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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA SUBSEÇÃO

JUDICIÁRIA DE xxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxx, brasileira, solteira, autônoma, incapacitada para o trabalho,


portadora do CPF nº xxxxxxxxxx e RG nº xxxxxx SSP/xx, residente e
domiciliada na xxxxxxxxxxxxxxxxx; vem por meio de sua procuradora
xxxxxxxxxxxxx, brasileira, casada, advogada inscrita na OAB/xx nº xxx, CPF
xxxxxxx, com endereço profissional à xxxxxxxxxxxxxxx, vem à presença de
Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA À


PESSOA DEFICIENTE (BPC/LOAS)

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pessoa


jurídica de direito público, com sede na xxxxxxxxxxx, na pessoa do seu
representante legal, pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz.

I. DOS FATOS

A Parte Autora tem 58 anos de idade, não possui fonte de renda e, se


enquadra em situação de riso e vulnerabilidade social conforme art. 20,§ 3° da
Lei 8.742∕93.

No dia 21 de setembro de 2023 requereu junto à agência da Previdência Social


a concessão do benefício de prestação continuada da assistência social a
pessoa portadora de deficiência, o qual restou indeferido, sob o argumento de
que não atende o critério de deficiência.

Contudo conforme Atestados Médicos anexos aos autos a Autora é portadora


de grave EPISÓDIO DEPRESSIVO GRAVE E RECORRENTE,
TRANSTORNO DE ADAPTAÇÃO E TRANSTORNO MISTO (ANSIOSO E
DEPRESSIVO, com os CID 10 – F33.2 – Transtorno depressivo recorrente,
com episódio atual grave, CID 10 F41.2 – Transtorno misto ansioso e
depressivo e Cid 10 F43.2 – Transtorno de adaptação.

Conforme ateste do profissional da saúde a Autora se apresenta


comprometimento na capacidade laborativa, tendo em vista os quadros
persistentes de saúde.
E breve síntese sabe-se que o transtorno depressivo recorrente, com
episódio atual grave, que é caracterizado por uma tristeza profunda e
persistente, perda de interesse ou prazer nas atividades diárias, fadiga,
alterações no sono e no apetite, sentimento de culpa e baixa autoestima,
dificuldade de concentração e pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.
Diante disso a depressão afeta sua vida de várias maneiras, tanto física quanto
emocionalmente.
Perante o exposto, os principais impactos da depressão são:
sentimentos persistentes de tristeza, desesperança, desespero e falta de
prazer nas atividades cotidianas, sensação constante de cansaço e falta de
energia, mesmo após descansar. Além disso, se afastam de atividades sociais,
perdem o interesse em hobbies, se isolam dos outro e sempre com
pensamentos recorrentes de morte, suicídio ou comportamento suicida.

Em relação ao transtorno de adaptação é um tipo de transtorno de


ansiedade que ocorre em resposta a um estressor identificável ou mudança
significativa na vida de uma pessoa. Essa condição envolve uma resposta
emocional desproporcional ou excessiva a uma situação estressante
específica.
Alguns dos sintomas comuns do Transtorno de Adaptação podem incluir
ansiedade excessiva, tristeza, dificuldade em se concentrar, alterações no
sono e no apetite, sentimentos de desesperança ou desamparo, entre
outros.
Tendo isso em vista, todos esses sintomas listados acima são sentidos
pela requerente, sem nenhuma exceção, ou seja, a requerente não tem a
mínima condição de laborar, pois não consegue realizar uma simples atividade
diária por conta do seu problema de saúde.
Em relação aos transtornos ansiosos, são condições caracterizadas por
uma ansiedade excessiva, persistente e desproporcional em relação às
circunstâncias. Alguns exemplos de transtornos ansiosos incluem transtorno de
ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico, fobias específicas,
transtorno de ansiedade social e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Perante o exposto, a requerente apresenta sintomas físicos como
palpitações, sudorese, tremores, sensação de falta de ar, tonturas, desconforto
gastrointestinal e dores de cabeça. Além do mais sente uma gama de
emoções, incluindo irritabilidade, inquietação, sensação de apreensão
constante, nervosismo e dificuldade em relaxar. Sendo assim, seu problema de
saúde interfere significativamente nas atividades diárias, relacionamentos,
desempenho no trabalho e na sua qualidade de vida em geral.
Entretanto, como fazem prova os documentos anexados com a presente
ação judicial, bem como os demais a serem produzidos no decorrer do
processo, a Parte Autora faz jus ao benefício previdenciário indeferido, razão
pela qual busca o Poder Judiciário para ver seu direito reconhecido.

II. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A Constituição Federal instituiu o benefício assistencial a pessoa


portadora de deficiência nos seguintes termos:

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,


independentemente da contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos:
(...)
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei.

A Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993, veio a regular a matéria,


merecendo transcrição o caput e os parágrafos 1º a 3º do art. 20, in verbis:

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia


de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de
deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e
que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção e nem de tê-la provida por sua família.
§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, entende-se
como família o conjunto de pessoas elencadas no art. 16
da Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, desde que vivam
sob o mesmo teto. (Redação dada pela Lei n. 9.720, de
30.11.1998)
§ 2º Para efeito de concessão deste benefício, a pessoa
portadora de deficiência é aquela incapacitada para a
vida independente e para o trabalho.
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da
pessoa portadora de deficiência ou idosa cuja renda
mensal per capita seja inferior a ¼ (um quarto) do salário
mínimo.
(...)

A redação do art. 20 da Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993, acima


mencionado, foi alterada pela Lei n.º 12.435, de 06-07-2011, passando a
apresentar, a partir de então, o seguinte teor:

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um


salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65
(sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios
de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo
requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um
deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e
enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o
mesmo teto.
§ 2o Para efeito de concessão deste benefício, considera-se:
I - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimentos de
longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais,
em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade com as demais
pessoas;
II - impedimentos de longo prazo: aqueles que incapacitam a
pessoa com deficiência para a vida independente e para o
trabalho pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.
§ 3o Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja
inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.

Portanto, o direito ao benefício assistencial ao deficiente pressupõe o


preenchimento dos seguintes requisitos: a) condição de deficiente
(incapacidade para o trabalho e para a vida independente, consoante a
redação original do art. 20 da LOAS, ou aquela pessoa que tem impedimentos
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas,
consoante a redação atual do referido dispositivo); e b) situação de risco social
(estado de miserabilidade, hipossuficiência econômica ou situação de
desamparo).

A condição de deficiente da Parte Autora encontra-se explicitada em


toda a evolução clínica, acostam-se aos autos documentos comprobatórios de
sua condição desde o ano de 2019, estando a Autora atualmente
completamente incapacitada de retornar ao seu local de trabalho, estando em
situação de vulnerabilidade social, não tendo condições de prover seu
sustento.
Atentando ao preâmbulo da Convenção Internacional sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência, no item ‘e’ deparamo-nos com a seguinte
definição de deficiência:

e) reconhecendo que a deficiência é um conceito em evolução e que


a deficiência resulta da interação entre pessoas com deficiência e as
barreiras devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e
efetiva participação dessas pessoas na sociedade em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas

A jurisprudência pátria já vem reconhecendo o Transtorno Depressivo


recorrente como garantia à Concessão do BPC-LOAS:

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) manteve o


pagamento do benefício assistencial de prestação continuada da Lei
Orgânica da Assistência Social (BPC/LOAS) a uma mulher de 57
anos, moradora de Três Cachoeiras (RS), que sofre de quadro
depressivo grave. A 6ª Turma negou unanimemente um recurso do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que questionava a
concessão do BPC alegando que a depressão dela seria uma
incapacidade temporária para exercer atividade laboral. A decisão foi
proferida em julgamento realizado no dia 17/7.

A autora havia ingressado na Justiça, em julho de 2016, contra a


autarquia federal com uma ação requisitando a concessão do
BPC/LOAS.

Ela narrou que requereu junto ao órgão o benefício ao deficiente no


valor de um salário mínimo, mas que o pedido foi indeferido pelo
INSS com a justificativa de que ela não atende aos requisitos de
concessão, por não possuir incapacidade para a vida e para o
trabalho e não ser pessoa com deficiência.

No processo, a mulher afirmou ser portadora de depressão, sofrendo


fortes dores nas articulações e possuir síndrome do túnel do carpo,
entre outras patologias.

Ela declarou apresentar quadro clinico de completa incapacidade


para o trabalho, com limitações que lhe impossibilitam de exercer
atividade laboral, tendo dificuldades de sobrevivência e, portanto,
preencher os requisitos autorizadores do benefício.
Dessa forma, recorreu ao Judiciário para obter a determinação
ao INSS para a implantação do BPC. Em junho de 2018, o juízo
da 2ª Vara Cível da Comarca de Torres (RS) julgou o pedido
procedente, concedendo à autora o recebimento do benefício
desde a data do protocolo administrativo de seu pedido,
condenando a autarquia a pagar também as parcelas atrasadas
atualizadas com juros.

O INSS recorreu da decisão de primeira instância ao TRF4.

O órgão pleiteou a reforma da sentença defendendo que ficou


comprovado nos autos do processo que a autora estaria incapacitada
temporariamente por depressão e assim não haveria enquadramento
dela para fins de BPC/LOAS, visto que não se trataria de pessoa
deficiente ou portadora de impedimento de longo prazo.

A 6ª Turma, especializada em matéria em previdência e assistência


social, decidiu, por unanimidade, negar provimento à apelação cível,
mantendo a sentença de primeiro grau. O colegiado ainda
determinou ao INSS o imediato cumprimento do acórdão no que se
refere à implantação do benefício.

O relator do caso no tribunal, juiz federal Julio Guilherme Berezoski


Schattschneider, considerou que a incapacidade para a vida
independente deve ser interpretada de forma “a garantir o
benefício assistencial a uma maior gama possível de pessoas
com deficiência, consoante pacífica jurisprudência do STJ e
desta corte. Desse modo, a incapacidade não exige que a
pessoa possua uma vida vegetativa ou seja incapaz de se
locomover; não significa incapacidade para as atividades
básicas do ser humano, tais como alimentar-se, fazer a higiene
pessoal e vestir-se sozinho; não impõe a incapacidade de se
expressar ou se comunicar; e não pressupõe dependência total
de terceiros”.

Em seu voto, o magistrado considerou que “deflui do laudo pericial


que a autora apresenta episódio depressivo grave sem sintomas
psicóticos, desde a data de 04/09/2014, com registro de ideação
suicida. Nessa quadra, há que se ponderar que a incapacidade para
vida independente não deve ser interpretada de forma restritiva,
inflexível. Ora, trata-se de pessoa com 57 anos de idade, pouca
instrução, que exerce atividades que demandam esforço físico como
doméstica. Assim, forçoso concluir que a incapacidade da parte
autora à vida independente e para o trabalho restou evidenciada”.
O juiz ressaltou também que o direito ao BPC “não pressupõe a
verificação de um estado de miserabilidade extremo, bastando estar
demonstrada a insuficiência de meios para o beneficiário,
dignamente, prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família”.

Ele concluiu reforçando que “tendo por configurada a situação de


risco social necessária à concessão do auxílio e comprovada a
incapacidade de longo prazo, a decisão recorrida que
estabeleceu o benefício à parte autora merece ser mantida
hígida”.

PREVIDENCIÁRIO. LOAS. DEFICIENTE. DEPRESSÃO E


ANSIEDADE. INCAPACIDADE TOTAL E TEMPORÁRIA.
VULNERABILIDADE. CASO CONCRETO. BENEFÍCIO DEVIDO.
DIB. SENTENÇA REFORMADA. APELO PROVIDO. 1. O benefício
assistencial funda-se no art. 20 da Lei 8.742/93, que garante a
percepção de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e
ao idoso, que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção e nem de tê-la provida por sua família. Para fins da
concessão deste benefício, a pessoa com deficiência é aquela que
tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho. De
seu turno, considera-se incapaz de prover a sua manutenção a
pessoa cuja família possui renda mensal per capita inferior a 1/4 (um
quarto) do salário-mínimo, critério que pode ser mitigado em razão
de prova que indique a existência da miserabilidade no caso
concreto. 2. O art. 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003 (Estatuto
do Idoso) pode ser aplicado, por analogia, para excluir, da renda
familiar per capita, o benefício previdenciário ou assistencial de valor
mínimo recebido por pessoa idosa, para fins de concessão de
benefício de prestação continuada a outro membro da família
(Precedente: AgRg nos EREsp 979.999/SP, Rel. Ministra Alderita
Ramos De Oliveira (Desembargadora Convocada Do TJ/PE),
Terceira Seção, julgado em 12/06/2013, DJe 19/06/2013). 3. O art.
21-A, § 1º, da LOAS, incluído pela Lei n. 12.470/2011, dispõe que o
benefício de prestação continuada será suspenso pelo órgão
concedente quando a pessoa com deficiência exercer atividade
remunerada. Assim, a transitoriedade da incapacidade não inviabiliza
a concessão do benefício assistencial, posto que o critério de
definitividade da incapacidade não encontra amparo na lei (Cf. STJ,
AREsp 855.844/SP, Ministra Assusete Magalhães, DJ de
02/05/2016; AREsp 487604/PR, Ministro Benedito Gonçalves, DJ de
26/09/2014). 4. No caso, a perícia médica judicial (fls. 92/94) conclui
expressamente pela existência de incapacidade total e temporária da
parte autora (transtorno de ansiedade e depressão). 5. No tocante a
hipossuficiência econômica, o laudo socioeconômico realizado em
18/08/2016 (fls. 72/75), demonstra a situação de vulnerabilidade
social do apelante e de sua família, que reside com seus genitores,
ambos aposentados por idade rural, com elevadas despesas
médicas. 6. O Plenário do STF, por ocasião do julgamento dos
Recursos Extraordinários nº. 567985 e 580963, ocorrido em
18/04/2013 (DJe-194 DIVULG 02-10-2013 PUBLIC 03-10-2013 e
DJe-225 DIVULG 13-11-2013 PUBLIC 14-11-2013), declarou que o
critério legal da renda per capita inferior a ¼ do salário-mínimo não
pode ser considerado absoluto, devendo o real estado de
miserabilidade da família ser aferido em concreto à luz das
circunstâncias do caso. 7. Desta forma, demonstrado nos autos o
preenchimento dos requisitos previstos no art. 20 da Lei 8.742/93 e
suas respectivas alterações, impõe-se a reforma da sentença para
conceder o benefício de amparo assistencial pleiteado e sem o qual
o grupo familiar não pode auferir uma vida com o mínimo de
dignidade. 8. Faz jus a parte autora à concessão do benefício LOAS,
desde a data do requerimento administrativo (28/05/2015 – fl. 21),
tendo em vista que a perícia médica atesta que a incapacidade
remonta à época do ajuizamento da ação. 9. Apelação provida.

(TRF-1 – AC: 00015776620184019199, Relator: JUIZ FEDERAL


SAULO JOSÉ CASALI BAHIA, Data de Julgamento: 07/08/2020, 1ª
CÂMARA REGIONAL PREVIDENCIÁRIA DA BAHIA)

A Autora comprova através dos relatórios médicos a recorrência da


doença desde o ano de 2019, estando, portanto há mais de 4 anos em crise
continua que a impossibilita de seu exercício profissional. Vejamos:

Anexar laudo
Anexo aos autos consta ainda o Cadastro ùnico que comprova sua
situação socioeconômica precária:

Anexar cadúnico

Em relação ao critério para aferição da miserabilidade, este resta


configurado conforme as seguintes informações socioeconômicas:
Da análise das informações socioeconômicas nota-se que a Parte
Autora vive em situação de risco social e não possui renda suficiente para
atender suas necessidades básicas.
Caracterizado o estado de miserabilidade da Parte Autora, deve ser
deferido o beneficio de amparo social ao portador de deficiência.
Neste sentido:

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. CONDIÇÃO DE


DEFICIÊNCIA. RISCO SOCIAL. CONCESSÃO. CORREÇÃO
MONETÁRIA. 1. Comprovada a condição de deficiente e o risco
social, é devida a concessão do benefício assistencial. 2. As
prestações em atraso serão corrigidas pelos índices oficiais, desde o
vencimento de cada parcela, e, segundo sinalizam as mais recentes
decisões do STF, a partir de 30/06/2009, deve-se aplicar o critério de
atualização estabelecido no art. 1º-F da Lei 9.494/97, na redação da
lei 11.960/2009. 3. Este entendimento não obsta a que o juízo de
execução observe, quando da liquidação e atualização das
condenações impostas ao INSS, o que vier a ser decidido pelo STF
em regime de repercussão geral (RE 870.947), bem como eventual
regramento de transição que sobrevenha em sede de modulação de
efeitos. (TRF4, APELREEX 0014842-84.2015.404.9999, Sexta
Turma, Relatora Vânia Hack de Almeida, D.E. 11/02/2016, sem grifo
no original).

Destarte, o indeferimento do beneficio pelo INSS não encontra suporte


na legislação pátria, fazendo a Parte Autora jus à concessão do benefício
assistencial desde a data do requerimento administrativo.

III. DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer:

1. A citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na pessoa do seu


representante legal, para que, querendo, responda a presente demanda, no
prazo legal, sob pena de revelia;

2. A concessão do benefício da justiça gratuita em virtude de a Parte Autora


não poder arcar com o pagamento das custas processual e honorário
advocatício sem prejuízo do seu sustento ou de sua família, condição que
expressamente declara na forma do art. 4º da Lei n.º 1.060/50;

3. A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para conceder


o benefício de prestação continuada desde o requerimento administrativo, bem
como pagar as parcelas atrasadas, monetariamente corrigidas desde o
respectivo vencimento e acrescidas de juros moratórios, ambos incidentes até
a data do efetivo pagamento;

4. A condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS para arcar com


as custas processuais e honorários advocatícios;

5. Requer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em


direito, notadamente a documental e testemunhal.

6. Informa, por fim, não ter interesse na realização de audiência de


conciliação/mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$ xxxxx (xxxxxxx)

Termos em que,
Pede deferimento.

Xxxxxxxx, 08 de março de 2024.

xxxxxxxxxxxxxxx
ADVOGADA
OAB-xx N xxxxx

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