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MODELO DE AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA, COM

PEDIDO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, REABILITAÇÃO E


AUXÍLIO-ACIDENTE E DANO MORAL – DIREITO ADQUIRIDO ANTERIOR
À EC N. 103/2019

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA/JUIZADO ESPECIAL


FEDERAL DA CIDADE – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO <VERIFICAR SE É
INTERESSANTE O AJUIZAMENTO DA AÇÃO NA VARA ESTADUAL MEDIANTE A UTILIZAÇÃO
DA COMPETÊNCIA DELEGADA OU POR SER INCAPACIDADE DECORRENTE DE ACIDENTE
DO TRABALHO OU DOENÇA PROFISSIONAL OU DO TRABALHO. SE SIM, ADEQUAR PARA A
NOMENCLATURA ESTADUAL>

Segurado(a), nacionalidade, estado civil, <OCUPAÇÃO>, residente e domiciliado(a) na Rua, Bairro,


Cidade, Estado, inscrito(a) no CPF sob o n.º, NB e DIB (incluir dados do benefício anterior se houver),
endereço eletrônico, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seus procuradores
constituídos, propor a presente AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO CUMULADO COM DANO MORAL E PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA
DE URGÊNCIA contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, pessoa jurídica de
direito público, autarquia federal com endereço à... <ADEQUAR À CIDADE EM QUE A AÇÃO É
AJUIZADA> pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz:

1. BREVE RESENHA FÁTICA <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

A parte autora detém a qualidade de segurado da previdência social, como demonstram os


documentos anexos na presente inicial, sendo que já teve deferido o benefício do auxílio-doença NB
000.000.000-0.
Conforme comprovado pelos documentos em anexo, a parte autora possui doença incapacitante e
sofre com seu tratamento, motivo pelo qual apresentou dificuldades em continuar trabalhando e submeteu-
se à análise médica do INSS.
Salienta-se que a parte autora recebeu o benefício de auxílio-doença com alta programada, e que, por
diversas vezes, fez pedido de prorrogação de seu benefício, sempre se submetendo a novas perícias, sendo
que a última resultou no cancelamento indevido do benefício.
Entretanto, a enfermidade perdura até o presente momento e a parte autora não se encontra apta para
seu retorno à atividade laboral.
A afirmação supra se faz comprovada por meio do prontuário médico, dos exames e laudos médicos
do SUS e do médico particular da parte autora (documentos anexos), os quais dirimem qualquer
questionamento a respeito da real situação de sua saúde.
Ressalta-se, ainda, que desde o cancelamento do benefício de auxílio-doença em mês/ano, a parte
autora tem passado dificultosa situação financeira, em razão de não possuir outro meio de subsistência.
Vê-se, portanto, que o cancelamento do auxílio-doença pela autarquia-ré é totalmente descabido,
forçando o(a) segurado(a) ao retorno de suas atividades laborais, sem que, contudo, este(a) esteja apto(a) ao
exercício destas.
Dessa forma, restando inexitosa toda e qualquer solução extrajudicial do litígio, tem-se a presente
demanda como único meio útil e eficaz para dirimir a lide em voga.

2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>


2.1 DO RESTABELECIMENTO DO AUXÍLIO-DOENÇA

Em primeiro lugar, é importante observar que o direito ao benefício por incapacidade foi adquirido
antes da Reforma da Previdência (EC n. 103/2019), cabendo, portanto, o cumprimento ao art. 3.º da
referida Emenda, que destacamos:
Art. 3.º A concessão de aposentadoria ao servidor público federal vinculado a regime próprio de
previdência social e ao segurado do Regime Geral de Previdência Social e de pensão por morte aos
respectivos dependentes será assegurada, a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos os
requisitos para obtenção desses benefícios até a data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, observados os critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos os
requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por morte.

Em conformidade com a Lei de Benefícios (8.213/1991), vigente à época do implemento das


condições, temos quatro requisitos para a concessão dos benefícios por incapacidade:
(a) qualidade de segurado do requerente (art. 15);
(b) cumprimento da carência de 12 contribuições mensais (arts. 25, I, e 27-A), observados os casos de
dispensa em virtude de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho,
bem como das doenças e afecções especificadas de acordo com a gravidade que mereçam tratamento
particularizado (art. 26, II);
(c) superveniência de moléstia incapacitante para o desenvolvimento de atividade laboral que garanta
a subsistência; e
(d) caráter permanente da incapacidade (para o caso da aposentadoria por invalidez – art. 42) ou
temporário (para o caso do auxílio-doença – art. 59).
A jurisprudência reconhece que os benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez são
fungíveis, sendo facultado ao julgador (e também ao INSS), conforme a espécie de incapacidade
constatada, conceder um deles, ainda que o pedido tenha sido limitado ao outro. Dessa forma, o
deferimento do benefício nesses moldes não configura julgamento ultra ou extra petita. Nesse sentido:

O STJ tem entendimento consolidado de que, em matéria previdenciária, deve-se flexibilizar a análise do
pedido contido na petição inicial, não entendendo como julgamento extra ou ultra petita a concessão de
benefício diverso do requerido na inicial, desde que o autor preencha os requisitos legais do benefício
deferido. (AgRg no REsp 1305049/RJ, Ministro Mauro Campbell Marques, DJe 08.05.2012)

E, por se tratar de benefício por incapacidade, o julgador firma a sua convicção, via de regra, por meio
da prova pericial. “De qualquer sorte, o caráter da incapacidade, a privar o segurado do exercício de todo e
qualquer trabalho, deve ser avaliado conforme as particularidades do caso concreto. Isso porque existem
circunstâncias que influenciam na constatação do impedimento laboral (v.g.: faixa etária do requerente,
grau de escolaridade, tipo de atividade e o próprio contexto socioeconômico em que inserido o autor da
ação).” (TRF/4, AC 5037626-96.2017.4.04.9999/SC, TRS-SC, Rel. Des. Paulo Afonso Bruz Vaz,
05.09.2018)
Conforme comprovam os laudos acostados a essa inicial, a parte autora preencheu todos os requisitos
necessários para a obtenção/manutenção do auxílio-doença. A incapacidade no presente caso impede o
retorno às atividades habituais, sendo indispensável a continuidade do tratamento e o afastamento do
trabalho, na busca de uma possível recuperação.
OU

2.2 DO DIREITO A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ


A parte autora não tem condições para retornar ao trabalho em face do agravamento que sua
enfermidade apresentou.
Vale ressaltar que essa incapacidade é anterior a 13.11.2019, conforme comprovam os seguintes
laudos/atestados: <listar e destacar>
Como se vê, o quadro clínico de incapacidade permanente anterior à EC n. 103/2019 é amplamente
atestado nos documentos anexados a essa exordial, bem como será devidamente comprovado pela perícia
judicial.
Dessa forma, constata-se que houve inadequação da conclusão da última perícia realizada pela
Autarquia-ré e, estando os demais requisitos preenchidos para a concessão do benefício pleiteado, a parte
autora faz jus à concessão ou ao restabelecimento da aposentadoria por invalidez desde 00.00.2000, nos
termos do art. 42 da Lei n. 8.213/1991:
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida
ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de
reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto
permanecer nesta condição.

É importante ressaltar que, apesar de o auxílio-doença não ter sido concedido ao(a) autor(a), seu
quadro clínico nunca melhorou e não apresenta possibilidade de melhora.
<INCLUIR MAIS DETALHES SOBRE A EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE PERMANENTE,
CONFORME AS PECULIARIDADES DO CASO FOCANDO ESPECIALMENTE NA
COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE ANTERIOR À 13.11.2019>.
Sendo assim, restando comprovada a incapacidade permanente da parte autora anterior a 13.11.2019,
mostra-se devida a concessão de aposentadoria por invalidez nos termos da legislação vigente à época.

2.3 DA INVALIDEZ SOCIAL


Caso o perito não constate a incapacidade total no presente processo, mas identifique a
impossibilidade de continuidade de trabalho da parte na mesma atividade, é importante que sejam
observados os elementos socioeconômicos, profissionais e culturais em que está inserida a parte autora.
Isso porque, no caso concreto, torna-se improvável a reabilitação da parte para outra atividade tendo
em vista sua idade avançada e sua escolaridade. Além disso, o local de residência da parte também dificulta
a troca de atividade. <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>
Sobre o tema destacamos julgado do STJ:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS. ASPECTOS


SOCIOECONÔMICOS, PROFISSIONAIS E CULTURAIS. NECESSIDADE DE AVALIAÇÃO.
RETORNO DOS AUTOS AO TRIBUNAL DE ORIGEM.

A concessão da aposentadoria por invalidez deve considerar, além dos elementos previstos no art. 42 da Lei
8.213/91, os aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais da segura– da, ainda que o laudo pericial
apenas tenha concluído pela sua incapacidade parcial para o trabalho. Precedentes.

Na hipótese dos autos, o Tribunal a quo, ao dar provimento ao apelo do INSS para julgar improcedente a
ação, limitou-se a avaliar a perícia médica e apenas considerou que os atestados médicos acostados não
seriam capazes de ilidir a conclusão do perito.

Nesse contexto, necessário se faz o retorno dos autos ao Tribunal de origem, a quem é dada a análise das
provas dos autos, assim como das circunstâncias socioeconômicas, profissionais e culturais relacionadas à
segurada.

Recurso especial provido, em menor extensão.

(REsp 1.568.259/SP, 2.ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe 01.12.2015)

Assim, importante que o juízo leve em consideração para o deslinde da causa não apenas o resultado
da perícia médica, mas também aspectos socioeconômicos, profissionais e culturais da parte autora. Para
tanto, requer a realização de perícia social caso V. Exa. entenda necessária, ou a adoção dos critérios do
juízo para tal avaliação do direito no caso concreto.
2.4 DO DIREITO À REABILITAÇÃO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO. SE NÃO HOUVER
NECESSIDADE DE REABILITAÇÃO RETIRAR ESSA PARTE>

Caso não haja o deferimento da aposentadoria por invalidez, a parte tem ao menos o direito, caso
fique constatada a impossibilidade de recuperação para sua atividade habitual, de passar por um processo
de reabilitação profissional, conforme determina o art. 62 da Lei n. 8.213/1991:

Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insuscetível de recuperação para sua atividade habitual,
deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade. (Redação dada
pela Lei n. 13.457, de 2017.)

Parágrafo único. O benefício a que se refere o caput deste artigo será mantido até que o segurado seja
considerado reabilitado para o desempenho de atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando
considerado não recuperável, seja aposentado por invalidez. (Incluído pela Lei n. 13.457, de 2017)

Requer, portanto, que seja determinado pelo juízo o dever do INSS de promover a reabilitação
profissional da parte autora para seu retorno ao mercado de trabalho, já que impossível é seu regresso à
mesma atividade, ainda que o perito entenda pela capacidade laboral. E, nesse caso, requer o
restabelecimento do auxílio-doença e sua manutenção até que se encerre o processo de reabilitação
profissional.

2.5 DO DIREITO AO PAGAMENTO DE AUXÍLIO-ACIDENTE <ADEQUAR AO CASO


CONCRETO. SE NÃO HOUVER ACIDENTE DE QUALQUER NATUREZA OU DOENÇA
DECORRENTE DO TRABALHO, RETIRAR ESSA PARTE>

Importante ressaltar ainda o direito da parte à concessão do auxílio-acidente por estar acometido de
sequelas que reduziram sua capacidade de trabalho, nos termos do art. 86 da Lei n. 8.213/1991:

Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

Importante lembrar que se equiparam a acidente de trabalho as doenças decorrentes de trabalho, nos
termos do art. 20 da Lei n. 8.213/1991. Destacamos ainda que se equiparam também aos acidentes de
trabalho os acidentes ligados ao trabalho, assim como os sofridos no local de trabalho, bem como as
doenças provenientes de contaminação no trabalho e os acidentes relacionados com ordens oriundas do
empregador, como bem esclarece o art. 21 da Lei n. 8.213/1991.

2.6 DO DIREITO À PERÍCIA CONCLUSIVA

A perícia é fundamental para o deslinde das questões ligadas aos benefícios por incapacidade –
acidentários ou não –, já que não há outro meio de prova que possa suprir a avaliação médica. Sobre o
procedimento para realização de perícias – no âmbito das empresas, no do INSS ou mesmo em sede de
perícia judicial –, deve o profissional da medicina observar os ditames do Código de Ética da categoria, e,
especialmente em relação ao tema, a Resolução n. 1.488/1998 do Conselho Federal de Medicina, que
dispõe sobre as normas específicas de atendimento a trabalhadores.
Problema deveras comum nas demandas acidentárias é a ausência de laudo conclusivo do perito
judicial acerca das condições do segurado à época do requerimento indeferido pelo INSS, alegando o perito
não poder se manifestar sobre o estado de saúde do segurado em período pretérito ao da perícia. Com
efeito, a função da prova pericial é justamente esta, a de buscar, com base nos elementos existentes
(prontuário médico do segurado, atestados, exames, processo administrativo junto ao INSS), concluir se a
situação, à época do requerimento administrativo, era de efetiva incapacidade laboral ou não. Perícia que
não responde a esse quesito – fundamental – é inconclusiva, ou seja, inservível ao fim colimado, devendo
ser refeita. Nesse sentido, a orientação jurisprudencial:
DIREITO PROCESSUAL PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. LAUDO PERICIAL
INSUFICIENTE. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO. SENTENÇA ANULADA. COLEGIADO AMPLIADO.
ART. 942, CPC.
1. A perícia é muito mais uma anamnese qualificada e estudo da patologia desde o seu início (instalação),
progressão e projeção para o futuro (perspectiva de cura, estabilização ou avanço da doença), do que outra
coisa. Perícias incompletas, vai-se repetir à exaustão, ao invés de ajudarem, tornam a decisão judicial mais
complicada e, às vezes, impossível. Ao olvidar o futuro, conectado com o passado e o presente, o perito-
médico atua de forma imprevidente. Vale dizer, sem a devida atenção aos princípios universais da
prevenção/precaução. Não cogita os riscos (evitáveis) de sua decisão (laudo é tomada de decisão) na
perspectiva daqueles que serão afetados por sua decisão (as consequências).
(...) 3. Não havendo a menor dúvida de que o perito não está efetivamente auxiliando o juízo, e aqui se deve
considerar o Tribunal, limitando-se a responder objetivamente os quesitos formulados, mostrando-se a prova
técnica insuficiente para firmar o convencimento do Juízo, ante a sua deficiência, mister se faz a reabertura
da instrução processual, como vem sendo feito neste Colegiado nos processos em que também atuou o
mesmo expert (v.g. AC 5003695-97.2020.4.04.9999, Turma Regional Suplementar de SC, Relator João
Batista Lazzari, juntado aos autos em 08.06.2020; AC 5005283-67.2015.4.04.7202, Turma Regional
Suplementar de SC, Relator Jorge Antonio Maurique, juntado aos autos em 05/03/2018; AC 5018550-
52.2018.4.04.9999, Relator Paulo Afonso Brum Vaz, juntado aos autos em 19/09/2019). (...)
(AC – Apelação Cível 5027432-66.2019.4.04.9999, Paulo Afonso Brum Vaz, TRF4 – Turma Regional
Suplementar de SC, 22.09.2020.)

Por esse motivo, requer a parte autora, desde já, que este d. Juízo, ao designar perícia por expert de
confiança do julgador, determine a este o cumprimento de seu mister de modo conclusivo, evitando
nulidades processuais.
Roga-se, ainda, a este d. Juízo, que designe perito que possua especialidade compatível com a
enfermidade existente, a fim de que a prova seja mais bem produzida em prol da consecução do ideal de
Justiça, como vem decidindo a jurisprudência:
“PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. LAUDO PERECIAL
INSUFICIENTE. SENTENÇA ANULADA.
1. Quando a perícia judicial não cumpre os pressupostos mínimos de idoneidade da prova técnica, ela é
produzida, na verdade, de maneira a furtar do magistrado o poder de decisão.
2. Hipótese em que foi anulada a sentença para a realização de prova pericial por médico psiquiatra” (TRF/4,
AC 5027792-98.2019.4.04.9999, TRS-SC, Rel. Des. Paulo A. Brum Vaz, j. 17.11.2020).

3. DO DANO MORAL

No presente caso, a documentação é clara em demonstrar a continuidade da doença incapacitante.


Sem dúvida, restou inadequado o cancelamento do benefício.
Assim, importante que seja garantida à parte autora a devida indenização por danos morais, tendo em
vista que teve legítimo benefício previdenciário suspenso pelo INSS.
Vale lembrar que o INSS é a autarquia que deveria zelar pela presteza de seus serviços públicos e pela
manutenção dos benefícios previdenciários do RGPS.
Ademais, a Previdência Social possui caráter iminentemente protetivo e social, conferindo aos
segurados benefícios de caráter alimentar.
Diante da suspensão indevida do pagamento de seu benefício, o(a) autor(a) teve sua dignidade
mitigada, tendo, conforme descrito, se sujeitado a situações adversas <descrever e juntar provas: tal como,
negativação no SPC/SERASA, atraso em financiamento habitacional e/ou bancário, inadimplência
condominial>.
Sobre o tema, importante destacarmos que a Constituição Federal de 1988 constituiu importante
avanço na consolidação do Estado Democrático de Direito Brasileiro.
Em compromisso aos direitos humanos, o constituinte originário estabeleceu como um dos
fundamentos da República: a dignidade da pessoa humana.
Apesar da amplitude de sua definição, é imperioso compreender em tal fundamento a noção de que
todo ser humano é titular de direitos que devem lhe proporcionar um parâmetro digno de vida.
São desdobramentos constitucionais da dignidade da pessoa os direitos sociais previstos na
Constituição Federal de 1988, em que se encontra, dentre outros, o direito a previdência social:
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição (art. 6.º, caput, CF/88).

A dignidade da pessoa humana possui, ainda, íntima relação com os direitos e deveres individuais e
coletivos elencados no art. 5.º da Constituição Federal. Dentre eles, encontra-se o seguinte: “são invioláveis
a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação” (art. 5.º, X, CF/88).
Dessa forma, o texto constitucional reconheceu a importância de proteger os direitos vinculados à
personalidade, consagrando, ainda, o instituto da indenização pelo dano patrimonial e pelo dano moral.
Maria Helena Diniz1 define o dano como “a lesão (diminuição ou destruição) que devido a um certo
evento, sofre uma pessoa, contra sua vontade, em qualquer bem ou interesse jurídico, patrimonial ou
moral”.
Logo, a privação indevida no presente caso, de verba alimentar, gerou situações constrangedoras à
parte autora, como bem destacado, eventos estes que constituem um dano não apenas material, mas,
também, moral.
No presente caso, não se pode considerar a suspensão do benefício como um mero infortúnio, mas sim
de corrente de insuficiente zelo do INSS na sua atuação, incorrendo em um dano ao(à) autor(a) que
perpassou a esfera patrimonial.
A discricionariedade do ato administrativo não constitui carta branca para que a Administração
Pública cause danos, materiais ou morais, em bens jurídicos juridicamente relevantes dos segurados. Ainda
mais se nos atentarmos ao fato de que tratamos de verbas alimentares.
O Estado, por óbvio, também está sujeito a ser responsabilizado pelos danos causados:

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos


responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa (art. 37, § 6.º, CF/88).

Não cabe aqui, portanto, o argumento de que a Autarquia Previdenciária, ao suspender o benefício
previdenciário do(a) autor(a), atuou nos limites de sua competência administrativa.
O reconhecimento nesta ação judicial de que o benefício era realmente devido constata uma falha no
julgamento de uma estrutura estatal criada com o precípuo objetivo de materializar garantias de ordem
social estabelecidas na Constituição Federal de 1988.
Ante tudo o que foi relatado, observa-se na jurisprudência um número relevante de precedentes que
confirmam o chamado dano moral previdenciário. Do STJ, destacamos:

(...) 1. O indeferimento de benefício previdenciário imotivado acarreta injusta privação de verba alimentar,
colocando em risco a subsistência do segurado, sobretudo em casos de pessoas de baixa renda, como é o
caso dos autos. (...) 3. Constatado o nexo de causalidade entre o ato da Autarquia e o resultado lesivo
suportado pelo segurado, é de– vida a reparação dos danos morais.

4. Agravo Regimental do INSS desprovido. (STJ, AgRg no AREsp 193.163-SE, 1.ª Turma, Min. Rel.

1 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Responsabilidade civil. 25. ed. São Paulo: Saraiva,
2011. v. 7.
Napoleão Nunes Maio Filho, DJe 08.05.2014)

Do TRF da 4.ª Região, destacamos também:

ADMINISTRATIVO E RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. CANCELAMENTO DE AUXÍLIO-


DOENÇA POSTERIORMENTE REATIVADO POR DECISÃO JUDICIAL. DANO MORAL
COMPROVADO. INDENI– ZAÇÃO. CRITÉRIOS DE ARBITRAMENTO. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 326/STJ.

A responsabilidade civil do Estado é objetiva, na qual não se indaga a culpa do Poder Público, bastando tão
só a prova do ato lesivo e injusto imputável à Administração Pública.

Diante da comprovação da ocorrência do dano moral, que é aquele configurado pela dor, angústia e
sofrimento relevantes que cause grave humilhação e ofensa ao direito de personalidade, deve ser
reconhecido direito à indenização.

O arbitramento da indenização pelo dano moral é ato complexo para o julgador que deve sopesar, dentre
outras variantes, a extensão do dano, a condição socioeconômica dos envolvidos, a razoabilidade, a
proporcionalidade, a repercussão entre terceiros, o caráter pedagógico/punitivo da indenização e a
impossibilidade de se constituir em fonte de enriquecimento indevido.

“Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postula– do na inicial não
implica sucumbência recíproca”. Súmula 326/STJ.

(TRF4, AC 5003744-33.2010.404.7108/RS, 3ª Turma, Rel. Maria Lúcia Luz Leiria, DE 01.10.2012).

No âmbito dos Juizados Especiais Federais, cabe apontar o acórdão:

ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDEFERIMENTO DE BENEFÍCIO DE


SALÁRIO-MATERNIDADE NA VIA ADMINISTRATIVA. ATO ILÍCITO. CONSUSPENÇÃO POR
DECISÃO JUDICIAL. DANO MORAL CONFIGURADO. RECURSO INOMINADO PROVIDO.

Hipótese em que o INSS negou o benefício por entender que caberia ao ex-empregador pagá-lo. Ato
administrativo não amparado por lei, o que caracteriza a abusividade e irregularidade da negativa
administrativa.

Quando o indeferimento do benefício é caracterizado pela ilicute (sic) ou por falha não justificável de
procedimento, o segurado prejudicado deve ser reparado. Caso contrário, o INSS continuará agindo sem o
devido cuidado e atenção na análise dos pedidos de consuspenção de benefícios, gerando situações de aflição
e danos muitas vezes imensuráveis aos segurados.

No caso, configurado o procedimento flagrantemente equivocado do INSS, resta demonstrada a violação a


direito subjetivo da parte autora e o efetivo abalo moral experimentado diante do comprometimento das
condições materiais básicas para manutenção da segurada desempregada e do recém-nascido.

Condenação fixada em R$ 10.000,00 (dez mil reais), valor que observa os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, além de satisfazer o cunho educativo da reparação por danos morais. (...) (TRU4, RC
5000068-03.2017.4.04.7215/SC, 3.ª Turma Recursal de Santa Catarina, Rel. João Batista Lazzari, DE
24.08.2017)

No mesmo sentido, destacamos ainda o julgado no Processo 5014793-76.2016.4.04.7200, Terceira


Turma Recursal de SC, Relator Adamastor Nicolau Turnes, j. em 24.10.2017.
Quanto à quantificação para fins de valor da causa e quanto à competência para julgar o pedido de
dano moral, em recente decisão, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região assim assentou:
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. CUMULAÇÃO DE PEDIDO DE CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO COM INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL
FEDERAL.
VALOR DA CAUSA. (...) 2. No caso de cumulação de pedido de concessão de benefício com condenação
por dano moral, o valor referente à compensação postulada deve ter como limite o equivalente ao total das
parcelas vencidas mais doze vincendas do benefício previdenciário pretendido. (TRF4, AG 5017325-
26.2015.404.0000, 5.ª Turma, Relator p/ Acórdão José Antonio Savaris, juntado aos autos em 10.08.2015)

Assim, cabe, no caso concreto, a determinação do pagamento de dano moral no valor mínimo de R$
15.000,00 <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>, de forma a se garantir a reparação da parte autora.

4. DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

O art. 300 do CPC determina que a tutela de urgência poderá ser concedida no seguinte caso:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

A probabilidade do direito corresponde ao requisito legal da prova inequívoca e da verossimilhança da


alegação, está presente nos fatos alegados e nas provas juntadas nesta inicial, formando o conjunto
probatório necessário para a realização da cognição sumária, indispensável a esta tutela de urgência.
No caso em análise, deve-se observar, como dito alhures, o preceituado no art. 5.º da Lei de
Introdução às normas do Direito Brasileiro, estabelecendo que o juiz deve aplicar a lei atendendo aos fins
sociais a que ela se dirige; e, como a finalidade do direito previdenciário é propiciar, aos segurados e seus
dependentes, os meios indispensáveis à existência digna, a atitude do INSS em cancelar o auxílio-doença,
antes do efetivo retorno da capacidade laborativa da parte autora, fere frontalmente o sentido teleológico do
direito previdenciário.
Tratando-se de benefício previdenciário, que tem caráter nitidamente alimentar, o fundado receio de
dano irreparável decorre da própria condição dos beneficiários, que faz presumir inadiável a prestação
jurisdicional postulada, ainda mais no presente caso, quando o(a) segurado(a) encontra-se
impossibilitado(a) de exercer suas atividades e de prover por sua subsistência e de sua família, tendo que
viver de auxílio de terceiros.
A situação criada pela autarquia-ré, ou seja, o cancelamento do benefício de auxílio-doença, está
pondo em risco a subsistência do(a) autor(a), tendo em vista a natureza alimentar do benefício.
Assim, impõe-se a designação de perícia médica, com urgência, a fim de que, após o laudo, possam
ser antecipados os efeitos da tutela, como medida de salvaguardar a subsistência do(a) autor(a). Destaca-se
que, em não sendo possível o agendamento de perícia de forma rápida, ainda assim seja concedida a tutela
provisória de urgência, de forma a garantir a subsistência do(a) segurado(a) bem como de sua família.
Ressalta-se que há cabimento da tutela provisória de urgência antes mesmo da perícia, caso esse
respeitável Juízo se convença da existência dos pressupostos para a concessão da medida a partir da
documentação já acostada, como se vê da decisão a seguir transcrita:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. ANTECIPAÇÃO DE


TUTELA. REQUISITOS.
Se está demonstrada a incapacidade, através de atestados médicos idôneos, é de se dizer que está
preenchido o requisito da probabilidade do direito. Exigir a perícia judicial, sob o pretexto da
presunção da validade do laudo administrativo, seria aniquilar parcialmente a tutela de urgência. O
fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação está caracterizado pela impossibilidade de o
segurado exercer suas atividades habituais e, consequentemente, prover o próprio sustento.
(TRF4, AG 5012801-73.2021.4.04.0000, Turma Regional Suplementar de SC, Relator Paulo Afonso Brum
Vaz, juntado aos autos em 25.05.2021, sem grifos no original).

5. DO PREQUESTIONAMENTO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

Resta clara a violação aos ditames constitucionais e à legislação federal, que destacamos:
<ADEQUAR AO CASO CONCRETO, LEMBRANDO DE INCLUIR LEGISLAÇÃO FEDERAL
TAMBÉM, MESMO PARA AÇÕES DE JUIZADOS, TENDO EM VISTA A ATUAL POSSIBILIDADE
DE INTERPOSIÇÃO DE IRDR>.

6. REQUERIMENTOS <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>

Em face do exposto e comprovado, requer-se digne Vossa Excelência a determinar a procedência total
da pretensão deduzida, e:

EM CARÁTER LIMINAR:
a) a concessão da tutela provisória de urgência, de imediato ou após a realização de perícia médica
(se possível), determinando-se ao INSS que inicie/restabeleça imediatamente o pagamento das
prestações do benefício previdenciário de auxílio-doença, devendo mantê-lo enquanto persistir a
enfermidade ensejadora do benefício. Requer ainda que seja determinado ao INSS que se abstenha de
incluir DCB com alta programada para o presente caso, devendo, para a cessação do benefício, proceder
a realização de perícia administrativa com a parte autora;
b) caso seja constatado, por meio do laudo pericial, a condição de invalidez (incapacidade insuscetível
de reabilitação para o exercício de qualquer atividade), requer a concessão da tutela provisória de urgência,
determinando-se ao INSS que inicie imediatamente o pagamento das prestações do benefício
previdenciário de aposentadoria por invalidez (direito adquirido), com fulcro no art. 77 do Decreto n.
3.048/1999 c/c os arts. 62 e 101 da Lei n. 8.213/1991;
c) a determinação do pagamento de multa a ser fixada por este Juízo, com base nos arts. 300 e 497
do CPC, caso haja, por parte da autarquia-ré, o descumprimento da tutela a ser deferida.
EM CARÁTER DEFINITIVO:
Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:
d) a citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, responder à presente
demanda, no prazo legal, advertindo-se que:
e) a determinação ao INSS para que, na primeira oportunidade em que se pronunciar nos autos,
apresente o Processo de Concessão do Benefício Previdenciário para apuração dos valores devidos à
parte autora, conforme determinado pelo art. 11 da Lei n. 10.259/2001, sob pena de cominação de multa
diária, nos termos do art. 139, IV, do CPC, a ser fixada por esse Juízo;
f) constatada por laudo pericial a condição de invalidez (incapacidade insuscetível de recuperação
para o exercício de qualquer atividade) em data anterior a 13.11.2019, requer a condenação do INSS à
concessão da aposentadoria por invalidez desde a cessação do auxílio-doença;
g) em caso de não se constatar a incapacidade permanente anterior a 13.11.2019, requer
subsidiariamente a condenação do INSS ao restabelecimento do auxílio-doença, desde a cessação
administrativo do benefício, tornando definitiva a tutela provisória de urgência eventualmente deferida.
Requer ainda que seja determinado ao INSS que se abstenha de incluir DCB com alta programada para o
presente caso, devendo, para a cessação do benefício, proceder a realização de perícia com a parte autora;
h) sucessivamente aos pleitos anteriores, caso seja constatada no laudo pericial apenas a invalidez
parcial, requer a realização de perícia social para que sejam analisados os elementos socioeconômicos,
profissionais e culturais em que está inserida a parte autora e a consequente condenação do INSS a
concessão da aposentadoria por invalidez (social) desde a cessação do auxílio-doença;
i) em acréscimo ao pedido de letra “g”, caso não seja concedida a aposentadoria por invalidez para a
parte autora, requer a condenação do INSS para que não cesse o auxílio doença sem proceder a reabilitação
da parte autora, durante a qual deverá permanecer o pagamento do auxílio-doença e após a qual deverá ser
concedido o auxílio-acidente, nos termos da Lei n. 8.213/1991.<ADEQUAR AO CASO CONCRETO>
j) caso procedentes quaisquer dos itens acima, requer a condenação do INSS ao pagamento dos
valores acumulados, aplicando-se o índice da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia (Selic), acumulado mensalmente, para para fins de atualização monetária e de compensação da
mora (art. 3º da EC n. 113/2021), respeitada a prescrição quinquenal;
l) a condenação do INSS ao pagamento de dano moral no montante de no mínimo R$ 15.000,00, para
reparação do abalo moral e psicológico causado pela cessação indevida do benefício;
m) a condenação do INSS ao pagamento de custas, despesas e de honorários advocatícios, na base de
20% (vinte por cento) sobre as parcelas vencidas e as doze vincendas, apuradas em liquidação de sentença,
conforme dispõem o art. 55 da Lei n. 9.099/1995 e o art. 85, § 3.º, do CPC;
n) para a prova dos fatos alegados, além do conhecimento dos documentos que acompanham a
presente ação, requer e protesta pela produção de todos os meios de prova admitidos em direito, em
especial a perícia médica, sem exclusão de nenhum outro meio que se fizer necessário ao deslinde da
demanda. Requer, portanto, a nomeação de perito, escolhido por este MM. Juízo, para a realização da
perícia médica, inclusive, se necessários, a realização de exames suplementares, além dos apresentados,
que sejam considerados indispensáveis para a constatação da doença.
o) por não possuir condições financeiras para nomeação de assistente técnico, requer, desde já, a
apresentação de quesitos suplementares, e a manifestação do perito referente aos laudos e exames anexos a
essa inicial. <CASO A PARTE TENHA MAIS DE UMA DOENÇA, EM ESPECIAL DE DIFERENTES
CAUSAS, COMO ORTOPÉDICA E PSIQUIÁTRICA, IMPORTANTE OBSERVAR QUE PODE SER
REQUERIDA MAIS DE UMA PERÍCIA, COM MÉDICOS ESPECIALISTAS, PARA SE GARANTIR A
ANÁLISE CORRETA DO CASO CLÍNICO>.
p) a concessão da Gratuidade da Justiça, por ser a parte autora pessoa hipossuficiente, na acepção
jurídica do termo, sem condições de arcar com as despesas processuais e os honorários advocatícios
sucumbenciais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, na forma dos arts. 98 e ss. do CPC.
<RECOMENDA-SE A COLETA, PELO ADVOGADO, DE DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA
DO CLIENTE, CASO SEJA REQUERIDA A GRATUIDADE DA JUSTIÇA. DEVE-SE, TAMBÉM, DE
PREFERÊNCIA, FAZER A JUNTADA DE TAL DECLARAÇÃO NOS AUTOS, JÁ NA INICIAL>.
Cumprindo a previsão do art. 319, VII, do CPC, a parte autora declara que opta pela realização <OU
NÃO REALIZAÇÃO, ADEQUAR CONFORME O INTERESSE EM CADA CASO> de audiência de
conciliação no presente caso.
Requer-se, ainda, com base no § 4.º do art. 22 da Lei n. 8.906/1994, que, ao final da presente
demanda, caso sejam encontradas diferenças em favor do(a) autor(a), quando da expedição da RPV ou do
precatório, os valores referentes aos honorários contratuais e sucumbenciais sejam expedidos em nome da
sociedade de advogados contratada pela parte autora, sendo os honorários contratuais devidos no
percentual constante no contrato em anexo.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais). <ADEQUAR CONFORME O CASO>
Nesses termos,
PEDE DEFERIMENTO
Cidade e data.
Nome do Advogado e OAB
------
Quesitos para a perícia <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>
Em vista do preconizado na Resolução n. 1.488/1998 do Conselho Federal de Medicina (juntada aos
autos), considerando o exame clínico e os exames complementares, quando necessários, o histórico clínico
e ocupacional, reputado decisivo em qualquer diagnóstico do trabalhador pela referida Resolução, e a partir
da vistoria do local de trabalho e da organização do trabalho (em caso de perícia acidentária), queira
responder o sr. Expert os quesitos a seguir:
Qual a profissão da pessoa periciada?
A pessoa periciada é portadora de doença, lesão ou moléstia que a incapacite para o exercício de sua
atividade profissional? Em caso positivo, qual ou quais as CID(s)?
A doença, lesão ou moléstia pode ser considerada profissional ou decorrente de acidente de trabalho
ou de qualquer natureza? Se sim, qual a data do início ou do acidente?
A pessoa periciada possui outras doenças que tenham deixado sequelas ou que sejam de importância
para o seu estado clínico atual? Quais os CID(s)?
A partir da documentação médica, qual a data de início da incapacidade para o trabalho? (observando-
se que o quesito em questão não pode ser considerado “prejudicado”, pois é um dos principais aspectos do
litígio)
A doença, lesão ou moléstia profissional incapacita a pessoa periciada para o exercício de sua
atividade/profissão?
A pessoa periciada é portador(a) de doença, lesão ou moléstia que a incapacite para outras atividades
(que não a sua) que possam lhe garantir a subsistência e/ou para a vida independente? Se não, quais
atividades/profissões poderia exercer?
Tais atividades são compatíveis com o grau de escolaridade e a idade da pessoa periciada? Em caso
positivo, qual ou quais as CID(s)?
A pessoa periciada possui outras doenças que tenham deixado sequelas ou que sejam de importância
para o seu estado clínico atual? Quais os CID(s)?
Quais as características das doenças e/ou limitações na vida diária e laboral causadas pelas
enfermidades que acometem a pessoa periciada?
Quais as características das limitações laborais causadas pelas enfermidades que acometem a pessoa
periciada?
A pessoa periciada é portadora de artrose? Se sim, desde quando foi diagnosticada a doença? E quais
são os efeitos/sintomas que podem causar a artrose? A pessoa periciada pode permanecer muito tempo em
pé?
A pessoa periciada pode carregar peso?
A pessoa periciada pode realizar exercer atividades que envolvam caminhadas?
A pessoa periciada pode realizar esforços repetitivos?
A incapacidade laborativa da pessoa periciada sobreveio por motivo de progressão ou agravamento de
sua doença, moléstia ou lesão?
Qual o comprometimento sofrido pelo paciente em sua rotina e hábito diários (não atinentes a sua vida
laboral)?
Caso a pessoa periciada esteja incapacitada, essa incapacidade é temporária ou permanente?
Qual a data de início da incapacidade permanente, caso essa tenha sido detectada?
Caso a pessoa periciada esteja incapacitada, essa incapacidade é total ou parcial?
Caso a pessoa periciada esteja temporariamente incapacitada, é possível que essa incapacidade
aumente e venha a se tornar permanente?
Caso a pessoa periciada esteja temporariamente incapacitada, é possível determinar um prazo mínimo
de duração do afastamento para a nova análise do quadro?
Caso a pessoa periciada esteja temporariamente incapacitada, levando-se em consideração a duração
dos auxílios-doença da parte e do tratamento que tem sido feito pela mesma, é possível considerar qualquer
possibilidade de melhora?

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