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De outra parte, na DER, a autora já somava 33 anos, 01 mês e 20 dias como tempo
de contribuição, tendo, portanto, o direito a concessão do benefício previdenciário de
aposentadoria por tempo de contribuição.
Desta forma, a demandante propõe a presente demanda, com o objetivo de ver seu
lídimo direito reconhecido em sede judicial, para que seja reconhecida a especialidade do
período pleiteado com tal, com a consequente revisão do benefício de aposentadoria por
tempo de contribuição que lhe fora concedido na via administrativa, mediante a
exclusão/majoração do fator previdenciário aplicado no cálculo da RMI do benefício, sendo
garantida a revisão em sua forma mais vantajosa a autora e o pagamento das diferenças
devidas desde a DER.
Destaca-se que o PPP fornecido à autora atesta que a mesma não fez uso de EPI
eficaz para elidir a insalubridade decorrente do contato com os agentes biológicos.
Além disso, a parte autora impugna o formulário quanto aos equipamentos
apontados como utilizados. Segue abaixo tabela contendo todos os EPI’s indicados no
documento, o período respectivo, e a validade dos mesmos:
Além disso, o C.A. 5753, indicado como utilizado, não aponta registro, conforme
print de tela que segue abaixo colacionado:
Referente ao período de 19/03/2002 a 16/10/2013, os EPI’s de C.A. 4032, 6732 e
9149 possuem data de expedição posterior a data em que foi alegado o uso no formulário PPP,
sendo, portanto, inválidos para elidir insalubridade no respectivo período.
Quanto aos EPI’s de C.A. 14713 e 10007, “Luva para procedimentos não cirúrgicos”,
estes possuem validade entre 2004 e 2009, não sendo suficiente para proteção da segurada da
insalubridade durante todo o período de 2002 a 2013.
Na mesma lógica, o EPI de C.A. 10335, possui validade entre os anos de 2009 a 2014,
não sendo também suficiente para proteção da segurada durante o período de 2002 a 2013.
Ainda que somados os períodos dos EPI’s que poderiam ser considerados eficazes, a
soma não abrange todo o período em questão, e, além disso, o uso de Luvas, independente se
para procedimentos cirúrgicos ou não cirúrgicos, não é suficiente para elidir a insalubridade
decorrente da exposição a agentes químicos e biológicos.
Portanto, deve ser desconsiderado o formulário PPP no ponto em que indica uso
eficaz de EPI no período de 01/07/1998 a 16/10/2013.
Afinal, a segurada faz jus a concessão de benefício previdenciário em sua forma mais
vantajosa, e para tanto deverá ser reconhecida a especialidade do período de 01/07/1998 a
27/08/2014 com aplicação do fator 1.2, em sua contagem do tempo de serviço.
Cabe salientar que não existe qualquer impedimento para a propositura da presente
ação revisional, este é inclusive o entendimento assentando no TRF4 conforme deflui-se dos
julgados que seguem colacionados:
Desta feita, se no futuro for alcançada nova prova, poderá a autora propor nova
ação, tratando-se de relação jurídica continuativa, sobrevindo modificação do estado de fato
ou de direito, conforme entendimento estabelecido nos precedentes que seguem
relacionados: RI 5006812-44.2012.404.7003, Terceira Turma Recursal do PR, Relator p/
Acórdão José Antônio Savaris, julgado em 05/06/2013; Pedido de uniformização 0031861-
11.2011.403.6301, TNU, Relatora Nelinda Duda da Cruz, julgado em 07/05/2015, STJ, REsp
1.352.721-SP, Relator Ministro Napoleão Nunes Maia filho, dje 28/04/2016.
VII. DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede deferimento.