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Tribunal Superior Eleitoral

PJe - Processo Judicial Eletrônico

20/07/2022

Número: 0600523-85.2022.6.00.0000
Classe: REPRESENTAÇÃO
Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Superior Eleitoral
Órgão julgador: Juiz Auxiliar - Ministro Raul Araújo
Última distribuição : 13/07/2022
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Propaganda Política - Propaganda Eleitoral - Extemporânea/Antecipada
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
REDE SUSTENTABILIDADE (REDE) - NACIONAL FLAVIA CALADO PEREIRA (ADVOGADO)
(REPRESENTANTE)
PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) - NACIONAL FLAVIA CALADO PEREIRA (ADVOGADO)
(REPRESENTANTE)
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B) - NACIONAL FLAVIA CALADO PEREIRA (ADVOGADO)
(REPRESENTANTE)
PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB) - NACIONAL FLAVIA CALADO PEREIRA (ADVOGADO)
(REPRESENTANTE)
PARTIDO VERDE (PV) - NACIONAL (REPRESENTANTE) FLAVIA CALADO PEREIRA (ADVOGADO)
PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL) - NACIONAL FLAVIA CALADO PEREIRA (ADVOGADO)
(REPRESENTANTE)
SOLIDARIEDADE (SOLIDARIEDADE) - NACIONAL FLAVIA CALADO PEREIRA (ADVOGADO)
(REPRESENTANTE)
JAIR MESSIAS BOLSONARO (REPRESENTADO)
Procurador Geral Eleitoral (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
15781 20/07/2022 18:19 0600523-85.2022.6.00.0000-DEFESA Impugnação
2177
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES, D.D.
PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

REF.: PROCESSO N.º 0600523-85.2022.6.00.0000

JAIR MESSIAS BOLSONARO, Presidente da República e filiado ao


Partido Liberal – PL, devidamente qualificado nos autos da Representação em epígrafe, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seus advogados devidamente
constituídos, com fulcro no art. 18 da Resolução TSE 23.608/2019, apresentar DEFESA em
face da manifestamente improcedente Representação por Propaganda Antecipada
apresentada pelo Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores.

I. DA TEMPESTIVIDADE

1. Inicialmente, cumpre ressaltar a manifesta tempestividade da presente


Defesa, porquanto o Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro,
foi citado pessoalmente no dia 18/07/2022 (segunda-feira).

2. Assim, (i) tendo a contagem do prazo se iniciado em 19/07/2022 (terça-


feira) e (ii) sendo de 2 (dois) dias o prazo legal (art. 18 da Resolução TSE 23.608/2019),
conclui-se que o prazo para a apresentação da defesa é o dia 20/07/2022 (quarta-feira).

3. É tempestiva, portanto, a presente manifestação.

II. BREVE SÚMULA DA DEMANDA

Assinado eletronicamente por: MARCELO LUIZ AVILA DE BESSA - 20/07/2022 18:19:31 Num. 157812177 - Pág. 1
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4. Trata-se de “REPRESENTAÇÃO POR PROPAGANDA ANTECIPADA
NEGATIVA VEDADA” formulada em desfavor do Presidente da República, Jair Messias
Bolsonaro, em razão de “conduta reiterada dos discursos que incitam a violência”.

5. Os Representantes apontam falas do ora Representado de diversos


momentos, desde a campanha eleitoral de 2018 que, em sua visão, seriam condutas que
estimulam a violência.

6. Elencam os Representantes os seguintes atos: (i) a fala “Vamo fuzilar


a petralhada aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas pra correr do Acre” em comício na
cidade de Rio Branco-AC em 2018; (ii) a fala “Agora tá todo mundo reunido ao lado do 'nine'
[referência a Lula] para organizar a campanha dos caras, pô. A vantagem que a gente tá vendo
nisso tudo, que tudo que não presta tá se juntando (...) Igual, Paulo Guedes, em 2018, quando
juntou aquele montão de candidatos, e eu falei: 'É bom que um tiro só mata todo mundo ou
uma granadinha só mata todo mundo'", alegadamente dita em maio de 2022; (iii) discurso de
posse em 1º de janeiro de 2019 do ora Representado; (iv) discursos nas manifestações de
07.09.2021 na qual, segundo a Representação, “Bolsonaro fez uma série de ameaças ao
Supremo Tribunal Federal (STF) e à democracia. Ele chamou as eleições de "farsa", disse que
só sai da presidência "preso ou morto", exaltou a desobediência à Justiça e chamou um
ministro do STF de "canalha". "Só saio preso, morto ou com vitória. Quero dizer aos canalhas
que eu nunca serei preso"; (v) transmissão ao vivo no dia 08.07.2022, quando, segundo a inicial,
“Bolsonaro atacou o sistema eleitoral de urnas eletrônicas e declarou que os eleitores ‘sabem
como se preparar’ antes das eleições. ‘Não preciso dizer o que estou pensando, mas você sabe
o que está em jogo. Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém
quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições’.

7. Afirmam, na sequência, que “esta prática reiterada durante seus atos


de pré-campanha, agendas institucionais, e aparições nas redes sociais vão reforçando no
imaginário comum de seus apoiadores a prática da violência, não só “no sentido figurado”,
mas efetivamente praticada”.

8. Mencionam, a partir daí, eventos de violência que indicariam a suposta


influência dos discursos do ora Representado, a saber: (i) homicídio do mestre de capoeira

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Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê e (ii) o fato de o carro do Juiz
Federal Renato Borelli, que determinou a prisão preventiva de Milton Ribeiro, ter sido
“atingido por fezes de animais, ovos e terra enquanto dirigia”. Traz à baila, ainda, pesquisas a
respeito de atos violentos praticados por apoiadores do atual Presidente da República.

9. Afirmam, ademais, que “o Senhor Jair Bolsonaro atua claramente


contra o livre exercício do Poder Judiciário atuando, e a todas as demais instituições, bem
como aos seus opositores políticos. No mesmo contexto, claramente incita a animosidade entre
os diversos atores da sociedade, atuando claramente para seus apoiadores subverterem a
ordem democrática em detrimento de uma de suas Instituições base, a Corte Constitucional do
país.”

10. Mais à frente, narram que “Jair Bolsonaro e seus simpatizantes não
atuam de forma antidemocrática só com discursos de discriminação e violência política. É
corrente a utilização da "técnica" conhecida como dog whistle, na qual uma mensagem é
passada a determinados grupos de forma escondida dentro de uma mensagem para o público
geral”. Elenca, a título de exemplos, os seguintes: (i) o ”Secretário Especial da Cultura do
Brasil, Roberto Alvim utilizou-se em um discurso de elementos presentes no cenário típico de
discurso do ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels”; (ii) em 2020, “o presidente
Jair Bolsonaro ergueu um copo de leite e brindou com presentes na mesa durante uma
transmissão ao vivo”, o que “foi considerado por pesquisadores como uma referencia à
movimentos de supremacia branca que constantemente utilizam-se do leite como forma de
representar a pureza branca”; (iii) “um assessor do presidente Jair Bolsonaro chamado de
Filipe Martins, utilizou-se do símbolo de "ok" durante uma reunião ao fundo do presidente
enquanto o mesmo falava, com o posicionamento específico dos dedos”, o que “foi interpretado
como um ato racista por conta que o símbolo também é conhecido como um símbolo
supremacista branco”.

11. Após essa narrativa, que incluem fatos, inclusive, de 2018, anteriores à
própria assunção do mandato, a inicial afirma que “por todo este contexto de longa data, e da
frequente ocorrência de discursos que incitam a violência é que se pretende resguardar a
propaganda eleitoral do pleito que se aproxima, obedecendo as vedações previstas na
legislação eleitoral.”

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III. IMPROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO

12. Inicialmente, cumpre delimitar os estritos contornos fáticos da lide, para


que essa e. Corte Superior Eleitoral possa, de forma rápida e concisa, verificar a ausência de
qualquer prática de propaganda eleitoral antecipada.

13. O contexto descrito na inicial refere-se a discursos proferidos pelo


Presidente da República, desde o ano de 2018, que, no seu entender, teriam dado ensejo a atos
de violência praticados por terceiros. Além disso, de forma desconexa, elenca-se uma série de
práticas violentas de terceiros. Conclui, ao final, requerendo que o ora Representado se abstenha
de praticar discursos de ódio, incitar a violência, bem como que se “determine a JAIR MESSIAS
BOLSONARO a condenação de forma clara e inequívoca, em suas redes sociais e nos canais
públicos de rádio e TV, em até 24 horas dos fatos, de todos os atos de discriminação e violência
política, a começar pelo homicídio de Marcelo Aloizio de Arruda”.

14. Feito tal esclarecimento, cumpre pontuar que não há qualquer ilícito
eleitoral no caso concreto.

15. Para que se possa analisar os pedidos formulados, deve-se rememorar


quais são os atos imputados ao ora Representado pela petição inicial: (i) a fala “Vamo fuzilar
a petralhada aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas pra correr do Acre” em comício na
cidade de Rio Branco-AC em 2018; (ii) a fala “Agora tá todo mundo reunido ao lado do 'nine'
[referência a Lula] para organizar a campanha dos caras, pô. A vantagem que a gente tá vendo
nisso tudo, que tudo que não presta tá se juntando (...) Igual, Paulo Guedes, em 2018, quando
juntou aquele montão de candidatos, e eu falei: 'É bom que um tiro só mata todo mundo ou
uma granadinha só mata todo mundo'", alegadamente dita em maio de 2022; (iii) discurso de
posse em 1º de janeiro de 2019 do ora Representado; (iv) discursos nas manifestações de
07.09.2021 na qual, segundo a Representação, “Bolsonaro fez uma série de ameaças ao
Supremo Tribunal Federal (STF) e à democracia. Ele chamou as eleições de "farsa", disse que
só sai da presidência "preso ou morto", exaltou a desobediência à Justiça e chamou um
ministro do STF de "canalha". "Só saio preso, morto ou com vitória. Quero dizer aos canalhas
que eu nunca serei preso"; (v) transmissão ao vivo no dia 08.07.2022, quando, segundo a inicial,

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“Bolsonaro atacou o sistema eleitoral de urnas eletrônicas e declarou que os eleitores ‘sabem
como se preparar’ antes das eleições. ‘Não preciso dizer o que estou pensando, mas você sabe
o que está em jogo. Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém
quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições’.; (vi) em 2020, “o
presidente Jair Bolsonaro ergueu um copo de leite e brindou com presentes na mesa durante
uma transmissão ao vivo”, o que “foi considerado por pesquisadores como uma referencia à
movimentos de supremacia branca que constantemente utilizam-se do leite como forma de
representar a pureza branca”;

16. Pois bem.

17. Na linha da atual jurisprudência dessa Corte Superior, para se verificar


a configuração da prática de propaganda eleitoral antecipada, faz-se necessário, em um
primeiro momento, analisar se a mensagem veiculada possui ou não conteúdo eleitoral. Nessa
linha o recente precedente: “na análise de casos de propaganda eleitoral antecipada, é
necessário, em primeiro lugar, determinar se a mensagem veiculada tem conteúdo
eleitoral, isto é, relacionado com a disputa. Ausente o conteúdo eleitoral, as mensagens
constituirão ‘indiferentes eleitorais’, estando fora do alcance da Justiça Eleitoral” (AI
0600805-86, rel. Min. Luís Roberto Barroso, DJE de 10.5.2021).

18. Portanto, ausente o conteúdo eleitoral, não há competência da


Justiça Especializada. De fato, “[a] análise da irregularidade da propaganda eleitoral
perpassa pela aferição (i) da natureza do ato publicitário, verificando–se eventual pertinência
à temática eleitoral. Recusado esse caráter pela Justiça Eleitoral, o ato impugnado
consubstancia–se em "indiferente eleitoral", cessando a competência desta Justiça
Especializada; (ii) reconhecido o viés eleitoral da propaganda, cumpre analisar eventual
existência de "pedido explícito de voto", cuja presença já torna ilícito o ato de divulgação da
pré–candidatura, per se; e (iii) inexistente esse pedido, passam a incidir os ônus e as exigências
relativos à forma, especialmente a eventual utilização de meios vedados durante o período
oficial de propaganda como outdoor, brindes, showmício” (Recurso Especial Eleitoral nº
060027081, Acórdão, Relator(a) Min. Edson Fachin, Publicação: DJE - Diário da justiça
eletrônico, Tomo 162, Data 22/08/2019)

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19. A jurisprudência desse Tribunal Superior se firmou no sentido de que,
uma vez atestado o conteúdo eleitoral, para que se alcance a conclusão de que ficou
configurada a propaganda eleitoral extemporânea, seja ela positiva ou negativa, “é exigível a
presença de pedido explícito de votos ou, mutatis mutandis, de pedido explícito de não votos”.
Nessa linha:

ELEIÇÕES 2020. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. PROPAGANDA
ELEITORAL ANTECIPADA. FACEBOOK. AUSÊNCIA.
PEDIDOEXPLÍCITO DE VOTO. DESCONFIGURAÇÃO.
SÍNTESE DO CASO
1. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo afastou a configuração
de propaganda eleitoral antecipada, por entender que o vídeo e o texto
divulgado em página do Facebook, no dia 22 de fevereiro de 2020, com
comentários desfavoráveis ao atual prefeito do município de Vargem
Grande do Sul/SP e provável candidato à reeleição no pleito de 2020 e
de menção positiva ao seu adversário político, não violou a regra do
art. 36 da Lei 9.504/97, diante do permissivo contido no art. 36-A do
mesmo diploma legal.
2. Na decisão agravada, o agravo em recurso especial teve seguimento
negado, para manter o aresto recorrido.
3. O Ministério Público insiste no argumento de que a configuração de
propaganda extemporânea está presente no caso dos autos, diante do
pedido de voto não textual veiculado em data anterior ao período
permitido pela norma.
ANÁLISE DO AGRAVO REGIMENTAL
4. O agravante defende a configuração de propaganda antecipada, sob
o argumento de que, embora não tenha havido propaganda explícita,
houve pedido de voto na modalidade não textual, conduta que seria
vedada pelas normas que regem a propaganda e não amparada nas
exceções contidas no art. 36–A da Lei 9.504/97.
5. A mensagem veiculada no Facebook foi assim descrita no acórdão
regional: ”[...] então o meu voto não vai pro senhor devidamente por
um monte de funcionário que o senhor colocou aí dentro sem concurso
público, funcionários que não têm capacidade pra nada que entraram
aí de presente de natal do Papai Noel Amarildo. Então senhor prefeito,
esquecendo isso, que já está terminando teu mandato, o senhor não vai
entrar lá dentro mais mesmo, certo, eu tenho certeza disso. O senhor
não precisa nem se candidatar mais que o senhor não ganha memo (sic)
e eu trabalho memo (sic), realmente, vou trabalhar a favor do meu
amigo Rossi, todo mundo sabe” (ID 41943788).
6. Esta Corte já manifestou o entendimento de que, “com a regra
permissiva do art. 36-A da Lei nº 9.504, de 1997, na redação dada pela
Lei nº 13.165, de 2015, retirou-se do âmbito de caracterização de
propaganda antecipada a menção à pretensa candidatura, a

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exaltação das qualidades pessoais de pré-candidatos e outros atos,
que poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive
via internet, desde que não haja pedido expresso de voto” (Rp 294-87,
rel. Min. Herman Benjamin, DJE de 9.3.2017).
7. O posicionamento da Corte paulista está em consonância com a
jurisprudência deste Tribunal Superior, a qual se firmou no sentido
de que, em regra, a configuração da propaganda eleitoral
extemporânea, seja ela positiva ou negativa, exige a presença de
pedido explícito de votos ou, mutatis mutandis, pedido explícito de não
votos.
8. Conforme destacado em sede do AgR–REspe 502–47, rel. Min.
Admar Gonzaga, “no julgamento do AgR–AI 9–24, de relatoria do Min.
Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, e do AgR–REspe 43–46, de relatoria
do Min. Jorge Mussi, finalizado na sessão do dia 26.6.2018, o Tribunal
Superior Eleitoral reafirmou, por ampla maioria, a jurisprudência já
firmada para as Eleições de 2016, no sentido da essencialidade do
pedido explícito de voto para a incidência da multa por propaganda
extemporânea”.
9. Nos casos paradigmas, indicados pelo recorrente, em que esta Corte
concluiu pela configuração de propaganda extemporânea (AgR-REspe
84-28, rel. Min. Luciana Lóssio, AgR-REspe 0600100-88, rel.Min.
Jorge Mussi), as críticas analisadas atribuíram condutas ilícitas e
ofensivas à honra e à dignidade de adversários políticos, o que não se
observa na espécie, uma vez que os termos, supostamente ofensivos e
utilizados no vídeo impugnado pelo ora agravante, não extrapolam os
limites de mera crítica política, demonstrando apenas insatisfação com
a gestão do Executivo municipal, conforme consignado pela Corte de
origem.
CONCLUSÃO
Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgR-REspe 0600004-50, rel. Min. Sérgio Banhos, PSESS em
23.11.2020)

AGRAVO INTERNO. RECURSO ESPECIAL. PROPAGANDA


ELEITORAL ANTECIPADA. AUSÊNCIA DE PEDIDO EXPLÍCITO
DE VOTO NÃO UTILIZAÇÃO DE MEIO VEDADO. DECISÃO
MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. NEGADO
PROVIMENTO AO AGRAVO INTERNO.1. O TRE/RN assentou a
ocorrência de propaganda eleitoral irregular antecipada, por entender
que a distribuição de máscaras de proteção ao Covid–19, sendo parte
delas confeccionadas em uma das cores do partido do chefe do Poder
Executivo local, candidato à reeleição, e que a veiculação, no
Instagram da Prefeitura, de fotos das ações empreendidas violaram a
igualdade de chances entre os candidatos.2. A decisão agravada deu
provimento ao recurso especial e afastou a condenação por
propaganda eleitoral antecipada ilícita, sob o fundamento de que não
ficou configurado pedido explícito de voto ou utilização de meio

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propagandístico proscrito em campanha eleitoral. Precedentes.3. A
alegação do agravante de que os fatos foram suficientes para violar o
princípio da igualdade de chances entre os candidatos não é
argumento autônomo suficiente para censurar a conduta lícita do
agravado, sobretudo pela inexistência de pedido explícito de voto ou
de utilização de meio proscrito em período de campanha.4. A eventual
prática de abuso do poder político é hipótese legal para o ajuizamento
de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), prevista no art. 22
da LC nº 64/1990, não sendo parâmetro norteador para a análise de
representação por propaganda eleitoral irregular.5. A decisão
combatida está alicerçada em fundamentos idôneos e os argumentos
apresentados não são hábeis para modificá–la.6. Negado provimento
ao agravo interno.
(REspe nº 060001735, Acórdão, Relator Min. Mauro Campbell
Marques, Publicação: DJE 28/09/2021)

ELEIÇÕES 2020. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL.


REPRESENTAÇÃO POR PROPAGANDA ELEITORAL
ANTECIPADA. REDE SOCIAL. ENQUETE. PEDIDO DE VOTO.
AUSÊNCIA. DESPROVIMENTO.1. Incabível o conhecimento de
dissídio jurisprudencial quando amparado em mera transcrição de
ementas, sem que demonstrada a similitude fática entre as hipóteses
confrontadas. Aplicação da Súmula 28 do TSE. 2. O art. 36–A, §2º da
Lei 9.504/1997 autoriza a menção à pré–candidatura e a exposição de
qualidades pessoais, bem como o pedido de apoio político,
circunstância observada no caso dos autos, na medida em que a
suposta enquete se limitou à mera exposição de projeto para possível
candidatura, sem pedido explícito de votos. Hipótese de propaganda
antecipada afastada.3. Agravo Regimental desprovido.
(AgR-REspe nº 060007690, Acórdão, Relator Min. Alexandre de
Moraes, Publicação: DJE 23/09/2021)

20. A finalidade da norma que veda a veiculação de propaganda antecipada


é permitir a igualdade de condições na disputa eleitoral, de modo que, se não houver lesão à
tal princípio, não há que se falar em ato ilícito eleitoral.

21. Nesse sentido, esse Tribunal Superior Eleitoral entende que “a


propaganda eleitoral extemporânea consubstancia, para assim ser caracterizada, ato
atentatório à isonomia de chances, à higidez do pleito e à moralidade que devem presidir a
competição eleitoral, de maneira que, não ocorrendo in concrecto qualquer ultraje a essa
axiologia subjacente, a mensagem veiculada encerrará livre e legítima forma de exteriorizar
seu pensamento dentro dos limites tolerados pelas regras do jogo democrático.” (Recurso

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Especial Eleitoral nº 5124, Acórdão, Relator(a) Min. Luiz Fux, Publicação: PSESS - Publicado
em Sessão, Data 18/10/2016)

22. NO CASO CONCRETO, nota-se, com facilidade, que os atos narrados na


petição inicial NÃO POSSUEM CONTEÚDO ELEITORAL segundo os marcos legais
incidentes à hipótese, porquanto não se referem ao contexto de campanha eleitoral de 2022
e não apresentam qualquer tipo de pedido de votos ou de não votos.

23. Como indicativo de que não há qualquer conteúdo eleitoral referente ao


pleito de 2022, releva notar que a petição inicial apresenta fatos absolutamente
desconectados da disputa eleitoral vindouro. Foram elencados discursos da campanha de
2018; discurso de posse, proferido em 01.01.2019; um gesto praticado em 2020 e discurso de
07 de setembro de 2021. Tais fatos, com todas as vênias, não possuem qualquer conexão
com as eleições de 2022.

24. No mais, as falas proferidas no corrente ano tampouco ostentam


conteúdo eleitoral.

25. Não há qualquer conteúdo eleitoral na fala “Agora tá todo mundo


reunido ao lado do 'nine' [referência a Lula] para organizar a campanha dos caras, pô. A
vantagem que a gente tá vendo nisso tudo, que tudo que não presta tá se juntando (...) Igual,
Paulo Guedes, em 2018, quando juntou aquele montão de candidatos, e eu falei: 'É bom que
um tiro só mata todo mundo ou uma granadinha só mata todo mundo'", alegadamente dita
em maio de 2022. Afinal, inexiste pedido de votos no ora Representado ou pedido de não votos
no adversário político. Trata-se de indiferente eleitoral.

26. Por outro lado, tampouco existe conteúdo eleitoral na transmissão ao


vivo no dia 08.07.2022, quando, segundo a inicial, “Bolsonaro atacou o sistema eleitoral de
urnas eletrônicas e declarou que os eleitores ‘sabem como se preparar’ antes das eleições.
‘Não preciso dizer o que estou pensando, mas você sabe o que está em jogo. Você sabe como
você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas sabemos o
que temos que fazer antes das eleições’. Mais uma vez, trata-se de fala que não ostenta pedido
de votos ou de não votos em quem quer que seja.

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27. Portanto, em relação aos atos apontados como praticados pelo
Presidente da República, não há qualquer conteúdo eleitoral.

28. Por outro lado, tal conteúdo eleitoral é também inexistente no que se
refere aos ATOS DE TERCEIROS apontados pela petição inicial. Inexiste qualquer tipo de
relação com as eleições de 2022, o que, por si só, já afasta a necessidade de intervenção
dessa Corte.

29. De fato, não se nota qualquer conteúdo eleitoral, apto a influenciar na


igualdade de condições entre os candidatos no pleito eleitoral de 2022, (i) no homicídio do
mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê; (ii) no fato
de o carro do Juiz Federal Renato Borelli, que determinou a prisão preventiva de Milton
Ribeiro, ter sido “atingido por fezes de animais, ovos e terra enquanto dirigia”; (iii) no fato de
o ”Secretário Especial da Cultura do Brasil, Roberto Alvim” ter se utilizado, “em um discurso
de elementos presentes no cenário típico de discurso do ministro da propaganda nazista Joseph
Goebbels”; (iv) no fato de “um assessor do presidente Jair Bolsonaro chamado de Filipe
Martins, utilizou-se do símbolo de "ok" durante uma reunião ao fundo do presidente enquanto
o mesmo falava, com o posicionamento específico dos dedos”, o que “foi interpretado como
um ato racista por conta que o símbolo também é conhecido como um símbolo supremacista
branco” e (v) no homicídio de Marcelo Aloizio de Arruda.

30. Trata-se de atos que não ostentam, per se, pertinência com o pleito
eleitoral que se avizinha. Não há, sequer em tese, qualquer tipo de lesão à igualdade entre os
candidatos nas eleições gerais de 2022, que é a principiologia subjacente à punição por
propaganda eleitoral extemporânea. Trata-se, à evidência, de indiferentes eleitorais.

31. Isso, por si só, já basta para conduzir à improcedência da


Representação.

32. Ademais, cabe frisar que o Presidente da República não tem controle
sobre os atos das pessoas que dizem ser seus apoiadores ou simpatizantes. É absolutamente

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ilegal, além de fugir ao âmbito de competência da Justiça Eleitoral, a tentativa de imputar
ao ora Representado qualquer tipo de responsabilidade pelas condutas de terceiras pessoas.

33. É de todo leviano e irresponsável acusar o Presidente da República de


ter, com seus discursos, gerado os atos de violência apontados, em especial o homicídio de
Marcelo Aloizio de Arruda em Foz do Iguaçu/PR, recentemente ocorrido.

34. Até porque não houve incitação de atos violentos pelo ora
Representado. Pelo contrário. Basta ver a fala, elencada na própria petição inicial, no sentido
de que “Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém quer
invadir nada”, deixando claro que o Presidente da República não deseja um movimento
violento tal como se diz ter ocorrido nos Estados Unidos da América.

35. No intuito de demonstrar o absurdo da tese defendida, lembre-se que o


Representado foi vítima da facada, no auge da campanha eleitoral do ano de 2018, proferida
por Adélio Bispo, que era sabidamente filiado ao PSOL1, agremiação política que apoiava o
Partido dos Trabalhadores. A prevalecer a lógica da Representação, membros do PSOL ou do
PT deveriam ser responsabilizados pelo ataque sofrido por Jair Messias Bolsonaro.

36. De mais a mais, as menções do ora representado a respeito de efetuar


disparos de arma de fogo, materializada nas expressões “tiros” e “fuzilar” ou a de que “uma
granadinha só mata todo mundo” não podem ser tomadas no seu sentido literal. Trata-se de
figura de linguagem – hipérbole– que expressa a divergência ideológica do ora Representado
em relação ao Partido dos Trabalhadores.

37. Mais uma vez, no intuito de demonstrar o absurdo da tese defendida na


inicial, cabe lembrar que a expressão relacionada à morte de pessoas já foi utilizada, inclusive,
pela Presidenta Nacional do Partido dos Trabalhadores, ao afirmar que “Para prender o Lula,
vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que
matar" em janeiro de 2018, às vésperas do julgamento, pelo Tribunal Regional Federal da
Quarta Região, da Apelação Criminal do Ex-Presidente2. Interpretando literalmente tal

1 https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/09/06/psol-confirma-
que-suspeito-de-esfaquear-bolsonaro-foi-filiado-ao-partido.htm
2
https://exame.com/brasil/gleisi-para-prender-lula-muitos-teriam-que-ser-presos-ou-mortos/

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expressão – tal como pretende a petição inicial em relação às falas do ora Representado–, poder-
se-ia chegar à conclusão de que houve incitação à resistência violenta contra a ação das
autoridades pela Parlamentar. Mais uma vez, demonstra-se o absurdo de tal interpretação.

38. Tudo isso revela que a tentativa de atribuir ao ora Representado a


prática de atos criminosos ou violentos por terceiros é absolutamente despropositada e carente
de respaldo lógico ou jurídico.

39. Digno de registro, ainda, que não houve qualquer manifestação do tipo
“dog whistle” pelo ora Representado. A afirmação de que ele teria, ao ingerir um copo de leite
durante uma live, efetuado um gesto relacionado aos supremacistas brancos é absurda. Tratou-
se de um gesto relacionado ao “Desafio do leite”, proposto pela ABRALEITE, conforme já
esclarecido a tempo e modo pelo Presidente da República.

40. Em conclusão: não há qualquer conteúdo eleitoral nas condutas


apontadas, motivo pelo qual os pedidos deduzidos na representação devem ser julgados
improcedentes.

41. Por fim, é necessário tecer algumas considerações a respeito do


ajuizamento desta Representação. Pela descrição da petição inicial, nota-se, com todas as
vênias, que se trata de uma aventura política, numa tentativa de tumultuar o processo eleitoral
vindouro. Como demonstrado nesta defesa, não há indicação de um único ato praticado
pelo Presidente da República que se configure como “propaganda antecipada”.

42. Travestida de representação por suposta propaganda antecipada


negativa vedada, a petição inicial é uma manifestação política de desprezo ao
Representado, com nítido intuito eleitoreiro.

43. Utilizou-se a Justiça Eleitoral para manipular o pleito vindouro.

44. Inclusive, utilizou-se, de forma absolutamente oportunista, até mesmo


de um trágico e lamentável acontecimento – o homicídio de Marcelo Aloizio de Arruda em Foz

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do Iguaçu/PR – como palanque para uma investida ilegítima e desleal, mediante o ajuizamento
de uma Representação contra o ora Representado, com o intuito de gerar um fato político para
perturbar o pleito eleitoral que se avizinha.

45. Tal procedimento não pode ser tolerado por essa Justiça Eleitoral.

46. Na realidade, essa Representação apresenta-se como uma tentativa de,


desde já, judicializar as eleições presidenciais do pleito que se avizinha, o que deve ser
prontamente rechaçado por esse c. Tribunal Superior Eleitoral, sob pena de o pleito sair de seu
lugar constitucional – sufrágio popular – e encaminhar-se para o Tribunal, o que não pode ser
permitido.

47. Conforme comprovado no pleito eleitoral de 2018, eleições são


vencidas nas urnas, e não através de subterfúgios levados ao Poder Judiciário, que não tem
legitimidade democrática para interferir, fora das hipóteses legais, nas eleições do Poder
Executivo.

48. De fato, à Justiça Eleitoral foi reservado o relevantíssimo papel de atuar


com neutralidade como árbitro de situações realmente reveladoras de ilegalidades e abuso de
poder político. É dever dos atores políticos, portanto, somente bater às portas da Justiça
Eleitoral nos casos de efetiva violação ao ordenamento jurídico e, na temática sub examine, de
comprovada campanha eleitoral antecipada.

49. Por outro lado, como evidenciado nos autos e em todas as


Representações apresentadas nos últimos meses pelo Partido dos Trabalhadores em face do
Presidente da República Jair Bolsonaro, não é papel dos atores políticos, de pré-candidatos
ou de Partidos Político inflar esse e. Tribunal Superior Eleitoral com ações absolutamente
improcedentes, que visam exclusivamente tumultuar o processo eleitoral e criar
subterfúgios argumentativos retóricos de campanha.

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50. Aqui, cabe relembrar a advertência de que o princípio da soberania
popular é corolário do princípio democrático. Subjacente à noção de soberania popular está o
fato de que todo o poder emana do povo, única instância capaz de legitimar o domínio político3.

51. Por esta razão, a ação em questão cuida de instituto que deve ser tratado
com a devida seriedade e dentro dos limites que a própria legislação traçou, de sorte a ser
utilizado com responsabilidade, parcimônia, cautela, e em caráter absolutamente excepcional,
situações absolutamente ausentes no caso concreto.

52. Consectariamente, o que se busca nestes autos é que, verificado o abuso


na utilização desta representação, especificamente quando verificadas as irresponsáveis e
esdrúxulas acusações, esse e. TSE assente, de forma enfática, a inadequação da via eleita
e o abuso do direito de ação, já que inexiste qualquer ilícito eleitoral nas condutas
apontadas.

IV. PEDIDOS

53. Ante todo o exposto, requer-se a imediata improcedência dos pedidos


contidos na presente Representação, com seu pronto arquivamento.

54. Requer, ainda, que todas as publicações relativas ao presente feito


sejam realizadas em nome do advogado Dr. MARCELO LUIZ ÁVILA DE BESSA, OAB/DF
12.330, sob pena de nulidade. Cumpre frisar, por derradeiro, que a defesa do Requerido
manifesta, neste ato, o interesse em realizar sustentação oral quando a ação for levada à sessão
de julgamento e, para tanto, elabora prévio e expresso requerimento, no sentido de que seja
notificado com antecedência legal da referida sessão.

Nestes termos, pede e espera provimento.

Brasília/DF, 20 de julho de 2022.

3
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição. 7. ed. Coimbra: Almedina,
2003, p. 2292.

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