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Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio

Aluna: Thamyres Cardoso Ribas


Mat. 42101549
Núcleo de Prática Jurídica em Direito do Trabalho
Profº: Leandro Antunes

PESQUISA DE JURISPRUDÊNCIA: IMPACTOS TRABALHISTAS DO LIMBO


PREVIDENCIÁRIO

No que tange ao tema acidentes ou desenvolvimentos de doenças é bastante comum que os


empregados fiquem temporariamente incapacitados para o trabalho. A regra geral que vem sendo
utilizada é de que empregadores devem arcar com o pagamento dos salários durante os 15 primeiros
dias de afastamento e, quando excedido este tempo, os profissionais devem ser encaminhados ao
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para avaliação.

Na pesquisa foi verificado que não há atualmente no ordenamento jurídico brasileiro qualquer
disposição que trate especificamente a respeito desse problema, o que traz uma forte sensação de
insegurança tanto para os profissionais com incapacidade temporária, como para seus
empregadores.

Ocorre que com cada vez mais frequência há casos nos quais os empregados são declarados aptos
ao trabalho pelo órgão previdenciário, mas considerados inaptos pelos médicos das empresas. Ou
seja, os profissionais deixam de receber a prestação previdenciária concedida pelo INSS, mas não
podem retornar à sua posição. Essa situação já se repetiu tantas vezes que foi apelidada de "limbo
previdenciário".

O entendimento majoritário da Justiça do Trabalho tem sido no sentido de que os empregadores são
responsáveis pelo pagamento dos salários durante o limbo previdenciário, apesar da inexistência de
previsão legal expressa nesse sentido.

É preciso ressaltar, no entanto, que uma análise cautelosa da fundamentação de tais decisões
proferidas pela Justiça do Trabalho é suficiente para perceber que há, por vezes, excessos na
responsabilização dos empregadores. Embora não se discuta a necessidade de que empregados
sejam amparados financeiramente em momentos de incapacidade laboral, a condenação das
empresas de forma quase "automática", sem a ponderação sobre os elementos concretos constantes
dos autos, também não parecer ser razoável. Essa simplificação da análise jurídica gera uma
transferência das funções de seguridade social do estado para a iniciativa privada.

Fonte da Pesquisa: Impactos trabalhistas do limbo previdenciário: https://www.conjur.com.br/2022-


nov-06/figueiredoe-peres-impactos-trabalhistas-limbo-previdenciario/. Acesso em 19/09/2023.
Pesquisa de jurisprudência no Tribunal Superior do Trabalho

AGRAVO EM AGRAVO DE
PROCESSO Nº TST-Ag- INSTRUMENTO EM MORGANA DE
DATA DA
AIRR-1000447- RECURSO DE REVISTA. ALMEIDA RICHA
ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICAÇÃO/FONTE
66.2018.5.02.0710 MINISTRA
PUBLICADO NA 22/11/2023
RELATORA
VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.467/2017.

FUNDAMENTAÇAO EXTRAÍDA DA DECISÃO PELA SUSPENSÃO

Trata-se de Agravo de Instumento interposto em Recurso de Revista. As questões tidas como


omissas pela agravante - relacionadas à responsabilidade do empregador por pensão mensal
arbitrada em razão do agravamento da moléstia desenvolvida pelo reclamante - ou são irrelevantes
para o deslinde da controvérsia, ou foram objeto de análise pela Corte Regional. A parte manifesta
tão somente o seu inconformismo com o decidido, o que não enseja a declaração de nulidade por
negativa de prestação jurisdicional. Mantém-se a decisão recorrida.

É firme o entendimento desta Corte Trabalhista no sentido de que é do empregador a


obrigação de reintegrar ou readaptar o empregado quando cessado o benefício
previdenciário, ainda que o considere inapto, sob pena de responsabilização pelos salários
do trabalhador no período em que este permanecer no limbo previdenciário. Precedentes. Na
hipótese dos autos, consignada a oposição do empregador em receber o empregado após a
altaprevidenciária (Súmula 126/TST), verifica-se que a decisão regional de impor ao
empregador o pagamento dos salários do período entre o fim do benefício previdenciário e a
concessão da aposentadoria por invalidez foi proferida em consonância com o entendimento
jurisprudencial desta Corte Superior, o que atrai o óbice do art. 896, §7º, da CLT. Ausente a
transcendência da matéria, mantém-se a decisão agravada. Agravo conhecido e desprovido.

Emerge do acórdão recorrido que "esgotado o período de afastamento previdenciário concedido, o


trabalhador deve retornar ao trabalho, permanecendo em atividade até que seja reconsiderada a
decisão da cessação da licença médica previdenciária ou mesmo obtenção de nova licença, se
estas forem as hipóteses e, não se apresentando ao trabalho, compete à empregadora notificá-lo
para retorno ao emprego ou que justifique sua ausência, sob pena da aplicação da pena máxima da
dispensa por justa causa ao empregado, com amparo na alínea "i" do artigo 483 da CLT.".
Além disso, o TRT consignou que "por ter a ré contrariado a posição previdenciária, torna-se
responsável pelo pagamento das verbas contratuais devidas desde 15/08/2017 até o efetivo retorno
do autor ao trabalho". [...]

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