todas as pessoas ao médico, aliás formações profissionais trabalhando com ações compartilhadas,
o acolhimento não deve se restringir à triagem clínica. Organizar a assim como, com processo interdisciplinar centrado no usuário,
partir do acolhimento exige que a equipe reflita sobre o conjunto incorporando práticas de vigilância, promoção e assistência à saú-
de ofertas que ela tem apresentado para lidar com as necessidades de, bem como matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. É
de saúde da população e território. Para isso é importante que a possível integrar também profissionais de outros níveis de atenção.

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LEGISLAÇÃO

VIII - Resolutividade - Capacidade de identificar e intervir nos de saúde, ciclos de vida, gênero e patologias dificultando o acesso
riscos, necessidades e demandas de saúde da população, atingindo dos usuários. Recomenda-se a utilização de instrumentos de plane-
a solução de problemas de saúde dos usuários. A equipe deve ser jamento estratégico situacional em saúde, que seja ascendente e
resolutiva desde o contato inicial, até demais ações e serviços da envolva a participação popular (gestores, trabalhadores e usuários).
AB de que o usuário necessite. Para tanto, é preciso garantir amplo XI - Implementação da Promoção da Saúde como um princípio
escopo de ofertas e abordagens de cuidado, de modo a concentrar para o cuidado em saúde, entendendo que, além da sua importân-
recursos, maximizar as ofertas e melhorar o cuidado, encaminhan- cia para o olhar sobre o território e o perfil das pessoas, conside-
do de forma qualificada o usuário que necessite de atendimento es- rando a determinação social dos processos saúde-doença para o
pecializado. Isso inclui o uso de diferentes tecnologias e abordagens planejamento das intervenções da equipe, contribui também para
de cuidado individual e coletivo, por meio de habilidades das equi- a qualificação e diversificação das ofertas de cuidado. A partir do
pes de saúde para a promoção da saúde, prevenção de doenças e respeito à autonomia dos usuários, é possível estimular formas de
agravos, proteção e recuperação da saúde, e redução de danos. Im- andar a vida e comportamentos com prazer que permaneçam den-
portante promover o uso de ferramentas que apoiem e qualifiquem tro de certos limites sensíveis entre a saúde e a doença, o saudável
o cuidado realizado pelas equipes, como as ferramentas da clínica e o prejudicial, que sejam singulares e viáveis para cada pessoa. Ain-
ampliada, gestão da clínica e promoção da saúde, para ampliação da, numa acepção mais ampla, é possível estimular a transformação
da resolutividade e abrangência da AB. das condições de vida e saúde de indivíduos e coletivos, através de
Entende-se por ferramentas de Gestão da Clínica um con-junto estratégias transversais que estimulem a aquisição de novas atitu-
de tecnologias de microgestão do cuidado destinado a promover des entre as pessoas, favorecendo mudanças para modos de vida
uma atenção à saúde de qualidade, como protocolos e diretrizes mais saudáveis e sustentáveis.
Embora seja recomendado que as ações de promoção da saú-
clínicas, planos de ação, linhas de cuidado, projetos terapêuticos
de estejam pautadas nas necessidades e demandas singulares do
singulares, genograma, ecomapa, gestão de listas de espera, audi-
território de atuação da AB, denotando uma ampla possibilidade
toria clínica, indicadores de cuidado, entre outras. Para a utilização
de temas para atuação, destacam-se alguns de relevância geral na
dessas ferramentas, deve-se considerar a clínica centrada nas pes-
população brasileira, que devem ser considerados na abordagem
soas; efetiva, estruturada com base em evidências científicas; se- da Promoção da Saúde na AB: alimentação adequada e saudável;
gura, que não cause danos às pessoas e aos profissionais de saúde; práticas corporais e atividade física; enfrentamento do uso do ta-
eficiente, oportuna, prestada no tempo certo; equitativa, de forma baco e seus derivados; enfrentamento do uso abusivo de álcool;
a reduzir as desigualdades e que a oferta do atendimento se dê de promoção da redução de danos; promoção da mobilidade segura
forma humanizada. e sustentável; promoção da cultura de paz e de direitos humanos;
VIII - Promover atenção integral, contínua e organizada à popu- promoção do desenvolvimento sustentável.
lação adscrita, com base nas necessidades sociais e de saúde, atra- XII - Desenvolvimento de ações de prevenção de doenças e
vés do estabelecimento de ações de continuidade informacional, agravos em todos os níveis de acepção deste termo (primária, se-
interpessoal e longitudinal com a população. A Atenção Básica deve cundária, terciária e quartenária), que priorizem determinados per-
buscar a atenção integral e de qualidade, resolutiva e que contri- fis epidemiológicos e os fatores de risco clínicos, comportamentais,
bua para o fortalecimento da autonomia das pessoas no cuidado à alimentares e/ou ambientais, bem como aqueles determinados
saúde, estabelecendo articulação orgânica com o conjunto da rede pela produção e circulação de bens, prestação de serviços de in-
de atenção à saúde. Para o alcance da integralidade do cuidado, a teresse da saúde, ambientes e processos de trabalho. A finalida-
equipe deve ter noção sobre a ampliação da clínica, o conhecimen- de dessas ações é prevenir o aparecimento ou a persistência de
to sobre a realidade local, o trabalho em equipe multiprofissional e doenças, agravos e complicações preveníveis, evitar intervenções
transdisciplinar, e a ação intersetorial. desnecessárias e iatrogênicas e ainda estimular o uso racional de
Para isso pode ser necessário realizar de ações de atenção à medicamentos.
saúde nos estabelecimentos de Atenção Básica à saúde, no domi- Para tanto é fundamental a integração do trabalho entre Aten-
cílio, em locais do território (salões comunitários, escolas, creches, ção Básica e Vigilância em Saúde, que é um processo contínuo e
praças, etc.) e outros espaços que comportem a ação planejada. sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de da-
IX - Realização de ações de atenção domiciliar destinada a usu- dos sobre eventos relacionados à saúde, visando ao planejamento
ários que possuam problemas de saúde controlados/compensados e a implementação de medidas de saúde pública para a proteção
e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e
Unidade Básica de Saúde, que necessitam de cuidados com menor doenças, bem como para a promoção da saúde.
As ações de Vigilância em Saúde estão inseridas nas atribuições
frequência e menor necessidade de recursos de saúde, para famí-
de todos os profissionais da Atenção Básica e envolvem práticas e
lias e/ou pessoas para busca ativa, ações de vigilância em saúde e
processos de trabalho voltados para:
realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domi-
a. vigilância da situação de saúde da população, com análises
ciliar nos casos de maior complexidade.
que subsidiem o planejamento, estabelecimento de prioridades e
X - Programação e implementação das atividades de atenção à estratégias, monitoramento e avaliação das ações de saúde pública;
saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com b. detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a
a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas resposta de saúde pública;
de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e c. vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis;
resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda e
de trabalho compartilhada de todos os profissionais, e recomen- d. vigilância das violências, das doenças crônicas não transmis-
da- se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas síveis e acidentes.

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A AB e a Vigilância em Saúde deverão desenvolver ações inte- XVII - Implantar estratégias de Segurança do Paciente na AB,
gradas visando à promoção da saúde e prevenção de doenças nos estimulando prática assistencial segura, envolvendo os pacientes na
territórios sob sua responsabilidade. Todos profissionais de saúde segurança, criando mecanismos para evitar erros, garantir o cui-da-
deverão realizar a notificação compulsória e conduzir a investigação do centrado na pessoa, realizando planos locais de segurança do
dos casos suspeitos ou confirmados de doenças, agravos e outros paciente, fornecendo melhoria contínua relacionando a identifica-
eventos de relevância para a saúde pública, conforme protocolos e ção, a prevenção, a detecção e a redução de riscos.
normas vigentes. XVIII - Apoio às estratégias de fortalecimento da gestão local
Compete à gestão municipal reorganizar o território, e os pro- e do controle social, participando dos conselhos locais de saúde
cessos de trabalho de acordo com a realidade local. de sua área de abrangência, assim como, articular e incentivar a
A integração das ações de Vigilância em Saúde com Atenção participação dos trabalhadores e da comunidade nas reuniões dos
Básica, pressupõe a reorganização dos processos de trabalho da conselhos locais e municipal; e
equipe, a integração das bases territoriais (território único), pre- XIX - Formação e Educação Permanente em Saúde, como parte
ferencialmente e rediscutir as ações e atividades dos agentes co- do processo de trabalho das equipes que atuam na Atenção Básica.
munitários de saúde e do agentes de combate às endemias, com Considera-se Educação Permanente em Saúde (EPS) a aprendiza-
definição de papéis e responsabilidades. gem que se desenvolve no trabalho, onde o aprender e o ensinar se
A coordenação deve ser realizada por profissionais de nível su- incorporam ao cotidiano das organizações e do trabalho, baseando-
perior das equipes que atuam na Atenção Básica. se na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar
XIII - Desenvolvimento de ações educativas por parte das equi- as práticas dos trabalhadores da saúde. Nesse contexto, é impor-
tante que a EPS se desenvolva essencialmente em espaços institu-
pes que atuam na AB, devem ser sistematizadas de forma que pos-
cionalizados, que sejam parte do cotidiano das equipes (reuniões,
sam interferir no processo de saúde-doença da população, no de-
fóruns territoriais, entre outros), devendo ter espaço garantido na
senvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por
carga horária dos trabalhadores e contemplar a qualificação de to-
qualidade de vida e promoção do autocuidado pelos usuários.
dos da equipe multiprofissional, bem como os gestores.
XIV - Desenvolver ações intersetoriais, em interlocução com Algumas estratégias podem se aliar a esses espaços institucio-
escolas, equipamentos do SUAS, associações de moradores, equi- nais em que equipe e gestores refletem, aprendem e trans-formam
pamentos de segurança, entre outros, que tenham relevância na os processos de trabalho no dia-a-dia, de modo a potencializá-los,
comunidade, integrando projetos e redes de apoio social, voltados tais como Cooperação Horizontal, Apoio Institucional, Tele Edu-
para o desenvolvimento de uma atenção integral; cação, Formação em Saúde. Entende-se que o apoio institucional
XV - Implementação de diretrizes de qualificação dos modelos deve ser pensado como uma função gerencial que busca a reformu-
de atenção e gestão, tais como, a participação coletiva nos proces- lação do modo tradicional de se fazer coordenação, planejamento,
sos de gestão, a valorização, fomento a autonomia e protagonismo supervisão e avaliação em saúde. Ele deve assumir como objetivo a
dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, autocui- mudança nas organizações, tomando como matéria-prima os pro-
dado apoiado, o compromisso com a ambiência e com as condi- blemas e tensões do cotidiano Nesse sentido, pressupõe-se o esfor-
ções de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a ço de transformar os modelos de gestão verticalizados em relações
identificação das necessidades sociais e organização do serviço em horizontais que ampliem a democratização, autonomia e compro-
função delas, entre outras; misso dos trabalhadores e gestores, baseados em relações contí-
XVI - Participação do planejamento local de saúde, assim como nuas e solidárias. A Formação em Saúde, desenvolvida por meio da
do monitoramento e a avaliação das ações na sua equipe, unidade relação entre trabalhadores da AB no território (estágios de gradu-
e município; visando à readequação do processo de trabalho e do ação e residências, projetos de pesquisa e extensão, entre outros),
planejamento frente às necessidades, realidade, dificuldades e pos- beneficiam AB e instituições de ensino e pesquisa, trabalhadores,
sibilidades analisadas. docentes e discentes e, acima de tudo, a população, com profissio-
O planejamento ascendente das ações de saúde deverá ser nais de saúde mais qualificados para a atuação e com a produção
elaborado de forma integrada nos âmbitos das equipes, dos mu- de conhecimento na AB. Para o fortalecimento da integração entre
nicípios, das regiões de saúde e do Distrito Federal, partindo-se do ensino, serviços e comunidade no âmbito do SUS, destaca-se a es-
reconhecimento das realidades presentes no território que influen- tratégia de celebração de instrumentos contratuais entre institui-
ciam a saúde, condicionando as ofertas da Rede de Atenção Saúde ções de ensino e serviço, como forma de garantir o acesso a todos
de acordo com a necessidade/demanda da população, com base os estabelecimentos de saúde sob a responsabilidade do gestor da
área de saúde como cenário de práticas para a formação no âmbito
em parâmetros estabelecidos em evidências científicas, situação
da graduação e da residência em saúde no SUS, bem como de es-
epidemiológica, áreas de risco e vulnerabilidade do território ads-
tabelecer atribuições das partes relacionadas ao funcionamento da
crito.
integração ensino-serviço- comunidade.
As ações em saúde planejadas e propostas pelas equipes deve-
Além dessas ações que se desenvolvem no cotidiano das equi-
rão considerar o elenco de oferta de ações e de serviços prestados pes, de forma complementar, é possível oportunizar processos for-
na AB, os indicadores e parâmetros, pactuados no âmbito do SUS. mativos com tempo definido, no intuito de desenvolver reflexões,
As equipes que atuam na AB deverão manter atualizadas as in- conhecimentos, competências, habilidades e atitudes específicas,
formações para construção dos indicadores estabelecidos pela ges- através dos processos de Educação Continuada, igualmente como
tão, com base nos parâmetros pactuados alimentando, de forma estratégia para a qualificação da AB. As ofertas educacionais de-
digital, o sistema de informação de Atenção Básica vigente; vem, de todo modo, ser indissociadas das temáticas relevantes para
a Atenção Básica e da dinâmica cotidiana de trabalho dos profissio-
nais.

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LEGISLAÇÃO

6. DO FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO BÁSICA O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das equi-
O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite e com pes de Saúde da Família será publicado em portaria específica
detalhamento apresentado pelo Plano Municipal de Saúde garan- 2. Equipe de Atenção Básica (eAB): os valores dos incentivos
tido nos instrumentos conforme especificado no Plano Nacional, financeiros para as equipes de Atenção Básica (eAB) implantadas
Estadual e Municipal de gestão do SUS. No âmbito federal, o mon- serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de equi-
tante de recursos financeiros destinados à viabilização de ações de pe de Atenção Básica (eAB) registrados no Sistema de Cadastro Na-
Atenção Básica à saúde compõe o bloco de financiamento de Aten- cional de Estabelecimentos de Saúde vigente no mês anterior ao da
ção Básica (Bloco AB) e parte do bloco de financiamento de inves- respectiva competência financeira.
timento e seus recursos deverão ser utilizados para financiamento O percentual de financiamento das equipes de Atenção Básica
das ações de Atenção Básica. (eAB), será definido pelo Ministério da Saúde, a depender da dispo-
Os repasses dos recursos da AB aos municípios são efetuados nibilidade orçamentária e demanda de credenciamento.
em conta aberta especificamente para este fim, de acordo com a 1. Equipe de Saúde Bucal (eSB): Os valores dos incentivos finan-
normatização geral de transferências de recursos fundo a fundo do ceiros quando as equipes de Saúde da Família (eSF) e/ou Atenção
Ministério da Saúde com o objetivo de facilitar o acompanhamento Básica (eAB) forem compostas por profissionais de Saúde Bucal,
pelos Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e serão transferidos a cada mês, o valor correspondente a modali-
do Distrito Federal. dade, tendo como base o número de equipe de Saúde Bucal (eSB)
O financiamento federal para as ações de Atenção Básica deve- registrados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos
rá ser composto por:
de Saúde vigente no mês anterior ao da respectiva competência fi-
I - Recursos per capita; que levem em consideração aspectos
nanceira.
sociodemográficos e epidemiológicos;
1. O repasse mensal dos recursos para o custeio das Equipes de
II - Recursos que estão condicionados à implantação de estra-
Saúde Bucal será publicado em portaria específica.
tégias e programas da Atenção Básica, tais como os recursos espe-
cíficos para os municípios que implantarem, as equipes de Saúde 1. Equipe Saúde da Família comunidades Ribeirinhas e Fluviais
da Família (eSF), as equipes de Atenção Básica (eAB), as equipes de 4.1. Equipes Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR): os valores dos
Saúde Bucal (eSB), de Agentes Comunitários de Saúde (EACS), dos incentivos financeiros para as equipes de Saúde da Família Ribeiri-
Núcleos Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), nhas (eSFR) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como
dos Consultórios na Rua (eCR), de Saúde da Família Fluviais (eSFF) base o número de equipe de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) re-
e Ribeirinhas (eSFR) e Programa Saúde na Escola e Programa Aca- gistrados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior
demia da Saúde; ao da respectiva competência financeira.
III - Recursos condicionados à abrangência da oferta de ações O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das equi-
e serviços; pes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) será publicado em por-
IV - Recursos condicionados ao desempenho dos serviços de taria específica e poderá ser agregado um valor nos casos em que a
Atenção Básica com parâmetros, aplicação e comparabilidade na- equipe necessite de transporte fluvial para acessar as comunidades
cional, tal como o Programa de Melhoria de Acesso e Qualidade; ribeirinhas adscritas para execução de suas atividades.
V - Recursos de investimento; 4.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): os valores dos
Os critérios de alocação dos recursos da AB deverão se ajustar incentivos financeiros para as equipes de Saúde da Família Fluviais
conforme a regulamentação de transferência de recursos federais (eSFF) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base
para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde no âm- o número de Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) registrados
bito do SUS, respeitando especificidades locais, e critério definido no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da res-
na LC 141/2012. pectiva competência financeira.
I - Recurso per capita: O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das Uni-
O recurso per capita será transferido mensalmente, de forma dades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em portaria especí-
regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Mu- fica. Assim como, os critérios mínimos para o custeio das Unidades
nicipais de Saúde e do Distrito Federal com base num valor multipli- preexistentes ao Programa de Construção de Unidades Básicas de
cado pela população do Município. Saúde Fluviais.
A população de cada município e do Distrito Federal será a po- 4.3. Equipes Consultório na Rua (eCR)
pulação definida pelo IBGE e publicada em portaria específica pelo
Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos Con-
Ministério da Saúde.
sultórios na Rua (eCR) implantadas serão transferidos a cada mês,
II - Recursos que estão condicionados à implantação de estraté-
tendo como base a modalidade e o número de equipes cadastradas
gias e programas da Atenção Básica
no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da res-
1. Equipe de Saúde da Família (eSF): os valores dos incentivos
financeiros para as equipes de Saúde da Família implantadas serão pectiva competência financeira.
prioritário e superior, transferidos a cada mês, tendo como base o Os valores do repasse mensal que as equipes dos Consultórios
número de equipe de Saúde da Família (eSF) registrados no sistema na Rua (eCR) farão jus será definido em portaria específica.
de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva com- 5. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NAS-
petência financeira. F-AB) O valor do incentivo federal para o custeio de cada NASFAB,
dependerá da sua modalidade (1, 2 ou 3) e será determinado em
portaria específica. Os valores dos incentivos financeiros para os
NASF-AB implantados serão transferidos a cada mês, tendo como
base o número de NASF-AB cadastrados no SCNES vigente.

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6. Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) Para recebimento dos incentivos correspondentes às equipes
Os valores dos incentivos financeiros para as equipes de ACS que atuam na Atenção Básica, efetivamente credenciadas em por-
(EACS) implantadas são transferidos a cada mês, tendo como base taria e cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabeleci-
o número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), registrados no mentos de Saúde, os Municípios/Distrito Federal, deverão alimen-
sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da respec- tar os dados no sistema de informação da Atenção Básica vigente,
tiva competência financeira. Será repassada uma parcela extra, no comprovando, obrigatoriamente, o início e execução das atividades.
último trimestre de cada ano, cujo valor será calculado com base no 1. Suspensão do repasse de recursos do Bloco da Atenção Bá-
número de Agentes Comunitários de Saúde, registrados no cadas- sica
tro de equipes e profissionais do SCNES, no mês de agosto do ano O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos da
vigente. Atenção Básica aos municípios e ao Distrito Federal, quando:
A efetivação da transferência dos recursos financeiros descritos I - Não houver alimentação regular, por parte dos municípios e
no item B tem por base os dados de alimentação obrigatória do do Distrito Federal, dos bancos de dados nacionais de informação,
Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, cuja como:
responsabilidade de manutenção e atualização é dos gestores dos a. inconsistência no Sistema de Cadastro Nacional de Estabele-
estados, do Distrito Federal e dos municípios, estes devem transfe- cimentos de Saúde (SCNES) por duplicidade de profissional, ausên-
rir os dados mensalmente, para o Ministério da Saúde, de acordo cia de profissional da equipe mínima ou erro no registro, con-forme
com o cronograma definido anualmente pelo SCNES. normatização vigente; e
III - Do credenciamento b. não envio de informação (produção) por meio de Sistema de
Informação da Atenção Básica vigente por três meses consecutivos,
Para a solicitação de credenciamento dos Serviços e de todas as
conforme normativas específicas.
equipes que atuam na Atenção Básica, pelos Municípios e Distrito
- identificado, por meio de auditoria federal, estadual e munici-
Federal, deve-se obedecer aos seguintes critérios:
pal, malversação ou desvio de finalidade na utilização dos recursos.
I - Elaboração da proposta de projeto de credenciamento das
Sobre a suspensão do repasse dos recursos referentes ao item
equipes que atuam na Atenção Básica, pelos Municípios/Distrito II: O Ministério da Saúde suspenderá os repasses dos incentivos
Federal; referentes às equipes e aos serviços citados acima, nos casos em
a. O Ministério da Saúde disponibilizará um Manual com as que forem constatadas, por meio do monitoramento e/ou da su-
orientações para a elaboração da proposta de projeto, consideran- pervisão direta do Ministério da Saúde ou da Secretaria Estadual
do as diretrizes da Atenção Básica; de Saúde ou por auditoria do DENASUS ou dos órgãos de controle
b. A proposta do projeto de credenciamento das equipes que competentes, qualquer uma das seguintes situações:
atuam na Atenção Básica deverá estar aprovada pelo respectivo I - inexistência de unidade básica de saúde cadastrada para o
Conselho de Saúde Municipal ou Conselho de Saúde do Distrito Fe- trabalho das equipes e/ou;
deral; e II - ausência, por um período superior a 60 dias, de qualquer
c. As equipes que atuam na Atenção Básica que receberão in- um dos profissionais que compõem as equipes descritas no item B,
centivo de custeio fundo a fundo devem estar inseridas no plano de com exceção dos períodos em que a contratação de profissionais
saúde e programação anual. esteja impedida por legislação específica, e/ou;
II - Após o recebimento da proposta do projeto de credencia- III - descumprimento da carga horária mínima prevista para os
mento das eABs, as Secretarias Estaduais de Saúde, conforme prazo profissionais das equipes; e < >- ausência de alimentação regular de
a ser publicado em portaria específica, deverão realizar: dados no Sistema de Informação da Atenção Básica vigente.
a. Análise e posterior encaminhamento das propostas para Especificamente para as equipes de saúde da família (eSF) e
aprovação da Comissão Intergestores Bipartite (CIB); e equipes de Atenção Básica (eAB) com os profissionais de saúde bu-
b. após aprovação na CIB, encaminhar, ao Ministério da Saúde, cal.
a Resolução com o número de equipes por estratégia e modalida- As equipes de Saúde da Família (eSF) e equipes de Atenção
des, que pleiteiam recebimento de incentivos financeiros da aten- Básica (eAB) que sofrerem suspensão de recurso, por falta de pro-
ção básica. -fissional conforme previsto acima, poderão manter os incentivos
Parágrafo único: No caso do Distrito Federal a proposta de pro- financeiros específicos para saúde bucal, conforme modalidade de
jeto de credenciamento das equipes que atuam na Atenção Básica implantação.
deverá ser diretamente encaminhada ao Departamento de Atenção Parágrafo único: A suspensão será mantida até a adequação
das irregularidades identificadas.
Básica do Ministério da Saúde.
6.2-Solicitação de crédito retroativo dos recursos suspensos
III - O Ministério da Saúde realizará análise do pleito da Reso-
Considerando a ocorrência de problemas na alimentação do
lução CIB ou do Distrito Federal de acordo com o teto de equipes,
SCNES e do sistema de informação vigente, por parte dos estados,
critérios técnicos e disponibilidade orçamentária; e
Distrito Federal e dos municípios, o Ministério da Saúde poderá efe-
IV - Após a publicação de Portaria de credenciamento das no- tuar crédito retroativo dos incentivos financeiros deste recurso va-
vas equipes no Diário Oficial da União, a gestão municipal deverá riável. A solicitação de retroativo será válida para análise desde que
cadastrar a(s) equipe(s) no Sistema de Cadastro Nacional de Esta- a mesma ocorra em até 6 meses após a competência financeira de
belecimento de Saúde , num prazo máximo de 4 (quatro) meses, a suspensão. Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o
contar a partir da data de publicação da referida Portaria, sob pena Distrito Federal deverão:
de descredenciamento da(s) equipe(s) caso esse prazo não seja
cumprido.

38
LEGISLAÇÃO

- preencher o formulário de solicitação, conforme será disponi- O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que
bilizado em manual específico;- realizar as adequações necessárias lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos I e II, da Constituição,
nos sistemas vigentes (SCNES e/ou SISAB) que justifiquem o pleito resolve:
de retroativo; e-enviar ofício à Secretaria de Saúde de seu estado, Art. 1º As políticas nacionais de saúde do Sistema Único de
pleiteando o crédito retroativo , acompanhado do anexo referido Saúde (SUS) obedecerão ao disposto nesta Portaria.
no item I e documentação necessária a depender do motivo da sus-
pensão.Parágrafo único: as orientações sobre a documentação a CAPÍTULO I
ser encaminhada na solicitação de retroativo constarão em manual DAS POLÍTICAS DE SAÚDE
específico a ser publicado.
As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem a docu- SEÇÃO I
mentação recebida dos municípios, deverão encaminhar ao Depar- DAS POLÍTICAS GERAIS DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECU-
tamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde, Mi- PERAÇÃO DA SAÚDE
nistério da Saúde (DAB/SAS/MS), a solicitação de complementação
de crédito dos incentivos tratados nesta Portaria, acompanhada dos Art. 2º São políticas gerais de promoção, proteção e recupe-
documentos referidos nos itens I e II. Nos casos em que o solicitante ração da Saúde:
de crédito retroativo for o Distrito Federal, o ofício deverá ser enca- I - Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), na forma
minhado diretamente ao DAB/SAS/MS. do Anexo I;
O DAB/SAS/MS procederá à análise das solicitações recebidas, II - Política Nacional de Vigilância em Saúde;
verificando a adequação da documentação enviada e dos sistemas III - Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderiva-
de informação vigentes (SCNES e/ou SISAB), bem como a pertinên- dos, instituída pela Lei nº 10.205, de 21 de março de 2001;
cia da justificativa do gestor, para deferimento ou não da solicitação. IV - Política de Saúde Mental, instituída pela Lei nº 10.216, de
RICARDO BARROS 6 de abril de 2001, na forma do Anexo II;
V - Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), na
forma do Anexo III;
VI - Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, ins-
PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 1/2017 – MINISTÉRIO tituída pelo Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006, na forma do
DA SAÚDE Anexo IV;
VII - Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS-
-SUS), na forma do Anexo V.
Prezado(a),
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico SEÇÃO II
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re- DAS POLÍTICAS DE CONTROLE DE DOENÇAS E ENFRENTA-
servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila, MENTO DE AGRAVOS DE SAÚDE
sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona-
dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não Art. 3º São políticas de controle de doenças e enfrentamento
cabem na estrutura de nossas apostilas. de agravos de saúde:
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são I - Diretrizes para Vigilância, Atenção e Eliminação da Hansení-
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po- ase como Problema de Saúde Pública, na forma do Anexo VI;
dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste II - Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Aci-
material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno. dentes e Violência, na forma do Anexo VII;
Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me- III - Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, na forma
lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da do Anexo VIII;
apostila. IV - Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer
Se preferir, indicamos também acesso direto ao arquivo (PNPCC), na forma do Anexo IX.
pelo link a seguir: http://www.portalsinan.saude.gov.br/images/
documentos/Legislacoes/Portaria_Consolidacao_1_28_SETEM- SEÇÃO III
BRO_2017.pdf DAS POLÍTICAS VOLTADAS À SAÚDE DE SEGMENTOS POPU-
LACIONAIS

Art. 4º São políticas voltadas à saúde de segmentos popula-


PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 2/2017 – MINISTÉRIO cionais:
DA SAÚDE I - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
(PNAISC), na forma do Anexo X;
PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 2, DE 28 DE SETEMBRO DE II - Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de
2017 Adolescentes e Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da
Saúde;
Consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saú- III - Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, na forma do
de do Sistema Único de Saúde. Anexo XI;
IV - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulhe-
res (PNAISM);

39
LEGISLAÇÃO

V - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, SEÇÃO II


na forma do Anexo XII; DAS POLÍTICAS DE ATENÇÃO A AGRAVOS ESPECÍFICOS
VI - Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, na
forma do Anexo XIII; Art. 7º São políticas de atenção a agravos específicos:
VII - Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, I - Política de Atenção à Saúde das Pessoas com Transtornos
na forma do Anexo XIV; do Espectro do Autismo no âmbito da Política Nacional de Proteção
VIII - Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalha- dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, insti-
dora, na forma do Anexo XV; tuída pela Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, na forma do
IX - Política Nacional para a População em Situação de Rua, Anexo XXIX;
instituída pelo Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009, na II - Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Hu-
forma do Anexo XVI; mana Assistida, na forma do Anexo XXX;
X - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescen- III - Política Nacional de Atenção Cardiovascular de Alta Com-
tes em Conflito com a Lei, em Regime de Internação e Internação plexidade, na forma do Anexo XXXI;
Provisória, na forma do Anexo XVII; IV - Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neu-
XI - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pesso- rológica, na forma do Anexo XXXII;
as Privadas de Liberdade no Sistema Prisional no Âmbito do SUS V - Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal,
(PNAISP), instituída pela Portaria Interministerial MS- MJ nº 1, de 2 na forma do Anexo XXXIII;
de janeiro de 2014, na forma do Anexo XVIII. VI - Política Nacional de Atenção de Alta Complexidade em
Traumato-Ortopedia, na forma do Anexo XXXIV;
SEÇÃO IV VII - Política Nacional de Atenção em Oftalmologia (PNAO), na
DAS POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA EQUIDADE EM SAÚDE forma do Anexo XXXV;
VIII - Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Do-
Art. 5º São políticas de promoção da equidade em saúde: ença Falciforme e outras Hemoglobinopatias, na forma do Anexo
I - Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, na XXXVI;
forma do Anexo XIX; IX - Política Nacional de Atenção Integral em Genética Clínica,
II - Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Cam- na forma do Anexo XXXVII;
po, da Floresta e das Águas (PNSIPCFA), na forma do Anexo XX; X - Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doen-
III - Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bisse- ças Raras, na forma do Anexo XXXVIII.
xuais, Travestis e Transexuais, na forma do Anexo XXI.
IV - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Povo Ciga- CAPÍTULO III
no/Romani, na forma do Anexo XXI-A. (Incluído pela PRT n° 4.384 DAS POLÍTICAS DE ORGANIZAÇÃO DO SUS
GM/MS n° 31.12.2018)
Art. 8º São políticas de organização do Sistema Único de Saúde
CAPÍTULO II (SUS):
DAS POLÍTICAS DE ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE I - Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa (Parti-
cipaSUS), na forma do Anexo XXXIX;
SEÇÃO I II - Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, na
DAS POLÍTICAS GERAIS DE ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À forma do Anexo XL;
SAÚDE III - Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saú-
de, aprovada na 2ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e
Art. 6º São políticas gerais de organização da atenção à saúde: Inovação em Saúde, realizada em 2004, e na 147ª Reunião Ordiná-
I - Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), na forma do ria do Conselho Nacional de Saúde, realizada em 6 e 7 de outubro
Anexo XXII; de 2004;
II - Política Nacional de Saúde Bucal (Brasil Sorridente), institu- IV - Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde, na
ída por pactuação da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), de 12 forma do Anexo XLI;
de fevereiro de 2004; V - Política Nacional de Informação e Informática em Saúde
III - Política Nacional para os Hospitais de Pequeno Porte, na (PNIIS), na forma do Anexo XLII.
forma do Anexo XXIII;
IV - Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP), na for- CAPÍTULO IV
ma do Anexo XXIV; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
V - Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
(PNPIC), na forma do Anexo XXV; Art. 9º Ficam revogadas, por consolidação, as seguintes nor-
VI - Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde, mas:
na forma do Anexo XXVI; I - Portaria nº 2446/GM/MS, de 11 de novembro de 2014, pu-
VII - Política Nacional de Medicamentos (PNM), na forma do blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 13 de novembro de
Anexo XXVII; 2014, p. 68;
VIII - Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF), ins- II - Portaria nº 227/GM/MS, de 19 de fevereiro de 2016, pu-
tituída pela Resolução CNS nº 338, de 6 de maio de 2004, na forma blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 22 de fevereiro de
do Anexo XXVIII. 2016, p. 25;

40
LEGISLAÇÃO

III - Portaria nº 3796/GM/MS, de 6 de dezembro de 2010, pu- XXIV - Portaria nº 1058/GM/MS, de 4 de julho de 2005, publica-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 8 de dezembro de da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 5 de julho de 2005, p. 41;
2010, p. 43; XXV - Portaria nº 964/GM/MS, de 23 de junho de 2005, publi-
IV - Portaria nº 1608/GM/MS, de 3 de agosto de 2004, publica- cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 24 de junho de 2005,
da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 4 de agosto de 2004, p. 28; p. 74;
V - Portaria nº 2715/GM/MS, de 17 de novembro de 2011, pu- XXVI - Portaria nº 1258/GM/MS, de 28 de junho de 2004, pu-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 18 de novembro de blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 29 de junho de 2004,
2011, p. 89; p. 27;
VI - Portaria nº 1920/GM/MS, de 5 de setembro de 2013, pu- XXVII - Portaria nº 2261/GM/MS, de 23 de novembro de 2005,
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 6 de setembro de publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 24 de novembro
2013, p. 64; de 2005, p. 70;
VII - Portaria nº 2193/GM/MS, de 14 de setembro de 2006, pu- XXVIII - Portaria nº 2528/GM/MS, de 19 de outubro de 2006,
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 15 de setembro de publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 20 de outubro de
2006, p. 47; 2006, p. 142;
VIII - Portaria nº 2415/GM/MS, de 12 de dezembro de 1996, XXIX - Portaria nº 280/GM/MS, de 7 de abril de 1999, publicada
publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 19 de dezembro no Diário Oficial da União, Seção 1, de 8 de abril de 1999, p. 14;
de 1996, p. 96; XXX - Portaria nº 1944/GM/MS, de 27 de agosto de 2009, publi-
IX - Portaria nº 1793/GM/MS, de 11 de agosto de 2009, publi- cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 28 de agosto de 2009,
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 12 de agosto de 2009, p. 61;
p. 88; XXXI - Portaria nº 1060/GM/MS, de 5 de junho de 2002, publi-
X - Portaria nº 1102/GM/MS, de 12 de maio de 2010, publicada cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 10 de junho de 2002,
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 13 de maio de 2010, p. 59; p. 21;
XI - Portaria nº 2761/GM/MS, de 19 de novembro de 2013, pu- XXXII - Portaria nº 254/GM/MS, de 31 de janeiro de 2002, pu-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 20 de novembro de blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 6 de fevereiro de
2013, p. 62; 2002, p. 46;
XII - Portaria nº 1256/GM/MS, de 17 de junho de 2009, publi- XXXIII - Portaria nº 70/GM/MS, de 20 de janeiro de 2004, publi-
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 18 de junho de 2009, cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 22 de janeiro de 2004,
p. 41; p. 54;
XIII - Portaria nº 149/GM/MS, de 3 de fevereiro de 2016, publi- XXXIV - Portaria nº 2759/GM/MS, de 25 de outubro de 2007,
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 4 de fevereiro de 2016, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 26 de outubro de
p. 45; 2007, p. 60;
XIV - Portaria nº 737/GM/MS, de 16 de maio de 2001, publica- XXXV - Portaria nº 69/GM/MS, de 20 de janeiro de 2004, publi-
da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 18 de maio de 2001, p. 3; cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 22 de janeiro de 2004,
XV - Portaria nº 1876/GM/MS, de 14 de agosto de 2006, publi- p. 54;
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 15 de agosto de 2006, XXXVI - Portaria nº 645/GM/MS, de 27 de março de 2006, pu-
p. 65; blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 29 de março de 2006,
XVI - Portaria nº 874/GM/MS, de 16 de maio de 2013, publi- p. 70;
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 17 de maio de 2013, XXXVII - Portaria nº 1823/GM/MS, de 23 de agosto de 2012,
p. 129; publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 24 de agosto de
XVII - Portaria nº 1472/GM/MS, de 24 de junho de 2011, publi- 2012, p. 46;
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 27 de junho de 2011, XXXVIII - arts. 1º a 7º, 9º a 11 da Portaria nº 122/GM/MS, de 25
p. 119; de janeiro de 2012, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de
XVIII - Portaria nº 558/GM/MS, de 24 de março de 2011, publi- 26 de janeiro de 2012, p. 46;
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 25 de março de 2011, XXXIX - Portaria nº 123/GM/MS, de 25 de janeiro de 2012,
p. 83; publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 26 de janeiro de
XIX - Portaria nº 876/GM/MS, de 16 de maio de 2013, publi- 2012, p. 48;
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 17 de maio de 2013, XL - Portaria nº 3305/GM/MS, de 24 de dezembro de 2009, pu-
p. 135; blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 28 de dezembro de
XX - Portaria nº 1130/GM/MS, de 5 de agosto de 2015, publica- 2009, p. 28;
da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 6 de agosto de 2015, p. 37; XLI - Portaria nº 1082/GM/MS, de 23 de maio de 2014, publica-
XXI - Portaria nº 1968/GM/MS, de 25 de outubro de 2001, pu- da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 26 de maio de 2014, p. 60;
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 26 de outubro de XLII - arts. 3º a 6º da Portaria nº 1083/GM/MS, de 23 de maio
2001, p. 86; de 2014, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 26 de
XXII - Portaria nº 1683/GM/MS, de 12 de julho de 2007, publi- maio de 2014, p. 62;
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 13 de julho de 2007, p. XLIII - arts. 1º a 3º, 6º, 8º, 9º e 13 da Portaria nº 482/GM/MS,
84; de 1 de abril de 2014, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1,
XXIII - arts. 4º a 12, 15 e 16 da Portaria nº 1153/GM/MS, de 22 de 2 de abril de 2014, p. 48;
de maio de 2014, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de XLIV - Portaria nº 2613/GM/MS, de 19 de novembro de 2012,
28 de maio de 2014, p. 43; publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 20 de novembro
de 2012, p. 25;

41
LEGISLAÇÃO

XLV - Portaria nº 94/GM/MS, de 14 de janeiro de 2014, publi- LXVI - Portaria nº 3390/GM/MS, de 30 de dezembro de 2013,
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 15 de janeiro de 2014, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 31 de dezembro
p. 37; de 2013, p. 54;
XLVI - Portaria nº 992/GM/MS, de 13 de maio de 2009, publica- LXVII - Portaria nº 582/GM/MS, de 20 de junho de 2000, publi-
da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 14 de maio de 2009, p. 31; cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 23 de junho de 2000,
XLVII - art. 1º da Portaria nº 2629/GM/MS, de 27 de novembro p. 36;
de 2014, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 28 de LXVIII - Portaria nº 44/GM/MS, de 10 de janeiro de 2001, publi-
novembro de 2014, p. 131; cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 12 de janeiro de 2001,
XLVIII - Portaria nº 1063/GM/MS, de 23 de julho de 2015, pu- p. 27;
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 24 de julho de 2015, LXIX - Portaria nº 3410/GM/MS, de 30 de dezembro de 2013,
p. 39; publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 3 de janeiro de
XLIX - Portaria nº 2866/GM/MS, de 2 de dezembro de 2011, 2014, p. 21;
publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 5 de dezembro de LXX - Portaria nº 971/GM/MS, de 3 de maio de 2006, publicada
2011, p. 93; no Diário Oficial da União, Seção 1, de 4 de maio de 2006, p. 20;
L - Portaria nº 3071/GM/MS, de 27 de dezembro de 2012, pu- LXXI - Portaria nº 1600/GM/MS, de 17 de julho de 2006, pu-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 28 de dezembro de blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 18 de julho de 2006,
2012, p. 109; p. 65;
LI - Portaria nº 2836/GM/MS, de 1 de dezembro de 2011, pu- LXXII - Portaria nº 849/GM/MS, de 27 de março de 2017, publi-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 2 de dezembro de cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 28 de março de 2017,
2011, p. 35; p. 68;
LII - Portaria nº 2837/GM/MS, de 1 de dezembro de 2011, pu- LXXIII - Portaria nº 1559/GM/MS, de 1 de agosto de 2008, pu-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 2 de dezembro de blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 4 de agosto de 2008,
2011, p. 36; p. 48;
LIII - arts. 1º a 12, 15 e 16 da Portaria nº 2803/GM/MS, de 19 LXXIV - Portaria nº 2309/GM/MS, de 19 de dezembro de 2001,
de novembro de 2013, publicada no Diário Oficial da União, Seção publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 21 de dezembro
1, de 21 de novembro de 2013, p. 25; de 2001, p. 339;
LIV - Portaria nº 2436/GM/MS, de 21 de setembro de 2017, LXXV - Portaria nº 3916/GM/MS, de 30 de outubro de 1998,
publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 22 de setembro publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 10 de novembro
de 2017, p. 68; de 1998, p. 18;
LV - Portaria nº 2887/GM/MS, de 20 de dezembro de 2012, pu- LXXVI - Portaria nº 533/GM/MS, de 28 de março de 2012, pu-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 21 de dezembro de blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 29 de março de 2012,
2012, p. 747;
p. 96;
LVI - Portaria nº 3124/GM/MS, de 28 de dezembro de 2012,
LXXVII - Portaria nº 4004/GM/MS, de 16 de dezembro de 2010,
publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 31 de dezembro
publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 17 de dezembro
de 2012, p. 223;
de 2010, p. 109;
LVII - Portaria nº 837/GM/MS, de 9 de maio de 2014, publicada
LXXVIII - Portaria nº 4283/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010,
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 12 de maio de 2014, p. 24;
publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 31 de dezembro
LVIII - Portaria nº 1591/GM/MS, de 23 de julho de 2012, publi-
de 2010, p. 94;
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 24 de julho de 2012, p.
LXXIX - Portaria nº 736/GM/MS, de 2 de maio de 2014, publica-
31;
LIX - Portaria nº 1377/GM/MS, de 13 de junho de 2011, publi- da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 5 de maio de 2014, p. 38;
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 14 de junho de 2011, LXXX - Portaria nº 3031/GM/MS, de 16 de dezembro de 2008,
p. 45; publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 17 de dezembro
LX - Portaria nº 3147/GM/MS, de 28 de dezembro de 2012, pu- de 2008, p. 66;
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 31 de dezembro de
2012, p. 231; LXXXI - Portaria nº 1000/GM/MS, de 13 de abril de 2017, pu-
LXI - Portaria nº 1007/GM/MS, de 4 de maio de 2010, publicada blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 17 de abril de 2017,
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 5 de maio de 2010, p. 36; p. 29;
LXII - Portaria nº 3238/GM/MS, de 18 de dezembro de 2009, LXXXII - Portaria nº 1653/GM/MS, de 11 de agosto de 2004,
publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 23 de dezembro publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 12 de agosto de
de 2009, p. 61; 2004, p. 53;
LXIII - Portaria nº 1044/GM/MS, de 1 de junho de 2004, publi- LXXXIII - Portaria nº 1652/GM/MS, de 11 de agosto de 2004,
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 2 de junho de 2004, p. publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 12 de agosto de
42; 2004, p. 52;
LXIV - Portaria nº 852/GM/MS, de 7 de junho de 2005, publi- LXXXIV - Portaria nº 834/GM/MS, de 14 de maio de 2013, pu-
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 10 de junho de 2005, blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 15 de maio de 2013,
p. 72; p. 34;
LXV - Portaria nº 1955/GM/MS, de 23 de agosto de 2006, publi- LXXXV - Portaria nº 2928/GM/MS, de 12 de dezembro de 2011,
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 24 de agosto de 2006, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 13 de dezembro
p. 80; de 2011, p. 65;

42
LEGISLAÇÃO

LXXXVI - arts. 1º, 2º, 5º a 13, 15 a 17 da Portaria nº 1555/GM/ CVII - Portaria nº 174/GM/MS, de 27 de janeiro de 2006, publi-
MS, de 30 de julho de 2013, publicada no Diário Oficial da União, cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 30 de janeiro de 2006,
Seção 1, de 31 de julho de 2013, p. 71; p. 75;
LXXXVII - arts. 1º a 17, 22 a 65, 80 a 84 da Portaria nº 1554/GM/ CVIII - Portaria nº 1578/GM/MS, de 29 de setembro de 2015,
MS, de 30 de julho de 2013, publicada no Diário Oficial da União, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 30 de setembro de
Seção 1, de 31 de julho de 2013, p. 69; 2015, p. 63;
LXXXVIII - Portaria nº 962/GM/MS, de 22 de maio de 2013, pu- CIX - Portaria nº 2690/GM/MS, de 5 de novembro de 2009, pu-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 23 de maio de 2013, blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 6 de novembro de
p. 62; 2009, p. 61;
LXXXIX - Portaria nº 426/GM/MS, de 22 de março de 2005, pu- CX - Portaria nº 589/GM/MS, de 20 de maio de 2015, publicada
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 23 de março de 2005, no Diário Oficial da União, Seção 1, de 22 de maio de 2015, p. 72.
p. 22; Art. 10. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
XC - Portaria nº 1169/GM/MS, de 15 de junho de 2004, publi-
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 17 de junho de 2004,
p. 57; ANEXO XXII
XCI - Portaria nº 1161/GM/MS, de 7 de julho de 2005, publica- POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) (ORIGEM:
PRT MS/GM 2436/2017)
da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 8 de julho de 2005, p. 35;
XCII - Portaria nº 1168/GM/MS, de 15 de junho de 2004, publi-
Art. 1º Este Anexo aprova a Política Nacional de Atenção Básica
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 17 de junho de 2004,
(PNAB), com vistas à revisão da regulamentação de implantação e
p. 56;
operacionalização vigentes, no âmbito do Sistema Único de Saúde
XCIII - Portaria nº 221/GM/MS, de 15 de fevereiro de 2005, pu- (SUS), estabelecendo-se as diretrizes para a organização do compo-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 16 de fevereiro de nente Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde (RAS). (Origem:
2005, p. 22; PRT MS/GM 2436/2017, Art. 1º)
XCIV - Portaria nº 1883/GM/MS, de 14 de julho de 2010, pu- Parágrafo Único. A Política Nacional de Atenção Básica con-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 15 de julho de 2010, sidera os termos Atenção Básica (AB) e Atenção Primária à Saúde
p. 71; (APS), nas atuais concepções, como termos equivalentes, de forma
XCV - Portaria nº 2387/GM/MS, de 19 de setembro de 2017, a associar a ambas os princípios e as diretrizes definidas neste docu-
publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 22 de setembro mento. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 1º, Parágrafo Único)
de 2017, p. 56;
XCVI - Portaria nº 957/GM/MS, de 15 de maio de 2008, publica- CAPÍTULO I
da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 16 de maio de 2008, p. 43; DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
XCVII - Portaria nº 1391/GM/MS, de 16 de agosto de 2005, pu-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 18 de agosto de 2005, Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde indi-
p. 40; viduais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção,
XCVIII - Portaria nº 81/GM/MS, de 20 de janeiro de 2009, publi- proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos,
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 21 de janeiro de 2009, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de
p. 50; práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com
XCIX - arts. 1º a 21, 28 a 38, 38-A, 39 a 43 da Portaria nº 199/ equipe multiprofissional e dirigida à população em território defini-
GM/MS, de 30 de janeiro de 2014, publicada no Diário Oficial da do, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.
União, Seção 1, de 12 de fevereiro de 2014, p. 44; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 2º)
C - Portaria nº 3027/GM/MS, de 26 de novembro de 2007, pu- § 1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 27 de novembro de de comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora
2007, p. 45; das ações e serviços disponibilizados na rede. (Origem: PRT MS/GM
CI - Portaria nº 598/GM/MS, de 23 de março de 2006, publi- 2436/2017, Art. 2º, § 1º)
§ 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratui-
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 24 de março de 2006,
tamente a todas as pessoas, de acordo com suas necessidades e
p. 51;
demandas do território, considerando os determinantes e condicio-
CII - Portaria nº 198/GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004, pu-
nantes de saúde. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 2º, § 2º)
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 16 de fevereiro de
§ 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero,
2004, p. 37; raça/cor, etnia, crença, nacionalidade, orientação sexual, identida-
CIII - arts. 1º a 16, 20 a 22 da Portaria nº 1996/GM/MS, de 20 de de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolari-
de agosto de 2007, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de dade, limitação física, intelectual, funcional e outras. (Origem: PRT
22 de agosto de 2007, p. 34; MS/GM 2436/2017, Art. 2º, § 3º)
CIV - Portaria nº 1055/GM/MS, de 4 de julho de 2005, publica- § 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º, serão adotadas
da no Diário Oficial da União, Seção 2, de 6 de julho de 2005, p. 29; estratégias que permitam minimizar desigualdades/iniquidades, de
CV - Portaria nº 1325/GM/MS, de 27 de maio de 2010, publica- modo a evitar exclusão social de grupos que possam vir a sofrer
da no Diário Oficial da União, Seção 2, de 28 de maio de 2010, p. 51; estigmatização ou discriminação, de maneira que impacte na au-
CVI - Portaria nº 827/GM/MS, de 5 de maio de 2004, publicada tonomia e na situação de saúde. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017,
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 6 de maio de 2004, p. 32; Art. 2º, § 4º)

43
LEGISLAÇÃO

Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem ope- Art. 6º-A Aplicam-se à USF os dispositivos do Anexo I deste
racionalizados na Atenção Básica: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Anexo referentes à UBS, quando estes dispositivos dispuserem so-
Art. 3º) bre estabelecimentos de saúde com equipe de Saúde da Família.
I - princípios: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I) (Redação dada pela PRT GM/MS nº 397 de 16.03.2020)
a) universalidade; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I,
a) SEÇÃO I
b) equidade; e (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I, b) DAS RESPONSABILIDADES
c) integralidade. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I, c) (ORIGEM: PRT MS/GM 2436/2017, CAPÍTULO I)
II - diretrizes: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II)
a) regionalização e hierarquização: (Origem: PRT MS/GM Art. 7º São responsabilidades comuns a todas as esferas de go-
2436/2017, Art. 3º, II, a) verno: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º)
b) territorialização; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de
II, b) gestão com base nos princípios e nas diretrizes contidas neste Ane-
c) população adscrita; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. xo; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, I)
3º, II, c) II - apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família
d) cuidado centrado na pessoa; (Origem: PRT MS/GM (ESF) como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qua-
2436/2017, Art. 3º, II, d) lificação da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
e) resolutividade; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, 7º, II)
e) III - garantir a infraestrutura adequada e com boas condições
f) longitudinalidade do cuidado; (Origem: PRT MS/GM para o funcionamento das UBS, garantindo espaço, mobiliário
2436/2017, Art. 3º, II, f) e equipamentos, além de acessibilidade de pessoas com defici-
g) coordenação do cuidado; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, ência, de acordo com as normas vigentes; (Origem: PRT MS/GM
Art. 3º, II, g) 2436/2017, Art. 7º, III)
h) ordenação da rede; e (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. IV - contribuir com o financiamento tripartite para fortaleci-
3º, II, h) mento da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
i) participação da comunidade. (Origem: PRT MS/GM 7º, IV)
2436/2017, Art. 3º, II, i) V - assegurar ao usuário o acesso universal, equânime e orde-
Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritá- nado às ações e serviços de saúde do SUS, além de outras atribui-
ria para expansão e consolidação da Atenção Básica. (Origem: PRT ções que venham a ser pactuadas pelas Comissões Intergestores;
MS/GM 2436/2017, Art. 4º)
(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, V)
Parágrafo Único. Serão reconhecidas outras estratégias de
VI - estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, Estaduais
Atenção Básica, desde que observados os princípios e diretrizes
e Nacional de Saúde, prioridades, estratégias e metas para a orga-
previstos neste Anexo e tenham caráter transitório, devendo ser
nização da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
estimulada sua conversão em Estratégia Saúde da Família. (Origem:
7º, VI)
PRT MS/GM 2436/2017, Art. 4º, Parágrafo Único)
VII - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organiza-
Art. 5º A integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Bá-
cionais de qualificação da força de trabalho para gestão e atenção
sica é condição essencial para o alcance de resultados que aten-
à saúde, estimular e viabilizar a formação, educação permanen-
dam às necessidades de saúde da população, na ótica da integrali-
dade da atenção à saúde e visa estabelecer processos de trabalho te e continuada dos profissionais, garantir direitos trabalhistas
que considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde, na e previdenciários, qualificar os vínculos de trabalho e implantar
perspectiva da intra e intersetorialidade. (Origem: PRT MS/GM carreiras que associem desenvolvimento do trabalhador com qua-
2436/2017, Art. 5º) lificação dos serviços ofertados às pessoas; (Origem: PRT MS/GM
Art. 6º Os estabelecimentos de saúde que ofertem ações e ser- 2436/2017, Art. 7º, VII)
viços de Atenção Primária à Saúde, no âmbito do SUS, de acordo VIII - garantir provimento e estratégias de fixação de profissio-
com o Anexo XXII, serão denominados: (Redação dada pela PRT nais de saúde para a Atenção Básica com vistas a promover ofertas
GM/MS nº 397 de 16.03.2020) de cuidado e o vínculo; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º,
I - Unidade Básica de Saúde (UBS): estabelecimento que não VIII)
possui equipe de Saúde da Família; (Redação dada pela PRT GM/ IX - desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas de In-
MS nº 397 de 16.03.2020) formação da Atenção Básica vigentes, garantindo mecanismos que
II - Unidade de Saúde da Família (USF): estabelecimento com assegurem o uso qualificado dessas ferramentas nas UBS, de acor-
pelo menos 1 (uma) equipe de Saúde da Família, que possui funcio- do com suas responsabilidades; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017,
namento com carga horária mínima de 40 horas semanais, no míni- Art. 7º, IX)
mo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, possibilitando X - garantir, de forma tripartite, dispositivos para transporte em
acesso facilitado à população. (Redação dada pela PRT GM/MS nº saúde, compreendendo as equipes, pessoas para realização de pro-
397 de 16.03.2020) cedimentos eletivos, exames, dentre outros, buscando assegurar a
Parágrafo único. As USF e UBS são consideradas potenciais es- resolutividade e a integralidade do cuidado na RAS, conforme ne-
paços de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensi- cessidade do território e planejamento de saúde; (Origem: PRT MS/
no em serviço, inovação e avaliação tecnológica para a RAS. (Reda- GM 2436/2017, Art. 7º, X)
ção dada pela PRT GM/MS nº 397 de 16.03.2020) XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da Atenção
Básica nos territórios; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XI)

44
LEGISLAÇÃO

XII - estabelecer mecanismos de autoavaliação, controle, regu- V - definir, de forma tripartite, estratégias de articulação junto
lação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados às gestões estaduais e municipais do SUS, com vistas à instituciona-
pelas ações da Atenção Básica, como parte do processo de plane- lização da avaliação e qualificação da Atenção Básica; (Origem: PRT
jamento e programação; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, MS/GM 2436/2017, Art. 8º, V)
XII) VI - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e dis-
XIII - divulgar as informações e os resultados alcançados pe- ponibilizar instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o
las equipes que atuam na Atenção Básica, estimulando a utilização processo de gestão, formação e educação permanente dos gestores
dos dados para o planejamento das ações; (Origem: PRT MS/GM e profissionais da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017,
2436/2017, Art. 7º, XIII) Art. 8º, VI)
XIV - promover o intercâmbio de experiências entre gestores VII - articular com o Ministério da Educação estratégias de
e entre trabalhadores, por meio de cooperação horizontal, e esti- indução às mudanças curriculares nos cursos de graduação e pós-
mular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que busquem o -graduação na área da saúde, visando à formação de profissionais e
aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos gestores com perfil adequado à Atenção Básica; e (Origem: PRT MS/
voltados à Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. GM 2436/2017, Art. 8º, VII)
7º, XIV) VIII - apoiar a articulação de instituições, em parceria com as
XV - estimular a participação popular e o controle social; (Ori- secretarias de saúde municipais, estaduais e do Distrito Federal,
gem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XV) para formação e garantia de educação permanente e continuada
XVI - garantir espaços físicos e ambientes adequados para a para os profissionais de saúde da Atenção Básica, de acordo com as
formação de estudantes e trabalhadores de saúde, para a forma- necessidades locais. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 8º, VIII)
Art. 9º Compete às secretarias estaduais de saúde e ao Distrito
ção em serviço e para a educação permanente e continuada nas
Federal a coordenação do componente estadual e distrital da Aten-
Unidades Básicas de Saúde; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
ção Básica, no âmbito de seus limites territoriais e de acordo com
7º, XVI)
as políticas, diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsa-
XVII - desenvolver as ações de assistência farmacêutica e do
bilidades dos estados e do Distrito Federal: (Origem: PRT MS/GM
uso racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e aces- 2436/2017, Art. 9º)
so a medicamentos e insumos em conformidade com a RENAME, os I - pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e Colegia-
protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a relação especí- do de Gestão no Distrito Federal, estratégias, diretrizes e normas
fica complementar estadual, municipal, da União, ou do Distrito Fe- para a implantação e implementação da Política Nacional de Aten-
deral de medicamentos nos pontos de atenção, visando a integra- ção Básica vigente nos estados e Distrito Federal; (Origem: PRT MS/
lidade do cuidado; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XVII) GM 2436/2017, Art. 9º, I)
XVIII - adotar estratégias para garantir um amplo escopo de II - destinar recursos estaduais para compor o financiamento
ações e serviços a serem ofertados na Atenção Básica, compatíveis tripartite da Atenção Básica, de modo regular e automático, preven-
com as necessidades de saúde de cada localidade; (Origem: PRT do, entre outras formas, o repasse fundo a fundo para custeio e in-
MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XVIII) vestimento das ações e serviços; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017,
XIX - estabelecer mecanismos regulares de auto avaliação para Art. 9º, II)
as equipes que atuam na Atenção Básica, a fim de fomentar as prá- III - ser corresponsável pelo monitoramento das ações de Aten-
ticas de monitoramento, avaliação e planejamento em saúde; e ção Básica nos municípios; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XIX) 9º, III)
XX - articulação com o subsistema indígena nas ações de Edu- IV - analisar os dados de interesse estadual gerados pelos siste-
cação Permanente e gestão da rede assistencial. (Origem: PRT MS/ mas de informação, utilizá-los no planejamento e divulgar os resul-
GM 2436/2017, Art. 7º, XX) tados obtidos; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, IV)
Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de V - verificar a qualidade e a consistência de arquivos dos sis-
Atenção Básica no âmbito da União, sendo responsabilidades da temas de informação enviados pelos municípios, de acordo com
União: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 8º) prazos e fluxos estabelecidos para cada sistema, retornando infor-
I - definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Co- mações aos gestores municipais; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017,
missão Intergestores Tripartite (CIT), as diretrizes da Política Nacio- Art. 9º, V)
nal de Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 8º, I) VI - divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da
II - garantir fontes de recursos federais para compor o financia- Atenção Básica, com intuito de assegurar o direito fundamental de
acesso à informação; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, VI)
mento da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
VII - prestar apoio institucional aos municípios no processo de
8º, II)
implantação, acompanhamento e qualificação da Atenção Básica e
III - destinar recurso federal para compor o financiamento tri-
de ampliação e consolidação da Estratégia Saúde da Família; (Ori-
partite da Atenção Básica, de modo mensal, regular e automáti-
gem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, VII)
co, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo a fundo para VIII - definir estratégias de articulação com as gestões munici-
custeio e investimento das ações e serviços; (Origem: PRT MS/GM pais, com vistas à institucionalização do monitoramento e avaliação
2436/2017, Art. 8º, III) da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, VIII)
IV - prestar apoio integrado aos gestores dos estados, do Distri-
to Federal e dos municípios no processo de qualificação e de con-
solidação da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
8º, IV)

45
LEGISLAÇÃO

IX - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e peda- XI - prestar apoio institucional às equipes e serviços no pro-
gógicos que facilitem o processo de formação e educação perma- cesso de implantação, acompanhamento, e qualificação da Atenção
nente dos membros das equipes de gestão e de atenção; (Origem: Básica e de ampliação e consolidação da Estratégia Saúde da Famí-
PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, IX) lia; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, XI)
X - articular instituições de ensino e serviço, em parceria com XII - definir estratégias de institucionalização da avaliação da
as secretarias municipais de saúde, para formação e garantia de Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, XII)
educação permanente aos profissionais de saúde das equipes que XIII - desenvolver ações, articular instituições e promover aces-
atuam na Atenção Básica; e (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. so aos trabalhadores, para formação e garantia de educação perma-
9º, X) nente e continuada aos profissionais de saúde de todas as equipes
XI - fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de servi- que atuam na Atenção Básica implantadas; (Origem: PRT MS/GM
ços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Básica. 2436/2017, Art. 10, XIII)
(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, XI) XIV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que
Art. 10. Compete às secretarias municipais de saúde a co-orde- compõem as equipes multiprofissionais de Atenção Básica, em
nação do componente municipal da Atenção Básica, no âmbito de conformidade com a legislação vigente; (Origem: PRT MS/GM
seus limites territoriais, de acordo com a política, diretrizes e priori- 2436/2017, Art. 10, XIV)
dades estabelecidas, sendo responsabilidades dos municípios e do XV - garantir recursos materiais, equipamentos e insumos sufi-
Distrito Federal: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10) cientes para o funcionamento das UBS e equipes, para a execução
I - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Aten- do conjunto de ações propostas; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017,
ção Básica, de forma universal, dentro do seu território, incluindo as Art. 10, XV)
unidades próprias e as cedidas pelo estado e pela União; (Origem: XVI - garantir acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial neces-
PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, I) sário ao cuidado resolutivo da população; (Origem: PRT MS/GM
II - programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base 2436/2017, Art. 10, XVI)
territorial de acordo com as necessidades de saúde identificadas XVII - alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência
em sua população, utilizando instrumento de programação nacio- dos dados inseridos nos sistemas nacionais de informação a serem
nal vigente; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, II) enviados às outras esferas de gestão, utilizá-los no planejamento
III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas de das ações e divulgar os resultados obtidos, a fim de assegurar o di-
cuidado, instituindo e garantindo os fluxos definidos na Rede de reito fundamental de acesso à informação; (Origem: PRT MS/GM
Atenção à Saúde entre os diversos pontos de atenção de diferentes 2436/2017, Art. 10, XVII)
configurações tecnológicas, integrados por serviços de apoio logís- XVIII - organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia das re-
tico, técnico e de gestão, para garantir a integralidade do cuidado. ferências a serviços e ações de saúde fora do âmbito da Atenção
(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, III) Básica e de acordo com as necessidades de saúde das mesmas; e
IV - estabelecer e adotar mecanismos de encaminhamento (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, XVIII)
responsável pelas equipes que atuam na Atenção Básica de acordo XIX - assegurar o cumprimento da carga horária integral de to-
com as necessidades de saúde das pessoas, mantendo a vinculação dos os profissionais que compõem as equipes que atuam na Aten-
e coordenação do cuidado; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. ção Básica, de acordo com as jornadas de trabalho especificadas no
10, IV) Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigen-
V - manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes, pro- te e a modalidade de atenção. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017,
fissionais, carga horária, serviços disponibilizados, equipamentos e Art. 10, XIX)
outros no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Art. 11. A operacionalização da Política Nacional de Atenção
Saúde vigente, conforme regulamentação específica; (Origem: PRT Básica está detalhada no Anexo 1 do Anexo XXII . (Origem: PRT MS/
MS/GM 2436/2017, Art. 10, V) GM 2436/2017, Art. 11)
VI - organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica
atue como a porta de entrada preferencial e ordenadora da RAS; CAPÍTULO II
(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, VI) DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA
VII - fomentar a mobilização das equipes e garantir espaços
para a participação da comunidade no exercício do controle social; SEÇÃO I
(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, VII) DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO E CREDENCIAMENTO DAS
VIII - destinar recursos municipais para compor o financiamen- EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA NOS MUNICÍPIOS E NO DISTRI-
to tripartite da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, TO FEDERAL
Art. 10, VIII) (REVOGADO PELA PRT GM/MS N° 2.979 DE 12.11.2019)
IX - ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde, e Secre-
taria Estadual de Saúde pelo monitoramento da utilização dos re- Art. 12. (Revogado pela PRT GM/MS n° 2.979 de 12.11.2019)
cursos da Atenção Básica transferidos aos municípios; (Origem: PRT
MS/GM 2436/2017, Art. 10, IX) SEÇÃO II
X - inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de ser- DOS NASF
viços como a estratégia prioritária de organização da Atenção Bási- (REVOGADO PELA PRT GM/MS N° 2.979 DE 12.11.2019)
ca; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, X)
Art. 13. (Revogado pela PRT GM/MS n° 2.979 de 12.11.2019)
Art. 14. (Revogado pela PRT GM/MS n° 2.979 de 12.11.2019)
Art. 15. (Revogado pela PRT GM/MS n° 2.979 de 12.11.2019)

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LEGISLAÇÃO

SEÇÃO III Art. 22. As ESFR prestarão atendimento à população por, no


DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA RIBEIRINHA E FLUVIAL mínimo, 14 (quatorze) dias mensais, com carga horária equivalente
DOS MUNICÍPIOS DA AMAZÔNIA LEGAL E DO PANTANAL SUL- a 8 (oito) horas diárias, e dois dias para atividades de educação per-
-MATO-GROSSENSE manente, registro da produção e planejamento das ações. (Origem:
PRT MS/GM 837/2014, Art. 7º)
Art. 16. Esta Seção define o arranjo organizacional das Equipes Parágrafo Único. A determinação de que trata o “caput” é
de Saúde da Família Ribeirinha (ESFR) e das Equipes de Saúde da aplicável aos profissionais que compõem a equipe mínima de que
Família Fluvial (ESFF) dos Municípios da Amazônia Legal e do Pan- tratam os arts. 18 e 19 do Anexo XXII e a até 2 (dois) técnicos de
tanal Sul-Mato-Grossense. (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 1º) enfermagem, quando houver. (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art.
Art. 17. Constituem ESFR as equipes que desempenham a maior 7º, Parágrafo Único)
parte de suas funções em Unidades Básicas de Saúde construídas e/ Art. 23. Os Agentes Comunitários de Saúde, os Auxiliares/Técni-
ou localizadas nas comunidades pertencentes à área adscrita e cujo cos de enfermagem extras e os Auxiliares/Técnicos de saúde bucal
acesso se dá por meio fluvial e que, pela grande dispersão terri- cumprirão carga horária de até 40 (quarenta) horas semanais de
torial, necessitam de embarcações para atender as comunidades trabalho e deverão residir na área de atuação. (Origem: PRT MS/
dispersas no território. (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 2º) GM 837/2014, Art. 8º)
Parágrafo Único. As ESFR são vinculadas a uma Unidade Básica Art. 24. Para as comunidades distantes da Unidade Básica de
de Saúde, que pode estar localizada na sede do Município ou em Saúde de referência, as ESFR e ESFF adotarão circuito de desloca-
alguma comunidade ribeirinha localizada na área adscrita. (Origem: mento que garanta o atendimento a todas as comunidades assisti-
PRT MS/GM 837/2014, Art. 2º, Parágrafo Único)
das, ao menos a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar a execução
Art. 18. A ESFR será formada por equipe multiprofissional com-
das ações de Atenção Básica. (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art.
posta por, no mínimo: (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 3º)
9º)
I - 1 (um) médico generalista ou especialista em Saúde da Fa-
Art. 25. Para operacionalizar a atenção à saúde das comunida-
mília ou médico de Família e Comunidade; (Origem: PRT MS/GM
837/2014, Art. 3º, I) des ribeirinhas dispersas no território de abrangência, as ESFR e as
II - 1 (um) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da ESFF receberão incentivo financeiro de custeio para logística, que
Família; e (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 3º, II) considera a existência das seguintes estruturas: (Origem: PRT MS/
III - 1 (um) auxiliar ou técnico de enfermagem. (Origem: PRT GM 837/2014, Art. 10)
MS/GM 837/2014, Art. 3º, III) I - até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas a
Art. 19. As ESFR e as ESFF podem contar com os seguintes pro- um Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica, utilizada(s) como
fissionais de saúde bucal, dependendo da modalidade de equipe: base(s) da(s) equipe(s), onde será realizada a atenção de forma des-
(Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 4º) centralizada; e (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 10, I)
I - 1 (um) cirurgião dentista generalista ou em saúde da família; II - até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas
e (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 4º, I) para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s) vin-
II - 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal. (Origem: PRT MS/ culada(s)s ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica. (Ori-
GM 837/2014, Art. 4º, II) gem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 10, II)
Art. 20. Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as § 1º As unidades de apoio e as embarcações para o desloca-
ESFR e as ESFF podem contar, ainda, com: (Origem: PRT MS/GM mento dos profissionais devem ser identificadas conforme progra-
837/2014, Art. 5º) mação visual padronizada das unidades de saúde do SUS, fixada nos
I - até 24 (vinte e quatro) Agentes Comunitários de Saúde; (Ori- termos do Título IX da Portaria de Consolidação nº 1. (Origem: PRT
gem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 5º, I) MS/GM 837/2014, Art. 10, § 1º)
II - até 12 (doze) Microscopistas, nas regiões endêmicas; (Ori- § 2º Para efeito desta Seção, consideram-se unidades de apoio
gem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 5º, II) os estabelecimentos que servem para atuação das ESFR e ESFF e
III - até 11 (onze) Auxiliares/Técnicos de enfermagem; e (Ori- que não possuem outras equipes de Saúde Família vinculadas. (Ori-
gem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 5º, III) gem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 10, § 2º)
IV - 1 (um) Auxiliar/Técnico de saúde bucal. (Origem: PRT MS/ Art. 26. As ESFR farão jus ao financiamento vigente para
GM 837/2014, Art. 5º, IV) Equipes de Saúde da Família modalidade I. (Origem: PRT MS/GM
Parágrafo Único. As ESFR e as ESFF poderão, ainda, acrescen- 837/2014, Art. 11)
tar até 2 (dois) profissionais da área da saúde de nível superior a
Art. 27. As ESFR e ESFF poderão agregar ao seu financiamento:
sua composição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previs-
(Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 12)
tos para os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), nos ter-
I - incentivo para cada profissional acrescido à composição mí-
mos da Política Nacional de Atenção Básica. (Origem: PRT MS/GM
nima prevista no art. 20; e/ou (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art.
837/2014, Art. 5º, Parágrafo Único)
Art. 21. As ESFR e as ESFF deverão seguir as diretrizes da Polí- 12, I)
tica Nacional de Atenção Básica (PNAB), considerando a importân- II - incentivo para o custeio da logística, baseado no número de
cia da territorialização, manutenção do vínculo, cuidado integral e unidades de apoio ou embarcações de que trata o art. 25. (Origem:
longitudinal, identificação de risco e vulnerabilidade. (Origem: PRT PRT MS/GM 837/2014, Art. 12, II)
MS/GM 837/2014, Art. 6º) § 1º Todas as unidades de apoio ou satélites e embarcações
devem estar devidamente informadas no cadastro do Estabeleci-
mento de Saúde de Atenção Básica ao qual as ESFR ou ESFF estão
vinculadas. (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 12, § 1º)

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LEGISLAÇÃO

§ 2º Ato do Ministro de Estado da Saúde regulamentará os in- Art. 30. As ESFR e as ESFF poderão prestar serviços a popula-
centivos financeiros de que trata o “caput”. (Origem: PRT MS/GM ções de mais de um Município, desde que celebrado instrumento
837/2014, Art. 12, § 2º) formal que formalize a relação entre os Municípios, devidamente
Art. 28. Para implantação de ESFR, os Municípios observarão aprovado na respectiva CIR e CIB, e devem garantir a alimentação
o fluxo previsto na Seção I do Capítulo II. (Origem: PRT MS/GM das informações de saúde referentes à sua área de abrangência no
837/2014, Art. 13) Sistema de Informação vigente para a Atenção Básica. (Origem: PRT
§ 1º O projeto de implantação da ESFR conterá: (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 15)
MS/GM 837/2014, Art. 13, § 1º) Parágrafo Único. Nos termos do art. 12, IV, para recebimento
I - indicação do território a ser coberto, com estimativa da po- dos incentivos correspondentes às Equipes de Atenção Básica efe-
pulação residente nas comunidades adscritas e os rios do circuito tivamente implantadas, os Municípios e o Distrito Federal, além de
de deslocamento; (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 13, § 1º, I) cadastrar no SCNES os profissionais integrantes das equipes previa-
II - número de profissionais em quantitativo compatível com mente credenciadas pelo Estado ou Distrito Federal, deverão ali-
sua capacidade de atuação, apresentando-se a localidade que ficará mentar os dados no sistema de informação vigente, comprovando,
sob sua responsabilidade e a estimativa de pessoas cobertas pela obrigatoriamente, o início e execução das atividades, ficando sujei-
atuação; (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 13, § 1º, II) to a suspensão caso o sistema não seja alimentado e devidamente
III - programação de viagens em cada ano, com itinerário das validado por 3 (três) meses. (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art.
comunidades atendidas, considerando-se o retorno da ESFR a cada 15, Parágrafo Único)
comunidade, ao menos, a cada 60 (sessenta) dias, para assegurar Art. 31. As normas para o cadastramento das unidades de
a execução das ações de Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM apoio ou satélites e embarcações vinculadas a Estabelecimentos de
837/2014, Art. 13, § 1º, III) Saúde de Atenção Básica onde as equipes estão vinculadas e alte-
IV - descrição da organização das ofertas e ações da equipe, a
rações nas regras de cadastramento das ESFR e ESFF, com ou sem
fim de garantir a continuidade do atendimento da população; (Ori-
Saúde Bucal, além da definição dos prazos de implementação no
gem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 13, § 1º, IV)
SCNES, serão estabelecidas por ato do Secretário de Atenção à Saú-
V - descrição de como a gestão municipal do SUS apoiará a ESFR
de. (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 16)
no acompanhamento dos principais indicadores da Atenção Básica
e na qualificação de seu trabalho; (Origem: PRT MS/GM 837/2014,
Art. 13, § 1º, V) SEÇÃO IV
VI - nos arranjos em que a ESFR contar com Unidades de Saúde DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE FLUVIAIS
de Apoio para o atendimento, relação da quantidade e as comuni-
dades em que estão localizadas no cadastro do Estabelecimento de Art. 32. Esta Seção estabelece os critérios para habilitação de
Saúde de Atenção Básica a qual esta equipe está vinculada no Sis- Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) para fins de recebimento
tema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); do incentivo mensal de custeio a que se refere o art. 73 da Portaria
(Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 13, § 1º, VI) de Consolidação nº 6. (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 1º)
VII - nos arranjos em que a ESFR contar com embarcações de Art. 33. Para fins de habilitação das UBSF, os Municípios inte-
pequeno porte exclusivas para o deslocamento das equipes, rela- ressados deverão providenciar os seguintes documentos: (Origem:
ção da quantidade e seus respectivos números, no cadastro do Es- PRT MS/GM 1591/2012, Art. 2º)
tabelecimento de Saúde de Atenção Básica a qual esta equipe está I - projeto de implantação da Equipe de Saúde da Família Flu-
vinculada no SCNES; (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 13, § 1º, vial (ESFF) com itinerário da UBSF, devidamente aprovado pelo Con-
VII) selho Municipal de Saúde e pela Comissão Intergestores Bipartite
VIII - indicação do Município-sede que receberá os recursos fe- (CIB) ou, se houver, pela Comissão Intergestores Regional (CIR);
derais, no caso de a ESFR atender mais de um Município; e (Origem: (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 2º, I)
PRT MS/GM 837/2014, Art. 13, § 1º, VIII) II - Título de Inscrição de Embarcação, expedido pela autori-
IX - indicação de como garantirá a referência dos usuários aos dade marítima competente (Capitania dos Portos); e (Origem: PRT
serviços de saúde, detalhando, principalmente, a organização da MS/GM 1591/2012, Art. 2º, II)
rede para o atendimento de urgência às comunidades ribeirinhas. III - Certificado de Segurança da Navegação, em consonância
(Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 13, § 1º, IX) com as Normas da Autoridade Marítima para Embarcações Em-
§ 2º O projeto de que trata o § 1º deverá ser aprovado pela Co- pregadas na Navegação Interior (NORMAM-02) ou legislação que
missão Intergestores Regional (CIR) ou pela Comissão Intergestores venha a substituí-la. (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 2º, III)
Bipartite (CIB) e encaminhado pela Secretaria Estadual de Saúde ao Art. 34. O projeto de implantação da ESFF a que se refere o art.
Departamento de Atenção Básica (DAB/SAS/MS) para habilitação.
33, I, deverá conter: (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 3º)
(Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 13, § 2º)
I - indicação do território a ser coberto, com estimativa da po-
§ 3º As diretrizes gerais da Política de Atenção Básica por meio
pulação residente; (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 3º, I)
do Plano de Saúde deverão estar aprovadas pelo respectivo Conse-
II - número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) em quan-
lho de Saúde Municipal. (Origem: PRT MS/GM 837/2014, Art. 13,
§ 3º) titativo compatível com sua capacidade de atuação, apresentando-
Art. 29. Recomenda-se que os Municípios utilizem o Telessaúde -se a localidade que ficará sob sua responsabilidade e a estimativa
articulado à Regulação para aumentar a resolubilidade, qualificar de pessoas cobertas pela atuação de cada (ACS); (Origem: PRT MS/
os encaminhamentos e organizar o acesso à atenção especializada, GM 1591/2012, Art. 3º, II)
considerando o desenho regional. (Origem: PRT MS/GM 837/2014,
Art. 14)

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LEGISLAÇÃO

III - programação de viagens em cada ano, com itinerário das VII - cadastramento da UBSF e da ESFF no Sistema de Cadastro
comunidades atendidas, considerando-se o retorno da ESFF a cada Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), nos termos Porta-
comunidade, ao menos, a cada 60 (sessenta) dias, conforme previs- ria nº 941/SAS/MS, de 22 de dezembro de 2011. (Origem: PRT MS/
to na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB); (Origem: PRT MS/ GM 1591/2012, Art. 4º, VII)
GM 1591/2012, Art. 3º, III) § 1º Os recursos serão repassados aos Municípios após o ca-
IV - circuito de deslocamento da unidade, especificando comu- dastramento a que se refere o inciso VII do “caput”. (Origem: PRT
nidades ribeirinhas a serem atendidas e os rios em que a UBSF per- MS/GM 1591/2012, Art. 4º, § 1º)
correrá; (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 3º, IV) § 2º Para os fins do disposto no inciso V do “caput”, o Ministério
V - proposta de fluxo dos usuários para garantia de referência da Saúde poderá emitir seu parecer com base em prévia manifes-
aos serviços de saúde, detalhando-se, principalmente, como será tação técnica da Secretaria Estadual de Saúde efetuada a partir do
garantido atendimento de urgência, inclusive por meio da disponi- plano previsto no art. 34, X, inclusive com possibilidade de visita
bilidade de ambulanchas para atendimento às comunidades ribeiri- prévia à embarcação, a respeito do atendimento ou não dos requisi-
nhas; (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 3º, V) tos mínimos estabelecidos pela Política Nacional de Atenção Básica,
VI - descrição da forma de recrutamento, seleção e contratação pela estrutura física da unidade e pelos equipamentos ali disponí-
dos profissionais das ESFF; (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. veis. (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 4º, § 3º)
3º, VI) § 3º Caso o plano da embarcação apresentado não seja sufi-
VII - listagem da equipe de saúde que prestará atendimento à ciente para verificação do cumprimento dos requisitos mínimos es-
população, com observância da composição mínima prevista na Po- tabelecidos pela Política Nacional de Atenção Básica, o Ministério
lítica Nacional de Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, da Saúde notificará a Secretaria Municipal de Saúde para comple-
Art. 3º, VII) mentação de documentos. (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art.
VIII - descrição da organização das ações da equipe, a fim de 4º, § 4º)
garantir a continuidade do atendimento da população, como o pré- § 4º Após a complementação de que trata o art. 35, § 3º , o
-natal e a puericultura, dentro dos padrões mínimos recomenda- Ministério da Saúde emitirá o parecer técnico sobre o cumprimento
dos; (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 3º, VIII) ou não dos requisitos mínimos estabelecidos pela Política Nacional
IX - descrição de como a gestão municipal do Sistema Único de Atenção Básica. (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 4º, § 5º)
de Saúde (SUS) apoiará a ESFF no acompanhamento dos principais § 5º Em caso de emissão de parecer técnico favorável, o Minis-
indicadores da Atenção Básica e na qualificação de seu trabalho; tério da Saúde ou a Secretaria Estadual de Saúde poderá, a qual-
(Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 3º, IX) quer momento, realizar verificação “in loco” do cumprimento ou
X - planos da embarcação, contendo fotos dos ambientes nela não dos requisitos mínimos estabelecidos pela Política Nacional de
contidos, obedecendo-se a estrutura física mínima exigida nos ter- Atenção Básica, pelo Município interessado. (Origem: PRT MS/GM
mos da Política Nacional de Atenção Básica, e equipamentos que 1591/2012, Art. 4º, § 6º)
estarão disponíveis na UBSF; e (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, § 6º Para os fins do disposto no art. 35, § 5º , a Secretaria Es-
Art. 3º, X) tadual de Saúde comunicará imediatamente o Ministério da Saúde
XI - indicação do Município-sede que receberá os recursos fe- no caso de verificação do descumprimento dos requisitos mínimos
derais, no caso de a USFF atender mais de um Município. (Origem: estabelecidos na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), pelo
PRT MS/GM 1591/2012, Art. 3º, XI) Município interessado. (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 4º,
Art. 35. O processo de habilitação da UBSF compreenderá as § 7º)
seguintes etapas: (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 4º) Art. 36. Para as embarcações já existentes e que não contarem
I - reunião dos documentos exigidos nos termos do art. 33; com ambiente para dispensação de medicamentos e laboratório,
(Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 4º, I) os Municípios deverão apresentar, obrigatoriamente, no projeto de
II - submissão do projeto de implantação da ESFF à aprovação implantação da ESFF, a forma como será garantida a distribuição
do Conselho Municipal de Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, de medicamentos e a coleta/entrega de exames laboratoriais aos
Art. 4º, II) usuários. (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 5º)
III - envio do projeto pela Secretaria Municipal de Saúde para Art. 37. Os Municípios com Equipes de Saúde da Família que já
aprovação da CIB ou, se houver, da CIR; (Origem: PRT MS/GM exerçam atividades em embarcações com a estrutura física mínima
1591/2012, Art. 4º, III) prevista na Política Nacional de Atenção Básica, poderão solicitar
IV - envio da resolução da CIB ou, se houver, da CIR e dos docu- a adequação de modalidade para ESFF, observado o regramento
mentos exigidos nos termos do art. 33 ao Departamento de Aten- previsto nos arts. 33, 34 e 35 do Anexo XXII . (Origem: PRT MS/GM
ção Básica (DAB/SAS/MS); (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. 1591/2012, Art. 6º)
4º, IV) Parágrafo Único. Aplica-se às embarcações previstas no “caput”
V - emissão de parecer técnico pelo Ministério da Saúde que deste artigo o disposto no art. 36. (Origem: PRT MS/GM 1591/2012,
ateste, a partir do plano previsto no art. 34, X, inclusive com possibi- Art. 6º, Parágrafo Único)
lidade de visita prévia à embarcação, se a estrutura física da unida- Art. 38. As UBSF poderão prestar serviços a populações de mais
de e os equipamentos disponíveis atendem os requisitos mínimos de um Município, desde que celebrado instrumento jurídico que
estabelecidos pelo art. 34, X; (Origem: PRT MS/GM 1591/2012, Art. formalize essa relação entre os Municípios, devidamente aprovado
4º, V) pela CIB ou, se houver, pela CIR. (Origem: PRT MS/GM 1591/2012,
VI - publicação do ato de habilitação da UBSF pelo Ministé- Art. 7º)
rio da Saúde no Diário Oficial da União; e (Origem: PRT MS/GM
1591/2012, Art. 4º, VI)

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LEGISLAÇÃO

Art. 39. Para manutenção dos repasses financeiros, a(s) ESFF I - especialidades definidas como pré-requisito para o creden-
deve(m) alimentar, mensalmente, o sistema de informação da aten- ciamento dos serviços, sobretudo na alta complexidade; (Origem:
ção básica disponibilizado pelo Ministério da Saúde. (Origem: PRT PRT MS/GM 1377/2011, Art. 3º, I)
MS/GM 1591/2012, Art. 8º) II - especialidade necessária a uma dada região segundo avalia-
Art. 40. As UBSF devem ser identificadas conforme programa- ção da demanda decorrente da evolução do perfil sócio-epidemio-
ção visual padronizada das unidades de saúde do SUS, fixada nos lógico da população, principalmente relacionadas ao envelhecimen-
termos do Título IX da Portaria de Consolidação nº 1. (Origem: PRT to populacional e ao aumento de morbimortalidade decorrente de
MS/GM 1591/2012, Art. 9º) causas externas; (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 3º, II)
III - especialidades necessárias à implementação das políticas
CAPÍTULO III públicas estratégicas para o SUS, tais como a Política de Atenção
DOS PROFISSIONAIS Básica, de Urgência e Emergência, de Saúde Mental, Atenção à Mu-
lher e Criança, Oncológica e Atenção ao Idoso; e (Origem: PRT MS/
SEÇÃO I GM 1377/2011, Art. 3º, III)
DAS ÁREAS E REGIÕES PRIORITÁRIAS COM CARÊNCIA E DIFI- IV - especialidades consideradas escassas ou com dificuldade
CULDADE DE RETENÇÃO DE MÉDICO de contratação em uma dada região segundo análise dos sistemas
de informação disponíveis, realização de pesquisa ou demanda re-
Art. 41. Esta Seção estabelece critérios para definição das áre- ferida por gestores da saúde daquela região. (Origem: PRT MS/GM
as e regiões prioritárias com carência e dificuldade de retenção de 1377/2011, Art. 3º, IV)
médico integrante de equipe de saúde da família oficialmente ca- Parágrafo Único. Caberá à Secretaria de Gestão do Trabalho e
dastrada e das especialidades médicas prioritárias de que tratam da Educação na Saúde (SGTES/MS) publicar a relação das especiali-
o inciso II e o § 3º do art. 6º B da Lei nº 10.260, de 12 de julho de dades médicas prioritárias de que trata o caput. (Origem: PRT MS/
2001, no âmbito do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). (Ori- GM 1377/2011, Art. 3º, Parágrafo Único)
gem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 1º) (com redação dada pela PRT Art. 44. O requerimento de carência estendida de que trata o
MS/GM 203/2013) art. 43 deverá ser preenchido pelo profissional médico beneficiário
Art. 42. As áreas e regiões com carência e dificuldade de reten- de financiamento concedido com recursos do FIES por meio de soli-
ção de médico integrante de equipe de saúde da família oficialmen- citação expressa, em sistema informatizado específico disponibiliza-
te cadastrada serão definidas como prioritárias pelo Ministério da do pelo Ministério da Saúde, contendo, dentre outras, as seguintes
Saúde com base em modelo que leve em conta indicadores dentre informações: (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 3º-A)
o seguintes: (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 2º) I - nome completo; (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 3º-A,
I - Produto Interno Bruto (PIB) per capita; (Origem: PRT MS/GM I)
1377/2011, Art. 2º, I) II - CPF; (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 3º-A, II)
II - população sem cobertura de planos de saúde; (Origem: PRT III - data de nascimento; (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art.
MS/GM 1377/2011, Art. 2º, II) 3º-A, III)
III - percentual da população residente na área rural; (Origem: IV - correio eletrônico; e (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art.
PRT MS/GM 1377/2011, Art. 2º, III) 3º-A, IV)
IV - percentual da população em extrema pobreza; (Origem: V - Programa de Residência Médica e instituição a que está vin-
PRT MS/GM 1377/2011, Art. 2º, IV) culado. (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 3º-A, V)
V - percentual da população beneficiária do Programa Bolsa Fa- § 1º O Programa de Residência Médica ao qual o profissional
mília; (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 2º, V) médico esteja vinculado deverá ter início no período de carên-
VI - percentual de horas trabalhadas de médicos na área da cia previsto no contrato de financiamento. (Origem: PRT MS/GM
Atenção Básica para cada 1.000 (mil) habitantes; (Origem: PRT MS/ 1377/2011, Art. 3º-A, § 1º)
GM 1377/2011, Art. 2º, VI) § 2º O coordenador da Comissão de Residência Médica (CORE-
VII - percentual de leitos para cada 1.000 (mil) habitantes; e ME) da instituição a qual está vinculado o Programa de Residência
(Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 2º, VII) Médica é responsável pela validação e atualização das informações
VIII - indicador de rotatividade definido em função do quanti- prestadas pelo profissional médico beneficiário do financiamento.
tativo de contratações, extinção de vínculos de emprego e número (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 3º-A, § 2º)
de equipes de Saúde da Família incompletas, em conformidade com § 3º Recebida a solicitação, o Ministério da Saúde comunicará
os dados extraídos dos sistemas de informação do Sistema Único de ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autar-
Saúde (SUS). (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 2º, VIII) quia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a relação de médi-
Parágrafo Único. Caberá à Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/ cos considerados aptos para a concessão da carência estendida por
MS) publicar a relação das áreas e regiões de que trata o caput. todo o período de duração da residência médica. (Origem: PRT MS/
(Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 2º, Parágrafo Único) GM 1377/2011, Art. 3º-A, § 3º)
Art. 43. Para obter a extensão do prazo de carência do respecti- § 4º Após ser comunicado, nos termos do § 3º, o FNDE notifi-
vo financiamento por todo o período de duração da residência mé- cará o agente financeiro responsável para a efetivação das medidas
dica, o estudante graduado em Medicina deverá optar pelo ingres- relativas à concessão da carência estendida. (Origem: PRT MS/GM
so em programa credenciado pela Comissão Nacional de Residência 1377/2011, Art. 3º-A, § 4º)
Médica (CNRM), de que trata a Lei nº 6.932, de 7 de julho de 1981, Art. 45. As Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Fede-
e em especialidade médica cuja prioridade para o SUS será definida ral e dos Municípios ou as Coordenações dos Programas de Resi-
pelo Ministério da Saúde com observância dos seguintes critérios: dência Médica deverão validar e manter cadastro com informações
(Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 3º) atualizadas dos financiados do FIES sobre o seu exercício profissio-

50
LEGISLAÇÃO

nal nas equipes de saúde da família ou sua participação em Progra- Parágrafo Único. A alteração de que trata o “caput” não se
ma de Residência Médica, respectivamente. (Origem: PRT MS/GM aplica àquele já em gozo da extensão do prazo de carência e do
1377/2011, Art. 4º) abatimento do saldo devedor consolidado do financiamento. (Ori-
Parágrafo Único. Caso solicitado pelo Fundo Nacional de Desen- gem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 6º, Parágrafo Único) (dispositivo
volvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério acrescentado pela PRT MS/GM 203/2013)
da Educação (MEC), as Secretarias ou as Coordenações deverão
avaliar se as informações prestadas pelo financiado do FIES àquela SEÇÃO II
entidade, referentes ao seu exercício profissional nas equipes de DAS ESPECIFICAÇÕES “PRECEPTOR” E “RESIDENTE” NO CA-
saúde da família ou à sua participação em Programa de Residência DASTRO DO MÉDICO
Médica, estão em consonância com o cadastro de que trata o caput.
(Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 4º, Parágrafo Único) Art. 50. Ficam instituídas as especificações “preceptor” e “resi-
Art. 46. A operacionalização do abatimento do saldo devedor dente” no cadastro do médico que atua em qualquer uma das Equi-
consolidado de que trata o ‘caput’ do art. 6º B da Lei nº 10.260, de pes de Saúde da Família previstas na Política Nacional de Atenção
2001, será executada pelo FNDE e demais normas do FIES, além Básica. (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 1º)
do disposto nesta Seção. (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 5º) Art. 51. A instituição das especificações “preceptor” e “residen-
te” de que trata o art. 50 tem os seguintes objetivos: (Origem: PRT
(com redação dada pela PRT MS/GM 203/2013)
MS/GM 3147/2012, Art. 2º)
Art. 47. O profissional médico deverá atuar como integrante
I - identificar os médicos residentes e seus preceptores no Sis-
de ESF pelo período de, no mínimo, 1 (um) ano ininterrupto como
tema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES)
requisito para requerer o abatimento mensal do saldo devedor con-
para fins de pagamento dos incentivos financeiros referentes às
solidado do financiamento concedido com recursos do FIES. (Ori- Equipes de Saúde da Família e acompanhamento das atividades de-
gem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 5º-A) sempenhadas no âmbito da residência médica; e (Origem: PRT MS/
Art. 48. Para requerer o abatimento de que trata esta Seção, GM 3147/2012, Art. 2º, I)
o profissional médico preencherá solicitação expressa, em sistema II - estimular a ocupação das vagas atualmente disponíveis nos
informatizado específico disponibilizado pelo Ministério da Saúde, Programas de Residência de Medicina de Família e Comunidade
contendo, dentre outras, as seguintes informações: (Origem: PRT (PRMFC). (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 2º, II)
MS/GM 1377/2011, Art. 5º-B) Art. 52. É obrigatório o cadastramento no SCNES pelas Secre-
I - nome completo; (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 5º-B, tarias de Saúde distrital e municipais dos médicos residentes e pre-
I) ceptores nas diversas modalidades de Equipes de Saúde da Família
II - CPF; (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 5º-B, II) previstas na Política Nacional de Atenção Básica. (Origem: PRT MS/
III - data de nascimento; e (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, GM 3147/2012, Art. 3º)
Art. 5º-B, III) Art. 53. As Secretarias de Saúde distrital e municipais poderão
IV - correio eletrônico. (Origem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. cadastrar no SCNES médicos residentes nas modalidades de Equi-
5º-B, IV) pes de Saúde da Família previstas na Política Nacional de Atenção
§ 1º Os gestores de saúde dos Municípios e do Distrito Federal Básica em compatibilidade com a carga horária mínima de 30 (trin-
deverão confirmar que o solicitante está em exercício ativo das suas ta) horas semanais de atuação dos médicos residentes na Unidade
atividades como médico integrante da ESF. (Origem: PRT MS/GM Básica de Saúde (UBS) nos termos da Resolução nº 2, de 17 de maio
1377/2011, Art. 5º-B, § 1º) de 2006, da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). (Ori-
§ 2º Recebida a solicitação, o Ministério da Saúde comunicará gem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 4º)
ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), au- Parágrafo Único. A cobertura populacional da Equipe de Saúde
tarquia vinculada ao Ministério da Educação, a relação de médicos da Família com médico residente deve ser de, no máximo, o mínimo
considerados aptos para a concessão do abatimento. (Origem: PRT recomendado na Política Nacional de Atenção Básica, considerando
MS/GM 1377/2011, Art. 5º-B, § 2º) as diversas modalidades previstas de equipes. (Origem: PRT MS/
§ 3º Após ser comunicado, nos termos do §2º, o FNDE notifi- GM 3147/2012, Art. 4º, Parágrafo Único)
Art. 54. Compete às Secretarias Municipais de Saúde: (Origem:
cará o agente financeiro responsável para a suspensão da cobrança
PRT MS/GM 3147/2012, Art. 5º)
das prestações referentes à amortização do financiamento. (Ori-
I - cadastrar os médicos residentes e seus preceptores no SC-
gem: PRT MS/GM 1377/2011, Art. 5º-B, § 3º)
NES; (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 5º, I)
§ 4º Anualmente, as informações sobre o exercício ativo do
II - adequar a cobertura populacional conforme modalidade de
profissional médico integrante da ESF deverão ser atualizadas pelo Equipe de Saúde da Família e limite de usuários por equipe com
financiado e validadas pelos respectivos gestores de saúde dos Mu- médico residente; (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 5º, II)
nicípios e do Distrito Federal, nos termos do §5º. (Origem: PRT MS/ III - assegurar o cumprimento mínimo das 30 (trinta) horas se-
GM 1377/2011, Art. 5º-B, § 4º) manais de atuação pelo médico residente na Equipe de Saúde da
§ 5º O abatimento mensal de que trata este artigo será ope- Família, em atendimento ao disposto na Resolução nº 2/CNRM, de
racionalizado anualmente pelo FNDE. (Origem: PRT MS/GM 2006; (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 5º, III)
1377/2011, Art. 5º-B, § 5º) IV - atender aos compromissos e contratualizações do Progra-
Art. 49. Os critérios e as relações das áreas e regiões e das es- ma Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Bá-
pecialidades médicas prioritárias poderão sofrer alterações e revi- sica (PMAQ-AB), de que trata a Seção II do Capítulo I do Título IV da
sões periódicas de acordo com as necessidades do SUS. (Origem: Portaria de Consolidação nº 5; (Origem: PRT MS/GM 3147/2012,
PRT MS/GM 1377/2011, Art. 6º) Art. 5º, IV)

51
LEGISLAÇÃO

V - viabilizar adequadas condições de trabalho e ambiência Art. 57. Os gestores de saúde federal, estaduais, distrital e
aos médicos residentes e seus preceptores, conforme disposto na municipais deverão promover a articulação dos PRMFC com os
Política Nacional de Atenção Básica, com adesão, se necessário, ao Programas de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e
Programa de Requalificação de Unidades Básicas de Saúde e o res- incentivar a integração dos PRMFC com o Programa Nacional de
pectivo Componente Reforma, de que trata a Seção I do Capítulo II Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde), o
do Título II da Portaria de Consolidação nº 6. (Origem: PRT MS/GM Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), o
3147/2012, Art. 5º, V) Programa Nacional Telessaúde Brasil REDES (Telessaúde Brasil Re-
VI - apoiar os preceptores no seu aprimoramento técnico-cien- des) e o internato médico nas UBS com PRMFC. (Origem: PRT MS/
tífico, sempre que necessário, para melhor desenvolvimento de GM 3147/2012, Art. 8º)
suas funções, por meio da inclusão em processos de educação per- Art. 58. A Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS) regulamen-
manente; (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 5º, VI) tará os meios para identificação dos médicos residentes e seus pre-
VII - cofinanciar o desenvolvimento dos PRMFC, quando for o ceptores no SCNES. (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 9º)
caso; (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 5º, VII)
VIII - conceder, se possível, aos médicos residentes a mesma re-
muneração conferida aos médicos que trabalham na Atenção Bási- ANEXO 1 DO ANEXO XXII
ca com carga horária de 40 (quarenta) horas semanais, consideran- POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA - OPERACIONALI-
do-se a proporcionalidade da carga horária de atuação; e (Origem: ZAÇÃO (ORIGEM: PRT MS/GM 2436/2017, ANEXO 1)
PRT MS/GM 3147/2012, Art. 5º, VIII)
IX - estimular e apoiar a participação das Equipes de Saúde da POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA OPERACIONALIZA-
Família que possuam médicos residentes do PRMFC no PMAQ-AB. ÇÃO
(Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 5º, IX)
Art. 55. Compete às Secretarias Estaduais de Saúde: (Origem: CAPÍTULO I
PRT MS/GM 3147/2012, Art. 6º) DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
I - monitorar e acompanhar o desenvolvimento dos PRMFC;
(Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 6º, I) A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da
II - fomentar a formação de especialistas no Estado como estra- experiência acumulada por um conjunto de atores envolvidos his-
tégia de fixação dos profissionais, buscando modificar o quadro de toricamente com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema
ociosidade dos PRMFC e a força de trabalho; (Origem: PRT MS/GM Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, população, tra-
3147/2012, Art. 6º, II) balhadores e gestores das três esferas de governo. Esta Portaria,
III - cofinanciar o desenvolvimento dos PRMFC, quando for o conforme normatização vigente no SUS, que define a organização
caso; (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 6º, III) em Redes de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuida-
IV - promover a inclusão dos preceptores em processos de edu- do integral e direcionado às necessidades de saúde da população,
cação permanente; e (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 6º, IV) destaca a Atenção Básica como primeiro ponto de atenção e porta
V - avaliar e monitorar a cobertura populacional das Equipes de entrada preferencial do sistema, que deve ordenar os fluxos e
de Saúde da Família. (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 6º, V) contrafluxos de pessoas, produtos e informações em todos os pon-
Art. 56. Compete ao Ministério da Saúde: (Origem: PRT MS/GM tos de atenção à saúde.
3147/2012, Art. 7º) Esta Política Nacional de Atenção Básica tem na Saúde da Famí-
I - adequar o SCNES conforme as disposições desta Seção; (Ori- lia sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da Aten-
gem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 7º, I) ção Básica. Contudo reconhece outras estratégias de organização
II - avaliar e monitorar a cobertura populacional das Equipes da Atenção Básica nos territórios, que devem seguir os princípios
de Saúde da Família; (Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 7º, II) e diretrizes da Atenção Básica e do SUS, configurando um processo
III - habilitar a participação das Equipes de Saúde da Família progressivo e singular que considera e inclui as especificidades lo-
que possuam médicos residentes do PRMFC no PMAQ-AB a partir corregionais, ressaltando a dinamicidade do território e a existência
da solicitação de adesão realizada pelas Secretarias de Saúde dis- de populações específicas, itinerantes e dispersas, que também são
trital e municipais e Equipes de Saúde da Família, considerando-se, de responsabilidade da equipe enquanto estiverem no território,
ainda, o atendimento das regras previstas na Seção II do Capítulo I em consonância com a política de promoção da equidade em saúde
do Título IV da Portaria de Consolidação nº 5; (Origem: PRT MS/GM A Atenção Básica considera a pessoa em sua singularidade e
3147/2012, Art. 7º, III) inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral, incor-
IV - priorizar a entrada das Equipes de Saúde da Família com porar as ações de vigilância em saúde - a qual constitui um processo
médicos residentes no Programa de Requalificação de Unidades contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e dissemina-
Básicas de Saúde, mantidos os critérios de seleção ao programa; e ção de dados sobre eventos relacionados à saúde - além disso, visa
(Origem: PRT MS/GM 3147/2012, Art. 7º, IV) o planejamento e a implementação de ações públicas para a pro-
V - efetuar o custeio das bolsas pagas aos médicos residentes teção da saúde da população, a prevenção e o controle de riscos,
em atuação, conforme vagas e programas aprovados no Programa agravos e doenças, bem como para a promoção da saúde.
Nacional de Apoio à Formação de Médicos Especialistas em Áreas Destaca-se ainda o desafio de superar compreensões simplistas,
Estratégicas (PRÓ-RESIDÊNCIA), criado pela Portaria Interministerial nas quais, entre outras, há dicotomia e oposição entre a assistência
nº 1.001 MEC-MS, de 22 de outubro de 2009. (Origem: PRT MS/GM e a promoção da saúde. Para tal, deve-se partir da compreensão de
3147/2012, Art. 7º, V) que a saúde possui múltiplos determinantes e condicionantes e que

52
LEGISLAÇÃO

a melhora das condições de saúde das pessoas e coletividades pas- considera-se Território a unidade geográfica única, de construção
sa por diversos fatores, os quais grande parte podem ser abordados descentralizada do SUS na execução das ações estratégicas destina-
na Atenção Básica. das à vigilância, promoção, prevenção, proteção e recuperação da
saúde. Os Territórios são destinados para dinamizar a ação em saú-
1- PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DA ATENÇÃO BÁSICA de pública, o estudo social, econômico, epidemiológico, assisten-
Os princípios e diretrizes, a caracterização e a relação de servi- cial, cultural e identitário, possibilitando uma ampla visão de cada
ços ofertados na Atenção Básica serão orientadores para a sua orga- unidade geográfica e subsidiando a atuação na Atenção Básica, de
nização nos municípios, conforme descritos a seguir: forma que atendam a necessidade da população adscrita e ou as
populações específicas.
1.1- Princípios III - População Adscrita: população que está presente no terri-
I - Universalidade: possibilitar o acesso universal e contínuo a tório da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações
serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, ga-
a porta de entrada aberta e preferencial da RAS (primeiro contato), rantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade
acolhendo as pessoas e promovendo a vinculação e corresponsabi- do cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado.
IV- Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimen-
lização pela atenção às suas necessidades de saúde. O estabeleci-
to de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pesso-
mento de mecanismos que assegurem acessibilidade e acolhimento
as a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a
pressupõe uma lógica de organização e funcionamento do serviço
confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre
de saúde que parte do princípio de que as equipes que atuam na
sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O
Atenção Básica nas UBS devem receber e ouvir todas as pessoas cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas neces-
que procuram seus serviços, de modo universal, de fácil acesso e sidades e potencialidades na busca de uma vida independente e
sem diferenciações excludentes, e a partir daí construir respostas plena. A família, a comunidade e outras formas de coletividade são
para suas demandas e necessidades. elementos relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinan-
II - Equidade: ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças tes na vida das pessoas e, por consequência, no cuidado.
nas condições de vida e saúde e de acordo com as necessidades
das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas dife- V - Resolutividade: reforça a importância da Atenção Básica ser
renciações sociais e deve atender à diversidade. Ficando proibida resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuida-
qualquer exclusão baseada em idade, gênero, cor, crença, naciona- do individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de
lidade, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, estado de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente
saúde, condição socioeconômica, escolaridade ou limitação física, efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus
intelectual, funcional, entre outras, com estratégias que permitam de autonomia dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de
minimizar desigualdades, evitar exclusão social de grupos que pos- resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população,
sam vir a sofrer estigmatização ou discriminação; de maneira que coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quan-
impacte na autonomia e na situação de saúde. do necessário.
III - Integralidade: É o conjunto de serviços executados pela VI.- Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade
equipe de saúde que atendam às necessidades da população ads- da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabili-
crita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, zação entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo
da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redu- permanente e consistente, acompanhando os efeitos das interven-
ção de danos e dos cuidados paliativos. Inclui a responsabilização ções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, evitando
pela oferta de serviços em outros pontos de atenção à saúde e o re- a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia que são
conhecimento adequado das necessidades biológicas, psicológicas, decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da falta de
ambientais e sociais causadoras das doenças, e manejo das diversas coordenação do cuidado.
tecnologias de cuidado e de gestão necessárias a estes fins, além da VII.- Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar
o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando
ampliação da autonomia das pessoas e coletividade.
como o centro de comunicação entre os diversos pontos de aten-
ção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer
1.2- Diretrizes
destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e inte-
I - Regionalização e Hierarquização: dos pontos de atenção da
grada, com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da aten-
RAS, tendo a Atenção Básica como ponto de comunicação entre ção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de
esses. Considera-se regiões de saúde como um recorte espacial es- saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais.
tratégico para fins de planejamento, organização e gestão de redes VIII.- Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde
de ações e serviços de saúde em determinada localidade, e a hierar- da população sob sua responsabilidade, organizando as necessi-
quização como forma de organização de pontos de atenção da RAS dades desta população em relação aos outros pontos de atenção
entre si, com fluxos e referências estabelecidos. à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações, assim
II - Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o plane- como, a programação dos serviços de saúde, parta das necessida-
jamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de des de saúde das pessoas.
ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específi- IX.- Participação da comunidade: estimular a participação das
co, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção
da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele es- Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar
paço e estão, portanto, adstritos a ele. Para efeitos desta portaria, sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde

53
LEGISLAÇÃO

e das pessoas e coletividades do território. Considerando ainda o Com isso, espera-se que ocorra uma ampliação do cuidado clí-
enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, atra- nico e da resolutividade na Atenção Básica, evitando a exposição
vés de articulação e integração das ações intersetoriais na organi- das pessoas a consultas e/ou procedimentos desnecessários. Além
zação e orientação dos serviços de saúde, a partir de lógicas mais disso, com a organização do acesso, induz-se ao uso racional dos
centradas nas pessoas e no exercício do controle social. recursos em saúde, impede deslocamentos desnecessários e traz
maior eficiência e equidade à gestão das listas de espera.
2- A ATENÇÃO BÁSICA NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE A gestão municipal deve articular e criar condições para que a
Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS, define referência aos serviços especializados ambulatoriais, sejam realiza-
a organização na RAS, como estratégia para um cuidado integral e dos preferencialmente pela Atenção Básica, sendo de sua respon-
direcionado às necessidades de saúde da população. As RAS cons- sabilidade:
tituem-se em arranjos organizativos formados por ações e serviços a. Ordenar o fluxo das pessoas nos demais pontos de atenção
de saúde com diferentes configurações tecnológicas e missões as- da RAS;
sistenciais, articulados de forma complementar e com base terri- b. Gerir a referência e contrarreferência em outros pontos de
torial, e têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a Atenção atenção; e
Básica estruturada como primeiro ponto de atenção e principal c. Estabelecer relação com os especialistas que cuidam das pes-
porta de entrada do sistema, constituída de equipe multidisciplinar soas do território.
que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado e
atendendo as necessidades de saúde das pessoas do seu território. 3- INFRAESTRUTURA, AMBIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DA
O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que regulamenta ATENÇÃO BÁSICA
a Lei nº 8.080/90, define que “o acesso universal, igualitário e orde- Este item refere-se ao conjunto de procedimentos que objetiva
nado às ações e serviços de saúde se inicia pelas portas de entrada adequar a estrutura física, tecnológica e de recursos humanos das
UBS às necessidades de saúde da população de cada território.
do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada”.
Para que a Atenção Básica possa ordenar a RAS, é preciso reco-
3.1. Infraestrutura e ambiência
nhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabi-
A infraestrutura de uma UBS deve estar adequada ao quanti-
lidade, organizando-as em relação aos outros pontos de atenção à
tativo de população adscrita e suas especificidades, bem como aos
saúde, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde processos de trabalho das equipes e à atenção à saúde dos usuá-
parta das necessidades das pessoas, com isso fortalecendo o plane- rios. Os parâmetros de estrutura devem, portanto, levar em consi-
jamento ascendente. deração a densidade demográfica, a composição, atuação e os tipos
de equipes, perfil da população, e as ações e serviços de saúde a
A Atenção Básica é caracterizada como porta de entrada pre- serem realizados. É importante que sejam previstos espaços físicos
ferencial do SUS, possui um espaço privilegiado de gestão do cui- e ambientes adequados para a formação de estudantes e trabalha-
dado das pessoas e cumpre papel estratégico na rede de atenção, dores de saúde de nível médio e superior, para a formação em ser-
servindo como base para o seu ordenamento e para a efetivação viço e para a educação permanente na UBS.
da integralidade. Para tanto, é necessário que a Atenção Básica
tenha alta resolutividade, com capacidade clínica e de cuidado e As UBS devem ser construídas de acordo com as normas sanitá-
incorporação de tecnologias leves, leve duras e duras (diagnósticas rias e tendo como referência as normativas de infraestrutura vigen-
e terapêuticas), além da articulação da Atenção Básica com outros tes, bem como possuir identificação segundo os padrões visuais da
pontos da RAS. Atenção Básica e do SUS. Devem, ainda, ser cadastradas no Sistema
Os estados, municípios e o Distrito Federal, devem articular de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), de
ações intersetoriais, assim como a organização da RAS, com ênfase acordo com as normas em vigor para tal.
nas necessidades locorregionais, promovendo a integração das re- As UBS poderão ter pontos de apoio para o atendimento de
ferências de seu território. populações dispersas (rurais, ribeirinhas, assentamentos, áreas
Recomenda-se a articulação e implementação de processos pantaneiras, etc.), com reconhecimento no SCNES, bem como nos
que aumentem a capacidade clínica das equipes, que fortaleçam instrumentos de monitoramento e avaliação. A estrutura física dos
práticas de microrregulação nas Unidades Básicas de Saúde, tais pontos de apoio deve respeitar as normas gerais de segurança sa-
como gestão de filas próprias da UBS e dos exames e consultas des- nitária.
centralizados/programados para cada UBS, que propiciem a comu- A ambiência de uma UBS refere-se ao espaço físico (arquitetô-
nicação entre UBS, centrais de regulação e serviços especializados, nico), entendido como lugar social, profissional e de relações inter-
com pactuação de fluxos e protocolos, apoio matricial presencial e/ pessoais, que deve proporcionar uma atenção acolhedora e huma-
na para as pessoas, além de um ambiente saudável para o trabalho
ou a distância, entre outros.
dos profissionais de saúde.
Um dos destaques que merecem ser feitos é a consideração e
Para um ambiente adequado em uma UBS, existem componen-
a incorporação, no processo de referenciamento, das ferramentas
tes que atuam como modificadores e qualificadores do espaço, re-
de telessaúde articulado às decisões clínicas e aos processos de re-
comenda-se contemplar: recepção sem grades (para não intimidar
gulação do acesso. A utilização de protocolos de encaminhamento ou dificultar a comunicação e também garantir privacidade à pes-
servem como ferramenta, ao mesmo tempo, de gestão e de cuida- soa), identificação dos serviços existentes, escala dos profissionais,
do, pois tanto orientam as decisões dos profissionais solicitantes horários de funcionamento e sinalização de fluxos, conforto térmi-
quanto se constituem como referência que modula a avaliação das co e acústico, e espaços adaptados para as pessoas com deficiência
solicitações pelos médicos reguladores. em conformidade com as normativas vigentes.

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LEGISLAÇÃO

Além da garantia de infraestrutura e ambiência apropriadas, i.- População adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de
para a realização da prática profissional na Atenção Básica, é neces- Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro
sário disponibilizar equipamentos adequados, recursos humanos do seu território, garantindo os princípios e diretrizes da Atenção
capacitados, e materiais e insumos suficientes à atenção à saúde Básica.
prestada nos municípios e Distrito Federal. Além dessa faixa populacional, podem existir outros arranjos
de adscrição, conforme vulnerabilidades, riscos e dinâmica comu-
3.2. Tipos de unidades e equipamentos de Saúde nitária, facultando aos gestores locais, conjuntamente com as equi-
São considerados unidades ou equipamentos de saúde no âm- pes que atuam na Atenção Básica e Conselho Municipal ou Local de
bito da Atenção Básica: Saúde, a possibilidade de definir outro parâmetro populacional de
a) Unidade Básica de Saúde responsabilidade da equipe, podendo ser maior ou menor do que
Recomenda-se os seguintes ambientes: o parâmetro recomendado, de acordo com as especificidades do
a. Consultório médico e de enfermagem, consultório com sani- território, assegurando-se a qualidade do cuidado.
tário, sala de procedimentos, sala de vacinas, área para assistência ii) - 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou Saúde da
farmacêutica, sala de inalação coletiva, sala de procedimentos, sala Família), para que possam atingir seu potencial resolutivo.
de coleta/exames, sala de curativos, sala de expurgo, sala de este- iii) - Fica estipulado para cálculo do teto máximo de equipes de
rilização, sala de observação e sala de atividades coletivas para os Atenção Básica (eAB) e de Saúde da Família (eSF), com ou sem os
profissionais da Atenção Básica. Se forem compostas por profissio- profissionais de saúde bucal, pelas quais o Município e o Distrito
nais de saúde bucal, será necessário consultório odontológico com Federal poderão fazer jus ao recebimento de recursos financeiros
equipo odontológico completo; específicos, conforme a seguinte fórmula: População/2.000.
b. área de recepção, local para arquivos e registros, sala mul- iv)- Em municípios ou territórios com menos de 2.000 habitan-
tiprofissional de acolhimento à demanda espontânea, sala de ad- tes, que uma equipe de Saúde da Família (eSF) ou de Atenção Básica
ministração e gerência, banheiro público e para funcionários, entre (eAB) seja responsável por toda população;
outros ambientes conforme a necessidade.
Reitera-se a possibilidade de definir outro parâmetro popula-
b) Unidade Básica de Saúde Fluvial cional de responsabilidade da equipe de acordo com especificida-
Recomenda-se os seguintes ambientes: des territoriais, vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitária res-
a. consultório médico; consultório de enfermagem; área para peitando critérios de equidade, ou, ainda, pela decisão de possuir
assistência farmacêutica, laboratório, sala de vacina; sala de proce- um número inferior de pessoas por equipe de Atenção Básica (eAB)
dimentos; e, se forem compostas por profissionais de saúde bucal, e equipe de Saúde da Família (eSF) para avançar no acesso e na
será necessário consultório odontológico com equipo odontológico qualidade da Atenção Básica.
completo; Para que as equipes que atuam na Atenção Básica possam atin-
b. área de recepção, banheiro público; banheiro exclusivo para gir seu potencial resolutivo, de forma a garantir a coordenação do
os funcionários; expurgo; cabines com leitos em número suficiente cuidado, ampliando o acesso, é necessário adotar estratégias que
para toda a equipe; cozinha e outro ambientes conforme necessi-
permitam a definição de um amplo escopo dos serviços a serem
dade.
ofertados na UBS, de forma que seja compatível com as necessi-
dades e demandas de saúde da população adscrita, seja por meio
c) Unidade Odontológica Móvel
da Estratégia Saúde da Família ou outros arranjos de equipes de
Recomenda-se veículo devidamente adaptado para a finalida-
Atenção Básica (eAB), que atuem em conjunto, compartilhando o
de de atenção à saúde bucal, equipado com:
cuidado e apoiando as práticas de saúde nos territórios. Essa oferta
Compressor para uso odontológico com sistema de filtragem;
de ações e serviços na Atenção Básica devem considerar políticas e
aparelho de raios-X para radiografias periapicais e interproximais;
programas prioritários, as diversas realidades e necessidades dos
aventais de chumbo; conjunto peças de mão contendo micro-motor
territórios e das pessoas, em parceria com o controle social.
com peça reta e contra ângulo, e alta rotação; gabinete odontológi-
co; cadeira odontológica, equipo odontológico e refletor odontoló- As ações e serviços da Atenção Básica, deverão seguir padrões
gico; unidade auxiliar odontológica; mocho odontológico; autocla- essenciais e ampliados:
ve; amalgamador; fotopolimerizador; e refrigerador. - Padrões Essenciais - ações e procedimentos básicos relaciona-
dos a condições básicas/essenciais de acesso e qualidade na Aten-
3.3 - Funcionamento ção Básica; e
Recomenda-se que as Unidades Básicas de Saúde tenham seu - Padrões Ampliados - ações e procedimentos considerados es-
funcionamento com carga horária mínima de 40 horas/semanais, tratégicos para se avançar e alcançar padrões elevados de acesso e
no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, possi- qualidade na Atenção Básica, considerando especificidades locais,
bilitando acesso facilitado à população. indicadores e parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde.
Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados A oferta deverá ser pública, desenvolvida em parceria com o
através das instâncias de participação social, desde que atendam controle social, pactuada nas instâncias interfederativas, com finan-
expressamente a necessidade da população, observando, sempre ciamento regulamentado em normativa específica.
que possível, a carga horária mínima descrita acima. Caberá a cada gestor municipal realizar análise de demanda do
Como forma de garantir a coordenação do cuidado, ampliando território e ofertas das UBS para mensurar sua capacidade resoluti-
o acesso e resolutividade das equipes que atuam na Atenção Bási- va, adotando as medidas necessárias para ampliar o acesso, a quali-
ca, recomenda-se : dade e resolutividade das equipes e serviços da sua UBS.

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LEGISLAÇÃO

A oferta de ações e serviços da Atenção Básica deverá estar dis- Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade de carga
ponível aos usuários de forma clara, concisa e de fácil visualização, horária de 40 (quarenta) horas semanais para todos os profissio-
conforme padronização pactuada nas instâncias gestoras. nais de saúde membros da ESF. Dessa forma, os profissionais da
Todas as equipes que atuam na Atenção Básica deverão garan- ESF poderão estar vinculados a apenas 1 (uma) equipe de Saúde da
tir a oferta de todas as ações e procedimentos do Padrão Essencial Família, no SCNES vigente.
e recomenda-se que também realizarem ações e serviços do Padrão
Ampliado, considerando as necessidades e demandas de saúde das 2. Equipe de Atenção Primária - eAP: a eAP difere da equipe de
populações em cada localidade. Os serviços dos padrões essenciais, Saúde da Família - eSF em sua composição, de modo a atender às
bem como os equipamentos e materiais necessários, devem ser ga- características e necessidades de cada município, e deverá obser-
rantidos igualmente para todo o País, buscando uniformidade de var as diretrizes da Política Nacional da Atenção Básica - PNAB e os
atuação da Atenção Básica no território nacional. Já o elenco de atributos essenciais da Atenção Primária à Saúde, como acesso de
ações e procedimentos ampliados deve contemplar de forma mais primeiro contato, longitudinalidade, coordenação e integralidade.
flexível às necessidades e demandas de saúde das populações em (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.539 de 26.09.2019)
cada localidade, sendo definido a partir de suas especificidades lo- As eAP deverão ser compostas minimamente por médicos pre-
corregionais. ferencialmente especialistas em medicina de família e comunidade
As unidades devem organizar o serviço de modo a otimizar os e enfermeiros preferencialmente especialistas em saúde da famí-
lia cadastrados em uma mesma Unidade de Saúde. (Redação dada
processos de trabalho, bem como o acesso aos demais níveis de
pela PRT GM/MS n° 2.539 de 26.09.2019)
atenção da RAS.
As eAP poderão ser de duas modalidades, de acordo com a car-
Toda UBS deve monitorar a satisfação de seus usuários, ofere-
ga horária: (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.539 de 26.09.2019)
cendo o registro de elogios, críticas ou reclamações, por meio de
Modalidade I: a carga horária mínima individual dos profissio-
livros, caixas de sugestões ou canais eletrônicos. As UBS deverão nais deverá ser de 20 (vinte) horas semanais, com população ads-
assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, crita correspondente a 50% (cinquenta por cento) da população
mesmo que não sejam da área de abrangência da unidade, com adscrita para uma eSF; ou (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.539
classificação de risco e encaminhamento responsável de acordo de 26.09.2019)
com as necessidades apresentadas, articulando-se com outros ser- Modalidade II: a carga horária mínima individual dos profis-
viços de forma resolutiva, em conformidade com as linhas de cui- sionais deverá ser de 30 (trinta) horas semanais, com população
dado estabelecidas. adscrita correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) da po-
Deverá estar afixado em local visível, próximo à entrada da UBS: pulação adscrita para uma eSF. (Redação dada pela PRT GM/MS n°
- Identificação e horário de atendimento; 2.539 de 26.09.2019)
- Mapa de abrangência, com a cobertura de cada equipe; Não se aplica aos profissionais da eAP a vedação à participação
- Identificação do Gerente da Atenção Básica no território e dos em mais de uma eAP ou eSF, não sendo hipótese de suspensão de
componentes de cada equipe da UBS; repasse a duplicidade de profissional. (Redação dada pela PRT GM/
- Relação de serviços disponíveis; e MS n° 2.539 de 26.09.2019)
- Detalhamento das escalas de atendimento de cada equipe. O cadastro das eAP no SCNES deverá observar os mesmos có-
digos para o cadastro das eSF. (Redação dada pela PRT GM/MS n°
3.4- Tipos de Equipes: 2.539 de 26.09.2019)
1.- Equipe de Saúde da Família (eSF): É a estratégia prioritária As citações à Equipe de Atenção Básica - eAB feitas nesta por-
de atenção à saúde e visa à reorganização da Atenção Básica no taria e em outros atos normativos devem ser interpretadas, no que
País, de acordo com os preceitos do SUS. É considerada como estra- couber, como referências à Equipe de Atenção Primária - eAP. (Re-
tégia de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, dação dada pela PRT GM/MS n° 2.539 de 26.09.2019)
por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior
potencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de saú- 3.- Equipe de Saúde Bucal (eSB): Modalidade que pode compor
de das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante as equipes que atuam na atenção básica, constituída por um cirur-
relação custo-efetividade. gião-dentista e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde
bucal.
Composta no mínimo por médico, preferencialmente da espe-
Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes de
cialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro, preferen-
Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB) e de devem estar
cialmente especialista em saúde da família; auxiliar e/ou técnico de
vinculados à uma UBS ou a Unidade Odontológica Móvel, podendo
enfermagem e agente comunitário de saúde (ACS). Podendo fazer
se organizar nas seguintes modalidades:
parte da equipe o agente de combate às endemias (ACE) e os pro- Modalidade I: Cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal
fissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente es- (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e;
pecialista em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal. Modalidade II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro TSB.
O número de ACS por equipe deverá ser definido de acordo
com base populacional, critérios demográficos, epidemiológicos e Independente da modalidade adotada, os profissionais de Saú-
socioeconômicos, de acordo com definição local. de Bucal são vinculados a uma equipe de Atenção Básica (eAB) ou
Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulne- equipe de Saúde da Família (eSF), devendo compartilhar a gestão e
rabilidade social, recomenda-se a cobertura de 100% da população o processo de trabalho da equipe, tendo responsabilidade sanitária
com número máximo de 750 pessoas por ACS. pela mesma população e território adstrito que a equipe de Saúde
da Família ou Atenção Básica a qual integra.

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LEGISLAÇÃO

Cada equipe de Saúde de Família que for implantada com os ção Básica). Devem, a partir das demandas identificadas no traba-
profissionais de saúde bucal ou quando se introduzir pela primei- lho conjunto com as equipes, atuar de forma integrada à Rede de
ra vez os profissionais de saúde bucal numa equipe já implantada, Atenção à Saúde e seus diversos pontos de atenção, além de outros
modalidade I ou II, o gestor receberá do Ministério da Saúde os equipamentos sociais públicos/privados, redes sociais e comunitá-
equipamentos odontológicos, através de doação direta ou o repas- rias.
se de recursos necessários para adquiri-los (equipo odontológico Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado de
completo). Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB):
De modo a atender às características e necessidades de cada a. Participar do planejamento conjunto com as equipes que
município, poderão também ser compostas eSB na modalidade atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas;
I com carga horária diferenciada, nos seguintes termos: (Redação b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do
dada pela PRT GM/MS n° 2.539 de 26.09.2019) SUS principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxi-
Modalidade I-20h: eSB composta por profissionais com carga liando no aumento da capacidade de análise e de intervenção so-
horária mínima individual de 20 (vinte) horas semanais e cadastra- bre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos
dos em uma mesma Unidade de Saúde, com população adscrita quanto sanitários; e
correspondente a 50% (cinquenta por cento) da população adscri- c. Realizar discussão de casos, atendimento individual, compar-
ta para uma eSF; ou (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.539 de tilhado, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuti-
26.09.2019) cos, educação permanente, intervenções no território e na saúde
Modalidade I-30h: eSB composta por profissionais com carga de grupos populacionais de todos os ciclos de vida, e da coletivida-
horária mínima individual de 30 (trinta) horas semanais e cadas- de, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde,
trados em uma mesma Unidade de Saúde, com população adscrita discussão do processo de trabalho das equipes dentre outros, no
correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) da população território.
adscrita para uma eSF. (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.539
de 26.09.2019) Poderão compor os NASF-AB as ocupações do Código Brasileiro
Não se aplica aos profissionais da eSB na modalidade I com car- de Ocupações - CBO na área de saúde: Médico Acupunturista; Assis-
ga horária diferenciada a vedação à participação em mais de uma tente Social; Profissional/Professor de Educação Física; Farmacêuti-
eSB ou eSF, não sendo hipótese de suspensão de repasse a duplici- co; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico Ginecologista/Obstetra;
dade de profissional. (Redação dada pela PRT GM/MS n° 2.539 de Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Mé-
26.09.2019) dico Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico
Internista (clínica médica), Médico do Trabalho, Médico Veterinário,
4- Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica profissional com formação em arte e educação (arte educador) e
(NASF-AB) profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na
Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar com- área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou
posta por categorias de profissionais da saúde, complementar às graduado diretamente em uma dessas áreas conforme normativa
equipes que atuam na Atenção Básica. É formada por diferentes vigente.
ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde, atuando A definição das categorias profissionais é de autonomia do ges-
tor local, devendo ser escolhida de acordo com as necessidades do
de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagó-
territórios.
gico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de
Atenção Básica (eAB).
5- Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS):
Busca-se que essa equipe seja membro orgânico da Atenção
É prevista a implantação da Estratégia de Agentes Comunitá-
Básica, vivendo integralmente o dia a dia nas UBS e trabalhando
rios de Saúde nas UBS como uma possibilidade para a reorganiza-
de forma horizontal e interdisciplinar com os demais profissionais,
ção inicial da Atenção Básica com vistas à implantação gradual da
garantindo a longitudinalidade do cuidado e a prestação de serviços
Estratégia de Saúde da Família ou como uma forma de agregar os
diretos à população. Os diferentes profissionais devem estabelecer
agentes comunitários a outras maneiras de organização da Atenção
e compartilhar saberes, práticas e gestão do cuidado, com uma vi-
Básica. São itens necessários à implantação desta estratégia:
são comum e aprender a solucionar problemas pela comunicação, a. a existência de uma Unidade Básica de Saúde, inscrita no
de modo a maximizar as habilidades singulares de cada um. SCNES vigente que passa a ser a UBS de referência para a equipe de
Deve estabelecer seu processo de trabalho a partir de pro- agentes comunitários de saúde;
blemas, demandas e necessidades de saúde de pessoas e grupos b. o número de ACS e ACE por equipe deverá ser definido de
sociais em seus territórios, bem como a partir de dificuldades dos acordo com base populacional (critérios demográficos, epidemioló-
profissionais de todos os tipos de equipes que atuam na Atenção gicos e socioeconômicos), conforme legislação vigente.
Básica em suas análises e manejos. Para tanto, faz-se necessário o c. o cumprimento da carga horária integral de 40 horas sema-
compartilhamento de saberes, práticas intersetoriais e de gestão do nais por toda a equipe de agentes comunitários, por cada membro
cuidado em rede e a realização de educação permanente e gestão da equipe; composta por ACS e enfermeiro supervisor;
de coletivos nos territórios sob responsabilidade destas equipes. d. o enfermeiro supervisor e os ACS devem estar cadastrados
Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem como serviços no SCNES vigente, vinculados à equipe;
com unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre e. cada ACS deve realizar as ações previstas nas regulamenta-
acesso para atendimento individual ou coletivo (estes, quando ne- ções vigentes e nesta portaria e ter uma microárea sob sua respon-
cessários, devem ser regulados pelas equipes que atuam na Aten- sabilidade, cuja população não ultrapasse 750 pessoas;

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LEGISLAÇÃO

f. a atividade do ACS deve se dar pela lógica do planejamen- Nas hipóteses de grande dispersão populacional, as ESFR po-
to do processo de trabalho a partir das necessidades do território, dem contar, ainda, com: até 24 (vinte e quatro) Agentes Comunitá-
com priorização para população com maior grau de vulnerabilidade rios de Saúde; até 12 (doze) microscopistas, nas regiões endêmicas;
e de risco epidemiológico; até 11 (onze) Auxiliares/Técnicos de enfermagem; e 1 (um) Auxiliar/
g. a atuação em ações básicas de saúde deve visar à integralida- Técnico de saúde bucal. As ESFR poderão, ainda, acrescentar até 2
de do cuidado no território; e (dois) profissionais da área da saúde de nível superior à sua com-
h. cadastrar, preencher e informar os dados através do Sistema posição, dentre enfermeiros ou outros profissionais previstos nas
de Informação em Saúde para a Atenção Básica vigente. equipes de Nasf-AB.
Os agentes comunitários de saúde, os auxiliares/técnicos de
3.5- Equipes de Atenção Básica para Populações Específicas enfermagem extras e os auxiliares/técnicos de saúde bucal cumpri-
Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da Atenção rão carga horária de até 40 (quarenta) horas semanais de trabalho e
Básica são responsáveis pela atenção à saúde de populações que deverão residir na área de atuação.
apresentem vulnerabilidades sociais específicas e, por consequên-
cia, necessidades de saúde específicas, assim como pela atenção As eSFR prestarão atendimento à população por, no mínimo,
à saúde de qualquer outra pessoa. Isso porque a Atenção Básica 14 (quatorze) dias mensais, com carga horária equivalente a 8 (oito)
possui responsabilidade direta sobre ações de saúde em determi- horas diárias.
nado território, considerando suas singularidades, o que possibilita Para as comunidades distantes da UBS de referência, as eSFR
intervenções mais oportunas nessas situações específicas, com o adotarão circuito de deslocamento que garanta o atendimento a to-
objetivo de ampliar o acesso à RAS e ofertar uma atenção integral das as comunidades assistidas, ao menos a cada 60 (sessenta) dias,
à saúde. para assegurar a execução das ações de Atenção Básica. Caso ne-
Assim, toda equipe de Atenção Básica deve realizar atenção à cessário, poderão possuir unidades de apoio, estabelecimentos que
saúde de populações específicas. Em algumas realidades, contudo, servem para atuação das eSFR e que não possuem outras equipes
ainda é possível e necessário dispor, além das equipes descritas an- de Saúde da Família vinculadas.
teriormente, de equipes adicionais para realizar as ações de saúde Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades ri-
à populações específicas no âmbito da Atenção Básica, que devem beirinhas dispersas no território de abrangência, a eSFR receberá
atuar de forma integrada para a qualificação do cuidado no terri- incentivo financeiro de custeio para logística, que considera a exis-
tório. Aponta-se para um horizonte em que as equipes que atuam tência das seguintes estruturas:
na Atenção Básica possam incorporar tecnologias dessas equipes a) até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas e
específicas, de modo que se faça uma transição para um momento informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vi-
em que não serão necessárias essas equipes específicas, e todas as gente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde será realizada
pessoas e populações serão acompanhadas pela eSF. a atenção de forma descentralizada; e
São consideradas equipes de Atenção Básica para Populações b) até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas
Específicas: para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s) vin-
culada(s)s ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica.
3.6- ESPECIFICIDADES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
1.- Equipes de Saúde da Família para o atendimento da Popu- Todas as unidades de apoio ou satélites e embarcações devem
lação Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantaneira: Considerando as estar devidamente informadas no Cadastro Nacional de Estabeleci-
especificidades locorregionais, os municípios da Amazônia Legal e mento de Saúde vigente, a qual as eSFR estão vinculadas.
Pantaneiras podem optar entre 2 (dois) arranjos organizacionais Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): São equipes que
para equipes Saúde da Família, além dos existentes para o restante desempenham suas funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais
do País: (UBSF), responsáveis por comunidades dispersas, ribeirinhas e per-
a. Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): São equipes tencentes à área adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial.
que desempenham parte significativa de suas funções em UBS A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta
construídas e/ou localizadas nas comunidades pertencentes à área por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialida-
adstrita e cujo acesso se dá por meio fluvial e que, pela grande dis- de de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro, preferencialmente
persão territorial, necessitam de embarcações para atender as co- especialista em Saúde da Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de
munidades dispersas no território. As eSFR são vinculadas a uma enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte
UBS, que pode estar localizada na sede do Município ou em alguma da equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde
comunidade ribeirinha localizada na área adstrita. bucal: 1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em
A eSFR será formada por equipe multiprofissional composta saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal.
por, no mínimo: 1 (um) médico, preferencialmente da especialida- Devem contar também, com um (01) técnico de laboratório e/
de de Família e Comunidade, 1 (um) enfermeiro, preferencialmente ou bioquímico. Estas equipes poderão incluir, na composição míni-
especialista em Saúde da Família e 1 (um) auxiliar ou técnico de ma, os profissionais de saúde bucal, um (1) cirurgião dentista, pre-
enfermagem, podendo acrescentar a esta composição, como parte ferencialmente especialista em saúde da família, e um (01) Técnico
da equipe multiprofissional, o ACS e ACE e os profissionais de saúde ou Auxiliar em Saúde Bucal.
bucal: 1 (um) cirurgião dentista, preferencialmente especialista em Poderão, ainda, acrescentar até 2 (dois) profissionais da área
saúde da família e 1 (um) técnico ou auxiliar em saúde bucal. da saúde de nível superior à sua composição, dentre enfermeiros
ou outros profissionais previstos para os NASF-AB

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LEGISLAÇÃO

Para as comunidades distantes da Unidade Básica de Saúde de Em Municípios ou áreas que não tenham Consultórios na Rua,
referência, a eSFF adotará circuito de deslocamento que garanta o o cuidado integral das pessoas em situação de rua deve seguir sen-
atendimento a todas as comunidades assistidas, ao menos a cada do de responsabilidade das equipes que atuam na Atenção Básica,
60 (sessenta) dias, para assegurar a execução das ações de Atenção incluindo os profissionais de saúde bucal e os Núcleos Ampliados à
Básica. Saúde da Família e equipes de Atenção Básica (Nasf-AB) do territó-
Para operacionalizar a atenção à saúde das comunidades ribei- rio onde estas pessoas estão concentradas.
rinhas dispersas no território de abrangência, onde a UBS Fluvial Para cálculo do teto das equipes dos Consultórios na Rua de
não conseguir aportar, a eSFF poderá receber incentivo financeiro cada município, serão tomados como base os dados dos censos po-
de custeio para logística, que considera a existência das seguintes pulacionais relacionados à população em situação de rua realizados
estruturas: por órgãos oficiais e reconhecidos pelo Ministério da Saúde.
a. até 4 (quatro) unidades de apoio (ou satélites), vinculadas e As regras estão publicadas em portarias específicas que disci-
informadas no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde vi- plinam composição das equipes, valor do incentivo financeiro, dire-
gente, utilizada(s) como base(s) da(s) equipe(s), onde será realizada trizes de funcionamento, monitoramento e acompanhamento das
a atenção de forma descentralizada; e equipes de consultório na rua entre outras disposições.
b. até 4 (quatro) embarcações de pequeno porte exclusivas 1.- Equipe de Atenção Básica Prisional (eABP): São compostas
para o deslocamento dos profissionais de saúde da(s) equipe(s) vin- por equipe multiprofissional que deve estar cadastrada no Sistema
culada(s)s ao Estabelecimento de Saúde de Atenção Básica. Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, e com responsabi-
lidade de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas
1.- Equipe de Consultório na Rua (eCR) - equipe de saúde com privadas de liberdade.
composição variável, responsável por articular e prestar atenção in- Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de li-
tegral à saúde de pessoas em situação de rua ou com características berdade no sistema prisional ao cuidado integral no SUS, é previsto
análogas em determinado território, em unidade fixa ou móvel, po- na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Priva-
dendo ter as modalidades e respectivos regramentos descritos em das de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), que os serviços de
portaria específica. saúde no sistema prisional passam a ser ponto de atenção da Rede
São itens necessários para o funcionamento das equipes de de Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualificando também a Atenção
Consultório na Rua (eCR): Básica no âmbito prisional como porta de entrada do sistema e or-
a. Realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolven- denadora das ações e serviços de saúde, devendo realizar suas ati-
do ações na rua, em instalações específicas, na unidade móvel e vidades nas unidades prisionais ou nas Unidades Básicas de Saúde
também nas instalações de Unidades Básicas de Saúde do territó- a que estiver vinculada, conforme portaria específica.
rio onde está atuando, sempre articuladas e desenvolvendo ações
em parceria com as demais equipes que atuam na atenção básica 4- ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA
do território (eSF/eAB/UBS e Nasf-AB), e dos Centros de Atenção As atribuições dos profissionais das equipes que atuam na
Psicossocial, da Rede de Urgência/Emergência e dos serviços e ins- Atenção Básica deverão seguir normativas específicas do Ministério
tituições componentes do Sistema Único de Assistência Social entre da Saúde, bem como as definições de escopo de práticas, proto-
outras instituições públicas e da sociedade civil; colos, diretrizes clínicas e terapêuticas, além de outras normativas
b. Cumprir a carga horária mínima semanal de 30 horas. Porém técnicas estabelecidas pelos gestores federal, estadual, municipal
seu horário de funcionamento deverá ser adequado às demandas ou do Distrito Federal.
das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em período diur-
no e/ou noturno em todos os dias da semana; e 4.1. Atribuições Comuns a todos os membros das Equipes que
c. As eCR poderão ser compostas pelas categorias profissionais atuam na Atenção Básica:
especificadas em portaria específica. I - Participar do processo de territorialização e mapeamento da
área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indiví-
Na composição de cada eCR deve haver, preferencialmente, o duos expostos a riscos e vulnerabilidades;
máximo de dois profissionais da mesma profissão de saúde, seja II - Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros
de nível médio ou superior. Todas as modalidades de eCR poderão dados de saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de infor-
agregar agentes comunitários de saúde. mação da Atenção Básica vigente, utilizando as informações siste-
O agente social, quando houver, será considerado equivalente maticamente para a análise da situação de saúde, considerando as
ao profissional de nível médio. Entende-se por agente social o pro- características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epide-
fissional que desempenha atividades que visam garantir a atenção, miológicas do território, priorizando as situações a serem acompa-
a defesa e a proteção às pessoas em situação de risco pessoal e so- nhadas no planejamento local;
cial, assim como aproximar as equipes dos valores, modos de vida e III - Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita,
cultura das pessoas em situação de rua. prioritariamente no âmbito da Unidade Básica de Saúde, e quando
Para vigência enquanto equipe, deverá cumprir os seguintes necessário, no domicílio e demais espaços comunitários (escolas,
requisitos: associações, entre outros), com atenção especial às populações que
I - demonstração do cadastramento da eCR no Sistema de Ca- apresentem necessidades específicas (em situação de rua, em me-
dastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES); e dida socioeducativa, privada de liberdade, ribeirinha, fluvial, etc.).
II - alimentação de dados no Sistema de Informação da Atenção
Básica vigente, conforme norma específica.

59
LEGISLAÇÃO

IV - Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade XVIII. Realizar visitas domiciliares e atendimentos em domicílio
de saúde da população local, bem como aquelas previstas nas prio- às famílias e pessoas em residências, Instituições de Longa Perma-
ridades, protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, assim como, nência (ILP), abrigos, entre outros tipos de moradia existentes em
na oferta nacional de ações e serviços essenciais e ampliados da AB; seu território, de acordo com o planejamento da equipe, necessida-
V. Garantir a atenção à saúde da população adscrita, buscan- des e prioridades estabelecidas;
do a integralidade por meio da realização de ações de promoção, XIX. Realizar atenção domiciliar a pessoas com problemas de
proteção e recuperação da saúde, prevenção de doenças e agravos saúde controlados/compensados com algum grau de dependência
e da garantia de atendimento da demanda espontânea, da realiza- para as atividades da vida diária e que não podem se deslocar até a
ção das ações programáticas, coletivas e de vigilância em saúde, e Unidade Básica de Saúde;
incorporando diversas racionalidades em saúde, inclusive Práticas XX. Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, inte-
Integrativas e Complementares; grando áreas técnicas, profissionais de diferentes formações e até
VI. Participar do acolhimento dos usuários, proporcionando mesmo outros níveis de atenção, buscando incorporar práticas de
atendimento humanizado, realizando classificação de risco, identi- vigilância, clínica ampliada e matriciamento ao processo de traba-
ficando as necessidades de intervenções de cuidado, responsabili- lho cotidiano para essa integração (realização de consulta compar-
zando-se pela continuidade da atenção e viabilizando o estabeleci- tilhada - reservada aos profissionais de nível superior, construção
mento do vínculo; de Projeto Terapêutico Singular, trabalho com grupos, entre outras
VII. Responsabilizar-se pelo acompanhamento da população estratégias, em consonância com as necessidades e demandas da
adscrita ao longo do tempo no que se refere às múltiplas situações população);
de doenças e agravos, e às necessidades de cuidados preventivos, XXI. Participar de reuniões de equipes a fim de acompanhar
permitindo a longitudinalidade do cuidado; e discutir em conjunto o planejamento e avaliação sistemática das
VIII. Praticar cuidado individual, familiar e dirigido a pessoas,
ações da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis, visan-
famílias e grupos sociais, visando propor intervenções que possam
do a readequação constante do processo de trabalho;
influenciar os processos saúde-doença individual, das coletividades
XXII. Articular e participar das atividades de educação perma-
e da própria comunidade;
nente e educação continuada;
IX .Responsabilizar-se pela população adscrita mantendo a co-
ordenação do cuidado mesmo quando necessita de atenção em ou- XXIII. Realizar ações de educação em saúde à população ads-
tros pontos de atenção do sistema de saúde; trita, conforme planejamento da equipe e utilizando abordagens
X. Utilizar o Sistema de Informação da Atenção Básica vigente adequadas às necessidades deste público;
para registro das ações de saúde na AB, visando subsidiar a gestão, XXIV. Participar do gerenciamento dos insumos necessários
planejamento, investigação clínica e epidemiológica, e à avaliação para o adequado funcionamento da UBS;
dos serviços de saúde; XXIV-A Promover a mobilização e a participação da comunida-
XI. Contribuir para o processo de regulação do acesso a partir de, estimulando conselhos/colegiados, constituídos de gestores lo-
da Atenção Básica, participando da definição de fluxos assistenciais cais, profissionais de saúde e usuários, viabilizando o controle social
na RAS, bem como da elaboração e implementação de protocolos na gestão da Unidade Básica de Saúde;
e diretrizes clínicas e terapêuticas para a ordenação desses fluxos; XXV. Identificar parceiros e recursos na comunidade que pos-
XII. Realizar a gestão das filas de espera, evitando a prática do sam potencializar ações intersetoriais;
encaminhamento desnecessário, com base nos processos de regu- XXVI. Acompanhar e registrar no Sistema de Informação da
lação locais (referência e contrarreferência), ampliando-a para um Atenção Básica e no mapa de acompanhamento do Programa Bolsa
processo de compartilhamento de casos e acompanhamento lon- Família (PBF), e/ou outros programas sociais equivalentes, as condi-
gitudinal de responsabilidade das equipes que atuam na atenção cionalidades de saúde das famílias beneficiárias; e
básica; XXVII. Realizar outras ações e atividades, de acordo com as
XIII. Prever nos fluxos da RAS entre os pontos de atenção de prioridades locais, definidas pelo gestor local.
diferentes configurações tecnológicas a integração por meio de ser-
viços de apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir a integra- 4.2. São atribuições específicas dos profissionais das equipes
lidade do cuidado; que atuam na Atenção Básica:
XIV. Instituir ações para segurança do paciente e propor medi-
das para reduzir os riscos e diminuir os eventos adversos; 4.2.1 - Enfermeiro:
XV. Alimentar e garantir a qualidade do registro das atividades I.- Realizar atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas
nos sistemas de informação da Atenção Básica, conforme normati- às equipes e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos
va vigente;
demais espaços comunitários (escolas, associações entre outras),
XVI. Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de no-
em todos os ciclos de vida;
tificação compulsória, bem como outras doenças, agravos, surtos,
II.- Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar
acidentes, violências, situações sanitárias e ambientais de impor-
exames complementares, prescrever medicações conforme proto-
tância local, considerando essas ocorrências para o planejamento
de ações de prevenção, proteção e recuperação em saúde no ter- colos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras normativas téc-
ritório; nicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do
XVII. Realizar busca ativa de internações e atendimentos de ur- Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão;
gência/emergência por causas sensíveis à Atenção Básica, a fim de III.- Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qua-
estabelecer estratégias que ampliem a resolutividade e a longitudi- lificada e classificação de risco, de acordo com protocolos estabe-
nalidade pelas equipes que atuam na AB; lecidos;

60
LEGISLAÇÃO

IV.- Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados em conformidade com protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas,
para as pessoas que possuem condições crônicas no território, jun- bem como outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor
to aos demais membros da equipe; federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as
V.- Realizar atividades em grupo e encaminhar, quando neces- disposições legais da profissão;
sário, usuários a outros serviços, conforme fluxo estabelecido pela II.- Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epi-
rede local; demiológico para o planejamento e a programação em saúde bucal
VI.- Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos no território;
técnicos/auxiliares de enfermagem, ACS e ACE em conjunto com os III.- Realizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos da AB em
outros membros da equipe; saúde bucal, incluindo atendimento das urgências, pequenas ci-
VII.- Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem rurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com as fases
e ACS; clínicas de moldagem, adaptação e acompanhamento de próteses
VIII.- Implementar e manter atualizados rotinas, protocolos e dentárias (elementar, total e parcial removível);
fluxos relacionados a sua área de competência na UBS; e IV.- Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promo-
IX.- Exercer outras atribuições conforme legislação profissional, ção da saúde e à prevenção de doenças bucais;
e que sejam de responsabilidade na sua área de atuação. V.- Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à
saúde com os demais membros da equipe, buscando aproximar
4.2.2 - Técnico e/ou Auxiliar de Enfermagem: saúde bucal e integrar ações de forma multidisciplinar;
I.- Participar das atividades de atenção à saúde realizando pro- VI.- Realizar supervisão do técnico em saúde bucal (TSB) e auxi-
cedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS liar em saúde bucal (ASB);
e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais VII.- Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos
espaços comunitários (escolas, associações, entre outros); ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe;
II.- Realizar procedimentos de enfermagem, como curativos, VIII. Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuida-
administração de medicamentos, vacinas, coleta de material para dos para as pessoas que possuem condições crônicas no território,
exames, lavagem, preparação e esterilização de materiais, entre ou- junto aos demais membros da equipe; e
tras atividades delegadas pelo enfermeiro, de acordo com sua área IX.- Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade
de atuação e regulamentação; e na sua área de atuação.
III.- Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade
na sua área de atuação.
4.2.3- Técnico em Saúde Bucal (TSB):
I.- Realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva das
4.2.1- Médico:
famílias, indivíduos e a grupos específicos, atividades em grupo
I.- Realizar a atenção à saúde às pessoas e famílias sob sua res-
na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos
ponsabilidade;
demais espaços comunitários (escolas, associações entre outros),
II.- Realizar consultas clínicas, pequenos procedimentos cirúrgi-
segundo programação e de acordo com suas competências técnicas
cos, atividades em grupo na UBS e, quando indicado ou necessário,
e legais;
no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, asso-
II.- Coordenar a manutenção e a conservação dos equipamen-
ciações entre outros); em conformidade com protocolos, diretrizes
clínicas e terapêuticas, bem como outras normativas técnicas es- tos odontológicos;
tabelecidas pelos gestores (federal, estadual, municipal ou Distrito III.- Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à
Federal), observadas as disposições legais da profissão; saúde bucal com os demais membros da equipe, buscando aproxi-
III.- Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados mar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar;
para as pessoas que possuem condições crônicas no território, jun- IV.- Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de pre-
to aos demais membros da equipe; venção e promoção da saúde bucal;
IV.- Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos V.- Participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saú-
de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sob sua responsa- de bucal e de agentes multiplicadores das ações de promoção à
bilidade o acompanhamento do plano terapêutico prescrito; saúde;
V.- Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, VI.- Participar das ações educativas atuando na promoção da
mantendo a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa; saúde e na prevenção das doenças bucais;
VI.- Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos VII.VII - Participar da realização de levantamentos e estudos
ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe; e epidemiológicos, exceto na categoria de examinador;
VII.- Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade VIII.- Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde
na sua área de atuação. bucal;
IX.- Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indicação téc-
4.2.2- Cirurgião-Dentista: nica definida pelo cirurgião-dentista;
I.- Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da X.- Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico exclusi-
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, acompanha- vamente em consultórios ou clínicas odontológicas;
mento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva a XI.- Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontoló-
todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, atividades em gicos na restauração dentária direta, sendo vedado o uso de mate-
grupo na UBS e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou riais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista;
nos demais espaços comunitários (escolas, associações entre ou- XII.- Auxiliar e instrumentar o cirurgião-dentista nas interven-
tros), de acordo com planejamento da equipe, com resolubilidade e ções clínicas e procedimentos demandados pelo mesmo;

61
LEGISLAÇÃO

XIII.- Realizar a remoção de sutura conforme indicação do Ci- I.- Conhecer e divulgar, junto aos demais profissionais, as dire-
rurgião Dentista; trizes e normas que incidem sobre a AB em âmbito nacional, esta-
XIV.- Executar a organização, limpeza, assepsia, desinfecção e dual, municipal e Distrito Federal, com ênfase na Política Nacional
esterilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e de Atenção Básica, de modo a orientar a organização do processo
do ambiente de trabalho; de trabalho na UBS;
XV.- Proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, II.- Participar e orientar o processo de territorialização, diagnós-
antes e após atos cirúrgicos; tico situacional, planejamento e programação das equipes, avalian-
XVI.- Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, do resultados e propondo estratégias para o alcance de metas de
manuseio e descarte de produtos e resíduos odontológicos; saúde, junto aos demais profissionais;
XVII.- Processar filme radiográfico; III.- Acompanhar, orientar e monitorar os processos de trabalho
XVIII.- Selecionar moldeiras; das equipes que atuam na AB sob sua gerência, contribuindo para
XIX.- Preparar modelos em gesso; implementação de políticas, estratégias e programas de saúde, bem
XX.- Manipular materiais de uso odontológico. como para a mediação de conflitos e resolução de problemas;
XXI.Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade IV.- Mitigar a cultura na qual as equipes, incluindo profissionais
na sua área de atuação. envolvidos no cuidado e gestores assumem responsabilidades pela
sua própria segurança de seus colegas, pacientes e familiares, enco-
4.2.4- Auxiliar em Saúde Bucal (ASB): rajando a identificação, a notificação e a resolução dos problemas
I.- Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal relacionados à segurança;
para as famílias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local V.- Assegurar a adequada alimentação de dados nos sistemas de
e protocolos de atenção à saúde; informação da Atenção Básica vigente, por parte dos profissionais,
II.- Executar organização, limpeza, assepsia, desinfecção e es- verificando sua consistência, estimulando a utilização para análise e
terilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do planejamento das ações, e divulgando os resultados obtidos;
ambiente de trabalho; VI.- Estimular o vínculo entre os profissionais favorecendo o
III.- Auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções trabalho em equipe;
clínicas, VII. Potencializar a utilização de recursos físicos, tecnológicos e
IV - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde equipamentos existentes na UBS, apoiando os processos de cuida-
bucal; do a partir da orientação à equipe sobre a correta utilização desses
V.- Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à recursos;
saúde bucal com os demais membros da equipe de Atenção Básica, VIII.- Qualificar a gestão da infraestrutura e dos insumos (ma-
buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidis- nutenção, logística dos materiais, ambiência da UBS), zelando pelo
ciplinar; bom uso dos recursos e evitando o desabastecimento;
VI.- Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, IX.- Representar o serviço sob sua gerência em todas as ins-
transporte, manuseio e descarte de produtos e resíduos odonto- tâncias necessárias e articular com demais atores da gestão e do
lógicos; território com vistas à qualificação do trabalho e da atenção à saúde
VII.-Processar filme radiográfico; realizada na UBS;
VIII.- Selecionar moldeiras; X.- Conhecer a RAS, participar e fomentar a participação dos
IX.- Preparar modelos em gesso; profissionais na organização dos fluxos de usuários, com base em
X.- Manipular materiais de uso odontológico realizando manu- protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, apoiando a referência
tenção e conservação dos equipamentos; e contrarreferência entre equipes que atuam na AB e nos diferentes
XI.- Participar da realização de levantamentos e estudos epide- pontos de atenção, com garantia de encaminhamentos responsá-
miológicos, exceto na categoria de examinador; e veis;
XII. Exercer outras atribuições que sejam de responsabilidade XI.- Conhecer a rede de serviços e equipamentos sociais do ter-
na sua área de atuação. ritório, e estimular a atuação intersetorial, com atenção diferencia-
da para as vulnerabilidades existentes no território;
4.2.5- Gerente de Atenção Básica XII.- Identificar as necessidades de formação/qualificação dos
Recomenda-se a inclusão do Gerente de Atenção Básica com o profissionais em conjunto com a equipe, visando melhorias no
objetivo de contribuir para o aprimoramento e qualificação do pro- processo de trabalho, na qualidade e resolutividade da atenção,
cesso de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde, em especial ao e promover a Educação Permanente, seja mobilizando saberes na
fortalecer a atenção à saúde prestada pelos profissionais das equi- própria UBS, ou com parceiros;
pes à população adscrita, por meio de função técnico-gerencial. A XIII.- Desenvolver gestão participativa e estimular a participa-
inclusão deste profissional deve ser avaliada pelo gestor, segundo a ção dos profissionais e usuários em instâncias de controle social;
necessidade do território e cobertura de AB. XIV.- Tomar as providências cabíveis no menor prazo possível
Entende-se por Gerente de AB um profissional qualificado, pre- quanto a ocorrências que interfiram no funcionamento da unidade;
ferencialmente com nível superior, com o papel de garantir o plane- e
jamento em saúde, de acordo com as necessidades do território e XV.- Exercer outras atribuições que lhe sejam designadas pelo
comunidade, a organização do processo de trabalho, coordenação gestor municipal ou do Distrito Federal, de acordo com suas com-
e integração das ações. Importante ressaltar que o gerente não seja petências.
profissional integrante das equipes vinculadas à UBS e que possua
experiência na Atenção Básica, preferencialmente de nível superior,
e dentre suas atribuições estão:

62
LEGISLAÇÃO

4.2.6- Agente Comunitário de Saúde (ACS) e Agente de Com- para a análise da situação de saúde, considerando as característi-
bate a Endemias (ACE) cas sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas
Seguindo o pressuposto de que Atenção Básica e Vigilância em do território, e priorizando as situações a serem acompanhadas no
Saúde devem se unir para a adequada identificação de problemas planejamento local;
de saúde nos territórios e o planejamento de estratégias de inter- II - Utilizar instrumentos para a coleta de informações que
venção clínica e sanitária mais efetivas e eficazes, orienta-se que as apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade;
atividades específicas dos agentes de saúde (ACS e ACE) devem ser III - Registrar, para fins de planejamento e acompanhamento
integradas. das ações de saúde, os dados de nascimentos, óbitos, doenças e
Assim, além das atribuições comuns a todos os profissionais da outros agravos à saúde, garantido o sigilo ético;
equipe de AB, são atribuições dos ACS e ACE: IV - Desenvolver ações que busquem a integração entre a equi-
a) Atribuições comuns do ACS e ACE pe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as caracte-
I.- Realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, ambiental, rísticas e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indiví-
epidemiológico e sanitário do território em que atuam, contribuin- duos e grupos sociais ou coletividades;
do para o processo de territorialização e mapeamento da área de V - Informar os usuários sobre as datas e horários de consultas
atuação da equipe; e exames agendados;
II.- Desenvolver atividades de promoção da saúde, de preven- VI - Participar dos processos de regulação a partir da Atenção
ção de doenças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes no Básica para acompanhamento das necessidades dos usuários no
território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares que diz respeito a agendamentos ou desistências de consultas e
regulares e de ações educativas individuais e coletivas, na UBS, no exames solicitados;
domicílio e outros espaços da comunidade, incluindo a investigação VII - Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por le-
epidemiológica de casos suspeitos de doenças e agravos junto a ou- gislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo
tros profissionais da equipe quando necessário; gestor federal, municipal ou do Distrito Federal.
III.- Realizar visitas domiciliares com periodicidade estabelecida
no planejamento da equipe e conforme as necessidades de saúde Poderão ser consideradas, ainda, atividades do Agente Comu-
da população, para o monitoramento da situação das famílias e indi- nitário de Saúde, a serem realizadas em caráter excepcional, assis-
víduos do território, com especial atenção às pessoas com agravos e tidas por profissional de saúde de nível superior, membro da equi-
condições que necessitem de maior número de visitas domiciliares; pe, após treinamento específico e fornecimento de equipamentos
adequados, em sua base geográfica de atuação, encaminhando o
IV.- Identificar e registrar situações que interfiram no curso das
paciente para a unidade de saúde de referência.
doenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada
I - aferir a pressão arterial, inclusive no domicílio, com o objeti-
aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de
vo de promover saúde e prevenir doenças e agravos;
transmissão de doenças infecciosas e agravos;
II - realizar a medição da glicemia capilar, inclusive no domicí-
V.- Orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes
lio, para o acompanhamento dos casos diagnosticados de diabetes
transmissores de doenças e medidas de prevenção individual e co-
mellitus e segundo projeto terapêutico prescrito pelas equipes que
letiva;
atuam na Atenção Básica;
VI. Identificar casos suspeitos de doenças e agravos, encami-
III- aferição da temperatura axilar, durante a visita domiciliar;
nhar os usuários para a unidade de saúde de referência, registrar e
IV - realizar técnicas limpas de curativo, que são realizadas com
comunicar o fato à autoridade de saúde responsável pelo território; material limpo, água corrente ou soro fisiológico e cobertura estéril,
VII.- Informar e mobilizar a comunidade para desenvolver me- com uso de coberturas passivas, que somente cobrem a ferida; e
didas simples de manejo ambiental e outras formas de intervenção V - orientação e apoio, em domicílio, para a correta adminis-
no ambiente para o controle de vetores; tração da medicação do paciente em situação de vulnerabilidade.
VIII.- Conhecer o funcionamento das ações e serviços do seu
território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços de Importante ressaltar que os ACS só realizarão a execução dos
saúde disponíveis; procedimentos que requeiram capacidade técnica específica se de-
IX.- Estimular a participação da comunidade nas políticas públi- tiverem a respectiva formação, respeitada autorização legal.
cas voltadas para a área da saúde;
X.- Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam c) Atribuições do ACE:
potencializar ações intersetoriais de relevância para a promoção da I - Executar ações de campo para pesquisa entomológica, mala-
qualidade de vida da população, como ações e programas de edu- cológica ou coleta de reservatórios de doenças;
cação, esporte e lazer, assistência social, entre outros; e II.- Realizar cadastramento e atualização da base de imóveis
XI.- Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por le- para planejamento e definição de estratégias de prevenção, inter-
gislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo venção e controle de doenças, incluindo, dentre outros, o recensea-
gestor federal, municipal ou do Distrito Federal. mento de animais e levantamento de índice amostral tecnicamente
indicado;
b) Atribuições do ACS: III. Executar ações de controle de doenças utilizando as me-
I- Trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em base geo- didas de controle químico, biológico, manejo ambiental e outras
gráfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua área, mantendo ações de manejo integrado de vetores;
os dados atualizados no sistema de informação da Atenção Básica IV.- Realizar e manter atualizados os mapas, croquis e o reco-
vigente, utilizando-os de forma sistemática, com apoio da equipe, nhecimento geográfico de seu território; e

63
LEGISLAÇÃO

V.- Executar ações de campo em projetos que visem avaliar II.- Responsabilização Sanitária - Papel que as equipes devem
novas metodologias de intervenção para prevenção e controle de assumir em seu território de referência (adstrição), considerando
doenças; e questões sanitárias, ambientais (desastres, controle da água, solo,
VI.- Exercer outras atribuições que lhes sejam atribuídas por le- ar), epidemiológicas (surtos, epidemias, notificações, controle de
gislação específica da categoria, ou outra normativa instituída pelo agravos), culturais e socioeconômicas, contribuindo por meio de
gestor federal, municipal ou do Distrito Federal. intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde da popu-
lação com residência fixa, os itinerantes (população em situação de
O ACS e o ACE devem compor uma equipe de Atenção Básica rua, ciganos, circenses, andarilhos, acampados, assentados, etc) ou
(eAB) ou uma equipe de Saúde da Família (eSF) e serem coordena- mesmo trabalhadores da área adstrita.
dos por profissionais de saúde de nível superior realizado de forma III.- Porta de Entrada Preferencial - A responsabilização é funda-
compartilhada entre a Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. Nas mental para a efetivação da Atenção Básica como contato e porta
localidades em que não houver cobertura por equipe de Atenção de entrada preferencial da rede de atenção, primeiro atendimento
Básica (eAB) ou equipe de Saúde da Família (eSF), o ACS deve se às urgências/emergências, acolhimento, organização do escopo de
vincular à equipe da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde ações e do processo de trabalho de acordo com demandas e neces-
(EACS). Já o ACE, nesses casos, deve ser vinculado à equipe de vi- sidades da população, através de estratégias diversas (protocolos e
gilância em saúde do município e sua supervisão técnica deve ser diretrizes clínicas, linhas de cuidado e fluxos de encaminhamento
realizada por profissional com comprovada capacidade técnica, para os outros pontos de atenção da RAS, etc). Caso o usuário aces-
podendo estar vinculado à equipe de atenção básica, ou saúde da se a rede através de outro nível de atenção, ele deve ser referencia-
família, ou a outro serviço a ser definido pelo gestor local. do à Atenção Básica para que siga sendo acompanhado, asseguran-
do a continuidade do cuidado.
5- DO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA IV.- Adscrição de usuários e desenvolvimento de relações de
A Atenção Básica como contato preferencial dos usuários na vínculo e responsabilização entre a equipe e a população do seu
rede de atenção à saúde orienta-se pelos princípios e diretrizes do território de atuação, de forma a facilitar a adesão do usuário ao
SUS, a partir dos quais assume funções e características específicas. cuidado compartilhado com a equipe (vinculação de pessoas e/ou
famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser re-
Considera as pessoas em sua singularidade e inserção sociocultural,
ferência para o seu cuidado).
buscando produzir a atenção integral, por meio da promoção da
V.- Acesso - A unidade de saúde deve acolher todas as pessoas
saúde, da prevenção de doenças e agravos, do diagnóstico, do tra-
do seu território de referência, de modo universal e sem diferencia-
tamento, da reabilitação e da redução de danos ou de sofrimentos
ções excludentes. Acesso tem relação com a capacidade do serviço
que possam comprometer sua autonomia. em responder às necessidades de saúde da população (residente e
Dessa forma, é fundamental que o processo de trabalho na itinerante). Isso implica dizer que as necessidades da população de-
Atenção Básica se caracteriza por: vem ser o principal referencial para a definição do escopo de ações
I.- Definição do território e Territorialização - A gestão deve de- e serviços a serem ofertados, para a forma como esses serão orga-
finir o território de responsabilidade de cada equipe, e esta deve co- nizados e para o todo o funcionamento da UBS, permitindo diferen-
nhecer o território de atuação para programar suas ações de acordo ciações de horário de atendimento (estendido, sábado, etc), formas
com o perfil e as necessidades da comunidade, considerando dife- de agendamento (por hora marcada, por telefone, e-mail, etc), e
rentes elementos para a cartografia: ambientais, históricos, demo- outros, para assegurar o acesso. Pelo mesmo motivo, recomenda-
gráficos, geográficos, econômicos, sanitários, sociais, culturais, etc. -se evitar barreiras de acesso como o fechamento da unidade du-
Importante refazer ou complementar a territorialização sempre que rante o horário de almoço ou em períodos de férias, entre outros,
necessário, já que o território é vivo. Nesse processo, a Vigilância impedindo ou restringindo a acesso da população. Destaca-se que
em Saúde (sanitária, ambiental, epidemiológica e do trabalhador) horários alternativos de funcionamento que atendam expressa-
e a Promoção da Saúde se mostram como referenciais essenciais mente a necessidade da população podem ser pactuados através
para a identificação da rede de causalidades e dos elementos que das instâncias de participação social e gestão local.
exercem determinação sobre o processo saúde-doença, auxiliando Importante ressaltar também que para garantia do acesso é
na percepção dos problemas de saúde da população por parte da necessário acolher e resolver os agravos de maior incidência no ter-
equipe e no planejamento das estratégias de intervenção. ritório e não apenas as ações programáticas, garantindo um amplo
Além dessa articulação de olhares para a compreensão do ter- escopo de ofertas nas unidades, de modo a concentrar recursos e
ritório sob a responsabilidade das equipes que atuam na AB, a inte- maximizar ofertas.
gração entre as ações de Atenção Básica e Vigilância em Saúde deve VI.- O acolhimento deve estar presente em todas as relações de
ser concreta, de modo que se recomenda a adoção de um território cuidado, nos encontros entre trabalhadores de saúde e usuários,
único para ambas as equipes, em que o Agente de Combate às En- nos atos de receber e escutar as pessoas, suas necessidades, pro-
demias trabalhe em conjunto com o Agente Comunitário de Saúde blematizando e reconhecendo como legítimas, e realizando avalia-
e os demais membros da equipe multiprofissional de AB na identifi- ção de risco e vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo
que quanto maior o grau de vulnerabilidade e risco, menor deverá
cação das necessidades de saúde da população e no planejamento
ser a quantidade de pessoas por equipe, com especial atenção para
das intervenções clínicas e sanitárias.
as condições crônicas.
Possibilitar, de acordo com a necessidade e conformação do
território, através de pactuação e negociação entre gestão e equi-
pes, que o usuário possa ser atendido fora de sua área de cobertu-
ra, mantendo o diálogo e a informação com a equipe de referência.

64
LEGISLAÇÃO

Considera-se condição crônica aquela de curso mais ou menos As informações obtidas no acolhimento com classificação de
longo ou permanente que exige resposta e ações contínuas, proati- risco deverão ser registradas em prontuário do cidadão (físico ou
vas e integradas do sistema de atenção à saúde, dos profissionais de preferencialmente eletrônico).
saúde e das pessoas usuárias para o seu controle efetivo, eficiente Os desfechos do acolhimento com classificação de risco pode-
e com qualidade. rão ser definidos como:
Ressalta-se a importância de que o acolhimento aconteça du- 1- consulta ou procedimento imediato;
rante todo o horário de funcionamento da UBS, na organização dos 1-A. consulta ou procedimento em horário disponível no mes-
fluxos de usuários na unidade, no estabelecimento de avaliações mo dia;
de risco e vulnerabilidade, na definição de modelagens de escuta 2. agendamento de consulta ou procedimento em data futura,
(individual, coletiva, etc), na gestão das agendas de atendimento para usuário do território;
individual, nas ofertas de cuidado multidisciplinar, etc. 3. procedimento para resolução de demanda simples prevista
A saber, o acolhimento à demanda espontânea na Atenção Bá- em protocolo, como renovação de receitas para pessoas com condi-
sica pode se constituir como: ções crônicas, condições clínicas estáveis ou solicitação de exames
a. Mecanismo de ampliação/facilitação do acesso - a equipe para o seguimento de linha de cuidado bem definida;
deve atender todos as pessoas que chegarem na UBS, conforme 4. encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS, median-
sua necessidade, e não apenas determinados grupos populacionais, te contato prévio, respeitado o protocolo aplicável; e
ou agravos mais prevalentes e/ou fragmentados por ciclo de vida. 5. orientação sobre territorialização e fluxos da RAS, com indi-
Dessa forma a ampliação do acesso ocorre também contemplando cação específica do serviço de saúde que deve ser procurado, no
a agenda programada e a demanda espontânea, abordando as situ- município ou fora dele, nas demandas em que a classificação de
ações conforme suas especificidades, dinâmicas e tempo. risco não exija atendimento no momento da procura do serviço.
b. Postura, atitude e tecnologia do cuidado - se estabelece nas b) Estratificação de risco: É o processo pelo qual se utiliza cri-
relações entre as pessoas e os trabalhadores, nos modos de escuta, térios clínicos, sociais, econômicos, familiares e outros, com base
na maneira de lidar com o não previsto, nos modos de construção em diretrizes clínicas, para identificar subgrupos de acordo com a
de vínculos (sensibilidade do trabalhador, posicionamento ético si- complexidade da condição crônica de saúde, com o objetivo de di-
tuacional), podendo facilitar a continuidade do cuidado ou facilitan- ferenciar o cuidado clínico e os fluxos que cada usuário deve seguir
do o acesso sobretudo para aqueles que procuram a UBS fora das na Rede de Atenção à Saúde para um cuidado integral.
consultas ou atividades agendadas. A estratificação de risco da população adscrita a determinada
c. Dispositivo de (re)organização do processo de trabalho em UBS é fundamental para que a equipe de saúde organize as ações
equipe - a implantação do acolhimento pode provocar mudanças que devem ser oferecidas a cada grupo ou estrato de risco/vulne-
no modo de organização das equipes, relação entre trabalhadores rabilidade, levando em consideração a necessidade e adesão dos
e modo de cuidar. Para acolher a demanda espontânea com equi- usuários, bem como a racionalidade dos recursos disponíveis nos
dade e qualidade, não basta distribuir senhas em número limita- serviços de saúde.
do, nem é possível encaminhar todas as pessoas ao médico, aliás VII.- Trabalho em Equipe Multiprofissional - Considerando a di-
o acolhimento não deve se restringir à triagem clínica. Organizar a versidade e complexidade das situações com as quais a Atenção Bá-
partir do acolhimento exige que a equipe reflita sobre o conjunto sica lida, um atendimento integral requer a presença de diferentes
de ofertas que ela tem apresentado para lidar com as necessidades formações profissionais trabalhando com ações compartilhadas,
de saúde da população e território. Para isso é importante que a assim como, com processo interdisciplinar centrado no usuário,
equipe defina quais profissionais vão receber o usuário que chega; incorporando práticas de vigilância, promoção e assistência à saú-
como vai avaliar o risco e vulnerabilidade; fluxos e protocolos para de, bem como matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. É
encaminhamento; como organizar a agenda dos profissionais para possível integrar também profissionais de outros níveis de atenção.
o cuidado; etc. VIII.- Resolutividade - Capacidade de identificar e intervir nos
Destacam-se como importantes ações no processo de avalia- riscos, necessidades e demandas de saúde da população, atingindo
ção de risco e vulnerabilidade na Atenção Básica o Acolhimento a solução de problemas de saúde dos usuários. A equipe deve ser
com Classificação de Risco (a) e a Estratificação de Risco (b). resolutiva desde o contato inicial, até demais ações e serviços da
a) Acolhimento com Classificação de Risco: escuta qualificada e AB de que o usuário necessite. Para tanto, é preciso garantir amplo
comprometida com a avaliação do potencial de risco, agravo à saú- escopo de ofertas e abordagens de cuidado, de modo a concentrar
de e grau de sofrimento dos usuários, considerando dimensões de recursos, maximizar as ofertas e melhorar o cuidado, encaminhan-
expressão (física, psíquica, social, etc) e gravidade, que possibilita do de forma qualificada o usuário que necessite de atendimento es-
priorizar os atendimentos a eventos agudos (condições agudas e pecializado. Isso inclui o uso de diferentes tecnologias e abordagens
agudizações de condições crônicas) conforme a necessidade, a par- de cuidado individual e coletivo, por meio de habilidades das equi-
tir de critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis em diretri- pes de saúde para a promoção da saúde, prevenção de doenças e
zes e protocolos assistenciais definidos no SUS. agravos, proteção e recuperação da saúde, e redução de danos. Im-
O processo de trabalho das equipes deve estar organizado de portante promover o uso de ferramentas que apoiem e qualifiquem
modo a permitir que casos de urgência/emergência tenham priori- o cuidado realizado pelas equipes, como as ferramentas da clínica
dade no atendimento, independentemente do número de consul- ampliada, gestão da clínica e promoção da saúde, para ampliação
tas agendadas no período. Caberá à UBS prover atendimento ade- da resolutividade e abrangência da AB.
quado à situação e dar suporte até que os usuários sejam acolhidos
em outros pontos de atenção da RAS.

65
LEGISLAÇÃO

Entende-se por ferramentas de Gestão da Clínica um conjunto estratégias transversais que estimulem a aquisição de novas atitu-
de tecnologias de microgestão do cuidado destinado a promover des entre as pessoas, favorecendo mudanças para modos de vida
uma atenção à saúde de qualidade, como protocolos e diretrizes mais saudáveis e sustentáveis.
clínicas, planos de ação, linhas de cuidado, projetos terapêuticos Embora seja recomendado que as ações de promoção da saú-
singulares, genograma, ecomapa, gestão de listas de espera, audi- de estejam pautadas nas necessidades e demandas singulares do
toria clínica, indicadores de cuidado, entre outras. Para a utilização território de atuação da AB, denotando uma ampla possibilidade
dessas ferramentas, deve-se considerar a clínica centrada nas pes- de temas para atuação, destacam-se alguns de relevância geral na
soas; efetiva, estruturada com base em evidências científicas; se- população brasileira, que devem ser considerados na abordagem
gura, que não cause danos às pessoas e aos profissionais de saúde; da Promoção da Saúde na AB: alimentação adequada e saudável;
eficiente, oportuna, prestada no tempo certo; equitativa, de forma práticas corporais e atividade física; enfrentamento do uso do ta-
a reduzir as desigualdades e que a oferta do atendimento se dê de baco e seus derivados; enfrentamento do uso abusivo de álcool;
forma humanizada. promoção da redução de danos; promoção da mobilidade segura
VIII.- Promover atenção integral, contínua e organizada à popu- e sustentável; promoção da cultura de paz e de direitos humanos;
lação adscrita, com base nas necessidades sociais e de saúde, atra- promoção do desenvolvimento sustentável.
vés do estabelecimento de ações de continuidade informacional, XII.- Desenvolvimento de ações de prevenção de doenças e
interpessoal e longitudinal com a população. A Atenção Básica deve agravos em todos os níveis de acepção deste termo (primária, se-
buscar a atenção integral e de qualidade, resolutiva e que contri- cundária, terciária e quartenária), que priorizem determinados per-
bua para o fortalecimento da autonomia das pessoas no cuidado à fis epidemiológicos e os fatores de risco clínicos, comportamentais,
saúde, estabelecendo articulação orgânica com o conjunto da rede alimentares e/ou ambientais, bem como aqueles determinados
de atenção à saúde. Para o alcance da integralidade do cuidado, a pela produção e circulação de bens, prestação de serviços de in-
equipe deve ter noção sobre a ampliação da clínica, o conhecimen- teresse da saúde, ambientes e processos de trabalho. A finalida-
to sobre a realidade local, o trabalho em equipe multiprofissional e de dessas ações é prevenir o aparecimento ou a persistência de
transdisciplinar, e a ação intersetorial. doenças, agravos e complicações preveníveis, evitar intervenções
desnecessárias e iatrogênicas e ainda estimular o uso racional de
Para isso pode ser necessário realizar de ações de atenção à
medicamentos.
saúde nos estabelecimentos de Atenção Básica à saúde, no domi-
Para tanto é fundamental a integração do trabalho entre Aten-
cílio, em locais do território (salões comunitários, escolas, creches,
ção Básica e Vigilância em Saúde, que é um processo contínuo e
praças, etc.) e outros espaços que comportem a ação planejada.
sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de da-
IX.- Realização de ações de atenção domiciliar destinada a usu-
dos sobre eventos relacionados à saúde, visando ao planejamento
ários que possuam problemas de saúde controlados/compensados
e a implementação de medidas de saúde pública para a proteção
e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma
da saúde da população, a prevenção e controle de riscos, agravos e
Unidade Básica de Saúde, que necessitam de cuidados com menor
doenças, bem como para a promoção da saúde.
frequência e menor necessidade de recursos de saúde, para famí-
As ações de Vigilância em Saúde estão inseridas nas atribuições
lias e/ou pessoas para busca ativa, ações de vigilância em saúde e de todos os profissionais da Atenção Básica e envolvem práticas e
realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domi- processos de trabalho voltados para:
ciliar nos casos de maior complexidade. a. vigilância da situação de saúde da população, com análises
X.- Programação e implementação das atividades de atenção à que subsidiem o planejamento, estabelecimento de prioridades e
saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com estratégias, monitoramento e avaliação das ações de saúde pública;
a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas b. detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a
de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resposta de saúde pública;
resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda c. vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis;
de trabalho compartilhada de todos os profissionais, e recomen- e
da-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas d. vigilância das violências, das doenças crônicas não transmis-
de saúde, ciclos de vida, gênero e patologias dificultando o acesso síveis e acidentes.
dos usuários. Recomenda-se a utilização de instrumentos de plane- A AB e a Vigilância em Saúde deverão desenvolver ações inte-
jamento estratégico situacional em saúde, que seja ascendente e gradas visando à promoção da saúde e prevenção de doenças nos
envolva a participação popular (gestores, trabalhadores e usuários). territórios sob sua responsabilidade. Todos profissionais de saúde
XI.- Implementação da Promoção da Saúde como um princípio deverão realizar a notificação compulsória e conduzir a investigação
para o cuidado em saúde, entendendo que, além da sua importân- dos casos suspeitos ou confirmados de doenças, agravos e outros
cia para o olhar sobre o território e o perfil das pessoas, conside- eventos de relevância para a saúde pública, conforme protocolos e
rando a determinação social dos processos saúde-doença para o normas vigentes.
planejamento das intervenções da equipe, contribui também para Compete à gestão municipal reorganizar o território, e os pro-
a qualificação e diversificação das ofertas de cuidado. A partir do cessos de trabalho de acordo com a realidade local.
respeito à autonomia dos usuários, é possível estimular formas de A integração das ações de Vigilância em Saúde com Atenção
andar a vida e comportamentos com prazer que permaneçam den- Básica, pressupõe a reorganização dos processos de trabalho da
tro de certos limites sensíveis entre a saúde e a doença, o saudável equipe, a integração das bases territoriais (território único), pre-
e o prejudicial, que sejam singulares e viáveis para cada pessoa. Ain- ferencialmente e rediscutir as ações e atividades dos agentes co-
da, numa acepção mais ampla, é possível estimular a transformação munitários de saúde e do agentes de combate às endemias, com
das condições de vida e saúde de indivíduos e coletivos, através de definição de papéis e responsabilidades.

66
LEGISLAÇÃO

A coordenação deve ser realizada por profissionais de nível su- tante que a EPS se desenvolva essencialmente em espaços institu-
perior das equipes que atuam na Atenção Básica. cionalizados, que sejam parte do cotidiano das equipes (reuniões,
XIII.- Desenvolvimento de ações educativas por parte das equi- fóruns territoriais, entre outros), devendo ter espaço garantido na
pes que atuam na AB, devem ser sistematizadas de forma que pos- carga horária dos trabalhadores e contemplar a qualificação de to-
sam interferir no processo de saúde-doença da população, no de- dos da equipe multiprofissional, bem como os gestores.
senvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por Algumas estratégias podem se aliar a esses espaços institucio-
qualidade de vida e promoção do autocuidado pelos usuários. nais em que equipe e gestores refletem, aprendem e transformam
XIV.- Desenvolver ações intersetoriais, em interlocução com os processos de trabalho no dia-a-dia, de modo a potencializá-los,
escolas, equipamentos do SUAS, associações de moradores, equi- tais como Cooperação Horizontal, Apoio Institucional, Tele Educa-
pamentos de segurança, entre outros, que tenham relevância na ção, Formação em Saúde.
comunidade, integrando projetos e redes de apoio social, voltados Entende-se que o apoio institucional deve ser pensado como
para o desenvolvimento de uma atenção integral; uma função gerencial que busca a reformulação do modo tradicio-
XV.- Implementação de diretrizes de qualificação dos modelos nal de se fazer coordenação, planejamento, supervisão e avaliação
de atenção e gestão, tais como, a participação coletiva nos proces- em saúde. Ele deve assumir como objetivo a mudança nas organi-
sos de gestão, a valorização, fomento a autonomia e protagonismo zações, tomando como matéria-prima os problemas e tensões do
dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, autocui- cotidiano Nesse sentido, pressupõe-se o esforço de transformar
dado apoiado, o compromisso com a ambiência e com as condi- os modelos de gestão verticalizados em relações horizontais que
ções de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a ampliem a democratização, autonomia e compromisso dos traba-
identificação das necessidades sociais e organização do serviço em lhadores e gestores, baseados em relações contínuas e solidárias.
função delas, entre outras; A Formação em Saúde, desenvolvida por meio da relação entre
XVI.- Participação do planejamento local de saúde, assim como trabalhadores da AB no território (estágios de graduação e residên-
do monitoramento e a avaliação das ações na sua equipe, unidade cias, projetos de pesquisa e extensão, entre outros), beneficiam AB
e município; visando à readequação do processo de trabalho e do e instituições de ensino e pesquisa, trabalhadores, docentes e dis-
planejamento frente às necessidades, realidade, dificuldades e pos- centes e, acima de tudo, a população, com profissionais de saúde
sibilidades analisadas. mais qualificados para a atuação e com a produção de conhecimen-
O planejamento ascendente das ações de saúde deverá ser to na AB. Para o fortalecimento da integração entre ensino, serviços
elaborado de forma integrada nos âmbitos das equipes, dos mu- e comunidade no âmbito do SUS, destaca-se a estratégia de cele-
nicípios, das regiões de saúde e do Distrito Federal, partindo-se do bração de instrumentos contratuais entre instituições de ensino e
reconhecimento das realidades presentes no território que influen- serviço, como forma de garantir o acesso a todos os estabelecimen-
ciam a saúde, condicionando as ofertas da Rede de Atenção Saúde tos de saúde sob a responsabilidade do gestor da área de saúde
de acordo com a necessidade/demanda da população, com base como cenário de práticas para a formação no âmbito da graduação
em parâmetros estabelecidos em evidências científicas, situação e da residência em saúde no SUS, bem como de estabelecer atri-
epidemiológica, áreas de risco e vulnerabilidade do território ads- buições das partes relacionadas ao funcionamento da integração
crito. ensino-serviço-comunidade.
As ações em saúde planejadas e propostas pelas equipes deve- Além dessas ações que se desenvolvem no cotidiano das equi-
rão considerar o elenco de oferta de ações e de serviços prestados pes, de forma complementar, é possível oportunizar processos for-
na AB, os indicadores e parâmetros, pactuados no âmbito do SUS. mativos com tempo definido, no intuito de desenvolver reflexões,
As equipes que atuam na AB deverão manter atualizadas as in- conhecimentos, competências, habilidades e atitudes específicas,
formações para construção dos indicadores estabelecidos pela ges- através dos processos de Educação Continuada, igualmente como
tão, com base nos parâmetros pactuados alimentando, de forma estratégia para a qualificação da AB. As ofertas educacionais de-
digital, o sistema de informação de Atenção Básica vigente; vem, de todo modo, ser indissociadas das temáticas relevantes para
XVII.- Implantar estratégias de Segurança do Paciente na AB, a Atenção Básica e da dinâmica cotidiana de trabalho dos profissio-
estimulando prática assistencial segura, envolvendo os pacientes na nais.
segurança, criando mecanismos para evitar erros, garantir o cuida-
do centrado na pessoa, realizando planos locais de segurança do 6 - DO FINANCIAMENTO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO BÁSICA
paciente, fornecendo melhoria contínua relacionando a identifica- O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite e com
ção, a prevenção, a detecção e a redução de riscos. detalhamento apresentado pelo Plano Municipal de Saúde garan-
tido nos instrumentos conforme especificado no Plano Nacional,
XVIII.- Apoio às estratégias de fortalecimento da gestão local Estadual e Municipal de gestão do SUS. No âmbito federal, o mon-
e do controle social, participando dos conselhos locais de saúde tante de recursos financeiros destinados à viabilização de ações de
de sua área de abrangência, assim como, articular e incentivar a Atenção Básica à saúde compõe o bloco de financiamento de Aten-
participação dos trabalhadores e da comunidade nas reuniões dos ção Básica (Bloco AB) e parte do bloco de financiamento de inves-
conselhos locais e municipal; e timento e seus recursos deverão ser utilizados para financiamento
XIX.- Formação e Educação Permanente em Saúde, como parte das ações de Atenção Básica.
do processo de trabalho das equipes que atuam na Atenção Básica. Os repasses dos recursos da AB aos municípios são efetuados
Considera-se Educação Permanente em Saúde (EPS) a aprendiza- em conta aberta especificamente para este fim, de acordo com a
gem que se desenvolve no trabalho, onde o aprender e o ensinar se normatização geral de transferências de recursos fundo a fundo do
incorporam ao cotidiano das organizações e do trabalho, baseando- Ministério da Saúde com o objetivo de facilitar o acompanhamento
-se na aprendizagem significativa e na possibilidade de transformar pelos Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e
as práticas dos trabalhadores da saúde. Nesse contexto, é impor- do Distrito Federal.

67
LEGISLAÇÃO

O financiamento federal para as ações de Atenção Básica deve- dade, tendo como base o número de equipe de Saúde Bucal (eSB)
rá ser composto por: registrados no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos
I.- Recursos per capita; que levem em consideração aspectos de Saúde vigente no mês anterior ao da respectiva competência fi-
sociodemográficos e epidemiológicos; nanceira.
II.- Recursos que estão condicionados à implantação de estra- O repasse mensal dos recursos para o custeio das Equipes de
tégias e programas da Atenção Básica, tais como os recursos espe- Saúde Bucal será publicado em portaria específica.
cíficos para os municípios que implantarem, as equipes de Saúde
da Família (eSF), as equipes de Atenção Básica (eAB), as equipes de 4. Equipe Saúde da Família comunidades Ribeirinhas e Fluviais
Saúde Bucal (eSB), de Agentes Comunitários de Saúde (EACS), dos 4.1. Equipes Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR): os valores dos
Núcleos Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), incentivos financeiros para as equipes de Saúde da Família Ribeiri-
dos Consultórios na Rua (eCR), de Saúde da Família Fluviais (eSFF) nhas (eSFR) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como
e Ribeirinhas (eSFR) e Programa Saúde na Escola e Programa Aca- base o número de equipe de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) re-
demia da Saúde; gistrados no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior
III.- Recursos condicionados à abrangência da oferta de ações ao da respectiva competência financeira.
e serviços; O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das equi-
IV.- Recursos condicionados ao desempenho dos serviços de pes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR) será publicado em por-
Atenção Básica com parâmetros, aplicação e comparabilidade na- taria específica e poderá ser agregado um valor nos casos em que a
cional, tal como o Programa de Melhoria de Acesso e Qualidade; equipe necessite de transporte fluvial para acessar as comunidades
V.- Recursos de investimento; ribeirinhas adscritas para execução de suas atividades.
4.2. Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): os valores dos
Os critérios de alocação dos recursos da AB deverão se ajustar incentivos financeiros para as equipes de Saúde da Família Fluviais
conforme a regulamentação de transferência de recursos federais (eSFF) implantadas serão transferidos a cada mês, tendo como base
para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde no âm- o número de Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) registrados
bito do SUS, respeitando especificidades locais, e critério definido no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da res-
na LC 141/2012. pectiva competência financeira.
I - Recurso per capita: O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das Uni-
O recurso per capita será transferido mensalmente, de forma dades Básicas de Saúde Fluviais será publicado em portaria especí-
regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos Fundos Mu- fica. Assim como, os critérios mínimos para o custeio das Unidades
nicipais de Saúde e do Distrito Federal com base num valor multipli- preexistentes ao Programa de Construção de Unidades Básicas de
cado pela população do Município. Saúde Fluviais.
A população de cada município e do Distrito Federal será a po-
pulação definida pelo IBGE e publicada em portaria específica pelo 4.3. Equipes Consultório na Rua (eCR)
Ministério da Saúde. Os valores do incentivo financeiro para as equipes dos Con-
II - Recursos que estão condicionados à implantação de estraté- sultórios na Rua (eCR) implantadas serão transferidos a cada mês,
gias e programas da Atenção Básica tendo como base a modalidade e o número de equipes cadastradas
1. Equipe de Saúde da Família (eSF): os valores dos incentivos no sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da res-
financeiros para as equipes de Saúde da Família implantadas serão pectiva competência financeira.
prioritário e superior, transferidos a cada mês, tendo como base o Os valores do repasse mensal que as equipes dos Consultórios
número de equipe de Saúde da Família (eSF) registrados no sistema na Rua (eCR) farão jus será definido em portaria específica.
de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da respectiva com-
petência financeira. 5. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica
O valor do repasse mensal dos recursos para o custeio das equi- (NASF-AB)
pes de Saúde da Família será publicado em portaria específica O valor do incentivo federal para o custeio de cada NASF-AB,
dependerá da sua modalidade (1, 2 ou 3) e será determinado em
2. Equipe de Atenção Básica (eAB): os valores dos incentivos portaria específica. Os valores dos incentivos financeiros para os
financeiros para as equipes de Atenção Básica (eAB) implantadas NASF-AB implantados serão transferidos a cada mês, tendo como
serão transferidos a cada mês, tendo como base o número de equi- base o número de NASF-AB cadastrados no SCNES vigente.
pe de Atenção Básica (eAB) registrados no Sistema de Cadastro Na-
cional de Estabelecimentos de Saúde vigente no mês anterior ao da 6. Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
respectiva competência financeira. Os valores dos incentivos financeiros para as equipes de ACS
O percentual de financiamento das equipes de Atenção Básica (EACS) implantadas são transferidos a cada mês, tendo como base
(eAB), será definido pelo Ministério da Saúde, a depender da dispo- o número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), registrados no
nibilidade orçamentária e demanda de credenciamento. sistema de Cadastro Nacional vigente no mês anterior ao da respec-
tiva competência financeira. Será repassada uma parcela extra, no
3. Equipe de Saúde Bucal (eSB): Os valores dos incentivos fi- último trimestre de cada ano, cujo valor será calculado com base no
nanceiros quando as equipes de Saúde da Família (eSF) e/ou Aten- número de Agentes Comunitários de Saúde, registrados no cadas-
ção Básica (eAB) forem compostas por profissionais de Saúde Bucal, tro de equipes e profissionais do SCNES, no mês de agosto do ano
serão transferidos a cada mês, o valor correspondente a modali- vigente.

68
LEGISLAÇÃO

A efetivação da transferência dos recursos financeiros descritos b.3. solicitações referentes a equipes, serviços e programas
no item B tem por base os dados de alimentação obrigatória do da Atenção Primária à Saúde em funcionamento e ainda não cre-
Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, cuja denciados ou sem adesão homologada pelo Ministério da Saúde,
responsabilidade de manutenção e atualização é dos gestores dos devidamente cadastrados no SCNES, atendendo as regras de com-
estados, do Distrito Federal e dos municípios, estes devem transfe- posição e carga horária profissional, conforme Portaria SAPS/MS nº
rir os dados mensalmente, para o Ministério da Saúde, de acordo 60, de 26 de novembro de 2020; e (Redação dada pela PRT GM/MS
com o cronograma definido anualmente pelo SCNES. n° 1.037 de 21.05.2021)

III - Do credenciamento b.4. quantidade de solicitações do ente federativo de creden-


Deve estar previsto no Plano Municipal ou Distrital de Saúde ou ciamento ou de adesão de equipes, serviços e programas da Aten-
Programação Anual de Saúde, devidamente aprovado pelo respec- ção Primária à Saúde. (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.037 de
tivo Conselho de Saúde Municipal ou Conselho de Saúde do Distrito 21.05.2021)
Federal, diretriz, meta, objetivo ou ação relacionada à qualificação § 1º A aplicação dos critérios de priorização definirá a posição
e/ou aumento de cobertura de serviços de saúde vinculados à Se- do município para análise técnica, observada a metodologia dispo-
cretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (SAPS/ nibilizada no endereço eletrônico “https://aps.saude.gov.br/gestor/
MS) no município ou Distrito Federal. A escolha do serviço de saúde financiamento/credenciamentos/” que considerará os seguintes
de acordo com as tipologias regimentadas pela SAPS, assim como pesos: (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.037 de 21.05.2021)
sua forma de contratação é de decisão do gestor municipal ou dis- I - peso 2 (dois) para os critérios elencados nos itens b.1 e b.2; e
trital. (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.710 de 08.07.2019) (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.037 de 21.05.2021)
O gestor municipal ou distrital deverá: (Redação dada pela PRT II - peso 1 (um) para os critérios elencados nos itens b.3 e b.4.
GM/MS n° 3.119 de 27.11.2019) (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.037 de 21.05.2021)
1. Solicitar ao Ministério da Saúde o credenciamento de servi- § 2º Os entes federativos que tiverem solicitação de credencia-
ços e equipes, conforme modelo a ser disponibilizado pelo Ministé- mento ou de adesão indeferida poderão realizar novas solicitações,
rio da Saúde, via ofício ou por meio de sistema de informação es- observado os critérios acima elencados. (Redação dada pela PRT
pecífico; e (Redação dada pela PRT GM/MS n° 3.119 de 27.11.2019) GM/MS n° 1.037 de 21.05.2021)
2. Dar ciência ao Ministério da Saúde do envio de documento
ao Conselho Municipal de Saúde ou Conselho Distrital de Saúde, Após a publicação de Portaria de credenciamento das novas
equipes no Diário Oficial da União, a gestão municipal e distrital
à Secretaria Estadual de Saúde e à Comissão Intergestores Biparti-
deverá cadastrar a(s) equipe(s) no Sistema de Cadastro Nacional de
te para conhecimento da solicitação de credenciamento (Redação
Estabelecimento de Saúde (CNES), num prazo máximo de 6 (seis)
dada pela PRT GM/MS n° 3.119 de 27.11.2019)
competências, a contar da data de publicação da referida Portaria,
sob pena de descredenciamento da(s) equipe(s) caso esse pra-
Aplicam-se integralmente as disposições acima a todas as es-
zo não seja cumprido. (Redação dada pela PRT GM/MS n° 804 de
tratégias do Departamento de Saúde da Família e Secretaria de
14.04.2020)
Atenção Primária à Saúde, com exceção das equipes de saúde da
Para recebimento dos incentivos correspondentes às equipes
família ribeirinhas e unidade de saúde fluvial ou outras que exijam
que atuam na Atenção Primária à Saúde, isto é, todos os serviços
análise técnica específica. (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.710 vinculados à Secretaria de Atenção Primária à Saúde, efetivamen-
de 08.07.2019) te credenciadas em portaria e cadastradas no Sistema de Cadastro
O Ministério da Saúde realizará análise do pleito de acordo com Nacional de Estabelecimentos de Saúde, os Municípios e Distrito
a disponibilidade orçamentária e com os seguintes critérios técni- Federal, deverão alimentar os dados no sistema de informação da
cos: (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.037 de 21.05.2021) Atenção Primária à Saúde vigente, comprovando, obrigatoriamen-
a. critério de exclusão: solicitações que superem o teto do mu- te, o início e execução das atividades. (Redação dada pela PRT GM/
nicípio ou DF, considerado como o número máximo de equipes, ser- MS n° 1.710 de 08.07.2019)
viços e programas que podem ser financiados pelo Ministério da 1. Suspensão do repasse de recursos do Bloco da Atenção Bási-
Saúde, conforme as regras previstas nas normas vigentes que regu- ca (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.710 de 08.07.2019)
lamentam a organização, o funcionamento e financiamento das res- O Ministério da Saúde suspenderá o repasse de recursos da
pectivas ações, programas e estratégias da Atenção Primária à saú- Atenção Básica aos municípios e ao Distrito Federal, quando:
de (APS); (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.037 de 21.05.2021) I - Não houver alimentação regular, por parte dos municípios e
b. critérios de priorização: (Redação dada pela PRT GM/MS n° do Distrito Federal, dos bancos de dados nacionais de informação,
1.037 de 21.05.2021) como:
b.1. solicitações de entes federativos em situação de vulnera- a. inconsistência no Sistema de Cadastro Nacional de Estabele-
bilidade socioeconômica e de perfil demográfico, de acordo aos cri- cimentos de Saúde (SCNES) por duplicidade de profissional, ausên-
térios aplicados para cálculo do Incentivo Financeiro de Capitação cia de profissional da equipe mínima ou erro no registro, conforme
Ponderada referente ao financiamento de custeio da APS, conforme normatização vigente; e
a Seção II do Título II da Portaria de Consolidação GM/MS nº 6, de b. não envio de informação (produção) por meio de Sistema de
28 de setembro de 2017; (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.037 Informação da Atenção Básica vigente por três meses consecutivos,
de 21.05.2021) conforme normativas específicas.
b.2. solicitações de entes federativos com menor cobertura da - identificado, por meio de auditoria federal, estadual e munici-
Atenção Primária à Saúde; (Redação dada pela PRT GM/MS n° 1.037 pal, malversação ou desvio de finalidade na utilização dos recursos.
de 21.05.2021)

69
LEGISLAÇÃO

Sobre a suspensão do repasse dos recursos referentes ao item ANEXO 2 DO ANEXO XXII
II : (Revogado pela PRT GM/MS n° 2.979 de 12.11.2019)
O Ministério da Saúde suspenderá os repasses dos incentivos
referentes às equipes e aos serviços citados acima, nos casos em ANEXO 3 DO ANEXO XXII
que forem constatadas, por meio do monitoramento e/ou da su- (Revogado pela PRT GM/MS n° 2.979 de 12.11.2019)
pervisão direta do Ministério da Saúde ou da Secretaria Estadual
de Saúde ou por auditoria do DENASUS ou dos órgãos de controle ANEXO 4 DO ANEXO XXII
competentes, qualquer uma das seguintes situações:
I.- inexistência de unidade básica de saúde cadastrada para o Número máximo de microscopistas pelos quais os Municípios
trabalho das equipes e/ou; poderão fazer jus ao recebimento de incentivo financeiro (Origem:
II.- ausência, por um período superior a 60 dias, de qualquer PRT MS/GM 3238/2009, Anexo 1)
um dos profissionais que compõem as equipes descritas no item B, Número máximo de microscopistas pelos quais os Municípios
com exceção dos períodos em que a contratação de profissionais poderão fazer jus ao recebimento de incentivo financeiro
esteja impedida por legislação específica, e/ou;
III.- descumprimento da carga horária mínima prevista para os
UF Cód. Muni- Município Total Total
profissionais das equipes; e
cípio
IV.- ausência de alimentação regular de dados no Sistema de
Informação da Atenção Básica vigente. RO 110002 ARIQUEMES 11
Especificamente para as equipes de saúde da família (eSF) e RO 110010 GUAJARÁ-MIRIM 5
equipes de Atenção Básica (eAB) com os profissionais de saúde bu-
cal. RO 110013 MACHADINHO 4
As equipes de Saúde da Família (eSF) e equipes de Atenção D’OESTE
Básica (eAB) que sofrerem suspensão de recurso, por falta de pro- RO 110020 PORTO VELHO 21
fissional conforme previsto acima, poderão manter os incentivos
RO 110026 RIOCRESPO 1
financeiros específicos para saúde bucal, conforme modalidade de
implantação. RO 110033 NOVA MAMORE 2
Parágrafo único. A suspensão será mantida até a adequação RO 110040 ALTO PARAISO 3
das irregularidades identificadas.
6.2 - Solicitação de crédito retroativo dos recursos suspensos RO 110045 BURITIS 7
Considerando a ocorrência de problemas na alimentação do RO 110070 CAMPO NOVO 3
SCNES e do sistema de informação vigente, por parte dos estados, DE RONDONIA
Distrito Federal e dos municípios, o Ministério da Saúde poderá efe-
tuar crédito retroativo dos incentivos financeiros deste recurso va- RO 110080 CANDEIAS DO 3
riável. A solicitação de retroativo será válida para análise desde que JAMARI
a mesma ocorra em até 6 meses após a competência financeira de RO 110094 CUJUBIM 2
suspensão. Para solicitar os créditos retroativos, os municípios e o
RO 110110 ITAPUA DO 2
Distrito Federal deverão:
OESTE
- preencher o formulário de solicitação, conforme será disponi-
bilizado em manual específico; RO 110160 THEOBROMA 4
- realizar as adequações necessárias nos sistemas vigentes (SC- RO 110175 VALEDOANARI 2
NES e/ou SISAB) que justifiquem o pleito de retroativo; e
- enviar ofício à Secretaria de Saúde de seu estado, pleiteando AC 120001 ACRELANDIA 3
o crédito retroativo, acompanhado do anexo referido no item I e AC 120020 CRUZEIRO DO 13
documentação necessária a depender do motivo da suspensão. SUL
Parágrafo único: as orientações sobre a documentação a ser
encaminhada na solicitação de retroativo constarão em manual es- AC 120033 MANCIO LIMA 2
pecífico a ser publicado. AC 120038 PLACIDO DE 4
As Secretarias Estaduais de Saúde, após analisarem a docu- CASTRO
mentação recebida dos municípios, deverão encaminhar ao Depar-
AC 120039 PORTO WALTER 1
tamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde, Mi-
nistério da Saúde (DAB/SAS/MS), a solicitação de complementação AC 120042 RODRIGUES 3
de crédito dos incentivos tratados nesta Portaria, acompanhada dos ALVES
documentos referidos nos itens I e II. Nos casos em que o solicitante AC 120060 TARAUACA 5
de crédito retroativo for o Distrito Federal, o ofício deverá ser enca-
minhado diretamente ao DAB/SAS/MS. AM 130140 EIRUNEPÉ 10
O DAB/SAS/MS procederá à análise das solicitações recebidas, AM 130220 JURUÁ 3
verificando a adequação da documentação enviada e dos sistemas
AM 130280 MARAA 7
de informação vigentes (SCNES e/ou SISAB), bem como a pertinên-
cia da justificativa do gestor, para deferimento ou não da solicitação.

70
LEGISLAÇÃO

AM 130370 SANTO ANTÔNIO 11 AM 130410 TAPAUÁ 3


DO IÇÁ AM 130420 TEFE 14
AM 130390 SAO PAULO DE 4 AM 130426 UARINI 2
OLIVENÇA
RR 140002 AMAJARI 2
AM 130002 ALVARAES 4
RR 140015 BONFIM 3
AM 130014 APUÍ 5
RR 140017 CANTA 2
AM 130020 ATALAIA DO 2
NORTE RR 140020 CARACARAÍ 3
AM 130030 AUTAZES 7 RR 140023 CAROEBE 1
AM 130040 BARCELOS 5 RR 140028 IRACEMA 2
AM 130063 BERURI 3 RR 140030 MUCAJAÍ 3
AM 130080 BORBA 13 RR 140047 RORAINOPOLIS 2
AM 130083 CAAPIRANGA 2 RR 140050 SAO JOAO DA 1
BALIZA
AM 130090 CANUTAMA 4
PA 150530 ORIXIMINA 11
AM 130110 CAREIRO 9
PA 150470 MOJU 15
AM 130115 CAREIRO DA 3
VÁRZEA PA 150345 IPIXUNA DO 5
PARA
AM 130120 COARI 18
PA 150060 ALTAMIRA 11
AM 130165 GUAJARA 3
PA 150070 ANAJAS 3
AM 130170 HUMAITÁ 8
PA 150085 ANAPU 3
AM 130180 IPIXUNA 4
PA 150195 CACHOEIRA DE 6
AM 130185 IRANDUBA 9 PIRIA
AM 130190 ITACOATIARA 15 PA 150309 GOIANESIA DO 4
AM 130200 ITAPIRANGA 2 PARA
AM 130230 JUTAÍ 7 PA 150360 ITAITUBA 24
AM 130240 LABREA 6 PA 150375 JACAREACANGA 3
AM 130250 MANACAPURU 18 PA 150503 NOVO PROGRES- 2
AM 130255 MANAQUIRI 5 SO

AM 130260 MANAUS 42 PA 150548 PACAJA 10

AM 130270 MAN ICORE 9 PA 150550 PARAGOMINAS 13

AM 130320 NOVO AIRAO 2 PA 150600 PRAINHA 6

AM 130330 NOVO ARIPUA- 5 PA 150780 SENADOR JOSE 3


NA PORFIRIO

AM 130353 PRESIDENTE 5 PA 150810 TUCURUI 13


FIGUEIREDO AP 160005 SERRA DO 1
AM 130356 RIO PRETO DA 7 NAVIO
EVA AP 160015 PEDRA BRANCA 2
AM 130360 SANTA ISABEL 3 DO AMAPARI
DO RIO NEGRO AP 160020 CALCOENE 1
AM 130380 SAO GABRIEL DA 9 AP 160023 FERREIRA GO- 1
CACHOEIRA MES
AM 130395 SAO SEBASTIAO 2 AP 160040 MAZAGAO 4
DO UATUMA AP 160050 OIAPOQUE 3
AM 130400 SILVES 1 AP 160053 PORTO GRANDE 2

71
LEGISLAÇÃO

12. Liberar exames para responsável que estiver acompanhan-


AP 160070 TARTARUGALZI- 1
do o paciente.
NHO
MT 510325 COLNIZA 5 F - ADMINISTRAR O SETOR
MT 510757 RON DOLANDIA 1 1. Organizar o fluxograma de trabalho juntamente com a Equi-
pe de Saúde da Família e/ou Equipe de Agentes Comunitários de
ANEXO 5 DO ANEXO XXII Saúde;
2. Organizar o local de trabalho;
Ações de responsabilidade de todos os Auxiliares Técnicos em 3. Gerenciar estoque de insumos;
Patologia Clínica (Origem: PRT MS/GM 3238/2009, Anexo 2) 4. Abastecer o setor;
Ações de responsabilidade de todos os Auxiliares Técnicos em 5. Armazenar as amostras;
Patologia Clínica 6. Consumir os kits por ordem de validade;
São ações de responsabilidade de todos os Auxiliares Técnicos 7. Encaminhar equipamento para manutenção;
em Patologia Clínica, a serem desenvolvidas em conjunto com as 8. Participar e promover atividades de capacitação e educação
Equipes de Saúde da Família - ESF E/OU Equipes de agentes comu- permanente junto à Equipe de Saúde da Família e/ou Agentes Co-
nitários de Saúde. munitários de Saúde;
9. Supervisionar as atividades de coleta de exames de gota es-
A - COLETAR MATERIAL BIOLÓGICO pessa realizadas pela equipe de Agentes Comunitários de Saúde;
1. Atender o paciente; 10. Elaborar controles estatísticos e epidemiológicos por meio
2. Ponderar o pedido de exame; das fichas do SIVEP - Malária.
3. Certificar-se do preparo do paciente;
4. Posicionar o paciente de acordo com o exame; G - TRABALHAR COM SEGURANÇA E QUALIDADE
5. Identificar o material biológico do paciente; 1. Usar equipamento de proteção individual (EPI);
6. Efetuar assepsia na região de coleta; 2. Seguir procedimentos e protocolos em caso de acidente;
7. Puncionar polpa digital; 3. Submeter-se a exames de saúde periódicos;
8. Acondicionar amostra para transporte. 4. Tomar vacinas;
5. Aplicar normas complementares de biossegurança;
B - RECEBER MATERIAL BIOLÓGICO 6. Verificar as condições de uso do equipamento;
1. Confrontar material biológico com o pedido; 7. Acondicionar material para descarte;
2. Conferir as condições do material biológico. 8. Descartar resíduos químicos e biológicos;
C - PREPARAR AMOSTRA DO MATERIAL BIOLÓGICO 9.Verificar a validade dos reagentes;
1. Confeccionar lâminas (esfregaço); 10. Descartar kits com validade vencida;
2. Preparo do esfregaço delgado, quando indicado; 11. Precaver-se contra efeitos adversos dos produtos;
3. Corar lâminas. 12. Desinfectar instrumental e equipamentos.

D - AJUSTAR EQUIPAMENTOS ANALÍTICOS E DE SUPORTE H - COMUNICAR-SE


1. Executar manutenção preventiva do equipamento; 1. Dialogar com o paciente;
2. Calibrar o equipamento; 2. Orientar o paciente sobre os procedimentos da coleta do
3. Ao final do dia, fazer manutenção e limpeza do microscópio; material;
4. Providenciar manutenção corretiva do equipamento. 3. Registrar a ação da coleta;
E - REALIZAR EXAMES CONFORME O PROTOCOLO 4. Anotação do resultado no Boletim de Notificação de Casos
1. Dosar volumetria de reagentes e soluções para exames; de Malária:
2. Realizar análise macroscópica; a. Método tradicional em cruzes (avaliação semiquantitativa);
3. Avaliar a qualidade de coloração da gota espessa; B. Método de avaliação quantitativa pela contagem de 100
4. Avalair a qualidade de coloração do esfregaço; campos microscópicos.
5. Identificar a parasitemia para a malária e demais agravos 5. Registrar a medicação que o paciente está tomando no Bole-
passíveis de diagnóstico por meio do exame da gota espessa, aos tim do SIVEP-Malária;
quais estiver capacitado; 6. Anotação do resultado no “Livro do Laboratório”;
6. Realizar análise microscópica e quantificação da parasitemia; 7. Envio das lâminas examinadas para o Laboratório de Revisão
7. Uso de testes rápidos para o diagnóstico de malária (quando (100% das lâminas positivas e 10% das lâminas negativas);
se aplica); 8. Enviar os Boletins de Notificação de Casos de Malária para
8. Comparar resultados com os parâmetros de normalidade; digitação;
9. Dispensar ao paciente com malária os medicamentos neces- 9. Trocar informações técnicas;
sários ao tratamento, de acordo com a espécie parasitária identi- 10. Consultar o médico, se necessário;
ficada no exame microscópico, conforme preconiza o Manual de 11. Realizar investigação do caso (UF provável de infecção; Mu-
Terapêutica da Malária do Ministério da Saúde, se necessário; nicípio provável de infecção; localidade provável de infecção) junto
10. Comparar o resultado do exame com resultados anteriores; com a Equipe de Saúde da Família e/ou Equipe de Agentes Comuni-
11. Comparar resultado do exame com os dados clínicos do pa- tários de Saúde, quando necessário;
ciente;

72
LEGISLAÇÃO

12. Ao suspeitar de malária grave, providenciar, em conjunto III -Rede Nacional de Prevenção da Violência e Promoção da
com a Equipe de Saúde da Família e/ou Equipe de Agentes Comuni- Saúde, na forma do Anexo IX;
tários de Saúde, o encaminhamento urgente do doente para a assis- IV -Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
tência médico-hospitalar; (RENAST), na forma do Anexo X;
13. Se o resultado for negativo, encaminhar o paciente à unida- V -Rede Brasileira de Centros e Serviços de Informação sobre
de de saúde de referência para o esclarecimento diagnóstico; Medicamentos (REBRACIM), na forma do Anexo XI;
14. Fazer o agendamento para o acompanhamento com as Lâ- VI -Rede de Escolas Técnicas e Centros Formadores vinculados
minas de Verificação de Cura (LVC), se necessário; às instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde (RETSUS), na for-
15. Solicitar material ao almoxarifado; ma do Anexo XII;
16. Transcrever resultados observados VII -Rede de Ensino para a Gestão Estratégica do Sistema Único
de Saúde (REGESUS), na forma do Anexo XIII;
Prezado candidato, a “PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 2, VIII -Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (RE-
DE 28 DE SETEMBRO DE 2017” na íntegra com seus respectivos BRATS), na forma do Anexo XIV.
anexos está disponível para consulta em: IX -Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Re-
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/ naveh).(Redação dada pela PRT GM/MS nº 1.694 de 23.07.2021)
prc0002_03_10_2017.html X -Rede Nacional de Vigilância, Alerta e Resposta às Emergên-
cias em Saúde Pública do Sistema Único de Saúde (Rede VIGIAR-
-SUS) na forma do Anexo XXVII.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 3/2017 1.802 de 03.08.2021)
MINISTÉRIO DA SAÚDE XI -Rede Nacional dos Centros de Informações Estratégicas em
Vigilância em Saúde - Rede CIEVS, na forma do Anexo XXVIII.(Reda-
ção dada pela PRT GM/MS nº 4.641 de 28.12.2022)
PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 3, DE 28 DE SETEMBRO DE
2017 CAPÍTULO III
DAS REDES DE PESQUISA EM SAÚDE
Consolidação das normas sobre as redes do Sistema Único de
Saúde. Art. 5ºSão Redes de Pesquisa em Saúde:
I -Redes Nacionais de Pesquisa em Saúde (RNPS), na forma do
OMINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE,no uso das atribuições que Anexo XV;
lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos I e II, da Constituição, II -(Revogado pela PRT GM/MS nº 3.136 de 27.07.2022)
resolve: III -;(Revogado pela PRT GM/MS nº 3.136 de 27.07.2022)
Art. 1ºAs redes temáticas de atenção às saúde, as redes de ser- IV - ;(Revogado pela PRT GM/MS nº 3.136 de 27.07.2022)
viço de saúde e as redes de pesquisa em saúde do Sistema Único de V (Revogado pela PRT GM/MS nº 3.136 de 27.07.2022)
Saúde (SUS) obedecerão ao disposto nesta Portaria. VI -Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC), na forma do Ane-
xo XX;
CAPÍTULO I VII - (Revogado pela PRT GM/MS nº 3.136 de 27.07.2022)
DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE VIII -Rede Nacional de Pesquisas em Acidente Vascular Cerebral
(RNPAVC), na forma do Anexo XXII;
Art. 2ºAs diretrizes para a organização da Rede de Atenção à IX - ;(Revogado pela PRT GM/MS nº 3.136 de 27.07.2022)
Saúde no âmbito do SUS obedecerão ao disposto no Anexo I. (Ori- X -Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), na
gem: PRT MS/GM 4279/2010, Art. 1º) forma do Anexo XXIV;
Art. 3ºSão Redes Temáticas de Atenção à Saúde: XI -Políticas Informadas por Evidências (EVIDENCE-INFORMED
I -Rede Cegonha, na forma do Anexo II;(Repristinado pela PRT POLICY NETWORK – EVIPNET), na forma do Anexo XXV.
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II -Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE), na for- CAPÍTULO IV
ma do Anexo III; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
III -Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crôni-
cas, na forma do Anexo IV; Art. 6ºFicam revogadas, por consolidação, as seguintes normas:
IV -Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), na forma do Anexo V; I -Portaria nº 4279/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010, pu-
V -Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, na forma do blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 31 de dezembro de
Anexo VI; 2010, p. 88;
II -arts. 1º a 9º e 12 da Portaria nº 1459/GM/MS, de 24 de ju-
CAPÍTULO II nho de 2011, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 27 de
DAS REDES DE SERVIÇO DE SAÚDE junho de 2011, p. 109;
III -arts. 1º a 10, 41 a 49, 51 a 56 da Portaria nº 11/GM/MS, de
Art. 4ºSão Redes de Serviço de Saúde: 7 de janeiro de 2015, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1,
I -Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, na forma de 8 de janeiro de 2015, p. 30;
do Anexo VII; IV -arts. 1º a 23, 34, 37 a 39 da Portaria nº 1020/GM/MS, de 29
II -Redes Estaduais de Assistência a Queimados, na forma do de maio de 2013, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de
Anexo VIII. 31 de maio de 2013, p. 72;

73
LEGISLAÇÃO

V -Portaria nº 1481/GM/MS, de 13 de junho de 2017, publicada XXVII -Portaria nº 424/GM/MS, de 19 de março de 2013, publi-
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 14 de junho de 2017, p. 75; cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 20 de março de 2013,
VI -Portaria nº 930/GM/MS, de 10 de maio de 2012, publicada p. 23;
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 11 de maio de 2012, p. 138; XXVIII -Portaria nº 62/GM/MS, de 6 de janeiro de 2017, publi-
VII -Portaria nº 2418/GM/MS, de 2 de dezembro de 2005, pu- cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 9 de janeiro de 2017,
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 6 de dezembro de p. 31;
2005, p. 32; XXIX -arts. 1º a 5º, 8º a 23 e 25 da Portaria nº 425/GM/MS, de
VIII -Portaria nº 1084/GM/MS, de 28 de abril de 2017, publica- 19 de março de 2013, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1,
da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 2 de maio de 2017, p. 52; de 20 de março de 2013, p. 25;
IX -Portaria nº 1600/GM/MS, de 7 de julho de 2011, publicada XXX -arts. 1º a 31, 34 a 39, 48 e 49 da Portaria nº 389/GM/MS,
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 8 de julho de 2011, p. 69; de 13 de março de 2014, publicada no Diário Oficial da União, Seção
X -arts. 2º a 6º, 11, 27 a 29 e 1º da Portaria nº 2395/GM/MS, de 1, de 14 de março de 2014, p. 34;
11 de outubro de 2011, publicada no Diário Oficial da União, Seção XXXI -Portaria nº 571/GM/MS, de 5 de abril de 2013, publicada
1, de 13 de outubro de 2011, p. 79; no Diário Oficial da União, Seção 1, de 8 de abril de 2013, p. 56;
XI -Portaria nº 479/GM/MS, de 15 de abril de 1999, publicada XXXII -arts. 1º a 6º, 16 a 19 e 21 da Portaria nº 189/GM/MS, de
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 16 de abril de 1999, p. 79; 31 de janeiro de 2014, publicada no Diário Oficial da União, Seção
XII -Portaria nº 2923/GM/MS, de 9 de junho de 1998, publicada 1, de 3 de fevereiro de 2014, p. 31;
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 15 de junho de 1998, p. 44; XXXIII -arts. 1º a 25, 29, 32, 35 e 36-A da Portaria nº 3388/GM/
XIII -arts. 1º a 11, 42 a 46 da Portaria nº 1010/GM/MS, de 21 de MS, de 30 de dezembro de 2013, publicada no Diário Oficial da
maio de 2012, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 22 União, Seção 1, de 31 de dezembro de 2013, p. 42;
de maio de 2012, p. 87; XXXIV -Portaria nº 3088/GM/MS, de 23 de dezembro de 2011,
XIV -Portaria nº 2657/GM/MS, de 16 de dezembro de 2004, pu- publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 26 de dezembro
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 17 de dezembro de de 2011, p. 230;
2004, p. 76;
XXXV -Portaria nº 1306/GM/MS, de 27 de junho de 2012, pu-
XV -arts. 1º, 2º, 4º, 5º, 9º e 10 da Portaria nº 2971/GM/MS, de
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 28 de junho de 2012,
8 de dezembro de 2008, publicada no Diário Oficial da União, Seção
p. 196;
1, de 9 de dezembro de 2008, p. 69;
XXXVI -arts. 1º a 6º e 9º da Portaria nº 336/GM/MS, de 19 de
XVI -arts. 1º a 6º e 12 da Portaria nº 2338/GM/MS, de 3 de
fevereiro de 2002, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de
outubro de 2011, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de
20 de fevereiro de 2002, p. 22;
4 de outubro de 2011, p. 28;
XXXVII -arts. 1º a 11 da Portaria nº 130/GM/MS, de 26 de janei-
XVII -arts. 1º a 12, 29 a 31, 33, 37 a 40, 42 a 45 da Portaria nº
ro de 2012, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 27 de
10/GM/MS, de 3 de janeiro de 2017, publicada no Diário Oficial da
janeiro de 2012, p. 39;
União, Seção 1, de 4 de janeiro de 2017, p. 34;
XVIII -Portaria nº 1365/GM/MS, de 8 de julho de 2013, publi- XXXVIII -arts. 1º a 12 e 17 da Portaria nº 121/GM/MS, de 25 de
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 12 de julho de 2013, p. janeiro de 2012, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 26
166; de janeiro de 2012, p. 45;
XIX -arts. 1º a 5º, 7º a 23, 28 a 30 da Portaria nº 1366/GM/MS, XXXIX -Portaria nº 148/GM/MS, de 31 de janeiro de 2012, pu-
de 8 de julho de 2013, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 1 de fevereiro de
de 12 de julho de 2013, p. 166; 2012, p. 33;
XX -Portaria nº 1678/GM/MS, de 6 de outubro de 2015, publi- XL -Portaria nº 2391/GM/MS, de 26 de dezembro de 2002, pu-
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 6 de outubro de 2015, blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 27 de dezembro de
p. 55; 2002, p. 349;
XXI -arts. 1º, 3º a 8º, 13, 14 e 16 da Portaria nº 665/GM/MS, de XLI -Portaria nº 106/GM/MS, de 11 de fevereiro de 2000, pu-
12 de abril de 2012, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 14 de fevereiro de
de 13 de abril de 2012, p. 35; 2000, p. 49;
XXII -arts. 1º a 5º e 10 da Portaria nº 2994/GM/MS, de 13 de XLII -Portaria nº 678/GM/MS, de 30 de março de 2006, publi-
dezembro de 2011, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 31 de março de 2006,
16 de dezembro de 2011, p. 118; p. 132;
XXIII -Portaria nº 895/GM/MS, de 31 de março de 2017, publi- XLIII -Portaria nº 3090/GM/MS, de 23 de dezembro de 2011,
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 3 de março de 2017, p. publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 26 de dezembro
78; de 2011, p. 233;
XXIV -arts. 1º a 20, 37, 39 a 42 e 45 da Portaria nº 2809/GM/ XLIV -Portaria nº 793/GM/MS, de 24 de abril de 2012, publica-
MS, de 7 de dezembro de 2012, publicada no Diário Oficial da da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 25 de abril de 2012, p. 94;
União, Seção 1, de 10 de dezembro de 2012, p. 36; XLV -art. 1º da Portaria nº 1303/GM/MS, de 28 de junho de
XXV -Portaria nº 905/GM/MS, de 16 de agosto de 2000, publi- 2013, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 1 de julho
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 18 de agosto de 2000, de 2013, p. 45;
p. 119; XLVI -Portaria nº 479/GM/MS, de 23 de março de 2016, publi-
XXVI -Portaria nº 483/GM/MS, de 1 de abril de 2014, publicada cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 24 de março de 2016,
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 2 de abril de 2014, p. 50; p. 45;

74
LEGISLAÇÃO

XLVII -arts. 1º e 8º da Portaria nº 626/GM/MS, de 23 de março LXVIII -Portaria nº 495/GM/MS, de 10 de março de 2006, publi-
de 2006, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 24 de cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 13 de março de 2006,
março de 2006, p. 53; p. 52;
XLVIII -arts. 1º a 14, 16 a 18, 23, 25 a 27, 31, 33, 34 e 36 da Por- LXIX -Portaria nº 1811/GM/MS, de 12 de agosto de 2009, pu-
taria nº 2776/GM/MS, de 18 de dezembro de 2014, publicada no blicada no Boletim de Serviço do MS, de 17 de agosto de 2009, p. 1;
Diário Oficial da União, Seção 1, de 19 de dezembro de 2014, p. 183; LXX -Portaria nº 2363/GM/MS, de 7 de outubro de 2009, publi-
XLIX -Portaria nº 702/GM/MS, de 12 de abril de 2002, publica- cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 8 de outubro de 2009,
da no Diário Oficial da União, Seção 1, de 16 de abril de 2002, p. 28; p. 90.
L -Portaria nº 1273/GM/MS, de 21 de novembro de 2000, pu- Art. 7ºEsta portaria entra em vigor na data de sua publicação.
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 23 de novembro de RICARDO BARROS
2000, p. 51;
LI -Portaria nº 936/GM/MS, de 18 de maio de 2004, publicada ANEXO I
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 20 de maio de 2004, p. 52; DIRETRIZES PARA ORGANIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À
LII -arts. 1º a 9º, 12, 16 a 18 da Portaria nº 1679/GM/MS, de 19 SAÚDE DO SUS (ORIGEM: PRT MS/GM 4279/2010, ANEXO 1)
de setembro de 2002, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, DIRETRIZES PARA ORGANIZAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À
de 20 de setembro de 2002, p. 53; SAÚDE DO SUS
LIII -arts. 1º a 9º, 12 a 17 da Portaria nº 2728/GM/MS, de 11 de
novembro de 2009, publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, O presente documento trata das diretrizes para a estruturação
de 12 de novembro de 2009, p. 76; da Rede de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para superar a
LIV -Portaria nº 2978/GM/MS, de 15 de dezembro de 2011, pu- fragmentação da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde e aper-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 16 de dezembro de feiçoar o funcionamento político-institucional do Sistema Único de
2011, p. 89; Saúde (SUS)com vistas a assegurar ao usuário o conjunto de ações e
LV -Portaria nº 2647/GM/MS, de 4 de novembro de 2013, pu- serviços que necessita com efetividade e eficiência.
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 5 de novembro de Esse documento estabelece os fundamentos conceituais e ope-
2013, p. 41; rativos essenciais ao processo de organização da RAS, entendendo
LVI -Portaria nº 2970/GM/MS, de 25 de novembro de 2009, pu- que o seu aprofundamento constituirá uma série de temas técnicos
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 26 de novembro de e organizacionais a serem desenvolvidos, em função da agenda de
2009, p. 48; prioridades e da sua modelagem.
LVII -Portaria nº 176/GM/MS, de 27 de janeiro de 2006, publi- O texto foi elaborado a partir das discussões internas das áreas
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 30 de janeiro de 2006, técnicas do Ministério da Saúde e no Grupo de trabalho de Gestão
p. 76; da Câmara Técnica da Comissão Intergestores Tripartite, composto
LVIII -Portaria nº 2915/GM/MS, de 12 de dezembro de 2011,
com representantes do Conselho Nacional de Secretarias Munici-
publicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 13 de dezembro
pais de Saúde (CONASEMS), do Conselho Nacional de Secretários
de 2011, p. 62;
de Saúde (CONASS) e do Ministério da Saúde (MS).
LIX -Portaria nº 137/GM/MS, de 24 de janeiro de 2014, publi-
O conteúdo dessas orientações está fundamentado no arca-
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 27 de janeiro de 2014,
bouço normativo do SUS, com destaque para as Portarias do Pacto
p. 27;
pela Saúde, a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a Política
LX -Portaria nº 193/GM/MS, de 3 de fevereiro de 2014, publi-
Nacional de Promoção a Saúde (PNPS), na publicação da Regiona-
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 3 de fevereiro de 2014,
lização Solidária e Cooperativa, além das experiências de apoio à
p. 34;
LXI -Portaria nº 794/GM/MS, de 13 de abril de 2011, publicada organização da RAS promovidas pelo Ministério da Saúde (MS) e
no Diário Oficial da União, Seção 1, de 15 de abril de 2011, p. 56; Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) em regiões
LXII -Portaria nº 192/GM/MS, de 31 de janeiro de 2014, publi- de saúde de diversos estados.
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 3 de fevereiro de 2014, O documento está organizado da seguinte forma: justificativa
p. 33; abordando por que organizar rede de atenção à saúde, os principais
LXIII -Portaria nº 190/GM/MS, de 31 de janeiro de 2014, publi- conceitos, fundamentos e atributos da rede de atenção à saúde, os
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 3 de fevereiro de 2014, elementos constitutivos da rede, as principais ferramentas de mi-
p. 33; crogestão dos serviços e, diretrizes com algumas estratégias para a
LXIV -Portaria nº 194/GM/MS, de 31 de janeiro de 2014, publi- implementação da rede de atenção à saúde.
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 3 de fevereiro de 2014,
p. 34; 1. POR QUE ORGANIZAR REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE NO SUS
LXV -Portaria nº 191/GM/MS, de 31 de janeiro de 2014, publi- Embora sejam inegáveis e representativos os avanços alcança-
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 3 de fevereiro de 2014, dos pelo SUS nos últimos anos, torna-se cada vez mais evidente a
p. 33; dificuldade em superar a intensa fragmentação das ações e serviços
LXVI -Portaria nº 195/GM/MS, de 31 de janeiro de 2014, publi- de saúde e qualificar a gestão do cuidado no contexto atual.
cada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 3 de fevereiro de 2014, O modelo de atenção à saúde vigente fundamentado nas ações
p. 35; curativas, centrado no cuidado médico e estruturado com ações e
LXVII -Portaria nº 1046/GM/MS, de 20 de maio de 2016, pu- serviços de saúde dimensionados a partir da oferta, tem se mos-
blicada no Diário Oficial da União, Seção 1, de 23 de maio de 2016, trado insuficiente para dar conta dos desafios sanitários atuais e,
p. 108; insustentável para os enfrentamentos futuros.

75
LEGISLAÇÃO

O cenário brasileiro é caracterizado pela diversidade de contex- No Brasil, o debate em torno da busca por maior integração
tos regionais com marcantes diferenças sócio econômicas e de ne- adquiriu nova ênfase a partir do Pacto pela Saúde, que contempla o
cessidades de saúde da população entre as regiões, agravado pelo acordo firmado entre os gestores do SUS e ressalta a relevância de
elevado peso da oferta privada e seus interesses e pressões sobre o aprofundar o processo de regionalização e de organização do siste-
mercado na área da saúde e pelo desafio de lidar com a complexa ma de saúde sob a forma de Rede como estratégias essenciais para
inter-relação entre acesso, escala, escopo, qualidade, custo e efeti- consolidar os princípios de Universalidade, Integralidade e Equida-
vidade que demonstram a complexidade do processo de constitui- de, se efetivando em três dimensões:
ção de um sistema unificado e integrado no país. Pacto Pela Vida: compromisso com as prioridades que apresen-
Consequentemente, a organização da atenção e da gestão do tam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira;
SUS expressa o cenário apresentado e se caracteriza por inten- Pacto em Defesa do SUS: compromisso com a consolidação os
sa fragmentação de serviços, programas, ações e práticas clínicas fundamentos políticos e princípios constitucionais do SUS.
demonstrado por: (1) lacunas assistenciais importantes; (2) finan- Pacto de Gestão: compromisso com os princípios e diretrizes
ciamento público insuficiente, fragmentado e baixa eficiência no para a descentralização, regionalização, financiamento, planeja-
emprego dos recursos, com redução da capacidade do sistema de mento, programação pactuada e integrada, regulação, participação
prover integralidade da atenção à saúde; (3) configuração inade- social, gestão do trabalho e da educação em saúde.
quada de modelos de atenção, marcada pela incoerência entre a O Pacto de Gestão estabeleceu o espaço regional como lócus
oferta de serviços e a necessidade de atenção, não conseguindo privilegiado de construção das responsabilidades pactuadas, uma
acompanhar a tendência de declínio dos problemas agudos e de as- vez que é esse espaço que permite a integração de políticas e pro-
censão das condições crônicas; (4) fragilidade na gestão do trabalho gramas por meio da ação conjunta das esferas federal, estadual e
com o grave problema de precarização e carência de profissionais municipal.
em número e alinhamento com a política pública; (5) a pulverização A construção dessa forma de relações intergovernamentais no
SUS requer o cumprimento das responsabilidades assumidas e me-
dos serviços nos municípios; e (6) pouca inserção da Vigilância e
tas pactuadas, sendo cada esfera de governo co-responsável pela
Promoção em Saúde no cotidiano dos serviços de atenção, especial-
gestão do conjunto de políticas com responsabilidades explicitadas.
mente na Atenção Primária em Saúde (APS).
Em sintonia com o Pacto pela Saúde, foi aprovada a Política Na-
Considera-se, ainda, o atual perfil epidemiológico brasileiro, ca-
cional de Atenção Básica (PNAB) e a Política Nacional de Promoção
racterizado por uma tripla carga de doença que envolve a persistên- à Saúde (PNPS), ambas voltadas para a configuração de um modelo
cia de doenças parasitárias, infecciosas e desnutrição características de atenção capaz de responder as condições crônicas e as condi-
de países subdesenvolvidos, importante componente de problemas ções agudas e promover ações de vigilância e promoção a saúde,
de saúde reprodutiva com mortes maternas e óbitos infantis por efetivando a APS como eixo estruturante da RAS no SUS.
causas consideradas evitáveis, e o desafio das doenças crônicas e No campo das políticas públicas, comprometida com a garan-
seus fatores de risco como sedentarismo, tabagismo, alimentação tia de oferecer acesso equânime ao conjunto de ações e serviços
inadequada, obesidade e o crescimento das causas externas em de- de saúde, a organização do Sistema em rede possibilita a constru-
corrência do aumento da violência e dos acidentes de trânsito, tra- ção de vínculos de solidariedade e cooperação. Nesse processo, o
zendo a necessidade de ampliação do foco da atenção para o ma- desenvolvimento da Rede de Atenção à Saúde é reafirmado como
nejo das condições crônicas, mas atendendo, concomitantemente, estratégia de reestruturação do sistema de saúde, tanto no que se
as condições agudas. refere a sua organização, quanto na qualidade e impacto da atenção
Superar os desafios e avançar na qualificação da atenção e da prestada, e representa o acúmulo e o aperfeiçoamento da política
gestão em saúde requer forte decisão dos gestores do SUS, enquan- de saúde com aprofundamento de ações efetivas para a consolida-
to protagonistas do processo instituidor e organizador do sistema ção do SUS como política pública voltada para a garantia de direitos
de saúde. Essa decisão envolve aspectos técnicos, éticos, culturais, constitucionais de cidadania.
mas, principalmente, implica no cumprimento do pacto político co-
operativo entre as instâncias de gestão do Sistema, expresso por 2. CONCEITOS
uma “associação fina da técnica e da política”, para garantir os in- A Rede de Atenção à Saúde é definida como arranjos organi-
vestimentos e recursos necessários à mudança. zativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tec-
A solução está em inovar o processo de organização do sistema nológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico,
de saúde, redirecionando suas ações e serviços no desenvolvimen- logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.
to da RAS para produzir impacto positivo nos indicadores de saúde O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações
da população. e serviços de saúde com provisão de atenção contínua, integral, de
Experiências têm demonstrado que a organização da RAS ten- qualidade, responsável e humanizada, bem como incrementar o
desempenho do Sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia
do a APS como coordenadora do cuidado e ordenadora da rede,
clínica e sanitária; e eficiência econômica.
se apresenta como um mecanismo de superação da fragmentação
Caracteriza-se pela formação de relações horizontais entre os
sistêmica; são mais eficazes, tanto em termos de organização inter-
pontos de atenção com o centro de comunicação na Atenção Primá-
na (alocação de recursos, coordenação clínica, etc.), quanto em sua
ria à Saúde (APS), pela centralidade nas necessidades em saúde de
capacidade de fazer face aos atuais desafios do cenário socioeconô- uma população, pela responsabilização na atenção contínua e inte-
mico, demográfico, epidemiológico e sanitário. gral, pelo cuidado multiprofissional, pelo compartilhamento de ob-
jetivos e compromissos com os resultados sanitários e econômicos.

76
LEGISLAÇÃO

Fundamenta-se na compreensão da APS como primeiro nível Passar de uma abordagem populacional isolada (hospitais ou
de atenção, enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários centros de saúde) para uma contratualização de âmbito da região
sobre os problemas mais comuns de saúde e a partir do qual se rea- de saúde, seguindo critérios de adscrição da população estratifica-
liza e coordena o cuidado em todos os pontos de atenção. da por grau de risco, e abordando os diversos estabelecimentos de
Os pontos de atenção à saúde são entendidos como espaços saúde em termos de uma rede de cuidados;
onde se ofertam determinados serviços de saúde, por meio de uma O contínuo aumento dos gastos para a prestação de serviços
produção singular. de alto custo devido ao tratamento tardio de condições e agravos
São exemplos de pontos de atenção à saúde: os domicílios, as sensíveis à APS, pela introdução de ferramentas de microgestão e
unidades básicas de saúde, as unidades ambulatoriais especializa- incentivos financeiros para pagamento por desempenho individual
das, os serviços de hemoterapia e hematologia, os centros de apoio e institucional;
psicossocial, as residências terapêuticas, entre outros. Os hospitais Promover a participação efetiva do cidadão e da comunidade
podem abrigar distintos pontos de atenção à saúde: o ambulató- no processo de contratualização, nomeadamente através da parti-
rio de pronto atendimento, a unidade de cirurgia ambulatorial, o cipação organizada e permanente dos utentes.
centro cirúrgico, a maternidade, a unidade de terapia intensiva, a Considerando a necessidade de fortalecimento da APS vigente,
unidade de hospital/dia, entre outros. no que se refere à prática dos seus atributos essenciais, a contratu-
Todos os pontos de atenção a saúde são igualmente importan- alização das ações de saúde a partir do primeiro nível de atenção,
tes para que se cumpram os objetivos da rede de atenção à saúde e tem sido apontada como instrumento potente para induzir respon-
se diferenciam, apenas, pelas distintas densidades tecnológicas que sabilização e qualidade, sempre no sentido de alcançar melhores
os caracterizam. resultados em saúde.
Para assegurar seu compromisso com a melhora de saúde da Adicionalmente, estratégias de articulação como a análise da
população, integração e articulação na lógica do funcionamento da situação de saúde; a interoperabilidade entre os vários sistemas
RAS, com qualidade e eficiência para os serviços e para o Sistema, de informação; a existência de complexos reguladores; as ações de
faz-se necessária a criação de mecanismos formais de contratuali- educação permanente e de educação popular em saúde e o pla-
zação entre os entes reguladores / financiadores e os prestadores nejamento participativo são igualmente importantes para superar
de serviço. para a implementação de um modelo de atenção de saúde pautado
Quando esses contratos abrangem todos os pontos de atenção na defesa da vida.
da rede o Sistema passa a operar em modo de aprendizagem, ou Os problemas vivenciados na área de educação e da gestão do
seja, a busca contínua por uma gestão eficaz, eficiente e qualifica- trabalho necessitam de ações estratégicas. Nesta concepção, o tra-
da, de forma a proporcionar a democratização e a transparência ao balho deve ser visto como uma categoria central para uma política
SUS. de valorização dos trabalhadores de saúde. É necessário visualizar
A contratualização/contratos de gestão, nesse contexto, pode
o trabalho como um espaço de construção de sujeitos e de subjeti-
ser definida como o modo de pactuação da demanda quantitativa
vidades, um ambiente que tem pessoas, sujeitos, coletivos de sujei-
e qualitativa na definição clara de responsabilidades, de objetivos
tos, que inventam mundos e se inventam e, sobretudo, produzem
de desempenho, incluindo tanto os sanitários, quanto os econômi-
saúde.
cos, resultando dessa negociação um compromisso explícito entre
Portanto, o trabalho é um lugar de criação, invenção e, ao mes-
ambas as partes. Esse processo deve resultar, ainda, na fixação de
mo tempo, um território vivo com múltiplas disputas no modo de
critérios e instrumentos de acompanhamento e avaliação de resul-
produzir saúde. Por isso, a necessidade de implementar a práxis
tados, metas e indicadores definidos. Dentre os objetivos da contra-
(ação-reflexão-ação) nos locais de trabalho para a troca e o cruza-
tualização destacam-se:
mento com os saberes das diversas profissões.
Melhorar o nível de saúde da população;
Responder com efetividade às necessidades em saúde; É importante ressaltar que na disputa dos interesses, o que
Obter um efetivo e rigoroso controle sobre o crescimento das deve permanecer é o interesse do usuário cidadão. Portanto, os
despesas de origem pública com a saúde; problemas de saúde da população e a busca de soluções no territó-
Alcançar maior eficiência gestora no uso de recursos escassos, rio circunscrito devem ser debatidos nas equipes multiprofissionais.
maximizando o nível de bem-estar; Além da valorização do espaço do trabalho, há necessidade de
Coordenar as atividades das partes envolvidas; buscar alternativas para os problemas relacionados a não valoriza-
Assegurar a produção de um excedente cooperativo; ção dos trabalhadores de saúde. Assim, todos os profissionais de
Distribuir os frutos da cooperação; saúde podem e devem fazer a clínica ampliada, pois escutar, avaliar
Assegurar que os compromissos sejam cumpridos; e e se comprometer na busca do cuidado integral em saúde são res-
Disponibilizar, em tempo útil, a informação de produção, finan- ponsabilidades de toda profissão da área de saúde.
ciamento, desempenho, qualidade e acesso, de forma a garantir Além disso, é preciso considerar e valorizar o poder terapêutico
adequados níveis de informação ao cidadão. da escuta e da palavra, o poder da educação em saúde e do apoio
Para atingir esses objetivos as partes adotam em três áreas de matricial a fim de construir modos para haver a correponsabilização
aplicação que são: cuidados primários, atenção especializada (am- do profissional e do usuário.
bulatorial e hospitalar) e cuidados de urgência e emergência. O trabalho vivo reside principalmente nas relações que são es-
A inovação desse modelo de contrato de gestão está em “con- tabelecidas no ato de cuidar. É o momento de se pensar o projeto
tratualizar a saúde e não apenas cuidados de saúde, obtendo ma- terapêutico singular, com base na escuta e na responsabilização
croeficiência para o conjunto do sistema” - e para a superação de com o cuidado. O foco do trabalho vivo deve ser as relações estabe-
problemas cruciais como: lecidas no ato de cuidar que são: o vínculo, a escuta, a comunicação

77
LEGISLAÇÃO

e a responsabilização com o cuidado. Os equipamentos e o conheci- Disponibilidade de Recursos - é outro fator importante para o
mento estruturado devem ser utilizados a partir desta relação e não desenvolvimento da RAS. Recursos escassos, sejam humanos ou fí-
o contrário como tem sido na maioria dos casos. sicos, devem ser concentrados, ao contrário dos menos escassos,
que devem ser desconcentrados.
3. FUNDAMENTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE 3.2 Integração Vertical e Horizontal
Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns fun- Na construção da RAS devem ser observados os conceitos de
damentos precisam ser considerados: integração vertical e horizontal, que vêm da teoria econômica e es-
3.1 Economia de Escala, Qualidade, Suficiência, Acesso e Dispo- tão associados à concepções relativas às cadeias produtivas.
nibilidade de Recursos Integração Vertical - consiste na articulação de diversas organi-
Economia de escala, qualidade e acesso são a lógica fundamen- zações ou unidades de produção de saúde responsáveis por ações e
tal na organização da rede de atenção à saúde. serviços de natureza diferenciada, sendo complementar (agregan-
A Economia de Escala - ocorre quando os custos médios de do resolutividade e qualidade neste processo).
longo prazo diminuem, à medida que aumenta o volume das ativi- Integração Horizontal: consiste na articulação ou fusão de uni-
dades e os custos fixos se distribuem por um maior número dessas dades e serviços de saúde de mesma natureza ou especialidade. É
atividades, sendo o longo prazo, um período de tempo suficiente utilizada para otimizar a escala de atividades, ampliar a cobertura
para que todos os insumos sejam variáveis. Desta forma, a concen- e a eficiência econômica na provisão de ações e serviços de saúde
tração de serviços em determinado local racionaliza custos e otimi- através de ganhos de escala (redução dos custos médios totais em
za resultados, quando os insumos tecnológicos ou humanos relati- relação ao volume produzido) e escopo (aumento do rol de ações
vos a estes serviços inviabilizem sua instalação em cada município da unidade).
isoladamente.
3.3 Processos de Substituição
Qualidade - um dos objetivos fundamentais do sistema de
São definidos como o reagrupamento contínuo de recursos en-
atenção á saúde e da RAS é a qualidade na prestação de serviços de
tre e dentro dos serviços de saúde para explorar soluções melhores
saúde. A qualidade na atenção em saúde pode ser melhor compre-
e de menores custos, em função das demandas e das necessidades
endida com o conceito de graus de excelência do cuidado que pres-
supõe avanços e retrocessos nas seis dimensões, a saber: segurança da população e dos recursos disponíveis.
(reconhecer e evitar situações que podem gerar danos enquanto Esses processos são importantes para se alcançar os objetivos
se tenta prevenir, diagnosticar e tratar); efetividade (utilizar-se do da RAS, no que se refere a prestar a atenção certa, no lugar certo,
conhecimento para implementar ações que fazem a diferença, que com o custo certo e no tempo certo.
produzem benefícios claros aos usuários); centralidade na pessoa A substituição pode ocorrer nas dimensões da localização, das
(usuários devem ser respeitados nos seus valores e expectativas, e competências clínicas, da tecnologia e da clínica. Ex: mudar o local
serem envolvidos e pró-ativos no cuidado à saúde); pontualidade da atenção prestada do hospital para o domicílio; transição do cui-
(cuidado no tempo certo, buscando evitar atrasos potencialmente dado profissional para o auto-cuidado; delegação de funções entre
danosos); eficiência (evitar desperdício ou ações desnecessárias e os membros da equipe multiprofissional, etc.
não efetivas), e equidade (características pessoais, como local de 3.4 Região de Saúde ou Abrangência
residência, escolaridade, poder aquisitivo, dentre outras, não de- A organização da RAS exige a definição da região de saúde, que
vem resultar em desigualdades no cuidado à saúde). implica na definição dos seus limites geográficos e sua população e
Suficiência - significa o conjunto de ações e serviços disponíveis no estabelecimento do rol de ações e serviços que serão ofertados
em quantidade e qualidade para atender às necessidades de saúde nesta região de saúde. As competências e responsabilidades dos
da população e inclui cuidados primários, secundários, terciários, pontos de atenção no cuidado integral estão correlacionadas com
reabilitação, preventivos e paliativos, realizados com qualidade. abrangência de base populacional, acessibilidade e escala para con-
Acesso - ausência de barreiras geográficas, financeiras, organi- formação de serviços.
zacionais, socioculturais, étnicas e de gênero ao cuidado. Deverão A definição adequada da abrangência dessas regiões é essen-
ser estabelecidas alternativas específicas na relação entre acesso, cial para fundamentar as estratégias de organização da RAS, deven-
escala, escopo, qualidade e custo, para garantir o acesso, nas si- do ser observadas as pactuações entre o estado e o município para
tuações de populações dispersas de baixa densidade populacional, o processo de regionalização e parâmetros de escala e acesso.
com baixíssima oferta de serviços. O acesso pode se analisado atra- 3.5 Níveis de Atenção
vés da disponibilidade, comodidade e aceitabilidade do serviço pe- Fundamentais para o uso racional dos recursos e para estabele-
los usuários: cer o foco gerencial dos entes de governança da RAS, estruturam-se
A disponibilidade diz respeito à obtenção da atenção necessá-
por meio de arranjos produtivos conformados segundo as densida-
ria ao usuário e sua família, tanto nas situações de urgência/emer-
des tecnológicas singulares, variando do nível de menor densidade
gência quanto de eletividade.
(APS), ao de densidade tecnológica intermediária, (atenção secun-
A comodidade está relacionada ao tempo de espera para o
dária à saúde), até o de maior densidade tecnológica (atenção ter-
atendimento, a conveniência de horários, a forma de agendamento,
a facilidade de contato com os profissionais, o conforto dos ambien- ciária à saúde).
tes para atendimento, entre outros.
A aceitabilidade está relacionada à satisfação dos usuários 4. ATRIBUTOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
quanto à localização e à aparência do serviço, à aceitação dos usu- Considera-se que não há como prescrever um modelo organi-
ários quanto ao tipo de atendimento prestado e, também, a aceita- zacional único para as RAS, contudo as evidências mostram que o
ção dos usuários quanto aos profissionais responsáveis pelo aten- conjunto de atributos apresentados a seguir são essenciais ao seu
dimento. funcionamento:

78
LEGISLAÇÃO

1. População e território definidos com amplo conhecimento Os problemas ou condições de saúde estão em sujeitos, em
de suas necessidades e preferências que determinam a oferta de pessoas, por isso, a clínica do sujeito é a principal ampliação da clí-
serviços de saúde; nica, que possibilita o aumento do grau de autonomia dos usuários,
2. Extensa gama de estabelecimentos de saúde que presta ser- cabendo uma decisão compartilhada do projeto terapêutico.
viços de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, gestão de A gestão da clínica aqui compreendida implica “a aplicação de
casos, reabilitação e cuidados paliativos e integra os programas fo- tecnologias de micro-gestão dos serviços de saúde com a finalidade
calizados em doenças, riscos e populações específicas, os serviços de: a) assegurar padrões clínicos ótimos; b) aumentar a eficiência;
de saúde individuais e os coletivos; c) diminuir os riscos para os usuários e para os profissionais; d) pres-
3. Atenção Primária em Saúde estruturada como primeiro nível tar serviços efetivos; e e) melhorar a qualidade da atenção à saúde”.
de atenção e porta de entrada do sistema, constituída de equipe Como subsídio à gestão da clínica utiliza-se a análise da situ-
multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coorde- ação de saúde em que o objetivo é a identificação e estratificação
nando o cuidado, e atendendo as suas necessidades de saúde; de riscos em grupos individuais expostos a determinados fatores e
4. Prestação de serviços especializados em lugar adequado; condições que os colocam em situação de prioridade para a dispen-
5. Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do sação de cuidados de saúde, sejam eles preventivos, promocionais
cuidado e integração assistencial por todo o contínuo da atenção; ou assistenciais.
6. Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na co- A gestão clínica dispõe de ferramentas de microgestão que per-
munidade, tendo em conta as particularidades culturais, gênero, mitem integrar verticalmente os pontos de atenção e conformar a
assim como a diversidade da população; RAS. As ferramentas de microgestão partem das tecnologias-mãe,
7. Sistema de governança único para toda a rede com o propó- as diretrizes clínicas, para, a partir delas, desenhar a RAS e ofertar
sito de criar uma missão, visão e estratégias nas organizações que outras ferramentas como a gestão da condição de saúde, gestão de
compõem a região de saúde; definir objetivos e metas que devam casos, auditoria clínica e as listas de espera.
ser cumpridos no curto, médio e longo prazo; articular as políticas Diretrizes clínicas - entendidas como recomendações que
institucionais; e desenvolver a capacidade de gestão necessária orientam decisões assistenciais, de prevenção e promoção, como
para planejar, monitorar e avaliar o desempenho dos gerentes e de organização de serviços para condições de saúde de relevância
das organizações; sanitária, elaboradas a partir da compreensão ampliada do proces-
8. Participação social ampla; so saúde-doença, com foco na integralidade, incorporando as me-
9. Gestão integrada dos sistemas de apoio administrativo, clí- lhores evidências da clínica, da saúde coletiva, da gestão em saúde
nico e logístico; e da produção de autonomia. As diretrizes desdobram-se em Guias
10. Recursos humanos suficientes, competentes, comprometi- de Prática Clínica/Protocolos Assistenciais, orientam as Linhas de
dos e com incentivos pelo alcance de metas da rede; Cuidado e viabilizam a comunicação entre as equipes e serviços,
11. Sistema de informação integrado que vincula todos os programação de ações e padronização de determinados recursos.
membros da rede, com identificação de dados por sexo, idade, lugar Linhas de Cuidado (LC) - uma forma de articulação de recursos
de residência, origem étnica e outras variáveis pertinentes; e das práticas de produção de saúde, orientadas por diretrizes clí-
12. Financiamento tripartite, garantido e suficiente, alinhado nicas, entre as unidades de atenção de uma dada região de saúde,
com as metas da rede; para a condução oportuna, ágil e singular, dos usuários pelas pos-
13. Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saú- sibilidades de diagnóstico e terapia, em resposta às necessidades
de e da equidade em saúde; e epidemiológicas de maior relevância. Visa à coordenação ao longo
14. Gestão baseada em resultado. do contínuo assistencial, através da pactuação/contratualização e a
A integração dos sistemas de saúde deve ser entendida como conectividade de papéis e de tarefas dos diferentes pontos de aten-
um contínuo e não como uma situação de extremos opostos entre ção e profissionais. Pressupõem uma resposta global dos profissio-
integração e não integração. Dessa forma, existem graus de integra- nais envolvidos no cuidado, superando as respostas fragmentadas.
ção, que variam da fragmentação absoluta à integração total. Por A implantação de LC deve ser a partir das unidades da APS, que têm
sua vez, a integração é um meio para melhorar o desempenho do a responsabilidade da coordenação do cuidado e ordenamento da
sistema, de modo que os esforços justificam-se na medida em que rede. Vários pressupostos devem ser observados para a efetivação
conduzam a serviços mais acessíveis, de maior qualidade, com me- das LC, como garantia dos recursos materiais e humanos necessá-
lhor relação custo-benefício e satisfaçam aos usuários (OPAS, 2009). rios à sua operacionalização; integração e co-responsabilização das
unidades de saúde; interação entre eipes; processos de educação
5. PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MICRO GESTÃO DOS SERVIÇOS permanente; gestão de compromissos pactuados e de resultados.
A Rede de Atenção à Saúde organiza-se a partir de um proces- Tais aspectos devem ser de responsabilidade de grupo técnico, com
so de gestão da clínica associado ao uso de critérios de eficiência acompanhamento da gestão regional.
microeconômica na aplicação de recursos, mediante planejamento, Gestão da condição da saúde - é a mudança de um modelo
gestão e financiamento intergovernamentais cooperativos, volta- de atenção à saúde focada no indivíduo, por meio de procedimen-
dos para o desenvolvimento de soluções integradas de política de tos curativos e reabilitadores, para uma abordagem baseada numa
saúde. população adscrita, que identifica pessoas em risco de adoecer ou
É preciso ampliar o objeto de trabalho da clínica para além das adoecidas, com foco na promoção da saúde e/ou ação preventi-
doenças, visando compreender os problemas de saúde, ou seja, en- va, ou a atenção adequada, com intervenção precoce, com vistas
tender as situações que ampliam o risco ou a vulnerabilidade das a alcançar melhores resultados e menores custos. Sua premissa é
pessoas. a melhoria da qualidade da atenção à saúde em toda a RAS. Para

79
LEGISLAÇÃO

tanto, engloba o conjunto de pontos de atenção à saúde, com o transportes compartilhados do território. Assim, a população sob
objetivo de alcançar bons resultados clínicos, a custos compatíveis, responsabilidade de uma rede é a que ocupa a região de saúde de-
com base em evidência disponível na literatura científica. Pode ser finida pelo Plano Diretor de Regionalização e Investimentos (PDRI).
definida como a gestão de processos de uma condição ou doença A região de saúde deve ser bem definida, baseada em parâme-
que envolve intervenções na promoção da saúde, na prevenção da tros espaciais e temporais que permitam assegurar que as estrutu-
condição ou doença e no seu tratamento e reabilitação. ras estejam bem distribuídas territorialmente, garantindo o tempo/
A gestão dos riscos coletivos e ambientais passa pela vigilân- resposta necessário ao atendimento, melhor proporção de estru-
cia, prevenção e controle das doenças, agravos e fatores de risco, tura/população/território e viabilidade operacional sustentável.
onde o foco é a identificação oportuna de problemas de saúde na 6.2 Estrutura Operacional
população, a identificação das causas e fatores desencadeantes, a A estrutural operacional da RAS é constituída pelos diferentes
descrição do comportamento, a proposição de medidas para o con- pontos de atenção à saúde, ou seja, lugares institucionais onde se
trole ou eliminação e o desencadeamento das ações. Os problemas ofertam serviços de saúde e pelas ligações que os comunicam.
podem se manifestar através de doenças transmissíveis, doenças Os componentes que estruturam a RAS incluem: APS - centro
crônicas não transmissíveis, agravos à saúde como as violências, ex- de comunicação; os pontos de atenção secundária e terciária; os
posição a produtos danosos à saúde, alterações do meio ambiente, sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o sistema de governança.
ou ambiente de trabalho, entre outros. APS - Centro de Comunicação
Gestão de caso - é um processo que se desenvolve entre o pro- A Atenção Primária à Saúde é o centro de comunicação da RAS
fissional responsável pelo caso e o usuário do serviço de saúde para e tem um papel chave na sua estruturação como ordenadora da
planejar, monitorar e avaliar ações e serviços, de acordo com as ne- RAS e coordenadora do cuidado.
cessidades da pessoa, com o objetivo de propiciar uma atenção de Para cumprir este papel, a APS deve ser o nível fundamental de
qualidade e humanizada. Seus objetivos são: a) atender às neces- um sistema de atenção à saúde, pois constitui o primeiro contato
sidades e expectativas de usuários em situação especial; b) prover de indivíduos, famílias e comunidades com o sistema, trazendo os
o serviço certo ao usuário no tempo certo; c) aumentar a qualidade serviços de saúde o mais próximo possível aos lugares de vida e tra-
do cuidado; e d) diminuir a fragmentação da atenção. É, portanto, balho das pessoas e significa o primeiro elemento de um processo
uma relação personalizada entre o profissional responsável pelo contínuo de atenção.
caso e o usuário de um serviço de saúde. Deve exercer um conjunto de ações de saúde, no âmbito indi-
Auditoria clínica - segundo BERWICK E KNAPP, 1990, há três en- vidual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a
foques principais de auditoria clínica: auditoria implícita, que utiliza prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e
opinião de experts para avaliar a prática de atenção à saúde; a au- a manutenção da saúde.
ditoria explícita, que avalia a atenção prestada contrastando-a com A coordenação do cuidado é desenvolvida por meio do exer-
critérios pré-definidos, especialmente nas diretrizes clínicas; e a au- cício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participati-
ditoria por meio de eventos- sentinela. A auditoria clínica consiste vas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de
na análise crítica e sistemática da qualidade da atenção à saúde, territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade
incluindo os procedimentos usados no diagnóstico e tratamento, sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em
o uso dos recursos e os resultados para os pacientes em todos os que vivem essas populações.
pontos de atenção, observada a utilização dos protocolos clínicos Cabe a APS integrar verticalmente os serviços que, normalmen-
estabelecidos. Essa auditoria não deve ser confundida com a audi- te são ofertados de forma fragmentada, pelo sistema de saúde con-
toria realizada pelo Sistema Nacional de Auditoria (SNA). vencional.
Lista de espera - pode ser conceituada como uma tecnologia Uma atenção primária de qualidade, como parte integrante da
que normatiza o uso de serviços em determinados pontos de aten- Rede de atenção à saúde estrutura-se segundo sete atributos e três
ção à saúde, estabelecendo critérios de ordenamento por necessi- funções:
dades e riscos, promovendo a transparência, ou seja, constituem Atributos - Primeiro Contato; Longitudinalidade; Integralida-
uma tecnologia de gestão da clínica orientada a racionalizar o aces- de; Coordenação; Centralidade na Família; Abordagem Familiar e
so a serviços em que exista um desequilíbrio entre a oferta e a de- Orientação Comunitária.
manda. O Primeiro Contato: evidências demonstram que o primeiro
contato, pelos profissionais da APS, leva a uma atenção mais apro-
6. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE priada e a melhores resultados de saúde a custos totais mais baixos.
A operacionalização da RAS se dá pela interação dos seus três A Longitudinalidade: deriva da palavra longitudinal e é defini-
elementos constitutivos: população/região de saúde definidas, es- da como “lidar com o crescimento e as mudanças de indivíduos ou
trutura operacional e por um sistema lógico de funcionamento de- grupos no decorrer de um período de anos” (STARFIELD, 2002). É
terminado pelo modelo de atenção à saúde. uma relação pessoal de longa duração entre profissionais de saú-
6.1 População e Região de Saúde de e usuários em suas unidades de saúde, independente do pro-
Para preservar, recuperar e melhorar a saúde das pessoas e da blema de saúde ou até mesmo da existência de algum problema.
comunidade, as RAS deve ser capazes de identificar claramente a Está associada a diversos benefícios: menor utilização dos serviços;
população e a área geográfica sob sua responsabilidade. O Pacto melhor atenção preventiva; atenção mais oportuna e adequada;
pela Saúde define as regiões de saúde como espaços territoriais menos doenças evitáveis; melhor reconhecimento dos problemas
complexos, organizados a partir de identidades culturais, eco- dos usuários; menos hospitalizações; custos totais mais baixos. Os
nômicas e sociais, de redes de comunicação e infra-estrutura de maiores benefícios estão relacionados ao vínculo com o profissional

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LEGISLAÇÃO

ou equipe de saúde e ao manejo clínico adequado dos problemas Responsabilização: visa responsabilizar-se pela saúde dos usuá-
de saúde, através da adoção dos instrumentos de gestão da clínica rios em qualquer ponto de atenção à saúde em que estejam.
- diretriz clínica e gestão de patologias. Pontos de Atenção Secundários e Terciários:
A Integralidade da Atenção: a integralidade exige que a APS re- Somente os serviços de APS não são suficientes para atender
conheça as necessidades de saúde da população e os recursos para às necessidades de cuidados em saúde da população. Portanto, os
abordá-las. A APS deve prestar, diretamente, todos os serviços para serviços de APS devem ser apoiados e complementados por pontos
as necessidades comuns e agir como um agente para a prestação de de atenção de diferentes densidades tecnológicas para a realização
serviços para as necessidades que devam ser atendidas em outros de ações especializadas (ambulatorial e hospitalar), no lugar e tem-
pontos de atenção. A integralidade da atenção é um mecanismo po certos.
importante porque assegura que os serviços sejam ajustados às ne-
cessidades de saúde da população. Sistemas de Apoio
A Coordenação: é um “estado de estar em harmonia numa São os lugares institucionais da rede onde se prestam serviços
ação ou esforço comum” (SARFIELD, 2002). É um desafio para os comuns a todos os pontos de atenção à saúde. São constituídos pe-
profissionais e equipes de saúde da APS, pois nem sempre têm los sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico (patologia clínica,
acesso às informações dos atendimentos de usuários realizados em imagens, entre outros); pelo sistema de assistência farmacêutica
outros pontos de atenção e, portanto, a dificuldade de viabilizar a que envolve a organização dessa assistência em todas as suas eta-
continuidade do cuidado. A essência da coordenação é a disponi- pas: seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribui-
bilidade de informação a respeito dos problemas de saúde e dos ção, prescrição, dispensação e promoção do uso racional de medi-
serviços prestados. Os prontuários clínicos eletrônicos e os sistemas camentos; e pelos sistemas de informação em saúde.
informatizados podem contribuir para a coordenação da atenção, Sistemas Logísticos
quando possibilitam o compartilhamento de informações referen- Os sistemas logísticos são soluções em saúde, fortemente an-
tes ao atendimento dos usuários nos diversos pontos de atenção, coradas nas tecnologias de informação, e ligadas ao conceito de in-
entre os profissionais da APS e especialistas. tegração vertical.
A Centralidade na Família: remete ao conhecimento pela equi- Consiste na efetivação de um sistema eficaz de referência e
pe de saúde dos membros da família e dos seus problemas de saú- contrarreferência de pessoas e de trocas eficientes de produtos e
de. No Brasil, atualmente, tem se adotado um conceito ampliado e de informações ao longo dos pontos de atenção à saúde e dos sis-
a família é reconhecida como um grupo de pessoas que convivam
temas de apoio na rede de atenção à saúde. Estão voltados para
sobre o mesmo teto, que possuam entre elas uma relação de pa-
promover a integração dos pontos de atenção à saúde. Os princi-
rentesco primordialmente pai e/ou mãe e filhos consanguíneos ou
pais sistemas logísticos da rede de atenção à saúde são: os sistemas
não, assim como as demais pessoas significativas que convivam na
de identificação e acompanhamento dos usuários; as centrais de
mesma residência, qualquer que seja ou não o grau de parentesco.
regulação, registro eletrônico em saúde e os sistemas de transpor-
A centralização na família requer mudança na prática das equi-
tes sanitários.
pes de saúde, através da abordagem familiar. A equipe de saúde re-
Sistema de Governança
aliza várias intervenções personalizadas ao longo do tempo, a partir
A governança é definida pela Organização das Nações Unidas
da compreensão da estrutura familiar.
como o exercício da autoridade política, econômica e administra-
A Abordagem Familiar: deve ser empregada em vários mo-
mentos, como, por exemplo, na realização do cadastro das famí- tiva para gerir os negócios do Estado. Constitui-se de complexos
lias, quando das mudanças de fase do ciclo de vida das famílias, mecanismos, processos, relações e instituições através das quais
do surgimento de doenças crônicas ou agudas de maior impacto. os cidadãos e os grupos sociais articulam seus interesses, exercem
Estas situações permitem que a equipe estabeleça um vínculo com seus direitos e obrigações e mediam suas diferenças (RONDINELLI,
o usuá- rio e sua família de forma natural, facilitando a aceitação 2006).
quanto à investigação e intervenção, quando necessária. A governança da RAS é entendida como a capacidade de inter-
A Orientação Comunitária: a APS com orientação comunitária venção que envolve diferentes atores, mecanismos e procedimen-
utiliza habilidades clínicas, epidemiológicas, ciências sociais e pes- tos para a gestão regional compartilhada da referida rede. Nesse
quisas avaliativas, de forma complementar para ajustar os progra- contexto, o Colegiado de Gestão Regional desempenha papel im-
mas para que atendam às necessidades específicas de saúde de portante, como um espaço permanente de pactuação e co-gestão
uma população definida. Para tanto, faz-se necessário: solidária e cooperativa onde é exercida a governança, a negociação
Definir e caracterizar a comunidade; e a construção de consensos, que viabilizem aos gestores interpre-
Identificar os problemas de saúde da comunidade; tarem a realidade regional e buscarem a conduta apropriada para a
Modificar programas para abordar estes problemas; resolução dos problemas comuns de uma região.
Monitorar a efetividade das modificações do programa. Exercer uma governança solidária nas regiões de saúde impli-
Funções - Resolubilidade, Organização e Responsabilização. ca o compartilhamento de estruturas administrativas, de recursos,
A Atenção Primária à Saúde deve cumprir três funções essen- sistema logístico e apoio, e de um processo contínuo de monitora-
ciais (MENDES, 2002): mento e avaliação da Rede de Atenção à Saúde. Assim, a governan-
Resolução: visa resolver a grande maioria dos problemas de ça da RAS é diferente da gerência dos pontos de atenção à saúde,
saúde da população; dos sistemas de apoio e dos logísticos.
Organização: visa organizar os fluxos e contrafluxos dos usuá-
rios pelos diversos pontos de atenção à saúde, no sistema de ser-
viços de saúde;

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LEGISLAÇÃO

O exercício da governança implica, ainda, o enfrentamento Além do modelo de alocação, torna-se necessário também o
de questões políticas e estruturais do processo de regionalização, dimensionamento e a garantia de um volume de recursos compa-
como as relações federativas, as relações público-privadas, as capa- tível com as necessidades de investimento na Rede de atenção à
cidades internas de gestão, a sustentabilidade financeira, a regula- saúde.
ção da atenção e o estabelecimento de padrões de qualidade para a Da mesma forma, é necessário buscar a unificação dos proces-
provisão de serviços (públicos e privados), bem como os padrões de sos decisórios relativos aos investimentos, que se devem pautar
gestão e desempenho das unidades de saúde, entre outros. pelos critérios de ampliação do acesso, integralidade e equidade
No processo de governança são utilizados instrumentos e me- na organização da estrutura regional de atenção à saúde e susten-
canismos de natureza operacional, tais como: roteiros de diagnós- tabilidade, materializados nos Planos Diretores de Regionalização e
tico, planejamento e programações regionais, sistemas de informa- Investimentos.
ção e identificação dos usuários, normas e regras de utilização de 6.3 Modelo de Atenção à Saúde
serviços, processos conjuntos de aquisição de insumos, complexos O modelo de atenção à saúde é um sistema lógico que organiza
reguladores, contratos de serviços, sistemas de certificação/acredi- o funcionamento da RAS, articulando, de forma singular, as relações
tação, sistema de monitoramento e avaliação, comissões/câmaras entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos, os
técnicas temáticas, etc. focos das intervenções do sistema de atenção à saúde e os diferen-
Alguns desses mecanismos podem ser viabilizados por inter- tes tipos de intervenções sanitárias, definido em função da visão
médio de consórcio público de saúde, que se afigura como uma al- prevalecente da saúde, das situações demográficas e epidemiológi-
ternativa de apoio e fortalecimento da cooperação interfederativa cas e dos determinantes sociais da saúde, vigentes em determinado
para o desenvolvimento de ações conjuntas e de objetivos de inte- tempo e em determinada sociedade. Para a implantação da RAS, é
resse comum, para melhoria da eficiência da prestação dos serviços necessária uma mudança no atual modelo de atenção hegemônico
públicos e operacionalização da Rede de Atenção à Saúde. no SUS, ou seja, exige uma intervenção concomitante sobre as con-
No que tange ao Controle Social, as estruturas locais e estadu- dições agudas e crônicas.
ais devem desenvolver mecanismos e instrumentos inovadores de O modelo de atenção definido na regulamentação do SUS pre-
articulação, tais como fóruns regionais, pesquisas de satisfação do coniza uma contraposição ao modelo atual que é centrado na doen-
usuário, entre outros, cujas informações podem ser transformadas ça e em especial no atendimento à demanda espontânea e na agu-
em subsídios de monitoramento e avaliação das políticas de saúde dização das condições crônicas. Aponta para a necessidade de uma
no espaço regional. organização que construa a intersetorialidade para a promoção da
O processo de Planejamento Regional, discutido e desenvolvi- saúde, contemple a integralidade dos saberes com o fortalecimen-
do no CGR, estabelecerá as prioridades de intervenção com base to do apoio matricial, considere as vulnerabilidades de grupos ou
nas necessidades de saúde da região e com foco na garantia da inte- populações e suas necessidades, fortalecendo as ações sobre as
gralidade da atenção, buscando a maximização dos recursos dispo- condições crônicas.
níveis. Esse planejamento deverá ainda seguir a mesma sistemática A diferença entre RAS baseada na APS e rede de urgência e
do processo de elaboração do planejamento municipal/estadual, emergência está no papel da APS. Na rede de atenção às condições
considerando os pressupostos e características do Sistema de Pla- crônicas ela funciona como centro de comunicação, mas na Rede de
nejamento do SUS, no tocante à construção de seus instrumentos atenção às urgências e emergências ela é um dos pontos de aten-
básicos. Os planos municipais de saúde do conjunto de municípios ção, sem cumprir o papel de coordenação dos fluxos e contrafluxos
da região, e o plano estadual de saúde são subsídios essenciais ao dessa Rede.
processo de planejamento regional respectivo e são influenciados Um dos problemas contemporâneos centrais da crise dos mo-
pelo resultado deste. delos de atenção à saúde consiste no enfrentamento das condições
O produto do processo de planejamento regional deverá ser crônicas na mesma lógica das condições agudas, ou seja, por meio
expresso no PDRI, o que permitirá o monitoramento e a avaliação de tecnologias destinadas a responder aos momentos agudos dos
das metas acordadas entre os gestores, bem como, a definição dos agravos - normalmente momentos de agudização das condições
recursos financeiros necessários. crônicas, autopercebidos pelas pessoas -, através da atenção à de-
Como parte intrínseca à governança da RAS, seu financiamento manda espontânea, principalmente, em unidades de pronto atendi-
é atribuição comum aos gestores das três esferas de governo, sendo mento ou de internações hospitalares de urgência ou emergência. É
orientado no sentido de reduzir a fragmentação, estimular o com- desconhecendo a necessidade imperiosa de uma atenção contínua
partilhamento de responsabilidades, a continuidade do cuidado, a nos momentos silenciosos dos agravos quando as condições crôni-
eficiência da gestão e a equidade. cas insidiosamente evoluem.
As modalidades de repasses financeiros devem estar alinhadas Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2003), um
com o modelo de atenção e ao planejamento regional, fortalecen- sistema de Atenção Primária incapaz de gerenciar com eficácia o
do as relações de complementaridade e interdependência entre os HIV/Aids, o diabetes e a depressão irá tornar-se obsoleto em pouco
entes envolvidos, na organização da atenção. tempo. Hoje, as condições crônicas são responsáveis por 60% de
A alocação dos recursos de custeio da Rede de Atenção à Saúde todo o ônus decorrente de doenças no mundo. No ano 2020, serão
deve ser pautada por uma combinação de critérios de necessidades responsáveis por 80% da carga de doença dos países em desenvol-
de saúde envolvendo variáveis demográficas, epidemiológicas e sa- vimento e, nesses países, a aderência aos tratamentos chega a ser
nitárias e, ainda, ao desempenho no cumprimento dos objetivos e apenas de 20% (OMS, 2003). Por este motivo, no sistema integrado,
das metas fixadas. A construção de programação pactuada e inte- a Atenção Primária deve estar orientada para a atenção às condi-
grada - PPI consiste em uma estratégia para orientar a definição de ções crônicas, com o objetivo de controlar as doenças/agravos de
alocação compartilhada de recursos. maior relevância, através da adoção de tecnologias de gestão da
clínica, tais como as diretrizes clínicas e a gestão de patologias.

82
LEGISLAÇÃO

No SUS, a Estratégia Saúde da Família, representa o principal Incentivar o papel coordenador das Secretarias Estaduais de
modelo para a organização da APS. O seu fortalecimento torna- se Saúde (SES) na organização dos CGR visando à implantação da RAS;
uma exigência para o estabelecimento da RAS. Qualificar os gestores que integram os CGR, sobre os instru-
mentos e mecanismos do processo de governança da RAS;
7. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DA RAS Incorporar permanentemente nas pautas das CIBs o apoio à
A transição entre o ideário da RAS e a sua concretização ocorre organização da RAS;
através de um processo contínuo e perpassa o uso de estratégias de Fortalecer a gestão municipal tendo em vista que a governabi-
integração que permitam desenvolver sistematicamente o conjunto lidade local é pressuposto para qualificar o processo de governança
de atributos que caracteriza um sistema de saúde organizado em regional.
rede. Este processo contínuo deve refletir coerência e convergên- III. Fortalecer a integração das ações de âmbito coletivo da vigi-
cia entre o Pacto pela Saúde como diretriz institucional tripartite, lância em saúde com as da assistência (âmbito individual e clínico),
as políticas vigentes (PNAB, Políticas específicas voltadas a grupos gerenciando o conhecimento necessário à implantação e acompa-
populacionais que vivem em situação de vulnerabilidade social, Po- nhamento da RAS e o gerenciamento de risco e de agravos à saúde.
lítica de Vigilância e Promoção a Saúde, Política de Urgência e Emer- Estratégias:
gência, e outras) e a necessidade de responder de maneira eficaz Organizar a gestão e planejamento das variadas ações inter-
aos atuais desafios sanitários. setoriais, como forma de fortalecer e promover a implantação da
Com base nisso, propõe-se abaixo diretrizes orientadoras e res- Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) na RAS de modo
pectivas estratégias para o processo de implementação da RAS: transversal e integrado, compondo Rede de compromisso e co-res-
I. Fortalecer a APS para realizar a coordenação do cuidado e ponsabilidade para reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde vin-
ordenar a organização da rede de atenção culados aos determinantes sociais;
Estratégias: Incorporar a análise de situação de saúde como subsídio à
Realizar oficinas macrorregionais sobre RAS e planificação da identificação de riscos coletivos e ambientais e definição de prio-
APS com a participação dos estados e municípios, com vistas am- ridades de ações;
pliar a compreensão sobre a organização da RAS e qualificar o pla- Implantar do apoio matricial na dimensão regional.
nejamento do Sistema a partir da APS. IV. Fortalecer a política de gestão do trabalho e da educação na
Rever e ampliar a política de financiamento da APS com base saúde na RAS
na programação das necessidades da população estratificada. Estratégias:
Propor novas formas de financiamento para a APS dos municí- Elaborar proposta de financiamento tripartite para criação ou
pios, desde que cumpram os seguintes atributos: Primeiro Contato; adequação do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), despre-
Longitudinalidade; Integralidade; Coordenação; Centralidade na Fa- carização dos vínculos de trabalho e contratação de pessoal;
mília; Abordagem Familiar e Orientação Comunitária. Incentivar a implementação da política de educação perma-
Criar condições favoráveis para valorização dos profissionais de
nente em saúde como dispositivo de mudanças de práticas na APS;
saúde, visando à fixação e retenção das equipes nos postos de tra-
Ampliar o Pró-Saúde / Programa de Educação pelo Trabalho
balho, em especial o médico.
para a Saúde (PET SAÚDE) para todas as instituições de ensino su-
Ampliar o escopo de atuação das APS e apoio matricial, incenti-
perior visando à mudança curricular e à formação de profissionais
vando a reorganização do processo de trabalho no território da APS,
com perfil voltado às necessidades de saúde da população;
desenvolvendo ações como:
Estimular o estabelecimento de instrumentos contratuais entre
Incentivar a organização da porta de entrada, incluindo acolhi-
a gestão e os profissionais de saúde que contemplem a definição de
mento e humanização do atendimento;
metas e avaliação de resultados;
Integrar a promoção e vigilância em saúde na APS (território
único, articulação dos sistemas de informação, agentes de vigilância Promover articulação política junto ao Congresso Nacional vi-
em saúde); sando à busca de soluções para os problemas advindos da Lei Res-
Incorporar a prática de gestão da clínica para prover um contí- ponsabilidade Fiscal na contratação da força de trabalho para o SUS.
nuo de qualidade e segurança para o usuário; V. Implementar o Sistema de Planejamento da RAS
Induzir a organização das linhas de cuidado, com base nas re- Estratégia:
alidades locorregionais, identificando os principais agravos e con- Fortalecer a capacidade de planejamento integrado entre mu-
dições; nicípios e estado, a partir da realidade sanitária regional;
Planejar e articular as ações e serviços de saúde a partir dos Atualizar o PDRI, considerando a ampliação do acesso, integra-
critérios de acesso e/ou tempo-resposta; lidade e equidade na organização da estrutura regional de atenção
Ampliar o financiamento e o investimentos em infraestrutura à saúde e sustentabilidade da RAS.
das unidades de saúde para melhorar a ambiência dos locais de tra- VI. Desenvolver os Sistemas Logísticos e de Apoio da RAS
balho. Estratégias:
Implementar as ações voltadas às políticas de atenção às po- Estabelecer os parâmetros de regulação do acesso do sistema
pulações estratégicas e às prioridades descritas no Pacto pela Vida. de saúde;
II. Fortalecer o papel dos CGRs no processo de governança da Ampliar o financiamento para os complexos reguladores com
RAS vistas à implementação da RAS;
Estratégias: Promover a comunicação de todos os pontos de atenção da
Assegurar a institucionalidade dos CGR como o espaço de to- RAS com a Implementação de registro eletrônico em saúde;
mada de decisão e de definição de ações estratégicas no âmbito da Avançar no desenvolvimento de mecanismo único de identifi-
região de saúde; cação dos usuários do SUS;

83
LEGISLAÇÃO

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Definir os mecanismos de alocação dos recursos de custeio e MS nº 1.721, de 21 de setembro de 2005, Programa de Reestrutura-
investimento para a implementação da RAS; ção e Contratualização dos Hospitais Filantrópicos no Sistema Único
Definir os critérios/índice de necessidades de saúde envolven- de Saúde - SUS, Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
do variáveis demográficas, epidemiológicas e sanitárias, com vistas MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA EXECUTIVA. Regionaliza-
à distribuição equitativa do financiamento para a RAS; ção Solidária e Cooperativa: orientações para sua implementação
Induzir a construção da Programação Pactuada e Integrada no SUS. Brasília: Ministério da Saúde, Série A. Normas e Manuais
(PPI) de forma compartilhada para orientar a definição dos recursos Técnicos, Série Pactos pela Saúde, volume 1, 2006b.
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Propor novos mecanismos de financiamento das políticas pú- Saúde - NOAS. Regionalização da Assistência à Saúde: aprofundan-
blicas de saúde com foco na garantia do contínuo assistencial e na do a descentralização com equidade no acesso. Brasília: Ministério
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Redefinir e reforçar o financiamento da APS no sentido de au- MINISTÉRIO DA SAÚDE/ SECRETARIA DE ATENÇÃO A SAUDE/
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X CONGRESSO INTERNACIONA DEL CLAD SOBRE LA REFORMA I -atenção segura, de qualidade e humanizada;(Redação dada
DEL ESTADO Y DE LA ADMINISTRATACION PÚBLICA. ALCOFORADO, pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
FLÁVIO C. G., Contratualização e efi- ciência no setor public: as or- II -atenção multiprofissional, com enfoque nas necessidades da
ganizações sociais. Santiago, Chile. Out. 2005. mulher;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. EUROPEAN OBSERVA- III -garantia de acesso às ações do planejamento familiar e se-
TORY ON HEALTH SYSTEMS AND POLICIES. Decenralization in Heal- xualidade responsável;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
th Care. Brussels: Open University Press, European Observatory on 04.04.2022)
Health Systems and Policies Series, 2006. IV -compatibilização das atividades das redes de atenção à saú-
EUROPEAN OBSERVATORY ON HEALTH SYSTEMS AND POLI- de materna e infantil em desenvolvimento nos municípios, nos es-
CIES. Making decisions on public health: a review of eight countries. tados e no Distrito Federal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715
Brussels: Open University Press, European Observatory on Health de 04.04.2022)
Systems and Policies Series, 2004. V -acesso aos diferentes níveis de complexidade da assistên-
Integrated Health Services - What and Why? Making Health cia materna e neonatal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
Systems Work. Technical Brief, n. 01, 2008. 04.04.2022)
ZUCCH,I P.; NERO, C. D.; MALIK, A. M. GASTOS EM SAÚDE: OS VI -formação e qualificação de recursos humanos para a aten-
FATORES QUE AGEM NA DEMANDA E NA OFERTA DOS SERVIÇOS DE ção materna e infantil;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
SAÚDE. Saúde e Sociedade, v. 9, n. 1/2, p. 127-150, 2000. 04.04.2022)
VII -implantação de mecanismos de regulação, fiscalização,
ANEXO II controle, monitoramento e avaliação da assistência materna e in-
TÍTULO I fantil;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS VIII -práticas de gestão e de atenção baseadas nas melhores
evidências científicas disponíveis; e(Redação dada pela PRT GM/MS
Art. 1ºFica instituída, no âmbito do Sistema Único de Saúde nº 715 de 04.04.2022)
IX -fomento ao vínculo familiar nos cuidados do recém-nascido
(SUS), a Rede de Atenção Materna e Infantil (Rami), que consiste em
e da criança.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
assegurar:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
Art. 5ºSão objetivos da Rami:(Redação dada pela PRT GM/MS
I -à mulher o direito ao planejamento familiar, ao acolhimento
nº 715 de 04.04.2022)
e ao acesso ao cuidado seguro, de qualidade e humanizado, no pré-
I -implementar modelo de atenção à saúde seguro, de qualida-
-natal, na gravidez, na perda gestacional, no parto e no puerpério;
de e humanizado, com foco no planejamento familiar, na gravidez,
e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
no pré-natal, no nascimento, na perda gestacional, no puerpério e
II -ao recém-nascido e à criança o direito ao nascimento seguro,
no cuidado do recém-nascido e da criança, promovendo o cresci-
ao crescimento e ao desenvolvimento saudável.(Redação dada pela
mento e desenvolvimento saudáveis;(Redação dada pela PRT GM/
PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) MS nº 715 de 04.04.2022)
Parágrafo único.A Rami será coordenada, no âmbito do Minis- II -garantir a integralidade do cuidado no pré-natal, na gravi-
tério da Saúde, pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps/ dez, na perda gestacional, no parto e, no puerpério, bem como ao
MS).(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) recém-nascido e à criança, com foco na resolutividade da atenção
Art. 2ºPara os fins desta Portaria, considera-se:(Redação dada primária e da atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e(Re-
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
I -recém-nascido: indivíduo com idade entre 0 (zero) e 28 (vinte III -reduzir a morbimortalidade materna e infantil.(Redação
e oito) dias de vida; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
04.04.2022) Parágrafo único.A Rami deve ser fortalecida e qualificada a par-
II -criança: indivíduo com idade entre 29 (vinte e nove) dias e tir dos elementos e diretrizes da Rede de Atenção à Saúde (RAS) e
24 (vinte e quatro) meses.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 das diretrizes do Planejamento Regional Integrado (PRI).(Redação
de 04.04.2022) dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
Art. 3ºSão princípios da Rami:(Redação dada pela PRT GM/MS Art. 6ºA Rami é constituída pelos seguintes componentes:(Re-
nº 715 de 04.04.2022) dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
I -a proteção e garantia dos direitos humanos;(Redação dada I -Componente I - Atenção Primária à Saúde (APS);(Redação
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
II -o respeito à diversidade cultural, étnica e racial;(Redação II -Componente II - Atenção Ambulatorial Especializada
dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) (AAE);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
III -a promoção da equidade;(Redação dada pela PRT GM/MS III -Componente III - Atenção Hospitalar (AH);(Redação dada
nº 715 de 04.04.2022) pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
IV -a participação e mobilização social;(Redação dada pela PRT IV -Componente IV - Sistemas de Apoio;(Redação dada pela
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)

87
LEGISLAÇÃO

V -Componente V - Sistemas Logísticos; e(Redação dada pela h) acesso a exames laboratoriais, gráficos e de imagem, durante
PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) o pré-natal, com resultado oportuno, conforme as diretrizes clínicas
VI -Componente VI - Sistema de Governança.(Redação dada assistenciais vigentes no âmbito do Ministério da Saúde;(Redação
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
Art. 7ºO Componente I - APS é, preferencialmente, organizado i) disponibilização de medicamentos profiláticos e de tratamen-
pela Unidade Básica de Saúde (UBS) e engloba as ações referentes to de morbidades relacionadas à gestação;(Redação dada pela PRT
ao planejamento familiar, ao cuidado seguro, de qualidade e huma- GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
nizado à gestante, à perda gestacional, ao parto, ao nascimento, ao j) estabelecimento de estratégias de articulação e de comuni-
puerpério e à puericultura, por intermédio da organização dos pro- cação efetivas entre os pontos de atenção responsáveis pelo pré-
cessos de trabalho das equipes de saúde e da produção do cuidado, -natal, parto, puerpério e nascimento, com ênfase na vinculação
com apoio diagnóstico e terapêutico ágil e oportuno.(Redação dada das gestantes às maternidades de referência, de acordo com o risco
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) gestacional e com o fluxo de informações entre os pontos de aten-
Parágrafo único.São ações estratégicas do Componente I - AP- ção;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
S:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) k) articulação do gestor municipal, distrital, estadual e federal,
I -na atenção ao planejamento familiar:(Redação dada pela PRT com os pontos de atenção, para que a primeira consulta em ser-
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) viço especializado, com médico obstetra (pré-natal de alto risco),
a) mapeamento das mulheres em idade fértil e sua vinculação ocorra, no máximo, em 2 (duas) semanas após a detecção do ris-
às equipes de saúde nos territórios;(Redação dada pela PRT GM/ co no pré-natal na APS;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
MS nº 715 de 04.04.2022) 04.04.2022)
b) acesso oportuno à oferta de métodos contraceptivos, com l) garantia da continuidade do cuidado compartilhado até o
as devidas orientações, de acordo com a qualidade, a eficácia, os fim da gestação, matriciado pela AAE, com realização de exames
critérios assistenciais e a autonomia da mulher;(Redação dada pela especializados, procedimentos terapêuticos específicos e manejo
PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) qualificado das morbidades identificadas, conforme a necessidade
c) identificação e oferta dos serviços e controle dos insumos, clínica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
para inserção e uso de métodos contraceptivos com assistência m) utilização da caderneta da gestante e da ficha perinatal
compartilhada na APS, na AAE e na AH; e(Redação dada pela PRT como instrumentos para o registro adequado das informações re-
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) lativas ao cuidado compartilhado nos diferentes pontos da rede de
d) rastreamento, diagnóstico, tratamento e acompanhamento atenção;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
das IST/HIV/AIDS,HTL-V, hepatites e toxoplasmose;(Redação dada n) atualização do calendário vacinal, com a inserção das infor-
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
mações na caderneta da gestante;(Redação dada pela PRT GM/MS
II -na atenção ao pré-natal e ao puerpério:(Redação dada pela
nº 715 de 04.04.2022)
PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
o) realização de consulta odontológica, prioritariamente, no
a) acesso e vinculação de todas as gestantes e puérperas às
primeiro trimestre da gestação, em todos os níveis de atenção;(Re-
unidades de saúde da APS;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715
dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
de 04.04.2022)
p) suporte às gestantes e às puérperas em situações de vul-
b) qualificação permanente dos profissionais das equipes da
nerabilidade clínica ou social para acesso aos recursos assistenciais
APS;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
necessários no pré-natal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715
c) disponibilização de teste rápido de gravidez para garantia da
identificação precoce da gestação e início do pré-natal até a 12ª de 04.04.2022)
semana gestacional;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de q) organização do fluxo de informações entre APS, AAE e AH
04.04.2022) para comunicação eficiente e realização da alta segura da puérpe-
d) acompanhamento permanente das gestantes da população ra e do recém-nascido;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
adscrita, incluindo estratégias para captação e acompanhamento 04.04.2022)
das residentes em áreas remotas ou em locais de maior vulnerabili- r) disponibilização de insumos para ações permanentes de ras-
dade;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) treamento, diagnóstico, tratamento e acompanhamento das IST/
e) acompanhamento multiprofissional, garantindo o mínimo HIV/AIDS, HTL-V, hepatites e toxoplasmose;(Redação dada pela PRT
de 6 (seis) consultas de pré-natal, distribuídas durante os trimestres GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
da gestação, com atenção e maior vigilância ao cuidado de gestan- s) realização de ações de promoção e de proteção do aleita-
tes estratificadas como de alto risco;(Redação dada pela PRT GM/ mento materno, incluindo o manejo de complicações e o aconse-
MS nº 715 de 04.04.2022) lhamento em alimentação complementar saudável, tanto no âmbi-
f) acompanhamento multiprofissional, garantindo consulta to da Atenção AH quanto no âmbito da APS; e(Redação dada pela
puerperal até o 7º dia pós-parto, antecipando a visita sempre que PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
identificadas situações de risco durante a transição do cuidado;(Re- t) registro clínico das gestantes e da produção dos procedimen-
dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) tos realizados no SISAB; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715
g) estratificação de risco gestacional, ao longo de todo o pré- de 04.04.2022)
-natal, provendo o nível assistencial adequado e de forma oportu- III -na atenção ao recém-nascido e à criança:(Redação dada
na;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
a) promoção da saúde e atenção integral para todos os recém-
-nascidos e crianças, com o envolvimento de operadores de outras
políticas públicas no território, por exemplo, assistência social, edu-

88
LEGISLAÇÃO

cação e conselho tutelar, especialmente para as regiões de maior I -na atenção ao pré-natal de alto risco:(Redação dada pela PRT
vulnerabilidade social;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
04.04.2022) a) oferta de AAE para acompanhamento de gestantes de alto
b) garantia da primeira visita domiciliar e/ou consulta na APS, risco;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
no máximo, até o fim da primeira semana de vida, com foco nas b) acesso regulado da gestante de alto risco a hospital/materni-
ações do 5º dia da saúde integral, antecipando a visita sempre que dade com leitos de gestação de alto risco e continuidade da atenção
identificadas situações de risco durante a transição do cuidado;(Re- perinatal, para melhor eficiência do cuidado;(Redação dada pela
dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
c) promoção e proteção do aleitamento materno, incluindo c) acompanhamento da gestante por especialistas, com apoio
o manejo de complicações e o aconselhamento em alimentação de equipe multiprofissional, garantindo o mínimo de 12 (doze) con-
complementar saudável, tanto no âmbito da atenção especializada sultas de pré-natal, distribuídas durante os trimestres da gestação,
quanto no âmbito da APS;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 ampliadas de acordo com a necessidade da gestante e do quadro
de 04.04.2022) clínico;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
d) imunização dos recém-nascidos e das crianças, de acordo d) acesso regulado e pactuado com o gestor da APS para ofer-
com o calendário nacional de imunizações, provendo busca ativa ta de exames laboratoriais, gráficos, de imagem e terapêuticos de
dos faltosas e das crianças vulneráveis;(Redação dada pela PRT GM/ apoio, de acordo com a necessidade da gestante;(Redação dada
MS nº 715 de 04.04.2022) pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
e) acompanhamento da puericultura, com vigilância do cres- e) estabelecimento de estratégias de articulação e de comu-
cimento e desenvolvimento infantil, seguindo as diretrizes clínicas nicação efetivas, entre os pontos de atenção responsáveis pela re-
e normativas do Ministério da Saúde;(Redação dada pela PRT GM/ alização do parto e do nascimento, com ênfase na vinculação das
MS nº 715 de 04.04.2022) gestantes às maternidades de referência para gestação de alto ris-
f) triagem e estratificação de risco, em todos os atendimentos co;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
programados para o acompanhamento longitudinal, garantindo o f) utilização da caderneta da gestante e da ficha perinatal como
nível assistencial adequado e oportuno;(Redação dada pela PRT instrumentos para o registro adequado das informações relativas
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) ao cuidado compartilhado; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº
g) gestão de condições clínicas e/ou sociais complexas do re- 715 de 04.04.2022)
cém-nascido e da criança, de forma compartilhada entre as equipes g) registro clínico da gestante e da produção dos procedimen-
da APS, da AAE, da AH ou da assistência social;(Redação dada pela tos realizados no SISAB; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715
PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) de 04.04.2022)
h) realização de consulta odontológica para promoção da saú- II -na atenção ao seguimento do recém-nascido e da criança
de oral das crianças;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de egressos de unidade neonatal (ANEO):(Redação dada pela PRT GM/
04.04.2022) MS nº 715 de 04.04.2022)
i) disponibilização de medicamentos profiláticos e para trata- a) oferta de AAE para seguimento do recém-nascido e da crian-
mento de morbidades diagnosticadas durante o ciclo de vida do ça egressos de unidade neonatal, até os 2 (dois) anos de idade,
recém-nascido e da criança;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 considerando a organização regional, a densidade populacional e as
de 04.04.2022) distâncias para os deslocamentos;(Redação dada pela PRT GM/MS
j) utilização e atualização da caderneta de saúde da criança; nº 715 de 04.04.2022)
e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) b) acesso regulado do recém-nascido e da criança egressos de
k) registro clínico do recém-nascido, da criança e da produção unidade neonatal, quando necessário, a hospital/maternidade de
dos procedimentos realizados no SISAB.(Redação dada pela PRT alta complexidade, para melhor eficiência do cuidado;(Redação
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
Art. 8ºO Componente II - AAE é responsável pela atenção espe- c) atenção integral do recém-nascido e da criança egressos de
cializada à gestação de alto risco e ao acompanhamento de crianças unidade neonatal e suas famílias, por meio de avaliação, diagnósti-
de alto risco, prioritariamente as egressas de unidade neonatal, ob- co, apoio terapêutico e orientação, no período posterior à interna-
servados o perfil epidemiológico, a organização regional, densidade ção em unidade neonatal, de maneira a promover o crescimento
populacional e a distância para deslocamentos.(Redação dada pela e o desenvolvimento adequados, bem como minimizar danos ad-
PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) vindos das condições que justificaram a internação;(Redação dada
§ 1ºA assistência especializada de que trata o caput deverá dis- pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
por de:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) d) estabelecimento de estratégias de articulação e de comu-
I -capacidade operacional, dimensionada a partir da necessida- nicação efetivas, entre os pontos de atenção responsáveis pela re-
de de saúde da população materna e infantil, cadastrada pelas equi- alização do cuidado ao recém-nascido e à criança egressos de uni-
pes da APS do território adscrito; e(Redação dada pela PRT GM/MS dade neonatal, com ênfase no acompanhamento de puericultura
nº 715 de 04.04.2022) de forma compartilhada com a APS, segundo as diretrizes clínicas
II -acesso regulado, na modalidade de agendamento de consul- e normativas do Ministério da Saúde;(Redação dada pela PRT GM/
tas e exames, de acordo com os critérios pactuados entre os ges- MS nº 715 de 04.04.2022)
tores, observados protocolos clínicos e de estratificação de risco. e) utilização e atualização da caderneta do recém-nascido e da
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) criança com as informações relativas ao seguimento do recém-nas-
§ 2ºSão ações estratégicas do Componente II - AAE:(Redação cido e da criança egressos de unidade neonatal; e(Redação dada
dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)

89
LEGISLAÇÃO

f) promoção e proteção do aleitamento materno, incluindo primeira visita domiciliar e/ou consulta, no período máximo de até
o manejo de complicações e o aconselhamento em alimentação o 7º dia após a alta, com ênfase na identificação precoce e no tra-
complementar saudável.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de tamento de complicações;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715
04.04.2022) de 04.04.2022)
Art. 9°O Componente III - AH é responsável pelo serviço de k) disponibilização de mecanismos eficientes de comunicação
atenção especializada hospitalar, composto por maternidade ou entre as equipes da APS, da AAE e da AH (maternidades de baixo
hospital geral com leitos obstétricos e leitos neonatais, com supor- risco e maternidades de alto risco), de forma a garantir a transição
te diagnóstico e terapêutico clínico e cirúrgico para atendimento segura da gestante ou puérpera;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
a gestantes, puérperas e recém-nascidos, bem como acesso regu- 715 de 04.04.2022)
lado, ágil e oportuno ao cuidado intensivo às intercorrências obs- l) utilização de metodologias que garantam assistência segura
tétricas com risco de morbidade grave à gestante ou puérpera, ao e adequada no caso de perda gestacional;(Redação dada pela PRT
recém-nascido e à criança.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
de 04.04.2022) m) disponibilização de quantitativo dos seguintes leitos, de
Parágrafo único.São ações estratégicas do Componente III - acordo com a necessidade regional e a garantia do cuidado pro-
AH:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) gressivo ao recém-nascido:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715
I -A atenção hospitalar à gestação, à perda gestacional, ao de 04.04.2022)
parto, ao nascimento, ao pós-parto e ao recém-nascido, por meio 1. Gestação de Alto Risco (GAR);(Redação dada pela PRT GM/
MS nº 715 de 04.04.2022)
de:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
2. Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN);(Redação
a) manutenção de leitos obstétricos suficientes de acordo com
dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
as necessidades e referências regionais;(Redação dada pela PRT
3. Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional
GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
(UCINCo);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
b) demonstração de capacidade operacional, dimensionada a 4. Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCIN-
partir da necessidade de saúde da população materna e infantil ca- Ca);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
dastrada pelas equipes da APS do território de abrangência;(Reda- 5. Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulta;(Redação dada
ção dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
c) estruturação da ambiência das maternidades, conforme me- 6. UTI pediátrica; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
didas sanitárias previstas na Resolução da Diretoria Colegiada da 04.04.2022)
Anvisa - RDC nº 36, de 3 de junho de 2008, ou outra que venha a 7. Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP);.(Redação dada
substituí-la;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
d) ambiência adequada à permanência de um acompanhante n) provimento de acesso a hospital/maternidade com leitos de
para a gestante, durante o trabalho de parto, o parto e o pós-par- UTIN, UCINCo e UCINCa, para o nascimento do recém-nascido de
to, bem como para o recém-nascido, conforme a Lei nº 11.108, risco, de acordo com as necessidades clínicas;(Redação dada pela
de 7 de abril de 2005;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
04.04.2022) o) fomento à implantação do Método Canguru;(Redação dada
e) acolhimento com classificação e estratificação de risco, nos pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
serviços de atenção obstétrica e neonatal, seguindo as diretrizes clí- p) disponibilização de atenção qualificada ao recém-nascido,
nicas e normativas do Ministério da Saúde;(Redação dada pela PRT com equipe clínica completa e estrutura adequada ao nível assis-
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) tencial, no nascimento e no acompanhamento, durante todo o pe-
f) monitoramento da gestante, da puérpera e do recém-nas- ríodo de permanência no hospital;(Redação dada pela PRT GM/MS
cido de forma efetiva, de acordo com a necessidade, enquanto nº 715 de 04.04.2022)
persistir a internação do “binômio mãe e filho”;(Redação dada pela q) estímulo e apoio ao aleitamento materno, ainda que a crian-
PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) ça esteja internada em unidade neonatal (UTIN e UCINCo);(Redação
g) implementação de práticas seguras na atenção ao parto, ao dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
nascimento, ao puerpério, à perda gestacional e ao recém-nascido, r) estímulo à imunização do neonato, conforme calendário
de acordo com as evidências científicas e as diretrizes do Ministério nacional de vacinação;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
04.04.2022)
da Saúde;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
s) fomento à realização de triagens neonatais universais, na
h) disponibilização de estrutura, equipamentos, medicamen-
maternidade ou em serviço definido pela rede de atenção, em tem-
tos, insumos e profissionais capacitados para o manejo inicial dos
po hábil, de acordo com a regulamentação;(Redação dada pela PRT
casos que exigirão transferência e cuidado às intercorrências obsté-
GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
tricas de maior complexidade;(Redação dada pela PRT GM/MS nº t) orientação de agendamento da primeira consulta em ser-
715 de 04.04.2022) viço especializado para os recém-nascidos e crianças egressos de
i) fomento ao acesso regulado, em tempo oportuno e por meio unidades neonatais, de acordo com as necessidades clínicas, sem
de transporte seguro em saúde, aos serviços de atenção obstétrica ultrapassar o período de 30 (trinta) dias após a alta da maternidade;
e neonatal de maior complexidade;(Redação dada pela PRT GM/MS e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
nº 715 de 04.04.2022) u) dimensionamento quantitativo e qualitativo da equipe téc-
j) promoção da saúde e atenção integral ao puerpério, incluin- nica, atendendo às normatizações e legislações vigentes, de acordo
do orientações e acesso a métodos contraceptivos, quando per- com a proposta assistencial, a complexidade e o perfil da demanda.
tinentes, em articulação efetiva com a APS para agendamento da (Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)

90
LEGISLAÇÃO

Art. 10.O Componente IV - Sistemas de Apoio é responsável d) a habilitação dos estabelecimentos de saúde na Rami, nos
por prestar assistência de forma organizada e comum a todos os termos de portaria específica; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº
pontos de atenção à saúde.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 715 de 04.04.2022)
de 04.04.2022) e) a atuação como indutor das articulações e pactuações entre
Parágrafo único.O sistema de apoio deverá dispor de:(Redação os entes federados, nas discussões de macrorregiões interestadu-
dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) ais.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
I -sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico para prover exa- II -Compete aos estados e ao Distrito Federal:(Redação dada
mes laboratoriais, gráficos, de patologia clínica e de imagem, du- pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
rante os ciclos gravídico-puerperal, do recém- nascido e da criança, a) o apoio para implementação da Rami;(Redação dada pela
com resultados oportunos, conforme as diretrizes clínicas assisten- PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
ciais do Ministério da Saúde;(Redação dada pela PRT GM/MS nº b) o financiamento, o monitoramento e a avaliação da Rami, no
715 de 04.04.2022) âmbito de suas competências;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
II -sistemas de assistência farmacêutica para prover organiza- 715 de 04.04.2022)
ção, seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribui- c) a contratualização dos pontos de atenção à saúde sob sua
ção, prescrição, dispensação e promoção do uso racional de medi- gestão;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
camentos durante os ciclos gravídico-puerperal, do recém- nascido d) a solicitação de habilitação, alteração de habilitação ou desa-
e da criança;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) bilitação de estabelecimentos sob sua gestão; e(Redação dada pela
III -meios para implementação da Estratégia de Saúde Digital; PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) e) a cooperação com os gestores municipais na regulação do
IV -meios para integração de dados dos sistemas de informação acesso aos serviços da Rami.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
em saúde.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) 715 de 04.04.2022)
Art. 11.O Componente V - Sistemas Logísticos é responsável III -Compete aos municípios e ao Distrito Federal:(Redação
por produzir soluções em saúde, com base nas tecnologias da in- dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
formação e comunicação e relacionadas ao conceito de integração a) a implementação, o financiamento, o monitoramento e a
vertical.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) avaliação da Rami, no âmbito de suas competências;(Redação dada
Parágrafo único.O sistema logístico deverá dispor de:(Redação pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) b) a elaboração do plano de ação macrorregional da Rami, a
I -sistemas de identificação e de acompanhamento dos usuá- ser pactuado pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB);(Redação
rios;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
II -sistema de centrais de regulação dos serviços especializados c) a identificação de qual estabelecimento de saúde, nas ma-
ambulatoriais e hospitalares;(Redação dada pela PRT GM/MS nº crorregiões de saúde, possui condições para prestar atendimento
715 de 04.04.2022) na Rami;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
III -sistema de registro eletrônico em saúde; e(Redação dada d) a contratualização com os pontos de atenção à saúde sob
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) sua gestão;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
IV -sistema de transporte sanitário e transporte regulado de ur- e) a solicitação de habilitação, alteração de habilitação ou desa-
gência para acompanhamento longitudinal nos serviços de atenção bilitação de estabelecimentos sob sua gestão; e(Redação dada pela
a gestantes, puérperas, recém-nascidos e crianças, nas situações de PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
intercorrências clínicas, cirúrgicas, obstétricas e neonatais.(Reda- f) a estruturação de complexos reguladores da Rami.(Redação
ção dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
Art. 12.O Componente VI - Sistema de Governança constitui a Art. 14.Para implementação da Rami, os estados e municípios
capacidade de intervenção que envolve diferentes atores, mecanis- deverão instituir o grupo condutor macrorregional e o grupo con-
mos e procedimentos para gestão compartilhada.(Redação dada dutor estadual, sendo os mesmos vinculados ao Comitê Executivo
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) de Governança da RAS:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
Art. 13.A Rami deverá ser implementada, em todo o território 04.04.2022)
nacional e de forma tripartite, pela União, estados, Distrito Federal e § 1ºO grupo condutor macrorregional terá as seguintes atribui-
municípios, respeitados os critérios epidemiológicos, como taxa de ções:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
mortalidade materna e infantil, densidade populacional e a oferta I -avaliar o funcionamento das regiões quanto a capacidade ins-
de serviços.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) talada, densidade tecnológica e necessidade de serviços para orga-
I -Compete ao Ministério da Saúde:(Redação dada pela PRT nização e pactuação dos fluxos assistenciais da Rami;(Redação dada
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
a) a coordenação e o apoio à implementação da Rami, por in- II -elaborar plano de ação macrorregional , que contemple os
termédio da Saps/MS;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de componentes da Rami, com ênfase na articulação e na proposição
04.04.2022) de ações que envolvam o complexo regulador; e(Redação dada pela
b) o financiamento, o monitoramento e a avaliação da Rami, PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
em todo o território nacional;(Redação dada pela PRT GM/MS nº III -apoiar o monitoramento e a avaliação das ações estabele-
715 de 04.04.2022) cidas no plano macrorregional.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
c) a cooperação técnica aos entes subnacionais para fortaleci- 715 de 04.04.2022)
mento do monitoramento e da avaliação dos serviços na Rami;(Re- § 2ºO grupo condutor estadual terá as seguintes atribui-
dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) ções:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)

91
LEGISLAÇÃO

I -avaliar os planos de ação macrorregionais;(Redação dada IV -fomentar a qualificação da gestão e dos serviços da Rami,
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) em todo o território nacional, com práticas fundamentadas em evi-
II -contribuir para a efetivação dos acordos macrorregionais e dências científicas, humanização, segurança e garantia de direitos;
intra-estaduais, e apoiar a articulação e pactuação de acordos inte- e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
restaduais, nos casos em que a organização macrorregional da Rami V -elaborar, anualmente, a análise de avaliação regulatória.(Re-
envolva mais de um estado;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
de 04.04.2022) Art. 17.A Câmara Técnica Assessora é composta pelos seguin-
III -apoiar a elaboração e a organização da linha de cuidado ma- tes representantes:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
terna e infantil, e acompanhar sua implementação e funcionamen- 04.04.2022)
to;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) I -1 (um) representante da Saps/MS, que a coordenará;(Reda-
IV -apoiar o monitoramento e a avaliação da implementação ção dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
da Rami, no âmbito estadual; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº II -1 (um) representante da Secretaria de Atenção Especializa-
715 de 04.04.2022) da à Saúde (Saes/MS);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
V -colaborar com a Câmara Técnica Assessora para a organiza- 04.04.2022)
ção, o monitoramento e a avaliação da Rami, no âmbito nacional. III -1 (um) representante da Secretaria de Vigilância em Saúde
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) (SVS/MS);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
Art. 15.O plano de ação macrorregional é documento orienta- IV -1 (um) representante do núcleo de saúde materna e infan-
dor para implementação, financiamento, monitoramento e avalia- til da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS); e(Redação
ção da Rami, e deverá ser elaborado observado o modelo do plano dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
disponível no sítio do Ministério da Saúde.(Redação dada pela PRT V - 2 (dois) representantes do Comitê Executivo de Governança
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) das RAS.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
Parágrafo único.O plano de ação macrorregional deverá ser § 1ºCada representante da Câmara Técnica Assessora terá um
aprovado na CIB, e deve atender aos requisitos:(Redação dada pela suplente, que o substituirá em suas ausências e impedimentos.(Re-
PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
I -caracterização do território;(Redação dada pela PRT GM/MS § 2ºOs membros da Câmara Técnica Assessora e respectivos
nº 715 de 04.04.2022) suplentes de que dispõem os incisos I a IV, serão indicados pelos
II -matriz diagnóstica (indicadores de morbimortalidade e in- titulares dos órgãos que representam e designados pelo Ministro
dicadores de atenção);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de de Estado da Saúde.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
04.04.2022) 04.04.2022)
III -cobertura de acesso e capacidade instalada na APS e § 3ºO representante e respectivos suplentes, de que dispõe o
AAE;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) inciso V, serão indicados pelo gestor estadual.(Redação dada pela
IV -capacidade instalada na atenção hospitalar especializada; PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
previsão de obras (construção, reforma);(Redação dada pela PRT § 4ºPoderão participar das reuniões da Câmara Técnica As-
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) sessora, como convidados especiais, sem direito a voto, represen-
V -estimativa de necessidade de equipamentos; e(Redação tantes dos órgãos do Ministério da Saúde e especialistas afetos ao
dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) tema em discussão, cuja presença seja considerada necessária ao
VI -estimativa de custos para as ações de melhoria dos indica- cumprimento do disposto nesta Portaria.(Redação dada pela PRT
dores e implementação efetiva da rede de atenção materna e infan- GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
til.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) Art. 18.A Câmara Técnica Assessora se reunirá em caráter or-
Art. 16.A implementação, o acompanhamento, o monitora- dinário, mensalmente, e em caráter extraordinário, sempre que
mento e a avaliação da Rami serão realizados com o apoio da Câ- necessário.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
mara Técnica Assessora.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de § 1ºO quórum de reunião da Câmara Técnica Assessora é de
04.04.2022) maioria simples dos membros, e o quórum de aprovação é de 50%
§ 1ºFica instituída, no âmbito do Ministério da Saúde, a Câma- (cinquenta por cento) mais um.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
ra Técnica Assessora com o objetivo de apoiar o monitoramento, o 715 de 04.04.2022)
acompanhamento e a avaliação da Rami.(Redação dada pela PRT § 2ºAlém do voto ordinário, o coordenador da Câmara Técnica
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) Assessora terá o voto de qualidade em caso de empate.(Redação
§ 2ºCompete à Câmara Técnica Assessora:(Redação dada pela dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) § 3ºAs reuniões da Câmara Técnica Assessora poderão ser rea-
I -propor ações para o adequado funcionamento da Rami;(Re- lizadas por meio de videoconferência.(Redação dada pela PRT GM/
dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) MS nº 715 de 04.04.2022)
II -apoiar o grupo condutor estadual na implementação, no mo- Art. 19.A Câmara Técnica Assessora poderá instituir grupos
nitoramento e na avaliação da Rami;(Redação dada pela PRT GM/ técnicos com o objetivo de discutir temas relacionados às seguin-
MS nº 715 de 04.04.2022) tes ações estratégicas:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
III - apoiar o grupo condutor estadual na elaboração da linha de 04.04.2022)
cuidado materna e infantil;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 I -atenção ao planejamento familiar, ao pré-natal, ao puer-
de 04.04.2022) pério e à puericultura;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
04.04.2022)

92
LEGISLAÇÃO

II -atenção ambulatorial à gestante, à puérpera, ao recém-nas- § 1ºOs serviços previstos no inciso I e nos incisos V a XIV do
cido e à criança de até 2 (dois) anos; e(Redação dada pela PRT GM/ caput são aqueles que compõem a Rede Cegonha e que ficam in-
MS nº 715 de 04.04.2022) corporados à Rami.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
III -atenção hospitalar, regulação do acesso e transporte segu- 04.04.2022)
ro.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) § 2ºNão será permitida nova habilitação dos serviços previstos
Art. 20.Os grupos técnicos:(Redação dada pela PRT GM/MS nº nos incisos VIII, XIII e XIV do caput.(Redação dada pela PRT GM/MS
715 de 04.04.2022) nº 715 de 04.04.2022)
I -serão compostos na forma de ato normativo;(Redação dada Art. 25.Os critérios de habilitação e desabilitação dos serviços
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) que compõem a Rami serão estabelecidos em ato específico do Mi-
II -não poderão ter mais de 5 (cinco) membros;(Redação dada nistro de Estado da Saúde no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias.
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) (Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
III -terão caráter temporário e duração não superior a 1 (um) Art. 26.O monitoramento e a avaliação da Rami serão realiza-
ano; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) dos, anualmente, pelo Ministério da Saúde, por meio de:(Redação
IV -estão limitados a 3 (três) operando simultaneamente.(Re- dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) I -avaliação dos seguintes indicadores de desempenho do pro-
Art. 21.A Secretaria-Executiva da Câmara Técnica Assessora grama Previne Brasil:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
será exercida pela Saps/MS.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 04.04.2022)
de 04.04.2022) a) proporção de gestantes com pelo menos 6 (seis) consultas
Art. 22.A participação na Câmara Técnica Assessora e nos gru- pré-natal realizadas, sendo a 1ª (primeira) até a 12ª (décima segun-
pos técnicos será considerada prestação de serviço público rele- da) semana de gestação;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
vante, não remunerada.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
04.04.2022) b) proporção de gestantes com realização de exames para sífilis
Art. 23.A Câmara Técnica Assessora elaborará relatório das ati- e HIV;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
vidades.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) c) proporção de gestantes com atendimento odontológico rea-
Art. 24.A Rami será constituída pelos seguintes serviços:(Reda- lizado;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
ção dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) d) proporção de crianças de 1 (um) ano de idade vacinadas
I -unidade básica de saúde;(Redação dada pela PRT GM/MS nº na APS contra Difteria, Tétano, Coqueluche, Hepatite B, infecções
715 de 04.04.2022) causadas por haemophilus influenzae tipo b e Poliomielite inativa-
II -serviço de atenção ambulatorial especializada à gestação da;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
de alto risco (- AGAR);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de II -avaliação dos indicadores da Rami conforme definidos no
04.04.2022) Anexo 1 do Anexo II; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
III -serviço de atenção ambulatorial especializada do segui- 04.04.2022)
mento do recém-nascido e criança egressos da unidade neonatal III -monitoramento do cumprimento de parâmetros de pro-
(- ANEO);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) cedimentos, de insumos, de parque tecnológico e de equipe, que
IV -maternidade e/ou hospital geral com leitos obstétricos, serão definidos em portaria específica que trata dos critérios de ha-
cirúrgicos e clínicos com habilitação em gestação de baixo risco (- bilitação editada pelo Ministro de Estado da Saúde.(Redação dada
MAB) portes I, II e III;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
04.04.2022) Art. 27.Fica definido, para fins de monitoramento e a avaliação
V -unidade de centro de parto normal intra-hospitalar tipos I e das ações e serviços da Rami, que os estados e municípios, anual-
II;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) mente, preencherão os formulários inseridos no endereço eletrôni-
VI -unidade de centro de parto normal peri-hospitalar;(Reda- co http://saips.saude.gov.br, de acordo com cada tipo de habilita-
ção dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) ção.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
VII -casa da gestante bebê e puérpera;(Redação dada pela PRT § 1ºO aviso de comunicação de abertura do ciclo de monitora-
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) mento é encaminhado via Saips.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
VIII -atenção hospitalar de referência à gestação de alto risco 715 de 04.04.2022)
tipo I;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) § 2ºO formulário de que dispõe o caput será analisado pela
IX -atenção hospitalar de referência à gestação de alto risco Saps/MS.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
tipo II;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) Art. 28.A documentação exigida para o monitoramento é:(Re-
X -unidade de terapia intensiva neonatal tipos II e III;(Redação dação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) I -checklist do ciclo de monitoramento de acordo com cada
XI -unidade de cuidados intermediários neonatal convencio- tipo de habilitação;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
nal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) 04.04.2022)
XII -unidade de cuidados intermediários canguru;(Redação II -termo de compromisso do gestor do serviço, garantindo a
dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) manutenção do cumprimento dos requisitos mínimos de cada ha-
XIII -referência hospitalar em atendimento secundário a ges- bilitação;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
tação de alto risco; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de III -relatório da vistoria realizada “in loco” pelo gestor subna-
04.04.2022) cional, com a avaliação das condições de funcionamento dos esta-
XIV -referência hospitalar em atendimento terciário a gestação belecimentos de saúde;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
de alto risco.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) 04.04.2022)

93
LEGISLAÇÃO

IV -apresentação do plano macrorregional da Rami atualiza- Parágrafo Único:Os sistemas mencionados no caput substi-
do;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) tuem o Sisprenatal web, não sendo necessário a manutenção deste.
V -apresentação de relatório de monitoramento do gestor sub- (Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
nacional, comprovando o cumprimento de todos os parâmetros de Art. 33.O monitoramento de que trata esta portaria, não dis-
habilitação.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) pensa o ente federativo beneficiário de comprovação da aplica-
Art. 29.Nos casos de não apresentação do formulário, de que ção dos recursos financeiros percebidos por meio do Relatório
dispõe o Art. 27 desta portaria, o gestor do SUS será notificado, por Anual de Gestão - RAG.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
ofício, para envio do formulário, no prazo de 30 (trinta) dias, conta- 04.04.2022)
dos da data de recebimento da notificação.(Redação dada pela PRT Art. 34.Além do monitoramento disposto nesta portaria, cabe-
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) rá aos órgãos de controle interno, especialmente ao Sistema Nacio-
Paragrafo único.A habilitação dos serviços da Rami será sus- nal de Auditoria - SNA, o monitoramento da correta aplicação dos
pensa por 180 dias no caso do descumprimento do prazo previsto recursos oriundos dos incentivos financeiros que tratam os serviços
nos Art. 29 desta portaria.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 dispostos nesta portaria.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
de 04.04.2022) 04.04.2022)
Art. 30.A suspensão da habilitação dos serviços da Rami será Art. 35.O financiamento dos serviços da Rede Cegonha, incor-
determinada se verificado o descumprimento de um ou mais dos porados à Rami, dispostos no inciso I e nos incisos V a XIV do art.
seguintes requisitos:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 24, ficam mantidos conforme recurso já estabelecido por meio de
04.04.2022) portaria que habilita o serviço.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
I -equipe de profissionais de saúde completa;(Redação dada 715 de 04.04.2022)
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) Art. 36.Os serviços de saúde estabelecidos nos incisos II, III e
II -infraestrutura adequada para o funcionamento do servi- IV, do art. 24, desde que atendam aos critérios de habilitação esta-
ço;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) belecidos por portaria específica, deverão encaminhar a solicitação
III -disponibilidade de insumos e medicamentos;(Redação dada de habilitação, por meio do Saips, ao Ministério da Saúde.(Redação
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
IV -produção mínima dos procedimentos registrados no SIA, Art. 37.O valor de repasse e a memória de cálculo de recurso
SIH e Sisab.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) financeiro, dos serviços que compõem a Rami, serão estabelecidos
Parágrafo único.Nos casos que for identificado irregularidades em ato específico do Ministro de Estado da Saúde no prazo de 45
no monitoramento, o gestor do SUS será notificado, por ofício, para (quarenta e cinco) dias.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de
regularização das diligências no prazo de 60 (sessenta) dias, conta- 04.04.2022)
dos da data de recebimento da notificação.(Redação dada pela PRT Art. 38.Os recursos financeiros para a execução dos serviços
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) que compõem a Rami são oriundos do orçamento do Ministério da
Art. 31.A habilitação dos serviços da Rami será suspensa por Saúde, de acordo com disponibilidade orçamentária, devendo one-
180 (cento e oitenta) dias, contados do momento da notificação do rar as seguintes funcionais programáticas:(Redação dada pela PRT
gestor do SUS, no caso do descumprimento do prazo previsto no GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
parágrafo único do Art. 30 desta portaria.(Redação dada pela PRT I -10.302.5018. 8585.0000 - Atenção à Saúde da População
GM/MS nº 715 de 04.04.2022) para Procedimentos em Média e Alta Complexidade;(Redação dada
§ 1ºSuperado o prazo de 180 dias de suspensão, o serviço da pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
Rami, poderá ser desabilitado, caso o gestor do SUS não apresente II -10.301.5019.21CE.0000 - Implementação de Políticas de
a regularização do cumprimento das diligências, que motivaram a Atenção Primária à Saúde, Plano Orçamentário 0009 - Implemen-
suspensão da habilitação.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 tação de Políticas para a Rede Cegonha; e(Redação dada pela PRT
de 04.04.2022) GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
§ 2ºA suspensão e a desabilitação dos serviços acarretará na in- III -10.302.5018.8535.0000 - Estruturação de Unidades de
terrupção de repasses de recursos financeiros.(Redação dada pela Atenção Especializada em Saúde, Plano Orçamentário 000C - Estru-
PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) turação da Rede Cegonha.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715
§ 3ºO gestor de saúde poderá solicitar nova habilitação dos ser- de 04.04.2022)
viços desabilitados a qualquer tempo, desde que cumpridas as exi-
gências estabelecidas por ato normativo específico de critérios de TÍTULO II
habilitação.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022) DA HABILITAÇÃO DOS SERVIÇOS QUE COMPÕEM A REDE DE
§ 4ºA suspensão e a desabilitação do serviço serão publicizadas ATENÇÃO MATERNA E INFANTIL (RAMI)
por ato específico do Ministro de Estado da Saúde.(Redação dada (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 715 de 04.04.2022)
Art. 32.Os gestores de saúde devem utilizar e manter atuali- CAPÍTULO I
zados os sistemas de informação do SUS vigentes destinados à DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
coleta de dados que contribuem na informação sobre a Rami, SIH, (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
SIA - produção ambulatorial e de alta complexidade (Autorizações
de Procedimentos de Alta Complexidade - Apac), Sisab, Cnes, SIM, Art. 39.Este Título dispõe sobre a habilitação e a implantação
Sinasc, Sinan, Sispni, conforme as normas técnico-operacionais pre- dos serviços da Rede de Atenção Materna e Infantil (RAMI) no âm-
conizadas pelo Ministério da Saúde.(Redação dada pela PRT GM/ bito do Sistema Único de Saúde (SUS).(Redação dada pela PRT GM/
MS nº 715 de 04.04.2022) MS nº 2.228 de 01.07.2022)

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LEGISLAÇÃO

Art. 40.Para os fins deste Título, considera-se:(Redação dada V -formulário da visita técnica assinado pelo gestor local de
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) saúde do município, estado ou Distrito Federal, de acordo com a
I -alojamento conjunto: unidade de cuidados hospitalares em habilitação pleiteada, conforme estabelecido nos formulários do
que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanece ao SAIPS; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
lado da mãe, 24 (vinte e quatro) horas por dia, no mesmo ambiente, VI -demais documentos que comprovem o cumprimento
até a alta hospitalar;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de dos critérios específicos para cada serviço, nos termos do Capí-
01.07.2022) tulo IV deste Anexo.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
II -atenção humanizada ao parto e nascimento: respeito ao 01.07.2022)
parto como experiência pessoal, cultural e familiar, fundamentada § 2ºO plano macrorregional de que trata o inciso II deverá ob-
na segurança do binômio mãe e filho e no protagonismo da mu- servar os parâmetros do art. 15 e do Anexo 2 deste Anexo.(Redação
lher;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
III -quarto pré-parto, parto e puerpério (PPP): espaço destinado Art. 42.As solicitações de habilitação dos serviços que com-
ao pré-parto, parto e puerpério, privativo para cada mulher e seu põem a RAMI serão avaliadas:(Redação dada pela PRT GM/MS nº
acompanhante, em que a atenção aos períodos clínicos do parto e 2.228 de 01.07.2022)
do nascimento ocorre no mesmo ambiente, da internação à alta, I -pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministé-
com ambiência adequada à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) rio da Saúde (SAES/MS), em relação aos seguintes serviços:(Reda-
da Anvisa nº 36, de 3 de junho de 2008, que dispõe sobre regula- ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
mento técnico para funcionamento dos serviços de atenção obsté- a) Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) tipos II e III-
trica e neonatal, ou outra que venha a substituí-la;(Redação dada ;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) b) Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional
IV -gestação de baixo risco: gravidez em que, após avaliação, (UCINCo); e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
não é possível identificar nenhum fator acrescido de morbimorta- c) Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCIN-
lidade materna, fetal ou neonatal, a não ser o próprio estado gra- Ca); e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
vídico; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) II -pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da
V -seguimento do recém-nascido e da criança egressos de uni- Saúde (SAPS/MS), em relação aos demais serviços.(Redação dada
dades neonatais (ANEO): Atenção Ambulatorial Especializada (AEE) pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
e integral ao recém-nascido, à criança e à sua família, por meio de § 1ºA avaliação de que trata o caput será realizada de acor-
avaliação, diagnóstico, terapêutica e orientação no período poste- do com os seguintes critérios:(Redação dada pela PRT GM/MS nº
rior à internação em unidade neonatal, de maneira a promover seu 2.228 de 01.07.2022)
crescimento e desenvolvimento adequados, bem como minimizar I -adequação às regras deste Anexo;(Redação dada pela PRT
danos advindos das condições que justificaram a internação.(Reda- GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) II -congruência com os dados constantes nos sistemas de in-
CAPÍTULO II formação do SUS; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
DO PROCEDIMENTO DE HABILITAÇÃO 01.07.2022)
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) III -disponibilidade financeiro-orçamentária.(Redação dada
Art. 41.Mediante solicitação dos gestores de saúde dos mu- pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
nicípios, estados e Distrito Federal, poderão ser habilitados novos § 2ºCaso necessário, poderá ser realizada visita técnica in loco
serviços que compõem a RAMI, nos termos do art. 24 deste Anexo, para verificação do cumprimento dos critérios necessários à habi-
exceto aqueles previstos nos incisos VIII, XIII e XIV.(Redação dada litação.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) § 3ºApós o deferimento das solicitações, o Ministério da Saú-
§ 1ºPara fins do disposto no caput, os gestores de saúde deve- de publicará portaria de habilitação e de financiamento no Diário
rão encaminhar a solicitação de habilitação por meio do Sistema de Oficial de União (DOU).(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
Apoio à Implementação de Políticas em Saúde (SAIPS), acompanha- de 01.07.2022)
da dos seguintes documentos:(Redação dada pela PRT GM/MS nº § 4ºO financiamento dos serviços da RAMI observará o dispos-
2.228 de 01.07.2022) to no Capítulo I do Título VIII da Portaria de Consolidação GM/MS
I -ofício do gestor municipal, estadual ou distrital de saúde soli- nº 6, de 28 de setembro de 2017.(Redação dada pela PRT GM/MS
citando a habilitação pleiteada;(Redação dada pela PRT GM/MS nº nº 2.228 de 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022)
II -plano macrorregional da RAMI, aprovado pela Comissão In- CAPÍTULO III
tergestores Bipartite (CIB) ou pelo Colegiado de Gestão da Secre- DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DA RAMI
taria de Estado da Saúde do Distrito Federal (CGSES/DF);(Redação (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
III -resolução da CIB ou CGSES/DF que aprove a solicitação de Art. 43.Constituem serviços da atenção a gestante de baixo ris-
habilitação do serviço;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de co no âmbito da RAMI:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022) 01.07.2022)
IV -formulário de inspeção com parecer favorável da vigilância I -Maternidade de Baixo Risco (MAB);(Redação dada pela PRT
sanitária (Visa), de acordo com os critérios de habilitação estabele- GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
cidos para a habilitação pleiteada;(Redação dada pela PRT GM/MS II -Centro de Parto Normal Intra-Hospitalar (CPNi) tipos I e II-
nº 2.228 de 01.07.2022) ;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

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LEGISLAÇÃO

III -Centro de Parto Normal Peri-Hospitalar (CPNp);(Redação IV -a garantia do fornecimento de relatório de alta e de orien-
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) tações pós-alta, de forma a promover a continuidade da assistência
IV -Casa da Gestante Bebê e Puérpera (CGBP); e(Redação dada pela equipe da APS.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
V -Unidade Básica de Saúde (UBS).(Redação dada pela PRT
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) SUBSEÇÃO I
Art. 44.Constituem serviços de atenção a gestante de alto risco MATERNIDADE DE BAIXO RISCO (MAB)
no âmbito da RAMI:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022)
I -Ambulatório Especializado de Gestação de Alto Risco Art. 48.A Maternidade de Baixo Risco (MAB) é responsável
(AGAR);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) pelo atendimento a gestantes de baixo risco, sendo maternidade
II -Serviço de Referência à Gestação de Alto Risco (GAR) tipo ou hospital geral com leitos obstétricos e produção acima de 500
I;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) (quinhentos) partos por ano.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
III -Serviço de Referência à Gestação de Alto Risco (GAR) tipo 2.228 de 01.07.2022)
II;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Parágrafo único.Poderá ser habilitado como MAB I o estabele-
IV -Casa da gestante, bebê e puérpera (CGBP);(Redação dada cimento que apresente produção inferior a 500 (quinhentos) partos
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) por ano e que esteja em localidade com vazio assistencial, desde
V -referência hospitalar em atendimento secundário a gesta- que pactuado na macrorregião de saúde e que atenda aos demais
ção de alto risco; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de critérios desta Subseção.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
01.07.2022) de 01.07.2022)
VI -referência hospitalar em atendimento terciário a gesta- Art. 49.Os serviços habilitados como MAB deverão, no âmbi-
ção de alto risco.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de to de suas atividades:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022) 01.07.2022)
Art. 45.Constituem serviços de atenção infantil no âmbito da I -propiciar a permanência de 1 (um) acompanhante de livre
RAMI :(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) escolha da mulher durante o período de trabalho de parto, parto e
I -Atenção Ambulatorial Especializada ao Seguimento do Re- puerpério;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
cém-nascido e Criança prioritariamente Egressos de Unidade II -dispor de ambiente único para o parto, de modo a possi-
Neonatal (ANEO);(Retificado pelo D.O.U, seção 1, página 102 de bilitar liberdade de movimentos e proporcionar maior conforto à
26.09.2022) mulher;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
II -UTIN tipos II e III; III -disponibilizar ambiente para o parto, com acomodação ade-
III -UCINCo; e quada, caso seja escolha da gestante ter um acompanhante do sexo
IV -UCINCa. masculino;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
IV -fornecer hidratação e alimentação adequadas e frequen-
CAPÍTULO IV tes à gestante, durante toda a internação, com atenção especial ao
DOS CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS período de trabalho de parto;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
SERVIÇOS DA RAMI 2.228 de 01.07.2022)
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) V -dispor de estrutura e equipe adequadas para parto vaginal
SEÇÃO I e parto cesariano seguros, sejam eletivos ou imediatos;(Redação
SERVIÇOS DE ATENÇÃO À GESTAÇÃO DE BAIXO RISCO dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) VI -assegurar acolhimento adequado para as mulheres em situ-
ação de perda gestacional e óbito fetal, com ambiência diferenciada
Art. 46.Os serviços de atenção à gestação de baixo risco são das demais gestantes e puérperas;(Redação dada pela PRT GM/MS
voltados ao atendimento a gestantes, puérperas e recém-nascidos nº 2.228 de 01.07.2022)
estratificados, durante toda a gestação estratificada como de baixo VII -promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, com
risco.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) atenção diferenciada para adolescentes;(Redação dada pela PRT
Art. 47.Os serviços de atenção à gestação de baixo risco deve- GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
rão observar, no âmbito de suas atividades:(Redação dada pela PRT VIII -orientar o acesso aos métodos contraceptivos, especial-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) mente os de longa duração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
I -a garantia da continuidade da assistência à gestante de baixo 2.228 de 01.07.2022)
risco, ao puerpério e ao recém-nascido sadio, da admissão à alta, IX -articular com a APS o agendamento da primeira visita domi-
por equipe assistencial completa;(Redação dada pela PRT GM/MS ciliar e/ou consulta na própria APS, no máximo, até o 7º dia após a
nº 2.228 de 01.07.2022) alta, com ênfase na prevenção e detecção precoce de complicações
II -a garantia da assistência imediata à gestante, à puérpera e e na promoção da saúde;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
ao recém-nascido nas intercorrências obstétricas e neonatais por de 01.07.2022)
médicos obstetras e pediatras;(Redação dada pela PRT GM/MS nº X -utilizar metodologias que garantam assistência segura à
2.228 de 01.07.2022) perda gestacional; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
III -a oferta de orientações para o planejamento familiar após 01.07.2022)
o parto, com promoção da continuidade das ações na Atenção Pri- XI -implementar programa de educação permanente para as
mária à Saúde (APS); e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de equipes multiprofissionais, por iniciativa própria ou por meio de co-
01.07.2022) operação.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

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LEGISLAÇÃO

Art. 50.A MAB é classificada conforme a produção anual de b) sonar (detector fetal);(Redação dada pela PRT GM/MS nº
partos:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)
I -MAB I: serviços com produção de 500 (quinhentos) a 1.200 c) cardiotocógrafo;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
(mil e duzentos) partos/ano;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022) d) foco de luz móvel;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
II -MAB II: serviços com produção de 1.201 (mil duzentos e um) de 01.07.2022)
a 2.400 (dois mil e quatrocentos) partos/ano; e(Redação dada pela e) mesa e instrumental para exame ginecológico;(Redação
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
III -MAB III: serviços com produção acima de 2.401 (dois mil e f) camas hospitalares reguláveis ou cama para PPP, sendo 1
quatrocentos e um) partos/ano.(Redação dada pela PRT GM/MS nº (uma) por parturiente;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
Art. 51.São critérios para habilitação como MAB:(Redação dada g) material para esvaziamento uterino;(Redação dada pela PRT
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
I -em relação à ambiência e infraestrutura:(Redação dada pela h) instrumental para histerectomia;(Redação dada pela PRT
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a) atender às medidas sanitárias vigentes, em conformidade
i) mesa para parto cirúrgico;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
com a RDC nº 36, de 3 de junho2008, que dispõe sobre regulamen-
2.228 de 01.07.2022)
to técnico para funcionamento dos serviços de atenção obstétrica
j) berço aquecido de calor radiante para reanimação neona-
e neonatal, e a RDC nº 50, de 2002, que dispõe sobre regulamento
técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação tal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, am- k) berço de acrílico;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
bas da Anvisa, ou de acordo com outras que venham a substituí- de 01.07.2022)
-las;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) l) incubadora de transporte;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
b) conter leitos obstétricos clínicos ou cirúrgicos, de acordo 2.228 de 01.07.2022)
com as necessidades e referências macrorregionais;(Redação dada m) Continuous Positive Airway Pressure (CPAP); e(Redação
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
c) conter área para deambulação durante o trabalho de par- n) carrinho de parada completo para reanimação de adul-
to;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) to e recém-nascido;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
d) conter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a 01.07.2022)
permanência junto à mãe, sempre que possível; e(Redação dada V -dispor de centro cirúrgico ou obstétrico com instrumentais
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) e equipamentos necessários à realização de parto vaginal e cesá-
e) conter leito equipado para estabilização da gestante, puér- reo, com funcionamento 24 (vinte e quatro) horas por dia, nos 7
pera e recém-nascido até transferência para serviço de maior com- (sete) dias da semana;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
plexidade, de acordo com a necessidade;(Redação dada pela PRT 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) VI -prover acesso aos serviços de:(Redação dada pela PRT GM/
II -ter protocolos assistenciais:(Redação dada pela PRT GM/MS MS nº 2.228 de 01.07.2022)
nº 2.228 de 01.07.2022) a) laboratório de análises clínicas;(Redação dada pela PRT GM/
a) de acolhimento e com classificação de risco (Accr);(Redação MS nº 2.228 de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) b) ultrassonografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
b) de monitorização materna e fetal efetiva;(Redação dada pela de 01.07.2022)
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) c) unidades de terapia intensiva adulto e neonatal;(Redação
c) de práticas seguras na atenção à gestação, ao parto, ao nasci- dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
mento, ao puerpério, à perda gestacional e ao recém-nascido; e(Re- d) transporte regulado e seguro aos serviços de atenção obsté-
dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
trica e neonatal de maior complexidade, em tempo oportuno; e(Re-
d) de métodos não farmacológicos de alívio da dor;(Redação
dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
e) tratamento hemoterápico oportuno em casos de complica-
III -dispor de medicamentos e insumos para as seguintes situa-
ções hemorrágicas;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
ções:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a) alívio da dor;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) VII -para MAB I, dispor de equipe multiprofissional, com:(Reda-
b) uso rotineiro e de emergência para reanimação de gestan- ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
tes, puérperas e neonatos; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº a) médico obstetra, 24 (vinte e quatro) horas por dia, nos 7
2.228 de 01.07.2022) (sete) dias da semana;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
c) tratamento de intercorrências hemorrágicas, hipertensivas e 01.07.2022)
infecções;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) b) médico pediatra ou neonatologista, 24 (vinte e quatro) horas
IV -dispor dos seguintes equipamentos:(Redação dada pela PRT por dia, nos 7 (sete) dias da semana;(Redação dada pela PRT GM/
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a) de uso rotineiro e de emergência para reanimação de ges- c) médico anestesiologista, 24 (vinte e quatro) horas por dia,
tantes, puérperas e neonatos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº nos 7 (sete) dias da semana;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
2.228 de 01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)

97
LEGISLAÇÃO

d) enfermeiro, preferencialmente obstétrico ou obstetriz, em III -03.10.01.005-5, Parto normal em CPN;(Redação dada pela
tempo integral, 24 (vinte e quatro) horas por dia, nos 7 (sete) dias PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
da semana, de acordo com o quantitativo de leitos obstétricos;(Re- IV -04.11.01.003-4, Parto cesariano;(Redação dada pela PRT
dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
e) técnicos de enfermagem em tempo integral, 24 (vinte e qua- V -04.11.01.002-6, Parto cesariano em gestação de alto ris-
tro) horas por dia, nos 7 (sete) dias da semana, de acordo com o co;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
quantitativo de leitos obstétricos;(Redação dada pela PRT GM/MS VI -04.11.01.004-2, Parto cesariano com laqueadura tubá-
nº 2.228 de 01.07.2022) ria;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
VIII -para MAB II e III, dispor de equipe multiprofissional, VII -04.11.02.004-8, Tratamento cirúrgico de gravidez ectópi-
com:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) ca;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a) médico obstetra em tempo integral, 24 (vinte e quatro) ho- VIII -04.09.06.005-4, Curetagem uterina em mola hidatifor-
ras por dia, nos 7 (sete) dias da semana;(Redação dada pela PRT me;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) IX -04.11.02.001-3, Curetagem pós-abortamento/puerperal;
b) médico pediatra ou neonatologista em tempo integral, 24 e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
(vinte e quatro) horas por dia, nos 7 (sete) dias da semana;(Redação X -04.09.06.007-0, Esvaziamento de útero pós-aborto por aspi-
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) ração manual intrauterina (AMIU).(Redação dada pela PRT GM/MS
c) médico anestesiologista em tempo integral, 24 (vinte e qua- nº 2.228 de 01.07.2022)
tro) horas por dia, nos 7 (sete) dias da semana;(Redação dada pela § 2ºA produção de procedimentos anuais de que trata o caput
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) será acompanhada periodicamente pelo gestor local de saúde e
d) enfermeiro, preferencialmente obstétrico ou obstetriz, em pelo Ministério da Saúde.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
tempo integral, 24 (vinte e quatro) horas por dia, nos 7 (sete) dias de 01.07.2022)
da semana, de acordo com o quantitativo de leitos obstétricos; Art. 53.É vedado aos estabelecimentos de saúde:(Redação
e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
e) técnicos de enfermagem em tempo integral, 24 (vinte e qua- I -ter mais de uma habilitação em MAB; e(Redação dada pela
tro) horas por dia, nos 7 (sete) dias da semana, de acordo com o PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
quantitativo de leitos obstétricos; e(Redação dada pela PRT GM/MS II -habilitado como MAB I ser habilitado como CPNi.(Redação
nº 2.228 de 01.07.2022) dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
IX -ter acesso a equipe com:(Redação dada pela PRT GM/MS nº
2.228 de 01.07.2022) SUBSEÇÃO II
a) médicos especialistas em clínica geral e cirurgia geral; e(Re- CENTRO DE PARTO NORMAL INTRA-HOSPITALAR (CPNI)
dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
b) profissionais de fisioterapia, psicologia, nutrição, fonoaudio-
logia, assistência social e de farmacêutica, de acordo com as neces-
Art. 54.O Centro de Parto Normal Intra-hospitalar (CPNi) é a
sidades clínicas da gestante e do recém-nascido.(Redação dada pela
unidade responsável pela assistência à gestante de baixo risco em
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
trabalho de parto, devendo estar localizada no interior de um hos-
Art. 52.A MAB deve apresentar a seguinte produção mínima no
pital ou maternidade.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
Sistema de Informação Hospitalar (SIH), vinculada ao tipo:(Redação
01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 55.O CPNi é classificado em:(Redação dada pela PRT GM/
I -MAB I: produção mínima de 804 (oitocentos e quatro) pro-
MS nº 2.228 de 01.07.2022)
cedimentos anuais e média de 67 (sessenta e sete) procedimentos
mensais;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) I -CPNi tipo I 3 PPP;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
II -MAB II: produção mínima de 1.500 (mil e quinhentos) pro- de 01.07.2022)
cedimentos anuais e média de 125 (cento e vinte e cinco) proce- II -CPNi tipo I 5 PPP;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
dimentos mensais; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de de 01.07.2022)
01.07.2022) III -CPNi tipo II 3 PPP; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº
III -MAB III: produção mínima de 3.396 (três mil e trezentos e 2.228 de 01.07.2022)
noventa e seis) procedimentos anuais e média de 283 (duzentos IV -CPNi tipo II 5 PPP.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
e oitenta e três) procedimentos mensais.(Redação dada pela PRT de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Parágrafo único.São critérios para classificação em CPNi tipo
§ 1ºPara fins de monitoramento da MAB, conforme disposto I:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
no inciso III do art. 26. do Título I do Anexo II desta Portaria, será I -dispor de ambientes fins exclusivos da unidade, tais como re-
considerada a produção, devidamente registrada na Autorização de cepção e sala de exames, quartos PPP, área de deambulação, posto
Internação Hospitalar (AIH), constante da Tabela de Procedimentos, médico e de enfermagem e sala de serviço, sendo possível compar-
Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS, dos tilhar os ambientes de apoio; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº
seguintes procedimentos:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 2.228 de 01.07.2022)
de 01.07.2022) II -ter capacidade para garantir a permanência da mulher e do
I -03.10.01.003-9, Parto normal;(Redação dada pela PRT GM/ recém-nascido no quarto PPP, da admissão à alta.(Redação dada
MS nº 2.228 de 01.07.2022) pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
II -03.10.01.004-7, Parto normal em gestação de alto risco;(Re- Art. 56.São critérios específicos para classificação em CPNi tipo
dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) II:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

98
LEGISLAÇÃO

I -dispor de ambientes compartilhados com o restante da ma- IV -dispor dos seguintes equipamentos:(Redação dada pela PRT
ternidade, como recepção, sala de exames, posto médico e de en- GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
fermagem, sala de serviço e outros ambientes de apoio; e(Redação a) de uso rotineiro e de emergência para reanimação de ges-
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) tantes, puérperas e neonatos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
II -ter capacidade para garantir a permanência da mulher e do 2.228 de 01.07.2022)
recém-nascido no quarto PPP durante o trabalho de parto e par- b) sonar (detector fetal);(Redação dada pela PRT GM/MS nº
to, podendo, após o puerpério imediato, serem transferidos para o 2.228 de 01.07.2022)
alojamento conjunto.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de c) cardiotocógrafo;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022) 01.07.2022)
Art. 57.São critérios gerais para habilitação como CPNi:(Reda- d) foco de luz móvel;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) de 01.07.2022)
I -em relação à ambiência e infraestrutura:(Redação dada pela e) mesa e instrumental para exame ginecológico;(Redação
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a) atender às medidas sanitárias vigentes, em conformidade f) camas hospitalares reguláveis ou cama para PPP, sendo 1
com a RDC nº 36, de 2008, que dispõe sobre regulamento técnico (uma) por parturiente;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
para funcionamento dos serviços de atenção obstétrica e neonatal, 01.07.2022)
e a RDC nº 50, de 2002, que dispõe sobre regulamento técnico para g) carrinho de parada completo para reanimação de adul-
planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos fí- to e recém-nascido;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
sicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, ambas da Anvisa, 01.07.2022)
ou de acordo com outras que venham a substituí-las;(Redação dada h) barra fixa ou escada de Ling;(Redação dada pela PRT GM/MS
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) nº 2.228 de 01.07.2022)
b) ser adequada para a mulher durante o período de trabalho i) bola de fisioterapia e cavalinho obstétrico;(Redação dada
de parto, parto e puerpério, com privacidade e controle de ilumina- pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ção, climatização e ruídos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 j) arco de suporte (acoplável e removível na cama de alvenaria)
de 01.07.2022) que possibilite a adoção da posição de cócoras pela mulher;(Reda-
c) ter a planta baixa do projeto arquitetônico do estabelecimen- ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
to de saúde aprovado pelo órgão de vigilância sanitária local, com a k) perneira para adoção da posição ginecológica pela mu-
identificação dos espaços físicos, inclusive indicando os ambientes lher;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de apoio, conforme disposto na RDC nº 36, de 2008, da Anvisa;(Re- l) banquetas e/ou cadeiras para parto vertical;(Redação dada
dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
d) ser adequada para a permanência de um acompanhante m) berço aquecido de calor radiante para reanimação neona-
de livre escolha da mulher durante o trabalho de parto, parto e tal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pós-parto imediato; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de n) berço de acrílico, sendo 1 (um) por quarto PPP;(Redação
01.07.2022) dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
e) ser adequada para a deambulação durante o trabalho de
o) poltrona reclinável para acompanhante;(Redação dada pela
parto;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
II -ter protocolos assistenciais e rotinas:(Redação dada pela PRT
p) mesa de cabeceira; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022)
a) de admissão no CPNi e de assistência ao trabalho de par-
q) equipamento audiovisual;(Redação dada pela PRT GM/MS
to, parto, puerpério e de cuidados com o recém-nascido;(Redação
nº 2.228 de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
V -dispor de serviços:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
b) de orientação à linha de cuidado materna e infantil e outros
de 01.07.2022)
protocolos que promovam a prática segura, de qualidade e huma-
nizada; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) a) laboratoriais de análises clínicas;(Redação dada pela PRT
c) que favoreçam a proteção do período sensível e o contato GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pele a pele imediato e ininterrupto entre a mãe e o recém-nasci- b) de ultrassonografia; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº
do, de forma a promover o vínculo, com a participação de acompa- 2.228 de 01.07.2022)
nhante, quando couber; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 c) de acesso à transporte regulado e seguro e aos serviços de
de 01.07.2022) atenção obstétrica e neonatal de maior complexidade, em tempo
d) com métodos não farmacológicos para alívio da dor;(Reda- oportuno;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) VI -dispor de equipe mínima conforme art. 58 deste Título;
III -prover medicamentos e insumos:(Redação dada pela PRT e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) VII -possuir habilitação em MAB II ou III ou GAR II.(Redação
a) para alívio da dor;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de 01.07.2022) Parágrafo único.O serviço já habilitado como CPNi pela Rede
b) de uso rotineiro e de emergência para reanimação de ges- Cegonha não tem a obrigatoriedade de ser habilitado nos serviços
tantes, puérperas e neonatos; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº dispostos no inciso VII.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
c) para cateterismo umbilical;(Redação dada pela PRT GM/MS Art. 58.São critérios em relação à equipe multiprofissional de
nº 2.228 de 01.07.2022) cada CPNi:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

99
LEGISLAÇÃO

I -CPNi tipo I e tipo II, com 3 (três) PPP:(Redação dada pela PRT Art. 60.Para fins de monitoramento do CPNi, conforme dispos-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) to no inciso III do art. 26 do Título I do Anexo II desta Portaria, será
a) 1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz, com carga horá- considerada a produção, devidamente registrada na AIH, constante
ria semanal de 40 (quarenta) horas de trabalho, 8 (oito) horas por da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e
dia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Materiais Especiais do SUS, do procedimento 03.10.01.005-5 - Par-
b) 1 (um) médico obstetra, disponível no estabelecimento, em to normal em CPN.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
casos de intercorrências obstétricas, 24 (vinte e quatro) horas por 01.07.2022)
dia, nos 7 (sete) dias da semana;(Redação dada pela PRT GM/MS nº Art. 61.Fica vedada a habilitação de mais de uma unidade de
2.228 de 01.07.2022) CPNi por estabelecimento hospitalar.(Redação dada pela PRT GM/
c) 1 (um) médico pediatra, disponível no estabelecimento, em MS nº 2.228 de 01.07.2022)
casos de intercorrências neonatais, 24 (vinte e quatro) horas, nos 7
(sete) dias da semana;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de SUBSEÇÃO III
01.07.2022) CENTRO DE PARTO NORMAL PERI-HOSPITALAR (CPNP)
d) 1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz, disponível nas 24 (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
(vinte e quatro) horas por dia, nos 7 (sete) dias da semana;(Redação
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Art. 62.O Centro de Parto Normal Peri-Hospitalar (CPNp) é a
e) 1 (um) técnico de enfermagem, disponível 24 (vinte e qua- unidade responsável pela assistência à gestante de baixo risco em
tro) horas, nos 7 (sete) dias da semana; e(Redação dada pela PRT trabalho de parto, devendo estar localizada fora de ambiente hospi-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) talar.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
f) 1 (um) auxiliar de serviços gerais, disponível 24 (vinte e qua- Parágrafo único.Não será permitida nova habilitação desse ser-
tro) horas, nos 7 (sete) dias da semana; e(Redação dada pela PRT viço.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Art. 63.O CPNp é classificado segundo os quantitativos a se-
II -CPNi tipo I e tipo II, com 5 (cinco) PPP:(Redação dada pela guir:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
I -3 (três) quartos PPP, com produção mínima de 480 (quatro-
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
centos e oitenta) partos anuais e média de 40 (quarenta) partos
a) 1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz, com carga horá-
mensais; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ria semanal de 40 (quarenta) horas de trabalho, 8 (oito) horas por
II -5 (cinco) quartos PPP, com produção mínima de 840 (oito-
dia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
centos e quarenta) partos anuais e média de 70 (setenta) partos
b) 1 (um) médico obstetra, disponível no estabelecimento, em mensais.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
casos de intercorrências obstétricas, 24 (vinte e quatro) horas, nos Art. 64.Para a manutenção de serviço de CPNp habilitado pela
7 (sete) dias da semana;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 Rede Cegonha, é necessário que este:(Redação dada pela PRT GM/
de 01.07.2022) MS nº 2.228 de 01.07.2022)
c) 1 (um) médico pediatra, disponível no estabelecimento, em I -atenda aos critérios gerais e de equipe multiprofissional dis-
casos de intercorrências neonatais, 24 (vinte e quatro) horas, nos 7 postos nos arts. 57 e 58 deste Anexo;(Redação dada pela PRT GM/
(sete) dias da semana;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) II -esteja localizado nas imediações do estabelecimento hospi-
d) 1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz, disponível 24 (vin- talar de referência, a uma distância que possa ser percorrida em
te e quatro) horas, nos 7 (sete) dias da semana;(Redação dada pela tempo inferior a 20 (vinte) minutos do respectivo estabelecimen-
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) to, em unidades de transporte adequadas;(Redação dada pela PRT
e) 2 (dois) técnicos de enfermagem, disponíveis 24 (vinte e qua- GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
tro) horas, nos 7 (sete) dias da semana; e(Redação dada pela PRT III -garanta a transferência da mulher e do recém-nascido para
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) o estabelecimento hospitalar de referência, em caso de eventuais
f) 1 (um) auxiliar de serviços gerais, disponível 24 (vinte e qua- riscos ou intercorrências, em unidades de transporte adequadas,
tro) horas, nos 7 (sete) dias da semana.(Redação dada pela PRT nas 24 (vinte e quatro) horas do dia e nos 7 (sete) dias da sema-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) na;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 59.O CPNi deve apresentar a seguinte produção mínima no IV -garanta a equipe mínima do CPNp com 3 (três) quartos PPP
SIH, vinculada ao quantitativo de PPP:(Redação dada pela PRT GM/ e com:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
MS nº 2.228 de 01.07.2022) a) 1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz, responsável téc-
I -3 (três) PPP: produção mínima de 480 (quatrocentos e oiten- nico pelo CPN, com carga horária semanal de trabalho de 40 (qua-
ta) partos anuais e média de 40 (quarenta) partos mensais; e(Reda- renta) horas, 8 (oito) horas por dia;(Redação dada pela PRT GM/MS
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) nº 2.228 de 01.07.2022)
II -5 (cinco) PPP: produção mínima de 840 (oitocentos e qua- b) enfermeiro obstétrico ou obstetriz, 24 (vinte e quatro) horas
por dia, 7 (sete) dias por semana, nas seguintes quantidades míni-
renta) partos anuais e média de 70 (setenta) partos mensais.(Reda-
mas:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
1. 1 (um) durante a presença do responsável técnico de que
Parágrafo único.A produção de partos anuais de que trata o
trata a alínea “a”; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
caput será acompanhada periodicamente pelo gestor local de saú-
01.07.2022)
de e pelo Ministério da Saúde.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
2.228 de 01.07.2022)

100
LEGISLAÇÃO

2. 2 (dois) durante as escalas noturnas, de finais de semana I -ter capacidade de acolhimento para 10 (dez), 15 (quinze) ou
e feriados, bem como nas ausências prolongadas do responsável 20 (vinte) vagas, entre gestantes, puérperas com recém-nascidos e
técnico de que trata a alínea “a”;(Redação dada pela PRT GM/MS puérperas sem recém-nascidos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
nº 2.228 de 01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)
c) 1 (um) técnico de enfermagem 24 (vinte e quatro) horas por II -ser vinculado a um estabelecimento hospitalar de referência
dia, 7 (sete) dias por semana; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº em GAR II ou MAB II e III;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
2.228 de 01.07.2022) de 01.07.2022)
d) 1 (um) auxiliar de serviços gerais, 24 (vinte e quatro) horas III -situar-se preferencialmente, nas imediações do estabeleci-
por dia, 7 (sete) dias por semana; e(Redação dada pela PRT GM/MS mento hospitalar ao qual pertence, em um raio igual ou inferior a
nº 2.228 de 01.07.2022) 5 (cinco) quilômetros do estabelecimento ao qual esteja vinculado;
V -garanta a equipe mínima do CPNp com 5 (cinco) quartos PPP e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
e com:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) IV -dispor de ambientes específicos, tais como dormitório, ba-
a) 1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz responsável técni- nheiro, sala e cozinha, todos separados entre si e adequados ao nú-
co pelo CPNp, com carga horária semanal de trabalho de 40 (qua- mero de mulheres e recém-nascidos.(Redação dada pela PRT GM/
renta) horas, 8 (oito) horas por dia;(Redação dada pela PRT GM/MS MS nº 2.228 de 01.07.2022)
nº 2.228 de 01.07.2022) Art. 68.A CGBP, no âmbito de suas atividades, deverá:(Redação
b) 2 (dois) enfermeiros obstétricos ou obstetrizes, 24 (vinte e dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana;(Redação dada pela
I -garantir acolhimento, orientação, hospedagem e alimenta-
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ção às gestantes, às puérperas e aos recém-nascidos em situação
c) 1 (um) técnico de enfermagem, 24 (vinte e quatro) horas por
de risco que necessitem de acompanhamento supervisionado pela
dia, 7 (sete) dias por semana; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº
equipe de referência do estabelecimento hospitalar ao qual esteja
2.228 de 01.07.2022)
d) 1 (um) auxiliar de serviços gerais, 24 (vinte e quatro) horas vinculada;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
por dia, 7 (sete) dias por semana.(Redação dada pela PRT GM/MS II -realizar acompanhamento diário pela equipe de enferma-
nº 2.228 de 01.07.2022) gem;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
§ 1ºO enfermeiro obstétrico ou obstetriz coordenador do cui- III -prestar assistência à saúde garantida pelo estabelecimento
dado também deverá exercer as atividades de assistência relativas hospitalar durante a permanência na CGBP, de acordo com as ne-
ao cuidado materno e neonatal.(Redação dada pela PRT GM/MS nº cessidades clínicas dos usuários;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
2.228 de 01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)
§ 2ºOs enfermeiros obstétricos que atuam nos CPNp deve- IV -possibilitar visita aberta, com horários ampliados e flexí-
rão apresentar certificado de especialista na área de enfermagem veis;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
obstétrica, consubstanciado em especialização lato sensu ou pro- V -prestar cuidados na prevenção e no tratamento da infecção
grama de residência.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de puerperal e ter ações da primeira semana direcionadas a puérpe-
01.07.2022) ra e recém-nascidos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
Art. 65.Os serviços habilitados como CPNp devem ter a seguin- 01.07.2022)
te produção mínima, a ser apresentada por meio do SIH:(Redação VI -disponibilizar insumos, materiais, suprimentos e limpeza.
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
I -3 (três) quartos PPP: 480 (quatrocentos e oitenta) partos anu- Art. 69.A CGBP deve ter a seguinte equipe mínima:(Redação
ais e média de 40 (quarenta) partos mensais; e(Redação dada pela dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) I -1 (um) coordenador técnico-administrativo;(Redação dada
II -5 (cinco) quartos PPP: 840 (oitocentos e quarenta) partos pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
anuais e média de 70 (setenta) partos mensais.(Redação dada pela II -enfermeiro responsável pela CGBP, 24 (vinte e quatro) horas
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) por dia, 7 (sete) dias por semana;(Redação dada pela PRT GM/MS
Parágrafo único.A produção de partos anuais de que trata o nº 2.228 de 01.07.2022)
caput será acompanhada periodicamente pelo gestor local de saú- III -técnico de enfermagem, 24 (vinte e quatro) horas por dia, 7
de e pelo Ministério da Saúde.(Redação dada pela PRT GM/MS nº (sete) dias por semana; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
2.228 de 01.07.2022)
de 01.07.2022)
IV -auxiliar de limpeza nos 7 (sete) dias da semana.(Redação
SUBSEÇÃO IV
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
CASA DA GESTANTE, BEBÊ E PUÉRPERA (CGBP)
Parágrafo único.O enfermeiro responsável pela CGBP poderá
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
acumular a função de coordenador técnico-administrativo.(Reda-
Art. 66.A Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP) é uma re- ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
sidência provisória de cuidado à gestação, ao puerpério e ao recém- Art. 70.A responsabilidade técnica e administrativa pela CGBP
-nascido, destinada às usuárias que necessitem de vigilância e que é do estabelecimento hospitalar ao qual esteja vinculada, incluindo
estejam em situação de risco ou vulnerabilidade, identificadas pela o transporte para gestante, recém-nascido e puérpera para atendi-
atenção primária ou especializada.(Redação dada pela PRT GM/MS mento imediato às intercorrências, de acordo com a necessidade
nº 2.228 de 01.07.2022) clínica.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 67.Para habilitação como CGBP, o estabelecimento de-
ve:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

101
LEGISLAÇÃO

Art. 71.A CGBP poderá, excepcionalmente, ser instalada a uma IV -03.01.01.035-8, Avaliação diária de recém-nascidos ou
distância superior a 5 (cinco) quilômetros do estabelecimento hos- crianças na CGPB.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
pitalar ao qual esteja vinculada, desde que pertença ao mesmo mu- 01.07.2022)
nicípio do estabelecimento hospitalar de referência.(Redação dada Art. 75.A CGBP deve apresentar a seguinte produção mínima
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) no SIH, vinculada ao quantitativo de camas:(Redação dada pela PRT
Art. 72.A inclusão da gestante, do recém-nascido e da puérpera GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
na CGBP deve ser realizada pelo estabelecimento hospitalar ao qual I -10 (dez) camas: produção mínima de 2.916 (dois mil e nove-
estejam vinculados, observando os seguintes critérios:(Redação centos e dezesseis) procedimentos anuais e média de 243 (duzen-
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) tos e quarenta e três) mensais;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
I -para a gestante:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) II -15 (quinze) camas: produção mínima de 4.380 (quatro mil e
a) necessidade de atenção diária pela equipe de saúde, por trezentos e oitenta) procedimentos anuais e média de 365 (trezen-
apresentar situação de risco e vulnerabilidade; e(Redação dada tos e sessenta e cinco) mensais; e(Redação dada pela PRT GM/MS
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) nº 2.228 de 01.07.2022)
b) vigilância mais frequente de suas condições de saúde, em III -20 (vinte) camas: produção mínima de 5.832 (cinco mil e
oitocentos e trinta e dois) procedimentos anuais e média de 486
regime ambulatorial, acompanhada de dificuldade de deslocamen-
(quatrocentos e oitenta e seis) mensais.(Redação dada pela PRT
to;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
II -para o recém-nascido:(Redação dada pela PRT GM/MS nº
§ 1ºA produção mínima estabelecida pelo caput considera a
2.228 de 01.07.2022)
taxa de ocupação de 80% (oitenta por cento) de camas.(Redação
a) estar em recuperação nutricional, necessitando de atenção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
diária da equipe de saúde; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº § 2ºA produção de procedimentos vinculados à CGBP de que
2.228 de 01.07.2022) trata o caput será acompanhada periodicamente pelo gestor local
b) necessidade de adaptação de seus cuidadores no manejo de de saúde e pelo Ministério da Saúde.(Redação dada pela PRT GM/
cuidados específicos que serão realizados, posteriormente, no do- MS nº 2.228 de 01.07.2022)
micílio; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
III -para a puérpera:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 SUBSEÇÃO V
de 01.07.2022) UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS)
a) atenção à saúde, sem exigência de vigilância constante em (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ambiente hospitalar; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022) Art. 76.A habilitação e a qualificação da Unidade Básica de Saú-
b) quando o recém-nascido se encontrar internado em UTIN de (UBS) observarão o regramento geral já previsto na Portaria de
ou em UCINCo no estabelecimento hospitalar e houver dificulda- Consolidação GM/MS nº 2, de 28 de setembro de 2017.(Redação
de para o deslocamento frequente da mãe.(Redação dada pela PRT dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Parágrafo único.Preferencialmente, as vagas para as puérperas SEÇÃO II
que necessitem permanecer na CGBP em razão de internação do re- ATENÇÃO À GESTAÇÃO DE ALTO RISCO
cém-nascido na UTIN ou UCINCo não devem ultrapassar 30% (trinta (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
por cento) da capacidade de ocupação da CGBP, sendo necessário Art. 77.A organização da atenção à saúde, na gestação de alto
garantir a disponibilidade da permanência da mãe ao lado do re- risco, contemplará todos os níveis de complexidade, com definição
cém-nascido em período integral durante a internação.(Redação dos pontos de atenção e competências correspondentes, conside-
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) rando a importância da abordagem integral às gestantes, conforme
Art. 73.A CGBP somente admitirá gestantes e puérperas que se suas especificidades relacionadas às condições clínicas, socioeco-
enquadrem nas situações descritas no art. 72 não se confundindo nômicas e demográficas.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
de 01.07.2022)
com abrigo, albergue ou casa de passagem.(Redação dada pela PRT
Art. 78.A atenção ao pré-natal de alto risco será realizada de
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
acordo com as singularidades de cada gestante e puérpera, com a
Art. 74.Para fins de monitoramento, conforme disposto no inci-
integração à APS, à qual cabe a coordenação do cuidado, com ga-
so III do art. 26 do Título I do Anexo II desta Portaria, para o serviço
rantia de atenção à saúde progressiva, continuada e acessível.(Re-
de CGBP, será considerada a produção registrada, constante da Ta- dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
bela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Mate- § 1ºO encaminhamento ao pré-natal de alto risco será realiza-
riais Especiais do SUS, dos seguintes procedimentos:(Redação dada do, prioritariamente, pela APS, que deverá assegurar o cuidado da
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) gestante até sua vinculação ao serviço referenciado para alto risco.
I -03.01.01.032-3, Avaliação diária de gestante na CGPB;(Reda- (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) § 2ºO acompanhamento do pré-natal da gestante de alto risco
II -03.01.01.033-1, Avaliação diária de puérpera na CGPB;(Re- deve ser realizado de forma compartilhada entre a AAE e a APS.
dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
III -03.01.01.034-0,Avaliação diária de puérpera com recém- Subseção I
-nascidos internados em unidades neonatais na CGPB; e(Redação Atenção ambulatorial especializada à gestação de alto risco
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

102
LEGISLAÇÃO

Art. 79.O Ambulatório Especializado de Gestação de Alto Ris- a) assistência clínica vascular e cardiovascular;(Redação dada
co (AGAR) deve garantir o acesso aos recursos assistenciais, bem pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
como aos exames laboratoriais, gráficos, de imagem, terapêuticos b) assistência clínica neurológica;(Redação dada pela PRT GM/
e de apoio, de acordo com o perfil de demanda e o caráter eleti- MS nº 2.228 de 01.07.2022)
vo do atendimento.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de c) assistência clínica gastroenterológica;(Redação dada pela
01.07.2022) PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 80.O AGAR compreende o acompanhamento anual de d) assistência clínica nefrológica;(Redação dada pela PRT GM/
825 (oitocentos e vinte e cinco) gestantes de alto risco, consideran- MS nº 2.228 de 01.07.2022)
do uma cobertura total de 5.500 (cinco mil e quinhentas) gestan- e) assistência clínica hematológica;(Redação dada pela PRT
tes na macrorregião.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) f) assistência clínica oftalmológica;(Redação dada pela PRT
Art. 81.São critérios para habilitação como AGAR:(Redação GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) g) assistência clínica otorrinolaringológica;(Redação dada pela
I -atender às medidas sanitárias vigentes, em conformidade PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
com a RDC nº 36, de 2008, e a RDC nº 50, de 2002, ambas da Anvisa, h) assistência clínica de infectologia;(Redação dada pela PRT
ou de acordo com outras que venham a substituí-las;(Redação dada
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
i) assistência clínica cirúrgica;(Redação dada pela PRT GM/MS
II -ser vinculado à unidade hospitalar ou maternidade habilita-
nº 2.228 de 01.07.2022)
da em serviço de referência à gestação de alto risco tipo II, devido
j) assistência clínica endocrinológica; e(Redação dada pela PRT
à especialidade de profissionais e à oferta de exames laboratoriais,
gráficos e de imagem;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) k) assistência clínica urológica.(Redação dada pela PRT GM/MS
III -dispor de serviço de diagnóstico ultrassonográfico e de se- nº 2.228 de 01.07.2022)
guimento em medicina fetal e cardiotocografia;(Redação dada pela Art. 82.O AGAR deverá garantir acesso regulado à maternidade
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) de referência com leitos para gestação de alto risco, que realizará
IV -ter acesso regulado e pactuado com a gestão da APS para seus partos ou atendimentos em caso de intercorrências.(Redação
oferta do Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG), exames diag- dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
nósticos de gravidade de pré-eclâmpsia e urocultura com antibio- Art. 83.O AGAR deverá realizar, no mínimo, 9.900 (nove mil e
grama;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) novecentas) consultas por ano, pelo médico obstetra, com acesso
V -dispor de equipe multiprofissional especializada para a aten- regulado, sendo 83 (oitenta e três) consultas de primeira vez e 742
ção à gestante de alto risco, com:(Redação dada pela PRT GM/MS (setecentos e quarenta e duas) consultas de acompanhamento por
nº 2.228 de 01.07.2022) mês.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a) profissional responsável técnico médico obstetra com expe- Art. 84.Para fins de monitoramento, conforme disposto no
riência em gestação de alto risco;(Redação dada pela PRT GM/MS inciso III do art. 26 do Título I do Anexo II desta Portaria, para o
nº 2.228 de 01.07.2022) serviço de AGAR, será considerada a produção do procedimento
b) médicos obstetras com residência médica em ginecologia e 03.01.01.036-6 - Consulta pré-natal de alto risco no AGAR, constan-
obstetrícia reconhecida pelo Ministério da Educação, ou com título te da Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses
de especialista em ginecologia e obstetrícia reconhecido pela Fe- e Materiais Especiais do SUS.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
deração Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia junto à Associação 2.228 de 01.07.2022)
Médica Brasileira (AMB), garantindo, no mínimo, carga horária de
80 (oitenta) horas semanais;(Redação dada pela PRT GM/MS nº Subseção II
2.228 de 01.07.2022) Serviço de Referência à Gestação de Alto Risco (GAR)
c) médico ultrassonografista com residência médica em ultras- (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
sonografia reconhecida pelo Ministério da Educação, ou com título
de especialista em ultrassonografia reconhecido pelo Colégio Bra-
Art. 85.O GAR é responsável pelos serviços que abrangem
sileiro de Radiologia junto à AMB, ou médico fetal com residência
a atenção à gestante de alto risco, ao recém-nascido de risco e à
médica em medicina fetal reconhecida pelo Ministério da Educação
puérpera de risco.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
ou com título de especialista reconhecido pela Federação Brasileira
01.07.2022)
de Ginecologia e Obstetrícia junto à AMB, com, no mínimo, carga
horária de 20 (vinte) horas semanais;(Redação dada pela PRT GM/ Art. 86.O serviço de GAR tipo II, habilitado à RAMI, deve garan-
MS nº 2.228 de 01.07.2022) tir:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
d) enfermeiros garantindo, no mínimo, carga horária de 80 (oi- I -vagas à gestante vinculada pela atenção primária ou àquelas
tenta) horas semanais;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de encaminhadas pela Central de Regulação para atender as intercor-
01.07.2022) rências durante a gestação e a realização de parto;(Redação dada
e) médico clínico, nutricionista, psicólogo e assistente social pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
próprios ou por meio do hospital ou maternidade de referência de II -retaguarda às urgências e emergências obstétricas e neona-
alto risco; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) tais atendidas pelos outros serviços de menor complexidade que
VI -acesso regulado às especialidades, de acordo com as neces- compõem a RAMI em sua macrorregião de saúde, garantindo o
sidades de cada gestante:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 encaminhamento responsável;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
de 01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)

103
LEGISLAÇÃO

III -permissão para a presença de acompanhante de livre es- b) ao acolhimento com classificação de risco no atendimento às
colha da mulher em todo o período de trabalho de parto, parto e urgências obstétrica, ginecológica e neonatal;(Redação dada pela
puerpério;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
IV -ambiência adequada à mulher durante o período de tra- c) ao manejo das principais intercorrências obstétricas, tais
balho de parto, parto e puerpério, com privacidade e controle de como pré-eclâmpsia, hemorragia e sepse;(Redação dada pela PRT
iluminação, climatização e ruídos;(Redação dada pela PRT GM/MS GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
nº 2.228 de 01.07.2022) d) a métodos não farmacológicos de alívio da dor;(Redação
V -metodologias de assistência segura na perda gestacio- dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
nal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) III -comissões obrigatórias pertinentes aos estabelecimentos
VI -realização do parto em um único ambiente que possibilite hospitalares constituídas e em permanente funcionamento;(Reda-
a liberdade de movimentos pela mulher com maior conforto, res- ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
guardada a possibilidade de transferência da puérpera para o alo- IV -dispor de medicamentos, insumos e equipamentos para as
jamento conjunto no pós-parto;(Redação dada pela PRT GM/MS nº seguintes situações:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
VII -apoio e promoção ao aleitamento materno;(Redação dada a) alívio da dor;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
VIII -ações e serviços de orientação de planejamento familiar b) de uso rotineiro e de emergência para reanimação de ges-
pós-parto e pós-perda gestacional à puérpera no momento da alta tantes, puérperas e neonatos, conforme Anexo 3 do Anexo II desta
hospitalar, assim como encaminhamento para consulta de puerpé- Portaria;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
rio e puericultura após a alta hospitalar;(Redação dada pela PRT c) ocitocina, derivados da ergotamina, misoprostol e ácido tra-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) nexâmico para o tratamento de intercorrências hemorrágicas;(Re-
IX -apoio à vigilância e investigação do óbito materno, fetal e dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
infantil nos territórios;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de d) nifedipina, hidralazina, sulfato de magnésio e gluconato de
01.07.2022) cálcio para intercorrências hipertensivas;(Redação dada pela PRT
X -acesso às especialidades médicas de apoio e demais pro- GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
cedimentos diagnósticos, de acordo com a necessidade da gestan- e) antibióticos de acordo com a Comissão de Controle de Infec-
te;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) ção Hospitalar (CCIH) e diretrizes nacionais para o tratamento de
XI -articulação com a APS para agendamento da primeira visita infecções;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
domiciliar e/ou consulta na própria APS, no máximo, até o 7º dia f) anticoagulantes, anestésicos e analgésicos;(Redação dada
após a alta, com ênfase na prevenção e detecção precoce de com- pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
plicações e na promoção da saúde; e(Redação dada pela PRT GM/ g) aceleradores de maturidade pulmonar fetal;(Redação dada
MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
XII -realização de consultas de acompanhamento de pré-
h) surfactante pulmonar;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
-natal de alto risco.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022)
i) prostaglandina E2; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº
Art. 87.São critérios para habilitação como GAR tipo II:(Reda-
2.228 de 01.07.2022)
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
j) medicações para urgência e emergência clínica;(Redação
I -em relação às instalações físicas:(Redação dada pela PRT
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
V -ofertar os seguintes serviços em período integral, 24 (vinte e
a) atender às medidas sanitárias vigentes, em conformidade
com a RDC nº 36, de 2008, que dispõe sobre regulamento técnico quatro) horas por dia, durante os 7 (sete) dias da semana:(Redação
para funcionamento dos serviços de atenção obstétrica e neona- dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
tal, e a RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, que dispõe sobre a) ultrassonografia, incluindo Dopplerfluxometria;(Redação
regulamento técnico para planejamento, programação, elabora- dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ção e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assisten- b) laboratório de análises clínicas;(Redação dada pela PRT GM/
ciais de saúde, ambas da Anvisa, ou de acordo com outras que ve- MS nº 2.228 de 01.07.2022)
nham a substituí-las;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de c) cardiotocografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
01.07.2022) de 01.07.2022)
b) conter área para deambulação durante o trabalho de par- d) radiologia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
to;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
c) conter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a e) eletrocardiografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
permanência junto à mãe, sempre que possível; e(Redação dada de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) f) hemoterapia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
d) conter leito equipado para a estabilização da gestante ou 01.07.2022)
puérpera até a transferência para a UTI adulto de referência;(Reda- g) Banco de Leite Humano (BLH) ou posto de coleta com re-
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) ferência pactuada a um BLH;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
II -ter protocolos assistenciais e clínicos relativos:(Redação 2.228 de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) h) transporte seguro e regulado de urgência para os serviços
a) à monitorização materna e fetal efetiva;(Redação dada pela de atenção obstétrica de maior complexidade, em tempo oportu-
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) no;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

104
LEGISLAÇÃO

i) de urgência e emergência obstétrica;(Redação dada pela PRT h) assistente social;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) de 01.07.2022)
j) centro cirúrgico ou obstétrico com instrumentais e equipa- i) fisioterapeuta;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
mentos necessários à realização de parto vaginal e cesáreo;(Reda- 01.07.2022)
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) j) fonoaudiólogo;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
k) leitos habilitados como unidade neonatal; e(Redação dada 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) k) nutricionista;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
VI -dispor dos seguintes equipamentos em período integral, 24 01.07.2022)
(vinte e quatro) horas por dia, durante os 7 (sete) dias da sema- l) psicólogo; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
na:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
a) sonar (detector fetal) em cada ambiente (admissão, pré-par- m) farmacêutico.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
to, enfermaria de gestante e centro obstétrico);(Redação dada pela 01.07.2022)
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) § 1ºO acesso às especialidades médicas de cardiologia, nefro-
b) cardiotocógrafo;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 logia, neurologia, endocrinologia ou outras deve ocorrer de acordo
de 01.07.2022) com a necessidade e o quadro clínico do usuário.(Redação dada
c) foco de luz móvel;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de 01.07.2022) § 2ºO médico anestesiologista, o médico clínico, o médico obs-
d) mesa e instrumental para exame ginecológico;(Redação tetra, o médico pediatra ou neonatologista, o enfermeiro e o técni-
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) co de enfermagem deverão estar disponíveis nas 24 (vinte e quatro)
e) camas hospitalares reguláveis ou cama para PPP, sendo 1 horas do dia e nos 7 (sete) dias da semana.(Redação dada pela PRT
(uma) por parturiente;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) Art. 88.Serão mantidos os serviços habilitados pela Rede Cego-
f) material para esvaziamento uterino;(Redação dada pela PRT nha como GAR tipo I, desde que atendam aos critérios dispostos no
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) art. 87 com exceção das alíneas “c”, “f”, “j” e “k” do inciso VIII. (Re-
g) instrumental para histerectomia;(Redação dada pela PRT dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Art. 89.Para fins de monitoramento do serviço de GAR, con-
h) mesa para parto cirúrgico;(Redação dada pela PRT GM/MS forme disposto no inciso III do art. 26 do Título I deste Anexo, será
nº 2.228 de 01.07.2022) considerada a produção registrada no SIH dos seguintes procedi-
i) berço aquecido de calor radiante para reanimação neona- mentos, constantes da Tabela de Procedimentos, Medicamentos,
tal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS:(Redação dada pela
j) berço de acrílico;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de 01.07.2022) I -03.03.10.002-8, Tratamento de eclâmpsia;(Redação dada
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
k) incubadora de transporte;(Redação dada pela PRT GM/MS
II -03.03.10.003-6, Tratamento de edema, proteinúria e trans-
nº 2.228 de 01.07.2022)
tornos hipertensivos na gravidez, parto e puerpério;(Redação dada
l) Continuous Positive Airway Pressure (CPAP) e(Redação dada
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
III -03.03.10.004-4, Tratamento de intercorrências clínicas na
m) carrinho de parada completo para reanimação de adul-
gravidez;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
to e recém-nascido;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
IV -03.03.16.003-9, Tratamento de outros transtornos origina-
01.07.2022)
dos no período perinatal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
VII -acesso regulado a leito de UTI adulto e neonatal; e(Reda-
de 01.07.2022)
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) V -03.10.01.004-7, Parto normal em gestação de alto risco;(Re-
VIII -ter uma equipe de profissionais para atenção à gestante, dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
à puérpera e ao recém-nascido composta por:(Redação dada pela VI -04.11.01.002-6, Parto cesariano em gestação de alto ris-
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) co;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a) profissional responsável técnico pela habilitação, no caso, VII -04.11.02.004-8, Tratamento cirúrgico de gravidez ectópi-
médico obstetra;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de ca;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) VIII -04.09.06.005-4, Curetagem uterina em mola hidatifor-
b) médico obstetra;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 me;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de 01.07.2022) IX -04.11.02.001-3, Curetagem pós-abortamento/puerpe-
c) médico pediatra, preferencialmente neonatologista;(Reda- ral;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) X -04.09.06.007-0, Esvaziamento de útero pós-aborto por aspi-
d) médico anestesiologista;(Redação dada pela PRT GM/MS nº ração manual intrauterina (AMIU); e(Redação dada pela PRT GM/
2.228 de 01.07.2022) MS nº 2.228 de 01.07.2022)
e) médico clínico geral;(Redação dada pela PRT GM/MS nº XI -04.11.01.004-2, Parto cesariano com laqueadura tubária.
2.228 de 01.07.2022) (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
f) enfermeiro;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de Art. 90.O GAR I e o GAR II têm exigência mínima, por leito habi-
01.07.2022) litado, de produção de 96 (noventa e seis) procedimentos anuais e
g) técnico de enfermagem;(Redação dada pela PRT GM/MS nº média de 8 (oito) mensais.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
2.228 de 01.07.2022) de 01.07.2022)

105
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único.A produção de procedimentos vinculados ao g) incubadora de transporte;(Redação dada pela PRT GM/MS
GAR de que trata o caput será acompanhada periodicamente pelo nº 2.228 de 01.07.2022)
gestor local de saúde e pelo Ministério da Saúde.(Redação dada III -dispor de infraestrutura física para atendimento de emer-
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) gência em obstetrícia e neonatologia nas 24 (vinte e quatro) horas
do dia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
SUBSEÇÃO III IV -dispor de serviços próprios de diagnóstico e terapia,
REFERÊNCIA HOSPITALAR EM ATENDIMENTO A GESTAÇÃO DE com:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ALTO RISCO a) ultrassonografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
(REDAÇÃO DADA PELA PRT GM/MS Nº 2.228 DE 01.07.2022) de 01.07.2022)
b) laboratório clínico (no mínimo, hematologia, bioquímica e ga-
Art. 91.A referência hospitalar em atendimento a gestação sometria);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de alto risco é classificada em:(Redação dada pela PRT GM/MS nº c) cardiotocografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
2.228 de 01.07.2022) de 01.07.2022)
I -referência hospitalar em atendimento secundário a gesta- d) eletrocardiografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
ção de alto risco; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de de 01.07.2022)
01.07.2022) e) agência transfusional; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº
II -referência hospitalar em atendimento terciário a gestação de 2.228 de 01.07.2022)
alto risco.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) f) radiologia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
Art. 92.Serão mantidos os estabelecimentos habilitados pela 01.07.2022)
Rede Cegonha para os serviços dispostos nesta subseção, até a V -garantir acesso a serviços de atenção terciária a gestante de
competência de julho de 2024.(Redação dada pela PRT GM/MS nº alto risco; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022) VI -contar com equipe mínima permanente de assistência a
§ 1ºCaberá aos gestores estaduais e municipais solicitar a alte- gestante, composta por:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
ração da habilitação para MAB ou GAR II.(Redação dada pela PRT de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) a) obstetra;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
§ 2ºA solicitação para alteração de habilitação deve seguir to- 01.07.2022)
dos os critérios estabelecidos nesta Portaria, de acordo com o ser- b) anestesiologista;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
viço para o qual será pleiteada a alteração de habilitação.(Redação de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) c) neonatologista;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
§ 3ºOs gestores estaduais e municipais que não tiverem inte- 01.07.2022)
resse em alterar a habilitação poderão solicitar a desabilitação do d) clínico geral;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
serviço.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
§ 4ºApós o prazo disposto no caput, o estabelecimento que e) enfermeira;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
não alterar a habilitação será desabilitado por meio de portaria 01.07.2022)
específica publicada no DOU.(Redação dada pela PRT GM/MS nº f) nutricionista; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
Art. 93.Para manter a habilitação no prazo indicado no art. 92, g) assistente social.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
os serviços de referência hospitalar em atendimento secundário a de 01.07.2022)
gestação de alto risco deverão:(Redação dada pela PRT GM/MS nº Art. 94.Para manter a habilitação no prazo indicado no art. 92,
2.228 de 01.07.2022) os serviços de referência hospitalar em atendimento terciário a
I -manter todos os leitos cadastrados no SUS disponíveis para gestação de alto risco deverão:(Redação dada pela PRT GM/MS nº
centrais de vagas ou regulação, de acordo com a organização do 2.228 de 01.07.2022)
sistema (municipal ou estadual);(Redação dada pela PRT GM/MS nº I -manter todos os leitos cadastrados no SUS disponíveis para
2.228 de 01.07.2022) as centrais de vagas ou regulação, de acordo com a organização do
II -dispor de infraestrutura para unidade de assistência neona- sistema (municipal ou estadual);(Redação dada pela PRT GM/MS nº
tal, com os seguintes equipamentos mínimos definidos, de acordo 2.228 de 01.07.2022)
com as normas e os regulamentos aplicáveis:(Redação dada pela II -manter serviço de assistência pré-natal e de planejamento
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) familiar a gestante de alto risco;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
a) incubadora com parede dupla;(Redação dada pela PRT GM/ 2.228 de 01.07.2022)
MS nº 2.228 de 01.07.2022) III -dispor de infraestrutura física para atendimento a gestan-
b) berço aquecido;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 te de alto risco, com:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
de 01.07.2022) 01.07.2022)
c) berço comum;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de a) isolamento para infecção pós-parto e pós-curetagem e ou-
01.07.2022) tras doenças infectocontagiosas;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
d) fototerapia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) b) BHL;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
e) ventilador neonatal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº c) UTI adulto (6% dos leitos em relação ao total de leitos exis-
2.228 de 01.07.2022) tentes); e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
f) ressuscitador manual com máscara; e(Redação dada pela d) UTI neonatal (5% dos leitos em relação ao total de leitos obs-
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) tétricos);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

106
LEGISLAÇÃO

IV -dispor de serviços próprios de diagnóstico e terapia nas 24 l) farmácia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
(vinte e quatro) horas do dia, com:(Redação dada pela PRT GM/MS 01.07.2022)
nº 2.228 de 01.07.2022) m) psicologia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
a) ultrassonografia com Doppler;(Redação dada pela PRT GM/ 01.07.2022)
MS nº 2.228 de 01.07.2022) n) nutrição; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
b) radiologia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) o) neurocirurgia.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
c) eletrocardiografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 01.07.2022)
de 01.07.2022) Art. 95.Para fins de monitoramento, conforme disposto no inci-
d) cardiotocografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 so III do art. 26 do Título I do Anexo II desta Portaria, será conside-
de 01.07.2022) rada a produção registrada no SIH dos procedimentos estabelecidos
e) serviço de avaliação de maturidade pulmonar fetal;(Redação no art. 89 desta Portaria, constantes da Tabela de Procedimentos,
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS.(Re-
f) laboratório clínico (no mínimo, hematologia, bioquímica, ga- dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
sometria, sorologia); e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de Art. 96.Os serviços de referência hospitalar em atendimen-
01.07.2022) to secundário e terciário a gestação de alto risco têm a exigência
g) agência transfusional;(Redação dada pela PRT GM/MS nº mínima de produção, por leito habilitado, de 96 (noventa e seis)
2.228 de 01.07.2022) procedimentos anuais e média de 8 (oito) procedimentos mensais.
V -garantir o acesso a serviços de:(Redação dada pela PRT GM/ (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
MS nº 2.228 de 01.07.2022) Parágrafo único.A produção de procedimentos de que trata o
a) tomografia computadorizada;(Redação dada pela PRT GM/ caput será acompanhada periodicamente pelo gestor local de saú-
MS nº 2.228 de 01.07.2022) de e pelo Ministério da Saúde.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
b) ecocardiografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022)
c) laboratório de dosagem hormonal (no mínimo, beta HCG, SEÇÃO III
Prolactina, T3, T4 e TSH);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 ATENÇÃO INFANTIL NO ÂMBITO DA RAMI
de 01.07.2022) (REDAÇÃO DADA PELA PRT GM/MS Nº 2.228 DE 01.07.2022)
d) laboratório de citogenética;(Redação dada pela PRT GM/MS SUBSEÇÃO I
nº 2.228 de 01.07.2022) ATENÇÃO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA DO SEGUIMENTO
e) anatomia patológica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº DO RECÉM-NASCIDO E CRIANÇA, PRIORITARIAMENTE EGRES-
2.228 de 01.07.2022) SOS DA UNIDADE NEONATAL (ANEO)
f) UTI adulto; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de (REDAÇÃO DADA PELA PRT GM/MS Nº 2.228 DE 01.07.2022)
01.07.2022)
g) UTI neonatal; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de Art. 97.O ambulatório especializado como ANEO tem por ob-
01.07.2022)
jetivo garantir o acompanhamento qualificado do recém-nascido e
VI -dispor de equipe técnica para atendimento resolutivo
da criança após a alta hospitalar.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
em:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022)
a) clínica médica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
Art. 98.O ANEO deverá funcionar, preferencialmente, junto a
01.07.2022)
hospital ou maternidade de alta complexidade ou de referência re-
b) ginecologia/obstetrícia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
gional para atendimento ao recém-nascido e criança de risco ou, na
2.228 de 01.07.2022)
impossibilidade dessa estrutura, deverá estar localizado de forma
c) neonatologia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
intra-hospitalar, com garantia de local para funcionamento desse
01.07.2022)
seguimento ambulatorial.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
d) neurologia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022) de 01.07.2022)
e) cardiologia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de § 1ºFica estabelecido que, para garantir o acesso ao ANEO, os
01.07.2022) gestores municipais e estaduais, em pactuação bipartite, e do Dis-
f) endocrinologia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de trito Federal deverão organizar as suas redes de serviço.(Redação
01.07.2022) dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
g) nefrologia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de § 2ºCompete ao gestor do estabelecimento de saúde em que
01.07.2022) funciona o ANEO apresentar os resultados encontrados nesse se-
h) cirurgia geral;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de guimento aos gestores e às equipes da unidade neonatal, visando à
01.07.2022) melhoria contínua do processo de trabalho.(Redação dada pela PRT
i) ultrassonografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) Art. 99.São critérios para habilitação como ANEO:(Redação
j) enfermagem;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) I -ser vinculado a estabelecimento de saúde (hospital/materni-
k) assistência social(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 dade) com serviço de alta complexidade ou de referência regional
de 01.07.2022) neonatal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

107
LEGISLAÇÃO

II -disponibilizar vagas para atendimento a recém-nascidos e Parágrafo único.O serviço deverá garantir o acesso às subespe-
crianças em até 30 (trinta) dias após a alta da unidade neonatal;(Re- cialidades pediátricas (neurologia, oftalmologia, otorrinolaringolo-
dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) gia, genética médica, cardiologia, pneumologia, gastroenterologia,
III -ofertar acesso regulado a recursos assistenciais, diagnósti- ortopedia, cirurgia pediátrica, terapia ocupacional, nutrição e psico-
cos e terapêuticos de apoio, de acordo com o perfil de demanda e o logia), de acordo com o encaminhamento médico de cada criança e
caráter eletivo do atendimento, incluindo os recursos previstos nos a pactuação regional.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
programas de triagem neonatal do Ministério da Saúde;(Redação 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Art. 100.Os requisitos prioritários de encaminhamento para
IV -estabelecer fluxo de referência e contrarreferência junto atendimento de recém-nascidos e crianças egressos de unidades
à APS, garantindo a integralidade das informações;(Redação dada neonatais no ANEO são:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) de 01.07.2022)
V -atender às medidas sanitárias vigentes, em conformidade I -ter idade gestacional inferior a 34 (trinta e quatro) sema-
com a RDC nº 50, de 2002, da Anvisa, ou de acordo com outras que nas;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
venham a substituí-las;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de II -apresentar peso, ao nascer, inferior a 1.500 (mil e quinhentos)
01.07.2022) gramas;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
VI -dispor dos seguintes serviços:(Redação dada pela PRT GM/ III -apresentar displasia broncopulmonar moderada-grave;(Re-
MS nº 2.228 de 01.07.2022) dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a) ecografia cerebral;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 IV -ter o diagnóstico de retinopatia da prematuridade (RDP);(Re-
de 01.07.2022) dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
b) exame de fundo de olho;(Redação dada pela PRT GM/MS nº V -ser considerada pequena, ao nascer, para idade gestacional,
2.228 de 01.07.2022) abaixo do score Z-2;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
c) exame de potencial evocado do tronco encefálico (BERA); 01.07.2022)
e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) VI -apresentar infecção congênita com comprometimento sis-
d) exames laboratoriais e de imagem (com acesso até quinze têmico;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
dias após indicação clínica);(Redação dada pela PRT GM/MS nº VII -apresentar alteração de neuroimagem;(Redação dada pela
2.228 de 01.07.2022) PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
VII -dispor dos seguintes equipamentos:(Redação dada pela VIII -apresentar convulsões;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)
a) balança profissional para lactentes e balança profissio- IX -ter o diagnóstico de meningite;(Redação dada pela PRT GM/
nal para crianças;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) X -ter apresentado asfixia perinatal;(Redação dada pela PRT
b) antropômetro e fita métrica de plástico;(Redação dada pela GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) XI -apresentar alterações neurológicas; e(Redação dada pela
c) termômetro digital;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de 01.07.2022) XII -ter o diagnóstico de aumento anormal do perímetro cefáli-
d) oftalmoscópio; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 co.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de 01.07.2022) Art. 101.O ANEO localizado nas dependências de unidade
e) otoscópio; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de hospitalar ou de maternidade deve atender os recém-nascidos e
01.07.2022) as crianças, prioritariamente, egressos da unidade neonatal do es-
VIII -dispor de equipe multiprofissional especializada, com tabelecimento e de outras unidades neonatais definidas por meio
carga horária mínima de 40 (quarenta) horas semanais, composta de pactuação regional.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
por:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
a) responsável técnico pela habilitação do serviço, que deverá Art. 102.A responsabilidade pelo transporte do recém-nas-
ser um médico pediatra;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 cido e crianças, prioritariamente, egressos de unidades ao ANEO
de 01.07.2022) deve ser definida pelos gestores municipais ou estaduais, garantido
b) médicos pediatras com residência médica em pediatria re- o acesso no tempo oportuno.(Redação dada pela PRT GM/MS nº
conhecida pelo Ministério da Educação ou com título de especialis- 2.228 de 01.07.2022)
ta em pediatria reconhecido pela SBP junto à AMB;(Redação dada Art. 103.O ANEO deverá realizar, no mínimo, 4.200 (quatro mil
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) e duzentas) consultas por ano pelo médico pediátrica, com acesso
c) enfermeiro;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de regulado, sendo 350 (trezentos e cinquenta) consultas de acompa-
01.07.2022) nhamento por mês.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
d) assistente social;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 01.07.2022)
de 01.07.2022) Art. 104. Para fins de monitoramento, conforme disposto no
e) fisioterapeuta; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 inciso III do art. 26 do Título I do Anexo II desta Portaria, para o
de 01.07.2022) serviço de ANEO, será considerado o registro do procedimento
f) fonoaudiólogo.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 03.01.01.037-4 - Consulta de acompanhamento de recémnascidos
01.07.2022) e criança egressa de unidade neonatal.(Retificado pelo D.O.U, seção
1, página 102 de 26.09.2022)

108
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. A produção de procedimentos vinculados ao (mil) nascidos vivos, 5 (cinco) leitos neonatais, sendo 2 (dois) de
ANEO de que trata o caput será acompanhada periodicamente pelo UTIN, 2 (dois) de UCINCo e 1 (um) de UCINCa.(Redação dada pela
gestor local de saúde e pelo Ministério da Saúde.(Redação dada PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Parágrafo único.Para o levantamento do número de nascidos
Subseção II vivos SUS dependentes, deve-se considerar o último relatório do
Da organização da unidade neonatal (UNEO) Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) fechado.(Re-
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 105.A unidade neonatal (UNEO) é o serviço de internação Art. 109.Os recém-nascidos que necessitem de assistência neo-
responsável pelo cuidado integral ao recém-nascido grave ou po- natal e que se encontrem em locais que não disponham desse servi-
tencialmente grave, dotada de estruturas assistenciais com condi- ço deverão receber os cuidados necessários até a transferência para
ções técnicas adequadas à prestação de assistência especializada, a UNEO.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
incluindo instalações físicas, equipamentos e recursos humanos. Parágrafo único.A transferência deverá ser feita após a estabi-
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) lização do recém-nascido, com transporte adequado realizado por
Art. 106.Os serviços habilitados em UNEO deverão, no âmbi- profissional habilitado e regulação de urgência.(Redação dada pela
to de suas atividades garantir:(Redação dada pela PRT GM/MS nº PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022)
I -o atendimento ao modelo de atenção proposto para o cui-
SUBSEÇÃO III
dado neonatal seguro, de qualidade e humanizado, de acordo com
DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL (UTIN)
as diretrizes da Política Nacional de Atenção ao Recém-Nascido
(REDAÇÃO DADA PELA PRT GM/MS Nº 2.228 DE 01.07.2022)
“Método Canguru”, com objetivo de promover o cuidado individu-
alizado do recém-nascido e de sua família com base nas melhores
evidências científicas disponíveis;(Redação dada pela PRT GM/MS Art. 110.A UTIN é o serviço hospitalar destinado ao atendimen-
nº 2.228 de 01.07.2022) to de- recém-nascidos em estado grave ou com risco de morte, con-
II -a assistência à criança que necessite de internação em UTI siderando os seguintes parâmetros:(Redação dada pela PRT GM/
pediátrica deverá estar prevista no desenho da Rede de Atenção às MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Urgências e Emergências (RUE);(Redação dada pela PRT GM/MS nº I -recém-nascido de qualquer idade gestacional que necessite
2.228 de 01.07.2022) de ventilação mecânica ou em insuficiência respiratória com Fração
III -o atendimento às urgências extra-hospitalares dos recém- Inspirada de Oxigênio (FiO2) maior que 30% (trinta por cento);(Re-
-nascidos deverá ser bem estabelecido dentro da rede de saúde, dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
incluindo os pontos de atenção de urgência e emergência e o siste- II -recém-nascido com menos de 30 (trinta) semanas de ida-
ma de regulação e transporte, de maneira a direcionar o paciente de gestacional ou com peso de nascimento igual ou inferior a
de forma adequada e em tempo oportuno para o local de atenção 1.000 (mil) gramas;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
compatível com a necessidade;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022) III -recém-nascido que necessite de suporte para procedimento
IV -a admissão na UNEO deve ser limitada a crianças com até 28 cirúrgico de pequeno, médio ou grande porte;(Redação dada pela
(vinte e oito) dias de vida, podendo esta permanecer internada na PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
unidade até a idade de 180 (cento e oitenta) dias; e(Redação dada IV -recém-nascido que necessite de nutrição parenteral; e(Re-
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
V -a racionalização na implantação e ocupação dos leitos neo- V -recém-nascido que necessite de cuidados especializados,
natais intensivos e intermediários é fundamental para a sua efeti- tais como uso de cateter venoso central, drogas vasoativas, prosta-
vidade, bem como para a garantia do acesso pelos recém-nascidos glandina, uso de antibiótico para tratamento de infecção grave, uso
que necessitem de cuidados de maior complexidade.(Redação dada de ventilação não invasiva com FiO2 maior que 30% (trinta por cen-
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) to), exsanguíneotransfusão ou transfusão de hemoderivados por
Art. 107.A UNEO é subdividida de acordo com as necessida- quadros hemolíticos agudos ou distúrbios de coagulação.(Redação
des do cuidado em:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022)
Art. 111.A UTIN deverá garantir:(Redação dada pela PRT GM/
I -UTIN;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
MS nº 2.228 de 01.07.2022)
II -UCINCo; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
I -controle de ruídos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
01.07.2022)
de 01.07.2022)
III -UCINCa.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022) II -controle de iluminação;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
§ 1ºA UNEO é composta por leitos de UTIN, UCINCo e UCINCa. 2.228 de 01.07.2022)
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) III -controle de climatização;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
§ 2ºA UNEO deverá articular o cuidado progressivo entre as 2.228 de 01.07.2022)
suas subdivisões, de modo a possibilitar a adequação entre a ca- IV -iluminação natural para as novas unidades;(Redação dada
pacidade instalada e a condição clínica do recém-nascido.(Redação pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) V -livre acesso e permanência da mãe ou do pai;(Redação dada
Art. 108.A quantidade de leitos neonatais necessários para pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
cada macrorregião será dimensionada de acordo com o número VI -visitas programadas dos familiares; e(Redação dada pela
de nascidos vivos SUS dependentes, considerando, para cada 1.000 PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

109
LEGISLAÇÃO

VII -informações da evolução do recém-nascido aos familiares, g) conjunto padronizado de beira de leito, contendo estetoscó-
sendo fornecidas pela equipe médica, no mínimo, uma vez ao dia. pio, fita métrica e ressuscitador manual tipo balão autoinflável com
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) máscara e reservatório: 1 (um) conjunto para cada leito, com reser-
Art. 112.Nos hospitais ou maternidades que tenham UTIN, é va operacional de 1 (um) conjunto para cada 2 (dois) leitos;(Reda-
obrigatória a existência de alojamento para as mães cujos recém- ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
-nascidos estiverem internados.(Redação dada pela PRT GM/MS nº h) bandejas contendo material apropriado para os seguintes
2.228 de 01.07.2022) procedimentos: punção lombar, drenagem liquórica em sistema fe-
Art. 113.A UTIN é classificada em:(Redação dada pela PRT GM/ chado, diálise peritoneal, drenagem torácica com sistema fechado,
MS nº 2.228 de 01.07.2022) traqueostomia, acesso venoso profundo, incluindo cateterização
I -UTIN tipo II; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de venosa central de inserção periférica (PICC), flebotomia, catete-
01.07.2022) rismo de veia e artéria umbilical, exsanguíneotransfusão, punção
II -UTIN tipo III.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de pericárdica, cateterismo vesical de demora em sistema fechado e
01.07.2022) curativos em geral;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
Art. 114.Para habilitação como UTIN tipo II, o serviço hospitalar 01.07.2022)
deverá:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) i) eletrocardiógrafo portátil disponível: 1 (um) equipamento por
I -ser cadastrado no SCNES e dispor de, no mínimo, 80 (oiten- unidade;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ta) leitos gerais, sendo 20 (vinte) leitos obstétricos, com a seguin- j) materiais e equipamentos para monitorização de pres-
te estrutura mínima:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de são arterial invasiva;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022) 01.07.2022)
a) centro cirúrgico;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 k) oftalmoscópio e otoscópio: 2 (dois) equipamentos por uni-
de 01.07.2022) dade;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
b) serviço radiológico convencional;(Redação dada pela PRT l) negatoscópio, foco auxiliar portátil e aspirador cirúrgico por-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) tátil: 1 (um) equipamento por unidade;(Redação dada pela PRT
c) serviço de ecodopplercardiografia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) m) glicosímetro específico para uso hospitalar: 1 (um) equipa-
d) hemogasômetro 24 (vinte e quatro) horas; e(Redação dada mento para cada 5 (cinco) leitos ou fração;(Redação dada pela PRT
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
e) BHL ou posto de coleta;(Redação dada pela PRT GM/MS nº n) pontos de oxigênio e ar comprimido medicinal com válvulas
2.228 de 01.07.2022) reguladoras de pressão e pontos de vácuo para cada leito;(Redação
II -dispor de ambiência e estrutura física que atendam às nor- dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
mas sanitárias vigentes estabelecidas pela Anvisa;(Redação dada o) equipamento para ventilação pulmonar não invasiva: 1 (um)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) para cada 5 (cinco) leitos, quando o ventilador pulmonar micropro-
III -dispor dos seguintes materiais e equipamentos:(Redação cessado não possuir recursos para realizar a modalidade de ven-
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) tilação não invasiva;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
a) material e equipamento para reanimação: 1 (um) para 01.07.2022)
cada 5 (cinco) leitos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de p) materiais de interface facial para ventilação pulmonar não
01.07.2022) invasiva (máscara ou pronga): 1 (um) por leito, devendo a UTIN dis-
b) monitor multiparamétrico: 1 (um) por leito, com módulos por dos tamanhos 00, 0, 1, 2, 3 e 4;(Redação dada pela PRT GM/MS
para monitorização contínua de frequência cardíaca, cardiosco- nº 2.228 de 01.07.2022)
pia, oximetria de pulso e pressão não invasiva, frequência respira- q) aparelho de fototerapia, capacete ou capuz de acrílico e ten-
tória e temperatura;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de da para oxigenoterapia: 1 (um) para cada 3 (três) leitos ou fração,
com reserva operacional de 1 (um) equipamento para cada 5 (cin-
01.07.2022)
co) leitos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
c) ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 1 (um) para
r) incubadora estacionária com parede dupla: 1 (uma) por pa-
cada 2 (dois) leitos, com reserva operacional de 1 (um) equipamen-
ciente de UTIN, devendo ser reservados, no mínimo, 10% (dez por
to para cada 5 (cinco) leitos, devendo cada equipamento conter, no
cento) dos leitos totais para berços aquecidos de terapia intensi-
mínimo, 2 (dois) circuitos completos;(Redação dada pela PRT GM/
va;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
MS nº 2.228 de 01.07.2022)
s) incubadora para transporte completa, com monitorização
d) ventilador pulmonar específico para transporte, com bate-
contínua, suporte para bomba de infusão, bateria e cilindro trans-
ria: 1 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;(Redação dada pela
portável de oxigênio com suporte e kit (maleta) para acompanhar
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
o transporte de pacientes graves, contendo medicamentos e ma-
e) bomba de infusão contínua e controlada de fluidos: 3 (três) teriais para atendimento a emergências: 1 (uma) para cada 10
equipamentos por leito, com reserva operacional de 1 (um) equipa- (dez) leitos ou fração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
mento para cada 3 (três) leitos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022) t) balança eletrônica portátil: 1 (uma) para cada 10 (dez) lei-
f) conjunto de nebulização, em máscara: 1 (um) para cada lei- tos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
to;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) u) poltrona removível, com revestimento impermeável, para
acompanhante: 1 (uma) para cada leito;(Redação dada pela PRT
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

110
LEGISLAÇÃO

v) refrigerador com temperatura interna de 2 a 8 °C, de uso y) serviço de diagnóstico e notificação de morte encefálica;(Re-
exclusivo para guarda de medicamentos, com conferência e registro dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de temperatura a intervalos máximos de 24 (vinte e quatro) horas: V -garantir o acesso, no próprio estabelecimento hospitalar ou
1 (um) por unidade; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de em outro com acesso formalizado, aos seguintes serviços de diag-
01.07.2022) nóstico e terapêutica:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
x) material para aspiração traqueal em sistemas aberto e fecha- 01.07.2022)
do;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) a) cirurgia cardiovascular;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
IV -garantir os seguintes serviços à beira do leito, prestados por 2.228 de 01.07.2022)
meios próprios ou por terceirizados:(Redação dada pela PRT GM/ b) cirurgia vascular;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
MS nº 2.228 de 01.07.2022) de 01.07.2022)
a) assistência nutricional;(Redação dada pela PRT GM/MS nº c) cirurgia neurológica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
2.228 de 01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)
b) terapia nutricional, incluindo enteral e parenteral;(Redação d) cirurgia ortopédica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)
c) assistência farmacêutica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº e) cirurgia urológica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
2.228 de 01.07.2022) de 01.07.2022)
d) assistência clínica vascular e cardiovascular;(Redação dada f) ressonância magnética;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)
e) assistência clínica neurológica;(Redação dada pela PRT GM/ g) tomografia computadorizada;(Redação dada pela PRT GM/
MS nº 2.228 de 01.07.2022) MS nº 2.228 de 01.07.2022)
f) assistência clínica ortopédica;(Redação dada pela PRT GM/ h) anatomia patológica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
MS nº 2.228 de 01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)
g) assistência clínica urológica;(Redação dada pela PRT GM/MS i) agência transfusional, disponível 24 (vinte e quatro) horas
nº 2.228 de 01.07.2022) por dia; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
h) assistência clínica gastroenterológica;(Redação dada pela j) assistência de genética clínica; e(Redação dada pela PRT GM/
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) MS nº 2.228 de 01.07.2022)
i) assistência clínica nefrológica, incluindo terapia renal subs- VI -dispor de equipe mínima composta nos seguintes ter-
titutiva;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) mos:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
j) assistência clínica hematológica;(Redação dada pela PRT GM/ a) 1 (um) médico responsável técnico para jornada mínima de 4
MS nº 2.228 de 01.07.2022) (quatro) horas diárias, com certificado de atuação em neonatologia
k) assistência clínica hemoterápica;(Redação dada pela PRT ou título de especialista em medicina intensiva pediátrica, fornecido
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela SBP junto à AMB, ou com residência médica em neonatologia
l) assistência clínica oftalmológica;(Redação dada pela PRT
ou medicina intensiva pediátrica, reconhecida pelo Ministério da
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Educação;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
m) assistência clínica otorrinolaringológica;(Redação dada pela
b) 1 (um) médico para jornada horizontal mínima de 4 (qua-
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
tro) horas diárias, com certificado de atuação em neonatologia ou
n) assistência clínica de infectologia;(Redação dada pela PRT
título de especialista em pediatria ou neonatologia, fornecido pela
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
SBP junto à AMB, ou com residência médica em medicina intensiva
o) assistência clínica cirúrgica pediátrica;(Redação dada pela
pediátrica ou pediatria, reconhecida pelo Ministério da Educação,
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
p) assistência psicológica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº para cada 10 (dez) leitos ou fração;(Redação dada pela PRT GM/MS
2.228 de 01.07.2022) nº 2.228 de 01.07.2022)
q) assistência endocrinológica;(Redação dada pela PRT GM/MS c) 1 (um) médico plantonista com título de especialista em pe-
nº 2.228 de 01.07.2022) diatria e certificado de atuação em neonatologia ou título de es-
r) serviço de laboratório clínico, incluindo microbiologia e pecialista em pediatria, fornecido pela SBP junto à AMB, ou com
hemogasometria;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de residência médica em medicina intensiva pediátrica, neonatologia
01.07.2022) ou pediatria, reconhecida pelo Ministério da Educação, para cada
s) serviço de radiografia móvel;(Redação dada pela PRT GM/ 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno;(Redação dada pela PRT
MS nº 2.228 de 01.07.2022) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
t) serviço de ultrassonografia portátil, incluindo avaliação d) 1 (um) enfermeiro coordenador para jornada horizontal de
transfontanelar e ecocardiografia neonatal;(Redação dada pela PRT 8 (oito) horas diárias, com especialização em neonatologia ou, no
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) mínimo, 2 (dois) anos de experiência profissional comprovada em
u) serviço de endoscopia digestiva alta e baixa;(Redação dada terapia intensiva pediátrica ou neonatal;(Redação dada pela PRT
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
v) serviço de fibrobroncoscopia;(Redação dada pela PRT GM/ e) 1 (um) enfermeiro assistencial para cada 10 (dez) leitos ou
MS nº 2.228 de 01.07.2022) fração, em cada turno;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
w) serviço de eletroencefalografia;(Redação dada pela PRT 01.07.2022)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) f) 1 (um) fisioterapeuta exclusivo para cada 10 (dez) leitos ou
x) serviço de assistência social; e(Redação dada pela PRT GM/ fração, em cada turno;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
MS nº 2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)

111
LEGISLAÇÃO

g) 1 (um) fisioterapeuta coordenador com, no mínimo, 2 (dois) IV -o coordenador de fisioterapia deve ter título de especializa-
anos de experiência profissional comprovada em UTI pediátrica ção em terapia intensiva pediátrica ou neonatal, reconhecido pelo
ou neonatal, para jornada horizontal mínima de 6 (seis) horas diá- Ministério da Educação, ou em outra especialidade relacionada à
rias;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) assistência ao paciente grave;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
h) técnicos de enfermagem, sendo, no mínimo, 1 (um) para 2.228 de 01.07.2022)
cada 2 (dois) leitos, em cada turno;(Redação dada pela PRT GM/MS V -4 (quatro) bombas de infusão devem estar disponíveis por
nº 2.228 de 01.07.2022) leito ou fração; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
i) 1 (um) funcionário exclusivo responsável pelo serviço de lim- 01.07.2022)
peza em cada turno; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de VI -1 (um) ventilador mecânico microprocessado deve estar
01.07.2022) disponível para cada leito.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
j) 1 (um) fonoaudiólogo disponível para a unidade.(Redação de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Art. 117.Para fins de monitoramento, conforme disposto no in-
§ 1ºO profissional médico poderá acumular, na mesma UTIN, ciso III do art. 26 do Título I do Anexo II desta Portaria, para a UTIN,
a responsabilidade técnica e o papel de médico, com jornada hori- será considerada a produção registrada no SIH dos seguintes proce-
zontal de 4 (quatro) horas diárias.(Redação dada pela PRT GM/MS dimentos, constantes da Tabela de Procedimentos, Medicamentos,
nº 2.228 de 01.07.2022) Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS:(Redação dada pela
§ 2ºO coordenador de fisioterapia poderá ser um dos fisiote- PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
rapeutas assistenciais.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de I -08.02.01.012-1, Diária de unidade de terapia intensiva neo-
01.07.2022) natal - UTIN (tipo II); e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
Art. 115.A seguinte proporção deverá ser obedecida para a 01.07.2022)
qualificação dos leitos de UTIN na RAMI:(Redação dada pela PRT II -08.02.01.013-0, Diária de unidade de terapia intensiva neo-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) natal - UTIN (tipo II).
I -25 (vinte e cinco) leitos, sendo 10 (dez) leitos UTIN, 10 (dez) Art. 118.A UTIN tipo II e a UTIN tipo III têm a exigência míni-
leitos UCINCo e 5 (cinco) leitos UCINCa, quando estiver localizada ma de produção, por leito habilitado, de 324 (trezentos e vinte e
em hospital ou maternidade que seja referência macrorregional quatro) procedimentos anuais e média de 27 (vinte setes) mensais.
para atenção neonatal para um mínimo de 2.000 (dois mil) nasci- (Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Parágrafo único.A opção de procedimentos vinculados à UTIN
mentos por ano; ou(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
de que trata o caput será acompanhada periodicamente pelo gestor
01.07.2022)
local de saúde e pelo Ministério da Saúde.(Redação dada pela PRT
II -10 (dez) leitos, sendo 4 (quatro) leitos UTIN, 4 (quatro) lei-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
tos UCINCo e 2 (dois) leitos UCINCa, quando estiver localizada em
hospital ou maternidade que seja referência macrorregional para SUBSEÇÃO IV
atenção neonatal para um mínimo de 1.000 (mil) nascimentos por UNIDADE DE CUIDADO INTERMEDIÁRIO NEONATAL CONVEN-
ano.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) CIONAL (UCINCO)
Parágrafo único.A UNEO configurada nos termos do inciso II do (REDAÇÃO DADA PELA PRT GM/MS Nº 2.228 DE 01.07.2022)
caput deverá funcionar no mesmo ambiente da UTIN, devendo a
equipe da UTIN ser responsável por todos os leitos.(Redação dada Art. 119.A UCINCo, também conhecida como unidade semi-in-
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) tensiva, é o serviço hospitalar destinado ao atendimento de recém-
Art. 116.Para habilitação como UTIN tipo III, o serviço hospita- -nascidos considerados de médio risco que demandem assistência
lar deverá atender aos critérios previstos no art. 114 desta Portaria contínua, porém de menor complexidade que na UTIN.(Redação
e às seguintes especificações:(Redação dada pela PRT GM/MS nº dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022) Parágrafo único.A UCINCo poderá configurar-se como unidade
I -50% (cinquenta por cento) dos plantonistas devem ter cer- de suporte à UTIN ou de forma independente, obedecendo à confi-
tificado de atuação em neonatologia ou título de especialista em guração de cada serviço.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
medicina intensiva pediátrica, fornecido pela SBP junto à AMB, ou de 01.07.2022)
residência médica em neonatologia ou medicina intensiva pediátri- Art. 120.A UCINCo será responsável pelo cuidado do recém-
ca, reconhecida pelo Ministério da Educação;(Redação dada pela -nascido:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) I -que, após a alta da UTIN, ainda necessite de cuidados comple-
II -o enfermeiro coordenador deve ter título de especializa- mentares;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ção em terapia intensiva ou terapia intensiva neonatal, reconhe- II -com desconforto respiratório leve e necessidade de assistên-
cido pelo Ministério da Educação, ou residência em enfermagem cia ventilatória não invasiva com FiO2 máxima de 30% (trinta por
neonatal ou, no mínimo, 5 (cinco) anos de experiência profissional cento);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
comprovada na área;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de III -com peso superior a 1.000 (mil) e inferior a 1.500 (mil e
01.07.2022) quinhentos) gramas, quando estável, sem acesso venoso central e
III -1 (um) enfermeiro plantonista assistencial deve atuar por em nutrição enteral, para acompanhamento clínico e ganho de pe-
so;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
turno, exclusivo da unidade, para cada 5 (cinco) leitos ou fração;(Re-
IV -com peso superior a 1.500 (mil e quinhentos) gramas que
dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
necessite de hidratação venosa ou alimentação por sonda, ou em
uso de antibióticos com quadro infeccioso estável;(Redação dada
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

112
LEGISLAÇÃO

V -submetido a procedimento de exsanguíneotransfusão, após h) estetoscópio individual, 1 (um) para cada leito;(Redação
tempo mínimo de observação em UTIN, com níveis de bilirrubina dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
descendentes e equilíbrio hemodinâmico; e(Redação dada pela PRT i) esfigmomanômetro, 1 (um) para 15 (quinze) leitos ou fra-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) ção;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
VI -submetido a cirurgia de médio porte e estável após o pro- j) otoscópio e oftalmoscópio, 1 (um) para 15 (quinze) leitos ou
cedimento imediato em UTIN.(Redação dada pela PRT GM/MS nº fração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022) k) material e equipamento para reanimação, 1 (um) para cada
Art. 121.A UCINCo deverá garantir:(Redação dada pela PRT 15 (quinze) leitos.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)
I -controle de ruídos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 l) conjunto de nebulizador e máscara, 1 (um) para cada 4 (qua-
de 01.07.2022) tro) leitos ou fração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
II -controle de iluminação;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022) m) aspirador portátil, 1 (um) por unidade;(Redação dada pela
III -controle de climatização;(Redação dada pela PRT GM/MS nº PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022) n) bomba de infusão, 1 (uma) para cada leito;(Redação dada
IV -iluminação natural para as novas unidades;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) o) aparelhos de fototerapia, 1 (um) para cada 4 (quatro) leitos
V -livre acesso e permanência da mãe ou do pai;(Redação dada ou fração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) p) balança eletrônica, 1 (uma) para cada 15 (quinze) leitos ou
VI -visitas programadas dos familiares; e(Redação dada pela fração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) q) negatoscópio ou sistema informatizado para visualizar raio
VII -informações da evolução dos recém-nascidos aos familia- X, 1 (um) por unidade;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
res, sendo fornecidas pela equipe médica, no mínimo, uma vez ao 01.07.2022)
dia.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) r) relógios e calendário de parede visíveis;(Redação dada pela
Art. 122.Nos hospitais ou maternidades que tenham UCINCo, PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
é obrigatória a existência de alojamento para as mães cujos recém- s) poltronas removíveis, com revestimento impermeável, 1
-nascidos estiverem internados.(Redação dada pela PRT GM/MS nº (uma) por leito, para realização de contato pele a pele/posição can-
2.228 de 01.07.2022) guru);(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 123.Para habilitação como UCINCo, o serviço hospitalar t) oxímetro de pulso, 1 (um) para cada leito; e(Redação dada
deverá:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
u) termômetro, 1 (um) para cada leito; e(Redação dada pela
I -ser cadastrado no SCNES, com garantia de referência para
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
serviços de maior complexidade e para atendimento de recém-nas-
V - dispor de equipe mínima composta nos seguintes t er-
cido que necessite de cuidados de tratamento intensivo e cirurgia
mos:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pediátrica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a) 1 (um) responsável técnico para jornada mínima de 4 (qua-
II -dispor de ambiência e estrutura física que atendam às nor-
tro) horas diárias, com certificado de atuação em neonatologia ou
mas sanitárias vigentes estabelecidas pela Anvisa;(Redação dada
título de especialista em pediatria, fornecido pela SBP junto à AMB,
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ou com residência médica em neonatologia ou pediatria, reconhe-
III -ter BLH ou posto de coleta;(Redação dada pela PRT GM/MS
cida pelo Ministério da Educação, podendo acumular responsabili-
nº 2.228 de 01.07.2022) dade técnica ou coordenação, no máximo, em duas unidades (como
IV -dispor dos seguintes materiais e equipamentos:(Redação UCINCo e UCINCa ou UTIN), bem como a função de médico, com
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) jornada horizontal;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
a) berço de calor radiante em, no mínimo, 10% (dez por cento) 01.07.2022)
dos leitos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) b) 1 (um) médico para jornada horizontal mínima de 4 (quatro)
b) incubadoras estacionárias com parede dupla em, no míni- horas diárias, preferencialmente com título de especialista em ne-
mo, 60% (sessenta por cento) dos leitos;(Redação dada pela PRT onatologia ou pediatria, fornecido pela SBP junto à AMB, ou com
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) residência médica em neonatologia ou pediatria, reconhecida pelo
c) berços de acrílico em, no mínimo, 30% (trinta por cento) dos Ministério da Educação, para cada 15 (quinze) leitos ou fração;(Re-
leitos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
d) monitor multiparamétrico, 1 (um) para cada 5 (cinco) leitos d) 1 (um) enfermeiro coordenador, preferencialmente com es-
ou fração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) pecialização em neonatologia, reconhecida pelo Ministério da Edu-
e) ressuscitador manual tipo balão autoinflável com reservató- cação, ou com residência em neonatologia ou, no mínimo, 2 (dois)
rio e válvula e máscaras para prematuros e recém-nascido a termo, anos de experiência profissional comprovada na área, para jornada
1 (um) para cada 3 (três) leitos ou fração;(Redação dada pela PRT horizontal mínima de 4 (quatro) horas diárias, podendo acumular
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) responsabilidade técnica ou coordenação de, no máximo, duas uni-
f) capacetes/capuz para oxigênio, 1 (um) para cada 4 (qua- dades (como UCINCo e UCINCa;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
tro) leitos ou fração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) e) 1 (um) enfermeiro assistencial para cada 15 (quinze) leitos
g) termômetro digital individual, 1 (um) para cada leito;(Reda- ou fração, em cada turno;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) de 01.07.2022)

113
LEGISLAÇÃO

f) 1 (um) técnico de enfermagem para cada 5 (cinco) leitos, em k) assistência clínica hemoterápica;(Redação dada pela PRT
cada turno;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
g) 1 (um) fisioterapeuta para cada 15 (quinze) leitos ou fra- l) assistência clínica oftalmológica;(Redação dada pela PRT
ção, em cada turno;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
01.07.2022) m) assistência clínica otorrinolaringológica;(Redação dada pela
h) 1 (um) fonoaudiólogo disponível para a unidade; e(Redação PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) n) assistência clínica de infectologia;(Redação dada pela PRT
i) 1 (um) funcionário responsável pela limpeza em cada turno. GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) o) assistência clínica cirúrgica pediátrica;(Redação dada pela
Parágrafo único.Em unidades hospitalares que disponham PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de UCINCo e UTIN, o responsável técnico médico e o enfermeiro p) assistência psicológica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
coordenador responderão pelas duas unidades, favorecendo o 2.228 de 01.07.2022)
cuidado progressivo.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de q) assistência endocrinológica;(Redação dada pela PRT GM/MS
01.07.2022) nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 124.Quando não fizer parte de uma unidade neonatal com r) serviço de laboratório clínico, incluindo microbiologia e
UTIN, a UCINCo deverá contar, além dos equipamentos descritos no hemogasometria;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
inciso IV do art. 123, com:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 01.07.2022)
de 01.07.2022) s) serviço de radiografia móvel;(Redação dada pela PRT GM/
I -ventilador pulmonar microprocessado: 1 (um) para 15 (quin- MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ze) leitos ou fração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de t) serviço de ultrassonografia portátil;(Redação dada pela PRT
01.07.2022) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
II -bandejas para procedimentos de punção lombar, drenagem u) serviço de endoscopia digestiva alta e baixa;(Redação dada
torácica, curativos, flebotomia, acesso venoso, sondagem vesi- pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
cal e traqueostomia;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de v) serviço de fibrobroncoscopia;(Redação dada pela PRT GM/
01.07.2022) MS nº 2.228 de 01.07.2022)
III -incubadora de transporte com cilindro de oxigênio e ar com- w) serviço de eletroencefalografia;(Redação dada pela PRT
primido;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
IV -equipamento para ventilação pulmonar não invasiva: 1 (um)
x) serviço de assistência social; e(Redação dada pela PRT GM/
para 15 (quinze) leitos ou fração, quando o ventilador pulmonar mi-
MS nº 2.228 de 01.07.2022)
croprocessado não possuir recursos para realizar a modalidade de
y) serviço de diagnóstico e notificação de morte encefálica;
ventilação não invasiva;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de 01.07.2022)
VII - garantia de acesso, no próprio estabelecimento hospita-
V -materiais de interface facial para ventilação pulmonar não
lar ou em outro com acesso formalizado, aos seguintes serviços de
invasiva (máscara ou pronga): 1 (um) por leito, devendo a UCINCo
diagnóstico e terapêutica:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
dispor dos tamanhos 00, 0, 1, 2, 3 e 4;(Redação dada pela PRT GM/
de 01.07.2022)
MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a) cirurgia cardiovascular;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
VI -garantia de acesso aos seguintes serviços à beira do leito,
prestados por meios próprios ou terceirizados:(Redação dada pela 2.228 de 01.07.2022)
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) b) cirurgia vascular;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
a) assistência nutricional;(Redação dada pela PRT GM/MS nº de 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022) c) cirurgia neurológica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
b) terapia nutricional, incluindo enteral e parenteral;(Redação 2.228 de 01.07.2022)
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) d) cirurgia ortopédica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
c) assistência farmacêutica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
2.228 de 01.07.2022) e) cirurgia urológica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
d) assistência clínica vascular e cardiovascular;(Redação dada de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) f) ressonância magnética;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
e) assistência clínica neurológica;(Redação dada pela PRT GM/ 2.228 de 01.07.2022)
MS nº 2.228 de 01.07.2022) g) tomografia computadorizada;(Redação dada pela PRT GM/
f) assistência clínica ortopédica;(Redação dada pela PRT GM/ MS nº 2.228 de 01.07.2022)
MS nº 2.228 de 01.07.2022) h) anatomia patológica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
g) assistência clínica a urológica;(Redação dada pela PRT GM/ 2.228 de 01.07.2022)
MS nº 2.228 de 01.07.2022) i) agência transfusional, disponível 24 (vinte e quatro) horas
h) assistência clínica gastroenterológica;(Redação dada pela por dia; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) j) assistência de genética clínica.(Redação dada pela PRT GM/
i) assistência clínica nefrológica, incluindo hemodiálise;(Reda- MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Art. 125.A seguinte proporção deverá ser obedecida para a
j) assistência clínica hematológica;(Redação dada pela PRT GM/ qualificação dos leitos de UCINCo na RAMI:(Redação dada pela PRT
MS nº 2.228 de 01.07.2022) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)

114
LEGISLAÇÃO

I -25 (vinte e cinco) leitos, sendo 10 (dez) leitos UTIN, 10 (dez) Art. 131.A UCINCa deverá garantir:(Redação dada pela PRT
leitos UCINCo e 5 (cinco) leitos UCINCa, quando estiver localizada GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
em hospital ou maternidade que seja referência macrorregional I -controle de ruídos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228
para atenção neonatal para um mínimo de 2.000 (dois mil) nas- de 01.07.2022)
cimentos por ano;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de II -controle de iluminação;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
01.07.2022) 2.228 de 01.07.2022)
II -10 (dez) leitos, sendo 4 (quatro) leitos UTIN, 4 (quatro) lei- III -controle de climatização;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
tos UCINCo e 2 (dois) leitos UCINCa, quando estiver localizada em 2.228 de 01.07.2022)
hospital ou maternidade que seja referência macrorregional para IV -iluminação natural para as novas unidades;(Redação dada
atenção neonatal para um mínimo de 1.000 (mil) nascimentos por pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ano; ou(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) V -livre acesso e permanência da mãe ou do pai;(Redação dada
III -10 (dez) leitos, sendo 6 (seis) leitos UCINCo e 4 (quatro) lei- pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
tos UCINCa, quando estiver localizada em hospital ou maternidade VI -visitas programadas dos familiares; e(Redação dada pela
que seja referência macrorregional para atenção neonatal para um PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
mínimo de 1.000 (mil) nascimentos por ano.(Redação dada pela VII -informações da evolução dos recém-nascidos aos familia-
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
res, sendo fornecidas pela equipe médica, no mínimo, uma vez ao
Parágrafo único.A UNEO configurada nos termos do inciso II do
dia.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
caput deverá funcionar no mesmo ambiente da UTIN, devendo a
Art. 132.Para habilitação como UCINCa, a unidade hospitalar
equipe da UTIN ser responsável por todos os leitos.(Redação dada
deverá:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 126.Para fins de monitoramento, conforme disposto no in- I -ser cadastrada no SCNES, com garantia de referência para
ciso III do art. 26 do Título I do Anexo II desta Portaria, para a UCIN- serviços de maior complexidade e para atendimento de recém-nas-
Co, será considerada a produção registrada no SIH do procedimento cido que necessite de cuidados de tratamento intensivo e cirurgia
08.02.01.023-7 - Diária de unidade de cuidados intermediários ne- pediátrica;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
onatais convencional UCINCo, constante da Tabela de Procedimen- II -dispor de ambiência e estrutura física que atendam às nor-
tos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS. mas sanitárias vigentes estabelecidas pela Anvisa;(Redação dada
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 127.A UCINCo tem sua exigência mínima de produção, por III -ter BLH ou posto de coleta de leite humano;(Redação dada
leito habilitado, de 324 (trezentos e vinte e quatro) procedimentos pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
anuais e média de 27 (vinte e sete) mensais.(Redação dada pela PRT IV - dispor de leitos de UCINCo; e(Redação dada pela PRT GM/
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Parágrafo único.A produção de procedimentos vinculados à V -garantir a disponibilidade dos seguintes materiais e equipa-
UCINCo de que trata o caput será acompanhada periodicamente mentos:(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
pelo gestor local de saúde e pelo Ministério da Saúde.(Redação a) incubadoras estacionárias com parede dupla em, pelo me-
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) nos, 20% (vinte por cento) dos leitos;(Redação dada pela PRT GM/
MS nº 2.228 de 01.07.2022)
SUBSEÇÃO V b) berços de acrílico em, pelo menos, 80% (oitenta por cento)
UNIDADE DE CUIDADO INTERMEDIÁRIO NEONATAL CANGU- dos leitos;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
RU (UCINCA) c) ressuscitador manual tipo balão autoinflável com reservató-
(REDAÇÃO DADA PELA PRT GM/MS Nº 2.228 DE 01.07.2022) rio e válvula e máscaras para prematuros e recém-nascido a termo,
1 (um) para cada 5 (cinco) leitos ou fração;(Redação dada pela PRT
Art. 128.A Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Can- GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
guru (UCINCa) abrange os serviços em unidades hospitalares cuja d) termômetro digital individual, 1 (um) para cada leito;(Reda-
infraestrutura física e material permita acolher mãe e filho para prá- ção dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
tica do método canguru, para repouso e permanência no mesmo
e) estetoscópio individual, 1 (um) para cada leito;(Redação
ambiente nas 24 (vinte e quatro) horas do dia até a alta hospitalar.
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
f) material e equipamento para reanimação, 1 (um) para cada
Parágrafo único.A UCINCa terá suporte assistencial por meio de
15 (quinze) leitos ou fração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº
equipe de saúde adequadamente treinada, de modo a possibilitar
a prestação de todos os cuidados assistenciais e a orientação à mãe 2.228 de 01.07.2022)
sobre sua saúde e a do recém-nascido.(Redação dada pela PRT GM/ g) aspirador portátil, 1 (um) para cada 15 (quinze) leitos ou fra-
MS nº 2.228 de 01.07.2022) ção;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 129.A UCINCa é responsável pelo cuidado do recém-nasci- h) balança eletrônica, 1 (uma) para cada 15 (quinze) leitos ou
dos com peso superior a 1.250 (mil e duzentos e cinquenta) gramas, fração;(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
clinicamente estáveis, em nutrição enteral plena, cujas mães mani- i) relógios e calendários de parede visíveis;(Redação dada pela
festem o desejo de participar do cuidado e tenham disponibilidade PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de tempo.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) j) poltronas removíveis, com revestimento impermeável,
Art. 130.A UCINCa somente funcionará em unidade hospitalar 1 (uma) por leito; e(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de
que conte com UCINCo.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 01.07.2022)
de 01.07.2022)

115
LEGISLAÇÃO

k) incubadora de transporte, esfigmomanômetro, otoscópio, VI -a participação e a mobilização social; e (Origem: PRT MS/
oftalmoscópio e conjunto de nebulizador e máscara, podendo ser GM 1459/2011, Art. 2º, VI)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
compartilhados entre as UCINCos e UCINCas, guardada a devida 13.01.2023)
proporção em relação ao número de leitos;(Redação dada pela PRT VII -a compatibilização com as atividades das redes de atenção
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) à saúde materna e infantil em desenvolvimento nos estados. (Ori-
§ 1ºO atendimento na UCINCa será feito pela equipe respon- gem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 2º, VII)(Repristinado pela PRT
sável pela UCINCo, conforme disposto no art. 124 desta Portaria. GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Art. 3ºSão objetivos da Rede Cegonha: (Origem: PRT MS/
§ 2°Para fins de formação da equipe mínima da UCINCo, serão GM 1459/2011, Art. 3º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
somados os leitos de UCINCo e de UCINCa disponíveis na mesma 13.01.2023)
unidade hospitalar.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de I -fomentar a implementação de novo modelo de atenção à
01.07.2022) saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao par-
Art. 133.Para fins de monitoramento, conforme disposto no in- to, ao nascimento, ao crescimento e ao desenvolvimento da criança
ciso III do art. 26 do Título I do Anexo II desta Portaria, para a UCIN- de zero aos vinte e quatro meses; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011,
Ca, será considerada a produção registrada no SIH do procedimen- Art. 3º, I)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
to 08.02.01.024-5 - Diária de unidade de cuidados intermediários II -organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para
neonatais canguru UCINCa, constante da Tabela de Procedimentos, que esta garanta acesso, acolhimento e resolutividade; e (Origem:
Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS.(Re- PRT MS/GM 1459/2011, Art. 3º, II)(Repristinado pela PRT GM/MS
dação dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) nº 13 de 13.01.2023)
Art. 134.A UCINCa tem a exigência mínima de produção, por III -reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no
leito habilitado, de 324 (trezentos e vinte e quatro) procedimentos componente neonatal. (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 3º,
anuais e média de 27 (vinte e sete) mensais.(Redação dada pela PRT III)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Art. 4ºA Rede Cegonha deve ser organizada de maneira a possi-
Parágrafo único.A produção de procedimentos vinculados à bilitar o provimento contínuo de ações de atenção à saúde materna
UCINCa de que trata o caput será acompanhada periodicamente e infantil para a população de determinado território, mediante a
articulação dos distintos pontos de atenção à saúde, do sistema de
pelo gestor local de saúde e pelo Ministério da Saúde.(Redação
apoio, do sistema logístico e da governança da rede de atenção à
dada pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
saúde em consonância com o Anexo I , a partir das seguintes dire-
trizes: (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 4º)(Repristinado pela
ANEXOII
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
REDE CEGONHA (ORIGEM: PRT MS/GM 1459/2011)
I -garantia do acolhimento com avaliação e classificação de ris-
(REPRISTINADO PELA PRT GM/MS Nº 13 DE 13.01.2023)
co e vulnerabilidade, ampliação do acesso e melhoria da qualidade
TÍTULO I
do pré-natal; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 4º, I)(Repristi-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(REPRISTINADO PELA PRT GM/MS Nº 13 DE 13.01.2023) II -garantia de vinculação da gestante à unidade de referência e
ao transporte seguro; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 4º, II)
Art. 1ºA Rede Cegonha, instituída no âmbito do Sistema Único (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
de Saúde, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mu- III -garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto
lher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada e nascimento; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 4º, III)(Repris-
à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento sau- IV -garantia da atenção à saúde das crianças de zero a vinte e
dáveis. (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 1º)(Repristinado pela quatro meses com qualidade e resolutividade; e (Origem: PRT MS/
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 1459/2011, Art. 4º, IV)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
Art. 2ºA Rede Cegonha tem como princípios: (Origem: PRT MS/ 13.01.2023)
GM 1459/2011, Art. 2º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de V -garantia de acesso às ações do planejamento reprodutivo.
13.01.2023) (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 4º, V)(Repristinado pela PRT
I -o respeito, a proteção e a realização dos direitos humanos; GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 2º, I)(Repristinado pela PRT Art. 5ºA Rede Cegonha deve ser implementada, gradativa-
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) mente, em todo território nacional respeitando-se critérios epide-
II -o respeito à diversidade cultural, étnica e racial; (Origem: miológicos, tais como taxa de mortalidade infantil, razão de mor-
PRT MS/GM 1459/2011, Art. 2º, II)(Repristinado pela PRT GM/MS talidade materna e densidade populacional. (Origem: PRT MS/
nº 13 de 13.01.2023) GM 1459/2011, Art. 5º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
III -a promoção da equidade; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, 13.01.2023)
Art. 2º, III)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Art. 6ºA Rede Cegonha organiza-se a partir de quatro (4) Com-
IV -o enfoque de gênero; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. ponentes, quais sejam: (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 6º)
2º, IV)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
V -a garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos I -Pré-Natal; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 6º, I)(Re-
de mulheres, homens, jovens e adolescentes; (Origem: PRT MS/ pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM 1459/2011, Art. 2º, V)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de II -Parto e Nascimento; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art.
13.01.2023) 6º, II)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

116
LEGISLAÇÃO

III -Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança; (Origem: c)práticas de atenção à saúde baseada em evidências científi-
PRT MS/GM 1459/2011, Art. 6º, III)(Repristinado pela PRT GM/MS cas, nos termos do documento da Organização Mundial da Saúde,
nº 13 de 13.01.2023) de 1996: “Boas práticas de atenção ao parto e ao nascimento”; (Ori-
IV -Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação. (Ori- gem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, II, c)(Repristinado pela PRT
gem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 6º, IV)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) d)garantia de acompanhante durante o acolhimento e o tra-
Art. 7ºCada componente compreende uma série de ações balho de parto, parto e pós-parto imediato; (Origem: PRT MS/GM
de atenção à saúde, nos seguintes termos: (Origem: PRT MS/ 1459/2011, Art. 7º, II, d)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
GM 1459/2011, Art. 7º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023) e)realização de acolhimento com classificação de risco nos
I -Componente Pré-Natal: (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, serviços de atenção obstétrica e neonatal; (Origem: PRT MS/GM
Art. 7º, I)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 1459/2011, Art. 7º, II, e)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
a)realização de pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) 13.01.2023)
com captação precoce da gestante e qualificação da atenção; (Ori- f)estímulo à implementação de equipes horizontais do cuidado
gem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, I, a)(Repristinado pela PRT nos serviços de atenção obstétrica e neonatal; e (Origem: PRT MS/
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 1459/2011, Art. 7º, II, f)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
b)acolhimento às intercorrências na gestação com avaliação de 13.01.2023)
e classificação de risco e vulnerabilidade; (Origem: PRT MS/GM g)estímulo à implementação de Colegiado Gestor nas materni-
1459/2011, Art. 7º, I, b)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de dades e outros dispositivos de co-gestão tratados na Política Nacio-
13.01.2023) nal de Humanização; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, II, g)
c)acesso ao pré-natal de alto de risco em tempo oportuno; (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, I, c)(Repristinado pela III -Componente Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Crian-
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) ça: (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, III)(Repristinado pela
d)realização dos exames de pré-natal de risco habitual e de alto PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
risco e acesso aos resultados em tempo oportuno; (Origem: PRT a)promoção do aleitamento materno e da alimentação com-
MS/GM 1459/2011, Art. 7º, I, d)(Repristinado pela PRT GM/MS nº plementar saudável; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, III,
13 de 13.01.2023) a)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
e)vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que b)acompanhamento da puérpera e da criança na atenção bá-
será realizado o parto; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, I, sica com visita domiciliar na primeira semana após a realização do
e)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) parto e nascimento; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, III, b)
f)qualificação do sistema e da gestão da informação; (Origem: (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, I, f)(Repristinado pela PRT GM/MS c)busca ativa de crianças vulneráveis; (Origem: PRT MS/GM
nº 13 de 13.01.2023) 1459/2011, Art. 7º, III, c)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
g)implementação de estratégias de comunicação social e pro- 13.01.2023)
gramas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reproduti- d)implementação de estratégias de comunicação social e pro-
va; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, I, g)(Repristinado pela gramas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodu-
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) tiva; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, III, d)(Repristinado
h)prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; e (Ori- pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
gem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, I, h)(Repristinado pela PRT e)prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; e (Ori-
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) gem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, III, e)(Repristinado pela PRT
i)apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pré-natal e para o local em que será realizado o parto, os quais f)orientação e oferta de métodos contraceptivos; (Origem: PRT
serão regulamentados em ato normativo específico; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, III, f)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
MS/GM 1459/2011, Art. 7º, I, i)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13 de 13.01.2023) IV -Componente Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Re-
II -Componente Parto e Nascimento: (Origem: PRT MS/GM gulação: (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, IV)(Repristinado
1459/2011, Art. 7º, II)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023) a)promoção, nas situações de urgência, do acesso ao transpor-
a)suficiência de leitos obstétricos e neonatais (UTI, UCI e Can- te seguro para as gestantes, as puérperas e os recém nascidos de
guru) de acordo com as necessidades regionais; (Origem: PRT MS/ alto risco, por meio do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência
GM 1459/2011, Art. 7º, II, a)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 (SAMU Cegonha), cujas ambulâncias de suporte avançado devem
de 13.01.2023) estar devidamente equipadas com incubadoras e ventiladores neo-
b)ambiência das maternidades orientadas pela Resolução da natais; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, IV, a)(Repristinado
Diretoria Colegiada (RDC) nº 36, de 2008, da Agência Nacional de pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Vigilância Sanitária (ANVISA); (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. b)implantação do modelo “Vaga Sempre”, com a elaboração e
7º, II, b)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) a implementação do plano de vinculação da gestante ao local de
ocorrência do parto; e (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, IV,
b)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

117
LEGISLAÇÃO

c)implantação e/ou implementação da regulação de leitos obs- a)realização pelo Colegiado de Gestão Regional e pelo CGSES/
tétricos e neonatais, assim como a regulação de urgências e a re- DF, com o apoio da SES, de análise da situação de saúde da mulher
gulação ambulatorial (consultas e exames). (Origem: PRT MS/GM e da criança, com dados primários, incluindo dados demográficos
1459/2011, Art. 7º, IV, c)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de e epidemiológicos, dimensionamento da demanda assistencial, di-
13.01.2023) mensionamento da oferta assistencial e análise da situação da re-
§ 1ºOs municípios que não contam com serviços próprios de gulação, da avaliação e do controle, da vigilância epidemiológica,
atenção ao parto e nascimento, incluídos os exames especializados do apoio diagnóstico, do transporte e da auditoria e do controle
na gestação, poderão aderir a Rede Cegonha no Componente Pré- externo, entre outros; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, II,
-Natal desde que programados e pactuados nos Colegiados de Ges- a)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
tão Regional (CGR). (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, § 1º) b)pactuação do Desenho da Rede Cegonha no Colegiado
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) de Gestão Regional (CGR) e no CGSES/DF; (Origem: PRT MS/GM
§ 2ºOs municípios mencionados no parágrafo § 1° deverão ga- 1459/2011, Art. 8º, II, b)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
rantir o acesso de acordo com o desenho da Rede Cegonha Regio- 13.01.2023)
nal, que contemplará o mapa de vinculação das gestantes, enqua- c)elaboração da proposta de Plano de Ação Regional, pactuado
dradas em Risco Habitual ou Alto Risco ao local de ocorrência do no Colegiado de Gestão Regional e homologado pela CIB, e no CG-
parto. (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 7º, § 2º)(Repristinado SES/DF, com a programação da atenção integral à saúde materna e
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) infantil, incluindo as atribuições, as responsabilidades e o aporte de
Art. 8ºA operacionalização da Rede Cegonha dar-se-á pela exe- recursos necessários pela União, pelo estado, pelo Distrito Federal
cução de cinco fases: (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º)(Re- e pelos municípios envolvidos. Na sequencia, serão elaborados os
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) planos de ação municipais dos municípios integrantes do CGR; (Ori-
I -FASE 1: Adesão e Diagnóstico: (Origem: PRT MS/GM gem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, II, c)(Repristinado pela PRT
1459/2011, Art. 8º, I)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023) d)estímulo à instituição do Fórum Rede Cegonha que tem
a)apresentação da Rede Cegonha no estado, Distrito Federal e como finalidade a construção de espaços coletivos plurais, hetero-
municípios; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, I, a)(Repristi- gêneos e múltiplos para participação cidadã na construção de um
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) novo modelo de atenção ao parto e nascimento, mediante o acom-
b)apresentação e análise da matriz diagnóstica conforme o panhamento e contribuição na implementação da Rede Cegonha na
Anexo 1 do Anexo II na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), no Região; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, II, d)(Repristinado
Colegiado de Gestão da Secretaria Estadual de Saúde do Distrito pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Federal (CGSES/DF) e Colegiado de Gestão Regional (CGR); (Origem: III -FASE 3: Contratualização dos Pontos de Atenção: (Origem:
PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, I, b)(Repristinado pela PRT GM/MS PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, III)(Repristinado pela PRT GM/MS
nº 13 de 13.01.2023) nº 13 de 13.01.2023)
c)homologação da região inicial de implementação da Rede Ce- a)elaboração do desenho da Rede Cegonha no município; (Ori-
gonha na CIB e CGSES/DF; e (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. gem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, III, a)(Repristinado pela PRT
8º, I, c)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
d)instituição de Grupo Condutor Estadual da Rede Cegonha, b)contratualização pela União, pelo estado, pelo Distrito Fe-
formado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), Conselho de Se- deral ou pelo município dos pontos de atenção da Rede Cegonha
cretários Municipais de Saúde (Cosems) e apoio institucional do observadas as responsabilidades definidas para cada componente
Ministério da Saúde (MS), que terá como atribuições: (Origem: PRT da Rede; e (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, III, b)(Repristi-
MS/GM 1459/2011, Art. 8º, I, d)(Repristinado pela PRT GM/MS nº nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13 de 13.01.2023) c)instituição do Grupo Condutor Municipal em cada município
1.mobilizar os dirigentes políticos do SUS em cada fase; (Ori- que compõe o CGR, com apoio institucional da SES; (Origem: PRT
gem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, I, d, 1)(Repristinado pela PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, III, c)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 13 de 13.01.2023)
2.apoiar a organização dos processos de trabalho voltados IV -FASE 4: Qualificação dos componentes: (Origem: PRT MS/
a implantação/implementação da rede; (Origem: PRT MS/GM GM 1459/2011, Art. 8º, IV)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
1459/2011, Art. 8º, I, d, 2)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023) a)realização das ações de atenção à saúde definidas para cada
3.identificar e apoiar a solução de possíveis pontos críticos em componente da Rede, previstas no art. 7º; (Origem: PRT MS/GM
cada fase; e (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, I, d, 3)(Re- 1459/2011, Art. 8º, IV, a)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 13.01.2023)
4.monitorar e avaliar o processo de implantação/implementa- b)cumprimento das metas relacionadas às ações de atenção à
ção da rede; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, I, d, 4)(Re- saúde definidas para cada componente da Rede, previstas no art.
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 7º, que serão acompanhadas de acordo com os indicadores do Pla-
II -FASE 2: Desenho Regional da Rede Cegonha: (Origem: PRT no de Ação Regional e dos Planos de Ação Municipais; (Origem: PRT
MS/GM 1459/2011, Art. 8º, II)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 MS/GM 1459/2011, Art. 8º, IV, b)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
de 13.01.2023) 13 de 13.01.2023)

118
LEGISLAÇÃO

V -FASE 5: Certificação, que será concedida pelo Ministério da Art. 10.No âmbito do Ministério da Saúde a coordenação da
Saúde ao gestor do SUS anualmente após a realização das ações de Rede Cegonha cabe à Secretaria de Atenção à Saúde. (Origem: PRT
atenção à saúde previstas no art. 7º, avaliadas na Fase de Qualifica- MS/GM 1459/2011, Art. 12)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
ção dos Componentes. (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, V) de 13.01.2023)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 1ºO Grupo Condutor da Rede Cegonha no Distrito Federal TÍTULO II
será composto pela Secretaria de Saúde e Colegiado de Gestão da DAS DIRETRIZES PARA IMPLANTAÇÃO E HABILITAÇÃO DE
SES/DF, com apoio institucional do MS, e terá as mesmas atribui- CENTRO DE PARTO NORMAL (CPN)
ções do Grupo Condutor Estadual, descritas no art. 8º, I, alínea d. (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, § 1º)(Repristinado pela CAPÍTULO I
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2ºO Plano de Ação Regional e o Plano de Ação Municipal (Origem: PRT MS/GM 11/2015, CAPÍTULO I)
serão os documentos orientadores para a execução das fases de (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
implementação da Rede Cegonha, assim como para o repasse dos
recursos, monitoramento e a avaliação da implementação da Rede Art. 11.Este Título define as diretrizes para implantação e ha-
Cegonha (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, § 2º)(Repristina- bilitação de Centro de Parto Normal (CPN), no âmbito do SUS, para
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) o atendimento à mulher e ao recém-nascido no momento do parto
§ 3ºA Contratualização dos Pontos de Atenção é o meio pelo e do nascimento, em conformidade com o Componente PARTO E
qual o gestor, seja ele o município, o estado, o Distrito Federal ou NASCIMENTO da Rede Cegonha, e dispõe sobre os respectivos in-
a União, estabelece metas quantitativas e qualitativas do processo centivos financeiros de investimento, custeio e custeio mensal. (Ori-
de atenção à saúde, com o(s) ponto(s) de atenção à saúde da Rede gem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 1º)(Repristinado pela PRT GM/MS
nº 13 de 13.01.2023)
Cegonha sob sua gestão, de acordo com o Plano de Ação Regional
Art. 12.Para efeito deste Título, considera-se: (Origem: PRT
e os Planos de Ação Municipais. (Origem: PRT MS/GM 1459/2011,
MS/GM 11/2015, Art. 2º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
Art. 8º, § 3º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023)
§ 4ºA verificação do cumprimento das ações de atenção à saú-
I -alojamento conjunto: uma unidade de cuidados hospitalares
de definidas para cada Componente da Rede será realizada anual-
em que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanece
mente pelo Ministério da Saúde, de forma compartilhada com o
ao lado da mãe, 24 (vinte e quatro) horas por dia, no mesmo am-
Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho
biente, até a alta hospitalar; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 2º,
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS). (Ori-
I)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
gem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, § 4º)(Repristinado pela PRT
II -atenção humanizada ao parto e nascimento: respeito ao par-
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) to como experiência pessoal, cultural, sexual e familiar, fundamen-
§ 5ºO Ministério da Saúde apoiará o Grupo Condutor Estadual tada no protagonismo e autonomia da mulher, que participa ativa-
no acompanhamento e avaliação do processo de pactuação e exe- mente com a equipe das decisões referentes ao seu parto; (Origem:
cução do Plano de Ação Regional e do Plano de Ação Municipal. PRT MS/GM 11/2015, Art. 2º, II)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
(Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 8º, § 5º)(Repristinado pela 13 de 13.01.2023)
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) III -gestação de baixo risco: gestação na qual os fatores de risco
Art. 9ºPara operacionalização da Rede Cegonha cabe: (Origem: indicam que a morbimortalidade materna e perinatal são iguais ou
PRT MS/GM 1459/2011, Art. 9º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº menores do que as da população em geral, sem necessidade de se
13 de 13.01.2023) utilizar alta densidade tecnológica; (Origem: PRT MS/GM 11/2015,
I -à União, por intermédio do Ministério da Saúde: apoio à im- Art. 2º, III)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
plementação, financiamento, nos termos descritos neste Anexo, IV -parto de baixo risco: parturiente com gestação atual con-
monitoramento e avaliação da Rede Cegonha em todo território siderada de baixo risco e história reprodutiva sem fatores de risco
nacional; (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, Art. 9º, I)(Repristinado materno e fetal, com avaliação obstétrica no momento da admissão
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) que evidencie um trabalho de parto eutócico; (Origem: PRT MS/
II -ao estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde: apoio à GM 11/2015, Art. 2º, IV)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
implementação, coordenação do Grupo Condutor Estadual da Rede 13.01.2023)
Cegonha, financiamento, contratualização com os pontos de aten- V -parto normal: trabalho de parto de início espontâneo, sem
ção à saúde sob sua gestão, monitoramento e avaliação da Rede indução, sem aceleração, sem utilização de intervenções como fór-
Cegonha no território estadual de forma regionalizada; e (Origem: ceps ou cesariana e sem uso de anestesia geral, raquiana ou pe-
PRT MS/GM 1459/2011, Art. 9º, II)(Repristinado pela PRT GM/MS ridural durante o trabalho de parto e parto; e (Origem: PRT MS/
nº 13 de 13.01.2023) GM 11/2015, Art. 2º, V)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
III -ao município, por meio da Secretaria Municipal de Saúde: 13.01.2023)
implementação, coordenação do Grupo Condutor Municipal da VI -quarto pré-parto, parto e puerpério (PPP): espaço destinado
Rede Cegonha, financiamento, contratualização com os pontos de ao pré-parto, parto e puerpério, privativo para cada mulher e seu
atenção à saúde sob sua gestão, monitoramento e avaliação da Rede acompanhante, onde a atenção aos períodos clínicos do parto e do
Cegonha no território municipal. (Origem: PRT MS/GM 1459/2011, nascimento ocorre no mesmo ambiente, da internação à alta, com
Art. 9º, III)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) ambiência adequada à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº
36/ANVISA, de 3 de junho de 2008, que dispõe sobre Regulamento

119
LEGISLAÇÃO

Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e VII -garantir a assistência imediata à mulher e ao recém-nasci-
Neonatal. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 2º, VI)(Repristinado do nas intercorrências obstétricas e neonatais; (Origem: PRT MS/
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 11/2015, Art. 4º, VII)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
Art. 13.Constitui CPN a unidade de saúde destinada à assistên- 13.01.2023)
cia ao parto de baixo risco pertencente a um estabelecimento hos- VIII -ofertar orientações para o planejamento familiar e saúde
pitalar, localizada em suas dependências internas ou imediações, sexual e reprodutiva após o parto, com promoção da continuidade
nos termos deste Título. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 3º) deste planejamento na atenção básica em saúde; (Origem: PRT MS/
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 11/2015, Art. 4º, VIII)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
§ 1ºOs CPN são classificados em: (Origem: PRT MS/GM 11/2015, 13.01.2023)
Art. 3º, § 1º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) IX -garantir o fornecimento de relatório de alta e orientações
I -CPN Intra-Hospitalar (CPNi) Tipo I; (Origem: PRT MS/GM pós-alta, de forma a promover a continuidade do cuidado pela
11/2015, Art. 3º, § 1º, I)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de equipe da atenção básica em saúde; (Origem: PRT MS/GM 11/2015,
13.01.2023) Art. 4º, IX)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II -CPN Intra-Hospitalar (CPNi) Tipo II; e (Origem: PRT MS/GM X -possuir protocolos que orientem a linha de cuidado materna
11/2015, Art. 3º, § 1º, II)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de e infantil e protocolos assistenciais que promovam a segurança e a
13.01.2023) humanização do cuidado, assegurando as boas práticas de atenção
III -CPN Peri-Hospitalar (CPNp). (Origem: PRT MS/GM 11/2015, ao parto e nascimento; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 4º, X)
Art. 3º, § 1º, III)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 2ºO estabelecimento hospitalar poderá possuir mais de uma XI -possuir rotinas que favoreçam a proteção do período sensí-
unidade de CPN, conforme a necessidade locorregional identificada vel e o contato pele a pele imediato e ininterrupto entre a mulher e
no Plano de Ação Regional da Rede Cegonha e mediante pactua- o recém-nascido, de forma a promover o vínculo, com a participa-
ção na Comissão Intergestores Bipartite (CIB). (Origem: PRT MS/ ção do pai, quando couber; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 4º,
GM 11/2015, Art. 3º, § 2º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de XI)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023) XII -alimentar regularmente os sistemas de informação nacio-
CAPÍTULO II nais vigentes e monitorar periodicamente os indicadores estabele-
DA CONSTITUIÇÃO E HABILITAÇÃO COMO CPN NO ÂMBITO cidos no Anexo 7 do Anexo II ; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art.
DA REDE CEGONHA 4º, XII)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Origem: PRT MS/GM 11/2015, CAPÍTULO II) XIII -possuir protocolos de admissão no CPN e de assistência
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) ao trabalho de parto, parto, puerpério e cuidados com o recém-
SEÇÃO I -nascido por enfermeiro obstétrico/obstetriz; e (Origem: PRT MS/
DOS REQUISITOS DE CONSTITUIÇÃO DE CPN EM CONFORMI- GM 11/2015, Art. 4º, XIII)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
DADE COM A REDE CEGONHA 13.01.2023)
(Origem: PRT MS/GM 11/2015, CAPÍTULO II, Seção I)
XIV -cumprir as exigências técnicas relativas a segregação, des-
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
carte, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposi-
ção final dos resíduos sólidos de serviços de saúde, nos termos da
Art. 14.São requisitos para a constituição da unidade como
Resolução - RDC nº 306/ANVISA, de 7 de dezembro de 2004. (Ori-
CPN: (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 4º)(Repristinado pela PRT
gem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 4º, XIV)(Repristinado pela PRT GM/
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
MS nº 13 de 13.01.2023)
I -possuir estrutura física e equipamentos mínimos, nos termos
Parágrafo Único.A unidade que não possuir os protocolos de
do art. 15; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 4º, I)(Repristinado
que trata o inciso XIII, deverá pactua-los juntamente com as equi-
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II -observar os requisitos específicos para cada tipo de CPN, nos pes de atenção obstétrica e neonatal do estabelecimento hospitalar
termos art. 16; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 4º, II)(Repristi- de referência, imediatamente após a habilitação do CPN. (Origem:
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) PRT MS/GM 11/2015, Art. 4º, Parágrafo Único)(Repristinado pela
III -possuir a equipe mínima de que trata o art. 17; (Origem: PRT PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
MS/GM 11/2015, Art. 4º, III)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 Art. 15.A estrutura física do CPN deverá atender o disposto no
de 13.01.2023) Anexo 6 do Anexo II e na Resolução - RDC nº 36/ANVISA, de 2008,
IV -possuir estabelecimento hospitalar de referência, observa- no que se refere às finalidades e dimensões mínimas necessárias
do o disposto no art. 18; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 4º, IV) para cada ambiente, e ao disposto no Anexo 8 do Anexo II , quanto
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) aos equipamentos mínimos necessários para seu funcionamento
V -garantir a condução da assistência ao parto de baixo risco, adequado. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 5º)(Repristinado
puerpério fisiológico e cuidados com recém-nascido sadio, da ad- pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
missão à alta, por obstetriz ou enfermeiro obstétrico; (Origem: PRT Art. 16.Cada tipo de CPN deverá observar aos seguintes requisi-
MS/GM 11/2015, Art. 4º, V)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 tos específicos: (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º)(Repristina-
de 13.01.2023) do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
VI -garantir a continuidade do cuidado nos diferentes níveis I -CPNi Tipo I: (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, I)(Repris-
de complexidade pelo estabelecimento hospitalar de referência, tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
incluindo acesso diagnóstico e terapêutico; (Origem: PRT MS/ a)estar localizado nas dependências internas do estabeleci-
GM 11/2015, Art. 4º, VI)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de mento hospitalar; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, I, a)(Re-
13.01.2023) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

120
LEGISLAÇÃO

b)possuir ambientes fins exclusivos da unidade, tais como re- I -3 (três) quartos PPP, com produção mínima de 480 (quatro-
cepção e sala de exames, quartos PPP, área de deambulação, posto centos e oitenta) partos anuais e média de 40 (quarenta) partos
de enfermagem e sala de serviço, podendo compartilhar os am- mensais; e (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, § 3º, I)(Repristi-
bientes de apoio; e (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, I, b)(Re- nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) II -5 (cinco) quartos PPP, com produção mínima de 840 (oito-
c)garantir a permanência da mulher e do recém-nascido no centos e quarenta) partos anuais e média de 70 (setenta) partos
quarto PPP, da admissão à alta; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. mensais. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, § 3º, II)(Repristina-
6º, I, c)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II -CPNi Tipo II: (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, II)(Re- § 4ºA produção de partos anuais de que trata o § 2º será acom-
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) panhada periodicamente pelo gestor local de saúde e pelo Ministé-
a)estar localizado nas dependências internas do estabeleci- rio da Saúde. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, § 4º)(Repristi-
mento hospitalar; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, II, a)(Re- nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Art. 17.Cada CPN deverá possuir a seguinte equipe mínima:
b)possuir ambientes compartilhados com o restante da ma- (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º)(Repristinado pela PRT GM/
ternidade, como recepção, sala de exames, posto de enfermagem,
MS nº 13 de 13.01.2023)
sala de serviço e outros ambientes de apoio; e (Origem: PRT MS/
I -CPNi Tipo I e Tipo II com 3 (três) quartos PPP: (Origem: PRT
GM 11/2015, Art. 6º, II, b)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
MS/GM 11/2015, Art. 7º, I)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
13.01.2023)
13.01.2023)
c)garantir a permanência da mulher e do recém-nascido no
quarto PPP durante o pré-parto e parto, podendo, após o puerpério a)1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz como coordenador
imediato, serem transferidos para o alojamento conjunto; e (Ori- do cuidado, responsável técnico pelo CPN, sendo profissional hori-
gem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, II, c)(Repristinado pela PRT GM/ zontal com carga horária semanal de 40 (quarenta) horas de traba-
MS nº 13 de 13.01.2023) lho, 8 (oito) horas por dia; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, I,
III -CPNp: (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, III)(Repristi- a)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) b)1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz com cobertura 24
a)estar localizado nas imediações do estabelecimento hospita- (vinte e quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; (Origem:
lar de referência, a uma distância que deve ser percorrida em tem- PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, I, b)(Repristinado pela PRT GM/MS
po inferior a 20 (vinte) minutos do respectivo estabelecimento, em nº 13 de 13.01.2023)
unidades de transporte adequadas; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, c)1 (um) técnico de enfermagem com cobertura 24 (vinte e
Art. 6º, III, a)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; e (Origem: PRT MS/
b)garantir a transferência da mulher e do recém-nascido para GM 11/2015, Art. 7º, I, c)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
o estabelecimento hospitalar de referência, nos casos eventuais de 13.01.2023)
risco ou intercorrências, em unidades de transporte adequadas, d)1 (um) auxiliar de serviços gerais com cobertura 24 (vinte e
nas 24 (vinte e quatro) horas do dia e nos 7 (sete) dias da semana; quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; (Origem: PRT MS/
(Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, III, b)(Repristinado pela PRT GM 11/2015, Art. 7º, I, d)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 13.01.2023)
c)ter como referência os serviços de apoio do estabelecimento II -CPNi Tipo I e Tipo II com 5 (cinco) quartos PPP: (Origem: PRT
ao qual pertence ou está vinculado, nos termos do Anexo 6 do Ane- MS/GM 11/2015, Art. 7º, II)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
xo II ; e (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, III, c)(Repristinado de 13.01.2023)
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) a)1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz como coordena-
d)garantir a permanência da mulher e do recém-nascido no dor do cuidado, responsável técnico pelo CPN, sendo profissional
quarto PPP, da admissão à alta. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. horizontal com carga horária semanal de trabalho de 40 (quarenta)
6º, III, d)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) horas, 8 (oito) horas por dia; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º,
§ 1ºO requisito de que trata a alínea “a” do inciso III do “caput”
II, a)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
poderá ser excepcionado quando os estabelecimentos de saúde
b)1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz com cobertura 24
forem considerados estratégicos para a qualificação da atenção
(vinte e quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; (Origem:
obstétrica e neonatal na região e/ou no município, mediante so-
PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, II, b)(Repristinado pela PRT GM/MS
licitação do gestor de saúde, após pactuação prévia na Comissão
Intergestores Regional (CIR) e/ou na CIB, com inclusão do estabe- nº 13 de 13.01.2023)
lecimento no Plano de Ação Regional da Rede Cegonha. (Origem: c)2 (dois) técnicos de enfermagem com cobertura 24 (vinte e
PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, § 1º)(Repristinado pela PRT GM/MS quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; e (Origem: PRT MS/
nº 13 de 13.01.2023) GM 11/2015, Art. 7º, II, c)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
§ 2ºExcepcionalmente, o CPNp poderá ser vinculado à Secreta- 13.01.2023)
ria de Saúde Estadual, do Distrito Federal ou Municipal, desde que d)1 (um) auxiliar de serviços gerais, com cobertura 24 (vinte e
com referência hospitalar estabelecida, nos termos deste Título. quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; (Origem: PRT MS/
(Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 6º, § 2º)(Repristinado pela PRT GM 11/2015, Art. 7º, II, d)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 13.01.2023)
§ 3ºO CPN poderá ser composto por: (Origem: PRT MS/GM III -CPNp com 3 (três) quartos PPP: (Origem: PRT MS/GM
11/2015, Art. 6º, § 3º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 11/2015, Art. 7º, III)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
13.01.2023) 13.01.2023)

121
LEGISLAÇÃO

a)1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz como coordena- § 4ºA parteira tradicional poderá ser incluída no cuidado à
dor do cuidado, responsável técnico pelo CPN, sendo profissional mulher no CPN, em regime de colaboração com o enfermeiro obs-
horizontal com carga horária semanal de trabalho de 40 (quarenta) tétrico ou obstetriz, quando for considerado adequado, de acordo
horas, 8 (oito) horas por dia; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, com as especificidades regionais e culturais e o desejo da mulher.
III, a)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, § 4º)(Repristinado pela PRT
b)enfermeiro obstétrico ou obstetriz com cobertura 24 (vinte GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
e quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana, nas seguintes Art. 18.Cabe ao estabelecimento hospitalar de referência do
quantidades mínimas: (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, III, b) CPN garantir equipe de retaguarda 24 (vinte e quatro) horas por
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) dia, nos 7 (sete) dias da semana, composta por médico obstetra,
1.1 (um), durante a presença do coordenador do cuidado de médico anestesista e médico pediatra ou neonatologista, que pres-
que trata a alínea “a”; e (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, III, tará o pronto atendimento às solicitações e aos encaminhamentos
b, 1)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) da equipe do CPN. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 8º)(Repristi-
2.2 (dois), durante as escalas noturnas, de finais de semana e nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
feriados, bem como nas ausências prolongadas do coordenador do Parágrafo Único.Quando necessário, o estabelecimento hospi-
cuidado de que trata a alínea “a”; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, talar também deverá garantir o acesso da mulher e do recém-nasci-
Art. 7º, III, b, 2)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) do a profissionais de saúde de outras especialidades não elencadas
c)1 (um) técnico de enfermagem com cobertura 24 (vinte e no “caput”. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 8º, Parágrafo Único)
quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; e (Origem: PRT MS/ (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM 11/2015, Art. 7º, III, c)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
13.01.2023) SEÇÃO II
d)1 (um) auxiliar de serviços gerais, com cobertura 24 (vinte e DA HABILITAÇÃO COMO CPN NO ÂMBITO DA REDE CEGONHA
quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; (Origem: PRT MS/ (Origem: PRT MS/GM 11/2015, CAPÍTULO II, Seção II)
GM 11/2015, Art. 7º, III, d)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023)
IV -CPNp com 5 (cinco) quartos PPP: (Origem: PRT MS/GM Art. 19.Para habilitação da unidade como CPN, os gestores de
11/2015, Art. 7º, IV)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios deverão
13.01.2023) encaminhar requerimento, por meio físico, ao Ministério da Saú-
a)1 (um) enfermeiro obstétrico ou obstetriz como coordena- de, acompanhado dos seguintes documentos: (Origem: PRT MS/
dor do cuidado, responsável técnico pelo CPN, sendo profissional GM 11/2015, Art. 9º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
horizontal com carga horária semanal de trabalho de 40 (quarenta) 13.01.2023)
horas, 8 (oito) horas por dia; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, I -Resolução da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) ou do
IV, a)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Colegiado de Gestão da Secretaria de Estado da Saúde do Distri-
to Federal (CGSES/DF) que contemple a inclusão da unidade como
b)2 (dois) enfermeiros obstétricos ou obstetrizes com cober-
CPN no Desenho Regional da Rede Cegonha; (Origem: PRT MS/
tura 24 (vinte e quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana;
GM 11/2015, Art. 9º, I)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
(Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, IV, b)(Repristinado pela PRT
13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II -declaração do gestor estadual, distrital ou municipal de saú-
c)1 (um) técnico de enfermagem com cobertura 24 (vinte e
de que ateste a existência de recursos humanos mínimos e infra-
quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana; e (Origem: PRT MS/
estrutura adequada para o funcionamento da unidade como CPN,
GM 11/2015, Art. 7º, IV, c)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
nos termos dos arts. 15, 16, 17 e 18 do Anexo II ; (Origem: PRT MS/
13.01.2023)
GM 11/2015, Art. 9º, II)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
d)1 (um) auxiliar de serviços gerais, com cobertura 24 (vinte e 13.01.2023)
quatro) horas por dia, 7 (sete) dias por semana. (Origem: PRT MS/ III -atualização, pelo gestor estadual, distrital ou municipal de
GM 11/2015, Art. 7º, IV, d)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de saúde das informações referentes ao estabelecimento hospitalar no
13.01.2023) Sistema do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SC-
§ 1ºO enfermeiro obstétrico ou obstetriz coordenador do cui- NES), incluindo-se as relativas à unidade com pedido de habilitação
dado também exercerá as atividades de assistência relativas ao cui- como CPN; e (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 9º, III)(Repristina-
dado materno e neonatal. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, § do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
1º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) IV -planta baixa do projeto arquitetônico do estabelecimento
§ 2ºOs enfermeiros obstétricos que atuam nos CPN deverão de saúde, aprovado pelo órgão de vigilância sanitária local, indi-
apresentar certificado de especialista na área de enfermagem obs- cando o CPN com nomenclatura dos espaços físicos, inclusive indi-
tétrica, consubstanciado em especialização “latu sensu” ou progra- cando os ambientes de apoio, conforme o disposto no Anexo 6 do
ma de residência. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, § 2º)(Re- Anexo II . (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 9º, IV)(Repristinado
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 3ºO enfermeiro obstétrico ou obstetriz deverá dar continui- § 1ºPara a habilitação de CPNp vinculado à Secretaria de Saúde
dade aos cuidados materno e infantil no alojamento conjunto das estadual, do Distrito Federal ou municipal, e não a um estabeleci-
mulheres e recém-nascidos assistidos no CPNi Tipo II, bem como mento hospitalar, nos termos do art. 16, § 1º , será anexado, ainda,
alta hospitalar das mulheres com puerpério fisiológico e recém-nas- documento que indique o estabelecimento hospitalar de retaguar-
cidos sadios. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 7º, § 3º)(Repristi- da assistencial assinado pelo respectivo gestor estadual, distrital ou
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) municipal de saúde e pelo dirigente do estabelecimento hospitalar

122
LEGISLAÇÃO

de referência, observado o disposto no art. 18. (Origem: PRT MS/ Art. 26.Como condição para recebimento de eventuais novos
GM 11/2015, Art. 9º, § 1º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de recursos financeiros no âmbito da Rede Cegonha, o estado, o Dis-
13.01.2023) trito Federal ou o município beneficiário informará o início, anda-
§ 2ºOs modelos dos documentos de que trata este artigo en- mento, conclusão e posteriores manutenções preventivas da obra,
contram-se no portal do Ministério da Saúde, cujo acesso poderá incluindo-se dados referentes ao projeto, contratação, localização
ser realizado por meio do endereço eletrônico http://www.saude. geográfica, fotos anteriores ao início da obra, fotos corresponden-
gov.br/redecegonha. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 9º, § 2º) tes às etapas de execução da obra e demais informações requeridas
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pelo Sistema de Monitoramento de Obras (SISMOB). (Origem: PRT
Art. 20.A solicitação de habilitação de CPN de que trata o art. MS/GM 11/2015, Art. 46)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
19 será avaliada pelo Ministério da Saúde, por meio do Departa- 13.01.2023)
mento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES/SAS/MS), com Art. 27.O monitoramento e a avaliação dos CPN, incluindo-se
realização, se necessário, de visita técnica “in loco”, com emissão de a produção e os indicadores descritos no Anexo 7 do Anexo II , é
parecer conclusivo sobre o pedido. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, de responsabilidade das respectivas Secretarias de Saúde estadu-
Art. 10)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) ais, distrital e municipais. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 47)
Parágrafo Único.Em caso de aprovação da solicitação de que (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
trata o “caput”, a Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS) providen- Parágrafo Único.O monitoramento e a avaliação de que tratam
ciará a publicação de portaria específica de habilitação da unidade o “caput” terão o acompanhamento técnico periódico do Ministé-
como CPN. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 10, Parágrafo Único) rio da Saúde, por meio do DAPES/SAS/MS. (Origem: PRT MS/GM
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 11/2015, Art. 47, Parágrafo Único)(Repristinado pela PRT GM/MS
nº 13 de 13.01.2023)
CAPÍTULO III Art. 28.O Ministério da Saúde, de forma compartilhada com os
DO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO estados, Distrito Federal e municípios, acompanhará as informa-
(Origem: PRT MS/GM 11/2015, CAPÍTULO IV) ções sobre as ações executadas pelos CPN, podendo determinar
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) a suspensão do respectivo repasse financeiro e a desabilitação do
CPN, caso constatado o não cumprimento dos requisitos de cons-
Art. 21.O monitoramento de que trata a regulamentação do tituição e habilitação estabelecidos no Capítulo II do Título II. (Ori-
Centro de Parto Normal (CPN) não dispensa o ente federativo be- gem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 48)(Repristinado pela PRT GM/MS
neficiário de comprovação da aplicação dos recursos financeiros nº 13 de 13.01.2023)
percebidos por meio do Relatório Anual de Gestão (RAG). (Origem: § 1ºA suspensão do repasse dos recursos financeiros do CPN
PRT MS/GM 11/2015, Art. 41)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 será determinada se verificado o descumprimento de um ou mais
de 13.01.2023) dos seguintes requisitos: (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 48, §
Art. 22.Na hipótese de execução integral do objeto original- 1º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
mente pactuado e verificada sobra de recursos financeiros, o ente I -equipe multiprofissional mínima de saúde incompleta que
federativo poderá efetuar o remanejamento dos recursos e a sua atua em CPNp ou CPNi tipos I e II; (Origem: PRT MS/GM 11/2015,
aplicação nos termos da Portaria de Consolidação nº 6. (Origem: Art. 48, § 1º, I)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
PRT MS/GM 11/2015, Art. 42)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 II -infraestrutura para o funcionamento adequado do CPNp ou
de 13.01.2023) CPNi tipos I e II divergente do estabelecido no Anexo 6 do Anexo II
Art. 23.Nos casos em que for verificada a não execução integral ; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 48, § 1º, II)(Repristinado pela
do objeto originalmente pactuado e a existência de recursos finan- PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
ceiros repassados pelo Fundo Nacional de Saúde para os fundos de III -não garantia de equipe de retaguarda 24 (vinte e quatro)
saúde estaduais, distrital e municipais não executados, seja parcial horas ao dia; e (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 48, § 1º, III)(Re-
ou totalmente, o ente federativo estará sujeito à devolução dos pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
recursos financeiros transferidos e não executados, acrescidos da IV -produção mínima de partos insuficiente conforme dimen-
correção monetária prevista em lei, observado o regular processo são do CPN, registrada em Autorização de Internação Hospitalar
administrativo. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 43)(Repristina- (AIH). (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 48, § 1º, IV)(Repristinado
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 24.Nos casos em que for verificado que os recursos finan- § 2ºO gestor de saúde terá prazo máximo de 90 (noventa) dias,
ceiros transferidos pelo Fundo Nacional de Saúde foram executa- após recebimento de notificação da suspensão pela SAS/MS, para
dos, total ou parcialmente, em objeto distinto ao originalmente demonstrar a regularização do cumprimento dos requisitos de que
pactuado, aplicar-se-á o regramento disposto na Lei Complementar trata o § 1º. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 48, § 2º)(Repristi-
nº 141, de 3 de janeiro de 2012, e no Decreto nº 7.827, de 16 de nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
outubro de 2012. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 44)(Repristi- § 3ºPara fins do disposto no § 2º, o Ministério da Saúde, após
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) verificar o cumprimento dos requisitos de que trata o § 1º, provi-
Art. 25.Com o término da obra referente ao CPN, o ente federa- denciará a regularização do repasse dos recursos financeiros do
tivo e o estabelecimento hospitalar privado sem fins lucrativos be- CPN. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 48, § 3º)(Repristinado
neficiário assumirão a manutenção preventiva dos respectivos CPN pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, como condição para continuar § 4ºNa hipótese do § 3º, a unidade não fará jus ao recebimento
na Rede Cegonha e, depois desse prazo, para receber eventuais no- dos recursos financeiros referentes ao período de vigência da sus-
vos recursos financeiros. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 45) pensão do repasse. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 48, § 4º)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

123
LEGISLAÇÃO

§ 5ºCaso não seja demonstrada pelo gestor de saúde a regula- Parágrafo Único.O CPN habilitado nos termos deste Título será
rização do cumprimento dos requisitos de que trata o § 1º, o Minis- remunerado por meio do incentivo de custeio mensal de que trata
tério da Saúde providenciará a desabilitação do CPN. (Origem: PRT a Subseção V da Seção III do Capítulo I do Título VIII da Portaria de
MS/GM 11/2015, Art. 48, § 5º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 Consolidação nº 6. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 52, Parágra-
de 13.01.2023) fo Único)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 6ºO gestor de saúde poderá solicitar nova habilitação do CPN Art. 32.Os recursos financeiros para a execução das atividades
desabilitado a qualquer tempo, desde que cumpridas as exigências de que tratam este Título serão oriundos do orçamento do Ministé-
estabelecidas neste Título. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 48, rio da Saúde, devendo onerar: (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art.
§ 6º)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 53)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
I -em relação ao incentivo financeiro de custeio mensal
CAPÍTULO IV para funcionamento de CPNi ou CPNp, o Programa de Trabalho
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 10.302.2015.8585.0001 - Atenção à Saúde da População para Pro-
(Origem: PRT MS/GM 11/2015, CAPÍTULO V) cedimentos de Média e Alta Complexidade; e (Origem: PRT MS/
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 11/2015, Art. 53, I)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
13.01.2023)
Art. 29.As Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal II -em relação aos incentivos financeiros de custeio para refor-
e dos municípios, com apoio técnico do Ministério da Saúde, esta- ma de unidades e de investimento para ampliação de unidades e
belecerão rotinas de acompanhamento e supervisão que garantam aquisição de equipamentos e materiais permanentes, o Programa
o cumprimento dos objetivos dos CPN de promover a humanização de Trabalho 10.302.2015.20R4.0001 - Apoio à Implementação da
e a qualidade do atendimento à mulher e ao recém-nascido na as- Rede Cegonha. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 53, II)(Repristi-
sistência ao parto e ao nascimento. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 49)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Art. 33.O repasse dos recursos financeiros de que trata este Tí-
Parágrafo Único.O DAPES/SAS/MS prestará cooperação téc- tulo está condicionado à disponibilidade orçamentária e financeira
nica e orientações para atuação dos CPN. (Origem: PRT MS/GM do Ministério da Saúde. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 54)(Re-
11/2015, Art. 49, Parágrafo Único)(Repristinado pela PRT GM/MS pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
nº 13 de 13.01.2023) Art. 34.A constituição, a habilitação e o funcionamento dos
Art. 30.O procedimento 03.10.01.005-5 PARTO NORMAL EM CPN deverão atender as regras e diretrizes técnicas fixadas pelo
CENTRO DE PARTO NORMAL (CPN), constante da Tabela de Proce- Ministério da Saúde, cujo acesso encontra-se disponível no ende-
dimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais reço eletrônico http://www.saude.gov.br/redecegonha, sem preju-
do SUS, será utilizado para registro das ações realizadas pelo CPN ízo de outras regras previstas na legislação vigente. (Origem: PRT
no âmbito da Rede Cegonha, nos termos do Anexo 9 do Anexo II . MS/GM 11/2015, Art. 55)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
(Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 51)(Repristinado pela PRT GM/ 13.01.2023)
MS nº 13 de 13.01.2023) Art. 35.Os estabelecimentos de saúde já tratados como CPN
Art. 31.O CPN habilitado nos termos deste Título não será nos termos da Portaria nº 985/GM/MS, de 5 de agosto de 1999,
remunerado especificamente pela quantidade de procedimen- que não se adequam aos requisitos deste Título, continuarão clas-
tos realizados, quando apresentar AIH com o Procedimento sificados como CPN e apresentando informações de sua produção
03.10.01.005-5-PARTO NORMAL EM CENTRO DE PARTO NORMAL no âmbito do SUS por meio de AIH, sem alteração na forma de fi-
(CPN) em estabelecimentos de saúde com as seguintes habilita- nanciamento. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 56)(Repristinado
ções: (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 52)(Repristinado pela PRT pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
I -14.10 Unidade de Centro de Parto Normal intra-hospitalar TÍTULO III
tipo I 3PPP; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 52, I)(Repristinado DAS DIRETRIZES DE ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE NA
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GESTAÇÃO DE ALTO RISCO
II -14.11 Unidade de Centro de Parto Normal intra-hospitalar (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
tipo I 5PPP; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 52, II)(Repristinado (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
III -14.12 Unidade de Centro de Parto Normal peri-hospitalar 5 Art. 36.Ficam instituídos os princípios e diretrizes para a organi-
PPP; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 52, III)(Repristinado pela zação da Atenção à Saúde na Gestação de Alto Risco e definidos os
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) critérios para a implantação e habilitação dos serviços de referência
IV -14.17 Unidade de Centro de Parto Normal peri-hospitalar 3 à Atenção à Saúde na Gestação de Alto Risco, incluída a Casa de
PPP; (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 52, IV)(Repristinado pela Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP), em conformidade com a Rede
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Cegonha, na forma dos Anexos 10 e 11 do Anexo II desta Portaria e
V -14.18 Unidade de Centro de Parto Normal intra-hospitalar do Anexo LXII da Portaria de Consolidação nº 6. (Origem: PRT MS/
tipo II 3 PPP; e (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 52, V)(Repristi- GM 1020/2013, Art. 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
VI -14.19 Unidade de Centro de Parto Normal intra-hospitalar Parágrafo Único.A Atenção à Saúde na Gestação de Alto Risco
tipo II 5 PPP. (Origem: PRT MS/GM 11/2015, Art. 52, VI)(Repristina- deve ser compreendida como o conjunto de ações e serviços que
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) abrange a atenção à gestante de alto risco, ao recém-nascido de

124
LEGISLAÇÃO

risco e à puérpera de risco, na forma do Anexo 11 do Anexo II . (Ori- Art. 38.A Atenção à Saúde na Gestação de Alto Risco ob-
gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 1º, Parágrafo Único)(Revogado servará os seguintes princípios e diretrizes: (Origem: PRT MS/
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM 1020/2013, Art. 3º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
I -universalidade, equidade e integralidade; (Origem: PRT MS/
CAPÍTULO I GM 1020/2013, Art. 3º, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Origem: PRT MS/GM 1020/2013, CAPÍTULO I) II -humanização da atenção, ofertando atenção adequada, em
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) tempo oportuno na gestação de acordo com suas necessidades e
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) condições clínicas; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 3º, II)(Re-
vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela
Art. 37.Para os fins deste Título, serão consideradas as seguin- PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
tes definições: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 2º)(Revogado III -atenção à saúde baseada nos direitos sexuais e reproduti-
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT vos, em consonância com a Política de Atenção Integral da Saúde da
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Mulher (PNAISM) e com a Política Nacional de Humanização (PNH),
I -gestação, parto e nascimento: fenômenos fisiológicos que ambas disponíveis no endereço eletrônico www.saude.gov.br, e
devem ser parte de uma experiência de vida saudável envolvendo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)
mudanças dinâmicas do ponto de vista físico, social e emocional; previstas no documento “Assistência ao parto normal: um guia prá-
(Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 2º, I)(Revogado pela PRT tico - 1996”; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 3º, III)(Revoga-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
13 de 13.01.2023) GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II -gestação, parto e puerpério de risco: situações nas quais a IV -acolhimento com avaliação de risco e vulnerabilidade em
saúde da mulher apresenta complicações no seu estado de saúde todos os pontos de atenção; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art.
por doenças preexistentes ou intercorrências da gravidez no parto 3º, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris-
ou puerpério, geradas tanto por fatores orgânicos quanto por fato- tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
res socioeconômicos e demográficos desfavoráveis; (Origem: PRT V -regionalização da atenção à saúde, com articulação entre os
MS/GM 1020/2013, Art. 2º, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 diversos pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS), con-
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) forme pactuação local; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 3º, V)
III -risco materno: risco avaliado a partir das probabilidades de (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) (Repristinado
repercussões desfavoráveis no organismo da mulher em consequ- pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
ência das condições identificadas no inciso II do “caput” deste ar- VI -atenção multiprofissional e interdisciplinar, com práticas clí-
tigo; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 2º, III)(Revogado pela nicas compartilhadas e baseadas em evidências; (Origem: PRT MS/
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/ GM 1020/2013, Art. 3º, VI)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
MS nº 13 de 13.01.2023) de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
IV -risco fetal: risco avaliado a partir das condições de risco ma- VII -regulação de acesso; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
terno e da pesquisa de vitalidade, maturidade, desenvolvimento e Art. 3º, VII)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
crescimento fetal; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 2º, IV)(Re- (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela VIII -controle social. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 3º,
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) VIII)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
V -risco neonatal: risco avaliado a partir da conjugação de si- nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
tuações de riscos sociais e pessoais maternos com as condições do Art. 39.A organização da Atenção à Saúde na Gestação de Alto
recém-nascido, com maior risco de evolução desfavorável de sua Risco deve contemplar todos os níveis de complexidade, com de-
saúde; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 2º, V)(Revogado pela finição dos pontos de atenção e competências correspondentes,
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/ considerando a importância da abordagem integral às gestantes
MS nº 13 de 13.01.2023) conforme suas especificidades relacionadas às condições clínicas,
VI -encaminhamento responsável na gestação de alto risco: socioeconômicas e demográficas. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
processo pelo qual a gestante de alto risco é encaminhada a um Art. 4º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris-
serviço de referência, tendo o cuidado garantido no estabelecimen- tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
to de origem até o momento do encaminhamento, com o trânsito
facilitado entre os serviços de saúde de forma a ter assegurado o
atendimento adequado; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art.
2º, VI)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris-
tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
VII -acolhimento: processo constitutivo das práticas que impli-
cam a responsabilização da equipe de saúde pela gestante, puér-
pera, e pelo recém-nascido, desde a chegada ao estabelecimento
de saúde até a sua alta, garantindo bem estar e inclusão. (Origem:
PRT MS/GM 1020/2013, Art. 2º, VII)(Revogado pela PRT GM/MS
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
13.01.2023)

125
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO II VI -vinculação da gestante ao pré-natal de alto risco; (Origem:


DO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO PRT MS/GM 1020/2013, Art. 7º, VI)(Revogado pela PRT GM/MS
(Origem: PRT MS/GM 1020/2013, CAPÍTULO II) nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 13.01.2023)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) VII -coordenação e continuidade do cuidado; e (Origem: PRT
MS/GM 1020/2013, Art. 7º, VII)(Revogado pela PRT GM/MS nº
Art. 40.A atenção ao pré-natal de alto risco será realizada de 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
acordo com as singularidades de cada usuária, com integração à 13.01.2023)
atenção básica, a qual cabe a coordenação do cuidado, com garan- VIII -acompanhamento do plano de cuidados elaborado pela
tia de atenção à saúde progressiva, continuada e acessível a todas equipe multiprofissional do estabelecimento que realiza o pré-natal
as mulheres. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 5º)(Revogado de alto risco. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 7º, VIII)(Revo-
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT gado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 1ºO encaminhamento ao pré-natal de alto risco será realiza- § 1ºUma vez encaminhada para o acompanhamento em servi-
do, prioritariamente, pela atenção básica, que deverá assegurar o ço ambulatorial especializado em pré-natal de alto risco, a gestan-
cuidado da gestante até sua vinculação ao serviço referenciado para te será orientada a não perder o vínculo com a equipe de atenção
alto risco. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 5º, § 1º)(Revogado básica que iniciou o seu acompanhamento. (Origem: PRT MS/GM
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
1020/2013, Art. 7º, § 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 2ºA equipe de atenção básica deverá realizar o monitora-
§ 2ºO serviço ambulatorial especializado em pré-natal de alto
mento da efetiva realização do pré-natal de alto risco no estabeleci-
risco manterá a equipe da atenção básica informada acerca da evo-
mento referenciado. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 5º, § 2º)
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado lução da gravidez e dos cuidados à gestante encaminhada. (Origem:
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) PRT MS/GM 1020/2013, Art. 7º, § 2º)(Revogado pela PRT GM/MS
Art. 41.O serviço de pré-natal deverá manter formalizada a nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
referência da maternidade que fará o atendimento da gestante de 13.01.2023)
alto riso sob sua responsabilidade na hora do parto. (Origem: PRT Art. 43.O pré-natal de alto risco poderá ser realizado nos se-
MS/GM 1020/2013, Art. 6º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 guintes estabelecimentos: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art.
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 8º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
Parágrafo Único.A gestante deverá estar vinculada e informada do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
quanto à maternidade que realizará seu parto, de modo a evitar I -Unidade Básica de Saúde (UBS), quando houver equipe es-
peregrinação. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 6º, Parágrafo pecializada ou matriciamento; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
Único)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris- Art. 8º, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 42.São atribuições da atenção básica no pré-natal de alto II -ambulatórios especializados, vinculados ou não a um hos-
risco: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 7º)(Revogado pela PRT pital ou maternidade. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 8º, II)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
13 de 13.01.2023) pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
I -captação precoce da gestante de alto risco, com busca ativa Parágrafo Único.A organização da atenção referente ao pré-na-
das gestantes; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 7º, I)(Revoga- tal de alto risco em cada um dos estabelecimentos previstos nos in-
do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT cisos do caput, com fluxos, regulação e financiamento, será objeto
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) de portaria específica. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 8º, Pa-
II -estratificação de risco; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, rágrafo Único)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
Art. 7º, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re- (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Art. 44.Os estabelecimentos de saúde que realizam pré-natal
III -visitas domiciliares às gestantes de sua população adscrita; de alto risco deverão: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 9º)(Re-
(Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 7º, III)(Revogado pela PRT
vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13 de 13.01.2023)
I -acolher e atender a gestante de alto risco referenciada; (Ori-
IV -acolhimento e encaminhamento responsável ao estabeleci-
gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 9º, I)(Revogado pela PRT GM/
mento que realiza o pré-natal de alto risco, por meio da regulação;
(Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 7º, IV)(Revogado pela PRT MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº de 13.01.2023)
13 de 13.01.2023) II -elaborar e atualizar, por meio de equipe multiprofissional, o
V -acolhimento e encaminhamento responsável de urgên- Projeto Terapêutico Singular e o Plano de Parto, segundo protocolo
cias e emergências obstétricas e neonatais; (Origem: PRT MS/GM específico a ser instituído por cada estabelecimento; (Origem: PRT
1020/2013, Art. 7º, V)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de MS/GM 1020/2013, Art. 9º, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

126
LEGISLAÇÃO

III -garantir maior frequência nas consultas de pré-natal para II -adequar a ambiência da maternidade às normas estabele-
maior controle dos riscos, de acordo com Manual de Gestação de cidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); (Ori-
Alto Risco do Ministério da Saúde, disponível no endereço eletrô- gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, II)(Revogado pela PRT GM/
nico www.saude.gov.br/sas; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
9º, III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris- de 13.01.2023)
tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) III -receber todas as gestantes vinculadas pela atenção básica
IV -realizar atividades coletivas vinculadas à consulta individual e/ou aquelas encaminhadas pela Central de Regulação para aten-
para trocas de experiências com outras gestantes e acompanhan- der as intercorrências durante a gestação e realização de parto;
tes; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 9º, IV)(Revogado pela (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, III)(Revogado pela PRT
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/ GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
MS nº 13 de 13.01.2023) 13 de 13.01.2023)
V -garantir a realização dos exames complementares de acordo IV -implantar o acolhimento com classificação de risco (ACCR);
com evidências científicas e parâmetros estabelecidos em regula- (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, IV)(Revogado pela PRT
mentação específica, incluindo exames específicos para o pai, quan- GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
do necessário; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 9º, V)(Revo- 13 de 13.01.2023)
gado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela V -adotar boas práticas de atenção ao parto e nascimento, se-
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) gundo as recomendações do Manual Técnico publicado pelo Minis-
VI -garantir o acesso aos medicamentos necessários, proce- tério da Saúde, disponível no endereço eletrônico www.saude.gov.
dimentos diagnósticos e internação, de acordo com a necessida- br/sas, e protocolos para a atenção à gestante de risco, contem-
de clínica de cada gestante e com diretrizes clínicas baseadas em plando Plano de Parto, de acordo com a estratificação de risco; (Ori-
evidências em saúde; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 9º, VI) gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, V)(Revogado pela PRT GM/
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) de 13.01.2023)
VII -manter as vagas de consultas de pré-natal disponíveis VI -estimular a utilização de métodos não farmacológicos de
para regulação pelas Centrais de Regulação; (Origem: PRT MS/GM alívio da dor; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, VI)(Revoga-
1020/2013, Art. 9º, VII)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
VIII -assegurar o encaminhamento, quando for o caso, ao cen- VII -disponibilizar métodos farmacológicos de alívio da dor;
tro de referência para atendimento à gestante portadora de HIV/ (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, VII)(Revogado pela PRT
Aids; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 9º, VIII)(Revogado GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) VIII -permitir a presença de acompanhante de livre escolha da
IX -alimentar os sistemas de informação disponibilizados pelo mulher em todo o período de trabalho de parto, parto e puerpério;
Ministério da Saúde. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 9º, IX) (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, VIII)(Revogado pela PRT
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 13 de 13.01.2023)
IX -apresentar planos de adequação aos índices de cesariana,
CAPÍTULO III episiotomia e ocitocina recomendados pela Organização Mundial
DOS SERVIÇOS HOSPITALARES DE REFERÊNCIA À GESTAÇÃO de Saúde (OMS), no documento “Assistência ao parto normal: um
DE ALTO RISCO guia prático -1996”, e definidos neste Título; (Origem: PRT MS/GM
(Origem: PRT MS/GM 1020/2013, CAPÍTULO III) 1020/2013, Art. 10, IX)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) X -garantir a privacidade da mulher durante o período de traba-
lho de parto e parto; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, X)
SEÇÃO I (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
DISPOSIÇÕES GERAIS pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Origem: PRT MS/GM 1020/2013, CAPÍTULO III, Seção I) XI -estimular a realização do parto, em todas as suas fases,
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) quais sejam pré-parto, parto e puerpério imediato, em um único
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) ambiente, com opção de adoção de posições que proporcionem
maior conforto para a mulher, resguardada a possibilidade de trans-
Art. 45.São atribuições dos serviços hospitalares de referência à ferência da puérpera para alojamento conjunto no pós-parto; (Ori-
Atenção à Gestação de Alto Risco: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, XI)(Revogado pela PRT GM/
Art. 10)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re- MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) de 13.01.2023)
I -cumprir os requisitos vigentes para a atenção hospitalar; (Ori- XII -disponibilizar área para deambulação durante o trabalho
gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, I)(Revogado pela PRT GM/ de parto; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, XII)(Revogado
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
de 13.01.2023) GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

127
LEGISLAÇÃO

XIII -utilizar metodologias que garantam assistência segura no Parágrafo Único.A classificação em Tipo 1 ou Tipo 2 refere-se
aborto espontâneo, incluindo-se o Método de Aspiração Manu- exclusivamente à estrutura do serviço, não havendo hierarquização
al Intra-Uterina (AMIU) até a 12ª semana; (Origem: PRT MS/GM entre eles. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 11, Parágrafo Úni-
1020/2013, Art. 10, XIII)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de co)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
XIV -apoiar e promover o aleitamento materno, com adoção Art. 47.São critérios para habilitação de estabelecimentos hos-
dos “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno” do Mi- pitalares de referência em Atenção à Gestação de Alto Risco, inde-
nistério da Saúde; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, XIV) pendentemente da classificação: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado Art. 12)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
XV -estimular a constituição de Colegiado Gestor Materno- I -apresentar relatório de vistoria realizada in loco pela Vigilân-
-Infantil, conforme previsto no Anexo II; (Origem: PRT MS/GM cia Sanitária local, com avaliação das condições de funcionamento
1020/2013, Art. 10, XV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de do estabelecimento hospitalar; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Art. 12, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
XVI -desenvolver atividades de educação permanente para as pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
equipes multiprofissionais, por iniciativa própria ou por meio de co- II -ter constituídas e em permanente funcionamento as comis-
operação; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, XVI)(Revogado sões obrigatórias pertinentes aos estabelecimentos hospitalares;
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, II)(Revogado pela PRT
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
XVII -fornecer ações e serviços de orientação de planejamento 13 de 13.01.2023)
reprodutivo pós-parto e pós-abortamento à puérpera no momento III -realizar atendimento em urgência e emergência obstétrica
da alta hospitalar, assim como encaminhamento para consulta de nas vinte e quatro horas do dia e nos sete dias da semana; (Ori-
puerpério e puericultura após a alta hospitalar; (Origem: PRT MS/ gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, III)(Revogado pela PRT GM/
GM 1020/2013, Art. 10, XVII)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) de 13.01.2023)
XVIII -realizar ações e serviços de vigilância e investigação do IV -fornecer retaguarda às urgências e emergências obstétricas
óbito materno, fetal e infantil; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, e neonatais atendidas pelos outros pontos de atenção de menor
Art. 10, XVIII)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) complexidade que compõem a Rede Cegonha em sua Região de
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Saúde e garantir o encaminhamento responsável; (Origem: PRT MS/
XIX -alimentar e atualizar os sistemas de informação obrigató- GM 1020/2013, Art. 12, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
rios do SUS; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 10, XIX)(Revo-
V -implantar protocolo de acolhimento com classificação de
gado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela
risco no atendimento às urgências obstétricas, ginecológicas e neo-
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
natal; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, V)(Revogado pela
XX -realizar pesquisas de satisfação da usuária, abordando,
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
entre outros temas, a violência institucional. (Origem: PRT MS/GM
MS nº 13 de 13.01.2023)
1020/2013, Art. 10, XX)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
VI -estruturar equipe horizontal gestora do cuidado em obste-
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
trícia e neonatologia, com, no mínimo, médico obstetra, enfermeiro
e médico pediatra; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, VI)
SEÇÃO II
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
DA HABILITAÇÃO DOS SERVIÇOS HOSPITALARES DE REFERÊN- pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
CIA À GESTAÇÃO DE ALTO RISCO VII -manter todos os leitos cadastrados no Sistema Único de
(Origem: PRT MS/GM 1020/2013, CAPÍTULO III, Seção II) Saúde (SUS) disponíveis para regulação pelas Centrais de Regula-
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) ção; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, VII)(Revogado pela
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 46.Considerada a capacidade tecnológica e o perfil de re- VIII -alimentar e atualizar os sistemas de informação obrigató-
cursos humanos dos serviços de Atenção à Gestação de Alto Risco, rios do SUS; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, VIII)(Revoga-
e em conformidade com os critérios dispostos neste Título, os esta- do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
belecimentos de saúde de referência na Atenção à Gestação de Alto GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Risco classificam-se como: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. IX -garantir vinculação de vaga para gestante, recém-nascido
11)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi- e puérpera de risco, com estabelecimento de fluxo e encaminha-
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) mento responsável; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, IX)
I -Tipo 1; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 11, I)(Revoga- (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) X -implantar Método Canguru, nos termos do Título II do Anexo
II -Tipo 2. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 11, II)(Revoga- X da Portaria de Consolidação nº 2, e do Título IV; (Origem: PRT MS/
do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM 1020/2013, Art. 12, X)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

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LEGISLAÇÃO

XI -manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a IV -dispor de um leito equipado para estabilização da gestante
permanência junto à mãe, sempre que possível; (Origem: PRT MS/ ou puérpera até transferência para UTI Adulto de referência, pactu-
GM 1020/2013, Art. 12, XI)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 ada em outro estabelecimento, quando não contar com UTI Adulto
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) própria; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, IV)(Revogado
XII -proporcionar condições para a permanência em tempo in- pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
tegral de um dos pais ou responsável nos casos de internação, inclu- GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
sive nas hipóteses de internação em Unidade de Terapia Intensiva V -dispor da seguinte infraestrutura para exames e serviços no
Neonatal (UTIN) e Unidades de Cuidados Intermediários Neonatal estabelecimento hospitalar em período integral, nas vinte e qua-
Convencional (UCINCo); (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, tro horas do dia e nos sete dias da semana: (Origem: PRT MS/GM
XII)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina- 1020/2013, Art. 13, V)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
XIII -manter taxa de ocupação mínima de oitenta e cinco por a)ultrassonografia; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, V,
cento para os leitos obstétricos e noventa por cento para os leitos a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
de UTI, UCI Neonatal Convencional e UCI Neonatal Canguru (UCIN- do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Ca); (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, XIII)(Revogado pela b)eletrocardiografia; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13,
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/ V, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
MS nº 13 de 13.01.2023) nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
XIV -disponibilizar hemocomponentes nas vinte e quatro horas c)cardiotocografia; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, V,
do dia e nos sete dias da semana, com apresentação do documen- c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
to de formalização de seu fornecimento, nos termos da Portaria nº do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
1.353/GM/MS, de 13 de junho de 2011, e da Resolução da Diretoria d)serviço de radiologia; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art.
Colegiada nº 151, de 21 de agosto de 2001, da ANVISA; (Origem: 13, V, d)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, XIV)(Revogado pela PRT GM/MS pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de e)laboratório clínico; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art.
13.01.2023) 13, V, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
XV -apresentar o número total de partos realizados nos últi- pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
mos dois anos, conforme Banco de Dados Nacional do Sistema de f)posto de coleta de leite humano; (Origem: PRT MS/GM
Informação Hospitalar, com seus respectivos desfechos; e (Origem: 1020/2013, Art. 13, V, f)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, XV)(Revogado pela PRT GM/MS 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de VI -garantir o acesso à ultrassonografia com “doppler”, caso ne-
13.01.2023) cessário; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, VI)(Revogado
XVI -constituir e manter em funcionamento o Núcleo Hospita-
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
lar de Epidemiologia, nos termos das normas de vigilância em saú-
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
de vigentes; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 12, XVI)(Revoga-
VII -dispor de equipe para a atenção à Gestação de Alto Ris-
do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
co composta pelos seguintes profissionais: (Origem: PRT MS/GM
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
1020/2013, Art. 13, VII)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
Art. 48.Para serem habilitados como estabelecimentos hospi-
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
talares de referência em Atenção à Gestação de Alto Risco Tipo 1,
a)assistente social; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13,
além dos critérios previstos no art. 47, os estabelecimentos hospi-
VII, a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris-
talares deverão cumprir os seguintes requisitos: (Origem: PRT MS/
GM 1020/2013, Art. 13)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) b)enfermeiro, de preferência enfermeiro obstetra; (Origem:
I -comprovar taxa de cirurgia cesariana menor ou igual a trinta PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, VII, b)(Revogado pela PRT GM/MS
por cento ou apresentar um plano de redução das taxas de cirurgias nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
cesarianas em dez por cento ao ano até atingir a taxa estabeleci- 13.01.2023)
da; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, I)(Revogado pela PRT c)médico anestesiologista; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº Art. 13, VII, c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
13 de 13.01.2023) (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II -manter quantidade de leitos de gestação de alto risco para d)médico obstetra; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13,
atendimento ao SUS, conforme necessidade estabelecida pela pro- VII, d)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris-
gramação da Rede Cegonha e contemplada no Plano de Ação Re- tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
gional; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, II)(Revogado pela e)médico pediatra; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13,
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/ VII, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris-
MS nº 13 de 13.01.2023) tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
III -disponibilizar Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal f)nutricionista; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, VII, f)
Convencional (UCINCo), nos termos do Título IV, no prazo de até (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
um ano da data da habilitação do estabelecimento hospitalar; (Ori- pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, III)(Revogado pela PRT GM/ g)psicólogo; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, VII, g)
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
de 13.01.2023) pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

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LEGISLAÇÃO

h)farmacêutico; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, e)médico anestesiologista; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
VII, h)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris- Art. 14, II, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
i)técnico de enfermagem; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, f)médico clínico geral; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art.
Art. 13, VII, i)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) 14, II, f)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
VIII -garantir acesso nas especialidades médicas e demais pro- g)médico obstetra; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14,
cedimentos diagnósticos de acordo com a necessidade e quadro II, g)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
clínico da usuária. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, VIII) nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado h)médico neonatologista ou intensivista pediatra; (Origem:
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, II, h)(Revogado pela PRT GM/MS
§ 1ºExcepcionalmente, em situações nas quais a maternidade nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
se configura como a única referência regional para gestação de alto 13.01.2023)
risco, a redução anual prevista no Plano de Redução de Cirurgias i)médico pediatra; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, II,
Cesarianas poderá ser ajustada para cinco por cento ao ano, desde i)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
que pactuado com o gestor de saúde local. (Origem: PRT MS/GM pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
1020/2013, Art. 13, § 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de j)nutricionista; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, II, j)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
§ 2ºA critério do gestor de saúde local, o Plano de Redução pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
de Cirurgias Cesarianas poderá contemplar também o acompanha- k)farmacêutico; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, II, k)
mento das taxas municipais e regionais, além das taxas específicas (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
por estabelecimento. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, § pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
2º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina- l)psicólogo; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, II, l)
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
§ 3ºOs profissionais enfermeiro, médico anestesiologista, mé- pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
dico obstetra, médico pediatra e técnico de enfermagem deverão m)técnico de enfermagem; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
estar disponíveis nas vinte e quatro horas do dia e nos sete dias da Art. 14, II, m)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
semana. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 13, § 3º)(Revogado (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT III -dispor da seguinte infraestrutura para exames e serviços no
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) estabelecimento em período integral de vinte e quatro horas duran-
Art. 49.Para serem habilitados como estabelecimentos hospi- te sete dias da semana: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14,
talares de referência em Atenção à Gestação de Alto Risco Tipo 2, III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
além dos critérios previstos no art. 47, os estabelecimentos hos- do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pitalares de saúde deverão cumprir os seguintes requisitos: (Ori- a)ultrassonografia com doppler; (Origem: PRT MS/GM
gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14)(Revogado pela PRT GM/MS 1020/2013, Art. 14, III, a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023) b)eletrocardiografia; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14,
I -comprovar taxa de cirurgia cesariana menor ou igual a trinta
III, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
e cinco por cento ou apresentar um plano de redução das taxas de
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
cirurgias cesarianas em dez por cento ao ano até atingir a taxa es-
c)cardiotocografia; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14,
tabelecida; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, I)(Revogado
III, c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
d)serviço de radiologia; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art.
II -dispor de equipe para a atenção à gestante, à puérpera e
14, III, d)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
ao recém-nascido, composta pelos seguintes profissionais: (Ori-
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, II)(Revogado pela PRT GM/
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 e)laboratório clínico;e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art.
de 13.01.2023) 14, III, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
a)assistente social; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, II, pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina- f)Banco de Leite Humano, ou posto de coleta com referência
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pactuada a um Banco de Leite Humano, com fluxos e rotinas de en-
b)enfermeiro obstetra; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. caminhamentos descritos e aprovados pela Vigilância Sanitária lo-
14, II, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re- cal; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, III, f)(Revogado pela
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
c)fisioterapeuta; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, II, c) MS nº 13 de 13.01.2023)
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado IV -garantir acesso de apoio nas especialidades médicas e de-
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) mais procedimentos diagnósticos de acordo com a necessidade e
d)fonoaudiólogo; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, II, quadro clínico da usuária; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14,
d)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina- IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

130
LEGISLAÇÃO

V -disponibilizar UTIN, nos termos do Título IV, no prazo de até Parágrafo Único.A CGSM/DAPES/SAS/MS emitirá parecer con-
doze meses, contado da data de habilitação do estabelecimento clusivo sobre a solicitação de habilitação encaminhada. (Origem:
hospitalar. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, V)(Revogado PRT MS/GM 1020/2013, Art. 15, Parágrafo Único) (com redação
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT dada pela PRT MS/GM 1536/2016)(Revogado pela PRT GM/MS
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
§ 1ºExcepcionalmente, em situações nas quais a maternidade 13.01.2023)
se configura como a única referência regional para Gestação de Alto Art. 51.A habilitação dos estabelecimentos hospitalares de re-
Risco, a redução anual prevista no Plano de Redução de Cirurgias ferência em Atenção à Gestação de Alto Risco poderá ser cancelada
Cesarianas poderá ser ajustada para cinco por cento ao ano, desde ou suspensa a qualquer momento se descumprido qualquer requi-
que pactuado com o gestor de saúde local. (Origem: PRT MS/GM sito previsto neste Título. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 16)
1020/2013, Art. 14, § 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 2ºA critério do gestor de saúde local, o Plano de Redução
de Cirurgias Cesarianas poderá contemplar também o acompanha- CAPÍTULO IV
mento das taxas municipais e regionais, além das taxas específicas DA CASA DA GESTANTE, BEBÊ E PUERPERA (CGBP)
por estabelecimento. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, § (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, CAPÍTULO IV)
2º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 3ºOs profissionais enfermeiro, médico anestesiologista, mé-
dico clínico geral, médico obstetra, médico neonatologista ou inten-
Art. 52.A Casa da Gestante, Bebê e Puérpera (CGBP) é uma re-
sivista pediatra, médico pediatra e técnico de enfermagem deverão
estar disponíveis nas vinte e quatro horas do dia e nos sete dias da sidência provisória de cuidado à gestação de alto risco para usuá-
semana. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 14, § 3º)(Revogado rias em situação de risco, identificadas pela Atenção Básica ou Es-
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT pecializada, e terá as seguintes características: (Origem: PRT MS/
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 1020/2013, Art. 17)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
Art. 50.A solicitação de habilitação será encaminhada à Co- 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
ordenação-Geral de Saúde das Mulheres (CGSM/DAPES/SAS/ I -capacidade para acolhimento de dez, quinze ou vinte usuá-
MS) pelo gestor de saúde estadual, do Distrito Federal ou muni- rias, entre gestantes, puérperas com recém-nascidos e puérperas
cipal, acompanhada dos seguintes documentos: (Origem: PRT sem recém-nascidos; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 17, I)
MS/GM 1020/2013, Art. 15) (com redação dada pela PRT MS/GM (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
1376/2014) (com redação dada pela PRT MS/GM 1536/2016)(Revo- pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
gado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela II -vinculação a um estabelecimento hospitalar de referência
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) em Atenção à Gestação de Alto Risco Tipo1 ou Tipo 2; e (Origem:
I -ofício de solicitação, cujo modelo de formulário para solicita- PRT MS/GM 1020/2013, Art. 17, II)(Revogado pela PRT GM/MS
ção de habilitação do estabelecimento hospitalar de referência em nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
Atenção à Gestação de Alto Risco Tipo 1 ou Tipo 2 será disponibi- 13.01.2023)
lizados no endereço eletrônico do Ministério da Saúde, em http:// III -situar-se preferencialmente nas imediações do estabele-
portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1747. cimento hospitalar ao qual pertence, em um raio igual ou inferior
(Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 15, I)(Revogado pela PRT a cinco quilômetros do estabelecimento ao qual esteja vinculada
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 17, III)(Revogado pela PRT
13 de 13.01.2023) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
II -resolução da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) ou do 13 de 13.01.2023)
Colegiado de Gestão da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito § 1ºA responsabilidade técnica e administrativa pela CGBP é
Federal (CGSES/DF), que contemple a inclusão do estabelecimento do estabelecimento hospitalar ao qual esteja vinculada, incluindo
hospitalar na Rede Cegonha e pactuação de atendimento em UTI o transporte para a gestante, recém-nascido e puérpera para aten-
Adulto, quando necessária; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art.
dimento imediato às intercorrências, de acordo com a necessidade
15, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
clínica. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 17, § 1º)(Revogado
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
III -declaração do gestor de saúde estadual, do Distrito Federal
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
ou Municipal que ateste a existência dos recursos humanos e da
infraestrutura para o funcionamento do serviço hospitalar de refe- § 2ºExcepcionalmente, a CGBP poderá ser instalada a uma dis-
rência em Atenção à Gestação de Alto Risco solicitado, de acordo tância superior a cinco quilômetros do estabelecimento hospitalar
com os critérios de habilitação previstos neste Título; e (Origem: ao qual esteja vinculada, desde que observados os seguintes re-
PRT MS/GM 1020/2013, Art. 15, III)(Revogado pela PRT GM/MS quisitos: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 17, § 2º)(Revogado
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
13.01.2023) GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
IV -relatório de vistoria realizada in loco pela Vigilância Sanitá- I -localização no mesmo Município do estabelecimento hospi-
ria local. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 15, IV)(Revogado talar de referência; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 17, § 2º,
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

131
LEGISLAÇÃO

II -justificativa e pactuação prévia na CIB; e (Origem: PRT MS/ VI -cuidados na prevenção e tratamento da infecção puerperal
GM 1020/2013, Art. 17, § 2º, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 e ações da primeira semana direcionadas à puérpera e recém-nas-
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) cidos; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 19, VI)(Revogado pela
III -encaminhamento para conhecimento da CGHOSP/DAE/ PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
SAS/MS. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 17, § 2º, III)(Revo- MS nº 13 de 13.01.2023)
gado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela VII -insumos, materiais, suprimentos e limpeza da CGBP;e (Ori-
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 19, VII)(Revogado pela PRT GM/
§ 3ºA CGBP deverá dispor de ambientes específicos, tais como MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
dormitório, banheiro, sala e cozinha, todos separados entre si, de 13.01.2023)
adequados ao número de usuários previsto. (Origem: PRT MS/GM VIII -manutenção da estrutura física e dos equipamentos. (Ori-
1020/2013, Art. 17, § 3º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 19, VIII)(Revogado pela PRT GM/
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
Art. 53.A CGBP tem como objetivo apoiar o cuidado às gestan- de 13.01.2023)
tes, recém-nascidos e puérperas em situação de risco, contribuindo Art. 55.A equipe da CGBP deverá ser composta, no mínimo,
para um cuidado adequado às situações que demandem vigilân- por: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 20)(Revogado pela PRT
cia e proximidade dos serviços hospitalares de referência, embora GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
não haja necessidade de internação hospitalar. (Origem: PRT MS/ 13 de 13.01.2023)
GM 1020/2013, Art. 18)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de I -um coordenador técnico-administrativo; (Origem: PRT MS/
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 1020/2013, Art. 20, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
§ 1ºA CGBP deve contribuir para a utilização racional dos lei- 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
tos hospitalares obstétricos e neonatais nos estabelecimentos hos- II -enfermeiro responsável disponível de segunda a sexta-feira,
pitalares de referência à Gestação de Alto Risco ao qual estejam com supervisão do enfermeiro do hospital de referência no final de
vinculadas, com vistas à redução da morbimortalidade materna e semana e no período da noite; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
perinatal. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 18, § 1º)(Revogado Art. 20, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) III -técnico de enfermagem disponível nas vinte e quatro ho-
§ 2ºA CGBP somente admitirá usuários que se enquadrem nas ras do dia durante os sete dias da semana; (Origem: PRT MS/GM
situações descritas no caput, não se confundindo com Abrigo, Al- 1020/2013, Art. 20, III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
bergue ou Casa de Passagem. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 18, § 2º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) IV -auxiliar de limpeza durante sete dias da semana; e (Origem:
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) PRT MS/GM 1020/2013, Art. 20, IV)(Revogado pela PRT GM/MS
Art. 54.A CGBP deverá garantir: (Origem: PRT MS/GM nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
1020/2013, Art. 19)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) V -visita médica, de acordo com o quadro clínico, segundo o
I -acolhimento, orientação, acompanhamento, hospedagem e plano de cuidados, ou quando solicitada pela equipe de enferma-
alimentação às gestantes, puérperas e recém-nascidos em situação gem. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 20, V)(Revogado pela
de risco que necessitem de acompanhamento supervisionado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
equipe de referência do estabelecimento hospitalar ao qual esteja MS nº 13 de 13.01.2023)
vinculada; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 19, I)(Revogado Parágrafo Único.O enfermeiro responsável poderá acumular a
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT função de coordenador técnico-administrativo. (Origem: PRT MS/
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 1020/2013, Art. 20, Parágrafo Único)(Revogado pela PRT GM/
II -assistência à saúde garantida pelo estabelecimento hospita- MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
lar durante a permanência na CGBP, de acordo com as necessidades de 13.01.2023)
clínicas dos usuários; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 19, II) Art. 56.A inclusão da gestante, do recém-nascido e da puérpera
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado na CGBP será feita pelo estabelecimento hospitalar ao qual esteja
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) vinculada, a partir de demanda da Atenção Básica ou da Atenção
III -visita aberta, com horários ampliados e flexíveis; (Origem: Especializada, de acordo com os critérios de regulação estabeleci-
PRT MS/GM 1020/2013, Art. 19, III)(Revogado pela PRT GM/MS dos pelo gestor de saúde local, observando os seguintes critérios:
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 21)(Revogado pela PRT GM/
13.01.2023) MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
IV -acompanhamento por enfermeiro de segunda à sexta-fei- de 13.01.2023)
ra, em regime de quarenta horas semanais; (Origem: PRT MS/GM I -para a gestante: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 21, I)
1020/2013, Art. 19, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
V -acompanhamento por técnico de enfermagem nas vinte e a)necessitar de atenção diária pela equipe de saúde, por
quatro horas do dia e nos sete dias da semana; (Origem: PRT MS/ apresentar situação de vulnerabilidade; e (Origem: PRT MS/GM
GM 1020/2013, Art. 19, V)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 1020/2013, Art. 21, I, a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

132
LEGISLAÇÃO

b)necessitar de vigilância mais frequente de suas condições V -tempo médio de permanência; e (Origem: PRT MS/GM
de saúde em regime ambulatorial, acompanhada de dificuldade de 1020/2013, Art. 22, V)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
deslocamento frequente em decorrência de distância e/ou outros 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
obstáculos ao deslocamento; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. VI -média de ganho de peso diário do bebê durante a perma-
21, I, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re- nência na CGBP. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 22, VI)(Re-
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela
II -para o recém-nascido clinicamente estável: (Origem: PRT PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
MS/GM 1020/2013, Art. 21, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 Art. 58.O gestor de saúde responsável solicitará à CGSM/DA-
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) PES/SAS/MS pedido de habilitação da CGBP, com o encaminhamen-
a)estar em recuperação nutricional, necessitando de atenção to dos seguintes documentos: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
diária da equipe de saúde, embora sem exigência de vigilância cons- Art. 23) (com redação dada pela PRT MS/GM 1536/2016) (com re-
tante em ambiente hospitalar; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, dação dada pela PRT MS/GM 1376/2014)(Revogado pela PRT GM/
Art. 21, II, a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) de 13.01.2023)
b)necessitar de adaptação de seus cuidadores no manejo de I -comprovação dos requisitos previstos nos arts. 52 e 55 do
cuidados específicos que serão realizados, posteriormente, no do- Anexo II ; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 23, I)(Revogado
micílio; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 21, II, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) II -Declaração do gestor de saúde acerca do cumprimento dos
III -para a puérpera: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 21, requisitos previstos no art. 54. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013,
III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina- Art. 23, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
a)necessitar de atenção diária à saúde, sem exigência de vigi-
lância constante em ambiente hospitalar; e (Origem: PRT MS/GM CAPÍTULO V
1020/2013, Art. 21, III, a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, CAPÍTULO VI)
b)quando o recém-nascido encontrar-se internado em UTIN (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
ou UCIN no estabelecimento hospitalar e houver dificuldade para o
deslocamento frequente da mãe. (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 59.Cada Unidade da Federação deverá pactuar na Comis-
Art. 21, III, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) são Intergestores Bipartite (CIB) ou no Colegiado de Gestão da Se-
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) cretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal (CGSES/DF) a im-
Parágrafo Único.Preferencialmente, as vagas para as puérperas plantação de pelo menos um serviço de atenção às mulheres em
que necessitem permanecer na CGBP em razão de internação do situação de violência sexual, incluindo-se a interrupção da gravidez
recém-nascido na UTIN ou na UCINCo não ultrapassarão trinta por prevista em lei, observadas as seguintes regras: (Origem: PRT MS/
cento da capacidade de ocupação da CGBP, devendo-se garantir a GM 1020/2013, Art. 34)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
disponibilidade da permanência da mãe ao lado do recém-nascido 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
em período integral durante a internação. (Origem: PRT MS/GM I -Norma Técnica de Atenção Humanizada ao Abortamento e
1020/2013, Art. 21, Parágrafo Único)(Revogado pela PRT GM/MS Norma Técnica de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes, do Ministério
13.01.2023) da Saúde, disponível no endereço eletrônico www.saude.gov.br/
Art. 57.O estabelecimento hospitalar responsável pela CGBP sas; e (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 34, I)(Revogado pela
deverá registrar e atualizar as seguintes informações das gestantes, PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
bebês e puérperas: (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 22)(Re- MS nº 13 de 13.01.2023)
vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela II -Portaria nº 1.508/GM/MS, de 1º de setembro de 2005, que
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) dispõe sobre o procedimento de justificação e autorização da inter-
I -nome; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 22, I)(Revogado rupção da gravidez nos casos previstos em lei, no âmbito do SUS.
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 34, II)(Repristinado pela PRT
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II -endereço completo, incluindo o Município de origem; (Ori- Art. 60.Fica alterado, para 31 de outubro de 2018, o prazo para
gem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 22, II)(Revogado pela PRT GM/ atualização da habilitação dos estabelecimentos anteriormente ha-
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 bilitados como referência em Gestação de Alto Risco pela Portaria
de 13.01.2023) nº 3.477/GM/MS, de 20 de agosto de 1998.(Redação dada pela PRT
III -motivo da admissão; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. GM/MS nº 2221 de 23.07.2018)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
22, III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris- 13 de 13.01.2023)
tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Parágrafo Único.As maternidades que não atualizarem a habili-
IV -taxa de ocupação; (Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. tação no prazo estabelecido perderão a habilitação como referência
22, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris- para Gestação de Alto Risco e, consequentemente, a condição de
tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) registro de AIH para partos e cesarianas em gestação de alto risco

133
LEGISLAÇÃO

(Origem: PRT MS/GM 1020/2013, Art. 37, Parágrafo Único) (com re- II -promoção da equidade; (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
dação dada pela PRT MS/GM 1481/2017)(Revogado pela PRT GM/ Art. 3º, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
de 13.01.2023) III -integralidade da assistência; (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
Art. 61.O Ministério da Saúde publicará um modelo de Plano Art. 3º, III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
de Ação para redução de taxas de cirurgias cesarianas. (Origem: PRT pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
MS/GM 1020/2013, Art. 38)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 IV -atenção multiprofissional, com enfoque nas necessidades
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) do usuário; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 3º, IV)(Revogado
Art. 62.O modelo de formulário para solicitação de habilitação pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
do estabelecimento hospitalar de referência em Atenção à Gesta- GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
ção de Alto Risco Tipo 1 ou Tipo 2 será disponibilizado no ende- V -atenção humanizada; e (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
reço eletrônico do Ministério da Saúde: http://portal.saude.gov.br/ 3º, V)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1747. (Origem: PRT MS/ nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM 1020/2013, Art. 39)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de VI -estímulo à participação e ao protagonismo da mãe e do pai
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) nos cuidados ao recém-nascido. (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
Art. 63.Fica determinado que a habilitação de novas materni- Art. 3º, VI)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
dades de referência em Gestação de Alto Risco não possui prazo pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
determinado e devem seguir as diretrizes, critérios e parâmetros Art. 67.São objetivos da atenção integral ao recém-nascido gra-
da Portaria nº 1.020/GM/MS, de 29 de maio de 2013. (Origem: PRT ve ou potencialmente grave: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
MS/GM 1481/2017, Art. 2º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 4º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
I -organizar a Atenção a Saúde Neonatal para que garanta aces-
TÍTULO IV so, acolhimento e resolutividade; (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
DAS DIRETRIZES E OBJETIVOS PARA A ORGANIZAÇÃO DA Art. 4º, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
ATENÇÃO INTEGRAL E HUMANIZADA AO RECÉM-NASCIDO pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GRAVE OU POTENCIALMENTE GRAVE E OS CRITÉRIOS DE II -priorizar ações que visem à redução da morbimortalidade
CLASSIFICAÇÃO E HABILITAÇÃO DE LEITOS DE UNIDADE NEO- perinatal e neonatal e que possibilitem o desenvolvimento saudá-
NATAL NO ÂMBITO DO SUS vel do recém-nascido e sua integração na família e sociedade; (Ori-
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 4º, II)(Revogado pela PRT GM/MS
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
13.01.2023)
Art. 64.Este Título define as diretrizes para a organização da III -garantir acesso aos diferentes níveis da assistência neona-
atenção integral e humanizada ao recém-nascido grave ou po- tal, por meio da melhoria da organização do acesso aos serviços e
tencialmente grave e os critérios de classificação e habilitação de ampliação da oferta de leitos em unidades neonatal; (Origem: PRT
leitos de Unidades Neonatal no âmbito do SUS. (Origem: PRT MS/ MS/GM 930/2012, Art. 4º, III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
GM 930/2012, Art. 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) IV -induzir a formação e qualificação de recursos humanos
Art. 65.Para os fins deste Título, considera-se recém-nascido a para a atenção ao recém-nascido, que deverá ultrapassar exclusi-
criança com idade entre 0 (zero) a 28 (vinte e oito) dias de vida. vamente a preocupação técnica/tecnológica, incorporando os refe-
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 2º)(Revogado pela PRT GM/ renciais conceituais e organizacionais do SUS; e (Origem: PRT MS/
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 GM 930/2012, Art. 4º, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
V -induzir a implantação de mecanismos de regulação, fiscali-
CAPÍTULO I zação, controle e avaliação da assistência prestada aos recém-nas-
DAS DIRETRIZES E OBJETIVOS DA ATENÇÃO INTEGRAL E cidos graves ou potencialmente graves no SUS. (Origem: PRT MS/
HUMANIZADA AO RECÉM-NASCIDO GRAVE OU POTENCIAL- GM 930/2012, Art. 4º, V)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
MENTE GRAVE 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, CAPÍTULO I)
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) CAPÍTULO II
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) DA ORGANIZAÇÃO DOS LEITOS DE UNIDADES NEONATAL
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, CAPÍTULO II)
Art. 66.São diretrizes para a atenção integral e humanizada ao (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
recém-nascido grave ou potencialmente grave: (Origem: PRT MS/ (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM 930/2012, Art. 3º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Art. 68.A Unidade Neonatal é um serviço de internação respon-
I -o respeito, a proteção e o apoio aos direitos humanos; (Ori- sável pelo cuidado integral ao recém-nascido grave ou potencial-
gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 3º, I)(Revogado pela PRT GM/MS mente grave, dotado de estruturas assistenciais que possuam con-
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de dições técnicas adequadas à prestação de assistência especializada,
13.01.2023) incluindo instalações físicas, equipamentos e recursos humanos.

134
LEGISLAÇÃO

(Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 5º)(Revogado pela PRT GM/ § 3ºA Unidade Neonatal que contar com leitos de UTIN, UCINco
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 e UCINca deverá contar com, no mínimo, 10 (dez) leitos totais em
de 13.01.2023) ambiente contíguo, compartilhando a mesma equipe prevista para
§ 1ºAs Unidades Neonatal devem articular uma linha de cui- UTIN de que trata os arts. 76 e 77 do Anexo II . (Origem: PRT MS/GM
dados progressivos, possibilitando a adequação entre a capacidade 930/2012, Art. 7º, § 3º) (dispositivo acrescentado pela PRT MS/GM
instalada e a condição clínica do recém-nascido. (Origem: PRT MS/ 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
GM 930/2012, Art. 5º, § 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) § 4ºNa abertura de Unidades Neonatais que contar com leitos
§ 2ºOs recém-nascidos que necessitem dos cuidados especí- de UTIN, UCINco e UCINca com módulos de 10 (dez) leitos, deverá
ficos de Unidade Neonatal e que se encontrem em locais que não ser considerada a proporção prevista no art. 69, parágrafo único.
disponham destas unidades devem receber os cuidados necessá- (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 7º, § 4º) (dispositivo acres-
rios até sua transferência para uma Unidade Neonatal, que deve- centado pela PRT MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS
rá ser feita após estabilização do recém-nascido e com transporte nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
sanitário adequado, realizado por profissional habilitado. (Origem: 13.01.2023)
PRT MS/GM 930/2012, Art. 5º, § 2º)(Revogado pela PRT GM/MS § 5ºA Unidade Neonatal terá custeio de acordo com a tipolo-
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de gia de cada leito, na proporção de 4 (quatro) leitos de UTIN para
13.01.2023) 4 (quatro) leitos de UCINCo e 2 (dois) leitos de UCINCa. (Origem:
Art. 69.As Unidades Neonatal são divididas de acordo com as PRT MS/GM 930/2012, Art. 7º, § 5º) (dispositivo acrescentado pela
necessidades do cuidado, nos seguintes termos: (Origem: PRT MS/ PRT MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
GM 930/2012, Art. 6º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Art. 71.Para novos estabelecimentos de saúde que disponham
I -Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN); (Origem: PRT de maternidade e que possuam também UTIN ou UCIN é obrigató-
MS/GM 930/2012, Art. 6º, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 ria a previsão, no projeto arquitetônico de sua área física, de aloja-
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) mento para as mães cujos recém-nascidos estiverem internados em
II -Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal (UCIN), com UTIN ou UCIN, de forma a garantir condições para o cumprimento
duas tipologias: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 6º, II)(Revo- do direito do recém-nascido a acompanhante em tempo integral.
gado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 8º)(Revogado pela PRT GM/
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
a)Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional
de 13.01.2023)
(UCINCo); e (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 6º, II, a)(Revoga-
Art. 72.Serão habilitadas pelo Ministério da Saúde as novas
do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
Unidades Neonatal, bem como as já existentes que se adequarem
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
aos requisitos deste Título. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 9º)
b)Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCIN-
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
Ca). (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 6º, II, b)(Revogado pela
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
MS nº 13 de 13.01.2023)
SEÇÃO I
Parágrafo Único.Poderá ser implantada, alternativamente,
DO SERVIÇO DE UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
uma Unidade Neonatal de 10 (dez) leitos com um subconjunto de
leitos, na proporção de 4 (quatro) leitos de UTIN para 4 (quatro) (UTIN)
leitos de UCINCo e 2 (dois) leitos de UCINCa. (Origem: PRT MS/GM (Origem: PRT MS/GM 930/2012, CAPÍTULO II, Seção I)
930/2012, Art. 6º, Parágrafo Único) (dispositivo acrescentado pela (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
PRT MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 70.O número de leitos de Unidades Neonatal atenderá ao Art. 73.UTIN são serviços hospitalares voltados para o atendi-
seguinte parâmetro de necessidade populacional: para cada 1000 mento de recém-nascido grave ou com risco de morte, assim con-
(mil) nascidos vivos poderão ser contratados 2 (dois) leitos de UTIN, siderados: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 10)(Revogado pela
2 (dois) leitos de UCINCo e 1 (um) leito de UCINCa. (Origem: PRT PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
MS/GM 930/2012, Art. 7º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) I -recém-nascidos de qualquer idade gestacional que necessi-
§ 1ºA UCINCa somente funcionará em unidade hospitalar que tem de ventilação mecânica ou em fase aguda de insuficiência res-
conte com UCINCo, de forma anexa ou como subconjunto de leitos piratória com FiO2 maior que 30% (trinta por cento); (Origem: PRT
de uma UCINCo. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 7º, § 1º)(Re- MS/GM 930/2012, Art. 10, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) II -recém-nascidos menores de 30 semanas de idade gesta-
§ 2ºO conjunto de leitos de Cuidados Intermediários, UCINCo cional ou com peso de nascimento menor de 1.000 gramas; (Ori-
e UCINCa, conterá, no mínimo, 1/3 (um terço) de leitos de UCINCa. gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 10, II)(Revogado pela PRT GM/
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 7º, § 2º) (com redação dada MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
pela PRT MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 13.01.2023)
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

135
LEGISLAÇÃO

III -recém-nascidos que necessitem de cirurgias de grande por- SUBSEÇÃO I


te ou pós-operatório imediato de cirurgias de pequeno e médio DA UTIN TIPO II
porte; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 10, III)(Revogado pela (Origem: PRT MS/GM 930/2012, CAPÍTULO II, Seção I, Subeção
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/ I)
MS nº 13 de 13.01.2023) (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
IV -recém-nascidos que necessitem de nutrição parenteral; e (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 10, IV)(Revogado pela PRT
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº Art. 76.Para habilitação como a UTIN tipo II, o serviço hospita-
13 de 13.01.2023) lar deverá contar com a seguinte estrutura mínima: (Origem: PRT
V -recém-nascidos que necessitem de cuidados especializados, MS/GM 930/2012, Art. 13)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
tais como uso de cateter venoso central, drogas vasoativas, pros- 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
taglandina, uso de antibióticos para tratamento de infecção grave, I -funcionar em estabelecimento hospitalar cadastrado no Sis-
uso de ventilação mecânica e Fração de Oxigênio (FiO2) maior que tema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES)
30% (trinta por cento), exsanguineotransfusão ou transfusão de e que possuam no mínimo 80 (oitenta) leitos gerais, dos quais 20
hemoderivados por quadros hemolíticos agudos ou distúrbios de leitos obstétricos, com a seguinte estrutura mínima: (Origem: PRT
coagulação. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 10, V) (com re- MS/GM 930/2012, Art. 13, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
dação dada pela PRT MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/ de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 a)centro cirúrgico; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, I, a)
de 13.01.2023) (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
Art. 74.As UTIN deverão cumprir os seguintes requisitos de pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Humanização: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 11)(Revogado b)serviço radiológico convencional; (Origem: PRT MS/GM
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT 930/2012, Art. 13, I, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
I -controle de ruído; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 11, I) c)serviço de ecodopplercardiografia; (Origem: PRT MS/GM
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado 930/2012, Art. 13, I, c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II -controle de iluminação; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
d)hemogasômetro 24 horas; (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
11, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
Art. 13, I, d)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
III -climatização; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 11, III)
e)Banco de Leite Humano ou unidade de coleta; (Origem: PRT
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) MS/GM 930/2012, Art. 13, I, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
IV -iluminação natural, para as novas unidades; (Origem: PRT de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
MS/GM 930/2012, Art. 11, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 II -contar com ambiência e estrutura física que atendam às
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
V -garantia de livre acesso a mãe e ao pai, e permanência da ria (ANVISA); (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, II)(Revogado
mãe ou pai; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 11, V)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) III -dispor dos seguintes materiais e equipamentos: (Origem:
VI -garantia de visitas programadas dos familiares; e (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III)(Revogado pela PRT GM/MS
PRT MS/GM 930/2012, Art. 11, VI)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023) a)material e equipamento para reanimação: 1 (um) para cada 5
VII -garantia de informações da evolução dos pacientes aos (cinco) leitos, de acordo com o estabelecido no Anexo 12 do Anexo
familiares, pela equipe médica, no mínimo, uma vez ao dia. (Ori- II ; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, a)(Revogado pela
gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 11, VII)(Revogado pela PRT GM/ PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 MS nº 13 de 13.01.2023)
de 13.01.2023) b)monitor de beira de leito para monitorização contínua de fre-
Art. 75.Para fins de habilitação como UTIN, o serviço hospitalar quência cardíaca, cardioscopia, oximetria de pulso e pressão não
deverá dispor de equipe multiprofissional especializada, equipa- invasiva, frequência respiratória e temperatura: 1 (um) para cada
mentos específicos próprios e tecnologia adequada ao diagnóstico leito; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, b)(Revogado pela
e terapêutica dos recém-nascidos graves ou com risco de morte. PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 12) (com redação dada pela MS nº 13 de 13.01.2023)
PRT MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de c)ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 1 (um) para
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) cada 2 (dois) leitos, com reserva operacional de 1 (um) equipamen-
Parágrafo Único.A UTIN poderá ser dos tipos II e III. (Origem:
to para cada 5 (cinco) leitos, devendo dispor cada equipamento
PRT MS/GM 930/2012, Art. 12, Parágrafo Único)(Revogado pela
de, no mínimo, 2 (dois) circuitos completos; (Origem: PRT MS/GM
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
930/2012, Art. 13, III, c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

136
LEGISLAÇÃO

d)ventilador pulmonar específico para transporte, com bateria: p)equipamento para ventilação pulmonar não-invasiva: 1(um)
1 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração; (Origem: PRT MS/GM para cada 5 (cinco) leitos, quando o ventilador pulmonar micropro-
930/2012, Art. 13, III, d)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de cessado não possuir recursos para realizar a modalidade de venti-
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) lação não-invasiva; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, p)
e)equipamento para infusão contínua e controlada de fluidos (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
(“bomba de infusão”): 3 (três) equipamentos por leito, com reserva pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
operacional de 1 (um) para cada 3 (três) leitos; (Origem: PRT MS/ q)materiais de interface facial para ventilação pulmonar não-
GM 930/2012, Art. 13, III, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 -invasiva (máscara ou pronga); 1 (um) por leito, devendo a UTIN
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) dispor de todos os tamanhos: 00, 0, 1, 2, 3, e 4; (Origem: PRT MS/
f)conjunto de nebulização, em máscara: 1 (um) para cada leito; GM 930/2012, Art. 13, III, q)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, f)(Revogado pela PRT de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº r)fototerapia, capacete/capuz de acrílico e tenda para oxigenio-
13 de 13.01.2023) terapia: 1 (um) para cada 3 (três) leitos/fração, com reserva opera-
g)conjunto padronizado de beira de leito contendo estetoscó- cional de 1 (um) para cada 5 (cinco) leitos; (Origem: PRT MS/GM
pio, fita métrica, ressuscitador manual tipo balão auto-inflável com 930/2012, Art. 13, III, r)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
máscara e reservatório: 1 (um) conjunto para cada leito, com reser- 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
va operacional de 1 (um) para cada 2 (dois) leitos; (Origem: PRT MS/ s)incubadora com parede dupla: 1 (um) por paciente de UTIN,
GM 930/2012, Art. 13, III, g)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 dispondo de berços aquecidos de terapia intensiva para no mínimo
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 10% (dez por cento) dos leitos; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
h)bandejas contendo material apropriado para os seguintes 13, III, s)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
procedimentos: punção lombar; drenagem liquórica em sistema fe- pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
chado, diálise peritoneal, drenagem torácica com sistema fechado; t)incubadora para transporte completa, com monitorização
traqueostomia; acesso venoso profundo, incluindo cateterização contínua, suporte para equipamento de infusão controlada de
venosa central de inserção periférica (PICC), flebotomia, catete- fluidos, com bateria, de suporte para cilindro de oxigênio, cilindro
rismo de veia e artéria umbilical; exsanguíneo transfusão; punção transportável de oxigênio e kit (“maleta”) para acompanhar o trans-
pericárdica; cateterismo vesical de demora em sistema fechado e porte de pacientes graves, contendo medicamentos e materiais
curativos em geral; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, h) para atendimento às emergências: 1 (uma) para cada 10 (dez) leitos
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado ou fração; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, t)(Revogado
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
i)eletrocardiógrafo portátil disponível na unidade; (Origem: GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, i)(Revogado pela PRT GM/MS u)balança eletrônica portátil: 1 (uma) para cada 10 (dez) leitos;
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, u)(Revogado pela PRT
13.01.2023) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
j)materiais e equipamento para monitorização de pressão arte- 13 de 13.01.2023)
rial invasiva; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, j)(Revoga- v)poltronas removíveis, com revestimento impermeável, para
do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT acompanhante: 1 (uma) para cada 4 (quatro) leitos ou fração; (Ori-
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, v)(Revogado pela PRT GM/
k)oftalmoscópio e otoscópio: no mínimo 2 (dois); (Origem: MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, k)(Revogado pela PRT GM/MS de 13.01.2023)
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de w)refrigerador com temperatura interna de 2 a 8°C, de uso ex-
13.01.2023) clusivo para guarda de medicamentos, com conferência e registro
l)negatoscópio, foco auxiliar portátil e aspirador cirúrgico por- de temperatura a intervalos máximos de 24 horas: 1 (um) por UTIN;
tátil: 1 (um) por UTIN; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, l) (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, w)(Revogado pela PRT
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 13 de 13.01.2023)
m)equipamento para aferição de glicemia capilar, específico x)materiais para aspiração traqueal em sistemas aberto e fe-
para uso hospitalar: 1 (um) para cada 5 (cinco) leitos ou fração; chado; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, x)(Revogado
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, m)(Revogado pela PRT pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13 de 13.01.2023) IV -garantia de acesso aos seguintes serviços à beira do leito,
n)estadiômetro ou fita métrica: 1 por unidade; (Origem: PRT prestados por meios próprios ou por serviços terceirizados: (Ori-
MS/GM 930/2012, Art. 13, III, n) (com redação dada pela PRT gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, IV)(Revogado pela PRT GM/
MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) de 13.01.2023)
o)pontos de oxigênio e ar comprimido medicinal com válvulas a)assistência nutricional; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
reguladoras de pressão e pontos de vácuo para cada leito; (Origem: 13, IV, a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, III, o)(Revogado pela PRT GM/MS b)terapia nutricional (enteral e parenteral); (Origem: PRT MS/
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de GM 930/2012, Art. 13, IV, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
13.01.2023) de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

137
LEGISLAÇÃO

c)assistência farmacêutica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, u)serviço de endoscopia digestiva alta e baixa; (Origem: PRT
Art. 13, IV, c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) MS/GM 930/2012, Art. 13, IV, u)(Revogado pela PRT GM/MS nº
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
d)assistência clinica vascular e cardiovascular; (Origem: PRT 13.01.2023)
MS/GM 930/2012, Art. 13, IV, d)(Revogado pela PRT GM/MS nº v)serviço de fibrobroncoscopia; (Origem: PRT MS/GM
2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 930/2012, Art. 13, IV, v)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
e)assistência clinica neurológica; (Origem: PRT MS/GM w)serviço de diagnóstico clínico e notificação compulsória de
930/2012, Art. 13, IV, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de morte encefálica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, IV, w)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
f)assistência clinica ortopédica; (Origem: PRT MS/GM pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
930/2012, Art. 13, IV, f)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de x)serviço de eletroencefalografia; (Origem: PRT MS/GM
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 930/2012, Art. 13, IV, x)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
g)assistência clinica urológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 13, IV, g)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) y)serviço de assistência social; (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Art. 13, IV, y) (dispositivo acrescentado pela PRT MS/GM 3389/2013)
h)assistência clinica gastroenterológica; (Origem: PRT MS/GM (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
930/2012, Art. 13, IV, h)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) V -garantia de acesso, no próprio estabelecimento hospitalar
i)assistência clínica nefrológica, incluindo terapia renal substi- ou em outro com acesso formalizado, aos seguintes serviços de
tutiva; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, IV, i) (com reda- diagnóstico e terapêutica: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13,
ção dada pela PRT MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS V)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023) a)cirurgia cardiovascular; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
j)assistência clinica hematológica; (Origem: PRT MS/GM 13, V, a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
930/2012, Art. 13, IV, j)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) b)cirurgia vascular; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, V,
k)assistência clinica hemoterapica; (Origem: PRT MS/GM b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
930/2012, Art. 13, IV, k)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) c)cirurgia neurológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13,
l)assistência clinica oftalmológica; (Origem: PRT MS/GM V, c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
930/2012, Art. 13, IV, l)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) d)cirurgia ortopédica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13,
m)assistência clinica otorrinolaringológica; (Origem: PRT MS/ V, d)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
GM 930/2012, Art. 13, IV, m)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) e)cirurgia urológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, V,
n)assistência clinica de infectologia; (Origem: PRT MS/GM e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina-
930/2012, Art. 13, IV, n)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) f)ressonância magnética; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
o)assistência clinica cirúrgica pediátrica; (Origem: PRT MS/GM 13, V, f)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
930/2012, Art. 13, IV, o)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) g)tomografia computadorizada; (Origem: PRT MS/GM
p)assistência psicológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 930/2012, Art. 13, V, g)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
13, IV, p)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re- 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) h)anatomia patológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
q)assistência endocrinológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, 13, V, h)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
Art. 13, IV, q)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) i)agência transfusional 24 horas; (Origem: PRT MS/GM
r)serviço de laboratório clínico, incluindo microbiologia e he- 930/2012, Art. 13, V, i)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
mogasometria; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, IV, r)(Re- 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela j)assistência clinica de genética; (Origem: PRT MS/GM
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 930/2012, Art. 13, V, j)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
s)serviço de radiografia móvel; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 13, IV, s)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) VI -equipe mínima formada nos seguintes termos: (Origem: PRT
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) MS/GM 930/2012, Art. 13, VI)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
t)serviço de ultrassonografia portátil; (Origem: PRT MS/GM de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
930/2012, Art. 13, IV, t)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

138
LEGISLAÇÃO

a)1 (um) médico responsável técnico com jornada mínima de j)1 (um) fonoaudiólogo disponível para a unidade. (Origem:
4 horas diárias com certificado de habilitação em Neonatologia ou PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, VI, j)(Revogado pela PRT GM/MS
Título de Especialista em Medicina Intensiva Pediátrica fornecido nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
pela Sociedade Brasileira de Pediatria ou Residência Médica em Ne- 13.01.2023)
onatologia reconhecida pelo Ministério da Educação ou Residência § 1ºO mesmo profissional médico poderá acumular, na mesma
Médica em Medicina Intensiva Pediátrica reconhecida pelo Minis- unidade neonatal, a responsabilidade técnica e o papel de médico
tério da Educação; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, VI, a) com jornada horizontal de 04 (quatro) horas, previstos nos incisos I
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado e II do ‘caput’. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, § 1º) (com
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) redação dada pela PRT MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT
b)1 (um) médico com jornada horizontal diária mínima de 4 GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
(quatro) horas, com certificado de habilitação em Neonatologia ou 13 de 13.01.2023)
Título de Especialista em Pediatria (TEP) fornecido pela Sociedade § 2ºO coordenador de fisioterapia poderá ser um dos fisiotera-
Brasileira de Pediatria ou Residência Médica em Neonatologia ou peutas assistenciais. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, § 2º)
Residência Médica em Medicina Intensiva Pediátrica reconhecida (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
pelo Ministério da Educação ou Residência Médica em Pediatria, pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
reconhecida pelo Ministério da Educação, para cada 10 (dez) leitos
ou fração; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, VI, b)(Revogado SUBSEÇÃO II
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT DA UTIN TIPO III
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, CAPÍTULO II, Seção I, Subeção
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II)
c)1 (um) médico plantonista com Título de Especialista em Pe-
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
diatria (TEP) e com certificado de habilitação em Neonatologia ou
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Título de Especialista em Pediatria (TEP) fornecido pela Sociedade
Brasileira de Pediatria ou Residência Médica em Medicina Intensiva Art. 77.Para habilitação como UTIN tipo III, o serviço hospitalar
Pediátrica reconhecida pelo Ministério da Educação ou Residência deverá contar com toda a estrutura mínima prevista no art. 76 e
Médica em Neonatologia ou Residência Médica em Pediatria, reco- mais o seguinte: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 14)(Revoga-
nhecida pelo Ministério da Educação, para cada 10 (dez) leitos ou do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
fração, em cada turno; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, VI, GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina- I -no mínimo 50% (cinquenta por cento) dos plantonistas de-
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) vem ter certificado de habilitação em Neonatologia ou Título de
d)1 (um) enfermeiro coordenador com jornada horizontal di- Medicina Intensiva Pediátrica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
ária de 8 horas com habilitação em neonatologia ou no mínimo 14, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
2 (dois) anos de experiência profissional comprovada em terapia nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
intensiva pediátrica ou neonatal; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, II -enfermeiro coordenador com título de especialização em te-
Art. 13, VI, d)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) rapia intensiva/terapia intensiva neonatal ou no mínimo 5 (cinco)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) anos de experiência profissional comprovada de atuação na área;
e)1 (um) enfermeiro assistencial para cada 10 (dez) leitos ou (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 14, II)(Revogado pela PRT GM/
fração, em cada turno; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, VI, MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina- 13.01.2023)
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) III -1 (um) enfermeiro plantonista assistencial por turno, exclu-
f)1 (um) fisioterapeuta exclusivo para cada 10 leitos ou fração, sivo da unidade, para cada 5 (cinco) leitos ou fração; (Origem: PRT
em cada turno; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, VI, f)(Re- MS/GM 930/2012, Art. 14, III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) IV -coordenador de fisioterapia com título de especialização
g)1 (um) fisioterapeuta coordenador com, no mínimo, 2 anos em terapia intensiva pediátrica ou neonatal ou em outra especiali-
de experiência profissional comprovada em unidade terapia inten- dade relacionada à assistência ao paciente grave; (Origem: PRT MS/
siva pediátrica ou neonatal, com jornada horizontal diária mínima GM 930/2012, Art. 14, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
de 6 (seis) horas; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, VI, g)
V -bombas de infusão: 4 (quatro) por leito ou fração; e (Ori-
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 14, V)(Revogado pela PRT GM/
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
h)técnicos de enfermagem, no mínimo, 1 (um) para cada 2
de 13.01.2023)
(dois) leitos em cada turno; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. VI -ventilador mecânico microprocessado: 1 (um) para cada lei-
13, VI, h)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re- to. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 14, VI)(Revogado pela PRT
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
i)1 (um) funcionário exclusivo responsável pelo serviço de lim- 13 de 13.01.2023)
peza em cada turno; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 13, VI, i)
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

139
LEGISLAÇÃO

SEÇÃO II Art. 80.Para habilitação como UCINCo, o serviço hospitalar de-


DO SERVIÇO DE UNIDADE DE CUIDADO INTERMEDIÁRIO NE- verá contar com a seguinte estrutura mínima: (Origem: PRT MS/
ONATAL CONVENCIONAL (UCINCO) GM 930/2012, Art. 17)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, CAPÍTULO II, Seção II) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) I -funcionar em estabelecimento de saúde cadastrado no SC-
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) NES, com garantia de referência para serviços de maior complexi-
dade, para o atendimento de recém-nascido que necessite de cui-
Art. 78.As UCINCo, também conhecidas como Unidades Se- dados de tratamento intensivo e cirurgia pediátrica; (Origem: PRT
mi-Intensiva, são serviços em unidades hospitalares destinados ao MS/GM 930/2012, Art. 17, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
atendimento de recém-nascidos considerados de médio risco e que de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
demandem assistência contínua, porém de menor complexidade II -contar com ambiência e estrutura física que atendam às nor-
do que na UTIN. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 15)(Revoga- mas estabelecidas pela ANVISA; (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT Art. 17, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Parágrafo Único.As UCINCo poderão configurar-se como unida-
III -dispor dos seguintes equipamentos: (Origem: PRT MS/
des de suporte às UTIN ou de forma independente, obedecendo à
GM 930/2012, Art. 17, III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
rotina de cada serviço. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 15, Pa-
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
rágrafo Único)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
a)berço de calor radiante em no mínimo 10% (dez por cento)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 79.As UCINCo serão responsáveis pelo cuidado de recém- dos leitos; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, a)(Revogado
-nascidos nas seguintes condições: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
Art. 16)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re- GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) b)incubadoras simples em no mínimo 60% (sessenta por cento)
I -recém-nascido que após a alta da UTIN ainda necessite de dos leitos; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, b)(Revogado
cuidados complementares; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
16, I)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi- GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) c)berços de acrílico em no mínimo 30% (trinta por cento) dos
II -recém-nascido com desconforto respiratório leve que não leitos; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, c)(Revogado pela
necessite de assistência ventilatória mecânica ou CPAP ou Capuz PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
em Fração de Oxigênio (FiO2) elevada (FiO2 > 30%); (Origem: PRT MS nº 13 de 13.01.2023)
MS/GM 930/2012, Art. 16, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 d)monitor multiparâmetros: 1 (um) para cada 5 (cinco) leitos;
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, d) (com redação dada
III -recém-nascido com peso superior a 1.000g e inferior a pela PRT MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
1.500g, quando estáveis, sem acesso venoso central, em nutrição de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
enteral plena, para acompanhamento clínico e ganho de peso; (Ori- e)ressuscitador manual tipo balão auto-inflável com reservató-
gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 16, III)(Revogado pela PRT GM/ rio e válvula e máscaras para prematuros e recém-nascido a ter-
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 mo: 1 (um) para cada 3 (três) recém-nascidos; (Origem: PRT MS/
de 13.01.2023) GM 930/2012, Art. 17, III, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
IV -recém-nascido maior que 1.500g, que necessite de venó- de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
clise para hidratação venosa, alimentação por sonda e/ou em uso f)capacetes/ capuz para oxigênio: 1 (um) para cada 4 (quatro)
de antibióticos com quadro infeccioso estável; (Origem: PRT MS/ leitos; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, f)(Revogado pela
GM 930/2012, Art. 16, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) MS nº 13 de 13.01.2023)
V -recém-nascido em fototerapia com níveis de bilirrubinas
g)termômetro digital individual: 1 (um) para cada leito; (Ori-
próximos aos níveis de exsanguineotransfusão; (Origem: PRT MS/
gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, g)(Revogado pela PRT GM/
GM 930/2012, Art. 16, V)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
de 13.01.2023)
VI -recém-nascido submetido a procedimento de exsanguineo-
transfusão, após tempo mínimo de observação em UTIN, com níveis h)estetoscópio individual: 1 (um) para cada leito; (Origem:
de bilirrubina descendentes e equilíbrio hemodinâmico; e (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, h)(Revogado pela PRT GM/MS
PRT MS/GM 930/2012, Art. 16, VI)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
13.01.2023) i)esfignomanômetro - 1 (um) para 15 (quinze) leitos ou menor
VII -recém-nascido submetido à cirurgia de médio porte, está- fração; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, i)(Revogado
vel, após o pós-operatório imediato em UTIN. (Origem: PRT MS/ pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
GM 930/2012, Art. 16, VII)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) j)otoscópio e oftalmoscópio - 1 (um) para 15 (quinze) leitos ou
menor fração; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, j)(Revo-
gado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

140
LEGISLAÇÃO

k)material e equipamento para reanimação: 1 (um) para cada b)1 (um) médico com jornada horizontal diária mínima de 4
15 (quinze) leitos, de acordo com o estabelecido no Anexo 12 do (quatro) horas, preferencialmente com habilitação em neonatolo-
Anexo II ; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, k)(Revogado gia ou título de especialista em pediatria fornecido pela Sociedade
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT Brasileira de Pediatria ou residência médica em neonatologia ou
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) residência médica em pediatria, reconhecidas pelo Ministério da
l)conjunto de nebulizador e máscara: 1 (um) para cada 4 (qua- Educação, para cada 15 (quinze) leitos ou fração; (Origem: PRT MS/
tro) leitos; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, l)(Revogado GM 930/2012, Art. 17, IV, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) c)1 (um) médico plantonista com habilitação em neonatologia
m)aspirador portátil: 1 (um) por unidade. (Origem: PRT MS/GM ou título de especialista em pediatria (TEP) fornecido pela Socie-
930/2012, Art. 17, III, m)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de dade Brasileira de Pediatria ou residência médica em neonatologia
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) ou residência médica em pediatria, reconhecidas pelo Ministério da
n)bomba de infusão: 1 (uma) para cada leito; (Origem: PRT MS/ Educação, para cada 15 (quinze) leitos ou fração em cada turno;
GM 930/2012, Art. 17, III, n)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, IV, c)(Revogado pela PRT
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
o)aparelhos de fototerapia: 1 (um) para cada 4 (quatro) leitos; 13 de 13.01.2023)
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, o)(Revogado pela PRT d)1 (um) enfermeiro coordenador, preferencialmente com ha-
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº bilitação em neonatologia ou no mínimo 2 anos de experiência pro-
13 de 13.01.2023) fissional comprovada, com jornada horizontal diária mínima de 4
p)balança eletrônica: 1 (uma) para cada 15 (quinze) leitos; (Ori- (quatro) horas, podendo acumular responsabilidade técnica ou co-
gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, p)(Revogado pela PRT GM/ ordenação de, no máximo, duas unidades como UCINCo e UCINCa;
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, IV, d)(Revogado pela PRT
de 13.01.2023) GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
q)negatoscópio ou sistema informatizado para visualizar Raio 13 de 13.01.2023)
X: 1 (um) por unidade; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, e)1 (um) enfermeiro assistencial, para cada 15 (quinze) leitos
q)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristina- ou fração, em cada turno; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17,
do pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) IV, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
r)relógios e calendário de parede visíveis; (Origem: PRT MS/ nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM 930/2012, Art. 17, III, r)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 f)1 (um) técnico de enfermagem para cada 5 (cinco) leitos, em
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) cada turno; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, IV, f)(Revoga-
s)poltronas removíveis, com revestimento impermeável: 1 do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
(uma) por leito (para realização de contato pele a pele/posição can- GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
guru); (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, III, s)(Revogado pela g)1 (um) fisioterapeuta para cada 15 leitos ou fração em cada
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/ turno; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, IV, g)(Revogado
MS nº 13 de 13.01.2023) pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
t)oxímetro de pulso: 1 (um) para cada leito; e (Origem: PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
MS/GM 930/2012, Art. 17, III, t) (dispositivo acrescentado pela h)1 (um) fonoaudiólogo disponível para a unidade; e (Origem:
PRT MS/GM 3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, IV, h)(Revogado pela PRT GM/MS
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
u)termômetro: 1 (um) para cada leito. (Origem: PRT MS/GM
13.01.2023)
930/2012, Art. 17, III, u) (dispositivo acrescentado pela PRT MS/GM
i)1 (um) funcionário responsável pela limpeza em cada turno.
3389/2013)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, IV, i)(Revogado pela PRT
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
IV -equipe mínima formada nos seguintes termos: (Origem: PRT
13 de 13.01.2023)
MS/GM 930/2012, Art. 17, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
Parágrafo Único.Em unidades hospitalares que disponham de
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
UCINCo e UTIN, o responsável técnico médico e o enfermeiro coor-
a)1 (um) responsável técnico com jornada mínima de 4 horas
diárias, com certificado de habilitação em neonatologia fornecido denador responderão pelas duas unidades, favorecendo a linha de
pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) ou título de especialista cuidado progressivo. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, Pa-
em pediatria fornecido pela SBP ou residência médica em neonato- rágrafo Único)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
logia ou residência médica em pediatria, reconhecidas pelo Minis- (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
tério da Educação; permitido acumular responsabilidade técnica ou Art. 81.Quando não fizer parte de uma Unidade Neonatal com
coordenação no máximo em duas unidades como UCINCo e UCINCa UTIN, a UCINCo deverá contar ainda com os seguintes equipamen-
ou UTIN, podendo acumular a função de médico com jornada ho- tos: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18)(Revogado pela PRT
rizontal; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 17, IV, a)(Revogado GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) I -ventilador pulmonar microprocessado: 1 (um) para 15 (quin-
ze) leitos; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18, I)(Revogado pela
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/
MS nº 13 de 13.01.2023)

141
LEGISLAÇÃO

II -bandejas para procedimentos de punção lombar, drenagem l)assistência clinica oftalmológica; (Origem: PRT MS/GM
torácica, curativos, flebotomia, acesso venoso, sondagem vesical e 930/2012, Art. 18, VI, l)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
traqueostomia; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18, II)(Revoga- 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT m)assistência clinica otorrinolaringológica; (Origem: PRT MS/
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 930/2012, Art. 18, VI, m)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
III -incubadora de transporte com cilindro de oxigênio e ar de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
comprimido; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18, III)(Revogado n)assistência clinica de infectologia; (Origem: PRT MS/GM
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT 930/2012, Art. 18, VI, n)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
IV -equipamento para ventilação pulmonar não-invasiva: 1 o)assistência clinica cirúrgica pediátrica; (Origem: PRT MS/GM
(um) para 15 (quinze) leitos, quando o ventilador pulmonar micro- 930/2012, Art. 18, VI, o)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
processado não possuir recursos para realizar a modalidade de ven- 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
tilação não-invasiva; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18, IV) p)assistência psicológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado 18, VI, p)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
V -materiais de interface facial para ventilação pulmonar não- q)assistência endocrinológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
-invasiva (máscara ou pronga); 1 (um) por leito, devendo a UCINCo Art. 18, VI, q)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
dispor de todos os tamanhos: 00, 0, 1, 2, 3, e 4; (Origem: PRT MS/ (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM 930/2012, Art. 18, V)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de r)serviço de laboratório clínico, incluindo microbiologia e he-
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) mogasometria; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18, VI, r)(Re-
VI -garantia de acesso aos seguintes serviços à beira do leito, vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela
prestados por meios próprios ou por serviços terceirizados: (Ori- PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18, VI)(Revogado pela PRT GM/ s)serviço de radiografia móvel; (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 Art. 18, VI, s)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
de 13.01.2023) (Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
a)assistência nutricional; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. t)serviço de ultrassonografia portátil; (Origem: PRT MS/GM
18, VI, a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re- 930/2012, Art. 18, VI, t)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
b)terapia nutricional (enteral e parenteral); (Origem: PRT MS/ u)serviço de endoscopia digestiva alta e baixa; (Origem: PRT
GM 930/2012, Art. 18, VI, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 MS/GM 930/2012, Art. 18, VI, u)(Revogado pela PRT GM/MS
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de
c)assistência farmacêutica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, 13.01.2023)
Art. 18, VI, c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) v)serviço de fibrobroncoscopia; (Origem: PRT MS/GM
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 930/2012, Art. 18, VI, v)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
d)assistência clinica vascular e cardiovascular; (Origem: PRT 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
MS/GM 930/2012, Art. 18, VI, d)(Revogado pela PRT GM/MS w)serviço de diagnóstico clínico e notificação compulsória de
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de morte encefálica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18, VI, w)
13.01.2023) (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
e)assistência clinica neurológica; (Origem: PRT MS/GM pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
930/2012, Art. 18, VI, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de x)serviço de eletroencefalografia; (Origem: PRT MS/GM
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 930/2012, Art. 18, VI, x)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
f)assistência clinica ortopédica; (Origem: PRT MS/GM 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
930/2012, Art. 18, VI, f)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de y)serviço de assistência social. (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) Art. 18, VI, y) (dispositivo acrescentado pela PRT MS/GM 3389/2013)
g)assistência clinica urológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
Art. 18, VI, g)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) VII -garantia de acesso, no próprio estabelecimento hospita-
h)assistência clinica gastroenterológica; (Origem: PRT MS/GM lar ou em outro com acesso formalizado, aos seguintes serviços de
930/2012, Art. 18, VI, h)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de diagnóstico e terapêutica: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18,
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) VII)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
i)assistência clinica nefrológica, incluindo hemodiálise; (Ori- nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18, VI, i)(Revogado pela PRT GM/ a)cirurgia cardiovascular; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 18, VII, a)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
de 13.01.2023) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
j)assistência clinica hematológica; (Origem: PRT MS/GM b)cirurgia vascular; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18,
930/2012, Art. 18, VI, j)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de VII, b)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris-
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
k)assistência clinica hemoterapica; (Origem: PRT MS/GM c)cirurgia neurológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18,
930/2012, Art. 18, VI, k)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de VII, c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

142
LEGISLAÇÃO

d)cirurgia ortopédica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18, (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 20)(Revogado pela PRT GM/
VII, d)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris- MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) de 13.01.2023)
e)cirurgia urológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 18, Parágrafo Único.As UCINCa possuirão suporte assistencial por
VII, e)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris- equipe de saúde adequadamente treinada, que possibilite a presta-
tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) ção de todos os cuidados assistenciais e a orientação à mãe sobre
f)ressonância magnética; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. sua saúde e a do recém-nascido. (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
18, VII, f)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re- Art. 20, Parágrafo Único)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
g)tomografia computadorizada; (Origem: PRT MS/GM Art. 84.As UCINCa serão responsáveis pelo cuidado de recém-
930/2012, Art. 18, VII, g)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de -nascidos com peso superior a 1.250g, clinicamente estável, em nu-
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) trição enteral plena, cujas mães manifestem o desejo de participar e
h)anatomia patológica; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. tenham disponibilidade de tempo. (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
18, VII, h)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re- Art. 21)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
j)assistência clinica de genética. (Origem: PRT MS/GM Art. 85.A UCINCa somente funcionará em unidade hospitalar
930/2012, Art. 18, VII, j)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de que conte com UCINCo. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 22)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
Art. 82.A UCINCo cumprirá os seguintes requisitos de Humani-
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
zação: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 19)(Revogado pela PRT
Art. 86.Para habilitação como UCINCa, a unidade hospitalar
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
deverá contar com a estrutura física mínima prevista pela Porta-
13 de 13.01.2023)
ria nº 1.016/GM/MS, de 26 de agosto de 1993. (Origem: PRT MS/
I -controle de ruído; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 19, I)
GM 930/2012, Art. 23)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 1ºAlém da estrutura física mínima prevista no caput, a UCIN-
II -controle de iluminação; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
Ca deverá dispor dos seguintes equipamentos: (Origem: PRT MS/
19, II)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 930/2012, Art. 23, § 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
III -climatização; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 19, III) de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado I -incubadoras simples em pelo menos 20% (vinte por cento)
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) dos leitos; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 23, § 1º, I)(Revoga-
IV -iluminação natural, para as novas unidades; (Origem: PRT do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
MS/GM 930/2012, Art. 19, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) II -berços de acrílico em pelo menos 80% (oitenta por cento)
V -garantia de livre acesso a mãe e ao pai, e permanência da dos leitos; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 23, § 1º, II)(Revoga-
mãe ou pai; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 19, V)(Revogado do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
GM/MS nº 13 de 13.01.2023) III -ressuscitador manual tipo balão auto-inflável com reser-
VI -garantia de visitas programadas dos familiares; e (Origem: vatório e válvula e máscaras para prematuros e recém-nascido a
PRT MS/GM 930/2012, Art. 19, VI)(Revogado pela PRT GM/MS termo: 1 para cada 5 (cinco) recém-nascidos; (Origem: PRT MS/GM
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 930/2012, Art. 23, § 1º, III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
13.01.2023) de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
VII -garantia de informações da evolução dos pacientes aos IV -termômetro digital individual: 1 (um) para cada leito; (Ori-
familiares, pela equipe médica, no mínimo, uma vez ao dia. (Ori- gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 23, § 1º, IV)(Revogado pela PRT
gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 19, VII)(Revogado pela PRT GM/ GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 13 de 13.01.2023)
de 13.01.2023) V -estetoscópio individual: 1 (um) para cada leito; (Origem:
PRT MS/GM 930/2012, Art. 23, § 1º, V)(Revogado pela PRT GM/
SEÇÃO III MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13
DO SERVIÇO DE UNIDADE DE CUIDADO INTERMEDIÁRIO NE- de 13.01.2023)
ONATAL CANGURU (UCINCA) VI -material e equipamento para reanimação: 1 (um) para cada
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, CAPÍTULO II, Seção III) 15 (quinze) leitos, de acordo com o estabelecido no Anexo 12 do
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Anexo II ; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 23, § 1º, VI)(Revoga-
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) do pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT
GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 83.As UCINCa são serviços em unidades hospitalares cuja VII -aspirador portátil: 1 (um) para cada 15 (quinze) leitos; (Ori-
infraestrutura física e material permita acolher mãe e filho para prá- gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 23, § 1º, VII)(Revogado pela PRT
tica do método canguru, para repouso e permanência no mesmo GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
ambiente nas 24 (vinte e quatro) horas por dia, até a alta hospitalar. 13 de 13.01.2023)

143
LEGISLAÇÃO

VIII -balança eletrônica: 1 (uma) para cada 15 (quinze) leitos; Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde (CGHOSP/DAHU/SAS/MS),
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 23, § 1º, VIII)(Revogado pela com a seguinte documentação: (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/ Art. 26, III)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
MS nº 13 de 13.01.2023) pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
IX -relógios e calendários de parede visíveis; e (Origem: PRT a)declaração assinada pelo gestor de saúde responsável, com-
MS/GM 930/2012, Art. 23, § 1º, IX)(Revogado pela PRT GM/MS provando o cumprimento das exigências de habilitação previstas
nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de neste Título e atestando que o estabelecimento de saúde cumpre
13.01.2023) com as normativas sanitárias ou que foi pactuado um plano de
X -poltronas removíveis, com revestimento impermeável: 1 ações corretivas com cronograma de adequação entre o estabele-
(uma) por leito. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 23, § 1º, X) cimento de saúde e a vigilância sanitária competente; (Origem: PRT
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado MS/GM 930/2012, Art. 26, III, a) (com redação dada pela PRT MS/
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) GM 159/2015) (com redação dada pela PRT MS/GM 3389/2013)
§ 2ºA incubadora de transporte, o esfignomanômetro, o otos- (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
cópio, o oftalmoscópio e o conjunto de nebulizador e máscara po- pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
derão ser compartilhados entre as UCINCo e UCINCa, guardando a b)aprovação do credenciamento da Unidade Neonatal inte-
proporção em relação ao número de leitos. (Origem: PRT MS/GM ressada pela Comissão Intergestores Regional (CIR), se houver, e
930/2012, Art. 23, § 2º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB); (Origem: PRT MS/GM
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 930/2012, Art. 26, III, c)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
Art. 87.O atendimento na UCINCa será feito pela(s) equipe(s) 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
responsável(eis) pela CINCo. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. c)atualização das informações referentes ao estabelecimento
hospitalar no SCNES; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 26, III, d)
24)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi-
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Parágrafo Único.Para fins de formação da equipe mínima da
IV -análise da proposta e da respectiva documentação pela
UCINCo, nos termos do art. 80, IV, serão somados os leitos de UCIN-
CGHOSP/DAHU/SAS/MS, que poderá realizar vistoria in loco para a
Co e de UCINCa disponíveis na mesma unidade hospitalar. (Origem: habilitação ou a qualquer tempo; e (Origem: PRT MS/GM 930/2012,
PRT MS/GM 930/2012, Art. 24, Parágrafo Único)(Revogado pela Art. 26, IV)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/ pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
MS nº 13 de 13.01.2023) V -em caso de análise favorável, publicação de portaria de ha-
Art. 88.A UCINCa cumprirá os mesmos requisitos de Huma- bilitação pela SAS/MS. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 26, V)
nização previstos para a UCINCo, conforme art. 82. (Origem: PRT (Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado
MS/GM 930/2012, Art. 25)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) § 1ºNo caso de processo formalizado por Secretaria de Saúde
de Município em gestão plena, deverá constar, além do parecer do
CAPÍTULO III gestor de saúde municipal, o parecer do gestor de saúde estadual,
DO PROCESSO DE HABILITAÇÃO que será responsável pela integração da Unidade Neonatal à rede
(Origem: PRT MS/GM 930/2012, CAPÍTULO III) estadual/regional, com a definição dos fluxos de referência e con-
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) trarreferência dos pacientes. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art.
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) 26, § 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Re-
pristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
Art. 89.O processo de habilitação das Unidades Neonatal, de § 2ºA análise do pedido pela Secretaria de Saúde responsável
qualquer das tipologias descritas neste Título, seguirá o seguinte ficará na posse do gestor de saúde estadual, disponível ao Ministé-
fluxo: (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 26)(Revogado pela PRT rio da Saúde para fins de supervisão e auditoria. (Origem: PRT MS/
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº GM 930/2012, Art. 26, § 2º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
13 de 13.01.2023) de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
I -envio do pedido de habilitação pela unidade hospitalar ao
respectivo gestor de saúde municipal (Municípios em gestão plena), CAPÍTULO IV
estadual ou distrital; (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 26, I)(Re- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela (Origem: PRT MS/GM 930/2012, CAPÍTULO IV)
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
II -análise do pedido pela Secretaria de Saúde Municipal (Mu-
nicípios em gestão plena), Estadual ou do Distrito Federal; (Ori-
Art. 90.As Secretarias de Saúde dos estados em conjunto com
gem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 26, II)(Revogado pela PRT GM/
as Secretarias de Saúde municipais e do Distrito Federal estabele-
MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 cerão planejamento regional de atenção em terapia intensiva e cui-
de 13.01.2023) dados intermediários neonatais, com a finalidade de incrementar,
III -em caso de análise favorável, encaminhamento de proposta quantitativa e qualitativamente, o acesso dos pacientes usuários do
pelo gestor de saúde municipal (Municípios em gestão plena), esta- SUS. (Origem: PRT MS/GM 930/2012, Art. 28)(Revogado pela PRT
dual ou distrital à Coordenação-Geral de Atenção Hospitalar, do De- GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº
partamento de Atenção Hospitalar e de Urgência, da Secretaria de 13 de 13.01.2023)

144
LEGISLAÇÃO

Art. 91.Caberá à Coordenação-Geral de Sistemas de Informação Art. 94.Fica estabelecida como competência dos gestores mu-
do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas nicipais, estaduais e distrital a definição e adoção de estratégias
(CGSI/DRAC/SAS/MS) adotar as providências necessárias junto ao para a obtenção de redução da realização do parto cesariano e da
Departamento de Informática do SUS da Secretaria-Executiva (DA- sistemática de acompanhamento, avaliação e controle do desenvol-
TASUS), para o cumprimento do disposto neste Título. (Origem: PRT vimento dessas estratégias, conforme as diretrizes para a operação
MS/GM 930/2012, Art. 29)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de cesariana no Brasil. (Origem: PRT MS/GM 1084/2017, Art. 2º)(Re-
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) vogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela
PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
TÍTULO V Art. 95.Caberá a Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento
DO ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas, por meio da Co-
PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO ordenação-Geral dos Sistemas de Informação, tomar as medidas
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) necessárias junto ao Departamento de Informática do SUS para
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) cumprir o disposto neste Título. (Origem: PRT MS/GM 1084/2017,
Art. 3º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repris-
Art. 92.Este Título regulamenta, em conformidade com o art. tinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
1º da Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005, a presença de acompa-
nhante para mulheres em trabalho de parto, parto e pós-parto ime- Prezado candidato, a “PORTARIA DE CONSOLIDAÇÃO Nº 3,
DE DE 28 DE SETEMBRO DE 2017” na íntegra com seus respectivos
diato nos hospitais públicos e conveniados com o SUS. (Origem: PRT
anexos está disponível para consulta em: https://bvsms.saude.
MS/GM 2418/2005, Art. 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228
gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0003_03_10_2017.html
de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 1ºPara efeito deste Título entende-se o pós-parto imediato
como o período que abrange 10 dias após o parto, salvo intercor-
rências, a critério médico. (Origem: PRT MS/GM 2418/2005, Art. 1º, LEI FEDERAI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010 - ESTATU-
§ 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristi- TO NACIONAL DA IGUALDADE RACIAL
nado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)
§ 2ºFica autorizada ao prestador de serviços a cobrança, de LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010.
acordo com as tabelas do SUS, das despesas previstas com acompa-
nhante no trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, cabendo Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos7.716,
ao gestor a devida formalização dessa autorização de cobrança na de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24
Autorização de Internação Hospitalar (AIH). (Origem: PRT MS/GM de julho de 1985,e10.778, de 24 de novembro de 2003.
2418/2005, Art. 1º, § 2º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
§ 3ºNo valor da diária de acompanhante, estão incluídos a cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
acomodação adequada e o fornecimento das principais refeições.
(Origem: PRT MS/GM 2418/2005, Art. 1º, § 3º)(Revogado pela PRT TÍTULO I
GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
13 de 13.01.2023)
Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado
TÍTULO VI a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportuni-
DA EXCLUSÃO DA CRÍTICA NO SIH/SUS PARA REGISTRO DE dades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos
CESARIANAS DOS ESTADOS QUE NÃO FORMALIZARAM A e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância
ADESÃO AO PACTO PELA REDUÇÃO DA TAXA DE CESARIANA étnica.
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022) Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclu-
são, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou
origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir
Art. 93.Fica determinada a exclusão da crítica no SIH/SUS
o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições,
para registro de cesarianas dos Estados que não formalizaram a
de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos políti-
adesão ao Pacto pela Redução da Cesariana. (Origem: PRT MS/
co, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida
GM 1084/2017, Art. 1º)(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de
pública ou privada;
01.07.2022)(Repristinado pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023) II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferen-
Art. 93.O procedimento de acompanhamento multiprofissional ciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
em DRC estágio 5 pré-diálise (03.01.13.006-0 ACOMPANHAMENTO esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou
MULTIPROFISSIONAL EM DRC ESTÁGIO 05 PRÉ DIÁLISE) deverá ser origem nacional ou étnica;
realizado mensalmente com APAC de validade fixa de 3 (três) com- III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
petências.(Redação dada pela PRT GM/MS nº 116 de 21.01.2022) âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres
(Revogado pela PRT GM/MS nº 2.228 de 01.07.2022)(Repristinado negras e os demais segmentos sociais;
pela PRT GM/MS nº 13 de 13.01.2023)

145
LEGISLAÇÃO

IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autode- TÍTULO II


claram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou CAPÍTULO I
que adotam autodefinição análoga; DO DIREITO À SAÚDE
V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adota-
dos pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais; Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido
VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais ado- pelo poder público mediante políticas universais, sociais e econômi-
tados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das de- cas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agravos.
sigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportuni- § 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde
dades. (SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da popu-
Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de lação negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições pú-
oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, indepen- blicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração
dentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na direta e indireta.
comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, § 2o O poder público garantirá que o segmento da população
empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem
dignidade e seus valores religiosos e culturais. discriminação.
Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população
fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da População
sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial ado- Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas:
ta como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigual- I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças
dade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortaleci- dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra
mento da identidade nacional brasileira. nas instâncias de participação e controle social do SUS;
Art. 4o A participação da população negra, em condição de II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saú-
igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e de da população negra;
cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de: III - desenvolvimento de processos de informação, comunica-
I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econô- ção e educação para contribuir com a redução das vulnerabilidades
mico e social; da população negra.
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirma- Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde In-
tiva; tegral da População Negra:
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizan-
adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas do a redução das desigualdades étnicas e o combate à discrimina-
decorrentes do preconceito e da discriminação étnica; ção nas instituições e serviços do SUS;
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com- II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS
bate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados de-
suas manifestações individuais, institucionais e estruturais; sagregados por cor, etnia e gênero;
V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e insti- III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racis-
tucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas mo e saúde da população negra;
esferas pública e privada; IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da processos de formação e educação permanente dos trabalhadores
sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de oportuni- da saúde;
dades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante V - a inclusão da temática saúde da população negra nos pro-
a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e cessos de formação política das lideranças de movimentos sociais
prioridade no acesso aos recursos públicos; para o exercício da participação e controle social no SUS.
VII - implementação de programas de ação afirmativa destina- Parágrafo único. Os moradores das comunidades de remanes-
dos ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à edu- centes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos
cação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condi-
meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à ções ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e
terra, à Justiça, e outros. nutricional e na atenção integral à saúde.
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-
-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e desi- CAPÍTULO II
gualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO
esferas pública e privada, durante o processo de formação social LAZER
do País.
Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído SEÇÃO I
o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), con- DISPOSIÇÕES GERAIS
forme estabelecido no Título III.
Art. 9o A população negra tem direito a participar de atividades
educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus inte-
resses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural
de sua comunidade e da sociedade brasileira.

146
LEGISLAÇÃO

Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os gover- Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socioedu-
nos federal, estaduais, distrital e municipais adotarão as seguintes cacionais realizadas por entidades do movimento negro que desen-
providências: volvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante coope-
I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da po- ração técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros
pulação negra ao ensino gratuito e às atividades esportivas e de mecanismos.
lazer; Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirmativa.
II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos res-
promoção social e cultural da população negra; ponsáveis pelas políticas de promoção da igualdade e de educação,
III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas acompanhará e avaliará os programas de que trata esta Seção.
escolas, para que a solidariedade aos membros da população negra
faça parte da cultura de toda a sociedade; Seção III
IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimento Da Cultura
da juventude negra brasileira.
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das so-
SEÇÃO II ciedades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva
DA EDUCAÇÃO da população negra, com trajetória histórica comprovada, como
patrimônio histórico e cultural, nos termos dosarts. 215e216 da
Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de en- Constituição Federal.
sino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos
geral da África e da história da população negra no Brasil, observa- quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradi-
do o disposto naLei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. ções e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado.
§ 1o Os conteúdos referentes à história da população negra no Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios
Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, res- detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos,
gatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, tombados nos termos do§ 5o do art. 216 da Constituição Federal,
econômico, político e cultural do País. receberá especial atenção do poder público.
§ 2o O órgão competente do Poder Executivo fomentará a for- Art. 19. O poder público incentivará a celebração das perso-
mação inicial e continuada de professores e a elaboração de mate- nalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do
rial didático específico para o cumprimento do disposto nocaput- samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem
deste artigo. como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e pri-
§ 3o Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos res- vadas.
ponsáveis pela educação incentivarão a participação de intelectuais Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da
e representantes do movimento negro para debater com os estu- capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza
dantes suas vivências relativas ao tema em comemoração. imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos ter-
Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à mos doart. 216 da Constituição Federal.
pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio
programas de estudo voltados para temas referentes às relações ét- dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos for-
nicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra. madores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos com-
petentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e Seção IV
privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a: Do Esporte e Lazer
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar gru-
pos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós- Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da popula-
-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população ção negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e o lazer
negra; como direitos sociais.
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação
de professores temas que incluam valores concernentes à pluralida- nacional, nos termos doart. 217 da Constituição Federal.
de étnica e cultural da sociedade brasileira; § 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
III - desenvolver programas de extensão universitária destina- modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte,
dos a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, assegu- luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
rado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os benefi- nacional.
ciários; § 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta- e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e for-
belecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com as malmente reconhecidos.
escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e
ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de
equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas.

147
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO III Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades pro-
DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E dutivas da população negra no campo, o poder público promoverá
AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrí-
cola.
Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sen- Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência téc-
do assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na nica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o forta-
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. lecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da
Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao produção.
livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende: Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunida-
religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de des negras rurais.
lugares reservados para tais fins; Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos
II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de-
preceitos das respectivas religiões; finitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de ins- Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá po-
tituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas; líticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento sustentá-
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de ar- vel dos remanescentes das comunidades dos quilombos, respeitan-
tigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas do as tradições de proteção ambiental das comunidades.
fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas veda- Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das co-
das por legislação específica; munidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes tra-
V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao tamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas especiais
exercício e à difusão das religiões de matriz africana; de financiamento público, destinados à realização de suas ativida-
VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais des produtivas e de infraestrutura.
e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilombos se
religiosas e sociais das respectivas religiões; beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras leis
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para di- para a promoção da igualdade étnica.
vulgação das respectivas religiões;
VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de SEÇÃO II
ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa DA MORADIA
nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.
Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de Art. 35. O poder público garantirá a implementação de políticas
religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em ou- públicas para assegurar o direito à moradia adequada da população
tras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submeti- negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas subutilizadas,
dos a pena privativa de liberdade. degradadas ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à
Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente e na qualidade
o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e de vida.
à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos
de: desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas tam-
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a bém a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comu-
difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham nitários associados à função habitacional, bem como a assistência
pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização
religiosidade de matrizes africanas; fundiária da habitação em área urbana.
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamentais
outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, manan- realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de Interes-
ciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes se Social (SNHIS), regulado pelaLei no 11.124, de 16 de junho de
africanas; 2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas e
III - assegurar a participação proporcional de representantes culturais da população negra.
das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instân- estimularão e facilitarão a participação de organizações e movimen-
cias de deliberação vinculadas ao poder público. tos representativos da população negra na composição dos conse-
lhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habi-
CAPÍTULO IV tação de Interesse Social (FNHIS).
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promove-
rão ações para viabilizar o acesso da população negra aos financia-
SEÇÃO I mentos habitacionais.
DO ACESSO À TERRA

Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas pú-


blicas capazes de promover o acesso da população negra à terra e
às atividades produtivas no campo.

148
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO V CAPÍTULO VI
DO TRABALHO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação va-
da população negra no mercado de trabalho será de responsabili- lorizará a herança cultural e a participação da população negra na
dade do poder público, observando-se: história do País.
I - o instituído neste Estatuto; Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à vei-
II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con- culação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas,
venção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Dis- deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de empre-
criminação Racial, de 1965; go para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e
III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con- qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou
venção no111, de 1958, da Organização Internacional do Trabalho artística.
(OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão; Parágrafo único. A exigência disposta nocaputnão se aplica aos
IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Bra- filmes e programas que abordem especificidades de grupos étnicos
sil perante a comunidade internacional. determinados.
Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas
igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a popu- à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográfi-
lação negra, inclusive mediante a implementação de medidas visan- cas o disposto no art. 44.
do à promoção da igualdade nas contratações do setor público e o Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal
incentivo à adoção de medidas similares nas empresas e organiza- direta, autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as socie-
ções privadas. dades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de par-
§ 1o A igualdade de oportunidades será lograda mediante a ticipação de artistas negros nos contratos de realização de filmes,
adoção de políticas e programas de formação profissional, de em- programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.
prego e de geração de renda voltados para a população negra. § 1o Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão,
§ 2o As ações visando a promover a igualdade de oportunida- nas especificações para contratação de serviços de consultoria,
des na esfera da administração pública far-se-ão por meio de nor- conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças
mas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação específi- publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades
ca e em seus regulamentos. de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço
§ 3o O poder público estimulará, por meio de incentivos, a ado- contratado.
ção de iguais medidas pelo setor privado. § 2o Entende-se por prática de iguais oportunidades de empre-
§ 4o As ações de que trata ocaputdeste artigo assegurarão o go o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finalidade
princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários. de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe vin-
§ 5o Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena pro- culada ao projeto ou serviço contratado.
dução, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mu- § 3o A autoridade contratante poderá, se considerar necessário
lheres negras. para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, reque-
§ 6o O poder público promoverá campanhas de sensibilização rer auditoria por órgão do poder público federal.
contra a marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cul- § 4o A exigência disposta nocaputnão se aplica às produções
tural. publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos
§ 7o O poder público promoverá ações com o objetivo de ele- determinados.
var a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da eco-
nomia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores TÍTULO III
negros de baixa escolarização. DO SISTEMANACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RA-
Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Traba- CIAL
lhador (Codefat) formulará políticas, programas e projetos voltados (SINAPIR)
para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e orien-
tará a destinação de recursos para seu financiamento. CAPÍTULO I
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias
empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o es- Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igual-
tímulo à promoção de empresários negros. dade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articulação
Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades vol- voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços desti-
tadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumentos e ci- nados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, presta-
dades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população dos pelo poder público federal.
negra. § 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão par-
Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar crité- ticipar do Sinapir mediante adesão.
rios para provimento de cargos em comissão e funções de confiança § 2o O poder público federal incentivará a sociedade e a inicia-
destinados a ampliar a participação de negros, buscando reproduzir tiva privada a participar do Sinapir.
a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso,
estadual, observados os dados demográficos oficiais.

149
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO II Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o aces-


DOS OBJETIVOS so aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública, ao
Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas instân-
Art. 48. São objetivos do Sinapir: cias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.
I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres ne-
sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações gras em situação de violência, garantida a assistência física, psíqui-
afirmativas; ca, social e jurídica.
II - formular políticas destinadas a combater os fatores de mar- Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a vio-
ginalização e a promover a integração social da população negra; lência policial incidente sobre a população negra.
III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressocializa-
governos estaduais, distrital e municipais; ção e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção a experiências de exclusão social.
da igualdade étnica; Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de discrimi-
V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados nação e preconceito praticados por servidores públicos em detri-
para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das mento da população negra, observado, no que couber, o disposto
metas a serem estabelecidas. naLei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de
CAPÍTULO III lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações
DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros instrumentos,
à ação civil pública, disciplinada naLei no 7.347, de 24 de julho de
Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de 1985.
promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e dire-
trizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da CAPÍTULO V
Igualdade Racial (PNPIR). DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA
§ 1o A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e IGUALDADE RACIAL
acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, articulação
e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável Art. 56. Na implementação dos programas e das ações constan-
pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional. tes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União, deve-
§ 2o É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum rão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se refere o
intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser co- inciso VII do art. 4odesta Lei e outras políticas públicas que tenham
ordenado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção da como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a inclusão
igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que vi- social da população negra, especialmente no que tange a:
sem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, em-
étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios. prego e moradia;
§ 3o As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde
da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que asse- e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da popu-
gure a participação da sociedade civil. lação negra;
Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, III - incentivo à criação de programas e veículos de comunica-
no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão insti- ção destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interes-
tuir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter perma- ses da população negra;
nente e consultivo, compostos por igual número de representantes IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas ad-
de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil ministradas por pessoas autodeclaradas negras;
representativas da população negra. V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das
Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos re- pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e supe-
cursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei aos rior;
Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham criado conselhos VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, dis-
de promoção da igualdade étnica. trital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados para a
promoção da igualdade de oportunidades para a população negra;
CAPÍTULO IV VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das
DAS OUVIDORIAS PERMANENTES EDO ACESSO À JUSTIÇA E À tradições africanas e brasileiras.
SEGURANÇA § 1o O Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas
que garantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na
Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e execução dos recursos necessários ao financiamento das ações pre-
no âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Perma- vistas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos
nentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e encaminhar recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da
denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego
cor e acompanhar a implementação de medidas para a promoção e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvi-
da igualdade. mento regional, cultura, esporte e lazer.

150
LEGISLAÇÃO

§ 2o Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercí- Art. 61. Os arts.3oe 4odaLei nº 9.029, de 13 de abril de 1995,
cio subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder passam a vigorar com a seguinte redação:
Executivo federal que desenvolvem políticas e programas nas áreas “Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2oe nos dispositivos
referidas no § 1odeste artigo discriminarão em seus orçamentos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia,
anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são passíveis das se-
no inciso VII do art. 4odesta Lei. guintes cominações:
§ 3o O Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas ne- ...................................................................................” (NR)
cessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo, “Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discri-
podendo estabelecer patamares de participação crescente dos pro- minatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo
gramas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o dano moral, faculta ao empregado optar entre:
§ 2odeste artigo. ...................................................................................” (NR)
§ 4o O órgão colegiado do Poder Executivo federal responsável Art. 62. O art. 13 daLei no 7.347, de 1985, passa a vigorar acres-
pela promoção da igualdade racial acompanhará e avaliará a pro- cido do seguinte § 2o, renumerando-se o atual parágrafo único
gramação das ações referidas neste artigo nas propostas orçamen- como § 1o:
tárias da União. “Art. 13. ........................................................................
Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, po- § 1o ...............................................................................
derão ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade social § 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em
para financiamento das ações de que trata o art. 56: dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do dis-
I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e posto no art. 1odesta Lei, a prestação em dinheiro reverterá dire-
dos Municípios; tamente ao fundo de que trata ocapute será utilizada para ações
II - doações voluntárias de particulares; de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho
III - doações de empresas privadas e organizações não governa- Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão
mentais, nacionais ou internacionais; nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial esta-
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais; duais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, local, respectivamente.” (NR)
tratados e acordos internacionais. Art. 63. O § 1odo art. 1odaLei nº 10.778, de 24 de novembro de
2003, passa a vigorar com a seguinte redação:
TÍTULO IV “Art. 1o .......................................................................
DISPOSIÇÕES FINAIS § 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra
a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusi-
Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras ve decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que cause
em prol da população negra que tenham sido ou venham a ser ado- morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher,
tadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos tanto no âmbito público quanto no privado.
Municípios. ...................................................................................” (NR)
Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para Art. 64. O § 3odo art. 20 daLei nº 7.716, de 1989, passa a vigo-
aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará rar acrescido do seguinte inciso III:
seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de “Art. 20. ......................................................................
relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores. .............................................................................................
Art. 60. Os arts.3oe 4odaLei nº 7.716, de 1989, passam a vigo- § 3o ...............................................................................
rar com a seguinte redação: .............................................................................................
“Art. 3o ........................................................................ III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de in-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo formação na rede mundial de computadores.
de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio- ...................................................................................” (NR)
nal, obstar a promoção funcional.” (NR)
“Art. 4o ........................................................................
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi-
nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de LEI FEDERAL Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 – LEI DE
descendência ou origem nacional ou étnica: IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre-
gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores;
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
forma de benefício profissional;
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada
à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade ra- pela Lei nº 14.230, de 2021)
cial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento
de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Na-
etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigên- cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
cias.”(NR)

151
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO I Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber,


DAS DISPOSIÇÕES GERAIS àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra
dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade pela Lei nº 14.230, de 2021)
administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no § 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de
exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im-
do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se,
pela Lei nº 14.230, de 2021) comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela
de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con- § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica,
dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona-
tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº
2021) 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcan- 2021)
çar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de compe- Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade
tências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe-
afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona- de 2021)
dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organiza- erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à
ção do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do pa-
patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju- trimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
diciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de
pela Lei nº 14.230, de 2021) transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú- responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara-
blicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi-
pela Lei nº 14.230, de 2021) do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão
estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade pratica- ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente
dos contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº
custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou 14.230, de 2021)
receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (In- CAPÍTULO II
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente SEÇÃO I
de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ain- DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPOR-
da que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente TAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais
do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importan-
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público do em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato do-
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda loso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati-
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referi- (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
das no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con- quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei agente público;
nº 14.230, de 2021)

152
LEGISLAÇÃO

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa- I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida
cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica,
a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo
preço superior ao valor de mercado; patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa- dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne- II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri-
cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
mercado; patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas à espécie;
no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre- III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper-
gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren-
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual- IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de
quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem; bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas,
ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni- por preço inferior ao de mercado;
co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado- ou serviço por preço superior ao de mercado;
rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art. VI - realizar operação financeira sem observância das normas
1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda- nea;
to, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles, VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser-
bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es-
deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô- pécie;
nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo
agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra-
Lei nº 14.230, de 2021) tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo-
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con- nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te- IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza-
nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou das em lei ou regulamento;
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda,
atividade; bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi-
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera- co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara- gular;
ção a que esteja obrigado; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, queça ilicitamente;
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
tidades mencionadas no art. 1° desta lei; culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
art. 1° desta lei. empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
SEÇÃO II XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-
PREJUÍZO AO ERÁRIO da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei
nº 11.107, de 2005)
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi-
lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe- ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-
tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, dades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo-
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens,
Lei nº 14.230, de 2021) rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli-
cáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

153
LEGISLAÇÃO

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo,
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar
pela administração pública a entidade privada mediante celebração irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula- VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei-
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou
(Vigência) econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida- VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização
des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula- e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú-
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) blica com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de
(Vigência) 2014) (Vigência)
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca- IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
pela Lei nº 14.230, de 2021) colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori-
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor- em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada
irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes
pela Lei nº 13.204, de 2015) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com-
XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) preendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu- Lei nº 14.230, de 2021)
tário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur-
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei nº sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º
14.230, de 2021) do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro-
ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi-
ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a
pela Lei nº 14.230, de 2021) Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô- de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica-
mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro- ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do
vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para
14.230, de 2021) si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021)
SEÇÃO III § 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATEN- de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis espe-
TAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ciais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis-
trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta § 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das
legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Reda- normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº § 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi-
14.230, de 2021) cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen-
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº
14.230, de 2021)
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial
de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató-
rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto,
ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

154
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO III § 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida-


DAS PENAS mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o
poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das
patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon- sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica,
sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230,
está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes de 2021)
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamen- § 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute-
te, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem
14.230, de 2021) prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos,
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus- Lei nº 14.230, de 2021)
pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de § 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do
multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi- dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri-
ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, § 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta
pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar
nº 14.230, de 2021) o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores 14.230, de 2021)
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân- § 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público
cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus-
(doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano pensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene- observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial,
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma- de 2021)
joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada § 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser
pela Lei nº 14.230, de 2021) executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida § 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen-
pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter-
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in- valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da
diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos;
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO IV
IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) DA DECLARAÇÃO DE BENS
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
de 2021) Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio-
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in- nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven-
cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria
qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser-
o poder público na época do cometimento da infração, podendo viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em 2021)
caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela § 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste arti-
Lei nº 14.230, de 2021) go será atualizada anualmente e na data em que o agente público
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside- deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para § 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de
reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a
nº 14.230, de 2021) declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con- prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada
siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo pela Lei nº 14.230, de 2021)
a viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021)

155
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO V § 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de


DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDI- dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por
CIAL caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial,
a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad- instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ministrativa competente para que seja instaurada investigação des- § 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de-
tinada a apurar a prática de ato de improbidade. monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu-
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de
assinada, conterá a qualificação do representante, as informações incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro-
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
conhecimento. 2021)
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em § 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei,
despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es- no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei
tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a represen- nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade § 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in-
determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos
que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen- da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis- § 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem
tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in-
procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im- cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de
probidade. multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de Contas poderá, a requerimento, designar representante para § 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve-
acompanhar o procedimento administrativo. ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo-
Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples
formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis- e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência
ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recompo- desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub-
sição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enrique- sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao
cimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos
o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarre-
representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº tar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a § 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de
que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de
o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man- poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van-
caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao re- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
sultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabili- Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta
dade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com funda- Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento
mento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a nº 14.230, de 2021)
oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com- § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores § 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser
declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa
na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí- jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar-
tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste-
riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

156
LEGISLAÇÃO

§ 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela § 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação
Lei nº 14.230, de 2021) de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen- 2021)
tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte- I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na
ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi- petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
bilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230, II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele
de 2021) tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
II - será instruída com documentos ou justificação que con- 2021)
tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo § 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis-
imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce-
apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei § 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In- § 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica inte-
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provi- ressada será intimada para, caso queira, intervir no processo. (In-
sórias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil § 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135,
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem § 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis-
os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen- tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se-
te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei nº rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para
14.230, de 2021) a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im-
autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº
no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro- § 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação
cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não
pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Incluí- implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
do pela Lei nº 14.230, de 2021) § 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa:
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode- I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em
rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes- caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e
nº 13.964, de 2019) 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
§ 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor, Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi-
I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo, nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do
observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida- Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros
de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a 2021)
instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou
§ 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá de- de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230,
cisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbi- de 2021)
dade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar § 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a
o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Inclu- legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis-
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este
§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a
necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre- decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, § 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen-
de 2021) to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita-
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro- 2021)
duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

157
LEGISLAÇÃO

III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluí-
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) do pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que
Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns- não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil, II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre
desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (In- que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído pela
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor
14.230, de 2021) e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve-
obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei nº rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído
14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste ar- IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada
tigo dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
2021) a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (Inclu-
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida;
2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór- c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230,
gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções de 2021)
de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei
ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nº 14.230, de 2021)
III - de homologação judicial, independentemente de o acordo e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela
ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade Lei nº 14.230, de 2021)
administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequên-
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere cias advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela
o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natu- Lei nº 14.230, de 2021)
reza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da 2021)
rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san-
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela
deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que Lei nº 14.230, de 2021)
se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro,
de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver
celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais
da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios obje-
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se re- tivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº
fere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de 14.230, de 2021)
um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor. § 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con- § 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor-
templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in- rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual-
tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito § 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata
da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Inclu- Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva,
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca-
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas
de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle
de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes
públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por

158
LEGISLAÇÃO

danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou- políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con-
tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba- denatória.
nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos § 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o
e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for
Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática
arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con- § 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90
forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, median-
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) te decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar- quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10
cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens. desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên-
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con-
cias a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses,
siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a
contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da
conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as
do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação
do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre- da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con-
juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (Incluí- duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
do pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à
§ 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con-
ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído pela duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (qua- § 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa-
renta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débi- tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da
to resultante de condenação pela prática de improbidade adminis- qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen-
trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de
imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei
Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da nº 14.230, de 2021)
sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras § 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve-
já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con- rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta
tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis-
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati-
sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe- va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto
nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230, no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen-
de 2021) to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei,
Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por
escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações
e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre-
e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte)
2021)
anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VI DA PRESCRIÇÃO
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida- prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per-
da denúncia o sabe inocente. manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su- II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
imagem que houver provocado.

159
LEGISLAÇÃO

§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo adminis- § 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em


trativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada
curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) má-fé. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri-
não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re-
pela Lei nº 14.230, de 2021) cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de
concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri- 1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun-
damentado submetido à revisão da instância competente do órgão CAPÍTULO VIII
ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação de- Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
verá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de ar- Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de
quivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter- em contrário.
rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE: DOS
II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela Lei PRINCÍPIOS GERAIS DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
nº 14.230, de 2021) – ARTS. 1º AO 10, DOS BENS PÚBLICOS MUNICIPAIS –
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus- ARTS. 11 AO 16, DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – ARTS. 17
tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena- AO 29, DOS SERVIDORES MUNICIPAIS – ARTS. 30 AO 49,
tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei DA ORDEM SOCIAL E CIDADANIA – ARTS. 147 A 200.
nº 14.230, de 2021)
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu- LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE/RS.
nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma
acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) O povo do Município de Porto Alegre, por seus representantes,
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal reunidos em Câmara Constituinte, com os poderes outorgados pe-
Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór- las Constituições da República Federativa do Brasil e do Estado do
dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Rio Grande do Sul, e o pensamento voltado para a construção de
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do uma sociedade soberana, livre, igualitária e democrática, fundada
dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste nos princípios da justiça, do pleno exercício da cidadania, da ética,
artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) da moral e do trabalho, promulga, sob a invocação de Deus, esta
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei- LEI ORGÂNICA.
tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato
de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) TÍTULO I
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO, PODERES EXECUTIVO E
mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer LEGISLATIVO
deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021) CAPÍTULO I
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe-
cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre- Art. 1º O Município de Porto Alegre, pessoa jurídica de direito
tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no público interno, parte integrante da República Federativa do Brasil
§ 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. (Incluído pela e do Estado do Rio Grande do Sul, no pleno uso de sua autonomia
Lei nº 14.230, de 2021) política, administrativa e financeira, reger-se-á por esta Lei Orgânica
Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita- e demais leis que adotar, respeitados os princípios estabelecidos
ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou nas Constituições Federal e Estadual.
repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei Parágrafo Único - Todo o poder do Município emana do povo
nº 14.230, de 2021) porto-alegrense, que o exerce por meio de representantes eleitos
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não ou diretamente, nos termos desta Lei Orgânica.
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de Art. 2º São Poderes do Município, independentes e harmônicos
honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela entre si, o Legislativo e o Executivo.
Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo Único - É vedada a delegação de atribuições entre os
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais des- Poderes.
pesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº 14.230, Art. 3º É mantido o atual território do Município.
de 2021) Art. 4º O dia 26 de março é a data magna de Porto Alegre.
Art. 5º São símbolos do Município de Porto Alegre o brasão, a
bandeira e outros estabelecidos em lei.

160
LEGISLAÇÃO

Art. 6º O Município promoverá vida digna aos seus habitantes XX - dispor sobre depósito e venda de mercadorias apreendi-
e será administrado com base nos seguintes compromissos funda- das em decorrência de transgressão à legislação municipal;
mentais: XXI - estabelecer servidões administrativas necessárias à reali-
I - transparência pública de seus atos; zação de serviços públicos;
II - moralidade administrativa; Parágrafo Único - Para efeito do disposto no inciso XVIII, consi-
III - participação popular nas decisões; dera-se publicitária toda peça de propaganda destinada à venda de
IV - descentralização político-administrativa; marca ou produto comercial.
V - prestação integrada dos serviços públicos. Art. 9º Compete ao Município, no exercício de sua autonomia:
Art. 7º A autonomia do Município se expressa através da: I - organizar-se administrativamente, observadas as legislações
I - eleição direta dos Vereadores; federal e estadual;
II - eleição direta do Prefeito e do Vice-Prefeito; II - prover a tudo quanto concerne ao interesse local, tendo
III - administração própria, no que respeita ao interesse local. como objetivo o pleno desenvolvimento de suas funções sociais,
Art. 8º Ao Município compete, privativamente: promovendo o bem-estar de seus habitantes;
I - elaborar o orçamento, estimando a receita e fixando a des- III - estabelecer suas leis, decretos e atos relativos aos assuntos
pesa, com base em planejamento adequado; de interesse local;
II - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, e fixar e IV - administrar seus bens, adquiri-los e aliená-los, aceitar doa-
cobrar tarifas e preços públicos, com a obrigação de prestar contas ções, legados e heranças e dispor sobre sua aplicação;
e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; V - desapropriar, por necessidade ou utilidade pública, ou por
III - organizar e prestar diretamente ou sob regime de conces- interesse social, nos casos previstos em lei;
são ou permissão, sempre através de licitação, os serviços públicos VI - constituir a Guarda Municipal, destinada à proteção dos
de interesse local e os que possuem caráter essencial, bem como
bens, serviços e instalações municipais, conforme dispuser a lei;
dispor sobre eles;
VII - constituir serviços civis auxiliares de combate ao fogo, de
IV - licenciar para funcionamento os estabelecimentos comer-
prevenção de incêndios e de atividades de defesa civil, na forma
ciais, industriais, de serviços e similares, mediante expedição de
da lei;
alvará de localização;
VIII - implantar, regulamentar, administrar e gerenciar equipa-
V - suspender ou cassar o alvará de localização do estabeleci-
mentos públicos de abastecimento alimentar;
mento que infringir dispositivos legais;
IX - prover a defesa da flora e da fauna e o controle da poluição
VI - organizar o quadro e estabelecer o regime único para seus
ambiental;
servidores;
X - preservar os bens e locais de valor histórico, cultural ou
VII - dispor sobre a administração, utilização e alienação de
seus bens, tendo em conta o interesse público; científico;
VIII - adquirir bens e serviços, inclusive mediante desapropria- XI - dispor sobre os registros, vacinação e captura de animais,
ção por necessidade pública ou interesse social; vedadas quaisquer práticas de tratamento cruel;
IX - elaborar os planos diretores de desenvolvimento urbano, XII - ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horá-
de saneamento básico e de proteção ambiental; rio, para atendimento ao público, de estabelecimentos bancários,
X - promover adequado ordenamento territorial, mediante pla- industriais, comerciais e similares, observadas as normas federais e
nejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do estaduais pertinentes.
solo urbano; Art. 10 O Município pode celebrar convênios com a União, o
XI - estabelecer normas de edificação, de loteamento, de arru- Estado e outros Municípios, mediante autorização da Câmara Mu-
amento e de zoneamento urbano, bem como as limitações urbanís- nicipal, para execução de serviços, obras e decisões, bem como de
ticas convenientes à organização de seu território; encargos dessas esferas.
XII - criar, organizar e suprimir distritos e bairros, consultados § 1º O Município participará de organismos públicos que con-
os munícipes e observada a legislação pertinente; tribuam para integrar a organização, o planejamento e a execução
XIII - participar de entidade que congregue outros Municípios de função pública de interesse comum.
integrados à região, na forma estabelecida pela lei; § 2º Pode ainda o Município, através de convênios ou consór-
XIV - regulamentar e fiscalizar a utilização dos logradouros pú- cios com outros Municípios da mesma comunidade sócioeconômi-
blicos, especialmente no perímetro urbano; ca, criar entidades intermunicipais para a realização de obras, ati-
XV - sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais; vidades ou serviços específicos de interesse comum, devendo ser
XVI - normatizar, fiscalizar e promover a coleta, o transporte aprovados por Leis dos Municípios que deles participarem.
e a destinação final dos resíduos sólidos domiciliares e de limpeza § 3º É permitido delegar, entre o Estado e o Município, também
urbana; por convênio, os serviços de competência concorrente, assegura-
XVII - dispor sobre serviço funerário e cemitérios, encarregan- dos os recursos necessários.
do-se dos que forem públicos e fiscalizando os pertencentes às en-
tidades privadas; CAPÍTULO II
XVIII - regulamentar, autorizar e fiscalizar a fixação de carta- DOS BENS PÚBLICOS MUNICIPAIS
zes e anúncios publicitários de qualquer peça destinada à venda de
marca ou produto; Art. 11 Constituem o patrimônio municipal os bens imóveis,
XIX - estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis móveis e semoventes, e os direitos e ações que, a qualquer título,
e regulamentos; pertençam ao Município.

161
LEGISLAÇÃO

Art. 12 A alienação de bens municipais, subordinada à existên- I - a Lei especificará os cargos e funções cujos ocupantes, ao
cia de interesse público devidamente justificado, será sempre pre- assumi-los e ao deixá-los, devem declarar os bens que compõem
cedida de avaliação e obedecerá ao seguinte: seu patrimônio, podendo estender esta exigência aos detentores de
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e con- funções diretivas e empregos na administração indireta;
corrência pública, dispensada esta nos casos de permuta; II - a Lei estabelecerá os casos de contratação de pessoal por
II - quando móveis, dependerá de licitação, dispensada esta nos tempo determinado para atender a necessidade temporária de ex-
casos de doação, que será permitida somente por interesse social. cepcional interesse público;
Parágrafo Único - A venda, aos proprietários lindeiros, respei- III - a Lei reservará percentual de cargos e empregos públicos
tada a preferência do antigo proprietário, das áreas urbanas rema- para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
nescentes e inaproveitáveis para edificação resultantes de obras sua admissão.
públicas ou de modificação de alinhamento dependerá de prévia Art. 18 Os ocupantes de cargos eletivos, Secretários, Presiden-
avaliação e autorização legislativa, dispensada a concorrência pú- tes e Diretores de autarquias, fundações, empresas públicas e de
blica. economia mista apresentarão declaração de bens no dia da posse,
Art. 13 O Município utilizará seus bens dominiais como recur- nos finais de mandato e nos casos de exoneração ou aposentadoria.
sos fundamentais para a realização de políticas urbanas, especial- Art. 19 A investidura em cargo ou emprego público, bem como
mente em habitação popular e saneamento básico, podendo, para a admissão de empregados na administração indireta e empresas
essa finalidade, vendê-los ou permutá-los. subsidiárias dependerão de aprovação prévia em concurso públi-
§ 1º Enquanto os bens dominiais municipais não tiverem des- co de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargos de
tinação definitiva, não poderão permanecer ociosos, devendo ser provimento em comissão, declarados em Lei de livre nomeação e
ocupados em permissão de uso, nos termos da lei. exoneração.
§ 2º Em casos de reconhecido interesse público e caráter so- Parágrafo Único - Os cargos em comissão terão número e remu-
cial, o Município também poderá realizar concessões reais de uso neração certos, não serão organizados em carreira e não poderão
de seus bens dominiais, contendo elas sempre cláusulas de rever- ser ocupados por cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
são desses bens. colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, ficando ve-
§ 3º O Município revogará as doações que tiverem destinação dadas, ainda, as designações recíprocas:
diversa da ajustada em contrato ou as que não cumpriram as finali- I - do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Secretários Municipais, dos
dades no prazo de quatro anos. Presidentes, Vice-Presidentes e Diretores-Gerais de autarquia, fun-
Art. 14 Os bens de uso comum do povo devem ter sempre um dação instituída ou mantida pelo Poder Público, empresa pública
conjunto mínimo de elementos naturais ou de obras de urbaniza- ou sociedade de economia mista controladas pelo Município, bem
ção que caracterizem sua destinação. como dos detentores de cargos de direção, chefia e assessoramento
Parágrafo Único - As áreas verdes podem ser cultivadas e man- no âmbito do Poder Executivo Municipal; e
tidas com a participação da comunidade. II - dos Vereadores e dos titulares de cargos de direção, chefia e
Art. 15 O uso de bens municipais por terceiros poderá ser feito assessoramento no âmbito da Câmara Municipal Porto Alegre. (Re-
mediante concessão, permissão ou autorização, conforme o caso, dação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 27/2008)
atendido o interesse público, coletivo ou social, nas seguintes con- Art. 19-A Ficam proibidas a nomeação ou a designação para
dições: cargo em comissão ou função de direção, chefia ou assessoramen-
I - a concessão de direito real de uso de bens dominiais para to, na administração direta e na administração indireta, de pessoa
uso especial far-se-á mediante contrato, sob pena de nulidade do que seja inelegível em razão de atos ilícitos, nos termos da legis-
ato, e será sempre precedida de concorrência pública; lação federal. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
II - a concessão de direito real de uso de bens de uso comum 33/2011)
somente poderá ser outorgada mediante Lei e para finalidade de Art. 20 Integram a administração indireta as autarquias, as so-
habitação e educação ou assistência social; ciedades de economia mista, as empresas públicas e as fundações
III - a permissão será feita por decreto; instituídas e mantidas pelo Município.
IV - a autorização será feita, por decreto, pelo prazo máximo de Parágrafo Único - As fundações públicas ou de direito público
noventa dias. são equiparadas às autarquias, regendo-se por todas as normas a
Parágrafo Único - Em qualquer hipótese, o Poder Público pro- estas aplicáveis.
moverá ampla discussão com a comunidade local. Art. 21 Dependem de Lei específica:
Art. 16 Reverterão ao Município, ao termo da vigência de toda I - a criação ou extinção de empresa pública, sociedade de eco-
concessão para o serviço público local, com privilégio exclusivo, to- nomia mista, autarquia ou fundação pública;
dos os bens materiais do mesmo serviço, independentemente de II - a alienação do controle acionário de sociedade de economia
qualquer indenização. mista;
III - a incorporação de empresa privada a entidade da adminis-
CAPÍTULO III tração pública ou a fusão delas.
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Art. 22 Todas as pessoas têm direito, independentemente de
pagamento de qualquer natureza, à informação sobre o que consta
Art. 17 A administração pública direta e indireta do Município a seu respeito, a qualquer título, nos registros ou bancos de dados
observará os princípios da legalidade, da moralidade, da impessoa- das entidades governamentais ou de caráter público.
lidade, da publicidade, da economicidade, da razoabilidade, da le- Art. 23 O Município realizará censos periódicos dos servidores
gitimidade e da participação popular, e o seguinte: (Redação dada públicos dos Poderes Legislativo e Executivo e de sua administração
pela Emenda à Lei Orgânica nº 14/1998) indireta, devendo, até quinze de março de cada ano, publicar, na

162
LEGISLAÇÃO

imprensa oficial, relação do número de ocupantes de cada cargo, VIII - licença-paternidade, na forma da lei;
com o respectivo total de vencimentos, bem como o percentual IX - extensão, ao servidor público adotante, dos direitos que
global médio de comprometimento da arrecadação com a folha de assistem ao pai e à mãe naturais, na forma da lei;
pagamento verificado no exercício imediatamente anterior. X - participação em reuniões no local de trabalho, na forma da
Art. 24 As instituições da administração indireta do Município lei;
terão nas respectivas diretorias, no mínimo, um representante dos XI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
empregados, eleito diretamente por estes. XII - abono familiar diferenciado, inversamente proporcional
Parágrafo Único - É assegurada a eleição de, no mínimo, um ao padrão de vencimento, e complementação do salário-família
delegado ou representante sindical em cada uma das instituições. na quota-parte correspondente ao nível em que se situe o servidor
Art. 25 A publicação das leis e atos municipais far-se-á no órgão não-integrante dos quadros de provimento efetivo regidos estatu-
da imprensa oficial e por afixação na sede da Prefeitura e da Câmara tariamente;(Vide Arguição de Inconstitucionalidade nº 595001587)
Municipal. XIII - duração normal do trabalho não superior a seis horas
Art. 26 A administração municipal deverá publicar antecipa- diárias e trinta semanais, facultada a compensação de horários e
damente, por edital, no prazo mínimo de trinta dias, os processos a redução da jornada, conforme estabelecido em lei;(Inciso de-
licitatórios de concessão de serviços públicos, locações, permissões clarado inconstitucional - Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº
e cessão de uso de próprios municipais. 70078142619, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS)
Art. 27 O Município poderá criar fundos para desenvolvimento XIV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos sá-
de programas específicos, cuja regulamentação será feita através bados e domingos;
de Lei complementar. XV - remuneração do serviço extraordinário, superior, no míni-
Art. 28 À administração pública direta e indireta é vedada a mo em cinqüenta por cento, à da hora normal;
contração de empresas que adotem práticas discriminatórias na XVI - remuneração do trabalho em sábados, domingos, feria-
admissão de mão-de-obra, ou que veiculem propaganda discrimi- dos e pontos facultativos superior, no mínimo em cem por cento,
natória. à da jornada normal, sem prejuízo da folga compensatória;(Inciso
Art. 29 As secretarias, autarquias, sociedades de economia mis- declarado inconstitucional - Tribunal de Justiça/RS – Acórdão de
ta, empresas públicas e fundações mantidas pelo Município mante- 26.11.90)
rão uma Central de Informações, destinada a colher reclamações e XVII - gozo das férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
prestar informações ao público. terço a mais do que a retribuição total e pagamento antecipado;
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco- XVIII - recusa de execução do trabalho quando não houver re-
nomia mista disponibilizarão as suas demonstrações financeiras dução dos riscos a ele inerentes por meio de normas de saúde, hi-
anuais na internet, até o final do primeiro quadrimestre do ano giene e segurança, ou no caso de não ser fornecido o equipamento
subsequente, com acesso irrestrito à população. (Redação acresci- de proteção individual;
da pela Emenda à Lei Orgânica nº 44/2018) XIX - igualdade de retribuição pelo exercício de funções idênti-
cas e uniformidade de critérios de admissão, vedada a discrimina-
CAPÍTULO IV ção por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS XX - adicional sobre a retribuição pecuniária para atividades pe-
nosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
Art. 30Todo cidadão, no gozo de suas prerrogativas constitu- XXI - auxílio-transporte, auxílio-refeição, auxílio-creche e adi-
cionais, poderá prestar concurso para preenchimento de cargos da cional por difícil acesso ao local do trabalho, nos termos da lei;
administração pública municipal, na forma que a Lei estabelecer. XXII - disponibilidade com remuneração integral, até adequado
Art. 31São direitos dos servidores do Município, além de outros aproveitamento em outro cargo, quando extinto o que ocupava ou
previstos nesta Lei Orgânica, na Constituição Federal e nas leis: se declarada a desnecessidade deste.
I - padrão referencial básico, vinculativo de todos os padrões Parágrafo Único - Ao Município, inclusive às entidades de sua
de vencimento, nunca inferior ao salário mínimo fixado pela União administração indireta, é vedado qualquer ato de discriminação sin-
para os trabalhadores urbanos e rurais; dical em relação a seus servidores e empregados, bem como influ-
II - irredutibilidade de vencimentos e salários; ência nas respectivas organizações.
III - vencimento básico inicial não inferior ao salário profissional Art. 32Aos servidores da administração direta e indireta que
estabelecido em legislação federal para a respectiva categoria;(In- concorram a cargos eletivos, inclusive no caso previsto no art. 24 e
ciso declarado inconstitucional - Tribunal de Justiça/RS – Acórdão no de mandato sindical, é garantida a estabilidade a partir da data
de 20.05.91) do registro do candidato até um ano após o término do mandato,
IV - participação de representante sindical nas comissões de ou até cento e oitenta dias após a publicação dos resultados em
sindicância e inquérito que apurarem falta funcional; caso de não serem eleitos.
V - livre acesso à associação sindical; Parágrafo Único - Enquanto durar o mandato, o órgão empre-
VI - desempenho, com dispensa das atividades funcionais e gador recolherá mensalmente as obrigações sociais e garantirá ao
sem qualquer prejuízo para sua situação funcional ou retribuição servidor ou empregado os serviços médicos e previdenciários dos
pecuniária, de mandato como dirigentes ou representantes eleitos quais era beneficiário antes de se eleger.
do Sindicato dos Municipários, mediante solicitação deste;(Inciso Art. 33O regime jurídico dos servidores da administração cen-
declarado inconstitucional - Tribunal de Justiça/RS – Acórdão de tralizada do Município, das autarquias e fundações por ele institu-
19.11.90) ídas será único e estabelecido em estatuto, através de Lei comple-
VII - licença-maternidade;(Redação acrescida pela Emenda à mentar, observados os princípios e normas da Constituição Federal
Lei Orgânica nº 09/1994, renumerando-se os incisos subsequentes) e desta Lei Orgânica.

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LEGISLAÇÃO

Art. 34Fixada a isonomia de vencimentos, será vedado conce- II - por incapacidade permanente para o trabalho no cargo em
der aumento ou reajuste de vencimentos ou realizar reclassifica- que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
ções que privilegiem categorias funcionais em preterição de outras, em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
devendo as correções ou ajustes, sempre que necessários, em ra- verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
zão das condições da execução do trabalho, ser feitos quando da são da aposentadoria, na forma de lei complementar; ou
revisão geral do sistema. III - compulsoriamente, nos termos do disposto no inc. II do §
Art. 35Os acréscimos remuneratórios por tempo de serviço 1º do art. 40 da Constituição Federal de 1988 e na forma de lei com-
incidirão sobre a remuneração integral dos servidores municipais, plementar. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº47/2021)
exceto funções gratificadas e cargos em comissão não incorpora- Art. 43-AOs servidores públicos com direito a aposentadoria
dos.(Artigo declarado inconstitucional - Tribunal de Justiça/RS – por idade mínima ou por tempo de contribuição distintos da regra
Acórdão de 12.09.94)(Vide Arguição de Inconstitucionalidade nº geral para sua concessão poderão aposentar-se quando observados
595001587) os seguintes requisitos:
Art. 36Os vencimentos e vantagens dos cargos e funções de I - para o titular do cargo de professor, 60 (sessenta) anos de
atribuições iguais do Poder Legislativo não poderão ser superiores idade, se homem, e 57 (cinquenta e sete) anos, se mulher, com
aos pagos pelo Poder Executivo. 25 (vinte e cinco) anos de contribuição exclusivamente em efetivo
Art. 37Fica vedada, no Município, a instituição de gratificações, exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensi-
bonificações ou prêmios aos servidores a título de retribuição por no fundamental e médio, 10 (dez) anos de efetivo exercício de ser-
execução de tarefa que constitua atribuição de cargos ou funções. viço público e5(cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a
Parágrafo Único - A Lei assegurará, ao servidor que, por um aposentadoria, para ambos os sexos.
qüinqüênio completo, não houver interrompido a prestação de II - para o servidor público cujas atividades sejam exercidas
serviços ao Município e revelar assiduidade, licença-prêmio de três com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos pre-
meses, que poderá ser gozada, contada em dobro como tempo de judiciais à saúde, ou a associação desses agentes, vedada a carac-
serviço ou convertida em pecúnia.(Expressão “ou convertida em terização por categoria profissional ou ocupação, nos termos de lei
pecúnia” declarada inconstitucional - Tribunal de Justiça/RS – Acór- complementar, 60 (sessenta) anos de idade, com 25 (vinte e cinco)
dão de 19.11.90. ADIn nº 590034336) anos de efetiva exposição e contribuição, 10 (dez) anos de efetivo
Art. 38Os servidores somente serão indicados a participar em exercício de serviço público e5(cinco) anos no cargo efetivo em que
cursos de especialização ou capacitação técnica profissional custe- for concedida a aposentadoria;(Redação dada pela Emenda à Lei
ados pelo Município quando houver correlação entre o conteúdo Orgânica nº48/2022)
programático de tais cursos com as atribuições do cargo exercido III - para a pessoa com deficiência, desde que cumpridos o tem-
ou outro integrante da mesma carreira, além de conveniência para po mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e
o serviço. de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposenta-
§ 1º Quando sem ônus para o Município, o servidor interessado doria, na forma da Lei Complementar Federal nº 142, de 14 de maio
requererá liberação. de 2013, inclusive quanto aos critérios de cálculo dos benefícios,
§ 2º Não será pontuado título de curso que não guarde correla- até a edição de lei complementar específica. (Redação acrescida
ção com as atribuições do cargo. pela Emenda à Lei Orgânica nº47/2021)
Art. 39O pagamento mensal da retribuição dos servidores, dos Art. 43-BO servidor que tenha ingressado no serviço público
proventos e das pensões será realizado até o último dia útil do mês em cargo efetivo até a data de publicação deste artigo poderá apo-
a que corresponder. sentar-se voluntariamente quando preencher, cumulativamente, os
Art. 40O décimo-terceiro salário, estipêndio, provento e pen- seguintes requisitos:
são serão pagos até o dia 20 de dezembro, facultada a antecipação, I - 56 (cinquenta e seis) anos de idade, se mulher, e 61 (sessenta
na forma da lei. e um) anos de idade, se homem, observado o disposto no § 1º deste
Art. 41As obrigações pecuniárias do Município para com seus artigo;
servidores e pensionistas não cumpridas até o último dia do mês II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e35(trinta e cin-
da aquisição do direito serão liquidadas com correção pelos índices co) anos de contribuição, se homem;
que forem aplicáveis para a revisão geral da remuneração dos servi- III - 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público;
dores municipais, sem prejuízo da responsabilidade administrativa IV - 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se der a aposenta-
e penal da autoridade que dê motivo ao atraso. doria; e
Art. 42O tempo de serviço público federal, estadual e municipal V - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas
prestado à administração pública direta e indireta será contado in- as frações, equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos, se mulher, e 96
tegralmente para fins de aposentadoria e disponibilidade. (noventa e seis) pontos, se homem, observado o disposto nos §§ 2º,
Art. 43.O servidor vinculado ao Regime Próprio de Previdência 3º e4º deste artigo.
Social do Município de Porto Alegre será aposentado: § 1º A partir de 1º de janeiro de 2022, a idade mínima a que
I - voluntariamente, quando observados, cumulativamente, os se refere o inc. I do caput deste artigo será de 57 (cinquenta e sete)
seguintes requisitos: anos de idade, se mulher, e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se
a) 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta homem.
e cinco) anos de idade, se homem; e § 2º A partir de 1º de janeiro de 2022, a pontuação a que se
b) 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que cumprido refere o inc. V do caput deste artigo será acrescida de 1 (um) ponto
o tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço a cada ano, até atingir o limite de 100 (cem) pontos, se mulher, e de
público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida 105 (cento e cinco) pontos, se homem, observado o disposto no §
a aposentadoria; 3º deste artigo.

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LEGISLAÇÃO

§ 3º Ao servidor que tenha ingressado no serviço público até 31 § 9º Poderão ser excluídas da média referida no inc. II do § 8º
de dezembro de 2003 e que possua, no mínimo, 15 (quinze) anos deste artigo e no inc. II do § 2º do art. 43-C desta Lei Orgânica as
na carreira municipal a qual pertence por ocasião da aposentadoria, contribuições que resultem em redução do valor do benefício, des-
a pontuação de que trata o § 2º deste artigo é limitada em 95 (no- de que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada
venta e cinco) pontos, se mulher, e 100 (cem) pontos, se homem. a utilização do tempo excluído para qualquer finalidade, inclusive
§ 4º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para a averbação em outro regime previdenciário ou para a obten-
para o cálculo do somatório de pontos a que se referem o inc. V do ção dos proventos de inatividade das atividades de que tratam os
caput e os §§ 2º e3º deste artigo. arts. 42 e 142 da Constituição Federal de 1988.
§ 5º Para o titular do cargo de professor que comprovar exclu- § 10 O valor dos proventos das aposentadorias concedidas nos
sivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na termos do disposto neste artigo não será inferior ao valor a que
educação infantil e no ensino fundamental e médio, os requisitos se refere o § 2º do art. 201 da Constituição Federal de 1988 e será
de idade e de tempo de contribuição de que tratam os incisos I e II reajustado:
do caput deste artigo serão: I - de acordo com o disposto no art. 7º da Emenda Constitucio-
I - 51 (cinquenta e um) anos de idade, se mulher, e 56 (cinquen- nal nº41, de 19 de dezembro de 2003, na hipótese prevista no inc.
ta e seis) anos de idade, se homem; I do § 8º deste artigo;(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
II - 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, se mulher, e30(trin- nº48/2022)
ta) anos de contribuição, se homem; e II - nos termos estabelecidos para o Regime Geral de Previdên-
III - 52 (cinquenta e dois) anos de idade, se mulher, e 57 (cin- cia Social, nas hipóteses previstas nos incs. II e III do § 8º deste ar-
quenta e sete) anos de idade, se homem, a partir de 1º de janeiro tigo. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº47/2021)
de 2022. Art. 43-CO servidor que tenha ingressado no serviço público
§ 6º O somatório da idade e do tempo de contribuição de que em cargo efetivo até a data de publicação deste artigo poderá apo-
trata o inc. V do caput deste artigo para as pessoas a que se refere sentar-se voluntariamente quando preencher, cumulativamente, os
seu § 5º, incluídas as frações, será de 81 (oitenta e um) pontos, se seguintes requisitos:
mulher, e 91 (noventa e um) pontos, se homem, aos quais serão I - 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessen-
acrescidos, a partir de 1º de janeiro de 2022, 1 (um) ponto a cada ta) anos de idade, se homem;
ano, até atingir o limite de 92 (noventa e dois) pontos, se mulher, II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e35(trinta e cin-
e de 100 (cem) pontos, se homem, observado o disposto no § 7º co) anos de contribuição, se homem;
deste artigo. III - 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço público e5(-
§ 7º Ao servidor a que se refere o § 5º deste artigo que tenha cinco) anos no cargo efetivo em que se der a aposentadoria; e
ingressado no serviço público até 31 de dezembro de 2003 e que IV - período adicional de contribuição equivalente ao resultado
possua, no mínimo, 15 (quinze) anos na carreira municipal de pro- de percentual aplicado sobre o tempo que, na data de publicação
fessor, a pontuação de que trata o § 6º deste artigo é limitada em deste artigo, faltaria para atingir o tempo mínimo de contribuição
87 (oitenta e sete) pontos, se mulher, e 95 (noventa e cinco) pontos, referido no inc. II do caput deste artigo, conforme segue:
se homem. a) 50% (cinquenta por cento) se o tempo faltante for, no máxi-
§ 8º Os proventos das aposentadorias concedidas nos termos mo, 5 (cinco) anos;
do disposto neste artigo corresponderão: b) 70% (setenta por cento) se o tempo faltante for acima de 5
I - à totalidade da remuneração do servidor público no cargo (cinco) anos e, no máximo, 8
efetivo em que se der a aposentadoria para o servidor público que (oito) anos; e
tenha ingressado no serviço público em cargo efetivo até 31 de de- c) 100% (cem por cento) se o tempo faltante for acima de 8
zembro de 2003 e que não tenha feito a opção de que trata o § 16 (oito) anos.
do art. 40 da Constituição Federal, desde que tenha, no mínimo, 15 § 1º Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de
(quinze) anos na carreira à qual pertence por ocasião da aposenta- efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e
doria e 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 62 (sessen- no ensino fundamental e médio serão reduzidos, para ambos os
ta e dois) anos de idade, se homem, ou, para os titulares do cargo sexos, os requisitos de idade e de tempo de contribuição em 5 (cin-
de professor de que trata o § 5º deste artigo, 52 (cinquenta e dois) co) anos.
anos de idade, se mulher, e 57 (cinquenta e sete) anos de idade, § 2º O valor das aposentadorias concedidas nos termos do dis-
se homem; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº48/2022) posto neste artigo corresponderá:
II - à integralidade da média aritmética simples corresponden- I - à totalidade da remuneração do servidor público no cargo
te a 90% (noventa por cento) das maiores remunerações utilizadas efetivo em que se der a aposentadoria para o servidor público que
como base para as contribuições do servidor aos regimes de previ- tenha ingressado no serviço público em cargo efetivo até 31 de de-
dência a que esteve vinculado, desde a competência julho de 1994 zembro de 2003 e que não tenha feito a opção de que trata o § 16
ou, se posterior àquela competência, desde a do início da contri- do art. 40 da Constituição Federal;(Redação dada pela Emenda à Lei
buição, para o servidor que tenha ingressado no serviço público em Orgânica nº48/2022)
cargo efetivo até a data de publicação deste artigo e que tenha, no II - à integralidade da média aritmética simples corresponden-
mínimo, 15 (quinze) anos na carreira a qual pertence por ocasião da te a 90% (noventa por cento) das maiores remunerações utilizadas
aposentadoria; ou como base para as contribuições do servidor aos regimes de previ-
III - ao valor apurado na forma de lei complementar, para o ser- dência a que esteve vinculado, desde a competência julho de 1994,
vidor público não contemplado nos incs. I e II deste parágrafo. ou, se posterior àquela competência, desde a do início da contri-

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LEGISLAÇÃO

buição, para o servidor que tenha ingressado no serviço público em Art. 44O professor ou professora que trabalhe no atendimento
cargo efetivo até a data de publicação deste artigo e que tenha, no de excepcionais poderá, a pedido, após vinte anos de efetivo exer-
mínimo, 15 (quinze) anos na carreira à qual pertence por ocasião da cício em regência de classe, completar seu tempo de serviço em
aposentadoria; ou outras atividades pedagógicas no ensino público municipal, as quais
III - ao valor apurado e com reajuste na forma de lei comple- serão consideradas como de efetiva regência.
mentar para o servidor público não contemplado nos incs. I e II des- Art. 45Decorridos trinta dias da data em que tiver sido proto-
te parágrafo. colado o requerimento da aposentadoria, o servidor público será
§ 3º O previsto no inc. IV do caput deste artigo não se aplica aos considerado em licença especial, podendo afastar-se do serviço,
servidores que na, data de publicação deste artigo, tenham cumpri- salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.
do o requisito do inc. II do caput deste artigo. Parágrafo Único - No período de licença de que trata este ar-
§ 4º O período adicional a que se refere o inc. IV do caput deste tigo, o servidor terá direito à totalidade da remuneração, compu-
artigo limita-se à data em que o servidor completar 62 (sessenta tando-se o tempo como de efetivo exercício para todos os efeitos
e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de legais.
idade, se homem, ou, para os titulares do cargo de professor, 57 Art. 46Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conse-
(cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60 (sessenta) anos de lhos de empresas fornecedoras ou prestadoras de serviços ou que
idade, se homem, se atendidos também os requisitos dos incs. II e realizem qualquer contrato com o Município.
III do caput deste artigo, bem como observado o disposto em seu § Art. 47É assegurado aos servidores municipais da administra-
1º(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº48/2022) ção direta e indireta o atendimento gratuito de seus filhos de zero a
§ 5º Para o servidor que ingressou no serviço público até 16 de seis anos de idade em creches e pré-escolas, na forma da lei.
dezembro de 1998, as idades previstas no inc. I do caput, observa- Art. 48A previdência será assegurada mediante contribuição do
do o § 1º, deste artigo, serão reduzidas, considerado o limite de 2 Município e de seus servidores, nos termos da lei.
(dois) anos, na mesma proporção do tempo de contribuição, apu- Parágrafo Único - A direção da entidade de previdência será
rado em dias, que superar o previsto no inc. II do caput, observado composta integralmente por representantes eleitos diretamente
o § 1º, deste artigo, desde que atendidos também os requisitos dos pelos servidores municipais, cabendo ao Município prover o órgão
incs. III e IV do caput deste artigo e que tenha, no mínimo, 15 (quin- de fiscalização.
ze) anos na carreira à qual pertence por ocasião da aposentadoria. Art. 49O Município manterá entidades de assistência à saúde e
§ 6º O valor das aposentadorias concedidas nos termos do dis- previdência para seus servidores e dependentes.
posto neste artigo não será inferior ao valor a que se refere o § 2º
do art. 201 da Constituição Federal de 1988 e será reajustado: TÍTULO IV
I - de acordo com o disposto no art. 7º da Emenda Constitu- DA ORDEM SOCIAL E CIDADANIA
cional nº41, de 2003, na hipótese prevista no inc. I do § 2º deste
artigo; e CAPÍTULO I
II - nos termos estabelecidos para o Regime Geral de Previdên- DOS DIREITOS E GARANTIAS DOS MUNÍCIPES E DO EXERCÍ-
cia Social, na hipótese prevista nos incs. II e III do § 2º deste artigo. CIO DA CIDADANIA
(Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº47/2021)
Art. 43-DAté que entre em vigor a lei de que trata o § 19 do art. SEÇÃO I
40 da Constituição Federal de 1988, o servidor titular de cargo efeti- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
vo que tenha completado as exigências para a aposentadoria volun-
tária e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono Art. 147O Município deve promover, nos termos das Constitui-
de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previden- ções Federal e Estadual, e da Lei Orgânica, o direito à cidadania,
ciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, ao usufruto dos bens
Parágrafo único. Poderá ser instituído, ainda, pelo Executivo culturais, à segurança, à previdência social, à proteção da materni-
Municipal, programa de benefícios, pecuniários ou não, com o obje- dade e da infância, à assistência aos desamparados, ao transporte,
tivo de manter na ativa servidores que já tenham implementado os à habitação e ao meio ambiente equilibrado.
requisitos para sua aposentadoria. (Redação acrescida pela Emenda Art. 148O Município não embaraçará o funcionamento de cul-
à Lei Orgânica nº47/2021) tos, igrejas e o exercício do direito de manifestação cultural coletiva.
Art. 43-EObservadas as disposições desta Lei Orgânica, as re- Art. 149Os munícipes têm direito de apresentar, na forma da
gras para cálculo dos proventos de aposentadoria serão disciplina- lei, sugestões, reclamações, denúncias ou outros tipos de manifes-
das em lei complementar. (Redação acrescida pela Emenda à Lei tação referentes a quaisquer órgãos da administração direta e indi-
Orgânica nº47/2021) reta do Município, objetivando-lhes o melhor funcionamento.
Art. 43-FPara fins de implemento do tempo na carreira previsto Art. 150Sofrerão penalidades de multa até cassação do alvará
nas regras de transição dispostas nos arts.43-B e43-C desta Lei Or- de instalação e funcionamento os estabelecimentos de pessoas fí-
gânica, é computado integralmente o tempo de exercício no cargo sicas ou jurídicas que, no território do Município, pratiquem ato de
em que se der a aposentadoria. discriminação racial; de gênero; por orientação sexual, étnica ou re-
Parágrafo único. Na hipótese de modificações na nomenclatura ligiosa; em razão de nascimento; de idade; de estado civil; de traba-
do cargo, em face de reestruturação, aproveitamento ou progres- lho rural ou urbano; de filosofia ou convicção política; de deficiência
são, fica assegurado o cômputo integral do tempo anterior exercido física, imunológica, sensorial ou mental; de cumprimento de pena;
no cargo objeto dasalterações. (Redação acrescida pela Emenda à cor ou em razão de qualquer particularidade ou condição.(Redação
Lei Orgânica nº48/2022) dada pela Emenda à Lei Orgânica nº08/1994)

166
LEGISLAÇÃO

Art. 151O Município, juntamente com órgãos e instituições es- SEÇÃO III
taduais e federais, criará mecanismos para coibir a violência domés- DA SEGURANÇA
tica, instituindo serviços de apoio integral às mulheres e crianças
vítimas dessa violência. Art. 156A sociedade participará de conselho próprio para enca-
Art. 151-AO Executivo Municipal, anualmente, na primeira minhamento e solução dos problemas atinentes à segurança públi-
quinzena do mês de março, prestará contas à Câmara Municipal ca, na forma da lei.
acerca das ações e dos programas desenvolvidos no exercício ante-
rior relacionados à: SEÇÃO IV
I - proteção de mulheres e de crianças vítimas de violência; DA SAÚDE
II - prevenção e ao combate à violência contra a mulher; e
III - promoção dos direitos da mulher. Art. 157A saúde é direito de todos e dever do Poder Público,
Parágrafo Único - Na prestação de contas referida no caput cabendo ao Município, com a cooperação da União e do Estado,
deste artigo, serão discriminados, para cada ação e para cada pro- prover as condições indispensáveis a sua promoção, proteção e re-
grama: cuperação.
I - as metas estabelecidas; § 1º O dever do Município de garantir a saúde consiste na for-
II - o orçamento previsto; mulação e na execução de políticas econômicas e sociais que visem
III - a execução orçamentária; e à eliminação dos riscos de doenças e outros agravos, bem como no
IV - o público atingido, quantificado por: estabelecimento de condições específicas que assegurem acesso
a) idade; universal às ações e aos serviços de saúde, os quais deverão ser
b) etnia; e prestados 24 (vinte e quatro) horas por dia, todos os dias, nas uni-
c) localização regional.(Redação acrescida pela Emenda à Lei dades básicas, nas unidades de pronto atendimento, nos centros
Orgânica nº39/2016) de atendimento e nos hospitais.(Redação dada pela Emenda à Lei
Art. 152São direitos constitutivos da cidadania: Orgânica nº42/2016)
I - livre organização política para o exercício da soberania; § 2º O dever do Município não exclui o inerente a cada pessoa,
II - liberdade de expressar e defender, individual ou coletiva- à família e à sociedade, bem como às instituições e empresas, espe-
mente, opiniões e interesses; cialmente as que possam criar riscos e danos à saúde do indivíduo
III - prerrogativa de tornar pública reivindicações mediante or- e da coletividade.
ganização de manifestações populares em logradouros públicos e Art. 158O Município promoverá, em conjunto com a União e
afixação de cartazes e reprodução de “consignas” em locais previa- o Estado:
mente destinados pelo Poder Público; I - condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimen-
IV - prerrogativa de utilização gratuita dos próprios municipais tação, educação, transporte e lazer;
para a realização de assembléias populares. II - respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambien-
tal;
SEÇÃO II III - acesso universal e igualitário dos habitantes do Município
DA DEFESA DO CONSUMIDOR às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde;
IV - acesso à terra e aos meios de produção.
Art. 153O Município promoverá ação sistemática de proteção Art. 159As ações e serviços públicos de saúde e os serviços pri-
ao consumidor, mediante programas específicos. vados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único
Art. 154É dever do Poder Executivo auxiliar na organização de de Saúde são desenvolvidos de acordo com os seguintes princípios
sistemas de abastecimento popular e estimular a criação de estru- e diretrizes:
turas coletivas ou cooperativas de produção, comercialização e con- I - universalidade e eqüidade no acesso aos serviços de saúde,
sumo, prioritariamente nas comunidades carentes do Município. respeitada a autonomia das pessoas e excluídos preconceitos e pri-
Art. 155A política econômica de consumo será planejada e exe- vilégios de qualquer espécie;
cutada pelo Poder Público, com a participação de entidades repre- II - integralidade na prestação das ações preventivas, curativas
sentativas do consumidor e de trabalhadores dos setores de pro- e reabilitadoras, adequadas às diversas realidades epidemiológicas;
dução, industrialização, comercialização, armazenamento, serviços III - integração das ações de saúde individuais, coletivas e de
e transportes, atendendo, especialmente, aos seguintes princípios: saúde do trabalhador;
I - integração em programas estaduais e federais de defesa do IV - direito do indivíduo de obter informações e esclarecimen-
consumidor; tos sobre assuntos pertinentes à promoção, proteção e recupera-
II - favorecimento de meios que possibilitem ao consumidor o ção de sua saúde e da coletividade;
exercício do direito à informação, à escolha e à defesa de seus inte- V - utilização de método epidemiológico como parâmetro no
resses econômicos; estabelecimento de prioridades, na orientação programática e na
III - prestação, atendimento e orientação ao consumidor, atra- alocação de recursos;
vés do órgão de execução especializado. VI - integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio
ambiente e saneamento básico;
VII - descentralização político-administrativa da gestão dos ser-
viços, assegurada ampla participação da população;
VIII - fomento à pesquisa, ao ensino e ao aprimoramento cien-
tífico, tecnológico e de recursos humanos no desenvolvimento da
área de saúde.

167
LEGISLAÇÃO

Art. 160As ações e serviços de saúde são de relevância pública, XIV - complementação das normas concernentes às relações
cabendo ao Município sua normatização e controle, devendo a exe- com o setor privado e com serviços públicos, e à celebração de con-
cução ser feita, preferencialmente, através de serviços públicos e, tratos e convênios com serviços privados e públicos;
suplementarmente, através de serviços de terceiros. XV - organização da assistência à saúde, com alocação de re-
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma suple- cursos técnicos e práticas de saúde adequados à realidade epide-
mentar do Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, me- miológica local, observados os princípios de regionalização e hie-
diante contrato de direito público, tendo preferência as entidades rarquização;
filantrópicas e as sem fins lucrativos. XVI - estabelecimento de normas, critérios e padrões de coleta,
§ 2º É vedada a cobrança ao usuário pela prestação de serviços processamento, armazenamento e transfusão de sangue humano
de assistência à saúde mantidos pelo Município ou de serviços con- e seus derivados, garantindo a qualidade destes produtos durante
tratados ou conveniados pelo Sistema Único de Saúde. todo o processo, vedado qualquer tipo de comercialização, estimu-
§ 3º As instituições privadas de saúde ficarão sob controle do lando a doação e propiciando informações e acompanhamento aos
Poder Público, nas questões de controle de qualidade e de informa- doadores;
ção, e de registros de atendimento, conforme os códigos sanitários XVII - estímulo à formação da consciência pública voltada à pre-
nacional, estadual e municipal, e as normas do Sistema Único de servação da saúde e do meio ambiente.
Saúde. XVIII - controle e fiscalização de qualquer atividade e serviço
§ 4º A instalação de quaisquer novos serviços públicos de saúde que envolvam risco à saúde, à segurança ou ao bem-estar físico e
deve ser discutida e aprovada no âmbito do Sistema Único de Saúde psíquico do indivíduo e da coletividade, bem como ao ambiente na-
e do Conselho Municipal de Saúde, levando-se em consideração a tural;
demanda, cobertura, distribuição geográfica, grau de complexidade XIX - regulamentação, controle e fiscalização dos serviços públi-
e articulação do sistema. cos e suplementares de saúde e serviço social;
Art. 161São competências do Município, no âmbito de sua es- XX - acompanhamento, avaliação e divulgação dos indicadores
fera de ação, exercidas com a cooperação da União e do Estado, por de saúde;
meio de órgão próprio: XXI - desenvolvimento de ações específicas de prevenção e
I - direção do Sistema Único de Saúde no Município; manutenção de serviços públicos de atendimento especializado e
II - prestação de serviços de atendimento à saúde da popula- gratuito para crianças, adolescentes e idosos, portadores de defici-
ção; ência física, mental, sensorial ou múltipla;
III - formulação e implantação da política de recursos huma- XXII - colaboração na vigilância sanitária de portos e aeropor-
nos na área da saúde, na esfera municipal, de acordo com a política tos.
nacional e estadual de recursos humanos em saúde, e observados Art. 162Fica expressamente vedada, nos serviços de saúde,
os princípios de isonomia, incentivo à dedicação exclusiva e tempo no âmbito do Município, qualquer experimentação de substâncias,
integral, piso salarial nacional e admissão somente através de con- drogas ou meios anticoncepcionais que atentem contra a saúde,
curso público; não sejam de pleno conhecimento dos usuários nem sofram a fis-
IV - elaboração e atualização do plano municipal de saúde; calização do Poder Executivo e dos órgãos representativos da po-
V - administração do Fundo Municipal de Saúde; pulação.
VI - compatibilização e complementação das normas técnicas Art. 163Será garantido pelo Município, através de sua rede de
do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde; saúde pública ou em convênio com o Estado e a União, o atendi-
VII - planejamento e execução das ações de: mento à prática de abortamento legalmente previsto pela legisla-
a) controle das condições e dos ambientes de trabalho, e dos ção federal.
problemas de saúde com eles relacionados; Parágrafo Único - O atendimento será realizado de acordo com
b) vigilância sanitária e epidemiológica, e de saúde do traba- os procedimentos médico-hospitalares exigidos para o caso, sem
lhador; qualquer tipo de discriminação.
c) controle do meio ambiente e do saneamento básico, em ar- Art. 164O Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município,
ticulação com os demais órgãos governamentais e Municípios da será financiado com recursos orçamentários do Município, do Esta-
Região; do, da União, da seguridade social, além dos provenientes de outras
VIII - elaboração e atualização da proposta orçamentária do Sis- fontes.
tema Único de Saúde no Município; § 1º O conjunto dos recursos destinados às ações e serviços
IX - implementação do sistema de informações de saúde; de saúde no Município constitui o Fundo Municipal de Saúde, na
X - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços forma da lei.
de saúde e sua utilização pelo usuário; § 2º O montante das despesas com saúde não será inferior a
XI - fornecimento de recursos educacionais que assegurem o treze por cento das despesas globais do orçamento anual do Mu-
exercício do direito ao planejamento familiar, facilitando o acesso à nicípio, excluídas do cálculo as transferências da União e do Estado
informação e a métodos contraceptivos, bem como a livre decisão referentes ao Sistema Único de Saúde.
da mulher, do homem ou do casal tanto para exercer a procriação Art. 165Na gestão do Sistema Único de Saúde, o gerenciamen-
como para evitá-la; to dos serviços de saúde deve seguir critérios de compromisso com
XII - normatização e execução da política nacional de insumos e o caráter público desses serviços e da eficácia em seu desempenho.
equipamentos para a saúde; § 1º A avaliação será feita pelos órgãos colegiados deliberati-
XIII - execução dos programas e projetos estratégicos para o vos.
atendimento das prioridades nacionais, estaduais e municipais,
bem como de situações emergenciais;

168
LEGISLAÇÃO

§ 2º Aos proprietários, administradores e dirigentes de entida- IV - obrigatoriedade de quadro técnico responsável em todos
des ou serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou os órgãos com atuação nesses programas e estabelecimento de
função de confiança no Sistema Único de Saúde. convênios com entidade estadual para prestação de serviço técnico
Art. 166O Município poderá realizar convênios com instituições especializado, de forma itinerante, às crianças portadoras de defi-
de ensino para participação dos alunos destas em atividades curri- ciências;
culares e extracurriculares, visando à prestação de assistência pre- V - atenção especial às crianças e adolescentes em estado de
ventiva e curativa à população, conforme dispuser a lei. miserabilidade, explorados sexualmente, doentes mentais, órfãos,
Art. 167O órgão que integrar o Sistema Único de Saúde em abandonados e vítimas de violência.
nível municipal deverá criar setor específico para tratar da saúde Art. 174Compete à política municipal de assistência:
ocupacional dos trabalhadores, responsável pelo cadastramento e I - dar prioridade às pessoas com menos de quatorze e mais de
fiscalização de instalações comerciais, industriais e de serviços que sessenta anos em todos os programas de natureza social;
envolvam risco à saúde ocupacional do trabalhador, conforme regu- II - garantir a assistência à criança e ao adolescente abando-
lamentação da Lei municipal. nados, proporcionando os meios adequados a sua manutenção,
Art. 168Ao Município, na forma da lei, compete supletivamen- educação, encaminhamento a emprego e integração na sociedade;
te estabelecer condições que estimulem a doação de órgãos, te- III - estabelecer programas de assistência aos idosos portado-
cidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e res, ou não, de deficiência, com o objetivo de proporcionar-lhes se-
tratamento, vedada sua comercialização. gurança econômica, defesa da dignidade e bem-estar, prevenção de
doenças e integração e participação ativa na comunidade;
SEÇÃO V IV - manter casas-albergues para idosos, mendigos, crianças
DA ASSISTÊNCIA E AÇÃO COMUNITÁRIAS e adolescentes abandonados, portadores, ou não, de deficiências,
sem lar ou família, aos quais se darão as condições de bem-estar e
Art. 169A assistência social, enquanto direito do cidadão e de- dignidade humana;
ver do Estado, é a política social que provê, a quem necessitar, be- V - estimular a criação de centros e grupos de convivência de
nefícios e serviços para o acesso a renda mínima e o atendimento idosos junto às comunidades, buscando, para isso, apoio das enti-
das necessidades humanas básicas historicamente determinadas. dades organizadas;
Art. 170É beneficiário da assistência social todo cidadão em VI - estimular opções de participação do idoso no mercado de
situação de incapacidade ou impedimento permanente ou tempo- trabalho.
rário, por razões sociais, pessoais ou de calamidade pública, de pro- Art. 175O órgão colegiado municipal encarregado da política
ver para si e sua família ou de ter por ela provido o acesso a renda de combate ao uso de entorpecentes, com estrutura, composição e
mínima e aos serviços sociais básicos. dotação orçamentária definidas em lei, tem por objetivo formular
Art. 171Compete ao Município: as diretrizes da educação preventiva e a assistência e recuperação
I - formular a política de assistência social em articulação com a dos dependentes de substâncias entorpecentes ou que determi-
política nacional e estadual, resguardadas as especificidades locais; nem dependência física ou psíquica.
II - coordenar e executar os programas de assistência social,
através de órgão específico, a partir da realidade e das reivindica- SEÇÃO VI
ções da população; DA EDUCAÇÃO
III - legislar e estabelecer normas sobre matérias de natureza
financeira, política e programática da área de assistência social; Art. 176A educação, direito de todos e dever do Estado, da fa-
IV - planejar, coordenar, executar, controlar, fiscalizar e avaliar a mília e da sociedade, terá por base os princípios da democracia e
prestação de serviços e benefícios; da justiça social, da liberdade de expressão, da solidariedade e do
V - gerir os recursos orçamentários próprios, bem como aque- respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, pautar-se-á no
les repassados por outra esfera de governo para a área de assistên- trabalho como fundamento da existência social, dignidade e bem-
cia social, respeitados os dispositivos legais vigentes; -estar universais, e visará aos seguintes fins:
VI - instituir mecanismos de participação popular que propi- I - o exercício de uma cidadania comprometida com a transfor-
ciem a definição das prioridades e a fiscalização e o controle das mação social livre de qualquer preconceito e discriminação, contrá-
ações desenvolvidas na área de assistência social. ria a todas as formas de exploração, opressão e desrespeito aos ou-
Art. 172Os investimentos na área de assistência social serão, tros homens, à natureza e ao patrimônio cultural da humanidade;
prioritariamente, aplicados em programas de cunho coletivo e que II - o preparo do cidadão para a reflexão, a compreensão e a
promovam a emancipação progressiva dos usuários. crítica da realidade social, tendo o trabalho como princípio educa-
Art. 173A política municipal de assistência obedecerá aos se- tivo, mediante o acesso à cultura e aos conhecimentos científicos,
guintes preceitos: tecnológicos e artísticos historicamente acumulados.
I - criação de programas de prevenção e atendimento especia- Art. 177O ensino público municipal será ministrado com base
lizado à criança e ao adolescente; nos seguintes princípios:
II - criação de programas de promoção de integração social, de I - igualdade de condições para o acesso à escola e a perma-
preparo para o trabalho, de acesso facilitado aos bens e serviços e à nência nela;
escola, e de atendimento especializado para crianças e adolescen- II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pen-
tes portadores de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla; samento, a arte e o saber humanos, sem qualquer discriminação à
III - execução de programas que priorizem o atendimento no pessoa;
ambiente familiar e comunitário; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - gratuidade nos estabelecimentos oficiais;

169
LEGISLAÇÃO

V - valorização dos profissionais do ensino; § 2º O Município promoverá, no mínimo trimestralmente,


VI - gestão democrática; transferência de verbas às escolas públicas municipais, garantindo -
VII - garantia de padrão de qualidade; lhes autonomia de gestão financeira, por meio de sua competência
VIII - respeito ao conhecimento e à experiência extra-escolar para o ordenamento e a execução de gastos rotineiros de manu-
do aluno. tenção, custeio e com pequenos investimentos.(Redação dada pela
Art. 178O ensino religioso, de matrícula facultativa constituirá Emenda à Lei Orgânica nº49/2022)
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fun- Art. 183-AOs recursos provenientes da União a título de distri-
damental, sendo oferecido segundo as opções confessionais mani- buição da participação especial e dos royalties decorrentes da ex-
festadas por alunos e ministrado por professores designados pelas ploração de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos,
respectivas igrejas, sem ônus para os cofres públicos. conforme o disposto em legislação específica, serão aplicados na
Art. 179O sistema municipal de ensino compreende as insti- área da educação, no montante de 75% (setenta e cinco por cento),
tuições de educação pré-escolar, as de ensino fundamental e as de e na área da saúde, no montante de 25% (vinte e cinco por cento),
ensino médio mantidas e administradas pelo Município e pelos ór- somando-se aos recursos vinculados nos termos do disposto no
gãos e serviços municipais de caráter normativo e de apoio técnico. caput do art. 183 desta Lei Orgânica.(Redação acrescida pela Emen-
§ 1º O Município atuará prioritariamente na educação pré-es- da à Lei Orgânica nº38/2016)
colar e no ensino fundamental, atendendo a demanda dentro de Parágrafo único. Na aplicação dos recursos referidos no caput
suas condições orçamentárias. deste artigo, serão implementadas ações articuladas com as áreas
§ 2º As escolas municipais deverão ser providas de meios para de desporto e cultura.(Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgâ-
que, progressivamente, funcionem em turno integral, consideradas nica nº38/2016)
as condições necessárias ao desenvolvimento do processo educa- Art. 184A quota municipal do salário-educação ficará em conta
cional.(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº40/2016) especial, sob administração direta do órgão responsável pela edu-
§ 3º O Município participará, em conjunto com o Estado e a cação.
União, de programas de alfabetização e universalização do ensino Art. 185É vedada às direções, aos conselhos de pais e mestres
fundamental, e no atendimento aos portadores de deficiência físi- e aos conselhos escolares de escolas públicas municipais a cobrança
ca, sensorial e mental, e aos superdotados. de taxas e contribuições para manutenção e conservação das esco-
§ 4º As escolas públicas municipais somente poderão reprovar las.
aluno em nível de alfabetização, até a segunda série do primeiro Art. 186O Município complementará o ensino fundamental mi-
grau, após análise e avaliação pelo corpo docente e direção, prece- nistrado nas escolas municipais com programas permanentes e gra-
dida de parecer do Serviço de Orientação Educacional. tuitos de transporte, alimentação, assistência à saúde, atividades
Art. 180A Lei estabelecerá plano municipal de educação, de culturais e esportivas, e materiais didáticos.
duração plurianual, em consonância com os planos nacional e es- Parágrafo Único - Os programas de que trata o “caput” deste
tadual de educação, visando à articulação e ao desenvolvimento do artigo serão mantidos com recursos financeiros específicos que não
ensino nos diversos níveis, e à integração das ações desenvolvidas os destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino e serão
pelo Poder Público que conduzam à: desenvolvidos com recursos dos respectivos órgãos da administra-
I - alfabetização; ção pública municipal.
II - universalização do atendimento escolar; Art. 187O Município promoverá, em cooperação com a União,
III - melhoria da qualidade do ensino; o Estado e entidades sociais, o atendimento, em creches e pré-es-
IV - formação para o trabalho; colas, às crianças de zero a seis anos portadoras, ou não, de defici-
V - promoção humanística, científica e tecnológica; ências.
VI - prestação de atendimento aos portadores de deficiência, § 1º O Município promoverá anualmente programas orçamen-
superdotados e talentosos. tários de creches públicas e de auxílio às associações de comunida-
Art. 181É assegurado aos pais, professores, alunos e funcioná- des que as mantêm, observados, para a destinação de recursos, os
rios organizarem-se em todos os estabelecimentos de ensino muni- critérios de efetiva carência e a organização coletiva dos responsá-
cipal, através de associações, grêmios e outras formas. veis comunitários.
Parágrafo Único - Será responsabilizada a autoridade educacio- § 2º Nas escolas públicas municipais dar-se-á, obrigatoriamen-
nal que embaraçar ou impedir a organização ou o funcionamento te, atendimento ao pré-escolar.
das entidades referidas neste artigo. § 3º A atividade de implantação, controle e supervisão de cre-
Art. 182As escolas públicas municipais contarão com conselhos ches e pré-escolas fica a cargo dos órgãos responsáveis pela educa-
escolares, constituídos pela direção da escola e representantes dos ção e saúde.
segmentos da comunidade escolar, com funções consultiva, delibe- Art. 188Os serviços de atuação técnico-pedagógica do órgão
rativa e fiscalizadora, na forma da lei. responsável pela educação contarão, em cada área específica, com
Art. 183O Município nunca aplicará menos de trinta por cento um membro eleito pelos professores municipais, sendo que o re-
da receita resultante de impostos, nela compreendida a provenien- gimento eleitoral será definido pela categoria, em conjunto com a
te de transferências da União e do Estado, na manutenção e desen- administração.
volvimento do ensino público municipal. Art. 189Os estabelecimentos de ensino deverão ter um regi-
§ 1º O montante mínimo de doze por cento de todos os recur- mento elaborado pela comunidade escolar, homologado pelo con-
sos destinados à educação será aplicado na educação especial diri- selho da escola e submetido a posterior aprovação do Conselho
gida aos alunos portadores de deficiência física, sensorial, mental Municipal de Educação.
ou múltipla, aos superdotados e aos talentosos. Art. 190O Município promoverá a valorização dos profissionais
da educação, através de plano de carreira que assegure:

170
LEGISLAÇÃO

I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e IV - apoio e incentivo à produção, difusão e circulação dos bens
títulos; culturais;
II - piso salarial profissional; V - acesso ao patrimônio cultural do Município;
III - regime jurídico único; VI - as feiras de artesanato e de artes plásticas, e os espaços de
IV - progressão funcional e salarial; livre expressão artística popular.
V - liberação de tempo para estudo, durante a jornada normal, Art. 196O Município, com a colaboração da comunidade, pro-
no local de trabalho; tegerá o patrimônio cultural e histórico por meio de inventários, re-
VI - aposentadoria voluntária integral nos termos da Constitui- gistros, vigilância, tombamentos, desapropriações e outras formas
ção Federal; de acautelamento e preservação.
VII - remuneração do trabalho noturno superior ao diurno em § 1º O Município complementará o procedimento administrati-
até cem por cento e redução da carga horária regular sem prejuízo vo do tombamento, na forma da lei.
salarial; § 2º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos
VIII - política de incentivos e remuneração adicional de até na forma da lei.
cem por cento para os professores que trabalhem em área de difícil § 3º As instituições públicas municipais ocuparão preferencial-
acesso; mente prédios tombados, desde que não haja ofensa a sua preser-
IX - aperfeiçoamento profissional continuado, com licencia- vação.
mento periódico, sem prejuízo salarial. § 4º Os prédios tombados utilizados em atividades ou serviço
de acesso ao público deverão manter em exposição seu acervo his-
SEÇÃO VII tórico.
DO DESPORTO § 5º O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano disporá, ne-
cessariamente, sobre a proteção do patrimônio histórico e cultural.
Art. 191É dever do Município fomentar e amparar o desporto, (Denominação atual conforme Lei Complementar nº 434/99: Plano
o lazer e a recreação, como direito de todos, mediante: Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental)
I - criação, ampliação, manutenção e conservação das áreas Art. 197As entidades da administração descentralizada do Mu-
esportivas, recreativas e de lazer, e dos espaços de manifestação nicípio sujeitas a tributos federais, quando a Lei facultar a destina-
cultural coletiva, com orientação técnica competente para o desen- ção de parte destes a título de incentivo fiscal, deverão aplicá-los
volvimento dessas atividades e tendo como princípio básico a pre- nas instituições dos diversos segmentos da produção cultural vin-
servação das áreas verdes; culados ao órgão municipal responsável pela cultura, sob pena de
II - garantia do acesso da comunidade às instalações de esporte responsabilidade, sem prejuízo da dotação orçamentária à cultura.
e lazer das escolas públicas municipais, sob orientação de profis- Art. 198O sistema municipal de cultura e lazer visa à integração
sionais habilitados, em horários e dias em que não se prejudique a da política cultural do Município e tem por função:
I - estabelecer diretrizes operacionais e prioridades para o de-
prática pedagógica formal;
senvolvimento cultural do Município;
III - sujeição dos estabelecimentos especializados em ativida-
II - integrar ações governamentais na área das artes e do lazer
des de educação física, esportes e recreação a registro, supervisão
cultural.
e orientação normativa do Município, na forma da lei.
Art. 199Os recursos destinados à cultura serão democratica-
Art. 192As áreas de lazer do Município são intocáveis, não po-
mente aplicados dentro de uma visão social abrangente, valorizan-
dendo ser cedidas, vendidas, emprestadas ou alugadas sob qual-
do as manifestações autênticas de cultura popular, a par da univer-
quer pretexto, ficando proibida sua utilização para outro fim.
salização da cultura erudita.
SEÇÃO VIII SEÇÃO IX
DA CULTURA DA QUESTÃO INDÍGENA(Redação Acrescida Pela Emenda à Lei
Orgânica nº 12/1997)
Art. 193O Município estimulará a cultura em suas múltiplas ma-
nifestações, garantindo o pleno e efetivo exercício dos respectivos Art. 200O Município promoverá e incentivará formas de valo-
direitos, bem como o acesso a suas fontes, apoiando e incentivando rização e proteção da cultura indígena, de suas tradições, dos usos,
a produção, a valorização e a difusão das manifestações culturais, dos costumes e da religiosidade, assegurando-lhes o direito a sua
especialmente as de origem local e as relacionadas aos segmentos autonomia e organização social.
populares. § 1º O Poder Público estabelecerá projetos especiais com vistas
Art. 194O Município criará e apoiará mecanismos de preser- a valorizar a cultura indígena como parte da vida cultural do Muni-
vação dos valores culturais das diversas etnias presentes em Porto cípio.
Alegre, assegurando-lhes também a participação igualitária e plura- § 2º Cabe ao Poder Público e à coletividade apoiar as socieda-
lista nas atividades educacionais. des indígenas na organização de programas de estudos e pesquisas
Art. 195Constituem direitos culturais garantidos pelo Municí- de suas formas de expressão cultural, de acordo com os interesses
pio: dessas sociedades e garantindo-lhes a propriedade do seu patrimô-
I - liberdade de criação e expressão artísticas; nio cultural.
II - acesso à educação artística e ao desenvolvimento da criativi- § 3º Fica vedada, no Município de Porto Alegre, qualquer for-
dade, principalmente nos estabelecimentos de ensino, nas escolas ma de deturpação externa da cultura indígena, violência às comu-
de arte, nos centros culturais e espaços de associações de bairros; nidades ou a seus membros, bem como sua utilização para fins de
III - amplo acesso a todas as formas de expressão cultural; exploração.

171
LEGISLAÇÃO

§ 4º Ficam asseguradas às comunidades indígenas, proteção e I - ser brasileiro;


assistência social, sócio-econômica e de saúde prestadas pelo Po- II - ter dezoito anos de idade;
der Público Municipal, através de políticas públicas adequadas às III - estar quite com as obrigações militares e eleitorais;
suas especificidades culturais. IV - ter boa conduta;
§ 5º O Município garantirá às comunidades indígenas o ensino V - gozar de boa saúde física e mental;
regular, ministrado de forma intercultural e bilíngüe, no dialeto in- VI - ter atendido as condições prescritas para o cargo.
dígena da comunidade e em português, respeitando, valorizando e Art. 9ºPrecederá o ingresso no serviço público municipal a ins-
resgatando seus métodos próprios de aprendizagem de sua língua peção de saúde realizada por órgão competente do Município ou
e tradição cultural. por serviço por ele designado, à exceção dos cargos em comissão,
§ 6º O Município promoverá e valorizará as sociedades indí- que terão trinta (30) dias para realizá-la. (Redação dada pela Lei
genas no sistema público de ensino municipal.(Redação acrescida Complementar nº957/2022)
pela Emenda à Lei Orgânica nº 12/1997, renumerando-se os artigos Parágrafo Único. A inspeção de saúde para ingresso é válida por
subsequentes) noventa dias, podendo ser repetida durante este período, no caso
de candidato julgado temporariamente incapaz.
Art. 10Além da inspeção de saúde será realizado exame psico-
LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL Nº 133, DE 31 DE lógico para ingresso, que terá caráter informativo.
DEZEMBRO DE 1985 - ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS Parágrafo Único. De acordo com a natureza das respectivas
PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE atribuições, serão indicados em lei os cargos para os quais será rea-
lizado exame psicológico para ingresso, em caráter seletivo.

LEI COMPLEMENTAR Nº 133, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1985. TÍTULO II


DO PROVIMENTO, EXERCÍCIO E VACÂNCIA
(Vide Leis nº13032/2022 e nº13.362/2023)
(Regulamentada pelo Decreto nº21.104/2021) CAPITULO I
(Incisos I e II do artigo 121, da Lei Complementar nº 133/85, DO PROVIMENTO
e os artigos 32 e 95, em sua parte final e o parágrafo único da Lei
6309/88, foram declarados inconstitucionais pelo órgão especial do Art. 11O provimento dos cargos efetivos dar-se-á por:
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, conforme Ação Direta de I - nomeação;
Inconstitucionalidade nº 590002317, restando inaplicável o art. 93, II - Promoção, transferência e readaptação, como formas de
da Lei nº 6309/88.) movimentação interna de detentor de cargo efetivo; (Redação dada
pela Lei Complementar nº173/1987)
ESTABELECE O ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS DO III - reintegração, reversão e aproveitamento, como formas de
MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE. retorno ao exercício de cargo.
Parágrafo Único. Para o provimento por nomeação, além dos
O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, faço saber que a requisitos enumerados no artigo 8º, deve o candidato ter obtido
Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei Comple- habilitação em concurso público, cujo prazo de validade não haja
mentar.: expirado.
Art. 12Dentre os candidatos ao provimento dos cargos efetivos,
TÍTULO I em igualdade de condições, terá preferência:
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES I - o já detentor de cargo público municipal;
II - aquele que tiver maior número de filhos;
Art. 1ºEste Estatuto regula o regime jurídico entre o Município III - o casado, desde que o conjugue não exerça atividade re-
e os seus funcionários. munerada;
Art. 2ºFuncionário, para os efeitos deste Estatuto, é a pessoa IV - aquele que tiver encargos de família;
legalmente investida em cargo público municipal. V - o mais idoso.
Art. 3ºCargos públicos municipais são os criados por Lei, em Parágrafo Único. Não serão considerados para os efeitos deste
número certo e com denominação própria, consistindo em conjun- artigo, os filhos maiores não inválidos e os familiares que exerçam
tos de atribuições cometidas a funcionários mediante retribuição atividades remuneradas.
pecuniária padronizada.
Art. 4ºOs cargos públicos municipais são de provimento efetivo CAPITULO II
ou em comissão. DO RECRUTAMENTO E DA SELEÇÃO
Art. 5ºClasse é o agrupamento de cargos da mesma profissão
ou atividade e do mesmo nível de dificuldade. SEÇÃO I
Art. 6ºQuadro é o conjunto de cargos e funções gratificadas. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 7ºA primeira investidura em cargo público municipal será
precedida de concurso público, de provas ou de provas e títulos, Art. 13O recrutamento para cargos de provimento efetivo é
salvo quanto aos cargos em comissão, de livre nomeação e exone- geral quando o chamamento for público, e preferencial quando in-
ração. terno.
Art. 8ºSão requisitos para ingresso no serviço público munici- Art. 14A seleção dos candidatos será realizada:
pal:

172
LEGISLAÇÃO

I - mediante concurso público, nos casos de recrutamento ge- CAPITULO IV


ral, para provimento por nomeação; DA POSSE
II - mediante concurso interno, nos casos de recrutamento pre-
ferencial, para provimento por promoção, observadas as linhas de Art. 22Posse é a aceitação expressa do cargo pelo nomeado.
acesso, fixadas em lei. Art. 23São competentes para dar posse:
I - o Prefeito, aos titulares de postos de sua imediata confiança;
SEÇÃO II II - o órgão de recursos humanos, nos demais casos.
DO CONCURSO PÚBLICO Art. 24A posse processar-se-á mediante assinatura de termo,
podendo ser tomada por procuração.
Art. 15Concurso público é o processo desenvolvido com o obje- Art. 25A autoridade a quem couber dar posse verificará previa-
tivo de selecionar candidatos à nomeação em cargos de provimento mente, sob pena de responsabilidade, se foram satisfeitos os pres-
efetivo, constituindo-se de provas ou de provas e títulos, na forma supostos legais para o provimento.
do regulamento. Art. 26A posse dar-se-á no prazo de até quinze dias contados
Art. 16Os limites de idade para a inscrição em concurso público da data da publicação do ato de nomeação no órgão de divulgação
serão fixados em lei, de acordo com a natureza de cada cargo. oficial.
§ 1º O candidato deverá comprovar ter idade mínima até a data § 1º O prazo para a posse poderá ser prorrogado:
de encerramento das inscrições e não ter ultrapassado a idade li- a) a pedido, por igual período;
mite máxima fixada para o recrutamento, na data de abertura das b) “ex-officio”, quando ocorrer impossibilidade dos órgãos com-
inscrições. (Redação dada pela Lei Complementar nº173/1987) petentes em executar os exames biométricos e psicotécnicos no
§ 2º Não estão sujeitos a limite de idade, para inscrição em con- prazo previsto. (Redação dada pela Lei Complementar nº173/1987)
curso, os funcionários detentores de cargo de provimento efetivo § 2º Se a posse não se der dentro do prazo, a nomeação será
do Município, salvo as exceções previstas em lei. tornada sem efeito. (Parágrafo Único transformado em § 2º pela Lei
§ 3º Nos casos de acumulação de cargos deverão sempre ser Complementar nº173/1987)
observados os limites de idade fixados em lei.
Art. 17O prazo de validade do concurso público será de dois CAPITULO V
anos, contados da data da sua homologação. DA LOTAÇÃO
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo poderá ser
prorrogado até igual período, mediante decreto. Art. 27Lotação, observados os limites numéricos fixados, é a
distribuição dos funcionários nas Repartições em que devam ter
SEÇÃO III exercício.(Regulamentado pelo Decreto nº18.393/2012)
DO CONCURSO INTERNO § 1º A indicação da repartição atenderá, sempre que possível,
à relação entre as características demonstradas pelo funcionário, as
Art. 18O concurso interno tem por objetivo selecionar funcio- atribuições do cargo e as atividades do órgão.
nários estáveis para provimento de cargo por promoção e será rea- § 2º Tanto a lotação como a relotação poderão ser feitas, a pe-
lizado na forma da lei, constando de: dido ou “ex-officio”, no interesse da Administração.
I - curso de treinamento com aproveitamento ou prova objetiva § 3º A lotação, no caso de nomeação em cargo em comissão ou
de serviço; designação para função gratificada, será compreendida no próprio
II - títulos, conforme a natureza do cargo. ato.
Parágrafo Único. Aberta inscrição para concurso interno, senão
houver candidato, ou se os inscritos não lograrem aprovação em CAPITULO VI
número suficiente para provimento das vagas, recorrer-se-á ao re- DO EXERCÍCIO
crutamento geral.
Art. 19Ao concurso aplicam-se, no que couberem, as normas Art. 28Exercício é o desempenho das atribuições do cargo pelo
estabelecidas para o concurso público. funcionário nele provido.
Art. 29O exercício terá início no prazo de até cinco dias conta-
CAPÍTULO III dos da data da posse.
DA NOMEAÇÃO § 1º Se o empossado não entrar em exercício dentro do prazo,
será tornado sem efeito o ato de nomeação.
Art. 20Nomeação é o ato de investidura em cargo de provimen- § 2º A promoção, a transferência e a readaptação não in-
to efetivo ou em comissão, de acordo com a forma indicada em lei. terrompem o exercício. (Redação dada pela Lei Complementar
Parágrafo Único. Do ato de nomeação em caráter efetivo, cons- nº173/1987)
tará a expressão “para cumprir estágio probatório”, exceto quando § 3º Nos casos de reintegração, reversão e aproveitamento, o
se tratar de funcionário estável do Município. prazo referido neste artigo será contado da data da publicação do
Art. 21A nomeação em caráter efetivo obedecerá à ordem de ato.
classificação dos candidatos. Art. 30O início do exercício e as alterações que nele ocorram
serão comunicados ao órgão de recursos humanos, que os regis-
trará.
Parágrafo Único. A efetividade do funcionário será comunicada
mensalmente e por escrito.

173
LEGISLAÇÃO

Art. 31O funcionário que, por prescrição legal ou regulamentar, c) para o exercício de postos de confiança na forma do inciso
deva prestar caução como garantia, não poderá entrar em exercício VII do artigo 76;
sem a prévia satisfação dessa exigência. d) para o desempenho de mandato eletivo nos termos do in-
§ 1º A caução poderá ser feita por uma das modalidades se- ciso VIII do artigo 76. (Redação acrescida pela Lei Complementar
guintes: nº173/1987)
I - depósito em moeda corrente; Art. 34.(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
II - garantia hipotecária;
III - títulos de dívida pública da União, do Estado ou do Municí- CAPITULO VII
pio, pelo valor nominal; DO REGIME DE TRABALHO
IV - apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas por
instituição legalmente autorizada. Art. 35O Prefeito determinará, quando não discriminado em lei
§ 2º No caso de seguro, as contribuições referentes ao prêmio ou regulamento, o horário de trabalho das repartições.
serão descontadas do funcionário segurado, em folha de pagamen- Art. 36O horário normal de trabalho de cada cargo ou função é
to. o estabelecido na legislação específica.
§ 3º Não poderá ser autorizado o levantamento da caução an- Art. 37O funcionário poderá ser convocado para prestar:(Artigo
tes de tomadas as contas do funcionário. regulamentado pelo Decreto nº15.290/2006)
§ 4º O responsável por alcance ou desvio de material não ficará I - regime especial de trabalho, nos termos da lei, podendo ser:
isento da ação administrativa e criminal que couber, ainda que o a) de tempo integral, quando o sujeitar a maior número de ho-
valor da caução seja superior ao montante do prejuízo causado. ras semanais do que o estabelecido por lei para seu cargo;
Art. 32Dependem da autorização do Prefeito, os afastamentos b) de dedicação exclusiva, quando além do tempo integral, as-
de funcionários, nos seguintes casos: sim o exijam condições especiais ao desempenho das atribuições
I - colocação à disposição;(Inciso regulamentado pelos Decre- do cargo;
tos nº15.559/2007, nº20.174/2019 e nº20.840/2020) c) suplementar ou complementar, para integrante do magisté-
II - estudo ou missão científica, cultural ou artística; rio municipal em atividades vinculadas ao sistema de ensino e para
III - estudo ou missão especial no interesse do Município; a área médica. (Redação dada pela Lei Complementar nº677/2011)
IV - exercício em repartições diferentes daquelas em que esti- II - serviço extraordinário;
verem lotados; III - serviço noturno.
V - convocação para integrar representação desportiva de ca- Parágrafo Único. Somente poderão ser convocados para regime
ráter regional. de dedicação exclusiva, os titulares de cargos para cujo provimento
§ 1º Deverá constar, expressamente, da autorização o objeto seja exigida formação universitária ou habilitação legal equivalente.
do afastamento, o prazo de sua duração e, quando for o caso, se é Art. 37-AAs gratificações por regime especial de trabalho não
ou sem ônus para o Município. poderão ser majoradas por quaisquer acréscimos decorrentes
§ 2º O funcionário poderá ser posto a disposição de outra en- de tempo de serviço. (Redação acrescida pela Lei Complementar
tidade governamental ou da Administração Indireta do Município, nº851/2019)
quando o pedido tiver fundamentação e houver pareceres favorá- Art. 38Para efeitos desta lei consideram-se extraordinárias as
veis dos órgãos respectivos. (Redação dada pela Lei Complementar horas de trabalho realizadas pelo funcionário, além das normas es-
nº191/1988) tabelecidas por semana para o respectivo cargo.(Artigo regulamen-
§ 3º Também será admitida a cedência de professores munici- tado pelo Decreto nº15.290/2006)
pais a entidades educacionais particulares que, mediante convênio, Parágrafo Único. Considerar-se-á ainda extraordinário o traba-
coloquem à disposição do Município vagas em seus estabelecimen- lho realizado em horas ou dias em que não houver expediente, quan-
tos, na forma que a lei dispuser. (Redação acrescida pela Lei Com- do não compensado por folga, facultada a opção do servidor no li-
plementar nº191/1988) mite do art. 40. (Redação dada pela Lei Complementar nº147/1986)
§ 4º Quando houver interesse do Município, poderá ser admi- (Parágrafo Único regulamentado pelo Decreto nº17.273/2011)
tida cedência de funcionários estáveis às Sociedades de Economia Art. 39O serviço extraordinário, excepcionalmente, poderá ser
Mista do Município, desde que com ônus para o Município, asse- realizado sob a forma de plantões para assegurar o funcionamento
gurando-se desta forma a contagem do tempo de serviço público. do complexo hospitalar mantido pelo Município e a vigilância do
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº280/1992) patrimônio Municipal - Vetado.(Artigo regulamentado pelo Decreto
Art. 33Nenhum funcionário poderá permanecer afastado do nº15.290/2006)
serviço público municipal por mais de 4 (quatro) anos. (Redação Parágrafo Único. O plantão extraordinário visa a substituição
dada pela Lei Complementar nº173/1987) do plantonista titular legalmente afastado ou em falta ao serviço.
§ 1º O funcionário não poderá se ausentar novamente senão Art. 40O serviço extraordinário de que tratam os artigos 38 e 39
após decorrido prazo igual ao do afastamento, contado da data do não poderá exceder a vinte e cinco por cento do número de horas
regresso. (Parágrafo Único transformado em § 1º pela Lei Comple- ou plantões mensais estabelecidos com base na carga horária do
mentar nº173/1987) cargo.(Artigo regulamentado pelo Decreto nº15.290/2006)
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica nas seguintes hipó- Parágrafo Único. O limite de que trata este artigo não se aplica
teses: na hipótese de necessidade de prestação de serviço, caracterizada
a) ocorrência de reciprocidade de cedência de professor com pela excepcionalidade e emergência, para atividade de natureza
outra entidade pública; essencial, observado o procedimento previsto no artigo 118. (Reda-
b) para prestação de serviços à Justiça Eleitoral; ção acrescida pela Lei Complementar nº147/1986)

174
LEGISLAÇÃO

Art. 41Considera-se serviço noturno o realizado entre às vinte e CAPITULO X


duas horas de um dia e às cinco horas do dia seguinte. DA ASCENSÃO FUNCIONAL
Parágrafo Único. A hora de trabalho noturno será computada
como de, cinquenta e dois minutos e trinta segundos. Art. 48Ascensão funcional é a passagem do funcionário estável
a uma posição mais elevada dentro da classe ou para outra e dar-se-
CAPITULO VIII -á por progressão ou promoção.
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO Art. 49Somente poderá concorrer à ascensão funcional o fun-
(Regulamentado pelo Decretonº8744/1986 nº13.023/2000 cionário que:
nº14.436/2004nº16.256/2009) I - preencher os requisitos estabelecidos em lei;
II - não tiver sido punido nos últimos doze meses, com pena de
Art. 42Estágio probatório é o período de dois anos de exercício suspensão, multa ou destituição de função.
do funcionário nomeado em caráter efetivo, durante o qual é apu- Art. 50Será anulado, em benefício do funcionário, a quem ca-
rada a conveniência de sua confirmação no serviço público munici- bia por direito, o ato que formalizou indevidamente a ascensão fun-
pal, mediante verificação dos seguintes requisitos: cional.
I - idoneidade moral; § 1º O funcionário só ficará obrigado a restituir o que a mais
II - disciplina; tiver recebido se para tal tiver concorrido.
III - dedicação ao serviço; § 2º O funcionário a quem cabia à ascensão funcional receberá
IV - eficiência. a diferença de retribuição a que tiver direito.
Parágrafo Único. Os requisitos estabelecidos neste artigo po-
derão ser desdobrados na forma em que dispuser o regulamento. SEÇÃO I
(De acordo com a EC nº19/1988, o estágio probatório passou DA PROGRESSÃO
para tres (3) anos)
Art. 43O estagiário será submetido a treinamento e acompa- Regulamentada pelo decreto nº9006/1987nº9845/1990nº10.
nhamento, sob a orientação e controle do órgão de recursos huma- 456/1992nº11.154/1994nº12.091/1998) tonº9006/1987nº9845/1
nos, sempre que julgado necessário. 990nº10.456/1992nº11.154/1994nº12.091/1998)
Art. 44A aferição periódica dos requisitos do estágio probatório
processar-se-á no período máximo de até vinte meses, servindo o Art. 51Progressão é a forma de ascensão funcional dentro da
período restante para aferição final, nos termos do regulamento. mesma classe.
§ 1º Verificado, em qualquer fase do estágio, seu resultado to- Art. 52A progressão obedecerá aos critérios de merecimento e
talmente insatisfatório, será processada a exoneração do funcioná- antiguidade, processando-se na forma da lei.
rio.
§ 2º Sempre que se concluir pela exoneração do estagiário, se- SEÇÃO II
rão abertas vistas do processo pelo prazo de cinco dias úteis, para DA PROMOÇÃO
apresentar defesa.
§ 3º Apresentada defesa, o órgão encarregado da aferição do Art. 53Promoção é forma de ascensão funcional de uma classe
estágio probatório providenciará no esclarecimento das alegações para outra.
levantadas. Art. 54A promoção obedecerá ao critério de aprovação em
§ 4º Instruído, o processo será encaminhado ao órgão colegia- concurso interno a processar-se na forma da lei.
do de pessoal para apreciação. Parágrafo Único. Vetado.
Art. 45O funcionário deverá cumprir estágio probatório no
exercício do cargo para o qual foi nomeado em caráter efetivo, salvo
quando, antes de completá-lo. CAPÍTULO XI
Parágrafo Único. For provido, em virtude de concurso público, DA TRANSFERÊNCIA DE CARGO
em outro cargo no qual terá continuidade o estágio. (Regulamentado pelo Decreto nº8996/1987)

CAPÍTULO IX Art. 55Transferência é o deslocamento do funcionário estável


DA ESTABILIDADE de um para outro cargo de mesma classificação e carga horária, ob-
servadas as condições prescritas em lei.
Art. 46O funcionário ocupante de cargo de provimento efetivo Parágrafo Único. Na transferência será mantida a posição em
adquire estabilidade após dois anos de exercício. que o funcionário se encontra na classe.
Parágrafo Único. A estabilidade diz respeito ao serviço público Art. 56A transferência far-se-á a pedido e dependerá:
e não ao cargo. I - da conveniência do serviço;
Art. 47O funcionário estável não poderá ser demitido senão em II - da inexistência de candidatos habilitados à nomeação e à
virtude de inquérito administrativo, em que se lhe tenha assegura- ascensão funcional.
do ampla defesa, ou de sentença judicial condenatória passada em § 1º Somente será individual a transferência quando verificada,
julgado. através de amplo chamamento pelo órgão competente, a inexistên-
cia de outros interessados e dependerá de habilitação profissional
ou prova objetiva de serviço com verificação do grau de instrução, a
critério da Administração. (Redação acrescida pela Lei Complemen-
tar nº173/1987)

175
LEGISLAÇÃO

§ 2º No caso de candidatos em maior número que o de vagas, CAPITULO XIV


a seleção será feita, obrigatoriamente, através de prova objetiva de DA REVERSÃO(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
serviço. (Redação dada pela Lei Complementar nº173/1987)
Art. 63(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
CAPÍTULO XII Art. 64(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
DA READAPTAÇÃO Art. 65(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)

Art. 57Readaptação é a forma de provimento do funcionário CAPÍTULO XV


estável em cargo de igual ou inferior classificação, mais compatível DO APROVEITAMENTO
com suas condições de saúde física ou mental, podendo ser proces-
sada a pedido ou “ex-oficio”. (Redação dada pela Lei Complementar Art. 66Aproveitamento é a forma de investidura do funcionário
nº155/1987) em disponibilidade em cargo de provimento efetivo equivalente,
§ 1º A readaptação, tanto para cargo de igual ou inferior clas- por sua natureza e classificação, àquele de que era titular.
sificação, assegura ao funcionário a posição idêntica da classe em § 1º No aproveitamento, terá preferência o que estiver a mais
que se encontrava. tempo em disponibilidade e, no caso de empate, o que contar mais
§ 2º Dar-se-á a readaptação quando se verificar que o funcio- tempo de serviço público municipal.
nário tornou-se inapto, em virtude de modificações de seu estado § 2º O funcionário que, no prazo de trinta dias, não entrar em
físico ou psíquico, para o exercício do cargo ocupado. exercício será considerado em abandono do cargo.
3º A verificação das condições referidas no parágrafo anterior § 3º O aproveitamento dependerá de prova de capacidade físi-
será realizada pelo órgão de recursos humanos que indicará, à vista ca e mental, mediante perícia médica.
de pareceres técnicos administrativos, médico, social e psicológico, § 4º Provada em perícia médica a incapacidade definitiva para
o cargo em que julgar possível a readaptação do funcionário, nele o serviço público em geral, o funcionário será aposentado.
colocando-o em estágio experimental. Art. 67O funcionário poderá ser aproveitado a pedido em cargo
§ 4º O estágio experimental poderá ser realizado na repartição de natureza diversa daquele de que era titular, desde que provada à
em que o funcionário estiver lotado ou em outra, atendendo sem- aptidão pelo órgão competente através de prova objetiva de serviço
pre que possível às peculiaridades do caso. ou habilitação profissional.
Art. 58Realizando-se a readaptação em cargo de classificação Parágrafo Único. Se o cargo em que vier a ser aproveitado o
inferior ficará assegurada ao funcionário: funcionário, na forma deste artigo, tiver retribuição inferior ao de
I - a remuneração correspondente a do cargo que ocupava an- que era titular, ser-lhe-á assegurado o pagamento da diferença.
teriormente.
II - o direito à progressão funcional na nova classe de acordo CAPITULO XVI
com os critérios estabelecidos em Lei. (Redação dada pela Lei Com- DA FUNÇÃO GRATIFICADA
plementar nº173/1987)
Art. 59Inexistindo vaga, serão cometidas ao funcionário as atri- Art. 68A função gratificada é instituída por lei para atender a
buições do cargo indicado, assegurados os direitos e vantagens de- encargos de chefia, assessoramento e outros de confiança, sendo
correntes do novo cargo, até o regular provimento. privativa de funcionário público detentor de cargo de provimento
Art. 60À vista dos pareceres técnicos referidos no § 3º do art. efetivo, observados os requisitos estabelecidos para o exercício.(Re-
57, o órgão competente poderá indicar a delimitação de atribuições dação dada pela Lei Complementar nº407/1998)
do cargo, apontando aquelas que não podem ser exercidas pelo § 1º Excepcionalmente, para viabilizar a implantação do Siste-
funcionário e, se necessário, a mudança de local de trabalho - Ve- ma Único de Saúde, poderão ser atribuídas funções gratificadas da
tado. Secretaria Municipal de Saúde a funcionários públicos detentores
de cargo de provimento efetivo, de outra esfera governamental que
CAPÍTULO XIII estejam cedidos ao Município. (Redação dada pela Lei Complemen-
DA REINTEGRAÇÃO tar nº407/1998)
§ 2º As funções gratificadas atribuídas aos funcionários de ou-
Art. 61A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa tra esfera governamental, nos termos do parágrafo anterior, não
ou judicial, é o reingresso do funcionário demitido, com ressarci- serão incorporáveis aos vencimentos ou proventos. (Redação dada
mento de prejuízos correspondentes às vantagens ligadas ao cargo. pela Lei Complementar nº407/1998)
Parágrafo Único. Somente se admitirá a reintegração adminis- § 3º Poderá ser atribuída função gratificada especial pelo de-
trativa nas hipóteses previstas no art. 249 deste Estatuto. sempenho de atribuições de chefia, direção e assessoramento a
Art. 62O funcionário reintegrado terá direito ao cargo que ocu- servidores detentores de cargo de provimento efetivo do Município
pava tratamento dispensado aos demais ocupantes de cargos da ou de outra esfera governamental, cedidos para o Município, com
classe, respeitadas as mesmas condições que lhes foram estabele- ônus para o órgão de origem, com ou sem ressarcimento pelo Mu-
cidas. nicípio. (Redação dada pela Lei Complementar nº592/2008)
Parágrafo Único. Reintegrado o funcionário por decisão ju- § 4º (Revogado pela Lei Complementar nº798/2016)
dicial, e não existindo vaga, ser-lhes-ão assegurados os direitos e
vantagens decorrentes da titularidade do cargo, até o regular pro-
vimento.

176
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO XVII VII - exercício de função ou cargo de governo ou administração


DA SUBSTITUIÇÃO por nomeação, ou designação do Presidente da República, de Go-
vernador de Estado, de Presidente dos Poderes Legislativo e Judiciá-
Art. 69Dar-se-á a substituição de titular de cargo em comissão rio ou de Prefeito Municipal. (Redação dada pela Lei Complementar
ou de função gratificada durante o seu impedimento legal.(Regula- nº243/1991)
mentado pelo Decreto nº15.047/2006) VIII - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou mu-
§ 1º A substituição de que trata este artigo poderá ser automá- nicipal;
tica na forma do regulamento. (Redação dada pela Lei Complemen- IX - exercício de presidência de entidade representativa de to-
tar nº145/1986) das as classes de cargos que congregue no mínimo cinquenta por
§ 2º O substituto perceberá o vencimento ou a gratificação du- cento de funcionários do Quadro de Cargos de Provimento Efetivo;
rante o período de afastamento do titular. X - missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou
§ 3º Para efeitos deste artigo poderão ser considerados como no estrangeiro, quando o afastamento houver sido expressamente
de impedimento os trinta dias que se seguirem à vacância do cargo autorizado pelo Prefeito e sem prejuízo da retribuição;
em comissão ou da função gratificada. XI - convocação para representações desportivas, de caráter
nacional;
CAPÍTULO XVIII XII - frequência a aulas e realização de provas na forma do ar-
DA VACÂNCIA tigo 90;
XIII - prestação de provas em concurso público;
Art. 70A vacância do cargo decorrerá de: XIV - doação de sangue, mediante comprovação;
I - exoneração; XV - assistência a filho excepcional, na forma do art. 94;
II - demissão; XVI - licenças:
III - promoção; a) prêmio;
IV - transferência; b) à funcionária gestante;
V - readaptação; c) ao funcionário e à funcionária adotantes, na forma dos arts.
VI - aposentadoria; 154 e 154-A; (Redação dada pela Lei Complementar nº499/2003)
VII - exclusão por falecimento. d) por acidente em serviço, agressão não provocada no exercí-
cio de suas atribuições ou doença profissional;
Art. 71Dar-se-á exoneração: e) para tratamento de saúde;
I - a pedido; f) nos casos dos incisos I, II e III do art. 151;
II - “ex-offício” quando; g) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou mu-
a) se tratar de cargo em comissão; nicipal.
b) não forem satisfeitas as condições de estágio probatório; h) paternidade;
c) ocorrer posse em outro cargo, ressalvados os casos de cargo
i) ao funcionário adotante. (Redação acrescida pela Lei Com-
em comissão e acumulação permitida em lei.
plementar nº245/1991)
Art. 72A abertura de vaga ocorrerá na data da publicação da lei
XVII - Desempenho de mandato eletivo do Presidente, Secretá-
que criar o cargo ou do ato que formalizar qualquer das hipóteses
rio-Geral e Tesoureiro-Geral, ou funções correspondentes, da Enti-
previstas no art. 70.
dade Superior de Representação do conjunto da categoria dos mu-
Art. 73A vacância da função gratificada dar-se-á por dispensa, a
nicipários. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº183/1988)
pedido ou “ex-officio”, ou por destituição.
XVIII - participação em reunião no estabelecimento escolar em
que estude dependente, desde que devidamente atestada pela es-
TÍTULO III
DOS DIREITOS E VANTAGENS cola, nos termos do regulamento; (Redação dada pela Lei Comple-
CAPITULO I mentar nº957/2022)
DO TEMPO DE SERVIÇO XIX -(Revogado pela Lei Complementar nº957/2022)
Parágrafo Único. Constitui tempo de serviço municipal, para to-
Art. 74A apuração do tempo de serviço será feita em dias. dos os efeitos legais, o anteriormente prestado ao Município pelo
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) funcionário, que tenha ingressado sob a forma de nomeação ou
Art. 75Serão computados os dias de efetivo exercício à vista dos contratação.
comprovantes de pagamento. Art. 77(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
Art. 76Será considerado de efetivo exercício o afastamento em Art. 78 (Revogado pela Lei Complementar nº 478/2002)
virtude de; Art. 79 (Revogado pela Lei Complementar nº851/2019)
I - férias; Art. 80É vedada a contagem acumulada de tempo de serviço
II - casamento, até oito dias; simultâneo.
III - luto por falecimento de cônjuge, ascendentes, descenden-
tes, sogros e irmãos, até oito dias; CAPÍTULO II
IV - exercício de outro cargo no Município, de provimento em DAS FÉRIAS
comissão; (Vide Decretonº9544/1989 nº12.643/2000nº21.120/2021)
V - convocação para o serviço militar obrigatório;
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; Art. 81O funcionário gozará, anualmente, trinta dias de férias.
§ 1º É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

177
LEGISLAÇÃO

§ 2º Somente depois do primeiro ano de exercício adquirirá o I - durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo,
funcionário direito às férias. para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus;
§ 3º Ao funcionário em estágio probatório o gozo de férias so- II - durante os dias de provas em exames supletivos e de habili-
mente será concedido após cada doze meses de efetivo exercício. tação a curso superior;
§ 4º É facultado o gozo de férias em 2 (dois) períodos de, no III - para assistir aulas obrigatórias, em número de horas de até
mínimo, 10 (dez) dias consecutivos cada. (Redação dada pela Lei um terço do regime semanal de trabalho estabelecido para o cargo,
Complementar nº812/2017) em curso:
§ 5º O funcionário que opere direta e continuamente com a) técnico ou superior;
Raios X e substâncias radioativas, próximo às fontes de irradiação, b) de especialização ou de pós-graduação, desde que relacio-
terá direito, quando no efetivo exercício de sua atribuições, a vin- nado às atribuições do cargo ou função.
te dias consecutivos de férias por semestre, não acumuláveis e in- § 1º A existência, no município de Porto Alegre, de curso equi-
transferíveis. valente em horário diverso do de trabalho, exclui o direito do fun-
§ 6º As férias dos integrantes do Magistério que estejam em cionário à vantagem prevista no inciso III, deste artigo.
funções de regência de classe nos estabelecimentos da rede mu- § 2º O funcionário, sob pena de ser considerado faltoso ao ser-
nicipal de ensino coincidirão com o período de férias escolares e viço, deverá comprovar perante a chefia imediata:
serão gozadas em 1 (um) único período. (Redação dada pela Lei I - previamente, a frequência mínima obrigatória exigida para
Complementar nº812/2017) cada disciplina e respectivo horário semanal;
Art. 82É facultado ao funcionário optar pela conversão, em pe- II - mensalmente, o comparecimento às aulas;
cúnia, de um terço do período de férias a que tiver direito, no valor III - as datas em que se realizarão as diversas provas e seu com-
da retribuição que lhe seria devida nos dias correspondentes. parecimento.
Art. 83A escala de férias será organizada anualmente, no mês § 3º O funcionário que estiver cumprindo estágio probatório
de novembro, podendo ser alterada de acordo com a conveniência somente poderá fruir a vantagem prevista nos itens I e II deste ar-
do serviço ou do funcionário. tigo.
Art. 84Ao entrar em gozo de férias, será antecipado o valor cor- Art. 91O funcionário que usufruir das vantagens previstas no
respondente a um mês de retribuição pecuniária, por exercício, ao artigo anterior fica obrigado a trazer em dia suas obrigações.
funcionário que o desejar. Art. 92Ao funcionário estudante que for indicado pelo estabe-
§ 1º Quando se tratar de funcionário estável, a antecipação de lecimento de ensino em que estiver cursando, ou pela respectiva
que trata este artigo, poderá ser descontada em parcelas mensais, organização estudantil, para participar de viagem oficial de estudo
até o máximo de dez, iguais e consecutivas. e intercâmbio cultural ou competições esportivas, poderá ser con-
§ 2º Caso o funcionário não tenha liquidado o valor da anteci- cedida autorização sem prejuízo da retribuição.
pação anterior será abatido o saldo devedor anterior.
§ 3º Se o funcionário vier a falecer quando já implementado o CAPÍTULO IV
período de um ano que lhe assegura o direito às férias, será paga DA ASSISTÊNCIA AO FUNCIONÁRIO
ao conjugue sobrevivente ou, na falta deste, aos dependentes, a
retribuição relativa ao período, descontadas eventuais parcelas cor- Art. 93É dever do Município promover a previdência e a assis-
respondentes à antecipação. tência médica, cirúrgica, hospitalar, odontológica e social aos fun-
Art. 85É proibida a acumulação de férias, salvo por absoluta cionários e inativos, e seus dependentes.
necessidade de serviço ou motivo justo, até o máximo de dois perí- § 1º Caberá especialmente ao Município:
odos consecutivos. I - o tratamento do câncer, lepra, malária, cardiopatia grave,
Art. 86O funcionário que, em um exercício, gozar licença nos doenças mentais, tuberculose, cegueira evolutiva e quaisquer mo-
casos do art. 141, incisos I e II, por período superior a cento e oi- léstias infectocontagiosas ou contraídas em zonas e locais de traba-
tenta dias, consecutivos ou não, terá protelado, por igual período, o lho;(Inciso regulamentado pelo Decreto nº17.304/2011)
direito ao gozo de férias no ano seguinte. II - o tratamento dos funcionários acidentados no serviço;
Parágrafo Único. O disposto neste artigo não se aplica nos ca- III - a profilaxia de moléstias infectocontagiosas entre os funcio-
sos de licença decorrente de acidente no serviço, agressão não pro- nários, mantendo cadastro periodicamente atualizado;
vocada no exercido de suas atribuições ou moléstia profissional. IV - a organização de programas de prevenção contra acidentes
Art. 87O funcionário que tiver gozado mais de trinta dias de li- no trabalho;
cença para tratar de interesses particulares, ou no caso do art. 141, V - propiciar condições de instalação de creches e subsidiar re-
inciso VIII, somente após um ano da apresentação fará jus a férias. feições aos servidores em atividade;
Art. 88Perderá o direito às férias o funcionário que, no ano an- VI - o desenvolvimento de um programa de recreação e lazer;
tecedente àquele em que deveria gozá-las, tiver mais de trinta dias VII - a realização de treinamento, aperfeiçoamento e especiali-
de faltas ao serviço. zação profissional.
Art. 89O funcionário promovido, transferido, readaptado ou § 2º Vetado.
relotado, quando em gozo de férias, não é obrigado a apresentar-se Art. 94O funcionário, pai, mãe ou responsável por excepcional
antes de concluí-las. físico ou mental em tratamento, fica autorizado a se afastar do exer-
CAPITULO III cício do cargo, quando necessário, por período de até cinquenta por
DAS VANTAGENS AO FUNCIONÁRIO ESTUDANTE cento da carga horária cotidiana a que estiver sujeito.

Art. 90É assegurado o afastamento do funcionário efetivo, sem


prejuízo de sua retribuição pecuniária, nos seguintes casos:

178
LEGISLAÇÃO

§ 1º O afastamento dependerá da apresentação de atestado § 5º É extensiva a gratificação natalina aos funcionários afasta-
médico em que se comprove a patologia do excepcional, sua situa- dos de suas funções com ônus para o Município. (Redação acresci-
ção de tratamento e necessidade de assistência direta por parte do da pela Lei Complementar nº147/1986)
pai, da mãe ou do responsável. § 6º Sobre valor equivalente aquele pago a título de Gratifica-
§ 2º Ouvido o órgão de biometria do Município, o afastamento ção Natalina, no mês de dezembro de 1990, caberá exclusivamente
será autorizado pelo prazo de até seis meses, podendo, observado ao Município, em caráter emergencial, repassar 4,75% para o Mon-
o disposto no parágrafo anterior, ser renovado sucessivamente por tepio dos Funcionários Municipais de Porto Alegre para dar supor-
iguais períodos. te financeiro ao pagamento de igual gratificação aos pensionistas
§ 3º Quando o pai, mãe ou responsável pelo excepcional forem daquela Instituição. (Redação acrescida pela Lei Complementar
funcionários, o direito de um exclui o do outro. nº237/1990)
Art. 95A previdência e a assistência médica, cirúrgica, hospita- Art. 99(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
lar, odontológica e social, previstas neste Capítulo, serão prestadas Art. 100Por morte do funcionário, inativo ou pensionista não
pelo Município, ou através das Entidades de Classe nele existentes, inscrita na entidade de previdência do Município, será concedido
especializadas nas referidas áreas ou por meio de convênios ou con- auxílio funeral no valor:
tratos de prestação de serviços.(Artigo regulamentado pelo Decreto I - de um mês de retribuição pecuniária, provento ou pensão,
nº17.304/2011) se o enterro for promovido por pessoa da família;
Art. 96Todo funcionário e inativo é obrigado a contribuir para II - do montante das despesas realizadas, respeitado o limite
o seguro coletivo. fixado no inciso anterior, quando promovido por outra pessoa.
§ 1º O Prefeito, os vereadores, os titulares de repartições, dire- § 1º O processo de concessão de auxílio funeral obedecerá a
tores-gerais de autarquia e titulares de cargo em comissão poderão rito sumário, a concluir-se no prazo de quarenta e oito horas da
contribuir e usufruir dos benefícios de que trata este artigo, desde prova de óbito, subordinando-se o pagamento à apresentação dos
que manifestem, expressamente, sua intenção. comprovantes da despesa.
§ 2º Os servidores que deixarem o serviço público municipal, § 2º Será concedido auxílio complementar para cobrir despesas
inclusive os de que trata o parágrafo anterior, serão excluídos do de transportes da família, remoção do corpo e outras decorrentes
seguro coletivo, salvo se, por ocasião do afastamento, manifesta- do falecimento do funcionário, ocorrido quando no desempenho
rem, expressamente, seu desejo de permanência, passando então a de serviço fora do Município.
correr às suas expensas o valor total da contribuição fixada. Art. 101(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
§ 3º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também ao Art. 102O Município poderá conceder bolsa de estudo a fun-
funcionário em licença para tratar de interesses particulares e cionário desde que exista disponibilidade orçamentária própria e se
para acompanhar cônjuge. (Redação dada pela Lei Complementar trate de curso de especialização profissional ou estágio, relacionado
nº478/2002) com as atividades que desempenha.
Art. 97Fixadas as importâncias para a contribuição securitária, § 1º A concessão de bolsa de estudo dependerá de manifesta-
o Município concorrerá, obrigatoriamente, no mínimo, com igual ção fundamentada do órgão de Recursos Humanos.
valor. (Redação dada pela Lei Complementar nº478/2002) § 2º O funcionário beneficiado com bolsa de estudo, se pedir
exoneração nos dois anos subsequentes ao seu término, fica obri-
CAPITULO V gado a indenizar o Município das importâncias despendidas com
DAS CONCESSÕES DIVERSAS transporte, diárias e custo do estágio ou curso.
Art. 103O Prefeito poderá conferir prêmio ao funcionário que,
Art. 98Será concedida ao funcionário que esteja no desempe- por sua destacada atuação durante a vida funcional ou em circuns-
nho de suas funções nos órgãos do Município, uma gratificação na- tâncias excepcionais, seja autor de trabalho espontaneamente re-
talina correspondente à sua remuneração mensal. alizado e considerado de interesse público ou de utilidade para a
§ 1º A gratificação corresponderá a um doze avos (1/12) do va- Administração.(Vide Decreto nº16.606/2010)
lor da remuneração mensal devida no mês de dezembro, por mês
de efetivo exercício. CAPITULO VI
§ 2º O valor da gratificação de que trata este artigo será acres- DAS CONSIGNAÇÕES E DESCONTOS EM FOLHA DE PAGAMEN-
cido de até 100% (cem por cento), na proporção do tempo de per- TO
cepção durante o exercício, da gratificação por regime especial de (Vide regulamentação dada pelo Decretonº9091/1988
trabalho, serviço extraordinário, atividade tributária, individual de nº11.422/1996 nº12.820/2000 nº13.423/2001
produtividade técnico-jurídica, aulas excedentes, parcela autôno- nº15.071/2006nº15.476/2007)
ma e incentivo à produtividade. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar nº385/1996) Art. 104São de caráter obrigatório os seguintes descontos:
§ 3º Em se tratando de serviço extraordinário e aulas exceden- I - quantias devidas ou contribuições, que, em virtude de lei ou
tes, o acréscimo será calculado tendo como base o valor da respec- de execução judicial, devam ser retidas a favor da Fazenda Pública;
tiva média mensal do número de horas ou aulas percebidas no exer- II - contribuições para previdência e assistência;
cício não podendo, entretanto, ultrapassar o limite legal. (Redação III - prêmio de seguro de vida em grupo;
dada pela Lei Complementar nº147/1986) IV - pensão alimentícia, em cumprimento de decisão judicial.
§ 4º O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o
dia 20 de dezembro de cada exercício, podendo ser antecipado de
30% (trinta por cento) a 50% (cinquenta por cento) a partir do mês
de julho. (Redação dada pela Lei Complementar nº381/1996)

179
LEGISLAÇÃO

Parágrafo Único. Não se estende a obrigatoriedade prevista no Parágrafo Único. As vantagens de que trata este artigo serão
“caput” deste artigo a funcionários do sexo feminino, caso a en- estabelecidas em lei e regulamentadas por Decreto.
tidade não comprove absoluta igualdade nos direitos e vantagens Art. 111Serão concedidas também gratificações ao funcionário
concedida a essas em relação a funcionários do sexo masculino. pela elaboração, execução ou acompanhamento de trabalho técni-
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº146/1986) co especializado ou científico de natureza singular e pelo desempe-
Art. 105Poderão ser efetuados outros descontos em folha, nho de atividades, como componente de comissão examinadora,
além dos obrigatórios, mediante prévia autorização do funcionário. comissão executiva e como auxiliar de concursos e treinamento,
Art. 106O pagamento ao consignatário será realizado no decor- que serão objeto de regulamento.
rer do mês subsequente ao do desconto. Parágrafo Único. A gratificação por trabalho técnico especializa-
Art. 107As reposições e indenizações à Fazenda Municipal se- do ou científico, de utilidade para a Administração e que não cons-
rão descontadas em parcelas não-excedentes à décima parte da titua atribuição de cargos providos ou de órgão municipal, terá sua
retribuição mensal. remuneração arbitrada e paga mensalmente na mesma forma do
Parágrafo Único. Não caberá o desconto parcelado quando o sistema. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº148/1986)
funcionário solicitar exoneração ou abandonar o cargo. Art. 112Fica assegurada - Vetado - a vantagem relativa à parce-
Art. 108As consignações, para efeito de descontos, serão obje- la autônoma a que se referem às leis nº3355, de 19 de dezembro de
to de regulamento. 1969,3563, de 19 de novembro de 1971, e3928, de 4 de novembro
de 1974 - Vetado.
CAPITULO VII Art. 113Remuneração é o vencimento acrescido das vantagens
DO VENCIMENTO E VANTAGENS nele incorporadas por lei.
Art. 114Retribuição pecuniária é o montante percebido men-
SEÇÃO I salmente pelo funcionário, excluídos abonos, verba de represen-
DISPOSIÇÕES GERAIS tação, diárias, jetons, gratificação natalina e outras vantagens por
atividades especiais.
Art. 109Vencimento é o valor pecuniário básico devido ao ser- Art. 115Perderá o vencimento ou remuneração do cargo efeti-
vidor pelo efetivo exercício do cargo. (Redação dada pela Lei Com- vo, salvo, o direito de opção e o de acumulação, o funcionário:
plementar nº768/2015) I - nomeado para cargo em comissão;
Art. 110Além do vencimento poderão ser deferidas ao funcio- II - no exercício de mandato eletivo;
nário as seguintes vantagens: III - posto à disposição de órgãos públicos ou entidades a eles
I - Adicional por tempo de serviço; vinculadas, para exercer cargo em comissão;
II - Gratificação de função; IV - designado para servir em entidade de administração indi-
III - Gratificação por regime especial de trabalho; reta do Município.
IV - Gratificações específicas: Parágrafo Único. nas hipóteses previstas nos itens III e IV deste
a) por exercício de atividade tributária; artigo, será lícito ao funcionário optar expressamente pelo venci-
b) de quebra de caixa;(Vide regulamentação dada pelo Decreto
mento ou remuneração sem prejuízo de gratificação que venha a
nº19.507/2016)
ser concedida por qualquer daquelas administrações.
c) por incentivo à produtividade;
Art. 116O funcionário que não comparecer ao serviço, salvo
d) por operação de máquinas quando detentor do cargo res-
motivo legal, moléstia ou força maior, devidamente comprovadas,
pectivo;
perderá a retribuição do dia ou, no caso de plantão, a que lhe cabe-
V - Gratificações especiais nos casos de:
ria se não houvesse faltado.
a) serviço extraordinário;
§ 1º O funcionário perderá ainda:
b) serviço noturno;
I - um terço de retribuição durante o afastamento decorrente
c) atividades em determinadas zonas ou locais;
d) Professor ou Especialista de Educação por atividades em de:
classes de alunos excepcionais; a)(Revogada pela Lei Complementar nº478/2002)
e) aulas excedentes; b)(Revogada pela Lei Complementar nº478/2002)
f) atividades insalubres; II - um sexto de retribuição do dia pelo atraso dentro da hora
g) atividades perigosas; seguinte à marcada ou saída antecipada, salvo os casos especiais,
h) Motorista de veículos de representação ou de serviços es- devidamente autorizados;
senciais; III - metade da retribuição do dia, quando deixar de compa-
i) detentores de cargos ate o Padrão 9, - VETADO - dos grupos recer a um dos turnos a que estiver sujeito ou se apresentar ao
do Administração Geral e Técnico-Profissional em atividades tribu- serviço após a hora seguinte à marcada para o início do período de
tárias, arrecadadoras ou de preparo de pagamento - VETADO. (Re- trabalho.
dação dada pela Lei Complementar nº162/1987) § 2º O funcionário que, por doença, não estiver em condições
VI - Salário-família; (Redação dada pela Lei Complementar de comparecer ao serviço, ficará obrigado a fazer pronta comunica-
nº957/2022) ção à chefia imediata para providências relativas a exame biomé-
VII - Diárias; trico.
VIII - Verba de representação; Art. 117As retribuições devidas ao funcionário por dia e por
IX - Jeton; hora de trabalho são as seguintes:
X - Outras vantagens instituídas por lei. I - diária: o quociente entre a mensal e o número de dias que
contiver o mês a que se refere a retribuição;

180
LEGISLAÇÃO

II - horária: o quociente entre a mensal e o número de horas a Parágrafo Único. A concessão de avanço será protelada na ra-
que está sujeito por mês. zão de:
Art. 118As gratificações por regime especial de trabalho, regime I - dez dias, por falta não justificada:
especial de trabalho suplementar ou complementar, por serviço ex- II - trinta dias, por dia de suspensão ou multa;
traordinário, bem como a vantagem pessoal da parcela autônoma, III - um ano, quando a penalidade for por prazo superior a cinco
excluem-se mutuamente. (Redação dada pela Lei Complementar dias.
nº342/1995)(Artigo regulamentado pelo Decreto nº15.290/2006) Art. 124(Revogado pela Lei Complementar nº851/2019)
§ 1º As disposições deste artigo não se aplicam ao funcionário
convocado para regime especial de trabalho no caso de necessida- SEÇÃO III
de de prestação de serviço extraordinário, caracterizada pela ex- DAS VANTAGENS
cepcionalidade e emergência para atividades de natureza essencial. SUBSEÇÃO I
(Redação dada pela Lei Complementar nº342/1995) DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
§ 2º A prestação de serviço extraordinário, na hipótese do pa-
rágrafo anterior, deverá ser justificada ao titular do órgão devendo, Art. 125(Redação dada pela Lei Complementar nº768/2015)
ao final, ser submetida à consideração do Prefeito. (Redação acres- Parágrafo Único. (Revogado pela Lei Complementar
cida pela Lei Complementar nº147/1986) nº851/2019)
Art. 119O funcionário afastado pelos motivos previstos no art. Art. 126(Revogado pela Lei Complementar nº851/2019)
76 continuará percebendo a gratificação que lhe couber, salvo as Art. 127 (Revogado pela Lei Complementar nº851/2019)
exceções previstas neste Estatuto. Art. 127-A (Revogado pela Lei Complementar nº851/2019)
Art. 120A retribuição devida ao funcionário, não será objeto de
arresto, sequestro ou penhora. SUBSEÇÃO II
DA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO
SEÇÃO II
DO PLANO DE PAGAMENTO Art. 128A gratificação de função será percebida cumulativa-
mente com o vencimento ou com o provento do funcionário em
Art. 121Os valores básicos dos padrões de vencimentos dos disponibilidade.
cargos de provimento efetivo obedecerão aos seguintes critérios: Parágrafo Único. Vetado.
I - (Incisos I e II do artigo 121, da Lei Complementar nº 133/85, Art. 129(Revogado pela Lei Complementar nº851/2019)
e os artigos 32 e 95, em sua parte final e o parágrafo único da Lei Art. 129-AFica assegurada ao titular de cargo de provimento
6309/88, foram declarados inconstitucionais pelo órgão especial do efetivo, pelo exercício de função gratificada no serviço público no
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, conforme Ação Direta de Município de Porto Alegre no período mínimo de 10 (dez) anos con-
Inconstitucionalidade nº 590002317, restando inaplicável o art. 93, tínuos ou intercalados, inclusive quando exercida como cargo em
da Lei nº 6309/88.) comissão, a concessão de parcela remuneratória com valor a ser
II - (Incisos I e II do artigo 121, da Lei Complementar nº 133/85, calculado na razão de 4% (quatro por cento) do valor da gratificação
e os artigos 32 e 95, em sua parte final e o parágrafo único da Lei de função para cada ano de exercício, até o limite de 100% (cem por
6309/88, foram declarados inconstitucionais pelo órgão especial do cento), desde que observado o cumprimento das exigências para a
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, conforme Ação Direta de aposentadoria voluntária.
Inconstitucionalidade nº 590002317, restando inaplicável o art. 93, § 1º O valor da gratificação de função a ser considerado como
da Lei nº 6309/88.) base de cálculo da parcela remuneratória a que se refere o caput
Art. 122O titular de cargo de provimento efetivo ou em comis- deste artigo corresponderá à função gratificada estabelecida para o
são terá acréscimos de 5% (por cento) sobre o vencimento básico, regime normal de trabalho, inclusive quando exercida como cargo
denominados avanços, cuja concessão automática se processará em comissão.
por triênio de serviço público municipal. (Redação dada pela Lei § 2º A parcela remuneratória referida no caput deste artigo
Complementar nº851/2019) será calculada sobre a função gratificada de maior valor e exercida
§ 1º Para inteirar cada triénio, o funcionário poderá computar por, no mínimo, 2 (dois) anos ou, em caso de não ocorrer tal hipó-
até 12 (doze) meses de tempo de serviço público estranho ao Mu- tese, sobre a função gratificada com valor imediatamente inferior
nicípio. e exercida por, no mínimo, 1 (um) ano, sendo permitida alteração
§ 2º Os proventos dos inativos serão revisados com base nas ao nível maior por meio de revisão anual, desde que observados os
disposições da presente Lei. (Redação dada pela Lei Complementar requisitos estabelecidos neste parágrafo.
nº150/1987) § 3º O servidor que esteja percebendo valor de função gratifi-
Art. 122-AO titular de cargo de provimento efetivo ou em co- cada incorporada ou a parcela remuneratória referida no caput des-
missão terá acréscimos de 3% (três por cento) sobre o vencimento te artigo e esteja em exercício de função gratificada fará jus:
básico, denominados avanços, cuja concessão automática se pro- I - à diferença do valor das gratificações de função, caso a fun-
cessará por quinquênio de serviço público prestado exclusivamen- ção gratificada em exercício seja maior que a incorporada ou conce-
te no Município de Porto Alegre, considerado o tempo com efeti- dida em parcela remuneratória; ou
va contribuição para fins de benefícios previdenciários. (Redação II - a 20% (vinte por cento) do valor referente à função gratifi-
acrescida pela Lei Complementar nº851/2019) cada em exercício, quando esta for de menor ou igual valor àquela
Art. 123Para efeito de concessão de avanço, não se considerará incorporada ou concedida em parcela remuneratória.
interrupção de atividade quaisquer afastamentos previstos no art.
76.

181
LEGISLAÇÃO

§ 4º Sobre o valor da parcela remuneratória a que se refere o Art. 133-DO salário-família não se incorporará ao subsídio, à
caput deste artigo não incidirão quaisquer outras vantagens pecu- remuneração ou ao benefício previdenciário, para qualquer efeito.
niárias percentuais, salvos os percentuais relativos às revisões ge- (Redação acrescida pela Lei Complementar nº957/2022)
rais dos vencimentos. (Redação acrescida pela Lei Complementar Art. 133-ENão será devido salário-família por cargo exercido
nº851/2019) em acúmulo no Município. (Redação acrescida pela Lei Comple-
Art. 130(Revogado pela Lei Complementar nº851/2019) mentar nº957/2022)
Art. 133-FO salário-família não sofrerá qualquer redução por
SUBSEÇÃO III motivo de faltas ou de pena disciplinar, não estará sujeito a tribu-
DA GRATIFICAÇÃO POR REGIME ESPECIAL DE TRABALHO tos e não servirá de base de cálculo para contribuições de qualquer
natureza. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº957/2022)
Art. 131Lei ordinária disporá sobre os percentuais das gratifi-
cações devidas aos servidores convocados para prestar regime es- SUBSEÇÃO IV
pecial de trabalho de tempo integral, de dedicação exclusiva, su- DO ABONO FAMILIAR
plementar e complementar. (Redação dada pela Lei Complementar (Revogada pela Lei Complementar nº478/2002)
nº768/2015)
Art. 132O funcionário em Regime Especial de Trabalho de tem- Art. 134(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
po integral ou suplementar, por período superior a dois anos conse- Art. 135(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
cutivos ou cinco intercalados, só poderá ter cessada a convocação Art. 136(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
quando: Art. 137 (Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
I - requerer dispensa do regime a qualquer tempo; Art. 138 (Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
II - for o regime suprimido no serviço público municipal;
III - for provido em cargo incompatível com a modalidade de SUBSEÇÃO V
regime. (Redação dada pela Lei Complementar nº175/1988) DAS DIÁRIAS
Parágrafo Único. Para efeitos do que trata este artigo será con-
siderado o tempo que o funcionário esteve convocado, no decênio, Art. 139Havendo designação do Prefeito para se deslocar tem-
para cumprir qualquer das formas de Regime Especial de Trabalho. porariamente do Município, em objeto de serviço ou estudo de in-
Art. 133Sobre a gratificação assegurada ao funcionário, nos ter- teresse da Administração, será concedido ao funcionário transporte
mos do artigo anterior, não incidirão quaisquer outras gratificações. e diárias, na forma do regulamento.(Regulamentado pelo Decre-
tonº8894/1987 nº10.604/1993nº11.108/1994)
SUBSEÇÃO III-A
DO SALÁRIO-FAMÍLIA (redação Acrescida Pela Lei Complemen-
SUBSEÇÃO VI
tar nº957/2022)
DO JETON
Art. 133-ASerá devido o salário-família mensalmente ao servi-
Art. 140O funcionário, no desempenho do encargo de membro
dor de baixa renda na proporção do número de filhos ou equipara-
de Conselho Municipal, perceberá jeton, a título de representação,
dos, de qualquer condição, com até 14 (quatorze) anos de idade ou
na forma da lei.
inválidos.
§ 1º Será considerado servidor de baixa renda aquele cuja re-
SUBSEÇÃO VII
tribuição pecuniária bruta mensal for igual ou inferior a R$ 1.503,25
(um mil, quinhentos e três reais e vinte e cinco centavos), incidindo DO AUXÍLIO-RECLUSÃO (redação Acrescida Pela Lei Comple-
sobre esse valor os mesmos índices de correção aplicados aos bene- mentar nº957/2022)
fícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
§ 2º O salário-família devido ao servidor municipal de baixa ren- Art. 140-AO auxílio-reclusão consistirá em uma importância
da corresponde a 10% (dez por cento) do valor básico inicial do pa- mensal concedida aos dependentes do servidor ativo de baixa ren-
drão dois. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº957/2022) da que for recolhido à prisão, em regime fechado ou semiaberto, e
Art. 133-BQuando pai e mãe forem servidores de baixa renda, que, por este motivo, não perceba remuneração dos cofres públi-
ambos terão direito ao salário-família. cos.
Parágrafo único. Em caso de divórcio ou separação judicial ou § 1º Será considerado servidor de baixa renda aquele cuja re-
de fato dos pais, em caso de abandono legalmente caracterizado ou tribuição pecuniária bruta mensal for igual ou inferior a R$ 1.503,25
de perda do pátrio poder, o salário-família passará a ser pago dire- (um mil, quinhentos e três reais e vinte e cinco centavos), incidindo
tamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor. (Redação sobre esse valor os mesmos índices de correção aplicados aos be-
acrescida pela Lei Complementar nº957/2022) nefícios do RGPS.
Art. 133-CO pagamento do salário-família é condicionado à § 2º O pedido de auxílio-reclusão deverá ser instruído com
apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documenta- certidão de efetivo recolhimento do servidor à prisão, firmada pela
ção relativa ao equiparado ou ao inválido, à apresentação anual de autoridade competente.
atestado de vacinação obrigatória e de comprovação de frequência § 3º O auxílio-reclusão será rateado em partes iguais entre os
à escola do filho ou equiparado. (Redação acrescida pela Lei Com- dependentes do servidor.
plementar nº957/2022) § 4º A data de início do benefício será fixada na data do efeti-
vo recolhimento do servidor à prisão. (Redação acrescida pela Lei
Complementar nº957/2022)

182
LEGISLAÇÃO

Art. 140-BO auxílio-reclusão será mantido enquanto o servidor Art. 142O funcionário não poderá permanecer em licença por
permanecer detento ou recluso, em regime fechado ou semiaberto, prazo superior a vinte e quatro meses, salvo nos casos do inciso
sem percepção de remuneração. V do art. 141, quando a licença terá a duração do mandato, e do
§ 1º O beneficiário deverá apresentar, trimestralmente, atesta- inciso VIII do mesmo artigo, quando poderá ser prorrogada por até
do de que o servidor continua detido ou recluso, em regime fecha- igual período.
do ou semiaberto, firmado pela autoridade competente.
§ 2º No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver re- SEÇÃO II
captura ou reapresentação do servidor à prisão, será restabelecido DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
a contar da data em que esta ocorrer.
§ 3º O auxílio-reclusão cessará pela ocorrência de vacância do Art. 142-ASerá concedida, a pedido ou de ofício, licença para
cargo. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº957/2022) tratamento de saúde ao servidor temporariamente incapacitado
Art. 140-CSerá devido o pagamento de gratificação natalina ao para o trabalho, com base em inspeção médica a cargo do órgão de
dependente que, durante o ano, receber auxílio-reclusão, tendo perícia médica do Município ou de serviço por ele designado.
por base o valor do benefício devido no mês de dezembro. (Reda- § 1º Quando o servidor residir no Município e for impossível
ção acrescida pela Lei Complementar nº957/2022) seu comparecimento ao órgão pericial de que trata o caput deste
Art. 140-DFalecendo o servidor detido ou recluso, o auxílio- artigo, a inspeção será realizada em domicílio.
-reclusão que estiver sendo pago será cessado, e será concedido o § 2º A licença somente terá início na data do pedido caso o
benefício de pensão por morte, mediante requerimento dirigido ao servidor se apresente para exame nas 24 (vinte e quatro) horas sub-
órgão de previdência municipal. (Redação acrescida pela Lei Com- sequentes.
§ 3º O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob
plementar nº957/2022)
pena de suspensão do pagamento de sua retribuição pecuniária até
Art. 140-EFica vedada a concessão de auxílio-reclusão após
que se realize a inspeção.
a soltura do servidor. (Redação acrescida pela Lei Complementar
§ 4º Quando for negada a licença, as faltas correrão à exclusiva
nº957/2022)
responsabilidade do servidor. (Redação acrescida pela Lei Comple-
Art. 140-FAplicam-se ao auxílio-reclusão as disposições relati- mentar nº957/2022)
vas à pensão por morte, no que couberem. (Redação acrescida pela Art. 142-BA inspeção será efetuada:
Lei Complementar nº957/2022) I - por um médico, nos casos de:
Art. 140-GO valor do auxílio-reclusão corresponderá ao valor a) licença para tratamento de saúde até 90 (noventa) dias;
de 1 (um) salário-mínimo nacional. (Redação acrescida pela Lei b) licença-gestante; e
Complementar nº957/2022) c) isenção do imposto de renda;
Art. 140-HOs valores recebidos a título de auxílio-reclusão II - por junta constituída de 3 (três) médicos, nos demais casos.
durante o ano integrarão a base de cálculo da gratificação natali- Parágrafo único. Os pedidos de reconsideração deverão ser
na correspondente. (Redação acrescida pela Lei Complementar realizados por meio de processo administrativo, em até 30 (trinta)
nº957/2022) dias, contados da decisão, e serão avaliados por junta médica cons-
tituída por 3 (três) médicos.(Redação acrescida pela Lei Comple-
CAPITULO VIII mentar nº957/2022)
DAS LICENÇAS Art. 142-CQuando o servidor se encontrar fora do Município,
legalmente afastado do exercício do cargo, poderá ser acolhido lau-
SEÇÃO I do de outro serviço médico oficial de até 30 (trinta) dias, para fins
DISPOSIÇÕES GERAIS de licença.
§ 1º Será, excepcionalmente, admitido atestado de médico
Art. 141O funcionário terá direito à licença; particular quando ficar comprovada a inexistência de serviço médi-
I - para tratamento de saúde; co oficial na localidade.
II - por motivo de doença em pessoa da família; § 2º O atestado de médico particular só produzirá efeito de-
III - para repouso à gestante e à puérpera; pois de examinado e referendado pelo órgão de perícia médica do
IV - para fins de adoção; Município. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº957/2022)
V - para concorrer a cargo público eletivo e exercê-lo; Art. 142-DO servidor em licença para tratamento de saúde de-
VI - para prestação de serviço militar obrigatório; verá abster-se de atividade remunerada ou não compatível com o
seu estado, sob pena de suspensão imediata da licença.
VII - para tratar de interesses particulares;
§ 1º O servidor que tiver conhecimento de possível irregulari-
VIII - para acompanhar cônjuge;
dade na concessão ou na manutenção de licença para tratamento
IX - em caráter especial, como prêmio.
de saúde tem o dever de comunicá-la à Administração.
X - paternidade. (Redação acrescida pela Lei Complementar
§ 2º Existindo indícios do exercício de atividade ou de compor-
nº245/1991) tamento incompatível com seu estado de saúde pelo servidor em
Parágrafo Único. Ao funcionário em comissão só será concedi- licença para tratamento de saúde, a Administração deverá instaurar
da licença: procedimento administrativo disciplinar. (Redação acrescida pela
I -(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) Lei Complementar nº957/2022)
II - nos casos dos incisos II e IX. (Redação dada pela Lei Comple- Art. 142-EFindo o prazo do benefício, o servidor retornará ao
mentar nº478/2002) serviço, salvo em caso de necessidade de nova inspeção médica in-
dicada pelo órgão de perícia médica do Município.

183
LEGISLAÇÃO

§ 1º Em caso de nova inspeção médica, poderá ser decidido: III - com um terço, quando superior a cento e oitenta dias e não
I - pelo retorno ao serviço, com aptidão total ou aptidão com exceder de trezentos e sessenta e cinco dias;
restrições; IV - sem retribuição pecuniária, quando exceder de trezentos
II - pela prorrogação do auxílio-doença; ou e sessenta e cinco dias até o máximo de setecentos e trinta dias.
III - pelo encaminhamento do servidor ao órgão previdenciário
do Município, para avaliação quanto à concessão de aposentadoria SEÇÃO IV
por invalidez. DA LICENÇA PARA REPOUSO À GESTANTE E À PUÉRPERA E DA
§ 2º Caso a conclusão médica seja pelo retorno ao serviço na LICENÇA-PATERNIDADE (Redação dada pela Lei Complementar
condição apto com restrições, o servidor será encaminhado ao seu nº245/1991)
órgão de origem para a adoção dos procedimentos necessários.
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº957/2022) Art. 152À funcionária gestante será concedida mediante ins-
Art. 142-FPara concessão da licença em razão de: peção médica, no período perinatal, licença de cento e vinte dias,
I - acidente em serviço, é indispensável a comprovação deta- assegurada a retribuição pecuniária.
lhada da ocorrência, no prazo de 8 (oito) dias, mediante processo § 1º (Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
de ofício; e § 2º A funcionária gestante, quando em serviço de natureza
II - moléstia profissional, o laudo médico deverá estabelecer braçal, terá direito a desempenhar atribuições compatíveis com seu
sua rigorosa caracterização.(Redação acrescida pela Lei Comple- estado, a contar do quinto mês de gestação.
mentar nº957/2022) § 3º Ao funcionário é concedida licença-paternidade por 20
Art. 142-GAs moléstias passíveis de tratamento ambulatorial (vinte) dias consecutivos, contados da data de nascimento do filho,
compatíveis com o exercício do cargo não darão motivo a licença. mediante a apresentação da respectiva certidão de nascimento.
Parágrafo único. Os afastamentos para consulta ou exames mé- (Redação dada pela Lei Complementar nº800/2016)
dicos durante o expediente não dão motivo a licença saúde, fican- § 4º Ocorrendo o falecimento da gestante e a sobrevivência
do autorizada a saída do serviço pelo tempo necessário, mediante da criança, será concedida licença-paternidade de 180 (cento e oi-
comprovação à chefia, nos termos do regulamento. (Redação acres- tenta) dias, mediante apresentação da certidão de óbito. (Redação
cida pela Lei Complementar nº957/2022) dada pela Lei Complementar nº957/2022)
Art. 142-HSe concedida nova licença decorrente da mesma do- Art. 152-ASerá devido salário-maternidade à servidora gestan-
ença dentro dos 60 (sessenta) dias seguintes à cessação da licença, te, em gozo de licença para repouso à gestante e à puérpera, por
esta será prorrogada. (Redação acrescida pela Lei Complementar 180 (cento e oitenta) dias consecutivos, com início entre 28 (vinte e
nº957/2022) oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste.
Art. 143(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) § 1º O salário-maternidade consistirá numa renda mensal igual
Art. 144(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) ao subsídio ou totalidade da remuneração da servidora.
Art. 145.(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) § 2º Em caso de aborto não criminoso, comprovado mediante
Art. 146(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
atestado médico, a servidora terá direito à licença e ao salário-ma-
Art. 147(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
ternidade por 15 (quinze) dias.(Redação acrescida pela Lei Comple-
Art. 148.Será integralmente assegurada a retribuição pecuni-
mentar nº957/2022)
ária ao servidor licenciado para tratamento de saúde, acidentado
Art. 152-BO salário-maternidade não poderá ser acumulado
em serviço, vítima de agressão não provocada no exercício de suas
com benefício por incapacidade. (Redação acrescida pela Lei Com-
atribuições ou acometido de moléstia profissional. (Redação dada
plementar nº957/2022)
pela Lei Complementar nº957/2022)
Art. 152-COs casos patológicos, verificados antes ou depois do
§ 1º O pagamento de gratificações devidas ao servidor obede-
parto ou deste decorrentes, serão considerados objeto de licença
cerá ao previsto nas respectivas leis de criação. (Redação dada pela
Lei Complementar nº957/2022) para tratamento de saúde. (Redação acrescida pela Lei Comple-
§ 2º (Revogado pela Lei Complementar nº957/2022) mentar nº957/2022)
Art. 149 (Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) Art. 153 (Revogado pela Lei Complementar nº957/2022)

SEÇÃO III SEÇÃO V


DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍ- DA LICENÇA PARA FINS DE ADOÇÃO
LIA
Art. 154.Ao servidor que adotar ou que obtiver guarda judicial
Art. 150O funcionário poderá obter licença por motivo de do- para fins de adoção de criança ou adolescente com até 18 (dezoito)
ença do cônjuge, da companheira ou companheiro, de ascendente, anos de idade, será concedida licença-paternidade pelo período de
descendente e colateral consanguíneo, até o segundo grau, desde 20 (vinte) dias, observado o disposto neste artigo.
que prove ser indispensável a sua assistência e esta não possa ser § 1º Durante a licença a que se refere este artigo, é assegurada
prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo. ao servidor a percepção de sua retribuição pecuniária total.
Parágrafo Único. Provar-se-á a doença mediante inspeção mé- § 2º Nos casos de adoção por casal homoafetivo, será conce-
dica procedida pelo órgão de biometria. dida licença:
Art. 151A licença de que trata o artigo anterior será concedida: I - pelo período de 180 (cento e oitenta) dias, quando o compa-
I - com a retribuição pecuniária total até noventa dias; nheiro ou cônjuge não obtiver afastamento igual ou superior a 120
II - com dois terços, quando superior a noventa dias e não ultra- (cento e vinte) dias, mediante comprovação; ou
passar a cento e oitenta dias; II - pelo período de 20 (vinte) dias, nos demais casos.

184
LEGISLAÇÃO

§ 3º Nos casos de adoção por servidor solteiro, será concedida SEÇÃO VIII
licença de 180 (cento e oitenta) dias. DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES
§ 4º A licença terá início a partir do trânsito em julgado da sen-
tença de adoção, salvo se precedido de termo de guarda para fins Art. 160O funcionário estável poderá obter licença de até dois
de adoção, quando então terá início a partir deste, e, em quaisquer anos, sem retribuição pecuniária, para tratar de interesses particu-
das hipóteses, desde que não haja transcorrido prazo de convivên- lares.
cia de fato, por tempo igual ou superior ao período de licença pre- § 1º A licença poderá ser negada, quando o afastamento for
visto. (Redação dada pela Lei Complementar nº957/2022) inconveniente ao interesse do serviço.
Art. 154-AÀ servidora que adotar ou que obtiver guarda judicial § 2º O funcionário deverá aguardar em exercício a concessão
para fins de adoção de criança ou adolescente com até 18 (dezoito) da licença, sob pena de incorrer em falta funcional.
anos de idade será concedida licença-maternidade pelo período de Art. 161O funcionário poderá, a qualquer tempo, reassumir o
180 (cento e oitenta) dias, observado o disposto neste artigo. (Re- exercício do cargo.
dação dada pela Lei Complementar nº957/2022) Art. 162Não será concedida nova licença antes de decorridos
§ 1º (Revogado pela Lei Complementar nº957/2022) dois anos, a contar da data da reassunção do cargo.
§ 2º Durante a licença a que se refere este artigo, é assegurada
à servidora a percepção de sua retribuição pecuniária total. (Reda- SEÇÃO IX
ção acrescida pela Lei Complementar nº499/2003) DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE
§ 3º Nos casos de adoção por casal homoafetivo, será conce-
dida licença: Art. 163O funcionário estável terá direito à licença, sem re-
I - pelo período de que trata o caput deste artigo, quando a tribuição pecuniária, para acompanhar o cônjuge quando este for
companheira ou cônjuge não obtiver afastamento igual ou superior transferido independentemente de solicitação própria para fora da
a 120 (cento e vinte) dias, mediante comprovação; ou Região Metropolitana de Porto Alegre. (Redação dada pela Lei Com-
II - pelo período de 20 (vinte) dias, nos demais casos. (Redação plementar nº173/1987)
acrescida pela Lei Complementar nº957/2003) Parágrafo Único. A licença somente será concedida mediante
§ 4º A licença terá a partir do trânsito em julgado da sentença pedido devidamente instruído e vigorará até o limite máximo esta-
de adoção, salvo se precedido de termo de guarda para fins de ado- belecido no art. 142.
ção, quando então terá início a partir deste, e, em quaisquer das
hipóteses, desde que não haja transcorrido prazo de convivência SEÇÃO X
de fato, por tempo igual ou superior ao período de licença previsto. DA LICENÇA-PRÊMIO
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº957/2003)
Art. 164Por quinquênio de efetivo exercício, o funcionário terá
SEÇÃO VI direito à concessão automática de três meses de licença-prêmio.
DA LICENÇA PARA CONCORRER A CARGO PÚBLICO E EXERCÊ- Parágrafo Único. Considerado o período aquisitivo, o quinqu-
-LO ênio será apurado, computando-se, ano a ano, o efetivo tempo de
serviço, excluído o período anual em que o funcionário tiver regis-
Art. 155O funcionário que concorrer a cargo público eletivo trado falta ou sofrido punição.
será licenciado na forma da legislação eleitoral. Art. 165A pedido do funcionário, a licença-prêmio poderá, no
Art. 156Eleito, o funcionário será licenciado a partir da posse; todo ou em parte, ser:(Vide Decreto nº9876/1990)
se titular de cargo em comissão ou função gratificada, será exone- I - gozada, com retribuição pecuniária;
rado ou dispensado. II - contada em dobro, como tempo de serviço, para efeitos de
disponibilidade, aposentadoria, adicionais e vantagens do art. 124;
SEÇÃO VII III - convertida em dinheiro, 1/3 ao ano a partir de cada quin-
DA LICENÇA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MILITAR OBRIGA- quênio.
TÓRIO § 1º Por ocasião da aposentadoria, poderá ser convertida a li-
cença-prêmio sem aplicação de quaisquer limites.
Art. 157Será concedida licença, sem vencimento, nos termos § 2º A opção do funcionário, relativamente ao modo de fruir a
da lei federal, ao funcionário que for convocado para prestar servi- vantagem de que trata este artigo, terá caráter irreversível. (Reda-
ço militar ou desempenhar outros encargos atinentes à segurança ção dada pela Lei Complementar nº235/1990)
nacional. Art. 166Perderá o direito ao período anterior que vinha sen-
Parágrafo Único. A licença será concedida à vista de documento do computado para efeitos de concessão de licença-prêmio, o
oficial que prove a incorporação obrigatória ou a matrícula em cur- funcionário que houver: (Redação dada pela Lei Complementar
so de formação da reserva. nº173/1987)
Art. 158O funcionário desincorporado deverá reassumir o exer- I - tirado licença por prazo superior a noventa dias, consecuti-
cício do cargo dentro do prazo máximo de trinta dias, sob pena de vos ou não, em razão de doença em pessoa da família;
ser considerado faltoso. II - gozado licença para tratar de interesses particulares ou para
Art. 159Ao funcionário oficial da reserva das forças armadas acompanhar o cônjuge;
será também concedida licença, nos termos do art. 157 e seu pa- III - faltado ou sofrido pena disciplinar, por período superior a
rágrafo único, durante os estágios previstos pelos regulamentos trinta dias, mesmo se convertida em multa.
militares. § 1º As licenças aludidas neste artigo não se adicionam.

185
LEGISLAÇÃO

§ 2º O quinquênio a considerar não poderá ter início em perío- SEÇÃO IV


do de licença ou suspensão. DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO(Revogado Pela
§ 3º As licenças para tratamento de saúde, salvo quando decor- Lei Complementar nº478/2002)
rentes de acidentes em serviço, agressão não-provocada no exercí-
cio de suas atribuições ou moléstia profissional, por período supe- Art. 174(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
rior a noventa dias, consecutivos ou não, protelam o quinquênio
pelo período que o exceder. CAPÍTULO XI
§ 4º A contagem de novo quinquênio terá início: DO PROVENTO(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
a) nas hipóteses dos incisos I e II deste artigo, na data em que o
funcionário reassumir o exercício do cargo; Art. 175(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
b) nos casos do inciso III, no dia imediato à última falta ou cum- Art. 176(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
primento de pena disciplinar, superior a trinta dias, consecutivos ou Art. 177(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
não. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº173/1987) Art. 178 (Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
Art. 179(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
CAPITULO IX Art. 180 -(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
DA DISPONIBILIDADE Art. 181(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
Art. 182 (Revogado pela Lei Complementar nº 478/2002)
Art. 167O funcionário estável será colocado em disponibilidade Art. 183(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002)
quando o cargo de que era titular houver sido declarado extinto por
lei e enquanto não ocorrer o seu obrigatório aproveitamento. CAPÍTULO XII
§ 1º O provento na disponibilidade será proporcional ao tempo DO DIREITO DE PETIÇÃO
de serviço.
§ 2º A disponibilidade não exclui a possibilidade de nomeação Art. 184É assegurado ao funcionário o direito de requerer, pe-
para cargo em comissão, com direito de opção remuneratória. dir reconsideração, recorrer e de representar.
§ 3º Enquanto não vagar cargo, nas condições previstas para o Parágrafo Único. As petições, salvo determinação expressa em
aproveitamento de funcionário em disponibilidade, nem se verifi- lei ou regulamento, serão dirigidas ao prefeito municipal e terão
car qualquer das hipóteses a que alude o parágrafo anterior, poderá despacho final no prazo máximo de quarenta (40) dias.
a autoridade competente atribuir-lhe funções compatíveis com o Art. 185O pedido de reconsideração deverá conter novos ar-
gumentos ou provas suscetíveis de reformar o despacho, a decisão
cargo que ocupava.
ou o ato.
§ 4º Na hipótese prevista no parágrafo anterior será assegu-
Parágrafo Único. O pedido de reconsideração, que não poderá
rado ao funcionário provento correspondente ao cargo de que era
ser renovado, será submetido à autoridade que houver prolatado o
detentor.
despacho, proferido a decisão ou praticado o ato.
§ 5º O funcionário em disponibilidade poderá ser aposentado
Art. 186Caberá recurso ao Prefeito, como última instância ad-
nas hipóteses do Art. 168.
ministrativa, sendo indelegável sua decisão.
§ 1º Terá caráter de recurso o pedido de reconsideração quan-
CAPÍTULO X
do o prolator do despacho, decisão ou ato houver sido o Prefeito.
DA APOSENTADORIA § 2º A decisão sobre qualquer recurso será precedida de pare-
cer do órgão colegiado competente.
SEÇÃO I Art. 187O pedido de reconsideração e o recurso não terão efei-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES(Revogado Pela Lei Complementar to suspensivo e, se providos, seus efeitos retroagirão à data do ato
nº478/2002) impugnado.
Art. 188O direito de reclamação administrativa prescreve em
Art. 168 (Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) um ano a contar do ato ou fato do qual se originar.
Art. 169(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) § 1º O prazo prescricional terá início na data da publicação do
Art. 170 (Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) ato impugnado ou quando este for de natureza reservada, naquela
em que tiver ciência o interessado.
SEÇÃO II § 2º O pedido de reconsideração e o recurso interrompem a
DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ(Revogado Pela Lei Com- prescrição administrativa.
plementar nº478/2002) Art. 189A representação será dirigida ao chefe imediato do fun-
cionário que, se a solução não for de sua alçada, a encaminhará a
Art. 171 (Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) quem de direito.
Art. 172(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) § 1º Se não for dado andamento à representação, dentro do
prazo de cinco dias, poderá o funcionário dirigi-la direta e sucessi-
SEÇÃO III vamente às chefias superiores.
DA APOSENTADORIA POR LIMITE DE IDADE(Revogado Pela Lei § 2º A representação está isenta do pagamento da taxa de ex-
Complementar nº478/2002) pediente.
Art. 190É assegurado o direito de vistas do processo ao funcio-
Art. 173(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) nário ou representante legal.

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LEGISLAÇÃO

TITULO IV VIII - representar ou comunicar a seu chefe imediato irregulari-


DO REGIME DISCIPLINAR dades de que tiver conhecimento no órgão em que servir;
CAPITULO I IX - respeitar seus superiores hierárquicos e acatar suas ordens,
DA ACUMULAÇÃO exceto quando manifestamente ilegais;
X - observar as normas de segurança e medicina do trabalho
Art. 191É vedada a acumulação remunerada de cargos, funções estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de
ou empregos do Município, ou deste com os de outras entidades proteção individual (EPI) que lhe forem fornecidos;
de administração direta ou indireta, federal, estadual ou municipal. XI - frequentar cursos legalmente instituídos, para seu aperfei-
Art. 192Excetua-se da proibição do artigo anterior a acumula- çoamento e especialização;
ção de: XII - providenciar para que esteja sempre em dia no assenta-
I - dois cargos de professores; mento individual seu endereço residencial e sua declaração de fa-
II - um cargo de professor com outro técnico ou científico; mília;
III - um cargo de professor com o de juiz; XIII - manter espírito de cooperação e solidariedade com os co-
IV - dois cargos privativos de médico. legas de trabalho;
§ 1º Em qualquer dos casos, a acumulação somente é permiti- XIV - manter coleção atualizada de leis, regulamentos e demais
da quando haja correlação de matérias e compatibilidade de horá- normas necessárias ao desempenho de suas atribuições;
rios, devendo constar esta circunstância no ato respectivo. XV - zelar pela economia e conservação do material que lhe for
§ 2º As exceções à proibição de acumular, consignadas neste confiado;
artigo, poderão ser ampliadas na forma que dispuser a Lei Federal. XVI - manter apresentação pessoal compatível com suas ativi-
Art. 193A proibição de acumular não se aplica aos aposentados dades funcionais;
quanto: XVII - sugerir providências tendentes ao aperfeiçoamento de
I - ao exercício de mandato eletivo; serviço;
II - ao exercício de um cargo em comissão; XVIII - atender preferencial e prontamente:
III - a contrato para prestação de serviços técnicos ou especia- a) requisições destinadas à defesa da Fazenda Municipal;
lizados. b) pedidos de certidões para fins de direito;
Art. 194Não se compreende na proibição de acumular a per- c) pedidos de informações da Câmara Municipal;
cepção de: d) diligências solicitadas para instrução de processo disciplinar;
I - pensões com retribuição pecuniária ou provento; e) deprecados judiciais.
II - gratificações e vantagens das previstas neste Estatuto com Parágrafo Único. Será considerado como coautor o superior
retribuição pecuniária ou provento. (Redação dada pela Lei Com- hierárquico que, recebendo denúncia ou representação a respeito
plementar nº151/1987) de irregularidades no serviço ou de falta cometida por funcionário,
Parágrafo Único. Excetua-se das disposições do inciso II, deste seu subordinado, deixar de tomar as providências necessárias a sua
artigo, a percepção do regime especial de trabalho de dedicação apuração.
exclusiva ou complementar, já incluído nos proventos do inativo,
em regime de acumulação, na forma do artigo anterior. CAPITULO III
Art. 195Constatada, em inquérito administrativo, a acumula- DAS PROIBIÇÕES
ção proibida e aprovada a boa fé, o funcionário deverá optar por
um dos cargos. Art. 197Ao funcionário é proibido:
Parágrafo Único. Provada a má fé: I - referir-se de modo depreciativo, em informação, parecer ou
I - perderão ambos os cargos, se a acumulação se verificar na despacho, às autoridades e a atos da administração pública munici-
esfera municipal; pal, podendo porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de
II - será demitido do cargo municipal, comunicando-se o fato vista doutrinário ou da organização do serviço;
à outra entidade governamental na qual detenha cargo ou função; II - retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da au-
III - restituirá o que houver percebido indevidamente. toridade competente, qualquer documento ou objeto existente na
repartição;
CAPITULO II III - entreter-se durante as horas de trabalho em palestras, lei-
DOS DEVERES turas ou outras atividades estranhas ao serviço;
IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa justificável;
Art. 196São deveres do funcionário: V - retirar-se do recinto de trabalho, sem prévia licença do seu
I - manter assiduidade; superior imediato;
II - ser pontual; VI - ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou
III - usar de discrição; drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ao
IV - tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem prefe- serviço;
rências pessoais; VII - atender pessoas na repartição para tratar de assuntos par-
V - desempenhar, pessoalmente com zelo e presteza os encar- ticulares, em prejuízo de suas atividades;
gos que lhe competirem e os trabalhos de que for incumbido, den- VIII - participar de atos de sabotagem contra o serviço público;
tro de suas atribuições; IX - entregar-se a atividades político-partidárias nas horas e lo-
VI - ser leal às instituições constitucionais e administrativas a cais de trabalho;
que servir; X - desviar ou empregar quaisquer bens do Município em ativi-
VII - observar as normas legais e regulamentares; dades particulares ou políticas;

187
LEGISLAÇÃO

XI - exercer, ou permitir que subordinado seu exerça, atribui- § 3º Consultado o órgão de recursos humanos, é facultado ao
ções diferentes das definidas em lei ou regulamento como próprias funcionário vítima de assédio sexual ou de assédio moral a mudan-
do cargo ou função em que esteja legalmente investido; ça de local de trabalho, sem prejuízo de sua retribuição pecuniária,
XII - valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal, até a conclusão do respectivo processo disciplinar. (Redação dada
em detrimento da dignidade da função pública; pela Lei Complementar nº735/2014)
XIII - celebrar contratos de natureza comercial, industrial ou § 4º Para o fim do disposto no inc. XXVI do caput deste artigo,
civil de caráter oneroso, com o Município, por si ou com represen- considera-se assédio moral qualquer ação, gesto ou palavra que
tante de outrem; atinja, pela sua repetição, a autoestima e a segurança do funcio-
XIV - exercer comércio ou participar de sociedades comerciais, nário, fazendo-o duvidar de si e de sua competência, implicando
exceto como acionista, quotista ou comanditário; dano ao ambiente de trabalho, à sua evolução profissional ou à sua
XV - exercer funções de direção ou gerência de empresa indus- integridade física, emocional ou funcional, como, por exemplo:
trial ou comercial, salvo quando se tratar de funções de confiança I - marcar tarefas com prazos exíguos;
de empresa que participe o Município, caso em que o funcionário II - cometer a funcionário atribuições de menor complexidade
será considerado como exercendo cargo em comissão; do que as estabelecidas para seu cargo;
XVI - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou III - tomar para si o crédito de ideias de outros;
função em empresa, estabelecimento ou instituição que tenha re- IV - ignorar ou excluir funcionário, dirigindo-se a ele por meio
lações industriais ou comerciais com o Município em matéria que de terceiros;
se relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado; V - sonegar reiteradamente informações necessárias à elabo-
XVII - praticar usura; ração de trabalhos;
XVIII - aceitar representação de Estado estrangeiro; VI - espalhar rumores maliciosos;
XIX - coagir ou aliciar subordinados com objetivos político-par- VII - criticar com persistência;
tidários; VIII - segregar fisicamente o funcionário, confinando-o em local
XX - constituir-se procurador de partes ou servir de intermedi- inadequado, isolado ou insalubre; e
ário perante qualquer órgão municipal, exceto quando se tratar de IX - subestimar esforços.
parente até o segundo grau ou cônjuge; § 5º Os procedimentos administrativos disciplinares para ave-
XXI - receber propinas, comissões, presentes e vantagens de riguação e responsabilização pela prática referida no inc. XXVI do
qualquer espécie, em razão de suas atribuições; caput deste artigo serão instaurados por provocação do funcionário
ofendido ou por autoridade que tomar conhecimento da infração
XXII - valer-se da condição de funcionário para desempenhar
funcional. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº735/2014)
atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indi-
retamente, qualquer proveito;
CAPITULO IV
XXIII - cometer a pessoas estranhas à repartição, fora dos casos
DA RESPONSABILIDADE
previstos em lei, o desempenho de encargos que competir a si ou a
seus subordinados. Art. 198Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcioná-
XXIV - assediar outrem, com a finalidade de obter vantagem rio responde civil, penal e administrativamente.
sexual, implicando dano ao ambiente de trabalho, à evolução na Art. 199A responsabilidade civil decorre de procedimento do-
carreira profissional ou à eficiência do serviço. (Redação acrescida loso ou culposo que importe em prejuízo da Fazenda Municipal ou
pela Lei Complementar nº450/2000)(Regulamentado pelo Decreto de terceiros.
nº21.807/2022) § 1º O ressarcimento de prejuízo causado à Fazenda Municipal,
XXV - expor funcionários subordinados a situações humilhantes, no que exceder os limites da caução e na falta de outros bens que
constrangedoras, desumanas, prolongadas e repetitivas no exercí- respondam pela indenização, será liquidado mediante desconto em
cio de suas atribuições, durante a jornada de trabalho, implicando prestações mensais não excedentes da décima parte da retribuição
danos à evolução na carreira profissional, à eficiência do serviço ou pecuniária.
ao ambiente de trabalho. (Redação acrescida pela Lei Complemen- § 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
tar nº498/2003)(Regulamentado pelo Decreto nº21.807/2022) funcionário perante a Fazenda Municipal, através de composição
XXVI - praticar assédio moral contra seus subordinados, por amigável ou, se esta não for possível, através de ação regressiva
meio de atos ou expressões reiteradas que tenham por objetivo pelo competente órgão jurídico do Município.
atingir a dignidade desses ou criar condições de trabalho humilhan- § 3º A não observância, por ação ou omissão, do disposto no
tes ou degradantes para esses, abusando de autoridade conferida parágrafo anterior, apurada em processo regular, constitui falta de
pela posição hierárquica. (Redação acrescida pela Lei Complemen- exação no cumprimento do dever.
tar nº735/2014)(Regulamentado pelo Decreto nº21.807/2022) Art. 200A responsabilidade penal abrange os crimes e contra-
§ 1º Não está compreendido na proibição dos itens XIV, XV e venções imputadas ao funcionário nessa qualidade.
XVI deste artigo, a participação de funcionário na presidência de Art. 201A responsabilidade administrativa resulta de atos ou
associações, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de omissões praticados no desempenho de cargo ou função.
classe, ou como sócio. Art. 202As cominações civis, penais e disciplinares poderão
§ 2º Quando o funcionário violar o disposto no inciso VI por cumular- se, sendo umas e outras independentes entre si, assim
como as instâncias civis, penal e administrativa.
comprovado motivo de dependência, obrigatoriamente deverá ser
encaminhado a tratamento especializado.

188
LEGISLAÇÃO

CAPITULO V Parágrafo Único. O detentor de cargo em comissão, enquadra-


DAS PENAS E SUA APLICAÇÃO do nas disposições deste artigo, será demitido sem perda do cargo
efetivo de que seja titular.
Art. 203São penas disciplinares: Art. 207O funcionário será punível com demissão nas hipóteses
I - repreensão; de:
II - suspensão ou multa; I - indisciplina ou insubordinação graves ou reiteradas;
III - destituição de função gratificada; II - ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço,
IV - demissão; salvo em legítima defesa;
V - cassação de disponibilidade; III - abandono do cargo, caracterizado pelo não comparecimen-
VI - cassação de aposentadoria. to ao serviço por mais de trinta dias consecutivos;
§ 1º Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a IV - ausências excessivas ao serviço, em número superior a ses-
natureza e a gravidade da infração e os danos delas resultantes para senta (60) dias úteis, interpoladas durante um (1) ano. (Redação
o serviço público. dada pela Lei Complementar nº173/1987)
§ 2º A primeira infração, de acordo com a natureza e gravidade, V - cometimento de qualquer uma das disposições constantes
poderá ser aplicada qualquer das penas indicadas neste artigo. nos incs. XVII a XXIV e XXVI do caput do art. 197 desta Lei Comple-
§ 3º Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza mentar, considerado o efeito, a gravidade ou a reincidência do ato;
e reduzida gravidade, não demande a aplicação das penas previstas (Redação dada pela Lei Complementar nº735/2014)
neste artigo, será o funcionário advertido particular e verbalmente. VI - falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gra-
Art. 204A repreensão será aplicada por escrito na falta de cum- vidade, que resulte em lesões pessoais ou danos de monta;
primento do dever funcional ou quando ocorrer procedimento pú- VII - incontinência pública e escandalosa e prática de vícios de
blico inconveniente. jogos proibidos;
Art. 205A suspensão, que não poderá exceder de noventa dias VIII - acumulação proibida na forma da Lei;
consecutivos, implicará a perda de todas as vantagens e direitos de- IX - aplicação indevida de dinheiro público;
correntes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao funcionário: X - reincidência na transgressão prevista no inc. XXV do art.
I - quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade; 197 e no inc. V do art. 205; (Redação dada pela Lei Complementar
II - na violação das proibições consignadas neste Estatuto; nº498/2003)
III - nos casos de reincidência em infração já punida com re- XI - lesão dos cofres públicos ou dilapidação do patrimônio mu-
preensão; nicipal;
IV - como graduação de penalidade mais grave, tendo em vista XII - revelação de fato ou informação de natureza sigilosa de
circunstância atenuante; que tenha ciência em razão de cargo ou função, salvo quando se
V - que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administra-
propuser, permitir ou receber a retribuição correspondente a tra- tivo disciplinar;
balho não realizado; XIII - corrupção passiva nos termos da lei penal;
VI - que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço XIV - prática de outros crimes contra a administração pública.
extraordinário; Parágrafo Único. A demissão será aplicada ao funcionário que
VII - responsável pelo retardamento de processo sumário; condenado, por decisão judicial transitada em julgado, incorrer na
VIII - que deixar de atender notificação para prestar depoimen- perda da função pública na forma da Lei Penal.
to em processo disciplinar. Art. 207-AVerifica-se a reincidência prevista na primeira parte
§ 1º A suspensão não será aplicada enquanto o funcionário es-
do inciso X do art. 207 quando o funcionário pratica nova conduta
tiver em licença por qualquer dos motivos constantes no art. 141.
no período de até 05 (cinco) anos a partir do dia em que tornar irre-
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a suspensão
vogável a decisão administrativa que o tiver condenado pela prática
poderá ser convertida em multa, na base de cinquenta por cento
da conduta descrita no inciso XXV do art. 197. (Redação acrescida
por dia de retribuição pecuniária.
pela Lei Complementar nº498/2003)
§ 3º Os efeitos da conversão da suspensão e multa não serão
Art. 208Atendendo à gravidade da falta, a demissão poderá ser
alterados mesmo que ao funcionário seja assegurado afastamento
aplicada com a nota “a bem do serviço público”, a qual constará
legal remunerado durante o período.
sempre do ato de demissão fundamentado nos incisos X a XIII do
§ 4º A multa não acarretará prejuízo na contagem de tempo
artigo anterior, e no seu inciso XIV quando a pena cominada na lei
de serviço, a não ser para efeito de concessão de avanço e licença-
-prêmio. penal for à de reclusão.
Art. 206A destituição de função gratificada dar-se-á: Art. 209Aplicar-se-á a cassação de disponibilidade quando ficar
I - quando se verificar falta de exação no seu desempenho; provado que o funcionário:
II - quando o funcionário contribuir para que, no devido tempo, I - praticou, quando em atividade, qualquer infração punível
não se apure irregularidade no serviço. com demissão;
III - quando o funcionário transgredir a disposição prevista no II - aceitou cargo ou função pública contra expressa disposição
inciso XXV do art. 197. (Redação acrescida pela Lei Complementar de lei;
nº498/2003) III - aceitou representação de Estado estrangeiro, sem autori-
IV - quando o funcionário cometer o disposto no inc. XXVI do zação legal;
caput do art. 197 desta Lei Complementar. (Redação acrescida pela IV - foi condenado por crime que importaria em demissão se
Lei Complementar nº735/2014) estivesse em atividade;

189
LEGISLAÇÃO

V - celebrou contrato de natureza comercial, industrial ou civil § 1º O prefeito, ao ordenar a prisão, comunicará imediatamen-
de caráter oneroso com a administração municipal por si ou como te o fato a autoridade judiciária competente e providenciará no sen-
representante de outrem; tido de ser realizado, com urgência, processo de tomada de contas.
VI - exerce advocacia administrativa; § 2º A prisão administrativa não excederá de noventa dias.
VII - pratica usura. Art. 217O funcionário poderá ser suspenso preventivamente,
Art. 210Dar-se-á a cassação da aposentadoria quando ficar pro- até noventa dias, desde que seu afastamento seja necessário para
vado que o aposentado transgrediu o disposto nos incisos I a III do não influir na apuração da falta imputada.
artigo anterior. Parágrafo Único. Decorrido o respectivo prazo ou ultimada a
Art. 211Do ato de demissão constará sempre o dispositivo legal instrução do inquérito, cessarão os efeitos da suspensão preven-
em que se fundamentar. tiva, salvo no caso de alcance ou malversação de dinheiro público,
Art. 212Uma vez submetido a inquérito administrativo, o fun- quando se estenderão até a decisão final.
cionário só poderá ser exonerado, a pedido, depois da conclusão do Art. 218São competentes para ordenar a suspensão preventi-
processo, reconhecida sua inocência. va;
Parágrafo Único. Excetua-se do disposto neste artigo o funcio- I - o Prefeito, em qualquer caso, inclusive nas prorrogações até
nário estável processado por abandono de cargo ou ausências ex- o limite fixado no artigo anterior;
cessivas ao serviço. II - os Secretários Municipais, Diretores-Gerais de Autarquias e
Art. 213A aplicação das penalidades prescreverá em: os titulares de órgãos subordinados diretamente ao Prefeito, até o
I - um ano, se a de repreensão; máximo de trinta dias.
II - dois anos, se a de suspensão ou multa; Art. 219O funcionário terá direito à diferença de retribuição e
III - três anos, se as de destituição de função e demissão por à contagem do:
abandono de cargo ou faltas excessivas ao serviço; I - tempo de serviço em que esteve preso ou suspenso, quando
IV - quatro anos, se as de cassação de aposentadoria ou dispo- do processo não houver resultado em penalidade ou esta se limitar
nibilidade e demissão nos demais casos. à de repreensão;
§ 1º O prazo de prescrição contar-se-á da data do conhecimen- II - período do afastamento que exceder do prazo da suspensão
to do ato ou fato por superior hierárquico. disciplinar aplicada.
§ 2º No caso de inquérito administrativo, a prescrição inter-
rompe-se na data da instauração.
TITULO V
§ 3º O prazo de prescrição será suspenso quando ocorrer a hi-
DO PROCESSO DISCIPLINAR
pótese do § 1º do art. 205.
§ 4º Se a infração disciplinar for também prevista como crime
CAPITULO I
na lei penal, por esta regular-se-á a prescrição sempre que os pra-
DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES
zos forem superiores aos estabelecidos neste artigo.
Art. 214Para aplicação de penas disciplinares são competentes:
Art. 220A autoridade que tiver ciência de irregularidades no
I - o Prefeito, em qualquer caso;
serviço municipal ou de falta funcional é obrigada a promover de
II - os Secretários Municipais, Diretores-Gerais de Autarquias e
os titulares de órgãos diretamente subordinados ao Prefeito, até a imediato a sua apuração, sob pena de se tornar corresponsável.
de suspensão ou multa limitada ao máximo de trinta dias; Art. 221As irregularidades e faltas funcionais serão apuradas
III - os titulares de órgãos diretamente subordinados aos Secre- por meio de:
tários Municipais e Diretores-Gerais de Autarquias, até a de suspen- I - sindicância, quando:
são por dez dias; a) não houver dados suficientes para sua determinação ou para
IV - os titulares de órgãos em nível de Divisão e Coordenação, apontar o funcionário faltoso;
até a de suspensão por cinco dias; b) sendo determinado o indiciado, não for a falta confessada,
V - as demais chefias, no caso de repreensão. documentalmente provada ou manifestamente evidente;
Art. 215Toda pena imposta ao funcionário, das previstas no art. II - inquérito administrativo, quando:
203, bem como o resultado, em qualquer hipótese, de inquérito ad- a) a gravidade da ação ou omissão torne o autor passível de
ministrativo em que for indiciado, deverá constar do assentamento pena das previstas nos incisos III a VI do art. 203;
individual. b) na sindicância ficar comprovada a ocorrência de irregulari-
Parágrafo Único. Para os efeitos do disposto neste artigo, toda dade ou falta funcional grave, ainda que sem indicação da autoria.
penalidade aplicada, deverá, imediatamente, ser comunicada ao
órgão de Recursos Humanos. CAPÍTULO II
DA SINDICÂNCIA
CAPITULO VI
DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA SUSPENSÃO PREVENTIVA Art. 222Toda autoridade municipal é competente para, no âm-
bito do órgão sob sua chefia, determinar a realização de sindicância.
Art. 216Cabe ao Prefeito ordenar, fundamentadamente e por § 1º A sindicância será cometida a funcionário de hierarquia
escrito, a prisão administrativa do responsável por dinheiro, valores igual ou superior à do implicado, se houver.
e outros bens pertencentes à Fazenda Municipal ou que se acharem § 2º O sindicante dedicará tempo integral ao encargo, ficando
sob a guarda desta, no caso de alcance ou omissão em prestar con- dispensado de suas atribuições normais até a apresentação do re-
tas nos devidos prazos. latório.

190
LEGISLAÇÃO

Art. 223O sindicante efetuará de forma sumária, as diligências I - O presidente da comissão, ao instalar os trabalhos, autuará
necessárias ao esclarecimento da ocorrência e indicação do respon- a portaria e demais peças existentes e determinará dia, hora e local
sável, apresentando, no prazo máximo de dez dias úteis, relatório a para a primeira audiência e a citação dos indiciados.
respeito. II - A citação será feita com antecedência mínima de cinco dias
§ 1º Preliminarmente, deverá o sindicante ouvir o autor da re- úteis da data marcada para a audiência inicial e conterá dia, hora e
presentação e o funcionário implicado, se houver. local e qualificação do indiciado e a falta que lhe é imputada.
§ 2º Reunidos os elementos apurados, o sindicante, traduzirá III - Caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o fato
no relatório as suas conclusões pessoais, indicando o possível cul- ser certificado, à vista de, no mínimo, duas testemunhas.
pado, qual a irregularidade ou transgressão e o seu enquadramento IV - Quando houver fundada suspeita de ocultação do indicia-
nas disposições estatutárias. do, proceder-se-á a citação por hora certa, na forma dos artigos 227
§ 3º O sindicante somente sugerirá a instauração de inquérito a 229 do Código de Processo Civil.
administrativo quando os fatos apurados comprovadamente na sin- V - Estando o indiciado ausente do Município, se conhecido seu
dicância a tal conduzirem, na forma do inciso II do art. 221; endereço, será citado por via postal, em carta registrada, juntan-
§ 4º Quando a sindicância concluir pela culpabilidade será o do-se ao processo o comprovante do registro e o aviso de recebi-
funcionário notificado para apresentar defesa, no prazo de três dias mento.
úteis. VI - Quando o indiciado se encontrar em lugar incerto e não
Art. 224A autoridade, de posse do relatório do sindicante, sabido, será citado mediante edital, publicado no órgão oficial, com
acompanhado de elementos que instruírem o processo, decidirá prazo de quinze dias, juntando-se o comprovante ao processo.
no prazo de cinco dias úteis, pela aplicação de penalidade de sua VII - A citação pessoal, as intimações e as notificações serão
competência ou pela instauração de inquérito administrativo, ou feitas pelo secretário da comissão, apresentando ao destinatário o
arquivamento do processo, se for o caso e estiver na sua alçada. instrumento correspondente em duas vias para que, retendo uma
Parágrafo Único. Quando a aplicação da pena cabível, ou a ins- delas, passe recibo devidamente datado na outra.
tauração de inquérito for de autoridade de outra alçada ou compe- VIII - A tomada de depoimento das testemunhas obedecerá
tência, a esta deverá ser encaminhada a sindicância para apreciação preferentemente, à seguinte ordem: primeiro, as apresentadas pelo
das medidas propostas. denunciante; a seguir, as indicadas pela comissão; e, por último, as
arroladas pelo indiciado.
CAPÍTULO III IX - Antes de depor, a testemunha será devidamente qualifica-
DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO da, declarando o nome; estado civil, idade, profissão, residência,
se é parente do indiciado, ou se mantém ou não relações com o
SEÇÃO I mesmo.
DISPOSIÇÕES GERAIS X - Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não poderão
estar presentes, salvo o caso em que a comissão julgue necessária
Art. 225O inquérito administrativo será realizado por comissão a acareação.
constituída de três funcionários estáveis, com formação superior, § 1º Quando o indiciado comparecer voluntariamente perante
designados pelo Prefeito, dos quais pelo menos um bacharel em a comissão, será dado como citado.
Ciências Jurídicas e Sociais. § 2º Não havendo indiciado, a comissão intimará as pessoas,
Parágrafo Único. As comissões de inquérito, quando perma- funcionários ou não, que presumivelmente possam esclarecer a
nentes, serão renovadas bianualmente pelo terço, funcionando ocorrência, objeto do inquérito.
seus membros em regime de tempo integral. § 3º Quando a comissão entender que os elementos do pro-
Art. 226São Competentes para instaurar inquérito administra- cesso são insuficientes para bem caracterizar a ocorrência poderá
tivo, o Prefeito, os titulares de Repartições que lhe são diretamente ouvir previamente a vítima ou o denunciante da irregularidade ou
subordinados e os Diretores-Gerais de Autarquias. falta funcional.
Art. 227Os membros da comissão de inquérito não poderão Art. 231Feita a citação e não comparecendo o indiciado, o pro-
manter com o indiciado qualquer vínculo de subordinação ou pa- cesso prosseguirá à revelia com defensor designado pelo presiden-
rentesco. te da comissão; o mesmo acontecendo nos casos dos incisos V e VI
Art. 228Não poderão fazer parte da comissão, nem secretariá- do artigo anterior, se não comparecer no prazo fixado.
-la, o autor da denúncia ou representação, e quem tenha realizado Art. 232O indiciado tem o direito de, pessoalmente ou por
a sindicância. intermédio de defensor, assistir aos atos probatórios que se reali-
Art. 229O inquérito administrativo deverá ser iniciado dentro zarem perante a comissão, requerendo medidas que julgar conve-
do prazo de cinco dias úteis, contados da data da sua instauração, nientes.
e ter ultimada a instrução em noventa dias, prorrogáveis, a juízo da Parágrafo Único. O indiciado poderá requerer ao presidente da
autoridade que houver instaurado, por até sessenta dias, quando comissão a designação de defensor dativo.
circunstâncias ou motivos especiais a justificarem. Art. 233O indiciado, dentro do prazo de cinco dias úteis após
o interrogatório, poderá requerer diligência, produzir prova docu-
SECÇÃO II mental e arrolar testemunhas até o máximo de cinco.
DOS ATOS E TERMOS PROCESSUAIS Parágrafo Único. Se as testemunhas de defesa não forem en-
contradas e o indiciado, dentro de três dias úteis não indicar outras
Art. 230Na realização do inquérito administrativo serão obser- em substituição, prosseguir-se-á nos demais termos do processo.
vadas as seguintes normas: Art. 234A testemunha somente poderá eximir-se de depor nos
casos previstos na lei penal.

191
LEGISLAÇÃO

§ 1º Se arrolados como testemunhas, o Prefeito, os Secretários § 3º Deverá também a comissão em seu relatório, sugerir pro-
do Município, os Diretores-Gerais de Autarquias e os Vereadores, vidências tendentes a evitar a reprodução de fatos semelhantes ao
bem como autoridades federais ou estaduais de níveis hierárquicos que originou o processo, bem como quaisquer outras que lhe pare-
a eles assemelhados ou superiores, serão ouvidos em local, dia e çam do interesse do serviço público municipal.
hora previamente ajustados com a autoridade processante. Art. 241Apresentado o relatório, a comissão ficará à disposição
§ 2º Os servidores municipais arrolados como testemunhas se- da autoridade que houver instaurado o inquérito para qualquer es-
rão requisitados aos respectivos chefes e os federais e estaduais, clarecimento ou providência julgada necessária.
bem como os militares serão notificados por intermédio das repar- Art. 242Recebido o processo, a autoridade que houver instau-
tições ou unidades a que pertencerem. rado o inquérito, ouvido o órgão colegiado competente, deverá
§ 3º No caso em que pessoa estranha ao serviço público se re- apreciá-lo no prazo de quinze dias.
cuse a depor perante a comissão, o presidente solicitará à autori- § 1º Quando não forem da alçada da autoridade a aplicação
dade policial providências no sentido de ser ela ouvida na Policia, das penalidades e as providências indicadas, estas serão propostas
encaminhando, para tanto, àquela autoridade, a matéria reduzida a ao Prefeito, no prazo marcado para julgamento.
itens, sobre a qual deva ser ouvida. § 2º Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para decisão
Art. 235Durante o curso do processo, a comissão promoverá final, contado da data do recebimento do processo pelo Prefeito,
as diligências que se fizerem necessárias à elucidação do objeto do será também de quinze dias.
inquérito, podendo, inclusive recorrer a técnicos e peritos. § 3º A autoridade julgadora promoverá a publicação em órgãos
Parágrafo Único. Os órgãos municipais atenderão com priorida- oficial, no prazo de oito dias, da decisão que proferir, expedirá os
de às solicitações da Comissão. atos decorrentes do julgamento e determinará as providências ne-
Art. 236Compete à Comissão conhecer de novas imputações cessárias à sua execução.
que surgirem contra o indiciado durante o processo, caso em que § 4º Cumprido o disposto no parágrafo anterior, dar-se-á ciên-
este poderá produzir provas em sua defesa. cia da solução do processo ao autor da representação e à comissão
Art. 237A Comissão à vista de elementos de prova colhidos no de inquérito, arquivando-se após o processo.
decurso do processo, poderá indiciar o funcionário que será imedia- Art. 243Quando ao funcionário se imputar crime praticado na
tamente citado para fins de interrogatório e acompanhamento do esfera administrativa, a autoridade que houver instaurado o pro-
processo nos termos deste Capítulo. cesso, providenciará para que, simultaneamente, se instaure o in-
Parágrafo Único. A indicação de que trata este artigo será feita quérito policial.
através de portaria do presidente da Comissão que a encaminhará Art. 244A decisão que reconhecer a prática de infração capitu-
ao órgão de recursos humanos para fins de registro. lada na lei penal implicará, sem prejuízo das sanções administrati-
Art. 238Na formação material do processo, obedecer-se-á às vas, a remessa do translado ou autos suplementares do inquérito à
seguintes normas: autoridade competente.
I - Todos os termos lavrados pelo secretário terão forma proces- Art. 245É assegurada a intervenção do indiciado ou seu defen-
sual sucinta e, quando possível, padronizada. sor em qualquer fase do processo, até a apresentação da defesa.
II - A juntada de documentos será feita pela ordem cronológica Art. 246Tanto no inquérito administrativo, como na sindicân-
de apresentação, mediante despacho do presidente da comissão. cia, poderá ser arguida suspeição ou nulidade, durante ou após a
formação da culpa, devendo a arguição, fundamentar-se em texto
III - A cópia da ficha funcional deverá integrar o processo desde
legal, sob pena de ser dada como inepta.
a indicação do funcionário.
Parágrafo Único. As irregularidades processuais que não cons-
IV - Juntar-se-á também ao processo, após despacho do presi-
tituírem vícios substanciais insanáveis, suscetíveis de influírem na
dente, o mandato que, revestido das formalidades legais, permitirá
apuração da verdade ou na decisão do processo, não lhe determi-
a intervenção do procurador do indiciado.
narão a nulidade.
Art. 239Ultimada a instrução do processo, intimar-se-á o indi-
ciado, ou seu defensor, correndo da data da intimação o prazo de
CAPITULO IV
dez dias para apresentação de defesa por escrito, sendo-lhe facul-
DO PROCESSO POR ABANDONO DE CARGO OU POR AUSÊN-
tada a retirada de autos suplementares. CIAS EXCESSIVAS AO SERVIÇO
§ 1º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e
de vinte dias. Art. 247É dever do chefe imediato conhecer dos motivos que
§ 2º O prazo de defesa poderá ser suprimido, a critério da co- levam o funcionário a faltar consecutiva ou frequentemente ao ser-
missão, quando esta a julgar desnecessária ante a inconteste com- viço.
provação do inocência do indiciado. Parágrafo Único. Constatadas as primeiras faltas, deverá o che-
Art. 240Esgotado o prazo de defesa, a comissão apresentará o fe imediato, sob pena de se tornar corresponsável, comunicar o fato
seu relatório dentro de vinte dias úteis. ao órgão de apoio administrativo local, que promoverá as diligên-
§ 1º Se a defesa tiver sido dispensada ou apresentada antes da cias necessárias à apuração da ocorrência.
fluência do prazo, contar-se-á o destinado à feitura do relatório a Art. 248Quando o número de faltas ultrapassar a trinta conse-
partir do dia seguinte ao da dispensa ou apresentação. cutivos ou sessenta interpolados durante um ano, o órgão de apoio
§ 2º No relatório, a comissão apreciará em relação a cada in- administrativo da repartição onde sirva o funcionário comunicará a
diciado, separadamente, as irregularidades de que foi acusado, as ocorrência ao órgão de recursos humanos.
provas que instruírem o processo e as razões de defesa, propondo, Parágrafo Único. Para aferição do número de faltas, as horas
justificadamente, a absolvição ou a punição, sugerindo, neste caso, serão convertidas em dias quando o funcionário estiver sujeito a
a pena que couber. regime de plantões.

192
LEGISLAÇÃO

Art. 249O órgão de recursos humanos de posse dos elementos II - Quando o prazo terminar em domingo ou dia em que não
de que trata o artigo anterior promoverá sindicância e, à vista do haja expediente, o seu vencimento será prorrogado para o primeiro
resultado nela colhido, proporá: dia útil seguinte.
I - a solução, se ficar provada a existência de força maior, co- Art. 259A atribuição de qualquer direito ou vantagem cuja con-
ação ilegal ou circunstancial ligada ao estado físico ou psíquico do cessão dependa de ato ou portaria do Prefeito, ou de outra autori-
funcionário, que contribua para não se caracterizar o abandono de dade com competência para tal, somente produzirá efeito a partir
cargo ou que possa determinar a justificabilidade das faltas; da data da publicação.
II - a instauração de inquérito administrativo se inexistirem Art. 260Será admitido o recebimento, por procuração, de qual-
provas das situações mencionadas no inciso anterior, ou, existindo, quer importância dos cofres municipais, quando o funcionário ou
forem julgadas insatisfatórias. inativo se encontrar fora da sede do Município ou comprovadamen-
Parágrafo Único. Salvo no caso em que ficar caracterizada, te impossibilitado de locomover-se.
desde logo, a intenção do faltoso em abandonar o cargo, ser-lhe-á Art. 261Repartições, para os exclusivos efeitos deste Estatuto,
permitido continuar em exercício, a título precário, sem prejuízo da são as Secretarias Municipais e os demais órgãos diretamente su-
conclusão do processo. bordinados ao Prefeito.
CAPÍTULO V Art. 262Entende-se por órgão colegiado competente, para os
DA REVISÃO DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO efeitos deste Estatuto, o Conselho Municipal de Administração de
Pessoal - COMAP.
Art. 250A revisão do inquérito administrativo poderá ser re- Art. 263Por motivo de convicção filosófica, religiosa ou política,
querida a qualquer tempo, uma única vez quando: nenhum servidor poderá ser privado de qualquer de seus direitos,
I - a decisão for contrária ao texto da lei ou à evidência dos nem sofrer alterações em sua atividade funcional.
autos; Art. 264É vedado exigir atestado de ideologia como condição
II - a decisão se fundar em depoimentos, exames ou documen- para posse ou exercício de cargo ou função pública.
tos falsos ou viciados; Art. 265Os funcionários municipais, no exercício de suas atri-
III - forem aduzidas novas provas, suscetíveis de atestar a ino- buições, não estão sujeitos à ação penal por ofensa irrogada em
cência do interessado ou de autorizar diminuição da pena. quaisquer escritos de natureza administrativa.
Parágrafo Único. O pedido de revisão não tem efeito suspensi- Parágrafo Único. A requerimento do interessado, serão risca-
vo e nem permite agravação da pena. das as ofensas irrogadas.
Art. 251O pedido de revisão, submetido a despacho do Prefei- Art. 266O servidor que esteja sujeito à fiscalização de órgão
to, será instruído pela Comissão de Inquérito e revisado pelo órgão profissional e for suspenso do exercício da profissão, enquanto du-
colegiado competente, no prazo máximo de sessenta dias. rar a medida, não poderá desempenhar atividade que envolva res-
Parágrafo Único. Tratando-se de funcionário falecido, desapa- ponsabilidade técnico-profissional.
recido ou incapacitado de requerer, poderá a revisão ser solicitada Art. 267O Executivo regulará as condições necessárias à per-
por qualquer pessoa. feita execução deste Estatuto, observados os princípios gerais nele
consignados.
Art. 268O disposto neste Estatuto é extensivo aos funcionários
TÍTULO VI
das Autarquias, respeitada, quanto à prática de atos administrati-
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
vos, a competência dos respectivos titulares.
Art. 269Os sistemas de pessoal das Autarquias deverão ser es-
Art. 252 (Revogado pela Lei Complementar nº233/1990)
tabelecidas em consonância com o vigente na Administração Cen-
Art. 253Poderá também o serviço público municipal se valer
tralizada, ressalvadas as peculiaridades dos respectivos serviços.
de:
Art. 270Os Diretores-Gerais nas Autarquias poderão praticar os
I - estagiários estudantes, pelo prazo máximo de 720 dias, com
atos administrativos de competência do Prefeito, salvo os indele-
dispensa automática no final desse prazo; (Redação dada pela Lei gáveis.
Complementar nº426/1998) Art. 271A transposição de funcionário de um para outro qua-
II - médicos-residentes, por prazo certo, nos termos da legisla- dro do Município deverá ser precedida da verificação de existência
ção própria. de vaga, identidade dos cargos e interesse da Administração.(Regu-
Art. 254Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos lamentado pelo Decreto nº18.393/2012)
definidos em lei ou regulamento, como próprios de seu cargo ou Art. 272O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor público
função gratificada, não decorre nenhum direito ao funcionário. municipal.
Art. 255É vedado às chefias manter sob suas ordens parentes Art. 273Fica assegurado aos atuais funcionários, que tenham
até segundo grau, salvo quando se tratar de função de imediata completado o decênio, o direito de optar pela licença-prêmio nas
confiança e livre escolha, não podendo, porém, exceder de dois o hipóteses previstas no art. 179 da Lei Complementar nº10, de 22
número de auxiliares nessas condições. de março de 1974.
Art. 256O órgão de recursos humanos fornecerá aos servidores § 1º Aos funcionários que não tiverem o decênio completo,
documento de identidade funcional.(Regulamentado pelo Decreto será assegurado proporcionalmente ao tempo de serviço, compu-
nº9866/1990) tado em meses, prestado até a data de vigência desta Lei, a opção
Art. 257(Revogado pela Lei Complementar nº478/2002) na forma deste artigo.
Art. 258Na contagem, em dias corridos, dos prazos fixados nes-
te Estatuto, será observado o seguinte:
I - Excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento;

193
LEGISLAÇÃO

§ 2º Os funcionários a que se refere o parágrafo anterior, que I - AÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - São um conjunto
não manifestarem sua opção, terão computado aquele tempo de de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou pre-
serviço para efeitos de interação do quinquênio, na forma desta Lei. venção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condi-
§ 3º No caso de opção por conversão em dinheiro, a percepção cionantes de saúde individual ou coletiva, com finalidade de reco-
do valor correspondente será deferida ao funcionário, no mês sub- mendar e adotar medidas de prevenção e controle de doenças ou
sequente ao que implementaria o direito à licença-prêmio integral, agravos.
na forma da legislação anterior. II - AGROTÓXICOS - Produtos e agentes de processos físicos,
§ 4º Para os efeitos deste artigo, o funcionário terá noventa químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores de produ-
dias, a contar da data da vigência desta lei, para formalizar a sua ção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas,
opção junto ao órgão de recursos humanos. nas pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas, e
Art. 274Os funcionários, abrangidos pelas disposições do pa- de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos,
rágrafo único do art. 194, serão mantidos nas respectivas situações industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da
até o final do prazo da convocação. fauna, a fim de preservá-las da ação danosa dos seres vivos consi-
Art. 275No exercício de 1985, a gratificação natalina, de que derados nocivos, bem como as substâncias e os produtos emprega-
tratam os artigos 98 e 99 desta lei, será concedida no percentual dos como desfoliantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de
estabelecido na lei específica.
crescimento.
Art. 276Ressalvados os direitos adquiridos, o ato jurídico per-
III - ALIMENTOS E PRODUTOS DESTINADOS AO CONSUMO HU-
feito e a coisa julgada, são revogadas as disposições em contrário,
MANO - Substâncias de origem animal e vegetal, produtos dietéti-
especialmente o art. 8º da Lei nº3355, de 19 de dezembro de 1969,
cos, gêneros alimentícios, águas minerais e de fontes, leite huma-
as Leis nº3563, de 19 de novembro de 1971 e nº3928, de 04 de
novembro de 1974, e a Lei Complementar nº10, de 22 de março de no, leites infantis usados como substitutos do leite materno, outros
1974 e toda a legislação sobre pessoal cuja matéria esteja regulada produtos, substâncias e bebidas à base de leite ou não.
neste Estatuto. IV - ALIMENTO SUCEDÂNEO - Todo alimento elaborado para
Art. 277Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de sua substituir alimento natural, assegurando o valor nutritivo deste.
publicação. V - ANÁLISE FISCAL - Análise laboratorial efetuada sobre os pro-
dutos submetidos ao Sistema instituído por este Código, em cará-
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 31 de dezembro de 1985. ter de rotina, que servirá para verificar a sua conformidade com
os dispositivos legais vigentes e Normas Técnicas Específicas para
apuração de infrações ou verificação de ocorrência fortuita ou in-
tencional.
LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL 395 – CÓDIGO MUNICI- VI - ANIMAIS SELVAGENS - Os pertencentes às espécies não do-
PAL DE SAÚDE 26 DE DEZEMBRO DE 1996 mésticas.
VII - APROVAÇÃO - Ato de consentimento da autoridade sanitá-
ria no exercício de sua competência.
LEI COMPLEMENTAR Nº 395, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1996. VIII - ATIVIDADES HEMOTERÁPICAS - Captação de doadores, se-
(DECLARADA PARCIALMENTE INCONSTITUCIONAL, CONFOR- leção e triagem clínica de doadores, coleta, classificação, sorologia,
ME ADIN Nº 70005412986 - TJERGS) manipulação, fracionamento, armazenamento, industrialização,
proscrição e transfusão de sangue e hemoderivados, bem como as
INSTITUI O CÓDIGO MUNICIPAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE instalações e equipamentos hemoterápicos.
PORTO ALEGRE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. IX - AUTORIZAÇÃO - Ato privativo do órgão competente do
Sistema Municipal de Vigilância à Saúde, incumbido da vigilância
O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Faço saber que a à saúde dos produtos e serviços de que trata este código, contendo
Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei Comple- permissão para que as pessoas físicas ou jurídicas exerçam as ativi-
mentar: dades sob regime de vigilância.
X - CENTROS DE REFERÊNCIA À SAÚDE DO TRABALHADOR - São
CAPÍTULO I
Serviços de Saúde com equipes multiprofissionais desenvolvendo
OBJETIVOS
ações interdisciplinares nas áreas de assistência, vigilância e educa-
ção para a saúde do trabalhador.
Art. 1ºEsta Lei Complementar tem por objetivo normatizar,
em caráter supletivo à legislação estadual e federal pertinente, os XI - COLEÇÕES LÍQUIDAS - Qualquer quantidade de água para-
direitos e obrigações que se relacionam com a saúde individual e da.
coletiva; dispor sobre o Sistema Municipal de Vigilância à Saúde e XII - CONSERVANTE - Substância aditiva que impede ou retarda
aprovar normas sobre promoção, proteção e recuperação da saúde a alteração dos produtos provocada por microorganismos ou enzi-
pública no Município de Porto Alegre. mas.
XIII - CONTAMINAÇÃO - Presença de partículas, substâncias ou
CAPÍTULO II microorganismos estranhos e indesejáveis que podem causar alte-
DAS DEFINIÇÕES ração física, química ou biológica no ambiente e nas substâncias e
produtos de interesse da saúde.
Art. 2ºPara efeitos deste Código são aplicáveis as seguintes de- XIV - CORANTE ARTIFICIAL - Substância sintética adicionada aos
finições: produtos com a finalidade de alterar a sua cor original.

194
LEGISLAÇÃO

XV - CORRELATO - Produto, dispositivo ou acessório, não en- XXVIII - ESTABILIZANTE - Substância aditiva que favorece e man-
contrado em outros conceitos, cujo uso ou aplicação esteja ligado tém as características físicas das induções e suspensões.
à defesa ou proteção da saúde individual ou coletiva ou a diagnós- XXIX - FABRICAÇÃO - Todas as operações que se fizerem neces-
ticos e análises. sárias para a obtenção de substâncias e produtos abrangidos por
XVI - CRITÉRIO DA AUTORIDADE SANITÁRIA - Parecer baseado este Código.
em parâmetros estabelecidos neste Código, normas técnicas espe- XXX - FARMÁCIA - Unidade de serviço de saúde destinada a
ciais, legislação vigente ou em parâmetros de conhecimento técni- prestar assistência farmacêutica, individual ou coletiva, onde se
co internacionalmente reconhecido. procede à dispensação e comércio de drogas, medicamentos, in-
XVII - DISPENSAÇÃO - Ato de fornecer e orientar quanto ao uso sumos farmacêutico, correlatos, cosméticos, produtos de higiene e
adequado de medicamentos e produtos farmacêuticos, a título re- perfume e manipulação de fórmulas magistrais e oficinais.
munerado ou não, pressupondo o conhecimento da ação farmaco- XXXI - FAUNA EXÓTICA - Animais de espécies que não ocorrem
lógica, dos possíveis efeitos adversos e demais ações de farmaco- no território nacional.
vigilância. XXXII - FISCALIZAÇÃO - Atividade de poder de polícia desem-
XVIII - DN - Declaração de nascido-vivo. penhada pelo Poder Público, através das autoridades de vigilância
XIX - DROGA - Toda substância capaz de modificar sistemas à saúde, em ambientes, substâncias e produtos, procedimentos e
fisiológicos ou estados patológicos utilizada com ou sem intenção técnicas sujeitos a este Código, com o objetivo de cumprir ou fazer
de benefício do receptor ou apenas como auxílio em investigação cumprir as determinações estabelecidas na legislação em vigor.
científica. XXXIII - FMS - Fundo Municipal de Saúde.
XX - DROGARIA - Unidade de Serviço de Saúde destinada a XXXIV - GÊNEROS ALIMENTÍCIOS - Todo alimento derivado de
prestar assistência farmacêutica, individual ou coletiva, onde se matéria-prima alimentar ou de alimento “in natura”, adicionado ou
procede à dispensação e comércio de especialidades farmacêuticas não de outras substâncias permitidas, obtido por processo tecnoló-
em suas embalagens originais, produtos de higiene, cosméticos e gico adequado.
perfumes. XXXV - INFRAÇÃO GRAVE - A que provoque danos temporários
XXI - EMBALAGEM - Invólucro, recipiente, ou qualquer forma à integridade física ou psíquica de indivíduo ou população.
de acondicionamento removível ou não, destinado a cobrir, empa- XXXVI - INFRAÇÃO GRAVÍSSIMA - A que provoque danos defi-
cotar, conferir, envasar, proteger ou manter produtos de que trata nitivos à integridade física ou psíquica de indivíduo ou população.
este Código, sem alterar suas características originais. XXXVII - INFRAÇÃO LEVE - A que possa interferir no bem-estar
XXII - EPC - Equipamento de Proteção Coletivo. de indivíduo ou população, não provocando danos à integridade fí-
XXIII - EPI - Equipamento de Proteção Individual. sica ou psíquica.
XXIV - EPIDEMIA - Ocorrência, numa coletividade ou região, de XXXVIII - INSPEÇÃO - Atividade de vigilância desempenhada
casos de uma determinada doença ou agravo à saúde em número pelo Poder Público, através das autoridades de vigilância à saúde,
que ultrapasse significativamente a incidência esperada. em ambientes, produtos, procedimentos, métodos ou técnicas su-
XXV - ESTABELECIMENTO - Local ou unidade da empresa onde jeitos a este Código e outras legislações, com o objetivo de ave-
se produza, manipule, beneficie, rebeneficie, extraia, transforme, riguar e levantar evidências relativas ao cumprimento ou não das
prepare, sintetize, purifique, fracione, embale, reembale, comercia- determinações estabelecidas na legislação sanitária em vigor.
lize, importe, exporte, armazene, expeça, dispense, deposite para
XXXIX - INSUMO - Matéria-prima de qualquer natureza destina-
venda, distribua ou venda substâncias e produtos de interesse da
da à elaboração de produtos de interesse à saúde.
saúde, utensílios e equipamentos destinados a entrar em contato
XL - INSUMOS PARA ATIVIDADE HEMOTERÁPICA - Bolsas de co-
com os mesmos, ou de prestação de serviços de interesse à saúde
leta de sangue, equipos e filtros de transfusão.
ou aqueles que se dedicam à promoção, proteção, preservação e
XLI - INTERDIÇÃO - Ato administrativo constituído através de
recuperação da saúde: estâncias hidrominerais, balneários, termi-
processo regular, que determina a paralisação de atividade, estabe-
nais climáticas, de repouso e congêneres, ou que explorem ativi-
lecimento ou local de trabalho.
dades comerciais varejistas e atacadistas, industriais, filantrópicas,
XLII - INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA - Conjunto de ações
com a participação de agentes que exerçam profissões ou ocupa-
ções técnicas ou auxiliares relacionadas com a saúde. desencadeadas, a partir dos casos notificados, destinado a identi-
XXVI - ESTABELECIMENTOS HEMOTERÁPICOS - Serviços que, ficar os comunicantes e outros possíveis casos, bem como estudar
em parte ou no seu todo, realizem, entre outras, as atividades de a ocorrência, a distribuição e os fatores condicionantes de doenças
captação e seleção de doadores, coleta de sangue, processamen- e agravos à saúde. Este conceito abrange, ainda, a avaliação do im-
to, fracionamento, armazenamento, testes sorológicos, transporte, pacto da atenção à saúde sobre as origens, a expressão e o curso
aplicação, produção industrial de hemoderivados e insumos. Serão de enfermidades.
considerados também como estabelecimentos hemoterápicos os XLIII - LABORATÓRIO OFICIAL - Órgão técnico específico de ca-
serviços integrados de hematologia e hemoterapia de funciona- ráter público destinado à análise de produtos de interesse à saúde.
mento hospitalar ou ambulatorial. XLIV - LICENCIAMENTO PARA FUNCIONAMENTO DA EMPRESA
XXVII - ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS - Aqueles que, com - Ato de autorização para funcionamento de estabelecimentos de
controle de qualidade, manipulem, industrializem, embalem, pro- interesse à saúde.
duzam, distribuam, transportem substâncias e produtos, tais como XLV - LOCAL DE TRABALHO - Local onde se desenvolvem ativi-
indústrias farmacêuticas e de correlatos, gêneros alimentícios, in- dades laborativas em que a força de trabalho e o capital se trans-
dústrias de saneantes, domissanitários, inseticidas, raticidas, agro- formam em produtos e serviços, compreendendo comércio, indús-
tóxicos de insumos farmacêuticos, substâncias e produtos biológi- trias, atividades extrativas, agropecuária, prestadoras de serviços e
cos e imunobiológicos e outros. outras, de caráter público ou privado.

195
LEGISLAÇÃO

XLVI - MONITORAMENTO - Acompanhamento e verificação LXIV - VISTORIA - Inspeção efetuada pela autoridade de vigilân-
contínua de que o processamento ou as operações, no ponto crítico cia à saúde com o objetivo de verificar o atendimento das condições
de controle, estão sendo adequadamente realizados. explicitadas na legislação sanitária, relativamente aos procedimen-
XLVII - NEUROPSICOMOTOR - Coordenação das ações neuroló- tos, métodos ou técnicas e às substâncias e produtos de interesse
gicas para a área psicomotora. à saúde.
XLVIII - NIOSH - National Institut of Ocupational Safety and He- LXV - ZOONOSES - Infecção ou doença infecciosa transmissível
alth. naturalmente entre os animais e o homem, e vice-versa.
XLIX - NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA - Ato de comunicação à au-
toridade sanitária das doenças ou agravos à saúde. CAPÍTULO III
L - NTE - Normas Técnicas Específicas regulamentadoras e com- DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E DO SISTEMA MUNICIPAL DE
plementares deste Código. VIGILÂNCIA À SAÚDE
LI - OIT - Organização Internacional do Trabalho.
LII - OMS - Organização Mundial da Saúde. Art. 3ºO Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito municipal,
LIII - PÔNDERO-ESTATURAL - Relação peso-altura. regido por esta Lei, é constituído pelo conjunto de ações e serviços
LIV - PROCEDÊNCIA - Lugar de produção, extração ou industria- de saúde do setor público na cidade, integrante de uma rede regio-
lização do produto. nalizada e hierarquizada, e desenvolvido por órgãos e instituições
LV - PRODUTOS SUJEITOS À FISCALIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA À públicas federais, estaduais e municipais, de administração direta e
SAÚDE - São produtos de interesse à saúde: alimentos, gêneros ali- indireta, além da participação complementar da iniciativa privada.
mentícios, aditivos para alimentos, águas envasadas, bebidas, fumo Parágrafo Único. O setor privado participa do SUS em caráter
e seus derivados, drogas, medicamentos, cosméticos, produtos de complementar, segundo diretrizes deste, mediante contrato ou
higiene, dietéticos e seus correlatos, saneantes, domissanitários, convênio, com preferência para as entidades filantrópicas e sem
seus insumos e embalagens, bem como os demais produtos que in- fins lucrativos.
teressem à saúde pública e utensílios e equipamentos com os quais Art. 4ºO Sistema de Saúde, no nível do Município, possui um
entre em contato. gestor único constituído pela autoridade municipal a quem com-
LVI - RATICIDA - Destinado ao combate de ratos, camundongos pete exercer o controle e a regulação das ações executadas pelos
e outros roedores em domicílios, embarcações, recintos e lugares integrantes do Sistema.
de uso público, contendo substâncias ativas, isoladas ou em asso- Art. 5ºO Sistema Municipal de Vigilância à Saúde será integra-
ciação, que não ofereçam risco à vida ou à saúde do homem e dos do por:
animais úteis de sangue quente, quando aplicado em conformidade I - ÓRGÃOS DE DELIBERAÇÃO E CONTROLE:
com as recomendações contidas em sua apresentação. a) Conferência Municipal de Saúde;
LVII - RESPONSÁVEL TÉCNICO - Profissional habilitado e respon- b) Conselho Municipal de Saúde (CMS);
sável oficialmente perante a autoridade sanitária por atividade su- c) Comitê de Mortalidade Materna.
jeita ao controle da vigilância sanitária. II - ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO:
LVIII - SANEANTE DOMISSANITÁRIO - Substância destinada à hi- a) Secretaria Municipal de Saúde (SMS);
gienização e desinfecção em ambientes privados ou públicos, bem b) Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM);
como no tratamento da água. c) Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio
LIX - SERVIÇOS DE SAÚDE - Todos os estabelecimentos desti- (SMIC);
nados precipuamente a: proteger a saúde dos indivíduos de doen- d) Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DMAE);
ças e agravos; prestar assistência às doenças ou lesões sob a forma e) Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU);
de prevenção ou tratamento; prevenir e limitar os danos por eles f) Departamento de Esgotos Pluviais (DEP).
causados; reabilitar os indivíduos quando sua capacidade física, psí- III - ÓRGÃOS DE VIGILÂNCIA SOCIAL:
quica ou social for afetada. Ainda, consideram-se serviços de saúde a) instituições prestadoras de serviços de saúde;
os estabelecimentos que prestam assistência ou cuidados ou alber- b) entidades de fiscalização do exercício profissional dos traba-
gam indivíduos que necessitam de auxílio ou suporte para realiza- lhadores da área da saúde;
ção de suas tarefas cotidianas e para seus cuidados pessoais, sejam c) entidades e movimentos civis, filantrópicos e comunitários,
eles crianças, idosos, doentes mentais, portadores de deficiências organizados na área da saúde;
ou outros definidos neste Código e nas N.T.E. d) entidades de representação de categorias profissionais ou
LX - SMVS - Sistema Municipal de Vigilância à Saúde. econômicas;
LXI - TRABALHADOR - Todo o indivíduo que exerça atividade e) entidades de defesa do consumidor;
remunerada no meio urbano ou rural, pública ou privada, com ou f) entidades protetoras dos animais;
sem vínculo empregatício. g) instituições superiores da área da saúde.
LXII - TRANSPORTADORA - Pessoa física ou jurídica, de direito
público ou privado, que exerça a atividade de transporte de subs- DOS ÓRGÃOS DE DELIBERAÇÃO E CONTROLE DA CONFERÊN-
tâncias e produtos sujeitos à vigilância à saúde. CIA MUNICIPAL DE SAÚDE
LXIII - VIGILÂNCIA SANITÁRIA - Conjunto de ações capazes de
diminuir, eliminar ou prevenir riscos e intervir nos problemas sa-
nitários decorrentes da produção e circulação de mercadorias, da Art. 6ºCompete à Conferência Municipal de Saúde:
prestação de serviços e da intervenção sobre o meio ambiente, ob- I - avaliar a situação da saúde no âmbito do município;
jetivando a proteção da saúde do consumidor, do trabalhador e da II - propor diretrizes para formulação de políticas de vigilância
população em geral. à saúde.

196
LEGISLAÇÃO

Art. 7ºA Conferência Municipal de Saúde realizar-se-á, ordina- h) as condições sanitárias de produção, beneficiamento, acon-
riamente, a cada 04 (quatro) anos e será convocada pelo Prefeito, dicionamento, transporte, armazenamento, depósito, distribuição
mediante Decreto Municipal, ou, extraordinariamente, quando e comercialização de produtos e alimentos destinados ao consumo
convocada por este ou pelo Conselho Municipal de Saúde. humano;
i) a qualidade da água distribuída pelo sistema de abastecimen-
DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE to público e sistemas individuais de abastecimento de água.
IX - organizar o sistema municipal de informações de vigilância
Art. 8º (Revogado pelaLei Complementar nº955/2022) à saúde, que controlará dados relativos a:
a) óbitos;
DO COMITÊ DE MORTALIDADE MATERNA b) estatísticas de morbi-mortalidade;
c) doenças infecto-contagiosas, do trabalho, zoonoses e as de
Art. 9ºCompete ao Comitê de Mortalidade Materna: notificação compulsória;
I - realizar diagnóstico da situação da mortalidade materna; d) registros de produção ambulatorial, internações hospitala-
II - manifestar-se, conclusivamente, sobre a evitabilidade das res, rendimento dos recursos físicos, materiais e dos trabalhadores
mortes investigadas; da saúde;
III - manifestar-se sobre a eventual responsabilidade institucio- e) nascidos-vivos, vacinações e pré-natal, e de concentração de
nal, bem como sobre as causas sociais, econômicas e culturais que consultas;
influenciam na mortalidade materna; f) qualidade dos serviços e dos programas municipais de saúde;
IV - propor medidas visando à melhoria da qualidade dos ser- g) diagnóstico da saúde da população e sua área de abrangên-
viços de assistência pré-natal, ao parto, ao aborto e ao puerpério; cia, os principais riscos e agravos à saúde;
V - acompanhar a execução das políticas de prevenção à mor- h) acidentes de trabalho.
talidade materna; X - exigir notificação compulsória de doenças ou agravos à saú-
VI - outras atribuições definidas na Lei nº7523, de 18 de outu- de no âmbito de sua competência;
bro de 1994. XI - determinar a instauração de inquérito e levantamentos
epidemiológicos junto a estabelecimentos de saúde, grupos popu-
DOS ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE lacionais determinados ou a indivíduos visando à proteção à saúde;
SAÚDE XII - supervisionar, controlar e avaliar a execução de vacinações;
XIII - repassar ao Conselho Municipal de Saúde, à União e ao
Art. 10 -Compete à Secretaria Municipal de Saúde (SMS): Estado, informações referentes às ações de vigilância à saúde de-
I - coordenar, implantar e supervisionar as ações de saúde no senvolvidas no Município;
Município; XIV - fiscalizar as agressões ao meio ambiente com repercussão
II - propor, executar e avaliar as medidas de controle e fiscaliza- na saúde humana, atuando em conjunto com os organismos muni-
ção necessárias à proteção da saúde; cipais competentes para controlá-las;
III - organizar e definir as competências dos serviços incumbi- XV - colaborar com a União e com o Estado na vigilância sanitá-
dos das ações de vigilância à saúde; ria do aeroporto e dos portos localizados no Município;
IV - zelar pelo cumprimento da legislação sanitária vigente; XVI - normatizar, controlar e fiscalizar as condições sanitárias
V - adotar, em articulação com a Defesa Civil, medidas ou solu- de criação, manutenção, alojamento e remoção de animais;
ções de emergência e calamidade pública; XVII - realizar o controle de vetores e hospedeiros intermediá-
VI - informar a população a respeito das situações ou produtos rios responsáveis pela transmissão de doenças ou agravos à saúde;
que constituam risco à saúde ou à qualidade de vida, bem como as XVIII - exigir estudo prévio sobre os efeitos para a saúde nos
medidas a serem adotadas para o seu controle; casos de projetos de obras ou de instalação de atividade potencial-
VII - inspecionar, normatizar, controlar e fiscalizar o funciona- mente causadora de grave risco à vida ou à saúde;
mento de estabelecimentos relacionados a produtos e serviços de XIX - incentivar ações de restrição ao tabagismo, alcoolismo e
interesse à saúde; substâncias tóxicas, criadoras de dependências químicas;
VIII - investigar e fiscalizar: XX - normatizar, controlar, inspecionar e fiscalizar as condições
a) a qualidade sanitária de alimentos, produtos e serviços de sanitárias das piscinas;
consumo ou uso humanos; XXI - exercer o poder de polícia sanitária.
b) a qualidade de produtos e serviços de interesse à saúde;
c) as condições sanitárias e técnicas de importação, exporta- DA SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE
ção, extração, produção, manipulação, beneficiamento, acondicio-
namento, transporte, armazenamento, depósito, distribuição, apli-
cação, comercialização e uso de produtos e tecnologia de interesse Art. 11 -Compete à Secretaria Municipal do Meio Ambiente
à saúde; (SMAM):
d) as condições do processo de produção nele incluídos os ob- I - fiscalizar agressões ao meio ambiente com repercussão na
jetos, instrumentos, tecnologia, produtos e organização do traba- saúde humana, atuando em conjunto com outros organismos mu-
lho; nicipais;
e) as condições e ambientes de trabalho; II - monitorar a qualidade do ar e a emissão de gases poluentes
f) as medidas de controle de risco e proteção coletiva e indivi- urbanos;
dual; III - aprovar projetos de aterros sanitários;
g) as condições de saúde dos trabalhadores; IV - realizar o controle da poluição hídrica e da poluição sonora;

197
LEGISLAÇÃO

V - fiscalizar o transporte de cargas perigosas no território do II - encaminhar petições, reclamações e representações aos ór-
Município; gãos de deliberação e controle ou de execução, por desrespeito ao
VI - outras atribuições, no que couber, além das previstas na Lei disposto neste Código;
nº4235/76 e naLei Orgânicado Município. III - divulgar as ações e normas de vigilância à saúde;
IV - propor ao Conselho Municipal de Saúde medidas de aper-
DA SECRETARIA MUNICIPAL DA PRODUÇÃO, INDÚSTRIA E CO- feiçoamento dos serviços e ações de vigilância à saúde;
MÉRCIO V - zelar pelo cumprimento das normas de vigilância à saúde no
âmbito de sua competência;
Art. 12 -Compete à Secretaria Municipal da Produção, Indústria VI - expedir notificações por descumprimento do disposto nes-
e Comércio (SMIC): te Código, desde que habilitados pela Secretaria Municipal de Saú-
I - orientar a localização e licenciar a instalação de unidades de (SMS).
industriais e comerciais; CAPÍTULO IV
II - licenciar o funcionamento dos estabelecimentos relaciona- DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
dos a produtos e serviços de interesse à saúde;
III - proceder à suspensão ou cassação do alvará de localização SEÇÃO I
de estabelecimento ou atividade por descumprimento ao disposto DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
neste Código;
IV - outras atribuições, no que couber, além das previstas na Lei
nº4062/75 e naLei Orgânicado Município. Art. 17 -As ações e serviços de saúde constituem um sistema
organizado conforme as diretrizes de:
DO DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE ÁGUAS E ESGOTOS a) atendimento integral;
b) participação da comunidade;
Art. 13 -Compete ao Departamento Municipal de Águas e Esgo- c) hierarquização e regionalização das ações e serviços;
tos (DMAE), além das atribuições previstas na legislação em vigor: d) universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os
I - controlar e fiscalizar as fossas sépticas, informando ao SMVS níveis de assistência;
da necessidade de manutenção; e) igualdade de assistência, sem privilégios ou preconceitos de
II - realizar o tratamento da água e do esgoto cloacal; qualquer espécie;
III - contribuir para a preservação dos cursos d`água; f) gratuidade dos serviços e das ações de assistência à saúde
IV - auxiliar no controle da qualidade de água distribuída pelo do usuário;
sistema público e individual para consumo humano; g) participação da comunidade;
V - cadastrar poços artesianos e outros de natureza privada lo- h) descentralização político-administrativa, com direção única
calizados no território do Município; a nível municipal, exercida pela SMS;
VI - encaminhar, mensalmente, relatório relativo à qualidade i) capacidade de resolutividade dos serviços em todos os níveis
de água à SMS. de assistência;
Parágrafo Único. VETADO. j) organização dos serviços de modo a evitar duplicidade de
meios para fins idênticos.
DO DEPARTAMENTO DE ESGOTOS PLUVIAIS Art. 18 -Os leitos hospitalares conveniados com o SUS são de
uso exclusivo dos pacientes do Sistema Único de Saúde.
Art. 14 -Compete ao Departamento Municipal de Esgotos Plu- Art. 19 -Os estabelecimentos de interesse à saúde deverão afi-
viais: xar, de modo visível, no ambiente de recepção, dados referentes
I - conservar e proceder à limpeza e desobstrução dos conduto- aos procedimentos executados, bem como o nome dos respectivos
res e bocas coletoras de esgotos pluviais; responsáveis técnicos, a qualificação profissional, número de pro-
II - articular-se com os demais órgãos do Sistema de Vigilância fissionais por categoria e sua respectiva jornada de trabalho.
à Saúde, visando à elaboração de programas integrados que envol- Art. 20 -Os prestadores de serviços de saúde deverão informar
vam a conservação dos cursos d`água; à população seus direitos quanto ao acesso a laudos, prontuários e
III - outras atribuições, no que couber, além das previstas na Lei resultados de exames.
nº3780/73 e naLei Orgânicado Município. Parágrafo Único. Os registros dos prontuários e laudos deverão
ser legíveis e obedecer ao disposto na classificação internacional
DO DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA de doenças.
Art. 21 -Os receituários profissionais deverão conter, impressos
Art. 15 -As ações do Departamento Municipal de Limpeza ou carimbados, o nome completo do profissional, sua localização e
Urbana (DMLU) reger-se-ão pelo disposto na Lei Complementar seu número de inscrição no Conselho da respectiva categoria, bem
nº234/90 (Código de Limpeza Urbana). como o endereço profissional do signatário.
Art. 22 -Em todas as placas indicativas e anúncios deverá cons-
DOS ÓRGÃOS DE VIGILÂNCIA SOCIAL tar, com destaque, o número de inscrição no respectivo conselho
profissional.
Art. 16 -Compete aos Órgãos de Vigilância Social: Art. 23 -Os estabelecimentos hospitalares deverão fornecer ao
I - auxiliar a fiscalização dos serviços e das ações de vigilância paciente ou responsável, por ocasião da alta, boletim contendo as
à saúde; informações clínicas do período de internação, acompanhadas do
demonstrativo de gastos.

198
LEGISLAÇÃO

Art. 24 -Os veículos utilizados na remoção de pacientes deve- Art. 31 -A criança e o adolescente participarão das ações de
rão possuir equipamentos e medicamentos necessários a garantir saúde com a prerrogativa de prioridade no que se refere à proteção
um suporte vital mínimo ao paciente, conforme Norma Técnica Es- da vida e direito à saúde, especialmente através de:
pecífica. I - todos os nascimentos ocorridos no Município devem ser
Parágrafo Único. A remoção de pacientes em estado crítico atendidos em serviços de saúde;
deverá ser realizada por pessoal habilitado, com a assistência do II - toda e qualquer internação hospitalar de crianças ocorrerá,
responsável técnico médico. preferencialmente, em unidade de pediatria, com pessoal médico e
Art. 25 -Todas as internações psiquiátricas devem ser comuni- de enfermagem com habilitação específica;
cadas à vigilância de saúde do Município em até 72 (setenta e duas) III - manter vigilância e registro sob posse da família, nas ações
horas após a internação, no caso de voluntárias, e, em até 24 (vinte básicas de saúde, crescimento pôndero-estatural, desenvolvimento
e quatro) horas, no caso de compulsórias. neuropsicomotor e cuidados prioritários específicos a cada grupo
Art. 26 -É vedada a administração de qualquer forma de trata- etário (recém-nascido, lactente, pré-escolar, escolar, adolescente),
mento involuntário em instituição psiquiátricas. através do cartão da criança e do adolescente, desde o nascimento
Parágrafo Único. No caso do paciente estar incapacitado para (primeira consulta ambulatorial) até os 18 (dezoito) anos de idade.
o consentimento, o tratamento deve ser autorizado por familiares Art. 32 -Toda internação de crianças e adolescentes, desde o
ou responsáveis. nascimento até a adolescência, deve respeitar o direito à perma-
Art. 27 -Somente poderão ser realizados experimentos, inves- nência dos pais ou responsáveis, em tempo integral, em sistema de
tigações ou pesquisas em pacientes, mediante prévia autorização familiar acompanhante.
dos mesmos, ou de seus responsáveis, em caso de impossibilidade. § 1º - A internação de crianças e adolescentes deve oferecer,
Art. 28 -A gestante terá assegurado atendimento pré e perina- sempre, no mínimo, cadeira de conforto para o repouso de familiar
tal através do Sistema Único de Saúde. ou responsável acompanhante nas 24 (vinte e quatro) horas.
Art. 29 -É obrigatório o atendimento de pacientes com AIDS § 2º - A internação de crianças e adolescentes deve oferecer,
nos estabelecimentos hospitalares conveniados com o SUS, que te- sempre, serviço de apoio em recreação e pedagogia.
nham comprovada capacidade para seu tratamento. § 3º - A alta hospitalar de crianças e adolescentes deve ser sem-
pre acompanhada de Resumo de Alta, em documento padronizado,
SEÇÃO II para acompanhamento de saúde integral em nível ambulatorial.
DA ATENÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE Art. 33 -Os exames visando ao diagnóstico e à terapêutica de
anormalidades no metabolismo do recém-nascido compreenderão,
Art. 30 -As ações básicas de saúde da criança e do adolescente prioritariamente, o teste para hipotireoidismo (TSH) e, de forma
deverão reduzir as taxas de morbi-mortalidade, produzindo espe- complementar, o teste para a fenilcetonúria (PKU), devendo ser re-
cial impacto sobre a mortalidade infantil, constando, obrigatoria- alizados pela rede ambulatorial pública e estabelecimentos hospita-
mente, de: lares do Município com normas de biossegurança.
I - incentivo ao aleitamento materno, monitorização do cresci- Art. 34 -Às crianças com suspeita de problemas de saúde que
mento e do desenvolvimento, controle de doença diarréica e desi- limitem a prática de exercícios físicos será solicitado, pela escola,
dratação, controle das doenças respiratórias de infância, suplemen- laudo técnico de recomendação de cuidados especiais com o exer-
tação alimentar, controle das doenças preveníveis por imunização, cício e com a saúde.
acompanhamento e vigilância de recém-nascidos e prevenção da Parágrafo Único. As demais crianças ficam dispensadas de exa-
cárie e doença periodontal a partir da atenção primária até os equi- me obrigatório para fins de educação física.
pamentos mais complexos, oferecendo respostas eficazes, garantin- Art. 35 -Todo o cuidado à saúde de crianças e adolescentes será
do atendimento à totalidade da demanda referida aos serviços de prestado com o conhecimento e concordância dos pais e/ou res-
retaguarda emergencial ou especializada; ponsáveis.
II - manter registro das ações de saúde prestadas ou controla- Parágrafo Único. Exclui-se do disposto no “caput” a situação de
das nas crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos de idade em todos os emergência ou ameaça à vida.
serviços de atenção à criança; Art. 36 -VETADO.
III - nas maternidades, identificar o recém-nascido mediante o Art. 37 -Todo estabelecimento de prestação de cuidados à
registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da criança e ao adolescente, excetuados aqueles de cunho comunitá-
mãe, emitir Declaração de Nascidos Vivos ao Sistema Municipal de rio, em regime de 6 (seis) horas diárias por 5 (cinco) dias consecuti-
Vigilância à Saúde, onde conste, necessariamente, as intercorrên- vos ou mais, rotineiramente, deverá contar com responsável técnico
cias do parto e do desenvolvimento do neonato; de uma das áreas de saúde entre médico, enfermeiro, nutricionista
IV - toda unidade de saúde com serviço de parturição deve ou terapeuta ocupacional com papel de vigilância à saúde coletiva.
contar com equipe de neonatologia que envolve serviço médico e Parágrafo Único. Os estabelecimentos comunitários deverão
de enfermagem em neonatologia, além da equipe de obstetrícia à contar com equipamentos públicos e seus especialistas na área de
mãe; saúde pública, através de uma rede de atendimento regionalizada,
V - todas as maternidades da cidade deverão oferecer sistema com cobertura em toda a cidade.
de internação conjunta mãe-bebê, por ocasião da alta do Centro Art. 38 -As lactantes admitidas à doação deverão ser submeti-
Obstétrico, garantindo o direito da mãe e do bebê de permane- das a exames periódicos.
cerem juntos e, ambos, sob cuidados de internação. A internação Art. 39 -Os atendimentos em neurologia pediátrica ficam im-
conjunta da maternidade deve garantir, também, o direito à perma- pedidos de determinar a classificação do desenvolvimento infantil
nência do pai, em tempo integral, junto à mãe e bebê internados. quanto à prescrição de classes ou escolas especiais.

199
LEGISLAÇÃO

Parágrafo Único. Os estabelecimentos devem prestar infor- § 4º - A assistência ao parto e ao puerpério compreende o
mações e orientações aos pais sobre resultados dos exames, bem acompanhamento do trabalho de parto, a assistência ao recém-
como aos profissionais do Serviço de Orientação Escolar quando -nascido e o atendimento periódico e sistemático nos primeiros
solicitados, desde que resguardada a especificidade desta instância. cinco meses de pós-parto.
Art. 40 -Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos § 5º - Será dada assistência especial à gestante adolescente.
contra crianças ou adolescentes serão obrigatoriamente comunica- Art. 46 -A atenção integral à saúde da mulher será prestada
dos ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de pela rede ambulatorial de Atenção Primária à Saúde (APS) do Muni-
outras providências legais. cípio, devidamente equipada para este fim.
Art. 41 -A rede municipal de saúde promoverá programas de Art. 47 -Os casos de atenção mais complexos deverão ser aten-
assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermida- didos, devidamente referenciados em unidades de maior complexi-
des que ordinariamente afetam a população infantil e campanhas dade, distribuídos de acordo com critérios epidemiológicos e sócio-
de educação sanitária para pais, educadores e alunos. -demográficos.
Art. 48 -As unidades de Atenção Primária à Saúde (APS) e as
SEÇÃO III unidades de maior complexidade contarão com equipes multipro-
DA ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR fissionais, com ampla utilização de pessoal auxiliar no desenvolvi-
mento de ações integradas de saúde da mulher.
Art. 42 -A atenção à saúde do trabalhador compreende as Art. 49 -A direção das Ações e Serviços, de acordo com o inciso
ações individuais e coletivas desenvolvidas pelos serviços de saúde I do art. 198 da Constituição Federal, será exercida pela Secretaria
e incluirão, obrigatoriamente: de Saúde do Município.
I - estabelecimento de instância de referência hierarquizada e Art. 50 -Compete aos estabelecimentos de saúde a comunica-
especializada na atenção à saúde do trabalhador, individual e coleti- ção à Delegacia da Mulher, num prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
va, através de procedimentos que visem a estabelecer o nexo causal dos atendimentos prestados às mulheres vítimas de violência.
entre o quadro nosológico apresentado e as condições e organiza- Art. 51 -Os prestadores de serviços na área da regulação da
ção do trabalho, de forma a chegar a diagnósticos e tratamentos fertilidade deverão ser cadastrados junto ao Conselho Municipal de
adequados; Saúde.
II - garantia de diagnóstico e tratamento, por rede municipal
própria ou conveniada, a todos os suspeitos de doenças profissio- SEÇÃO IV-A
nais e de trabalho. DA ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (Reda-
Art. 43 -VETADO. ção Acrescida Pela Lei Complementar nº681/2011)

SEÇÃO IV SUBSEÇÃO I
DA ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER DAS DISPOSIÇÕES GERAIS (Redação Acrescida Pela Lei Comple-
mentar nº681/2011)
Art. 44 -A atenção à saúde da mulher compreende um conjun-
to de ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento ou Art. 51-AA Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência compre-
recuperação, objetivando a melhoria do nível de vida da população ende um conjunto de ações e serviços individuais e coletivos volta-
feminina, nas fases da adolescência, adulta e pós-reprodutiva. dos para o diagnóstico e a prevenção de deficiências, o tratamento
Parágrafo Único. Nas ações da saúde da mulher incluem-se as e a promoção da saúde, a reabilitação, a habilitação e a acessibilida-
áreas da saúde reprodutiva, especialmente as ações de planeja- de de pessoas com deficiência (PCDs) em todos os níveis de atenção
mento familiar, atendimento dos casos de aborto previstos em lei e à saúde, que orientarão a definição ou a readequação de planos,
mortalidade materna. programas, projetos e atividades voltados à operacionalização da
Art. 45 -As atividades básicas de atenção à saúde da mulher Política Municipal de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência.
serão desenvolvidas através da assistência clínico-ginecológica, as- (Redação acrescida pela Lei Complementar nº681/2011)
sistência pré-natal e assistência ao parto e puerpério. Parágrafo Único. O atendimento à PCD será multiprofissional,
§ 1º - A assistência clínico-ginecológica constitui um conjunto interdisciplinar e continuado, de acordo com a necessidade diag-
de ações e procedimentos voltados à prevenção, investigação, diag- nosticada, independentemente de sua faixa etária, de modo a ga-
nóstico e tratamento das patologias sistêmicas e das patologias do rantir tanto a sua qualidade como o princípio da integralidade. (Re-
aparelho reprodutivo, câncer do colo uterino e mama, doenças in- dação acrescida pela Lei Complementar nº681/2011)
fecto-contagiosas e sexualmente transmissíveis e orientação sobre
os métodos de regulação da fertilidade. SUBSEÇÃO II
§ 2º - A assistência pré-natal compreende um conjunto de pro- DA POLÍTICA MUNICIPAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA
cedimentos clínicos e educativos com o objetivo de promover a saú- COM DEFICIÊNCIA (Redação Acrescida Pela Lei Complementar
de e identificar, precocemente, os problemas que possam resultar nº681/2011)
em risco para a saúde da gestante e do concepto.
§ 3º - O acompanhamento clínico-obstétrico do período pré- Art. 51-BTodos os planos, os programas, os projetos e as ativi-
-natal dar-se-á de maneira periódica e sistemática, observando os dades voltados à operacionalização da Política Municipal de Aten-
níveis de risco da gestante e do concepto. ção à Saúde da Pessoa com Deficiência seguirão as diretrizes da
Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência, bem como
as seguintes:
I - promoção da qualidade de vida;

200
LEGISLAÇÃO

II - assistência integral à saúde; X - Atenção à Saúde do Trabalhador o conjunto de ações de


III - prevenção de deficiências; conscientização e formação de recursos humanos para a segurança
IV - intervenção precoce; e a saúde nos ambientes de trabalho, prevenindo acidentes e doen-
V - ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação; ças ocupacionais; e
VI - organização e funcionamento dos serviços de Atenção à XI - suporte técnico o conjunto de recursos que suprem as
Saúde da Pessoa com Deficiência; necessidades específicas de habilitação e reabilitação da PCD, tais
VII - capacitação de recursos humanos; como fornecimento de tecnologias assistivas, alimentação especial,
VIII - atenção à saúde do trabalhador; e fraldas e medicamentos. (Redação acrescida pela Lei Complemen-
IX - suporte técnico. (Redação acrescida pela Lei Complementar tar nº681/2011)
nº681/2011) § 1º Para os fins do disposto no inc. II do caput deste artigo será
Art. 51-CPara os fins desta Lei Complementar, consideram-se: constituído um sistema que abrangerá:
I - promoção da qualidade de vida da PCD o conjunto de ações I - acesso aos centros de referência em habilitação e reabilita-
direcionadas à prevenção de riscos geradores de doenças e morte e ção, conforme determina a Política Nacional de Saúde da Pessoa
de ações capazes de evitar situações de obstáculos à vida, por meio com Deficiência, com atendimento e procedimentos de Atenção
de medidas destinadas a garantir a qualidade e o suprimento de Secundária, em caráter ambulatorial, com modernização perma-
ajuda técnica compreendida na tecnologia assistiva; nente, devendo cada paciente ser atendido conforme suas neces-
II - assistência integral à saúde da PCD o conjunto de ações que sidades, considerando critérios de ingresso, alta da instituição ou
visam a assegurar o atendimento integral da PCD por equipes mul- atendimento, com acompanhamento sistemático;
tiprofissionais, com abordagem interdisciplinar, na rede de serviços II - atuação de equipes de saúde da família com capacitação em
prevenção, habilitação e reabilitação na disseminação de práticas e
da Saúde, nos diversos níveis de complexidade, e os programas de
estratégias que utilizem recursos da comunidade e encaminhem a
habilitação e reabilitação, envolvendo a família e a comunidade e
PCD aos centros de excelência conforme necessidades;
qualificando os cuidadores para o atendimento da PCD, em especial
III - abordagem multiprofissional e interdisciplinar, garantindo
para o apoio psicossocial;
a qualidade, a continuidade e o princípio da integralidade das ações
III - prevenção de deficiências o conjunto de ações de natureza de habilitação e reabilitação;
informativa e educativa dirigidas à população que objetivam a re- IV - garantia do transporte social adequado a cada especifici-
dução da incidência de deficiências e incapacidades relacionadas dade, para assegurar o acesso e o atendimento continuado na rede
ao atendimento pré-natal inadequado e a detecção de deficiências; de serviços; e
IV - intervenção precoce o conjunto de ações terapêuticas ime- V - Atenção à família e aos cuidadores, concomitantemente
diatas que visam a evitar o agravamento de problemas de saúde, à Atenção à PCD, no sentido de capacitá-los para a continuidade
com atendimento efetuado por equipe interdisciplinar, que tam- do trabalho de habilitação, reabilitação e demais necessidades de
bém deve dar orientação e suporte para o grupo familiar; saúde, assim como a assistência psicossocial ao próprio cuidador
V - intervenção precoce na primeira infância o conjunto de e à família da PCD. (Redação acrescida pela Lei Complementar
ações terapêuticas e preventivas destinadas às crianças que, na fai- nº681/2011)
xa etária de 0 (zero) a 3 (três) anos, apresentem suspeita de deficit § 2º Para os fins do disposto no inc. IV do caput deste artigo,
sensorial ou atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, com ou serão realizadas as seguintes ações:
sem diagnóstico definido; I - promoção do acesso da população aos exames mais especí-
VI - ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informa- ficos para a detecção precoce de sintomas que diagnostiquem pos-
ção o conjunto de ações voltadas à obtenção e à divulgação de síveis deficiências, devendo ser realizados, obrigatoriamente, em
dados sobre diagnósticos, incidência e prevalência de deficiências todos os recém-nascidos, durante a internação, o teste do pezinho,
e incapacidades, organização e funcionamento da rede, do fluxo e o teste da orelhinha e o teste infravermelho; e
dos serviços de atendimento no âmbito do SUS e dos convênios, II - procedimentos de acompanhamento precoce, nos progra-
para pesquisa, avaliação, replanejamento das políticas públicas e mas de saúde, em todas as fases da vida, nos seus aspectos motor,
capacitação de recursos humanos; sensorial, cognitivo, social e emocional. (Redação acrescida pela Lei
VII - organização e funcionamento dos serviços de atenção à Complementar nº681/2011)
PCD o conjunto de ações, estruturas físicas e equipamentos que § 3º Para os fins do disposto no inc. VII do caput deste artigo, a
atendam aos princípios e às diretrizes do SUS, destacando descen- organização das ações e dos serviços de atenção à PCD compreende
tralização e controle social, articulados entre as esferas de Governo, os seguintes níveis de complexidade, interdependentes e comple-
mentares:
garantida a interface com outras políticas públicas, de forma inter-
I - Atenção Básica, no qual são desenvolvidas ações de preven-
setorial e interdisciplinar;
ção primária e secundária de promoção à saúde, ao diagnóstico e
VIII - Atenção à Saúde do Estudante com Deficiência o conjunto
ao tratamento na área de reabilitação e habilitação, sendo a inter-
de ações desenvolvidas pelos Núcleos de Atenção à Saúde da Crian-
venção de caráter individual, familiar, grupal e comunitário, visan-
ça e do Adolescente, com diagnóstico e acompanhamento da saúde do, também, a favorecer a inclusão social;
dos alunos com necessidades educativas especiais, bem como seu II - Atenção Secundária, no qual são desenvolvidas ações de
encaminhamento, garantida a integralidade dos atendimentos; atendimento, tratamento e reabilitação das necessidades específi-
IX - capacitação de recursos humanos a qualificação permanen- cas da PCD, compreendendo uma equipe especializada que realizará
te de equipes multiprofissionais, visando a um conjunto de ações avaliação, indicação e acompanhamento de tecnologias assistivas;
para a promoção da saúde, a prevenção e o diagnóstico de deficiên-
cias e a habilitação e a reabilitação das PCDs;

201
LEGISLAÇÃO

III - Atenção Terciária, no qual são desenvolvidas ações de aten- § 2º A equipe multiprofissional mínima será composta de acor-
dimento aos casos de habilitação e reabilitação, cujo momento de do com o nível de atenção de saúde e o tipo de deficiência. (Reda-
instalação do tipo e do grau da incapacidade justifiquem uma inter- ção acrescida pela Lei Complementar nº681/2011)
nação, bem como a destinação de leitos específicos para reabilita-
ção; e SUBSEÇÃO IV
IV - Assistência Domiciliar, no qual são desenvolvidas, por DO PROCESSO E DOS SERVIÇOS DE HABILITAÇÃO E REABILI-
profissionais especializados, ações de assistência ao paciente com TAÇÃO (Redação Acrescida Pela Lei Complementar nº681/2011)
dificuldade de locomoção e ações de orientação ao cuidador que
garantam o tratamento continuado. (Redação acrescida pela Lei Art. 51-IO processo de habilitação e reabilitação física, senso-
Complementar nº681/2011) rial e neurológica será individual e contemplará:
§ 4º Para os fins do disposto no inc. IX do caput deste artigo, I - ações e vivências com a comunidade;
os agentes comunitários de saúde e os profissionais que atuam nas II - capacitação e instrumentalização da PCD, por meio da re-
equipes de saúde da família receberão capacitação permanente cuperação funcional, objetivando sua independência, autonomia e
que os habilite para o desenvolvimento de ações de prevenção e adequação psicoafetiva à realidade da deficiência;
detecção precoce de deficiências, bem como de intervenção ade- III - definição dos papéis e das ações desenvolvidos pela equi-
quada às necessidades de saúde da PCD. (Redação acrescida pela pe multiprofissional e intersetorial, pela família, pelos cuidadores e
Lei Complementar nº681/2011) pela comunidade, objetivando o direito à qualidade de vida da PCD,
Art. 51-DPara garantir a assistência integral à saúde das PCDs, considerada sua opinião no plano de habilitação e reabilitação a ser
incluída a assistência à reabilitação, a rede de ações e serviços deve- desenvolvido pela equipe; e
rá envolver Atenção Básica, Atenção Secundária e Atenção Terciária IV - tratamento preventivo e continuado das patologias e for-
do SUS e parceria com instituições privadas conveniadas, funda- necimento de medicamentos e materiais afins como órteses, próte-
ções, universidades, organizações não governamentais, comuni- ses, meios auxiliares de locomoção, bolsa de ostomia e alimentação
dades e centros de referência em reabilitação. (Redação acrescida especial. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº681/2011)
pela Lei Complementar nº681/2011) Art. 51-JFica garantido o acesso aos níveis de atenção dos cen-
Art. 51-EA Política Municipal de Atenção à Saúde da Pessoa tros de referência em reabilitação de média e alta complexidade,
com Deficiência será considerada na pactuação dos planos pluria- bem como a reabilitação baseada na comunidade, por meio das
nuais do Município de Porto Alegre, na área da saúde. (Redação Unidades Básicas de Saúde ou dos serviços conveniados, compondo
acrescida pela Lei Complementar nº681/2011) equipes previstas nas políticas de reabilitação física, previstas pelas
Art. 51-FA acessibilidade arquitetônica, comunicacional, me- políticas públicas, em consonância com a Portaria do Ministério da
todológica, instrumental, programática e atitudinal orientará todas Saúde nº 818, de 5 de junho de 2001. (Redação acrescida pela Lei
as ações, para atingir patamares de qualidade de vida, com movi- Complementar nº681/2011)
mentos de vida independente, objetivando a autonomia funcio- Art. 51-KOs serviços de referência em medicina física, habili-
nal da PCD, em conformidade com o Plano Diretor de Acessibili- tação e reabilitação têm como finalidade prestar às PCDs assistên-
dade de Porto Alegre. (Redação acrescida pela Lei Complementar cia de cuidados intensivos em reabilitação física, de acordo com os
nº681/2011) princípios definidos pela Portaria do Ministério da Saúde nº 95, de
26 de janeiro de 2001 - Norma Operacional da Assistência à Saúde/
SUBSEÇÃO III SUS -, assim como em consonância com a Portaria do Ministério da
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (Redação Acrescida Pela Lei Saúde nº 818, de 2001, integrado a uma rede regionalizada e hierar-
Complementar nº681/2011) quizada de assistência a essas pessoas. (Redação acrescida pela Lei
Complementar nº681/2011)
Art. 51-GPara os fins desta Lei Complementar, consideram-se:
I - deficiência toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou CAPÍTULO V
função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade DA VIGILÂNCIA À SAÚDE
para o desempenho de uma atividade dentro do padrão considera-
do normal, podendo ser permanente ou temporária; e SEÇÃO I
II - PCD a pessoa que se enquadre nas categorias de que trata DO CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA E DAS ÁGUAS RESI-
o art. 4º do Decreto Federal nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, DUAIS
alterado pelo Decreto Federal nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004,
conforme a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência. Art. 52 -O serviço coletivo de abastecimento de água potável
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº681/2011) deve manter estações de tratamento, redes de distribuição, reser-
Art. 51-HO diagnóstico da deficiência será efetuado por equipe vatórios e demais equipamentos e instalações em condições de
multiprofissional e qualificada em habilitação e reabilitação, com operação e higiene que garantam a segurança sanitária, a potabili-
estrutura física adequada para a realização de serviços auxiliares dade e a fluoretação da água a ser distribuída.
de diagnóstico e terapia, com vista à ampliação das potencialida- Art. 53 -VETADO.
des esportivas, de lazer, culturais, políticas, artísticas, educacionais Art. 54 -VETADO.
e sociais e laborais. (Redação acrescida pela Lei Complementar Art. 55 -VETADO.
nº681/2011) Art. 56 -VETADO.
§ 1º O diagnóstico da deficiência indicará o nome da doença, Art. 57 -Os reservatórios de água domiciliares deverão ser sub-
suas causas e o grau da extensão da lesão. (Redação acrescida pela metidos à inspeção, no mínimo uma vez a cada seis meses, e limpos
Lei Complementar nº681/2011) em intervalos máximos de doze meses.

202
LEGISLAÇÃO

Parágrafo Único. A autoridade, sempre que necessário, e em SEÇÃO II


ocasiões de risco à saúde, poderá obrigar que a limpeza seja realiza- DA SAÚDE DO TRABALHADOR
da em menor periodicidade.
Art. 58 -As piscinas e suas instalações anexas deverão ser man- Art. 66 -A saúde do trabalhador é resultante das relações so-
tidas em perfeito estado de conservação e limpeza, com padrões ciais que se estabelecem entre o capital e o trabalho no processo
de funcionamento e balneabilidade previstos em Norma Técnica de produção, pressupondo a garantia da integridade física e mental.
Específica. § 1º - O processo de produção engloba os aspectos ergonômi-
Art. 59 -Toda e qualquer edificação situada em zona rural terá cos, organizacionais e ambientais na produção de bens e serviços.
suprimento adequado de água potável e disposição adequada de § 2º - A organização do trabalho deverá ser adequada às con-
esgotos sanitários e resíduos sólidos. dições psicofisiológicas dos trabalhadores, tendo em vista as possí-
Art. 60 -É obrigatória a ligação predial de esgoto sanitário à veis repercussões negativas sobre a saúde, quer diretamente, atra-
rede pública coletora de esgotos sanitários. vés dos fatores que a caracterizam, quer pela potencialização dos
§ 1º - Sempre que, por razões técnicas, não for possível a liga- riscos de natureza física, química e biológica presentes no processo
ção predial à rede pública coletora de esgotos sanitários existente de produção.
no logradouro, será providenciada, junto aos proprietários, mora- Art. 67 -Constituem-se objetivos básicos das ações de saúde do
dores e beneficiários, autorização para passagem de rede coletora trabalhador, em quaisquer situações de trabalho:
por propriedades para construção de coletores de fundo. Em casos I - a promoção, a proteção, a recuperação e a reabilitação;
excepcionais, poderão existir áreas desapropriadas, nos fundos ou II - a vigilância epidemiológica dos agravos em saúde do traba-
laterais de terrenos, para passagem de rede, constituindo as cha- lhador;
madas vielas sanitárias. III - a vigilância dos ambientes e processos de trabalho;
§ 2º - Edificações situadas em logradouros não servidos de rede IV - a educação para a saúde.
pública coletora de esgotos sanitários deverão adotar, para trata- Art. 68 -Dentre outras obrigações no âmbito da saúde pública,
mento dos despejos domésticos, o sistema de fossa séptica, com relativamente à saúde do trabalhador, compete à Secretaria Mu-
instalações complementares, ligando seu efluente à rede pública de nicipal de Saúde assegurar o cumprimento da normatização, a fis-
esgoto pluvial. calização e o controle das condições de produção, extração, arma-
§ 3º - Edificações não atendidas por redes públicas coletoras de zenamento, transporte, distribuição, destinação final de resíduos e
esgoto sanitário ou pluvial deverão prever soluções individuais ou manuseio de substâncias e produtos, de máquinas e equipamentos,
coletivas para coleta, tratamento e destino final dos esgotos. do processo e da organização do trabalho.(Artigo declarado Incons-
Art. 61 -É proibido o lançamento direto ou indireto de esgotos titucional, conforme ADIn nº 70005412986 - TJERGS)
sanitários e outras águas residuárias em vias públicas. Art. 69 -Cabe à Secretaria Municipal de Saúde assegurar a assis-
Art. 62 -É proibido o lançamento direto ou indireto de águas tência integral à saúde do acidentado de trabalho e do portador de
pluviais em canalizações de esgotos sanitários.
doença relacionada ao trabalho.
Art. 63 -As fossas sépticas, além do disposto no Código de Edi-
Art. 70 -Cabe à Secretaria Municipal de Saúde:
ficações e nas Normas Técnicas Especiais, deverão satisfazer as se-
I - elaborar, em caráter suplementar à Legislação Federal e Esta-
guintes condições:
dual, Normas Técnicas Específicas relacionadas a todos os aspectos
I - não receber águas pluviais nem despejos industriais que pos-
de saúde dos trabalhadores;
sam prejudicar as condições de seu funcionamento;
II - revisar periodicamente a legislação pertinente à defesa da
II - possuir capacidade adequada ao número de pessoas a aten-
saúde dos trabalhadores;
der, com dimensionamento mínimo para a contribuição de cinco
III - exigir de todos os serviços de saúde a integração de infor-
pessoas;
III - ser construídas com material de durabilidade e estanquei- mações específicas de saúde do trabalhador em seus sistemas de
dade adequadas ao fim a que se destinam; informações.
IV - ser localizadas em áreas livres com facilidade de acesso, Art. 71 -São de notificação compulsória os agravos à saú-
tendo em vista a necessidade periódica de remoção do lodo dige- de do trabalhador, como acidentes e doenças relacionadas com
rido. o trabalho.(Artigo declarado Inconstitucional, conforme ADIn nº
Art. 64 -O lodo digerido das fossas sépticas deverá ser remo- 70005412986 - TJERGS)
vido a cada 24 (vinte e quatro) meses, em volume igual a 2/3 (dois Art. 72 -São obrigações da Secretaria Municipal de Saúde, no
terços) da capacidade total da fossa. desempenho de suas atividades:
§ 1º - A não-remoção do lodo digerido, no prazo estabelecido, I - fiscalizar e controlar, através do sistema de vigilância, todas
permitirá a intervenção do SMVS para sua remoção compulsória. as situações de risco no trabalho e/ou agravos à saúde do trabalha-
§ 2º - Pelo serviço de remoção executado será cobrado, do usu- dor decorrentes do exercício de atividades laborativas;(Inciso de-
ário, seu custo correspondente, acrescido de taxa de administração clarado Inconstitucional, conforme ADIn nº 70005412986 - TJERGS)
de 20% (vinte por cento) do valor estipulado. II - avaliar e monitorar as condições de saúde dos trabalhado-
Art. 65 -Os efluentes provenientes de caminhões limpa-fossa res, a juízo da autoridade de vigilância municipal e/ou estadual;
serão dispostos em locais adequados, tais como estações de trata- III - informar aos trabalhadores e respectivo sindicato os riscos
mento de esgotos ou leitos de secagem de lodos, conforme norma- e danos à saúde no exercício da atividade laborativa e nos ambien-
tização específica. tes de trabalho;
IV - assegurar o direito de participação dos sindicatos de traba-
lhadores na formulação, planejamento, execução, avaliação e con-
trole das políticas e ações de saúde do trabalhador;

203
LEGISLAÇÃO

V - garantir aos sindicatos de trabalhadores o direito de partici- IV - custear estudos e pesquisas que visem a esclarecer, elimi-
pação nos atos de fiscalização, de avaliações ambientais, de saúde, nar e controlar situações de risco de trabalho, especialmente as ain-
de pesquisas e acesso aos resultados das mesmas;(Inciso declarado da não conhecidas;
Inconstitucional, conforme ADIn nº 70005412986 - TJERGS) V - facilitar o acesso de representantes do sindicato e/ou outros
VI - reconhecer o direito de recusa ao trabalho em situações representantes por este indicado no acompanhamento da vigilân-
de risco grave ou iminente à saúde e a segurança dos trabalhadores cia aos ambientes de trabalho;(Inciso declarado Inconstitucional,
e/ou da população residente na área de abrangência do ambiente conforme ADIn nº 70005412986 - TJERGS)
em questão;(Inciso declarado Inconstitucional, conforme ADIn nº VI - paralisar as atividades produtivas, em situações de risco
70005412986 - TJERGS) grave ou iminente, garantindo os direitos dos trabalhadores;(Inciso
VII - considerar o conhecimento dos trabalhadores como tecni- declarado Inconstitucional, conforme ADIn nº 70005412986 - TJER-
camente fundamental para o levantamento das situações de risco GS)
no trabalho e agravos à saúde; VII - notificar os agravos à saúde dos trabalhadores, conforme
VIII - comunicar ao Ministério Público e a outras autoridades orientação do Sistema de Informações em Saúde do Trabalhador do
competentes as situações de risco e agravos à saúde do trabalhador Sistema Único de Saúde (SIST/SUS);
e ao meio ambiente, sempre que a situação exigir; VIII - comunicar imediatamente à autoridade de vigilância qual-
IX - utilizar critérios epidemiológicos na definição de priori- quer situação de risco no trabalho, acompanhada de cronograma
dades, na alocação de recursos e na orientação programática das de adoção de medidas de controle e correção dos mesmos;
ações do trabalhador;
IX - dar conhecimento aos trabalhadores das situações de risco
X - promover e realizar pesquisas sobre saúde e trabalho;
nos ambientes de trabalho e de monitoramento biológico e am-
XI - interditar, total ou parcialmente, processos e ambientes de
biental dos mesmos;(Inciso declarado Inconstitucional, conforme
trabalho considerados como de risco grave ou iminente à vida ou à
ADIn nº 70005412986 - TJERGS)
saúde dos trabalhadores;(Inciso declarado Inconstitucional, confor-
me ADIn nº 70005412986 - TJERGS) X - custear a realização dos exames médicos admissionais, peri-
XII - notificar os agravos à saúde dos trabalhadores, conforme ódicos e demissionais dos trabalhadores;(Inciso declarado Inconsti-
orientação do Sistema de Informação em Saúde do Trabalhador do tucional, conforme ADIn nº 70005412986 - TJERGS)
Sistema Único de Saúde;(Inciso declarado Inconstitucional, confor- XI - realizar os exames médicos de que trata o item acima con-
me ADIn nº 70005412986 - TJERGS) siderando a finalidade de monitoramento da exposição aos riscos
XIII - exigir do empregador a adoção de medidas de correção presentes no ambiente de trabalho, obedecendo critérios técnicos
nos ambientes de trabalho, observando a seguinte ordem de prio- atualizados e adequados à garantia da qualidade dos mesmos;(In-
ridade: ciso declarado Inconstitucional, conforme ADIn nº 70005412986 -
a) eliminação da fonte de risco; TJERGS)
b) controle do risco na fonte; XII - fornecer os resultados (originais ou cópias) dos exames
c) controle do risco no meio ambiente de trabalho; complementares, aos quais os próprios trabalhadores forem sub-
d) adoção de medidas de proteção individual, incluindo dimi- metidos, assim como do Atestado de Saúde Ocupacional;(Inciso de-
nuição do tempo de exposição, utilização de equipamentos de pro- clarado Inconstitucional, conforme ADIn nº 70005412986 - TJERGS)
teção individual e outras. XIII - assegurar aos portadores de deficiências ou doenças orgâ-
XIV - admitir a utilização de Equipamento de Proteção Individu- nicas condições de trabalho compatíveis com sua limitação.(Inciso
al (EPI) somente nas seguintes situações:(Inciso declarado Inconsti- declarado Inconstitucional, conforme ADIn nº 70005412986 - TJER-
tucional, conforme ADIn nº 70005412986 - TJERGS) GS)
a) nas emergências; Art. 74 -A autoridade de vigilância terá a prerrogativa de exigir
b) dentro do prazo estabelecido no cronograma de implanta- o cumprimento das Normas Técnicas Específicas relativas à defesa
ção de medida de proteção coletiva; da saúde do trabalhador.(Artigo declarado Inconstitucional, confor-
c) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnica- me ADIn nº 70005412986 - TJERGS)
mente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os Parágrafo Único. Em caráter complementar ou na ausência de
riscos de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, a critério Norma Técnica Específica, a autoridade de vigilância terá a prerro-
da autoridade de vigilância. gativa de adotar normas, preceitos e recomendações de organis-
Art. 73 -São obrigações do empregador urbano e rural, público
mos nacionais e internacionais referentes à proteção à saúde dos
e privado, sem prejuízo de outras exigências legais:
trabalhadores.
I - manter as condições de trabalho e a organização de trabalho
Art. 75 -Cabe ao Conselho Municipal de Saúde criar e manter
adequadas às condições psicofisiológicas dos trabalhadores;(Inciso
Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador (CIST) a ele su-
declarado Inconstitucional, conforme ADIn nº 70005412986 - TJER-
GS) bordinadas.
II - facilitar o acesso das autoridades de vigilância da saúde
aos ambientes de trabalho, fornecendo as informações e os dados SEÇÃO III
solicitados;(Inciso declarado Inconstitucional, conforme ADIn nº DA SAÚDE DA MULHER
70005412986 - TJERGS)
III - dar conhecimento à população, residente na área de abran- Art. 76 -A saúde da mulher é resultante das características de
gência, sobre os riscos decorrentes do processo produtivo, bem gênero e de suas relações biopsicossociais, que se estabelecem du-
como das recomendações e medidas adotadas para sua eliminação rante toda a sua vida, dentro ou fora das relações de produção.
e controle; Art. 77 -Cabe à Secretaria Municipal de Saúde:

204
LEGISLAÇÃO

I - elaborar, em caráter suplementar às Legislações Federal e § 3º - Os alimentos substitutos deverão ter aparência diferente
Estadual, Normas Técnicas Específicas relacionadas a todos os as- daquela dos alimentos naturais ou permitir, por outra forma, a sua
pectos de saúde da mulher; identificação, de acordo com as disposições da legislação vigente.
II - cobrar de todos os serviços de saúde a integração de infor- Art. 82 -Caso ainda não exista padrão de identidade e qualidade
mações específicas de saúde da mulher, em seus sistemas de infor- estabelecido pelo órgão competente para determinado alimento,
mações; serão adotados os preceitos bromatológicos constantes dos regula-
III - a divulgação de informações, quanto ao potencial dos ser- mentos federais vigentes e, na sua ausência, os dos regulamentos
viços e a sua utilização pelas usuárias; estaduais pertinentes, ou as normas e padrões internacionalmente
IV - promover a articulação com órgãos de fiscalização do exer- aceitos.
cício profissional e outras entidades representativas da sociedade Art. 83 -Só poderão ser expostos ao consumo alimento que:
civil, para a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, I - estejam em perfeito estado de conservação;
ações e serviços de saúde da mulher. II - não sejam nocivos à saúde, não tenham o valor nutritivo
Art. 78 -São obrigações da Secretaria Municipal de Saúde: prejudicado e não apresentem aspecto repugnante;
I - fiscalizar e controlar, através do sistema de vigilância, o aten- III - sejam provenientes ou se encontrem em estabelecimentos
dimento das mulheres em todas as situações, principalmente dan- licenciados pelo órgão competente;
do atenção às nosologias mais freqüentes; IV - obedeçam às disposições da legislação federal e estadual
II - fiscalizar para que o atendimento seja efetuado com igual- vigentes, relativas ao registro, rotulagem, embalagem e padrões de
dade e respeito a todas as mulheres, sem preconceitos ou privilé- identidade e qualidade.
gios de qualquer espécie; Art. 84 -Os alimentos destinados ao consumo imediato, te-
III - informar às pessoas assistidas sobre sua saúde; nham ou não sofrido processo de cocção, só poderão ser expostos
IV - comunicar ao Ministério Público e às demais autoridades à venda devidamente protegidos.
competentes as situações de risco e agravos à saúde da mulher, re- Art. 85 -Os alimentos e produtos destinados ao consumo hu-
sultantes de agressões e violências; mano deverão ser produzidos, acondicionados, armazenados e
V - utilizar critérios epidemiológicos na definição de priori- transportados de acordo com norma técnica específica, devendo
dades, na alocação de recursos e na orientação programática das ser mantidos distantes de produtos que possam contaminá-los ou
ações dirigidas às mulheres; alterar suas características.
VI - promover e realizar pesquisas sobre a saúde da mulher. Art. 86 -É vedado:
Art. 79 -A Secretaria Municipal de Saúde organizará os serviços I - reaproveitar vasilhame de saneantes, seus congêneres e de
de modo a evitar a duplicidade de meios para fins idênticos. outros produtos capazes de produzir danos à saúde para o envasi-
Art. 80 -Cabe ao Conselho Municipal de Saúde criar e manter lhamento de alimentos, bebidas e produtos dietéticos;
Comissões Intersetoriais de Saúde da Mulher (CISM) a ele subordi- II - fraudar, falsificar ou adulterar alimentos e outros produtos
nadas.
de interesse à saúde;
III - expor ao consumo alimento que:
SEÇÃO IV
a) contiver germes patogênicos, parasitas ou substâncias pre-
DO CONTROLE DE ALIMENTOS
judiciais à saúde;
b) estiver deteriorado, alterado ou adulterado;
Art. 81 -Serão adotados e observados pela Secretaria Municipal
c) contiver aditivo proibido ou perigoso;
de Saúde os padrões de identidade e qualidade estabelecidos pelo
d) estiver fora dos padrões estabelecidos por lei.
órgão competente para cada tipo ou espécie de alimento, abran-
IV - expor à venda em estabelecimento de gêneros alimentí-
gendo:
cios, tubérculos, bulbos, rizomas, sementes e grãos em estado de
I - denominação, definição e composição, compreendendo a
descrição do alimento, o nome científico, quando houver, e os re- germinação;
quisitos que permitam fixar um critério de qualidade; V - entregar ao consumo, desviar, alterar ou substituir, total ou
II - requisitos de higiene, compreendendo medidas sanitárias parcialmente, o alimento interditado.
concretas e demais disposições necessárias à obtenção de um ali- Art. 87 -Não poderão ser comercializados os alimentos que:
mento puro, comestível e de qualidade comercial; I - provierem de estabelecimento não licenciado pelo órgão
III - aditivos intencionais que podem ser empregados, abran- competente, quando for o caso;
gendo a finalidade do emprego e o limite de adição; II - não possuírem registro no órgão federal competente, quan-
IV - requisitos aplicáveis a peso e medida; do a ele sujeitos;
V - requisitos relativos à rotulagem e apresentação do produto; III - não estiverem rotulados, quando obrigados à exigência, ou
VI - métodos de colheita de amostra, ensaio e análise do ali- quando desobrigados, não puder ser comprovada a sua procedên-
mento. cia;
§ 1º - Os requisitos de higiene, adotados e observados, abran- IV - estiverem rotulados em desacordo com a legislação vigen-
gerão também o padrão microbiológico do alimento e o limite resi- te.
dual de agrotóxicos e contaminantes toleráveis. Art. 88 -Em todas as fases de seu processamento, das fontes
§ 2º - Os alimentos de fantasia ou artificiais, ou ainda não pa- de produção até o consumidor, o alimento deve estar livre e pro-
dronizados, deverão obedecer, na sua composição, às especifica- tegido de contaminação física, química e biológica, proveniente do
ções que tenham sido declaradas e aprovadas por ocasião do res- homem, dos animais e do meio ambiente.
pectivo registro.

205
LEGISLAÇÃO

§ 1º - Os produtos, substâncias, insumos ou outros devem ser Art. 97 -Para fins de desinfecção e higienização dos estabeleci-
oriundos de fontes aprovadas ou autorizadas pela autoridade sani- mentos, deverão ser utilizadas substâncias e/ou produtos aprova-
tária e se apresentarem em perfeitas condições de consumo ou uso. dos pelo órgão oficial competente e cuja utilização esteja regula-
§ 2º - Os alimentos perecíveis devem ser transportados, arma- mentada em legislação específica.
zenados ou depositados sob condições de temperatura, umidade, Art. 98 -Os proprietários e trabalhadores, mesmo os eventu-
ventilação e luminosidade que os protejam de deteriorações. ais e temporários, dos estabelecimentos relacionados a alimentos
Art. 89 -A distribuição de amostras grátis de alimentos infantis, e produtos destinados ao consumo humano apresentar-se-ão em
mamadeiras e bicos somente será permitida aos profissionais de satisfatórias condições de saúde e higiene, conforme estabelecido
saúde na época de lançamento e nas campanhas promocionais. em Normas Técnicas Específicas (NTE).
Art. 90 -Os estabelecimentos de comércio de aves e outros pe- Art. 99 -Nos estabelecimentos não será permitida a guarda ou
quenos animais vivos deverão ter um responsável técnico Médico a venda de substâncias que possam servir à alteração, adulteração
Veterinário. ou falsificação dos alimentos.
Parágrafo Único. É vedado a tais estabelecimentos tanto o aba- Parágrafo Único. Só será permitida nos estabelecimentos de
te como a venda destes animais abatidos. consumo ou venda de alimentos o comércio de saneantes, desinfe-
Art. 91 -É obrigatória a existência de água, em condições julga- tantes e produtos similares, quando o estabelecimento interessado
das satisfatórias pelo órgão competente, para a irrigação do terreno possuir local apropriado e separado.
e/ou rega dos cultivos. Art. 100 -É proibida a entrada de pessoas estranhas nos locais
Parágrafo Único. A juízo da autoridade sanitária, poderá ser de- de elaboração, fracionamento, acondicionamento, depósito ou ar-
terminado o tratamento da água ou desinfecção das hortaliças e mazenamento de alimentos.
frutas rasteiras no próprio estabelecimento produtor, por método Parágrafo Único. Excetuam-se as pessoas que, pela natureza de
aprovado. suas atividades, tais como entrega de mercadoria, consertos ou visi-
Art. 92 -Nas hortas é proibido: ta sanitária, sejam obrigadas a adentrar nos referidos locais, estan-
I - o emprego, como adubo, de dejetos humanos e estrume não do, todavia, sujeitas às disposições referentes à higiene do pessoal.
humificado; Art. 101 -Os utensílios, aparelhos, vasilhames e outros mate-
II - a utilização de águas contaminadas ou suscetíveis de so- riais empregados no preparo, fabrico, manipulação, acondiciona-
frer contaminação por esgotos e efluentes de fossas sépticas, bem mento, transporte, distribuição, depósito, conservação e venda de
como as que contenham agentes patogênicos e com produtos quí- gêneros alimentícios deverão ser de materiais inócuos e mantidos
micos em concentrações nocivas à saúde. em perfeito estado de limpeza e conservação.
Art. 93 -O Poder Executivo definirá por decreto os estabeleci- Art. 102 -Os vasilhames ou frascos de retorno, destinados a
mentos cujo alvará somente será concedido após aprovação por alimentos, devem ser inspecionados antes e após as operações de
parte da Secretaria Municipal de Saúde. lavagem e desinfecção, as quais se realizarão de acordo com proces-
Art. 94 -Será obrigatório o uso, por parte do vendedor ambu- sos aprovados pelo órgão competente.
lante de alimentos, de vestuário adequado e limpo. Parágrafo Único. É proibida a reutilização de embalagens não
Parágrafo Único. Os vendedores deverão manter-se rigorosa- suscetíveis à limpeza e desinfecção.
mente asseados. Art. 103 -É proibido elaborar, extrair, fabricar, manipular, ar-
Art. 95 -Toda a água utilizada na manipulação ou preparo de mazenar, fracionar, vender ou servir alimentos em instalações ina-
gêneros alimentícios, inclusive gelo, deverá provir da rede pública dequadas para a finalidade e que possam determinar a perda ou
de abastecimento ou ser sanitariamente tratada com produtos à impropriedade dos produtos para o consumo, prejuízos à saúde ou
base de cloro. à segurança do trabalho.
Art. 96 -Os estabelecimentos deverão possuir normas de con- Art. 104 -Todo o estabelecimento que servir alimentos e que,
trole, equipamentos e dispositivos em suas instalações que: por situação transitória de emergência, não contar com instalações
I - garantam boas condições de higiene, sendo obrigatório o adequadas e eficientes para a limpeza e desinfecção dos utensílios
uso de recipientes de fácil limpeza; e recipientes deverá operar com os de tipo descartável.
§ 1º - Os utensílios e recipientes descartáveis não poderão ser
II - assegurem varredura úmida, aspiração ou outro método
reutilizados.
que evite a suspensão de partículas, sendo proibido o uso de papel
§ 2º - O emprego de utensílios e recipientes descartáveis é obri-
picado, areia, serragem ou outros afins no piso;
gatório no comércio ambulante de alimentos e outras modalidades
III - proporcionem boas condições ambientais de iluminação e
congêneres.
ventilação, sendo proibido o fumo, exceto em salas destinadas ex-
clusivamente para este fim;
SEÇÃO V
IV - estabeleçam e assegurem a existência de áreas de circula-
DO CONTROLE DO SANGUE
ção apropriadas aos fins a que se destinam, sendo proibido manter
móveis, plantas, veículos, equipamentos ou objetos estranhos no
Art. 105 -Os estabelecimentos hemoterápicos realizarão, obri-
seu interior; gatoriamente, em todas as amostras, provas sorológicas para pes-
V - impeçam a entrada ou criadouro de quaisquer animais; quisas de sífilis, doença de Chagas, hepatite B, hepatite C e AIDS,
VI - possibilitem a perfeita higienização de maquinários, equi- cujos resultados serão anotados em fichários e livros próprios.
pamentos e estrados em locais apropriados; § 1º - Recomenda-se a realização de duas provas sorológicas
VII - garantam a proteção coletiva e individual de seus funcio- adequadas e diferentes dentre as metodologias de maior sensibi-
nários. lidade existente.

206
LEGISLAÇÃO

§ 2º - Novos procedimentos e testes laboratoriais para outras Art. 114 -Os sais, reativos, matérias-primas, substâncias e pro-
doenças transmissíveis poderão vir a ser executados sempre que dutos utilizados conterão, obrigatoriamente, nas embalagens, o nú-
houver necessidade, viabilidade ou disposição em legislação per- mero de lote ou partida, a data de fabricação, o prazo de validade e
tinente. o número de registro no órgão sanitário competente, sem prejuízo
Art. 106 -Os exames sorológicos para controle de sangue cole- das demais exigências legais.
tado poderão ser executados fora dos estabelecimentos hemoterá- Art. 115 -É proibido:
picos por unidades ou laboratórios devidamente autorizados pelo I - aviar receitas em desacordo com a prescrição médica, ve-
SMVS, mediante convênio ou contrato. terinária ou odontológica, ou contrariando expressa determinação
Art. 107 -Os estabelecimentos hemoterápicos terão livro pró- legal;
prio, com folhas numeradas e datadas, para o registro diário de en- II - aviar receitas em código em farmácias públicas, que aten-
trada, saída e destino de sangue e hemoderivados. dam diretamente ao consumidor;
§ 1º - O livro de que trata este artigo permanecerá obrigato- III - prescrever receituário, prontuário e assemelhados de na-
riamente no estabelecimento, sendo assinado pelo farmacêutico tureza médica, odontológica ou veterinária, em desacordo com a
responsável. legislação vigente;
§ 2º - Nos estabelecimentos hemoterápicos que possuírem IV - fabricar ou manipular, anunciar ou vender preparados se-
sistema eletrônico de processamento de dados, o registro em livro cretos e atribuir aos licenciados propriedades curativas ou higiê-
próprio poderá ser feito em fitas magnéticas ou em disquetes, que nicas que não tenham sido mencionadas nas licenças, relatórios,
ficarão ali arquivados. rótulos e bulas respectivas;
Art. 108 -Os estabelecimentos hemoterápicos deverão man- V - fornecer, vender ou praticar atos de comércio em relação
ter, durante 180 (cento e oitenta) dias, uma soroteca, conservando a medicamentos, drogas e correlatos sujeitos à prescrição médica,
5cm cúbicos de sangue e/ou derivados de cada doação ou unidade sem observância dessa exigência e contrariando as normas legais
recebida, em recipientes apropriados, hermeticamente fechados e vigentes.
lacrados, devidamente identificados, armazenados em refrigerador Art. 116 -É vedada qualquer modalidade de comercialização
dotado de monitoração de temperatura. de sangue e derivados, placentas, órgãos, glândulas ou hormônios,
Art. 109 -Os estabelecimentos hemoterápicos manterão arqui- bem como quaisquer substâncias ou partes do corpo humano.
vados em fichário próprio, em ordem cronológica, por cinco anos, Art. 117 -A distribuição de amostras grátis de medicamentos
os comprovantes dos procedimentos efetuados. só será permitida exclusivamente aos profissionais de saúde, sendo
Parágrafo Único. Os registros anteriores a cinco anos deverão vedada a distribuição de produtos que contenham substâncias en-
ser microfilmados. torpecentes ou psicotrópicos.
Art. 110 -O fracionamento de sangue e derivados somente po- Parágrafo Único. Os estabelecimentos comerciais não poderão
derá ser realizado utilizando-se circuitos fechados para as transfe- manter, distribuir e dispensar amostras grátis de substâncias e pro-
rências das frações. dutos destinados à distribuição gratuita pelos órgãos integrantes do
Parágrafo Único. É proibido o fracionamento de sangue após o Sistema Único de Saúde.
período de vencimento. Art. 118 -As substâncias e produtos de interesse da saúde, im-
Art. 111 -Os profissionais responsáveis técnicos pelos estabe- portados ou não, somente serão entregues ao consumo após seu
lecimentos hemoterápicos, quando não forem seus proprietários, registro junto ao órgão oficial competente, em embalagens origi-
deverão apresentar contratos de trabalho ao SMVS. nais ou em outras previamente autorizadas pelo referido órgão.
Art. 119 -É vedado:
SEÇÃO VI I - expor à venda ou entregar ao consumo produtos de interes-
DO CONTROLE DE PRODUTOS DE INTERESSE À SAÚDE se da saúde, cujo prazo de validade tenha expirado, ou apor-lhes
novas datas de validade, posteriores ao prazo de vencimento;
II - extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, manipular,
Art. 112 -Nenhum estabelecimento industrial de fabrico ou ma- fracionar, purificar, embalar ou, transportar ou utilizar produtos
nipulação de drogas e de outros produtos químicos que interessam ou resíduos perigosos, tóxicos, explosivos inflamáveis, corrosivos,
à medicina e à saúde pública poderá funcionar sem prévia licença emissores de radiações ionizantes, contrariando a legislação em vi-
da autoridade sanitária competente e sem ter, na sua direção técni- gor;
ca, um farmacêutico devidamente habilitado. III - fabricar, operar, comercializar máquinas ou equipamentos
Parágrafo Único. Os estabelecimentos referidos no “caput” de- que ofereçam risco à saúde.
verão manter, em cada um de seus setores de atividade, todo ma- Art. 120 -O comércio de drogas, medicamentos e insumos far-
terial necessário à avaliação da identidade, produção e qualidade macêuticos só poderá ser exercido, mediante responsabilidade téc-
dos produtos. nica de farmacêutico legalmente habilitado e sejam cumpridas as
Art. 113 -Todo estabelecimento industrial e/ou comercial, ata- determinações da legislação federal pertinente.
cadista e/ou varejista de substâncias e medicamentos controlados Art. 121 -Os produtos de higiene, cosméticos, perfumes e os
só poderá industrializar e comercializar substâncias e produtos su- congêneres que interessam à medicina e à saúde pública somen-
jeitos ao controle sanitário especial, desde que: te poderão ser fabricados, manipulados, beneficiados, acondicio-
I - registre as entradas e saídas destas substâncias e produtos, nados e expostos à venda, após terem sido licenciados nos órgãos
conforme orientação da autoridade sanitária competente e legisla- competentes.
ção pertinente;
II - guarde em local ou armário com chave substâncias e pro-
dutos.

207
LEGISLAÇÃO

SEÇÃO VII Art. 130 -O atestado de óbito deverá ser preenchido em formu-
DO CONTROLE EPIDEMIOLÓGICO lário próprio, padronizado, sendo documento indispensável para o
sepultamento.
Art. 122 -As instituições do Poder Público, os estabelecimen- Art. 131 -As declarações de nascidos vivos corresponderão a
tos de atenção e assistência à saúde, estabelecimentos de interesse um neonato.
da saúde, quer seja no setor agropecuário, industrial, comercial ou § 1º - Na hipótese de gestação dupla ou múltipla, deverá ser
de prestação de serviços e outros, e os profissionais de saúde e os preenchida uma Declaração de Nascimento para cada produto des-
cidadãos relacionados pela autoridade de vigilância epidemiológi- ta gestação
ca deverão, quando solicitados, colaborar no desenvolvimento de § 2º - Quando o nascimento ocorrido no domicílio ou via pú-
ações e medidas necessárias para a promoção e proteção da saúde blica não contar com atendimento neonatal imediato em serviço
pública e controle das doenças e agravos. de saúde, a DN será preenchida pelo Cartório de Registro Civil em
Art. 123 -Constituem objeto de notificação compulsória os ca- 03 (três) vias.
sos suspeitos ou confirmados de doenças, que devido a sua magni- § 3º - Quando o nascimento ocorrido for a nível hospitalar, a
tude, transcendência e vulnerabilidade, sejam considerados prio- DN deverá ser preenchida por profissional de medicina ou de en-
ritários pelos órgãos públicos responsáveis pela saúde pública do fermagem.
Município, Estado e União. Art. 132 -Para cada natimorto, em qualquer tipo de gestação,
§ 1º - É obrigatória a notificação ao SMVS dos óbitos decor- deverá ser preenchida a Declaração de Óbito (DO) como óbito fetal.
rentes de doenças de notificação compulsória e outros agravos à Art. 133 -É obrigatório notificar ao SMVS para registro os casos
saúde. de nascidos vivos e natimortos, portadores de mal formações con-
§ 2º - A notificação compulsória das doenças e outros agravos gênitas, atestado por profissional competente.
poderá ser feita por qualquer cidadão, sendo obrigatória aos pro- Art. 134 -A recuperação de qualquer via extraviada da Decla-
fissionais de saúde e a todos os serviços de atenção e assistência à ração de Nascimento somente poderá ser obtida por fotocópia au-
saúde, quer públicos ou privados. tenticada da primeira via, sendo vedado o preenchimento de nova
§ 3º - A notificação compulsória de casos de doenças tem ca- declaração para o mesmo nascimento.
ráter sigiloso.
§ 4º - Excepcionalmente, a identificação do paciente poderá ser SEÇÃO VIII
feita em caso de grande risco à comunidade, a critério da autorida- DA HIGIENE DA CRIAÇÃO DE ANIMAIS E DO CONTROLE DE
de de vigilância à saúde municipal e com conhecimento prévio do ZOONOSES
paciente ou responsável.
Art. 124 -Havendo suspeita de epidemia em uma localidade, Art. 135 -É vedada a criação e manutenção de animais com
a autoridade sanitária municipal deverá, imediatamente, tomar finalidade comercial nas áreas urbanas e de expansão urbana do
Município.
medidas pertinentes, podendo, inclusive, ser providenciado o fe-
§ 1º - Só serão permitidas criações de cães, gatos e pássaros
chamento total ou parcial do estabelecimento, centro de reuniões
ornamentais, licenciadas pelo Poder Público Municipal.
ou diversão, escolas, creches e quaisquer locais abertos ao público,
§ 2º - Excetuam-se da proibição do “caput” deste artigo os es-
durante o tempo julgado necessário por aquela autoridade.
tabelecimentos licenciados para alojamento, treinamento, compe-
Parágrafo Único. Poderá a autoridade sanitária requisitar o au-
tição e venda de animais.
xílio estadual ou federal para a execução das medidas necessárias
§ 3º - Criações de subsistência poderão ser permitidas desde
ao controle de doenças e agravos à saúde.
que autorizadas pelo Poder Público Municipal e normatizadas por
Art. 125 -O isolamento domiciliar estará sujeito à vigilância di-
Norma Técnica Específica.
reta da autoridade sanitária, a fim de garantir a execução das medi- Art. 136 -Não são permitidos, em residência particular, a cria-
das de controle necessárias e o tratamento clínico, que poderá ficar ção, o alojamento e a manutenção de animais que por sua espécie
a cargo de profissional de saúde de livre escolha do doente. ou quantidade possam causar incômodo ou risco de agravo à saúde
§ 1º - O período de isolamento, em cada caso particular, será da coletividade.(Artigo regulamentado pelo Decreto nº12216/1999)
determinado pela autoridade sanitária, tendo em vista os interes- § 1º - A criação, o alojamento e a manutenção de mais de 05
ses da saúde coletiva. (cinco) animais, no total, das espécies canina e felina, com idade
§ 2º - A autoridade sanitária fornecerá, para efeitos legais, do- superior a 90 (noventa) dias, caracterizará o canil ou gatil de pro-
cumentos comprobatórios de imposição e duração do isolamento. priedade privada, cujo funcionamento estará vinculado à liberação
Art. 126 -É dever de todo cidadão submeter-se à vacinação de alvará emitido pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria
obrigatória, assim como as crianças e adolescentes sob sua guarda e Comércio (SMIC).
ou responsabilidade. § 2º Os canis e os gatis de propriedade privada somente pode-
Art. 127 -A comprovação da obrigatoriedade da vacina será fei- rão funcionar após vistoria efetuada pelo técnico competente, em
ta por atestado de vacinação padronizado pelo Ministério da Saúde que serão examinadas as condições de alojamento e manutenção
e emitido pelos serviços de saúde que aplicarem as vacinas. dos animais, destino dado aos resíduos (dejetos e restos de alimen-
Art. 128 -Toda pessoa vacinada deverá receber o correspon- tação) e expedição de licença de funcionamento.
dente atestado, a fim de satisfazer exigências legais. § 3º Os canis e gatis de que trata este artigo deverão possuir
Parágrafo Único. Em situações excepcionais, a autoridade sani- um responsável técnico médico veterinário que ateste pelas boas
tária poderá dispensar a emissão do atestado. condições dos animais ali criados.
Art. 129 -Os atestados de vacinação obrigatória não poderão
ser retidos, sob qualquer motivo, por pessoa física ou jurídica.

208
LEGISLAÇÃO

Art. 137 -São proibidas, salvo em situações excepcionais, a ju- Parágrafo Único. Em caso de sintomatologia clínica de raiva, o
ízo do órgão responsável, a criação, a manutenção e o alojamento animal deverá ser prontamente isolado e/ou sacrificado, caso em
de animais selvagens da fauna exótica. que seu cérebro será encaminhado a um laboratório oficial.
Art. 138 -Toda e qualquer instalação destinada à criação, manu- Art. 148 -Os depósitos de cereais, grãos, rações ou forragens
tenção e produção de animais será construída, mantida e operada serão construídos e mantidos de forma a evitar condições de proli-
em condições sanitárias adequadas, que não causem incômodo à feração de roedores ou outros animais.
população e estejam situadas em zona rural ou urbana. Art. 149 -Os estabelecimentos que estoquem ou comercializem
Art. 139 -Os restos de alimentos destinados à alimentação de pneumáticos serão obrigados a mentê-los permanentemente isen-
criações de animais domésticos com fins comerciais e de subsistên- tos de coleções líquidas, de forma a evitar a proliferação de mos-
cia deverão ser sanitariamente tratados. quitos.
Art. 140É proibida a permanência de animais nos recintos e lo- Art. 150 -É proibida a aplicação de raticidas, produtos químicos
cais públicos ou privados, de uso coletivo, cinemas, teatros, clubes para desinsetização ou atividade congênere, agrotóxicos e demais
esportivos e recreativos, estabelecimentos comerciais, industriais e substâncias prejudiciais à saúde, em estabelecimentos de prestação
de saúde, piscinas, feiras e “playgrounds”. (Redação dada pela Lei de serviços de interesse para a saúde, estabelecimentos industriais
Complementar nº575/2007) e comerciais e demais locais de trabalho, galerias, porões, sótãos ou
§ 1º Excetuam-se da proibição referida no `caput` os locais, locais de possível comunicação com residências ou outros freqüen-
recintos e estabelecimentos, legal e adequadamente instalados e tados por pessoas ou animais, sem os procedimentos necessários
destinados à criação, à pesquisa, à venda, ao treinamento, à com- para evitar intoxicações ou outros danos à saúde.
petição, ao alojamento, ao tratamento, à exposição, à exibição e ao Art. 151 -Os estabelecimentos que fazem desinfecção, desin-
abate de animais, bem como os estabelecimentos de saúde desti- setização e desratização só poderão usar produtos licenciados e
nados à moradia de idosos. (Redação dada pela Lei Complementar devem fornecer um certificado do trabalho realizado, constando o
nº504/2004)(Parágrafo Único transformado em § 1º pela Lei Com- nome e os caracteres dos produtos ou misturas que utilizarem.
plementar nº575/2007) § 1º - No caso de mistura, deverão ser fornecidas as proporções
§ 2º Excetuam-se do disposto no “caput” deste artigo as esco- de seus componentes.
las, desde que sob a orientação escolar e estando de acordo com § 2º - Os estabelecimentos deverão informar ao usuário as me-
as normas de vigilância sanitária. (Redação acrescida pela Lei Com- didas de segurança e informar os riscos inerentes à aplicação do
plementar nº575/2007)(Parágrafo regulamentado pelo Decreto produto.
nº16.420/2009) § 3º - Os estabelecimentos deverão dar um destino final ade-
Art. 141 -É proibida a permanência de animais soltos ou amar- quado às embalagens e outros materiais utilizados nos serviços de
rados nas vias e logradouros públicos ou locais de livre acesso ao desinsetização e desratização.
público. Art. 152 -As empresas de desratização e desinsetização deve-
Art. 142 -É proibido o passeio de cães nas vias e logradouros rão ser licenciadas pela autoridade municipal competente e apre-
públicos, exceto com uso adequado de coleira e guia, conduzidos sentar responsável técnico legalmente habilitado.
por pessoas com idade e força suficientes para controlar os movi-
mentos do animal. SEÇÃO IX
Parágrafo Único. Os cães mordedores e bravios somente pode- DO CONTROLE SOBRE OS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
rão sair às ruas usando focinheiras.
Art. 143 -É proibida a exibição de toda e qualquer espécie de Art. 153 -Ficam sujeitos ao controle da Secretaria Municipal de
animal selvagem, ainda que domesticado, em vias públicas. Saúde os estabelecimentos que exerçam atividades relacionadas
Art. 144 -Os danos causados por animais serão de responsabili- com a saúde, como empresas de limpeza e desinsetização, labora-
dade de seus proprietários, respondendo solidariamente aqueles a tórios de análise, hemocentros, hospitais, creches, casas de saúde,
quem foi conferida a guarda, em conformidade com o art. 1527 do maternidades, clínicas médicas, dentárias, veterinárias, pronto-so-
Código Civil Brasileiro. corros odontológicos e congêneres, laboratórios e oficinas de pró-
Art. 145 -Será de responsabilidade dos proprietários a manu- tese odontológica, instituições e clínicas de fisioterapia, serviços de
tenção dos animais em perfeitas condições de alojamento, alimen- raio X médicos e odontológicos e de medicina nuclear (diagnóstico
tação, saúde e bem-estar, bem como as providências pertinentes à e tratamento), casas de artigos cirúrgicos, ortopédicos, fisioterápi-
remoção dos dejetos por eles deixados nas vias públicas. cos e odontológicos, bancos de olhos, de leite humano, locais de
§ 1º - (Revogado pela Lei Complementar nº572/2007) comercialização de lentes oftálmicas, asilos de idosos, casas geriá-
§ 2º - Em caso de falecimento do animal, caberá ao proprietá- tricas, de repouso e outros localizados no Município.
rio a disposição adequada do cadáver ou seu encaminhamento ao Parágrafo Único. Os estabelecimentos referidos neste artigo
serviço municipal competente. deverão possuir alvará de localização e cumprir as Normas Técnicas
§ 3º - A remoção de animais mortos poderá ser realizada em Especiais para cada estabelecimento.
propriedades privadas mediante solicitação do proprietário do ani- Art. 154 -O uso de edificação já constituída para fins de inte-
mal e pagamento das despesas decorrentes da execução do serviço. resse à saúde dependerá do atendimento às Normas Técnicas, me-
Art. 146 -VETADO. diante manifestações da Secretaria Municipal de Obras e Viação,
Art. 147 -Será recolhido ou sacrificado o animal que, examina- observado o Código de Edificações.
do por técnico competente, apresentar doença que venha causar Art. 155 -Todas as instalações físicas dos serviços de saúde que
risco à saúde pública ou perigo à integridade física de pessoas ou possam ser expostas ao contato com fluidos orgânicos de pacientes
outros animais. ou usuários deverão ser submetidos à desinfecção adequada, con-
forme estabelecido em Norma Técnica.

209
LEGISLAÇÃO

Art. 156 -Os serviços de saúde, que executarem procedimentos Parágrafo Único. Os estabelecimentos prestadores de serviços
em regime de internação e/ou procedimentos invasivos, deverão de saúde deverão afixar, em suas dependências, cartazes ou congê-
implantar Comissões Técnicas de Autocontrole e dar condições ple- neres contendo o disposto no caput deste artigo. (Redação acresci-
nas de funcionamento contínuo, conforme atividades desenvolvi- da pela Lei Complementar nº712/2013)
das. Art. 165 -A manipulação de produtos e medicamentos em far-
Parágrafo Único. Caberá à direção do estabelecimento e ao mácia hospitalar deve ser realizada de acordo com as boas práticas
responsável técnico comunicar à autoridade de vigilância à saúde de fabricação e boas práticas de laboratório do Ministério da Saúde
a instalação, composição e eventuais alterações na comissão men- e Normas Técnicas vigentes.
cionada neste artigo. Art. 166 -Todos os reativos preparados no laboratório, inclusive
Art. 157 -Todo material estéril reprocessado deverá possuir os meios de cultura, deverão possuir rotulagem com identificação,
identificação, data de esterilização, prazo de validade, número de data de elaboração, prazo de validade, composição e responsável
lote e indicador químico e ser embalado em material definido em técnico.
Norma Técnica Específica (NTE). Art. 167 -Os estabelecimentos de interesse à saúde devem pos-
Art. 158 -É obrigatória a execução sistemática de teste bioló- suir local específico, equipamentos e/ou produtos apropriados para
gico, ou outro que venha a substituí-lo, que comprove a eficiência a esterilização de materiais, obedecendo à Norma Técnica vigente.
dos equipamentos destinados à esterilização de materiais, o qual
deverá ser registrado e assinado pelo responsável técnico. CAPÍTULO VI
Art. 159 -Os equipamentos, utensílios e/ou instrumentais utili- DO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA
zados nos serviços de interesse à saúde deverão sofrer desinfecção
entre um usuário e outro, e, na ocorrência de exposição a sangue e SEÇÃO I
outros fluidos corpóreos, deverão sofrer esterilização. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 160Os estabelecimentos de saúde deverão contar com
meios adequados para o transporte interno de:
I - pacientes; Art. 168 -As infrações a qualquer dispositivo desta Lei serão pe-
II - artigos hospitalares; nalizadas com as seguintes sanções:
III - produtos de uso hospitalar; I - advertência;
IV - resíduos hospitalares; II - multa;
V - medicamentos e correlatos; III - apreensão;
VI - roupas; e IV - pena educativa;
VII - outros que venham a ser definidos por norma técnica. (Re- V - interdição, total ou parcial, da atividade; (Redação dada
dação dada pela Lei Complementar nº594/2008) pela Lei Complementar nº790/2016)
Parágrafo Único. Para o atendimento de pacientes obesos, de- VI - inutilização do produto;
verão ser disponibilizadas macas especiais. (Redação dada pela Lei VII - suspensão de fornecimento ou da fabricação do produto;
Complementar nº594/2008) VIII - ;(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016)
Art. 161 -Os veículos dos serviços de saúde deverão ser utiliza- IX - cassação do alvará de localização e funcionamento do esta-
dos exclusivamente para a remoção e transporte de pacientes, pro- belecimento ou da atividade; (Redação dada pela Lei Complemen-
dutos e insumos medicamentosos, partes humanas, ficando vedado tar nº790/2016)
o transporte conjunto, observando-se as normas vigentes. X - revogação de concessão ou permissão de uso;
Art. 162 -A limpeza e a desinfecção dos veículos de remoção XI - suspensão temporária de participação em licitação e impe-
e transporte, bem como o processo de desinfecção e esterilização dimento de contratar com a administração pública municipal, por
de artigos e/ou equipamentos utilizados nos mesmos, serão de prazo não superior a 2 (dois) anos.
responsabilidade dos estabelecimentos mantenedores destes veí- Parágrafo Único - O procedimento administrativo para aplica-
culos. ção das penalidades estabelecidas nesta Lei Complementar dar-se-
Parágrafo Único. Os veículos, seus equipamentos e artigos de- -á por meio de lei que estabeleça normas gerais para o processo
vem possuir registro da manutenção e limpeza, conforme Norma administrativo no âmbito da Administração Municipal Direta e da
Técnica. Administração Municipal Indireta. (Redação acrescida pela Lei Com-
Art. 163 -Os serviços de saúde deverão padronizar procedi- plementar nº790/2016)
mentos internos em relação aos seus resíduos, quanto à geração, Art. 169 -Além do disposto neste Código, será considerada in-
acondicionamento, segregação, fluxo, transporte, armazenamento fração a transgressão de outras normas legais federais, estaduais
e destinação final. e municipais destinadas à promoção, recuperação e proteção da
Art. 164 -Os estabelecimentos de interesse à saúde devem ga- saúde.
rantir condições de desinfecção das roupas a serem reutilizadas.
Parágrafo Único. Roupas utilizadas em procedimentos cirúrgi- SEÇÃO II
cos devem ser esterilizadas. DA FISCALIZAÇÃO
Art. 164-AO uso do uniforme pelos trabalhadores dos estabe-
lecimentos prestadores de serviços de saúde fica restrito ao am- Art. 170 -É de responsabilidade da fiscalização municipal cum-
biente de trabalho. (Redação acrescida pela Lei Complementar prir e fazer cumprir as disposições deste Código.
nº712/2013)

210
LEGISLAÇÃO

Art. 171 -A autoridade fiscalizadora terá livre ingresso em todos § 1º - Da perícia de contraprova será lavrada ata circunstancia-
os locais, em instituições privadas ou públicas, de nível municipal, da, contendo todos os quesitos formulados pelos peritos, extrain-
estadual ou federal, áreas de segurança nacional, embarcação, ae- do-se cópia para integrar os autos do processo.
roporto e veículos de qualquer natureza em trânsito, a qualquer dia § 2º - A perícia de contraprova não será efetuada se houver
e hora, quando no exercício de suas atribuições, podendo utilizar-se indícios de violação da amostra em poder do infrator, e, nesse caso,
de todos os meios necessários à avaliação sanitária. prevalecerá como definitivo o laudo condenatório.
§ 3º - Aplicar-se-á à perícia de contraprova o mesmo método
SEÇÃO III empregado na análise fiscal, salvo se os peritos acordarem método
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO diverso.
Art. 177 -Havendo divergência entre os resultados da análise
SUBSEÇÃO I fiscal e da perícia de contraprova, será o produto submetido a novo
DA NOTIFICAÇÃO exame pericial, a ser realizado sobre a outra amostra em poder do
laboratório oficial.
Art. 172 -A aplicação de qualquer uma das sanções estipuladas Art. 178 -Resultando a análise fiscal e a perícia de contraprova
no art. 168 será feita por escrito, a fim de dar conhecimento à parte em condenação do produto, será lavrado respectivo auto de infra-
interessada das medidas corretivas necessárias. ção e adotadas medidas necessárias a sua apreensão.
Art. 173 -(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016) § 1º - O resultado condenatório será comunicado aos órgãos de
vigilância sanitária federal, bem como à unidade estadual de origem
SUBSEÇÃO II do produto.
DA APREENSÃO DE AMOSTRAS § 2º - Os produtos, embalagens, equipamentos e utensílios
condenados pela análise fiscal ou peritagem deverão ser acondicio-
Art. 174 -A apuração da infração, em se tratando de produto, nados, lacrados e grafados com os dizeres PRODUTOS IMPRÓPRIOS
far-se-á mediante a apreensão de amostras para realização de aná- PARA CONSUMO HUMANO ou EQUIPAMENTO/UTENSÍLIO PERIGO-
lise fiscal. SO À VIDA HUMANA.
§ 1º - O termo de apreensão especificará a natureza, quantida- Art. 179 -O detentor do produto condenado em análise fiscal
de, nome, marca, tipo, procedência, nome e endereço do estabele- deverá manter, em local visível no seu estabelecimento, informa-
cimento e do detentor do produto. ções a respeito do resultado condenatório, por prazo não inferior
§ 2º - A apreensão de amostras para efeito de análise fiscal ou a 30 (trinta) dias.
de controle não será acompanhada de interdição, excetuando-se os Art. 180 -Não sendo comprovada a infração através de análise
casos em que sejam flagrantes os indícios de alteração ou adulte- fiscal ou de perícia de contraprova e sendo considerado o produto
ração do produto. próprio para o consumo, a autoridade lavrará despacho liberando-o
§ 3º - A apreensão consistirá na coleta de amostra represen- e determinando o arquivamento do processo.
tativa do estoque existente, a qual, dividida em três partes, será
tornada inviolável, para que se assegurem as características de con- SUBSEÇÃO III
servação e autenticidade, sendo uma delas entregue ao detentor DA INTERDIÇÃO CAUTELAR
ou responsável, a fim de servir de contraprova, e as duas outras
imediatamente encaminhadas ao laboratório oficial para realização Art. 181 -Em casos excepcionais, onde haja fundado receio de
das análises. lesão à saúde da população, poderá a autoridade determinar me-
§ 4º - Se a quantidade ou natureza do produto inviabilizar a didas cautelares de interdição de produtos, independentemente da
coleta de amostras, determinar-se-á seu transporte ao laboratório quantidade.
oficial, lavrando-se termo respectivo. § 1º - Determinada a interdição, proceder-se-á à coleta de
§ 5º - Na hipótese do parágrafo anterior, poderá o detentor do amostras para a análise fiscal, lavrando termo próprio, em 3 (três)
produto, pessoalmente ou por representante, acompanhar a aná- vias, com a identificação do produto, quantidade, procedência,
lise fiscal. nome e endereço do estabelecimento e do detentor do produto.
Art. 175 -A análise fiscal será efetuada em laboratório oficial, § 2º - A interdição não poderá exceder o prazo de 90 (noventa)
que terá prazo não superior a 30 (trinta) dias a contar do recebi- dias, contado da data da lavratura do termo, findo o qual o produto
mento do produto para emitir laudo conclusivo e minucioso da sua será liberado.
segurança para consumo. § 3º - A análise fiscal na interdição cautelar obedecerá aos mes-
§ 1º - Quando se tratar de produtos perecíveis, o prazo para mos procedimentos da apreensão de amostras.
emissão do laudo não ultrapassará 24 (vinte e quatro) horas.
§ 2º - Havendo motivo justificado, poderá a autoridade, por SUBSEÇÃO IV
uma vez, prorrogar o prazo para apresentação do laudo. DO AUTO DE INFRAÇÃORrevogada Pela Lei Complementar
§ 3º - O laudo conclusivo será arquivado no laboratório oficial nº790/2016)
e cópias deste deverão ser entregues ao detentor ou responsável
pelo produto, ao fabricante do produto, e uma anexada à instrução Art. 182 -.(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016)
do processo. Art. 183.(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016)
Art. 176 -O infrator, discordando do resultado condenatório da Art. 184 -(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016)
análise, poderá, com o pedido de revisão da decisão emitida, reque- Art. 185 -.(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016)
rer perícia de contraprova, apresentando a amostra em seu poder e Art. 186 -(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016)
indicando seu perito próprio. Art. 187 -.(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016)

211
LEGISLAÇÃO

Art. 188 -J(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016) § 1º A devolução da coisa apreendida far-se-á após o pagamen-
to da multa devida, bem como das despesas do Município com a
SEÇÃO IV apreensão, transporte e depósito.
DA APLICAÇÃO DAS PENALIDADES(Revogada Pela Lei Comple- § 2º No caso da coisa apreendida não ser reclamada ou retirada
mentar nº790/2016) dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da apreensão, poderá
o Município promover sua venda em leilões públicos, ressalvada a
Art. 189 -(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016) hipótese do artigo 201.
Art. 190 -(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016) § 3º - O leilão público será realizado em dia e hora designados
Art. 191 -(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016) por edital publicado na imprensa local, com antecedência mínima
Art. 192 -(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016) de 5 (cinco) dias.
Art. 193 -(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016) § 4º - A importância apurada no leilão será aplicada na inde-
Art. 194 -(Revogado pela Lei Complementar nº790/2016) nização das despesas de que trata o § 1º deste artigo, bem como
naquelas resultantes do próprio leilão, sendo o saldo destinado ao
SEÇÃO V FMS.
DAS PENALIDADES § 5º - Os produtos manifestamente deteriorados ou alterados
de forma a serem considerados impróprios para o consumo serão
SUBSEÇÃO I apreendidos e inutilizados sumariamente.
DA ADVERTÊNCIA Art. 200 -VETADO.
Art. 201 -Será apreendido todo e qualquer animal:
Art. 195 -A advertência é o ato pelo qual a autoridade, tratan- I - encontrado solto ou mantido amarrado nas vias e logradou-
do-se de falta de pouca gravidade, repreende o infrator. ros públicos;
Parágrafo Único. A advertência será lavrada a termo em livro II - suspeito de estar com raiva ou outra zoonose;
próprio. III - submetido a maus-tratos por seu proprietário ou preposto
deste;
SUBSEÇÃO II IV - mantido em condições inadequadas de vida ou alojamento;
DA MULTA V - cuja criação, comércio ou uso sejam vedados pela lei;
VI - que provoque incômodo ou dano à população vizinha;
Art. 196 -A pena de multa consiste no pagamento ao Fundo VII - que circule em vias e logradouros públicos desrespeitando
Municipal de Saúde (FMS) da quantia fixada pela autoridade de saú- as exigências estabelecidas neste Código.
de em procedimento administrativo. Art. 202 -Os animais apreendidos, quando não reclamados no
§ 1º - As multas serão estabelecidas em função da Unidade Fis- prazo legal, serão destinados, a critério da autoridade sanitária:
cal de Referência (UFIR), ou índice que venha a substituí-la, e terão I - ao leilão público;
os seguintes valores: II - à adoção;
I - multas de 01 (uma) a 100 (cem) Unidades Fiscais de Referên- III - à doação;
cia para infrações leves; IV - ao sacrifício;
II - multa de 101 (cento e uma) a 1000 (mil) Unidades Fiscais de V - à venda às instituições de pesquisa ligadas à área da saúde
Referência para infrações graves; ou ensino superior;
III - multas de 1001 (mil e uma), a 2000 (duas mil) Unidades VI - ao abate de emergência com inspeção e destino da carne.
Fiscais de Referência para infrações gravíssimas. Parágrafo Único. A importância apurada do disposto no inciso V
§ 2º - Na reincidência, a multa será aplicada em dobro. deste artigo será destinada ao Fundo Municipal de Saúde.
Art. 197 -Imposta a multa, o infrator será notificado para que
proceda ao pagamento no prazo de 15 (quinze) dias, contados do SUBSEÇÃO IV
primeiro dia útil após o da notificação, cabendo recurso ao Prefeito DA PENA EDUCATIVA
Municipal no mesmo prazo, o qual somente será recebido se acom-
panhado do comprovante de depósito. Art. 203 -A pena educativa poderá ser aplicada àqueles que
§ 1º - Indeferido o recurso, o valor depositado será convertido cometem as infrações graves e gravíssimas, consistindo em deter-
em receita. minar ao infrator:
§ 2º - Na falta de recolhimento no prazo estabelecido, o valor I - a divulgação, em qualquer meio de comunicação, das me-
da multa será inscrito em dívida ativa e encaminhado para execução didas adotadas em relação à infração cometida, com o objetivo de
fiscal. esclarecer seu público consumidor;
Art. 198 -A pena de multa não excluirá, conforme a natureza e II - a divulgação, em qualquer meio de comunicação, de men-
a gravidade da infração, a aplicação de qualquer outra penalidade sagens informativas, educativas ou de orientação social, expedidas
prevista neste Código. pelo SMVS.
Parágrafo Único. As despesas da divulgação correrão por conta
SUBSEÇÃO III do infrator.
DA APREENSÃO

Art. 199 -No caso de apreensão, a coisa apreendida será reco-


lhida ao depósito do Município, constando de termo lavrado pela
autoridade, com sua respectiva especificação.

212
LEGISLAÇÃO

SUBSEÇÃO V Art. 212 -Todos os serviços de saúde deverão implementar


DA INTERDIÇÃO ações individuais e coletivas, com ênfase nas educativas, com capa-
citação de pessoal de saúde para execução de programas preven-
Art. 204 -A interdição, total ou parcial, poderá ser aplicada à tivos e assessoria sistemática aos Conselhos Tutelares, no que se
atividade, produto ou estabelecimento, público ou privado, onde se refere aos maus-tratos na infância e na adolescência.
considerar que a produção, o comércio ou os vícios de qualidade ou Art. 213 -Os casos de violência contra crianças e adolescentes,
quantidade tornam geradores de risco iminente à vida ou à saúde bem como toda e qualquer forma de imprudência e negligência,
pública, ou comprometem de modo irreversível a proteção, promo- serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da res-
ção, preservação e recuperação da saúde da população. pectiva microrregião.
Parágrafo Único. A autoridade lavrará auto de interdição es- Art. 214 -Os prestadores de serviços e fornecedores de subs-
pecificando o tipo de atividade e seu responsável, a identificação, tâncias e produtos de interesse da saúde deverão fixar, em local
quantidade, nome e endereço do estabelecimento e do detentor do visível ao público, o telefone e o endereço do órgão responsável
produto, nome e endereço do proprietário ou responsável técnico pela fiscalização, bem como telefone de órgão de recebimento e
do estabelecimento, bem como os motivos da aplicação da sanção. encaminhamento de queixas, denúncias e consultas do Sistema
Art. 205 -A interdição perdurará até que vistoria, a ser realizada Municipal de Vigilância à Saúde.
pela autoridade de Vigilância à Saúde, comprovar estarem sanadas Art. 215 -As farmácias e drogarias poderão manter serviços de
as irregularidades que motivaram a sua aplicação. atendimento ao público para aplicação de injeções a cargo de téc-
Parágrafo Único. A autoridade, quando solicitada, deverá pro- nico habilitado, em local apropriado, conforme legislação vigente.
ceder à vistoria no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. Parágrafo Único. O técnico referido no “caput” deste artigo
Art. 206 -A interdição do produto será obrigatória quando re- pode ser profissional de nível médio que tenha curso específico
sultarem provadas, através de análises laboratoriais ou exame do para aplicação de injeções.
processo, ações fraudulentas que implicam a falsificação e adulte- Art. 216 -Compete ao proprietário o manejo adequado do am-
ração do produto. biente, de forma a evitar a proliferação de fauna sinantrópica em
sua propriedade.
SUBSEÇÃO VI Art. 217 -Acrescenta-se ao Capítulo III do Título VII da Lei Com-
DAS DEMAIS PENALIDADES plementar nº284/92, artigo que passará a ser o de nº 25, renume-
rando-se os demais, com o seguinte teor:
Art. 207 -As penas de inutilização, suspensão de fornecimento “Art. 25 - Nas obras de construção civil é obrigatória a dre-
ou fabricação de produto e de revogação de concessão ou permis- nagem permanente de coleções líquidas, originadas ou não pelas
são de uso serão aplicadas pela autoridade, ou por quem detém chuvas, e a retirada dos materiais inservíveis (restos/entulhos) de
competência para tanto, quando forem constatados vícios de qua- forma a impedir a proliferação de animais da fauna sinantrópica.”
lidade ou quantidade, por inadequação ou insegurança do produto Art. 218 -Acrescenta-se ao Capítulo V do Título II da Lei Com-
ou serviço. plementar nº12/75, artigo que passará a ser o de nº 31, renumeran-
Parágrafo Único. As penalidades previstas no “caput” somente do-se os demais, com a seguinte redação:
ocorrerão após a prolatação de decisão irrecorrível. “Art. 31 - Todas as instalações sanitárias, tanques, banheiros,
Art. 208 -As penas de suspensão ou cassação de alvará de es- mictórios e latrinas de uso coletivo, seus aparelhos e acessórios, se-
tabelecimentos ou atividades, bem como a suspensão temporária rão mantidos no mais rigoroso asseio e em perfeito funcionamento,
de participação em licitação e impedimento de contratar com a ad- com papel higiênico fornecido pelo responsável.”
ministração, por prazo não superior a 2 (dois) anos, serão aplicadas Art. 219 -Acrescenta-se ao art. 34 da Lei nº7234/93, inciso XI,
quando o infrator reincidir na prática de infração de maior gravida- com a seguinte redação:
de prevista neste Código. “Art. 34 - ...
XI - propaganda de produtos alcoólicos e de cigarros em bens
SEÇÃO VI públicos, prédios, pontes, viadutos, passarelas, elevados e túneis.”
DA PRESCRIÇÃO Art. 220 -Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 209 -As infrações às disposições deste Código prescreverão Art. 221 -Revogam-se as disposições em contrário.
em 5 (cinco) anos.
Parágrafo Único. A prescrição interrompe-se pela notificação.

CAPÍTULO VII CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO


DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
LEI COMPLEMENTAR Nº 12, DE 07 DE JANEIRO DE 1975.
Art. 210 -É vedado fazer propaganda enganosa ou abusiva de
produtos ou serviços de interesse da saúde. INSTITUI POSTURAS PARA O MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE E
Art. 211 -Os serviços de saúde públicos e privados deverão re- DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
gistrar, nos dados de identificação, a cor ou raça dos usuários nos
moldes preconizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta- O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE. Faço saber que a
tística (IBGE), e publicar as estatísticas das condições de saúde dos Câmara Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte Lei Comple-
diferentes grupos étnicos da população. mentar:

213
LEGISLAÇÃO

TÍTULO I V - depositar materiais de qualquer natureza ou efetuar prepa-


CAPÍTULO I ro de argamassa sobre passeios ou pistas de rolamento;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Pena: multa de um a cinco salários mínimos.
VI - transportar argamassa, areia, aterro, lixo, entulho, serra-
Art. 1ºEsta Lei contém medidas de polícia administrativa a car- gem, cascas de cereais, ossos e outros detritos em veículos inade-
go do Município, estatuindo as necessárias relações entre este e a quados ou que prejudiquem a limpeza do logradouro público;
população. Pena: multa de 500 (quinhentas) UFMs a 3.000 (três mil) UFMs.
Art. 2ºSão logradouros públicos, para efeitos desta Lei, os bens (Redação dada pela Lei Complementar nº832/2018)
públicos de uso comum, tais como os define a legislação federal, VII - deixar cair água de aparelhos de ar condicionado sobre os
que pertençam ao Município de Porto Alegre. passeios;
Art. 3ºTodos podem utilizar livremente os logradouros públi- Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
cos, desde que respeitem a sua integridade e conservação, a tran- VIII - efetuar reparos em veículos e substituição de pneus, ex-
quilidade e a higiene, nos termos da legislação vigente. cetuando-se os casos de emergência, bem como troca de óleo e
Art. 4ºAos bens de uso especial é permitido o livre acesso a lavagem;
todos nas horas de expediente ou de visitação pública, respeitando Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
o seu regulamento próprio. IX - embaraçar ou impedir, por qualquer meio, o livre trânsito
de pedestres ou veículos nos logradouros públicos, bem como usar
CAPÍTULO II correntes ou artefatos de proteção nos canteiros centrais das vias
DOS PROCEDIMENTOS E DAS PENAS(Revogada pela Lei Com- públicas e nos equipamentos públicos referidos na Lei Complemen-
plementar nº790/2016) tar nº 618, de 10 de junho de 2009, alterada pela Lei Complementar
nº 675, de 22 de junho de 2011;
Art. 5º (Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) Pena: multa de 1.000 (mil) UFMs a 100.000 (cem mil) UFMs.
Art. 6º (Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) (Redação dada pela Lei Complementar nº832/2018)
Art. 7º .(Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) X - utilizar escadas, balaústres de escadas, balcões ou janelas
Art. 8º(Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) com frente para a via pública, para secagem de roupa ou para colo-
Art. 9º(Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) cação de vasos, floreiras ou quaisquer outros objetos que apresen-
Art. 10.(Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) tem perigo para os transeuntes;
Art. 11.(Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
Art. 12l.(Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) XI - fazer varredura do interior dos prédios, terrenos e veículos
Art. 13.(Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) para as vias públicas;
Art. 14.(Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
Art. 15.(Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) XII - depositar lixo em recipientes que não sejam do tipo apro-
Art. 16.(Revogada pela Lei Complementar nº790/2016) vado pelo Município de Porto Alegre;
Pena: multa de 100 (cem) UFMs a 250 (duzentas e cinquenta)
TÍTULO II UFMs. (Redação dada pela Lei Complementar nº832/2018)
CAPÍTULO I XIII - colocar mesas, cadeiras, bancas ou qualquer outros obje-
DOS LOGRADOUROS PÚBLICOS tos ou mercadorias, qualquer que seja a finalidade, excetuando-se
os casos regulados por legislação específica, desde que previamen-
Art. 17A denominação dos logradouros públicos e a numeração te autorizados pelo Município;
das casas serão fornecidas pelo Município. Pena: multa de um a três salários mínimos.
Art. 18É proibido nos logradouros públicos: XIV - colocar marquises ou toldos sobre os passeios, qualquer
I - efetuar escavações, remover ou alterar a pavimentação, que seja o material empregado, sem prévia autorização do Muni-
levantar ou rebaixar pavimento, passeios ou meio-fio, sem prévia cípio;
licença do Município; Pena: multa de um a cinco salários mínimos.
Pena: multa de um a cinco salários mínimos.(Regulamentado XV -.(Revogado pela Lei Complementar nº620/2009)
pelo Decreto nº17.302/2011) XVI - estacionar, por mais de vinte e quatro (24) horas seguidas,
II - fazer ou lançar condutos ou passagens de qualquer nature- veículos equipados para atividade comercial;
za, de superfície, subterrânea ou elevada, ocupando ou utilizando Pena: multa de um a cinco salários mínimos.
vias ou logradouros públicos, sem autorização expressa do Muni- XVII - estacionar veículos sobre passeios e em áreas verdes,
cípio; fora dos locais permitidos em parques, jardins ou praças;
Pena: multa de quatro a seis salários mínimos. Pena: multa de um a três salários mínimos.
III - obstruir ou concorrer, direta ou indiretamente, para a obs- XVIII - capturar aves ou peixes nos parques, praças ou jardins;
trução de valos, calhas, bueiros, ou bocas de lobo, ou impedir, por Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
qualquer forma, o escoamento das águas; XIX - derrubar, podar, remover ou danificar árvores e quaisquer
Pena: multa de quatro a seis salários mínimos. outras espécies de vegetais nos logradouros públicos;
IV - despejar águas servidas, lixo, resíduos domésticos, comer- Pena: multa de um a três salários mínimos.
ciais ou industriais nos logradouros públicos ou terrenos baldios; XX - colocar, colar, fixar, pregar ou pintar indicações publicitá-
Pena: multa de 500 (quinhentas) Unidades Financeiras Munici- rias de qualquer tipo sem licença do Município de Porto Alegre,
pais (UFMs) a 5.000 (cinco mil) UFMs. (Redação dada pela Lei Com- inclusive as de cunho eleitoral, em postes, muros, paredes cegas,
plementar nº832/2018) túneis, viadutos, pistas de rolamento de tráfego, rótulas, passare-

214
LEGISLAÇÃO

las, árvores, parques, praças, jardins, refúgios de pedestres, sinali- § 3º A venda de mercadorias nos logradouros públicos, sem
zadores de pista, canteiros, obras de arte e monumentos públicos, prévia autorização do Município, tem a respectiva penalidade pre-
abrigos de paradas de ônibus, pontes, mesmo com a utilização de vista na legislação que dispõe sobre o comércio e a prestação de
colunas, cabos, cavaletes, fios ou outros meios, bem como veicular serviços ambulantes. (Redação acrescida pela Lei Complementar
propaganda político- partidária nos muros e nas fachadas de pró- nº620/2009)
prios municipais, cedidos ou não; Art. 19Durante o período de execução de obras ou serviços em
Pena: multa de 500 (quinhentas) UFMs a 3.000 (três mil) UFMs. logradouros públicos, deverão ser mantidas, em local visível, placas
(Redação dada pela Lei Complementar nº832/2018) de identificação onde constarão: o órgão ou entidade responsável,
XXI - utilizar os logradouros públicos para a prática de jogos ou a firma empreiteira, o responsável técnico, a data de início dos tra-
desportos, fora dos locais determinados em praças ou parques; ex- balhos e a data prevista para sua conclusão.
clui-se da proibição a realização de competições esportivas, desde Parágrafo Único - O não cumprimento do disposto neste artigo
que com local ou itinerários predeterminados e autorizados pelo implicará sanções administrativas, por parte da Prefeitura Munici-
Município; pal. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº368/1996, renu-
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. merando-se os subsequentes)
XXII - praticar desportos, nos balneários, fora dos locais deter- Art. 20Nos logradouros públicos são permitidas concentrações
minados; para realização de comícios políticos, festividades religiosas, cívicas
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. ou de caráter popular, com ou sem armação de coretos ou palan-
XXIII - utilizar ou retirar, para qualquer finalidade, água das fon- ques, desde que sejam observadas as seguintes condições;
tes, piscinas ou espelhos d`água localizados em logradouros públi- I - serem aprovados pelo Município quanto à localização;
II - as limitações de trânsito em via pública definidas pelo Mu-
cos;
nicípio de Porto Alegre sejam cumpridas; (Redação dada pela Lei
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
Complementar nº832/2018)
XXIV - retirar areia das margens dos rios e arroios, fazer esca-
III - não prejudicarem o calçamento, ajardinamento, nem o es-
vações, lançar condutos de águas servidas ou afluente cloacal ou
coamento das águas pluviais, correndo por conta dos responsáveis
detritos de qualquer natureza nas praias; pelas festividades os estragos por acaso verificados;
Pena: multa de quatro a seis salários mínimos. IV - a sua remoção ocorra em prazo compatível com o evento,
XXV - banhar animais ou lavar veículos nas zonas de balneários; definido pelo Município de Porto Alegre em vista das suas caracte-
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. rísticas; e (Redação dada pela Lei Complementar nº832/2018)
XXVI - soltar balões, com mecha acesa, em toda a extensão do V - os requisitos de segurança dos participantes, definidos por
Município; lei e regulamento, sejam atendidos. (Redação acrescida pela Lei
Pena: multa de um a três salários mínimos. Complementar nº832/2018)
XXVII - .(Revogado pela Lei Complementar nº952/2022 § 1º Uma vez findo o prazo estabelecido no inciso IV, o Muni-
XXVIII - queimar fogos de artifício, bombas, morteiros, busca- cípio promoverá a remoção do coreto ou palanque, cobrando do
-pés e demais fogos ruidosos, exceto fogos de vista, que produzem responsável as despesas de remoção e dando ao material o destino
efeitos visuais sem estampido, referidos no art. 2º, Classe A, do De- que entender.(Parágrafo Único transformado em § 1º pela Lei Com-
creto-Lei Federal nº 4.238, de 8 de abril de 1942, alterado pela Lei pementar nº832/2018)
Federal nº 6.429, de 5 de julho de 1977; § 2º A infração ao disposto neste artigo acarretará multa de
Pena: multa de 700 (setecentas) UFMs a 1.200 (mil e duzentas) 500 (quinhentas) UFMs a 3.000 (três mil) UFMs, sem prejuízo do
UFMs. (Redação dada pela Lei Complementar nº900/2021) dever do infrator de reparar o dano causado. (Redação acrescida
XXIX - causar dano a bem do patrimônio público municipal; pela Lei Complementar nº832/2018)
Pena: multa de 1.000 (mil) UFMs a 100.000 (cem mil) UFMs. Art. 20-AOs logradouros públicos, tais como largos e parques,
(Redação dada pela Lei Complementar nº832/2018) somente poderão receber cercamento mediante parecer permis-
XXX -(Revogado pela Lei Complementar nº874/2020) sível do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambien-
XXXI - urinar ou defecar. tal (CMDUA) ao projeto. (Redação dada pela Lei Complementar
Pena: multa de 50 (cinquenta) UFMs a 500 (quinhentas) UFMs. nº902/2021)
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº832/2018) § 1º No caso de logradouros públicos recebidos pelo Municí-
XXXII - acender fogo fora dos locais determinados, excetuados pio, a partir de 1º de janeiro de 2005, em decorrência de lotea-
aqueles para fins gastronômicos e culturais.(Redação acrescida pela mentos de iniciativa privada: (Redação dada pela Lei Complementar
nº541/2006)
Lei Complementar nº952/2022)
I - a consulta será feita unicamente ao Conselho Municipal do
§ 1º A Multa disposta no inc. XX deste artigo será computada
Meio Ambiente - COMAM - e ao CMDUA, com pareceres prévios
por dias, contados a partir da data da notificação, até a retirada do
das Secretarias competentes; (Redação dada pela Lei Complemen-
material de publicidade exposto irregularmente. (Redação acresci-
tar nº541/2006)
da pela Lei Complementar nº590/2008) II - as custas da obra de cercamento ficarão totalmente a cargo
§ 2º Excetuam-se das disposições do inc. XX deste artigo as pu- de seus empreendedores; e (Redação dada pela Lei Complementar
blicidades de eventos ou campanhas de assistência social, de saú- nº541/2006)
de, de programas governamentais e aquelas referentes à adoção de § 2º O CMDUA deverá manifestar-se com base em projeto pai-
praças, parques, jardins e áreas esportivas permitidas nos termos sagístico elaborado por profissional habilitado e considerando os
da regulamentação do Poder Executivo Municipal. (Redação acres- pareceres técnicos dos órgãos competentes do Executivo Munici-
cida pela Lei Complementar nº590/2008) pal. (Redação dada pela Lei Complementar nº902/2021)

215
LEGISLAÇÃO

§ 3º VETADO. CAPÍTULO III


§ 4º Os logradouros que forem cercados continuarão sendo DOS VEÍCULOS DE TRANSPORTE COLETIVO OU DE CARGA
bens públicos de uso comum, aos quais todos os cidadãos terão
livre acesso durante os horários destinados à visitação, informa- Art. 25Constitui infração:
ção que deverá estar publicada nos portões de entrada e saída dos I - trafegar com veículo de tração animal em zona permitida,
respectivos logradouros. (Redação dada pela Lei Complementar sem adequada sinalização luminosa e com aros de ferro em pavi-
nº541/2006) mento asfáltico;
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
CAPÍTULO II II - fumar ou conduzir, acesos, cigarros ou assemelhados em ve-
DOS DIVERTIMENTOS PÚBLICOS E DAS CASAS E LOCAIS DE ículos de transporte coletivos e táxis. (Redação dada pela Lei Com-
ESPETÁCULOS plementar n°131/1985)
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
Art. 21Divertimentos públicos, para os efeitos desta Lei, são os III - conversar ou, de qualquer forma, perturbar o motorista nos
que se realizam em logradouros públicos ou locais quando permiti- veículos de transporte coletivo quando estes estiverem em movi-
do acesso ao povo em geral. mento;
Art. 22Em todas as casas e locais de diversões públicas serão Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
observadas as seguintes disposições; IV - não fazer uso de fones de ouvido em caso de utilização de
I - as instalações de aparelhos de ar condicionado deverão ser aparelho sonoro no interior de veículo de transporte coletivo de
conservadas e mantidas em perfeito funcionamento. passageiros;
A infração do disposto neste inciso acarretará a pena de multa Pena: multa de 16,63 a 83,15 UFMs. (Redação dada pela Lei
de um a cinco salários mínimos. Complementar nº689/2012)
II - serão tomadas todas as precauções necessárias para evitar V - negar troco ao passageiro, tomando-se por base a propor-
incêndios, sendo obrigatória a adoção de extintores de fogo, em ção vinte por um (20/1) do valor da nota e do valor da passagem,
perfeito estado de funcionamento, em locais visíveis e de fácil aces- respectivamente;
so, devendo os corredores de descarga serem convenientemente Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
sinalizados com indicação clara do sentido de saída e mantidos de- VI - o motorista ou cobrador de veículo de transporte coletivo
sobstruídos. tratar o usuário com falta de urbanidade;
A infração do disposto neste inciso acarretará a pena de multa Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
de um a cinco salários mínimos. VII - recusar-se, o motorista ou cobrador, em veículo de trans-
III - As lotações serão obedecidas rigorosamente sem que ocor- porte coletivo, a embarcar passageiros, sem motivo justificado;
ra, jamais, a venda de ingressos superior aos lugares disponíveis. Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
Pena: multa de 10 a 50 URMs (Unidade de Referencia Municipal) VIII - encontrar-se em serviço, motorista ou cobrador, em ôni-
(Redação acrescida pela Lei Complementar n°226/1990) bus, lotação ou táxi, sem estar devidamente asseado e adequada-
Parágrafo Único - É proibido fumar, ou manter acesos, nas salas mente trajado, sendo-lhe facultado:
de espetáculos, cigarros ou assemelhados. a) usar gravata;
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
b) usar bermuda padronizada, de comprimento sobre o joelho;
Art. 23Não será permitida a realização de jogos ou diversões
c) usar camisa, tipo comum ou aviador, de mangas compridas
ruidosas em locais compreendidos em área formada por um raio de
ou de meias-mangas; e
oitenta metros de hospitais, casas de saúde ou maternidade.
d) usar calçado aberto, tipo sandália, preso ao pé.
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
Pena: multa de 0,70 (zero vírgula setenta) a 3,50 (três vírgula
Art. 24Para permitir a armação de circos ou barracas em logra-
cinqüenta) Unidades Financeiras Municipais - UFMs. (Redação dada
douros públicos, poderá o Município exigir, se o julgar conveniente,
pela Lei Complementar nº568/2007)
um depósito de até o máximo de três salários mínimos como ga-
IX - permitir, em veículos coletivos, o transporte de animais e
rantia de despesas eventuais de limpeza e recomposição do logra-
douro. de bagagem de grande porte ou em condições de odor ou seguran-
§ 1ºO depósito será restituído integralmente se não houver ne- ça de modo a causar incômodo ou perigo aos passageiros;
cessidade de limpeza especial ou reparos.(Parágrafo Único transfor- Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
mado em § 1º pela Lei Complementar nº184/1988) X - trafegar com veículo coletivo transportando passageiros
§ 2º A licença para funcionamento de circos e ou assemelha- fora do itinerário determinado, salvo situação de emergência;
dos será concedida pelo Município, mediante apresentação de Pena: multa de um a três salários mínimos.
Laudo Técnico, emitido pelo Corpo de Bombeiros, após vistoria XI - transportar passageiros além do número licenciado;
realizada nos equipamentos e dependências, de modo a preservar Pena: multa de dois décimos do salário mínimo.
a segurança da população. (Redação dada pela Lei Complementar XII - trafegar com pingente;
n°184/1988) Pena: multa de quatro a seis salários mínimos.
§ 3º (Revogado pela Lei Complementar nº694/2012) XIII - abastecer veículos de transporte coletivo portando pas-
sageiros;
Pena: multa de quatro a seis salários mínimos.
XIV - nos veículos de transporte coletivo, o embarque ou o de-
sembarque de passageiros pela porta que não seja para isso desti-
nada, conforme estabelecer a Secretaria Municipal dos Transportes.

216
LEGISLAÇÃO

PENA: multa de dois décimos a um salário mínimo.(Redação XXXI - não atender ás normas, determinações ou orientação da
dada pela Lei Complementar n°71/1982) Fiscalização;
XV - o motorista interromper a viagem sem causa justificada; Pena: multa de um a três salários mínimos.
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. XXXII - trabalhar, motorista, cobrador, fiscal e largador de ôni-
XVI - estacionar fora dos pontos determinados para embarque bus, sem identidade da Secretaria Municipal dos Transportes;
ou desembarque de passageiros ou afastado do meio-fio, impedin- PENA: multa de 1/10 do valor de 1 (uma) U.R.P. (Unidade de
do ou dificultando a passagem de outros veículos; Referência Padrão). (Redação acrescida pela Lei Complementar
Pena: multa de um a três salários mínimos. n°26/1976)
XVII - abandonar na via pública veículo de transporte coletivo XXXII - transportar engradados que contenham garrafas ou la-
com a máquina funcionando; tas, em veículos que não possuam dispositivos de segurança a pro-
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. vados pelo Município.
XVIII - trafegar o veículo de transporte coletivo por ônibus sem Pena: Multa de três a cinco salários mínimos.(Redação acresci-
a indicação, isolada e colocada acima de sua parte fronteira, do da pela Lei Complementar n°52/1980)
numero da linha, ou com a luz do letreiro ou do número da linha XXXIII - Trafegar o veículo de transporte coletivo sem ter afixa-
apagada; da, em local visível em seu interior, a tabela horária oficial da linha.
PENA: multa de cinco URM (Unidade de Referência Municipal). PENA: multa de uma a duas Unidades de Referência Municipal
(Redação dada pela Lei Complementar n°227/1990) (URM).(Redação dada pela Lei Complementar n°224/1990)
XIX - trafegar com as portas abertas; XXXIV - trabalhar, motorista, cobrador, fiscal e largador de
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. transporte público de passageiros, sem identidade da Secretaria
XX - colocar em tráfego veículo de transporte coletivo em mau Municipal dos Transportes;(Vide Decreto nº11.683/1997)
estado de conservação ou de higiene; Pena: multa de 03 (três) URMs (Unidade de Referência Munici-
Pena: multa de um a cinco salários mínimos. pal) para infrator primário, dobrando-se a penalidade a cada rein-
XXI - dirigir veículo de transporte coletivo com excesso de ve- cidência. (Redação acrescida pela Lei Complementar n°299/1993)
locidade, impedindo a passagem de outro, ou, de qualquer forma, XXXIV - trafegar veículo de carga com tripulantes ou passagei-
dificultando a marcha de outros; ros fora da cabine, no espaço destinado à carga ou no estribo.
Pena: multa de cinco décimos do salário mínimo. Pena: Multa de 30 a 50 Unidades de Referência Municipal
XXII - trafegar com o selo de vistoria vencido, rasurado ou re- (URM), por passageiro ou tripulante nessas condições. (Redação
colhido; acrescida pela Lei Complementar nº383/1996)
Pena: multa de quatro a seis salários mínimos. XXXVI - ingerir bebida alcoólica no interior de ônibus, lotações
XXIII - não constar nas portas laterais dos veículos de transpor- ou táxis do Sistema de Transporte Público de Passageiros de Porto
te coletivo a fixação de lotação, das tarifas e do itinerário. Alegre. Pena: multa de 17 a 83 UFMs. (Redação acrescida pela Lei
PENA: multa de dois décimos a uma Unidade de Referência Pa- Complementar nº702/2012)
drão. (Redação dada pela Lei Complementar n°24/1976) Parágrafo Único - O inciso XXXIV não se aplica no caso dos
XXIV - A falta de cumprimento da tabela horária oficial das li- veículos militares. (Redação acrescida pela Lei Complementar
nhas de transporte coletivo, que constará a fixada juntamente com nº383/1996)
o itinerário, em local determinado pela SMT, nos terminais de linha
e nas estações dos corredores de ônibus.
CAPÍTULO IV
PENA: multa de cinco a quatorze Unidades de Referência Mu-
DAS CONSTRUÇÕES, EDIFICAÇÕES, MUROS, CERCAS E PAS-
nicipal (URM). (Redação dada pela Lei Complementar n°224/1990)
SEIOS
XXV - trafegar com carga de peso superior ao fixado em sinali-
zação, salvo prévia licença do Município;
Art. 26Constitui infração:
Pena: multa de quatro a seis salários mínimos.
I - não ter ou deixar de exibir, quando solicitado pela Fiscaliza-
XXVI - trafegar em ruas do perímetro central com veículos de
ção, no local da obra, o projeto aprovado e a licença de execução;
mais de seis toneladas, dificultando a circulação ou causando a sua
Pena: multa de um a cinco salários mínimos.
interrupção;
Pena: multa de um a três salários mínimos. II - não colocar nas obras as prescrições estabelecidas no Códi-
XXVII - carregar ou descarregar materiais destinados a estabe- go de Obras;
lecimentos situa dos na zona central e nas radiais, fora do horário Pena: multa de quatro a dez salários mínimos.
previsto; III - deixar de retirar, no prazo de dez dias, quando notificado
Pena: multa de um a três salários mínimos. pela Fiscalização, no caso de construção paralisada por mais de cen-
XXVIII - transportar, no mesmo veículo, explosivos e inflamá- to e oitenta dias, tapumes ou andaimes;
veis; Pena: multa de um a três salários mínimos.
Pena: multa de sete a dez salários mínimos. Parágrafo Único - No caso do inciso III do presente artigo, o
XXIX - conduzir outras pessoas, além do motorista e dos aju- Município, sem prejuízo da aplicação da pena, fará remover os ta-
dantes, em veículos de transporte de explosivos ou inflamáveis; pumes ou andaimes à conta do proprietário.
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. Art. 27Os proprietários de terrenos são obrigados a murá-los
XXX - recusar-se a exibir documentos à Fiscalização, quando ou cercá-los dentro dos prazos e das normas fixados na legislação
exigido; específica, bem como a mantê-los em perfeito estado de limpeza,
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. capinados e drenados.

217
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. A infração ao disposto neste artigo acarretará Art. 31.Todas as instalações sanitárias, os tanques, os banhei-
multa de 500 (quinhentas) UFMs a 5.000 (cinco mil) UFMs. (Reda- ros, os mictórios e as latrinas de uso coletivo, seus aparelhos e
ção dada pela Lei Complementar nº832/2018) acessórios, serão mantidos no mais rigoroso asseio e em perfeito
Art. 27-AOs proprietários de imóveis edificados são obrigados funcionamento, com papel higiênico e álcool em gel 70% (seten-
a mantê-los conservados e limpos, bem como a manter o respecti- ta por cento) fornecidos pelo responsável. (Redação dada pela Lei
vo terreno capinado e drenado, sem prejuízo de outras obrigações Complementar nº885/2020)
definidas em lei. Art. 32A licença para funcionamento de açougues, padarias,
Parágrafo único. A infração ao disposto neste artigo acarretará confeitarias, cafés, bares, restaurantes, hotéis, pensões e outros
multa de 500 (quinhentas) UFMs a 5.000 (cinco mil) UFMs. (Reda- estabelecimentos congêneres, será sempre precedida do exame do
ção acrescida pela Lei Complementar nº832/2018) local e aprovação da autoridade sanitária competente.
Art. 28Os proprietários de terrenos, edificados ou não, locali- § 1º (Revogado pela Lei Complementar nº574/2007)
zados em logradouros que possuam meio-fio, são obrigados a exe- § 2º (Revogado pela Lei Complementar nº574/2007)
cutar a pavimentação do passeio fronteiro a seus imóveis dentro § 3º )(Revogado pela Lei Complementar nº574/2007)
dos padrões estabelecidos pelo Município e mantê-los em bom § 4º)(Revogado pela Lei Complementar nº574/2007)
estado de conservação e limpeza.(Regulamentado pelo Decreto Art. 33A licença de localização deverá ser cancelada:
nº17.302/2011) I - quando se tratar de negócio diferente do requerido;
A infração do disposto neste artigo acarretará a pena de multa II - como medida preventiva, a bem da higiene, da moral ou
de um a cinco salários mínimos. do sossego e segurança pública;(Regulamentado pelo Decreto
Parágrafo Único. O não cumprimento da obrigação determina- nº17.302/2011)
da neste artigo fará com que o Município, através da Secretaria Mu- III - por solicitação da autoridade competente, provados os mo-
nicipal de Obras e Viação, notifique o proprietário infrator e, após tivos que fundamentam a solicitação.(Regulamentado pelo Decreto
10 (dez) dias, realize o serviço que será cobrado com o acréscimo de nº17.302/2011)
30% (trinta por cento) sobre a tabela de preço da Prefeitura. (Reda- IV - nos casos comprovados de fabricação, comercialização e
ção acrescida pela Lei Complementar n°215/1990) transporte de produtos industrializados ilegalmente, falsificados ou
receptados de roubo. (Redação acrescida pela Lei Complementar
CAPÍTULO V nº553/2006)
DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS, INDUSTRIAIS E PRO- Parágrafo Único - Cancelada a licença, o estabelecimento será
FISSIONAIS imediatamente fechado.
Art. 34É proibido depositar ou expor à venda mercadorias so-
Art. 29Nenhum estabelecimento comercial, industrial, de pres- bre os passeios ou utilizando as paredes ou vãos, ou sobre marqui-
tação de serviços ou de entidades associativas poderá funcionar ses ou toldos.
sem prévia licença do Município. Pena: multa de um a cinco salários mínimos.
A infração do disposto neste artigo acarretará a pena de multa Art. 35 (Revogado pela Lei Complementar nº876/2020)
de um a cinco salários mínimos e o fechamento do estabelecimen-
CAPÍTULO VI
to.
DOS ANÚNCIOS DE PROPAGANDA
§ 1º O Alvará de Licença será exigido, mesmo que o estabele-
cimento esteja localizado no recinto de outro já munido de Alvará.
Art. 36São anúncios de propaganda as indicações por meio de
A infração do disposto neste parágrafo acarretará a pena de
inscrições, letreiros, tabuletas, dísticos, legendas, cartazes, painéis,
multa de um a cinco salários mínimos.
placas e faixas visíveis da via pública, em locais freqüentados pelo
§ 2º Excetuam-se das exigências deste artigo os estabelecimen-
público ou por qualquer forma expostos ao público e referentes a
tos da União, do Estado, do Município ou das entidades paraesta-
estabelecimentos comerciais, indústrias ou profissionais, a empre-
tais e os templos, as igrejas, as sedes de partidos políticos, os sindi- sas, produtos de qualquer espécie, de pessoa ou coisa. (Redação
catos, as federações ou confederações, reconhecidos na forma da dada pela Lei Complementar n°108/1984)
lei, bem como as atividades econômicas de baixo risco, observado o Art. 37Nenhum anúncio de propaganda poderá ser exposto ao
disposto na legislação vigente. (Redação dada pela Lei Complemen- público ou mudado de local, sem prévia licença do Município.
tar nº876/2020) Pena: multa de um (1) a três (3) salários mínimos.
§ 3º O Alvará de Licença deverá estar afixado em lugar próprio § 1º Anúncios de qualquer espécie, luminosos ou não, com pin-
e facilmente visível. turas decorativas ou simplesmente letreiros, terão de submeter-se
A infração do disposto neste parágrafo acarretará a pena de à aprovação do Município, mediante a apresentação de desenhos
multa de dois décimos a um salário mínimo. e dizeres em escala adequada, devidamente cotados, em duas (2)
§ 4º Sempre que for alterado o uso do imóvel, deverá ser re- vias, contendo:
querido novo Alvará de Licença para fins de verificação de obediên- a) as cores que serão usadas;
cia às leis vigentes. b) a disposição do anúncio ou onde será colocado;
Art. 30O Alvará de Licença será expedido mediante requeri- c) as dimensões e a altura da sua colocação em relação ao pas-
mento ao Prefeito. seio;
§ 1º O Alvará de Licença terá validade enquanto não se modifi- d) a natureza do material de que será feito;
carem quaisquer dos elementos essenciais nele inscritos. e) a apresentação de responsável técnico, quando julgado ne-
§ 2º O estabelecimento cujo Alvará caducar deverá requerer cessário;
outro com os novos característicos essenciais. f) o sistema de iluminação a ser adotado.

218
LEGISLAÇÃO

§ 2º O Município, através de seus órgãos técnicos, regulamen- § 2º Nas partes externas, ocorrendo a hipótese do parágrafo
tará a matéria visando à defesa do panorama urbano. anterior, somente será permitida a apresentação dos seguintes di-
§ 3º O Município, através de seus órgãos competentes proce- zeres: “Filme de sexo explícito” ou “Filme pornográfico”, sendo per-
derá à revisão gramatical do texto publicitário por técnico habili- mitido, também, o anúncio de que os cartazes respectivos podem
tado para esse fim, antes de expedição da licença a que se refere ser vistos nas suas dependências internas. (Redação acrescida pela
o `caput` deste artigo.(Redação acrescida pela Lei Complementar Lei Complementar n°149/1987)
n°108/1984) Art. 42Aplicam-se, ainda, as disposições deste Código:
Art. 38É proibida a colocação de anúncios: I - as placas ou letreiros de escritórios, consultórios, estabeleci-
I - que obstruam, interceptem ou reduzam o vão das portas, mentos comerciais, industriais, profissionais e outros;
janelas e bandeirolas; II - a todo e qualquer anúncio colocado em lugar estranho à
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. atividade ali realizada.
II - que, pela quantidade, proporção ou disposição, prejudi- Parágrafo Único - Fazem exceção ao inciso I deste artigo placas
quem o aspecto das fachadas; ou letreiros que, nas suas medidas, não excedam 0,30m x 0,30m e
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. que contenham apenas a indicação da atividade exercida pelo inte-
III - que desfigurem, de qualquer forma, as linhas arquitetôni- ressado, nome, profissão e horário de trabalho.
cas dos edifícios; Art. 43Qualquer alteração em anúncio de propaganda deverá
Pena: multa de um a cinco salários mínimos. ser precedida de autorização do Município.
IV - que, de qualquer modo, prejudiquem os aspectos paisagís-
ticos da cidade, seus panoramas, monumentos, edifícios públicos, CAPÍTULO VII
igrejas ou templos; DOS ELEVADORES
Pena: multa de quatro a seis salários mínimos.
V - que, pela sua natureza, provoquem aglomerações prejudi- Art. 44(Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
ciais ao trânsito; Art. 45(Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
Pena: multa de um a cinco salários mínimos. Art. 46(Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
VI - que sejam escandalosos ou atentem contra a moral. Art. 47(Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
Art. 48(Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
Pena: multa de um a cinco salários mínimos.
Art. 49(Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
Art. 39São também proibidos os anúncios:
Art. 50 (Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
I - inscritos nas folhas das portas ou janelas;
Art. 51(Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
Art. 52(Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
II - nos logradouros públicos, nos termos do inc. XX do art. 18
Art. 53 (Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
desta Lei Complementar; (Redação dada pela Lei Complementar
Art. 54 (Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
nº590/2008)
Art. 55(Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
III - confeccionados de material não resistente às intempéries,
Art. 56 (Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
exceto os que forem para uso no interior dos estabelecimentos,
Art. 57 (Revogado pela Lei Complementar nº788/2016)
para distribuição a domicílio ou em avulsos;
Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo. CAPÍTULO VIII
IV - aderentes, colocados nas fachadas dos prédios, paredes ou DAS PEDREIRAS, CASCALHEIRAS E DEPÓSITOS DE AREIA E
muros, salvo licença especial do Município; SAIBRO(Regulamentado pelo Decreto n°5174/1975)
Pena: multa de um a cinco salários mínimos.
V - ao ar livre, com base de espelho; Art. 58A exploração das jazidas de substâncias minerais de
Pena: multa de um a cinco salários mínimos. emprego imediato na construção civil, tais como ardósias, areias,
VI - em faixas que atravessem a via pública, salvo licença espe- cascalhos, gnaisses, granitos, quartzitos e saibros, dependerá de li-
cial do Município; cença especial do Município.
Pena: multa de um a três salários mínimos. A infração do disposto neste artigo acarretará a pena de multa
Art. 40A toda e qualquer entidade que fizer uso de faixas e pai- de quatro a dez salários mínimos e a interdição, quando for julgada
néis afixados em locais públicos, cumpre a obrigação de remover necessária.
tais objetos até setenta e duas (72) horas após o encerramento dos Parágrafo Único - Os elementos que deverão instruir o pedido
atos a que aludirem. de licença serão estabelecidos pela autoridade municipal.
Parágrafo Único - A infração do disposto neste artigo acarreta a Art. 59A licença para exploração das jazidas minerais a que se
pena de multa de dois décimos a um salário mínimo. refere o artigo anterior será concedida, observando-se o seguinte:
Art. 41Será facultado ás casas de diversões, teatros, cinemas, I - Não estar situada a jazida em topo de morro ou em área que
e outros a colocação de programas e de cartazes artísticos na sua apresente potencial turístico, importância paisagística ou ecológica;
parte externa, desde que colocados em lugar próprio e se refiram II - A exploração não exceda a cinco sextos (5/6) da cota máxi-
exclusivamente às diversões nelas exploradas. ma da elevação existente na área requerida, calculada em relação
§ 1º Nos locais a que se refere o “caput” deste artigo, fica proi- ao nível do mar;
bida a fixação de cartazes e fotografias de filmes de sexo explicito III - A exploração mineral não se constitua ameaça à segurança
e de pornografia em geral, bem como de quais quer espetáculos da população nem comprometa o desenvolvimento urbanístico da
do gênero. (Redação acrescida pela Lei Complementar n°149/1987) região;

219
LEGISLAÇÃO

IV - A exploração não prejudique o funcionamento normal de Art. 66A licença será cancelada quando:
escola, hospital, instituição científica, ambulatório, casa de saúde I - Forem realizadas na área destinada à exploração e constru-
ou repouso ou similar. ções incompatíveis com a natureza da atividade;
Art. 60A licença para o exercício das atividade de que trata este II - Se promover o parcelamento, arrendamento, ou qualquer
capítulo será intransferível. outro ato que importe na redução da área explorada;
Art. 61O licenciamento será concedido por prazo determinado, III - For determinado pelo poder público municipal, estadual
sendo renovável através de requerimento do interessado dirigido ou federal.
à autoridade municipal, observadas as condições estabelecidas no Parágrafo Único - Será interditada a pedreira ou parte da pe-
regulamento da matéria. dreira, embora licenciada a exploração de acordo com esta Lei, des-
Art. 62As medidas de segurança, horário de funcionamento, a de que posteriormente se verifique que a sua exploração acarrete
natureza do equipamento utilizado, o uso de explosivos e outras perigo ou dano à vida ou à propriedade.
condições para exploração de pedreiras ou outras jazidas minerais Art. 67O Município poderá, em qualquer tempo, determinar a
deverão atender a um plano geral que será submetido à aprovação execução de obras na área ou local de exploração das jazidas mi-
da autoridade municipal competente. nerais definidas no art. 56 deste capítulo, para proteção das pro-
Parágrafo Único - A matéria de que trata o presente artigo será priedades circunvizinhas ou para evitar a obstrução de cursos ou
definida através de regulamentação. mananciais de águas.
Art. 63Durante a fase de tramitação do requerimento só po- Art. 68Os atuais titulares de licença de exploração de jazidas a
derão ser extraídas da área substâncias minerais para análise e en- que se refere este capítulo deverão no prazo de sessenta dias solici-
saios tecnológicos e desde que se mantenham inalteradas as con- tar a sua renovação na forma da presente Lei.
dições do local.
A infração do disposto neste artigo acarretará a pena de multa CAPÍTULO IX
de três a dez salários mínimos. DAS MEDIDAS REFERENTES A ANIMAIS
Art. 64Após a obtenção do licenciamento, terá o seu titular o
prazo de um ano para requerer o registro desta licença no Depar- Art. 69(Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
tamento Nacional de Produção Mineral e apresentar este registro à Art. 70(Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
autoridade municipal, sob pena de sua caducidade. Art. 71A. (Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
Art. 65O titular da licença ficará obrigado a: Art. 72(Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
I - Executar a exploração de acordo com o plano aprovado sob Art. 73.(Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
pena de: Art. 74 (Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
Multa de quatro a dez salários mínimos. Art. 75(Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
II - Extrair somente as substâncias minerais que constam da li- Art. 76(Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
cença outorgada, sob pena de: Art. 77(Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
Multa de quatro a dez salários mínimos. Art. 78(Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
III - Comunicar ao Departamento Nacional de Produção Mine- Art. 79(Revogado pela Lei Complementar nº694/2012)
ral e à autoridade municipal o descobrimento de qualquer outra
substância mineral não incluída na licença de exploração, sob pena TÍTULO III
de: Multa de quatro a dez salários mínimos. CAPÍTULO I
IV - Confiar a direção dos trabalhos de exploração a técnicos DA POLUIÇÃO DO MEIO AMBIENTE
legalmente habilitados ao exercício da profissão, sob pena de:
Multa de quatro a dez salários mínimos e a interdição, quando Art. 80Para impedir ou reduzir a poluição do meio ambiente,
for julgada necessária. o Município promoverá medidas para preservar o estado de salu-
V - impedir o extravio ou obstrução das águas e drenar as que bridade do ar, evitar os ruídos e sons excessivos e a contaminação
possam ocasionar prejuízos aos vizinhos, sob pena de: das águas.
Multa de quatro a dez salários mínimos e interdição, quando Art. 81Ao Município incumbe implantar programas e projetos
for julgada necessária. de localização de empresas que produzam fumaça, odores desagra-
VI - Impedir a poluição do ar ou das águas que possam resultar dáveis, nocivos ou incômodos à população.
dos trabalhos de desmonte ou beneficiamento, sob pena de:
Multa de quatro a dez salários mínimos e interdição, quando CAPÍTULO II
for julgada necessária. DA POLUIÇÃO DO AR
VII - Proteger e conservar as fontes e a vegetação natural, sob
pena de: Multa de quatro a dez salários mínimos e a interdição, Art. 82Os estabelecimentos que produzam fumaça, despren-
quando for julgada necessária. dam odores desagradáveis, incômodos ou prejudiciais à saúde, de-
VIII - Proteger com vegetação adequada as encostas de onde verão instalar dispositivos para eliminar ou reduzir ao mínimo os
foram extraídos materiais, sob pena de: fatores da poluição, de acordo com os programas e projetos implan-
Multa de quatro a dez salários mínimos. tados ou aprovados pelo Município.
IX - Manter a erosão sob controle de modo a não causar preju-
ízos a todo e qualquer serviço, bem público ou particular, sob pena
de:
Multa de quatro a dez salários mínimos e a interdição, quando
for julgada necessária.

220
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO III Art. 85Não poderão funcionar aos domingos e feriados e no


DA POLUIÇÃO SONORA horário compreendido entre 22h e 6h, máquinas, motores e equi-
pamentos eletro-acústicos em geral, de uso eventual, que, embora
Art. 83É vedado perturbar o bem-estar e o sossego público, ou utilizando dispositivos para amortecer os efeitos de som, não apre-
de vizinhanças, com ruídos, barulhos, sons excessivos ou incômo- sentem diminuição sensível das perturbações ou ruídos.
dos de qualquer natureza, produzidos por qualquer forma e que Parágrafo Único - O funcionamento nos demais dias e horários
ultrapassem ou não os níveis máximos de intensidade fixados nesta dependerá de autorização prévia do setor competente do Municí-
Lei. (Redação dada pela Lei Complementar nº392/1996) pio.
§ 1º Em se tratando de casas de comércio ou locais de diversões A infração do disposto neste artigo acarretará pena de multa de
públicas, referidos no art. 88, desta Lei Complementar, o infrator um a cinco salários mínimos.
será penalizado com multa de 210 Unidades Financeiras Municipais Art. 86Fica proibido;
quando for primário, com 420 Unidades Financeiras Municipais na I - queimar ou permitir a queima de fogos de artifício, bom-
reincidência e com a cassação do alvará de localização e funciona- bas, morteiros, busca-pés e demais fogos ruidosos nos estádios de
mento quando de nova reincidência ou, na hipótese de não possuir futebol ou em qualquer praça de esportes, exceto fogos de vista,
alvará, com o imediato fechamento. (Redação acrescida pela Lei que produzem efeitos visuais sem estampido, referidos no art. 2º,
Complementar nº356/1995) (Parágrafo Único transformado em § Classe A, do Decreto-Lei Federal nº 4.238, de 1942, alterado pela Lei
1º pela Lei Complementar nº739/2014) Federal nº 6.429, de 1977;
§ 2º Em caso de descumprimento ao disposto no caput deste Pena: multa de 250 (duzentas e cinquenta) UFMs a 1.200
artigo, mediante utilização, em logradouros públicos, de aparelhos (mil e duzentas) UFMs. (Redação dada pela Lei Complementar
de som portáteis ou instalados em veículos automotores, ou não nº900/2021)
automotores, cuja emissão sonora ultrapasse os níveis de intensi- II - A utilização de buzinas, trompas, apitos, tímpanos, sinos,
dade referidos no art. 90 desta Lei Complementar, aplicar-se-ão ao campainhas e sirenas ou de quaisquer outros aparelhos semelhan-
infrator: tes;
I - notificação verbal ou por escrito; Pena: multa de um a cinco salários mínimos.
II - multa de 1.000 (mil) Unidades Financeiras Municipais III - A utilização de matracas, cornetas ou de outros sinais exa-
(UFMs), na primeira reincidência; gerados ou contínuos, usados como anúncios por ambulantes para
III - multa de 2.000 (duas mil) UFMs, na segunda reincidência; e venderem seus produtos;
IV - multa de 4.000 (quatro mil) UFMs, a partir da terceira rein- Pena: multa de dois décimos a um salário mínimo.
cidência. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº739/2014) IV - A utilização de anúncios de propaganda produzidos por al-
§ 3º Para os fins do disposto no § 2º deste artigo, considera-se to-falantes, amplificadores, bandas de música e tambores;
aparelho de som todos os tipos de aparelhos eletroeletrônicos pro- Pena: multa de um a três salários mínimos.
dutores ou transmissores de sons ou quaisquer outros assemelha- V - A utilização de alto-falantes, fonógrafos, rádios e outros
dos. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº739/2014) aparelhos sonoros usados como meio de propaganda, mesmo em
§ 4º Ficam excetuados do disposto no caput e nos parágrafos casas de negócios, ou para outros fins, desde que se façam ouvir
deste artigo: fora do recinto onde funcionam;
I - os veículos automotores, ou não automotores, conhecidos Pena: multa de um a três salários mínimos.
como carro de som que realizem atividades de divulgação, propa- VI - a utilização de aparelhos de telefone celular ou de emissão
ganda e publicidade, conforme previsto em regramento da Secreta- sonora pessoal no interior de casas de espetáculos e de eventos
ria Municipal do Meio Ambiente (Smam); e culturais, como cinemas e teatros, ressalvada a utilização de celu-
II - as manifestações populares, religiosas, culturais ou sociais lar com “vibration call” no Plenário da Câmara Municipal de Porto
de qualquer natureza. (Redação acrescida pela Lei Complementar Alegre.
nº739/2014)
Pena: multa de 285 a 425 UFIR`s (duzentas e oitenta e cinco a
Art. 84Para impedir ou reduzir a poluição proveniente de sons
quatrocentas e vinte e cinco Unidades Fiscais de Referência) (Reda-
ou ruídos excessivos, incumbe ao Município:
ção acrescida pela Lei Complementar nº475/2002)
I - Impedir a localização de estabelecimentos industriais, fábri-
VII - a utilização de aparelhos de telefone celular por condu-
cas e oficinas que produzam ruídos, sons excessivos ou incômodos
tores de veículo individual ou coletivo, quando em movimento ou
em zonas residenciais;
circulação na área de jurisdição do Município de Porto Alegre. (Re-
II - Impedir o uso de qualquer aparelho, dispositivo ou motor
dação acrescida pela Lei Complementar nº392/1996)
de explosão que produza ruídos incômodos ou sons além dos limi-
VIII - emitir sinal sonoro por alarmes de segurança residenciais,
tes permitidos;
III - Sinalizar convenientemente as áreas próximas a hospitais, comerciais ou veiculares por período superior a 5 (cinco) minutos.
casas de saúde e maternidades. Pena: multa de 83 a 415 UFMs. (Redação acrescida pela Lei
IV - Disciplinar o horário de funcionamento noturno das cons- Complementar nº651/2010)
truções; Art. 87Não se compreendem nas proibições ao artigo anterior
V - Impedir a localização, em local de silêncio ou na zona re- os sons produzidos por:
sidencial, de casas de divertimentos públicos, que, pela natureza I - vozes ou aparelhos usados na propaganda eleitoral, de acor-
de suas atividades produzam sons excessivos ou ruídos incômodos. do com a legislação própria;
II - sinos de igreja ou templos, desde que sirvam exclusivamen-
te para indicar as horas ou para anunciar a realização de atos ou
cultos religiosos;

221
LEGISLAÇÃO

III - bandas de música, desde que em procissões, cortejos ou IV - acrescer terrenos descobertos, por meio de depósitos e
desfiles públicos; aterros artificiais, em detrimento das atuais margens do Rio Guaíba.
IV - sirenas ou aparelhos de sinalização sonora de ambulância, PENA: Multa de três a cinco URP, quando o infrator for primá-
carros de bombeiros ou assemelhados; rio, e de dez a vinte URP, quando for reincidente. (Redação acresci-
V - apitos, buzinas ou outros aparelhos de advertência de ve- da pela Lei Complementar n°56/1981)
ículos em movimento, dentro do período compreendido entre às
6h e 20h. CAPÍTULO V
VI - explosivos empregados no arrebentamento de pedreiras, DA POLUIÇÃO CONTRA O ORDENAMENTO URBANO E O PA-
rochas ou nas demolições, desde que detonados em horários pre- TRIMÔNIO CULTURAL (Redação acrescida pela Lei Complemen-
viamente deferidos pelo setor competente do Município; tar nº471/2002)
VII - manifestações em recintos destinados à prática de espor-
tes, com horário previamente licenciado. Art. 91-AFica proibido pichar ou, por qualquer outro meio,
VIII - aparelhos de telefone celular ou de emissão sonora pes- conspurcar edifica- ção ou monumento, públicos ou particulares.
soal, quando em uso no interior das casas de espetáculos e even- (Redação dada pela Lei Complementar nº771/2015)
tos culturais, fora das salas de exibições de filmes, peças teatrais, § 1º A infração do disposto neste artigo acarretará lavratura
musicais, danças, palestras, conferências e demais atividades cultu- de auto de infração, nos termos do art. 6º desta Lei Complementar.
rais ou artísticas do gênero. (Redação dada pela Lei Complementar (Redação acrescida pela Lei Complementar nº471/2002)(Parágrafo
nº392/1996) Único transformado em § 1º pela Lei Complementar nº771/2015)
Art. 88Durante os festejos carnavalescos e de Ano Novo, são § 2º O descumprimento ao disposto no caput deste artigo
toleradas excepcionalmente, as manifestações tradicionais, nor- acarretará ao infrator: (Redação dada pela Lei Complementar
malmente proibidas por esta Lei. nº771/2015)
Art. 89Casas de comércio ou locais de diversões públicas como I - multa de 750 (setecentos e cinquenta) a 2.600 (duas mil e
parques bares, cafés, restaurantes, cantinas e boates, nas quais seiscentas) UFMs, aplicada em dobro em caso de reincidência; e
haja execução ou reprodução de números musicais por orquestras, (Redação dada pela Lei Complementar nº814/2017)
instrumentos isolados ou aparelhos de som, deverão adotar insta- II - obrigação de reparação de dano, que consiste em eliminar
lações adequadas a reduzir sensivelmente a intensidade de suas as marcas da pichação e pintar integralmente a edificação ou o mo-
execuções ou reproduções, de modo a não perturbar o sossego da numento. (Redação dada pela Lei Complementar nº771/2015)
vizinhança. § 3º Independentemente da aplicação da multa ao autor do de-
A infração do disposto neste artigo acarretará a pena de multa lito, sempre que a reparação do dano de pichação depender de pro-
de um a cinco salários mínimos. fissional técnico devidamente habilitado para o encargo, a execução
Art. 90Os níveis máximos de intensidade de som ou ruído per- de seu trabalho será ressarcida diretamente pelo agente infrator,
mitidos são os seguintes: independentemente se efetivada em edificação ou monumento,
a) em zonas residenciais: 60 decibéis (60db) no horário com- público ou privado, de reconhecido valor artístico, arqueológico ou
preendido entre 7h e 19h, medidos na curva “B” e 45 decibéis histórico, ou nos demais casos em que se verifique inviável a plena
(45db) das 19h às 7h, medidos na curva “A”; e geral reparação do dano pelo próprio responsável. (Redação dada
b) nas zonas industriais: de 85 decibéis (85db) no horário pela Lei Complementar nº771/2015)
compreendido entre 6h e 22h, medidos na curva “B” e 65 decibéis § 4º Só será permitida a pichação em tapumes ou cercamentos
(65db) das 22h às 6h, medidos na curva “B”; de obras e construções, públicas ou privadas, mediante autorização
c) em zonas comerciais: de 75 decibéis (75db), no horário de órgão público responsável ou do proprietário, respectivamente,
compreendido entre 7h e 19h, medidos na curva “B” e 60 decibéis sendo que essas deverão ter caráter educativo, informativo ou ar-
(60db) das 19h ás 7h, medidos na curva “B”. tístico, e as pichações voltadas ao caráter educativo e informativo
deverão respeitar padrão determinado pelo Executivo Municipal.
CAPÍTULO IV (Redação dada pela Lei Complementar nº771/2015)
DA POLUIÇÃO DAS ÁGUAS § 5º Alternativa ou anteriormente à aplicação da multa prevista
no inc. I do § 2º deste artigo, a Administração procederá ao devido
Art. 91Para impedir a poluição das águas, é proibido: flagrante na área policial e à instauração do processo administrati-
I - As indústrias e oficinas depositarem ou encaminharem a cur- vo que decidirá pela aplicação da multa, pela forma de reparo ao
sos d`água, lagos e reservatórios de água os resíduos ou detritos dano ou pelo envio do processo à Procuradoria-Geral do Município
provenientes de suas atividades, sem obediência a regulamentos de Porto Alegre para proposição de ação judicial cível de reparação
municipais. de dano ao patrimônio. (Redação acrescida pela Lei Complementar
Pena: multa de cinco a dez salários mínimos. nº771/2015)
II - Canalizar esgotos para a rede destinada ao escoamento de § 6º Os valores arrecadados com a aplicação das multas pre-
águas pluviais. vistas no caput e no inc. I do § 2º deste artigo serão destinados
Pena: multa de cinco a dez salários mínimos. ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), para que
III - localizar estábulos, pocilgas e estabelecimentos semelhan- este promova as ações necessárias à conservação e à reparação de
tes nas proximidades de cursos d`água, fontes, represas e lagos, de danos causados pela pichação. (Redação acrescida pela Lei Comple-
forma a propiciar a poluição das águas. mentar nº832/2018)
Pena: multa de cinco a dez salários mínimos.

222
LEGISLAÇÃO

Art. 91-BOs estabelecimentos que comercializam tintas em Para o Estatuto, considera-se criança a pessoa de até doze
embalagens do tipo spray deverão manter cadastro na Secretaria anos de idade incompletos, e adolescente aquela compreendida
Municipal do Desenvolvimento Econômico (SMDE), nos termos de- entre doze e dezoito anos. Entretanto, aplica-se o estatuto, excep-
finidos em regulamento. (Redação acrescida pela Lei Complemen- cionalmente, às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade,
tar nº832/2018) em situações que serão aqui demonstradas.
Art. 91-CFicam sujeitos à multa de 650 (seiscentas e cinquenta) Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será ob-
UFMs a 2.600 (duas mil e seiscentas) UFMs os estabelecimentos jeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
comerciais que cometerem as seguintes infrações administrativas: violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que seja, de-
I - vender tintas em embalagens do tipo spray sem o cadastro vendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente aos seus
referido no art. 91- B desta Lei Complementar; ou direitos fundamentais. Ainda, no seu artigo 7º, disciplina que a
II - vender tintas em embalagens do tipo spray à pessoa com criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde,
menos de 18 (dezoito) anos de idade. mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam
Parágrafo único. Em caso de reincidência, a multa referida no o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condi-
caput deste artigo será aplicada em dobro, ficando o estabeleci- ções dignas de existência.
mento sujeito à suspensão parcial ou total de suas atividades. (Re- As medidas protetivas adotadas pelo ECA são para salvaguar-
dação acrescida pela Lei Complementar nº832/2018) dar a família natural ou a família substituta, sendo está ultima pela
Art. 91-DEm caso de reincidência das infrações estabelecidas guarda, tutela ou adoção. A guarda obriga a prestação de assis-
nesta Lei Complementar ou quando a prática da conduta por ela
tência material, moral e educacional, a tutela pressupõe todos os
vedada acarretar dano ao patrimônio público tombado, a sanção
deveres da guarda e pode ser conferida a pessoa de até 21 anos
de multa será aplicada em dobro. (Redação acrescida pela Lei Com-
incompletos, já a adoção atribui condição de filho, com mesmos
plementar nº832/2018)
direito e deveres, inclusive sucessórios.
TÍTULO IV A instituição familiar é a base da sociedade, sendo indispensá-
CAPÍTULO ÚNICO DAS DISPOSIÇÕES FINAIS vel à organização social, conforme preceitua o art. 226 da CR/88.
Não sendo regra, mas os adolescentes correm maior risco quando
Art. 92Este Código entra em vigor no dia 1º de março de 1975. fazem parte de famílias desestruturadas ou violentas.
Art. 93Revogam-se as disposições em contrário. Cabe aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos fi-
lhos, não constituindo motivo de escusa a falta ou a carência de
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 7 DE JANEIRO DE recursos materiais, sob pena da perda ou a suspensão do pátrio
1975. poder.
Caso a família natural, comunidade formada pelos pais ou
qualquer deles e seus descendentes, descumpra qualquer de suas
LEI FEDERAL Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 - ESTATU- obrigações, a criança ou adolescente serão colocados em família
TO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE substituta mediante guarda, tutela ou adoção.
Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta,
(8.069 promulgada em julho de 1990), que trata sobre os direitos assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre
das crianças e adolescentes em todo o Brasil. da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecen-
Trata-se de um ramo do direito especializado, dividido em par- tes.
tes geral e especial, onde a primeira traça, como as demais codifica- Por tal razão que a responsabilidade dos pais é enorme no de-
ções existentes, os princípios norteadores do Estatuto. Já a segunda senvolvimento familiar e dos filhos, cujo objetivo é manter ao má-
parte estrutura a política de atendimento, medidas, conselho tute- ximo a estabilidade emocional, econômica e social.
lar, acesso jurisdicional e apuração de atos infracionais. A perda de valores sociais, ao longo do tempo, também são fa-
A partir do Estatuto, crianças e adolescentes brasileiros, sem tores que interferem diretamente no desenvolvimento das crianças
distinção de raça, cor ou classe social, passaram a ser reconhecidos e adolescentes, visto que não permanecem exclusivamente inseri-
como sujeitos de direitos e deveres, considerados como pessoas dos na entidade familiar.
em desenvolvimento a quem se deve prioridade absoluta do Es-
Por isso é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
tado.
violação dos direitos das crianças e dos adolescentes. Tanto que
O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos,
cabe a sociedade, família e ao poder público proibir a venda e co-
proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e
mercialização à criança e ao adolescente de armas, munições e
social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade e
da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade. explosivos, bebida alcoólicas, drogas, fotos de artifício, revistas de
O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à conteúdo adulto e bilhetes lotéricos ou equivalentes.
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao Cada município deverá haver, no mínimo, um Conselho Tutelar
respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para me- composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade local, re-
ninos e meninas, e também aborda questões de políticas de aten- gularmente eleitos e empossados, encarregado pela sociedade de
dimento, medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados
à Constituição da República de 1988.

223
LEGISLAÇÃO

O Conselho Tutelar é uma das entidades públicas competen- ência em estabelecimento de ensino, inclusão em programa de au-
tes a salvaguardar os direitos das crianças e dos adolescentes nas xílio à família, encaminhamento a tratamento médico, psicológico
hipóteses em que haja desrespeito, inclusive com relação a seus ou psiquiátrico, abrigo, tratamento toxicológico e, até, colocação
pais e responsáveis, bem como aos direitos e deveres previstos na em família substituta.
legislação do ECA e na Constituição. São deveres dos Conselheiros Já o adolescente entre 12 e 18 anos incompletos (inimputáveis)
Tutelares: que pratica algum ato infracional, além das medidas protetivas já
1. Atender crianças e adolescentes e aplicar medidas de pro- descritas, a autoridade competente poderá aplicar medida socioe-
teção. ducativa de acordo com a capacidade do ofensor, circunstâncias do
2. Atender e aconselhar os pais ou responsável e aplicar medi- fato e a gravidade da infração, são elas:
das pertinentes previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente. 1) Advertências – admoestação verbal, reduzida a termo e assi-
3. Promover a execução de suas decisões, podendo requisitar nada pelos adolescentes e genitores sob os riscos do envolvimento
serviços públicos e entrar na Justiça quando alguém, injustificada- em atos infracionais e sua reiteração,
mente, descumprir suas decisões. 2) Obrigação de reparar o dano – caso o ato infracional seja
4. Levar ao conhecimento do Ministério Público fatos que o passível de reparação patrimonial, compensando o prejuízo da ví-
Estatuto tenha como infração administrativa ou penal. tima,
5. Encaminhar à Justiça os casos que a ela são pertinentes. 3) Prestação de serviços à comunidade – tem por objetivo
6. Tomar providências para que sejam cumpridas as medidas conscientizar o menor infrator sobre valores e solidariedade social,
sócio-educativas aplicadas pela Justiça a adolescentes infratores. 4) Liberdade assistida – medida de grande eficácia para o en-
7. Expedir notificações em casos de sua competência. fretamento da prática de atos infracionais, na medida em que atua
8. Requisitar certidões de nascimento e de óbito de crianças e juntamente com a família e o controle por profissionais (psicólogos
adolescentes, quando necessário. e assistentes sociais) do Juizado da Infância e Juventude,
9. Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro- 5) Semiliberdade – medida de média extremidade, uma vez
posta orçamentaria para planos e programas de atendimento dos que exigem dos adolescentes infratores o trabalho e estudo duran-
direitos da criança e do adolescente. te o dia, mas restringe sua liberdade no período noturno, mediante
10. Entrar na Justiça, em nome das pessoas e das famílias, para recolhimento em entidade especializada
que estas se defendam de programas de rádio e televisão que con- 6) Internação por tempo indeterminado – medida mais extre-
trariem princípios constitucionais bem como de propaganda de ma do Estatuto da Criança e do Adolescente devido à privação total
produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao da liberdade. Aplicada em casos mais graves e em caráter excep-
meio ambiente. cional.
11. Levar ao Ministério Público casos que demandam ações ju-
diciais de perda ou suspensão do pátrio poder. Antes da sentença, a internação somente pode ser determina-
12. Fiscalizar as entidades governamentais e não-governamen- da pelo prazo máximo de 45 dias, mediante decisão fundamentada
tais que executem programas de proteção e socioeducativos. baseada em fortes indícios de autoria e materialidade do ato infra-
cional.
Considerando que todos têm o dever de zelar pela dignidade Nessa vertente, as entidades que desenvolvem programas de
da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer trata- internação têm a obrigação de:
mento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constran- 1) Observar os direitos e garantias de que são titulares os ado-
gedor, havendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra lescentes;
alguma criança ou adolescente, serão obrigatoriamente comunica- 2) Não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de
dos ao Conselho Tutelar para providências cabíveis. restrição na decisão de internação,
Ainda com toda proteção às crianças e aos adolescentes, a de- 3) Preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e
linquência é uma realidade social, principalmente nas grandes cida- dignidade ao adolescente,
des, sem previsão de término, fazendo com que tenha tratamento 4) Diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação
diferenciado dos crimes praticados por agentes imputáveis. dos vínculos familiares,
Os crimes praticados por adolescentes entre 12 e 18 anos 5) Oferecer instalações físicas em condições adequadas, e toda
incompletos são denominados atos infracionais passíveis de apli- infraestrutura e cuidados médicos e educacionais, inclusive na área
cação de medidas socioeducativas. Os dispositivos do Estatuto da de lazer e atividades culturais e desportivas.
Criança e do Adolescente disciplinam situações nas quais tanto o 6) Reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo
responsável, quanto o menor devem ser instados a modificarem de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade compe-
atitudes, definindo sanções para os casos mais graves. tente.
Nas hipóteses do menor cometer ato infracional, cuja conduta
sempre estará descrita como crime ou contravenção penal para os Uma vez aplicada as medidas socioeducativas podem ser im-
imputáveis, poderão sofrer sanções específicas aquelas descritas plementadas até que sejam completados 18 anos de idade. Contu-
no estatuto como medidas socioeducativas. do, o cumprimento pode chegar aos 21 anos de idade nos casos de
Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, mas res- internação, nos termos do art. 121, §5º do ECA.
pondem pela prática de ato infracional cuja sanção será desde a Assim como no sistema penal tradicional, as sanções previstas
adoção de medida protetiva de encaminhamento aos pais ou res- no Estatuto da Criança e do Adolescente apresentam preocupação
ponsável, orientação, apoio e acompanhamento, matricula e frequ- com a reeducação e a ressocialização dos menores infratores.

224
LEGISLAÇÃO

Antes de iniciado o procedimento de apuração do ato infra- Lei Federal nº 13.431/2017 – Lei da Escuta Protegida
cional, o representante do Ministério Público poderá conceder o Esta lei estabelece novas diretrizes para o atendimento de
perdão (remissão), como forma de exclusão do processo, se atendi- crianças ou adolescentes vítimas ou testemunhas de violências,
do às circunstâncias e consequências do fato, contexto social, per- e que frequentemente são expostos a condutas profissionais não
sonalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no qualificadas, sendo obrigados a relatar por várias vezes, ou para
ato infracional. pessoas diferentes, violências sofridas, revivendo desnecessaria-
Por fim, o Estatuto da Criança e do Adolescente institui medi- mente seu drama.
das aplicáveis aos pais ou responsáveis de encaminhamento a pro- Denominada “Lei da Escuta Protegida”, essa lei tem como ob-
grama de proteção a família, inclusão em programa de orientação jetivo a proteção de crianças e adolescentes após a revelação da
a alcoólatras e toxicômanos, encaminhamento a tratamento psi- violência sofrida, promovendo uma escuta única nos serviços de
cológico ou psiquiátrico, encaminhamento a cursos ou programas atendimento e criando um protocolo de atendimento a ser adota-
de orientação, obrigação de matricular e acompanhar o aproveita- do por todos os órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.
mento escolar do menor, advertência, perda da guarda, destituição Lei 13.436, de 12 de abril de 2017 - Garantia do direito a acom-
da tutela e até suspensão ou destituição do pátrio poder. panhamento e orientação à mãe com relação à amamentação
O importante é observar que as crianças e os adolescentes não Esta lei introduziu no artigo 10 do ECA uma responsabilidade
podem ser considerados autênticas propriedades de seus genito- adicional para os hospitais e demais estabelecimentos de atenção
res, visto que são titulas de direitos humanos como quaisquer pes- à saúde de gestantes, públicos e particulares: daqui em diante eles
soas, dotados de direitos e deveres como demonstrado. estão obrigados a acompanhar a prática do processo de amamen-
A implantação integral do ECA sofre grande resistência de par- tação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquan-
te da sociedade brasileira, que o considera excessivamente pater-
to a mãe permanecer na unidade hospitalar.
nalista em relação aos atos infracionais cometidos por crianças e
adolescentes, uma vez que os atos infracionais estão ficando cada
Lei 13.438, de 26 de abril de 2017 – Protocolo de Avaliação de
vez mais violentos e reiterados.
riscos para o desenvolvimento psíquico das crianças
Consideram, ainda, que o estatuto, que deveria proteger e
educar a criança e o adolescente, na prática, acaba deixando-os Esta lei determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) será
sem nenhum tipo de punição ou mesmo ressocialização, bem como obrigado a adotar protocolo com padrões para a avaliação de riscos
é utilizado por grupos criminosos para livrar-se de responsabilida- ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses de ida-
des criminais fazendo com que adolescentes assumam a culpa. de. A lei estabelece que crianças de até 18 meses de idade façam
Cabe ao Estado zelas para que as crianças e adolescentes se acompanhamento através de protocolo ou outro instrumento de
desenvolvam em condições sociais que favoreçam a integridade detecção de risco. Esse acompanhamento se dará em consulta pe-
física, liberdade e dignidade. Contudo, não se pode atribuir tal res- diátrica. Por meio de exames poderá ser detectado precocemente,
ponsabilidade apenas a uma suposta inaplicabilidade do estatuto por exemplo, o transtorno do espectro autista, o que permitirá um
da criança e do adolescente, uma vez que estes nada mais são do melhor acompanhamento no desenvolvimento futuro da criança.
que o produto da entidade familiar e da sociedade, as quais têm
importância fundamental no comportamento dos mesmos.1 Lei nº 13.440, de 8 de maio de 2017 – Aumento na penali-
zação de crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes
Últimas alterações no ECA Esta lei promoveu a inclusão de mais uma penalidade no artigo
244-A do ECA. A pena previa reclusão de quatro a dez anos e multa
As mais recentes: nos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes. Agora
São quatro os pontos modificados no ECA durante a atual ad- o texto está acrescido de perda de bens e que os valores advindos
ministração: dessas práticas serão revertidos em favor do Fundo dos Direitos
- A instituição da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez da Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou
na Adolescência, na lei nº 13.798, de 3 de janeiro de 2019; Distrito Federal) em que foi cometido o crime.
- A criação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas - na Lei nº 13.441, de 8 de maio de 2017 - Prevê a infiltração de
lei nº 13.812, de 16 de março 2019; agentes de polícia na internet com o fim de investigar crimes con-
- A mudança na idade mínima para que uma criança ou adoles- tra a dignidade sexual de criança e de adolescente
cente possa viajar sem os pais ou responsáveis e sem autorização Esta lei prevê a infiltração policial virtual no combate aos crimes
judicial, passando de 12 para 16 anos - na mesma lei nº 13.812; contra a dignidade sexual de vulneráveis. A nova lei acrescentou ao
- A mudança na lei sobre a reeleição dos conselheiros tutelares,
ECA os artigos 190-A a 190-E e normatizou a investigação em meio
que agora podem ser reeleitos por vários mandatos consecutivos,
cibernético.
em vez de apenas uma vez - lei 13.824, de 9 de maio 2019.
Revogação do artigo 248 que versava sobre trabalho domés-
Lei nº 13.509/17, publicada em 22 de novembro de 2017 al-
tera o ECA ao estabelecer novos prazos e procedimentos para o tico de adolescentes
trâmite dos processos de adoção, além de prever novas hipóteses Foi revogado o artigo 248 do ECA que possibilitava a regu-
de destituição do poder familiar, de apadrinhamento afetivo e dis- larização da guarda de adolescentes para o serviço doméstico. A
ciplinar a entrega voluntária de crianças e adolescentes à adoção. Constituição Brasileira proíbe o trabalho infantil, mas este artigo
estabelecia prazo de cinco dias para que o responsável, ou novo
1 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de Cláudia Mara de Al- guardião, apresentasse à Vara de Justiça de sua cidade ou comarca
meida Rabelo Viegas / Cesar Leandro de Almeida Rabelo o adolescente trazido de outra localidade para prestação de serviço

225
LEGISLAÇÃO

doméstico, o que, segundo os autores do projeto de lei que resul- por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de
tou na revogação do artigo, abria espaço para a regularização do lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
trabalho infantil ilegal. social, em condições de liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se
Lei 13.306 de 2016 publicada no dia 04 de julho, alterou o Es- a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nasci-
tatuto da Criança e do Adolescente fixando em cinco anos a idade mento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
máxima para o atendimento na educação infantil.2 crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e apren-
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal dizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de
(8.069 promulgada em julho de 1990), que trata sobre os direitos moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou
das crianças e adolescentes em todo o Brasil. a comunidade em que vivem.(incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Trata-se de um ramo do direito especializado, dividido em par- Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
tes geral e especial, onde a primeira traça, como as demais codifica- geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
ções existentes, os princípios norteadores do Estatuto. Já a segunda efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
parte estrutura a política de atendimento, medidas, conselho tute- à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
lar, acesso jurisdicional e apuração de atos infracionais. dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e co-
Na presente Lei estão dispostos os procedimentos de adoção munitária.
(Livro I, capítulo V), a aplicação de medidas socioeducativas (Livro Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
II, capítulo II), do Conselho Tutelar (Livro II, capítulo V), e também a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir-
dos crimes cometidos contra crianças e adolescentes. cunstâncias;
O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos, b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de re-
proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e levância pública;
social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade e c) preferência na formulação e na execução das políticas so-
da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade. ciais públicas;
O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela-
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao cionadas com a proteção à infância e à juventude.
respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para me- Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual-
ninos e meninas, e também aborda questões de políticas de aten- quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
dimento, medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
à Constituição da República de 1988. Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos
Dispõe a Lei 8.069/1990 que nenhuma criança ou adolescente e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e
será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, ex- do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
ploração, violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que
seja, devendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente aos TÍTULO II
seus direitos fundamentais. DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá ou- Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida
tras providências. e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Na- em condições dignas de existência.
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos progra-
mas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodu-
TÍTULO I tivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gra-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES videz, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e
pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
adolescente. § 1o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre § 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante ga-
doze e dezoito anos de idade. rantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao esta-
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep- belecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de
cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um opção da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
anos de idade. § 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegu-
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos rarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da prote- responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o
ção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Re-
2 Fonte: www.equipeagoraeupasso.com.br/www.g1.globo.com dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

226
LEGISLAÇÃO

§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psi- II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua im-
cológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive pressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem preju-
como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado ízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência competente;
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser pres- III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica
tada também a gestantes e mães que manifestem interesse em en- de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como
tregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que prestar orientação aos pais;
se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada IV - fornecer declaração de nascimento onde constem neces-
pela Lei nº 13.257, de 2016) sariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
§ 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acom- neonato;
panhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
trabalho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº permanência junto à mãe.
13.257, de 2016) VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, pres-
§ 7o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento tando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe
materno, alimentação complementar saudável e crescimento e de- permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já
senvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a cria- existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência)
ção de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado vol-
da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) tadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Siste-
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável du- ma Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a
rante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo- ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) § 1o A criança e o adolescente com deficiência serão atendi-
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante dos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades ge-
que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem rais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação
como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. (In- dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
cluído pela Lei nº 13.257, de 2016) § 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àque-
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher les que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras
com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou rea-
unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas bilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de
sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhi-
cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada
mento do filho, em articulação com o sistema de ensino competen-
pela Lei nº 13.257, de 2016)
te, visando ao desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela
§ 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequen-
Lei nº 13.257, de 2016)
te de crianças na primeira infância receberão formação específica
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da
e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvol-
Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na semana
vimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer
que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar in-
necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
formações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclu-
para a redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído
sive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados in-
pela Lei nº 13.798, de 2019)
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no termediários, deverão proporcionar condições para a permanência
caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de
com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritaria- internação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº
mente ao público adolescente.(Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019) 13.257, de 2016)
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores pro- Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico,
piciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança
aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
§ 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde desen- Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providên-
volverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao cias legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
planejamento, à implementação e à avaliação de ações de pro- § 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em en-
moção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação tregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminha-
complementar saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº das, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude.
13.257, de 2016) (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal de- § 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entra-
verão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de da, os serviços de assistência social em seu componente especia-
leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) lizado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da
saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com
prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formu-

227
LEGISLAÇÃO

lando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores
e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada
13.257, de 2016) de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de Lei nº 13.010, de 2014)
assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermida- Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído
des que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas pela Lei nº 13.010, de 2014)
de educação sanitária para pais, educadores e alunos. I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva apli-
§ 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomen- cada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que
dados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do parágrafo úni- resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
co pela Lei nº 13.257, de 2016) a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de
intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mu- tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído
lher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 3o A atenção odontológica à criança terá função educativa a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e 2014)
no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bu- c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
cal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os res-
§ 4o A criança com necessidade de cuidados odontológicos es- ponsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioedu-
peciais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.(Incluído pela cativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de
Lei nº 13.257, de 2016) adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus pri- castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de
meiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão
construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes me-
pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu didas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (In-
desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
(Vigência) I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de pro-
teção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
CAPÍTULO II II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de de- IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especiali-
zado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
senvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
garantidos na Constituição e nas leis.
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão apli-
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspec-
cadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências
tos:
legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitá-
rios, ressalvadas as restrições legais;
CAPÍTULO III
II - opinião e expressão;
DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
SEÇÃO I
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discrimina- DISPOSIÇÕES GERAIS
ção;
VI - participar da vida política, na forma da lei; Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e edu-
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. cado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substi-
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da tuta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autono- nº 13.257, de 2016)
mia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. § 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em pro-
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do grama de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação re-
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, avaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educa- interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamenta-
dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel da pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em
ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art.
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

228
LEGISLAÇÃO

§ 2o A permanência da criança e do adolescente em progra- § 7o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze)


ma de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18 dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data
(dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509,
superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade ju- de 2017)
diciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 8o Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada
§ 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescen- em audiência ou perante a equipe interprofissional - da entrega da
te à sua família terá preferência em relação a qualquer outra pro- criança após o nascimento, a criança será mantida com os genito-
vidência, caso em que será esta incluída em serviços e programas res, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o
de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) § 9o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimen-
§ 4o Será garantida a convivência da criança e do adolescente to, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas perió- 13.509, de 2017)
dicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimen- § 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crian-
to institucional, pela entidade responsável, independentemente de ças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trin-
autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) ta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei
§ 5o Será garantida a convivência integral da criança com a
nº 13.509, de 2017)
mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional. (Incluí-
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhi-
do pela Lei nº 13.509, de 2017)
mento institucional ou familiar poderão participar de programa de
§ 6o A mãe adolescente será assistida por equipe especializada
apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em en- § 1o O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcio-
tregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será nar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para
encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu
nº 13.509, de 2017) desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, edu-
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissio- cacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
nal da Justiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório § 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de
à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que
do estado gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento
2017) de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá de- § 3o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescen-
terminar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua te a fim de colaborar para o seu desenvolvimento. (Incluído pela Lei
expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência so- nº 13.509, de 2017)
cial para atendimento especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, § 4o O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinha-
de 2017) do será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento,
§ 3o A busca à família extensa, conforme definida nos termos com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibi-
do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo lidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva. (In-
de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela cluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Lei nº 13.509, de 2017) § 5o Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados
§ 4o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser executados por
existir outro representante da família extensa apto a receber a órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. (Incluído
guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a ex- pela Lei nº 13.509, de 2017)
tinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a § 6o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os res-
guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de enti- ponsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão
dade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institu- imediatamente notificar a autoridade judiciária competente. (Inclu-
cional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
ído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
ser manifestada na audiência a que se refere o § 1o do art. 166
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017) Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de con-
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o ge- dições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação
nitor nem representante da família extensa para confirmar a inten- civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discor-
ção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária dância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução
suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la. (Incluído Vigência
pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e edu-
cação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes,
a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.

229
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direi- § 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
tos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuida- previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu
do e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as im-
de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados plicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.
os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
13.257, de 2016) § 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será ne-
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não consti- cessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação dada
tui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder fami- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
liar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de
§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a de- parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evi-
cretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em tar ou minorar as consequências decorrentes da medida. (Incluído
sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção. § 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plena-
destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação mente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igual- qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos frater-
mente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou ou- nais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tro descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018) § 5o A colocação da criança ou adolescente em família subs-
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decre- tituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanha-
tadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos mento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço
previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumpri- da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o
mento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política munici-
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência pal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
SEÇÃO II § 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou
DA FAMÍLIA NATURAL proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda
obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade forma- I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social
da pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. (Vide Lei nº e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas institui-
12.010, de 2009) Vigência ções, desde que não sejam incompatíveis com os direitos funda-
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada mentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (In-
aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de
criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído
afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reco- III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal
nhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adoles-
de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro docu- centes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofis-
mento público, qualquer que seja a origem da filiação. sional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído pela
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nasci- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descen- Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pes-
dentes. soa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natu-
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito per- reza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
sonalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transfe-
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observa- rência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades gover-
do o segredo de Justiça. namentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui
SEÇÃO III medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
DA FAMÍLIA SUBSTITUTA Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável presta-
rá compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, me-
SUBSEÇÃO I diante termo nos autos.
DISPOSIÇÕES GERAIS
SUBSEÇÃO II
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante DA GUARDA
guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica
da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material,
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu de-
tentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência

230
LEGISLAÇÃO

§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, obser-
ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tu- vando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Re-
tela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo
de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vonta-
a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o de, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e
direito de representação para a prática de atos determinados. que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previ- Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.
denciários.
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em con- SUBSEÇÃO IV
trário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida DA ADOÇÃO
for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda
de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á se-
direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimen- gundo o disposto nesta Lei.
tos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do § 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se
interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manuten-
de 2009) Vigência ção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma 12.010, de 2009)Vigência
de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar. § 2o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de § 3o Em caso de conflito entre direitos e interesses do ado-
acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucio- tando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem
nal, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcio- prevalecer os direitos e os interesses do adotando. (Incluído pela
nal da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, Lei nº 13.509, de 2017)
de 2009) Vigência Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal cadas- à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos
trado no programa de acolhimento familiar poderá receber a crian- adotantes.
ça ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com
28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o
§ 3o A União apoiará a implementação de serviços de acolhi- de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
mento em família acolhedora como política pública, os quais de- matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro,
verão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de
mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou
crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas,
concubino do adotante e os respectivos parentes.
capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de ado-
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus des-
ção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
cendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colate-
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distri-
rais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
tais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, inde-
em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a
pendentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
de 2009) Vigência
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, me-
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do ado-
diante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público. tando.
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes
SUBSEÇÃO IIIDA TUTELA sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprova-
da a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa 2009) Vigência
de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais
12.010, de 2009) Vigência velho do que o adotando.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia § 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-com-
decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica ne- panheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem
cessariamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de con-
nº 12.010, de 2009) Vigência vivência tenha sido iniciado na constância do período de convivên-
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer docu- cia e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e
mento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a
1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, de 2009) Vigência

231
LEGISLAÇÃO

§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial,
efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compar- que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se
tilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de fornecerá certidão.
janeiro de 2002 - Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais,
2009) Vigência bem como o nome de seus ascendentes.
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após ine- § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o regis-
quívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do pro- tro original do adotado.
cedimento, antes de prolatada a sentença.(Incluído pela Lei nº § 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado
12.010, de 2009) Vigência no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência. (Reda-
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vanta- ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
gens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. § 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá cons-
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar tar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o 2009) Vigência
curatelado. § 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e,
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do
representante legal do adotando. prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo ado-
adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido desti- tante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos
tuídos do poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência de 2009) Vigência
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade,
será também necessário o seu consentimento. § 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julga-
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência do da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6o do
com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito.
dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiarida-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
des do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele rela-
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o ado-
cionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazena-
tando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante
mento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua conser-
tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da
vação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
de 2009) Vigência
Vigência
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa
em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou
da realização do estágio de convivência. (Redação dada pela Lei nº
com doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)
12.010, de 2009) Vigência
§ 2o-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será
pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fun- de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual
damentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
de 2017) (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domi- Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem bioló-
ciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 gica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a
(trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18
por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamen- (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tada da autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser
2017) também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu
§ 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo, deverá pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da ado- Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder fami-
ção à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) liar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
§ 4o O estágio de convivência será acompanhado pela equi- 2009) Vigência
pe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela exe- foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições
cução da política de garantia do direito à convivência familiar, que de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção.
apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do defe- (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rimento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta
§ 5o O estágio de convivência será cumprido no território na- aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
cional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satis-
adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, fizer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses pre-
em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de resi- vistas no art. 29.
dência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)

232
LEGISLAÇÃO

§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal
período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equi- de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso
pe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade
com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política mu- e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qual-
nicipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela quer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluí-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação re- § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato
ferida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças e ado- deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os re-
lescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições quisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluí-
de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas inte-
com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimen- ressadas em adotar criança ou adolescente com deficiência, com
to e pela execução da política municipal de garantia do direito à doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de
convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência grupo de irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e na- Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o
cional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados pretendente possui residência habitual em país-parte da Conven-
e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº ção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crian-
12.010, de 2009) Vigência ças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promul-
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residen- gada pelo Decreto no 3.087, de 21 junho de 1999, e deseja adotar
tes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de criança em outro país-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei
postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § nº 13.509, de 2017)
5o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1o A adoção internacional de criança ou adolescente bra-
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de ado- sileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar
ção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com a com-
condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar provação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes habi-
na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferi- litados residentes no Brasil com perfil compatível com a criança ou
da sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional refe- adolescente, após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei;
ridos no § 5o deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manu-
consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvi-
tenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comu-
mento, e que se encontra preparado para a medida, mediante pa-
nicação à Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº
recer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto
12.010, de 2009) Vigência
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pre-
2009) Vigência
tendentes habilitados residentes no País com perfil compatível e
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência
interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscri-
aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou
to nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da
criança ou adolescente à adoção internacional. (Redação dada pela adolescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Lei nº 13.509, de 2017) Vigência
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em § 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Auto-
sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e re- ridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção interna-
comendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em cional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento pre-
2009) Vigência visto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações:
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (In- I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candi- adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção inter-
dato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos nacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está si-
desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tuada sua residência habitual; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº Vigência
12.010, de 2009) Vigência II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adoles- os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um re-
cente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído pela latório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pes-

233
LEGISLAÇÃO

soal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam § 4o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela
e sua aptidão para assumir uma adoção internacional; (Incluído Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país
à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade
Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Central Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
IV - o relatório será instruído com toda a documentação ne- Vigência
cessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe inter- II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de
profissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente, reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou ex-
acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluído pela Lei nº periência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas
12.010, de 2009) Vigência pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autorida-
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente de Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do
autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e órgão federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradu- Vigência
ção, por tradutor público juramentado; (Incluído pela Lei nº 12.010, III - estar submetidos à supervisão das autoridades competen-
de 2009) Vigência tes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e quanto à sua composição, funcionamento e situação financeira; (In-
solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulan- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
te estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluído IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como relató-
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central rio de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no
Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacio- período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia
nal, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimen- V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade
to, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Bra-
acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção internacio- sileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório
nal, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluído pela será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil,
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adotado; (In-
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será auto- cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotan-
da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente,
tes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da
conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. (In-
certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluído pela Lei nº
§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, ad-
12.010, de 2009) Vigência
mite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam
§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4o deste
intermediados por organismos credenciados. (Incluído pela Lei nº
artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão
12.010, de 2009) Vigência
de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o creden-
ciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados de gência
intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com § 6o O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro
posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publica- encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional terá
ção nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet. validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gência
§ 3o Somente será admissível o credenciamento de organis- § 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida
mos que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Fede-
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de ral Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do res-
Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central pectivo prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando Vigência
para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluído pela Lei nº § 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a
12.010, de 2009) Vigência adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do
II - satisfizerem as condições de integridade moral, competên- território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cia profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos paí- § 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária
ses respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Inclu- determinará a expedição de alvará com autorização de viagem,
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoria-
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação mente, as características da criança ou adolescente adotado, como
e experiência para atuar na área de adoção internacional; (Incluído idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar di-
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídi- reito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão
co brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central e certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

234
LEGISLAÇÃO

§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qual- § 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Pú-
quer momento, solicitar informações sobre a situação das crianças blico, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão
e adolescentes adotados. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária
gência à ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos creden- ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central § 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista
Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente re-
causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de querer o que for de direito para resguardar os interesses da criança
2009) Vigência ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser re- Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Fe-
presentados por mais de uma entidade credenciada para atuar na deral Brasileira e à Autoridade Central do país de origem. (Incluído
cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de ori-
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser gem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda,
renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organis- ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o
mos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de pro- processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional. (Incluído
gramas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a
devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) CAPÍTULO IV
Vigência DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou LAZER
suspender a concessão de novos credenciamentos sempre que jul-
gar necessário, mediante ato administrativo fundamentado. (Inclu- Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, vi-
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descre- exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, asseguran-
denciamento, o repasse de recursos provenientes de organismos do-se-lhes:
estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção inter- I - igualdade de condições para o acesso e permanência na es-
nacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído pela cola;
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - direito de ser respeitado por seus educadores;
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efe- III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer
tuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e esta- às instâncias escolares superiores;
rão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos da IV - direito de organização e participação em entidades estu-
Criança e do Adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) dantis;
Vigência V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residên-
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país cia, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que
ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica.
sido processado em conformidade com a legislação vigente no país (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência
referida Convenção, será automaticamente recepcionada com o do processo pedagógico, bem como participar da definição das pro-
reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência postas educacionais.
§ 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Art. 53-A.É dever da instituição de ensino, clubes e agremia-
Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologa- ções recreativas e de estabelecimentos congêneres assegurar me-
da pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de didas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou
2009) Vigência dependência de drogas ilícitas.(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os
Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira que a ele não tiveram acesso na idade própria;
pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
2009) Vigência ensino médio;
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país III - atendimento educacional especializado aos portadores de
de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de origem deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
da criança ou do adolescente será conhecida pela Autoridade Cen- IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
tral Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e de- V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
terminará as providências necessárias à expedição do Certificado criação artística, segundo a capacidade de cada um;
de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições
Vigência do adolescente trabalhador;

235
LEGISLAÇÃO

VII - atendimento no ensino fundamental, através de progra- I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as
mas suplementares de material didático-escolar, transporte, ali- cinco horas do dia seguinte;
mentação e assistência à saúde. II - perigoso, insalubre ou penoso;
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu
subjetivo. desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder pú- IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequ-
blico ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autorida- ência à escola.
de competente. Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho edu-
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no en- cativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-
sino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou -governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adoles-
responsável, pela frequência à escola. cente que dele participe condições de capacitação para o exercício
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular de atividade regular remunerada.
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino funda- que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pes-
mental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: soal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgo- efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho
tados os recursos escolares; não desfigura o caráter educativo.
III - elevados níveis de repetência. Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à pro-
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e teção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, meto- I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
dologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores
TÍTULO III
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da crian-
DA PREVENÇÃO
ça e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e
o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, esti- CAPÍTULO I
mularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para pro- DISPOSIÇÕES GERAIS
gramações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância
e a juventude. Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
violação dos direitos da criança e do adolescente.
CAPÍTULO V Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO pios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas
TRABALHO públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo
físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como
anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Federal) I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada divulgação do direito da criança e do adolescente de serem educa-
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-pro- ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos huma-
fissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de nos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
educação em vigor. II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Minis-
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguin- tério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com
tes princípios: os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as en-
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regu- tidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e
lar; defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescen- nº 13.010, de 2014)
te; III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais
III - horário especial para o exercício das atividades. de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegura-
atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
da bolsa de aprendizagem.
adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são
à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao en-
assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
frentamento de todas as formas de violência contra a criança e o
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado
trabalho protegido. adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime fa- IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de
miliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescente;
governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

236
LEGISLAÇÃO

V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão,
garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas
pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o obje- com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
tivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou
sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão,
ou degradante no processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, apresentação ou exibição.
de 2014) Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articula- empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programa-
ção de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados ção em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em de-
nas famílias em situação de violência, com participação de profis- sacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
sionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir,
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adoles- no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária
cente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) a que se destinam.
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio
deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializa-
públicas de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de das em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
2014) Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegi-
áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em das com embalagem opaca.
seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infan-
ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados to-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas,
contra crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e mu-
2014) nições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunica- da família.
ção de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão de Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem
cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuida- comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos,
do, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmen-
forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, cul- te, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência
posos ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação
do público.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação,
cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e servi-
SEÇÃO II
ços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvol-
DOS PRODUTOS E SERVIÇOS
vimento.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da pre-
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
venção especial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
I - armas, munições e explosivos;
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará
II - bebidas alcoólicas;
em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta
III - produtos cujos componentes possam causar dependência
Lei. física ou psíquica ainda que por utilização indevida;
CAPÍTULO II IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo
DA PREVENÇÃO ESPECIAL seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano
físico em caso de utilização indevida;
SEÇÃO I V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
DA INFORMAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPORTES, DIVERSÕES E VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
ESPETÁCULOS Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente
em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regu- autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.
lará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a na-
tureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e SEÇÃO III
horários em que sua apresentação se mostre inadequada. DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos
públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezes-
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do es- seis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside desa-
petáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação. companhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autoriza-
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões ção judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa § 1º A autorização não será exigida quando:
etária. a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente po- do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma uni-
derão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibi- dade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;
ção quando acompanhadas dos pais ou responsável. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)

237
LEGISLAÇÃO

b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos
estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e contro-
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, com- ladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação po-
provado documentalmente o parentesco; pular paritária por meio de organizações representativas, segundo
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe leis federal, estaduais e municipais;
ou responsável. III - criação e manutenção de programas específicos, observada
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou res- a descentralização político-administrativa;
ponsável, conceder autorização válida por dois anos. IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do
é dispensável, se a criança ou adolescente: adolescente;
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressa- Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, pre-
mente pelo outro através de documento com firma reconhecida. ferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do
atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma infracional;
criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução
exterior. das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de
agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos
PARTE ESPECIAL em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista
na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução
TÍTULO I se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 des-
ta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável parti-
CAPÍTULO I
cipação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº
DISPOSIÇÕES GERAIS
12.010, de 2009)Vigência
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do
que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância,
adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre de-
governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do senvolvimento infantil;(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Distrito Federal e dos municípios. IX - formação profissional com abrangência dos diversos direi-
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: (Vide Lei tos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade
nº 12.010, de 2009) Vigência no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimen-
I - políticas sociais básicas; to integral;(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvi-
social de garantia de proteção social e de prevenção e redução de mento infantil e sobre prevenção da violência.(Incluído pela Lei nº
violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Reda- 13.257, de 2016)
ção dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos con-
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico selhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adoles-
e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, cente é considerada de interesse público relevante e não será re-
abuso, crueldade e opressão; munerada.
IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável,
crianças e adolescentes desaparecidos; CAPÍTULO II
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direi- DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO
tos da criança e do adolescente.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o SEÇÃO I
período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo DISPOSIÇÕES GERAIS
exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescen-
tes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento
guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e e execução de programas de proteção e sócio-educativos destina-
à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de dos a crianças e adolescentes, em regime de:
I - orientação e apoio sócio-familiar;
adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com de-
II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
ficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
III - colocação familiar;
2009) Vigência
IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
12.010, de 2009) Vigência
I - municipalização do atendimento; V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

238
LEGISLAÇÃO

VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhi-
2012) (Vide) mento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princí-
VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de pios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2012) (Vide) I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reinte-
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) gração familiar;(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
§ 1o As entidades governamentais e não governamentais de- II - integração em família substituta, quando esgotados os
verão proceder à inscrição de seus programas, especificando os re- recursos de manutenção na família natural ou extensa; (Redação
gimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunica- IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
ção ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei V - não desmembramento de grupos de irmãos;
nº 12.010, de 2009) Vigência VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras
§ 2o Os recursos destinados à implementação e manutenção entidades de crianças e adolescentes abrigados;
dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dota- VII - participação na vida da comunidade local;
ções orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de VIII - preparação gradativa para o desligamento;
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se IX - participação de pessoas da comunidade no processo edu-
o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preco- cativo.
nizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput § 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de
e parágrafo único do art. 4o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os
de 2009) Vigência efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo Con- § 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas
selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máxi- de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade ju-
mo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação diciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado
da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua
2009) Vigência família, para fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
às resoluções relativas à modalidade de atendimento prestado ex- § 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Execu-
pedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, tivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qua-
em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência lificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atesta- programas de acolhimento institucional e destinados à colocação
das pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder
da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei
Vigência nº 12.010, de 2009)Vigência
III - em se tratando de programas de acolhimento institucional § 4o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciá-
ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na reintegra- ria competente, as entidades que desenvolvem programas de aco-
ção familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o caso. lhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em
funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direi- cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.
tos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade. § 5o As entidades que desenvolvem programas de acolhimen-
§ 1o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei to familiar ou institucional somente poderão receber recursos pú-
nº 12.010, de 2009) Vigência blicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de finalidades desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; § 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigen-
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princí- te de entidade que desenvolva programas de acolhimento familiar
pios desta Lei; ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apura-
c) esteja irregularmente constituída; ção de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal. (Incluí-
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e delibe- § 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos
rações relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação
pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos de educadores de referência estáveis e qualitativamente significa-
os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tivos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades bá-
§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, ca- sicas, incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº
bendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles- 13.257, de 2016)
cente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimen-
observado o disposto no § 1o deste artigo.(Incluído pela Lei nº to institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência,
12.010, de 2009)Vigência acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da auto-

239
LEGISLAÇÃO

ridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as
e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de res- entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
ponsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judi- recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter tempo-
ciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio do rário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a re-
Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promo- conhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências
ver a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável,
para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, SEÇÃO II
institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2o DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES
do art. 101 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de interna- Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais
ção têm as seguintes obrigações, entre outras: referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministé-
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os ado- rio Público e pelos Conselhos Tutelares.
lescentes;
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão
restrição na decisão de internação; apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem das
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unida- dotações orçamentárias.
des e grupos reduzidos; Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da
dignidade ao adolescente; responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preserva- (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção dos vínculos familiares; I - às entidades governamentais:
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os ca- a) advertência;
sos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vín- b) afastamento provisório de seus dirigentes;
culos familiares; c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos ne- II - às entidades não-governamentais:
cessários à higiene pessoal; a) advertência;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
à faixa etária dos adolescentes atendidos; c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e d) cassação do registro.
farmacêuticos; § 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades
X - propiciar escolarização e profissionalização; de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
representado perante autoridade judiciária competente para as
acordo com suas crenças;
providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dis-
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
solução da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máxi-
Vigência
mo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade com-
petente;
§ 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre
não governamentais responderão pelos danos que seus agentes
sua situação processual;
causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descum-
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de
adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas; primento dos princípios norteadores das atividades de proteção es-
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos pecífica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência
adolescentes;
XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanha- TÍTULO II
mento de egressos; DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da
cidadania àqueles que não os tiverem; CAPÍTULO I
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e cir- DISPOSIÇÕES GERAIS
cunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou
responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente
da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento. ameaçados ou violados:
§ 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes des- I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
te artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento ins- II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
titucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) III - em razão de sua conduta.
Vigência

240
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO II direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma


DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
gência
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser apli- XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescen-
cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual- te, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de
quer tempo. pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as ne- direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da me-
cessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao forta- dida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
lecimento dos vínculos familiares e comunitários. devidamente considerada pela autoridade judiciária competente,
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.(Incluído
das medidas:(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direi- Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art.
tos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as
nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluí- seguintes medidas:
do pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de responsabilidade;
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à pro- II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
teção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adoles- III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento
centes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência oficial de ensino fundamental;
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescen- de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adoles-
tes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta cente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e soli- V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátri-
dária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipaliza- co, em regime hospitalar ou ambulatorial;
ção do atendimento e da possibilidade da execução de programas VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
2009) Vigência VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a inter- 12.010, de 2009) Vigência
venção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação
criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de tran-
e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, sição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para
direito à imagem e reserva da sua vida privada;(Incluído pela Lei nº colocação em família substituta, não implicando privação de liber-
12.010, de 2009) Vigência dade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades com- § 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para
petentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja co- proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên-
nhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida ex- adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da au-
clusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indis- toridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministé-
pensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança rio Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento
e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.(Incluído pela
necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
adolescente se encontram no momento em que a decisão é toma- § 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser encami-
da; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nhados às instituições que executam programas de acolhimento
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de
de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga-
o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência toriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010,
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na prote- de 2009) Vigência
ção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às me- I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou
didas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou de seu responsável, se conhecidos;(Incluído pela Lei nº 12.010, de
extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integra- 2009) Vigência
ção em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, pontos de referência;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de com- III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-
preensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus -los sob sua guarda;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

241
LEGISLAÇÃO

IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
familiar.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas so-
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ado- bre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar
lescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento e institucional sob sua responsabilidade, com informações porme-
institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendi- norizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as pro-
mento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de vidências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em
ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judi- família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art.
ciária competente, caso em que também deverá contemplar sua 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
colocação em família substituta, observadas as regras e princípios § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con-
desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos
§ 5o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistên-
da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e levará cia Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de
em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças e
dos pais ou do responsável.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período
Vigência de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei nº
§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei nº
nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos ele-
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a mentos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que
trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, go-
com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por
zando de absoluta prioridade.
expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a
§ 3o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado
serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob dire-
procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme
ta supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010,
previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído
de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local § 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é dispen-
mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo
do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a ne- Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do
cessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for
de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhido. Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer
§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o res- tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos de
ponsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em § 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida
igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e
§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração a certidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de
da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca- 2016)
minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação,
apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao TÍTULO III
Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política mu- CAPÍTULO I
nicipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destitui- DISPOSIÇÕES GERAIS
ção do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda.(Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de crime ou contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito
15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição do po-
anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
der familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considera-
complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajui-
da a idade do adolescente à data do fato.
zamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponde-
rão as medidas previstas no art. 101.

242
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO II § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua


DOS DIREITOS INDIVIDUAIS capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infra-
ção.
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fun- prestação de trabalho forçado.
damentada da autoridade judiciária competente. § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos mental receberão tratamento individual e especializado, em local
responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de adequado às suas condições.
seus direitos. Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde
se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI
judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria
ele indicada. e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão,
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res- nos termos do art. 127.
ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina- que houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.
da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear- SEÇÃO II
-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada DA ADVERTÊNCIA
a necessidade imperiosa da medida.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será sub- Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que
metido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de prote- será reduzida a termo e assinada.
ção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida
fundada. SEÇÃO III
DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO
CAPÍTULO III
DAS GARANTIAS PROCESSUAIS Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos pa-
trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou,
sem o devido processo legal. por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se- Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida
guintes garantias: poderá ser substituída por outra adequada.
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracio-
nal, mediante citação ou meio equivalente; SEÇÃO IV
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias
à sua defesa; Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na re-
III - defesa técnica por advogado; alização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
na forma da lei; escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em pro-
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade com- gramas comunitários ou governamentais.
petente; Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as apti-
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável dões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada má-
em qualquer fase do procedimento. xima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou
em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à
CAPÍTULO IV jornada normal de trabalho.
DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS
SEÇÃO V
SEÇÃO I DA LIBERDADE ASSISTIDA
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afi-
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade gurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: e orientar o adolescente.
I - advertência; § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompa-
II - obrigação de reparar o dano; nhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou pro-
III - prestação de serviços à comunidade; grama de atendimento.
IV - liberdade assistida; § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de
V - inserção em regime de semi-liberdade; seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada
VI - internação em estabelecimento educacional; ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. Público e o defensor.

243
LEGISLAÇÃO

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo
autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada
outros: judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei
I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne- nº 12.594, de 2012) (Vide)
cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, haven-
oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; do outra medida adequada.
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex-
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com-
e de sua inserção no mercado de trabalho; pleição física e gravidade da infração.
IV - apresentar relatório do caso. Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, en-
tre outros, os seguintes:
SEÇÃO VI I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Minis-
DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE tério Público;
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, IV - ser informado de sua situação processual, sempre que so-
possibilitada a realização de atividades externas, independente- licitada;
mente de autorização judicial. V - ser tratado com respeito e dignidade;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, de- VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
vendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
na comunidade. VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
no que couber, as disposições relativas à internação. IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes-
soal;
SEÇÃO VII X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e
DA INTERNAÇÃO salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização;
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e des-
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri- de que assim o deseje;
tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local
judicial em contrário. seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven-
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua tura depositados em poder da entidade;
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos
máximo a cada seis meses. pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
excederá a três anos. § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamen-
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o te a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-li- sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do ado-
berdade ou de liberdade assistida. lescente.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e men-
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de tal dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de con-
autorização judicial, ouvido o Ministério Público. tenção e segurança.
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela CAPÍTULO V
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) DA REMISSÃO
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quan-
do: Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apu-
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave amea- ração de ato infracional, o representante do Ministério Público po-
ça ou violência a pessoa; derá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo,
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou
anteriormente imposta. menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da re-
missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extin-
ção do processo.

244
LEGISLAÇÃO

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe- III - residir no município.
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e
efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o
regime de semi-liberdade e a internação. direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres- 2012)
so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3
Público. (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº
12.696, de 2012)
TÍTULO IV III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comu- do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funciona-
nitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada mento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continu-
pela Lei nº 13.257, de 2016) ada dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696,
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, de 2012)
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro consti-
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; tuirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idonei-
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; dade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua
frequência e aproveitamento escolar; CAPÍTULO II
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a trata- DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
mento especializado;
VII - advertência; Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
VIII - perda da guarda;
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
IX - destituição da tutela;
nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a
X - suspensão ou destituição do poder familiar. (Expressão
VII;
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos inci-
sos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24. medidas previstas no art. 129, I a VII;
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou III - promover a execução de suas decisões, podendo para tan-
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade ju- to:
diciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,
do agressor da moradia comum. serviço social, previdência, trabalho e segurança;
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de des-
provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adoles- cumprimento injustificado de suas deliberações.
cente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que cons-
2011) titua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança
ou adolescente;
TÍTULO V V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua compe-
DO CONSELHO TUTELAR tência;
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judi-
CAPÍTULO I ciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente
DISPOSIÇÕES GERAIS autor de ato infracional;
VII - expedir notificações;
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança
não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumpri- ou adolescente quando necessário;
mento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei. IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro-
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrati- posta orçamentária para planos e programas de atendimento dos
va do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar direitos da criança e do adolescente;
como órgão integrante da administração pública local, composto X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a viola-
de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para manda- ção dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição
to de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos Federal;
de escolha.(Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019)
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibili-
serão exigidos os seguintes requisitos:
dades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família
I - reconhecida idoneidade moral;
natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - idade superior a vinte e um anos;

245
LEGISLAÇÃO

XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profis- TÍTULO VI


sionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento DO ACESSO À JUSTIÇA
de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído
pela Lei nº 13.046, de 2014) CAPÍTULO I
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conse- DISPOSIÇÕES GERAIS
lho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar,
comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando- Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à
-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as provi- Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por
dências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da qualquer de seus órgãos.
família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância
interesse. e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a
hipótese de litigância de má-fé.
CAPÍTULO III Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados
DA COMPETÊNCIA e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos
por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência processual.
constante do art. 147. Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial
à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidi-
CAPÍTULO IV rem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de re-
DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS presentação ou assistência legal ainda que eventual.
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e ad-
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho ministrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se
Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a res- atribua autoria de ato infracional.
ponsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não pode-
Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público. (Redação dada rá identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, refe-
pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) rência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive,
§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar iniciais do nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764,
ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada 4 de 12.11.2003)
(quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano sub- Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se
sequente ao da eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade
de 2012) judiciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a
§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de finalidade.
janeiro do ano subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela
Lei nº 12.696, de 2012) CAPÍTULO II
§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho Tute- DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
lar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao
eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive SEÇÃO I
brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO V Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas


DOS IMPEDIMENTOS especializadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao
Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido habitantes, dotá-las de infraestrutura e dispor sobre o atendimen-
e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, ir- to, inclusive em plantões.
mãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
madrasta e enteado. SEÇÃO II
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na DO JUIZ
forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao repre-
sentante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infân-
e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital. cia e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da
lei de organização judiciária local.
Art. 147. A competência será determinada:
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à fal-
ta dos pais ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autorida-
de do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão,
continência e prevenção.

246
LEGISLAÇÃO

§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autorida- b) as peculiaridades locais;


de competente da residência dos pais ou responsável, ou do local c) a existência de instalações adequadas;
onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. d) o tipo de frequência habitual ao local;
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão si- e) a adequação do ambiente a eventual participação ou frequ-
multânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, ência de crianças e adolescentes;
será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judi- f) a natureza do espetáculo.
ciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sen- § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deve-
tença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do rão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de
respectivo estado. caráter geral.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
para: SEÇÃO III
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério DOS SERVIÇOS AUXILIARES
Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente,
aplicando as medidas cabíveis; Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua pro-
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção posta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe
do processo; interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; Juventude.
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer
disposto no art. 209; subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiên-
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em enti- cia, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orien-
dades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis; tação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifesta-
contra norma de proteção à criança ou adolescente; ção do ponto de vista técnico.
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores pú-
aplicando as medidas cabíveis. blicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis pela realização
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras espécies de ava-
nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infân- liações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação judicial,
cia e da Juventude para o fim de: a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito, nos
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Códi-
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda go de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão substituída pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência CAPÍTULO III
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento; DOS PROCEDIMENTOS
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou
materna, em relação ao exercício do poder familiar; (Expressão SEÇÃO I
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência DISPOSIÇÕES GERAIS
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando fal-
tarem os pais; Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se
f) designar curador especial em casos de apresentação de quei- subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação proces-
xa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou ex- sual pertinente.
trajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente; § 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade
g) conhecer de ações de alimentos; absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais
dos registros de nascimento e óbito. a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus
de portaria, ou autorizar, mediante alvará: procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia do
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desa- começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro
companhado dos pais ou responsável, em: para a Fazenda Pública e o Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
a) estádio, ginásio e campo desportivo; 13.509, de 2017)
b) bailes ou promoções dançantes; Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder
c) boate ou congêneres; a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judici-
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; ária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providências
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão. necessárias, ouvido o Ministério Público.
II - a participação de criança e adolescente em: Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o
a) espetáculos públicos e seus ensaios; fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua família de
b) certames de beleza. origem e em outros procedimentos necessariamente contenciosos.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciá- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ria levará em conta, dentre outros fatores: Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
a) os princípios desta Lei;

247
LEGISLAÇÃO

SEÇÃO II Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberda-


DA PERDA E DA SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR de, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação
(EXPRESSÃO SUBSTITUÍDA PELA LEI Nº 12.010, DE 2009) pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela
VIGÊNCIA Lei nº 12.962, de 2014)
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do po- de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de docu-
der familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de mento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das par-
quem tenha legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei nº tes ou do Ministério Público.
12.010, de 2009) Vigência Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluí-
Art. 156. A petição inicial indicará: do o estudo social ou a perícia realizada por equipe interprofissio-
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; nal ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do reque- ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o
rente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de requerente, e decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº
pedido formulado por representante do Ministério Público; 13.509, de 2017)
III - a exposição sumária do fato e o pedido; § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de testemu-
rol de testemunhas e documentos. nhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judici-
ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da
ária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), ou no art. 24
familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea,
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
mediante termo de responsabilidade. (Expressão substituída pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será
§ 1o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determi- obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou
nará, concomitantemente ao despacho de citação e independen- adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
temente de requerimento do interessado, a realização de estudo compreensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela Lei nº
social ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar 12.010, de 2009) Vigência
para comprovar a presença de uma das causas de suspensão ou § 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem iden-
destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art. tificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os casos de
101 desta Lei, e observada a Lei no 13.431, de 4 de abril de 2017. não comparecimento perante a Justiça quando devidamente cita-
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) dos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a auto-
ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe interprofissional ou ridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Incluído
multidisciplinar referida no § 1o deste artigo, de representantes pela Lei nº 12.962, de 2014)
do órgão federal responsável pela política indigenista, observado Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará
o disposto no § 6o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509, vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando
de 2017) este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instru-
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, ção e julgamento.
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. § 2o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público,
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer
para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pesso- sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público,
almente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10
§ 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver pro- (dez) minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
curado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, § 3o A decisão será proferida na audiência, podendo a autori-
deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa
dade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura
da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que vol-
no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
tará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos
2017)
do art. 252 e seguintes da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
§ 4o Quando o procedimento de destituição de poder familiar
(Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local in- for iniciado pelo Ministério Público, não haverá necessidade de no-
certo ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) meação de curador especial em favor da criança ou adolescente.
dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a lo- (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
calização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notó-
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, po- ria inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços
derá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual para preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação
incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir em família substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
da intimação do despacho de nomeação.

248
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspen- § 5o O consentimento é retratável até a data da realização da
são do poder familiar será averbada à margem do registro de nas- audiência especificada no § 1o deste artigo, e os pais podem exer-
cimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, cer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de
de 2009) Vigência prolação da sentença de extinção do poder familiar. (Redação dada
SEÇÃO III pela Lei nº 13.509, de 2017)
DA DESTITUIÇÃO DA TUTELA § 6o O consentimento somente terá valor se for dado após o
nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimen- gência
to para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que § 7o A família natural e a família substituta receberão a devi-
couber, o disposto na seção anterior. da orientação por intermédio de equipe técnica interprofissional
a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
SEÇÃO IV com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política mu-
DA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA nicipal de garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de coloca- Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
ção em família substituta: das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual côn- estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional,
juge, ou companheiro, com expressa anuência deste; decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, especifi- Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou
cando se tem ou não parente vivo; do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será entregue
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus ao interessado, mediante termo de responsabilidade. (Incluído pela
pais, se conhecidos; Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexan- Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e
do, se possível, uma cópia da respectiva certidão; ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendi- vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, de-
mentos relativos à criança ou ao adolescente. cidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a per-
da ou a suspensão do poder familiar constituir pressuposto lógico
também os requisitos específicos.
da medida principal de colocação em família substituta, será ob-
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou
servado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III
suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente
deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser for-
Vigência
mulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos pró-
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá
prios requerentes, dispensada a assistência de advogado. (Redação
ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
disposto no art. 35.
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o dis-
dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
posto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devi- Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob
damente assistidas por advogado ou por defensor público, para a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar
verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10 será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este res-
(dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega ponsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº
da criança em juízo, tomando por termo as declarações; e (Incluído 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 13.509, de 2017)
II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei nº SEÇÃO V
13.509, de 2017) DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A ADOLES-
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será CENTE
precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe
interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial, Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial
no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infra-
§ 3o São garantidos a livre manifestação de vontade dos de- cional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial compe-
tentores do poder familiar e o direito ao sigilo das informações. tente.
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada
§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá validade para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infra-
se não for ratificado na audiência a que se refere o § 1o deste arti- cional praticado em coautoria com maior, prevalecerá a atribuição
go. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) da repartição especializada, que, após as providências necessárias
e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial pró-
pria.

249
LEGISLAÇÃO

Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido me- II - conceder a remissão;
diante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, III - representar à autoridade judiciária para aplicação de me-
sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, de- dida sócio-educativa.
verá: Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o ado- remissão pelo representante do Ministério Público, mediante ter-
lescente; mo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão
II - apreender o produto e os instrumentos da infração; conclusos à autoridade judiciária para homologação.
III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprova- § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade
ção da materialidade e autoria da infração. judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medi-
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura da.
do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência circuns- § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos au-
tanciada. tos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamen-
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o tado, e este oferecerá representação, designará outro membro do
adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento
sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresen- ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada
tação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, a homologar.
sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministé-
pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o rio Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão,
adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segu- oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a ins-
rança pessoal ou manutenção da ordem pública. tauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educati-
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial enca- va que se afigurar a mais adequada.
minhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério § 1º A representação será oferecida por petição, que conte-
Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim rá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e,
de ocorrência. quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, § 2º A representação independe de prova pré-constituída da
que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no autoria e materialidade.
prazo de vinte e quatro horas. Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendi- procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente,
mento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de será de quarenta e cinco dias.
repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apre- Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária
sentação em dependência separada da destinada a maiores, não designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo,
podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no pa-
desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, ob-
rágrafo anterior.
servado o disposto no art. 108 e parágrafo.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientifica-
encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Públi-
dos do teor da representação, e notificados a comparecer à audiên-
co cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
cia, acompanhados de advogado.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autori-
de participação de adolescente na prática de ato infracional, a au-
dade judiciária dará curador especial ao adolescente.
toridade policial encaminhará ao representante do Ministério Pú-
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judici-
blico relatório das investigações e demais documentos.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato in- ária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o so-
fracional não poderá ser conduzido ou transportado em compar- brestamento do feito, até a efetiva apresentação.
timento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua
sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.
mental, sob pena de responsabilidade. Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Mi- judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
nistério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, § 1º Inexistindo na comarca entidade com as características de-
boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados finidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente trans-
pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do ferido para a localidade mais próxima.
adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente
em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemu- aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção
nhas. isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o represen- ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsa-
tante do Ministério Público notificará os pais ou responsável para bilidade.
apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsá-
polícias civil e militar. vel, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, poden-
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo ante- do solicitar opinião de profissional qualificado.
rior, o representante do Ministério Público poderá: § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão,
I - promover o arquivamento dos autos; ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão.

250
LEGISLAÇÃO

§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou
internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a autorida- representação de delegado de polícia e conterá a demonstração de
de judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou
constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de
em continuação, podendo determinar a realização de diligências e conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pesso-
estudo do caso. as; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem pre-
de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defe- juízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720
sa prévia e rol de testemunhas. (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessi-
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas dade, a critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº 13.441,
arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as dili- de 2017)
gências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada § 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requi-
a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sitar relatórios parciais da operação de infiltração antes do término
sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, pror- do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste artigo. (Incluído pela
rogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em Lei nº 13.441, de 2017)
seguida proferirá decisão. § 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo,
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não com- consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
parecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autori- I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, iní-
dade judiciária designará nova data, determinando sua condução cio, término, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utili-
coercitiva. zado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441,
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do de 2017)
processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, II – dados cadastrais: informações referentes a nome e ende-
antes da sentença. reço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado para a
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código
desde que reconheça na sentença: de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão.
I - estar provada a inexistência do fato; § 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será
II - não haver prova da existência do fato; admitida se a prova puder ser obtida por outros meios. (Incluído
III - não constituir o fato ato infracional; pela Lei nº 13.441, de 2017)
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão
ato infracional. encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adoles- medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
cente internado, será imediatamente colocado em liberdade. 2017)
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de inter- Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos
nação ou regime de semi-liberdade será feita: autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado
I - ao adolescente e ao seu defensor; de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
responsável, sem prejuízo do defensor. Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua iden-
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unica- tidade para, por meio da internet, colher indícios de autoria e ma-
mente na pessoa do defensor. terialidade dos crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B,
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e218-B
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
SEÇÃO V-A Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de ob-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.441, DE 2017) servar a estrita finalidade da investigação responderá pelos exces-
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA PARA A INVESTI- sos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
GAÇÃO DE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DE CRIAN- Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão
ÇA E DE ADOLESCENTE” incluir nos bancos de dados próprios, mediante procedimento si-
giloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessá-
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com rias à efetividade da identidade fictícia criada. (Incluído pela Lei nº
o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 13.441, de 2017)
241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Se-
e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código ção será numerado e tombado em livro específico. (Incluído pela
Penal), obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei nº 13.441, Lei nº 13.441, de 2017)
de 2017) Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrôni-
I – será precedida de autorização judicial devidamente circuns- cos praticados durante a operação deverão ser registrados, grava-
tanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltra- dos, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público,
ção para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído juntamente com relatório circunstanciado. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 13.441, de 2017) 13.441, de 2017)

251
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na
caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e apensados presença do requerido;
ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegu- II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado,
rando-se a preservação da identidade do agente policial infiltrado e que entregará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou
a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído a seu representante legal, lavrando certidão;
pela Lei nº 13.441, de 2017) III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encon-
trado o requerido ou seu representante legal;
SEÇÃO VI IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabi-
DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES do o paradeiro do requerido ou de seu representante legal.
EM ENTIDADE DE ATENDIMENTO Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a au-
toridade judiciária dará vista dos autos do Ministério Público, por
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em cinco dias, decidindo em igual prazo.
entidade governamental e não-governamental terá início mediante Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária pro-
portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério cederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário,
Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, re- designará audiência de instrução e julgamento. (Vide Lei nº 12.010,
sumo dos fatos. de 2009) Vigência
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão suces-
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o sivamente o Ministério Público e o procurador do requerido, pelo
afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez,
fundamentada. a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá sen-
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de tença.
dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e
indicar as provas a produzir. SEÇÃO VIII
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a (INCLUÍDA PELA LEI Nº 12.010, DE 2009) VIGÊNCIA
autoridade judiciária designará audiência de instrução e julgamen- DA HABILITAÇÃO DE PRETENDENTES À ADOÇÃO
to, intimando as partes.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil,
Público terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a apresentarão petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº
autoridade judiciária em igual prazo.
12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de
I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária ofi-
Vigência
ciará à autoridade administrativa imediatamente superior ao afas-
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
tado, marcando prazo para a substituição.
gência
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judi-
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casa-
ciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verifi-
mento, ou declaração relativa ao período de união estável; (Incluí-
cadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julga-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mento de mérito.
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
entidade ou programa de atendimento. V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
SEÇÃO VII VI - atestados de sanidade física e mental; (Incluído pela Lei nº
DA APURAÇÃO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA ÀS 12.010, de 2009) Vigência
NORMAS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade admi- 12.010, de 2009) Vigência
nistrativa por infração às normas de proteção à criança e ao ado- VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei
lescente terá início por representação do Ministério Público, ou do nº 12.010, de 2009) Vigência
Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efe- Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e
tivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas testemunhas, oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no pra-
se possível. zo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, pode- Vigência
rão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe in-
circunstâncias da infração. terprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que se
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos Vigência
do retardamento. II - requerer a designação de audiência para oitiva dos pos-
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação tulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de defesa, contado da data da intimação, que será feita: 2009) Vigência

252
LEGISLAÇÃO

III - requerer a juntada de documentos complementares e a § 3o Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção,
realização de outras diligências que entender necessárias. (Incluído será dispensável a renovação da habilitação, bastando a avaliação
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência por equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe inter- § 4o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à ado-
profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que ção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhi-
deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que do, haverá reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei
permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o nº 13.509, de 2017)
exercício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz § 5o A desistência do pretendente em relação à guarda para
dos requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente depois
de 2009) Vigência do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua
§ 1o É obrigatória a participação dos postulantes em programa exclusão dos cadastros de adoção (Incluído pela Lei nº 13.509, de
oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmen- 2017)
te com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à
municipal de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual pe-
de apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da ríodo, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
Infância e da Juventude, que inclua preparação psicológica, orien- (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
tação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adoles-
centes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades CAPÍTULO IV
específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação dada pela Lei DOS RECURSOS
nº 13.509, de 2017)
§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigató- Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da
ria da preparação referida no § 1o deste artigo incluirá o contato Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioe-
com crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou ducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 de
institucional, a ser realizado sob orientação, supervisão e avaliação janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adap-
da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e dos gru- tações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
pos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo I - os recursos serão interpostos independentemente de pre-
programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução paro;
da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10
§ 3o É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhi- (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dos institucionalmente ou por família acolhedora sejam prepara- III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão
dos por equipe interprofissional antes da inclusão em família adoti- revisor;
va. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciá- VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ria, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das dili- VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior ins-
gências requeridas pelo Ministério Público e determinará a juntada tância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo,
do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, manten-
instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- do ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
gência VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão reme-
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sen- terá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte
do essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a juntada e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente;
do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministé- se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso
rio Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dias, contados da intimação.
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149
nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convoca- caberá recurso de apelação.
ção para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de ha- Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito des-
bilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes de logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclusiva-
adotáveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacio-
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá nal ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses ao adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser
12.010, de 2009) Vigência recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
§ 2o A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo de 2009) Vigência
trienalmente mediante avaliação por equipe interprofissional. (Re-
dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

253
LEGISLAÇÃO

Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas
destituição de poder familiar, em face da relevância das questões, corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos
serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imedia- interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao
tamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer adolescente;
situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por
julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério Públi- infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à
co. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para penal do infrator, quando cabível;
julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendi-
conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de
julgamento e poderá na sessão, se entender necessário, apresen- irregularidades porventura verificadas;
tar oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos ser-
Vigência viços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência social,
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições.
de procedimento para apuração de responsabilidades se constatar § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis
o descumprimento das providências e do prazo previstos nos arti- previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó-
gos anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência teses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem ou-
CAPÍTULO V tras, desde que compatíveis com a finalidade do Ministério Público.
DO MINISTÉRIO PÚBLICO § 3º O representante do Ministério Público, no exercício de
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre crian-
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei ça ou adolescente.
serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica. § 4º O representante do Ministério Público será responsável
Art. 201. Compete ao Ministério Público: pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar,
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo; nas hipóteses legais de sigilo.
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às in- § 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII
frações atribuídas a adolescentes; deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os proce-
competente procedimento, sob sua presidência;
dimentos de suspensão e destituição do poder familiar, nomeação
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade re-
e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em
clamada, em dia, local e horário previamente notificados ou acer-
todos os demais procedimentos da competência da Justiça da In-
tados;
fância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços pú-
de 2009) Vigência
blicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente,
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a
fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de con-
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte,
tas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens de
atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos
crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98; e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a prote- autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer
ção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infân- diligências, usando os recursos cabíveis.
cia e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II, Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso,
da Constituição Federal; será feita pessoalmente.
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los: Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclareci- a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a re-
mentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar querimento de qualquer interessado.
condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar; Art. 205. As manifestações processuais do representante do
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de Ministério Público deverão ser fundamentadas.
autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di-
reta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências in- CAPÍTULO VI
vestigatórias; DO ADVOGADO
c) requisitar informações e documentos a particulares e insti-
tuições privadas; Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável,
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide
e determinar a instauração de inquérito policial, para apuração de poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através
ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude; de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmen-
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais te ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e
judiciais e extrajudiciais cabíveis; gratuita àqueles que dela necessitarem.

254
LEGISLAÇÃO

Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no
ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será processado foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo
sem defensor. juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalva-
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado das a competência da Justiça Federal e a competência originária
pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de dos tribunais superiores.
sua preferência. Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente:
nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda I - o Ministério Público;
que provisoriamente, ou para o só efeito do ato. II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar territórios;
de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um
ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária. ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte-
resses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização
CAPÍTULO VII da assembleia, se houver prévia autorização estatutária.
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES § 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios
INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e direitos
de que cuida esta Lei.
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de res- § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por asso-
ponsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá
adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular: assumir a titularidade ativa.
(Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
I - do ensino obrigatório; interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi-
II - de atendimento educacional especializado aos portadores gências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
de deficiência; Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016) § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do edu- Código de Processo Civil.
cando; § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
V - de programas suplementares de oferta de material didáti- agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder pú-
co-escolar, transporte e assistência à saúde do educando do ensino blico, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá
fundamental; ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à famí- de segurança.
lia, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao ampa- Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obri-
ro às crianças e adolescentes que dele necessitem; gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da
VII - de acesso às ações e serviços de saúde; obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes prático equivalente ao do adimplemento.
privados de liberdade. § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e pro- justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando
moção social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito
o réu.
à convivência familiar por crianças e adolescentes. (Incluído pela
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedi-
X - de programas de atendimento para a execução das medidas
do do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixan-
socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído pela
do prazo razoável para o cumprimento do preceito.
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado
XI - de políticas e programas integrados de atendimento à
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em
criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência.(Inclu-
que se houver configurado o descumprimento.
ído pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da prote- Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo
ção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos, pró- município.
prios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição e § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em
pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida
2005) pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciati-
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou adoles- va aos demais legitimados.
centes será realizada imediatamente após notificação aos órgãos § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro fica-
competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeropor- rá depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com
tos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e correção monetária.
internacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à iden- Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
tificação do desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005) para evitar dano irreparável à parte.

255
LEGISLAÇÃO

Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser con- TÍTULO VII
denação ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças à DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão. CAPÍTULO I
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da DOS CRIMES
sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova a
execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual inicia- SEÇÃO I
tiva aos demais legitimados. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu
os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra
art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Pro- a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do
cesso Civil), quando reconhecer que a pretensão é manifestamente disposto na legislação penal.
infundada. Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinen-
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão tes ao Código de Processo Penal.
solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública in-
responsabilidade por perdas e danos. condicionada
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá Art. 227-AOs efeitos da condenação prevista no inciso I do
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
quaisquer outras despesas. (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados
provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informa- à ocorrência de reincidência.(Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019)
ções sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando- Parágrafo único.A perda do cargo, do mandato ou da função,
-lhe os elementos de convicção. nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.(Incluído
pela Lei nº 13.869. de 2019)
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais
tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura SEÇÃO II
de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as provi- DOS CRIMES EM ESPÉCIE
dências cabíveis.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá re- Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de es-
querer às autoridades competentes as certidões e informações que tabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro
julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias. das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsá-
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presi-
vel, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde
dência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organis-
constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do ne-
mo público ou particular, certidões, informações, exames ou pe-
onato:
rícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
dias úteis.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as dili-
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
gências, se convencer da inexistência de fundamento para a pro-
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabe-
positura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do
lecimento de atenção à saúde de gestante de identificar correta-
inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamenta- mente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como
damente. deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação ar- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
quivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, Parágrafo único. Se o crime é culposo:
no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público. Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de ar- Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,
quivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério públi- procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infra-
co, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com-
ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou ane- petente:
xados às peças de informação. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à
deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, conforme apreensão sem observância das formalidades legais.
dispuser o seu regimento. Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apre-
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção ensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação
de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
Público para o ajuizamento da ação. pessoa por ele indicada:
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dis- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
posições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985. Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade,
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:

256
LEGISLAÇÃO

Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distri-
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997: buir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro
ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica en-
tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: volvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 2008)
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído
Lei em benefício de adolescente privado de liberdade: pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciá- 11.829, de 2008)
ria, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das
Público no exercício de função prevista nesta Lei: fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
Pena - detenção de seis meses a dois anos. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de compu-
tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim tadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste
de colocação em lar substituto: artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa. § 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do
terceiro, mediante paga ou recompensa: serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa. conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou nº 11.829, de 2008)
efetiva a paga ou recompensa. Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio,
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de
envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
das formalidades legais ou com o fito de obter lucro: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa. Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou pela Lei nº 11.829, de 2008)
fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003) § 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pe-
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena corres- quena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo.
pondente à violência. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou re- § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a fi-
gistrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfi- nalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência
ca, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei,
11.829, de 2008) quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829,
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda- de 2008)
ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008) I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, Lei nº 11.829, de 2008)
coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua,
ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processa-
quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de mento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste
2008) parágrafo;(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete
o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) III – representante legal e funcionários responsáveis de prove-
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de dor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computado-
exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) res, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autori-
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou dade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído
de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) pela Lei nº 11.829, de 2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter
ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, pre- sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
ceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, 2008)
tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. (Incluído Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente
pela Lei nº 11.829, de 2008) em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adultera-
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou ou- ção, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer
tro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829,
envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº de 2008)
11.829, de 2008) Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda- pela Lei nº 11.829, de 2008)
ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

257
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, ex- Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18
põe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qual- (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a
quer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na praticá-la:(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qual- nº 12.015, de 2009)
quer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar § 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem
ato libidinoso:(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela
pela Lei nº 11.829, de 2008) Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído § 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumenta-
pela Lei nº 11.829, de 2008) das de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990.
cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela prati- (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
car ato libidinoso;(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o CAPÍTULO II
fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexual- DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
mente explícita.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expres- Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por esta-
são “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer belecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-es-
situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais cola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de
explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais(In- maus-tratos contra criança ou adolescente:
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
o dobro em caso de reincidência.
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de
gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição
atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III,
ou explosivo:
VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
Lei nº 10.764, de 12.11.2003) o dobro em caso de reincidência.
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização de-
que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, vida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento
bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos com- de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a crian-
ponentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação ça ou adolescente a que se atribua ato infracional:
dada pela Lei nº 13.106, de 2015) Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato o dobro em caso de reincidência.
não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106, § 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmen-
de 2015) te, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracio-
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre- nal, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos
gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampi- que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, di-
do ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, reta ou indiretamente.
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de uti- § 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora
lização indevida: de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a auto-
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. ridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais defi- a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem
nidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração como da publicação do periódico até por dois números. (Expressão
sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) declara inconstitucional pela ADIN 869-2).
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da per- Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)
da de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres ine-
Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Fe- rentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem
deração (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar:
ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nº 13.440, de 2017) Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
o dobro em caso de reincidência.
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado
o responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança
dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da
ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:(Re-
pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
dação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (In-
cluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)

258
LEGISLAÇÃO

§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que
a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do esta- deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes
belecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados
de 2009). à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
(trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá gência
sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta-
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer belecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato
meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei: encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha co-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se nhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho
o dobro em caso de reincidência. para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo pú- Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil
blico de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de pro-
espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classifica- grama oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à con-
ção: vivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o dobro em caso de reincidência. Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer repre- art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
sentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez
se recomendem: mil reais);(Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comer-
em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espe- cial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela Lei
táculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade. nº 13.106, de 2015)
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo
em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da pu-
em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar
blicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre
a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere clas-
atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do
sificado pelo órgão competente como inadequado às crianças ou
Livro II.
adolescentes admitidos ao espetáculo:
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promove-
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reinci-
rem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princí-
dência, a autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo
pios estabelecidos nesta Lei.
ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fun-
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de pro- dos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital,
gramação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas
pelo órgão competente: integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os se-
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso guintes limites:(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha- I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado
mento do estabelecimento por até quinze dias. pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e(Reda-
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 des- ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ta Lei: II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando- pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o dispos-
-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da to no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997.(Redação
revista ou publicação. dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o em- § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997)
presário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de crian- § 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com
ça ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais
no espetáculo: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha- Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comu-
mento do estabelecimento por até quinze dias. nitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Redação dada
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
instalação e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e
no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

259
LEGISLAÇÃO

§ 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direi- § 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no
tos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por § 3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando
meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto
receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos
acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e legais previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
para programas de atenção integral à primeira infância em áreas (Vide)
de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade. § 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na De-
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) claração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-ca-
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Eco- lendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da
nomia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprovação Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional
das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (Incluído concomitantemente com a opção de que trata o caput, respeitado
pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594,
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a for- de 2012) (Vide)
ma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá
da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas
§ 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, que apuram o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº
de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I do 12.594, de 2012) (Vide)
caput: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído pela
em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do pe-
II - não poderá ser computada como despesa operacional na ríodo a que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº
apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem
2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594,
II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste de 2012) (Vide)
Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser
§ 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os depositadas em conta específica, em instituição financeira pública,
seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na decla- vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído
ração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído cional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em fa-
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) vor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente
§ 2o A dedução de que trata o caput: (Incluído pela Lei nº do Conselho correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto so- I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
bre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do caput (Vide)
do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e ende-
reço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº 12.594,
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doa-
de 2012) (Vide)
dor; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594,
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído
de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide)
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº
§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser
12.594, de 2012) (Vide)
emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês
III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº
a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide) § 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vi- a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou
gor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) em relação anexa ao comprovante, informando também se houve
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (Inclu-
vencimento da primeira quota ou quota única do imposto, obser- ído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
vadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá:
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documenta-
ção hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

260
LEGISLAÇÃO

II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pes- recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
soa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) cional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594,
III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comar-
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declara- ca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais refe-
ção do imposto de renda, desde que não exceda o valor de merca- ridos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
do; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) (Vide)
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial pro-
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será posta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a reque-
considerado na determinação do valor dos bens doados, exceto se rimento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei
o leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal
260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico con-
(cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a Re- tendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do
ceita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com a indi-
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das cação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na- bancárias específicas mantidas em instituições financeiras públicas,
cional, estaduais, distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei nº destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído
12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as
a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-
(Vide) K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da crian-
nº 12.594, de 2012) (Vide) ça e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados
Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a en-
dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) tidade.
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados
(Vide) e municípios, e os estados aos municípios, os recursos referentes
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam
bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações pre- seus respectivos níveis.
vistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as
conhecimento do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judi-
12.594, de 2012) (Vide) ciária.
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles- Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940
cente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão ampla- (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
mente à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 1) Art. 121 ............................................................
I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594, § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço,
de 2012) (Vide) se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendi- arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
mento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge
2012) (Vide) para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem be- é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
neficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do menor de catorze anos.
Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído 2) Art. 129 ...............................................................
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) § 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário hipóteses do art. 121, § 4º.
e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por § 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 3) Art. 136.................................................................
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de dados contra pessoa menor de catorze anos.
do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; e (In- 4) Art. 213 ..................................................................
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.

261
LEGISLAÇÃO

5) Art. 214................................................................... Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia,


Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos: orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e reli-
Pena - reclusão de três a nove anos.» gião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver
1973, fica acrescido do seguinte item: sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoa-
“Art. 102 .................................................................... mento moral, intelectual e social.
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “ Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimen-
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e tação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao es-
mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular porte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade,
do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da § 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir
criança e do adolescente. os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésti-
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divul- cas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negli-
gação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comu- gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
nicação social. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) § 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as con-
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será vei- dições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados
culada em linguagem clara, compreensível e adequada a crianças no caput.
e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins
(seis) anos. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições pecu-
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publi-
liares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
cação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser
promovidas atividades e campanhas de divulgação e esclarecimen- TÍTULO II
tos acerca do disposto nesta Lei. DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de 10 CAPÍTULO I
de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições DISPOSIÇÕES GERAIS
em contrário.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica
e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psi-
LEI FEDERAL Nº 11.340, DE 07 DE AGOSTO DE 2006 - LEI cológico e dano moral ou patrimonial:(Vide Lei complementar nº
MARIA DA PENHA 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo
familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade
contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente
sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar con- de coabitação.
tra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo
Lei de Execução Penal; e dá outras providências. independem de orientação sexual.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Na- Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher consti-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: tui uma das formas de violação dos direitos humanos.
TÍTULO I
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CON-
TRA A MULHER
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a vio-
lência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do§ 8º do
art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a
de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção mulher, entre outras:
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra I - a violência física, entendida como qualquer conduta que
a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela Re- ofenda sua integridade ou saúde corporal;
pública Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de II - a violência psicológica, entendida como qualquer condu-
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medi- ta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou
das de assistência e proteção às mulheres em situação de violência que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que
doméstica e familiar. vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças

262
LEGISLAÇÃO

e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, ma- VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da
nipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais per-
insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, ex- tencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às
ploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio questões de gênero e de raça ou etnia;
que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodetermina- VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem
ção;(Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018) valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;
a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexu- IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de
al não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüida-
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, de de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência domés-
a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contra- tica e familiar contra a mulher.
ceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipula- CAPÍTULO II
ção; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
reprodutivos; DOMÉSTICA E FAMILIAR
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer condu-
ta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência domés-
de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, tica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os prin-
bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os desti- cípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social,
nados a satisfazer suas necessidades; no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública,
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que
entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergen-
configure calúnia, difamação ou injúria.
cialmente quando for o caso.
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher
TÍTULO III
em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de pro-
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR gramas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
CAPÍTULO I § 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência do-
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO méstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicoló-
gica:
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, inte-
e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto arti- grante da administração direta ou indireta;
culado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o
Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes: afastamento do local de trabalho, por até seis meses.
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o
Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação
assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação; judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras de união estável perante o juízo competente. (Incluído pela Lei nº
informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou 13.894, de 2019)
etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da § 3º A assistência à mulher em situação de violência domésti-
violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematiza- ca e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do
ção de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação pe- desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de
riódica dos resultados das medidas adotadas; contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos
estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência domésti- casos de violência sexual.
ca e familiar, de acordo com o estabelecido noinciso III do art. 1º § 4ºAquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência
, noinciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher
Federal ; fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir
IV - a implementação de atendimento policial especializado ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os
para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à
custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total trata-
Mulher;
mento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar,
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de pre-
recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do
venção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas
ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem
ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e
os serviços.(Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência)
dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;
§ 5ºOs dispositivos de segurança destinados ao uso em caso
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou
de perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento das
outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos gover-
vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas
namentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo
protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor.(Vide Lei nº
por objetivo a implementação de programas de erradicação da vio-
13.871, de 2019) (Vigência)
lência doméstica e familiar contra a mulher;

263
LEGISLAÇÃO

§6ºOressarcimentode que tratam os §§4º e 5º deste artigo não II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por pro-
poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mu- fissional especializado em violência doméstica e familiar designado
lher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar- pela autoridade judiciária ou policial;(Incluído pela Lei nº 13.505,
possibilidade de substituição da pena aplicada.(Vide Lei nº 13.871, de 2017)
de 2019) (Vigência) III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou mag-
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar nético, devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito.(Incluí-
tem prioridade para matricular seus dependentes em instituição do pela Lei nº 13.505, de 2017)
de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência do-
para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos méstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras provi-
comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo dências:
de violência doméstica e familiar em curso. (Incluído pela Lei nº I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando
13.882, de 2019) de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
§ 8ºSerão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependen- II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao
tes matriculados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste Instituto Médico Legal;
artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao Minis- III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes
tério Público e aos órgãos competentes do poder público.(Incluído para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;
pela Lei nº 13.882, de 2019) IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a
retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio
CAPÍTULO III familiar;
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e
os serviços disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência do- eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de sepa-
ração judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de disso-
méstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar
lução de união estável. (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar
legais cabíveis.
contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao
policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem pre-
descumprimento de medida protetiva de urgência deferida. juízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência do- I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a
méstica e familiar o atendimento policial e pericial especializado, representação a termo, se apresentada;
ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do sexo II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento
feminino - previamente capacitados.(Incluído pela Lei nº 13.505, de do fato e de suas circunstâncias;
2017) III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de
e familiar ou de testemunha de violência doméstica, quando se tra- medidas protetivas de urgência;
tar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes:(In- IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da
cluído pela Lei nº 13.505, de 2017) ofendida e requisitar outros exames periciais necessários;
I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da V - ouvir o agressor e as testemunhas;
depoente, considerada a sua condição peculiar de pessoa em situ- VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos
ação de violência doméstica e familiar;(Incluído pela Lei nº 13.505, sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência de man-
de 2017) dado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra
II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em si- ele;
tuação de violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou pos-
terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles se de arma de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos
relacionadas;(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição res-
III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquiri- ponsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos
ções sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrati- termos daLei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do
vo, bem como questionamentos sobre a vida privada.(Incluído pela Desarmamento); (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
Lei nº 13.505, de 2017) VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência domés- juiz e ao Ministério Público.
tica e familiar ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, § 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autorida-
de policial e deverá conter:
adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento:(Incluído
I - qualificação da ofendida e do agressor;
pela Lei nº 13.505, de 2017)
II - nome e idade dos dependentes;
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicita-
para esse fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequa-
das pela ofendida.
dos à idade da mulher em situação de violência doméstica e familiar IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com
ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;(Incluído deficiência e se da violência sofrida resultou deficiência ou agrava-
pela Lei nº 13.505, de 2017) mento de deficiência preexistente.(Incluído pela Lei nº 13.836, de
2019)

264
LEGISLAÇÃO

§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referi- Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio
do no § 1º o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos ou de dissolução de união estável no Juizado de Violência Domésti-
disponíveis em posse da ofendida. ca e Familiar contra a Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou pron- § 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Do-
tuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde. méstica e Familiar contra a Mulher a pretensão relacionada à parti-
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de lha de bens. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
suas políticas e planos de atendimento à mulher em situação de § 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o
violência doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Po- ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável,
lícia Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento a ação terá preferência no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei nº
à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de 13.894, de 2019)
equipes especializadas para o atendimento e a investigação das vio- Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os proces-
lências graves contra a mulher. sos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
Art. 12-B. (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) I - do seu domicílio ou de sua residência;
§ 1º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
§ 2º (VETADO.(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) III - do domicílio do agressor.
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representa-
necessários à defesa da mulher em situação de violência doméstica ção da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à
e familiar e de seus dependentes.(Incluído pela Lei nº 13.505, de representação perante o juiz, em audiência especialmente designa-
2017) da com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à o Ministério Público.
vida ou à integridade física ou psicológica da mulher em situação de Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica
violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de
será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivên- prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que impli-
cia com a ofendida:(Redação dada pela Lei nº 14.188, de 2021) que o pagamento isolado de multa.
I - pela autoridade judicial;(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede CAPÍTULO II
de comarca; ou(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca SEÇÃO I
e não houver delegado disponível no momento da denúncia.(Inclu- DISPOSIÇÕES GERAIS
ído pela Lei nº 13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III docaputdeste artigo, o juiz Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, ca-
será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e berá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as me-
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público conco- didas protetivas de urgência;
mitantemente.(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de as-
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à sistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento
efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamen-
liberdade provisória ao preso.(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) to ou de dissolução de união estável perante o juízo competente;
(Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
TÍTULO IV III - comunicar ao Ministério Público para que adote as provi-
DOS PROCEDIMENTOS dências cabíveis.
CAPÍTULO I IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a
DISPOSIÇÕES GERAIS posse do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser conce-
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas didas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido
cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e da ofendida.
familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de § 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedi-
Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa das de imediato, independentemente de audiência das partes e de
à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente
estabelecido nesta Lei. comunicado.
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a § 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada
Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e crimi- ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo
nal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Terri- por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos
tórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução nesta Lei forem ameaçados ou violados.
das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar § 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a
contra a mulher. pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgên-
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em cia ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à prote-
horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização ção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
judiciária. Ministério Público.

265
LEGISLAÇÃO

Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que cou-
criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo ber, o disposto no caput e nos§§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869,
juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, SEÇÃO III
no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À OFENDIDA
bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi-
quem. Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de ou-
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais tras medidas:
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa ofi-
saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído cial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
ou do defensor público. II - determinar a recondução da ofendida e a de seus depen-
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou dentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
notificação ao agressor. III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo
dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
SEÇÃO II IV - determinar a separação de corpos.
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em
AGRESSOR instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou
a transferência deles para essa instituição, independentemente da
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de ime- Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade
diato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz
medidas protetivas de urgência, entre outras: poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre ou-
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com tras:
comunicação ao órgão competente, nos termos daLei nº 10.826, de I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor
22 de dezembro de 2003 ; à ofendida;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos
a ofendida; de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo ex-
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: pressa autorização judicial;
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemu- III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao
nhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor; agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial,
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por
por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência
qualquer meio de comunicação;
doméstica e familiar contra a ofendida.
c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente
integridade física e psicológica da ofendida;
para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes meno-
res, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço si-
SEÇÃO IV
milar;
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação DE URGÊNCIA
e reeducação; e(Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020) DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de
atendimento individual e/ou em grupo de apoio.(Incluído pela Lei Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas pro-
nº 13.984, de 2020) tetivas de urgência previstas nesta Lei:(Incluído pela Lei nº 13.641,
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplica- de 2018)
ção de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segu- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.(Incluído
rança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a provi- pela Lei nº 13.641, de 2018)
dência ser comunicada ao Ministério Público. § 1º A configuração do crime independe da competência ci-
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o vil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.(Incluído pela Lei nº
agressor nas condições mencionadas nocaput e incisos do art. 6º 13.641, de 2018)
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autorida-
ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas proteti- de judicial poderá conceder fiança.(Incluído pela Lei nº 13.641, de
vas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de 2018)
armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras
cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos sanções cabíveis.(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de ur-
gência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da
força policial.

266
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO III sas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra


DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada
pela legislação processual pertinente.
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas va-
nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e ras criminais, para o processo e o julgamento das causas referidas
familiar contra a mulher. no caput.
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras
atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a TÍTULO VII
mulher, quando necessário: DISPOSIÇÕES FINAIS
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de edu-
cação, de assistência social e de segurança, entre outros; Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Fa-
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de miliar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação
atendimento à mulher em situação de violência doméstica e fami- das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.
liar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios
cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas; poderão criar e promover, no limite das respectivas competências:(-
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra Vide Lei nº 14.316, de 2022)
a mulher. I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mu-
lheres e respectivos dependentes em situação de violência domés-
CAPÍTULO IV tica e familiar;
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes me-
nores em situação de violência doméstica e familiar;
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mu- III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saú-
lher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar de e centros de perícia médico-legal especializados no atendimento
acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta à mulher em situação de violência doméstica e familiar;
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência do-
Lei.
méstica e familiar;
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência do-
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.
méstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e
promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às
judicial, mediante atendimento específico e humanizado.
diretrizes e aos princípios desta Lei.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais pre-
TÍTULO V
vistos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Mi-
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
nistério Público e por associação de atuação na área, regularmente
constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser
Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe dispensado pelo juiz quando entender que não há outra entidade
de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais com representatividade adequada para o ajuizamento da demanda
especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde. coletiva.
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar
entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação contra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos ofi-
local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público ciais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema
e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audi- nacional de dados e informações relativo às mulheres.
ência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Esta-
prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e dos e do Distrito Federal poderão remeter suas informações crimi-
os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes. nais para a base de dados do Ministério da Justiça.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medi-
aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissio- da protetiva de urgência.(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
nal especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão, após
multidisciplinar. sua concessão, imediatamente registradas em banco de dados man-
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta or- tido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido
çamentária, poderá prever recursos para a criação e manutenção o acesso instantâneo do Ministério Público, da Defensoria Pública e
da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas
Diretrizes Orçamentárias. à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas.(Redação dada
TÍTULO VI Lei nº 14.310, de 2022) Vigência
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
no limite de suas competências e nos termos das respectivas leis de
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamen-
Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumula- tárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementa-
rão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as cau- ção das medidas estabelecidas nesta Lei.

267
LEGISLAÇÃO

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Na-
decorrentes dos princípios por ela adotados. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e fami-
liar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se TÍTULO I
aplica aLei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 42. Oart. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro
de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do Art. 1º É instituído o Estatuto da Pessoa Idosa, destinado a re-
seguinte inciso IV: gular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou supe-
“Art. 313. ................................................. rior a 60 (sessenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
................................................................ Art. 2º A pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de
mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios,
medidas protetivas de urgência.” (NR) todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saú-
Art. 43. Aalínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº 2.848, de física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiri-
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a tual e social, em condições de liberdade e dignidade.(Redação dada
seguinte redação: pela Lei nº 14.423, de 2022)
“Art. 61. .................................................. Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade
................................................................. e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta priori-
II - ............................................................ dade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à edu-
................................................................. cação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comu-
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência nitária.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
contra a mulher na forma da lei específica; § 1º A garantia de prioridade compreende:(Redação dada pela
........................................................... ” (NR) Lei nº 13.466, de 2017)
Art. 44. Oart. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto
1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;
“Art. 129. .................................................. II – preferência na formulação e na execução de políticas so-
.................................................................. ciais públicas específicas;
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas re-
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha lacionadas com a proteção à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domés- nº 14.423, de 2022)
ticas, de coabitação ou de hospitalidade: IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupa-
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. ção e convívio da pessoa idosa com as demais gerações;(Redação
.................................................................. dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada V – priorização do atendimento da pessoa idosa por sua pró-
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de pria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que
deficiência.” (NR) não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria
Art. 45. Oart. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei sobrevivência;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
de Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação: VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas
“Art. 152. ................................................... de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços às pessoas
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divul-
agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR) gação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biop-
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sicossociais de envelhecimento;
sua publicação. VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de as-
sistência social locais.
Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de
da República. Renda.(Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).
§ 2º Entre as pessoas idosas, é assegurada prioridade especial
aos maiores de 80 (oitenta) anos, atendendo-se suas necessidades
sempre preferencialmente em relação às demais pessoas idosas.
LEI FEDERAL Nº 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 - (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
ESTATUTO DO IDOSO Art. 4º Nenhuma pessoa idosa será objeto de qualquer tipo
de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e
todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. na forma da lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos di-
Dispõe sobre o Estatuto da Pessoa Idosa e dá outras providên- reitos da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
cias.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) § 2oAs obrigações previstas nesta Lei não excluem da preven-
ção outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

268
LEGISLAÇÃO

Art. 5oA inobservância das normas de prevenção importará Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser cele-
em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei. bradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as
Art. 6oTodo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial
competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha teste- nos termos da lei processual civil.(Redação dada pela Lei nº 11.737,
munhado ou de que tenha conhecimento. de 2008)
Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Art. 14. Se a pessoa idosa ou seus familiares não possuírem
Municipais da Pessoa Idosa, previstos naLei nº 8.842, de 4 de janei- condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao poder
ro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos da pessoa idosa, público esse provimento, no âmbito da assistência social.(Redação
definidos nesta Lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) dada pela Lei nº 14.423, de 2022)

TÍTULO II CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO À SAÚDE
CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde da pessoa ido-
sa, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe
Art. 8oO envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo
proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vi- das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e re-
gente. cuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que
Art. 9oÉ obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a prote- afetam preferencialmente as pessoas idosas.(Redação dada pela Lei
ção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públi- nº 14.423, de 2022)
cas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de § 1º A prevenção e a manutenção da saúde da pessoa idosa
dignidade. serão efetivadas por meio de:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
2022)
CAPÍTULO II I – cadastramento da população idosa em base territorial;
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especiali-
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade assegurar à pes- zado nas áreas de geriatria e gerontologia social;
soa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa huma- IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a
na e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garan- população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se loco-
tidos na Constituição e nas leis.(Redação dada pela Lei nº 14.423, mover, inclusive para as pessoas idosas abrigadas e acolhidas por
de 2022) instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventu-
§ 1oO direito à liberdade compreende, entre outros, os seguin- almente conveniadas com o poder público, nos meios urbano e ru-
tes aspectos: ral;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espa- V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para
ços comunitários, ressalvadas as restrições legais; redução das seqüelas decorrentes do agravo da saúde.
II – opinião e expressão; § 2º Incumbe ao poder público fornecer às pessoas idosas,
III – crença e culto religioso; gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continu-
IV – prática de esportes e de diversões; ado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao
V – participação na vida familiar e comunitária; tratamento, habilitação ou reabilitação.(Redação dada pela Lei nº
VI – participação na vida política, na forma da lei; 14.423, de 2022)
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. § 3º É vedada a discriminação da pessoa idosa nos planos de
§ 2oO direito ao respeito consiste na inviolabilidade da inte- saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade.
gridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da ima- (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
gem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos § 4º As pessoas idosas com deficiência ou com limitação inca-
espaços e dos objetos pessoais. pacitante terão atendimento especializado, nos termos da lei.(Re-
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade da pessoa idosa, dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
colocando-a a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, § 5º É vedado exigir o comparecimento da pessoa idosa enfer-
aterrorizante, vexatório ou constrangedor.(Redação dada pela Lei ma perante os órgãos públicos, hipótese na qual será admitido o
nº 14.423, de 2022) seguinte procedimento:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá
CAPÍTULO III o contato necessário com a pessoa idosa em sua residência; ou(Re-
DOS ALIMENTOS dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
II - quando de interesse da própria pessoa idosa, esta se fará
Art. 11. Os alimentos serão prestados à pessoa idosa na forma representar por procurador legalmente constituído.(Redação dada
da lei civil.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo a pessoa
idosa optar entre os prestadores.(Redação dada pela Lei nº 14.423,
de 2022)

269
LEGISLAÇÃO

§ 6º É assegurado à pessoa idosa enferma o atendimento do- § 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória previs-
miciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social ta nocaputdeste artigo, o disposto naLei no 6.259, de 30 de outu-
(INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de bro de 1975.(Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)
saúde, contratado ou conveniado, que integre o SUS, para expe-
dição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos CAPÍTULO V
sociais e de isenção tributária.(Redação dada pela Lei nº 14.423, DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER
de 2022)
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de 80 (oiten- Art. 20. A pessoa idosa tem direito a educação, cultura, espor-
ta) anos terão preferência especial sobre as demais pessoas idosas, te, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem
exceto em caso de emergência.(Redação dada pela Lei nº 14.423, sua peculiar condição de idade.(Redação dada pela Lei nº 14.423,
de 2022) de 2022)
Art. 16. À pessoa idosa internada ou em observação é assegu- Art. 21. O poder público criará oportunidades de acesso da pes-
rado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde propor- soa idosa à educação, adequando currículos, metodologias e mate-
cionar as condições adequadas para a sua permanência em tem- rial didático aos programas educacionais a ela destinados.(Redação
po integral, segundo o critério médico.(Redação dada pela Lei nº dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
14.423, de 2022) § 1º Os cursos especiais para pessoas idosas incluirão conteúdo
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços
pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento da tecnológicos, para sua integração à vida moderna.(Redação dada
pessoa idosa ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito. pela Lei nº 14.423, de 2022)
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) § 2º As pessoas idosas participarão das comemorações de cará-
Art. 17. À pessoa idosa que esteja no domínio de suas facul- ter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e vivên-
dades mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de cias às demais gerações, no sentido da preservação da memória e
saúde que lhe for reputado mais favorável.(Redação dada pela Lei da identidade culturais.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
nº 14.423, de 2022) Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino
Parágrafo único. Não estando a pessoa idosa em condições de formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhe-
proceder à opção, esta será feita:(Redação dada pela Lei nº 14.423, cimento, ao respeito e à valorização da pessoa idosa, de forma a
de 2022) eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.
I – pelo curador, quando a pessoa idosa for interditada;(Reda- (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 23. A participação das pessoas idosas em atividades cultu-
II – pelos familiares, quando a pessoa idosa não tiver curador rais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo me-
ou este não puder ser contactado em tempo hábil;(Redação dada nos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísti-
pela Lei nº 14.423, de 2022) cos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não aos respectivos locais.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar; Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horá-
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou fami- rios especiais voltados às pessoas idosas, com finalidade informati-
liar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério
va, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de
Público.
envelhecimento.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pes-
mínimos para o atendimento às necessidades da pessoa idosa, pro-
soas idosas, na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e
movendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim
programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por
como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda.
atividades formais e não formais. (Redação dada pela lei nº 13.535,
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
de 2017)
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência prati-
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de univer-
cada contra pessoas idosas serão objeto de notificação compulsória
pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, sidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a publicação de
bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quais- livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados à
quer dos seguintes órgãos:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de pessoa idosa, que facilitem a leitura, considerada a natural redução
2022) da capacidade visual.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
I – autoridade policial;
II – Ministério Público; CAPÍTULO VI
III – Conselho Municipal da Pessoa Idosa;(Redação dada pela DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO
Lei nº 14.423, de 2022)
IV – Conselho Estadual da Pessoa Idosa;(Redação dada pela Lei Art. 26. A pessoa idosa tem direito ao exercício de atividade
nº 14.423, de 2022) profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psí-
V – Conselho Nacional da Pessoa Idosa.(Redação dada pela Lei quicas. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
nº 14.423, de 2022) Art. 27. Na admissão da pessoa idosa em qualquer trabalho ou
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra a emprego, são vedadas a discriminação e a fixação de limite máximo
pessoa idosa qualquer ação ou omissão praticada em local público de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a
ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psi- natureza do cargo o exigir. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de
cológico.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) 2022)

270
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em con- Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro
curso público será a idade, dando-se preferência ao de idade mais da família nos termos docaputnão será computado para os fins do
elevada. cálculo da renda familiarper capitaa que se refere a Loas.
Art. 28.O Poder Público criará e estimulará programas de: Art. 35.Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar,
I – profissionalização especializada para as pessoas idosas, são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pes-
aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades regula- soa idosa abrigada.
res e remuneradas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) § 1º No caso de entidade filantrópica, ou casa-lar, é facultada a
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com cobrança de participação da pessoa idosa no custeio da entidade.
antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento so- § 2º O Conselho Municipal da Pessoa Idosa ou o Conselho Mu-
bre os direitos sociais e de cidadania; nicipal da Assistência Social estabelecerá a forma de participação
III – estímulo às empresas privadas para admissão de pessoas prevista no § 1º deste artigo, que não poderá exceder a 70% (se-
idosas ao trabalho.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) tenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de assis-
tência social percebido pela pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº
CAPÍTULO VII 14.423, de 2022)
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL § 3oSe a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante
legal firmar o contrato a que se refere ocaputdeste artigo.
Art. 29.Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Art. 36. O acolhimento de pessoas idosas em situação de risco
Geral da Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência eco-
de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os quais nômica, para os efeitos legais.(Vigência)(Redação dada pela Lei nº
incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente. 14.423, de 2022)
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção se-
rão reajustados na mesma data de reajuste do salário-mínimo,pro CAPÍTULO IX
rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do seu úl- DA HABITAÇÃO
timo reajustamento, com base em percentual definido em regula-
mento, observados os critérios estabelecidos pelaLei no 8.213, de Art. 37. A pessoa idosa tem direito a moradia digna, no seio da
24 de julho de 1991. família natural ou substituta, ou desacompanhada de seus familia-
Art. 30.A perda da condição de segurado não será considerada res, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou
para a concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa privada.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente § 1oA assistência integral na modalidade de entidade de longa
ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do be- permanência será prestada quando verificada inexistência de gru-
po familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros
nefício.
próprios ou da família.
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto
§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento à pessoa idosa
nocaputobservará o disposto nocapute§ 2o do art. 3o da Lei
fica obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de
no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários-
interdição, além de atender toda a legislação pertinente.(Redação
-de-contribuição recolhidos a partir da competência de julho de
dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
1994, o disposto noart. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
§ 3º As instituições que abrigarem pessoas idosas são obriga-
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efe-
das a manter padrões de habitação compatíveis com as necessida-
tuado com atraso por responsabilidade da Previdência Social, será
des delas, bem como provê-las com alimentação regular e higiene
atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as
benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no pe- penas da lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
ríodo compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados
do efetivo pagamento. com recursos públicos, a pessoa idosa goza de prioridade na aqui-
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1ode Maio, é a data-base sição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:(Reda-
dos aposentados e pensionistas. ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades ha-
CAPÍTULO VIII bitacionais residenciais para atendimento às pessoas idosas;(Reda-
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários vol-
Art. 33. A assistência social às pessoas idosas será prestada, tados à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para
na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), na Política Nacional da garantia de acessibilidade à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei nº
Pessoa Idosa, no SUS e nas demais normas pertinentes(Redação 14.423, de 2022)
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimen-
Art. 34. Às pessoas idosas, a partir de 65 (sessenta e cinco) tos de aposentadoria e pensão.
anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para aten-
tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 dimento a pessoas idosas devem situar-se, preferencialmente, no
(um) salário mínimo, nos termos da Loas.(Vide Decreto nº 6.214, de pavimento térreo.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
2007)(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)

271
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO X CAPÍTULO II
DO TRANSPORTE DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 39.Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica asse- Art. 44. As medidas de proteção à pessoa idosa previstas nes-
gurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e ta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e leva-
semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando rão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento
prestados paralelamente aos serviços regulares. dos vínculos familiares e comunitários.(Redação dada pela Lei nº
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que a pessoa idosa 14.423, de 2022)
apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua ida- Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43,
de.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele,
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este arti- poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
go, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para as pes- I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de
soas idosas, devidamente identificados com a placa de reservado responsabilidade;
preferencialmente para pessoas idosas.(Redação dada pela Lei nº II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
14.423, de 2022) III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime am-
§ 3oNo caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre bulatorial, hospitalar ou domiciliar;
60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legisla- IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
ção local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos orientação e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas
meios de transporte previstos nocaputdeste artigo. ou ilícitas, à própria pessoa idosa ou à pessoa de sua convivência
Art. 40.No sistema de transporte coletivo interestadual obser- que lhe cause perturbação;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
var-se-á, nos termos da legislação específica:(Regulamento)(Vide 2022)
Decreto nº 5.934, de 2006) V – abrigo em entidade;
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para pes- V – abrigo em entidade;
soas idosas com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários míni- VI – abrigo temporário.
mos;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no va- TÍTULO IV
lor das passagens, para as pessoas idosas que excederem as vagas DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO
gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários mínimos. CAPÍTULO I
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os
mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos Art. 46. A política de atendimento à pessoa idosa far-se-á por
nos incisos I e II. meio do conjunto articulado de ações governamentais e não gover-
Art. 41. É assegurada a reserva para as pessoas idosas, nos namentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacio- pios.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
namentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas Art. 47.São linhas de ação da política de atendimento:
de forma a garantir a melhor comodidade à pessoa idosa.(Redação I – políticas sociais básicas, previstas naLei no 8.842, de 4 de
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) janeiro de 1994;
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança da pessoa II – políticas e programas de assistência social, em caráter su-
idosa nos procedimentos de embarque e desembarque nos veícu- pletivo, para aqueles que necessitarem;
los do sistema de transporte coletivo.(Redação dada pela Lei nº III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas
14.423, de 2022) de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opres-
são;
TÍTULO III IV – serviço de identificação e localização de parentes ou res-
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO ponsáveis por pessoas idosas abandonados em hospitais e institui-
CAPÍTULO I ções de longa permanência;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 2022)
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direi-
Art. 43. As medidas de proteção à pessoa idosa são aplicáveis tos das pessoas idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação
violados:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) dos diversos segmentos da sociedade no atendimento da pessoa
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade
de atendimento; CAPÍTULO II
III – em razão de sua condição pessoal. DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO

Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela


manutenção das próprias unidades, observadas as normas de pla-
nejamento e execução emanadas do órgão competente da Política
Nacional da Pessoa Idosa, conforme aLei nº 8.842, de 4 de janeiro
de 1994.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)

272
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único. As entidades governamentais e não governa- XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requi-
mentais de assistência à pessoa idosa ficam sujeitas à inscrição de site os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles
seus programas perante o órgão competente da Vigilância Sanitária que não os tiverem, na forma da lei;
e o Conselho Municipal da Pessoa Idosa e, em sua falta, perante o XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que
Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os receberem das pessoas idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423,
regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:(Reda- de 2022)
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022) XV – manter arquivo de anotações no qual constem data e cir-
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de ha- cunstâncias do atendimento, nome da pessoa idosa, responsável,
bitabilidade, higiene, salubridade e segurança; parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho com- o valor de contribuições, e suas alterações, se houver, e demais da-
patíveis com os princípios desta Lei; dos que possibilitem sua identificação e a individualização do aten-
III – estar regularmente constituída; dimento;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes. XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências
Art. 49.As entidades que desenvolvam programas de institu- cabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte dos
cionalização de longa permanência adotarão os seguintes princí- familiares;
pios: XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com forma-
I – preservação dos vínculos familiares; ção específica.
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos; Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos pres-
III – manutenção da pessoa idosa na mesma instituição, salvo tadoras de serviço às pessoas idosas terão direito à assistência judi-
em caso de força maior;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) ciária gratuita.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
IV – participação da pessoa idosa nas atividades comunitárias,
CAPÍTULO III
de caráter interno e externo;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO
2022)
V – observância dos direitos e garantias das pessoas idosas;(Re-
Art. 52. As entidades governamentais e não governamentais de
dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) atendimento à pessoa idosa serão fiscalizadas pelos Conselhos da
VI – preservação da identidade da pessoa idosa e oferecimen- Pessoa Idosa, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros pre-
to de ambiente de respeito e dignidade.(Redação dada pela Lei nº vistos em lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
14.423, de 2022) Art. 53.O art. 7odaLei no 8.842, de 1994,passa a vigorar com
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de aten- a seguinte redação:
dimento à pessoa idosa responderá civil e criminalmente pelos atos “Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6odesta
que praticar em detrimento da pessoa idosa, sem prejuízo das san- Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação
ções administrativas.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias
Art. 50.Constituem obrigações das entidades de atendimento: político-administrativas.” (NR)
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com a pes- Art. 54.Será dada publicidade das prestações de contas dos
soa idosa, especificando o tipo de atendimento, as obrigações da recursos públicos e privados recebidos pelas entidades de atendi-
entidade e prestações decorrentes do contrato, com os respectivos mento.
preços, se for o caso;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 55.As entidades de atendimento que descumprirem as de-
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares as terminações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabi-
pessoas idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) lidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação penalidades, observado o devido processo legal:
suficiente; I – as entidades governamentais:
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de a) advertência;
habitabilidade; b) afastamento provisório de seus dirigentes;
V – oferecer atendimento personalizado; c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos fami- d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
liares; II – as entidades não-governamentais:
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de a) advertência;
visitas; b) multa;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
da pessoa idosa;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
e) proibição de atendimento a pessoas idosas a bem do interes-
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e
se público.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
de lazer;
§ 1º Havendo danos às pessoas idosas abrigadas ou qualquer
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de tipo de fraude em relação ao programa, caberá o afastamento pro-
acordo com suas crenças; visório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a suspensão do
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso; programa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocor- § 2oA suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas
rência de pessoa idosa com doenças infectocontagiosas;(Redação ocorrerá quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) dos recursos.

273
LEGISLAÇÃO

§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de atendimento § 2oSempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á
que coloque em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato a lavratura do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e qua-
comunicado ao Ministério Público, para as providências cabíveis, tro) horas, por motivo justificado.
inclusive para promover a suspensão das atividades ou dissolução Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresen-
da entidade, com a proibição de atendimento a pessoas idosas a tação da defesa, contado da data da intimação, que será feita:
bem do interesse público, sem prejuízo das providências a serem I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for
tomadas pela Vigilância Sanitária.(Redação dada pela Lei nº 14.423, lavrado na presença do infrator;
de 2022) II – por via postal, com aviso de recebimento.
§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a na- Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde da pessoa idosa, a
tureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela pro- autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as san-
vierem para a pessoa idosa, as circunstâncias agravantes ou ate- ções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências
nuantes e os antecedentes da entidade.(Redação dada pela Lei nº que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
14.423, de 2022) instituições legitimadas para a fiscalização.(Redação dada pela Lei
nº 14.423, de 2022)
CAPÍTULO IV Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará
à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem preju-
Art. 56.Deixar a entidade de atendimento de cumprir as deter- ízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo
minações doart. 50 desta Lei: Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
fiscalização.
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00
(três mil reais), se o fato não for caracterizado como crime, poden-
CAPÍTULO VI
do haver a interdição do estabelecimento até que sejam cumpridas
DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM ENTIDA-
as exigências legais.
DE DE ATENDIMENTO
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de
longa permanência, as pessoas idosas abrigadas serão transferidas Art. 64.Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento ad-
para outra instituição, a expensas do estabelecimento interditado, ministrativo de que trata este Capítulo as disposições dasLeis
enquanto durar a interdição.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e9.784, de 29 de janeiro de
2022) 1999.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em
estabelecimento de saúde ou instituição de longa permanência entidade governamental e não governamental de atendimento à
de comunicar à autoridade competente os casos de crimes contra pessoa idosa terá início mediante petição fundamentada de pessoa
pessoa idosa de que tiver conhecimento:(Redação dada pela Lei nº interessada ou iniciativa do Ministério Público.(Redação dada pela
14.423, de 2022) Lei nº 14.423, de 2022)
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária,
(três mil reais), aplicada em dobro no caso de reincidência. ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a provisório do dirigente da entidade ou outras medidas que julgar
prioridade no atendimento à pessoa idosa:(Redação dada pela Lei adequadas, para evitar lesão aos direitos da pessoa idosa, mediante
nº 14.423, de 2022) decisão fundamentada.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 Art. 67.O dirigente da entidade será citado para, no prazo de
(mil reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano 10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documen-
sofrido pela pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de tos e indicar as provas a produzir.
2022) Art. 68.Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformida-
de do art. 69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e
CAPÍTULO V julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção de ou-
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS tras provas.
NORMAS DE PROTEÇÃO À PESSOA IDOSA § 1oSalvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Público terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidin-
do a autoridade judiciária em igual prazo.
§ 2oEm se tratando de afastamento provisório ou definitivo de
Art. 59.Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão
dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária ofi-
atualizados anualmente, na forma da lei.
ciará a autoridade administrativa imediatamente superior ao afas-
Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade admi-
tado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para proceder
nistrativa por infração às normas de proteção à pessoa idosa terá à substituição.
início com requisição do Ministério Público ou auto de infração § 3oAntes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judi-
elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível, por 2 (duas) ciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verifi-
testemunhas.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) cadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julga-
§ 1oNo procedimento iniciado com o auto de infração poderão mento do mérito.
ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as cir- § 4oA multa e a advertência serão impostas ao dirigente da
cunstâncias da infração. entidade ou ao responsável pelo programa de atendimento.

274
LEGISLAÇÃO

TÍTULO V V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:


DO ACESSO À JUSTIÇA a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimen-
CAPÍTULO I tos e, em caso de não comparecimento injustificado da pessoa no-
DISPOSIÇÕES GERAIS tificada, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil
ou Militar;
Art. 69.Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capí- b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
tulo, o procedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di-
naquilo que não contrarie os prazos previstos nesta Lei. reta e indireta, bem como promover inspeções e diligências inves-
Art. 70. O poder público poderá criar varas especializadas e ex- tigatórias;
clusivas da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) c) requisitar informações e documentos particulares de insti-
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos tuições privadas;
e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias
que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou e a instauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou
superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. infrações às normas de proteção à pessoa idosa;(Redação dada pela
§ 1oO interessado na obtenção da prioridade a que alude este Lei nº 14.423, de 2022)
artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autori- VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
dade judiciária competente para decidir o feito, que determinará assegurados à pessoa idosa, promovendo as medidas judiciais e
as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância extrajudiciais cabíveis;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
em local visível nos autos do processo. VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de aten-
§ 2oA prioridade não cessará com a morte do beneficiado, es- dimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto
tendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou com- as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de
panheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos. irregularidades porventura verificadas;
§ 3oA prioridade se estende aos processos e procedimentos na IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos ser-
Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e viços de saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para
instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defen- o desempenho de suas atribuições;
soria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação X – referendar transações envolvendo interesses e direitos
aos Serviços de Assistência Judiciária. das pessoas idosas previstos nesta Lei.(Redação dada pela Lei nº
§ 4º Para o atendimento prioritário, será garantido à pessoa 14.423, de 2022)
idosa o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a desti- § 1oA legitimação do Ministério Público para as ações cíveis
nação a pessoas idosas em local visível e caracteres legíveis.(Reda- previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó-
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022) teses, segundo dispuser a lei.
§ 5º Dentre os processos de pessoas idosas, dar-se-á prioridade § 2oAs atribuições constantes deste artigo não excluem outras,
especial aos das maiores de 80 (oitenta) anos.(Redação dada pela desde que compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério
Lei nº 14.423, de 2022) Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de
CAPÍTULO II suas funções, terá livre acesso a toda entidade de atendimento à
DO MINISTÉRIO PÚBLICO pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 75.Nos processos e procedimentos em que não for parte,
Art. 72.(VETADO) atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos
Art. 73.As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos
serão exercidas nos termos da respectiva Lei Orgânica. autos depois das partes, podendo juntar documentos, requerer di-
Art. 74. Compete ao Ministério Público: ligências e produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a prote- Art. 76.A intimação do Ministério Público, em qualquer caso,
ção dos direitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indis- será feita pessoalmente.
poníveis e individuais homogêneos da pessoa idosa;(Redação dada Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a
pela Lei nº 14.423, de 2022) nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a reque-
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de inter- rimento de qualquer interessado.
dição total ou parcial, de designação de curador especial, em cir-
cunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos CAPÍTULO III
em que se discutam os direitos das pessoas idosas em condições de DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS, COLETI-
risco;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) VOS E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS
III – atuar como substituto processual da pessoa idosa em si-
tuação de risco, conforme o disposto no art. 43 desta Lei;(Redação Art. 78.As manifestações processuais do representante do Mi-
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) nistério Público deverão ser fundamentadas.
IV – promover a revogação de instrumento procuratório da Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de res-
pessoa idosa, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando ponsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à pessoa idosa,
necessário ou o interesse público justificar;(Redação dada pela Lei referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:(Redação
nº 14.423, de 2022) dada pela Lei nº 14.423, de 2022)

275
LEGISLAÇÃO

I – acesso às ações e serviços de saúde; Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias
II – atendimento especializado à pessoa idosa com deficiência após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas por meio de
ou com limitação incapacitante;(Redação dada pela Lei nº 14.423, execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos,
de 2022) facultada igual iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia
III – atendimento especializado à pessoa idosa com doença in- daquele.
fectocontagiosa;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 85.O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
IV – serviço de assistência social visando ao amparo da pessoa para evitar dano irreparável à parte.
idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 86.Transitada em julgado a sentença que impuser conde-
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não ex- nação ao Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à
cluem da proteção judicial outros interesses difusos, coletivos, in- autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
dividuais indisponíveis ou homogêneos, próprios da pessoa idosa, administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
protegidos em lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no da sentença condenatória favorável à pessoa idosa sem que o autor
foro do domicílio da pessoa idosa, cujo juízo terá competência lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facul-
absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da tada igual iniciativa aos demais legitimados, como assistentes ou
Justiça Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores. assumindo o polo ativo, em caso de inércia desse órgão.(Redação
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adian-
coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se tamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
legitimados, concorrentemente: outras despesas.
I – o Ministério Público; Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; Público.
III – a Ordem dos Advogados do Brasil; Art. 89.Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre
(um) ano e que incluam entre os fins institucionais a defesa dos os fatos que constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os ele-
interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da mentos de convicção.
assembléia, se houver prévia autorização estatutária. Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no
§ 1oAdmitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios exercício de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos
que possam configurar crime de ação pública contra a pessoa idosa
Públicos da União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos
ou ensejar a propositura de ação para sua defesa, devem encami-
de que cuida esta Lei.
nhar as peças pertinentes ao Ministério Público, para as providên-
§ 2oEm caso de desistência ou abandono da ação por asso-
cias cabíveis.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá
Art. 91.Para instruir a petição inicial, o interessado poderá re-
assumir a titularidade ativa.
querer às autoridades competentes as certidões e informações que
Art. 82.Para defesa dos interesses e direitos protegidos por
julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.
Art. 92.O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidên-
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
cia, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo pú-
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de blico ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no
Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do § 1oSe o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as di-
mandado de segurança. ligências, se convencer da inexistência de fundamento para a pro-
Art. 83.Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obri- positura da ação civil ou de peças informativas, determinará o seu
gação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da arquivamento, fazendo-o fundamentadamente.
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado § 2oOs autos do inquérito civil ou as peças de informação ar-
prático equivalente ao adimplemento. quivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,
§ 1oSendo relevante o fundamento da demanda e havendo no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Públi-
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz co ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público.
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na for- § 3oAté que seja homologado ou rejeitado o arquivamento,
ma doart. 273 do Código de Processo Civil. pelo Conselho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Co-
§ 2oO juiz poderá, na hipótese do § 1oou na sentença, impor ordenação e Revisão do Ministério Público, as associações legitima-
multa diária ao réu, independentemente do pedido do autor, se for das poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável juntados ou anexados às peças de informação.
para o cumprimento do preceito. § 4oDeixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordena-
§ 3oA multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado ção e Revisão do Ministério Público de homologar a promoção de
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que arquivamento, será designado outro membro do Ministério Público
se houver configurado. para o ajuizamento da ação.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao
Fundo da Pessoa Idosa, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo
Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento
à pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)

276
LEGISLAÇÃO

TÍTULO VI II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;


DOS CRIMES III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de
CAPÍTULO I prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
DISPOSIÇÕES GERAIS IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo,
a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude
Art. 93.Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dispo- esta Lei;
sições daLei no 7.347, de 24 de julho de 1985. V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à
Art. 94.Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima pri- propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo
vativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o pro- Ministério Público.
cedimento previsto naLei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo mo-
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e tivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for
do Código de Processo Penal.(Vide ADIN 3.096-5 - STF) parte ou interveniente a pessoa idosa:(Redação dada pela Lei nº
14.423, de 2022)
CAPÍTULO II Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
DOS CRIMES EM ESPÉCIE Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão
ou qualquer outro rendimento da pessoa idosa, dando-lhes aplica-
Art. 95.Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública ção diversa da de sua finalidade:(Redação dada pela Lei nº 14.423,
incondicionada, não se lhes aplicando osarts. 181e182 do Código de 2022)
Penal. Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência da pessoa
seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao di- idosa, como abrigada, por recusa desta em outorgar procuração
reito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento ne- à entidade de atendimento:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
cessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade: 2022)
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1oNa mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, me- Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a
nosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo. benefícios, proventos ou pensão da pessoa idosa, bem como qual-
quer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou
§ 2oA pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se
ressarcimento de dívida:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
§ 3º Não constitui crime a negativa de crédito motivada por
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação,
superendividamento da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº
informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa ido-
14.423, de 2022)
sa:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 97. Deixar de prestar assistência à pessoa idosa, quando
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo,
Art. 106.Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos
ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa
a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles
causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade públi- dispor livremente:
ca:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Art. 107. Coagir, de qualquer modo, a pessoa idosa a doar,
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omis- contratar, testar ou outorgar procuração:(Redação dada pela Lei nº
são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta 14.423, de 2022)
a morte. Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 98. Abandonar a pessoa idosa em hospitais, casas de saú- Art. 108.Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem dis-
de, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não pro- cernimento de seus atos, sem a devida representação legal:
ver suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou manda- Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
do:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa. TÍTULO VII
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psí- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
quica, da pessoa idosa, submetendo-a a condições desumanas ou
degradantes ou privando-a de alimentos e cuidados indispensáveis, Art. 109.Impedir ou embaraçar ato do representante do Minis-
quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-a a trabalho excessivo ou tério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador:
inadequado:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. Art. 110.O Decreto-Lei no2.848, de 7 de dezembro de 1940,
§ 1oSe do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. “Art. 61. ............................................................................
§ 2oSe resulta a morte: ............................................................................
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. II - ............................................................................
Art. 100.Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses ............................................................................
a 1 (um) ano e multa: h)contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mu-
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por lher grávida;
motivo de idade; .............................................................................” (NR)

277
LEGISLAÇÃO

“Art. 121. ............................................................................ ............................................................................


............................................................................ § 4o............................................................................
§ 4oNo homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um ter- II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador
ço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profis- de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
são, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro ............................................................................” (NR)
à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge Art. 113.Oinciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outu-
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é bro de 1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa “Art. 18............................................................................
menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. ............................................................................
.............................................................................” (NR) III –se qualquer deles decorrer de associação ou visar a meno-
“Art. 133. ............................................................................ res de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior
............................................................................ a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminu-
§ 3o............................................................................ ída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de autodeter-
............................................................................ minação:
III –se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR) ............................................................................” (NR)
“Art. 140. ............................................................................ Art. 114.Oart 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000,
............................................................................ passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 3oSe a injúria consiste na utilização de elementos referentes “Art. 1oAs pessoas portadoras de deficiência, os idosos com
a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactan-
portadora de deficiência: tes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendi-
............................................................................ (NR) mento prioritário, nos termos desta Lei.” (NR)
“Art. 141. ............................................................................ Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fun-
............................................................................ do Nacional de Assistência Social, até que o Fundo Nacional da Pes-
IV –contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de soa Idosa seja criado, os recursos necessários, em cada exercício
deficiência, exceto no caso de injúria. financeiro, para aplicação em programas e ações relativos à pessoa
.............................................................................” (NR) idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
“Art. 148. ............................................................................ Art. 116.Serão incluídos nos censos demográficos dados relati-
............................................................................ vos à população idosa do País.
§ 1o............................................................................ Art. 117.O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacio-
I –se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente nal projeto de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de
ou maior de 60 (sessenta) anos. Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da Assistência Social,
............................................................................” (NR) de forma a garantir que o acesso ao direito seja condizente com o
“Art. 159............................................................................ estágio de desenvolvimento sócio-econômico alcançado pelo País.
............................................................................ Art. 118.Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias
§ 1oSe o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se da sua publicação, ressalvado o disposto nocaputdo art. 36, que vi-
o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) gorará a partir de 1ode janeiro de 2004.
anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Brasília, 1ode outubro de 2003; 182oda Independência e
............................................................................” (NR) 115oda República.
“Art. 183............................................................................ Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data
............................................................................ de sua publicação.
III –se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.” (NR) Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da
“Art. 244.Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do República.
cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o
trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos,
não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pa- LEI COMPLEMENTAR Nº 875, DE 21 DE JANEIRO DE 2020
gamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou – CRIA OS CARGOS PÚBLICOS DE AGENTE COMUNITÁRIO
majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou as- DE SAÚDE (ACS) E AGENTE DE COMBATE ÀS ENDEMIAS
cendente, gravemente enfermo: (ACE)
............................................................................” (NR)
Art. 111.OO art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro LEI COMPLEMENTAR Nº 875, DE 21 DE JANEIRO DE 2020.
de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do
seguinte parágrafo único: Cria os cargos públicos de Agente Comunitário de Saúde (ACS)
“Art. 21............................................................................ e Agente de Combate às Endemias (ACE) e dispõe sobre o processo
............................................................................ seletivo público no âmbito do Executivo Municipal.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a
metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR) O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE.
Art. 112.O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu, no uso das
de abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação: atribuições que me confere o inciso II do artigo 94 daLei Orgânicado
“Art. 1o............................................................................ Município, sanciono a seguinte Lei:

278
LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO I g) responsabilizar-se pelo acompanhamento da população ads-


DA CRIAÇÃO DOS CARGOS trita, ao longo do tempo, no que se refere às múltiplas situações
de doenças e agravos e às necessidades de cuidados preventivos,
Art. 1ºFicam criados os cargos públicos de provimento por pro- permitindo a longitudinalidade do cuidado;
cesso seletivo de Agente Comunitário de Saúde (ACS) e de Agente h) praticar cuidado individual, familiar e dirigido a pessoas, fa-
de Combate as Endemias (ACE), atividades públicas a serem execu- mílias e grupos sociais, visando a propor intervenções que possam
tadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), os quais passam influenciar os processos saúde-doença individual, das coletividades
a integrar o quadro de pessoal da administração direta do Municí- e da própria comunidade;
pio de Porto Alegre, nos termos estabelecidos no Anexo desta Lei i) responsabilizar-se pela população adstrita mantendo a coor-
Complementar. denação do cuidado mesmo quando necessita de atenção em ou-
Art. 2ºOs cargos públicos instituídos por esta Lei Complemen- tros pontos de atenção do sistema de saúde;
tar submetem-se ao regime jurídico estatutário, com jornada de 8 j) utilizar o Sistema de Informação da Atenção Primária vigente
(oito) horas diárias e 40 (quarenta) horas semanais, os quais atua- para registro das ações de saúde, visando à avaliação dos serviços
rão em período diurno, noturno, feriados e finais de semana, em de saúde e a subsidiar a gestão, o planejamento e a investigação
regime de escala de trabalho, conforme necessidades dos serviços clínica e epidemiológica;
de saúde. k) contribuir para o processo de regulação do acesso a partir da
Atenção Primária, participando da definição de fluxos assistenciais
CAPÍTULO II na Rede Atenção à Saúde (RAS), bem como da elaboração e da im-
DAS ATRIBUIÇÕES plementação de protocolos e diretrizes clínicas e terapêuticas para
a ordenação desses fluxos;
Art. 3ºOs servidores de que trata esta Lei Complementar irão l) realizar a gestão das filas de espera, evitando a prática do
atuar no âmbito do SUS, podendo atuar na Atenção Primária à Saú- encaminhamento desnecessário, com base nos processos de regu-
de (APS), de forma direta ou vinculados à Vigilância em Saúde, con- lação locais - referência e contrarreferência, ampliando-a para um
forme o que segue: processo de compartilhamento de casos e acompanhamento lon-
I - atribuições comuns a todos os agentes das equipes que atu- gitudinal de responsabilidade das equipes que atuam na atenção
am na APS: primária;
a) participar do processo de territorialização e mapeamento da m) prever, nos fluxos da RAS entre os pontos de atenção de
área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indiví- diferentes configurações tecnológicas, a integração por meio de
duos expostos a riscos e vulnerabilidades; serviços de apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir a inte-
b) alimentar e manter atualizado o cadastro e outros dados gralidade do cuidado;
de saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de informação n) instituir ações para segurança do paciente e propor medidas
da APS vigente, utilizando sistematicamente as informações para para reduzir os riscos e diminuir os eventos adversos;
a análise da situação de saúde, considerando as características o) alimentar e garantir a qualidade do registro das atividades
sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do nos sistemas de informação da Atenção Primária, conforme norma-
território, priorizando as situações a serem acompanhadas no pla- tiva vigente;
nejamento local; p) realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notifi-
c) realizar o cuidado integral à saúde da população adstrita, cação compulsória, bem como outras doenças, agravos, surtos, aci-
prioritariamente no âmbito da Unidade de Saúde (US), e, quando dentes, violências, situações sanitárias e ambientais de importância
necessário, no domicílio e em demais espaços comunitários, tais local, considerando essas ocorrências para o planejamento de ações
como escolas e associações, entre outros, com atenção especial às de prevenção, proteção e recuperação em saúde no território;
populações que apresentem necessidades específicas, como aque- q) realizar busca ativa de internações e atendimentos de ur-
las em situação de rua, em medida socioeducativa ou privadas de gência e emergência por causas sensíveis à Atenção Básica, a fim de
liberdade; estabelecer estratégias que ampliem a resolutividade e a longitudi-
d) realizar as ações de atenção à saúde conforme a necessidade nalidade pelas equipes que atuam na APS;
de saúde da população local, bem como aquelas previstas nas prio- r) realizar visitas domiciliares e atendimentos em domicílio a
ridades, nos protocolos, nas diretrizes clínicas e terapêuticas e na famílias e pessoas em residências, Instituições de Longa Permanên-
oferta nacional de ações e serviços essenciais e ampliados; cia (ILP) e abrigos, entre outros tipos de moradia existentes em seu
e) garantir a atenção à saúde da população adstrita, buscando território, de acordo com o planejamento da equipe, necessidades
a integralidade por meio da realização de ações de promoção, pro- e prioridades estabelecidas;
teção e recuperação da saúde, de prevenção de doenças e agravos, s) realizar atenção domiciliar a pessoas com problemas de saú-
da garantia de atendimento da demanda espontânea, da realização de controlados e compensados com algum grau de dependência
das ações programáticas, coletivas e de vigilância em saúde e incor- para as atividades da vida diária e que não podem se deslocar até
porando diversas racionalidades em saúde; a US;
f) participar do acolhimento dos usuários, proporcionando t) realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, integrando
atendimento humanizado, realizando classificação de risco, identi- áreas técnicas e profissionais de diferentes formações e até mes-
ficando as necessidades de intervenções de cuidado, responsabili- mo outros níveis de atenção, buscando incorporar práticas de vi-
zando-se pela continuidade da atenção e viabilizando o estabeleci- gilância, clínica ampliada e matriciamento ao processo de trabalho
mento do vínculo; cotidiano para essa integração, por meio de realização de consulta

279
LEGISLAÇÃO

compartilhada reservada aos profissionais de nível superior, cons- ak) estimular a participação da comunidade nas políticas públi-
trução de Projeto Terapêutico Singular e trabalho com grupos, en- cas voltadas para a área da saúde;
tre outras estratégias, em consonância com as necessidades e as al) identificar, na comunidade, parceiros e recursos que possam
demandas da população; potencializar ações intersetoriais de relevância para a promoção da
u) participar de reuniões de equipes, a fim de acompanhar e qualidade de vida da população, como ações e programas de edu-
discutir em conjunto o planejamento e a avaliação sistemática das cação, esporte e lazer, assistência social, entre outros; e
ações da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis, visan- am) exercer outras atribuições definidas por legislação especí-
do à readequação constante do processo de trabalho; fica da categoria ou outra normativa municipal, estadual ou federal.
v) articular e participar das atividades de educação permanen- II - os ACS poderão compor equipes de Saúde da Família, equi-
te e educação continuada; pes de Atenção Primária ou equipes de Agentes Comunitários de
w) realizar ações de educação em saúde à população adstrita, Saúde, entre outras, com as seguintes atribuições:
conforme planejamento da equipe e utilizando abordagens ade- a) trabalhar com adscrição de indivíduos e famílias em base
quadas às necessidades desse público; geográfica definida e cadastrar todas as pessoas de sua área, man-
x) participar do gerenciamento dos insumos necessários para o tendo os dados atualizados no sistema de informação da Atenção
adequado funcionamento da US; Primária vigente, utilizando-os de forma sistemática, com apoio da
y) promover a mobilização e a participação da comunidade, es- equipe, para a análise da situação de saúde, considerando as carac-
timulando conselhos e colegiados constituídos de gestores locais, terísticas sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemio-
profissionais de saúde e usuários, viabilizando o controle social na lógicas do território e priorizando as situações a serem acompanha-
gestão da US; das no planejamento local;
z) identificar, na comunidade, parceiros e recursos que possam b) utilizar instrumentos para a coleta de informações que
potencializar ações intersetoriais; apoiem no diagnóstico demográfico e sociocultural da comunidade;
aa) acompanhar e registrar no Sistema de Informação da Aten- c) registrar, para fins de planejamento e acompanhamento das
ção Primária e no mapa de acompanhamento do Programa Bolsa ações de saúde, os dados de nascimentos, óbitos, doenças e outros
Família (PBF), ou em outros programas sociais equivalentes, as con- agravos à saúde, garantido o sigilo ético;
dicionalidades de saúde das famílias beneficiárias; d) desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe
ab) realizar outras ações e atividades, de acordo com as priori- de saúde e a população adscrita à US, considerando as característi-
dades locais, definidas pelo gestor local; cas e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos
ac) realizar diagnóstico demográfico, social, cultural, ambien- e grupos sociais ou coletividades;
tal, epidemiológico e sanitário do território em que atuam, contri- e) informar os usuários sobre datas e horários de consultas e
buindo para o processo de territorialização e mapeamento da área exames agendados; e
de atuação da equipe;
f) participar dos processos de regulação a partir da Atenção
ad) desenvolver atividades de promoção da saúde, de preven-
Primária para acompanhamento das necessidades dos usuários no
ção de doenças e agravos, em especial aqueles mais prevalentes no
que diz respeito a agendamentos ou desistências de consultas e
território, e de vigilância em saúde, por meio de visitas domiciliares
exames solicitados.
regulares e de ações educativas individuais e coletivas, na US, no
III - os ACE terão, entre outras, as seguintes atribuições:
domicílio e em outros espaços da comunidade, incluindo a investi-
a) orientar sobre os sinais e os sintomas de agravos ou doenças
gação epidemiológica de casos suspeitos de doenças e agravos jun-
causados por artrópodes e roedores de importância em saúde pú-
to a outros profissionais da equipe, quando necessário;
blica e encaminhar os casos suspeitos para a Rede de Saúde;
ae) realizar visitas domiciliares com periodicidade estabelecida
no planejamento da equipe e conforme as necessidades de saúde b) desenvolver ações educativas e de mobilização da comuni-
da população, para o monitoramento da situação das famílias e dade relativas ao controle de doenças ou agravos, em sua área de
dos indivíduos do território, com especial atenção às pessoas com abrangência, em conjunto com a equipe da Estratégia de Saúde da
agravos e condições que necessitem de maior número de visitas Família;
domiciliares; c) planejar ou programar, ou ambos, as ações de controle de
af) identificar e registrar situações que interfiram no curso das doenças ou agravos em conjunto aos Agentes Comunitários de Saú-
doenças ou que tenham importância epidemiológica relacionada de da Estratégia de Saúde da Família e à equipe da Atenção Primária
aos fatores ambientais, realizando, quando necessário, bloqueio de ou da Saúde da Família;
transmissão de doenças infecciosas e agravos; d) realizar visitas domiciliares para orientação e prevenção con-
ag) orientar a comunidade sobre sintomas, riscos e agentes tra a dengue em áreas não atendidas pela Estratégia de Saúde da
transmissores de doenças e medidas de prevenção individual e co- Família;
letiva; e) elaborar ou executar, ou ambos, estratégias para o encami-
ah) identificar casos suspeitos de doenças e agravos, encami- nhamento de pendências;
nhar os usuários para a unidade de saúde de referência, registrar e f) manter a supervisão e a equipe informadas sobre toda e
comunicar o fato à autoridade de saúde responsável pelo território; qualquer situação de risco;
ai) informar e mobilizar a comunidade para desenvolver medi- g) participar de reuniões relacionadas às atividades do empre-
das simples de manejo ambiental e outras formas de intervenção go e executar tarefas administrativas pertinentes às atividades do
no ambiente para o controle de vetores; emprego;
aj) conhecer o funcionamento das ações e dos serviços do seu h) realizar ações de controle vetorial, com vistoria e detecção
território e orientar as pessoas quanto à utilização dos serviços de de locais suspeitos e identificação e eliminação de focos, e preen-
saúde disponíveis; cher formulários;

280
LEGISLAÇÃO

i) executar procedimentos e normas estabelecidas pelo Progra- IV - ter sido aprovado no processo seletivo público.
ma Nacional de Controle da Dengue (PNCD) e por outros programas § 1º Quando não houver candidato inscrito que preencha o re-
de prevenção e controle de endemias; quisito previsto no inc. III do caput deste artigo, poderá ser admitida
j) orientar sobre o manejo do ambiente para evitar a presença a seleção de candidato com ensino fundamental, que deverá com-
de roedores e vetores e realizar inquéritos de mordedura animal; provar a conclusão do ensino médio no prazo máximo de 3 (três)
k) realizar investigação de casos de leptospirose, executar con- anos.
trole mecânico, biológico ou químico, com manuseio e operação de § 2º É vedada a atuação do ACS fora da área geográfica a que se
equipamentos para aplicação de produtos biológicos ou químicos refere o inc. I do caput deste artigo.
no controle de vetores, reservatórios, hospedeiros, causadores ou § 3º Para a comprovação do requisito referido no inc. I do
transmissores de zoonoses, sob orientação e supervisão de profis- caput deste artigo, entende-se como comprovante de residência
sionais da área; documentos tais como contas de luz, telefone, internet ou TV por
l) identificar situações de saneamento e meio ambiente que assinatura ou, ainda, declaração do titular da conta, com firma re-
possam ser de risco à saúde humana; conhecida em cartório, indicando que o candidato reside no local.
m) zelar pela conservação e pela manutenção do material e dos Art. 8ºO ACS deverá comprovar anualmente, no mês de janei-
equipamentos utilizados nas ações de controle e vigilância; ro, junto à Coordenação de Gestão de Pessoas da SMS, residência
n) participar de eventos de capacitação e de qualificação pro- em sua área de atuação.
fissional; § 1º No caso de apresentação de declaração falsa de residên-
o) realizar mapeamento de sua área, identificando áreas de ris- cia, o ACS será demitido ou serão tornados nulos os atos de sua
co ambiental; nomeação e posse.
p) desenvolver atividades inerentes ao combate a dengue, fe- § 2º No caso de mudança de residência para área diversa da
bre amarela, doença de Chagas, leishmaniose tegumentar e visceral qual foi selecionado, a Administração Municipal poderá, de acordo
e outras zoonoses e agravos causados por animais; e com o interesse público:
q) executar tarefas afins relacionadas à vigilância em saúde. I - demitir o ACS; ou
II - excepcionalmente, alterar o local de atuação do ACS para a
CAPÍTULO III área em que passou a residir, conforme regulamentação.
DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
CAPÍTULO IV
Art. 4ºO ACS tem como objetivo o apoio em atividades de pre- DOS AGENTES DE COMBATE ÀS ENDEMIAS
venção de doenças e promoção da saúde, mediante ações domici-
liares ou comunitárias, individuais ou coletivas, desenvolvidas em Art. 9ºO ACE tem como objetivo atividades de vigilância, pre-
conformidade com as diretrizes do SUS e sob supervisão do gestor venção e controle de doenças e promoção da saúde, desenvolvidas
municipal. em conformidade com as diretrizes do SUS e sob supervisão do ges-
Art. 5ºO provimento dos cargos de ACS e de ACE será feito me- tor municipal.
diante aprovação em processo seletivo público, de acordo com a
Art. 10.São requisitos específicos para o exercício das ativida-
natureza e a complexidade de suas atribuições e com os requisitos
des de ACE:
específicos para a sua atuação.
I - haver concluído, com aproveitamento, curso introdutório de
§ 1º A Administração, quando reputar conveniente e oportuno,
formação inicial e continuada;
poderá exigir, para o certame, prova de capacidade física de caráter
II - haver concluído o ensino médio; e
eliminatório.
III - ter sido aprovado no processo seletivo público.
§ 2º O edital do processo seletivo público para provimento do
Parágrafo único. Quando não houver candidato inscrito que
cargo de ACS deverá estabelecer, além das demais condições ne-
preencha o requisito previsto no inc. II do caput deste artigo, po-
cessárias à realização do certame, a inscrição por área geográfica,
observando-se o seguinte: derá ser admitida a seleção de candidato com ensino fundamental,
I - a classificação dos aprovados no processo seletivo público que deverá comprovar a conclusão do ensino médio no prazo má-
deverá ser feita pela área geográfica; e ximo de 3 (três) anos.
II - a admissão dos aprovados obedecerá, rigorosamente, à or-
dem de classificação por área geográfica. CAPÍTULO V
Art. 6ºCompete à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) a defini- DO PROCESSO SELETIVO PÚBLICO
ção das áreas geográficas do Município de Porto Alegre para a atua-
ção do ACS, de acordo com as peculiaridades da região, observados, Art. 11.A seleção de ACS e de ACE, conforme estabelecido nes-
também, os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde. ta Lei Complementar, deverá ser precedida de aprovação em pro-
Art. 7ºSão requisitos específicos para o exercício das atividades cesso seletivo público de provas ou de provas e títulos, de acordo
de ACS: com a natureza e a complexidade de suas atribuições e os requi-
I - residir na área da comunidade em que deseja atuar desde sitos específicos para o exercício das atividades e que atenda aos
a data da publicação do edital do processo seletivo, comprovando princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
o endereço domiciliar mediante apresentação de comprovante de e eficiência.
residência; § 1º O processo seletivo de que trata o caput deste artigo terá
II - haver concluído, com aproveitamento, curso de formação 3 (três) fases distintas:
inicial com carga horária mínima de 40 (quarenta) horas; I - comprovação do atendimento aos pré-requisitos para o exer-
III - haver concluído o ensino médio; e cício dos respectivos cargos;

281
LEGISLAÇÃO

II - inscrição e submissão à aprovação nas provas ou provas e I - vencimento do cargo, nos termos do fixado pela União; (Re-
títulos, em caráter eliminatório; e dação dada pela Lei Complementar nº963/2022)
III - conclusão, com aproveitamento, de curso de formação ini- II - concessão de adicional de insalubridade de 10 % (dez por
cial, dos candidatos selecionados na fase de que trata o inc. II deste cento), 20 % (vinte por cento) ou 40% (quarenta por cento), calcu-
parágrafo. lado sobre o valor de referência, conforme atividades realizadas e
§ 2º Para inscrição à vaga ao cargo de ACS, o candidato deverá laudo técnico; (Redação dada pela Lei Complementar nº963/2022)
comprovar residência na área em que pretenda atuar. III - concessão de vale-transporte, conforme legislação munici-
§ 3º Os selecionados no processo seletivo deverão comparecer pal vigente;
ao curso de formação inicial, sob pena de serem desclassificados. IV - adicional noturno de 20% (vinte por cento), calculado so-
§ 4º O curso de formação inicial poderá conter etapas presen- bre o valor de referência; (Redação dada pela Lei Complementar
ciais ou a distância, conforme edital. nº963/2022)
Art. 12.O prazo de validade do processo seletivo será de até 2 V - férias;
(dois) anos, prorrogável 1 (uma) vez, por igual período. VI - inscrição no Regime Próprio de Previdência Social dos ser-
vidores do Município de Porto Alegre; e
CAPÍTULO VI VII - horas-extras, se convocado e expressamente autorizado
DO CARGO pela autoridade competente.
§ 1º A carga horária máxima permitida para os servidores sele-
Art. 13.O servidor ocupante de cargo público de que trata esta cionados nos termos desta Lei Complementar será de 70 (setenta)
Lei Complementar somente será demitido por ato unilateral da Ad- horas semanais, para os cargos acumuláveis constitucionalmente.
ministração Pública nas seguintes hipóteses: § 2º Fica garantido aos servidores ocupantes dos cargos criados
I - prática de ilícitos administrativos, cíveis ou penais, conforme por esta Lei Complementar o vale-alimentação instituído pela Lei
a Lei Complementar nº133, de 31 de dezembro de 1985, e altera- nº7.532, de 25 de outubro de 1994, e alterações posteriores.
ções posteriores; Art. 16.As infrações disciplinares atribuídas aos servidores se-
II - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; rão apuradas conforme procedimento previsto na Lei Complemen-
III - necessidade de redução de quadro de pessoal, por exces- tar nº133, de 1985, e alterações posteriores.
so de despesa, nos termos da Lei Complementar a que se refere o
art. 169 da Constituição Federal e da Lei Federal nº9.801, de 14 de CAPÍTULO VI
junho de 1999; e DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
IV - insuficiência de desempenho, apurada em procedimento
no qual se assegure pelo menos 1 (um) recurso hierárquico dotado Art. 17 (Revogado pela Lei Complementar nº963/2022)
de efeito suspensivo, que será apreciado em 30 (trinta) dias, e o Art. 18.Os servidores farão jus ao pagamento de gratificação
prévio conhecimento dos padrões mínimos exigidos, obrigatoria- natalina, nos termos da legislação municipal.
mente estabelecidos de acordo com as peculiaridades das ativida- Art. 19.O Município de Porto Alegre ficará responsável pelo
des exercidas. fornecimento de uniforme, equipamentos de proteção individual e
Parágrafo único. A avaliação de desempenho e as condições outros itens necessários às atividades dos profissionais.
Art. 20.Competirá à SMS fornecer ou custear o transporte ne-
para redução do quadro de pessoal por excesso de despesa serão
cessário para o exercício das atividades durante o período de tra-
regulamentadas por decreto municipal.
balho.
Art. 14.A demissão dos servidores deverá ser motivada, na for-
Art. 21.Aplicam-se aos ACS e ACE as disposições da Lei Federal
ma prevista em Lei.
nº11.350, de 5 de outubro de 2006, e alterações posteriores.
Parágrafo único. Constituem motivos para a demissão do ser-
Art. 22.Na omissão desta Lei Complementar ou da legislação
vidor:
federal pertinente, aplicam-se aos ocupantes dos cargos de ACS ou
I - ato de improbidade;
de ACE, no que couber, as disposições da Lei Complementar nº133,
II - incontinência de conduta ou mau procedimento;
de 1985, e alterações posteriores.
III - os atos de prejudicar, boicotar, paralisar ou, de qualquer Art. 23.As seleções somente deverão ser realizadas com obser-
forma, dificultar a prestação dos serviços de saúde à população; vância da dotação orçamentária específica e mediante prévia auto-
IV - condenação criminal com trânsito em julgado, caso não te- rização dos órgãos competentes.
nha havido suspensão da execução da pena; Art. 24O vencimento do cargo e os respectivos reajustes, de
V - desídia no desempenho das respectivas funções; responsabilidade da União, serão pagos ao ACS e ao ACE, mediante
VI - embriaguez habitual ou em serviço; repasse da União.
VII - abandono de emprego; § 1º O valor de referência das parcelas consectárias, das van-
VIII - ato lesivo da honra e da boa fama praticado no serviço tagens, dos incentivos, dos auxílios, das gratificações ou das inde-
contra qualquer pessoa ou ofensas físicas nas mesmas condições, nizações, de responsabilidade do Município, fica fixado em 2 (dois)
salvo em casos de legítima defesa própria ou de outrem; salários mínimos.
IX - ato lesivo da honra e da boa fama ou ofensas físicas prati- § 2º As parcelas consectárias, as vantagens, os incentivos, os
cadas contra a Administração Pública, servidores públicos e supe- auxílios, as gratificações e as indenizações, de responsabilidade do
riores hierárquicos; e Município, serão reajustadas por decreto.
X - prática de atos atentatórios à segurança nacional ou à saúde § 3º O disposto no § 2º deste artigo aplica-se também ao ACS e
pública devidamente comprovados em processo administrativo. ao ACE regido pelo disposto na Lei Complementar nº932, de 6 de ja-
Art. 15.Os servidores terão assegurados os seguintes direitos: neiro de 2022. (Redação dada pela Lei Complementar nº963/2022)

282
LEGISLAÇÃO

Art. 25.É facultado ao Executivo Municipal a cessão especial, Art. 2º-A. Os Agentes Comunitários de Saúde e os Agentes de
em caráter provisório, de ACS e ACE para organizações da sociedade Combate às Endemias são considerados profissionais de saúde,
civil, para a execução de convênios, parcerias, contratos de gestão, com profissões regulamentadas, para fins do disposto naalínea ‘c’
termos de parcerias e congêneres, respeitadas as disposições da Lei do inciso XVI do caput do art. 37 da Constituição Federal.(Incluído
Federal nº9.637, de 15 de maio de 1998, da Lei Federal nº9.790, pela Lei nº 14.536, de 2023)
de 23 de março de 1999, e alterações posteriores, e da Lei Federal Art. 3º O Agente Comunitário de Saúde tem como atribuição
nº13.019, de 31 de julho de 2014, e alterações posteriores. o exercício de atividades de prevenção de doenças e de promoção
§ 1º Não será incorporada aos vencimentos ou à remuneração da saúde, a partir dos referenciais da Educação Popular em Saúde,
de origem do servidor cedido qualquer vantagem pecuniária que mediante ações domiciliares ou comunitárias, individuais ou coleti-
vier a ser paga pela organização social. vas, desenvolvidas em conformidade com as diretrizes do SUS que
§ 2º Não será permitido o pagamento de vantagem pecuniária normatizam a saúde preventiva e a atenção básica em saúde, com
permanente por organização social a servidor cedido com recur- objetivo de ampliar o acesso da comunidade assistida às ações e
sos provenientes do contrato de gestão, ressalvada a hipótese de aos serviços de informação, de saúde, de promoção social e de pro-
adicional relativo ao exercício de função temporária de direção ou teção da cidadania, sob supervisão do gestor municipal, distrital,
assessoria. estadual ou federal.(Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Art. 26.As despesas decorrentes desta Lei Complementar cor- Parágrafo único. (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.595,
rerão à conta de dotações orçamentárias próprias, mediante alte- de 2018)
rações pertinentes, a serem introduzidas na Lei do Plano Plurianu- I - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
al, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e na Lei Orçamentária II - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Anual (LOA), para adequação do orçamento da SMS e do Fundo III - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Municipal de Saúde (FMS). IV - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Art. 27.Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua V - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
publicação. VI - (revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
§ 1º Para fins desta Lei, entende-se por Educação Popular em
PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 21 de janeiro de Saúde as práticas político-pedagógicas que decorrem das ações vol-
2020. tadas para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde, esti-
mulando o autocuidado, a prevenção de doenças e a promoção da
saúde individual e coletiva a partir do diálogo sobre a diversidade
LEI FEDERAL Nº 11.350, DE 05 DE OUTUBRO DE 2006 de saberes culturais, sociais e científicos e a valorização dos saberes
populares, com vistas à ampliação da participação popular no SUS e
ao fortalecimento do vínculo entre os trabalhadores da saúde e os
LEI Nº 11.350, DE 5 DE OUTUBRO DE 2006 usuários do SUS.(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018)
§ 2º No modelo de atenção em saúde fundamentado na assis-
Regulamenta o § 5º do art. 198 da Constituição, dispõe sobre o tência multiprofissional em saúde da família, é considerada ativida-
aproveitamento de pessoal amparado pelo parágrafo único do art. de precípua do Agente Comunitário de Saúde, em sua área geográ-
2º da Emenda Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro de 2006, e fica de atuação, a realização de visitas domiciliares rotineiras, casa
dá outras providências. a casa, para a busca de pessoas com sinais ou sintomas de doenças
Faço saber que oPRESIDENTE DA REPÚBLICAadotou a Medida agudas ou crônicas, de agravos ou de eventos de importância para
Provisória nº 297, de 2006, que o Congresso Nacional aprovou, e a saúde pública e consequente encaminhamento para a unidade
eu, Renan Calheiros, Presidente da Mesa do Congresso Nacional, de saúde de referência.(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
para os efeitos do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com § 3º No modelo de atenção em saúde fundamentado na as-
a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, combinado com sistência multiprofissional em saúde da família, são consideradas
o art. 12 da Resolução nº 1, de 2002-CN, promulgo a seguinte Lei: atividades típicas do Agente Comunitário de Saúde, em sua área
Art. 1º As atividades de Agente Comunitário de Saúde e de geográfica de atuação:(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Agente de Combate às Endemias, passam a reger-se pelo disposto I - a utilização de instrumentos para diagnóstico demográfico e
nesta Lei. sociocultural;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Art. 2º O exercício das atividades de Agente Comunitário de II - o detalhamento das visitas domiciliares, com coleta e re-
Saúde e de Agente de Combate às Endemias, nos termos desta Lei, gistro de dados relativos a suas atribuições, para fim exclusivo de
dar-se-á exclusivamente no âmbito do Sistema Único de Saúde - controle e planejamento das ações de saúde;(Incluído dada pela Lei
SUS, na execução das atividades de responsabilidade dos entes fe- nº 13.595, de 2018)
derados, mediante vínculo direto entre os referidos Agentes e órgão III - a mobilização da comunidade e o estímulo à participação
ou entidade da administração direta, autárquica ou fundacional. nas políticas públicas voltadas para as áreas de saúde e socioeduca-
§ 1º É essencial e obrigatória a presença de Agentes Comu- cional;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
nitários de Saúde na Estratégia Saúde da Família e de Agentes de IV - a realização de visitas domiciliares regulares e periódicas
Combate às Endemias na estrutura de vigilância epidemiológica e para acolhimento e acompanhamento:(Incluído dada pela Lei nº
ambiental.(Redação dada pela Lei nº 13.708, de 2018) 13.595, de 2018)
§ 2º Incumbe aos Agentes Comunitários de Saúde e aos Agen- a) da gestante, no pré-natal, no parto e no puerpério;(Incluído
tes de Combate às Endemias desempenhar com zelo e presteza as dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
atividades previstas nesta Lei.(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de b) da lactante, nos seis meses seguintes ao parto;(Incluído
2018) dada pela Lei nº 13.595, de 2018)

283
LEGISLAÇÃO

c) da criança, verificando seu estado vacinal e a evolução de § 5º No modelo de atenção em saúde fundamentado na as-
seu peso e de sua altura;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) sistência multiprofissional em saúde da família, são consideradas
d) do adolescente, identificando suas necessidades e moti- atividades do Agente Comunitário de Saúde compartilhadas com os
vando sua participação em ações de educação em saúde, em con- demais membros da equipe, em sua área geográfica de atuação:(In-
formidade com o previsto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 cluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
(Estatuto da Criança e do Adolescente);(Incluído dada pela Lei nº I - a participação no planejamento e no mapeamento institu-
13.595, de 2018) cional, social e demográfico;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de
e) da pessoa idosa, desenvolvendo ações de promoção de saú- 2018)
de e de prevenção de quedas e acidentes domésticos e motivan- II - a consolidação e a análise de dados obtidos nas visitas domi-
do sua participação em atividades físicas e coletivas;(Incluído dada ciliares;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
pela Lei nº 13.595, de 2018) III - a realização de ações que possibilitem o conhecimento,
f) da pessoa em sofrimento psíquico;(Incluído dada pela Lei nº pela comunidade, de informações obtidas em levantamentos so-
13.595, de 2018) cioepidemiológicos realizados pela equipe de saúde;(Incluído dada
g) da pessoa com dependência química de álcool, de tabaco ou pela Lei nº 13.595, de 2018)
de outras drogas;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) IV - a participação na elaboração, na implementação, na ava-
h) da pessoa com sinais ou sintomas de alteração na cavidade liação e na reprogramação permanente dos planos de ação para
bucal;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) o enfrentamento de determinantes do processo saúde-doença;(In-
i) dos grupos homossexuais e transexuais, desenvolvendo cluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
ações de educação para promover a saúde e prevenir doenças;(In- V - a orientação de indivíduos e de grupos sociais quanto a flu-
cluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) xos, rotinas e ações desenvolvidos no âmbito da atenção básica em
j) da mulher e do homem, desenvolvendo ações de educação saúde;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
para promover a saúde e prevenir doenças;(Incluído dada pela Lei VI - o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação de ações
nº 13.595, de 2018) em saúde;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
V - realização de visitas domiciliares regulares e periódicas para VII - o estímulo à participação da população no planejamento,
identificação e acompanhamento:(Incluído dada pela Lei nº 13.595, no acompanhamento e na avaliação de ações locais em saúde.(In-
de 2018) cluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
a) de situações de risco à família;(Incluído dada pela Lei nº Art. 4º O Agente de Combate às Endemias tem como atribui-
13.595, de 2018) ção o exercício de atividades de vigilância, prevenção e controle de
b) de grupos de risco com maior vulnerabilidade social, por doenças e promoção da saúde, desenvolvidas em conformidade
meio de ações de promoção da saúde, de prevenção de doenças e com as diretrizes do SUS e sob supervisão do gestor de cada ente
de educação em saúde;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) federado.
c) do estado vacinal da gestante, da pessoa idosa e da popula- § 1º São consideradas atividades típicas do Agente de Combate
ção de risco, conforme sua vulnerabilidade e em consonância com às Endemias, em sua área geográfica de atuação:(Incluído dada pela
o previsto no calendário nacional de vacinação;(Incluído dada pela
Lei nº 13.595, de 2018)
Lei nº 13.595, de 2018)
I - desenvolvimento de ações educativas e de mobilização da
VI - o acompanhamento de condicionalidades de programas
comunidade relativas à prevenção e ao controle de doenças e agra-
sociais, em parceria com os Centros de Referência de Assistência
vos à saúde;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Social (Cras).(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
II - realização de ações de prevenção e controle de doenças e
§ 4º No modelo de atenção em saúde fundamentado na assis-
agravos à saúde, em interação com o Agente Comunitário de Saúde
tência multiprofissional em saúde da família, desde que o Agente
e a equipe de atenção básica;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de
Comunitário de Saúde tenha concluído curso técnico e tenha dis-
2018)
poníveis os equipamentos adequados, são atividades do Agente,
em sua área geográfica de atuação, assistidas por profissional de III - identificação de casos suspeitos de doenças e agravos à
saúde de nível superior, membro da equipe:(Incluído dada pela Lei saúde e encaminhamento, quando indicado, para a unidade de
nº 13.595, de 2018) saúde de referência, assim como comunicação do fato à autoridade
I - a aferição da pressão arterial, durante a visita domiciliar, em sanitária responsável;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
caráter excepcional, encaminhando o paciente para a unidade de IV - divulgação de informações para a comunidade sobre sinais,
saúde de referência;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) sintomas, riscos e agentes transmissores de doenças e sobre medi-
II - a medição de glicemia capilar, durante a visita domiciliar, das de prevenção individuais e coletivas;(Incluído dada pela Lei nº
em caráter excepcional, encaminhando o paciente para a unidade 13.595, de 2018)
de saúde de referência;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) V - realização de ações de campo para pesquisa entomológica,
III - a aferição de temperatura axilar, durante a visita domiciliar, malacológica e coleta de reservatórios de doenças;(Incluído dada
em caráter excepcional, com o devido encaminhamento do pacien- pela Lei nº 13.595, de 2018)
te, quando necessário, para a unidade de saúde de referência;(In- VI - cadastramento e atualização da base de imóveis para pla-
cluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) nejamento e definição de estratégias de prevenção e controle de
IV - a orientação e o apoio, em domicílio, para a correta admi- doenças;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
nistração de medicação de paciente em situação de vulnerabilida- VII - execução de ações de prevenção e controle de doenças,
de;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) com a utilização de medidas de controle químico e biológico, mane-
V - a verificação antropométrica.(Incluído dada pela Lei nº jo ambiental e outras ações de manejo integrado de vetores;(Inclu-
13.595, de 2018) ído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)

284
LEGISLAÇÃO

VIII - execução de ações de campo em projetos que visem a II - no planejamento, na programação e no desenvolvimento de
avaliar novas metodologias de intervenção para prevenção e con- atividades de vigilância em saúde, de forma articulada com as equi-
trole de doenças;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) pes de saúde da família;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
IX - registro das informações referentes às atividades executa- III - (VETADO);(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
das, de acordo com as normas do SUS;(Incluído dada pela Lei nº IV - na identificação e no encaminhamento, para a unidade de
13.595, de 2018) saúde de referência, de situações que, relacionadas a fatores am-
X - identificação e cadastramento de situações que interfiram bientais, interfiram no curso de doenças ou tenham importância
no curso das doenças ou que tenham importância epidemiológica epidemiológica;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
relacionada principalmente aos fatores ambientais;(Incluído dada V - na realização de campanhas ou de mutirões para o combate
pela Lei nº 13.595, de 2018) à transmissão de doenças infecciosas e a outros agravos.(Incluído
XI - mobilização da comunidade para desenvolver medidas sim- dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
ples de manejo ambiental e outras formas de intervenção no am- Art. 4º-B. Deverão ser observadas as ações de segurança e de
biente para o controle de vetores.(Incluído dada pela Lei nº 13.595, saúde do trabalhador, notadamente o uso de equipamentos de pro-
de 2018) teção individual e a realização dos exames de saúde ocupacional, na
§ 2º É considerada atividade dos Agentes de Combate às En- execução das atividades dos Agentes Comunitários de Saúde e dos
demias assistida por profissional de nível superior e condicionada Agentes de Combate às Endemias.(Incluído dada pela Lei nº 13.595,
à estrutura de vigilância epidemiológica e ambiental e de atenção de 2018)
básica a participação:(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) Art. 5º O Ministério da Saúde regulamentará as atividades de
I - no planejamento, execução e avaliação das ações de vaci- vigilância, prevenção e controle de doenças e de promoção da saú-
nação animal contra zoonoses de relevância para a saúde pública de a que se referem os arts. 3º , 4º e4º-A e estabelecerá os parâme-
normatizadas pelo Ministério da Saúde, bem como na notificação tros dos cursos previstos no inciso II do caput do art. 6º , no inciso I
e na investigação de eventos adversos temporalmente associados a do caput do art. 7º e no § 2º deste artigo, observadas as diretrizes
essas vacinações;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) curriculares nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educa-
II - na coleta de animais e no recebimento, no acondiciona- ção.(Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
mento, na conservação e no transporte de espécimes ou amostras § 1º Os cursos a que se refere ocaputdeste artigo utilizarão os
biológicas de animais, para seu encaminhamento aos laboratórios referenciais da Educação Popular em Saúde e serão oferecidos ao
responsáveis pela identificação ou diagnóstico de zoonoses de re- Agente Comunitário de Saúde e ao Agente de Combate às Endemias
levância para a saúde pública no Município;(Incluído dada pela Lei nas modalidades presencial ou semipresencial durante a jornada de
nº 13.595, de 2018) trabalho.(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018)
III - na necropsia de animais com diagnóstico suspeito de zoo- § 2º A cada 2 (dois) anos, os Agentes Comunitários de Saúde e
noses de relevância para a saúde pública, auxiliando na coleta e no os Agentes de Combate às Endemias frequentarão cursos de aper-
encaminhamento de amostras laboratoriais, ou por meio de outros feiçoamento.(Redação dada pela Lei nº 13.708, de 2018)
procedimentos pertinentes;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de § 2º-A Os cursos de que trata o § 2º deste artigo serão orga-
2018) nizados e financiados, de modo tripartite, pela União, pelos Esta-
IV - na investigação diagnóstica laboratorial de zoonoses de re- dos, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.(Incluído pela Lei nº
levância para a saúde pública;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 13.708, de 2018)
2018) § 3º Cursos técnicos de Agente Comunitário de Saúde e de
V - na realização do planejamento, desenvolvimento e execu- Agente de Combate às Endemias poderão ser ministrados nas mo-
ção de ações de controle da população de animais, com vistas ao dalidades presencial e semipresencial e seguirão as diretrizes esta-
combate à propagação de zoonoses de relevância para a saúde pú- belecidas pelo Conselho Nacional de Educação.(Incluído pela Lei nº
blica, em caráter excepcional, e sob supervisão da coordenação da 13.595, de 2018)
área de vigilância em saúde.(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de Art. 6º O Agente Comunitário de Saúde deverá preencher os
2018) seguintes requisitos para o exercício da atividade:
§ 3º O Agente de Combate às Endemias poderá participar, me- I - residir na área da comunidade em que atuar, desde a data da
diante treinamento adequado, da execução, da coordenação ou da publicação do edital do processo seletivo público;
supervisão das ações de vigilância epidemiológica e ambiental.(In- II - ter concluído, com aproveitamento, curso de formação ini-
cluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) cial, com carga horária mínima de quarenta horas;(Redação dada
Art. 4º-A. O Agente Comunitário de Saúde e o Agente de Com- pela Lei nº 13.595, de 2018)
bate às Endemias realizarão atividades de forma integrada, desen- III - ter concluído o ensino médio.(Redação dada pela Lei nº
volvendo mobilizações sociais por meio da Educação Popular em 13.595, de 2018)
Saúde, dentro de sua área geográfica de atuação, especialmente § 1º Quando não houver candidato inscrito que preencha o
nas seguintes situações:(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) requisito previsto no inciso III do caput deste artigo, poderá ser ad-
I - na orientação da comunidade quanto à adoção de medidas mitida a contratação de candidato com ensino fundamental, que
simples de manejo ambiental para o controle de vetores, de medi- deverá comprovar a conclusão do ensino médio no prazo máximo
das de proteção individual e coletiva e de outras ações de promo- de três anos.(Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
ção de saúde, para a prevenção de doenças infecciosas, zoonoses, § 2º É vedada a atuação do Agente Comunitário de Saúde fora
doenças de transmissão vetorial e agravos causados por animais da área geográfica a que se refere o inciso I docaputdeste artigo.
peçonhentos;(Incluído dada pela Lei nº 13.595, de 2018) (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)

285
LEGISLAÇÃO

§ 3º Ao ente federativo responsável pela execução dos progra- natureza e a complexidade de suas atribuições e requisitos especí-
mas relacionados às atividades do Agente Comunitário de Saúde ficos para o exercício das atividades, que atenda aos princípios de
compete a definição da área geográfica a que se refere o inciso I do legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
caput deste artigo, devendo:(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) § 1ºCaberá aos órgãos ou entes da administração direta dos
I - observar os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios certificar, em cada
Saúde;(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) caso, a existência de anterior processo de seleção pública, para
II - considerar a geografia e a demografia da região, com distin- efeito da dispensa referida noparágrafo único do art. 2º da Emenda
ção de zonas urbanas e rurais;(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro de 2006, considerando-se
III - flexibilizar o número de famílias e de indivíduos a serem como tal aquele que tenha sido realizado com observância dos prin-
acompanhados, de acordo com as condições de acessibilidade local cípios referidos nocaput.(Renumerado do Parágrafo único pela Lei
e de vulnerabilidade da comunidade assistida.(Incluído pela Lei nº nº 13.342, de 2016)
13.595, de 2018) § 2º O tempo prestado pelos Agentes Comunitários de Saúde e
§ 4º A área geográfica a que se refere o inciso I do caput des- pelos Agentes de Combate às Endemias enquadrados na condição
te artigo será alterada quando houver risco à integridade física do prevista no § 1º deste artigo, independentemente da forma de seu
Agente Comunitário de Saúde ou de membro de sua família decor- vínculo e desde que tenha sido efetuado o devido recolhimento da
rente de ameaça por parte de membro da comunidade onde reside contribuição previdenciária, será considerado para fins de conces-
e atua.(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) sãode benefícios e contagem recíproca pelos regimes previdenciá-
§ 5º Caso o Agente Comunitário de Saúde adquira casa própria rios.(Incluído pela Lei nº 13.342, de 2016)
fora da área geográfica de sua atuação, será excepcionado o dis- Art. 9º-A. O piso salarial profissional nacional é o valor abaixo
posto no inciso I docaputdeste artigo e mantida sua vinculação à do qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não
mesma equipe de saúde da família em que esteja atuando, poden- poderão fixar o vencimento inicial das Carreiras de Agente Comuni-
do ser remanejado, na forma de regulamento, para equipe atuante tário de Saúde e de Agente de Combate às Endemias para a jornada
na área onde está localizada a casa adquirida.(Incluído pela Lei nº de 40 (quarenta) horas semanais.(Incluído pela Lei nº 12.994, de
13.595, de 2018) 2014)
Art. 7º O Agente de Combate às Endemias deverá preencher os § 1º O piso salarial profissional nacional dos Agentes Comuni-
seguintes requisitos para o exercício da atividade: tários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias é fixado no
I - ter concluído, com aproveitamento, curso de formação ini- valor de R$ 1.550,00 (mil quinhentos e cinquenta reais) mensais,
cial, com carga horária mínima de quarenta horas;(Redação dada obedecido o seguinte escalonamento:(Redação dada pela lei nº
pela Lei nº 13.595, de 2018) 13.708, de 2018)
II - ter concluído o ensino médio.(Redação dada pela Lei nº I - R$ 1.250,00 (mil duzentos e cinquenta reais) em 1º de janei-
13.595, de 2018) ro de 2019;(Incluído pela lei nº 13.708, de 2018)
Parágrafo único. (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.595, II - R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais) em 1º de janeiro de
de 2018) 2020;(Incluído pela lei nº 13.708, de 2018)
§ 1º Quando não houver candidato inscrito que preencha o III - R$ 1.550,00 (mil quinhentos e cinquenta reais) em 1º de
requisito previsto no inciso II do caput deste artigo, poderá ser ad- janeiro de 2021.(Incluído pela lei nº 13.708, de 2018)
mitida a contratação de candidato com ensino fundamental, que § 2º A jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais
deverá comprovar a conclusão do ensino médio no prazo máximo exigida para garantia do piso salarial previsto nesta Lei será inte-
de três anos.(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) gralmente dedicada às ações e aos serviços de promoção da saúde,
§ 2º Ao ente federativo responsável pela execução dos progra- de vigilância epidemiológica e ambiental e de combate a endemias
mas relacionados às atividades do Agente de Combate às Endemias em prol das famílias e das comunidades assistidas, no âmbito dos
compete a definição do número de imóveis a serem fiscalizados respectivos territórios de atuação, e assegurará aos Agentes Co-
pelo Agente, observados os parâmetros estabelecidos pelo Minis- munitários de Saúde e aos Agentes de Combate às Endemias par-
tério da Saúde e os seguintes:(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) ticipação nas atividades de planejamento e avaliação de ações, de
I - condições adequadas de trabalho;(Incluído pela Lei nº detalhamento das atividades, de registro de dados e de reuniões de
13.595, de 2018) equipe.(Redação dada pela Lei nº 13.708, de 2018)
II - geografia e demografia da região, com distinção de zonas I - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.708, de 2018)
urbanas e rurais;(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) II - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 13.708, de 2018)
III - flexibilização do número de imóveis, de acordo com as con- § 3º O exercício de trabalho de forma habitual e permanente
dições de acessibilidade local.(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabele-
Art. 8º Os Agentes Comunitários de Saúde e os Agentes de cidos pelo órgão competente do Poder Executivo federal, assegura
Combate às Endemias admitidos pelos gestores locais do SUS e pela aos agentes de que trata esta Lei a percepção de adicional de insa-
Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, na forma do disposto no§ lubridade, calculado sobre o seu vencimento ou salário-base:(Inclu-
4º do art. 198 da Constituição, submetem-se ao regime jurídico es- ído pela Lei nº 13.342, de 2016)
tabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, salvo se, I - nos termos do disposto no art. 192 da Consolidação das Leis
no caso dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, lei local do Trabalho (CLT), aprovada peloDecreto-Lei nº 5.452, de 1º de
dispuser de forma diversa. maio de 1943, quando submetidos a esse regime;(Incluído pela Lei
Art. 9º A contratação de Agentes Comunitários de Saúde e de nº 13.342, de 2016)
Agentes de Combate às Endemias deverá ser precedida de processo II - nos termos da legislação específica, quando submetidos a
seletivo público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a vínculos de outra natureza.(Incluído pela Lei nº 13.342, de 2016)

286
LEGISLAÇÃO

§ 4º As condições climáticas da área geográfica de atuação se- Art. 9º-E. Atendidas as disposições desta Lei e as respectivas
rão consideradas na definição do horário para cumprimento da jor- normas regulamentadoras, os recursos de que tratam os arts. 9º-C
nada de trabalho.(Incluído pela Lei nº 13.595, de 2018) e 9º-D serão repassados pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) aos
§ 5º O piso salarial de que trata o § 1º deste artigo será rea- fundos de saúde dos Municípios, Estados e Distrito Federal como
justado, anualmente, em 1º de janeiro, a partir do ano de 2022. transferências correntes, regulares, automáticas e obrigatórias, nos
(Incluído pela lei nº 13.708, de 2018) termos do disposto noart. 3º da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de
Art. 9º-B. (VETADO).(Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014) 1990. (Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018)
Art. 9º-C. Nos termos do§ 5º do art. 198 da Constituição Fede- Art. 9º-F. Para fins de apuração dos limites com pessoal de que
ral, compete à União prestar assistência financeira complementar trata aLei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a assis-
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumpri- tência financeira complementar obrigatória prestada pela União
mento do piso salarial de que trata o art. 9º-A desta Lei.(Incluído e a parcela repassada como incentivo financeiro que venha a ser
pela Lei nº 12.994, de 2014) utilizada no pagamento de pessoal serão computadas como gasto
§ 1º Para fins do disposto nocaputdeste artigo, é o Poder Exe- de pessoal do ente federativo beneficiado pelas transferências.(In-
cutivo federal autorizado a fixar em decreto os parâmetros referen- cluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
tes à quantidade máxima de agentes passível de contratação, em Art. 9º-G. Os planos de carreira dos Agentes Comunitários de
função da população e das peculiaridades locais, com o auxílio da Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias deverão obedecer às
assistência financeira complementar da União.(Incluído pela Lei nº seguintes diretrizes:(Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
12.994, de 2014) I - remuneração paritária dos Agentes Comunitários de Saúde e
§ 2º A quantidade máxima de que trata o § 1º deste artigo con- dos Agentes de Combate às Endemias;(Incluído pela Lei nº 12.994,
siderará tão somente os agentes efetivamente registrados no mês de 2014)
anterior à respectiva competência financeira que se encontrem no II - definição de metas dos serviços e das equipes;(Incluído pela
estrito desempenho de suas atribuições e submetidos à jornada de Lei nº 12.994, de 2014)
trabalho fixada para a concessão do piso salarial.(Incluído pela Lei III - estabelecimento de critérios de progressão e promoção;(In-
nº 12.994, de 2014) cluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
§ 3º O valor da assistência financeira complementar da União IV - adoção de modelos e instrumentos de avaliação que aten-
é fixado em 95% (noventa e cinco por cento) do piso salarial de que dam à natureza das atividades, assegurados os seguintes princí-
trata o art. 9º-A desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014) pios:(Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
§ 4º A assistência financeira complementar de que trata ocapu- a) transparência do processo de avaliação, assegurando-se ao
tdeste artigo será devida em 12 (doze) parcelas consecutivas em avaliado o conhecimento sobre todas as etapas do processo e sobre
cada exercício e 1 (uma) parcela adicional no último trimestre.(In- o seu resultado final;(Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
cluído pela Lei nº 12.994, de 2014) b) periodicidade da avaliação;(Incluído pela Lei nº 12.994, de
§ 5º Até a edição do decreto de que trata o § 1º deste artigo, 2014)
aplicar-se-ão as normas vigentes para os repasses de incentivos fi- c) contribuição do servidor para a consecução dos objetivos do
nanceiros pelo Ministério da Saúde.(Incluído pela Lei nº 12.994, de serviço;(Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
2014) d) adequação aos conteúdos ocupacionais e às condições reais
§ 6º Para efeito da prestação de assistência financeira comple- de trabalho, de forma que eventuais condições precárias ou adver-
mentar de que trata este artigo, a União exigirá dos gestores locais sas de trabalho não prejudiquem a avaliação;(Incluído pela Lei nº
do SUS a comprovação do vínculo direto dos Agentes Comunitários 12.994, de 2014)
de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias com o respectivo e) direito de recurso às instâncias hierárquicas superiores.(In-
ente federativo, regularmente formalizado, conforme o regime ju- cluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
rídico que vier a ser adotado na forma do art. 8º desta Lei.(Incluído Art. 9º-H Compete ao ente federativo ao qual o Agente Comu-
pela Lei nº 12.994, de 2014) nitário de Saúde ou o Agente de Combate às Endemias estiver vin-
Art. 9º-D. É criado incentivo financeiro para fortalecimento de culado fornecer ou custear a locomoção necessária para o exercício
políticas afetas à atuação de agentes comunitários de saúde e de das atividades, conforme regulamento do ente federativo.(Redação
combate às endemias.(Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014) dada pela Lei nº 13.708, de 2018)
§ 1º Para fins do disposto nocaputdeste artigo, é o Poder Exe- Art. 10. A administração pública somente poderá rescindir uni-
cutivo federal autorizado a fixar em decreto:(Incluído pela Lei nº lateralmente o contrato do Agente Comunitário de Saúde ou do
12.994, de 2014) Agente de Combate às Endemias, de acordo com o regime jurídico
I - parâmetros para concessão do incentivo; e(Incluído pela Lei de trabalho adotado, na ocorrência de uma das seguintes hipóte-
nº 12.994, de 2014) ses:
II - valor mensal do incentivo por ente federativo.(Incluído pela I - prática de falta grave, dentre as enumeradas noart. 482 da
Lei nº 12.994, de 2014) Consolidação das Leis do Trabalho - CLT;
§ 2º Os parâmetros para concessão do incentivo considerarão, II-acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
sempre que possível, as peculiaridades do Município.(Incluído pela III - necessidade de redução de quadro de pessoal, por excesso
Lei nº 12.994, de 2014) de despesa, nos termos daLei nº 9.801, de 14 de junho de 1999 ; ou
§ 3º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
§ 4º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)
§ 5º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 12.994, de 2014)

287
LEGISLAÇÃO

IV - insuficiência de desempenho, apurada em procedimento § 1º A FUNASA, em até trinta dias, promoverá o enquadramen-
no qual se assegurem pelo menos um recurso hierárquico dotado to do pessoal de que trata o art. 12 na tabela salarial constante do-
de efeito suspensivo, que será apreciado em trinta dias, e o prévio Anexo desta Lei, em classes e níveis com salários iguais aos pagos
conhecimento dos padrões mínimos exigidos para a continuidade atualmente, sem aumento de despesa.
da relação de emprego, obrigatoriamente estabelecidos de acordo § 2º Aplica-se aos ocupantes dos empregos referidos nocaputa
com as peculiaridades das atividades exercidas. indenização de campo de que trata oart. 16 da Lei nº 8.216, de 13
Parágrafo único. No caso do Agente Comunitário de Saúde, o de agosto de 1991.
contrato também poderá ser rescindido unilateralmente na hipó- § 3º Caberá à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério
tese de não-atendimento ao disposto no inciso I do art. 6º , ou em do Planejamento, Orçamento e Gestão disciplinar o desenvolvi-
função de apresentação de declaração falsa de residência. mento dos ocupantes dos empregos públicos referidos nocaputna
Art. 11. Fica criado, no Quadro de Pessoal da Fundação Nacio- tabela salarial constante doAnexo desta Lei.
nal de Saúde - FUNASA, Quadro Suplementar de Combate às En- Art. 16. É vedada a contratação temporária ou terceirizada de
demias, destinado a promover, no âmbito do SUS, ações comple- Agentes Comunitários de Saúde e de Agentes de Combate às Ende-
mentares de vigilância epidemiológica e combate a endemias, nos mias, salvo na hipótese de combate a surtos epidêmicos, na forma
termos doinciso VI eparágrafo único do art. 16 da Lei nº 8.080, de da lei aplicável.(Redação dada pela Lei nº 12.994, de 2014)
19 de setembro de 1990. Art. 17. Os profissionais que, na data de publicação desta Lei,
Parágrafo único. Ao Quadro Suplementar de que trata ocapu- exerçam atividades próprias de Agente Comunitário de Saúde e
taplica-se, no que couber, além do disposto nesta Lei, o disposto Agente de Combate às Endemias, vinculados diretamente aos ges-
naLei nº 9.962, de 22 de fevereiro de 2000, cumprindo-se jornada tores locais do SUS ou a entidades de administração indireta, não
de trabalho de quarenta horas semanais. investidos em cargo ou emprego público, e não alcançados pelo
Art. 12. Aos profissionais não-ocupantes de cargo efetivo em disposto no parágrafo único do art. 9º , poderão permanecer no
órgão ou entidade da administração pública federal que, em 14 de exercício destas atividades, até que seja concluída a realização de
fevereiro de 2006, a qualquer título, se achavam no desempenho processo seletivo público pelo ente federativo, com vistas ao cum-
de atividades de combate a endemias no âmbito da FUNASA é asse- primento do disposto nesta Lei.
gurada a dispensa de se submeterem ao processo seletivo público a Art. 18. Os empregos públicos criados no âmbito da FUNASA,
que se refere o§ 4º do art. 198 da Constituição, desde que tenham conforme disposto no art. 15 e preenchidos nos termos desta Lei,
sido contratados a partir de anterior processo de seleção pública serão extintos, quando vagos.
efetuado pela FUNASA, ou por outra instituição, sob a efetiva su- Art. 19. As despesas decorrentes da criação dos empregos pú-
pervisão da FUNASA e mediante a observância dos princípios a que blicos a que se refere o art. 15 correrão à conta das dotações desti-
se refere ocaputdo art. 9º . nadas à FUNASA, consignadas no Orçamento Geral da União.
§ 1º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Saúde e do Con- Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
trole e da Transparência instituirá comissão com a finalidade de Art. 21. Fica revogada aLei nº 10.507, de 10 de julho de 2002.
atestar a regularidade do processo seletivo para fins da dispensa Brasília, 9 de junho de 2006; 185º da Independência e 118º da
prevista nocaput. República.
§ 2º A comissão será integrada por três representantes da
Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da
QUESTÕES
União, um dos quais a presidirá, pelo Assessor Especial de Controle
Interno do Ministério da Saúde e pelo Chefe da Auditoria Interna
da FUNASA.
Art. 13. Os Agentes de Combate às Endemias integrantes do 1. O artigo 2º da Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990, ver-
Quadro Suplementar a que se refere o art. 11 poderão ser coloca- sa sobre o dever do Estado em prover as condições indispensáveis
dos à disposição dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ao pleno exercício da saúde. A esse respeito, assinale a alternativa
no âmbito do SUS, mediante convênio, ou para gestão associada de CORRETA:
serviços públicos, mediante contrato de consórcio público, nos ter- (A) O dever do Estado inclui o das pessoas, da família, das em-
mos daLei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, mantida a vinculação à presas e da sociedade.
FUNASA e sem prejuízo dos respectivos direitos e vantagens. (B) O dever do Estado de garantir a saúde, consiste apenas na
Art. 14. O gestor local do SUS responsável pela admissão dos formulação de políticas econômicas e sociais.
profissionais de que trata esta Lei disporá sobre a criação dos car- (C) O dever do Estado exclui o das pessoas, da família, das em-
gos ou empregos públicos e demais aspectos inerentes à atividade, presas e da sociedade.
observadas as determinações desta Lei e as especificidades locais. (D) O dever do Estado de garantir a saúde, consiste na formula-
(Redação dada pela Lei nº 13.595, de 2018) ção e execução de políticas econômicas e sociais.
Art. 15. Ficam criados cinco mil, trezentos e sessenta e cinco
empregos públicos de Agente de Combate às Endemias, no âmbito 2. No que concerne a Constituição Federal de 1988, a União
do Quadro Suplementar referido no art. 11, com retribuição mensal deve aplicar em saúde pública o mínimo de
estabelecida na forma doAnexo desta Lei, cuja despesa não exce- (A) 12% da sua receita líquida anual.
derá o valor atualmente despendido pela FUNASA com a contrata- (B) 15% da sua receita líquida anual.
ção desses profissionais. (C) 18% da sua receita líquida anual.
(D) 20% da sua receita líquida anual.
(E) 30% da sua receita líquida anual.

288
LEGISLAÇÃO

3. Assinale a alternativa que, à luz da Constituição Federal de 7. Com base na Lei no 8.142/1990, que dispõe acerca da parti-
1988, NÃO contempla uma atribuição do Sistema Único de Saúde. cipação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS)
(A) Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân- e a respeito das transferências intergovernamentais de recursos
cias de interesse para a saúde e participar da produção de me- financeiros na área da saúde, e dá outras providências, assinale a
dicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados alternativa correta.
e outros insumos. (A) O Conselho de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com
(B) Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a
bem como as de saúde do trabalhador. situação da saúde.
(C) Ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde. (B) A Conferência de Saúde, em caráter permanente e delibera-
(D) Participar da formulação da política e da execução das tivo, consiste em órgão colegiado composto por representantes
ações de saneamento básico. do governo, prestadores de serviço e profissionais de saúde.
(E) Colaborar na proteção do meio ambiente, excetuado o do (C) A representação dos trabalhadores da saúde nos Conselhos
trabalho. de Saúde e em Conferências será paritária em relação ao con-
junto dos demais segmentos.
4. De acordo com a Constituição Federal, em relação a Ordem (D) O SUS contará, em cada esfera de governo, com as seguin-
social (arts. 193 a 232, CF), assinale a alternativa CORRETA. tes instâncias colegiadas: Conferência de Saúde e Conselho de
(A) É obrigatória a filiação ao regime geral de previdência so- Saúde.
cial, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa partici- (E) O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o
pante de regime próprio de previdência. Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Cona-
(B) A lei não poderá instituir outras fontes destinadas a garantir sems) terão representação em todos os Conselhos de Saúde.
a manutenção ou expansão da seguridade social.
(C) São de relevância pública as ações e serviços de saúde, ca- 8. Acerca da participação da comunidade na gestão do SUS e
bendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua das transferências intergovernamentais de recursos financeiros na
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução área da saúde (Lei n.º 8.142/1990), assinale a alternativa correta.
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por (A) O Conselho de Saúde reunir‐se‐á a cada quatro anos para
pessoa física ou jurídica de direito privado. avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formula-
(D) É vedado às universidades admitir professores, técnicos e ção da política de saúde.
cientistas estrangeiros. (B) A Conferência de Saúde é um órgão colegiado atuante na
formulação de estratégias e na execução da política de saúde.
5. Segundo texto expresso da Constituição Federal, uma dire- (C) A transferência de recursos de saúde para os municípios,
triz das ações e serviços públicos que integram a saúde em sistema os estados e o Distrito Federal pode ser feita de maneira regu-
único é lar e automática, a depender da urgência da necessidade das
(A) a paridade com serviços privados verbas.
(B) a participação da comunidade. (D) Em relação ao conjunto dos demais segmentos, a represen-
(C) a universalidade dos serviços no campo da saúde básica. tação dos usuários do sistema de saúde nos Conselhos e nas
(D) a predominância do serviço municipal, com auxílio dos de- Conferências de saúde será paritária.
mais entes. (E) Pelo menos 90% dos recursos para cobertura das ações e
(E) o atendimento integral, com prioridade ao enfrentamento dos serviços de saúde devem ser destinados aos municípios,
da mortalidade infantil. sendo o restante destinado ao estado.

6. Segundo a Lei nº 8.080/90, que define as diretrizes para or- 9. Instituto Consulplan - 2023 - MPE-MG - Oficial do Ministério
ganização e funcionamento do Sistema de Saúde brasileiro, consti- Público - Serviços Diversos- De acordo com a Lei de Improbidade
tui um critério para o estabelecimento de valores a serem transfe- Administrativa (Lei nº 8.429/1992), constitui ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da Administração
ridos a estados, Distrito Federal e municípios:
Pública:
(A) eficiência na arrecadação de impostos.
(A) Agir para a configuração de ilícito na celebração, na fis-
(B) perfil epidemiológico da população a ser coberta.
calização e na análise das prestações de contas de parcerias
(C) desempenho técnico, econômico e financeiro no período
firmadas pela Administração Pública com entidades privadas.
atual.
(B) Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
(D) participação paritária dos usuários no conselho de saúde.
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propician-
(E) prioridade para o atendimento hospitalar.
do beneficiamento por informação privilegiada ou colocando
em risco a segurança da sociedade e do Estado.
(C) Aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consul-
toria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das atribuições do agente público, du-
rante a atividade.

289
LEGISLAÇÃO

(D) Permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri- 12. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Profissional- O
vada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transfe- Estatuto da Igualdade Racial, Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010,
ridos pela administração pública a entidade privada mediante dispõe especificamente acerca do acesso e da prática de capoeira,
celebração de parcerias, sem a observância das formalidades além do direito à liberdade de consciência e de crença. A respeito
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie. desses dispositivos legais, analise as afirmativas a seguir.
I. O poder público fomentará o pleno acesso da população ne-
10. Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Execu- gra às práticas desportivas e é obrigatório o ensino da capoeira nas
tivo - Serviço Social- A legislação brasileira criou mecanismos para instituições públicas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pú-
coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. blica e formalmente reconhecidos.
Considerando o disposto na Lei Maria da Penha, assinale a afirma- II. Àqueles submetidos a pena privativa de liberdade não é as-
tiva correta. segurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de ma-
(A) É permitida a aplicação, nos casos de violência doméstica trizes africana.
e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras III. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre
de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende, entre
implique o pagamento isolado de multa. outros, o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divul-
(B) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher gação das respectivas religiões.
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause IV. O poder público adotará as medidas necessárias para o com-
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano bate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e à discri-
moral ou patrimonial, a depender de sua orientação sexual. minação de seus seguidores, especialmente com o objetivo, entre
(C) A violência moral, entendida como qualquer conduta que outros, de assegurar a participação proporcional de representantes
configure calúnia, difamação ou injúria, não constitui uma das das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das
formas de violência doméstica e familiar contra a mulher pre- demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instân-
vistas na normativa, possuindo legislação específica. cias de deliberação vinculadas ao poder público.
(D) Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso
de perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento Assinale a alternativa correta.
das vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por
(A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
medidas protetivas devem ter seus custos ressarcidos pelo
(B) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas
agressor.
(C) Apenas as afirmativas I e II estão corretas
(E) Na hipótese da iminência ou da prática de violência domés-
(D) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas
tica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar
(E) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas
conhecimento da ocorrência não pode adotar, de imediato, as
providências legais cabíveis, devendo recorrer ao sistema judi-
13. IBFC - 2023 - SEC-BA - Professor da Educação Básica - Lín-
ciário para desenvolver qualquer ação.
gua Portuguesa- A respeito do Estatuto da Igualdade Racial, Lei nº
11. IBFC - 2023 - SEC-BA - Mediador- A respeito da assistência 12.288, de 20 de julho de 2010, assinale a alternativa correta.
à mulher em situação de violência doméstica e família na Lei Maria (A) Considera-se discriminação racial ou étnico-racial toda situ-
da Penha, Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, assinale a alter- ação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens,
nativa correta. serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em vir-
(A) No atendimento à mulher em situação de violência domés- tude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica
tica e familiar, a autoridade policial só poderá acompanhar a (B) Considera-se desigualdade racial toda distinção, exclusão,
ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência
da ocorrência ou do domicílio familiar mediante ordem judicial ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou
(B) Nos casos de violência doméstica e familiar contra a mu- restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade
lher, o pedido da ofendida será tomado a termo pela autorida- de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais
de policial, mas não constará informação sobre a condição de nos campos político, econômico, social, cultural ou em qual-
a ofendida ser pessoa com deficiência e se da violência sofrida quer outro campo da vida pública ou privada
resultou deficiência ou agravamento de deficiência preexisten- (C) Considera-se desigualdade de gênero e raça toda assime-
te, para preservar a intimidade da vítima tria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância
(C) A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos social entre mulheres brancas e os demais segmentos sociais
necessários à defesa da mulher em situação de violência do- (D) Considera-se ações afirmativas os programas e medidas es-
méstica e familiar e de seus dependentes peciais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a
(D) Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à correção das desigualdades raciais e para a promoção da igual-
integridade física ou psicológica da mulher em situação de vio- dade de oportunidades
lência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, apenas a (E) Considera-se políticas públicas as ações, iniciativas e progra-
autoridade judicial poderá determinar que o agressor seja ime- mas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições
diatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência institucionais voltadas ao conjunto de pessoas que se autode-
com a ofendida claram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado
(E) Será concedida liberdade provisória ao preso, ainda que pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
presente risco à integridade física da ofendida ou à efetividade (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga
da medida protetiva de urgência

290
LEGISLAÇÃO

14. Quadrix - 2023 - Prefeitura de Alto Paraíso de Goiás - GO - (C) Será garantida a convivência da criança e do adolescente
Assistente Social- A velhice é considerada pelo serviço social como com a mãe ou o pai privado de liberdade, somente mediante
uma construção social existente nas diversas sociedades. Nesse autorização judicial
sentido, o processo de efetivação dos direitos das pessoas idosas (D) A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente
está diretamente relacionado à história social e política do país e à à sua família terá preferência em relação a qualquer outra pro-
questão social, como resultante da relação capital/trabalho. À luz vidência, caso em que esta será incluída em serviços e progra-
do Estatuto do Idoso (Lei n.º 10.741/2003), assinale a alternativa mas de proteção, apoio e promoção
correta.
(A) A garantia dos direitos da pessoa idosa à saúde, à educação 17. IBFC - 2023 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Psicólogo- O Esta-
e à cidadania é dever exclusivo do Estado. A família, por sua tuto da Criança e do Adolescente (ECA), em vigor no Brasil desde
vez, deve assegurar-lhe o direito à vida, à alimentação, ao lazer, 1990, foi um marco legal que reuniu reivindicações de movimen-
à liberdade e à convivência familiar e comunitária. tos sociais que trabalhavam em defesa da ideia de que crianças e
(B) A assistência social aos idosos será prestada conforme as di- adolescentes são também sujeitos de direitos e merecem acesso à
retrizes e os princípios previstos na Lei Orgânica da Assistência cidadania e proteção. O ECA assegura que:
Social (LOAS), na Política Nacional do Idoso, no SUS e em outras (A) é dever da família, da comunidade e da sociedade em geral
normas, de maneira articulada. assegurar à criança e ao adolescente a efetivação dos direitos
(C) É assegurada prioridade especial a todos os idosos, de ma- referentes à vida, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dig-
neira igual entre si e sem distinção de idade. nidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e co-
(D) É garantido o benefício mensal de meio salário-mínimo às munitária, não cabendo ao poder público tal incumbência
pessoas idosas, com 65 anos de idade ou mais, que não possam (B) o poder público, as instituições e os empregadores propi-
prover sua própria subsistência. A concessão desse benefício é ciarão condições adequadas ao aleitamento materno, com ex-
regulamentada pela LOAS. ceção para mães submetidas a medida privativa de liberdade
(E) O sistema de transporte coletivo interestadual deverá re- (C) cabe ao poder público fornecer gratuitamente medicamen-
servar uma vaga gratuita, por veículo, para pessoas idosas, in- tos e órteses relativas ao tratamento, habilitação ou reabilita-
dependentemente de sua renda. Além disso, deverá oferecer ção para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de
desconto máximo de 50%, sobre o valor das passagens, para os cuidado voltadas às suas necessidades específicas, porém as
idosos que excederem as vagas gratuitas. próteses devem ser custeadas pela iniciativa privada
(D) os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as
unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados inter-
15. IBFC - 2023 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Psicólogo- O Es-
mediários, deverão proporcionar condições para a permanên-
tatuto da Pessoa Idosa foi um importante marco na regulação dos
cia em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos
direitos assegurados às pessoas idosas no Brasil. Assinale a alterna-
de internação de criança ou adolescente
tiva correta em relação a essa legislação.
(A) São consideradas pessoas idosas aquelas com 65 anos ou
18. PS Concursos - 2021 - Prefeitura de São João do Sul - SC -
mais
Técnico de Enfermagem- A Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de
(B) Deve ser priorizado o atendimento asilar da pessoa idosa
2017 aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a
em detrimento do atendimento da pessoa idosa por sua pró-
revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âm-
pria família, em qualquer circunstância bito do Sistema Único de Saúde (SUS).
(C) O sustento da pessoa idosa deve ser provido pela sua fa- Em relação a referente portaria, assinale (V) para Verdadeiro
mília ou por ela própria, não cabendo ao poder público esse ou (F) para Falso nas sentenças abaixo:
provimento ( ) É responsabilidade comum a todas as esferas de governo
(D) Entre as pessoas idosas, é assegurada prioridade especial contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão
aos maiores de 80 anos, atendendo-se suas necessidades sem- com base nos princípios e nas diretrizes contidas nesta portaria;
pre preferencialmente em relação às demais pessoas idosas ( ) Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de Aten-
ção Básica no âmbito da União, sendo responsabilidade da União
16. IBFC - 2023 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Psicólogo- De prestar apoio integrado aos gestores dos Estados, do Distrito Fede-
acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, no que tange ral e dos municípios no processo de qualificação e de consolidação
ao seu direito à convivência familiar e comunitária, assinale a alter- da Atenção Básica.
nativa incorreta. ( ) A Política Nacional de Atenção Básica - PNAB tem na Saúde
(A) É direito da criança e do adolescente ser criado e educado da Família sua estratégia prioritária para expansão e consolidação
no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substi- da Atenção Básica.
tuta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em am- ( ) Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e
biente que garanta seu desenvolvimento integral serviços de Atenção Básica, no âmbito do SUS, de acordo com esta
(B) Toda criança ou adolescente que estiver inserido em pro- portaria serão denominados Unidades Especiais de Pronto Atendi-
grama de acolhimento familiar ou institucional terá sua situa- mento - UEPA.
ção reavaliada, no máximo, a cada três meses, devendo a auto-
ridade judiciária competente, com base em relatório elaborado
por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de for-
ma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar
ou pela colocação em família substituta

291
LEGISLAÇÃO

Assinale a sequência CORRETA: 21. CONSULPAM - 2022 - Prefeitura de Irauçuba - CE - Agente


(A) V, V, F, F. de Combate às Endemias- Segundo a lei n.º 11.350, de 05 de outu-
(B) V, V, V, F bro de 2006, e suas atualizações, para o desenvolvimento de suas
(C) V, F, F, V. atividades, o Agente de Combate às Endemias deverá preencher os
(D) F, V, V, V. seguintes requisitos:
(E) F, V, F, V (A) Ter concluído, com aproveitamento, curso de formação ini-
cial, com carga horária mínima de quarenta horas e ter conclu-
19. FUNDATEC - 2021 - Prefeitura de Porto Alegre - RS - Médico ído o ensino fundamental.
Especialista - Emergencista- Consoante disposto na Lei Orgânica do (B) Ter concluído, com aproveitamento, curso introdutório de
Município de Porto Alegre, assinale a alternativa INCORRETA. formação inicial e continuada e ter concluído o ensino médio.
(A) São proibidas a nomeação ou a designação para cargo em (C) Ter concluído, com aproveitamento, curso de formação ini-
comissão ou função de direção, chefia ou assessoramento, na cial, com carga horária mínima de quarenta horas e ter conclu-
administração direta e na administração indireta, de pessoa ído o ensino médio.
que seja inelegível em razão de atos ilícitos, nos termos da le- (D) Ter concluído, com aproveitamento, curso introdutório de
gislação federal. formação inicial e continuada e ter concluído o ensino funda-
(B) Todas as pessoas têm direito, mediante o pagamento das mental.
custas pertinentes, à informação sobre o que consta a seu res-
peito, a qualquer título, nos registros ou bancos de dados das 22. CONSULPAM - 2022 - Prefeitura de Irauçuba - CE - Agente
entidades governamentais ou de caráter público. de Combate às Endemias- Segundo a lei n.º 11.350, de 05 de outu-
(C) O Município realizará censos periódicos dos servidores bro de 2006, e suas atualizações, o Agente de Combate às Endemias
públicos dos Poderes Legislativos e Executivo e de sua admi- tem como atribuições:
nistração indireta, devendo, até quinze de março de cada ano, (A) O exercício de atividades de vigilância, tratamento e contro-
publicar, na imprensa oficial, relação do número de ocupantes le de doenças e promoção da saúde, desenvolvidas em confor-
de cada cargo, com o respectivo total de vencimentos, bem midade com as diretrizes da agência nacional de saúde e sob
como o percentual global médio de comprometimento da ar- supervisão do gestor de cada ente federado.
recadação, com a folha de pagamento verificado no exercício (B) O exercício de atividades de vigilância, prevenção e controle
imediatamente anterior. de doenças e promoção da saúde, desenvolvidas em conformi-
(D) A administração municipal deverá publicar antecipadamen- dade com as diretrizes do sistema único de saúde e sob super-
te, por edital, no prazo mínimo de trinta dias, os processos li- visão do gestor de cada ente federado.
citatórios de concessão de serviços públicos, locações, permis- (C) O exercício de atividades de vigilância, prevenção e controle
sões e cessão de uso de próprios municipais. de doenças e promoção da saúde, desenvolvidas em conformi-
(E) À administração pública direta e indireta é vedada a con- dade com as diretrizes do sistema único de saúde e sob super-
tração de empresas que adotem práticas discriminatórias na visão do gestor da união.
admissão de mão de obra, ou que veiculem propaganda dis- (D) O exercício de atividades de vigilância, prevenção e controle
criminatória. de doenças e promoção da saúde, desenvolvidas em confor-
midade com as diretrizes da agência nacional de saúde e sob
20. FUNDATEC - 2021 - Prefeitura de Porto Alegre - RS - Enge- supervisão do gestor de cada ente federado.
nheiro Mecânico- Consoante disposto na Lei Orgânica do Município
de Porto Alegre, assinale a alternativa INCORRETA. 23. CONSULPAM - 2022 - Prefeitura de Irauçuba - CE - Agente
(A) O Município pode celebrar convênios com a União, o Estado de Combate às Endemias- Sobre o exercício das atividades do Agen-
e outros Municípios, mediante autorização da Câmara Munici- te de Combate às Endemias, nos termos da lei n.º 11.350, de 05 de
pal, para execução de serviços, obras e decisões, bem como de outubro de 2006, e suas atualizações, é CORRETO afirmar:
encargos dessas esferas. (A) Incumbe aos Agentes de Combate às Endemias desem-
(B) O Município utilizará seus bens dominais como recursos penhar com zelo e presteza as atividades previstas na lei n.º
fundamentais para a realização de políticas urbanas, especial- 11.350, de 05 de outubro de 2006.
mente em habitação popular e saneamento básico, podendo, (B) As atividades dos Agentes de Combate às Endemias se da-
para essa finalidade, vendê-los ou permutá-los. rão no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e em institui-
(C) Os ocupantes de cargos eletivos, secretários, presidentes ções privadas.
e diretores de autarquias, fundações, empresas públicas e de (C) Os Agentes de Combate às Endemias realização suas ativi-
economia mista apresentarão declaração de bens no dia da dades mediante vínculo indireto com o órgão ou entidade da
posse, nos finais de mandato e nos casos de exoneração ou administração direta, autárquica ou fundacional.
aposentadoria. (D) É essencial e obrigatória a presença de Agentes de Combate
(D) Aos servidores da administração direta e indireta que con- às Endemias na estrutura da Estratégia Saúde da Família (ESF).
corram a cargos eletivos é garantida a estabilidade a partir da
data do registro do candidato até dois anos após o término do
mandato, ou até cento e oitenta dias após a publicação dos re-
sultados em caso de não serem eleitos.
(E) Os vencimentos e vantagens dos cargos e funções de atri-
buições iguais do Poder Legislativo não poderão ser superiores
aos pagos pelo poder Executivo.

292
LEGISLAÇÃO

24. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de São Cristóvão - SE


23 A
- Agente Comunitário de Saúde - Edital nº 1- Com base na legislação
federal que regulamenta o exercício profissional dos agentes co- 24 ERRADO
munitários de saúde (ACS) e dos agentes de combate às endemias 25 ERRADO
(ACE), julgue o próximo item.

Embora desejável, é facultativa a presença de ACE na estrutura


de vigilância epidemiológica e ambiental.
ANOTAÇÕES
( )CERTO
( )ERRADO ______________________________________________________

25. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de São Cristóvão - SE ______________________________________________________


- Agente Comunitário de Saúde - Edital nº 1- Com base na legislação
federal que regulamenta o exercício profissional dos agentes co- ______________________________________________________
munitários de saúde (ACS) e dos agentes de combate às endemias
(ACE), julgue o próximo item. ______________________________________________________

______________________________________________________
As atividades típicas do ACE, em sua área geográfica de atua-
ção, incluem o desenvolvimento de ações de prevenção e controle ______________________________________________________
de doenças, mas não a realização de ações educativas nem a divul-
gação de informações acerca de doenças. ______________________________________________________
( )CERTO
( )ERRADO ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 D
______________________________________________________
2 B
3 E ______________________________________________________
4 C ______________________________________________________
5 B
______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 D
8 D ______________________________________________________
9 B ______________________________________________________
10 C
______________________________________________________
11 C
12 E ______________________________________________________

13 D ______________________________________________________
14 B
______________________________________________________
15 D
______________________________________________________
16 C
17 D _____________________________________________________
18 B _____________________________________________________
19 B
______________________________________________________
20 D
21 C ______________________________________________________

22 B ______________________________________________________

293
LEGISLAÇÃO

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