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Segunda Categoria
Processo nº 0808070-25.2020.4.05.8300T
CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO
interposta pela ESTADO DE PERNAMBUCO, pelas razões anexas, requerendo que, uma vez
recebida a presente resposta, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal Federal da 5ª Região.
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CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO
Eméritos Julgadores,
1. DA TEMPESTIVIDADE
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Assim sendo, requer a observância das prerrogativas previstas na Lei Orgânica da Defensoria Pública
e no CPC, especialmente em relação à intimação pessoal.
4. PRELIMINARMENTE
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Acontece, Excelência, que a parte ré está lançando mão de argumentos frágeis com o
intuito de protelar a efetivação do tratamento médico necessário à parte autora, tratamento este que
garante a sobrevida da parte demandante e efetiva os seus direitos à vida, à saúde e à dignidade da
pessoa humana, preceitos basilares da Constituição da República.
De mais a mais, conforme decido pelo Supremo Tribunal Federal 1, “a cláusula da
"reserva do possível" - ressalvada a ocorrência de justo motivo objetivamente aferível - não
pode ser invocada, pelo Estado, com a finalidade de exonerar-se do cumprimento de suas
obrigações constitucionais, notadamente quando, dessa conduta governamental negativa,
puder resultar nulificação ou, até mesmo, aniquilação de direitos constitucionais impregnados
de um sentido de essencial fundamentalidade.”
1
STF, ADPF 45, Decisão Monocrática Rel. Min. Celso de Mello, j. 29.04.2004, Informativo nº 345
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“Tal princípio aponta para o fato de que, diante das necessidades sociais
cobertas pela assistência social, em especial a sobrevivência daqueles que se
encontram em níveis de miserabilidade ou sobrevivência extrema, portanto
em cumprimento ao direito maior e fundamental posto na Constituição
Federal (art. 5º), ponderações sobre rentabilidade econômica ou argumentos
de ordem financeira encontra-se em segundo lugar. Significa dizer que à
Assistência Social incumbe fornecer, pela via de suas prestações, a todos
aqueles que se enquadram na faixa de necessidade legalmente determinada,
os meios para o desenvolvimento de sua condição de cidadão,
independentemente do custo financeiro que isto possa importar ao orçamento
da Seguridade Social”.
5. DO MÉRITO
DA POSSIBILIDADE DE PAGAMENTO DE HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA À
DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO. DA RECENTE DECISÃO DO STF.
(…)
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2
. Art. 46. Além das plubicações decorrentes do exercício de cargo público, aos membros da Defensoria Pública da União é vedado:
(…) III – receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais, em razão de suas
atribuições.
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Mesmo que não se entenda dessa forma, observa-se que, apesar de a Súmula 421 do STJ
ainda estar válida, o Supremo Tribunal Federal apresentou recente julgado em sentido contrário,
conforme exposto a seguir.
A justificativa premente para a edição de tal súmula foi a de que, se a Fazenda Pública
fosse condenada a pagar honorários em favor da Defensoria Pública, aquela estaria pagando um
valor que seria como para ela própria, haja vista ser o orçamento da Defensoria Pública oriundo de
ente público em questão. Assim, se a União ou entidades da Administração Indireta Federal fossem
condenadas a pagar honorários para a DPU, estaria configurado o instituto civil da confusão (art. 381
do Código Civil), já que os recursos da DPU vêm do Governo Federal3.
A confusão ocorre quando, na mesma obrigação, se reúne, em uma única pessoa, a
qualidade de credor e de devedor, conforme previsto no Código Civil, in verbis:
“Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as
qualidades de credor e devedor”.
Em realidade, nota-se que a concepção exposta na Súmula 421 do STJ parte da
premissa de que a Defensoria Pública seria um órgão subordinado ao Estado ou à União, o que não
prospera. Nesse ponto, ressalta-se que todos os precedentes que fundamentam a existência da
Súmula em questão são anteriores à LC 132/2009, que adicionou o art. 4º à LC 80/94, conferindo
obrigação de pagamento de honorários à DPU. É nessa perspectiva que se posiciona AMÉLIA
SOARES DA ROCHA:
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Logo, restando demonstrado que a Defensoria Pública não pode ser considerada como
um mero órgão da Administração Direta, uma vez que apresenta autonomia funcional, administrativa
e orçamentária – o que a faz ter o status de órgão autônomo – revela-se incabível afirmar que
existe confusão quando o Poder Público é condenado a pagar honorários, considerando que os
recursos da Defensoria Pública não se confundem com os do ente federativo5.
Fundamentando-se nessa linha de raciocínio, o STF, em 2017, nos autos da Ação
Rescisória de nº 1.937, julgou de forma específica o cabimento dos honorários à Defensoria
Pública. Ficou decidido que é possível a condenação da União a pagar honorários em favor da
DPU, não havendo, in casu, confusão, justamente em decorrência da autonomia das
Defensorias, conforme elucidado pelas Emendas Constitucionais acima expostas.
Ressalte-se que tal julgado pode ser aplicado a pessoas jurídicas de direito público
distintas dos entes federativos. Isso porque, como entendimento da Súmula 421 do STJ é extensível a
entidades da Administração Indireta, consoante supramencionado, cabe introduzir a mesma linha de
raciocínio à decisão do Supremo, cujo objetivo fora apresentar visão distinta à reclamada pela
Súmula do STJ.
5
. CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e do STJj anotadas e organizadas por assunto. 5ª edição. Salvador.
JusPodvm, 2019, p. 38
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Após a referida autonomia orçamentária, reputo não ser mais aplicável a premissa da
confusão patrimonial que norteou o entendimento consubstanciado nos julgados que resultaram
naquele enunciado da súmula da jurisprudência do STJ.
Importante ressaltar, nesse sentido, que, posteriormente à edição da desatualizada súmula 421 do
STJ, e já à luz da autonomia da Defensoria Pública da União concretizada pela EC 80/2014, o
plenário da Suprema Corte proclamou ser devido à DPU o pagamento de honorários advocatícios
ainda quando atue contra entes públicos federais.
Ante o exposto, a Defensoria Pública da União requer que seja negado provimento às
Apelação ora contrarrazoada..
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