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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL

DA COMARCA DE CASA BRANCA-SP.

JOAO DA SILVA, brasileiro, em uma união estável, profissao, inscrito

no RG nº xxxe CPF nº xxx5 residente e domiciliado à Rua xxxi, nº 175 – Centro, xxx – SP,

CEP: xxx, representado por sua advogada conforme procuração anexa, vem,

respeitosamente perante esse Juízo, propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Em face de TRANSPORTES AÉREOS xxx, pessoa jurídica de direito privado com CNPJ nº

xxx e endereço comercial à xxx, nº xx, Andar 14, bairro, na cidade de São Paulo – SP, CEP:

xxx pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

1. DOS FATOS

Os Autores adquiriram passagens de ida junto a Ré, a fim de realizar

viagem entre as cidades de São Paulo a Barcelona, na Espanha, com escala em Lisboa-

Portugal, levando consigo, na cabine, dois cães de pequeno porte (Raça: Shih tzu), que

nunca haviam viajado anteriormente.

O custo das passagens foi de R$ 4.313,46 (quatro mil trezentos e

treze reais e quarenta e seis centavos), mais R$ 2.083,42 (dois mil e oitenta e três reais e

quarenta e dois centavos), correspondente a taxa para transporte dos animais, totalizando

R$ 6.396,88 (seis mil trezentos e noventa e seis reais e oitenta e oito centavos).

O trajeto seria efetuado inicialmente da seguinte forma, conforme

consta nas passagens (doc. 1):


São Paulo à Lisboa:

Saída: 10/04/2022 às 20:25 h

Chegada: 11/04/2022 às 10:20 h

Lisboa à Barcelona:

Saída: 11/04/2022 às 11:20 h

Chegada: 11/04/2022 às 14:10 h

Entretanto, em 02/03/2022 os Autores foram informados, através de

um e-mail que o itinerário fora atualizado, ficando da seguinte maneira (doc. 2):

São Paulo à Lisboa:

Saída: 10/04/2022 às 20:35 h

Chegada: 11/04/2022 às 10:25 h

Lisboa à Barcelona:

Saída: 11/04/2022 às 14:05 h

Chegada: 11/04/2022 às 16:55 h

Em 10/04/2022 os Autores saíram de sua cidade por volta das 13h e

chegaram ao Aeroporto Internacional de Guarulhos 16h.

O Voo de São Paulo/Guarulhos para Lisboa ocorreu normalmente,

sem atrasos ou qualquer outro imprevisto, totalizando, até então, 21 horas de viagem, o

que por si só causa imenso cansaço e estresse, principalmente quando se tem dois cães

juntos.

Todavia, conforme será melhor detalhado abaixo e por culpa

exclusiva da Ré, os Autores e seus animais sofreram grande estresse e esgotamento

emocional ao ter seu voo de Lisboa a Barcelona remarcado por 2 vezes, de forma unilateral
e sem qualquer aviso prévio, tendo ciência somente quando já se encontravam no

aeroporto.

No Aeroporto de Lisboa, os Requeridos aguardavam a chamada de

seu voo, o que não ocorria, e resolveram verificar nas telas, sendo surpreendidos com o

aviso de voo atrasado das 14:05h para 17:40h (doc.4).

Inconformados, procuraram o guichê da Ré para esclarecimentos,

enfrentaram uma fila de mais de 1 hora e saíram apenas com um ticket alimentação no

valor de 16€, sem qualquer justificativa pelo atraso do voo.

Como não havia o que ser feito no momento, comeram e dormiram

nas cadeiras do aeroporto, e, por volta das 16h ainda não havia chamada para o voo,

quando novamente conferiram a tela e constava um novo atraso, desta vez das 17:40h

para às 19h (doc. 5).

Ao tentar esclarecimentos com a empresa, se depararam com uma

fila maior que a anterior, ou seja, esperariam, em pé, por mais de uma hora. Então, por

estarem esgotados fisicamente e emocionalmente, escolheram apenas aguardar.

Vale lembrar, Excelência, que todo este tempo haviam dois cães com

os Autores, que nunca haviam viajado anteriormente. O fato de precisarem ficar fechados

em uma bolsa, dentro de um avião por tantas horas, já havia causado um imenso desgaste

aos animais. Todavia, a essa altura estavam há mais de 27 horas viajando, todos estavam

totalmente esgotados.

Ademais, conforme se verifica nas imagens, havia outro voo com

destino a Barcelona com saída às 16:30h, todavia os Requerentes não foram realocados,

sendo obrigados a aguardar, contabilizando um total de absurdas e inaceitáveis 9

horas de espera no aeroporto e mais de 27 horas desde a saída de sua cidade, vez que
o voo de Lisboa a Barcelona decolou por volta das 19:30 h do dia 11/04/2022.
Por fim, frisa-se ainda que devido ao atraso de 5 horas para sua

chegada, os Autores perderam o transporte que haviam contratado para levá-los ao

apartamento que ficaram hospedados e precisaram procurar por outro ao chegarem no

aeroporto de Barcelona (por volta das 23 h do dia 11/04/2022), local onde nunca haviam

estado anteriormente e completamente desgastados física e psicologicamente!!!

Frisa-se que por estarem com dois cães, não foi uma tarefa fácil,

tendo em vista que os taxistas não aceitavam transportar os animais.

Um absurdo e transtorno sem fim para os Autores e seus animais,

que sofreram um verdadeiro pesadelo devido à desorganização e a falta de assistência da

Ré.

Importante informar que, o motorista que buscaria os autores no

aeroporto de Barcelona, pesquisou o voo pela internet, a fim de acompanhar o horário de

chegada a Barcelona, e, para este, constava que o voo havia sido cancelado, isso antes

mesmo dos autores saírem de São Paulo, porém, quando os Autores pesquisavam em seus

celulares, nada constava.

Ou seja, muito provavelmente a empresa já havia tomado ciência

deste atraso/cancelamento e EM NENHUM MOMENTO informou ou prestou qualquer

esclarecimento aos Autores, pelo contrário, mantiveram o horário do voo, quando

acessado do Brasil (doc.6)

Os Requerentes tentaram uma resolução amigável com a Ré, com

base na regulamentação EC 216/2004, que dá direito a indenização ao passageiro que

sofrer um atraso de voo superior a 3 horas.

A lei é válida para voos de companhias aéreas da União Europeia e

funciona da seguinte forma:

Para voos de distância menor que 1500 quilômetros, a indenização é de 250 euros.
Para voos de distância entre 1500 e 3500 quilômetros, a indenização é de 400 euros.

Para voos de distância superior a 3500 quilômetros, a indenização é de 600 euros.

Entretanto, foi aberta reclamação junto à Empresa em 13/04/2022 e

até a presente data consta: em análise (doc. 7).

Frisa-se que o sentimento de fraqueza e vulnerabilidade dos Autores

e seus animais também se pauta na omissão da Requerida, que não demonstrou nenhuma

preocupação ou empenho na minimização do transtorno vivenciado por estes.

Ante todo o exposto, em virtude do desleixo absoluto da Ré, que,

agindo de maneira letárgica, indolente e negligente, ocasionou diversos transtornos aos

Autores e seus animais, não oferecendo uma solução ou suporte material adequado, estes

sofreram danos de ordem moral, não lhes restando alternativas senão o ajuizamento da

presente Ação Indenizatória.

2. DO DIREITO

DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DA EMPRESA RÉ – DA OBRIGAÇÃO DE


INDENIZAR

O artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor cuidou de delinear

expressamente a RESPONSABILIDADE OBJETIVA do prestador de serviços quando, por

força de DEFEITOS em sua execução, provoca danos ao consumidor, situação em que

claramente se enquadra a empresa Ré. Confira-se:

“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da

existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos

consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem

como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua

fruição e riscos.
1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o

consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as

circunstâncias relevantes, entre as quais:

I – o modo de seu fornecimento;

II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III – a época em que foi fornecido.”

Dessa mesma forma esclarece a lição do doutrinador Carlos Roberto

Gonçalves, ao asseverar que “no sistema codificado, tanto a responsabilidade pelo fato do

produto ou do serviço como a oriunda do vício do produto ou serviço são de natureza

objetiva, prescindindo do elemento culpa a obrigação de indenizar atribuída ao

fornecedor”.

Ainda que não exista culpa por parte da companhia aérea, o

inconteste, decisivo e grave defeito na prestação dos serviços por parte da Requerida

ensejaria, por si só, a reparação de danos aos Autores e seus animais na esfera moral.

Desta forma, tendo em vista que por NEGLIGÊNCIA E EXCLUSIVA

CULPA da Companhia Ré, não houve a execução do transporte aéreo nos moldes

conforme o contratado, além da complicação na resolução do problema, tendo os Autores

perdido horas do seu tempo útil e passado por enorme estresse, torna-se evidente o

defeito na prestação dos serviços, o qual foi realizado em desconformidade com os termos

pactuados.

Afigura-se inconteste, no caso vertente, o dever de indenizar,

conforme a disciplina do Código de Defesa do Consumidor, especialmente se

considerarmos a atuação negligente da prestadora de serviço, que malferiu os termos do

serviço contratado, em manifesto prejuízo aos consumidores.


Destarte, dúvidas não restam quanto à imperiosa necessidade de se

responsabilizar a empresa Ré pelos prejuízos morais que ocasionou aos Autores, sendo

que a mesma deverá ser punida de maneira condizente com a extensão da lesão causada e

de forma que seja suficientemente apta a impedir a repetição desta conduta lesiva.

DA PERDA DO TEMPO ÚTIL

Buscando manter sua função basilar de dar fim aos litígios de forma

correta e coerente, o Judiciário está constantemente se atualizando, tendo em vista que as

relações pessoais se tornam cada vez mais complexas.

Neste contexto de nova realidade, somada à multiplicidade de

serviços oferecidos e prestados, bem como o alcance da informação à grande maioria das

pessoas, verifica-se que o tempo se tornou cada vez mais escasso, e, portanto, mais

importante.

Nas últimas décadas, as atividades realizadas por pessoas

multiplicaram-se, em que pese o dia continue a ter “apenas” 24 horas. Nesse sentido, o

tempo é cada vez mais valioso, em especial pela sua irrecuperabilidade.

Assim, o tempo se tornou um bem jurídico a ser tutelado pelo

Estado, de modo que seu desperdício infundado por culpa de outrem é passível de

indenização. Consta dizer que a perda de tempo, ainda que não cause um prejuízo

material, constitui um bem irrecuperável, dado que poderia estar sendo aproveitado para

qualquer outra atividade mais relevante, como o convívio familiar, lazer, trabalho, etc,

principalmente quando se trata de uma viagem internacional.

Deste modo, o tempo, por sua escassez, tornou-se um bem precioso,

adquirindo um valor que extrapola a dimensão econômica.


Assim, a perda do tempo dos Autores em razão da falha no serviço

prestado pela Ré configura fortuito interno, inerente ao risco das suas atividades, devendo

a mesma, portanto, indenizá-los.

Esse, inclusive já é o entendimento do Tribunal e Justiça do Estado de

São Paulo, senão vejamos:

TJ-SP - Recurso Inominado Cível RI 10002054220208260024 SP

1000205-42.2020.8.26.0024 (TJ-SP)

Data de publicação: 03/02/2021

TRANSPORTE AÉREO – Atraso de voo de 05 (cinco) horas - Danos

morais – Alegação da ré de necessidade de manutenção da aeronave

- Situação de plena responsabilidade de empresa, de fortuito interno,

portanto não sendo aceitável a justificativa- Perda de tempo útil do


consumidor na viagem- Sentença que julgou parcialmente
procedente o pedido e condenou a recorrente ao pagamento de

indenização de R$ 3.000,00 – SENTENÇA MANTIDA – Recurso não

provido.

Embora consagrada orientação de que o inadimplemento contratual,

em regra, não revele ocorrência de dano moral, a falha no serviço que provoca a perda

considerável do tempo útil do consumidor enseja reparação por dano extrapatrimonial.

A indenização por dano moral deve ser arbitrada com observância da

natureza e da intensidade do dano, da repercussão no meio social, da conduta do ofensor,

bem como das capacidades econômicas das partes envolvidas.” (TJMG – Apelação Cível

1.0000.19.072480-7/002, Relator(a): Des.(a) José Marcos Vieira, 16ª CÂMARA CÍVEL,

julgamento em 15/04/2020, publicação da súmula em 23/04/2020)

No mesmo sentido, já advertiu o Desembargador Luiz Fernando

Ribeiro de Carvalho do TJRJ:


“o tempo, pela sua escassez, é um bem precioso para o indivíduo,
tendo um valor que extrapola sua dimensão econômica. A menor
fração de tempo perdido em nossas vidas constitui um bem
irrecuperável. Por isso, afigura-se razoável que a perda desse bem,
ainda que não aplique prejuízo econômico ou material, dá ensejo a
uma indenização. A ampliação do conceito de dano moral, para
englobar situações nas quais um contratante se vê obrigado a perder
seu tempo livre em razão da conduta abusiva do outro, não deve ser
vista como um sinal de uma sociedade que não está disposta a
suportar abusos”.

Analogamente, o Egrégio Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

também já se posicionou favoravelmente acerca da responsabilidade civil pela perda do

tempo útil em decorrência da falha na prestação do serviço, senão vejamos:

TJ-RJ - APELAÇÃO APL 00027782620208190037 (TJ-RJ)

Data de publicação: 16/03/2022

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA DE DANOS MORAIS.

CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO. ATRASO EM VÔO

INTERNACIONAL. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA.

IRRESIGNAÇÃO DA AUTORA. INCONFORMISMO EM RELAÇÃO AO

VALOR FIXADO DE R$ 5.000,00 (CINCO MIL REAIS).

PREPONDERÂNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

QUANTO AO TEMA. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO

CONFIGURADA. ATRASO DE MAIS DE CINCO HORAS EM VÔO DE

CONEXÃO, INVIABILIZANDO COMPROMISSOS ASSUMIDOS NO

DESTINO FINAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FATOS. REVELIA

DECRETADA. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. FORTUITO

INTERNO. DEVER DE INDENIZAR. ART. 14 DA LEI Nº 8.078/90. DANO

MORAL CONFIGURADO NA FRUSTRAÇÃO DAS LEGÍTIMAS


EXPECTATIVAS QUANTO À PRESTAÇÃO DE TRANSPORTE AÉREO

ADEQUADO, BEM COMO NA PERDA DE TEMPO ÚTIL DO

CONSUMIDOR. APLICAÇÃO DA TEORIA DO DESVIO PRODUTIVO.

MAJORAÇÃO DA VERBA INDENIZATÓRIA PARA R$8.000,00 (OITO

MIL REAIS). PRECEDENTES DO STJ E TJRJ. RECURSO A QUE SE DÁ

PARCIAL PROVIMENTO.

Desta feita, indiscutível a procedência da presente ação, devendo a

Ré ser condenada a indenizar os Autores pelo tempo útil perdido. Tempo este que os

Autores poderia ter utilizado de outras formas, como para descansar, por exemplo, visto

que estavam há quase 24 horas viajando com dois cães.

DOS DANOS MORAIS

Com efeito, por tudo que já foi consignado anteriormente e diante

dos fatos aqui minuciosamente expostos, resta inconteste que o caso vertente, em

verdade, trouxe significativos prejuízos de ordem moral e material. Estes danos de ordem

não patrimonial reclamam a integral reparação aos Requerentes.

Inicialmente, imperioso ressaltar que o instituto do dano moral se

ampara em três vertentes, quais sejam (i) sua natureza compensatória, que visa amenizar o

dano sofrido, com determinada quantia econômica que servirá de “consolo” pela ofensa

cometida; (ii) seu caráter punitivo, através da qual o agente causador do dano é penalizado

em virtude da ofensa que praticou e (iii) o caráter pedagógico da condenação, objetivando

provocar ao causador do dano as reflexões e ensinamentos necessários para que coibir a

prática do ato faltoso cometido.

Assim a condenação da Ré a reparar o mal causado aos Requerentes

e seus animais têm como fulcro, além da necessidade de recompensá-los pelos prejuízos

que lhes foi imputado, a necessidade de se penalizar a Ré por suas condutas ilícitas,

negligentes e desidiosas, que não se restringiu à quebra e inadimplemento de disposição


contratual (contrato de transporte aéreo), mas se estendeu ao impor aos Autores,

ilegitimamente, uma situação moralmente desfavorável e de inegáveis repercussões

psicológicas.

Cumpre ressaltar que durante o período de 9 horas entre a chegada

dos Requerentes com seus animais ao aeroporto e a decolagem do voo, estes, não

receberam assistência material adequada, passando fome e cansaço durante todo esse

tempo, sem poder sequer descansar ou se alimentar direito.

Pise-se e repise-se: por culpa exclusiva da Ré, os Autores e seus dois

cães sofreram grande estresse e esgotamento emocional ao terem seu voo ATRASADO

POR 5 HORAS de forma unilateral e sem qualquer aviso prévio, tendo ciência somente

quando já se encontravam no aeroporto de Lisboa.

Ademais, não foram realocados em nenhum dos voos mais próximos

que haviam disponíveis, sendo obrigados a viajar no mesmo voo, que partiria somente as

19:00h e ainda sofreu atraso, pois partiu apenas 19:30h, contabilizando um total de

absurdas e inaceitáveis 9 horas de espera no aeroporto, período durante o qual não

receberam auxílio material suficiente, passando sono, muito cansaço e estresse.

Por fim, frisa-se ainda que devido ao atraso os Autores perderam o

transporte que haviam contratado para levá-los do aeroporto ao apartamento e

precisaram procurar por outro ao chegarem em Barcelona, às 23h, com dois cães, o que

não foi uma tarefa fácil, tendo em vista que os taxistas não aceitavam transportar os

animais.

Destarte, à luz destas premissas, caberá à Requerida o pagamento de

valor pecuniário compensatório aos danos extrapatrimoniais suportados pelos

Requerentes no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), eis que configurado o dever de

indenizar, nos moldes preconizados pelo Código de Defesa do Consumidor (art. 14).

3. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:

a) a citação da Requerida, para, querendo, apresentar defesa, sob pena de confissão

quanto à matéria de fato e incidência dos efeitos da revelia;

b) a inversão do ônus da prova, com vistas a facilitar a defesa dos direitos ora reclamados,

conforme previsto no art. 6º, VIII, do CDC, vez que presentes seus pressupostos, pois

evidenciada a verossimilhança de suas alegações, além de sua patente hipossuficiência

técnica e financeira em relação a Ré;

c) seja julgado procedente o pedido para condenar a Ré ao pagamento de danos morais

no importe total de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), considerando o caráter PUNITIVO da

indenização e a enorme capacidade econômica da Ré;

d) requer, finalmente, provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos,

bem como depoimento pessoal, oitiva de testemunhas, depoimento da Ré, juntada de

novos documentos, se assim se fizer necessário.

Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais)

Nestes termos,

Pede deferimento.

cidade, 05 de julho de 2022.

TAÍS CAMARGO SIQUEIRA


OAB/SP 439.137

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