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RELATÓRIO
VOTO
RELATÓRIO
VOTO
1. DA DELIMITAÇÃO DA CONTROVÉRSIA
Extrai-se da conjuntura fática da demanda que MARINA ZOE
SKYVALAKIS STEGMANN possui plano de saúde fornecido pela recorrente desde
15/05/98 e no ano de 2007 foi diagnosticada com astrocitoma difuso grau II
(neoplasia maligna do encéfalo), submetendo-se a todos os tratamentos
necessários, até receber alta médica.
Em 2015, entretanto, a beneficiária do plano de saúde apresentou
nova recorrência local, advindo prescrição médico-oncológica positiva a
tratamento quimioterápico imediato, com utilização do medicamento
Temozolamida (Temodal), sob pena de comprometimento da sua saúde.
A operadora de plano de saúde recorrente negou o fornecimento do
produto, por entender que representa tratamento experimental, de que não tem
obrigação imposta por lei ou contrato de disponibilizar em favor da beneficiária.
5. CONCLUSÃO
Forte nessas razões, CONHEÇO e NEGO PROVIMENTO ao recurso
especial, com majoração dos honorários advocatícios anteriormente fixados em
15% (e-STJ fls. 158 e 210) para 20% do valor da condenação, nos termos do art. 85,
§11, do CPC.
Superior
Tribunal de Justiça
Notícias
Acessibilidade A- A+ AA
DECISÃO
05/10/2018 06:57
A paciente tinha a medicação custeada pelo plano, mas, ao precisar trocar o remédio
por causa da gravidez, teve o pedido de cobertura negado. A médica prescreveu
outro fármaco permitido durante a gestação, mas cuja bula não o indicava para
aquela doença. A operadora invocou orientação da Agência Nacional de Saúde (ANS)
no sentido da inexistência de obrigação de cobertura para tratamento off label.
Segundo o relator do caso, ministro Luis Felipe Salomão, o off label corresponde ao
uso “essencialmente correto de medicação aprovada em ensaios clínicos e produzida
sob controle estatal, apenas ainda não aprovado para determinada terapêutica”.
O ministro explicou que, embora o uso de medicação fora das hipóteses da bula deva
ter respaldo em evidências científicas (clínicas), ele seria corriqueiro “e, sob pena de
se tolher a utilização, para uma infinidade de tratamentos, de medicamentos eficazes
para a terapêutica, não cabe, a meu juízo, ser genericamente vedada sua utilização”.
Em seu voto, Salomão disse que tal forma de tratamento é respaldada pelo Conselho
Nacional de Justiça (CNJ). Citou o Enunciado 31 da I Jornada de Direito da Saúde,
que recomenda ao juiz, nesses casos, a obtenção de informações do Núcleo de Apoio
Técnico ou Câmara Técnica e, na sua ausência, de outros serviços de atendimento
especializado, tais como instituições universitárias e associações profissionais.
http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C3%ADcias/Quarta-Turma-decide-que-planos-t%C3%A… 1/3
28/02/2019 STJ - Notícias: Quarta Turma decide que planos têm de cobrir uso off label de medicamentos com registro na Anvisa
Tratamento experimental
Assim, explicou o ministro, ainda que não tenha uma definição uniforme, o CFM
entendeu que o uso off label ocorreria por indicação médica pontual e específica, sob
o risco do profissional que o indicou. Em seu voto, o relator informou que o CFM
optou por não editar norma geral para tratar do uso de remédios fora das hipóteses
da bula, pois entendeu que estaria disciplinando de forma genérica situações que são
específicas e casuísticas.
Por entenderem que o uso de medicamento off label não corresponde a uso
incomum e não traz risco à saúde da autora, os ministros confirmaram a decisão das
instâncias ordinárias e negaram provimento ao recurso especial da operadora.
REsp 1729566
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28/02/2019 STJ - Notícias: Quarta Turma decide que planos têm de cobrir uso off label de medicamentos com registro na Anvisa
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