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Curso: Oficina de Petições Cíveis – Novo CPC 1

Petição Inicial I (CORRIGIDA)

AO (À) EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ VARA
CÍVEL1 DA COMARCA DE PALMEIRA DAS MISSÕES – RS.

URGENTE
OBJETO: DISPONIBILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE HOME CARE
COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA ANTECEDENTE
PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO LEI Nº 13.146/2015

JOÃO GRILO, brasileiro, interditado, estado civil, portador do RG n.


1.111.111 SDS/RS, e inscrito no CPF sob o n. 222.222.222-22, neste ato
representado por sua curadora e genitora A COMPADECIDA, brasileira, estado
civil, portadora do RG 3.333.333 SDS/RS e inscrita no CPF sob o n. 777.777.777-77,
e-mail, ambos residentes na Rua Coronel Antônio Moraes, 28, Bairro Fátima, nesta
cidade de Palmeira das Missões – RS, por seu procurador signatário, instrumento de
mandato anexo, com escritório profissional na Av. Independência, nº 10.000, sala
500, Bairro Centro, na cidade de Palmeira das Missões, vem à ilustre presença de
Vossa Excelência com fundamento no disposto nos arts. 194 a 196 e 198, da
Constituição Federal e art. 294, 300, 303, do Código de Processo Civil e demais
artigos pertinentes ao caso para propor o presente

PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA ANTECEDENTE


(FORNECIMENTO DO SERVIÇO “HOME CARE”)

Em face do ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL pessoa jurídica de direito público


interno, CNPJ, representado pela Procuradoria-Geral do Estado, com sede na
Avenida Borges de Medeiros, nº 1.555 (térreo e 16º ao 18º andares), Centro, Porto
Alegre/RS, CEP 90119-900, e-mail, pelos fatos e fundamentos a seguir delineados:

PRELIMINARMENTE2

I - DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA.

1 Sempre analise o Código de Organização Judiciária do Estado/Região onde for ajuizar a


demanda, é possível, por exemplo, que existam varas de competência específica, como na
cidade do Recife, onde este feito seria distribuído a uma das Varas da Fazenda Pública.
2 A expressão preliminarmente é mais adequada para a peça de Contestação, no momento em

que você vai levantar suas preliminares, evite usar na Inicial.

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O Autor requer a concessão de Gratuidade de Justiça, tendo em vista não


possuir suficiência de recursos para arcar com as custas do processo, nem
honorários advocatícios, sem prejuízo próprio e de sua família conforme declaração
de insuficiência acostada3, bem como o fundamento do art. 5º inciso LXXIV da
Constituição Federal e Lei 1.060/504.

Ante ao exposto requer a V.Exa, seja deferido o benefício da AJG, ao


Autor de acordo com os documentos em anexos.

II - DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO

O Autor é deficiente físico, devido a sequelas de AVC é esquizofrênico


bem como apresenta epilepsia, portanto se enquadra na lei 13.146/2015

Ante ao exposto requer a V.Exa, seja dado prioridade de tramitação


neste processo tendo em vista o Autor ser deficiente físico.

III – DOS FATOS

1.1 Primeiramente cumpre relatar que o Autor é amparado pelo SUS-


SISTEMA ÚNICO DE SAUDE, devidamente cadastrado sob o nº 000 0000 0000 0000,
de acordo com documento em anexo.

1.2 O Autor, como dito anteriormente é deficiente físico, se encontra com


56(cinquenta e seis) anos de idade é portador de sequela de AVC, correspondente
ao CID I 69.4, é esquizofrênico e apresenta Epilepsia de acordo com o laudo
médico acostado.

1.3 Cumpre observar ainda que o Autor necessita com a máxima urgência
dos serviços de Home Care, por tempo indeterminado uma vez que as enfermidades
que lhe acometem são de caráter irreversível sem perspectivas de melhora de
acordo com laudo médico acostado.

IV – DA NECESSIDADE DO FORNECIMENTO DO SERVIÇO “HOME CARE”, BEM


COMO OS EQUIPAMENTOS E OS MEDICAMENTOS NECESSÁRIOS.

2.1 O Autor necessita que seja lhe disponibilizado/fornecido os serviços de


Home Care, com urgência, e por tempo indeterminado eis que é totalmente
dependente de cuidados e para isso necessita de enfermagem por 12 horas, sendo
supervisionada por uma enfermeira semanalmente, para acompanhamento,
supervisão da equipe de enfermagem bem como avaliação e cuidados mais

3 Se você tiver poder especial na procuração para declarar a insuficiência de recursos, não há

necessidade de juntar declaração subscrita pela parte.

4Atenção para os dispositivos que foram expressamente revogados pelo artigo 1.072, do NCPC:
os arts. 2º, 3º, 4º, 6º, 7º, 11, 12 e 17 da Lei no 1.060, de 5 de fevereiro de 1950;

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complexos com a paciente, Fisioterapia respiratória e motora 20 sessões ao mês,


Nutricionista quinzenal para melhorar seu aport nutricional de acordo com laudo
médico acostado.

2.2 Além dos profissionais citados acima o Autor necessita os seguintes


materiais e medicamentos: fraldas tamanho GG, 180 unidades ao mês,
Oxcarbamazepina 600mg, 60 comprimidos ao mês, lamotrigina 100mg, 90
comprimidos ao mês, Fenobarbital 100mg, noventa comprimidos ao mês,
Resperidona 03 mg, noventa comprimidos ao mês, Akineton 02mg, sessenta
comprimidos ao mês, Aldol 5mg noventa comprimidos ao mês, Somalgin Cardio
325mg trinta comprimidos ao mês, Maleato de Enalapril 10mg, sessenta
comprimidos ao mês, de acordo com laudo médico acostado.
2.3 Sendo assim resta evidenciado a necessidade de ser fornecido os serviços
de Home Care ao Autor tendo em vista a indicação médica, pois não há dúvida de
que o Autor tem direito ao tratamento mais eficiente, que é o mais seguro para o
caso, de acordo com a laudo médico acostado.

2.4 Assim Exa, se o médico que trata o Autor, entende que o serviço de “Home
Care” é o mais adequado ao caso, é de se considerar a indicação prescrita.

2.5 Ademais, como o Autor se encontra dependente para todas as atividades


básicas da vida, necessitando que terceiros executem sua higiene e administrem sua
medicação, em virtude das consequências advindas pelo diagnóstico apresentado,
necessitando de todos os serviços e medicamentos prescritos no laudo médico,
enfatiza-se a necessidade de ser deferido o tratamento de Home Care solicitado e
aqui pleiteado.

2.6 O Laudo Médico do Dr. Chicó ora acostado, comprova apresentar o Autor
o diagnóstico descrito acima, bem como todos os serviços elencados, pois com a
internação domiciliar proporcionará o Autor uma assistência humanizada, onde o
mesmo tem como vantagem receber atendimento personalizado de qualidade no
seu lar, em contato diariamente com seus familiares, sendo também importante
destacar que diminui em muito os riscos de infecções oportunistas, diminuindo os
riscos de complicações clinicas e reinternações desnecessárias.

2.7 Cumpre observar que o médico do Autor, por acompanha-lo por certo
tempo, é quem tem as melhores condições de indicar o tratamento mais adequado,
não podendo o direito constitucional à saúde ser limitado a uma simples
tabela ou protocolo.

2.8 É importante também lembrar que a limitação do critério médico na


escolha do procedimento mais adequado ao seu paciente neste caso o Autor é
vedada expressamente pelo art. 16 do Código de Ética Médica (Resolução do
Conselho Federal de Medicina nº 1.931/09, Anexo, Capítulo I, XVI), conforme se
segue:

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“Nenhuma disposição estatutária ou regimental de


hospital ou de instituição, pública ou privada,
limitará a escolha, pelo médico, dos meios
cientificamente reconhecidos a serem praticados
para o estabelecimento do diagnóstico e da
execução do tratamento, salvo quando em benefício
do paciente.”

IV – DO PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA


ANTECEDENTE

3.1 De acordo com o art. 294 do NCPC, a tutela provisória pode


fundamentar-se em urgência ou evidência.

3.2 No art. art. 300 do NCPC a tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo.

3.3 Importante dizer que o art. 303 do NCPC assim reza: Nos casos em que a
urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se
ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao
resultado útil do processo.

A) DA PROBABILIDADE DO DIREITO

3.4 Cumpre observar Exa, que são verossímeis são as alegações do Autor, na
medida em que a prova documental através de exames e os laudos médicos
acostados ao feito, comprovam as patologias que possui, necessitando com urgência
de internação domiciliar (home care), a ser realizado por uma equipe
multiprofissional, visando reduzir os riscos de complicações clínicas buscando
melhor qualidade de vida e convivência familiar, de acordo com laudo médico
acostado.

3.5 O serviço de Home Care é um tratamento semelhante ao dado em um


hospital, ou seja, é o recebimento domiciliar de todos os cuidados necessários à
recuperação do paciente, através de uma equipe qualificada. A internação domiciliar
é, pois, uma forma de diminuir os custos, substancialmente menores em relação
àqueles com que o Estado Réu arcaria em caso de internação hospitalar, sendo
efetivamente mais vantajosa, sem falar que libera mais um leito na rede o que nos
dias de hoje há de ser levado em conta.

3.6 De outra banda, tem de se verificar o Capítulo II do Título VIII da


Constituição Federal, que versa sobre a seguridade social. Estamos diante dos
precisos termos do art. 194 da Constituição Federal, que compreende um conjunto
integrado de ações dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social, visando à

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universalidade da cobertura e do atendimento (inc. I, do referido artigo),


significando com isso que a seguridade social é destinada a toda a população,
indistintamente, com recursos provenientes das fontes de custeio elencadas no art.
195, incs. I, II e III, e § 4º, da Constituição Federal.

3.7 A saúde, por sua vez, está prevista no art. 196 da Constituição Federal,
que impõe ao Estado em todas as suas esferas o dever de política econômica que
visem a reduzir doenças com manutenção dos serviços pertinentes, assegurando
esse direito à saúde a todos os cidadãos, sem previsão de contribuição, sendo
conveniente ressaltar que existe o Sistema Único de Saúde, instituído pela Lei nº
8.080/90, com financiamento de recursos da seguridade social da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes, nos termos do
que dispõe o art. 198 da Carta Magna.
3.8 Na lição de Alexandre de Moraes, a Constituição da República consagra
ser a Saúde direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo
sua execução ser feita diretamente ou por meio de terceiros e, também, por pessoa
física ou jurídica de direito privado (CF, art. 197).

3.9 A previdência social, por sua vez, é organizada sob a forma de regime
geral, atendida pelo INSS, com caráter contributivo e de filiação obrigatória, visando
à manutenção financeira e atuarial, destinada a atender, pensões, auxílios-doença,
auxílios-invalidez, dentre as várias hipóteses elencadas no art. 201 da Constituição
Federal.

3.10 A assistência social, prevista no art. 203 da Constituição Federal, é


prestada a todos os necessitados independentemente de contribuição, visando à
proteção à família, à maternidade, além de garantia de salário mínimo mensal aos
desprovidos de recursos, dentre outros objetivos.

3.11 Como se vê, dos três itens que compõem a seguridade social, destinada a
toda a coletividade, tratando-se de dever do Estado, somente a previdência social
exige caráter contributivo e de filiação obrigatória para a obtenção de seus
benefícios, observado o seu regime geral.

3.12 Como o Autor não possui condições financeiras para arcar com as
despesas do tratamento pleiteado, é dever do Estado Réu dar cobertura ao
procedimento indicado.

3.13 Com efeito, a vasta jurisprudência tem entendido no sentido de que,


havendo prova da necessidade de tratamento domiciliar, sendo este um substitutivo
para a internação hospitalar, deve aquele ser deferido.

3.14 Num sistema de ponderação de interesses, não se pode conferir a


qualquer direito de cunho patrimonial ou econômico maior relevância do que o

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princípio da dignidade da pessoa humana. O direito à saúde não se restringe à


garantia de assistência médica e hospitalar que se afigura mais ou menos custosa ao
Estado, mas sim na garantia de um tratamento que melhor satisfaça às necessidades
do indivíduo, com observância de todos os meios necessários à minimização do seu
sofrimento.

3.15 Nesse sentido, deve ser prioridade do Estado (lato sensu) a garantia da
vida de seus cidadãos, sendo, portanto, incontestável, nos termos do art. 6º da
Constituição Federal e da Lei 8.080/90, o seu dever de fornecer aos mesmos
condições de sobrevivência, jamais podendo desamparar o enfermo, neste caso a
Autora mormente quando em risco de vida por falta de medicamento ou
retardamento no tratamento.

3.16 Neste sentido nos orienta a jurisprudência***:

APELAÇÃO CÍVEL. ECA. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.


INFANTE PORTADOR DE PARALISIA CEREBRAL INFANTIL COM
TETRAPARESIA E DEFICIÊNCIA COGNITIVA. SERVIÇO DE HOME
CARE. ILEGITIMIDADE PASSIVA. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS. DIREITO
CONSTITUCIONAL À SAÚDE. PRINCÍPIO DA RESERVA DO
POSSIVEL, DA UNIVERSALIDADE, DA ISONOMIA E DA
IGUALDADE. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO. ACOMPANHAMENTO
DOMICILIAR DE TÉCNICO DE ENFERMAGEM INDICADO POR
PROFISSIONAL DA ÁREA DE SAÚDE. MANUTENÇÃO. 1. A
responsabilidade pelo fornecimento de tratamento "home care"
(no caso, acompanhamento domiciliar de técnico de enfermagem)
postulado é solidária entre União, Estados e Municípios. Eventual
deliberação a respeito da repartição de responsabilidade compete
unicamente aos entes federativos, a ser realizada em momento
oportuno, tendo em vista a solidariedade existente entre todos, não
podendo o particular ter limitado seu direito à saúde, garantido
constitucionalmente, por ato da Administração Pública. 2.
Eventuais limitações ou dificuldades orçamentárias não
podem servir de pretexto para negar o direito à saúde e à vida,
dada a prevalência do direito reclamado. 3. Não há, no caso,
ofensa aos princípios da universalidade, da isonomia e da
igualdade, posto que o Judiciário apenas está a ordenar o
cumprimento dos dispositivos da Constituição Federal, violados
quando da negativa da Administração. 4. Havendo a indicação por
profissional da área de saúde dando conta de que o serviço de
enfermagem para o tratamento das moléstias que acometem o
menor é aquele constante nos respectivos atestados, deve o Estado
(em sentido amplo), conforme preceitua o art. 196 da CF, realizar
de imediato as providências reclamadas. APELAÇÃO DESPROVIDA.
(Apelação Cível Nº 70063791362, Oitava Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em
07/05/2015) – grifei.

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO.


DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIÇOS. SAÚDE. TRATAMENTO.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA NO FORNECIMENTO DO
TRATAMENTO. Nos termos do artigo 196 da Constituição Federal,
a saúde é direito de todos e dever do Estado. Compete ao Poder

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Público, independentemente da esfera institucional a que pertença,


a responsabilidade de cuidar do sistema de saúde posto à
disposição da população, o que permite ao cidadão direcionar a
busca por seus direitos a qualquer dos entes públicos. A União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios detêm competência
comum, em matéria administrativa, inexistindo a pretendida
ordem na busca dos serviços e ações. Artigo 23, inciso II, da
Constituição Federal. Responsabilidade solidária dos entes
federativos no funcionamento do Sistema Único de Saúde.
Precedentes do Egrégio Superior Tribunal de Justiça e deste Órgão
Fracionário. Para o deferimento do pleito, basta estar comprovada
a enfermidade e a necessidade do cidadão e que o tratamento tenha
sido devidamente prescrito pelo médico que trata o paciente. No
caso concreto, irrepreensível a sentença que confirmou a
antecipação de tutela para ordenar o fornecimento das
sessões de fisioterapia requeridas pelo autor, o qual
demonstrou a sua necessidade e a precária condição
econômica para custear o tratamento. SITUAÇÃO ECONÔMICA
DO AUTOR - CARÊNCIA EVIDENCIADA. Da documentação
carreada ao feito resta clara a carência do demandante, o qual se
apresenta com cartão público de saúde, colaciona atestado médico
pertencente à rede pública de saúde e comprova documentalmente
a impossibilidade de custear, por si, o tratamento necessário,
colacionando comprovante de rendimentos e orçamentos dos
fármacos receitados. INDEPENDÊNCIA DO PODER EXECUTIVO.
Não se há de falar em invasão do Poder Judiciário na esfera de
competência do Poder Executivo, quando verificada omissão de
preceito constitucional. Alegação de questões orçamentárias não se
sobrepõe à necessidade de garantir o direito fundamental
ameaçado, o que justifica a ordem de fornecimento gratuito do
tratamento - consistente nas sessões de fisioterapia -, pleiteados,
haja vista a carência financeira do doente. Sentença Mantida.
NECESSIDADE DE ATESTADO DE MÉDICO DA REDE PÚBLICA.
AFASTAMENTO. Despiciente condicionar provenha a prescrição de
médico da rede pública de saúde, eis que a atenção aos direitos e
garantias fundamentais previstos na Constituição Federal
subjazem a toda e qualquer prioridade, cabendo ao Poder Judiciário
alcançar a tutela quando não são observados. Ademais, a urgência
do início do tratamento justifica o deferimento da medida sem que
o demandante tenha de ingressar na tormentosa fila de espera até
conseguir avistar-se com o profissional credenciado pelo SUS.
NEGARAM PROVIMENTO AOS RECURSOS. UNÂNIME. (Apelação
Cível Nº 70055967699, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Laura Louzada Jaccottet, Julgado em 06/11/2013) –
grifei.

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. SAÚDE


PÚBLICA. FORNECIMENTO DE SESSÕES DE REFORÇO
MUSCULAR, SESSÕES DE FISIOTERAPIA, ACOMPANHAMENTO
PSICOLÓGICO. LEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ATESTADO MÉDICO. PROVA
SUFICIENTE. 1. Qualquer dos entes políticos da federação tem o
dever na promoção, prevenção e recuperação da saúde. 2. É direito
de todos e dever do Estado promover os atos indispensáveis à
concretização do direito à saúde, tais como fornecimento de
medicamentos ou outros tratamentos, quando não possuir o
cidadão meios próprios de adquiri-los. 3. O atestado médico do

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profissional devidamente habilitado constitui prova suficiente


para embasar a pretensão do autor, bem como a urgência do
tratamento. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº
70056130834, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Arno Werlang, Julgado em 09/10/2013) – grifei.

*** HÁ DECISÕES DO STF, DO STJ ou do TRIBUNAL ORDINÁRIO respectivo sobre a


matéria? Se houver, SEMPRE acrescentar (vide as decisões em PDF em anexo)

B) DA PERIGO DE DANO

3.17 Outrossim, a demora na prestação jurisdicional pode acarretar danos à


saúde do Autor haja vista a gravidade de sua doença (risco de dano irreparável ou
de difícil reparação), até porque nas condições de saúde citadas demonstrada pelo
laudo médico e fotografia em anexo provavelmente o Autor não terá muito tempo
de vida, mas cabe ao poder judiciário dar uma condição digna amenizando o seu
sofrimento, para que seus dias sejam na companhia de familiares, amigos e no
conforto do lar.

3.18 Convém ressaltar Exa., que o Autor possui 56 (cinquenta e seis) anos
de idade e reside com sua mãe e curadora que possui 80 (oitenta) anos de idade
e sua irmã que é deficiente visual de acordo com documentos em anexo, portanto
a Sra. Compadecida não possui condições de saúde e técnica para cuidar das
enfermidades que acometem o Autor, e de cuidar de sua filha sendo isto um
agravante que se deve levar em consideração também para o deferimento da
Antecipação de Tutela aqui pretendida para a disponibilização dos serviços de home
care.

3.19 Em cumprimento ao disposto no art. 303, caput e §1º, inciso I, do


NCPC, o Autor informa que uma vez deferida a tutela antecipada antecedente
pleiteada requer a concessão do prazo de 60 dias para complementação de sua
argumentação, juntada de novos documentos, e apresentação dos seguintes
pedidos: a) Dano Moral no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais); b) Danos
Materiais de R$ 5.555,55 (cinco mil quinhentos e cinquenta e cinco reais e
cinquenta e cinco centavos).

V- DOS PEDIDOS

ANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência, forte nos fundamentos de


fato e de direito acima trazidos:

a) Seja deferido o benefício da Gratuidade de Justiça ao Autor bem como


prioridade de tramitação a este processo nos moldes dos pedidos preliminares;

b) Receba e autue a presente ação, nos termos do art. 303, § 5º do NCPC


juntamente com os documentos que a instrui, concedendo a Tutela Provisória de
Urgência Antecipada Antecedente pretendida pelo Autor para determinar que o
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL forneça e disponibilize o serviço de home care

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solicitados pelo Dr. Chicó ao Autor, sem nenhum custo ao mesmo, nos termos do
laudo médico acostado, disponibilizando os equipamentos, medicamentos e os
serviços por meio de profissionais conveniados, ou depositar os valores
correspondentes, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de sequestro dos mesmos em
sua conta, mensalmente;

c) O Autor nos termos do art. 319, inciso VII, do NCPC, informa que opta
pela realização de audiência de conciliação;

d) Requer seja o réu citado e intimado da audiência de conciliação (arts.


334 e 303, inciso II, do NCPC;

e) Em cumprimento ao disposto no art. 303, caput e §1º, inciso I, do


NCPC, o Autor informa que uma vez deferida a tutela antecipada antecedente
pleiteada requer a concessão do prazo de 60 dias para complementação de sua
argumentação, juntada de novos documentos, e confirmação do pedido de tutela
final;

f) Requer a intimação do representante do Ministério Público para


intervir no feito na condição de fiscal da ordem jurídica (art. 178, inciso II);

g) Ao final, requer seja a presente demanda julgada procedente


condenando do Estado Réu ao pagamento das custas processuais e honorários
advocatícios ao patrono do Autor no montante de 20% levando-se em consideração
o artigo 85, §2º, do CPC;

h) Por fim, que todas as intimações e/ou notificações sejam expedidas


em nome de ARIANO SUASSUNA, OAB/PB nº 8.888.888 e/ou enviadas para o seu
endereço profissional, situado na Av. Independência, nº 10.000, sala 500, Centro,
Palmeira das Missões/RS ou para o e-mail: arianoparaibano@gmail.com.

i) Requer seja permitido provar o alegado por todos os meios de prova


em direito admitidos, em especial a prova pericial;

Dá-se a causa o valor provisório5 de R$ 70.000,00 (+ os pedidos de tutela


final).

Nesses termos, pede deferimento.

Palmeira das Missões, 21 de março de 2016.

ARIANO SUASSUNA
OAB/PB 8.888.888

5 O valor da causa tem várias funcionalidades, portanto não utilize expressões do tipo: para
meros efeitos fiscais, nem valor provisório. Simplesmente atribua o valor da causa seguindo as
regras do art. 292 do NCPC.

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