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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL DE UNIÃO DA

VITÓRIA - PARANÁ

JOAREZ DE JESUS DA SILVA, brasileiro, solteiro, serviços gerais em reflorestamento,


portador do documento de identidade n. 12.656.221-7, inscrito no CPF/MF sob o n. 084.539.629-
35, residente e domiciliado na Rua João Maria Marcondes, n. 294, Monte Castelo, General Carneiro - PR
– parte autora não dispõe de endereço eletrônico -, por sua procuradora constituída mediante instrumento
de procuração anexo, com escritório profissional localizado na Travessa Afonso Schwartz, nº 55, Bairro
São Bernardo, União da Vitória – Paraná, onde recebe intimações, vem propor a presente

AÇÃO DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE AUXÍLIO POR INCAPACIDADE


TEMPORÁRIA/APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, pelos seguintes


fatos e fundamentos jurídicos abaixo aduzidos.

1. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA


A parte autora não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo
próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência que acompanha a inicial em epígrafe
e, de acordo com o art. 99, § 3º do Código de Processo Civil, “presume-se verdadeira a alegação de
insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural”.
Assim, requer a parte autora a concessão da gratuidade processual INTEGRAL
(justiça gratuita), com fulcro no artigo 5º, incisos XXXV, LV e LXXIV da Constituição Federal,
artigos 98 e seguintes do Código de Processo Civil e nas disposições ainda em vigor da Lei 1.060/50.

2. DO INTERESSE DE AGIR

Preliminarmente, importante dirimir controvérsias acerca do interesse de agir sobre a


conversão do auxílio-doença em auxílio-acidente na esfera judicial. Como José Antônio Savaris destaca,
“o que caracteriza o interesse de agir não é a existência de um indeferimento administrativo, mas a
ocorrência de lesão ou ameaça de lesão ao direito do indivíduo.”

Impende salientar que, em casos de pedido judicial de concessão de auxílio-acidente


precedido de auxílio-doença, não há se falar em necessidade de se postular administrativamente o auxílio-
acidente, porquanto o interesse de agir da parte autora nasce do próprio fato de, tendo preenchido todos os
requisitos para a sua concessão, não ter recebido o benefício.

Assim, diante da reiterada extinção sumária de ações de concessão de auxílio-acidente no


âmbito dos Juizados Especiais Federais, a Coordenadoria dos Juizados Especiais Federais do Rio Grande
do Sul (COJEF) aprovou, recentemente, o Enunciado 16 que dispõe: “Nas ações de conversão de auxílio-
doença em aposentadoria por invalidez e/ou auxílio acidente não é necessário o prévio requerimento
administrativo em face da inexistência de rotina específica no sistema informatizado do INSS”

Nota-se que a orientação da Coordenadoria é para que em ações judiciais que tratam de
conversão de auxílio-doença em auxílio-acidente, não há o que se falar em carência de ação pela falta do
pedido administrativo, uma vez que este pedido administrativo sequer consta no sistema informatizado do
INSS. Importante destacar que o pedido de auxílio-acidente não consta no sistema informatizado
justamente porque ele decorre da prévia concessão do auxílio-doença.

No presente caso, a parte requerente teve deferido o benefício de auxílio-doença, face à


constatação, pela perícia médica do INSS, da sua incapacidade temporária para o trabalho, em
observância aos princípios da proteção e da hipossuficiência do segurado, cumpria à autarquia ré, desde o
requerimento administrativo do auxílio-doença, zelar por eventual direito da parte autora de percepção de
benefício previdenciário por incapacidade, amparando o segurado enquanto subsistente as condições
autorizadoras da concessão dos mesmos.

Sendo três os benefícios por incapacidade da Previdência Social – auxílio-doença,


aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente –, o requerimento de qualquer dos mesmos constrange o
INSS a prestar aquele que melhor se coadunar com o estado de saúde e as condições laborativas do
segurado. Cabe à autarquia previdenciária, no processo administrativo, e ao Juiz, no processo judicial,
enquadrar a situação fática apresentada ao dispositivo legal pertinente à concessão do benefício cabível,
atitude que se torna especialmente exigível em benefícios previdenciários, pela relevância social que
circunda a matéria.

Esse entendimento encontra sustentação no princípio da fungibilidade dos benefícios


previdenciários, o qual tem necessária aplicação em relação aos benefícios por incapacidade, tendo-se em
vista que a distinção entre os mesmos possui um cunho circunstancial, porquanto o que os difere, em
especial, é o caráter temporário ou permanente da incapacidade (no caso do auxílio-doença e da
aposentadoria por invalidez), ou, então, o caráter parcial ou total da incapacidade (no caso do auxílio-
acidente e do auxílio-doença/aposentadoria por invalidez), os quais somente podem ser constatados por
meio do exame pericial. Nesse aspecto, o requerimento de um dos benefícios por incapacidade aproveita
consectariamente, aos demais, assim se posicionando o Egrégio Tribunal Federal da 4ª Região, conforme
se denota dos seguintes precedentes jurisprudenciais:

PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ E AUXÍLIO-


DOENÇA. LAUDO PERICIAL. AUXÍLIOACIDENTE. REDUÇÃO DA INCAPACIDADE LABORAL.
REQUISITOS. COMPROVAÇÃO. PEDIDO DIVERSO DA INICIAL. FUNGIBILIDADE.
CONSECTÁRIOS. TUTELA ESPECÍFICA. Nas ações em que se objetiva a aposentadoria por
invalidez, auxílio-doença ou auxílio-acidente, o julgador firma seu convencimento, via de regra, com
base na prova pericial. Comprovada a existência de redução da capacidade para o trabalho, uma vez
preenchidos os requisitos previstos no art. 86 da Lei nº 8.213/91, é de ser reconhecido o direito ao
auxílio-acidente. Preenchidos os requisitos para concessão do auxílio-acidente na data do
requerimento administrativo, porquanto a redução laboral já se fazia presente na ocasião, deve ser
deferido o benefício, ainda que pedido diverso tenha sido formulado na exordial. Precedentes. (...).
(TRF4, AC 2009.71.99.005264-0, Sexta Turma, Relator Paulo Paim da Silva, D.E. 09/02/2010 –
grifos nossos)

No mesmo sentido, uma vez concedido o benefício por incapacidade denominado auxílio-
doença, somente é permitida sua cessação no instante em que se verificar que o estado de saúde e a
capacidade laborativa do segurado não mais permitem a prorrogação deste auxílio-doença ou a concessão
de auxílio-acidente ou aposentadoria por invalidez. Essa concepção prospera, uma vez que os benefícios
de auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez são decorrências lógicas do auxílio-doença.

Por isso que, atualmente, a própria INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 45 instrui:

Art. 621. O INSS deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor
orientar nesse sentido.

Portanto, consoante inteligência da doutrina, da jurisprudência e dos preceitos


constitucionais, ainda, diante da orientação do COJEF, a prévia postulação administrativa não é
necessária para a configuração do interesse de agir, razão pela qual deve ser analisado o mérito da
presente demanda

2. DA CAUSA DE PEDIR
2.1. DOS FUNDAMENTOS DE FATO
Em 09/12/2010 o autor sofreu queda de uma árvore e em razão disso, FRATURA DE
PERNA, PARTE NÃO ESPECIFICADA – CID S82.9. Recebeu o benefício de auxílio-doença
cadastrado sob o NB 543.780.879-4 entre 12/11/2010 a 1503/2012. Chegou a apresentar mais um
requerimento de prorrogação do benefício, cadastrado sob o NB 550.666.691-4, concedido até 3105/2012,
quando então teve definitivamente cessado o benefício de auxílio-doença.
O Laudo Médico Pericial disponível no sistema SABI – Sistema de Administração de
Benefícios por Incapacidade – indica que o requerente sofreu FRATURA DE PERNA, PARTE NÃO
ESPECIFICADA – CID S82.9.
Após o tratamento realizado, o autor teve suas sequelas consolidadas, as quais ocasionaram
em perda significava de mobilidade, perda de equilíbrio, força e, principalmente, encurtamento de
membro, reduzindo sua capacidade laborativa.
Com o fim da prestação do benefício de auxílio-doença, cabia à perícia médica do INSS a
avaliação e sua imediata conversão em auxílio-acidente, a fim de indenizar o segurado pela diminuição da
capacidade para o labor habitualmente exercido e/ou a necessidade de empenho de maior grau de esforço
para a realização das suas atividades em razão das sequelas permanentes adquirida.
A fratura de perna e suas sequelas permanentes podem ter um impacto significativo na
capacidade do autor para desempenhar suas atividades de reflorestamento, tais como:
1. Dificuldade na mobilidade: A perda significativa de mobilidade causada pelas sequelas da
fratura de perna impede o autor de realizar tarefas que exigem locomoção constante e ágil em terrenos
acidentados e irregulares, como é comum nas atividades de reflorestamento.
2. Perda de equilíbrio: A redução do equilíbrio resultante das sequelas da fratura pode
prejudicar a habilidade do requerente de se manter firme em superfícies irregulares, como encostas e
áreas de reflorestamento com terreno acidentado, aumentando o risco de novos acidentes durante o
exercício de suas funções.
3. Redução da força física: O encurtamento do membro afetado pela fratura pode causar uma
perda significativa de força física, tornando difícil o manuseio de equipamentos pesados e a realização de
atividades que exijam esforço físico considerável, o que é comum na profissão de auxiliar de
reflorestamento.
4. Dificuldade em realizar tarefas específicas: A fratura e suas sequelas podem impactar a
capacidade do autor de executar tarefas específicas relacionadas ao reflorestamento, como plantar mudas,
cortar árvores ou transportar equipamentos, devido à limitação física imposta pelas sequelas permanentes.
5. Necessidade de esforço adicional: Em virtude das limitações impostas pela fratura
consolidada, o autor pode estar se esforçando em um grau maior do que um trabalhador saudável para
realizar as atividades de reflorestamento, o que pode levar a um desgaste físico e mental mais rápido.
6. Risco ocupacional aumentado: O trabalho de reflorestamento frequentemente envolve
atividades perigosas e exposição a riscos, como o manuseio de ferramentas cortantes e o contato com
árvores instáveis. As sequelas da fratura podem tornar o autor mais suscetível a acidentes no ambiente de
trabalho, colocando-o em maior risco ocupacional.
Todavia, diante do fim da invalidez temporária, o INSS cessou o benefício de auxílio-
doença, sem, contudo, instituir o auxílio-acidente em favor do segurado, desconsiderando o fato de que a
sua reabilitação profissional se dera em cunho meramente parcial, face às sequelas permanentes
ocasionadas pelo acidente.
A omissão por parte do INSS ao não conceder de ofício o benefício de auxílio-acidente
demonstra total descompasso com a legislação previdenciária vigente, razão pela qual a parte autora
recorre à tutela jurisdicional do Estado, a fim de ter acesso ao benefício de auxílio-acidente não concedido
pela parte requerida.

2.2. DOS FUNDAMENTOS DE DIREITO


2.2.1 DO AUXÍLIO-ACIDENTE
A pretensão da parte autora vem amparada na Lei n.º 8.213/91, mais especificamente
em seu artigo 86, que assim dispõe:
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas
que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

No caso em tela, resta evidenciado o direito ao recebimento do auxílio-acidente, visto


que a parte autora encaixa-se perfeitamente no que preceitua a Lei n.º 8.213/91. Vejamos.
A parte autora teve consolidação das lesões decorrentes do acidente, as quais podem
ser facilmente comprovadas através de perícia médica judicial. Ainda, a legislação expressamente
autoriza a prestação do benefício pleiteado quando as lesões forem provenientes de acidente de qualquer
natureza, não sendo necessário, destarte, o vínculo entre o infortúnio e o exercício de atividade
profissional.
É de extrema importância relembrar que o nível de limitação não constitui óbice à
concessão do auxílio-acidente, já que o nível do dano e, em consequência, o grau do maior esforço,
não interferem na concessão do benefício, o qual será devido ainda que mínima a lesão. Nesse
sentido, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, no Tema Repetitivo 416, senão vejamos:
Tema 416 - Exige-se, para concessão do auxílio-acidente, a existência de lesão,
decorrente de acidente do trabalho, que implique redução da capacidade para o
labor habitualmente exercido. O nível do dano e, em consequência, o grau do maior
esforço, não interferem na concessão do benefício, o qual será devido ainda que
mínima a lesão.
A lei não faz referência ao grau de lesão, uma vez que essa circunstância não consta
entre os requisitos para a concessão do auxílio-acidente. É devido o referido benefício ainda que a lesão e
a incapacidade laborativa sejam mínimas, sendo necessário verificar apenas se existe lesão decorrente de
acidente de qualquer natureza e se, após a consolidação da referida lesão, houve sequela que acarretou a
redução da capacidade para o trabalho habitualmente exercido. No mesmo sentido:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORAL.


EXISTÊNCIA. TEMA 416 STJ. ANEXO III DO DECRETO N. 3.048/99. ROL
EXEMPLIFICATIVO. 1. É devido o benefício pleiteado em face da comprovação da
existência de sequela que provoca a redução funcional do membro afetado, exigindo maior
esforço do autor para executar seu labor, mormente frente ao agravante de sua condição
de obesidade mórbida (grau III), conforme atestado em perícia judicial. 2. O Superior
Tribunal de Justiça, ao julgar o Tema 416, firmou a seguinte tese: Exige-se, para concessão
do auxílio-acidente, a existência de lesão, decorrente de acidente do trabalho, que implique
redução da capacidade para o labor habitualmente exercido. O nível do dano e, em
consequência, o grau do maior esforço, não interferem na concessão do benefício, o qual
será devido ainda que mínima a lesão. 3. Para a concessão do benefício de auxílio-
acidente, não há obrigatoriedade da lesão encontrada estar enquadrada em alguma das
situações elencadas no Anexo III do Decreto n. 3.048/99, visto que o rol não é exaustivo,
apenas exemplificativo. (TRF4, AC 5002655-75.2023.4.04.9999, NONA TURMA, Relator
SEBASTIÃO OGÊ MUNIZ, juntado aos autos em 19/04/2023)

No caso dos autos, a redução da capacidade laborativa esta mais que evidente, nem
sendo necessária a realização de exame pericial para constatá-la, devendo o juízo, ao apreciar as provas,
desconsiderar as conclusões do laudo, nos termos do artigo 479 do Código de Processo Civil.
Assim, encontra-se satisfeita a integralidade dos requisitos exigidos para a prestação
do benefício de auxílio-acidente, fazendo jus à sua concessão.

Todavia, convém referir que desde já a parte autora manifesta o interesse na


realização de perícia médica judicial, a qual corroborará na aferição dos requisitos essenciais para a
concessão do benefício.

2.2.1 DO AUXÍLIO-ACIDENTE

O marco inicial do auxílio-acidente deve corresponder à data imediatamente posterior


à da cessação do auxílio-doença, sempre que este tiver sido previamente deferido pelo INSS, conforme
dispõe o artigo 86, § 2º, da Lei n.º 8.213 e o artigo 104, § 2º, do Decreto n.º 3.048/99, que contém a
seguinte redação: “O auxílio-acidente será devido a contar do dia seguinte ao da cessação do auxílio-
doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada
sua acumulação com qualquer aposentadoria”.
Portanto, não há divergência em relação ao termo inicial do auxílio-acidente precedido
de auxílio-doença. A jurisprudência ratifica os termos do texto legal, indicando, de forma uníssona, o dia
subsequente ao da cessação do auxílio-doença como a data inicial do auxílio-acidente, sempre que aquele
benefício for concedido, anteriormente, em razão do infortúnio, consoante o seguinte precedente do
Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região:
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. REQUISITOS. REDUÇÃO DA
CAPACIDADE LABORATIVA. COMPROVAÇÃO. TERMO INICIAL. 1. Quatro são
os requisitos para a concessão do benefício em tela: (a) qualidade de segurado; (b) a
superveniência de acidente de qualquer natureza; (c) a redução parcial da
capacidade para o trabalho habitual, e (d) o nexo causal entre o acidente a redução
da capacidade. 2. Hipótese em que restou comprovada a redução da capacidade
laborativa 3. O termo inicial do auxílio-acidente deve recair no dia seguinte ao da
cessação do auxílio-doença que lhe deu origem, conforme determina o art. 86, § 2º,
da Lei 8.213/91, observando-se a prescrição quinquenal da Súmula 85/STJ. (TRF4,
AC 5013702-17.2021.4.04.9999, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC,
Relator PAULO AFONSO BRUM VAZ, juntado aos autos em 12/04/2022)
Assim, o benefício deve ser concedido logo o prazo assinalado pelo perito judicial
como necessário parra recuperação da capacidade laborativa ou, entendendo o profissional que autor
estava apto quando do indeferimento do último requerimento administrativo, no primeiro dia
imediatamente posterior à cessação do NB 637.015.090-1, ou seja, 1/3/2022.

4. REAFIRMAÇÃO DA DER
A possibilidade da reafirmação da DER foi objeto do REsp 1.727.063/SP, REsp
1.727.064/SP e REsp 1.727.069/SP, representativos da controvérsia repetitiva descrita no Tema 995 -
STJ, com julgamento em 22/10/2019, cuja tese firmada foi no sentido de que é possível a reafirmação da
DER (Data de Entrada do Requerimento) para o momento em que implementados os requisitos para a
concessão do benefício, mesmo que isso se dê no interstício entre o ajuizamento da ação e a entrega da
prestação jurisdicional nas instâncias ordinárias, nos termos dos artigos 493 e 933 do Código de Processo
Civil, observada a causa de pedir.

5. COMPLEMENTAÇÃO/UTILIZAÇÃO/AGRUPAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES


PREVIDENCIÁRIAS RECOLHIDAS EM VALOR INFERIOR AO MÍNIMO OU EM
ALÍQUOTAS DISTINTAS E INDENIZAÇÃO DE EVENTUAIS PERÍODOS
Havendo necessidade, requer a parte interessada que seja oportunizada a
complementação/utilização/agrupamento das contribuições previdenciárias recolhidas em valor inferior
ao salário-mínimo ou em alíquotas distintas, com a expedição da Guia da Previdência Social, bem como a
indenização de eventuais períodos, garantindo-se todos os efeitos esperados desde a DER do benefício de
aposentadoria escolhido ao final.

6. APLICAÇÃO DO TEMA 629 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Desde já, requer que, entendo o juízo que as provas são insuficientes para comprovar o
direito alegado, seja aplicado o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça ao julgar o Tema
629, submetido ao rito do artigo 543-C, do Código de Processo Civil. Segundo a tese firmada, “A
ausência de conteúdo probatório eficaz a instruir a inicial, conforme determina o art. 283 do CPC,
implica a carência de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do processo, impondo sua
extinção sem o julgamento do mérito (art. 267, IV do CPC) e a consequente possibilidade de o autor
intentar novamente a ação (art. 268 do CPC), caso reúna os elementos necessários à tal iniciativa”.

7. DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, a parte autora vem requerer a Vossa Excelência:
1) A citação do réu INSS, para, querendo, responder a presente ação no prazo legal,
sob pena de revelia, sendo desnecessária a designação de audiência de conciliação, nos termos do artigo
334, Código de Processo Civil.

2) A produção de provas admitidas em Direito, tais como juntada de novos


documentos, oitivas de testemunhas, dentre outras, se necessário, para comprovar o direito do autor,
especialmente a designação de perícia médica com profissional especialista.

3) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, nos moldes da Lei


1.060/1950.

4) Ao final, a condenação do INSS em:

4.1) conceder o benefício de auxílio-acidente, com DIB em 01/06/2012, data


seguinte à da cessação do auxílio-doença NB 550.666.691-4, e RMI no valor de 50% do salário de
benefício;

4.2) pagar os valores atrasados, desde a data do reconhecimento da redução da


capacidade laborativa, monetariamente corrigidos desde o respectivo vencimento, acrescidos dos juros
moratórios, incidentes até a data do efetivo pagamento, ocorrida com a expedição de RPV/precatório;

4.3) pagar honorários advocatícios no percentual de 20% e nas custas processuais.

5) Havendo necessidade, requer a parte interessada que seja oportunizado a


complementação/utilização/agrupamento das contribuições previdenciárias recolhidas em valor inferior
ao salário-mínimo ou em alíquotas distintas, com a expedição da Guia da Previdência Social, bem como a
indenização de eventuais períodos, garantindo-se todos os efeitos esperados desde a DER do benefício de
aposentadoria escolhido ao final

6) A reafirmação da DER, em sendo caso, para o momento que a parte autora


preenche os requisitos para a concessão do benefício pretendido;

7) Sendo as provas apresentadas insuficientes, requer a aplicação do Tema 629, do


Superior Tribunal de Justiça, julgado sob o rito dos recursos repetitivos, extinguindo-se o feito sem
resolução do mérito;

Dá-se à causa o valor de R$ 79.200,00 (setenta e nove mil e duzentos reais).

União da Vitória, 24 de julho de 2023.

HEYLA THAIS GURSKI


OAB/PR 96.463

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