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JUROS ALTOS ATÉ QUANDO?


BC "deslizou" ao emitir comunicado com tom difere

Julgamento de Bolsonaro no
TSE continua nesta quinta
(29); veja próximos passos
Ministro Benedito Gonçalves, relator do caso, votou pela
inelegibilidade do ex-presidente por oito anos

Julgamento de Bolsonaro no T…

Douglas Porto, da CNN*


em São Paulo

28/06/2023 às 04:00 | Atualizado 29/06/2023 às 00:32

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 0:00

O julgamento do ex-presidente Jair


Bolsonaro (PL) no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) continuará na próxima quinta-feira (29),
em sessão a partir das 9h.

Na última terça-feira (27), o relator do caso,


ministro Benedito Gonçalves, votou para
condenar Bolsonaro e deixá-lo inelegível
pelo prazo de oito anos. Walter Braga Netto,
candidato a vice-presidente na chapa de
Bolsonaro à reeleição no ano passado, por
sua vez, teve voto para ser absolvido por “não
ter sido demonstrada sua responsabilidade
na acusação”.

Os demais ministros votarão nesta quinta-


feira na seguinte ordem: Raul Araújo, Floriano
de Azevedo Marques, André Ramos Tavares,
Cármen Lúcia, Nunes Marques e, por último,
Alexandre de Moraes, presidente do TSE.

Para formar maioria são necessários quatro


votos.

Leia Mais:

Relator vota para condenar Bolsonaro e


deixá-lo inelegível por 8 anos

Relator no TSE rejeita argumento de


Bolsonaro e mantém minuta de golpe no
julgamento

Coronel diz que mensagens a Cid foram no


“calor da emoção” para Bolsonaro
“apaziguar” o Brasil

Conforme o regimento interno da Corte


Eleitoral, caso algum magistrado solicite vista
do processo, deverá devolver os autos para a
retomada do julgamento em até 30 dias,
renováveis por mais 30 dias.

O processo contra o ex-presidente teve como


origem uma ação de autoria do Partido
Democrático Trabalhista (PDT) referente a
uma reunião de Bolsonaro com embaixadores
em julho de 2022.

Na ocasião, o ex-chefe do Executivo fez


ataques ao sistema eleitoral e a reunião foi
veiculada pela emissora estatal “TV Brasil”. O
PDT acusa o Bolsonaro de abuso de poder
político e uso indevido dos meios de
comunicação.

O voto do relator

Em seu voto, Benedito Gonçalves disse que


as provas do processo apontam para a
conclusão de que Bolsonaro “foi integral e
pessoalmente responsável pela concepção
intelectual do evento” com embaixadores.

“Isso abrange desde a ideia de que a


temática se inseria na competência da
Presidência da República para conduzir
relações exteriores – percepção distinta que
externou o ex-chanceler ao conceituar a
matéria como um tema interno — até a
definição do conteúdo dos slides e a tônica
da exposição – que parece ter sido lamentada
pelo ex-chefe da Casa Civil”, afirmou.

Benedito Gonçalves foi duro nas palavras


usadas em seu voto. Ele disse que teorias
conspiracionistas e mentiras de Bolsonaro
não estão respaldadas na liberdade de
expressão e que ele usou redes sociais para
incitar dúvidas, insegurança, desconfiança e
paranoia coletiva.

Ele analisou, primeiro, a realização do evento


em si. Sobre o tópico, afirmou ter ficado
constatado que a estrutura e o serviço do
Poder Executivo foram “rapidamente
mobilizados para a viabilizar a reunião”. Para
o relator, a magnitude do evento com
embaixadores não se mede pelos custos da
atividade.

“Evidentemente, a nota fiscal relativa ao


planejamento e à logística no valor de R$
12.214,12 não é capaz de refletir a inteireza
dos recursos públicos empregados sob a
forma de bens e serviços na realização do
encontro. Além disso, a verdadeira magnitude
de evento nem mesmo se estima em dinheiro,
seu maior destaque está na solenidade que
chamou a atenção até mesmo do ministro
das Relações Exteriores, conforme consta em
seu depoimento”, declarou.

Conforme o parecer, os representantes


estrangeiros que foram à reunião assistiram
“por mais de uma hora” a uma apresentação
em que Bolsonaro fez “elogios” a “si próprio e
a seu governo”, críticas à atuação de
servidores públicos, “ilações a respeito de
ministros” do TSE, além de “supostas
conspirações para que seu principal
adversário viesse a ser eleito, exaltação às
Forças Armadas, defesa de proposta de voto
impresso, recusada pela Câmara dos
Deputados quase um ano antes e alerta
contra a inocuidade das missões de
observação internacional”.

“O improvável fio condutor de todos esses


tópicos foi a afirmação de que houve
manipulação de votos nas eleições de 2018 e
que era iminente o risco nas eleições de
2022”, citou.

Discurso

Sobre o discurso de Bolsonaro, o relator


entendeu que o ex-presidente fez uma
apresentação “inteiramente distorcida” sobre
os fatos que tratou. Entre os temas, o ex-
presidente falou sobre um inquérito da Polícia
Federal (PF) sobre um ataque hacker à Corte
eleitoral em 2018.

“[Bolsonaro] afirmou, assim que o TSE teria


sido negligente, insidioso diante de uma
vulnerabilidade de natureza gravíssima, apta
a permitir que os votos fossem adulterados no
momento da totalização. Disse mais: que
havia interesses de ministros do TSE em
manipular o resultado do pleito. Essa narrativa
não tem qualquer respaldo documental.”

“As lives de 2021 foram exitosas em sua


proposta pragmática de cultivar o sentimento
de que uma ameaça grave rondava as
eleições de 2022 e que essa ameaça partia
do TSE. O conspiracionismo se conservou
latente e foi acionado com facilidade no ano
eleitoral”.

Conforme Benedito, Bolsonaro usou a reunião


para “demarcar sua firme posição em usar
redes sociais como meio de difundir dúvidas
meramente retóricas e disseminar
desconfianças e conspiracionismo”.

Primeiro dia de julgamento

Na sessão de quinta-feira (22), o advogado do


PDT, Walber Agra, realizou duras imputações
contra o ex-presidente durante sua fala. Ele
fez menções a tentativas de golpe no país e
estabeleceu conexões entre a reunião com
embaixadores, disseminação de fake news e
ataque às instituições democráticas.

Agra disse que o processo em julgamento é a


ação dos “ataques sistemáticos ao sistema
eleitoral” e da “defesa das instituições e da
democracia”.

“Cada fato aqui por si só representa um


gravame inescusável para a democracia”,
expôs.

Segundo o advogado, a reunião de Bolsonaro


com embaixadores teve “claro desvio de
finalidade para desmoralizar instituições e de
forma internacional”, acrescentando que o
fato, na sua visão, é “grave”.

“Veja que cena triste da nossa história”, disse.


“E, por último, tentativa nítida de golpe militar,
golpe de Estado”. Neste ponto, o advogado
defendeu a permanência no processo da
minuta do decreto de Estado de Defesa
encontrada na casa de Anderson Torres.

Defendendo Jair Bolsonaro, o advogado


Tarcísio Vieira de Carvalho refutou haver
correlação entre a reunião dos embaixadores
com 8 de janeiro. Ele chamou de “impostora”
a ação apresentada pelo PDT, afirmando que
a sigla fez “uso indevido da Justiça Eleitoral”
ao ajuizar o processo como “plataforma
política de propaganda antecipada”.

“Uma ação impostora, eivada de falsidade


ideológica, totalmente fadada ao insucesso”,
comunicou o advogado de Bolsonaro. Ele
também refutou qualquer conexão do caso
julgado com tentativa de golpe.

“Tentativa de golpe? Conectada à reunião


com embaixadores? Essa pretensão não
dependeria de discursos outros que não os
de descrédito da Justiça Eleitoral? Alguém
que pretensamente vai praticar um golpe vai
perder tempo em desacreditar a Justiça
Eleitoral e disputar as eleições?”, questionou
Tarcísio.

Ministério Público

O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo


Gustavo Gonet Branco, proferiu que houve
abuso de poder político de Bolsonaro ao
convocar uma reunião com embaixadores e
levantar dúvidas sobre o sistema eleitoral.

Gonet defendeu a condenação de Bolsonaro


e a sua inelegibilidade por oito anos.

Conforme o representante do Ministério


Público Eleitoral (MPE), o caso tem todos os
elementos que configuram abuso de poder
político: agente público, desvio de finalidade,
busca de vantagem para situação eleitoral do
candidato e gravidade da conduta para afetar
a legitimidade do processo eleitoral.

Segundo Gonet, o caso se tratou de


instrumento de manobra eleitoreira.

A ação

O PDT acionou o TSE em agosto de 2022


questionando a reunião feita por Bolsonaro
com embaixadores no Palácio da Alvorada
em julho do mesmo ano.

Na reunião, transmitida ao vivo pela TV Brasil,


Bolsonaro teceu críticas aos ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF), em especial
a Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, e
classificou como “lamentáveis” falas dos
magistrados.

Ele ainda colocou sob dúvidas os resultados


das eleições presidenciais de 2018, na qual
foi eleito com 55,13% dos votos válidos.

O então presidente ainda retrucou as


acusações de que ele estaria “atentando
contra a democracia” ao atacar o sistema das
urnas eletrônicas e rebateu que, na verdade,
seria o próprio TSE quem estaria atentando
ao “não liberar o inquérito da suposta fraude
de 2018”.

O abuso de poder político pelo qual


Bolsonaro é acusado é uma conduta ilegal
praticada na campanha eleitoral e ocorre nas
situações em que o acusado se vale de sua
posição para agir de modo a influenciar o
eleitor.

A punição para este tipo de ilícito é a


inelegibilidade por oito anos, período no qual
o político não pode disputar eleições.

O uso indevido dos meios de comunicação,


conforme o PDT, se deu pela divulgação do
discurso pela TV Brasil, uma empresa
controlada pelo governo, e por redes sociais.

O processo em que se discute o caso é uma


Ação de Investigação Judicial Eleitoral. É um
tipo de procedimento mais complexo, que
envolve levantamento de provas e
depoimento de testemunhas.

*Com informações de Lucas Mendes e Teo


Cury

Tópicos

Jair Bolsonaro

PDT (Partido Democrático Trabalhista)

TSE (Tribunal Superior Eleitoral)

Walter Souza Braga Netto

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