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AÇÃO REIVINDICATÓRIA
face ao MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE, pessoa jurídica de direito público, com sede na Praça
Montevideo, nº 10, na cidade de Porto Alegre/RS, pelos fatos e fundamentos que seguem.
Em razão da queda, a Requerente teve várias lesões (face, dentes, ombro, joelho)
que culminaram em sérias sequelas mesmo com tratamento médico contínuo e que
continuaram se agravando, causando dores intensas e debilidades que provocaram inclusive
crises depressivas.
DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
O artigo 186 do Código Civil determina de forma clara e precisa como conceito de
ato ilícito aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
O artigo 402 do Código Civil estabelece que “as perdas e danos devidas ao credor
abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o razoavelmente deixou de lucrar”. Em clara
linguagem, apura-se que é dever do ofensor indenizar o ofendido não apenas nos danos
emergentes, mas também dos lucros cessantes até o fim da convalescência.
Art. 949. No caso de lesão ou ofensa a' saúde, o ofensor indenizará o ofendido das
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até o fim da convalescença, além de
algum outro prejuizo que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu
ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das
despesas do tratamento e lucros cessantes até o fim da canva/escença, incluirá pensão
correspondente a' importânciajdo trabalho para que inabilitou, ou da depreciação que
ele sofreu. Parágrafo Único: O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização
seja arbitrada e paga de uma só vez.
Atos rotineiros como limpeza de sua casa, trato com roupas são dolorosas e na
maioria das vezes, impossíveis de realizar. Até para vestir-se a Requerente tem dificuldades,
como para vestir até mesmo uma blusa ou sua roupa íntima, tendo, inclusive, dificuldades para
banhar-se.
1. DO PENSIONAMENTO VITALÍCIO
Ainda que possa exercer alguma atividade laboral, as lesões e as sequelas são
irreversíveis tornarão suas atividades mais penosas, haja vista a redução da capacidade
laborativa e até sua invalidez permanente.
Assim, faz jus a um pensionamento pelo maior esforço que terá de fazer no
mesmo trabalho ou até mesmo pela incapacidade completa de realizar o trabalho, o que
deverá ser apurado através de perícia médica.
"1. A indenização de cunho civil tem por objetivo não apenas o ressarcimento de
ordem econômica, mas, igualmente, o de compensar a vítima pela lesão física
causada pela lesão física causada pelo ato ilícito do empregador, que reduziu sua
capacidade laboral em caráter definitivo, inclusive pelo natural obstáculo de ensejar
a busca por melhores condições e remuneração na mesma empresa ou no mercado
de trabalho.
2. Destarte, ainda que mantido o empregado em suas funções anteriores, o
desempenho do trabalho, com maior sacrifício em face das sequelas permanentes,
há de ser compensado pelo pagamento de uma pensão indenizatória,
independentemente de perda financeira concretamente apurada.
3. A pensão devida à Vítima de acidente de trabalho que fica incapacitada para a
atividade laboral, deve ser paga desde a data do evento, sendo irrelevante o fim de
seu vínculo empregatício. 5T]. REsp 813761 RJ.
Ora, por negligência da Requerida a Autora sofreu grave acidente e teve sua
capacidade laboral extremante reduzida, não reunindo mais condições para o exercício da
mesma profissão, ou mesmo para aprimorar a sua e aumentar seus rendimentos, com uma
melhor colocação.
Cumpre salientar que, tomado o dano moral, como no caso em tela, como
espécie do dano imaterial, como pontifica a doutrina da última década, ou tomado como
gênero, numa posição histórica antecedente, em nenhuma das hipóteses deixaria de ficar ao
abrigo dos ensinamentos do Ministro do STF Carlos Alberto Menezes Direito e do
Desembargador Sergio Cavallieri, quando em obra conjunta asseveraram:
Tal modalidade de dano prova-se por si mesmo, in re lpsa, pois não aceitá-lo
como existente e profundo é ignorar as mais elementares regras naturais. Trata-se de
sentimento atrelado à esfera subjetiva e íntima da pessoa, caracterizado por verdadeira
angústia, abatimento e tristeza experimentados pelo ofendido.
Além do estado anímico que foi atingida, conforme relatado, inegável que a
Requerente sofreu o chamado dano por prejuízo corpóreo, ou seja, o sofrimento físico. Além
das lesões, a Requerente ficou com sequelas definitivas, com limitação de movimentos,
passando por cirurgias e longo tratamento médico, sofrendo constantemente com dores e a
dificuldade na realização de tarefas simples.
4. DANO ESTÉTICO
Soma-se o fato de que ficaram cicatrizes em áreas visíveis de seu corpo que a
lembram constantemente do drama experimentado por anos, desde a ocorrência do acidente,
as quais não irão sumir por completo sem mais operações cirúrgicas estéticas de alto custo.
DO ASSÉDIO MORAL
DA INSALUBRIDADE
Art. 171.
§ 1º: A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de
saúde e somente concedida após verificada a impossibilidade de reabilitação do
funcionário.
DO PEDIDO
3. que seja concedida, com base na Constituição Federal, em seu artigo Sº,
inciso LXXIV, o benefício da Assistência Judiciária Gratuita;
13. a condenação por dano imaterial existencial (dano à vida de relação social
e afetiva, em valor a ser arbitrado pelo juízo, acrescido de correção
monetária e juros.
14. seja determinada a indenização pelo dano estético sofrido (cirurgia no
nariz e colocação de prótese dentária), em valor a ser arbitrado pelo juízo,
acrescido de correção monetária e juros;