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AO NOBRE JUÍZO DA ________ VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE MACEIÓ

ESTADO DE ALAGOAS -AL

ANDRÉA SANTANA PONTES DE LIMA, brasileira, casada,


_____________(profissão), inscrita no CPF/MF sob o nº , portadora da cédula de
identidade registrada sob nº , expedida pela SSP/MA e CARLOS ALBERTO DE LIMA,
brasileiro, casado, inscrito no CPF sob o nº 346.256.904-06 e RG sob o nº
___________________ambos residentes e domiciliados no LT SAN NICOLAS, 11 , QD S
CEP: 57046-361 SERRARIA - MACEIO - AL, por intermédio do advogado subscrito,
devidamente constituído mediante instrumento de procuração, ora colacionado (DOC.
01), vem respeitosamente perante este M.M Juízo, com fulcro nos Artigos 186 e 927,
do Código Civil Brasileiro, bem como no Artigo 05°, Inciso X, da Constituição Federal,
ajuizar a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS

em desfavor de LATAM AIRLINES BRASIL, sociedade anônima aberta, inscrita


no CNPJ/MF sob o nº 02.012.862/0001-60, com sua filial estabelecida no Rua Verbo
Divino, nº 2001, Andares 3º ao 6º, Chácara Santo Antônio, CEP: 04.719-002, São
Paulo/SP, pelos motivos de fato e direito seguintes:

I – DOS FATOS

A parte autora adquiriu passagens aéreas com intuito de aproveitar as férias


com uma viagem internacional que se iniciaria em 03/10/2023 e findaria em
28/10/2023, no entanto o que antes era um sonho se tornou um pesadelo.

Veja-se que o primeiro voo com destino de origem de Maceió/MA para o


aeroporto de Guarulhos em São Paulo em 03/10/2023 as 11h10 foi cancelado de
última hora sendo agendado outro voo para 13h40 do mesmo dia, ocorre que com a
perda do primeiro voo por culpa exclusiva da ré houve a perda da conexão de voo
internacional as 18h05 para Roma destino originário do casal autor.

Como a parte autora acabou perdendo o voo de conexão para Roma além da
perda da hospedagem já paga, os autores tiveram que custear um hotel em São Paulo
para pernoitar até o voo de conexão internacional, conforme se observa:
Sinale-se que o voo recolocado somente ocorreu em 04/10/2023, ou seja, no
dia seguinte as 18h25 para Barcelona/Espanha com chegada na data de 05/10/2023
as 09h55, sendo que este último voo também atrasou em mais de uma hora em
virtude de chuva forte sendo que um funcionário da LATAM passou informação aos
passageiros que a ponte que dava acesso a aeronave estava encharcada, assim que os
autores chegaram no hotel em Barcelona observaram que as malas despachadas pela
LATAM estava completamente encharcadas com o perdimento de remédios que os
autores fazem uso e com as roupas que fariam uso na viagem completamente
molhadas, conforme fotografia abaixo:

Outrossim, o voo de conexão Barcelona para Roma somente saiu as 21h do dia
05/10/2023 sendo que os autores chegaram em Roma exatamente à meia noite, com
todo este excesso os autores tiveram novamente que custear as suas próprias
expensas hotel e alimentação até o voo para Roma, outrossim, diante do atraso e
cancelamento dos voos os autores tiveram um prejuízo com a hospedagem já paga em
Roma do dia 03/10/23 a 06/10/23 conforme documentação anexa.
Diante do extremo abalo emocional e financeiro vivenciado pelos autores se faz
urgente a condenação da ré no pagamento dos gastos com despesas patrimoniais pela
ré bem como pela condenação aos danos morais que se verifica na modalidade in re
ipsa, ou seja independente da comprovação do dolo ou culpa mediante a conduta
extremamente nociva da ré.

II – DO MÉRITO

a. DOS DANOS MORAIS

Verificou-se, portanto, que HOUVE UMA COMPLETA FALHA NOS SERVIÇOS


OFERTADOS, haja vista que existiu mais de uma alteração de voo, alteração de
despacho de bagagem e danos aos bens dos autores, bem como os mesmos
necessitaram durante todos os dias de atraso arcar integralmente com os custos de
hospedagem e alimentação, mas a pior parte foram e, principalmente, a falha de
comunicação de zelo com o consumidor que ficou todo este tempo à mercê da
companhia área e a , DANIFICAÇÃO DE SUA BAGAGEM, que culminou em todo
transtorno.

Ante o quadro acima, verifica-se que a atitude adotada pela Demandada


resultou em violação da integridade moral dos consumidores, ora Autores e, em casos
semelhantes, a justiça é unânime pela responsabilização de Companhias Aéreas por
falhas na prestação de serviços.
A relação em comento é indiscutivelmente consumerista, na qual se aplica as
normas do CDC e, desta forma, sabendo que nos termos do artigo 14 da Lei 8.078/91,
a responsabilidade da Ré (fornecedora) pela má prestação do serviço (transporte
aéreo) é objetiva, baseada na teoria do risco da atividade e ainda, que a Ré não
prestou o serviço a contento (da forma contratada).

Averígua-se ser objetiva a responsabilidade civil da empresa de transporte


aéreo, independente de culpa, pois se enquadra no conceito de fornecedora e pode
ser responsabilizada por eventuais defeitos na prestação do serviço, seja porque o
serviço não funcionou, funcionou mal, ou, ainda, tardiamente.

Assim, é irrelevante averiguar a culpa pelo evento danoso para que seja
reconhecido o dever de indenizar, porquanto é objetiva a sua responsabilidade, e,
desse modo, a procedência do pedido insurge com a verificação do dano e do nexo
causal entre os prejuízos experimentados pelo consumidor e a atividade desenvolvida
pela prestadora de serviços.

Caracterizada a imperfeição dos serviços prestados pela empresa fornecedora


às consumidoras, bem como não comprovada ocorrência de força maior, caso fortuito
ou culpa exclusiva da vítima, imputa-se à companhia aérea o dever de reparar os
danos causados, de acordo com o art. 14 do Código Consumerista, já citado
anteriormente.

Ante o quadro apresentado, verifica-se que a atitude adotada pela empresa


Demandada resultou em violação da integridade moral da consumidora, ora Autora e,
em casos semelhantes, a justiça brasileira é unânime pela responsabilização civil das
Companhias Aéreas perda de sua bagagem, sobretudo, quando há uma negativa
administrativa de resolver pacificamente aquele determinado problema. Como
ocorreu no presente caso!

Vislumbra-se no caso em tela a ocorrência dos danos morais em favor da


Autora, não apenas em razão do extravio de bens, mas também pelo fato da empresa
ter se negado a reembolsar o efetivo prejuízo material sofrido, compelindo a Autora
buscar suporte no Poder Judiciário, o qual já encontra -se abarrotado de demandas.

b. Da Breve reflexão e consideração acerca do quantum indenizatório.

Apenas a título de reflexão, infelizmente, os Patamares utilizados pelos Juízes


para arbitramento do Dano Moral ficaram estagnados ao longo dos últimos anos. Por
exemplo, uma condenação no ano de 2015 para uma determinada situação que era
arbitrada em R$ 4.000,00, ultrapassados quase dez anos, os Magistrados analisam
apenas o caso específico e mantém a quantia.

Ora, o custo de vida de todos aumentam juntamente com a inflação, o Salário


Mínimo aumenta, o preço de alimentos e até mesmo o teto estabelecido pela Lei dos
Juizados Especiais acompanham correções monetárias, mas por outro lado, o
arbitramento do dano moral mantém-se estagnado ao longo de anos/décadas, pois a
observância dos Magistrados ficou limitada apenas ao valor em si, esquecendo que R$
4.000,00 em 2015 não é mais os mesmos R$ 4.000,00 no ano de 2023.

A fixação do valor da indenização em virtude de dano moral puro, deve resultar


de arbitramento por parte do magistrado, mediante estimativa prudencial e que leve
em conta a compensação pela dor vivenciada e necessidade de ser suficiente para
dissuadir de igual e novo atentado, mas por outro lado, a fixação deve ser levada em
consideração os reajustes monetários estabelecidos pela nossa própria sociedade.

Portanto, devemos utilizar como parâmetro para a condenação o patamar


equivalente ao salário mínimo, de modo que, não há outra interpretação para o caso
em tela senão uma condenação por danos morais em quantia justa e razoável
equivalente a R$ 15.000,00 do teto estabelecido na Lei nº 9.099/95.

c. Dos Danos Materiais

Outrossim, conforme documentação anexa se verifica que os autores se viram


obrigados a custearem a suas próprias expensas hotel e alimentação sendo que estes
gastos deveriam ter sido custeados pela empresa área demandada, assim com base
nos comprovantes de pagamento em anexo, REQUER-SE sejam os autores
devidamente reembolsados por todos os gastos que tiveram quando da espera para os
demais voos, conforme precedentes do Tribunal de Justiça e da legislação pátria.

Veja-se que os requerentes gastaram R$ 270,40 referente ao primeiro hotel, R$


84,51 e R$ 76,56 referente à corrida de aplicativo até o aeroporto, R$ 165,00 com
alimentação, além do valor de R$ 6.058,19 referente à hospedagem perdida em Roma,
o que gera um total de R$ 6.654,66.
IV- DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do que ficou esclarecido, a parte Autora REQUER a este M.M Juízo se
digne de mandar citar a parte Demandada, para responder, no prazo legal, a presente
ação, sob pena do art. 344 do NCPC e de revelia, tendo como verdadeiros todos os
fatos, aqui narrados, e acompanhar o presente feito, até sentença final que deverá
julgar PROCEDENTE o pedido desta ação para:
a) condenar a Demandante ao pagamento de indenização a título de DANOS
MORAIS, com base no valor indenizatório reparatório na forma dos Artigos 186 e 927,
ambos do Código Civil, devendo ser fixado de forma proporcional e razoável atento ao
caráter punitivo-pedagógico (ex vi art. 944 do CC), no justo valor de R$ 15.000,00
(QUINZE MIL REAIS), acrescida de juros e correção monetária a partir da data de
arbitramento deste M.M Juízo.

b) condenar a Demandante ao pagamento de indenização a título de DANOS


MATERIAIS, com valor gasto com deslocamento para o aeroporto para retirada da
bagagem e compra de vestimentas mínimas, alimentação e hospedagem, de modo
que, merece ser ressarcida com o valor de R$ 6.654,66 (SEIS MIL SEISCENTOS E
CINQUENTA E QUATRO REAIS E SESSENTA E SEIS CENTAVOS) acrescido de juros e
correções monetárias;

c) determinar a inversão do ônus da prova nos termos da lei;

d) Para provar o quanto alegado, a Demandante requer A PRODUÇÃO DE


TODOS OS MEIOS DE PROVA admitidos em Direito a juntada de documentos anexos a
esta inicial, chamando a atenção, inclusive, que todos as fotografias e vídeos foram
registrados pela Autora em anexo.

e) Declara o patrono da Autora a este M.M Juízo, na forma do Artigo 425, IV, do
CPC, que as cópias colacionadas à presente peça, estão todas de acordo com os
originais, dando-lhes fé, sob pena de responsabilidade pessoal.

Dá-se à causa o valor de R$21.654,66(VINTE E UM SEISCENTOS E CINQUENTA E


QUATRO E SESSENTA E SEIS REAIS).

Nesses termos, pede deferimento.


Maceió/AL, 09 de novembro de 2023.

ADVOGADO
OAB/AL

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