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MERITÍSSIMO JUÍZO DA __ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE

NOME DA PARTE E QUALIFICAÇÃO, já cadastrado eletronicamente, vem, com o


devido respeito, perante Vossa Excelência, por meio de seus procuradores, propor

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE CONCESSÃO DE


BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos
seguintes fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor

DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A parte Autora postulou, junto à Autarquia Previdenciária, a concessão de benefício por


incapacidade, que foi indeferido, conforme comunicado de decisão anexo.

Com efeito, o motivo da negativa ao pedido foi a alegada ausência de incapacidade


laborativa, após a realização da perícia administrativa. Entretanto, a parte Demandante
vem acometida por patologias que o incapacitam para suas atividades habituais,
consoante demonstrado pelos documentos médicos ora anexados.

Por tal motivo, se ajuíza a presente ação.

Dados sobre o requerimento administrativo:

1. Número do benefício

2. Data do requerimento administrativo

3. Razões do indeferimento (“comunicado de


decisão” anexado)
Dados sobre a enfermidade (conforme Lei 14.331/22):

1. Doença/enfermidade (c/CID)1

2.Limitações decorrentes

3. Inconsistências da avaliação médico


pericial

4. Inexistência de coisa julgada


5. Provas materiais:
-Prova da incapacidade: laudos, atestados e
exames médicos;
-Prova material da ocorrência do acidente
(anexada) {se for o caso}

Dados sobre a ocupação[1]:

1. Ocupação

2. Descrição sumária

3. Condições gerais de exercício

A parte Autora postula a concessão do benefício previdenciário por incapacidade, visto


que não possui condições de desempenhar sua atividade laborativa habitual.

Além das patologias incapacitantes, o ambiente de trabalho e seu respectivo modus


operandi corroboram para o agravamento do estado de saúde da Parte Autora. Nesse
sentido, tem-se uma dupla faceta nesta relação patologia-trabalho: de um lado, a doença
possui o condão de impossibilitar o exercício da atividade laborativa, e de outro, a
própria ocupação, além de agravar o estado incapacitante, é o próprio parâmetro para
estabelecer a incapacidade. Ou seja, a soma das funções exercidas no desempenho do

1 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde .


labor com a patologia é o que permite chegar ao parecer positivo ou negativo quanto à
incapacidade.

Cabe se fazer menção ao conceito de incapacidade adotado pela Organização Mundial


de Saúde (OMS), de que se considera incapacidade “qualquer redução ou falta
(resultante de uma deficiência ou disfunção) da capacidade para realizar uma
atividade de uma maneira considerada normal para o ser humano, ou que esteja dentro
do espectro considerada normal”.

Portanto, analisando o caso em concreto, sob o viés do conceito de incapacidade


adotado pela Organização Mundial de Saúde, diante das patologias que acometem a
parte Autora, sua idade e as funções exercidas pelas suas atividades laborais, deduz-se
que a parte Demandante se encontra incapacitada para o trabalho.

Caso venha a ser apontada sua total e permanente incapacidade, postula a concessão da
aposentadoria por incapacidade permanente, a partir da data de sua efetiva constatação.
Nessa circunstância, importante se faz a análise das situações referentes à majoração de
25% sobre o valor do benefício, independentemente de seu enquadramento no anexo I
do Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/99), conforme art. 45 da Lei
8.213/91.

Ainda, na hipótese de restar provado nos autos processuais que as patologias referidas
tão somente geraram limitação profissional ao Requerente, ou seja, que as sequelas
implicam em redução da capacidade laboral e não propriamente a incapacidade
sustentada, postula a concessão de auxílio-acidente, com base no art. 86 da Lei
8.213/91.

Por outro lado, cumpre salientar que a parte Autora preenche os requisitos genéricos
necessários à concessão da benesse, visto que mantém vínculo empregatício com a
empresa ${informacao_generica} desde ${data_generica}, bem como recebeu auxílio
por incapacidade temporária de ${data_generica}.

Assim, além da incapacidade laboral (do que se postula a realização de perícia judicial
para fins de comprovação), a parte Autora satisfaz os critérios genéricos exigidos para a
concessão do benefício.

A pretensão exordial vem amparada nos artigos 42, 59 e 86 da Lei 8.213/91 e a data de
início do benefício deverá ser fixada nos termos dos artigos 43 e 60 do mesmo diploma
legal.

DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU DE CONCILIAÇÃO

Considerando a necessidade de produção de provas no presente feito, a Parte Autora


vem manifestar, em cumprimento ao art. 319, inciso VII do CPC, que não há interesse
na realização de audiência de conciliação ou de mediação, haja vista a iminente
ineficácia do procedimento e a necessidade de que ambas as partes dispensem a sua
realização, conforme previsto no art. 334, §4º, inciso I, do CPC.

DA PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL


Considerando que a prova pericial é fundamental para o deslinde das questões ligadas
aos benefícios por incapacidade e para uma adequada análise do nexo de causalidade e
da consequente incapacidade, faz-se mister que o Médico Perito observe o Código de
Ética da categoria, e especialmente em relação ao tema, a Resolução nº 2.183/2018 do
CFM, que dispõe sobre as normas específicas de atendimento a trabalhadores. A recente
resolução abarca dois pontos fundamentais: 1) a necessidade do Perito analisar o
histórico clínico e laboral do segurado, além de seu local e organização de trabalho
(incorporando a antiga Resolução nº 1.488/98), e 2) que o perito fundamente eventual
discordância com parecer emitido por outro médico, incorporando o Parecer nº 10/2012
do CFM.

Outrossim, também deve ser observado o Manual de Perícias do INSS (2018), que
prevê em seu Anexo I diversos pareceres que se aplicam às perícias previdenciárias,
dentre os quais o Parecer CFM nº 05/2008, que estabelece que quando houver
discordância do médico perito com o médico assistente, aquele deve fundamentar
consistentemente sua decisão. Ainda, o item 2.4 do Manual ordena que “O Perito
necessita investigar cuidadosamente o tipo de atividade, as condições em que é
exercida, se em pé, se sentado, por quanto tempo, com qual grau de esforço físico e
mental, atenção continuada, a mímica profissional (movimentos e gestos para realizar
a atividade, etc.)”, além das condições em que esse trabalho é exercido.

Portanto, REQUER a Parte Autora que, quando da realização da prova pericial, sejam
observadas as referidas disposições legais, uma vez que não apenas se tratam de normas
cogentes e – portanto – vincula a atividade do médico, sob pena de nulidade do laudo
pericial, como também não cabe ao Judiciário ser mais realista que o rei, no tocante ao
Manual de Perícias editado pelo próprio réu.

DO IMEDIATO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER

Conforme inteligência do artigo 43 da Lei 9.099/95 c/c artigo 1º da Lei 10.259/01, no


âmbito dos Juizados Especiais Federais o recurso inominado interposto, via de regra,
não possui efeito suspensivo. Por este motivo, eventual deferimento do presente
petitório compele o INSS a cumprir de forma imediata a decisão de primeiro grau, para
o efeito de conceder e implantar o benefício postulado em favor da Parte Autora.

PEDIDOS

EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossa Excelência:

1. O deferimento da gratuidade da justiça, pois o Autor não tem condições de


arcar com as custas processuais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;
2. A não realização de audiência de conciliação ou de mediação, pelas razões
acima expostas;
3. A produção de todos os meios de prova, em especial PERICIAL. Com relação a
esta, REQUER seja observada a Resolução nº 2.183/2018 do CFM;
4. Com o laudo, seja determinada a citação do INSS, nos termos do §3º do art. 129-
A da LBPS, acrescidos pela Lei14.331/2022.
5. Ao final, o julgamento da demanda com TOTAL PROCEDÊNCIA,
condenando o INSS a:
4.1) Subsidiariamente:

4.1.1) Conceder aposentadoria por incapacidade permanente e sua eventual majoração


de 25% à parte Autora, a partir da data da efetiva constatação da incapacidade total e
permanente;

4.1.2) Conceder o auxílio por incapacidade temporária à parte Autora, a partir da data
da efetiva constatação da incapacidade;

4.1.3) Conceder auxílio-acidente, na hipótese de mera limitação profissional;

4.2) Pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o


respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes até a data do
pagamento;

4.3) Em caso de recurso, ao pagamento de custas e honorários advocatícios, eis que


cabíveis em segundo grau de jurisdição, com fulcro no art. 55 da Lei 9.099/95 c/c art. 1º
da Lei 10.259/01.

 Em cumprimento de sentença, o destacamento dos honorários contratuais,


conforme contrato anexo, sendo expedida RPV em favor da sociedade de
advogados ${informacao_generica}.

 
Termos em que,

Pede Deferimento.

 
Dá à causa o valor[2] de R$ ${processo_calculo_valordacausa}.

[1] Referências: https://www.ocupacoes.com.br/cbo-mte/.

[2] Valor da causa = 12 parcelas vincendas + parcelas vencidas.

NÃO ESQUECER:
• termo de renúncia expressa aos valores excedentes a 60 salários mínimos na
data da propositura da ação, assinado pela própria parte ou por seu advogado
(com poderes expressos para renunciar), ficando ciente a parte de que, para efeito
de renúncia, as parcelas vencidas até o ajuizamento da ação, acrescidas de doze
parcelas vincendas, ficam limitadas a sessenta salários mínimos;
• fotocópia dos documentos pessoais da parte autora (RG e CPF/MF) e,
quando o caso, de seu representante ou assistente legal;
• instrumento de mandato (procuração);
• comprovante de residência atual, em nome próprio ou, então, apresentar
declaração, daquele em cujo nome consta o documento, já que a verificação da
competência deste Juízo Federal depende de tal análise (art. 109, § 3º, CF/88).

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