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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO

JUDICIÁRIA DE

, já cadastrado eletronicamente, vem com o devido respeito perante Vossa Excelência, por meio
de seus procuradores, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONVERSÃO DE AUXÍLIO POR


INCAPACIDADE TEMPORÁRIA EM APOSENTADORIA POR
INCAPACIDADE PERMANENTE

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes fundamentos


fáticos e jurídicos que passa a expor:

FATOS

O Demandante recebe benefício de auxílio por incapacidade temporária (NB


${informacao_generica}) desde ${data_generica}, conforme documento acostado à presente
demanda.

Alega que vem acometido de moléstia que o incapacita definitivamente para exercer
atividades laborativas, conforme demonstrado pelos atestados e laudos médicos em anexo. Por
este motivo, em ${data_generica}, o Autor requereu, junto à Autarquia Previdenciária, a
conversão de auxílio por incapacidade temporária em aposentadoria por incapacidade
permanente, que lhe foi negada, conforme carta de indeferimento em anexo, sob as
justificativas de que inexiste a incapacidade permanente e o não cabimento administrativo do
pedido de conversão do benefício.

Dados sobre a enfermidade

1. Doença/enfermidade ${informacao_generica}

2. Limitações decorrentes da Não possui condições de desenvolver atividades


moléstia laborativas permanentemente.
Dados sobre o requerimento administrativo
Número ${informacao_generica}

Data do requerimento da conversão ${data_generica}

Razão do indeferimento Parecer contrário da perícia médica.

FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Afirma que preenche todos os requisitos que autorizam a conversão de auxílio por
incapacidade temporária em aposentadoria por incapacidade permanente, porquanto não
possui condições de exercer seu labor e, ainda, não vislumbra cura para a sua moléstia, pois
possui total e permanente incapacidade. Fato é que a doença que atinge a parte Autora é
irreversível e, portanto, satisfaz os requisitos ensejadores da aposentadoria por incapacidade
permanente. Relevante também é a análise das situações referentes à majoração de 25% sobre
o valor do benefício, arroladas ou não no anexo I do Regulamento da Previdência Social
(decreto nº 3.048/99), conforme art. 45 da Lei 8.213/91.

O interesse processual da presente demanda se sustenta em dois pilares. O primeiro


pelo fato de não existir razão para submeter o Autor às perícias periódicas em curto espaço
temporal, sofrendo da incerteza de ver a sua única fonte de renda ameaçada, haja vista a
incapacidade permanente. O segundo pilar reside exatamente na possibilidade latente de
deferimento da majoração de 25% na aposentadoria por incapacidade permanente, conforme
discorrido anteriormente.

Por outro lado, cumpre salientar que carência e qualidade de segurado são matérias
incontroversas no caso em comento, uma vez que o Autor encontra-se em gozo de benefício
previdenciário. Logo, restam satisfeitos todos os requisitos necessários para conversão de
auxílio por incapacidade temporária em aposentadoria por incapacidade permanente.

A pretensão exordial vem amparada nos arts. 42, 59 e 86 da Lei 8.213/91 e a data de
início do benefício deverá ser fixada nos termos dos arts. 43 e 60 do mesmo diploma legal.
DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO

Considerando a necessidade de produção de provas no presente feito, a Parte Autora


vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC/2015, que não há interesse na
realização de audiência de conciliação ou de mediação, haja vista a iminente ineficácia do
procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua realização, conforme
previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC/2015.
DA PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL
Considerando que a prova pericial é fundamental para o deslinde das questões ligadas
aos benefícios por incapacidade e para uma adequada análise do nexo de causalidade e da
consequente incapacidade, faz-se mister que o Médico Perito observe o Código de Ética da
categoria, e especialmente em relação ao tema, a Resolução nº 2.183/2018 do CFM, que dispõe
sobre as normas específicas de atendimento a trabalhadores. A recente resolução abarca dois
pontos fundamentais: 1) a necessidade do Perito analisar o histórico clínico e laboral do
segurado, além de seu local e organização de trabalho (incorporando a antiga Resolução nº
1.488/98), e 2) que o perito fundamente eventual discordância com parecer emitido por outro
médico, incorporando o Parecer nº 10/2012 do CFM.

Outrossim, também deve ser observado o Manual de Perícias do INSS (2018), que prevê
em seu Anexo I diversos pareceres que se aplicam às perícias previdenciárias, dentre os quais o
Parecer CFM nº 05/2008, que estabelece que quando houver discordância do médico perito
com o médico assistente, aquele deve fundamentar consistentemente sua decisão. Ainda, o
item 2.4 do Manual ordena que “O Perito necessita investigar cuidadosamente o tipo de
atividade, as condições em que é exercida, se em pé, se sentado, por quanto tempo, com qual
grau de esforço físico e mental, atenção continuada, a mímica profissional (movimentos e gestos
para realizar a atividade, etc.)”, além das condições em que esse trabalho é exercido.

Portanto, REQUER a Parte Autora que, quando da realização da prova pericial, sejam
observadas as referidas disposições legais, uma vez que não apenas se tratam de normas
cogentes e – portanto – vincula a atividade do médico, sob pena de nulidade do laudo pericial,
como também não cabe ao Judiciário ser mais realista que o rei, no tocante ao Manual de
Perícias editado pelo próprio réu.
DO IMEDIATO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER

Conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01, no


âmbito dos Juizados Especiais Federais o recurso inominado interposto, via de regra, não possui
efeito suspensivo. Por este motivo, eventual deferimento do presente petitório compele o INSS
a cumprir de forma imediata a decisão de primeiro grau, para o efeito de conceder e implantar
o benefício postulado em favor da Parte Autora.

PEDIDO

EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:

1. A concessão do benefício da Gratuidade da Justiça, pois a parte Autora não tem condições de
arcar com as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;
2. O recebimento e o deferimento da presente petição inicial;

3. A não realização de audiência de mediação ou de conciliação, pelas razões acima expostas;

4. A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, para, querendo, contestar;

5. A produção de todos os meios de prova, principalmente pericial, documental e testemunhal.


Com relação à prova pericial, REQUER seja observada a Resolução nº 2.183/2018 do CFM e o
Manual de Perícias do INSS;

6. O julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA, condenando o INSS a:

1. Converter o benefício de auxílio por incapacidade temporária em aposentadoria por


incapacidade permanente e, uma vez comprovado que o Demandante necessita de
assistência permanente de terceiros, sua majoração de 25% em decorrência da
incapacidade da parte Autora, a partir da data da efetiva constatação da total e
permanente incapacidade;

2. Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo


vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes até a data do efetivo
pagamento.

3. Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que cabíveis


em segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da lei 9.099/95 c/c art. 1º da Lei
10.259/01.

Nestes Termos;

Pede Deferimento.

Dá à causa o valor[1] de R$ ${processo_valordacausa}.

, 12 de abril de 2023.

EDIVAL NUNES DA CONCEIÇÃO FILHO


OAB/SE 7.062

[1] Valor da causa = ${processo_calculo_valordacausa}

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