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Mas, a final, quais são as palavras mágicas que contêm o mesmo sentido
semântico do pedido explícito de votos na interpretação do TSE?
Neste material, encontram-se os julgados mais recentes do TSE, nos quais
as “palavras mágicas” ocasionaram multas eleitorais aos pré-candidatos.
Pois bem. Consta dos autos expedientes publicitários levados a efeito pela representada em
suas redes sociais.
Instagram e Facebook, que reproduzo a seguir: “Venha fazer parte da nossa luta para
eleger Lula e para COLOCAR mais mulheres na política.”
“Com Edna Sampaio Deputada Estadual e Lula Presidente construiremos um estado e
um país melhor; “CONSTRUA esse sonho conosco!”
“Edna Sampaio é pré-candidata a Deputada estadual”. CONVIDAMOS você a caminhar
junto conosco nesta construção coletiva rumo à ALMT!” “PRECISAMOS ELEGER
aqueles que estejam em sintonia com o povo” “VENHA com a gente, participe desse
movimento!” (id. 18241147 - Pág. 19); a “chamada” (“vamos juntos”) ao eleitor para
“colocá-la” (elegê-la) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, (...)”
A utilização da oração “Não tem porque mudar, se o nosso estado melhorou, quero sim
continuar com Marcos Rocha governador” faz referência explícita à reeleição e tem
nítido intento de capturar votos dos eleitores para que sua manutenção no cargo
aconteça.”
1. A expressão “Eu vou com ele, vem também. Antônio Denarium mais uma vez”
configura pedido de voto por meio de ‘palavras mágicas’, na medida em buscam
incutir no eleitor a ideia que somente com o seu voto poderia haver “Denarium de
novo, mais uma vez”.
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 0600152-82.2022.6.23.0000 –
BOA VISTA – RORAIMA. Relator: Ministro Raul Araújo. Brasília, 30 de novembro de 2023.
Jurisprudência do TSE
É incontroverso nos autos que o representado Breno Mendes utiliza o veículo de propriedade de Lucas Medeiros da
Silva (marca Nissan, modelo Frontier, cor preta, placa QQY3J47/RO), plotado nas laterais com os seguintes dizeres:
“PATRULHA DO CONSUMIDOR”, “FISCAL DO POVO” e número de telefone “6999290-7070”. Na traseira do
veículo consta a mesma expressão “PATRULHA DO CONSUMIDOR”, e no capô há um adesivo com a
caricatura do representado Breno Mendes e o número de telefone “69 99290-7070”. Independentemente das
dimensões discutidas de tais adesivos, o engenho publicitário presente no capô do veículo configura,
configura propaganda eleitoral dissimulada, uma vez que a caricatura do representado apresenta o mesmo
padrão de cor e vestimenta adotado pelo pré-candidato quando da realização de suas atividades de
“patrulheiro do consumidor”.
[...]
Importante frisar que na mencionada caricatura, além de constar uma logo “Breno o Fiscal do Povo”, ainda
existem outras informações que reforçam o viés eleitoreiro da publicidade, a saber: “DEFESA DO
CONSUMIDOR” e número telefone 69 99290-7070, cujo final (7070) corresponde ao número do partido em que
Breno Mendes pretende concorrer, em 2022, ao cargo de deputado federal (AVANTE – 70), e ao número de
urna do representado nas Eleições de 2020 (70) – pleito em que disputou o cargo de prefeito de Porto Velho.
RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 0600311-52.2022.6.22.0000 – PORTO VELHO – RONDÔNIA Relator: Ministro
Benedito Gonçalves. Brasília, 17 de novembro de 2023.
Jurisprudência do TSE
8. A fala “No dia 2 de outubro, a gente tem que dar uma banana pro Bolsonaro, pra que
ele saiba que ele vai cair fora da governança” configura pedido explícito de não voto,
a revelar propaganda eleitoral negativa antecipada.
9. A explícita exortação – feita por um pré-candidato, e não por um cidadão comum no
legítimo exercício da sua liberdade de expressão – a que o público presente em
evento partidário, no dia das eleições, ou seja, “no dia 2 de outubro”, “dê uma banana
ao candidato Bolsonaro”, para que “ele deixe a governança”, revela clara, objetiva,
direta e explícita exortação de derrota, de não reeleição e, portanto, de não voto,
configurando, propaganda antecipada negativa feita a destempo.
No caso, extrai-se da moldura fática do aresto a quo a divulgação, mediante carro de som, da música
“vamos ganhar de novo”, em clara referência à reeleição do agravante. Dos vídeos (ids. 12900165,
12900215, 12900265 e 12900315), daquilo que é possível ouvir, extrai-se os seguintes trechos: “É NÓS
TRABALHANDO, OS CONTRA FALANDO E DEUS ABENÇOANDO”; “ELES NÃO ENTENDEM O
QUE ACONTECEU, É QUE O POVO AQUI É FORTE...”; “COMENTA POR AÍ, TÁ NA BOCA DO
POVO, VAI SER DE LAVADA, ESSE ANO É NÓS DE NOVO”; “NÃO FAZ NADA, SÓ SABE
PROMETER /ENQUANTO ISSO A GENTE VAI TRABALHANDO, DESENVOLVENDO A CIDADE
PARA O POVO / A OPOSIÇÃO EM CASA SE DOENDO PORQUE O POVO TÁ DIZENDO…”
AgR-AREspEl nº 060034054. Acórdão. BELO HORIZONTE – MG. Relator(a): Min. Sergio Silveira
Banhos. Julgamento: 16/05/2023 Publicação: 30/05/2023.
Jurisprudência do TSE
AgR no(a) REspElnº 060003237. Acórdão. GONÇALVES DIAS.- MA. Relator(a): Min. Benedito
Gonçalves. Julgamento: 06/10/2022 Publicação: 24/10/2022.
Jurisprudência do TSE
ED-AI nº 060003326 Acórdão SÃO LUÍS – MA. Relator(a): Min. Sergio Silveira Banhos.
Julgamento: 14/11/2019 Publicação: 10/02/2020.
2. No caso, o primeiro agravante transmitiu ao vivo em sua página do Facebook reunião partidária
voltada ao lançamento de sua pré–candidatura ao cargo de deputado federal nas Eleições 2018, em
que foram proferidos discursos que evidenciam a prática do ilícito, destacando–se:
"[...] o Jean precisa ganhar para continuar nos próximos quatro anos nos representando no
Congresso", "é fundamental que a gente renove esse mandato que nos representa tanto", "o
Rio de Janeiro, sem dúvida nenhuma, elegerá você, Jean Wyllys" e "fica um desafio: o Jean tem
que ter 180 mil votos".
AgR-REspe nº 060426969 Acórdão RIO DE JANEIRO – RJ. Relator(a): Min. Jorge Mussi. Julgamento:
01/10/2019 Publicação: 20/11/2019.